Apostila de ESTUDO ORIENTADO Ensino Fundamental Material Estruturado para o Professor do Estudo Orientado das Escolas em Tempo Integral O Ensino Fundamental tem como objetivo geral para a sua estruturação curricular, a utilização de diferentes linguagens - verbal, matemática, gráfica, plástica, corporal - como meio para expressar e comunicar ideias, interpretar e usufruir das produções da cultura. Assim, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (1999), a escola, em cumprimento ao seu papel primordial, deve pensar num currículo como instrumentação da cidadania democrática, contemplando conteúdos e estratégias de aprendizagem que capacitem o ser humano para a realização de atividades nos três domínios da ação humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva e a experiência subjetiva, incorporando como diretrizes gerais e orientadoras as quatro premissas apontadas pela UNESCO para a educação na sociedade contemporânea: APRENDER A CONHECER – saberes que permitem compreender o mundo; APRENDER A FAZER – desenvolvimento de habilidades e o estímulo ao surgimento de novas aptidões; APRENDER A CONVIVER – aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento do outro e a percepção das interdependências; APRENDER A SER – preparar o indivíduo para elaborar pensamentos autônomos e críticos; exercitar a liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação. A partir desses princípios gerais, o currículo deve ser articulado em torno de eixos básicos orientadores da seleção de conteúdos significativos, tendo em vista as competências e habilidades que se pretende desenvolver no Ensino Fundamental, considerando o contexto da sociedade em constante mudança e a prova da validade e de relevância social desse currículo para a vida do futuro jovem que atuará no mundo que oferecerá cada vez mais e sempre, novos desafios. Isso exigirá que a escola ofereça a condição para que esse estudante se enxergue atuando no mundo a partir daquilo que ele projetar para si como ser humano autônomo, solidário e competente. Dessa maneira ele será dotado de condições para organizar e sistematizar seus sentimentos e suas atitudes, harmonizando valorações e consequentemente capaz de adotar um comportamento coerente e correto, facilitando a tomada de consciência dos valores, das crenças e das opções vitais de cada pessoa. Nesse sentido, é fundamental que a escola ofereça condições para que a exploração desse currículo ocorra de forma plena e possa ser usufruído pelos estudantes de maneira significativa. Ao estudante devem ser oferecidos espaços para as suas aprendizagens e dentre elas, aquelas que o forneçam uma condição prévia, ou seja, a capacidade de se organizar para os seus próprios estudos. Profª Thereza Paes Barreto Consultora UFPE/ICE 2 Caro Professor O Material Estruturado de Estudo Orientado para o Professor foi elaborado para apoiálo no processo de implantação das inovações em conteúdo, método e gestão das Escolas de Tempo Integral e em especial, no desenvolvimento dessa tarefa desafiadora que é orientar e apoiar o estudante na aquisição de hábitos e rotinas de estudo tão absolutamente fundamentais em todas as atividades humanas e, portanto, indispensáveis para a consecução do seu Projeto de Vida – tarefa de todos nós. Não se constitui tarefa fácil, mas é uma tarefa possível e nos chama a todos ao compromisso inadiável de acolhermos os estudantes que diante de nós, se apresentam cheios de sonhos, expectativas e desejos e que carecem do nosso trabalho dedicado para se tornarem planos. Neste material apresentamos um conjunto de quatro (4) aulas que servirão para estruturar a maneira em que os estudantes devem organizar-se para estudar. Essas aulas são embasadas em técnicas de estudos necessárias para garantir uma aprendizagem significativa. As aulas do Estudo Orientado, foram elaboradas para que o estudante entenda que estudar é diferente de fazer tarefa, que é diferente de ler, que é diferente de copiar. Estudar é, analisar um objeto, fazê-lo próprio e poder (re) produzi-lo no futuro. Para que isso seja possível, além das Escola de Ensino Médio em Tempo Integral oferecerem a condição (tempo, ambiente e recursos) para que o estudante receba a orientação para estudar, para fazer tarefas, para utilizar-se das variadas técnicas de leitura, análise e manipulação de dados e informações, você professor, tem sua parcela de contribuição em estimular os estudantes a: QUERER estudar (ter uma atitude positiva para o estudo); PODER estudar ( ter aptidões como capacidade intelectual, vontade, hábitos de estudo, condições pessoais, familiares); SABER estudar, dominar técnicas, utilizar estratégias que favoreçam a aprendizagem. Dessa forma, ofereceremos aos estudantes as condições básicas para a aquisição de competências e habilidades nas distintas áreas do conhecimento humano. Esse manual aborda questões fundamentais para a realização de um bom estudo, RESPONSABILIDADE PESSOAL, ORGANIZAÇÃO PESSOAL, ORGANIZAÇÃO MATERIAL, TÉCNICAS DE ESTUDOS. Ao final do ano letivo, bem como de toda a jornada do Ensino Fundamental, cada Estudante deverá ter entendido que a construção do seu projeto de vida lhe levará a O Estudo Orientado tem base na filosofia da Pedagogia da Presença, no olhar atento ao desenvolvimento acadêmico que cada estudante merece ter do seu professor, de uma escola pensada para apoiá-lo na construção do seu Projeto de Vida. Bom trabalho! Excelentes descobertas! Equipe de consultoria ICE. Profª Thereza Paes Barreto Consultora 3 Objetivos do Estudo Orientado Reconhecer a necessidade e importância da aquisição de hábitos e rotinas de estudo. Identificar os hábitos essenciais para a criação de uma rotina de estudos. Reconhecer os elementos essenciais para o ato de estudar. Compreender a diferença entre intensidade e qualidade de estudo. Apropriar-se da capacidade de se organizar para estudar. Compreender e aplicar técnicas de estudo na rotina diária. Consolidar hábitos e rotinas de estudo. 4 AULAS OBJETIVOS DE APRENDIZADO Aula 1 Responsabilidade Pessoal Reconhecer a necessidade e importância da aquisição de hábitos e rotinas de estudo. Aula 2 Organização Pessoal Identificar os hábitos essenciais para a criação de uma rotina de estudos. CONCEITOS TRABALHADOS Compromisso com a agenda. Relação entre estudos e desenvolvimento do cidadão. Diferença entre intensidade e qualidade de estudo. Reconhecimento dos elementos essenciais no estudo. Desenvolvimento de bons hábitos para estudar. Aula 3 Organização Material Apropriar-se da capacidade de se organizar para estudar. Aula 4 Técnicas de estudo Compreender e aplicar técnicas de estudo na rotina diária. Organização do tempo. Prioridades no estudo. Seleção de materiais. Planejamento de um esquema semanal de estudos. Organização da agenda de atividades escolares. Técnicas de Análise. Técnicas de Síntese. Manejo da informação. 5 Aula 1 Responsabilidade Pessoal A Responsabilidade Pessoal é essencial para o sucesso dos estudos, através da boa organização do tempo o estudante pode fazer uso de agendas, cadernos, blocos de notas, qualquer meio em que possa distribuir, acompanhar e controlar suas atividades. Fazendo esse acompanhamento diário dos compromissos, o aluno obterá o domínio necessário de todas as suas atividades sendo assíduo nos prazos e cumprindo todos os seus deveres. Como qualquer tipo de aprendizagem, o controle e o compromisso com seus deveres, exigirão disciplina. Ter domínio das boas razões do por quê estudar, é uma prática de autoconhecimento que atua primeiramente como uma injeção de motivação e ao longo prazo se personifica em metas a serem alcançadas. Encontrar um sentido no ato de estudar é a alavanca que o jovem necessita para alçar o vôo rumo ao seu sonho. Objetivos: - Conscientizar os estudantes da necessidade de um estudo eficaz; - Reconhecer a necessidade e importância da aquisição de hábitos e rotinas de estudo. Conceitos trabalhados: -Compromisso com a agenda. -Relação entre estudos e desenvolvimento do cidadão. Atividades: Apresentação sobre o Estudo Orientado – 15 min Questionário sobre hábitos 15min Razões para Estudar- 10 min Conversa final –10 min 6 Atividade 1: Apresentação - 20 min Essa apresentação não se recomenda a leitura, visto que existem alguns termos que o aluno certamente não conhecerá. Por isso professor, leia antes e explique a seus alunos, adequando à linguagem, se necessário. Algumas perguntas surgirão a respeito do Estudo Orientado, como essas: Para que serve? Como funcionará? É para fazer as tarefas que não dá tempo de fazer em casa? É para descansar? O primeiro aspecto que tem que ficar claro para o estudante é que o Estudo Orientado NÃO É PARA REALIZAR TAREFAS ou pelo menos não se resume a isso, o ato de fazer as atividades passadas pelos professores é apenas mais uma atribuição que ele terá que realizar nesse espaço, porém, necessitarão saber, como estudar? Como priorizar as demandas? Entender que estudar não pode ser sinônimo de cansaço, mau humor, dor de cabeça, ou seja, algo negativo. Os estudantes precisão criar o hábito de estudar, segundo o dicionário da língua portuguesa, hábito é: “Comportamento que determinada pessoa aprende e repete frequentemente, sem pensar como deve executá-lo. Uso, costume; maneira de viver; modo constante de comportar-se, de agir. Muitas ações da vida cotidiana constituem hábitos. O hábito difere do instinto, que é um comportamento inato, não aprendido.” Quando aprendemos a realizar determinadas ações que exigem que pensemos em técnicas para realizá-las, com o tempo já não precisamos pensar nelas, é o que acontece quando escrevemos (O desenho das letras), quando descemos uma rua, quando levantamos o braço para tomar água e etc. Ficamos hábeis com o tempo. O mesmo acontece quando adquirimos o hábito de estudar e fazemos uso das técnicas de estudo de maneira natural. De acordo com a matriz curricular ampliada das Escolas em Tempo Integral, o jovem terá algumas aulas de Estudo Orientado por semana para desenvolver sua própria metodologia de estudo e priorizar esses momentos para o aprimoramento de suas aprendizagens. O bom uso do horário de estudo se dará quando esse jovem entender que adquirir o hábito de estudar não é fácil, mas faz-se necessário e precisa ser de qualidade, não necessariamente intenso, para que o tempo que ele dedica para estudar seja eficaz. Abaixo segue um questionário que visa mostrar para os alunos quais hábitos já foram adquiridos e quais ainda precisam ser explorados e trabalhados. 7 Peça que os estudantes façam a leitura das 28 sentenças seguintes e considere quais se aplicam a seu caso. (Questionário deve ser impresso e distribuído uma cópia para cada aluno) Se a sentença tiver alguma relação com o seu cotidiano, assinale “S” (Sim). Caso contrario, assinale “N” (Não): 1. S N Gostaria de ler mais rapidamente. 2. S N Vou para a aula, mas não presto muita atenção. 3. S N Raramente faço revisão para as provas, na verdade, estudo na véspera, à noite. 4. S N Acho que passo mais tempo do que o necessário estudando. 5. S N Geralmente estudo com o rádio e/ou a televisão ligados. 6. S N Raramente termino toda minha lição de casa a tempo. 7. S N Em geral, escrevo os trabalhos na semana (ou noite) anterior à data que tenho de entregá-lo. 8. S N Leio todos os livros na mesma velocidade e do mesmo modo. 9. S N Sou um craque para escrever mensagens instantâneas, mas não consigo encontrar as informações de que preciso na internet. 10. S N Fico muito ansioso quando tenho muita lição de casa. 11. S N Nunca consigo terminar as leituras obrigatórias a tempo. 12. S N Na sala de aula, parece que sempre anoto a coisa errada. 13. S N Com frequência esqueço lições importantes e datas de provas. 14. S N Fico nervoso antes de exames e me saio pior do que acho que deveria. 15. S N Com frequência preciso reler passagens duas ou três vezes para entendê-las. 8 16. S N Geralmente, quando termino de ler um capítulo, não lembro muito do que li. 17. S N Tento anotar tudo o que o professor diz, mas não consigo entender minhas anotações. 18. S N Só consigo estudar por uns 15 minutos, depois, fico entediado ou distraído. 19. S N Quando faço um trabalho ou escrevo um relatório, passo a maior parte do tempo com uma enciclopédia no meu colo. . 20. S N Parece que sempre estudo a coisa errada. 21. S N Não uso nenhum tipo de agenda. 22. S N Estudo para alguns testes mas, na hora, sempre esqueço o que estudei. 23. S N Não tenho tempo suficiente para me sair bem na escola e ter uma vida social. 24. S N Não consigo entender os aspectos importantes dos livros-texto. 25. S N Quando consulto minhas anotações de aula antes de uma prova, não consigo entendê-las 26. S N Odeio ler. 27. S 28. S N Não tiro notas boas em provas dissertativas porque não organizo bem as idéias. N Passo bastante tempo no computador, mas parece que é uma perda de tempo. Reflexão: Professor, trabalhe com a turma em cima dos seus resultados dando as devidas orientações especificadas no esboço abaixo. O que significam as respostas? Se respondeu “sim” para as questões: 2, 5, ou 18 − Precisa trabalhar mais a concentração. 1, 8, 15, 16, 24 ou 26 − Sua leitura e capacidade de compreensão o estão impedindo de seguir em frente. 9 3, 14, ou 22 − Precisa aprender a estudar para as provas e reduzir o nível de ansiedade relacionado a elas. 4, 6, 10, 11, 13, 21 ou 23 − Sua habilidade de organização o está decepcionando. 7, 19, 27 − Você está gastando muito tempo para “redigir” os trabalhos, pois ainda não aprendeu as habilidades adequadas para pesquisa ou organização. 9 ou 28 − É preciso aperfeiçoar suas habilidades em relação ao computador. 12, 17, 20 ou 25 − Precisa adotar um sistema mais eficiente para fazer anotações das aulas e leituras. Atividade 2: Razões para estudar – 25 min Desenvolvimento: Professor, passe aos alunos uma lista com grandes motivos relacionados ao por que se deve estudar. Acrescente outros motivos de sua preferência. Peça aos alunos que escolham 5 motivos dessa lista e classifique-os por ordem de importância pessoal. Deixe claro que estão livres para acrescentar outras de sua vontade. Ao final, peça que confeccionem uma pequena cartilha com as 5 razões escolhidas e apresente para toda a turma explicando o por que de cada escolha. 1. Ser capaz de entender o mundo em que vivo e as coisas que acontecem nele. 2. Pensar com minha cabeça e evitar que outros me manipulem. 3. Expressar com clareza minhas idéias, sentimentos, opiniões e projetos. 4. Poder viajar, conhecer outras pessoas e culturas, falar idiomas. 5. Superar-me, ser feliz por conseguir novas metas. 6. Dar alegria aos que me querem bem e me conhecem. 7. Desfrutar das férias, sem pensar em recuperações e exames finais. 8. Dar passos, curso a curso, para fazer carreira ou trabalhar no que desejo. 9. Ter mais segurança, mais amigos e melhores relações com minha família. 10.Conseguir as regalias e prêmios que desejo. 11.Tirar boas notas e conseguir a satisfação pessoal, etc. 12.Mudar um pouco a realidade que vivo através da ascensão profissional. 13.Tornar-me um cidadão de bem, competente e autor da minha própria história. 14. Através da educação, poder transformar o cenário da minha comunidade e do meu país. 10 Conversa final (15 min): Depois de encontrada as razões para estudar, o aluno precisa reconhecer a necessidade e importância da aquisição de certo hábitos e rotinas de estudo, como fator determinante para chegar onde almeja. Os alunos precisam desenvolver o hábito de repassar diariamente quais compromissos terão para aquela semana, acompanhando o que está sendo dado na escola, quais as aulas e atividades da semana, o calendário das provas e exercícios, os prazos de entrega dos trabalhos. 11 Aula 2 Organização Pessoal A Organização Pessoal criará nos jovens o bom hábito de estudar, visto que a separação e priorização do que se tem para fazer, garantirá menos tempo de dedicação a uma determinada atividade, porém, será uma aprendizagem de qualidade. Questione os estudantes quanto ao conhecimento deles próprios, O que eu preciso saber? Quais são minhas metas? Quais as minhas prioridades? Quanto tempo eu separo para meus estudos? Passar o dia inteiro na escola é sinal de que estudei de verdade? Tenho espaço e silêncio para estudar na minha casa? Como está sendo a qualidade dos meus estudos? Eu sei estudar? Todos esses questionamentos e quais mais surgirem de você professor, servirão para a reflexão dos estudantes quanto ao valor que eles atribuem a um horário de estudos e/ou aos estudos, propriamente dito e se de fato tem qualidade e eficácia esses momentos que eles desprendem para estudar. Objetivos -Desenvolver a percepção de que a construção do futuro depende das vivências e escolhas do presente. -Identificar os hábitos essenciais para a criação de uma rotina de estudos. Conceitos trabalhados: -Diferença entre intensidade e qualidade de estudo. -Reconhecimento dos elementos essenciais no estudo. -Desenvolvimento de bons hábitos para estudar. Atividades: Conversa sobre a aula anterior – 5 min Gerencie o tempo disponível -10 min Conversa final – 5 min 12 Atividade 1: Gerencie o tempo disponível Para um bom desempenho escolar, é essencial adotar um sistema de administração de tempo estruturado, organizado e simples de ser posto em prática. Organizar as atividades é um hábito que deve ser levado para toda a vida. Com base na idéia de que o aluno pode ser o autor do seu caminho, traçando metas, estipulando e cumprindo prazos, expomos abaixo de maneira detalhada e precisa, as diretrizes e a metodologia básica, para criação de um plano de estudo pessoal. O que é um Plano de estudo? É uma ferramenta de grande utilidade, que norteia as condutas do aluno quanto ao planejamento e execução de suas atividades escolares. Pode ser entendido como um projeto maior que engloba todos os horários semanais que serão dedicados a estudar. Bem estruturado e com o compromisso em cumpri-lo enraizado, o plano de estudo otimiza o tempo evitando desperdícios corriqueiros. A elaboração de um plano de estudo estruturado deve abranger os seguintes parâmetros de cunho organizacional: QUANDO você vai estudar? O QUE você vai estudar? ONDE você vai estudar? QUANTO tempo você vai estudar Um planejamento minucioso e determinação na execução são fatores que asseguram sucesso na concretização plena do plano de estudo do alunado. Com ajuda dos quatro parâmetros citados acima, criou-se um guia, a ser transmitido aos estudantes, visando orientá-los na elaboração do seu plano de estudo. 13 Lembrando que, como qualquer outro projeto, o plano de estudo deve ser revisável, com o intuito de modificar propostas ineficientes e introduzir as melhoras oportunas. Reflexão: Falar sobre a distância existente entre o presente e o futuro e sobre como o aluno pretende aproximá-los. Salientar que é através do projeto de vida, da organização pessoal, dos estudos, da determinação, que se constrói a ponte entre esses dois tempos, possibilitando o enfrentamento das condições adversas. 14 Aula 3 Organização Material Texto base para a atividade. Muitos acreditam na idéia de que a quantidade de horas estudadas está proporcionalmente ligada à quantidade de conteúdo assimilado. Essa idéia não está equivocada, no entanto, sabe-se que cada hora dedicada pelo aluno, necessita de 100% de eficiência de forma que garanta qualidade ao estudo. Sendo assim, o aluno precisa aprender a discernir entre o “Tempo produtivo” e o “Tempo improdutivo”. Objetivos Identificar os hábitos essenciais para a criação de uma rotina de estudos. Reconhecer os elementos essenciais para o ato de estudar. Compreender a diferença entre intensidade e qualidade de estudo. Atividades: Conversa sobre a aula anterior – 5 min Intensidade x Qualidade de estudo -10 min Conversa final – 5 min Atividade 1: Intensidade x Qualidade de estudo Desenvolvimento: Professor, leia para a turma o caso de Tarcila e lance para o debate o questionamento final do texto. Deixe que os alunos pontuem onde está o equivoco de Tarcila e quais seriam as possíveis soluções. 15 Texto: O caso de Tarcila Tarcila era uma estudante de uma escola de período integral muito esforçada em cumprir todas as atividades escolares. Possuía um grande destaque na oralidade além de características de um líder nato. Empenhada em obter boas notas nos exames mensais, Tarcila sempre estudava muito e com muita antecedência. Passava longas horas interruptas até a noite estudando todas as disciplinas. Podia está cansada e já não assimilar com tanta facilidade, mas persistência era seu nome. Contudo, na hora dos exames Tarcila não conseguia um resultado coerente com todo o tempo dedicado ao estudo. O que há de errado com o método de Tarcila na hora de estudar? Atividade 2: Um dia na vida de um desorganizado Desenvolvimento: Junte estudantes para assistirem a um vídeo curto que mostra a rotina de uma pessoa que não planeja seu dia. Logo após discuta com os estudantes, o que eles perceberão nessa história? Algum deles se identificou com o personagem? O que o personagem precisa fazer para otimizar seu dia? http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=PMoINjIgE3o 16 A organização material está diretamente ligada à organização pessoal. Quem planeja bem seus horários, suas atividades, elenca uma ordem de prioridade, ou seja, é uma pessoa ORGANIZADA, consequentemente tem todos os seus materiais de estudo organizados. Para ser um jovem organizado, a realização de pequenas ações do cotidiano como, forrar a cama após despertar, retirar os pratos e talheres da mesa quando acabar de comer, realizar as tarefas domésticas entre outras atividades da rotina de qualquer pessoa, pode ajudá-lo na criação de bons hábitos. Conversa final: Professor exemplifique casos em que o acumulo de horas estudadas diminuam o rendimento global do aluno. Uma estratégia que modifique esse cenário é a dinâmica dos intervalos, que são pequenas pausas para que o aluno se desvincule daquilo que está fazendo, podendo voltar mais motivado e concentrado. Pode ser aplicado na mudança da disciplina estudada. 17 Aula 4 Técnicas de Estudos Importante: Professor, essa aula fecha o bloco de 4 aulas introdutórias de orientação juntos os estudantes para os horários de Estudo Orientado. Essa aula tem conteúdos sobre técnicas de estudos que pode resultar de difícil compreensão por partes dos estudantes, sendo assim, adéque a linguagem se preciso for. Existem diversas técnicas de estudos, aqui faremos uso das Técnicas de Análise e de Síntese e suas ferramentas, essas duas técnicas são fundamentais para a criar bons hábitos eficácia dos estudos no estudantes do Ensino Fundamental. Técnicas de análise Analisar é, segundo o dicionário da Língua Portuguesa, decompor um todo em suas partes: analisar uma substância. / Estudar, examinar: analisar documentos. / Criticar: analisar um romance. Para garantir um bom entendimento do que se estar lendo, é preciso utilizar-se das diversas técnicas que de leituras que existem, como sublinhar, fazer resumo, anotações à margem, todas essas técnicas ajudarão na absorção do conteúdo lido e a construção do conhecimento. A leitura solidifica o estilo, amplia o conhecimento, muda comportamentos e ajuda na articulação lingüística, também é uma atividade extremamente importante para o homem civilizado, atendendo a múltiplas finalidades. A leitura insere o ser humano em um vasto mundo de conhecimentos, propiciando a obtenção de informações em relação a qualquer contexto e área do saber. Leitura Compreensão Retenção Hábitos da leitura Dicas para desenvolver bons hábitos de leitura Anotações Sublinhado 18 Técnicas de Síntese De acordo com o dicionário da língua portuguesa, Síntese é: Exposição genérica ou abreviada; resumo, sumário, sinopse: síntese histórica. Uma forma de se obter a capacidade de síntese é desenvolver habilidades de leitura e produzir bastantes textos. Existem algumas técnicas de síntese, elas buscam facilitar o objetivo da síntese que é condensar a informação do todo, facilitando a aprendizagem. Esquema, resumo, quadro sinóptico são algumas das técnicas da síntese. Esquema Resumo Quadro Sinótico Mapas Conceituais Definição Diretrizes Atividade1: Pesquisa de campo - Busca da informação Desenvolvimento: Agende a aula deste dia para que seja realizada na biblioteca ou no laboratório de informática. Oriente os estudantes para a realização de uma busca de informação. Separe os estudantes em dois grupos, um ficara responsável pela busca de informação, através em livros pela internet ou biblioteca a respeito de algum tema elegido por você professor ou pelos próprios jovens, a historia da cidade onde se localiza a escola pode seu um tema. Grupo 1: Busca da informação- É responsável pela busca de informações em pelo menos em 4 sites diferentes, farão um resumo da informação encontrada e guardar as fontes teóricas nas quais pesquisaram. Grupo 2: Elaboração da informação – O segundo grupo, com as fontes teóricas do grupo 1 já nas normas da ABNT (http://www.bu.ufsc.br/home982.PDF) e fará uma ficha de leitura baseada no resumo do grupo anterior. Exemplo de ficha de leitura: Autor: Título: Edição: Lugar: Páginas (onde estavam as informações retiradas ): Tema ou argumento: Opinião pessoal do grupo: 19 Conversa final: Ao final, todos terão que saber fazer uma referência bibliográfica e saber buscar e guardar de forma organizada as informações. 20 ANEXOS Material de apoio ao Professor Professor, Seguem em anexo alguns materiais que servem como apoio para seus estudantes nos horários de estudo que não fazem parte dessas 4 aulas introdutórias de orientação aos estudos dos estudantes, faça uso dessas atividades e outras que encontrar e julgar necessárias para estruturar os estudantes rumo a um estudo diário significativo. Essa ação deve ser um compromisso seu, tendo em vista que ser professor é educar em todos os ambientes da escola entendendo-os como ambientes de aprendizagem, não se restringindo apenas a sua sala de aula e seus conteúdos específicos. 21 1. Técnicas de análise 1.1. Leitura 1.1.1. Compreensão 1.1.2. Retenção 1.1.3. Maus hábitos da leitura 1.1.4. Dicas para desenvolver bons hábitos de leitura 1.2. Anotações 1.3. Sublinhado 2. Técnicas de Síntese 2.1. Esquema 2.2. Resumo 2.3. Quadro Sinótico 2.4. Mapas Conceituais 2.4.1. Definição 2.4.2. Diretrizes 2.4.3. Como construir um Mapa conceitual 1. Técnicas de análise 1.1. Leitura “A leitura de livros bons é como uma conversa com os melhores homens do passado.” René Descartes 1.1.1 Compreensão: Compreender o que se ler é um fator imprescindível e determinante no rendimento do aluno. Quando a leitura é compreendida se cria a concepção dos conceitos principais e secundários do texto. Ao mesmo tempo, se torna capaz de distinguir as idéias explicitas e implícitas contidas nele. A leitura pode ser feita quantas vezes o aluno achar necessário. Para verificar se conseguiu compreender efetivamente o texto, o aluno pode responder perguntas em relação ao mesmo ou tentar redigir a idéia central com suas próprias palavras. Para absorver a idéia principal do texto no ato da leitura, o aluno deve focalizar as palavras-chaves. 22 “Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”Paulo Freire 1.1.2. Retenção: O processo de retenção envolve tudo que se consegue absorver e armazenar através da leitura. É o que o aluno consegue guardar, lembrar em situações que se relacionem com o que foi lido, associar com outro conteúdo já existente em sua memória. O ato de reter está estritamente interconectado ao aprender: Só se retém o que se aprende. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) a Lei 9.394, determina que o professor de todas as áreas tenha como compromisso promover a produção da leitura e da escrita. 1.1.3. Maus hábitos de leitura: Deve-se alertar ao aluno a respeito de certos hábitos equivocados que não só atrasam a velocidade da leitura como também enfraquecem a compreensão e retenção dos conceitos. A seguir, segue uma lista de hábitos que requerem atenção especial na hora da leitura: -Vocalização Ato de acompanhar a leitura com movimentos labiais, sem emitir-se som. Inviabiliza o rendimento pleno da leitura, já que atenção do leitor é desviada. O aluno preocupa-se em vocalizar cada palavra lida, perdendo assim, o significado global abordado no texto. -Regressão Ato de regressar à parte que já foi lida do texto. O aluno muitas vezes pode fazer isso involuntariamente. Caso o professor perceba essa debilidade no seu aluno deve alertá-lo sobre esse problema de maneira que o oriente a ficar mais atento na hora de ler. É imprescindível o acompanhamento do educador na leitura dos alunos em sua fase fundamental da educação, onde se constrói todo o alicerce educacional e as ferramentas básicas para o aprendizado. O profissional deve ser capaz de detectar tais hábitos, orientar na sua possível melhora e acompanhar de forma que se certifique que houve de fato, a mudança. -Movimentos Corporais Qualquer movimento físico realizado na hora da leitura se configura na ordem inversa a do aprendizado. 23 -Insuficiência no vocabulário O aluno que dispõe de um vocabulário amplo potencializa, acelera e enriquece o seu aprendizado. A seguir, listamos alguns passos como exercícios visando à melhora do vocabulário: Sublinhar a palavra desconhecida. Buscar seu significado no dicionário. Anotar sinônimos referentes a essa palavra. Criar frases, nas quais possa empregar a nova palavra. Preparar um arquivo que contenha as palavras descobertas com seus respectivos significados, sinônimos e frases criadas. O arquivo deve ser constantemente revisado buscando assim, a retenção das novas palavras. 1.1.4. Dicas para desenvolver bons hábitos de leitura: Focalizar a atenção e concentração, eliminando distrações externas. Buscar ambientes confortáveis e organizados. Buscar as palavras-chave a fim de entender o texto em sua totalidade. Desenvolver vocabulário, através de um incremento na freqüência com que se ler. Criar estratégias para corrigir maus hábitos que se percebam na leituravocalização, regressão, etc. Revisar e repensar no conteúdo lido são exercícios que verificam se o aluno está conseguindo assimilar o conteúdo. Resumir e reescrever o que leu potencializa a compreensão. Quem domina com segurança satisfatória a leitura, dispõe de uma poderosa ferramenta que lhe permite organizar o raciocínio, expor claramente os pensamentos, apreender com precisão as idéias contidas no texto, contextualizar assuntos diversos em função da sua maior capacidade de compreensão acumulada ao longo do processo de aprendizagem. 1.2. Anotações A técnica de anotar à margem dos textos, possibilita ao aluno voltar a atenção para aquilo que julga relevante. Emprega-se tanto de maneira verbal como simbólica. Palavras-chave, comentários, figura, desenho, sinais (exclamação, interrogação) e outros da criatividade do aluno, são válidos para assinalar suas considerações. 24 1.2 Sublinhando Técnica de análise de texto, que consiste em grifar as idéias importantes de maneira que volte a atenção à parte destacada numa posterior releitura. Objetiva dividir as partes do texto em graus de relevância distintos. Não se devem sublinhar frases ou linhas inteiras, apenas os dados importantes e as palavras-chave. Exemplo: Os componentes do sangue O sangue humano é um líquido denso de cor vermelha. É formado pelo plasma sanguíneo, os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas. 2. Técnicas de Síntese 2.1. Esquema Forma de sintetizar conceitos, mediante uma estruturação de temas importantes, contidos no texto. Nada mais é do que uma organização gráfica do que já foi previamente sublinhando. O esquema deve ser: Ordenado 25 Claro Conciso Simples Perceptível Uma de suas principais vantagens é garantir ao estudante a possibilidade de uma visão ampla do conteúdo estudado. Exemplo: Técnicas de estudo 2. Técnicas de síntese 1. Técnicas de análise 1.1. Leitura 1.2. Anotações 1.3 Sublinhando 2.1 Esquema 2.2 Mapas Conceituais 2.3 Resumo 2.2. Resumo Resumir é apresentar de forma breve e concisa um determinado conteúdo. Um bom resumo permite ao estudante encontrar rapidamente as idéias, informações e conceitos desenvolvidos pelo autor ao longo do texto. Existem três tipos usuais de resumo, que são: Resumo Indicativo Indica apenas os pontos principais do texto, não apresentando dados qualitativos, quantitativos, etc. Resumo Informativo Informa o leitor suficientemente, de maneira que ele possa decidir sobre a conveniência da leitura do texto inteiro. Expõe finalidades, metodologia, resultados e conclusões. 26 2.3. Quadro Sinótico Variante do esquema, sobretudo utilizado quando há predominância de dados quantitativos, como datas, números, nomes, etc. Técnica similar a do esquema, porém configurada na forma de um quadro. Exemplo de um Quadro Sinótico: Esquema Mapa conceitual Resumo Quadro Sinótico 2.4 Descrição Compila e ordena logicamente as idéias. Expressão gráfica das conexões significativas das idéias. Extrai as idéias como visão global, narração. Visão global de idéias interrelacionadas. Estrutura Ordenação hierarquizada. Esqueleto, estrutura. Relação lógica e significativa das idéias. Texto globalizador, sem detalhes, explicando as idéias fundamentais. Relação e interdependência de idéias. Utilidade Quando se domina um tema, serve como visão rápida de repasse e ajuda a compreender a estrutura do tema. Estudo criativo, racional. Desenvolvimento intelectual. Tipos De desenvolvimento. De barras. De chaves. De flechas. Simples. Complexos. Indicativo. Assegura o conhecimento da essência da idéia Informativo. geral. Crítico. Classifica e ordena as idéias. Quadro de dupla entrada. Como construir um Mapa conceitual Atividade sugerida 2: Construindo seu mapa conceitual Abaixo estão alguns passos para a uma confecção prática do mapa conceitual em sala de aula: 27 1. Explica-se brevemente e com exemplos, os significados de conceito e Palavras-de-ligação. 2. Escolhe-se um assunto do livro-texto com o qual o aluno já esteja familiarizado. 3. Desenha-se na lousa duas colunas. Uma contendo os conceitos encontrados pelos alunos naquele texto e a outra contendo as palavrasde-ligação. 4. Em construção conjunta com o aluno, o professor escolhe quais dos conceitos encontrados na lousa são os mais abrangentes e quais as Palavras-de-ligação são as mais adequadas. 5. Procuram-se agora os conceitos mais específicos. 6. Constrói agora o mapa conceitual, apresentando para o aluno a lógica usada nas relações e esclarecendo as dúvidas que possam surgir. 7. A sala é divida em quatro grupos, dando a cada grupo uma cartolina e um tema em comum. 8. Os grupos devem ler o tema e repetir os passos especificados acima (do 1 ao 6), confeccionando agora o seu próprio mapa conceitual. 9. Por fim, é feita a socialização dos grupos. Ao final, os alunos devem tomar consciência de que, ainda trabalhando em cima do mesmo conteúdo, os mapas conceituais sairão diferentes e que para serem bons não precisam ser iguais. 28 Referências PEÑA, Ontoria Antonio MAPAS CONCEITUAIS – Uma técnica para aprender Autor: Antonio Ontoria Peña Editora: Loyola,2005 MAPAS CONCEITUAIS E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA Autor: Marco Antonio Moreira Editora Centauro, 2010 COMO APRENDER: ANDRAGOGIA E AS HABILIDADES DE APRENDIZAGEM Autor: Carlos Tasso Eira De Aquino Editora: Pearson Prentice Hall, 2008 A GRANDE JOGADA Autor: Celso Antunes Ed. Vozes, 2009 SUCESSO ESCOLAR NOS MEIOS POPULARES: AS RAZÕES DO IMPROVÁVEL Autor: Bernard Lahire São Paulo:Ática, 2004. Fontes online Por Sabrina Vilarinho, Graduada em Letras http://www.brasilescola.com/redacao/resumotexto.htm Professor Wolf de Biologia http://www.youtube.com/watch?v=DaGgmxiEuEQ Vida Maria. http://www.youtube.com/watch?v=6-1CjDCmEiM Um dia na vida de um desorganizado http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=PMoINjIgE3o Como fazer referencias bibliográficas http://www.bu.ufsc.br/home982.PDF de acordo com as normas da ABNT. 29