ANEXO IV Cálculo do condutor tronco e ramal para os alimentadores do SDMT A regra que diferencia o comprimento do condutor tronco e ramal é definida pelo Comitê de Distribuição – CODI (1993). Por essa definição, caracteriza-se como tronco o “trecho de alimentador com secção constante, que parte da subestação até o ponto mais próximo desta onde a maior corrente a jusante é menor ou igual à maior corrente de qualquer ramal a montante”. Complementarmente, o condutor ramal é definido como os “trechos arborescentes do alimentador, de secção constante, que partem do tronco. Todos os ramais de um alimentador têm a mesma secção”. No entanto, para a obtenção do comprimento do condutor tronco e ramal, adotou-se uma adaptação à regra definida pelo CODI (1993). A mudança proposta implica na retirada da restrição de seção constante de modo a tornar a regra mais abrangente, pois em grande parte dos alimentadores não se verifica a presença de apenas um ou dois tipos de cabos. A aplicação dessa regra requer que as distribuidoras possuam conhecimento detalhado da topologia do SDMT. Isso é factível uma vez que na Resolução Normativa nº 395, de 15 de dezembro de 2009, determina que as distribuidoras devam manter em Sistema de Informações Geográficas – SIG informações de parâmetros elétricos, estruturais e de topologia dos sistemas de distribuição de alta, média e baixa tensão. Para a aplicação da regra, deve-se conhecer a corrente que circula em cada trecho da rede. Em consonância com as propostas apresentadas na Nota Técnica, propõe-se que a corrente a ser utilizada na aplicação da regra seja obtida através da demanda média dos consumidores, e não a demanda máxima. As correntes médias que circularão na rede podem ser obtida, por exemplo, através de um programa de fluxo de carga. Como o objetivo não é calcular os parâmetros de desempenho da rede, como tensões e perdas, mas apenas definir os trechos tronco e ramal, é possível a aplicação de um fluxo simplificado, alternativamente ao fluxo de carga completo. A seguir é apresentado um exemplo demonstrando o procedimento simplificado que pode ser adotado para a obtenção do condutor tronco e ramal dos alimentadores do SDMT. Na Figura 1 os trechos em vermelho são aqueles classificados como tronco e os em verde como ramal, após a aplicação da regra. TRECHO 03 TRECHO 05 Figura 1 – Ilustração da definição do tronco e ramal. Para a implementação da regra, primeiro calcula-se a corrente de cada ponto de carga conectada aos transformadores MT/BT. De posse das correntes nos transformadores o passo seguinte é somá-las trecho a trecho, partindo-se dos pontos mais extremos e seguindo em direção à origem do alimentador. Nota-se na Figura 1 que a corrente no trecho 2 é proveniente da soma da corrente passante no transformador TR01 com a corrente que circula no trecho 01. Da mesma forma procede-se para compor a corrente do trecho 4, que é obtida do resultado da soma da corrente do trecho 3 com a corrente do trecho 2, e assim sucessivamente até chegar à corrente de saída do alimentador. Após o cálculo das correntes de todos os seis trechos do alimentador, aplica-se a regra definida pelo CODI descrita acima, desconsiderando a seção dos cabos e iniciando a classificação dos trechos como tronco ou ramal a partir do início do alimentador. Neste exemplo, como não há bifurcação na saída do alimentador, o trecho 6 é classificado como tronco. Em seguida, define-se o trecho 4 também como tronco, pois a corrente que passa neste trecho é maior que a corrente passante no trecho 5. No nó seguinte, como a corrente que passa no trecho 2 é maior que a corrente que circula no trecho 3 e também é maior que a corrente no trecho 5, que é o trecho a montante classificado como ramal, o trecho 2 é classificado como tronco e o trecho 3 como ramal. Por fim, o trecho 1 é definido como ramal, pois há pelo menos um ramal a montante com corrente maior que a corrente passante neste trecho. De posse dos trechos classificados como tronco e ramal, obtêm-se os atributos CT (Comprimento do Condutor Tronco) e CR (Comprimento do Condutor Ramal) através da soma dos comprimentos dos trechos de cada tipo, em km. Para calcular o atributo RT (Resistência do Condutor Tronco), como pode haver mais de um tipo de cabo no mesmo alimentador que compõe os trechos definidos como tronco pela regra supracitada, é proposto, conforme equação a seguir, adotar a média da resistência ponderada pelo comprimento dos trechos classificado como tronco. . . (1) Onde é o comprimento dos trechos classificados como tronco em km; éa resistência dos trechos classificados como tronco em Ω/km; é o número de trechos classificados como tronco; e é o somatória dos trechos classificados como tronco.