DSI- Doutrina Social da Igreja
• Aula ministrada na escola de política e fé
• Profº Glaucio A. F. de Souza
• Contato: [email protected]
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Terminologia
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Diversas expressões ao longo da história:
Magistério social da Igreja
Ensino social da Igreja
Filosofia Social
Pensamento social católico
DSI- Doutrina social da Igreja
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Conceito (etnologia)
• Doutrina Social da Igreja
• O termo doutrina e sua multiplicidade:
• Filosófica-política-científica...
• A palavra doutrina refere-se a matriz religiosa.
• Doutrina a partir da fé cristã.
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Conceito (etnologia)
• O termo social- vem do latim socialis- está
radicado na palavra socius.
• Social- indica sócio, companheiro, associado,
isso demonstra o caráter relacional do ser
humano. O social é marcado pela política,
economia, ética...
• Social está voltado para o institucional
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Conceito (etnologia)
• O termo da Igreja expressa que esta reflexão
faz parte de uma instituição denominada
Igreja Católica Apostólica Romana.
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Tendo em conta a definição de João Paulo II no
discurso do ano novo de 1991:
DSI: como um conjunto orgânico de princípios
de reflexão, critérios de julgamento e diretrizes
para a ação, sobre as relações sociais formais
derivadas
da
vida
social
humana
institucionalizadas
ensinado,
à
luz
do
Evangelho e no exercício da sua função
pastoral, pelo magistério da Igreja Católica, com
a assistência do Espírito e a cooperação dos
teólogos e dos especialistas nas ciências
sociais.
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Um saber iluminado pela fé
• CDSI 62- [...] não se trata simplesmente de
alcançar o homem na sociedade [...]mas de
fecundar e fomentar com o Evangelho a
mesma sociedade. [...] A convivência social,
com efeito, não raro determina a qualidade de
vida e, por conseguinte, as condições em que
cada homem e cada mulher se compreendem
a si próprios [...].
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Um saber iluminado pela fé
• CDSI 63- Com a sua doutrina social [...] Ela
atualiza no curso da história a mensagem de
libertação e de redenção de Cristo.[...]
Evangelizar o social é, pois, infundir no
coração dos homens a carga de sentido e de
libertação do Evangelho [...] é construir uma
cidade do homem mais humana porque [sic]
mais conforme o Reino de Deus.
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• “Partindo da comunhão dentro da Igreja, a
caridade abre-se, por sua natureza, ao serviço
universal, frutificando no compromisso dum
amor ativo e concreto por cada ser humano.
Este âmbito qualifica de modo igualmente
decisivo a vida cristã, o estilo eclesial e a
programação pastoral. É de se esperar que o
século e o milenio que estão a começar hãode ver a dedicação a que pode levar a
caridade para com os mais pobres.
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Se
verdadeiramente
partimos
da
contemplação de Cristo, devemos saber vê-Lo
sobretudo no rosto daqueles com quem Ele
mesmo Se quis identificar (Mt 25,35-36). Esta
página não é um mero convite à caridade, mas
uma página de cristologia que projeta um
feixe de luz sobre o mistério de Cristo. Nesta
página, não menos do que o faz com a
vertente da ortodoxia, a Igreja mede a sua
fidelidade de Esposa de Cristo.”
(Novo Millennio Ineunte, n. 49).
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Capítulo II
Missão da Igreja e Doutrina Social
I. Evangelização e Doutrina Social
• Solicitude Social da Igreja (Sollicitudo Rei Socialis)
n. 41: O exercício do ministério da evangelização
em campo social, que é um aspecto do múnus
profético da Igreja, compreende também a
denúncia dos males e das injustiças.
• Centésimo Ano (Centesimus Annus) n. 5: a DSI é
um conteúdo essencial da evangelização.
• Centésimo Ano (Centesimus Annus) n. 54: a DSI
tem o valor de um instrumento de
evangelização.
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II. A natureza da Doutrina Social da Igreja
PALAVRA
DE
DEUS
SOCIEDADE
• Teórica
DSI
• Histórica
• Prática
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• A DSI é:
“Tal doutrina é caritas in veritate in re sociali, ou
seja, a proclamação da verdade e do amor de
Cristo na sociedade; é serviço da caridade, mas
na verdade. Esta preserva e exprime a força
libertadora da caridade nas vicissitudes sempre
novas da história”. (CV 5).
• O que não é DSI- Uma doutrina política...
Portanto ela não constitui uma modelo social
de nada.
• A DSI é evangelização?
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Declara, finalmente, que a DSI é “essencialmente
‘teologia’ (cf. SRS 41g), isto é, um discurso que
concerne ao desígnio de Deus sobre o homem e
se interessa, portanto, pela economia e pela
política, não para avaliar seus aspecto técnicos e
organizativos, mas para clarificar suas inevitáveis
implicações éticas. Seu conteúdo não é desenhar
um ‘sistema’, mas indicar os limites inegociáveis e
sugerir itinerários possíveis para que os diversos
projetos políticos e econômicos, formulados na
historia concreta dos povos em relação com
inúmeras variáveis, sejam dignos do homem e em
conformidade com a lei moral”.
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Capítulo III
A pessoa humana e seus direitos
I. DSI e o princípio personalista
• “Todos os caminhos da Igreja
homem”(Redemptor Hominis, 14)
levam
ao
• A sociabilidade é uma dimensão essencial da
natureza humana.
• A DSI afirma que a sociedade não se encontra nem
fora e nem acima dos homens, mas existe neles e
para eles. É a “organicidade” da sociedade.
• “Pessoa”: ser de relações ≠ de “indivíduo”.
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II. A pessoa humana: imago Dei
• A 1ª narração acentua que o ser humano foi
criado à imagem e semelhança de Deus (Gn
1,27).
• A semelhança divina é atribuída neste texto a
todas as pessoas, ao passo que, no Antigo
Oriente, apenas os reis e seus representantes
eram vistos como imagem da divindade.
• Desta maneira, é “democratizada” a
prerrogativa de ser imagem de Deus.
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• A dignidade humana- deve fundamentar todo
e qualquer direito.
• Hexaémeron- a criação não fica solta a sua
subjetividade.
• O jardim- lugar de encontro
• Adão e Eva como comunidades.
• O bem comum- Não deve ser entendido como
uma soma dos bens particulares, entende-se
comum aquilo que é do sujeito e de todos.
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O bem comum
• CDSI 167-O bem comum empenha todos os
membros da sociedade: ninguém está
escusado de colaborar, de acordo com as
próprias possibilidades, na busca e no seu
desenvolvimento [...].
• CDSI 384- [...] A comunidade política,
realidade conatural aos homens, existe para
obter um fim comum, inatingível de outra
forma [...].
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“O divórcio entre
a fé professada e
a vida cotidiana
deve ser
enumerado
entre os erros
mais graves de
nosso tempo.”
(Gaudium et
Spes, 43)
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CAPÍTULO IV: PRINCÍPIOS DA DSI
PESSOA
POLÍTICA
Dignidade humana*
Participação
Direitos humanos*
 Bem comum
Sociabilidade*
SOCIEDADE
ECONOMIA
Destino universal dos bens
Opção preferencial pelos pobres*
Justiça (social)
Caridade (social)
Subsidiariedade
Solidariedade
* Já vistos anteriormente
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Participação
Bem comum
É uma exigência da democracia
Não pode ser reduzida a formalidade do voto
Canais de participação: SABs, Conselhos
Paritários, Acompanhamento de Governo, etc.
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(Política) Bem Comum
• Bem comum = finalidade da ação política.
• Não é somatória dos interesses individuais,
mas aquilo que é o mais importante para
todos, na perspectiva dos mais frágeis da
sociedade.
• Origem deste conceito = filosofia grega. O
importante era buscar o “bem” da Pólis, que
estava acima do bem dos indivíduos.
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• Bento XVI introduz um terceiro aspecto, ao
relacionar justiça, caridade e bem comum.
• Assim, o bem comum passa de conceito ético-social,
que vinha na tradição da DSI, para uma dimensão
teológica, pois se torna realização concreta da
caridade, já que ele é resultado de um amor que
procura dar respostas às necessidades reais do
próximo.
• “Ama-se tanto mais eficazmente o próximo, quanto
mais se trabalha em prol de um bem comum que dê
resposta também às suas necessidades reais.” (CV, n.
7).
• Texto: “Sobre Política e Jardinagem”.
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(Sociedade) Solidariedade
• DSI = começa a falar de “solidariedade”,
substituindo a expressão “caridade social”.
• O termo é uma derivação da palavra latina
solidum (inteiro, comum, todo) e sua
utilização foi inicialmente de tipo jurídico.
Designava o tributo que os devedores
deveriam pagar para saldar um débito comum
indivisível
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• Ele apresenta como que um caminho, que vai
da interdependência ao grande mandamento
da caridade, sendo a solidariedade um
momento ético desse percurso (Srs 17;38-40).
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Definição de solidariedade:
• Srs 38: “Esta, portanto, não é um sentimento
de compaixão vaga ou de enternecimento
superficial pelos males sofridos por tantas
pessoas próximas ou distantes. Pelo contrário,
é a determinação firme e perseverante de se
empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo
bem de todos e de cada um, porque todos nós
somos verdadeiramente responsáveis por
todos.”
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(Sociedade) Caridade
• Caridade = tema central no pontificado de
Bento XVI. Sua duas primeiras encíclicas: Deus
caritas est; Sacramentum Caritatis.
• Terceira encíclica: Caritas in Veritate. Esta é
uma encíclica social, que entra para o
patrimônio da DSI.
• Nessa encíclica, a caridade vem apresentada
como uma força que impele os cristãos a se
empenharem na causa da justiça e da paz.
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• O Pontífice estabelece uma correlação entre
“justiça”, “caridade” e “bem comum”. A justiça é
intrínseca à caridade, pois não se pode dar ao outro
do que é próprio, sem antes dar-lhe o que é de
direito, sendo a justiça a “medida mínima” da
caridade.
• Decorrente disso, vem o empenho pelo bem comum,
uma vez que não se pode amar o próximo sem se
empenhar eficazmente em ações que dêem
respostas às suas necessidades reais.
• Política = uma forma exigente de se viver a caridade
(OA 46).
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• Para a DSI = vínculo do cristão com os
outros cidadãos, não na sua dimensão
íntima e privada ou interpessoal  que
costuma abranger um número muito
limitado de pessoas  mas como vínculo
aberto a toda a sociedade. Essa caridade
é chamada também de “caridade civil”
ou “caridade natural”.
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(Economia) Destinação universal dos bens
• “Deus destinou a terra com tudo o que ela
contém para uso de todos os homens e povos;
de modo que os bens criados devem chegar
equitativamente às mãos de todos, segundo a
justiça, secundada pela caridade. Sejam quais
forem as formas da propriedade, conforme às
legítimas instituições dos povos e segundo as
diferentes e mutáveis circunstâncias, deve-se
sempre atender a este destino universal dos
bens.
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• Por esta razão, o homem que usa desses bens, não
deve considerar as coisas exteriores que
legitimamente possui só como próprias, mas
também como comuns, no sentido de que possam
beneficiar não só a si mas também aos outros. Além
disso, todos têm o direito de ter uma parte de bens
suficientes para si e suas famílias. Assim pensaram os
Padres e Doutores da Igreja, ensinando que os
homens têm obrigação de auxiliar os pobres, e não
apenas com os bens supérfluos. Aquele, porém, que
se encontra em extrema necessidade, tem direito a
tomar, dos bens dos outros, o que necessita.”
• (Gaudium et Spes, n. 69)
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Reflexão
“O mundo tem recursos
suficientes para
atender as
necessidades de todos,
mas não a ambição de
todos”
Mahatma Gandhi
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