ipen AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESTUDO COMPARATIVO DETERMINAÇÃO DE MÉTODOS DO TAMANHO DE DE PARTÍCULA CLAUDEMIR JOSÉ PARIN! Dissertação apresentada como parte dos requisitos para o b t e n ç ã o d o G r a u d e Mestre e m Ciências na Área de Tecnologia Nuclear - Materiais. Orientador: Dr. R i c a r d o M e n d e s L e a l São Paulo 2003 Neto INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E N U C L E A R E S Autarquia A s s o c i a d a à Universidade de S ã o Paulo ESTUDO C O M P A R A T I V O DE METODOS DE DETERMINAÇÃO DO T A M A N H O DE PARTÍCULA CLAUDEMIR JOSE PAPINI . . / ' . y Dissertação a p r e s e n t a d a c o m o parte d o s requisitos para o b t e n ç ã o d o Grau de Mestre e m Ciências na Área de Tecnologia Nuclear - Materiais Orientador: Ricardo M e n d e s Leal Neto São Paulo 2003 A meus pais, P a u l o (in m e m o r i a n ) e V a l n i c e CWÍSSÃO fimomi re mimih h\KmmP-\m AGRADECIMENTOS A o Prof. Dr. Ricardo M e n d e s Leal Neto, pelo seu apoio, orientação, confiança e amizade, sem o que este trabalho não teria sido realizado. A o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, I P E N , pela oportunidade de realização desta Dissertação de Mestrado. A o C N P Q , pelo apoio financeiro (bolsa) durante a realização deste trabalho. A o Prof. Dr. José Roberto Martinelli, pelo apoio e pela liberação da utilização do Laboratório de Análise Granulométrica do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM-IPEN). A lone Vidotto França e a Rosa Maria da Rocha, pelo auxílio no uso dos equipamentos do CCTM. A o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e ao M s c . Wagner Aldeia, pelo uso de u m de seus equipamentos de determinação d o t a m a n h o de partícula. A o Prof. Dr. Henrique Kahn, pelo apoio e liberação de alguns equipamentos do Laboratório de Caracterização Tecnológica do Departamento de Engenharia de Minas da Escola Politécnica da U S P ( L C T - E P U S P ) . A o Prof. Dr. Michelangelo D u r a z z o pela überação de equipamento de análise de i m a g e m do Centro de Combustíveis Nucleares ( C C N - I P E N ) , e a Gilberto H a g e Marcondes e Reinaldo Pereira da Costa pelo auxilio na realização destas análises. A Jonny Krepsky, pelo uso do equipamento de determinação do t a m a n h o de partícula do Laboratório de Agroquímicos da Basf S/A e pela doação do padrão de microesferas de vidro. A Dario B o n n a Júnior da empresa Micronal S/A, pela utilização de u m dos equipamentos de t a m a n h o de partícula usados neste trabalho e pela doação do padrão trimodal. CmSSkO MACiOMAL D£ EMER6IA MU'aB\R/SP-lPEN A Celso Vieira de Morais, Nildemar Aparecido Messias Ferreira e Rene R a m o s de Oliveira, pela realização das análises de microscopia eletrônica de varredura ( M E V ) e de transmissão ( M E T ) e pelas análises de área de superficie específica. A W a l t e r Kenji Yoshito, pelo auxilio nas análises de potencial zeta. A Felipe Bonito Jaldim Ferrufino e a Jorge Clementino dos Santos, pelas anáfises de densidade por picnometria de hélio. A o Prof. Dr. Douglas Gouvêa, pela assistência nos estudos de dispersão. A L u c i a n a Ghussn pelas inúmeras conversas e discussões a respeito d o trabalho, a l é m d o treinamento para a utilização d o equipamento Cillas. A o s amigos, Fabiana Buracovas, Glauson Aparecido Ferreira M a c h a d o , Hebert Jakstas Toth, Leonardo Lima, José A. Pereira, Valeria de Sá Gonçalves e Walter Ussui pelo incentivo e convivio sempre b e m - h u m o r a d o nos laboratórios. À m i n h a esposa Sflvia e ao m e u filho Leonardo, pela c o m p r e e n s ã o nos m o m e n t o s de ausência e de presença mal-humorada. A todos que direta ou indiretamente colaboraram na realização deste trabalho. ESTUDO COMPARATIVO DE MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DE PARTÍCULA Claudemir José Papini RESUMO Neste trabalho são apresentados e discutidos os resultados de análises de t a m a n h o de partícula de três materiais diferentes (microesferas de vidro, alumínio e alumina). Inicialmente, o efeito das condições de dispersão nas medidas da alumina foi estudado, uma vez que este p ó possui as partículas mais finas. Á g u a deionizada pura e c o m aditivos (ácido cítrico e D u r a m a x D-3005®) foi empregada c o m o líquido dispersante. O tempo de aplicação de ultra-som t a m b é m foi variado. Três técnicas foram usadas para medir o tamanho de partícula: microscopia quantitativa ou análise de i m a g e m , sedimentação gravitacional e espalhamento de laser c o m a utilização de quatro equipamentos. A s microesferas de vidro, adotadas c o m o intuito de evitar erros devidos à suposição de esfericidade assumida pelas técnicas, foram consideradas c o m o amostras de referência. Alguns padrões comerciais t a m b é m foram analisados. Os resultados demonstraram que a ação eletroestérica do D u r a m a x D-3005® é mais eficiente que a força eletrostática do ácido cítrico (que depende do potencial zeta ou, por conseqüência, do p H da suspensão). A aplicação do ultra-som, e m b o r a seja muito útil para separar os aglomerados, não foi suficiente para assegurar u m a dispersão ideal. A análise de i m a g e m mostrou-se realmente importante c o m o ferramenta de auxflio na avaliação das partículas. A técnica de sedimentação, e m b o r a seja menos reprodutiva e mais d e m o r a d a e trabalhosa, apresentou bons resultados para todos os tipos de pós. Os equipamentos de espalhamento de laser forneceram resultados diferentes para o m e s m o material. As discrepâncias foram maiores para o pó fino de alumina, fato que foi devido essencialmente às diferenças nos limites de detecção e nos projetos dos equipamentos. C O M P A R I S O N STUDY O F P A R T I C L E SIZE MEASURING M E T H O D S Claudemir José Papini ABSTRACT In this w o r k the results from particle size measurements of three different powders (glass beads, a l u m i n u m and alumina) are reported and discussed. At first, the effect of dispersion conditions on the measurements was studied for the alumina powder since it contains the finest particles. Distilled water was used as dispersant liquid in the pure state and with additives (citric acid and D u r a m a x D-3005®). The time of ultrasound application was also varied. The dispersion condition w a s evaluated through zeta potential. Three techniques were applied to measure the particle size: quantitative microscopy or i m a g e analysis, gravitational sedimentation and laser scattering, the last one being carried out on four equipments. Glass beads (spherical particles), utilized in order to avoid mistakes due to the assumption of spherical shape b y the particle sizing techniques, were considered the reference sample. S o m e commercial standards were also analyzed. It w a s found that the electrosteric action of the D u r a m a x D-3005® is more efficient, than citric acid's electrostatic force (which depends on zeta potential or, consequently, on p H of the suspension). A l t h o u g h useful to separate agglomerates, the ultrasonic application w a s not good enough to assure an optimal dispersion. Image analysis is really important as an auxiliary tool in the particle evaluation. Sedimentation technique; despite being hard to w o r k with, slower and less reproductive than the others, still showed good results for all kinds of p o w d e r s . Laser scattering equipments gave different results for the same material. T h e discrepancy was higher for the fine alumina powder and it was mainly d u e to differences on detection limits and design of the equipments. CtMSSAO nmomi D€ B / E R G I A NfJCLi5\R/SP-IPEN SUMÁRIO Página 1 INTRODUÇÃO 9 1.1 A importância da tecnologia do pó 9 1.2 A importância da caracterização para a tecnologia do pó 10 1.3 Objetivo 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 13 2.1 Análise do tamanho de partículas 13 2.1.1 Preparação das amostras 16 2.1.1.1 A m o s t r a g e m 17 2.1.1.2 Dispersão 18 2.2 Técnicas de análise de tamanho de partícula 19 2.2.1 Microscopia 19 2.2.1.1 Análise de i m a g e m e tipos de microscópios 21 2.2.2 Espalhamento (ou difração) de luz 21 2.2.3 M é t o d o da sedimentação gravitacional (lei de stokes) 23 2.3 C o m p a r a ç ã o entre as técnicas de análise de tamanho de partícula 25 3 MATERIAIS E MÉTODOS 36 3.1 Materiais particulados utilizados 36 3.1.1 Esferas de vidro 37 3.1.2 Alumínio 37 3.1.3 Alumina 38 3.1.3.1 Dispersão 38 3.2 Procedimentos de anáhses 40 3.2.1 Análise de i m a g e m 40 3.2.2 Sedimentação 43 3.2.3 Laser 44 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 46 4.1 Esferas de vidro 46 4.1.1 Análise de i m a g e m 46 4.1.2 Sedimentação 53 4.1.3 Laser 56 OMSSÂO miorni DÊ EMERÔIA NUaE/ÁP7SP-IPEÍ^ 4.1.4 C o m p a r a ç ã o entre as técnicas 56 4.2 Alumínio 71 4.2.1 Análise de i m a g e m 71 4.2.2 Sedimentação 78 4.2.3 Laser 79 4.2.4 C o m p a r a ç ã o entre as técnicas 82 4.3 A l u m i n a 84 4.3.1 Dispersão 84 4.3.2 T a m a n h o d e partícula 97 4.3.2.1 Análise de i m a g e m 97 4.3.2.2 Sedimentação 102 4.3.2.3 Laser 103 4.3.2.4 C o m p a r a ç ã o entre as técnicas 109 5 CONCLUSÕES 116 5.1 Dispersão 116 5.2 Comparação entre as técnicas 117 6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 118 APÊNDICE 119 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 122 1. I N T R O D U Ç Ã O 1.1. - A i m p o r t â n c i a d a tecnologia d o p ó As origens da tecnologia do pó confundem-se com os primórdios da civilização h u m a n a (Goetzel, 1949). D e s d e então, ela t e m evoluído de maneira lenta, porém ininterrupta. N o decorrer dos milênios, a maioria dos metais e quase todas as peças cerâmicas foram primeiramente feitas a partir de pós. Entretanto, apenas há p o u c o mais de um século é que a tecnologia do pó se t o m o u u m a técnica de produção industrial. Durante as últimas décadas, verificou-se um amplo progresso técnico denotado pela disponibiUdade de u m a série de produtos, tais como filamentos de tungsténio para iluminação elétrica, compósitos de elevada dureza, empregados e m ferramentas de corte de peças metálicas sob altas velocidades, ímãs permanentes, combustíveis nucleares, b e m c o m o pela melhoria de custo associada à p r o d u ç ã o de peças produzidas em larga escala, notadamente n a indústria automotiva e eletrônica. A propósito, o mercado de automóveis representa indubitavelmente a grande força motriz para o crescimento da tecnologia d o p ó . As grandes montadoras de automóveis estão especificando cada vez mais peças obtidas por tecnologia do pó, aplicadas e m novos motores e sistemas de transmissão. A busca pela melhoria da eficiência dos motores e pela redução das emissões de escapamento, por e x e m p l o , levaram ao recente desenvolvimento da injeção direta de gasolina, o q u e aumentou a d e m a n d a p o r peças produzidas por tecnologia do p ó . O controle de injeção é muito importante nestes motores e o controle elétrico d e aceleração possui várias pequenas engrenagens produzidas por tecnologia do pó (Fujiki, 2001). A tecnologia d o pó tem desempenhado u m papel de importância crescente n a tecnologia m o d e m a . Isto se deve tanto ao seu potencial de conservação de energia e d e materiais, quanto à sua capacidade de produzir materiais que, de outro m o d o , seriam processados a u m custo maior e ou c o m qualidade inferior. As cerâmicas ditas avançadas, enquanto c a m p o de pesquisa tecnológica, t ê m desenvolvimento relativamente recente quando comparada à metalurgia do pó. A expansão observada nesta área foi tão proeminente, que m e s m o o c a m p o da condutividade elétrica, domínio tradicional dos metais, tem sido compartilhado pelos supercondutores cerâmicos de alta temperatura. ttmsffí m:\omi x mmA nuammp-PEU 10 o interesse pela nanotecnologia v e m aumentando e m m u i t o o c a m p o de aplicação da tecnologia d o p ó . A premissa é que todo material, quer seja metálico, cerâmico, polimérico, semicondutor, vidro, compósito, etc, p o d e ser sintetizado para formar estruturas d e blocos em nanoescala. Estes blocos tipicamente p o s s u e m t a m a n h o m e n o r que 100 n m (Davies, 2001), cujas aplicações possíveis incluem: aumentar espetacularmente a capacidade d e armazenamento e processamento de dados dos computadores; criar novos m e c a n i s m o s para entrega de medicamentos, mais seguros e m e n o s prejudiciais ao paciente; criar materiais mais leves e mais resistentes para prédios, automóveis, aviões, etc (da Silva, 2002). C o m isso, até m e s m o aplicações magnéticas, eletrônicas, biológicas e farmacêuticas estão sendo alcançadas pela tecnologia de partículas. A l é m da d e m a n d a crescente por produtos c o m d e s e m p e n h o superior contendo especificações cada vez mais restritas, o desenvolvimento da tecnologia do p ó t e m sido impulsionado processamento pela evolução de pós verificada (Kaiser, 1993) nos equipamentos como, por e técnicas exemplo, a de síntese atomização e gasosa (atomizadores), a m o a g e m de alta energia (moinhos), a mecanosíntese, a síntese por combustão, o "spray drying", a compactação hidráulica uniaxial e a compactação isostáüca a fiio e a quente (prensas), a m o l d a g e m p o r injeção (extrusoras), a conformação por "spray", a sinterização e m temperaturas elevadas sob atmosfera controlada (fomos, sistema de vácuo), etc. P a r a o futuro, as expectativas são de q u e os materiais gerados por tecnologia do p ó exerçam u m a função preponderante e m termos globais c o m o materiais de alto desempenho para aplicações críticas envolvendo produtos tecnológicamente avançados. Desta maneira, estar-se-á contribuindo para que a ciência e a tecnologia c u m p r a m o seu papel de prover a melhoria d o b e m estar da humanidade. 1.2. - A I m p o r t â n c i a d a caracterização p a r a a tecnologia d o p ó H á d o i s m o d o s n o qual as propriedades d e u m a peça obtida por tecnologia do p ó p o d e m refletir as características do p ó de origem (Bannister, 1973). N o primeiro caso, as propriedades resultam da interação entre as características d o p ó e a técnica de fabricação. Por e x e m p l o , pós finos geralmente permitem sinterização a temperaturas menores. Se assim for, os pós mais finos resultarão n u m a microestratura mais fina. Alternativamente, as propriedades d o p ó p o d e m influenciar as propriedades da peça fabricada a despeito da técnica d e fabricação. C o m o e x e m p l o , considere-se u m p ó c o m agregados persistentes, os 11 quais causarão u m a densificação não uniforme, conduzindo eventualmente à formação de vazios internos, o que limita a densificação e a resistência do material sinterizado. Obter e classificar u m pó com características adequadas a cada situação é a fase mais importante de qualquer processo baseado na tecnologia do pó. A distinção entre u m p ó adequado ou não, e m e s m o o controle da sua qualidade e do processo envolvido, requerem a caracterização química e física precisa c o m custos aceitáveis. A seguir, serão abordados apenas os aspectos referentes à caracterização física dos p ó s , escopo deste trabalho. U m dos requisitos fundamentais de qualquer pó, cerâmico ou metálico, é a sinterabilidade, aqui entendida c o m o a densificação que ocorre quando d o aquecimento a temperaturas abaixo da fusão. Dentre as características físicas que afetam a sinterabilidade, são relevantes o t a m a n h o da partícula, a área de superfície específica, o tamanho de cristalito, e e m m e n o r grau a densidade. Outra característica não tão significativa para a sinterabilidade é a forma da partícula. Partículas esféricas apresentam u m comportamento que pode ser previsível por modelos relativamente simples. Desvios da forma esférica ou formas difíceis de serem descritas por figuras geométricas simples t ê m u m desempenho mais difícil de ser previsto. Isso, no entanto, não elimina a necessidade d e caracterizá-la, pois a forma das partículas é u m indicador de reprodutibilidade de u m processo. Apenas para exemplificar o que foi dito, tome-se o caso do combustível nuclear fabricado no I P E N , para o reator l E A - R l . A concepção de combustíveis para reatores de teste de materiais M T R , baseia-se na dispersão de uma fase físsil dispersa numa fase n ã o físsil (dispersante). D a s várias características importantes, pode-se destacar duas (Leal Neto, 1989): a) F o r m a da partícula: As partículas esféricas são almejadas por atenderem às características de u m a dispersão ideal e por terem u m comportamento superior do ponto de vista de deformação mecânica. Durante a laminação das placas combustíveis, partículas esféricas têm m e n o r probabilidade de ruptura diminuindo os efeitos indesejáveis do "stringering" (alinhamento dos fragmentos de partículas). b) T a m a n h o de partícula O t a m a n h o de partícula determina a distância entre elas n u m a dispersão. A distância será m e n o r quanto menor o tamanho mantendo-se a fração volumétrica. Estabelece-se então u m limite inferior de tamanho, a fim de que as partículas guardem u m a CCMSSAO m\omi K M Ô I  I^UCLEAR/SP-IPHM 12 certa distância q u e assegure a estabilidade do combustível sob irradiação. O limite superior é determinado p o r razões de fabricação. D e qualquer forma, estabelece-se uma faixa d e tamanho que, n o caso, é estreita (44 a 88 fxm). Outro fator que t e m aumentado a importância da caracterização das partículas é a possibilidade d o m o d e l a m e n t o teórico de materiais. C o m o atual avanço nos computadores modernos, cada vez m a i s é possível a previsão teórica d o comportamento e das propriedades dos novos materiais almejados, o que diminui e facilita os procedimentos experimentais para o seu desenvolvimento (Davies, 2001). Para tanto, p o r é m , os dados e as informações que alimentam os modelos propostos d e v e m ter a maior exatidão possível, fazendo c o m que haja u m a maior necessidade n o aprimoramento dos equipamentos, métodos de análise e dos profissionais envolvidos nestes processos. Sobre este último aspecto, h á que se considerar t a m b é m q u e a d e m a n d a científica e tecnológica por novos materiais (notadamente e m nanotecnologia) tem provocado u m a síntese nos conhecimentos relacionados a todas as áreas relacionadas a materiais, incluindo ciência dos materiais, química, física, biologia, ciência dos coloides e de interfaces e engenharias. Tal fato t e m aumentado a dificuldade na compreensão dos fenômenos atuantes nestes materiais, exigindo a formação de grupos d e pessoas diferentes nas organizações d e pesquisas e o desenvolvimento de técnicas novas d e trabalho e d e caracterização de materiais (Davies, 2001). H á portanto, u m a necessidade crescente d a formação de profissionais altamente especializados n a caracterização e, principalmente, n a interpretação d o s resultados obtidos nestas caracterizações. E neste contexto que o presente trabalho se insere. 1.3. - Objetivo O objetivo é estudar alguns métodos de determinação do t a m a n h o de partícula (microscopia comparando quantitativa, os resultados espalhamento obtidos em de laser diferentes e sedimentação pós. Pretende-se gravitacional), aprimorar os conhecimentos relativos a cada u m destes métodos e avaliar suas vantagens, desvantagens, dificuldades e limitações. Espera-se c o m isso dar u m a importante contribuição para a melhoria do senso crítico de novos e antigos usuários, b e m c o m o de operadores dos equipamentos envolvidos. Os materiais utilizados são microesferas de vidro (utilizado com o intuito d e evitar erros devidos a suposição de esfericidade adotada pelas técnicas), pós de alumina e de alumínio, a m b o s c o m u m e n t e empregados e m tecnologia d o p ó . 13 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2 . 1 . - Análise d o t a m a n h o de partícula O conhecimento do tamanho e da distribuição d o tamanho de partícula é u m prérequisito fundamental para muitas operações d e p r o d u ç ã o e processamento envolvendo sistemas de materiais particulados. A distribuição do tamanho de partícula influi de maneira significativa e m várias etapas de produção (transporte, compactação, sinterização, etc.) e na microestrutura do material, afetando a resistência mecânica, a densidade e as propriedades térmicas e elétricas dos produtos acabados. Portanto a sua determinação é u m a etapa crítica e m todos os processos que de alguma maneira envolvam materiais na forma de pós. C a s o realizada incorretamente, p o d e m ser geradas perdas econômicas decorrentes de produtos de baixa qualidade e de altas taxas de rejeição (Jillavenkatesa et al., 2001). C o m o crescente aumento das aplicações de materiais particulados, diversas técnicas d e caracterização física de pós t ê m sido desenvolvidas. Especificamente para tamanho d e partícula, é grande a variedade de técnicas disponíveis. N a TAB.2.1 são apresentadas diversas técnicas (lacocca e G e r m a n , 1997) e na FIG. 2.1 estão as fziixas de tamanho e m que algumas delas são recomendadas (Vasconcellos, 2003). Estas faixas são aproximadas e referem-se a limites extremos de análise. D e p e n d e m d o material analisado e p o d e n d o variar significativamente entre diferentes equipamentos. A determinação de valores exatos de t a m a n h o de partícula é extremamente difícil e encontra obstáculos diferentes para cada u m a das técnicas. Por esta razão, para medidas d e controle de processo a reprodutibilidade passa a ser mais importante, p o r é m no desenvolvimento de novos produtos, a exatidão da análise pode ser fundamental (Alien, 1997). C o m o cada técnica de análise é baseada e m princípios físicos diferentes, os resultados obtidos por estas análises p o d e m t a m b é m ser diferentes. A l é m disso, os fabricantes de equipamentos de análise usam projetos de construção distintos, o que t a m b é m p o d e acarretar e m resultados diferentes m e s m o entre equipamentos que utilizam o m e s m o princípio físico básico (Jillavenkatesa, et al. 2 0 0 1 ) . 14 T A B E L A 2.1 - Técmcas de Análise d o Tamanho de Partícula (lacocca e German, 1997). Peneiramento Microscopia Quantitativa Espalhamento de luz; Turbidimetria (espalhamento d e luz de pequeno ângulo) Contadores ópticos de partículas Velocimetria Espalhamento de nêutrons/raios X Cromatografia por exclusão de tamanho; Cromatografia hidrodinâmica Fracionamento de campo de fluxo (FFF) FFF elétrico; FFF p o r sedimentação Sensoriamento d e zona elétrica Centrifligação/Ultra centriftigação/Sedimentação T e m p o de v ô o aerodinâmico BI-XDC BI-DCP Microscopia Óptica Microscopia Eletrônica Sedimentação Difração Fraunhoffer 0.U- 0.01 0.001 ni 10 1 >• Espalhamento de luz El«trozona Fotozona gHPr F I G U R A 2.1 - Técnicas de análise de tamanho de partícula c o m faixas limites de medidas. BI: Disco centrífugo ( D C P - detecção óptica; X D C - detecção p o r raios X). Fracionamento CHDF: por (Vasconcellos, 2003). COlfSSÂO M^iomi Oe Ef^RttA KUa^R/SP-!PEM capilar hidrodinámico 15 Outro fator de grande importância a ser considerado na determinação da distribuição do tamanlio de partícula é qual dimensão da partícula está sendo medida. U m a esfera p o d e ter o seu tamanho definido por um único valor: o diâmetro. Porém partículas com formatos irregulares necessitam de mais de uma medida para a quantificação do seu tamanho. Para expressar este valor em u m único número, normalmente adota-se o valor de uma esfera equivalente. Dependendo do que é medido (maior ou menor comprimento, volume, massa, área projetada, velocidade de sedimentação, etc.) o diâmetro desta esfera equivalente apresenta valores diferentes. A FIG 2.2 ilustra alguns dos diferentes diâmetros médios equivalentes que podem ser gerados a partir de um grão de areia com forma irregular (Rawle, 2002) e a FIG. 2.3 exemplifica algumas formas possíveis de partículas (Germán, 1994). Esfera de mesmo comprimento mínimo Esfera de mesma massa Esfera com o mesmo comprimento máximo 'min Esfera de mesmo volume Esfera com a mesma velocidade de sedimentação , H sed Esfera de mesma área de superñcie Esfera passante em igual abertura de peneira F I G U R A 2.2 - Diferentes diâmetros de esferas equivalentes gerados a partir de uma partícula irregular (Rawle, 2002). O diâmetro médio, porém, não pode ser apresentado como única informação referente ao tamanho do material particulado. C o m o já mencionado, deve-se informações diâmetros com respeito à distribuição granulométrica do pó, pois materiais médios idênticos podem apresentar diferentes distribuições. U m p ó , obter com por exemplo, c o m distribuição de tamanho de partícula entre 0,1 e 200 f^m e outro c o m partículas entre 10 e 100 \xm podem ter o mesmo diâmetro médio, mas o comportamento 16 destes pós durante o processamento, e as propriedades finais dos produtos gerados a partir de cada p ó serão completamente diferentes (Hausner, 1981). Os dados mais comumente usados são os gráficos de distribuição de freqüência acumulada e incrementai e os decis Dio, D50 e D90 que correspondem, respectivamente, aos valores que 10, 50 e 9 0 % da distribuição das partículas apresentam diâmetros menores. esférica angular arredondada ) gota cúbica ^%'<lr^ esponjosa ou ' porosa acicular cilíndrica figamental lamelar (flal^e) fibrosa poligonal agregado dendrítica F I G U R A 2.3 - Formas possíveis de partículas (German, 1994). 2.1.1 - Preparação das amostras A amostragem e a dispersão das amostras são etapas cruciais para uma análise representativa e reprodutiva do tamanho de partícula. É fundamental que se tenha u m a amostra que efetivamente represente o lote de material e que esta amostra esteja bem dispersa. 17 2.1.1.1 - A m o s t r a g e m N o r m a l m e n t e , ao se controlar u m a matéria-prima ou u m processo de produção, dificilmente é possível a análise da massa total utilizada. P o r isso, é necessária u m a retirada de amostras q u e representem, da melhor forma possível, o lote completo d o material a ser utilizado. A amostragem pode ser u m processo probabilístico ou não probabilístico. A m o s t r a g e m probabilística ocorre quando todos os elementos de u m lote t ê m a m e s m a probabilidade (diferente de zero) de serem escolhidos. Caso contrário, a a m o s t r a g e m será não-probabilística ou determinística. A a m o s t r a g e m probabilística é preferível (lacocca, 1998). Dois tipos de erros de amostragem são possíveis (Sommer, 1981): Erros devido à segregação de massa, que d e p e n d e m d o histórico d o p ó e p o d e m ser minimizados misturando-se apropriadamente o material, e colhendo-se a amostra por u m grande ntimero de incrementos. - Erros estatísticos q u e n ã o p o d e m ser previstos. M e s m o para u m a mistura de p ó s ideal, a igualdade de características de amostras de m e s m a m a g n i t u d e não é garantida, pois estas amostras estão sujeitas a flutuações aleatórias. Este é u m erro de amostragem que não p o d e ser suprimido e ocorre e m amostragens ideais. Tal erro p o d e ser previamente e s t i m a d o e reduzido pelo aumento d o t a m a n h o da amostra. Vários autores, c o m o Alien (1993) e Jillavenkatesa et al. (2001), descrevem diversas técnicas de amostragem. A T A B . 2.2 apresenta algumas destas técnicas c o m seus erros para u m a mistura d e areia grossa c o m areia fina. T A B E L A 2.2 - Confiabilidade dos métodos de a m o s t r a g e m para u m a mistura de areia grossa e fina (60:40) (Alien, 1993). Método Erro m á x i m o estimado (%) Pilha cónica 22,7 Amostrador tipo concha 17,1 M e s a de amostragem 7,0 Amostrador tipo Jones 3,4 Amostrador centrífugo 0,42 18 C o m o a amostragem é u m processo de seleção ao acaso, sempre haverá u m erro intrínseco ao processo. A escolha do m e l h o r m é t o d o e a definição de u m planejamento adequado de amostragem podem minimizar este erro, t o m a n d o a análise o mais representativa possível. 2.1.1.2 - D i s p e r s ã o Nas análises de t a m a n h o d e partícula a dispersão é m u i t o importante para q u e agregados ou aglomerados fracos não sejam interpretados c o m o partículas individuais (German, 1996). A l é m disso, pós b e m dispersos tendem a apresentar u m a maior estabilidade, o que m e l h o r a a reprodutibilidade da análise. Vários m é t o d o s p o d e m ser usados para a desaglomeração das partículas (banho ou sonda de ultra-som, agitação, e t c ) . Estes processos são utilizados para fomecer energia suficiente para separar partículas aderidas por forças superficiais. C o m o o ultra-som facilita o choque entre as partículas, esta energia p o d e t a m b é m provocar a aglomeração e m alguns materiais (se as partículas apresentarem forças de atração). Pós finos, c o m partículas de dimensões coloidais (entre 1 \Lm e 0,001 | l m ) , apresentam u m a forte tendência à aglomeração, permanecendo unidos por atrações de origem eletrostática. Q u a n d o estas partículas são colocadas e m u m m e i o líquido, sua elevada área de superfície específica acentua a atuação das forças superficiais, afetando diretamente o estado de dispersão das partículas (Oliveira et al., 2000). Para evitar a aglomeração destas partículas, é necessário q u e haja no sistema forças de repulsão que superem as forças de atração. Estas forças de repulsão p o d e m ser criadas, basicamente, p o r m e i o d o desenvolvimento d e cargas elétricas nas partículas - devido à interação entre sua superfície e o m e i o líquido, formando a dupla camada elétrica (estabilização eletrostática) - e/ou pela adsorção superficial de polímeros de cadeias longas que i m p e d e m mecanicamente a aproximação das partículas (estabilização estérica) (Ohveira et al., 2000; G o u v ê a e M u r a d , 2001) O estado de dispersão de u m a suspensão pode ser controlado pelo potencial elétrico da superfície das partículas e pela espessura da dupla camada elétrica composta pelos íons de cargas opostas àquelas da superfície (contra-íons). O estudo do potencial de superfície é feito por m e i o da determinação d o potencial zeta que corresponde ao potencial elétrico no plano de cisalhamento (limite de separação entre os contra-íons que c o n s e g u e m ou não se manter ao redor da partícula e m m o v i m e n t o , devido à aplicação de u m c a m p o elétrico) (Pugh e Bergstrom, 1994). A estabilização eletrostática d e u m a suspensão p o u c o CCMSSAO Hmo^i 0£ mERQA i«JCL0\R/5P-!PEM 19 concentrada é assegurada a partir de u m potencial de aproximadamente 2 0 m V , e m m ó d u l o , à temperatura ambiente (Gouvêa e M u r a d , 2001). Alguns equipamentos p o s s u e m acessórios que p e r m i t e m a realização das análises a seco (por fluxo d e ar). Este procedimento é a d e q u a d o para partículas que se dispersam c o m facilidade e n ã o apresentam a possibilidade de se fragmentar pelo atrito causado pelo fluxo de alta velocidade. D e v e ser u s a d o preferencialmente quando há dúvidas quanto à solubilidade e/ou estabilidade da dispersão líquida ou quando o usuário apenas pretenda usar o p ó e m m e i o seco (Pugh, 1997). Quanto mais fino o pó, maior será a dificuldade de análise por fluxo de ar devido a sua tendência d e aglomeração. Partículas m u i t o grossas (> 1 m m ) , ou m u i t o densas, t a m b é m são difíceis de serem analisadas a seco, necessitando d e u m dispositivo d e queda livre. Materiais tóxicos, perigosos, venenosos ou explosivos d e v e m ser analisados por via únüda, pela maior facilidade de descarte (Kahn, 2000). 2.2 - T é c n i c a s d e análise de t a m a n h o de partícula A multiplicidade d e técnicas d e análise é m u i t o grande, c o m o j á foi m e n c i o n a d o anteriormente. Apenas três serão estudadas neste trabalho, escolhidas devido ao seu fácil acesso e por serem técnicas b e m populares (exceto microscopia que foi usada c o m o m é t o d o de referência). A s descrições resumidas destas técnicas são apresentadas seguir. 2.2.1 - M i c r o s c o p i a A microscopia é a única técnica de m e d i d a direta. Por esta razão é freqüentemente utilizada c o m o m é t o d o padrão (lacocca e German, 1997). É possível a realização de m e d i d a s relativas não só ao t a m a n h o , mas t a m b é m à forma das partículas, fornecendo u m a quantidade m a i o r de informações d o que as outras técnicas convencionais (King, 1984). Para a observação ao microscópio, as partículas são depositadas sobre u m a lâmina, n ã o havendo a necessidade d e embutimento. Q u a n d o partículas não esféricas são observadas por m e i o de u m microscópio, vários m é t o d o s p o d e m ser utiüzados para o seu dimensionamento, resultando e m valores diferentes e m termos de u m a partícula esférica equivalente. Estas medidas (FIG. 2.4) incluem (Kaye, 1998): - D i â m e t r o de Feret (F): O m á x i m o c o m p r i m e n t o de u m a partícula m e d i d a e m u m a direção fixa (distância entre tangentes). D i â m e t r o de Martin ( M ) : O c o m p r i m e n t o da linha que bissecciona a área d a i m a g e m da partícula s e n d o todas as partículas medidas e m u m a m e s m a direção. 20 Diâmetro da área projetada (da): O diâmetro d e u m círculo c o m a m e s m a área da i m a g e m bidimensional d a partícula. D i m e n s ã o mais longa: O diâmetro de Feret m á x i m o de cada partícula e m qualquer direção. Diâmetro do perímetro (dp): O diâmetro de u m círculo c o m o m e s m o perímetro da partícula. Intercepto horizontal m á x i m o : O c o m p r i m e n t o da maior corda inserida n a partícula em u m a direção fixa. F I G U R A 2.4 - Métodos de m e d i d a d e t a m a n h o d e partícula c o m formato irregular (Kaye, 1998) As imagens projetadas nos microscopios são bidimensionais e dependem da orientação das partículas (Turbitt-Daoust et al., 2000). Partículas e m u m a orientação estável tendem a apresentar sua área m á x i m a , fazendo c o m q u e as medidas realizadas por microscopia t e n h a m valores maiores do que aqueles apresentados por outros métodos, ou seja, as menores dimensões das partículas são desprezadas. U m a única partícula irregular tem u m grande número de dimensões lineares, por isso, se u m dimensionamento for realizado aleatoriamente, esta m e d i d a dependerá da orientação d a partícula na lâmina do microscópio. A s medidas q u e são dependentes d a orientação são c h a m a d a s de diâmetros estatísticos, aceitos apenas q u a n d o o n ú m e r o d e determinações p o d e representar u m a distribuição e quando a orientação é aleatória, isto é, a distribuição de diâmetros medidos e m u m a direção deve apresentar a m e s m a distribuição de t a m a n h o q u a n d o medida e m outra direção. Os diâmetros estatísticos aceitáveis são: o diâmetro de Martin (M), o de Feret (F) e o d a área projetada (da) (Allen,1997). R e c o m e n d a ç õ e s , limitações e fontes d e erro: • o n ú m e r o de partículas analisadas deve ser representativo estatisticamente. Por e x e m p l o , u m a única partícula d e 10 ^ m equivale a mil partículas de 1 \im, em análises c o m base e m volume; • e m análises de pós c o m u m a faixa de t a m a n h o m u i t o extensa, as partículas de m e n o r 21 t a m a n h o t e n d e m a ser ignoradas. • as análises por microscopia d e m a n d a m u m t e m p o maior que as outras técnicas convencionais, além de exigir u m a cuidadosa preparação de amostra. • as leituras são realizadas em duas dimensões, sendo a m e n o r dimensão n o r m a l m e n t e desprezada. • as análises d e p e n d e m da habilidade e experiência d o operador e da correta calibração d o aumento do microscópio. 2.2.1.1 - Análise d e i m a g e m e tipos de microscópios C o m o as partículas são em grande n ú m e r o e medidas individualmente, esta técnica requer a análise d e u m n ú m e r o de partículas estatisticamente significativo, o que t e m d e m a n d a d o a utilização de programas automáticos de análise de imagens (reaUzados c o m o auxílio de microcomputadores). Este processo inclui várias etapas: (1) formação imagem, (2) aquisição e digitalização da da imagem, (3) pré-processamento e realce, (4) segmentação, (5) pós-processamento, (6) realização das m e d i d a s (formato, t a m a n h o , contagem ou outro parâmetro selecionado) e (7) processamento, análise e apresentação dos dados. N a formação da i m a g e m p o d e m ser usados microscópios ópticos (luz refletida ou transmitida) ou eletrônicos (varredura ou transmissão). A s faixas d e tamanho apropriadas para cada tipo de m i c r o s c ó p i o são (Alien, 1997): - Óptico: 3 | i m a 1 m m . - Eletrônico de varredura: 2 0 n m a 1 n m i . - Eletrônico de transmissão: 2 n m a 1 \Lm. N o r m a s aplicáveis: A S T M E 1 7 5 - 8 2 (1995), A S T M E 7 6 6 - 9 8 (1998), B S 3 4 0 6 : Part 4 (1998), N F X l l - 6 6 1 , N F X I 1 - 6 9 6 , I S O / C D 13322 (1996) (Jillavenkatesa et al., 2001). 2.2.2 - E s p a l h a m e n t o (ou difração) d e luz Faz parte d e u m conjunto de técnicas, onde as partículas são dispersas n u m fluído e m m o v i m e n t o . A s partículas de p ó c a u s a m descontinuidades n o fluxo do fluído, q u e são detectadas por u m a luz incidente, e correlacionadas com o t a m a n h o de partícula. A o atingir u m a quantidade d e partículas, a luz incidente sofre u m a interação segundo diferentes fenômenos (difração, refração, reflexão e absorção) (Hildebrand, quatro 1999) formando u m invólucro tridimensional de luz (FIG. 2.5). O formato e o t a m a n h o deste 22 invólucro é afetado pelo índice de refração relativo da partícula no meio dispersante, pelo comprimento de onda da luz e pelo t a m a n h o e formato da partícula. Detectores estrategicamente posicionados m e d e m a intensidade e o ângulo da luz espalhada. O sinal dos detectores é então convertido para a distribuição de tamanho de partícula através de algoritmos matemáticos (AUen, 1997). O conceito fundamental desta técnica é a teoria de espalhamento M i e que apresenta u m a solução matemática para o espalhamento de luz incidente sobre partículas esféricas (Pohl, 1998) e pode ser aplicada para partículas c o m diferentes formatos e razões de aspecto. Para a sua aphcação, porém, é necessário u m conhecimento prévio dos índices de refração do material que está sendo analisado e do m e i o em que ele se encontra. Detector de multi-angulü Luz difratada Feixe de laser (a) (b) F I G U R A 2.5: Interação d o raio de luz c o m u m a partícula esférica, (a) ângulos difratados determinados pelo t a m a n h o da partícula e (b) u m padrão de difração (AUen, 1997). N o s casos e m que as partículas são opacas e maiores q u e o comprimento de o n d a da luz, pode ser usada a aproximação de Fraunhofer (também c h a m a d a de teoria de difração de Fraunhofer). O t a m a n h o de partícula altera a intensidade e o ângulo do feixe de luz espalhado. C o m a utilização de luz monocromática (coerente), ou seja, laser, o ângulo de espalhamento é inversamente proporcional ao diâmetro da partícula (assume-se a forma esférica). O menor tamanho d e partícula passível de detecção deve ser pelo m e n o s duas vezes o comprimento de onda do laser. A limitação do tamanho m á x i m o surge do fato de que o ângulo do feixe difratado se t o m a muito próximo daquele de u m feixe não espalhado. A faixa típica de trabalho vai de 0,1/1 a 200/300 [im, p o r é m o seu uso é mais difundido para partículas maiores que 1 [im ou 2 | i m (Jillavenkatesa et al., 2001). N a F I G 2.6 estão representadas as interações da luz c o m u m a partícula e os modelos adotados c«5SÂo miomi EMEHQA MJCLSWSP-IPEN 23 para cada caso (Puckhaber e Röthele, 1999). Fraunhofer partícula difração laser absorção refração reflexão Mie F I G U R A 2.6: Interação física entre a luz e a partícula (Puckhaber e Rõthele, 1999). Recomendações, limitações e fontes de erro: • p ó s finos, quando é usada a teoria Mie, exigem o conhecimento ou a determinação dos índices de refração real e imaginário do meio e do material a ser analisado; • partículas não esféricas são medidas em todas as orientações, causando um alargamento na distribuição de tamanhos; • deve ser usada uma baixa concentração da amostra, para evitar o espalhamento múltiplo do laser (Guardani, 2002); • partículas com a superfície muito rugosa tendem a apresentar u m aumento na faixa fina da distribuição; • o projeto do equipamento (por exemplo: fontes de laser c o m diferentes comprimentos de ondas, quantidade e disposição de detectores de laser) e o cálculos teóricos adotados influenciam nos resultados obtidos (Jillavenkatesa, et a l , 2001). N o r m a s apücáveis: A S T M B822-97 (1997), A S T M E1458-92 (1992), BS 3406: Part 7 (1998), ISO/FDIS 13320 (1999) (Jillavenkatesa et a l , 2001). 2.2.3 - M é t o d o d a s e d i m e n t a ç ã o g r a v i t a c i o n a l (Lei d e Stokes) F uma técnica de medida baseada na lei de Stokes da fluidodinámica, onde as partículas do p ó , dispersas num fluído (líquido ou gasoso), sofrem decantação pela ação da gravidade. A lei de Stokes estabelece que, em baixas velocidades, a força de atrito F ("drag force") num corpo esférico, se movendo com velocidade v constante através de um fluído, é proporcional ao produto da velocidade v, da viscosidade y\ do fluído e do diâmetro D da esfera. A velocidade com que a partícula se move é resultante do equihl^rio entre as forças 24 de atrito e de e m p u x o , que agem n o sentido oposto ao m o v i m e n t o , e a força p e s o (FIG. 2.7). Se a altura H e o tempo t de decantação são conhecidos, o diâmetro D da partícula pode ser expresso c o m o : D = { 1 8 H r i / [ g t ( p „ , - p f ) ] } 1/2 (1) onde g é a aceleração d a gravidade, Pm é a densidade da partícula e pf é a densidade do fluido. empuxo e atrito F r = 3 7 1 D TI V F i = 7cD^(pB,-Pf)/6 força peso F I G U R A 2.7 - Equilibrio de forças durante a sedimentação d e u m a partícula e m u m fluido N e w t o n i a n o c o m fluxo laminar (Reed, 1988). H á várias técnicas de sedimentação. A mais c o m u m é a c h a m a d a turbidimetria de luz ou de raios X. A técnica inicia-se c o m a suspensão (dispersão) de u m p ó n u m líquido. A suspensão é colocada n u m a célula de vidro para decantar. U m feixe colimado de luz ou d e raios X é direcionado sobre a célula n u m a altura conhecida. N o inicio d o ensaio, as partículas de todos os t a m a n h o s estão h o m o g e n e a m e n t e distribuídas e m todo o v o l u m e da célula. À m e d i d a q u e a sedimentação ocorre, as partículas maiores d e c a n t a m mais rapidamente que as m e n o r e s . A intensidade do feixe transmitido (que atravessa a célula) é alterada (aumentada) e proporcional à superfície projetada (luz) ou à m a s s a dãs partículas 25 (raios X) de p ó ainda em suspensão (German, 1994). R e c o m e n d a ç õ e s , limitações e fontes de erros: • dificuldades para análises de misturas de pós c o m partículas d e diferentes densidades; • partículas m u i t o pequenas (< 1 |im) (Ferraris et al., 2002) p o s s u e m u m a velocidade muito baixa de decantação e estão sujeitas ao movimento B r o w n i a n o e não sedimentam de acordo c o m a lei de Stokes; • partículas muito grandes ou m u i t o pesadas violam a lei de Stokes, pois a velocidade de decantação n ã o é mais controlada pela viscosidade d o líquido. N a verdade, a lei não é mais válida quando o n ú m e r o d e Reynolds, R N , se t o m a m a i o r d o que 0,2 ( R N = V D pf / • turbulência e correntes de convecção n o fluído alteram a velocidade de sedimentação; • a porosidade reduz a velocidade de decantação das partículas, que são portanto confundidas c o m partículas m e n o r e s (o t a m a n h o é subestimado); • partículas de forma irregular: p o d e m não ter u m a trajetória retilínea; • variações de temperatura alteram a viscosidade e a densidade do fluído, alterando o equilíbrio do sistema. N o r m a s aplicáveis: A S T M B 7 6 1 (1998), A S T M C 9 5 8 (1997), B S 3406: Part 2 (1998), ISOAVD 13317-1(1996), ISOAVD 13317-3 (1996) (Jillavenkatesa et al., 2001). 2.3 - C o m p a r a ç ã o entre a s técnicas de análise de t a m a n h o d e partícula C o m o cada téciúca utiliza princípios de análises distintos, t o m a n d o os resultados obtidos diferentes (em função d a forma das partículas e dos algoritmos matemáticos utilizados) h á u m a necessidade de adaptá-los para que u m a c o m p a r a ç ã o ou u m a correlação dos resultados possa ser feita. Diversos trabalhos têm sido publicados neste sentido. A seguir serão apresentados, e m o r d e m cronológica, algumas destas principais publicações. Já n o final dos anos 6 0 (quando ainda n ã o havia equipamentos d e análise d e i m a g e m , e as análises por microscopia eram realizadas c o m m e d i d a s manuais), Hunt e W o o l f (1969) se preocuparam e m comparar os resultados de diferentes m é t o d o s (contador Coulter, peneiras eletroformadas, pipeta de Andreasen e decantação ao ar, além de medidores d e área de superfície específica - aparelho Lea-Nurse) c o m as análises realizadas p o r microscopia óptica. Para estas comparações os autores usaram contas d e vidro c o m diâmetros entre 5 e 3 0 ^im. 26 As análises mostraram microscopia e contador comparáveis com que Coulter, as diferenças entre os resultados obtidos aparato Lea-Nurse e pipeta de Andreasen as variações estatísticas inerentes aos próprios métodos. por foram Porém, p e q u e n o s desvios sistemáticos foram notados. Os resultados de sedimentação ao ar (analisador Roller) tiveram u m a b o a semelhança c o m a microscopia, embora o primeiro esteja sujeito a maiores incertezas do que os outros equipamentos estudados. As maiores diferenças entre os resultados c o m ocorreram entre a microscopia e as peneiras eletroformadas, que apresentaram maior quantidade de material passante do que o previsto pela distribuição por microscopia. A partir d a década d e oitenta, c o m o a u m e n t o d a automatização e d o número de técnicas e equipamentos disponíveis, surgiu u m maior interesse no estudo e na comparação dos resultados obtidos p o r estas novas e diferentes técnicas. Tausk et al. (1980) desenvolveram u m equipamento simples de determinação d e t a m a n h o de partícula por transmissão de luz para o estudo d e propriedades químicas de emulsões coloidais. Os resultados obtidos por este equipamento foram comparados c o m u m contador Coulter, que utiliza a técnica de sensoriamento de zona elétrica, e foto-sedimentação e apresentaram u m a b o a semelhança nos valores. Hostomsky et al. (1986) compararam as técnicas de microscopia, analisando pós de diferentes formas: prismas triclínicos de sulfato de cobre pentahidratado, cristais monoclínicos c o m formas de agulhas de ácido acetilsalicílico e p ó m o í d o de silicato de zircônio. Concluíram que, para a correlação dos resultados, há a necessidade de se adotar formas d e partículas mais parecidas c o m as originais, e m detrimento da forma esférica. Calculando-se o diâmetro de Stokes das partículas c o m estas formas, os resultados foram compatíveis. Davies e Collins (1988) analisaram quatro pós de boro de diferentes granulometrias e m equipamentos de espalhamento de laser ( M a l v e m Instmments System 2600D) e d e sensoriamento de zona elétrica (Coulter Electronics Ltda, Model T A ) . T a m b é m foram testados diferentes líquidos e métodos de dispersão. O espalhamento de laser apresentou valores aproximadamente 3 0 % maiores d o que o sensoriamento, fato que foi atribuído à falta de esfericidade das partículas. T a m b é m foram encontrados problemas de estabilidade d e dispersão e de reprodutibilidade de análise principalmente nos p ó s mais finos e de faixa d e t a m a n h o mais ampla. Isto foi atribuído à limitação dos instrumentos quanto à anáfise de faixas largas e/ou à baixa molhabilidade dos p ó s . Adições de agentes surfactantes, e m altas concentrações, m i n i m i z a r a m estes problemas. 27 Valery Júnior et al. (1990) c o m p a r a r a m os m é t o d o s de peneiramento, sedimentação (Sedigraph e Pipeta de Andreasen) e e s p a l h a m e n t o de luz ( M a l v e m e Microtac) e m diversos tipos de materiais com granulometrias e propriedades distintas (cimento, caulim, fosfato, biotita, galena e esferas de vidro) e concluíram que se p o d e obter resultados b e m diferentes para u m a m e s m a amostra, d e p e n d e n d o d o princípio físico do m é t o d o utilizado. Os autores r e c o m e n d a r a m então a utilização deste ou daquele m é t o d o d e p e n d e n d o do tipo de material a ser analisado, além da vinculação d o m é t o d o de análise à especificação granulométrica dos produtos. Davidson et al. (1992) estudaram u m a série de sete resinas de P V C pelos métodos de microscopia óptica (análise de i m a g e m ) , peneiramento, t e m p o de vôo aerodinâmico e contadores de partículas, e determinaram a importância e a utihdade da análise de i m a g e m na interpretação dos dados de t a m a n h o d e partícula o b ü d o s por outros métodos, principalmente no que c o n c e m e a resultados enganosos oriundos de aglomeração de partículas. Guardani et al. (1993) analisaram a distribuição granulométrica de pós com diferentes formas (catalizador F C C - forma elipsoidal; mica - lamelar e fosfogesso - acicular) pelas técnicas de difração de laser e análise de imagem (foram observadas, em média, apenas 600 partículas). Os autores c h e g a r a m às seguintes conclusões: H á uma tendência ao a u m e n t o da dispersão dos valores medidos por difração de laser c o m a diminuição da circularidade das partículas. O diâmetro medido por difração de laser de partículas n ã o esféricas não corresponde ao diâmetro de u m a esfera c o m o m e s m o volume, aproximando-se da m a i o r dimensão projetada da partícula. - Aparentemente, o diâmetro m e d i d o por difração de laser tende a representar o valor m é d i o para u m a partícula orientada aleatoriamente e m relação ao feixe de luz. Santos et al. (1993) estudaram a utilização do método de Saltykov n a a n á ü s e de tamanho de partícula em seções metalográficas polidas de microesferas de vidro utilizando análise de i m a g e n s . Este m é t o d o foi c o m p a r a d o c o m sedimentação e espalhamento de laser. Os autores concluíram que o m é t o d o Saltykov é oportuno e que a sedimentação apresentou resultados um pouco discrepantes e m relação às outras técnicas. A explicação para este fato foi atribuída à faixa que pode ser m e d i d a pelo aparelho (0,1 a 100 |i,m), implicando e m valores menores pois algumas partículas de valores maiores, que t ê m grande influência na distribuição em v o l u m e , não foram levadas e m conta. 28 A Sociedade de Tecnologia d o Pó do Japão tem se preocupado e m comparar princípios e equipamentos de análises desde a d é c a d a de 60. Três grupos de trabalho, denominados "Particle Size Analysis W o r k i n g G r o u p " (1961, 1983 e 1989), j á foram criados ( Y a m a m o t o e M a t s u y a m a , 1995). O s dois primeiros grupos estudaram partículas maiores que 1 |j,m, enquanto que o mais recente analisou amostras sub-micrométricas. Neste último trabalho, foram envolvidos 6 4 m e m b r o s de 2 2 universidades e institutos públicos de pesquisa, 15 usuários de empresas e 14 fabricantes e revendedores. T o d o s os m e m b r o s foram divididos e m dez grupos menores separados por princípio de análise, totalizando 33 equipamentos diferentes. Seis tipos de pós c o m u n s foram usados: dois abrasivos ( W A # 1 0 0 0 0 e W A # 8 0 0 0 ) , óxido de ferro ( F e 2 0 3 : a-hematita) e três tipos de sílica esférica m o n o d i s p e r s a c o m t a m a n h o m é d i o de partícula de aproximadamente 0,5, 0,9 e 1,4 (im. Para facilitar as comparações, os vários resultados obtidos foram classificados e m três grupos: a) características geométricas (métodos de sensoriamento de z o n a elétrica, de bloqueio óptico e análise de i m a g e m ) ; b) características dinâmicas (todos os métodos envolvendo sedimentação) e c) características ópticas (métodos de espalhamento e difração de laser e fotocorrelação). Devido ao número h m i t a d o de páginas do artigo, n ã o foram apresentados todos os d a d o s , sendo r e c o m e n d a d a a leitura da publicação original (Nikkan, 1994). M e s m o assim, c o m os resultados demonstrados, pode-se notar algumas observações interessantes: - Os equipamentos separados por características geométricas apresentaram • diferenças q u e variaram d e u m material para outro, fato atribuído ao p e q u e n o n ú m e r o de partículas m e d i d o (análise de i m a g e m ) e às diferentes condições de preparação d e amostra. Os equipamentos de sedimentação por raios X apresentaram u m a excelente reprodutibilidade, enquanto que a semelhança c o m os outros equipamentos de sedimentação apresentaram foi dependente melhor da semelhança granulometria: e nos pós mais pós mais finos as grosseiros diferenças aumentaram. N o caso d e sedimentação por extinção de luz, os autores ressaltaram a necessidade de u m a correlação do coeficiente de extinção para partículas sub-micrométricas, pois o t a m a n h o destas partículas é similar ao c o m p r i m e n t o de onda da luz visível. 29 - Os equipamentos de difração d e laser apresentaram as maiores diferenças (ainda mais acentuadas para os pós mais finos), demonstrando a influência do projeto d e construção d o equipamento, do software utilizado e dos índices de refração adotados (em alguns equipamentos n ã o foram utilizados índices de refração pois, na época d e realização das análises, esta opção não era disponível nestes equipamentos) nos resultados obtidos p o r esta técnica. O s autores ressaltaram ainda a necessidade da discussão entre os usuários das diversas técnicas. Etzer e Sanderson (1995), em u m primeiro estudo, analisaram quafro pós secos d e materiais diferentes (uma droga médica experimental, lactose de 2 0 0 m e s h , microesferas d e vidro d e 10 a 95 \xm e sflica gel de 100 a 2 0 0 mesh^). Os métodos de análise utilizados foram o t e m p o de vôo, sensor de zona óptica e três equipamentos diferentes de difração d e laser (baseados no modelo de difração Fraunhofer), além da análise de imagem (microscopia óptica). Os resultados indicaram q u e os vários instrumentos apresentaram u m a distribuição d e t a m a n h o de partícula significativamente diferente para o m e s m o material e que o m é t o d o q u e mais se aproximou dos resultados obtidos por microscopia foi o t e m p o d e v ô o (os resultados de microscopia foram tomados c o m o referência). O s pesquisadores o b s e r v a r a m ainda, que os três equipamentos diferentes d e difração laser, apesar de utilizarem o m e s m o método d e análise, n ã o apresentaram resultados semelhantes para os m e s m o s materiais. Etzer e D e a n n e (1997), n u m trabalho posterior, a partir dos m e s m o s pós, c o m p a r a r a m os resultados dos equipamentos de difração de laser, u s a n d o desta feita o m o d e l o de M i e na análise dos dados. O s resultados obtidos mantiveram as conclusões d o primeiro estudo, ou seja, o m é t o d o M i e n ã o foi capaz de corrigir as diferenças apresentadas entre as análises por difração laser e t e m p o de v ô o ou microscopia, por esta razão, os autores r e c o m e n d a m extrema cautela n o uso d e difração de laser para caracterizar pós finos. Barreiros et al. (1996) analisaram três p ó s d e diferentes formatos - contas d e vidro (esféricas), vidro m o í d o (moderadamente irregular) e mica (lamelar) - a fim de avaliar a influência da forma nos resultados das análises de t a m a n h o de partícula. Quatro técnicas de análise foram c o m p a r a d a s : difração de laser, sedimentação gravitacional, sensoriamento d e No artigo citado não há nenhuma referência a qual norma foi utilizada. 30 zona elétrica e microscopia. A s observações relatadas p o r estes autores são m u i t o interessantes: O diâmetro m é d i o e a distribuição de t a m a n h o das partículas esféricas (contas de vidro) não apresentaram diferenças significativas entre as diferentes técnicas. - Os pós irregulares (vidro m o í d o e mica) apresentaram diâmetro m é d i o e distribuição de tamanho diferentes d e p e n d e n d o d a técnica utilizada, sendo que n o p ó mais irregular (mica) as discrepâncias foram maiores. Para pós irregulares, a técnica de microscopia apresentou os maiores valores e as técnicas de sedimentação gravitacional e sensoriamento de zona elétrica resultaram nos menores valores obtidos, p o r é m semelhantes. Os valores da técmca d e difração de laser foram intermediários. Estas observações m o s t r a m claramente que os resultados obtidos pelas diferentes técnicas são fortemente afetados pelo formato das partículas. Um dado bastante contundente é que as diferenças nos valores de diâmetro m é d i o foram maiores que 2 0 0 % para as partículas lamelares, j u s t a m e n t e a forma que mais se afasta da esférica. K n õ s c h e et al. (1997) compararam os resultados obtidos pelo equipamento AcoustoSizer (Matee Applied Sciences), que trabalha c o m concentrações moderadas, c o m equipamentos de concentração mais diluída e m análises d e t a m a n h o d e partícula e de propriedades eletrocinéticas O s autores encontraram u m a alta reprodutibilidade nas análises elefrocinéticas de pós de alumina e titania, realizadas nos equipamentos E S A 8000 (Matee Applied Sciences), Zetamaster ( M a l v e m Listmments) e Particle Charge Detector 0 3 - p H (Mütek). C o m relação ao t a m a n h o de partícula, foram comparadas as seguintes técnicas e equipamentos: difração d e laser (Mastersizer S - Malvem Instruments), espalhamento dinâmico de luz (Ultra Fine Particle Analyser - Leeds and Northrup), sedimentação (Sedigraph 5000 D - Micromeritics) e microscopia eletrônica de varredura. O s pós utilizados foram: microesferas de sflica m o n o d i s p e r s a e titania. N a visão dos autores a concordância entre os resultados foi excelente. A p e n a s a técnica d e sedimentação apresentou valores maiores que as demais, fato que foi justificado pela diferente preparação de amostras. lacocca e G e r m a n (1997) analisaram diversos materiais (alumina, cobre, aço carbono, níquel, nitreto de silício, aço inoxidável, tungsténio e carbeto de tungsténio) a fim de avaliar os efeitos das características dos pós na determinação d o t a m a n h o de partícula. Várias técnicas diferentes de análise foram aplicadas: difração de raios laser c o m dispersão 31 via ú m i d a e seca, tempo de vôo aerodinâmico, sensoriamento de zona elétrica, espectroscopia de foto correlação e microscopia óptica (análise de imagem). A p ó s a avaliação dos dados obtidos, concluíram que a precisão e a reprodutibilidade dos resultados d e p e n d e m mais da correta dispersão dos pós d o que da técnica de m e d i d a usada: Pós b e m dispersos e c o m formas regulares apresentaram resultados semelhantes independentemente da técnica usada. Pós muito finos tendem a formar mais aglomerados o que dificulta a dispersão e, conseqüentemente, a análise do tamanho das partículas. N ã o há u m método "correto" para a medida do tamanho das partículas. O equipamento a ser usado deve ser escolhido com base nas características e aplicações dos pós e m particular. Kaye et al. estudaram o efeito da forma nos resultados das análises de t a m a n h o de partícula. F o r a m usados quatro pós metálicos c o m diferentes tamanhos e formas. E m u m primeiro trabalho (1997) foram comparadas as técnicas de peneiramento, análise de imagem e difratometria. Posteriormente (1999), foram utilizados, além da difratometria e da a n á ü s e de i m a g e m , equipamentos de espectrometria de aerossóis e sensoriamento de zona elétrica. Os autores ressaltaram que as diferenças entre os resultados obtidos d e p e n d e m da forma das partículas, além de que o tamanho médio determinado pelos vários métodos p o d e fomecer informações importantes a respeito da forma das partículas. H a y a k a w a et al. (1998) realizaram experiências visando a avaliação das condições de preparação das amostras nas análises de tamanho de partícula. Estudaram a desaglomeração de u m p ó de dióxido de titânio c o m o uso de almofariz e pistilo, o efeito do m e i o de dispersão d e u m material não óxido (nitreto de alumínio), utilizando etanol e água c o m hexametafosfato de sódio, e verificaram a influência das propriedades físicas (densidade e índices de refração) da amostra a partir de misturas de dióxido de ütânio c o m titanato de bário. As técnicas de análise de t a m a n h o de partícula foram a sedimentação monitorada por raios X (SediGraph 5100 - Micromeritics), a foto-sedimentação ( S A - C P 3 - Shimadzu e C A P A - 7 0 0 - Horiba) e a difração de laser (MasterSizer - M a l v e m , S A L D 2000 - Shimadzu e L A - 7 0 0 - Horiba). Segundo os autores: A operação de desaglomeração c o m almofariz e pistilo é efetiva. A distribuição do p ó desaglomerado é mais fina (manteve-se a m e s m a área de superfície específica) e mais estável. A l é m disso, com a desaglomeração diminuiu a diferença entre os resultados das várias técnicas de medida. COESÃO mmi a mum Huama/sp-iPEN 32 - O u s o do etanol é vantajoso c o m o m e i o de dispersão, apresentando u m a m e l h o r reprodutibilidade para as análises d o nitreto de aluminio. E m água, d e v i d o à reatividade d o pó, h o u v e a formação de bolhas. - As distribuições de t a m a n h o das misturas d e p ó s , analisadas pelos três diferentes m é t o d o s , não coincidiram c o m as distribuições calculadas a partir d a relação de m a s s a das amostras originais, reflexo d a influência da densidade nos resultados de sedimentação e do índice de refração nas análises por difração de laser. Entretanto, as distribuições obtidas c o m a técnica de sedimentação monitorada por raios X coincidem razoavelmente c o m a distribuição calculada c o m base n a razão de absorção de raios-X de cada amostra original, visto que a porcentagem de massa cumulativa neste m é t o d o é calculada c o m b a s e n a relação entre a razão de transmitância d e raios X e a concentração da suspensão, ambas dependentes dos materiais da amostra. C o m os m e s m o s pós d o estudo anterior foi realizado ainda u m estudo comparativo (round robin test) entre 33 organizações, envolvendo sete equipamentos de difração d e laser, cinco de foto-sedimentação, três de sedimentação por raios X , u m de obscurecimento de luz e u m de sensoriamento de zona elétrica. Os autores apenas apresentam os valores m é d i o s e os coeficientes de variação para cada técnica, não discutindo os resultados. Notase, n o entanto, q u e h á grandes diferenças entre as técnicas e q u e a difração d e laser apresentou os maiores coeficientes de variação. Os m e s m o s autores, e m u m outro trabalho (Naito et al., 1998), realizaram u m a série de análises, e m laboratórios e equipamentos diferentes, para investigar a influência da forma da partícula nos resultados das análises de distribuição de t a m a n h o de partícula. O s pós utilizados foram o óxido de alumínio e o titanato de bário, ambos c o m partículas poUgonais, o nitreto d e boro, constituído por partículas lamelares (flakes) irregulares (plano basal entre 1 e 10 | i m ) e o nitreto de silício c o m partículas na forma de (whiskers) fibras ciKndricas c o m comprimento de vários micra e largura de aproximadamente 1 |im. N o total, foram usados 12 equipamentos de difração d e laser, sete d e foto- sedimentação, três de sedimentação p o r raios-X, três de sensoriamento de zona elétrica e u m d e obscurecimento d e luz. As dispersões foram preparadas c o m base na m e d i d a d o potencial zeta das suspensões. C o m p a r a n d o - s e todos os resultados, os pesquisadores concluíram: 33 N a s m e d i d a s de partículas anisotrópicas, c o m o as lamelares e as cilíndricas, o efeito d a forma da partícula nas análises de t a m a n h o é muito maior do que n o caso das partículas poligonais. - A faixa da distribuição de t a m a n h o das técnicas de difração de laser e de fotosedimentação, é muito mais afetada pela forma da partícula do que nas técnicas de sedimentação e de obscurecimento de luz. A distribuição de tamanho de partículas anisotrópicas, segundo a técnica d e difração de laser, é mais larga e m razão da orientação dinâmica das partículas durante a análise. - O efeito da forma da partícula nas medidas pela técnica de sedimentação d e raios X é pequeno. N a s análises pelo m é t o d o de foto-sedimentação, o efeito da forma da partícula nos resultados é extraordinariamente grande na faixa mais grosseira da distribuição. Este fato se deve à orientação das partículas durante o estágio inicial d a sedimentação, que provoca u m a turbulência n o líquido, produzindo u m a flutuação na intensidade de luz transmitida. - O efeito da forma das partículas n ã o é claramente observado nas análises de obscurecimento de luz pois as partículas anisotrópicas são dispersas aleatoriamente pela agitação da suspensão. B o w e n et al (2002) a n a h s a r a m partículas anisotrópicas utilizando pós lamelares d e mica nas faixas de >100, 100-250, 250-400 e < 4 0 0 | i m (classificação realizada por m e i o de peneiramento p o r via úmida) e pós cilíndricos de oxalato d e cobre. As técnicas utiüzadas foram difração de laser ( M a l v e m Mastersizers E e S), fotocentrifugação (Horiba C A P A 700) microscopia óptica para a análise da m i c a (mais d e 2000 partículas medidas) e microscopia eletrônica de varredura para o oxalato de cobre (mais de 200 partículas avaliadas). Foi encontrada u m a b o a correlação entre os resultados d e anáUse de i m a g e m e foto-sedimentação para os pós ciKndricos de oxalato de cobre, enquanto que, para as lamelas de mica, os resultados de difração de laser foram semelhantes aos de análise d e imagem. O National Institute of Standards and T e c h n o l o g y (NIST) avaliou u m a série d e testes (patrocinados pela A S T M , a fim de se estabelecer u m a n o r m a ) , envolvendo 21 organizações, para u m a comparação de resultados de análise de t a m a n h o de partícula de quatro amostras d e cimento Portland (Ferraris et al., 2002). As técnicas utilizadas foram: 34 difração de laser c o m dispersão úmida e seca, sensoriamento de zona elétrica, microscopia eletrônica de varredura, sedimentação e peneiramento. Foram observadas grandes diferenças enfre os resultados de cada técnica. D u a s possíveis causas para estas diferenças foram propostas: O s participantes podem ter usado parâmetros (como índice de refração ou densidade) diferentes ou incorretos (estes parâmetros não foram padronizados). - A s condições experimentais (como m é t o d o d e dispersão) t a m b é m p o d e m ter variado d e u m participante para outro. C o m p a r a n d o - s e os vários métodos utilizados, as diferenças são ainda maiores e n ã o há u m a coerência nos resultados. Ou seja, para u m determinado p ó , por e x e m p l o , o sensoriamento de zona elétrica apresenta os maiores valores, enquanto q u e para outro p ó , esta técnica possui os menores resultados. Este fato foi ser observado e m todas as técnicas. C o m o objetivo de preparar padrões de referência para partículas, Yoshida et al. (2003) analisaram duas amostras de microesferas de vidro de diferentes tamanhos. U m a amostra de 1 a 10 \iin e outra de 10 a 100 | i m . A s técnicas utilizadas foram sensoriamento de z o n a elétrica (SD-2000; Sysmex), balança de sedimentação (KY-type Autosedi; Sankyo Piotech) e microscopia eletrônica de varredura ( J S M - 5 6 0 0 ; N i p p o n Electric). F o r a m analisadas m a i s d e 10.000 partículas. Os resultados obtidos por sensoriamento de z o n a elétrica foram semelhantes aos de microscopia, e n q u a n t o q u e a balança d e sedimentação apresentou desvios m á x i m o s de até 5 %. A partir deste levantamento b i b h o g r á ñ c o , percebe-se que a c o m p a r a ç ã o entre os diferentes m é t o d o s de análise de tamanho de partícula t e m sido objeto de trabalhos q u e r e m o n t a m h á várias décadas, porém o tema ainda é atual e bastante controverso. Enquanto e m alguns casos h o u v e u m a boa semelhança entre os resultados de técnicas diversas, e m outros h o u v e grandes disparidades. E m razão da grande diversidade de técnicas, equipamentos e materiais estudados, há u m c a m p o vasto de investigação, fértil de interrogações. A influência da forma das partículas está b e m irregulares forem as partículas, maiores serão as caracterizada: quanto mais discrepâncias enfre os resultados provenientes d e técnicas diferentes. Outro fator consensual e de grande importância é o estabelecimento de boas condições d e preparação das amostras (dispersão), pois d e outra maneira as bases de comparação serão m u i t o tênues. D e qualquer m o d o , a partir d o levantamento bibliográfico realizado, fica salientada a necessidade de u m profundo 3S conhecimento dos princípios de análise de cada técnica empregada, bem c o m o das características dos pós que se pretende analisar, quando a intenção for obter u m resultado confiável, preciso e reprodutivo. Tal aspecto não raro é negligenciado, tanto por usuários c o m o por operadores e responsáveis pelas análises, apesar da determinação do t a m a n h o ser u m a das medidas mais freqüentes n o âmbito da tecnologia de partículas. Comparar técnicas (mesmo q u e muitas vezes não seja possível a determinação de qual método fornecerá resultados mais fidedignos) é, portanto, u m exercício muito enriquecedor, por demandar u m aprofundamento das noções básicas operacionais dos equipamentos e técnicas, e t a m b é m oportuno, enquanto necessário para u m a correta avaliação das partículas de materiais diversos. cmssk) müom D£ mERQh NUCLEAR/SP-IPEN 36 3. M A T E R I A I S E M É T O D O S As técnicas e equipamentos de análise c o m p a r a d o s neste trabalho foram assim denominadas: a) Análise de imagem: Equipamento de microscopia óptica, composto por um microscópio de luz refletida e platina invertida O l y m p u s m o d e l o P M E 3 (adquirido e m 2000), acoplado a u m microcomputador e operado pelo software Buehler O n m i m e t Interprice. Foi usado t a m b é m o microscópio eletrônico de varredura m o d e l o X L 30 d a Philips (adquirido e m 1995). b) Sedimentação: E q u i p a m e n t o de análise por sedimentação gravitacional monitorada p o r turbidimetria de raios X , m o d e l o Sedigraph 5 1 0 0 (Micromeritics Instruments Coorporation - adquirido e m 1990). Faixa de medida: 0,1 a 3 0 0 ^im (diâmetro d e u m a esfera c o m a m e s m a velocidade de sedimentação). c) L a s e r A: Equipamento de análise por espalhamento de laser, m o d e l o Granulometer 1064 (Cilas, C o m p a g n i e Industrielle des Lasers - adquirido e m 1995). Faixa de medida: 0,04 a 500 (xm. d) L a s e r B : Equipamento d e análise p o r espalhamento d e laser, m o d e l o Mastersizer 2 0 0 0 ( M a l v e m Instraments - adquirido e m 2000). Faixa d e medida: 0,02 a 2 0 0 0 |im. e) L a s e r C : Equipamento de análise por espalhamento de laser, m o d e l o Mastersizer S ( M a l v e m Instruments - adquirido e m 98). Faixa de medida: 0,05 a 9 0 0 |im. TH f) L a s e r D: Equipamento de análise p o r espalhamento laser, m o d e l o L S 13 3 2 0 (Beckman Coulter Particle Caracterization - adquirido e m 2001). Faixa de medida: 0,04 a 2 0 0 0 ^im. O trabalho foi dividido e m três etapas, detalhadas a seguir: 1) determinação da distribuição de tamanho d e esferas de vidro; 2) determinação da distribuição de t a m a n h o de partícula de p ó de alumínio e 3) determinação da distribuição de tamanho de partícula de p ó de alumina. 3.1 - Materiais particulados utilizados Todas as técmcas d e análise de tamanho de partícula utilizadas assumem, e m seus algoritmos, a forma esférica. Para se evitar possíveis erros devidos a esta suposição foram realizadas análises c o m microesferas de vidro. Para comparar as técnicas c o m materiais d e 37 uso mais c o m u m , ou seja, com formas irregulares, foram utilizados dois pós de procedência e t a m a n h o diferentes: u m p ó metálico (alumínio) c o m t a m a n h o de partícula acima de 10 ^im, e u m p ó cerâmico (alumina) c o m t a m a n h o abaixo de 5 |xm. 3.1.1 - Esferas de v i d r o A s microesferas foram fabricadas pela empresa Potters Industrial Ltda c o m massa específica d e 2,4 g/cm^ (determinada pelo equipamento A c c u p y c 1330 da Micromeritcs Instruments Coorperation) e área d e superfície específica d e 0,52 m^/g determinada pelo m é t o d o B E T n o e q u i p a m e n t o A S A P 2 0 0 0 t a m b é m da Micromeritics.^ C o m o intuito de melhorar a qualidade destas esferas, foi executado u m tratamento que consistiu e m p e n e i r a m e n t o à seco e via ú m i d a e m m a l h a s Tyler 170 e 4 0 0 (abertura d e 90 | i m e 37 ^im respectivamente). A s esferas retidas e m m a l h a 170 e as q u e passaram pela m a l h a 4 0 0 foram excluídas. A p ó s este peneiramento as esferas foram lavadas c o m água e p e r m a n e c e r a m e m repouso por 24 h o r a s . A l g u m a s esferas continuaram e m suspensão após este período de decantação. Estas esferas foram separadas e descartadas pois possivelmente são ocas ou apresentam poros fechados que modificam a sua densidade e q u e p o d e r i a m provocar erros nas análises, n o t a d a m e n t e as realizadas pelo m é t o d o de sedimentação gravitacional. O procedimento de l a v a g e m e decantação foi repetido por três vezes, pois na terceira operação, a m a s s a de esferas sobrenadantes foi considerado desprezível. O ganho de qualidade alcançado nestes procedimentos foram avaliados p o r m e i o de microscopia eletrônica de varredura. A amostragem das esferas foi realizada c o m u m amostrador centrífugo (FIG. 3.1), separando seis zimostras. Para as análises foram utilizadas quatro destas amostras. 3.1.2 - A l u m í n i o O p ó de alumínio analisado foi de pureza comercial, produzido por atomização gasosa ( A L C O A , tipo 123). A massa específica deste p ó é 2,7 g/cm^ e a área de superfície específica é 6,6 m^/g. A amostragem deste p ó foi feita por quarteamento, e todas as análises foram efetuadas c o m u m a m e s m a amostra. ^ Estes equipamentos foram utilizados em todas as análises de massa específica e área de superfície específica realizadas neste trabalho. 38 F I G U R A 3.1 - Amostrador Centrífugo similar ao utilizado. 3.1.3 - A l u m i n a O pó de alumina de uso comercial utilizado foi a AlOOO-SG da Alcoa que apresenta área de superfície específica de 9,2 m^/g e massa específica de 3,91 g/cm^. Todas as análises foram realizadas e m uma amostra do material disperso em água e 0,04 mL/g de Duramax D-3005®. 3.L3.1 - Dispersão Como foi comentado anteriormente (item 3.1), o pó de alumina utilizado nas comparações apresenta uma distribuição granulométrica fina (abaixo de 5 \im). Para materiais com essa faixa granulométrica, há a necessidade de um estudo de dispersão mais específico, por isso foi avaliada a influência das condições de dispersão nas análises de tamanho de partícula. As condições de dispersão da alumina já são muito estudadas e bem conhecidas (Gouvêa e Murad, 2 0 0 1 ; Hidber et al., 1996; Studart et al., 1999), porém, em nenhum dos artigos encontrados, estas condições foram relacionadas a análises de tamanho de partícula. A fim de se estudar a influência da adição de dispersantes nas curvas de distribuição de tamanho de partícula, foram preparadas diferentes dispersões c o m água deionizada: uma dispersão sem adição de dispersante, duas dispersões com concentrações diferentes de ácido cítrico, 0,14 e 0,28 m g / m ' (miligramas de ácido cítrico por área de 39 superfície específica do pó) e u m a dispersão c o m 0,04 mL/g de dispersante Duramax D 3005® (sal de amónio de u m poli eletrólito), fornecido pela R o h m & Haas. O tempo de estabilização das dispersões foi de no mínimo 2 4 horas. Para facilitar a identificação, as amostras receberam respectivamente, as denominações de Pura ,14, 2 8 e Duramax. As condições de dispersão destas amostras foram estabelecidas a partir da determinação da cvuva de variação d o potencial zeta em fiinção d o p H . A s análises d e distribuição de tamanho de partícula foram realizadas em condições d e alto potencial zeta e próximo ao ponto isoelétrico ( l E P ) - ponto em que o potencial zeta é nulo. Foi utilizado um tempo de 3 minutos de aplicação de ultra-som para estas análises. As concentrações de alumina nas suspensões foram determinadas pelas condições de operação dos equipamentos utilizados: - 0,7 mg/mL para as análises de potencial zeta; - 0,2 a 0,3 mg/mL para as análises de tamanho de partícula. O p H das dispersões foi acertado através da adição de soluções aquosas de K O H e HNO3. O equipamento usado para as medidas do potencial zeta (ZetaPlus da Brookhaven Instruments Corporation) emprega a técnica d o espalhamento eletroforético de luz (electrophoretic light scattering - E L S ) baseada e m imi feixe óptico (laser modulado) e u m sistema eletrolítico (solução a q u o s a de K N O 3 10"^ M ) . A técnica de análise de tamanho de partícula adotada foi o espalhamento de laser, e o equipamento utilizado foi o Laser A. Ainda visando o estudo d a influência das condições de dispersão nas anáUses de tamanho de partícula, foram feitos testes c o m a alumina pura e c o m adição de dispersante, variando-se o tempo e o momento d a aplicação do ultra-som. As condições estabelecidas foram: nenhuma aplicação, aplicação apenas durante as leituras das análises, aplicação antes de se iniciar as leituras da análise por 30 segundos, 1, 2 e 3 minutos. . Estes testes foram denominados, respectivamente, U S - O, U S - Durante, U S - 30 Seg e U S - 1, 2, e 3 Min. O equipamento de ultra-som utilizado foi o incluído no equipamento Granulometer 1064 (potência de 14W). A adição d o dispersante, nestes testes, foi imediatamente antes d o imcio das freqüentemente análises, não sendo dado nenhum adotada pelos laboratórios de análise). tempo de estabilização (condição 40 3.2 - P r o c e d i m e n t o s d e análises 3.2.1 - A n á l i s e d e i m a g e m 0 roteiro de procedimento estabelecidos para as microesferas de vidro e para o p ó de alumínio foi o seguinte: Aquisição d e imagens p o r meio de u m microscópio d e luz refletida e platina invertida Olympus modelo P M E 3 . - M o n t a g e m da lâmina pelo método "lâmina temporária" (Allen, 1997). - Dispersão e m glicerina na proporção de 0,6g de pó e m 20 m L de glicerina. Utilização de filtro de luz. Utilização de rotina d e multicampo (avanço e foco automático possibilitando u m a maior agilidade de análise). - Colocação de u m espelho por cima da lâmina para melhorar o contraste entre as esferas e o fundo de campo, facilitando o "thresholding", etapa onde são selecionados os objetos de interesse a serem avaliados. Calibração do analisador de i m a g e m por meio de u m a escala padrão (Stage Micrometer) Olympus de 25 m m , c o m menor divisão de 20 |im. Programa d e rotina utilizado: 001 Delineate for 2 cycles 002 L U T 003 Pause, Threshold 004 Fill Bitplanel 005 Separate Bitplanel 006 Border E l i m Bitplanel 007 Trap 10 X 10 Image Pixels from Bitplanel to none 008 Pause, Edit Pausa para edição 009 Trap 10 X 10 Image Pixels from Bitplanel to none 010 Feature Bitplanel with Aspect Ratio, Diameter,Circular, Sphericity, Feret 0", Feret 45°, Feret 90°, Feret 135°, Feret,Avg, Perimeter 011 <end> Na F I G . 3.2 estão exemplos de campos de imagem antes e após a utilização do p r o g r a m a de rotina do anahsador de imagem. F o r a m analisadas 10.145 microesferas de vidro presentes e m 1472 campos de i m a g e m distintos e 10.259 partículas de aluminio presentes em 113 campos. C o m o as partículas do p ó de alumina possuem dimensões muito pequenas, para a aquisição das imagens foi necessária a utilização de u m microscópio eletrônico d e varredura (modelo X L 30 da Philips). As amostias foram preparadas dispersando-se o p ó e m água c o m 0,04 m L / g de D u r a m a x D-3005®. Algumas gotas desta solução foram CCWSSÃO W£\Omi DÊ W f e l A MUCLEAR/SP-IPEN 41 colocadas sobre o porta-amostra do microscopio e secas em estufa à 100°C. O s portaamostras assim montados foram recobertos c o m ouro. A s imagens foram obtidas c o m elétrons secundários. QO O (a) microesferas de vidro » ; :T -—y—» •—'— (b) partículas de alumínio F I G U R A 3.2 - Exemplos de campos de imagem antes (esquerda) e após o processamento (direita) pelo analisador de imagem. As imagens assim obtidas apresentaram aglomeração, o que dificultou a individualização das partículas na análise de imagem. Para que tal distinção fosse feita, as partículas dos aglomerados foram separadas digitalmente (operação manual) c o m o auxílio de u m software editor de fotografias (Adobe Photoshop 4.0). A p ó s esta etapa, as imagens foram processadas pelo mesmo analisador dos outros pós, sendo a calibração realizada por meio das escalas de tamanho de cada uma das micrografias. N a FIG. 3.3 está um exemplo de campo analisado com as imagens originais, após tratamento manual e após 42 processamento pelo analisador de imagem. N o total, foram analisados 25 campos de imagem e 2789 partículas. F I G U R A 3.3 - Exemplo de c a m p o de imagem analisado do pó de alumina: (a) imagem original; (b) após tratamento manual; (b) após processamento no analisador de imagem. A s medidas realizadas para todos os pós foram as seguintes: - R a z ã o de aspecto: é u m fator de forma dado pela relação entre o comprimento (maior corda) e a largura (menor corda) da partícula. - Circularidade: outro fator de forma que relaciona a área c o m o perímetro da partícula: Circularidade = onde: A = área da partícula P= perímetro da partícula; -,2 4nA/? (3) 43 D i â m e t r o da área projetada: é o valor do diâmetro de u m círculo de área equivalente ao da partícula analisada: Diâmetro da área projetada = (4A/7r)''^ - (4) D i â m e t r o de Feret m e d i d o à 0°, 45°, 90°, 135° e valor m é d i o . Perímetro da partícula que foi utilizado para calcular o diâmetro de u m círculo d e m e s m o perímetro: Diâmetro do perímetro = Na técnica de microscopía quantitativa P/7t os resultados (5) são apresentados em distribuições de freqüência numérica d e partículas. P o r isso, para a c o m p a r a ç ã o destes dados c o m os valores obtidos pelas outras técmcas, foi necessária a conversão destes valores n u m é r i c o s e m distribuições c o m base n a massa das partículas. Esta conversão foi calculada p o r (Barreiros, et al., 1996): Wi = (nidai')/(2:nidai') (6) onde Wi e Ui são, respectivamente, a m a s s a e o n ú m e r o de partículas de t a m a n h o na classe i e dai corresponde ao diâmetro equivalente da área projetada. C o m o intuito de u m a comparação m a i s e precisa entre as técnicas, os dados obtidos p e l a análise microscópica foram agrupados e m classes idênticas às utilizadas pelo e q u i p a m e n t o Laser A e os valores incrementais foram obtidos pela m e s m a equação usada t a m b é m p o r este equipamento: Hi = ( Q - C i . i ) / ( L d i - L d i _ i ) (7) Onde: Hi = valor de incremento da classe i. Ci = valor cumulativo para o diâmetro da classe i. LD¡ = Lognep d o diâmetro da classe i. 3.2.2 - S e d i m e n t a ç ã o Para as microesferas de vidro foram realizadas análises de sedimentação c o m três líquidos dispersantes diferentes: etileno glicol; glicerol 5 0 % e glicerol 8 0 % (porcentagem 44 e m m a s s a de glicerol diluído e m água). O p ó de alumínio foi disperso e m água deionizada e a alumina foi dispersa e m água c o m 0,4 m L / g de D u r a m a x D-3005®. O s valores de densidade e viscosidade destes líquidos estão apresentados na T A B . 3 . 1 . T A B E L A 3.1 - Densidades e viscosidades dos líquidos utilizados em função da temperatura (Sedigraph, 1989). Líquido ou T e m p e r a t u r a ("C)^ D e n s i d a d e (g/cm^) Viscosidade (mPa.s) solução Etileno glicol Glicerol 5 0 % Glicerol 8 0 % Água 25 1,1100 16,10 32 1,1051 12,18 40 1,0995 9,13 25 1,1238 5,041 30 1,1211 4,247 35 1,1182 3,540 25 1,2057 45,86 32 1,2013 30,98 40 1,1963 19,57 26 0,9968 0,8737 32 0,9951 0,7679 38 0,9930 0,6814 3.3.3 - L a s e r Os líquidos utilizados para as análises das microesferas de vidro c o m o Laser A foram: etileno glicol, glicerol 4 0 % e glicerol 6 0 % (concentrações volumétrica de glicerol em água destilada). Não foi possível a realização de análises c o m água c o m o dispersante neste equipamento, pois as microesferas de vidro sedimentaram na cuba de análise d o aparelho. N o Laser B foram utilizados água e etileno glicol e nos Lasers C e D apenas água deionizada. densidade e a viscosidade dos líquidos adotadas na análise são definidas por meio de interpolações entre os valores da tabela e a temperatura no momento da execução (Sedigraph, 1989). 45 O alumínio foi disperso e m água deionizada e a alumina foi dispersa e m água c o m 0,4 mlVg de D u r a m a x D-3005®. Os índices de refração reais e imaginários, respectivamente, utilizados nas análises c o m m o d e l o M i e foram os seguintes: 1,52 e 1,0 para as microesferas de vidro; 2,5 e 3,0 para o alumínio, 1,76 e 0,1 para a alumina e 1,33 para a água ( M a l v e m , 1996; B e c k m a n Coulter, 1999). A concentração dos materiais ficou dentro dos parâmetros estabelecidos pelos equipamentos. Observações: 1) Testes d e dispersão monitorados pelo Laser A, m o s t r a r a m que a adição de dispersantes ou m e s m o a ação d o ultra-som são insignificantes p a r a as esferas de vidro e p a r a o alumínio. Este fato se d e v e à granulometria m a i s grosseira dos pós. M e s m o assim o ultra-som foi usado c o m u m t e m p o m í n i m o de 1 minuto e m todas as análises. 2) Todas as análises realizadas (exceto anáfise de i m a g e m ) foram confirmadas pelo m e n o s três vezes e m todos os equipamentos. A s diferenças entre estas análises, quando ocorreram, foram desprezíveis, mostrando q u e as amostragens foram adequadas e os equipamentos são reprodutíveis. N o s resultados está apresentado apenas u m dos valores de cada material e equipamento. 3) E m algumas etapas, no decorrer das discussões dos resultados, algumas curvas de distribuição granulométricas apresentaram aspecto visual bastante irregular. Por isso (para melhorar a visuaUzação e faciUtar as comparações) foram adotados procedimentos de alisamento nestas curvas utilizando o software Microcal Origin. O m é t o d o utilizado foi o das médias adjacentes (adjacent averaging) q u e consiste no cálculo das médias d e cada valor (i) n o intervalo compreendido entre i - (n-1/2) e i + ( n - l ) / 2 , sendo n u m n ú m e r o i m p a r correspondente ao n ú m e r o d e pontos (ou ordem) q u e controla a intensidade do alisamento (OriginLab,1999; Spiegel, 1993). A o r d e m adotada e m cada etapa do trabalho foi estabelecida pelo n ú m e r o d e pontos de cada gráfico, sendo o m e n o r possível que manteve u m b o m aspecto visual do respectivo gráfico. 4) A s casas decimais dos resultados das análises foram adotadas para possibilitar u m a m e l h o r comparação entre os valores, n ã o devendo ser consideradas c o m o referência do alcance, da exatidão ou d a precisão d o m é t o d o . 4. R E S U L T A D O S E D I S C U S S à O 4.2 - Esferas de vidro Na FIG. 4.1 são apresentadas micrografias eletrônicas de varredura das microesferas de vidro antes e após o tratamento a q u e foram submetidas (item 2.2). É nítida a melhora resultante dos procedimentos de l a v a g e m e p e n e i r a m e n t o . O p ó antes do tratamento (FIG. 4.1a) apresenta diversos aglomerados e a quantidade de partículas c o m formas irregulares é b e m maior do q u e o observado n o p ó após o beneficiamento (FIG. 4.1c). A l é m disso, as partículas q u e foram descartadas n o tratamento (FIG. 4.1b) apresentam u m a concentração muito elevada de partículas irregulares, além de outras que, e m b o r a aparentemente sejam esféricas, p o s s u e m u m a d i m e n s ã o muito reduzida em relação ao restante do p ó . Portanto, ainda que o tratamento n ã o tenha conseguido eliminar totalmente as partículas defeituosas e/ou irregulares (nas F I G S . 4.1e e 4.1f estão exemplificadas algumas partículas irregulares encontradas no p ó após o tratamento), a melhora n a qualidade do p ó é significativa, tanto c o m relação à eliminação de partículas irregulares, quanto n o estreitamento da faixa de t a m a n h o das partículas. 4.1.1 - Análise de i m a g e m N a T A B . 4.1 estão os resultados obtidos por análise de i m a g e m . Os fatores de forma (razão de aspecto e circularidade) confirmam q u e as partículas n ã o são esferas perfeitas. Este desvio de regularidade foi coerentemente refletido nos diâmetros médios obtidos pelos diferentes parâmetros, sendo o diâmetro da área projetada o m e n o r valor e o diâmetro d o perímetro o maior (caso as partículas fossem esferas perfeitas os fatores de forma tenderiam a I e os valores dos diâmetros seriam idênticos). D e v e - s e lembrar que o desvio-padrão apresentado nos diâmetros refere-se à própria distribuição de tamanho verificada n a amostra, e não a u m desvio-padrão da análise. Para avaliar se a quantidade de partículas analisadas foi estatisticamente suficiente, foram obtidos gráficos dos diâmetros da área projetada c o m diferentes quantidades de partículas e m relação ao total analisado. N a s FTGS. 4.2 e 4 . 3 estão apresentados estes gráficos traçados com valores incrementais e cumulativos, respectivamente. 47 I —L ' '- - Tliiill -> ^ ^ ¿ iiMii M • ' "if I , lifl > MMTI- ^ ^ (d) F I G U R A 4.1 - Micrografias eletrônicas de varredura das esferas de vidro, (a) antes do tratamento; (b) partículas descartadas; (c) visão geral das partículas selecionadas; d) esferas; (e) e (f) partículas irregulares COESÃO w:\omi oe mnQh MuaskR/sp-fpEN 48 T A B E L A 4.1 - Resultados das análises por microscopia das esferas d e vidro. Média D 10 D '50 D '90 R a z ã o de Aspecto 1,1 ± 0 , 2 ~x~ ~x~ ~x~ Circularidade 0,9 ± 0 , 1 —x~ ~x~ —x~ D i â m e t r o da área projetada (|im) 72,2+13,3 54,0 71,7 89,3 D i â m e t r o de Feret m é d i o (|J.m) 75,1 ± 14,2 55,3 74,0 96,1 Diâmetro do perímetro (^im) 82,2 ± 16,1 58,5 79,0 110,3 A observação dos gráficos incrementais (FIG. 4.2) t o m a claro o fato d e que, c o m o aumento do número de partículas medidas, ocorre u m ajuste nas curvas. Este efeito é mais nítido até a quantidade de aproximadamente 5.000 partículas. A partir de 6.000 partículas as diferenças entre as curvas são praticamente desprezíveis, de onde se depreende q u e o número total de partículas m e d i d o está acima d o m í n i m o necessário, ou seja, a realização de medidas e m u m n ú m e r o m a i o r de partículas não deve afetar de maneira significativa os resultados obtidos. N o s gráficos c o m valores acumulados (FIG 4.3) o efeito do n ú m e r o d e partículas medido não é tão nitidamente notado. N a FIG.4.4 estão apresentadas as curvas de distribuição de t a m a n h o de partícula dos diâmetros da área projetada, de Feret m é d i o e do perímetro (10.145 partículas). A s curvas estão p r ó x i m a s e apresentam perfis semelhantes, p o r é m a curva d e m e n o r distribuição é a d o diâmetro d a área projetada, e os maiores valores são observados n a curva d o perímetro. Estes resultados são coerentes c o m o desvio de esfericidade j á discutido anteriormente. 49 14 n 12- Número de Partículas 10- Sro 8- E 6- c 10.145 1.135 u c — (a) 4H E -2 —t— 10 100 Tamanho de Partícula (um) 14 n 12- Número de Partículas 10.145 10- 5.363 i5 ro 8- — -I » c 6- E o c — (b) 4H O) E ^ 2- -2 —T— 100 10 Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.2 - Curvas incrementais de distribuição granulométrica por análise de imagem das esferas de vidro - comparação com o total de partículas analisadas: (a) aproximadamente partículas. 1000 partículas; (b) aproximadamente 5000 50 14-, 1210- Número de Partículas 10.145 9.042 8- E 6- o 4H (c) 0 E > -2 —I— 10 100 Tamanho de Partícula (^m) 12- - 10- 3 c 8- (U E - 10.145 1.135 4.332 5.363 4- 6.092 6.932 E _ 2- > -2 -l 10 (d) 2.059 2.948 6- o O N° de Partículas / 1 1 7.910 9.042 1 J\ w \ 1 \\ J í J 1 1 I —1—1 1 —I— I 100 Tamanho de Partícula (um) F I G U R A 4.2 (Cont.) - (c) aproximadamente 9000 partículas; (d) evolução das curvas de acordo c o m o número de partículas analisadas. 51 100- 80- Número de partículas 10.145 1,135 o •è S° u E D O d) E 7^ o > 60 H (a) 40- 20- —I— 10 100 Tamanho de Partícula (¡am) 100- 80- •è ro 60 H 40- O) E _2 7^ o > 1.135 2.059 2.948 4.332 E O N° de Partículas 10.145 20- 5.363 6.092 6.932 7.910 9.042 100 10 Tamanho de Partícula (iam) F I G U R A 4.3 - Valores acumulados de distribuição granulométrica por análise de imagem das esferas de vidro - comparação com o total de partículas analisadas: (a) aproximadamente 1000 partículas; (b) evolução das curvas de acordo c o m o número de partículas analisadas. 52 100- 80- •Área Projetada Feret Médio Perímetro o H ~ 60 E 40- (a) 3 O Q) 3E 20- 3 I— 100 10 Tamanho de Partícula (^m) 14-1 1210- • Area Projetada Feret Médio Perímetro 8- c E 6<D — I O c (D íb) 4- E _3 O > 2- -2 1— 10 100 Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.4 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula dos diâmetros da área projetada, de Feret médio e do perímetro para as esferas de vidro: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 53 4.1.2 - S e d i m e n t a ç ã o O equipamento utilizado para as análises de sedimentação fornece dois tipos de resultados: dados completos (unsmoothed ou brutos) e dados alisados automaticamente pelos algoritmos de aparelho por m e i o de u m m é t o d o de alisamento de nove pontos (smoothed) (SediGraph, 1989). As curvas de distribuição de tamanho de partícula obtidas com os valores alisados estão apresentadas na FIG. 4 . 5 . Nas curvas acumuladas (FIG. 4.5a) nota-se u m a diferença entre os valores obtidos pelos diferentes líquidos. Isto p o d e ser explicado pela m e n o r reprodutibilidade da técnica proveniente da forte dependência de propriedades dos líquidos utilizados (densidade e viscosidade). Pode-se perceber t a m b é m que as curvas dos líquidos etileno glicol e glicerol 8 0 % não atingem o valor acumulado de 100%. A s curvas incrementais (FIG. 4.5b) m o s t r a m uma certa semelhança entre os resultados obtidos com os líquidos etileno glicol e glicerol 5 0 % . A curva do líquido glicerol 8 0 % está u m pouco deslocada para a direita e possui u m a oscilação maior nos extremos d o gráfico. Este fato pode ser explicado pela alta viscosidade deste líquido, fazendo c o m que haja uma possibilidade maior de formação e/ou retenção de bolhas d e ar no meio. N a F I G . 4.6 são apresentadas as curvas obtidas pelos três líquidos c o m os dados completos (brutos), alisados automaticamente pelo aparelho e alisados externamente pelo m é t o d o de médias móveis (nove pontos). É interessante a observação de que o alisamento realizado automaticamente pelo equipamento difere de operações do m e s m o tipo realizadas externamente. A l é m disso, os dados tratados externamente apresentam valores que graficamente se ajustam melhor aos dados completos. Constata-se então que os algoritmos matemáticos adotados pelo aparelho p o d e m afetar os resultados finais, u m aspecto pouco explorado e m e s m o desconhecido de muitos usuários da técnica/equipamento. A partir da avaliação de todas as curvas nota-se de que a curva de distribuição c o m o líquido glicerol 5 0 % apresenta os melhores resultados, pois o seu aspecto está mais regular, além de ser a única curva que atinge o valor acumulado de 100 %. A d e m a i s , por possuir os menores valores de viscosidade, este líquido foi escolhido para as análises comparativas entre as diferentes técnicas (4.2.4), CCMSSAO mucmi m êmerêía NuamR/sp-iPEN 54 100 H 80 H o Etileno Glicol 60 Glicerol 50% 3 Glicerol 80% E ü (U 40 (a) E •§ 20 > -20 -n— 10 100 Tamanho de Partícula (¡am) 7H 6H 5H c 0 E 4H 01— o 3^ • Etileno Glicol Glicerol 50% Glicerol 80% c 0 E 24 _3 O > 04 •n— -1 100 10 Tamanho de Partícula (¡am) F I G U R A 4.5 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula obtidas pela técnica de sedimentação incrementais. (dados alisados): (a) valores acumulados; (b) valores 55 120-1 100- ê 80-1 O i 60H E 40- Glicerol 50% •Alisamento automático Alisamento externo Dados completos 3 O 0) E 20- (a) _3 O > -20 10 -n— 100 Tamanho de Partícula (um) 120100- O 80- > 3 Etileno Glicol •Alisamento automático •Alisamento externo Dados completos 60- E 3 40- O E _3 O > (b) 20- 0-20 •n— 10 -n— 100 Tamanho de Partícula (¡am) F I G U R A 4.6 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula obtidas pela técnica de sedimentação (dados alisados automaticamente, alisados externamente e dados completos): (a) etileno glicol; (b) glicerol 5 0 % . 56 120' 100 Glicerol 80% -Alisamento automático •Alisamento externo Dados completos 80•| 60 ü 40 E ^ O > 20 0-20 I 11 -I— I— 100 10 Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.6 (cont.) - (c) glicerol 8 0 % . N a T A B . 4.2 são apresentados os valores dos diámetros médios referentes a cada um dos líquidos utilizados. Nota-se que os valores são diferentes reafirmando a dependência dos líquidos utilizados nos resultados obtidos por este equipamento. T A B E L A 4.2 - Resultados de sedimentação para as esferas de vidro c o m os diferentes líquidos utilizados Líquido N» de Reynolds^ D médio (^.m) Dio(nm) Dso (|im) D90 (um) Etileno glicol 0,016 68,5 47,5 69,7 112,4 Glicerol 50 % 0,147 65,5 44,7 64,0 94,1 Glicerol 8 0 % 0,003 80,7 57,6 80,3 133,0 4.1.3 - Laser Os resultados do equipamento laser A são mostrados na FIG. 4.7 e na T A B 4.3. A utilização de diferentes líquidos ocasionou pequenas diferenças nas curvas de distribuição de tamanho, porém esta variação é menor do que a encontrada na sedimentação, fato que " Os números de Reynolds apresentados neste trabalho foram calculados adotando-se valores de diâmetro de partícula ligeiramente superiores aos maiores valores medidos para cada pó. 57 confirma a maior dependência dos líquidos utilizados neste último m é t o d o . Os resultados para o gUcerol 6 0 % são ligeiramente menores, o que p o d e ser u m a influência d a maior viscosidade deste líquido. T A B E L A 4.3 - Resultados das esferas de vidro c o m o equipamento Laser A, e m diferentes líquidos dispersantes. Líquido Dmédio()im) Dio (|im) D50 (^im) D90 (|im) Etileno Gücol 61,2 44,6 61,2 82,8 Glicerol 4 0 % 61,4 44,2 59,7 80,9 Glicerol 6 0 % 60,2 42,8 58,6 79,6 N a F I G . 4.8 e n a T A B . 4.4 observam-se os resultados referentes ao e q u i p a m e n t o Laser B , o n d e foi usada a á g u a e o etileno glicol c o m o líquido dispersante. A s diferenças nas curvas, neste caso, são semelhantes às apresentadas pelo Laser A, d e m o n s t r a n d o que tais variações p o d e m r e a l m e n t e depender das propriedades físicas dos líquidos (densidade, viscosidade, propriedades ópticas, etc.) e possivelmente n ã o são oriundas dos algoritmos matemáticos ou da disposição dos detectores de laser de cada e q u i p a m e n t o . Esta dependência, embora pequena, existe e não foi m e n c i o n a d a e m n e n h u m dos trabalhos revistos nesta pesquisa. T A B E L A 4.4 - Resultados das esferas de vidro c o m o equipamento Laser B , e m diferentes líquidos dispersantes. im) im) Líquido D m é d i o (^im) Água 67,3 47,3 65,3 89,9 Etileno Glicol 68,7 47,8 66,4 92,5 Dio D50 D90 (M^m) O s resultados utilizados para a comparação das técnicas foram os dos líquidos etileno glicol, para o Laser A (devido à impossibiUdade do uso de água, conforme mencionado n o item 3.3.3), e água, para laser B , pois os valores são muito p r ó x i m o s e estes líquidos têm u m a maior facilidade de manuseio e obtenção. 58 N a s F I G S . 4.9 e 4.10 são apresentadas as curvas de distribuição granulométrica obtidas pelos equipamentos laser C e D , respectivamente,. N a T A B . 4.5 estão os resultados dos diâmetros médios medidos por estes equipamentos. Estas análises foram realizadas apenas c o m água pois foram efetuadas após os testes de líquidos j á estarem concluídos. T A B E L A 4.5 - Resultados das esferas de vidro c o m os equipamentos Laser C e Laser D . Equipamento D m é d i o (|xm) Dio (|im) Dso (^im) D90 (^im) Laser C 65,3 49,1 65,0 84,3 Laser D 65,0 45,3 60,3 77,2 Pela observação das curvas de todos os equipamentos (FIG 4.11), nota-se que as curvas são semelhantes, apresentando p e q u e n a s diferenças (discutidas a seguir). Deve-se destacar que o equipamento laser A apresentou u m a maior dificuldade de realização das análises devido à sedimentação do material. A l g u m a s características da cuba de análise d o aparelho p o d e m explicar o fato: fundo plano e cavidade de captação de material ao lado da héUce d e agitação. Este desenho favorece a decantação das esferas maiores, as quais são excluídas da avafiação. Tal p r o b l e m a é percebido inclusive pela necessidade d o uso d e líquidos c o m densidade e viscosidade maiores (etüeno glicol e soluções aquosas d e glicerol) que a á g u a - líquido utilizado pelos outros equipamentos. Portanto u m a atenção especial deve ser dada às análises realizadas neste equipamento (Laser A), pois seus resultados p o d e m estar c o m p r o m e t i d o s devido à sedimentação d e parte das amostras (principalmente e m materiais grosseiros e/ou c o m alta massa específica). A s curvas referentes aos equipamentos laser A e C apresentam u m a classe d e material muito fino (abaixo de 10 micra). Alguns autores atribuem este fenômeno (aparecimento de partículas "fantasmas") à utilização do m o d e l o Fraunhofer, porém, c o m o mostra a F I G . 4.12a, os testes utilizando o m o d e l o de M i e apresentaram resultados idênticos. Portanto, esta aproximação (ou seja, a utüização do m o d e l o Fraunhofer) é eficiente para o sistema e não influi n o aparecimento de tais partículas. N o s equipamentos laser B e C h á três modelos de ajuste d a curva d e distribuição de t a m a n h o de partícula: modelo independente (polidisperso), multimodal e m o n o m o d a l . N a comparação destes modelos (FIG.4.12b) verificou-se o surgimento d e u m a pequena classe de partículas "fantasmas" apenas n o m o d e l o multimodal. Variando-se t a m b é m o índice de refração imaginário do vidro, percebe-se que ocorre u m a alteração na identificação desta classe de 59 partículas . Estes fatos sugerem que tal ocorrência deve-se ao modelo matemático utilizado pelos equipamentos, ou a algum distúrbio óptico que só é considerado em determinados modelos. Deve-se ressaltar que os gráficos da FIG. 4.12b estão traçados c o m os valores de diâmetro entre 0,03 e 10 )am e porcentagem volumétrica até 0,5 %. N o s demais gráficos os valores partem de 10 (j,m, pois na escala de porcentagem volumétrica utilizada nestes gráficos, os valores das esferas "fantasmas" são desprezíveis. 100- • Etileno glicol • Glicerol 4 0 % Glicerol 6 0 % 80- (/) O .> 60 E ü 40- o ro > 20- 0-r 10 100 Diâmetro da Partícula (|im) 12-1 • Etileno Glicol Glicerol 40% Glicerol 60% 10- w c 0) E £ o c 8- 6- (b) 4- (fl > 0-100 10 Diâmetro da Partícula (^m) F I G U R A 4.7 - Distribuição diferentes do tamanho de partícula no equipamento líquidos dispersantes: (a) valores acumulados; incrementais. coMtssAo woomi Laser A ot BtenoA nuclewvsp-ipen (b) nos valores 60 100- ^ •Água Etileno Glicol 80- O •M 60 H i2 (a) 3 E 40- 3 O a> E 20- 3 O > 100 10 Tamanho de Partícula (um) 25 H 20- •cõ 15 c <u E c 0 E ^ 5 0- 100 10 Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.8 - Distribuição diferentes do tamanho de partícula no líquidos dispersantes: incrementais. equipamento (a) valores Laser acumulados; (b) B em valores 61 100- i E 3 ü E o > Tamanho de Partícula (^m) 30-, Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.9 - Distribuição d o tamanho de partícula n o equipamento Laser C: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 62 100- Tamanho de Partícula (^m) • Laser D / \ • c ffi E £ u : (b) / \ 0 E 4- O > J • 1 10 •• 100 Tamanho de Partícula (p,m) F I G U R A 4.10 - Distribuição d o t a m a n h o de partícula n o equipamento Laser D : (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 63 Tamanho de Partícula (^m) Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4 . 1 1 - Distribuição do tamanho de partícula nos diferentes equipamentos laser: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 64 100- Fraunhofer Mie 80- o > i5 ^ E ü 60- (a) 40- E O > 20- 0— I — 100 10 Tamanho de Partículas (^m) 0,5-1 Mie - Ind. Ref. Imaginário: 0,0 Mie - Ind. Ref. Imaginário: 1,0 Fraunhofer Monomodal Fraunhofer Polidisperso 0,4- 0,3ã c E 0,2- o c E 0,1 - _3 0,0- -0,1 ' ' ' I 1 0,1 10 Tamanho de Partícula (um) (b) F I G U R A 4.12 - Distribuição do tamarAo de partícula com diferentes modelos de cálculo (equipamento laser C): (a) valores acumulados; (b) detalhe de partículas "fantasmas" (valores incrementais). COWßSÄO HKlOmi DE E**ERÖA fíUaEAR/SP-IPEN 65 4.1.4 - C o m p a r a ç ã o entre as técnicas N a compíiração das curvas cumulativas de todas as técnicas estudadas (FIG. 4.13a) pode-se observar que h á diferenças entre todos os métodos. Os valores de análise d e i m a g e m (diâmetro da área projetada) são os maiores, e a faixa de distribuição é a mais estreita. A s curvas incrementais (FIG. 4.13b) mostram os perfis de distribuição m e d i d o s p o r cada equipamento. Deve-se lembrar q u e a altura de cada pico é dependente do n ú m e r o d e classes utilizado. C o m o cada equipamento utiliza classes diferentes (apenas análise d e i m a g e m e laser A p o s s u e m as m e s m a s classes - Apêndice 1), as curvas d e v e m ser comparadas c o m mais cuidado, levando-se este aspecto e m consideração. Pode-se notar, porém, que as m o d a s das análises estão semelhantes (exceto análise de i m a g e m ) . Esta diferença da análise de i m a g e m levantou suspeitas quanto aos procedimentos de medida adotados para esta técnica. Para confirmar a boa qualidade destes procedimentos foram analisadas microesferas certificadas (Malvem Validation Initiative 2000). A T A B . 4.6 apresenta a faixa certificada e os valores obtidos por anáfise d e i m a g e m (circularidade e diâmetro da área projetada) c o m procedimento de análise idêntico ao adotado c o m as esferas d e vidro (5172 partículas medidas). A FIG. 4.14 apresenta as curvas de distribuição granulométrica m e d i d a para o padrão e a F I G . 4.15 mostra a micrografia referente a u m c a m p o medido, ilustrando o aspecto das partículas antes e após o tratamento de i m a g e m empregado pelo analisador. Percebe-se c o m clareza, na curva incremental (FIG. 4.14b), que a distribuição é bimodal. T A B E L A 4.6 - Resultados das análises por microscopia em comparação às faixas certificadas para o padrão. Faixa Certifícada (^im) Valores m e d i d o s (|xm) Circularidade ~x — 0,7 Dio 26,79 - 30,21 31,8 Dso 46,07 - 48,92 50,2 D90 73,32 - 82,68 84,6 100- 80- O — 60- E ü 40- •Análise de Imagem Sedimentação Laser A • Laser B Laser C Laser D (a) E 3 20- O > 0100 10 Tamanho de Partícula (^im) g 28- •Análise de Imagem 24- Sedimentação Laser A - Laser B 20- Laser C Laser D -f—• E 2 12-1 c E 8- 4- —I— 100 10 Tamanho de Partículas (um) F I G U R A 4 . 1 3 - Distribuição do tamanho de partícula das microesferas de vidro em t o d o s os equipamentos: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 67 100 Análise de Imagem o > Padrão Z3 E ü E _3 o > 100 10 Tamanho de Partícula (n,m) 8- Análise de Imagem Padrão "cB c a> E u c (b) E o 24 1- -1 1 1 - T 1 -j ^» - I 100 10 Tamanho de Partícula (^.m) F I G U R A 4.14 - Distribuição d o t a m a n h o d e partícula do padrão pela técnica d e análise d e i m a g e m - diâmetro da área projetada: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 68 o o ° " oO ^ K> o • o ' O # ° • o ° • • • o ' F I G U R A 4.15 - Micrografias *» • • O » o (a) • o o ° • • • • # • o • • • • • • • (b) ópticas de partículas do padrão: (a) vista original; (b) partículas após processamento pelo analisador de imagem. Nota-se também, que os valores obtidos são levemente superiores aos certificados. Como o certificado refere-se a equipamentos laser (marca Malvem), esta diferença mostrase coerente c o m os valores obtidos c o m as esferas de vidro, pois parte destas diferenças pode ser explicada pelo desvio de esfericidade das partículas (circularidade de 0,86 ± 0,08 para as esferas de vidro e 0,66 ± 0,08 para o padrão). Suporta esta observação a investigação conduzida por Barreiros et al. (1996) que demonstraram que quanto mais irregulares forem as partículas do pó, maiores são as diferenças encontradas entre as técnicas, e que a microscopia tende a ter valores maiores (FIG.4.16). Esta maior diferença a favor da microscopia deve-se ao fato de a medida ser realizada em duas dimensões e depois ser convertida matematicamente para três dimensões. C o m o ocorre um acomodamento das partículas nas lâminas de análise, há a tendência de se analisar a maior área das partículas não esféricas. 69 T T mm m m im 80 140 Diámetro da Partícula (um) (a) m im m tm 120 Diâmetro da Partícula (^m) (W F I G U R A 4.16 - Distribuição do tamanho de partícula de pós c o m diferentes formas: (a) gotas de vidro - esféricas (circularidade: 0,96); (b) vidro m o í d o irregulares (circularidade: 0,72) COWSSÃO f'ÍACIOf^L D£ EMERJA ÍÍOOMFI/SP-ÍPEN - 70 90 3 E 80 • f |E «0 ^ ^ 40 30 70 • o KB 2 u. 50 • Cmiitísf s M i l v e f » 20 - Oi O 20 m 60 100 120 140 160 180 200 Diâmetro da Partícula (^m) (c) F I G U R A 4.16 (cont.) - (c) mica - lamelar (circularidade: 0,68) (Barreiros et al., 1996). A T A B . 4.7 apresenta os valores de diâmetro médio para c a d a um dos equipamentos, confirmando os resultados observados por m e i o dos gráficos. T A B E L A 4.7 - Resultados das análises das esferas de vidro nos diversos equipamentos. Equipamento D m é d i o (|xm) Dio(pm) Análise d e i m a g e m 72,2 54,0 71,7 89,3 Sedimentação 65,5 44,7 64,0 94,1 Laser A 61,2 44,6 61,2 82,8 Laser B 67,3 47,3 65,3 89,9 Laser C 65,3 49,1 65,0 84,3 Laser D 65,0 45,3 60,3 77,2 Fato interessante equipamentos laser de ser ressaltado, (aproximadamente Dso (um) são as diferenças 10%). C o m o a técnica D9o(|xm) encontradas utilizada entre por os estes equipamentos é a m e s m a , e as partículas (embora n ã o sejam perfeitas) p o s s u e m u m a b o a esfericidade, esperava-se u m a m a i o r semelhanças entre os valores. Se as diferenças não estão associadas às partículas, estão, portanto, associadas aos equipamentos utilizados. Diferentes sistemas de coletas de dados (quantidade e disposição d e detectores de laser) e 71 m o d e l o s matemáticos distintos adotados pelos diversos fabricantes p o d e m explicar o observado. A b o a semelhança entre os resultados dos equipamentos laser B e C - equipamentos de u m m e s m o fabricante - reforçam esta possibilidade. Outro fator que p o d e explicar estas diferenças é a possibilidade de sedimentação de partículas maiores, durante as análises. Os equipamentos laser A e D apresentam curvas semelhantes, o q u e p o d e indicar u m a b o a correlação entre os algoritmos utilizados. Porém, c o m o foi mencionado anteriormente, n o laser A há a possibilidade de sedimentação do material mais grosseiro n a cuba d e análise, e a m b o s equipamentos apresentam valores m e n o r e s para partículas mais grossas. Isto pode indicar u m possível depósito d e partículas grossas durante a análise por estes equipamentos. Deve-se ressaltar que n o laser A, a sedimentação foi constatada visualmente com a utilização de água c o m o m e i o dispersante, h a v e n d o a necessidade d o uso de líquidos mais densos e viscosos. N o laser D foi usada a água e n ã o foi observada n e n h u m a sedimentação visual. Os valores de sedimentação estão b e m próximos da m é d i a dos resultados das demais técnicas, p o r é m apresentam u m a faixa mais larga de t a m a n h o . N ã o está claro até o m o m e n t o a razão deste comportamento. 4.2 - A l u m í n i o N a FIG. 4.17 estão apresentadas as micrografias eletrônicas de varredura do p ó de alumínio e m diferentes aumentos. O p ó apresenta partículas alongadas, arredondadas e t a m b é m algumas c o m formas achatadas (flakes). 4.2.1 - Análise d e i m a g e m C o m o p o d e ser observado pelas micrografias, o pó de alumínio é mais irregular do que o vidro. Esta maior irregularidade é t a m b é m constada pelos valores d e razão de aspecto e de circularidade e t a m b é m pela maior diferença entre os resultados dos diâmetros da área projetada, de Feret e do perímetro ( T A B . 4.8). Os gráficos referentes à distribuição granulométrica, calculados para os diferentes diâmetros (FIG. 4.18), t a m b é m apresentam comportamento coerente c o m o desvio de circularidade, exibindo diferenças significativamente maiores do q u e o apresentado pelas esferas de vidro. O aspecto irregular das curvas incrementais (FIG. 4.18b) demonstra que não foi atingido u m ajuste definitivo da curva (comprovado na F I G 4.19, onde são apresentados os gráficos c o m diferentes n ú m e r o s de partículas). Tal fato p o d e decorrer da maior irregularidade do pó, da m e n o r quantidade de campos medidos ou d o m e n o r 72 t a m a n h o , provocando a necessidade de u m número maior de partículas para u m a m e l h o r representatividade estatística. F I G U R A 4 . 1 7 - M i c r o g r a f i a s eletrônicas de varredura do p ó de alumínio com diferentes magnificações. 73 T A B E L A 4.8 - Resultados da análise d e i m a g e m do p ó de alumímo. Média Dio Dso D90 R a z ã o de A s p e c t o 1,8 ± 0 , 5 ~x~ —X— -x~ Circularidade 0,7 ± 0 , 1 -x~ ~ X - —x~ D i â m e t r o d a área projetada (^im) 4 8 , 1 ± 14,0 25,0 46,0 70,6 Diâmetro de Feret m é d i o (|xm) 59,8 ± 17,3 30,3 57,4 92,6 Diâmetro do p e r í m e t r o (|im) 71,2 ± 19,5 33,4 66,2 121,5 Apesar desta baixa representatividade, o aumento do n ú m e r o de partículas n ã o acarretaria u m a grande alteração n o aspecto geral da distribuição. O que ocorreria seria u m m a i o r ajuste, eliminando-se os picos e acertando-se o aspecto da curva incremental. P o r isso, e para facilitar a comparação c o m as outras técnicas, foi realizado u m alisamento d a curva por m e i o do m é t o d o das médias móveis (5 pontos). Estas curvas estão representadas n a H G . 4.20. Outro fato importante a ser ressaltado é a transformação da base numérica para volumétrica (equação 6, página 43). N e s t a transformação os valores de diâmetros de b a s e numérica são elevados ao cubo. P o r é m , para partículas irregulares (principalmente partículas c o m u m a das dimensões - c o m p r i m e n t o , altura ou largura - muito diferente das d e m a i s , c o m o as alongadas e achatadas) esta transformação n ã o é correta, pois n ã o considera formas diferentes da esférica, de m o d o q u e outras equações d e v e m ser empregadas (Barreiros et al., 1996; H o s t o m s k y et al., 1986). C o m o as partículas do p ó e m questão apresentam formas diversas, t o m a - s e difícil a adoção d e u m a forma e m particular, r a z ã o pela qual escolheu-se a equação u s a d a para esferas. 74 100- 80- o • Área Projetada Feret Médio Perimetro 60 H 3 E 3 O 40- 0) E 3 O 20- > 100 10 Tamanho de Partícula (¡am) 7 - 6- •Area Projetada ?S 3 c d) E o c 0) 5- Feret Médio Perimetro 432- E _3 O > 1 0- -1 r— 10 100 Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.18 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula dos diâmetros da área projetada, de Feret médio e do perímetro para o pó de alumínio: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 75 7- Número de Partículas 2.000 10.259 ro c 4E o c 0 E O > -1 1— 10 100 Tamanho de Partícula (^m) 7- 6- Número de Partículas 4.000 10.259 5CO c 40 E 0 — i o c •4—» 0 E _2 o > -1 1— 10 100 Tamanho de Partícula (um) F I G U R A 4 . 1 9 - C u r v a s incrementais de distribuição granulométrica por análise de imagem do pó de alumínio - comparação com o total de partículas analisadas: (a) 2000 partículas; (b) 4000 partículas. COMÍSSÀO NAtlOft^i DE EJOOA NUCLEWVSP-ÍPEM 76 8n Número de Partículas 8.000 10.259 CD (D E o c -1 1— —i— 10 100 Tamanho de Partícula (um) 8-1 7H Número de Partículas 10.259 6^ 2.000 5H 4.000 6.000 CD 8.000 -I—» C 0 E 0 i— o c 0 4A 3H 2H E O > oH -1 — r — 100 10 Tamanho de Partícula (um) F I G U R A 4.19 ( C o n t . ) - ( c ) 8000 partículas; (d) evolução das curvas de acordo com o número de partículas analisadas. 77 7- 6- -Área Projetada •Área Proj. alisada Feret IVIédio • Feret Medio alisado Perímetro Perímetro alisado 5- i E o (D E -1 10 100 Tamanho de Partícula (¡am) 7-, 6- •Area Projetada Feret Médio 5- Perímetro 4- c <u E 3- i— ü c <D 2- E O > 1 0-1 —T— I— 10 100 Tamanho de Partícula (^im) F I G U R A 4.20 - Curvas de distribuição dos diâmetros da área projetada, de Feret médio e do perímetro das partículas do pó de aluminio: (a) valores normais e alisados; (b) valores alisados. 78 4.2.2 - Sedimentação N a T A B . 4.9 e a F I G . 4.21 estão os resultados obtidos pela análise d o p ó d e alumínio na técnica de sedimentação. Nota-se claramente na curva de distribuição granulométrica c o m valores acumulados (FIG. 4.21a) q u e a porcentagem não atinge o valor d e 100%. Este fato não é i n c o m u m neste equipamento, o que demonstra u m a certa instabilidade n o " b a c k g r o u n d " realizado pelo aparelho. Outra possibilidade é q u e ocorra u m a pequena sedimentação n o intervalo de t e m p o entre o " b a c k g r o u n d " (realizado sob agitação) e o início da análise. T A B E L A 4.9 - Resultados da análise por sedimentação d o p ó de alumínio. N" d e Reynolds D m é d i o (|i.m) Dio(^m) Dsodim) D9o(^m) 0,001 32,0 15,2 29,2 52,00 100- Tamanho de Partícula (|im) FIGURA4.21-Curvas de distiibuição de tamanho de partícula pela sedimentação d o p ó d e alumínio: (a) valores acumulados. técnica de 79 1 / Sedimentação \ / i \ CO c cu E (b) o CD E _2 o > / \ ' ' ' 1 10 ' 100 T a m a n h o d e Partícula (i^m) F I G U R A 4.21 (Cont.) - (b) valores incrementais. 4.2.3 - L a s e r A utilização da aproximação de Fraunhofer é bastante eficiente para o pó de aluminio (como p o d e ser observado pela p r o x i m i d a d e das curvas na F I G . 4.22 onde estão impressos os gráficos incrementais calculados pelas teorias de M i e e Fraunhofer nos equipamentos Laser B e C) j á que as partículas deste material p o s s u e m dimensões b e m maiores q u e o c o m p r i m e n t o de onda do laser utilizado e são opacas à luz. C o m p a r a n d o - s e todos os equipamentos de análise por difração de laser (FIG. 4.23 e T A B . 4.10) percebe-se q u e o perfil de distribuição é semelhante, havendo apenas pequenas diferenças nas classes de t a m a n h o . Os valores apresentados pelo Laser A são os menores, enquanto que os dos Lasers B e C são os maiores e estão bem p r ó x i m o s . Tal proximidade deve estar associada ao fato destes equipamentos serem do m e s m o fabricante, que, provavelmente, adota os m e s m o s algoritmos matemáticos. Sendo assim, possíveis diferenças entre resultados dependerão do n ú m e r o e disposição dos detectores de laser, que podem variar de m o d e l o para modelo. COfñfSSÁO I W I O m i De Ef,!€RélA fíUCLEWSP-IPEN T A B E L A 4.10 - Resultados das análises do pó de alumínio nos equipamentos Laser. Equipamento D m é d i o (|j.m) D|o(|im) Laser A 35,6 15,0 33,1 59,9 Laser B 40,7 17,1 36,3 70,9 Laser C 39,9 16,9 36,5 67,9 Laser D 38,0 15,9 34,7 64,3 12- 10- D9o(|im) Laser B — Fraunhofer — Mie Laser C -I—' c — Fraunhofer — Mie 4- E 3 2- -I 10 1—I—i~r-| 100 Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.22 - Comparação entre as teorias de Mie e Fraunhofer do pó de alumínio nos equipamentos Laser B e C. 81 100- 80- í 60- E 3 O 0) E 3 40- 20- O > O-i 10 100 Tamanho de Partícula (um) S c E o c d) E _3 O > Tamanho de Partícula (jam) F I G U R A 4.23 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula dos equipamentos de difração laser do pó de alumínio: (a) valores acumulados (b) valores incrementais. 82 4.2.4 - C o m p a r a ç ã o e n t r e as técnicas Comparando-se todas as técnicas e equipamentos de análise de tamanho de partícula utilizados (FIG. 4.24) nota-se claramente que há grandes diferenças entre os resultados. Os valores de análise de imagem são os maiores e a diferença desta análise para as demais é maior do que a apresentada para as esferas de vidro. Este tato confirma as considerações, já discutidas anteriormente, a respeito da influência da forma das partículas nos resultados de cada método de análise. Ou seja, quanto maior for a irregularidade das partículas do material particulado, maiores serão as diferenças entre as análises. Outra observação importante diz respeito à análise por sedimentação. Esta técnica apresentou os menores valores de diâmetro, o que se explica pela presença de partículas com formas achatadas. Este tipo de partícula tende a sedimentar não em linha reta, mas sim descrevendo uma trajetória oscilante. Tal fenômeno faz c o m que a velocidade de sedimentação destas partículas seja menor do que a velocidade de esferas com o mesmo volume, sendo interpretado como partículas de menor diâmetro de esfera equivalente. Os resultados das análises por difração de laser estão bem próximos e possuem valores intermediários entre a análise de imagem e a sedimentação. Tamanho de Partícula (iam) F I G U R A 4.24 - Distribuição do tamanho de partícula do pó de alumínio em t o d o s os equipamentos: (a) valores acumulados. 83 Análise de Imagem Sedimentação Laser A Laser B Laser C Laser D Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.24 (Cont.) - (b) valores incrementais. Para facilitar a comparação, os valores dos diâmetros médios de todas as técnicas e equipamentos estão apresentados na T A B . 4 . 1 1 . Os dados corroboram as afirmações anteriores. T A B E L A 4 . 1 1 - Resultados das análises do pó de alumínio nos diversos equipamentos. Equipamento D médio ( ^ m ) Dio(^m) Dso (^m) D90 (^im) Análise de imagem 48,1 25,0 46,0 70,6 Sedimentação 32,0 15,2 29,2 52,0 Laser A 35,6 15,0 33,1 59,9 Laser B 40,7 17,1 36,3 70,9 Laser C 39,9 16,9 36,5 67,9 Laser D 38,0 15,9 34,7 64,3 84 4.3 - A l u m i n a 4.3.1 - D i s p e r s ã o A FIG. 4.25 apresenta as curvas de potencial zeta e m função do p H para a alumina pura e com as diferentes adições de dispersante. O ponto isoelétrico (lEP) da alumina pura encontra-se aproximadamente no pH 8, estando de acordo com a literatura (Oliveira et al., 2000). C o m as adições de ácido cítrico, ocorreu u m deslocamento do p H l E P para 7. O Duramax provocou um aumento significativo nas cargas negativas das partículas e o l E P foi fortemente deslocado para a região de pH ácido ( p H I E P = 3). -•—Pura 80-1 - • — 0 , 1 4 Á c . Cítrico 60- — 0,24 Ác. Cítrico 40- (D — Duramax 20- 0) N H o c 0) -1—» o D. 0-20-40-60-80- — r - 10 —r12 —1 14 pH F I G U R A 4.25 - Curvas de potencial zeta em fianção do p H da alumina pura e com as diferentes adições de dispersantes (meio de dispersão: água deionizada). As linhas servem apenas como referência visual. A partir da identificação dos pontos isoelétricos, foram realizadas análises da distribuição granulométrica, para cada amostra, com o pH próximo a este ponto e ajustado para uma condição em que o potencial zeta possui u m valor elevado (em modulo). As FIG. 4.26 a 4.29. apresentam estas distribuições. 85 Tamanho de Partícula (um) Sc E 1— o c E Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.26 - Distribuições granulométricas da alumina pura com pH próximo ao l E P e c o m potencial zeta elevado: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 86 100- o > E 3 O (D E 3 O > Tamanho de Partícula (um) Tamanho de Partícula (jam) F I G U R A 4.27 - Distribuições granulométricas com pH próximo ao l E P e com potencial zeta elevado da alumina dispersa com 0,14 mgW (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. COMtSSAO HKlOmi 06 EííERftA NUCLEAR'SP-IPEN de ácido cítrico: 87 100- o > E O 0 E 3 O > Tamanho de Partícula (um) c 0 E £ ü c 0 E :5 Tamanho de Partícula (um) F I G U R A 4.28 - Distribuições granulométricas c o m pH próximo ao l E P e com zeta elevado da alumina dispersa c o m 0,28 mgW (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. potencial de ácido cítrico: 88 100- 80O a> 60- E 3 40- i5 Duramax — pH 7,2 o pH 2,5 (U E 3 20- O > 0- ^1 10 0,1 Tamanho de Partícula (um) •*-* c 0) E 0) 1— o c 0) E _3 O > Tamanho de Partícula (um) F I G U R A 4.29 - Distribuições granulométricas c o m p H próximo ao l E P e com potencial zeta elevado da alumina dispersa c o m Duramax: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 89 N a s distribuições de t a m a n h o de partícula (realizadas pela técnica Laser A ) d a alumina pura e com adições de ácido cítrico, é nítida a diferença entre as curvas obtidas com p H p r ó x i m o ao E P e c o m alto potencial zeta. Próximo ao E P , as distribuições apresentam valores maiores, o q u e se deve à aglomeração das partículas ocasionada por baixas cargas elétricas superficiais. C o m a adição de D u r a m a x , a diferença não é tão acentuada, j á q u e este dispersante acarreta o i m p e d i m e n t o estérico, q u e dificulta a aproximação das partículas, m e s m o c o m baixas cargas superficiais. N a s F I G . 4.30 e 4.31 são apresentadas as curvas de análise granulométrica agrupadas e m função d o p H . A F I G . 4.30 apresenta os resultados obtidos e m condições p r ó x i m a s ao ponto isoelétrico. Percebe-se q u e h á divergências entre as curvas, referentes aos diferentes estados de aglomeração. N a F I G . 4.31 estão agrupados os resultados das análises realizadas c o m acerto de p H para condições de alto potencial zeta. E interessante notar a proximidade dos resultados entre as análises da amostra p u r a e c o m ácido cítrico, enquanto que a distribuição de t a m a n h o para a amostra D u r a m a x está levemente deslocada para a esquerda. Isto indica que, para este sistema, o i m p e d i m e n t o eletroestérico d o D u r a m a x alcançou u m a condição melhor de dispersão que a ação eleü-ostática d o ácido cítrico, e q u e a adição deste ú l t i m o n ã o é relevante para a análise d e t a m a n h o d e partícula, se esta for efetuada e m condições de alto potencial zeta (> 2 0 m V e m m ó d u l o ) . N a s curvas incrementais notam-se classes de t a m a n h o mais elevado (acima de 5 p,m) para a alumina pura e c o m ácido cítrico, confirmando a aglomeração. Isto c o m p r o v a a m e l h o r eficiência do D u r a m a x , u m a vez que não é observada a ocorrência desta aglomeração nas curvas de distribuição obtidas c o m este dispersante, n e m m e s m o na condição onde o potencial zeta é baixo ( p H 2,5). 90 100- O > u E O 03 E o > Tamanho de Partícula (^m) Pura pH 8,5 14pH6,9 24 pH 7,1 Duramax pH 2,5 B c d) E b c 0) E Tamanho de Partícula (|im) FIGURA 4.30 - Distribuições granulométricas c o m pH próximo ao l E P : (a) acumulados; (b) valores incrementais. valores 91 100- o > E =3 O 0) E O > Tamanho de Partícula ((im) Pura pH 4,3 14 pH 3,3 28 pH 3,4 Duramax pH 7,2 ro c E O c 0) E -1 0,1 Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.31 - Distribuições granulométricas c o m potencial zeta elevado : (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. COHtSSAO M ^ I O ^ L DÉ BiERm NUCL£AR/'SP-IPEN 92 N a s T A B S . 4.12 e 4.13 são apresentados os diâmetros m é d i o s e os decis agrupados segundo as análises realizadas e m condições p r ó x i m a s d o p o n t o isoelétrico ( T A B . 4.12) e c o m potencial zeta alto ( T A B . 4.13). O s resultados c o m p l e m e n t a m e corroboram as observações gráficas anteriores. T A B E L A 4.12 - Diâmetros médios (D médio) e decis (Dio, D50 e D90) determinados pelas análises nas condições p r ó x i m a s ao ponto isoelétrico. Condição D m é d i o (jim) Dio (pm) Dso (\ím) D90 (^im) P u r a p H 8,5 1,26 0,23 0,84 2,55 14 p H 6,9 1,83 0,19 0,84 4,71 2 8 p H 7,1 2,61 0,17 0.86 7,20 D u r a m a x p H 2,5 0,88 0,16 0,63 1,85 T A B E L A 4.13 - Diâmetros m é d i o s (D médio) e decis (Dio, D50 e D90) determinados pelas análises sob potencial zeta elevado. Condição D m é d i o (jjm) Dio (\im) Dso (^m) D90 (|im) P u r a p H 4,3 1,37 0,17 0,67 2,85 14 p H 3,3 1,07 0,17 0,66 2,37 2 8 p H 3,4 1,24 0,16 0,65 2,69 D u r a m a x p H 7,2 0,83 0,13 0,58 1,80 Os testes c o m ultra-som (FIG. 4.32 a 4.34) mostram q u e a ação desta energia é bastante eficiente e que a sua utilização é fundamental para as análises de t a m a n h o de partícula da alumina. Nota-se q u e o uso de ultra-som na alumina p u r a não foi capaz de atingir u m estado de dispersão tão eficiente quanto o D u r a m a x (conforme se observa n a F I G . 4.34, onde os resultados foram c o m p a r a d o s ) pois as curvas c o m D u r a m a x apresentam valores ligeiramente menores. Estas observações levam à conclusão de q u e o uso de ultrasom, e m b o r a importante, não é suficiente para garantir u m a completa dispersão. A l é m disso, a alteração dos resultados obtidos c o m a variação de seu t e m p o de aplicação p o d e ser u m a indicação de que a condição de dispersão da amostra n ã o é a ideal. A alumina c o m D u r a m a x t a m b é m apresenta u m a m e l h o r estabilização nas suas curvas d e distribuição. 93 U m a explicação para o fato da não dispersão do material com o uso de Duramax sem ultra-som, está na necessidade do uso desta energia para a primeira quebra dos aglomerados, possibilitando a adesão do dispersante na superfície das partículas. Após a aderência, o dispersante dificulta a reaproximação das partículas, provocando uma maior estabilidade da dispersão. 100- o > Alumina Pura E US-0 O d) E us - Durante US - 30 Seg U S - 1 Min US - 2 Min US - 3 Min 3 1 10 Tamanho de Partículas (um) Alumina Pura US-0 us - Durante US - 30 Seg US - 1 Min US - 2 Min U S - 3 Min c 0) E d) E O > 1 10 Tamanho de Partícula (|.im) F I G U R A 4.32 - Distribuições granulométricas da alumina pura, variando-se o tempo de ultra-som : (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 94 100- o > ro Alumina c o m Duramax E US-0 O u s - Durante US - 30 Seg US - 1 Min U S - 2 Min U S - 3 Min 0 E O > Tamanho de Partícula (iam) Alumina c o m D u r a m a x US-0 Durante 30 Seg 1 Min c (D E 2 Min 3 Min 0 o 0 E o > Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.33 - Distribuições granulométricas da alumina c o m Duramax, variando-se o tempo de ultra-som : (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 95 Tamanho de Partícula ((am) Duramax US - 3 Min Duramax US - Durante Pura US - 3 Min Pura US - Durante ro c 0 E o c 0 E _g o > Tamanho de Partícula (|.im) F I G U R A 4.34 - Distribuições granulométricas da alumina pura e com Duramax, com tempos de ultra-som de 3 minutos e apenas durante as leituras da análise: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 96 Nas T A B . 4.14 e 4.15 estão reunidos os resultados dos diâmetros médios obtidos com os testes d e ultra-som da alumina pura e da alumina c o m o dispersante D u r a m a x , respectivamente. Os valores estão muito próximos (com exceção dos valores de US-0). Pode-se perceber, no entanto, que o D u r a m a x atingiu menores valores para Dio e D50, , enquanto que os dados d e D90 (após 30 segundos) estão mais próximos, indicando q u e a aglomeração ainda existente na amostra pura é mais atuante nas menores partículas. T A B E L A 4.14 - Resultados dos testes de ultra-som da alumina pura. Condição D m é d i o (|j,m) Dio (l^m) Dso ( ^ m ) D90 (|im) US-0 81,65 0,69 48,09 215,55 ÜS - D u r a n t e 0,73 0,11 1,41 1,49 U S - 3 0 seg 0,47 0,10 0,36 0,94 US - 1 M i n 0,46 0,10 0,36 0,91 US - 2 M i n 0,43 0,10 0,35 0,86 US - 3 M i n 0,43 0,10 0,35 0,86 T A B E L A 4 . 1 5 - Resultados dos testes de ultra-som da alumina c o m 0 dispersante Duramax. Condição D m é d i o (|im) Dio (|im) Dso dim) D90 (ixm) US-0 90,67 0,37 60,00 241,17 US - Durante 0,50 0,07 0,33 1,03 U S - 30 seg 0,46 0,07 0,31 0,93 US - 1 M i n 0,46 0,07 0,31 0,91 US - 2 M i n 0,45 0,07 0,31 0,90 US - 3 M i n 0,45 0,07 0,31 0,89 97 4.3.2 - T a m a n h o d e partícula N a FIG. 4.35a e b estão as micrografias eletrônicas de varredura d o p ó de alumina. Nota-se que as partículas são muito pequenas, o q u e provoca urna aglomeração, dificultando a visualização mais perfeitas das partículas individualmente. Por isso foi realizada t a m b é m u m a análise e m microscópio eletrônico de transmissão (JEM 2 0 0 C Jeol Ltda), mas m e s m o nestas micrografias (FIG. 4.35c) a visualização n ã o é a ideal pois há u m a sobreposição de partículas. Pode-se perceber, n o entanto, que o p ó apresenta partículas levemente arredondadas e c o m formas achatadas. 4.3.2.1 - Análise de i m a g e m C o m o o p ó de alumina possui partículas m u i t o pequenas, foi necessário o uso d e microscopia eletrônica de varredura para a geração das imagens a serem analisadas, conforme j á foi m e n c i o n a d o n o item 3.3.1. Tal procedimento dificultou e m m u i t o a realização das análises, provocando u m a m e n o r quantidade de partículas medidas (2789 partículas) e, consequentemente, u m a pior amostragem d o p ó . Os resultados dos diâmetros médios e dos fatores de forma são apresentados na T A B . 4.16. N a FIG. 4.36 estão os gráficos referentes a estas análises, o n d e a p e q u e n a amostragem é constatada na irregularidade das curvas incrementais e nas oscilações no final das curvas acumuladas. A irregularidade n a forma das partículas t a m b é m é confirmada pela diferenças nas curvas, sendo os menores valores encontrados no diâmetro da área projetada e os maiores n o diâmetro do perímetro. Para melhorar o aspecto e a visualização das curvas e facilitar a comparação, foi adotado u m procedimento de alisamento (nas curvas incrementais) idêntico ao utilizado para o p ó de alumínio (médias móveis - 5 pontos). A curvas assim obtidas estão na F I G . 4.37. 98 F I G U R A 4.35 - Micrografias eletrônicas do p ó de alumina: (a) e (b) microscópio eletrônico d e varredura; (c) microscópio eletrônico de transmissão. 99 T A B E L A 4.16 - Resultados das análises de i m a g e m do p ó de alumina. Média Dio D50 D90 R a z ã o de A s p e c t o 1,49 ± 0 , 2 9 ~x- ~x~ ~x~ Circularidade 0,66 ± 0 , 1 1 ~x~ —x~ ~x- D i â m e t r o d a área projetada ()jin) 0,70 ± 0 , 1 7 0,30 0,53 0,96 0,81 ± 0 , 2 9 0,34 0,62 1,11 1,03 ± 0 , 2 3 0,40 0,77 1,50 D i â m e t r o d e Feret m é d i o (lom) D i â m e t r o d o perímetro (jim) É claro q u e com a m e n o r amostragem a precisão da análise é menor. A faixa de tamanho m e d i d a t a m b é m é b e m estreita, fazendo c o m que o número de classes de t a m a n h o seja t a m b é m p e q u e n o (foram adotadas as m e s m a s classes usadas para as esferas d e vidro e alumínio - classes adotadas pelo equipamento L a s e r A) ocasionando u m a maior alteração no alisamento. Deve-se lembrar t a m b é m que, d e v i d o à aglomeração das partículas, h o u v e u m pré-processamento n a s análises (item 3.3.1) q u e t a m b é m pode ter afetado a exatidão da análise. Todas estas constatações não invalidam as análises. Deve-se, n o entanto, levá-las e m consideração, principalmente nas comparações entre as técmcas q u e serão feitas mais a seguir. N o caso dos outros materiais comparados (esferas de vidro e alumínio), a análise d e i m a g e m foi u m a referência, e as diferenças entre as outras técnicas foram relacionadas c o m o desvio de esfericidade dos p ó s . N o caso da alumina, a adoção da análise de i m a g e m c o m o referência é temerosa, servindo apenas c o m o mais u m parâmetro de comparação. 100 100- ^ 80- • Área Projetada Feret Medio O ~ ro Perímetro 60- 3 E =j O 0) E 3 O 40- 20- > 0- n — 10 0,1 Tamanho de Partícula (um) Area Projetada Feret Médio Perimetro (0 -I—' c E CD t_ O c 0) E _2 o > Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.36 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula d o s diámetros da área projetada, de Feret médio e do perímetro para o pó de alumina: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. COMISSÃO ÍWllOKM DÊ B*£R6iA NUCLEAR/SP-IPEN 101 Área Projetada Área Proj. alisada Feret Médio Feret Médio alisado Perimetro Perímetro alisado 12- ^ c (D Ê O c E O > Tamanho de Partícula (um) • Area Projetada 12- Feret Médio Perímetro 8- c d) o c (U 4- E 0- 10 0,1 Tamanho de Partícula (iam) F I G U R A 4.37 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula dos diâmetros da área projetada, de Feret médio e do perímetro para o pó de alumina: (a) valores normais e alisados; (b) valores alisados. 102 4.3.2.2 - S e d i m e n t a ç ã o N a T A B 4.17 e n a FIG. 4.38 estão os resultados obtidos c o m o pó de alumina pela técmca de sedimentação. Nota-se que, devido ao limite inferior leitura do equipamento (0,1 }im), os valores d o s gráficos de distribuição granulométrica acumulada e incremental não partem de zero. Este fato, além de impossibilitar a aquisição do valor para o Dio pois n ã o foi atingido o valor de 1 0 % , indica que, m e s m o sendo fora da capacidade de leitura d o equipamento, existe u m a p e q u e n a fração de partículas c o m tamanho menor que 0,1 (im. T A B E L A 4.17 - Resultados da análise por sedimentação do p ó de alumina. N» d e R e y n o l d s D m é d i o (|im) 0,003 0,58 Dio(^im) ~ X Dsoí^im) D9o()j,m) 0,39 1,31 ~ 100- 80- 60 E ü 0) 40 E 3 O > 20 10 0,1 Tamanho de Partícula (^m) FIGURA4.38-Curvas de distribuição de tamanho de partícula sedimentação d o p ó de alumina: (a) valores acumulados. pela técnica de 103 4- ô5 3 c (D E d) 2- o 0) E 1- o > 0- 10 0,1 Tamanho de Partícula {^m) F I G U R A 4.38 (Cont.) - (b) valores incrementais. 4.3.2.3 - Laser N a s F I G S 4.39 e 4.41 estão as curvas referentes aos m o d e l o s M i e e Fraunhofer comparados nos equipamentos Lasers A , B e C . C o m o este p ó é muito fino, ocorreram diferenças nestes resultados. As curvas d e m o d e l o M i e apresentam distribuições mais finas. Isto se d e v e ao fato de estar ocorrendo refração d e luz nas partículas, gerando ângulos m e n o r e s que são interpretados, p e l o m o d e l o Fraunhofer, c o m o partículas de maior dimensão. N a s curvas incrementais t a m b é m é possível notar q u e nos Lasers A e C o m o d e l o Mie apenas deslocou a curva para a esquerda, sem grandes alterações no perfil de distribuição. Já n o equipamento B h o u v e u m a m u d a n ç a significativa n o perfil das curvas. N o m o d e l o de Fraunhofer a curva é m o n o m o d a l , enquanto q u e no m o d e l o M i e há u m perfil de distribuição bimodal. N o Laser D apenas foram realizadas análises no m o d e l o M i e . 104 100- o > E u ü (D Laser A E — Fraunhofer O > Mie ' ' ' I 10 0,1 Tamanho de Partícula (iam) 10-1 8- Laser A — Fraunhofer m O — Mie 6- 4- c (U E o ^ 2 > 0- 10 0,1 Tamanho de Partícula (^im) F I G U R A 4.39 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula do pó de alumina no equipamento Laser A nos modelos de Fraunhofer e Mie: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. C0H6SÃO miom. oe. m.H&A NUCLEAR/'SP-IPEN 105 100- o > E =3 O 0) E 3 O > Tamanho de Partícula (Mm) Laser B — Fraunhofer Mie 03 C E i_ o c (U E _3 Tamanho de Partícula ((im) F I G U R A 4.40 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula do pó de alumina no equipamento Laser B nos modelos de Fraunhofer e Mie: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 106 100- 80- g O ~ ça 60- Laser C E O a> E 40- O > 20- — Fraunhofer Mie 10 0,1 Tamanho de Partícula (um) 10-1 Laser C — Fraunhofer -Mie '' I 10 0,1 Tamanho de Partícula (|im) F I G U R A 4.41 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula do pó de alumina no equipamento Laser C nos modelos de Fraunhofer e Mie: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 107 N a FIG 4.42 foram agrupadas as curvas de distribuição de tamanho de partícula obtidas nos quatro equipamentos laser (modelo Mie). 100- 80- í ~ ro 60 H — Laser A E 3 O <u E _3 o > — Laser B — Laser C — Laser D 40- 20- 0- 0,1 1 10 Tamanho de Partícula (^m) Tamanho de Partícula (|am) F I G U R A 4.42 - Curvas de distribuição de tamanho de partícula do pó de alumina nos equipamentos laser: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais 108 As curvas acumuladas estão relativamente sobrepostas, o que dificulta u m a boa percepção das diferenças entre os equipamentos. Porém, estas diferenças estão b e m definidas no perfil das curvas incrementais. Os equipamentos Lasers A e C apresentam curvas m o n o m o d a i s , enquanto q u e para os equipamentos B e D, os perfis são bimodais. Este fato será discutido no próximo item - C o m p a r a ç ã o entre as técnicas. Na T A B . 4.18 estão os resultados dos diâmetros médios dos equipamentos. Nota-se que o Laser A possui valores menores para o Dio, o que pode ser percebido t a m b é m pelo fato de que as curvas de distribuição granulométrica não partem de zero, indício da presença de partículas abaixo d e 0,04 |im. Nota-se t a m b é m que o Laser B tem os maiores valores para D90. Outro fato importante a ser destacado refere-se ao diâmetro m é d i o d o Laser C. O valor encontrado automaticamente pelo equipamento é 1,02 \xm (valor entre parênteses). Nesta m é d i a está incluída u m a p e q u e n a classe de valores c o m diâmetros muito elevados que foram medidos, mas que certamente são devidos apenas a ruídos ou distúrbios ópticos (FIG. 4.43). Estes valores n ã o afetaram visualmente os gráficos, porém, alteraram de maneira significativa o diâmetro médio. Eliminando-se estes distúrbios, obtém-se o valor de 0,69 |J.m. Tal constatação reforça a necessidade de u m a avaliação completa dos dados fornecidos pelos equipamentos de medida de tamanho de partícula, pois ao se adotar apenas os diâmetros médios, pode-se estar assumindo valores incorretos. T A B E L A 4.18 - Resultados das análises do p ó de alumina nos equipamentos Laser. Equipamento D m é d i o (|im) D 10 (|im) D 50 (|im) D 90 (l^m) Laser A 0,57 0,08 0,40 1,25 Laser B 0,77 0,14 0,40 1,61 Laser C 0,69(1,02) 0,16 0,38 1,48 Laser D 0,51 0,19 0,32 1,28 C0W5SÀ0 HMiíOmi Qt E^iRéiA NUaE?^R/SP-iPEN 109 T a m a n h o d e Partícula (|im) F I G U R A 4.43 - Detalhe d a curva incrementai d o equipamento Laser C mostrando a pequena classe (abaixo de 0,04 %) de partículas de tamanho elevado (entre 150 e 4 0 0 |xm). 4.3.2.4 - C o m p a r a ç ã o entre as técnicas Comparando-se todas as técnicas e equipamentos ( T A B 4.19 e FIG.4.44) percebese q u e não h á muita coerência entre os resultados, ocorrendo variação m á x i m a de 50 %, aproximadamente, nos valores d o diâmetro m é d i o . T A B E L A 4.19 - Resultados das análises do p ó de alumina nos diversos equipamentos. Equipamento D m é d i o (^m) Dio (p™) DsoCpm) D9o(pm) Análise de i m a g e m 0,70 0,30 0,53 0,96 Sedimentação 0,58 0,39 1,31 Laser A 0,57 0,08 0,40 1,25 Laser B 0,77 0,14 0,40 1,61 Laser C 0,69 0,16 0,38 1,48 Laser D 0,51 0,19 0,32 1,28 ~ X ~ 110 •Análise de Imagem Sedimentação Laser A Laser B Laser C Laser D 0,1 10 1 Tamanho de Partícula (iam) ro c (D •Análise de Imagem Sedimentação • Laser A Laser B Laser C Laser D E 0 i— O c 0) E _g o > Tamanho de Partícula (|am) F I G U R A 4.44 - Distribuição do tamanho de partícula do pó de alumina em todos os equipamentos: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 111 A análise de i m a g e m apresenta a distribuição mais estreita, enquanto que a distribuição mais larga foi encontrada n o Laser A . A principal diferença entre os resultados está n o perfil d e distribuição incrementai, o n d e os Lasers B e D e sedimentação apresentaram p a d r ã o bimodal, e os Lasers A e C e análise de i m a g e m são m o n o m o d a i s . C o m o j á foi mencionado no item 4 . 4 . 1 , a análise de i m a g e m não p o d e ser adotada c o m o referência. P o r isso, e para auxiUar nas comparações entre as técnicas, u m padrão trimodal d e microesferas semelhante à alumina) da D u k e foi Scientific anaüsado nos Corporation equipamentos (com faixa Lasers A , B de tamanho e D. Estes equipamentos foram escolhidos devido a m a i o r disponibilidade para a realização das análises e t a m b é m p o r q u e os seus perfis de distribuição são os mais diferentes representando, respectivamente, distribuições m o n o m o d a l , bimodal mais suave e bimodal mais acentuada. Este p a d r ã o é u m a mistura de nanoesferas poliméricas c o m diâmetros médios nominais d e 80, 2 0 0 e 500 nanometros (nm) dispersas e m água. A certificação foi realizada e m m i c r o s c ó p i o eletrônico de varredura, d e acordo c o m metodologia determinada pelo National Institute of Standards and T e c h n o l o g y (NIST). Os valores certificados e outras especificações técnicas deste padrão são as seguintes: 80 n m : D i â m e t r o M é d i o Certificado: 81 n m Incerteza: 2,7 n m D e s v i o Padrão: 5,8 n m Coeficiente de Variação: 7,2 % Concentração: 0,5 % de sólidos. 2 0 0 n m : D i â m e t r o M é d i o Certificado: 199 n m Incerteza: 6 nm D e s v i o Padrão: 3,4 n m Coeficiente de Variação: 1,7 % Concentração: 0,25 % d e sólidos. 5 0 0 n m : D i â m e t r o M é d i o Certificado: 499 nm Incerteza: 5 nm D e s v i o Padrão: 6,5 n m Coeficiente de Variação: 1,3 % Concentração: 0,25 % d e sólidos. 112 C o m p o s i ç ã o das Microesferas: Poliestireno D e n s i d a d e d o Polímero: 1,5 g/cm3 índice d e Refração: 1,59 a 589 n m C o n c e n t r a ç ã o Total: 1,0 % de sólidos. E s t e padrão foi observado e m microscópio eletrônico de varredura. N a F I G . 4.45 estão as micrografias obtidas e m diferentes aumentos. E claro que as partículas estão a g l o m e r a d a s devido ao procedimento de secagem necessário para a realização da anáfise, p o r é m é possível a observação da forma regular das partículas e das três classes diferentes de t a m a n h o . (a) m ÍSV': ws-v.-v '."'ÍK .. ^. -..irnsim- Are V Spot Md I k V?0 X íb) F I G U R A 4.45 - Micrografias eletrônicas de varredura do padrão trimodal e m diferentes aumentos: (a) menores magnificações; (b) maiores magnificações. 113 N a FIG. 4.46 estão o s gráficos de distribuição de tamanho de partícula do padrão obtidos pelos Lasers A, B e D, seguindo-se todas as instruções de operação do certificado. Na T A B . 4.20 estão os resultados dos diámetros médios destas análises (no laser C esta análise não foi realizada). Laser A Laser B Laser D Tamanho de Partícula (^m) Laser A Laser B Laser D 0.1 Tamanho de Partícula (^m) F I G U R A 4.46 - Distribuição do tamanho de partícula do padrão trimodal nos equipamentos Lasers A, B e D: (a) valores acumulados; (b) valores incrementais. 114 T A B E L A 4.20 - Resultados das análises do padrão trimodal nos Lasers A e B . Equipamento D m é d i o (|j.m) D lo (jim) D 50 (l^ni) D 90 {\im) Laser A 0,23 0,07 0,18 0,44 Laser B 0,29 0,14 0,20 0,58 Laser D 0,16 0,06 0,16 0,50 Os resultados estão próximos e coerentes c o m os valores certificados. P o r é m nas curvas de distribuição incremental (FIG. 4.46b) nota-se que os Lasers A e B não conseguiram identificar as três m o d a s . Já n o Laser D estas classes estão b e m distintas e com valores dentro da incerteza da certificação. Conclui-se, portanto, que o Laser D é mais preciso para esta faixa de tamanho. Sendo assim, pode-se inferir q u e os resultados alcançados pelo Laser D para a alumina, t a m b é m São mais precisos do que os dos Lasers A e B ou C, e m b o r a o B t a m b é m tenha sido capaz de detectar as duas m o d a s da alumina. É oportuno lembrar que a técnica de sedimentação t a m b é m apresentou u m a distribuição bimodal para a alumina, corroborando as afirmações anteriores e indicando a boa resolução deste equipamento. As explicações para tais diferenças estão possivelmente na configuração dos detectores d e laser, nos sistemas de coleta de dados e/ou nos algoritmos e modelos matemáticos adotados. Deve-se lembrar que o Laser B no modelo Fraunhofer t a m b é m apresentou perfil m o n o m o d a l . Outro dado que p o d e reforçar estas conclusões é a análise de i m a g e m . E x a m i n á n d o se as curvas incrementais sem o alisamento (FIG. 4.36), pode-se perceber u m a tendência de perfil bimodal que foi eliminada no alisamento. Ou seja, se u m maior n ú m e r o de partículas tivesse sido m e d i d o por análise de i m a g e m , talvez também por esta técnica, o perfil de distribuição granulométrica da alumina fosse bimodal. H á ainda u m a consideração importante p o d e ser feita a respeito do Laser B . Este equipamento não mediu partículas inferiores a 0,1 |Lim e portanto não detectou a m e n o r moda do padrão trimodal (0,08|im). Isto sugere uma menor sensibilidade deste equipamento para partículas muito finas (abaixo de 0,1 )im). N o Laser A, que não distinguiu as três m o d a s , h o u v e ao menos a constatação da presença de tais partículas. É claro que, para a c o n f u m a ç ã o da menor sensibiUdade do Laser B , seriam necessários testes com outros materiais finos, j á que nas curvas incrementais do pó de aluinina-(Fig. 4.44b) cmsskD miorn. mmA him.msp-ipm 115 não é possível a comprovação deste fato, pois este material t a m b é m de acordo c o m o Laser D , n ã o possui partículas abaixo d e 0,1 |im. D e qualquer m o d o , e m b o r a a repetibilidade de todas as técnicas e equipamentos seja bastante satisfatória, a análise de pós c o m partículas muito finas (abaixo de 0,1 \im) sempre é mais difícil, m e s m o porque esta faixa aproxima-se muito dos limites ideais d e aplicação das técnicas indiretas aqui investigadas (Germán, 1994; Reed, 1988). P o r isso, os cuidados c o m a execução e principalmente na avaliação dos resultados destas análises d e v e m ser intensificados. 116 5. C O N C L U S Õ E S U m a série de questões aqui levantadas c o m p r o v o u a complexidade do t e m a e a necessidade de aprofundamento n o entendimento dos princípios envolvidos e m cada técnica d e análise e das particularidades de cada equipamento utilizado, muitos deles n ã o considerados e m trabalhos realizados anteriormente. Fica enfatizada a necessidade de associação dos resultados d e distribuição de t a m a n h o de partícula ao m é t o d o (técnica, equipamento e condições d e análise) utilizado. Conclusões específicas sobre os dois grandes assuntos abordados são apresentadas a seguir. 5.1. - Dispersão Com o impedimento eletroestérico (mais eficiente) há uma melhor reprodutibilidade nas anáüses, enquanto que, c o m o i m p e d i m e n t o eletrostático, esta reprodutibilidade pode depender d o potencial zeta e, conseqüentemente, d o p H e m q u e estas análises estão sendo realizadas. O uso de ultra-som, e m b o r a importante, não é suficiente para garantir u m a completa dispersão q u a n d o aplicado isoladamente. A l é m disso, a alteração dos resultados obtidos com a variação de seu t e m p o de apücação pode ser u m a indicação d e que a condição de dispersão da amostra n ã o é a ideal. N o desenvolvimento d e novos procedimentos de análise de t a m a n h o de partícula, é conveniente estudar as condições d e dispersão da amostra. Se n e n h u m dispersante for utilizado, ou se a ação específica deste dispersante n a amostra não é conhecida, é aconselhável que sejam feitas análises variando-se o p H d a dispersão. Este procedimento pode prover informações úteis quanto ao estado de aglomeração e eficiência do dispersante usado. Para que as análises de t a m a n h o de partícula (pós finos) sejam reprodutíveis, é necessária uma boa condição de dispersão. Se a l g u m tipo de dispersante for utilizado, deve-se conhecer o tipo de m e c a n i s m o de estabilização deste dispersante. 117 5.2. - C o m p a r a ç ã o entre as técnicas A análise de i m a g e m , devido à possibilidade de avaliação dos fatores d e forma, mostrou-se m u i t o importante c o m o ferramenta de c o m p a r a ç ã o entre as técnicas. A técnica de sedimentação, apesar de ser mais d e m o r a d a e trabalhosa, apresentou bons resultados e m todos os materiais. Suas limitações são a m e n o r reprodutibilidade, a dependência de propriedades dos líquidos dispersantes utilizados e o m e n o r alcance para materiais finos (0,1 ^im). Deve-se considerar t a m b é m o ajuste (alisamento) automático d o equipamento, que altera, ainda que levemente, a curva original. Entretanto, no equipamento aqui e m p r e g a d o é possível adotar ou não tal procedimento. Os equipamentos da técnica laser apresentaram resultados coerentes entre si e reprodutíveis para materiais grosseiros (microesferas de vidro e p ó de alumínio). Atente-se para o fato de que as análises de pós m u i t o grossos (como as microesferas de vidro) ou densos n o equipamento da técnica Laser A d e v e m ser conduzidas c o m cuidado e m razão do desenho d e sua cuba de anáüse, favorável à decantação. N a s análises c o m material mais fino (alumina), os resultados destes equipamentos, embora reprodutíveis, foram divergentes, apresentando dois tipos de dispersão, m o n o m o d a l (Lasers A e C). e bimodal (Laser B e D ) , esta última sendo considerada mais correta. Quanto aos m o d e l o s de M i e e Fraunhofer, constatou-se que este segundo m o d e l o realmente é aplicável para pós mais grossos. Análises de pós mais finos são afetadas p o r este modelo, apresentando (para o caso da alumina) valores maiores que o m o d e l o de M i e , que é o indicado para este caso. N o s equipamentos Lasers A e C o perfil d e distribuição foi apenas deslocado para a direita pelo m o d e l o de Fraunhofer. N o equipamento B h o u v e u m a considerável alteração nos perfis de distribuição. 118 6. S U G E S T Õ E S P A R A T R A B A L H O S F U T U R O S Estender as comparações aqui realizadas com outros materiais e equipamentos, inclusive estudando a reprodutibilidade entre equipamentos de m e s m o m o d e l o . - Avaliar os resultados levando-se e m consideração as incertezas das técnicas. Desenvolver modelos matemáticos q u e p e r m i t a m correlacionar medidas entre técnicas de partículas c o m formato diferente da esférica. 119 APÊNDICE - Classes de a m a n h o utilizadas por cada e q u i p a m e n t o de t a m a n h o de partícula e s t u d a d o s neste trabalho. Análise de Sedimentação Laser A Laser B I m a g e m (|im) (|xm)* (|im) (jim) 0,109 0,115 0,122 0,130 0,03 0,04 0,02 0,022 0,05 0,06 0,04. 0,044 0,07 0,025 0,1 0,2 0,028 0,032 0,036 0,07 0,08 0,048 0,053 0,09 0,058 0,064 Laser C Laser D Classes 1 2 3 4 5 6 7 8 0,03 0,04 0,07 0,1 0,2 0,3 0,4 9 10 0,5 0,6 0,7 11 12 0,8 0,9 13 14 1 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 . 25 26 27 1,1 1,2 1,3 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3 3,2 0,137 0,145 0,154 0,163 0,173 0,183 0,194 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,04 0,045 0,05 0,056 0,063 0,071 0,205 0,217 0,8 0,9 1 0,230 0,244 0,258 1,1 1,2 1,3 0,089 1,4 0,274 0,290 0,307 0,325 0,345 0,365 0,387 0,410 0,434 0,460 0,487 1,6 1,8 2 2,2 2,4 0,08 0,11 0,13 0,15 0,17 0,2 0,23 0,27 0,07 0,077 0,084 0,093 0,102 0,112 0,122 0,134 0,1 0,112 0,31 0,36 0,42 0,49 0,126 0,142 0,58 0,67 0,159 0,178 0,2 0,224 0,78 0,178 0,195 0,214 2,6 0,252 2,8 0,283 0,317 3 3,2 (|im) 0,91 1,06 1,24 1,44 0,148 0,162 0,235 0,258 0,284 1,68 0,311 0,342 1,95 2,28 0,375 0,412 2,65 3,09 0,452 3,4 0,356 0,399 3,6 3,8 4 0,448 0,502 0,564 0,632 3,6 4,19 4,88 28 3,4 3,6 29 30 3,8 4 0,546 0,579 31 32 4,3 4,6 0,613 0,649 4,3 4,6 0,71 5,69 0,656 0,721 33 34 5 5,3 5 5,3 0,791 0,868 5,6 6 0,796 0,893 1,002 6,63 7,72 35 36 37 0,688 0,729 0,772 9 10,48 0,953 12,21 1,149 1,261 0,516 0,817 5,6 6 1,125 38 6,5 7 0,866 0,917 6,5 7 1,262 1,416 39 40 7,5 8 0,972 7,5 8 1,589 1,783 1,029 14,22 16,57 19,31 0,496 0,545 0,598 1,047 1,384 1,52 * Para o equipamento de sedimentação, o s limites d e classe inferiores e superiores foram definidos para cada material analisado. N e s t e tabela são apresentadas todas as classes, compreendidas entre 3 0 0 e 0,1 |j,m, que p o d e m ser adotadas pelo equipamento. 120 41 42 43 44 45 46 47 48 8,5 9 10 11 12 13 14 15 49 50 16 17 51 52 53 54 18 19 1,090 1,155 1,223 1,296 1,372 1,454 1,540 1,631 1,728 1,830 1,939 2,053 20 21 22 23 2,175 2,304 2,441 58 59 60 25 28 30 32 2,738 2,901 61 62 34 36 3,072 3,255 3,447 3,652 63 64 38 40 3,868 4,097 65 66 67 68 43 45 4,340 4,597 50 53 56 4,870 5,158 5.464 5,788 72 60 63 66 73 74 71 75 6,879 7,286 75 76 77 80 85 7,718 8,175 78 90 95 8,660 9,173 79 80 100 112 81 82 125 130 9,716 10,292 10,902 83 84 140 150 85 86 87 160 55 56 57 69 70 71 2,585 6,131 6,494 11,548 12,232 12,957 88 180 190 13,725 14,538 15,400 16,312 89 90 91 200 212 224 17,278 18,302 19,386 170 8,5 9 2 2,244 22,49 26,2 10 11 12 13 14 2,518 2,825 3,17 3,557 30,53 35,56 41,43 48,27 3,991 4,477 56,23 65,51 76,32 15 16 17 18 19 20 21 22 23 5,024 5,637 88,91 6,325 7,096 7,962 8,934 103,58 120,67 140,58 163,77 10,024 11,247 190,8 222,28 12,619 14,159 15,887 17,825 20 22,44 258,95 301,68 1,668 1,832 2,011 2,207 2,423 2,66 2,92 3,205 3,519 3,863 4,24 4,655 5,11 5,61 351,46 409,45 6,158 6,76 7,421 8,147 8,943 9,818 477,01 555,71 10,78 11,83 25,179 28,251 647,41 754,23 12,99 14,26 31,698 35,566 878,67 45 15,65 17,18 50 53 39,905 44,774 18,86 20,71 56 60 63 50,238 56,368 63,246 22,73 66 71 70,963 79,621 89,337 25 28 30 32 34 36 38 40 43 75 80 85 90 95 100 112 125 130 24,95 27,39 30,07 33,01 36,24 100,237 112,468 39,78 43,67 126,191 141,589 158,866 47,94 52,62 178,25 57,77 63,41 200 224,404 69,61 76,42 140 251,785 150 160 282,508 316,979 83,89 92,09 170 355,656 399,052 447,744 180 190 200 212 224 502,377 563,677 632,456 101,1 111 121,8 133,7 146,8 161,2 176,9 121 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 240 250 280 300 315 355 400 425 450 500 20,535 21,752 23,041 24,406 25,852 27,384 29,007 30,726 32,546 34,475 36,517 38,681 500 709,627 796,214 893,367 1002,374 1124,683 1261,915 1415,892 1588,656 1782,502 2000 194,2 213,2 234 256,9 282,1 309,6 339,9 373,1 409,6 449,7 493,6 541,9 40,973 43,401 45,973 48,697 594,8 653 51,582 54,639 863,9 948,3 1041 1143 57,876 61,306 64,938 68,786 72,862 77,179 81,752 86,596 91,728 97,163 102,920 109,018 115,478 122,320 129,569 137,246 145,378 153,993 163,117 172,783 183,021 193,865 205,352 217,520 230,409 135 136 137 244,062 138 290,068 307,256 139 140 240 250 280 300 315 355 400 425 450 258,523 273,842 325,462 716,8 786,9 1255 1377 1512 1660 1822 2000 122 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A L L E N , T. 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