Amanda Mota Almeida Contribuições do Design Thinking a partir de um projeto de acessibilidade na aviação. São Paulo | FAU-USP | 2014 Amanda Mota Almeida Contribuições do Design Thinking a partir de um projeto de acessibilidade na aviação. Relatório inal, apresentado a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Design. Orientador: Prof. Dr. André Leme Fleury. São Paulo | FAU-USP | 2014 Dedico esse trabalho a Amanda do futuro, que poderá olhar pra cá e, se por acaso tiver esquecido-se, lembrará de tudo que sonhava e, ao lembrar de seus sonhos, saberá exatamente para onde ir. Agradecimentos Obrigada! Aos meus pais pelo incentivo incondicional Aos meus amigos por tornar a experiência da graduação engrandecedora Aos meus professores pelo ensino e pensamento crítico Aos meus colegas de grupo pelo ótimo trabalho Um agradecimento especial: ao meu orientador, Prof. Dr. André Leme Fleury, por toda ajuda e coniança, ao professor Prof. Dr. Eduardo Zancul pela oportunidade de trabalho no projeto, aos meus pais Antônia Oliveira Mota e José Carlos de Almeida, por sempre me apoiarem nas minhas escolhas, ao meu tio Antônio Carlos Mota, por incentivar meu gosto pelos livros, a minha amiga Marcella Monaco Jyo, pela ajuda e amizade incondicional. Por im, agradeço a todos que izeram parte de forma direta ou indireta da execução deste trabalho e do projeto inserido nele. “A resignação não é uma atitude do design.” Gui Bonsiepe Resumo O trabalho tem como objetivo analisar as contribuiç̃es do design thinking na perspectiva de uma aluna do curso de graduação em Design, a partir da relexão da sua aplicação e dos resultados obtidos em um projeto com o tema “desenvolvimento de artefatos e de processos para aprimorar a mobilidade de pessoas com deiciência e mobilidade reduzida no transporte aéreo”. O projeto, no qual a autora participou, foi desenvolvido para a disciplina de mestrado ME310 Design Innovation do departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Stanford e teve duração de um ano letivo. Baseando-se em COUTINHO; FREITAS e WAECHTER (2013), CROSS (2007), RITTEL e WEBBER (1973), BROWN (2008) entre outros, foi possível: a) descobrir as metodologias clássicas de design utilizadas nas universidades brasileiras; b) fazer um levantamento sobre a evolução do pensamento cientíico do design até o estabelecimento de uma metodologia de design; c) levantar conceitos relacionados ao design como wiked problems; d) entender o surgimento e disseminação do termo design thinking; e) compreender as características necessárias ao proissional que participa de projetos multidisciplinares; f) levantar abordagens atuais de design thinking. A partir da aplicação do design thinking, dos estudos de CARLETON e LEIFER (2009), da pesquisa com usuários, do levantamento de produtos, projetos, patentes e regulamentaç̃es existentes na área, de observaç̃es e da execução de mais de dez diferentes protótipos foi possível: a) entender a experiência de voo dos deicientes; b) compreender os principais problemas e diiculdades sofridas pelos usuários; c) conhecer os direitos e regulamentaç̃es existentes; d) perceber as limitaç̃es de projeto relacionados à aeronave e às pessoas com deiciência. Com o entendimento da metodologia de design thinking e sua aplicação no projeto da disciplina ME310 Design Innovation foi possível, então, reletir sobre a metodologia e seu modo de aplicação na disciplina em questão, assim como desenvolver uma solução que proporciona uma nova experiência de voo para cadeirantes. Chamada de Embraccess, a solução é composta por dois produtos: uma plataforma de armazenamento para cadeiras de rodas e uma cadeira de transferência do passageiro para a poltrona. Palavras-chave: metodologia; design thinking; acessibilidade; experiência de voo. Abstract This paper aims to analyze the contributions of design thinking from the perspective of a undergraduate degree student in Design from the relection of its application and the results obtained in a project with the theme “development artifacts and processes to enhance the mobility of people with disabilities and reduced mobility travelling by air“. The project, in which the author has participated, was developed for the master degree’s class ME310 Design Innovation from the Mechanical Engineering department at Stanford University, and lasted for one academic year. Based on COUTINHO; FREITAS and WAECHTER (2013), CROSS (2007), RITTEL and WEBBER (1973), BROWN (2008), among others, it was possible to: a) ind out classic design methodologies used in Brazilian universities; b) collect information on the evolution of design scientiic thinking until the establishment of a design methodology; c) collect information on concepts related to design, e.g. wicked problems; d) understand the emergence and spread of the design thinking term; e) understand necessary characteristics for professionals who participate in multidisciplinary projects; f) understand current design thinking approaches. The implementation of design thinking, the studies on CARLETON and LEIFER (2009), the research with the audience, the collection of existing products, designs, patents and regulations within the ield, the execution of more than ten diferent prototypes and other observations made it possible to understand: a) disabled people’s light experience; b) the key issues and diiculties experienced by users; c) existing rights and regulations; d) design limitations related to the aircraft and the disabled people. Based on the collection of information about design thinking methodology and its application on the ME310 Design Innovation class project, it was possible to relect on this methodology and how it is applied in the mentioned class, as well as to develop a solution that provides a new light experience to wheelchair users. Named Embraccess, the solution consists of two products: a wheelchair storage shelf, and a chair to transfer the passenger to the aircraft’s seat. Key words: methodology; design thinking; accessibility; light experience. Sumário Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17 1. Discussão Teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 1.1. Design. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 1.2. Pensar design . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 1.3. Metodologias Clássicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 1.4. Design e os Wicked Problems. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.5. Surgimento do Design Thinking . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 1.6. Grupos multidisciplinares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 1.7. Abordagens de Design Thinking . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 1.7.1. Design Thinking por Tim Brown (2008) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 1.7.2. Bootcamp Bootleg por d.school (2008) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 1.7.3. Design thinking por Vianna et al. (2011) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 1.7.4. Design Thinking for Educators por IDEO (2012) . . . . . . . . . . . . 38 1.7.5. Playbook for Strategic Foresight and Innovation por T. Carleton W. Cockayne A.Tahvanainen (2013) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 2. ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42 2.1. Contexto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 2.1.1. Stanford e o Vale do silício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 2.1.2. M.E. Design Loft e a d.school . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 2.1.3. ME310. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 2.2. Metodologia da disciplina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 2.2.1. Elementos do grupo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 2.2.2. Interações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 3. O Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54 3.1. Visita à Stanford . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 3.2. Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 3.3. Benchmarking e Needinding . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 3.3.1. Benchmarking. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 3.3.2. Patentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 3.3.3. Projetos de Design Relacionados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 3.3.4. Regulamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 3.3.5. Needinding . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 3.3.6. Observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 3.3.7. Temas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 3.4. Critical Experience Prototype e Critical Functional Prototype . . . 84 3.4.1. Visão 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 3.4.2. Assentos em Trilhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 3.4.3. Aplicativo para Aeroporto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 3.4.4. Visão 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 3.4.5. Cadeira giratótia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 3.4.6. Robô para bagagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 3.5. Dark Horse. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 3.5.1. Visão 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 3.5.2. WC giratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 3.5.3. Visão 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 3.5.4. Novos Ambientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 3.6. Funktional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 3.6.1. Visão 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 3.6.2. Mecanismo de Roletes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 3.6.3. Visão 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 3.6.4. Independência dos Controles . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 3.7. Functional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 3.7.1. Mobilidade na cabine . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 3.7.2. Visão 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 3.7.3. Trava Sincronizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 3.7.4. Visão 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 3.7.5. Armazenamento de Cadeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 3.8. Projeto Final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 3.8.1. Visão Final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 3.8.2. Requisitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 3.8.3. Protótipos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148 3.8.4. Plataforma de armazenamento para cadeira de rodas . . . . 151 3.8.5. Cadeira e Mecanismo de Transferência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155 4. Apresentação e EXPE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162 5. Relexões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168 5.1. Relex̃es Sobre o Projeto Final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168 5.2. Contribuiç̃es de uma experiência em Design Thinking para uma Designer da FAU-USP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175 Termos e Siglas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179 Lista de Figuras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180 Lista de Tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194 Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196 Anexo a | Observações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196 Anexo b | Blueprint . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 Anexo c | Desenhos Técnicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205 Anexo d | Vista Explodida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211 Anexo e | Dimensões EMBRAER 190 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213 Introdução A experiência de uma graduação generalista de design na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo, levou a autora a pensar no design de uma forma ampla e como um modo de projeto, seja ele gráico ou de produto. A busca por experiências nas diferentes áreas do conhecimento sempre foi uma paixão. Após ter contato com uma abordagem de projeto distinta, na Universidade de Aveiro, em Portugal (onde fez intercâmbio por um ano), a autora decidiu pela participação no desaio global - ME310 Design Innovation - vendo a possibilidade de um maior aprendizado sobre o método de ensino do design na Universidade de Stanford. A ME310 - Design Innovation, é uma disciplina de mestrado do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Stanford. A disciplina aplica o que chama de design thinking como metodologia para o desenvolvimento de produtos inovadores, com um grupo de alunos multidisciplinar e multicultural em parceria com uma empresa desse mesmo país. No presente caso, o projeto teve duração de aproximadamente oito meses, de outubro de 2013 a maio de 2014, e envolveu alunos e professores da USP e de Stanford, tendo a Embraer (setor aeronáutico) como empresa participante. O tema escolhido foi o “desenvolvimento de artefatos e de processos para aprimorar a mobilidade de pessoas com deiciência e mobilidade reduzida no transporte aéreo”. Dessa forma, buscou-se repensar e refazer a experiência de voo das pessoas deicientes de forma a torná-la mais digna, fácil e segura. Esse caráter social, representado pela melhoria da acessibilidade das aeronaves para portadores de deiciências, enfatiza a importância deste projeto. O presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo identiicar e analisar as contribuiç̃es que podem ser trazidas com a aplicação da abordagem do design thinking para o curso de Design da FAU-USP, obtidas a partir da relexão sobre a sua aplicação no projeto feito para a disciplina 16 Introdução ME310 Design Innovation e os resultados obtidos a partir dessa aplicação. Os resultados obtidos incluiram a execução de uma solução não conceitual, que proporcione uma nova experiência de voo aos deicientes e a produção de um protótipo físico capaz de ser testado por um usuário. Esses objetivos foram alcançados através do levantamento teórico e da descrição da disciplina e da execução do projeto, descritos em 4 capítulos: Discussão Teórica, ME310, O Projeto e EXPE. O primeiro tem seu início no levantamento das metodologias de design mais utilizadas nas universidades brasileiras, seguido da evolução do pensamento cientíico do design até o estabelecimento de uma metodologia de design, do levantamento de conceitos relacionados ao design como wicked problems, do entendimento do surgimento e disseminação do termo design thinking e de suas principais abordagens atuais. Para descrever a disciplina, foi feita uma contextualização da disciplina, a descrição da metodologia, calendário, equipe, forma de interação e apresentaç̃es. Para o entendimento dos passos, a descrição do projeto segue cada passo feito: tema, a pesquisa com usuários e o benchmark, quatro diferentes etapas de prototipagem, a descrição da solução inal. No último capítulo (Relex̃es) são apresentadas as possiveis contribuiç̃es da metodologia, sua aplicação na disciplina e a solução de projeto. Essas relex̃es são válidas não apenas para projetos de acessibilidade e projetos aeronáuticos mas também para a absorção de métodos e técnicas de ensino e de projeto nas disciplinas ministradas no curso de Design, no contexto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. No momento de discussão do Projeto Político Pedagógico em que a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo se encontra, o valor dessa relexão e a absorção de diferentes experiências ganham mais importância para o aprimoramento do curso. Dessa forma, a autora pretende disseminar a outras pessoas interessadas, a experiência que passou em um trabalho multidisciplinar e multicultural, que deixando de guardá-la apenas para si. 17 1. Discussão Teórica 1.1. Design O design possui uma difícil discussão sobre qual é sua origem e qual a melhor tradução para o português. Atualmente, ele é usado no Brasil como sua forma original em inglês, design, que de acordo com o Dicionário Michaelis é a concepção de um projeto ou modelo; planejamento ou o produto deste planejamento. No ICSID (International Council of Industrial Design) a atividade é definida como: Design é uma atividade criativa cujo propósito é estabelecer um conjunto multi-facetado de qualidadwes nos objetos, processos, serviços e sistemas na totalidade do seu ciclo de vida. Deste modo, o design é o fator central da inovação e da humanização das tecnologias e um fator crucial do intercâmbio econômico e cultural”. (ICSID, 2013, tradução da autora). As deiniç̃es acima demonstram o caráter projetual que a proissão possui. A primeira ressalta que o próprio resultado do planejamento é design, e a segunda adiciona o caráter inovador da proissão. Villém Flusser faz uma análise bastante complexa em seu livro “O mundo codiicado”. Em inglês a palavra design funciona como substantivo e verbo (circunstância que caracteriza muito bem o espírito da língua inglesa). Como substantivo signiica entre outras coisas: ‘propósito’, ‘plano’, ‘intenção’, ‘meta’, ‘esquema maligno’, ‘conspiração’, ‘forma’, ‘estrutura básica’, e todos esses signiicados estão relacionados a ‘astúcia’ e a ‘fraude’. Na situação de verbo – to design – signiica, entre outras coisas ‘tramar algo’, ‘simu- 18 Discussão Teórica lar’, ‘projetar’, ‘esquematizar’, ‘conigurar’, ‘proceder de modo estratégico’. A palavra é de origem latina e contem em si o termo signum, que signiica o mesmo que a palavra alemã Zeichen (‘signo’, ‘desenho’) […]. (FLUSSER, 2007, p.181). Assim, colocando o designer não só como projetista mas levantando a importância do signo e do signiicar, o autor aborda o poder do design de convencimento do usuário. Ainda no mesmo livro, Flusser (2007, p.184) explica onde o design está localizado: “[…] design signiica aproximadamente aquele lugar em que arte e técnica (e, consequentemente, pensamentos, valorativo cientíico) caminham juntas, com pesos equivalente, tornando possível uma nova forma de cultura”. Portanto, o design está ligado diretamente às práticas de projeto, e se encontra num meio termo entre a arte e a técnica, fazendo uma espécie de ponte entra as áreas mais criativas e as áreas mais exatas. Levando em consideração esse local onde o designer trabalha e o poder de signiicação que pode embutir em seus produtos (leia-se: serviços, produtos e peças gráicas) há uma grande responsabilidade quanto a como e quando o designer atua na cadeia de processo. Design 19 1.2. Pensar design A relexão sobre as atividades do design não é uma novidade. Nigel Cross, professor Inglês de estudos de design, faz uma separação cronológica dos estudos sobre as práticas e métodos de design em: design cientíico, ciência de design, ciência do design, design como disciplina e design como pesquisa (CROSS, 2007). Serão explicados os três primeiros a im de mostrar o amadurecimento do pensamento sobre os métodos de design. O design cientíico teve início na primeira metade do século XX, no momento pós-industrial em que estavam inseridos. Na época, eles precisavam possuir um método menos intuitivo e se diferenciar do design-artesanato feito anteriormente. Para isso, muitas vezes utilizavam o método cientíico que crescia em outras áreas como ciência dos materiais, ciências da engenharia, ciência de construção, ciência comportamental (CROSS, 2007). Nossa época é hostil a toda especulação subjetiva em arte, ciência, tecnologia, etc. O novo espírito, que já governa quase toda a vida moderna, op̃e-se a espontaneidade animal, a dominação da natureza, ao disparate artístico. De modo a construir um novo objeto que precisa de um método, isto é, um sistema de objetivo. (DOESBURG, 1923 apud CROSS, 2007, p.119, tradução da autora). Nesse momento, inseridos no meio da revolução industrial, os designers mostram um caráter de afastamento das artes, com o intuito de mostrar o lado cientíico do design. O que Cross (2007) chama de ciência de design é um termo de autoria de Buckmisnster Fuller e adaptado por Gregory no contexto da Conferência sobre Métodos de Design (Conference on Design Methods), realizada em Londres, em setembro de 1962. Essa conferência foi considerada um marco no método de projeto como campo de investigação e a década de 60 foi anunciada por Fuller como a década da ciência de projeto. A década de 1960 foi anunciada como a ‘década da ciência de design’ pelo tecnólogo radical Buckminster Fuller, que pediu uma ‘revolução da ciência de design’, baseado em ciência, tecnologia e racionalismo, para superar os problemas humanos e ambientais que ele acreditava que não poderia ser resolvido por política e economia [4]. A partir desta perspectiva, a década culminou com o esboço de Herbert Simon de ‘ciências do artiicial’ [5] e seu fundamento especíico para o desenvolvi- 20 Discussão Teórica mento de ‘uma ciência do design’ nas universidades: ‘um corpo intelectualmente difícil, analítico, em parte formalizavel, parte empírico, uma doutrina ensinável, sobre o processo de design’. (CROSS, 2007, p.119, tradução da autora). A partir desse período o método é discutido por vários designers. A escola de Ulm teve um signiicativo papel nesse aspecto. Baseando-se nela, os métodos foram se modiicando e se transformando no decorrer do tempo. De acordo com Coutinho; Freitas e Waechter (2013), em meados do século XX, a concepção de um artefato tinha como centro do processo o próprio produto. Anos depois, porém, pode-se ver um foco no usuário e a inter-relação com componentes visuais e a sociedade. Dessa forma, a ciência de design refere-se a uma organizada, racional e sistemática abordagem de projeto e não apenas à utilização do conhecimento cientíico, e é, em si, uma atividade cientíica (CROSS, 2007). Com a discussão dos diferentes métodos que começam a surgir, vem o que Cross chama de ciência do design. Ele deine o termo como a ciência da ciência, ou o estudo de como os designers projetam e fazem design: Neste último ponto de vista, portanto, a ciência do projeto é o estudo do projeto - algo semelhante ao que eu tenho em outros lugares deinidos como “metodologia de projeto”; o estudo dos princípios, práticas e procedimentos de design. Para mim, a metodologia de projeto “inclui o estudo de como os designers trabalham e pensam, a criação de estruturas adequadas para o processo de design, o desenvolvimento ea aplicação de novos métodos, técnicas e procedimentos, ea relexão sobre a natureza ea extensão do conhecimento em design e sua aplicação a problemas de design “. [26] O estudo de design deixa em aberto a interpretação da natureza do desenho. (CROSS, 2007, p.122, tradução da autora). Esse caminho percorrido demonstra a sequência de pensamentos e a construção de uma cultura de discussão do fazer design e do pensar design, chegando nesse ponto à discussão da metodologia de design. Pensar design 21 1.3. Metodologias Clássicas A partir dessas discuss̃es surgiram o que podemos chamar de metodologias de projeto de produto clássicas, utilizadas nas Universidades do Brasil e do mundo. Ainda neste período, os modelos de ensino provenientes da HfG-Ulm, que procedeu da Bauhaus, forneceram a estrutura de base e as metodologias para instituição de várias escolas de design no mundo, inclusive no Brasil. A partir de seu legado, novas perspectivas de pesquisar e projetar para o design foram se conigurando. (COUTINHO; FREITAS e WAECHTER, 2013, p. 02). A partir de uma ampla pesquisa feita a nível nacional por Coutinho; Freitas e Waechter (2013) encontram-se, abaixo, as principais metodologias de design industrial. 22 Discussão Teórica AUTOR/ FASE ARCHER (1963-1965) 1 Estabelecimento de um programa (pontos cruciais) 1. Proposição de uma linha de aç̃es BONSIEPE (1984) LÖBACH (2001) Problematização 1. Deinição do que melhorar 2. Fatores essenciais e inluentes do problema Análise do problema (conhecimento do problema) 1. Coleta e análise de informaç̃es 2. Deinição e clariicação do problema e deinição de objetivos Coleta de dados (recebimento de instruç̃es) 1. Coleta de Análise da documentos situação atual 2. Classiicação e armazenamento da informação Análise 1. Lista de veriicação 2. Análise das funç̃es 3. Documentação ou análise fotográica 4. Recodiicação do material existente 5. Matriz de interação 6. Desenhos esquemáticos, técnicos e estruturais Geração de alternativas (escolha dos métodos de solucionar problemas) 1. Produção de idéias 2. Geração de alternativas 3 Análise e identiicação de problemas 1. Preparação das especiicaç̃es de performance Deinição do problema 1. Lista de requisitos 2. Valorização do peso e esbabelecimentos de prioridades entre os requisitos 3. Formulação do projeto: introdução, inalidade ou objetivos, programa de trabalho e recusos humanos e de tempo Avaliação das alternativas (exame das alternativas) 1. Processo de seleção de alternativas 2. Processo de avaliação das alternativas 4 Síntese (recebimento de instruç̃es e solução de problemas remanescentes) 1. Desenvolvimento de soluç̃es e deinição de especiicaç̃es gerais das soluç̃es Concepção e geração de alternativas Anteprojeto ou Geração de alternativas 1. Técnicas de geração de alternativas Realização da solução do problema 1- Nova avaliação da solução 2- Solução de design (Projeto mecânico e estrutural, coniguração dos detalhes, desenvolvimento de modelos, desenhos técnicos e de representação documentação do projeto, relatórios) 5 Desenvolvimento (validação da hipótese) Avaliação e escolha Realização do projeto 1. Desenvolvimento do projeto - 6 Comunicação (deinição dos requisitos de comunicação) 1. Seleção e preparação do meio de comunicação. Planejamento, desenvolvimento e realização - - 2 BÜRDEK (1975) Problematização Deinição do problema Tabela 1: Metodologias de Design Industrial Metodologias Clássicas 23 Numa releitura de Löbach (2001, apud COUTINHO; FREITAS e WAECHTER, 2013), as metodologias acima podem ser divididas em quatro fases: preparação, geração, avaliação e realização. Desse modo, pode-se colocar as etapas equivalentes lado a lado, como na tabela a seguir. AUTOR / FASE ARCHER (1963-1965) BÜRDEK (1975) Estabelecimento de um programa (pontos cruciais) Problematização Coleta de dados (recebimento de instruç̃es) Análise da situação atual Preparação Análise e identiicação de problemas Síntese (recebimento de instruç̃es e solução de problemas remanescentes) Geração Avaliação Avaliação e escolha Tabela 02: Metodologias de Design Industrial divididas sobre os quatro etapas de Lobach. Realização Comunicação (deinição dos requisitos de comunicação) LÖBACH (2001) Problematização Análise Deinição do problema Análise do problema (conhecimento do problema) Anteprojeto ou Geração de alternativas Geração de alternativas (escolha dos métodos de solucionar problemas) Deinição do problema Concepção e geração de alternativas Desenvolvimento (validação da hipótese) BONSIEPE (1984) Planejamento, desenvolvimento e realização Avaliação das alternativas (exame das alternativas) Realização do projeto Realização da solução do problema Podemos perceber a partir das duas tabelas que as metodologias de Bonsiepe e Löbach possuem mais detalhes de sub-etapas, sendo que a última possui as principais divis̃es exatamente coerentes com as etapas citadas acima: preparação, geração, avaliação e realização. Como analisado por Coutinho; Freitas e Waechter (2013), com exceção de Archer, as metodologias consideram a solução do design como uma resolução de um problema e, ainda, todas têm um caráter linear, com exceção de Löbach que possui uma nova avaliação na última fase. Isso demonstra um caráter pouco cíclico entre as metodologias, apesar de não impedirem essa ação. 24 Discussão Teórica 1.4. Design e os Wicked Problems Ao mesmo tempo em que ocorre a discussão das metodologias de design discutem-se também as características diferenciadoras das áreas humanas e das ciências. O método cientíico é um padrão de comportamento de resolução de problemas empregada em descobrir a natureza do que existe, ao passo que o método de design é um padrão de comportamento empregado em inventar coisas de valor que ainda não existem. A ciência é analítica; design é construtivo. (GREGORY, 1964 apud CROSS, 2001, p.3, tradução da autora). As ciências naturais estão preocupadas com a forma como as coisas são […] design, por outro lado, está preocupado com a forma como as coisas deveriam ser. (SIMON, 1969 apud CROSS, 2001, p.3). Basear a teoria do design em paradigmas inadequados da lógica e da ciência é um grande erro. A lógica tem interesses em formas abstratas. Ciência investiga formas existentes. Design inicia novas formas. (MARCH, 1966 apud CROSS, 2001, p.3). Uma dessas diferenças se dá pelo fato do design trabalhar com o que ainda não existe, criando objetos para o mundo real em que as restriç̃es são diversas e partindo de problemas que não são simples. Em primeiro lugar, podemos dizer que o projeto desenvolve as capacidades dos alunos na resolução de um determinado tipo de problema. Esse tipo de problema é caracterizado como mal deinido ou mal- estruturado, e é bastante distinto dos tipos de problemas bem estruturados que se encontram nos domínios de ensino das ciências e das humanidades. Podemos até airmar que os nossos problemas de projeto são mais “reais” do que os deles, uma vez que eles são como os problemas, quest̃es ou decis̃es que as pessoas geralmente enfrentam na vida cotidiana. (CROSS, 2007, p.27, tradução da autora). Como levanta Cross, um dos pontos importantes da função do design é esse ponto de partida em problemas complexos. Esses problemas tam- Design e os Wicked Problems 25 bém foram estudados por Horst Rittel e Melvin Webber (1973) e posteriormente por Buchanam (1992). Horst Rittel e Melvin Webber (1973) airmam que antes o trabalho tinha como foco solucionar uma variedade de problemas deinidos, compreensíveis e consensuais. Porém, com o passar do tempo e as mudanças na sociedade, os problemas estão cada vez mais complexos, não tão simples como antes, tornando-se cada vez mais heterogêneos, diferenciados e correspondendo aos desejos e anseios de uma série de grupos minoritários. Rittel e Webber (1973) deinem esta nova categoria de problemas complexos como wicked problems, ou seja, problemas contraditórios que não possuem uma só solução possível e que podem ser solucionados de diversas maneiras. Os autores também deinem o termo wicked problem como problemas maus, malignos, complicados ou agressivos - não que sejam eles próprios deploráveis, mas usando os termos apresentados no sentido de dar a profundidade exata do problema, sem parecer tratar de um problema bom ou manso. Buchanan (1992) segue este raciocínio ao identiicar que a contraditoriedade dos problemas de design, são causados essencialmente pela universalidade da existência humana. Ainda de acordo com o autor, o design é uma disciplina integrativa e pode ser aplicada em muitos aspectos. Neste sentido, Buchanan (1992) considera que naquele momento as conferências sobre design evidenciavam os esforços para entender o design enquanto uma disciplina integradora (ganhando valor em ambientes e áreas que antes não o valorizavam). De forma a generalizar as caracterizaç̃es dos wicked problems, Rittel e Webber (1973) apresentam 10 características fundamentais e comuns a todos eles: 1. Um wicked problem não possui uma formulação deinitiva, ou seja, não é bem deinido, ele não possui um caráter determinado e, portanto, não possui apenas uma só solução. 2. Um wicked problem não possui um inal determinado, ou seja, pode ser reformulado continuamente e, consequentemente, não apresenta apenas uma solução ideal. 3. Não existem soluç̃es deinitivas para um wicked problem, logo não é possível considerar uma solução para um wicked problem como verdadeira ou falsa, mas sim como boa ou ruim. 26 Discussão Teórica 4. No caso dos wicked problems não há um esgotamento de todos os testes, pois as consequências envolvidas na resolução de problemas complexos são praticamente ilimitadas. 5. Nos wicked problems a adoção de qualquer solução gera consequências que alteram a situação anterior; consequentemente, não será possível retornar a situação inicial para veriicar a efetividade de outra solução. 6. Não há como provar com toda certeza que foram analisadas todas as potenciais soluç̃es. A escolha por uma determinada solução depende de um discernimento e não há garantias de que se possa escolher uma, dez ou nenhuma solução. 7. Cada wicked problem é único já que suas particularidades, variáveis e complexidade permitem uma diferenciação entre todos eles. 8. Um problema complexo sempre é um indício de que existe um outro problema, maior ainda. E, dependendo do nível em que se encontra, ele pode ser mais ou menos complexo. 9. A escolha de um viés para análise sobre um wicked problem leva a diferentes caminhos. Os wicked problems permitem diferentes vieses de análise e a sua escolha vai determinar o caminho da ação. 10. Nas soluç̃es dos wicked problems muitas pessoas são envolvidas e não é possível retornar à situação original; portanto, se o planejador erra, as consequências do erro afetarão a vida de muitos. A igura abaixo demonstra a localização dos wicked problems como ponto de partida no início da metodologia do design (ou design thinking). Wicked Problems Design Thinking Solução Inovadora Figura 01: Wicked Problems - ponto de partida Design e os Wicked Problems 27 1.5. Surgimento do Design Thinking Herbert Simon, em 1969, é um dos primeiros a citar o design como pensamento/processo não exclusivo aos designers. Ligado à ciência, ele diz que esse processo de design pode ser relacionado a várias disciplinas: Design, assim interpretado, é o núcleo de toda a formação proissional, é a marca principal que distingue as proiss̃es das ciências. Escolas de engenharia, bem como escolas de arquitetura, administração, educação, direito e medicina, são todas centralmente preocupadas com o processo de design. (SIMON, 1989, p. 111, tradução da autora). Simon, ao falar que o design é um processo que deve ser utilizado em todas as escolas, antevê o que ocorrerá mais à frente, quando outras áreas começam a olhar para o design. Nessa mesma época, professores como Faste (1970), professor de engenharia em Stanford, discutem metodologias de projeto, criticando a forma como a engenharia é ensinada, e lutam por uma estimulação maior da criatividade. Para isso, eles defendem o modo de fazer do designer, em que existem fases como especulação, ideação e conceituação, em vez de apenas considerar as fases de análise e solução/execução. Não acham que a execução deva ser minimizada, mas que a ênfase deveria ser colocada na geração de ideias em vez da veriicação. Apesar dos esforços de alguns intelectuais para a maioria da população e das outras áreas, o design seguiu com um caráter apenas estético, desvalorizado ou colocado em segundo plano, sem necessariamente apresentar um caráter de inovação. Tim Brown comenta isso: Historicamente, o design tem sido tratado como um passo menos importante no processo de desenvolvimento, onde os designers, que desempenharam nenhum papel no início do trabalho de fundo de inovação, devem vir e colocar um belo invólucro em torno da ideia. (BROWN, 2008, p.2, tradução da autora) Em 1987 Peter Rowe, professor do curso de arquitetura de Harvard, publicou um livro com o título Design Thinking. 28 Discussão Teórica Design, de acordo com Peter Rowe, é o meio fundamental de investigação pelo qual arquitetos e urbanistas percebem e dão forma às ideias de edifícios e espaços públicos; ainda pouca atenção tenha sido dada à forma dessa atividade intelectual. Seu livro, Design Thinking, fornece um retrato geral do design que caracteriza as suas qualidades inerentes e que o diferencia de outras formas de investigação. Trata múltiplas e, muitas vezes, diferentes posiç̃es teóricas - sejam elas consideradas corretas para um “bom” projeto de arquitetura e urbanismo, ou forneçam procedimentos para resolver problemas - como manifestaç̃es de uma estrutura subjacente de investigação comum a todos os tipos de design. (HARVARD, 2013, tradução da autora). Rowe (1987) cita o design thinking no âmbito da arquitetura, comenta sobre os modos criativos e, ao mesmo tempo, a racionalidade das escolhas da solução que melhor satisfazem os requisitos. O design começa a ser estudado como metodologia por proissionais de outras áreas e começa a se disseminar com o nome de design thinking. Essa disseminação se dá principalmente no contexto de Stanford através de Rolf Faste. Faste dissemina sua mentalidade no ambiente da Universidade de Stanford, o que desencadeia a discussão sobre esse “modo de fazer do designer” dentro do departamento de engenharia e cria a empresa de design chamada IDEO com seus amigos (como, por exemplo, David Kelley). A partir do poder de divulgação dessa parceria IDEO e Stanford, junto com outros autores ligados a essas organizaç̃es, o termo ganha a força e o conhecimento que possui atualmente. Eis então o que Nigel Cross chama de Ressurgimento da preocupação projeto-ciência. Estas preocupaç̃es surgiram fortemente em dois períodos importantes da história moderna de design: na década de 1920, com uma busca por produtos de design cientíicos, e na década de 1960, com uma preocupação para o processo de projeto cientíico. O ciclo de 40 anos nestas preocupaç̃es parece estar chegando por aí outra vez, e podemos esperar para ver o ressurgimento de preocupaç̃es projeto-ciência na década de 2000. (CROSS, 2007, p. 119, tradução da autora). Tim Brown (2008), atual CEO da IDEO, sintetiza o design thinking como uma disciplina que utiliza da sensibilidade do designer e métodos para atender às necessidades das pessoas com o que é tecnologicamente e economicamente viável se convertendo em valor para o cliente e oportunidade de mercado. Surgimento do Design Thinking 29 Acredito que o pensamento de design tem muito a oferecer num mundo de negócios em que a maioria de gerenciamento de ideias e melhores práticas está disponível gratuitamente para ser copiado e explorada. Líderes agora olham a inovação como principal fonte de diferenciação e vantagem competitiva; faria bem a eles incorporar o design thinking em todas as fases do processo. (BROWN, 2008, p.2, tradução da autora). Após os anos 2000, o design tem ganhado cada vez mais destaque seja como metodologia, como proissão, meio de agregar valor, diferenciação de produtos e até a busca de soluç̃es para problemas ambientais. Esse momento é descrito pela professora portuguesa Maria Tereza Cruz (2006) como a era do “design total”: A hipótese de que parto é a de que estamos a aproximar-nos de um momento de transformação radical da nossa cultura, que poderíamos designar como a entrada numa era do «design total». Tal não signiica apenas o reconhecimento usual de que tudo ou quase tudo vai entrando na soisticação de uma congeminação estética e funcional, como acontece, hoje em dia, com o mais insigniicante objecto, utensílio, aparelho ou máquina. (CRUZ, 2006). Com a disseminação do termo design e design thinking, começam a haver diferentes discuss̃es e usos para o termo. […] Dentro do reino de gestão, o design thinking tem sido descrito como a melhor maneira de ser criativo e inovar, enquanto dentro do reino do design, design thinking pode ser parcialmente ignorado e tido como intrínseco, apesar de uma longa história de desenvolvimento acadêmico e debate. Na área de design, encontramos cinco discursos diferentes de “designerly thinking”, ou maneiras de descrever o que os designers fazem, na prática, que têm distintamente diferentes raízes epistemológicas. Estes discursos diferentes não estão em concorrência com os outros, mas poderiam ser desenvolvidas em paralelo. Observamos, também, que o discurso de gestão tem três origens distintas, mas, em geral, tem um caráter mais supericial e popular e é menos academicamente ancorado do que o designerly […].(SKÖLDBERG, WOODILLA e ÇETINKAYA, 2013, p.1) Na citação anterior, podemos ver que designers e proissionais diretamente ligados consideram o design thinking como algo muito similar ao próprio fazer, muitas vezes ignorando-o. Como vimos anteriormente, o termo design thinking está diretamente relacionado com a sua disseminação entre proissionais que não são designers, 30 Discussão Teórica mas começam a estudar o modo de fazer do designer, e, com isso, trazem à tona quest̃es como até onde vai a atuação do designer e como o design (ou design thinking) pode ser aplicado a outras áreas que não sejam projeto. Com isso, podemos tomar como síntese a citação de Sköldberg, Woodilla and Çetinkaya (2013) que fazem uma análise atual da situação do termo design thinking e se utilizam de um novo termo para descrever a discussão acadêmica sobre as práticas e competências do proissional. […] ‘designerly thinking’. Isso se refere à construção acadêmica da prática do designer proissional (habilidades práticas e competências) e relex̃es teóricas em torno de como interpretar e caracterizar esta competência não-verbal dos designers. Designerly Thinking une teoria e prática a partir de uma perspectiva de design, e é portanto, enraizada no campo acadêmico de design. O outro discurso é ‘design thinking’. Reservamo-nos este termo para o discurso em que a prática do design e competência são usados para além do contexto de projeto (incluindo a arte e arquitetura), para e com as pessoas, sem um fundo acadêmico em design, especialmente em gestão. ‘Design thinking’ torna-se então uma versão simpliicada de ‘designerly thinking’ ou forma de descrever os métodos de um designer que está integrado num gerenciamento acadêmico ou prático. (SKÖLDBERG, WOODILLA e ÇETINKAYA, 2013, p.123, tradução da autora). Surgimento do Design Thinking 31 1.6. Grupos multidisciplinares Com a utilização e discussão do design por outros proissionais e em diferentes áreas, surge uma nova questão: a resolução de problemas por grupos multidisciplinares. Como Vianna et al (2011) cita, o design thinking não é só para designers apesar deles manterem esse pensamento normalmente mais ativo na proissão. Ele deve ser usado por grupos multidisciplinares, a im de que tenham características básicas mas que somem suas qualidades especíicas de cada área. Tim brown (2008) apresenta o peril do proissional que terá sucesso ao trabalhar com a abordagem do design thinking. De acordo com o autor, as seguintes particularidades favorecem o desenvolvimento de projetos que aplicam o design thinking: Empatia Para resolver um problema complexo é necessário pensar e analisar o mundo considerando múltiplas perspectivas, falando com pessoas e imaginando soluç̃es. Uma percepção e observação minuciosa do mundo. Pensamento Integrativo Considerar simultaneamente todos os aspectos importantes e contraditórios de um problema, capazes de levar a criar novas soluç̃es, que vão além das alternativas existentes. Otimismo Não há restriç̃es que devam desanimar o designer, as possíveis soluç̃es obtidas sempre serão melhores do que as soluç̃es já existentes. 32 Discussão Teórica Experimentação Para obter ideias inovadoras não adiantam apenas ajustes, mas sim uma exploração de novos contextos para obter soluç̃es novas. Colaboração Para problemas complexos a ajuda de um gênio especialista não existe, o que existe é a colaboração de vários proissionais com caráter mais multidisciplinar do que focal. Além disso, alguns princípios básicos para o andamento do projeto foram descritos pela d.school, e reproduzidos na igura abaixo. Viés para ação O design thinking está mais ligado a fazer do que pensar, seja pró ativo. Colaboração radical Projetem juntos, pessoas diferentes com diferentes áreas. As ideias e soluções inovadoras vem da diversidade Abrace a experimentação Prototipar não é uma simples forma de validar sua ideia, mas uma parte integral do processo de inovação Mostre, não fale. Comunique sua visão de forma criativa, faça esquemas visuais para ilustrar suas ideias. Conciência do processo Saiba onde está no processo do design, saiba o que o método utiliza nesse estágio. Clareza no fazer Produza uma visão coerente dos problemas. Faça um recorte de uma maneira que seja um extimulo a ideação. Grupos multidisciplinares Figura 02: Princípios do design thinking 33 1.7. Abordagens de Design Thinking Assim como foram descritas as metodologias clássicas de design de produto, agora serão apresentadas as metodologias de design thinking que surgiram após o surgimento do próprio termo. Foram escolhidos para estudo cinco pontos de vista. São eles: Tim Brown (2008) Design thinking, d.school (2008) com o nome Bootcamp Bootleg, Vianna et al. (2011) Design thinking, IDEO (2012) com Design Thinking for Educators e T. Carleton, W. Cockayne, A.Tahvanainen (2013) Playbook for Strategic Foresight and Innovation. Todas essas abordagens foram escolhidas por causa da proximidade com a Universidade de Stanford, exceto por Vianna et al. (2011) que foi escolhida por ser a primeira publicação de design thinking brasileira. A intenção aqui é explicar a metodologia geral, apenas citando (nas imagens) as técnicas envolvidas em cada etapa. 1.7.1. Design Thinking por Tim Brown (2008) Brown (2008) divide o design thinking em três grandes etapas: inspiração (um momento para motivar pesquisas por soluç̃es), ideação (gerar, fazer e testar as ideias e soluç̃es) e, por último, implementação (pode haver um retorno ao início como um ciclo, e também a percepção de mercado e implementação comercial e industrial). 34 Discussão Teórica ão taç me n pense nos negócios Espere sucesso o çã i ra Im ple sp In parta para o próximo projeto estratégia de comunicação Qual o problema? Execute a visão Observe prototipe, teste com usuários e internamente Restrições compartilhe misture disciplinas conte mais histórias Usuários extremos protótipos e testes coloque o usuario no centro compartilhe ideias pense em conjunto Pesquise tecnologias organize o caos desenhos e cenários organize e analise Brainstorm Id Figura 03: Esquema do método de design thinking segundo Brown (2008) ea çã o Os esquemas anteriores ajudam a entender melhor a metodologia. O que se pode perceber é que o sistema é cíclico e dividido em três grandes etapas, nas quais o designer pode trabalhar de formas diferentes. É importante destacar os momentos de divergência (“pesquise”, “desenhos e cenários”, “protótipos”) e convergência (“analise”, “organize o caos”, “testes”) que não aparecem graicamente mas estão implícitos em algumas etapas. Algumas técnicas interessantes como “misturar disciplinas”, “usuários extremos”, “cenários” e “conte mais histórias” se mostram como diferenciais para o projeto, fugindo um pouco de etapas básicas de projeto. Abordagens de Design Thinking 35 1.7.2. Bootcamp Bootleg por d.school (2008) A metodologia da d.school (2008) apresenta cinco grandes divis̃es: empatia (processo centrado no usuário, imergir, engajar e observar o problema), deinição (fazer uma síntese, apresentar um foco do problema, um ponto de vista), ideação (geração de ideias, exploração de soluç̃es), prototipação (fazer, produzir as ideias em um contexto mais real, não totalmente, mas trazendo o caráter material) e teste (para redeinir soluç̃es e colocar o protótipo em contato com as pessoas). expansão de ideias Figura 04: Esquema do método de design thinking pela d.school (2008) 36 foco Ponto de vista iniciante O que? | como? | Por que? Câmera de estudo Preparação da entrevista Usuários extremos Empatia Análoga História capture e compartilhe Saturar e agrupar Mapa de empatia Mapa do cotidiano Peril do usuário Poder dos dez 2x2 Matrix Porque| como escalar Ponto de vista Madlib Ponto de vista necessidade Lista de pontos críticos Princípios de design Como podemos? Atiçar Discussão Teórica expansão de ideias Brainstorm Seleção Bodystorm Impor restriç̃es Protótipo para empatia Protótipo para testar Teste com usuários Protótipo de decisão Identiicar uma variável Protótipo dirigido ao usuário Comentários |captura| Grade Storytelling Edição de Vídeo Eu gosto, eu desejo A metodologia possui um carácter mais linear, em que as fases se permeiam, e evidencia no processo as fases de expansão de ideias e outras de foco. Entre os diferenciais, estão técnicas como mapa de empatia, mapa do cotidiano, bodystorm (simular as ideias com o corpo) e uma série de cinco diferentes protótipos. 1.7.3. Design thinking por Vianna et al. (2011) A proposta de Vianna et al. (2011) se assemelha muito à da d.school. Os níveis iniciais são quatro: imersão (aproximação do contexto do problema em relação ao cliente e ao usuário inal), análise e síntese (relex̃es baseadas na exploração anterior, foco, insights), ideação (geração de ideias inovadoras a partir dos insights anteriores) e prototipação (avaliação das ideias). Imerção Reenquadramento análise e síntese Pesquisa Exploratória Pesquisa Desk Entrevistas Ideação Cadernos de sensibilização Brainstorming Sessão generativa Workshop de cocriação Um dia na vida Cardápio de ideias Sombra Matriz de posicionamento Cart̃es de insight Mapa conceitual Critérios norteadores Personas Mapa de empatia Jornada do usuário Blueprint Prototipação Protótipo em papel Modelo de volume Encenação Storyboard Protótipo de serviços Abordagens de Design Thinking Figura 05: Esquema do método de design thinking por Vianna et al. (2012) 37 Esse método possui um sistema que não é cíclico mas que pode voltar ao início da imersão ou à ideação a partir dos resultados da prototipação. As etapas se permeiam, começando a próxima etapa enquanto ainda termina-se a anterior. Como diferenciais temos o conceito já nomeado de persona (usuários extremos ou foco, citados por outras teorias), um dia na vida (demonstração de preocupação com observação participante) e a citação de um protótipo de serviço levando o projeto a uma outra categoria. A separação da fase de imersão em três diferentes fases demostra um caráter organizado de primeiros contatos, volume de informação e tratamento dos dados. 1.7.4. Design Thinking for Educators por IDEO (2012) A IDEO prop̃e cinco passos em sua metodologia, sendo eles: descoberta (tenho um desaio, como eu abordo isto?), interpretação (aprendi algo, como eu interpreto isto?), ideação (vejo uma oportunidade, como eu crio?), experimentação (tenho uma ideia, como construo isto?) e, evolução (tenho algo novo, como eu evoluo isto?). Descoberta Como posso aborda-lo? Ideação Experimentação Evolução Eu aprendi algo Vejo uma oportunidade Tenho uma ideia Criei algo novo Como interpreto? O que eu crio? Como posso executá-la? Como evoluo? Contar histórias Gerar ideias Fazer protótipo Preparar a pesquisa Procurar signif. Ganhar inspiração Separar oport. Figura 06: Esquema do método de design thinking pela IDEO (2012) 38 Interpretação Discussão Teórica Obter resposta Acompanhar aprendizado Mover-se adiante Assim como o sistema da d.school (2008), a IDEO faz um sistema levando em consideração os momentos de expansão de ideias e foco, mas adiciona ao inal uma fase de evolução que torna o processo cíclico. Tendo perguntas como ponto de partida de cada fase, torna o esquema bastante explicativo e ajuda o projeto a não perder o foco. No entanto, não traz muitas técnicas práticas, deixando o método bastante generalista. 1.7.5. Playbook for Strategic Foresight and Innovation por T. Carleton W. Cockayne A.Tahvanainen (2013) Este livro de inovação escrito por T. Carleton W. Cockayne A.Tahvanainen (2013) possui algumas diferenças maiores quando comparados aos anteriores. Ele une as fases de ideação e prototipagem em uma só, dando uma extensão à implementação do projeto com etapas de busca de parceiros e visão do produto. A cinco etapas de projeto são: perspectiva (ver o que já existe e o que já foi feito), oportunidade (desenvolver a percepção das oportunidades futuras e das que existem hoje e se estendem para o futuro), solução (buscar a solução e prototipar), time (buscar parceiros para execução da solução) e visão (ter uma visão para guiar as equipes). Essas etapas são dividias em: para construir as bases, e para fazer a ideia crescer. Construir as bases Perpectiva Oportunidade Fazer crescer Solução Time Visão Mapa de contexto Arcos de geração Focos em branco Checagem amiga Curvas de progressão Cone Janus Usuário futuro História futura Protótipos de papel Mudança de caminho Estrela das vozes Multidão de trevos Darpa Desbravadores Abordagens de Design Thinking Figura 07: Esquema do método de design thinking T. Carleton W. Cockayne A.Tahvanainen (2013) 39 Essa metodologia não evidencia as fases de abertura e fechamento, mas traz uma visão mais empreendedora do projeto, inserindo as etapas de time e visão. Muitas técnicas diferentes são encontradas nessa abordagem que podem ser aplicadas na prática em projetos. Sendo a mais nova entre as outras, traz uma visão mais mercadológica e prática do projeto. Com o intuito de comparar as metodologias apresentadas, elas foram colocadas nessa tabela, separada em quatro fases, assim como feito com as metodologias clássicas de design. Pressuposto 1 GRUPO MULTIDISCIPLINAR Pressuposto 2 WICKED PROBLEMS Autor/ FASE Tim Brown (2008) d.school (2008) Vianna et al. (2011) Empatia Preparação Inspiração Descoberta Ideação Ideação Perspectiva Imerção Deinição Geração/ Avaliação IDEO (2012) T. Carleton W. Cockayne A.Tahvanainen (2013) Interpretação Ideação Prototipação Oportunidade Ideação Experimentação Solução Prototipação Teste Evolução Time Tabela 03 Esquema da sobreposição dos métodos de design thinking 40 Realização Implementação Visão Discussão Teórica Todas as metodologias partem da noção de grupos multidisciplinares para solucionar problemas complicados, complexos e/ou pouco deinidos. Elas foram divididas nos mesmos quatro tópicos sugeridos por Löbach (2001, apud COUTINHO; FREITAS e WAECHTER, 2013): preparação, geração, avaliação e realização. Como pode-se perceber, essas metodologias possuem uma divisão mais semelhante entre sí, e ainda mais próxima dos tópicos, tendo uma distribuição melhor na tabela. De acordo com a metotologia, geração e avaliação, e ideação e prototipação estão muito próximas e funcionam em conjunto. Além disso, no geral, elas dão menor ênfase à fase de implantação. A presente discussão teórica foi feita especialmente com o intuito de esclarecer e questionar as origens e abordagens do Design thinking, apartir disso será descrita a experiência da autora na aplicação da metodologia de design thinking na prática, explicando assim como o que foi estudado anteriormente ocorreu na prática. Abordagens de Design Thinking 41 2. ME310 Após essa breve discussão teórica sobre o termo design thinking, pode-se partir para o projeto em si. Como dito anteriormente ele está inserido no contexto de Stanford, no Vale do Silício, Califórnia e tem como metodologia o chamado design thinking, sendo a abordagem da d.school a diretamente utilizada, com algumas modiicaç̃es para o calendário da matéria. Neste capítulo será descrito o contexto, a metodologia, e todas as etapas do projeto feito para a disciplina ME310 Design Innovation da Universidade de Stanford com parceria da Universidade de São Paulo e a empresa Embraer. 2.1. Contexto 2.1.1. Stanford e o Vale do silício A Universidade de Stanford foi fundada em homenagem ao ilho de seu fundador no inal do século XIX, na região da Califórnia, na cidade de Palo Alto. Originalmente Stanford era uma fazenda e possui esse apelido “fazenda” (no inglês farm) até hoje entre os alunos. Stanford é considerada uma das melhores universidades nas classiicaç̃es mundiais e foi umas das grandes responsáveis pela transformação da região. A Universidade Stanford é uma das principais universidades de pesquisa do mundo. Stanford é conhecida pelo seu caráter empreendedor, elaborado a partir do legado de seus fundadores, Jane e Leland Stanford, e sua relação com o Vale do Silício. Pesquisa e ensino enfatizam abordagens interdisciplinares para resolver problemas. Áreas de grande excelência das humanidades, ciências sociais às engenharias e as ciên- 42 ME310 cias. Stanford está localizado na área da baía, na Califórnia, uma das áreas mais dinâmicas intelectualmente e culturalmente diversa da nação. (STANFORD, 2013 tradução da autora) Ainda segundo a universidade, o Vale do Silício (Silicon Valley) surgiu a partir da criação de uma empresa por dois estudantes de Stanford, a Hewlett-Packard. Também conhecida como HP, foi criada pelos colegas de classe David Packard e William Hewlett com ajuda de um professor, Frederick Terman, em uma garagem na cidade de Palo Alto. A partir deste evento o ambiente contribuiu para a formação de uma série de empresas. Pierre Lévy (1993) comenta isso em seu livro As tecnologias da Inteligência. O Vale do Silício, mais do que um cenário, era um verdadeiro meio ativo, um caldo primitivo onde instituiç̃es cientíicas e universitárias, indústrias eletrônicas, todos os tipos de movimentos hippies e de contestação faziam conluir idéias, paix̃es e objetos que iriam fazer com que o conjunto entrasse em ebulição e reagisse. (LEVY, 1993) O termo Vale do Silício refere-se a região oicialmente clamada de Vale de Santa Clara (Santa Clara Valley) e obteve esse nome por ser o silício a matéria prima principal na fabricação do transistor, componente que transformou a indústria de eletrônicos (indústria presente no local) na época. Esse ambiente é responsável por uma maior integração entre universidade e empresas, onde o aluno é estimulado a investir nas suas ideias e viabilizar o seu próprio empreendimento. Os casos de sucesso são diversos e incluem a Apple, empresa que quebrou diversos paradigmas no desenvolvimento do computador graças à maior integração entre tecnologia e design, o Google, a Adobe, o Facebook e o Netlix. Contexto 43 2.1.2. M.E. Design Loft e a d.school Existem na Universidade de Stanford duas unidades principais de projetos em design, o M.E. Design Loft e a d.school. Ambos se localizam no mesmo prédio e possuem espaços integrados e que se somam. De acordo com os registros da d.school (2013), foi a partir dos esforços do professor John Arnold, vindo do MIT nos anos cinquenta, que o design foi promovido no departamento de engenharia de Stanford. No inal dos anos sessenta, surgem matérias de design dentro do departamento de engenharia mecânica e um curso especíico de design em 1958. Essas matérias e o curso se tornariam posteriormente no M.E. Design Loft e a d.school. Nesse ambiente, mas especiicamente no curso de pós-graduação da d.school, onde teve aulas com Bob McKin, líder do programa de design em Stanford, David Kelley e outros amigos fundaram a IDEO, empresa focada em design que dissemina os conceitos de design thinking. Figura 9: ME310 design loft 44 ME310 Figura 10: sala da d.school 2.1.3. ME310 A ME310 Design Innovation é uma matéria de pós-graduação (graduate) oferecida para alunos com formação anterior relacionada a design e engenharia. Ela foi criada em 1969 e ocorre no departamento de design da engenharia mecânica. ME310 na Universidade de Stanford é aberta a estudantes de pós-graduação com alguma formação anterior em engenharia e/ou design. Valorizamos a diversidade e incentivamos os alunos de todos os departamentos para se candidatar ao curso. (STANFORD, 2013 traduzido pela autora) A disciplina tem por objetivo solucionar problemas do mundo real, trazidos por empresas parceiras, utilizando a metodologia do design thinking. Os alunos devem criar um sistema completo levando em consideração os aspectos mais abrangentes de projeto como por exemplo implicaç̃es sociais. O grupo de trabalho atua dividido, com uma parte em Stanford e outra parte em uma universidade estrangeira, ambos atuando em conjunto com uma empresa parceira, normalmente também do país estrangeiro. A ideia é criar grupos heterogêneos, com pessoas de diferentes conhecimentos (porém ligados a engenharia, design ou tema do projeto). O projeto tem uma duração de um ano letivo, indo de meados de outubro a junho do ano seguinte. Contexto 45 A ME310 é ministrada a quarenta e dois anos no departamento de design da engenharia mecânica. Apesar da idade não é uma matéria convencional de uma escola de engenharia. ME310 tem desenvolvido uma forte reputação na Universidade de Stanford como um cruzamento entre um curso sênior de protótipos de laboratório e microcosmo do Vale do Silício. O curso combina o melhor do ensino interdisciplinar e aprendizagem baseada em problemas para o projeto de engenharia. ME310 também oferece uma fórmula de sucesso de inovação em rede global e oferece uma cama de teste documentados de ensino de engenharia. (CARLETON; LEIFER, 2009) Segundo Carleton e Leifer (2009) o curso funciona com a combinação de aprendizagem baseada em problemas (Problem-Based Learning - PBL), imersão e simulação. Aprendizado baseado no problema ME310 Imerção Simulação Figura 11: Combinações que formam a matéria. Carleton e Leifer (2009) como PBL pode-se entender uma ênfase na solução de um problema, um trabalho de facilitador ou treinador e o uso de relex̃es e exercícios auto direcionados. A imersão é o envolvimento com o tema com as pesquisas, tem como objetivo estabelecer uma compreensão maior acerca da realidade. ME310 também proporciona uma experiência imersiva. Os alunos são empurrados para uma situação real que exige a sua concentração total durante mais de três períodos letivos. Cada detalhe do projeto, tal como 46 ME310 seleção de fornecedores e faturamento, exige a sua atenção em tempo real e de decisão. É um compromisso demorado, muitas vezes em detrimento de outros cursos, mas pensando bem, quase todos os alunos recordá-lo como um de suas melhores lembranças da faculdade. (CARLETON; LEIFER, 2009) O ambiente da ME310 é uma verdadeira simulação da realidade pois o projeto é real, a empresa é real. Carleton e Leifer (2009) explicam que os estudantes aprendem fazendo, prototipando. Eles ganham prática interagindo com outros engenheiros num contexto de design, num ambiente livre para experimentar, falhar e tentar novamente. 2.2. Metodologia da disciplina A disciplina se utiliza das metodologias de design thinking, especiicamente a abordagem da d.school apresentada na Discussão Teórica. Apesar disso, a disciplina prevê a execução de cinco etapas de prototipagem com diferentes focos. Portanto a metodologia possui um ciclo de design em nível macro, e em nível micro, outros cinco ciclos em cada etapa de prototipagem. As Figuras 33 e 34 explicam o grande ciclo e os pequenos cliclos executados na disciplina relacionando as etapas com o cronograma da disciplina. (re) Define o problema Design nunca acaba Teste Empatia Aprendizado Prototipação Entendendo os usuários Ideação Metodologia da disciplina Figura 12: Etapas de design thinking da d.school em formato cíclico para ME310 47 Entregas Datas início do curso SET início do projeto OUT Apres. Doc. NOV DEC Concluídos Períodos Protótipos Ciclos design thinkign 48 ME310 Outono BENCH NEED CFP DARK HORSE Apres. Doc. JAN FEV Inverno FUNK FUNC MAR Apres. Doc. ABRM AI JUN Primavera FINAL Figura 13: Metodologia ME310 aplicada no cronograma Contexto 49 2.2.1. Elementos do grupo Neste tópico serão apresentados os alunos e todos que izeram parte da equipe de projeto. Figura 14: Maria Barrera Engenharia Mecânica Universidade de Stanford Figura 15: Laura Hoinville Engenharia aeronáutica Universidade de Stanford Figura 16: Clif Bargar Engenharia Mecânica Universidade de Stanford Stanford University Figura 17: Amanda Mota Design -FAU - USP Figura 18: Luiz Durão Engenharia de Produção - Poli -USP Figura 19: Guilherme Kok Engenharia de Produção Poli -USP Figura 20: Rodigo Monteiro Engenharia de Computação - Poli -USP 50 ME310 Universidade de São Paulo Figura 21: Erika Finley Engenharia Mecânica Universidade de Stanford Figura 22: Robert Karol Engenharia Mecênica Universidade de Stanford Figura 23: Riley Shear Engenharia Mecânica Universidade de Stanford Contribuidores Figura 24: Leandro Yanaze arquiteto, mestre em comunicação, aluno de doutorado na USP e professor na Universidade Metodista Figura 25: Maria Alice Gonzales arquiteta e aluna de mestrado da USP Professores Assistentes Figura 26: Shelly Goldberg Ex-aluna da ME310 Senior Manager no grupo de design de produto na MAC Figura 27: Annika Matta Aluna de mestrado em Stanford e ex-aluna ME310 Metodologia da disciplina 51 Coaches (treinadoras) Figura 28: Mark Cutkosky Stanford ME310 teacher Figura 29: Larry Leifer Stanford ME310 teacher Figura 30: Roseli Lopes Engenharia Elétrica USP Figura 31: Davi Nakano Engenharia de Produção USP Figura 32: André Fleury Engenharia de Produção USP Figura 33: Eduardo Zancul Engenharia de Produção USP Professores orientadores 2.2.2. Interações A comunicação entre a equipe foi feita principalmente através de dois canais principais. Primeiro, por reunĩes semanais do Skype (para discutir o que foi feito na última semana e os resultados) e segundo por uma plataforma chamada Podio (uma plataforma de trabalho online para colaboração e gerenciamento de projetos onde podemos atribuir tarefas, discutir projetos, upload de arquivos, compartilhar descobertas, e se comunicar com as atualizaç̃es de status). Estas ferramentas de software nos permite manter todas as grandes descobertas em um lugar e nos permitem compartilhar o que estamos fazendo em tempo real. As aplicaç̃es comuns, como Dropbox, Google Docs, Google e Formas também estão sendo usados como necessário para compartilhar ideias, descobertas e documentos importantes. O projeto e os protótipos foram sempre discutidos e mostrados, mas cada equipe ica responsável por um caminho, com o intuito de ter mais diver- 52 ME310 sidades de resultados até o protótipo inal em que foi escolhido um caminho em conjunto com duas soluç̃es que trabalham de forma integrada. Devido a cadadiferente formação a autora como única designer estava mais familiarizada com os processos de design. Apesar da diferênça de língua o grupo mantinha um contato próximo, se esforçando sempre a entender as discuss̃es e projetos. Figura 34: Imagem da plataforma de projeto PODIO Metodologia da disciplina 53 3. ME310 o projeto 3.1. Visita à Stanford O início do projeto incluiu um evento de lançamento (chamado kickof), entre os dias 24 e 30 de outubro de 2013, que ocorreu em Stanford. Paralelamente, um outro evento chamado SUGAR, feito em parceria com o Radicand Lab, era responsável pela integração não só de Stanford mas de outros projetos. Os calendários eram complementares, portanto o grupo brasileiro participou dos dois eventos: 24/10/13 - Quinta - d.school - Stanford • Apresentação do projeto e das equipes • Palestra com Bill Cockayne, “ForesightThinkingandTechnicalLeadership” • Apresentação dos “PaperRobots” • Reunião de alinhamento das equipes 25/10/13 - Sexta - Radicand, Redwood • Palestra com Anikka Matta, “NeedFinding” • Palestra com NikMartelaro, “RapidPrototyping” • Workshop “Making Learning Visible” • Workshop “Agilescrumandinnovationefectiveness” • Workshop “TRIZ” 26/10/13 - Sábado - d.school, Stanford • Desaio “PaperHyppo” 28/10/13 - Segunda - RadicandLabs, Redwood • Palestra com Frederick Pferdt, “The innovationcultureat Google” • Palestra com Josh Carter, “Aperia” • Palestra com Greg Kress, “Findingsfromthe Center for Design Research” • Workshop “Benchmarking” • Workshop “Design Thinking as a Culture” • Workshop “User Persona” 29/10/13 - Terça - d.school, Stanford • Palestra com John Tang, “UsabilityandUtilityTesting” • Planejamento e alinhamento de atividades entre os times 54 ME310 o projeto Como pode-se ver, nessa semana de eventos ocorreram workshops e palestras sobre diversos temas, entre eles: projeto, técnicas, interação, e casos de estudo. Entre os palestrantes estavam professores das diversas universidades, donos de startups e designers. Entre as universidades participantes da ME310 Design Innovation no ano de 2013/2014 encontram-se: Aalto University (Finlândia), Blekinge Institute of Technology – BTH (Suécia), Hasso Plattner Institute – HPI (Alemanha), École des Ponts - Paris Tech (França), Pontiicia Universidad Javeriana – PUJ (Colômbia), St. Gallen – HSG (Suiça), Swinburne University of Technology (Austrália), Trinity College (Irlanda), University of Science and Technology China – USTC (China), Universidad Nacional Autónoma de México – UNAM (México) e a Universidade de São Paulo (Brasil). Figura 35: Esquema com todas as universidades participantes da ME310 Visita à Stanford 55 3.2. Tema Foi decidido em conjunto com a empresa o tema: “Desenvolvimento de artefatos e de processos para aprimorar a mobilidade de pessoas com deiciência e mobilidade reduzida no transporte aéreo”. Esse tema vem em concordância com a nova resolução da ANAC (Resolução Nº 280, de 11 de junho de 2013), que determina as responsabilidades do aeroporto e companhia aérea com os deicientes físicos e indica pontos básicos que não são atendidos (como por exemplo falta de treinamento do pessoal, número de assentos especiais e mecanismos que evitem que as pessoas sejam carregadas pelos comissários). A empresa já possui pesquisas a respeito desse tema eleva como preceito que o passageiro com deiciência ou mobilidade reduzida tem direito a uma experiência de voo tão boa quanto qualquer outro passageiro. Portanto o projeto vem para somar nesse aspecto, as atividades anteriores e intuito inal é buscar soluç̃es, seja de processo ou produto que melhorem o serviço prestado. A seguir será iniciada a descrição do projeto, todas as informaç̃es referentes as soluç̃es foram baseadas nos relatórios entregues à Stanford o qual foi feito por toda equipe Stanford e USP. 3.3. Benchmarking e Needinding Antes de iniciar com a fase de pesquisa, ainda nos Estados Unidos, a primeira reunião foi realizada com a nossa equipe global durante a semana de kick-of. A Figura 36, representa um cronograma inicial e as atribuiç̃es de tarefas para cada equipe. A sessão concentrou-se em deinir como os participantes trabalhariam para as primeiras entregas, e levantou quais os potenciais passageiros com mobilidade reduzida, que lugares podem ser pesquisados para benchmarking, e os dados que poderiam ser úteis para identiicar potenciais utilizadores. 56 ME310 o projeto Figura 36: Primeira sessão de brainstorm A segunda sessão de brainstorm foi focada na determinação de todo o sistema da experiência de vôo e quais etapas poderiam ser melhoradas. A Figura 37 mostra a sessão de brainstorm em andamento. Todos trabalharam em conjunto para desenvolver o gráico composto por notas na Figura 38, que aborda todos os aspectos da experiência de viagem de sair de casa e chegar ao aeroporto, passar pela segurança e chegar ao portão, recebendo alimentos e bebidas, espera no aeroporto, utilização do banheiro, a bordo do avião e da experiência em voo, e, inalmente, a devolução de bagagem até o destino inal. Figura 37: Segunda sessão de brainstorm Figura 38: Levantamento das etapas de voo Esse produto inal foi reinado posteriormente e se tornou em um Blueprint (Anexo b) da experiência de vôo em relação a interação com as partes da companhia aérea. Benchmarking e Needinding 57 3.3.1. Benchmarking Segundo STANFORD (2013) nesta etapa o intuito foi de estabelecer alguma familiaridade com as tecnologias relevantes, produtos, abordagens e outros. Além disso pensar no espaço do design e o que é relevante. A equipe iniciou as pesquisas de benchmarking no começo de novembro, logo após o im do kickof, pesquisando produtos existentes, patentes, e projetos que de alguma forma colaborassem com o deiciente e ou tivesse relação com o ambiente da aviação. Os materiais foram compartilhados entre todos no Podio e Dropbox, e foram feitas reunĩes para discussão. Soluções de Acessibilidade Atuais para Cadeira de Rodas Uma das partes da pesquisa se voltou para outros transportes e onde soluç̃es foram implementadas para acomodar pessoas com mobilidade reduzida. Nesse caso é inevitável o volume de soluç̃es voltadas para cadeirantes. Os ônibus foram pesquisados uma vez que serviços de sistemas de ônibus público existem em mais cidades do que outros meios de transporte público. A Figura 39 mostra uma rampa que é puxada ou automaticamente liberada de debaixo das portas dos ônibus. Isso cria uma entrada mais segura e mais conveniente para os passageiros em cadeiras de rodas ou de passageiros que têm diiculdades em vencer o vão e altura. Figura 39: Rampa de ônibus auxilia na entrada de cadeirantes 58 ME310 o projeto Outros ônibus ou vans e veículos pessoais também foram examinados pois seus recursos de acessibilidade poderiam ser análogos aos do avião. Estas áreas permitem mais personalização, porque eles são projetados para atender uma necessidade especíica de um indivíduo. Vans e veículos de mobilidade pessoal trouxeram muitas soluç̃es plausíveis que poderiam ser empregadas na resolução do problema. Em vans, micro-ônibus, assim como nos ônibus públicos, rampas ou elevadores são utilizados para entrar no veículo, são de fácil acesso e possuem extensão de alças para maior mobilidade. Na aviação, atualmente, um passageiro que utiliza uma cadeira de rodas terá que utilizar uma cadeira de rodas de avião, como a da Figura 40 e 41, ao embarcar e desembarcar de um avião. Se o avião não tem um inger ou um elevador adaptado, o passageiro tem de ser carregado através das escadas na cadeira do corredor por duas pessoas para entrar no avião, como mostrado na Figura 42. Essa solução se torna um perigo visto o esforço e falta de segurança do passageiro. Figura 40: Modelo de cadeira de corredor para avião Figura 41: Momento da transferência para a cadeira Figura 42: Embarque de passageiro cadeirante Um passageiro acostumado a estar na sua cadeira de rodas personalizada vai encontrar uma cadeira de corredor e processo de transporte muito desconfortável, inseguro, e embaraçoso como evidenciado por nossa pesquisa e entrevistas. Benchmarking e Needinding 59 Descobriu-se uma variedade de elevadores que podem ser utilizados para levantar uma cadeira de rodas em um veículo com apenas um toque. As Figuras 43 e 44 mostram mecanismos de elevador para vans. Este mecanismo levanta a cadeira ao nível do furgão de modo que a cadeira de rodas pode então ser embarcada. Ele pode não ser apropriado para aeronaves, devido ao aumento da altura do plano, mas um mecanismo semelhante que permitisse a transferência automática da plataforma para a aeronave poderia ser utilizado. Figura 43: Mecanismo de elevação de cadeira de rodas Figura 44: Mecanismo de elevação de cadeira de rodas A Figura 45 mostra um mecanismo de elevação de um veículo pessoal. Este mecanismo acomoda toda a cadeira de rodas no porta malas numa posição lateral. Não há transferência manual da cadeira de rodas da plataforma para o carro. Esse tipo de mecanismo permitiria, a cadeira de rodas, ser virada na direção correta ao descer do avião sem a necessidade de manobras. 60 ME310 o projeto Mecanismos de elevação também são utilizados em estaç̃es trens e bondes, conforme mostrado abaixo na Figura 46. Uma mulher usa a plataforma de elevação (sistema encontrado em Curitiba que leva o nome de RTI) para seu carrinho para chegar à plataforma do ônibus. As mulheres com carrinhos de bebê e crianças pequenas podem ser modelos análogos para pessoas com deiciência, porque eles precisam de mais assistência, têm diiculdade de locomoção, e exigem mais espaço no avião para se mover. Figura 45: Elevador para cadeira de rodas Figura 46: Sistema R.I.T. de transporte coletivo de Curitiba Travamento Cadeira de Rodas A Figura 47 mostra uma área especíica no ônibus reservada para passageiros com deiciência. A área especial aparece em vários meios de transporte público, normalmente em uma área próxima à saída e é equipada com os materiais de travamento necessários para garantir que uma cadeira de rodas não escorregue quando o ônibus se movimenta ou freia. Os passageiros que estão com problemas de mobilidade ou são acompanhantes podem sentar-se nesta área, o que proporciona a facilidade de entrar e sair do ônibus. Os assentos nesta área dobram-se permitindo que ela funcione para os dois grupos de passageiros, sem tirar assentos. Figura 47: Espaço de ônibus adaptado Benchmarking e Needinding 61 A cadeira de rodas da Figura 48 é presa em guias de metal que correm paralelas às rodas, semelhante aos corredores no corredor do avião. Já a igura 49 mostra a cadeira de rodas que está sendo travada através de guias de metal que correm na horizontal. Isto poderia ser utilizado na a área de engate de um assento de avião normal. Para ambos os passageiros, foi adicionado um cinto de segurança, no caso de aceleração para a frente devido a um acidente. Adiç̃es de cinto de segurança, tais como estes estão disponíveis em avĩes para passageiros que precisam de apoio extra superior do corpo. Figura 48: Travamento de cadeira de rodas no sentido do corredor Figura 49: Travamento com uso de guias na horizontal A segurança é de extrema importância quando se trata de transporte de uma pessoa, com ou sem deiciência. Portanto, o engate da cadeira de rodas deve ser feito nos ângulos apropriados. As Figuras 50 e 51 mostram a vista superior e os três ângulos apropriados que necessitam ser utilizados se tem tiras apenas no chão, em um meio de transporte em movimento. Essas diretrizes podem ser testadas e modiicadas para atender às exigências de espaço do avião. Figura 50: Ângulos de segurança apara prender uma cadeira Figura 51: Vista superior da cadeira presa 62 ME310 o projeto Bagageiro e Facilidade de Movimento Através da Cabine Para os passageiros com força limitada na parte superior do corpo, o que é comum entre os passageiros com deiciência, colocar a bagagem nos compartimentos superiores é um grande desaio. Muitas pessoas que têm diiculdades, sentem perturbar os outros passageiros ao tentar carregar sua bagagem ou simplesmente não são capazes de colocar a bagagem no compartimento. As Figuras 52 e 53 mostram um novo conceito de cadeira de rodas. Este recurso permite a pessoa para manobrar através da loja em uma posição ereta e também alcançar bens de prateleira de cima. Ao utilizar uma cadeira de rodas de stand-up, a cadeira poderia se encaixar facilmente por um corredor de avião utilizando a posição em pé, e assim colocar sua bagagem com maior facilidade no compartimento. Figura 52: Homem fazendo compras com facilidade Figura 53: Demonstração da posição sentada Customização e Suporte Muitas pessoas com deiciência têm que personalizar seus pertences para atender suas necessidades. Para as pessoas que usam cadeira de rodas regularmente, isso pode signiicar o uso de almofadas ou suporte adicional para caber seu corpo e distribuir melhor seu peso, evitando feridas e artrite. A Figura 54 mostra uma almofada de cadeira de rodas que possui gel e as inserç̃es de ar para proporcionar dois sistemas de suporte. Almofadas como estas são por vezes levados em aeronaves quando um passageiro Benchmarking e Needinding 63 tem um voo de longa duração, ou sabe que vai estar sentado o tempo todo. A Figura 55 mostra um assento móvel formado de um apoio de costas e de uma almofada que pode ser usada para colocar numa cadeira ou num banco. Esta almofada permite apoio de costas e lombar, bem como suporte a distribuição de peso. Figura 54: Exemplo de almofada especíica para cadeirantes Figura 55: Almofada e encosto para viagens Pesquisando mais nesta área o grupo foi levado à descoberta de uma cadeira (TravelChair), na Figura 56, que foi projetada especiicamente para crianças com deiciência para fazer os assentos mais confortáveis, mais acessíveis e melhor encaixe durante os voos. Esta cadeira fornece suporte superior do corpo, usando um apoio que estabiliza a cabeça e pescoço, e um cinto de segurança de coniguração em x, permite que o corpo ique de pé. Esta característica é importante uma vez que muitas pessoas com deiciência perdem a sua força muscular devido à falta de uso e incapacidade para o exercício. Os apoios das pernas são conigurados de modo que as pernas das crianças não iquem penduradas todo o voo, pois isso pode levar a problemas médicos, tais como trombose venosa profunda. O tamanho e formato desta cadeira precisaria ser modiicado para passageiros deicientes adultos, devido a necessidades diferentes e uma maior estrutura corporal. No entanto, a ideia é uma solução viável para o problema que está sendo apresentado. A personalização total ou de peças de um assento trouxe uma nova área de solução para olhar, como as bandejas de alimentação, painéis de comando, controles remotos, e bolsas na parte de trás das cadeiras. A maioria desses itens não têm uma situação análoga que pode ser facilmente analisada. No entanto, podemos usar as soluç̃es atuais implementadas em cadeiras de rodas motorizadas para explorar opç̃es para a colocação bandeja de comida. 64 ME310 o projeto A Figura 57 mostra uma bandeja acoplada a uma cadeira de rodas motorizada que permite a uma pessoa ter uma bandeja mais perto de seu corpo. Isso proporciona um acesso mais fácil, mais apoio e proximidade para os pequenos grupos musculares que controlam as habilidades motoras inas. Esta solução pode ser usada em avĩes para as pessoas que acham a parte traseira do assento ou a bandeja pouco estável (dependendo do seu tipo de corpo e deiciência), ou para aqueles que não têm uma grande quantidade de controle motor. Este recurso acrescentaria peso mínimo para a aeronave e proporcionaria uma sensação de independência e controle para o passageiro. Figura 56: TravelChair cadeira de viagem para crianças com deiciência Figura 57: Bandeja acoplada em cadeira de rodas elétrica 3.3.2. Patentes Assim como os produtos foram buscadas algumas patentes que pudessem de alguma forma colaborar no auxílio aos deicientes na experiencia Sistema de Integração de Assentos para Deicientes nos Interiores de Aviões WO 2008033360 A2 Esta patente na Figura 58 é um assento do avião que se torna acessível. Ele é projetado de tal forma que a sua largura permite navegar facilmente através do corredor, proporcionando assim aos passageiros deicientes uma melhor experiência de embarque. Esta patente foi particularmente interessante para nós, que desenvolvemos a nossa visão de um ambiente de cabine mais dinâmico. Benchmarking e Needinding 65 Figura 58: Esquema de como funcionaria a integração de assentos Assento-Cadeira de rodas Movél de Avião para Passageiros e Pessoas com Deiciência que Necessitam de Assistência WO 2007060488 A2 O assento-cadeira de rodas móvel de avião para as pessoas que necessitam de assistência especial mostrado na Figura 59 é constituído por um assento do avião padrão que inclui um assento (2), dois braços (1) e um encosto (3), bem como as rodas (7) ligado no chassis (11), um descanso de pernas (13), uma alavanca (16), um mecanismo de motor (6), os controles de movimento (4,5), um mecanismo de bloqueio de segurança (8,9) para o seu bloqueio no chão da cabine de avĩes (15), e as entradas (10) para a conexão elétrica entre os sistemas da aeronave e os bot̃es de acesso (14) do assento-cadeira de rodas. O assento-cadeira de rodas movél de avião pode ser usado por pessoas com deiciência e assistentes a partir do estacionamento até o ponto de embarque do aeroporto, incluindo as etapas intermediárias, como rampas de embarque, inger, elevadores, ônibus e dentro da cabine da aeronave durante o voo. No último caso, pode ser utilizado pelos passageiros não deicientes, não perdendo um assento no caso da ausência de deicientes. 66 ME310 o projeto Figura 59: Desenho da patente cadeira de rodas móvel Figura 60: Desenho da patente de cadeira de embarque Cadeira de Embarque de Aeronaves WO9204002 A1 A cadeira de embarque mostrada na Figura 60 é usada para ajudar os passageiros com deiciência, dentro e fora dos veículos. A cadeira de embarque é suicientemente estreita para passar pelo corredor de um veículo de passageiros, tal como uma aeronave. Ela tem um assento que pode mover-se para cima e para baixo, para coincidir com a elevação de um outro assento de ou para que um passageiro está a ser movido, ou para coincidir com a elevação de um braço sobre o qual os passageiros está a ser movido. Possui levantamento de alças que são fornecidos para transportar a cadeira e subir e descer escadas. Estabilizadores estão previstos para quando a cadeira não está em um corredor estreito, e são fornecidos meios para bloquear seletivamente os rodízios traseiros contra giro e rotação. Assento de Avião Infantil Inlável US8528983B2 O assento infantil inlável mostrado nas Figuras 61 e 62 é destinado para utilização em um avião. O assento infantil inlável funciona por painéis laterais, cada um dos quais com pelo menos uma câmara de ar inlável e ligados ao painel de base e o painel traseiro. O assento também tem um cinto conigurado para conter uma criança no assento. Além disso, também tem uma cavidade dispostos no painel de trás receber um cinto de segurança de um avião. Benchmarking e Needinding 67 Figura 61: Desenho da patente de assento inlável Figura 62: Forma de uso na poltrona do avião Tradução de Voz Automática / Mensagens de Texto de Telefone MU8503068-6 Há uma patente de sistema que utiliza o serviço de correio de telefone para clientes que usam telefones de voz convencionais. O sistema da presente invenção inclui uma unidade para receber uma mensagem de um telefone e um computador para receber a mensagem, que por sua vez encaminha para a unidade de tradução. A assistente de comunicação da unidade de tradução recebe mensagem e dados do pacote e traduz a mensagem de voz para texto ou texto para voz. A mensagem traduzida é então enviada de volta para a caixa postal do cliente para armazenamento, também podendo ser enviada para a caixa postal eletrônica do cliente, pager ou endereço de Internet. 3.3.3. Projetos de Design Relacionados Neste tópico foram pesquisados projetos de design em destaque na internet, que se tratavam de novidades com os temas deiciência e/ou aviação. Air Access por Priestmangoode O projeto consiste em uma cadeira de rodas removível pela qual os passageiros podem ser transportados para e fora do avião, e um assento no corredor que consiste em uma estrutura ixa na aeronave onde a cadeira de rodas é acoplada, após acoplada a poltrona se assemelha a outra qualquer. Essa solução facilita as transferências reduzindo um procedimento e dando ao passageiro uma experiência integrada ao ambiente de forma a não se sentir diferente. 68 ME310 o projeto Figura 63: Cadeira de rodas acoplada ao assento Figura 64: Cadeira de rodas apenas com os apoios de pés salientes Figura 65: Cadeira de rodas iniciando o acoplamento Skycare Chair by Brian Liang O projeto consiste em uma cadeira de rodas de corredor, para a locomoção independente do usuário no interior do avião. Ele possui um sistema de alavanca, onde o passageiro pode se locomover empurrando para frente e para trás. Além disso foi desenhada pensando na transferência lateral para a poltrona e na forma de guardar (sendo possível dobrar o encosto). Figura 66: Funcionamento do movimento para frente Benchmarking e Needinding 69 Figura 67: Funcionamento do movimento para trás Figura 68: Demonstração de como guardar Figura 69: Imagem da cadeira em perspectiva MAMUTH Módulo Remoto Para Embarque Acessível por Ortobras. O Projeto consiste em um módulo que liga os ônibus de locomoção do aeroporto aos avĩes tornando, por meio de escada e elevador, o sistema mais acessível. Nesse caso o projeto é voltado para os avĩes que não possuem uma entrada direta com o portão de embarque, isso acontece principalmente em pequenos voos. Figura 70: MAMUTH acoplado ao avião 70 ME310 o projeto Figura 71: Acessibilidade interna elevador e escadas Figura 72: MAMUTH simula a função do inger Assento Economy Skycouch por Recaro para Air New Zealand Este assento permite levantar a parte inferior não só para segurar as pernas, mas também para transformar os bancos em uma pequena cama, onde se estiver junto com sua família pode icar mais confortável, ou no caso de uma deiciência pode auxiliar a achar posiç̃es melhores. Figura 73: esquema de funcionamento Hand Talk App Este aplicativo usa um software de reconhecimento de voz para traduzir áudio, imagem e texto em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Como mostrado na Figura74, utiliza um avatar chamado Hugo que faz com que os gestos sejam exibidos para a pessoa com quem o utilizador está tentando comunicar. Apesar disso, ao entrevistar os usuários surdos na verdade foi descoberto que a maioria deles realmente não sabe a linguagem gestual, o que limita o alcance da aplicação. Benchmarking e Needinding 71 Figura 75: Aplicativo Hand Talk em funcionamento Figura 76: Pulseiras do dispositivo de tradução Figura 77: Esquema de funcionamento Sign Language Ring Este aplicativo, Figuras 76 e77, usa um software para traduzir a linguagem de sinais para as saídas de áudio e de texto. Projetado pela Universidade da Ásia, em Tóquio, ele usa uma solução de software/hardware composto por uma pulseira e anel par que capta o movimento da língua de sinais e, em seguida, converte-o. No entanto, há novamente a limitação da necessidade de saber a língua gestual. 3.3.4. Regulamento Na busca das regras na área da aviação o grupo encontrou uma resolução bastante atual que diz respeito as exigências para os deicientes. Regulamento da Agência Nacional de Aviação Civil Art. 3 º Para os efeitos desta Resolução, o termo PNAE se refere a pessoa com deiciência, pessoa com idade inferior a 60 (sessenta) anos de idade, grávida, amamentando, pessoa acompanhada por criança 72 ME310 o projeto de colo, pessoas com mobilidade reduzida ou qualquer pessoa para qualquer condição especíica tem limitaç̃es na sua autonomia como passageiro. (ANAC 2013) Este regulamento da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) dá a deinição para os passageiros com deiciência. De acordo com ele, qualquer pessoa 60 anos ou mais, gestantes, lactantes, acompanhado por uma criança colo, deicientes, ou qualquer pessoa, para qualquer condição especíica tem limitação na sua autonomia como passageiro, está incluída nesta categoria. Este regulamento vai um passo além, concedendo aos deicientes os mesmos direitos de qualquer outro passageiro para as instalaç̃es, transporte e informação. Antes e durante a viagem de viagem: Os passageiros têm de informar a companhia aérea de suas necessidades especiais, e não há limite de passageiros com necessidades especiais a bordo (de acordo com o novo regulamento brasileiro). Para o embarque e desembarque, as pessoas com deiciência embarcam antes e desembarcam por último. É proibido para a comissária de bordo carregar o passageiro, salvo em caso de emergências. Acompanhantes: A legislação estipula a necessidade de um companheiro para as pessoas com deiciência, especiicamente para aqueles que por raz̃es de natureza mental ou intelectual das instruç̃es de segurança não entendem ou não pode usar o banheiro sem ajuda. Cão-guia: Usuários com um cão-guia podem embarcar com seu cão, sem quaisquer encargos adicionais. O cão deve estar próximo a seu dono em todos os momentos, tem que estar ligado a uma coleira e dentro controle de seu dono, sem obstruir os corredores. A alimentação é da responsabilidade do proprietário. Designação de mecanismos de estar e de retenção: De acordo com a ANAC (2013) o operador deverá fornecer um assento adequado para crianças (assentos especiais) de forma que permaneçam ao lado do corredor durante o voo (exceto em saídas de emergência, onde são proibidas), braços móveis nas ileiras da frente e de trás do avião. Eles Benchmarking e Needinding 73 devem fornecer também um dispositivo que suporte um passageiro, se caso ele não tem força suiciente para permanecer ereto quando sentado (falta de força na parte superior do corpo). Para as pessoas que não podem manter o assento na posição vertical, a companhia aérea deve manter o assento vazio bem atrás dele. Aqueles que não podem lexionar o joelho deve ter assentos especiais ou viajar com um dispositivo especíico. Coniguração da aeronave: As seguintes alteraç̃es são aplicáveis para novos avĩes que irão entrar no mercado brasileiro: • Os avĩes com 30 assentos ou mais deve ter pelo menos metade de suas poltronas no corredor com braços móveis; • Os avĩes com 100 lugares ou mais deve ter espaço para pelo menos uma cadeira de rodas a bordo da cabine. 3.3.5. Needinding A estratégia nesta fase, segundo STANFORD (2013), é, baseando-se no que foi aprendido no Benchmarking dar um primeiro passo na identiicação alguns usuários potenciais. Esta etapa foi iniciada em paralelo com a anterior, por toda a equipe através da busca de pessoas com diferentes deiciências e que estivessem disponíveis a ajudar. Além disso, foi feita uma observação por parte do grupo durante alguns voos. Foram realizadas entrevistas com diferentes usuários potenciais, bem como especialistas na área. Cada entrevista proporcionou mais alguns detalhes dos problemas pelos quais passavam durante a experiência de voo. Entrevistas com especialistas Para iniciar o processo de apuramento de necessidade, foi investigado como os projetos de pesquisa funcionam na indústria aeroespacial. Dianne McMullin, Engenheira de Human Factors da Boeing Dianne McMullin é especialista em Human Factors na Boeing e trabalhou no 787 Assistive Technology Design. Ela tem trabalhado neste problema há mais de 15 anos. E está atualmente trabalhando em um projeto com a 74 ME310 o projeto Embraer para melhorar a experiência de voo para o passageiro idoso. Ela compartilhou conosco algumas das principais restriç̃es que precisamos ter consciência ao projetar algo para a indústria aérea. Estes incluem: • Manter o número de assentos. Companhias aéreas e, consequentemente, os fabricantes de avião, querem o número máximo de lugares possível para maximizar o lucro. • Enquanto no ar, o espaço é mais caro do que a maioria dos imóveis caros em Tóquio, minimizando o tamanho é fundamental. • O peso é um fator crítico, a solução não pode aumentar signiicativamente o peso da aeronave. Ela também foi capaz de compartilhar conosco alguns pontos tocantes que ela havia encontrado em sua pesquisa e trabalho. Estes dois aspectos fez a equipe pensar sobre nossos usuários e nos ajudou a empatia com a situação: • O sentido absoluto de desespero e desamparo quando as muletas são retiradas. • Não viajar pode signiicar não ver ilhos ou netos, perder casamentos e férias. É, literalmente, abrir mão de uma parte de sua vida. Melhorar a experiência pode em essência dar de volta um pequeno pedaço dela. Kate Hunter-Zaworksi, diretora do Centro Nacional de Transporte Acessível Kate Hunter-Zaworski é a diretora do Centro Nacional de Transporte Acessível e também trabalhou com a Boeing no 787 Assistive Technology Design. Ela indicou mais alguns lugares para contato e fatos interessantes que poderiam ser usados para implementar uma solução de design e áreas para começar o brainstorming: • Ao considerar a possibilidade de amarrar cadeiras de rodas dentro da cabine, as capacidades de impacto da cadeira de rodas são uma preocupação primordial. No entanto, algumas cadeiras de rodas são capazes de resistir a 20Gs enquanto assentos de avião só pode suportar 16GS. • Bengalas dobráveis e outros meios auxiliares de locomoção que podem ser armazenados dentro da cabine e permanecem acessíveis são soluç̃es interessantes a considerar. • Por que não pode manobrar uma cadeira de rodas com uma mão só? Benchmarking e Needinding 75 Entrevistas com usuários Entrevistas com usuários foram utilizados para ter uma noção real de suas experiências. Tendo em conta que o desaio é bastante amplo, foi tentado abranger o maior número de diferentes tipos de deiciência possíveis. As entrevistas não só nos deram dicas sobre os pontos críticos, mas também humanizaram o problema para o grupo. Cadeirantes Teri Adams, Diretora Adjunta de Stanford Escritório de Educação Acessível Teri Adams é a diretora adjunta do Gabinete de Educação Acessível de Stanford. Ela é uma viajante ávida e utiliza cadeira de rodas elétrica todos os dias e uma cadeira de rodas manual em viagens. Ela costumava viajar com sua cadeira de rodas motorizada, mas parou depois de vários casos em que a cadeira voltou do porão de carga quebrada. A seguir estão as principais áreas ela destacou dentro de sua entrevista: • Problema persistente de cadeiras de rodas serem quebradas, tanto em sua experiência, bem como seus amigos. • A cadeira de rodas do corredor é utilizada para mover pessoas da cadeiras de rodas até o assento do avião, se o passageiro não consegue fazer isso sozinho. Quanto isso acontece, o processo é extremamente degradante e vergonhoso. • Levanta a importante questão do impacto do serviço ao cliente. As histórias de horror mais dramáticas que tinha veio de uma falta de formação ou conhecimento da tripulação de voo. • Esclareceu sobre a realidade das preferências de lugares. Partimos do pressuposto de que as pessoas com deiciência sempre optam por sentar-se no corredor, devido à facilidade de acesso, mas, na verdade, muitos preferem sentar-se no assento da janela, de modo que eles não têm que se levantar cada vez que quer sair do assento. • Enfatizou a diiculdade de alcançar os controles durante o voo e da necessidade de um posicionamento mais acessível e intuitivo para eles. Scott Rains, Especialista em Viagens e Cruzeiros para Pessoas com Deiciência Scott Rains é um paraplégico muito apaixonado por viagens. Ele é um especialista em viagens e cruzeiros e um ativo blogueiro, proporcionando uma comunidade de pessoas com deiciência, com dicas sobre a melhor forma de navegar usando as soluç̃es atuais. Ele viaja várias vezes por ano 76 ME310 o projeto para trabalho e lazer. Scott teve a gentileza de nos conectar com vários contatos que fomos capazes de chegar a devido à sua riqueza de conhecimento sobre o assunto. Encontravam-se os principais pontos que ele destacou necessários para ser incluído em nossa solução de design: • Braços articulados não são a regra. Há muitos avĩes, onde eles não estão presentes, fazendo a transferência de um passageiro deiciente muito mais difícil. Um amigo esbarrou no braço e precisou passar duas semanas no hospital, por causa da ferida causada pela colisão. • Mesmo quando braços articulados estão presentes, as dobradiças são muitas vezes difíceis de encontrar e os comissários de bordo não estão familiarizados com a forma como funcionam. Sugere outros recursos de acessibilidade, como extens̃es de cintos de segurança adicionais para apoio lombar. • Todas as deiciências são diferentes e, portanto, eles precisam de coisas diferentes. Cadeiras de rodas, muitas vezes possuem personalização nas almofadas ou almofadas de assento que permitem mais conforto. Este tipo de solução também deve ser implementado em voos de longa duração. Se as pessoas trazem o seu próprio travesseiro de pescoço, por que não a sua própria almofada? • Enfatizou os desejos dos passageiros com deiciência para se sentar no assento da janela também para o apoio a parede oferece, bem como não querer ser perturbado quando os outros precisam para caminhar ao redor da cabine. A falta de controles acessíveis também foi mencionada. Jose Luis Naranjo, T6 Paraplégicos Jose Luis Naranjo possui 26 anos e é paraplégico T6. Ele estudou engenharia no MIT e agora trabalha na área da baía como engenheiro mecânico/ aeroespacial. Ele nos deu sua visão da situação e aplicou seu conhecimento de engenharia para nos ajudar a debater outras soluç̃es. Seus pontos de foco foram os seguintes: • Armazenamento de cadeira de rodas no compartimento de carga é extremamente pobre, eles literalmente apenas jogam as cadeiras de rodas (o que lhes permite mudar de posição durante o vôo) muitas vezes ocasionando a quebra. • Muitos grupos de voo também não sabem como operar as cadeiras de rodas e tentam dobrar uma cadeira de rodas não-dobrável, resultando em cadeiras de rodas daniicadas. • Ele usa a cadeira do corredor e notou que, porque o centro de gravidade é muito alto na cadeira do corredor, é muito fácil de virar e há pouca sensação de controle. Benchmarking e Needinding 77 • Algumas vezes, apenas um lado do avião tem braços dobráveis. • O processo de embarque é extremamente apressado, a principal prioridade da tripulação de voo é fazer com que o avião saia na hora, e a quantidade de tempo que passam com os passageiros com deiciência que precisam de assistência tem um enorme impacto sobre isso. • Manter o controle de pertences é extremamente difícil, você deve contar com um comissário de bordo para levar a sua bagagem e, em seguida, remover todos os itens soltos da cadeira de rodas antes de guardá-lo. Essa falta de independência e controle sobre os pertences de um é estressante. • Por ser um viajante frequente, está ciente dos preparativos ele deve veriicar, antes de cada voo, especialmente assegurando que ele não tem que usar o banheiro a qualquer momento. • A solução deve permitir que as pessoas façam o quanto eles próprios podem, retornando sentido perdido de independência e controle. “A pouca mobilidade que me resta, eu quero usar”. • A solução deve garantir que os passageiros com deiciência não estão sendo segregados do resto da população. Cid Torquato, Secretaria Municipal da Pessoa com Deiciência e Mobilidade Reduzida Cid Torquato é o Coordenador do Departamento Municipal das Pessoas com Deiciência e Mobilidade Reduzida de São Paulo, Brasil. Ele é paraplégico, e constantemente viaja para vários países, devido às suas responsabilidades no departamento. Os principais pontos da entrevista são os seguintes: • Há muitas diiculdades de aplicação da lei, as pessoas simplesmente não querem segui-la. • Há uma falta de treinamento adequado (e mesmo boa vontade) para muitas pessoas envolvidas na experiência de voo. • Existem algumas alternativas para o uso do banheiro para pessoas com mobilidade reduzida, incluindo as mais importantes como o uso de um cateter para coleta de urina, fraldas ou até mesmo plugs. Devido ao desconforto de usar essas soluç̃es, as pessoas ainda preferem usar o banheiro do avião. • Geralmente, a segurança só vai usar o detector de metais de mão e não vai pedir para as pessoas com deiciência para se levantar da cadeira de rodas. No entanto, o entrevistado teve uma experiência terrível durante uma de suas viagens, onde ele foi forçado a fazê-lo, mesmo não podendo. Ele teve que se afastar e deixar um espaço entre as costas e a cadeira para mostrar a segurança que não havia nada a esconder. 78 ME310 o projeto • Algumas companhias possuem pessoas treinadas para ajudar com transporte e outras necessidades do passageiro. • Há falta de informaç̃es precisas sobre o que pode ou não pode ser feito ao embarcar o passageiro deiciente. Às vezes, a companhia aérea não permite que o passageiro leve sua própria cadeira de rodas até a porta do avião, airmando que só a cadeira de rodas do aeroporto é permitida, o que não é verdade. Deiciência auditiva Nanci Linke-Ellis, Consenho Curador for HLAA Nanci Linke-Ellis faz parte do Conselho Curador da Hearing Loss Association of America e é uma viajante surda. Ela passou informaç̃es sobre onde as aç̃es corretivas podem ser aplicadas na experiência de viagem especiicamente em relação ao passageiro surdo. Estes são alguns dos problemas que ela trouxe: • O serviço ao cliente é enorme o que permite uma grande quantidade de problemas. Uma vez, ela se aproximou do agente do portão para informá-la de que ela era surda e precisaria ser notificado de quaisquer anúncios. O agente do portão, em seguida, perguntou se ela precisava de uma cadeira de rodas. Os comissários de bordo não sabem como reagir ou lidar com pessoas com deficiência. • Como um viajante com deiciência, é importante fazer a tripulação de voo ciente do problema, mas também apresentar uma solução possível. • Avĩes, aeroportos e terminais precisam de mais sinalização e ser mais visual com instruç̃es. Isso não afeta apenas os surdos, mas também todos os passageiros lutando para ouvir as informaç̃es sobre os ruídos de fundo encontrados em aeroportos. Usando um aplicativo de smartphone poderia ser uma solução interessante. • Aumentar a independência é fundamental. Deiciência visual Cheryl Echevarria, President of NFB Travel and Tourism Division Cheryl Echevarria é a Presidente da Divisão de Turismo Viagens da NFB e possui sua própria agência de viagens especializada em ajudar os viajantes cegos. Ela compartilhou a independência que as pessoas cegas têm ao viajar devido aos avanços na educação para cegos e de apoio para cegos, Benchmarking e Needinding 79 bem como tecnologias de apoio que estão disponíveis. Ela destacou alguns dos principais pontos que já foram sugeridas por nossas entrevistas anteriores acrescentando o seguinte: • Serviço ao cliente é um fator importante que pode melhorar ou piorar uma experiência. A pessoa com deiciência deve estar ciente das regras e estar disposto a ensinar a tripulação sobre o que é permitido durante o voo (como sair do seu assento). As pessoas cegas seriam menos prováveis como usuário da pesquisa, dada a gama de tecnologias já disponíveis. Comissários de Bordo Entrevistar os usuários fez o grupo perceber também outros grandes atores que devem ser considerados no projeto: a tripulação de cabine. Não só a tripulação de cabine tem que interagir com os passageiros com deiciência diariamente, mas suas aç̃es são muitas vezes alimentadas por motivaç̃es que podem ir em direção oposta a fornecer a melhor assistência possível aos passageiros com deiciência. Foi falado com dois comissários de bordo e um agente do portão para ter uma noção melhor dos seus pontos de vista, o que perceberam ser pontos críticos para o passageiro com deiciência e as suas motivaç̃es durante a execução de tarefas no trabalho. Aeroporto • Nem todos os aeroportos estão prontos para receber os passageiros com deiciência; alguns não têm o equipamento ou pessoal apropriado. • Alguns aeroportos não têm equipamentos suicientes para deicientes físicos. Uma vez, um dos assistentes de voo esperou 40 minutos para que o elevador desembarcasse os passageiros com deiciência na pista. • A cadeira de corredor é pequena demais para a maioria dos passageiros. Avião • Nem todo apoio de braços é retrátil, em algumas aeronaves apenas os da primeira e segunda linhas são. • O lavatório é muito pequeno para a cadeira de corredor, por isso, muitas vezes os deicientes têm de usá-lo com a porta aberta. • Para as pessoas cegas poderiam fornecer os procedimentos de se- 80 ME310 o projeto gurança em Braille. Fato pouco conhecido, porém, é que muitas pessoas não sabem realmente ler Braille. • Para as pessoas surdas que não há nenhum equipamento especial, os membros da tripulação têm que falar muito perto para que os deicientes podem ler seus lábios. • Pessoas sem mobilidade torácica pode usar um cinto especial, mas às vezes a família não quer que ele use ou a tripulação não tem conhecimento de sua existência. • Atletas paralímpicos geralmente pode chegar ao seu assento por conta própria e, portanto, eles podem permitir mais passageiros com deiciência no avião. Normalmente, o número permitido é de um terço do número de tripulantes. Diversos • As pessoas com deiciência se sentem humilhadas por serem carregadas através do corredor. • Uma pessoa recentemente deiciente é geralmente mais dependente e mais desconfortável com a situação. • Muitas pessoas não se preparam suicientemente para o voo. Ou eles não têm cart̃es de crédito para a compra de alimentos a bordo ou não percebem que eles devem ir ao banheiro antes. Os agentes portão poderiam desempenhar um papel em ajudar os passageiros se preparar. • A tripulação em alguns casos tem mais de 140 passageiros para atender em todo o voo, o que torna impossível para eles para dedicar uma quantidade signiicativa de tempo para assistência aos passageiros com deiciência. 3.3.6. Observações A im de obter uma visão completa da experiência, nossa equipe decidiu usar suas viagens como uma oportunidade para aprofundar o tema. Diferentes pessoas da USP izeram observaç̃es sobre suas viagens em outubro de 2013. A equipe de Stanford também fez observaç̃es realizadas durante voos do feriado de Ação de Graças. A maioria deles eram em voos diferentes e com diferentes situaç̃es. Na Tabela 04 foram colocados os principais pontos observados. Benchmarking e Needinding 81 chech-in segurança Aeroporto portão Avião desconforto ao remover peças de roupa pressão para ser rápido sistema de som ruim longas distancias falta de treinamento dos funcionarios assentos falta de local para lixo não ergonomico WC falta local para espera não adaptado sinalização numeros confusos e pequenos som ruim bin muito auto para pessoas baixas risco da mala cair ao abrir cintos pequeno para pessoas obesas comida controles trem Transporte até o aeroporto onibus Tabela 4: Observações Pontos principais falta de indicação do terminal terminais eletronicos não adaptados balção alto falta de local de espera antes da segurança taxi bandeja escorregadia não acesível para todos pouco intuitivo falta de locais para segurar sem paineis mostrando a próxima estação poucos locais para malas bilhetes comprados em máquinas não adaptadas sem pessoas auxiliando sem pessoas auxiliando local para por as malas não acessível não existe em cidades pequenas 3.3.7. Temas O needinding e o benchmarking levou à descoberta de vários temas que precisam ser abordados pela visão e solução do projeto. São os principais pontos que o grupo deve considerar para as soluç̃es. Serviço ao Cliente A principal queixa dos usuários potenciais foi em relação ao serviço ao cliente, que recebeu críticas durante toda a experiência de voo. Os funcionários ou não têm a formação adequada ou não mostram a empatia que o usuário sente que merece. Este tema traz à tona a ideia de que a nossa solução possa melhorar a interação entre o passageiro e a tripulação de voo para reduzir as experiências desagradáveis. 82 ME310 o projeto Independência e Controle Os próximos dois temas são a independência e controle que os usuários percebem que têm. A solução deve permitir, para os nossos usuários, manter a independência que eles têm e que eles se sintam tão independentes quanto os outros passageiros, mesmo precisando de um pouco de ajuda. Os usuários querem ter controle sobre seu ambiente e da situação. Como um dos nossos entrevistados disse: “Qualquer que seja a mobilidade que me resta, eu quero ser capaz de usar.” O sistema atual que está em vigor faz com que os usuários se sintam totalmente dependentes dos outros e que não têm controle ou segurança sobre o seu bem-estar durante a experiência. Melhorar a experiência do usuário é melhorar sua imagem própria. Preferências de Poltrona Uma das principais descobertas feitas durante as entrevistas, é que os passageiros com deiciência ou mobilidade reduzida optaram por sentar-se no banco da janela ao invés do corredor. Isto ocorre por se preocuparem com os outros passageiros que necessitam de se levantar ou movimentar, dessa forma faz com que os passageiros com mobilidade reduzida escolham um lugar que não atrapalhe e evite fazê-los sentir como inconvenientes para os outros passageiros. Não discriminatória Como último tema, há a ideia de tornar o processo de não-discriminatório. Passageiros com mobilidade reduzida ou com deiciência sabem que têm algo que os torna especiais. A solução não precisa chamar a atenção para esses passageiros especiicamente, possivelmente possuir um design universal que permita o uso do passageiro padrão e do passageiro com mobilidade reduzida. Estes cinco temas são as forças motrizes por trás da visão de projeto e as motivaç̃es para a solução de futuro. Os temas e os resultados de benchmarking abriram os olhos da equipe para o que está ruim na experiência de voo e onde as melhorias podem ser feitas. Além disso, foi possível projetar conceitos que podem ser aplicados à solução futura. Utilizando as situaç̃es análogas, patentes, normas e produtos atuais, é possível ver o que pode ser feito, o que está sendo pensado, e o que podemos construir para elaborar a solução inal. Benchmarking e Needinding 83 3.4. Critical Experience Prototype e Critical Functional Prototype De acordo com STANFORD (2013) a avaliação comparativa e investigaç̃es das necessidades deu ao grupo uma base de conhecimento de design e a próxima etapa é tentar um ciclo de projeto com um olhar para o futuro através do protótipo. Portanto, nesta fase, a equipe partiu para a execução de uma simulassão da condição existente e para a prototipagem de uma solução para o problema crítico. Deu-se início no meio de novembro os primeiros brainstorms, que foram feitos nas duas universidades sempre com compartilhamentos e discuss̃es em grupo. 3.4.1. Visão 1 Figura 78: Brainstorm USP 84 ME310 o projeto A primeira sessão de brainstorm, feita na USP deu início ás seguintes ideias: • • • • • • • • • • • • RFID para cadeira de rodas e carrinhos de bebê Cadeiras girantes Dispositivos tácteis para deicientes visuais Assentos de interação Cadeira para obesos Assento para bebês Bin subterrâneo Aplicativo para cegos Cadeira deslizante de transferência Cadeira dobrável Aplicativo para deicientes auditivos Pitch ajustável Desses projetos foram classiicados em três grupos: Aplicativos Aplicativo para deicientes auditivos e cegos RFID para cadeira de rodas e carrinhos de bebê Soluções globais Pitch ajustável Assentos de interação Dispositivos tácteis para deicientes visuais Soluções individuais Cadeiras girantes Cadeira para obesos Assento para bebês Bin subterrâneo Cadeira deslizante de transferência Cadeira dobrável Critical Experience Prototype e Critical Functional Prototype 85 3.4.2. Assentos em Trilhos Protótipo 1 O protótipo assentos em trilhos foi destinado a resolver o problema do passageiros com deiciência não poderem sentar onde quiserem. O efeito dos vários protótipos discutidos abaixo foi o de explorar a exequibilidade conceptual de um avião com alturas de assento ajustável, tendo em conta o conforto dos passageiros ao serem movidos e também os benefícios de se ter mais espaço de manobra . Temas A ideia dos assentos em trilhos engloba uma série de temas descobertos durante as entrevistas com os usuário. Ele permite aos passageiros escolher onde eles realmente querem sentar-se sem o incômodo de ter que se levantar ou para sentar cada vez que alguém tem que chegar ao assento. Ela fornece aos passageiros, mais controle da situação, o que lhes permite agir quando eles precisam. Também aumenta o seu sentimento de independência, porque eles não seriam mais dependentes de um comissário de bordo quando a necessidade de sair da poltrona. Finalmente, é uma solução que todos os passageiros poderiam se beneiciar, não apenas aqueles que possuem deiciência , tornando a experiência de voo mais agradável para todos . Funcionalidade Depois que o grupo desenvolveu a ideia dos assentos em trilhos usando os desenhos na Figura 78, foi feito um modelo usando o papel que o grupo tinha à mão naquele momento (Figuras 79 e 80). O conceito desenvolvido foi chamado de assentos em trilhos, onde de acordo com a necessidade do passageiro as outras poltronas seriam ligeiramente juntadas para que a pessoa com deiciência pudesse ter mais conforto ao sentar. Protótipo 2 Figura 79: Protótipo rápido Figura 80: Protótipo papel simples 86 ME310 o projeto O segundo protótipo, mostrado nas Figuras 81 e 82, foi feito com papel mais espesso e utilizada uma faixa de elástico como um mecanismo para fazer mover os assentos de um modo sincronizado. Percebeu-se que era fácil para simular uma ileira especíica ganhando muito espaço e reduzindo apenas um pouco de todas as outras linhas. Para dar um toque mais realista para este protótipo foram feitos bonecos de massinha representando os passageiros. Ao usá-los fomos capazes de simular algumas situaç̃es, como uma pessoa que quer mais espaço para se levantar e uma pessoa grande tentando acessar o assento da janela. Figura 81: Assentos normais Figura 82: Funcionamento do sistema Protótipo 3 O terceiro protótipo, em escala real, foi feito para ver como uma pessoa real age e sente a respeito do mecanismo, dessa forma compreendo as suas impress̃es sobre o sistema. Foi simulado um homem idoso tentando chegar ao seu assento, utilizando cadeiras de escritório, mostrado na Figura 83. A experiência consistia no usuário se movimentando no corredor e chegando ao seu lugar, ao fazer um sinal as poltronas automaticamente dão espaço suiciente para ele entrar confortavelmente em seu assento. Uma vez que o usuário está sentado, ele acena e os assentos voltam para sua posição original. Figura 83: Assentos afastados Figura 84: Assentos normais Critical Experience Prototype e Critical Functional Prototype 87 Lições Aprendidas Mesmo que alguns dos problemas encontrados pelos usuários poderiam ser resolvidos com uma solução como os assentos nos trilhos, o terceiro protótipo em escala real levantou problemas que não podia-se ver antes. Por exemplo, as pessoas no assento da janela icam desconfortáveis se estão inclinando-se sobre ela. Portanto, o piso tem de se mover juntamente com os assentos, assim como os números dos lugares para evitar qualquer confusão. Isso também levanta a questão de saber se os passageiros ou os comissários devem ter o controle do sistema, o que , inevitavelmente, reduzir a sensação de independência que o grupo estáva procurando. Deve-se também ter em conta as restriç̃es impostas pelo saídas de emergência e lavatórios, esses pontos vão ter um enorme impacto sobre a aplicação efetiva de tal solução. Finalmente, a mecânica do sistema deve ser implementada de tal forma que as vibraç̃es sejam extremamente baixas e todo o sistema tenha movimentos sutis, para não prejudicar a experiência do passageiro . 3.4.3. Aplicativo para Aeroporto Protótipo 4 Durante nossas entrevistas com os usuários surdos e cegos , descobrimos que a transferência de informação nos aeroportos é extremamente problemática. O grupo trabalhou no desenvolvimento de um aplicativo que iria fornecer aos usuários as informaç̃es que eles precisam em cada etapa de sua experiência de voo. O objetivo do protótipo foi avaliar as características importantes que devem fazer parte do aplicativo e também a hierarquia da informação. Temas Os principais temas abordados neste protótipo foram os de ganhar o controle e independência. Ao dar aos usuários todas as informaç̃es de que poderia precisar em suas mãos, este produto está liberando-os de ter que utilizar outros recursos externos que muitas vezes não estão acostumados a lidar com as pessoas com deiciência. Funcionalidade Depois de desenvolvida a idea o grupo pensou-se em fazer um protótipo de papel, no entanto, decidiu que poderia ser mais interessante construir um protótipo rápido de PowerPoint que simular a navegação mais próxima da realidade. Procurou-se incorporar situaç̃es realistas para o protótipo, 88 ME310 o projeto como simular a mudança de port̃es e a posição do utilizador. Nós usamos aplicativos da American Airlines e do site do Aeroporto de Guarulhos-SP como referência e foram capazes de preencher o nosso primeiro protótipo com alguns dados existentes. Simulou-se um passageiro tentado obter dados básicos de voo e informaç̃es sobre o aeroporto, tais como a localização do banheiro, a área de check-in, etc. Em nossas entrevistas, viu-se que é muito comum se perder em um aeroporto e é realmente difícil obter informaç̃es, especialmente quando está em um país estrangeiro. Outro ponto importante a ser destacado é que esta experiência é ainda pior para os passageiros com mobilidade reduzida ou capacidade de se comunicar (incluindo estrangeiros), porque eles têm que fazer um esforço maior para adquirir as informaç̃es de que necessitam. Lições Aprendidas Este protótipo-aplicativo ensinou a equipe que a informação deve ser transmitida tanto de forma visual e auditiva; e todas as informaç̃es devem ser registradas em algum tipo “notiicação“ para garantir que o passageiro está sempre atualizado. A im de tornar a experiência do usuário intuitiva e apropriada para o ambiente de um aeroporto movimentado, o aplicativo deve ter um tempo de reação rápida e os bot̃es devem ser maiores do que o habitual. As funç̃es de pesquisa permitir uma busca rápida para restaurantes, banheiros e de segurança para permitir o fácil acesso aos passageiros, bem como uma opção para veriicar as informaç̃es de vôo, não só com base no número de voo, mas também o cronograma do aeroporto. Finalmente, o aplicativo deve ter um botão de emergência para assistência imediata, de modo a reduzir a ansiedade em situaç̃es críticas, especialmente quando o usuário não sabe o que está acontecendo ou como obter a ajuda de que necessitam. Figura 85: Aplicativo Figura 86: Indicação de locais Figura 87: Informações de voo Critical Experience Prototype e Critical Functional Prototype 89 3.4.4. Visão 2 Figura 88: Brainstorm Stanford A partir de um outro brainstorm, foi possível obter as seguintes ideias: • • • • • • • • • • • • 90 Cadeira giratória almofada Inlável customizável da cadeira Retenção de cadeiras de rodas dentro da cabine Retenção de armazenamento no porão Reclamante automatizada bagagem Cadeira de rodas Standup Armazenamento Corredor Tirolesa Plataforma de elevação para carga / descarga Correia transportadora para baixo do corredor Robô bagagem Armazenamento Cabin para cadeiras de rodas ME310 o projeto 3.4.5. Cadeira giratótia Protótipo 5 A ideia cadeira giratória resultou da conclusão de as pessoas sempre assumiram que os passageiros com deiciência preferem sentar-se junto a janela, para facilitar a acessibilidade, mas as entrevistas revelaram o contrário. A maioria dos passageiros com deiciência realmente optam por sentar na janela, porque eles não gostam ou não podem se levantar cada vez que alguém precisa e foi visto na cadeira giratória uma solução potencial para o problema. Temas Esta solução particular aborda uma série de temas recorrentes nas entrevistas. Primeiramente, aborda a questão das preferências de assento e permite que passageiros com deiciência se sente no corredor, se preferir, sem que seja um inconveniente para eles ou outros. Ele também dá aos passageiros seu senso de controle e independência de volta, permitindo-lhes tomar a decisão quando são confrontados com alguém que precisa passar e dando-lhes a capacidade de se mover por conta própria, sem a ajuda do comissário de bordo. Sabendo-se que os comissários de bordo são extremamente ocupados atendendo a todos os passageiros, esse tipo de solução seria bem-vinda. Finalmente, este produto não é discriminatório, é um mecanismo que qualquer um poderia usar, mesmo aquelas com total mobilidade. Funcionalidade A motivação do grupo por trás da prototipagem tanto na experiência e na funcionalidade de uma cadeira giratória foi avaliar os desaios de design e limitaç̃es que iríamos encontrar. A ideia era enfatizar o olhar para este projeto no ambiente correto e tomar as medidas adequadas para se certiicar de que ocorreu. Foi construído um corredor na estação de trabalho de Stanford e usado assentos do trem para imitar a funcionalidade de assento do avião. Utilizando as medidas fornecidas pela Embraer para garantir as várias dimens̃es da largura do corredor, largura do assento e distância entre assentos foi possivel deixar o protótipo mais preciso. Para o mecanismo giratório foi utilizado uma almofada giratória normalmente usado para carros mostrados nas Figuras 89 e 90. Este produto tem um rolamento de plástico dentro que permite que a parte superior para girar enquanto o fundo permanece ixo à cadeira, auxiliado por uma alta fricção através superfície de borracha. Critical Experience Prototype e Critical Functional Prototype 91 Figura 89: Cadeira giratória Figura 90: Detalhe do rolamento de plástico Lições Aprendidas A maior lição que tirou-se deste protótipo foi a sua necessidade de ser automatizado. Descobrimos que o atrito e a inclinação do assento era um fator enorme e levou uma quantidade substancial de força superior do corpo, algo que poucas pessoas com deiciência têm para realizar o movimento de rotação. Para ser automatizada, deveria ser uma solução integrada no assento, garantindo o funcionamento. Além disso a poltrona deve ser equipada com braços articulados. Apesar de partir do pressuposto de que este era o padrão em avĩes, descobriu-se que não é o caso, especialmente no corredor. 3.4.6. Robô para bagagem Protótipo 6 A ideia de local para bagagem foi realmente inspirado por uma viagem ao shopping. Depois de fazer compras por um longo número de horas e acumular um número de sacos, um dos membros da nossa equipe desejava profundamente um dispositivo para segui-la com suas malas . Após a realização de nossas entrevistas, descobrimos que uma grande quantidade de ansiedade decorre de não estar ciente de seus pertences , seja de bagagem ou dos auxiliares. Assim, decidimos criar uma solução que permitiria que os usuários a manter sempre a sua bagagem com eles sem a necessidade de realmente levá-la . Temas O dispositivo para bagagem permite aos usuários recuperar a sua independência, contando com um “robô” para carregar seus pertences em oposição a um provedor de serviço separado. Ele utiliza a automação para criar uma experiência desprovida de ajuda, o que aumentaria a satisfação do cliente. Ele também lhes dá a ideia de controle, permitindo-lhes deinir a localização e distância do robô bagagem de tal forma que permanece sempre em seu campo de visão. 92 ME310 o projeto Funcionalidade Para simular a ideia no protótipo a experiência do usuário foi criada com umaplataforma amarrada a uma cadeira de rodas. Uma caixa foi colocada em cima para simbolizar a bagagem e, pertences do usuário foram então colocados dentro. A im de testar a funcionalidade real, a equipe de Stanford rodou em torno da quadra no protótipo, procurando diferentes altitudes e ângulos para examinar como o dispositivo funcionaria. Com isso, foi possível a visualização e a imitação um sistema automático para o transporte de bagagem de um passageiro deiciente sem ter que carregar a bagagem na cadeira de rodas, sobre eles, ou ter outra pessoa realizá-lo . Figura 91: Passeio com o protótipo pelo campus Lições Aprendidas Através de criar e executar essa experiência, houveram uma série de insights. De certa forma a visão de design foi validado porque percebeu-se que uma solução real seria deinitivamente sem io e automatizada. Tê-lo amarrado à cadeira de rodas criou uma série de problemas, principalmente em declives. Além disso, o dispositivo tem de ser muito perto do usuário, garantindo que ele possa sempre manter os olhos sobre os seus pertences e reduzindo a ansiedade de não saber o paradeiro deles. O posicionamento relativo real do dispositivo é também importante, uma vez que não pode ser diretamente na frente do usuário por raz̃es de segurança, mas precisa estar em algum lugar na visão periférica. O robô real precisa ser seguro, a im de evitar quaisquer quedas de pertences ou roubos, o que é especialmente importante em aeroportos lotados. Finalmente, este robô pode ser uma bolsa que seja parte de uma solução maior. Critical Experience Prototype e Critical Functional Prototype 93 3.5. Dark Horse De acordo com STANFORD (2014) o protótipo chamado “dark horse” é um um candidato geralmente pouco conhecido (como um cavalo de corrida, um azarão), que faz uma inesperada boa exibição. Nesse momento do projeto a ideia é ir para algo radical que não foi focado no outro protótipo anterior. As ideias que a equipe pensou “é muito arriscado”, ou “muito difícil de completar,” ou “não fazer ter o talento certo na equipe “ são as mais úteis para essa fase, é hora de arriscar. Essa etapa teve início em janeiro e se extendeu por todo o mês e permitiu ao grupo testar conceitos mais abertos, mesmo no ambiente restrito do avião. Antes de iniciar as sess̃es de brainstorming, o grupo se concentrou em deinir as quest̃es mais críticas com base na pesquisa. Como resultado destaca-se as seguintes três quest̃es: Quebra de Cadeira de Rodas Este é um dos problemas mais notórios enfrentados pelos usuários de cadeiras de rodas. Para compreender a dimensão deste problema, o Channel 4 fez uma entrevista com uma cadeirante e apontou que sua cadeira de rodas tinha sido daniicada em quatro dos oito voos que fez. Esta é uma situação bastante crítica, especialmente quando se leva em conta que cadeiras de rodas representam para eles a independência fora do avião. Pequeno Pitch O pequeno espaço entre as ileiras de assentos não é uma novidade para quem já esteve em um avião comercial. Para as pessoas com mobilidade reduzida o pequeno espaço representa um aumento de sua limitação e um sentimento crescente de que se está incomodando outras pessoas. A pessoa se sente presa, incapaz de entrar/sair de sua cadeira. WC Inacessível A falta de acesso aos banheiros é outra questão importante para as pessoas com mobilidade reduzida que viajam em avĩes têm de enfrentar. Como a pesquisa de campo mostrou, as pessoas com mobilidade reduzida tomam medidas extremas para evitar ir ao banheiro do avião, pois são tão pequenos que na maioria das vezes os passageiros não são capazes de transferir-se para o assento sanitário e desfrutar de alguma privacidade dentro do WC. Como resultado, os usuários se sentem dependentes dos outros. 94 ME310 o projeto 3.5.1. Visão 1 Foi feito um brainstorm grande, com possíveis ideias para o protótipo dark horse, e após isso, foram iltrados os caminhos mais promissores: Figura 92: WC móvel Figura 93: Assento giratório WC Figura 94: Embarque modular Figura 95: Cadeira universal Figura 96: WC integrado Figura 97: Embalagem de cadeiras W.C. móvel – A ideia básica é ter um banheiro portátil que pode mover-se mais perto do usuário eliminando o difícil processo de caminhar para o WC, proporcionando ao usuário autonomia. Dark Horse 95 Assento giratório para acesso a WCs - É um assento rotativo na parede do banheiro para ajudar passageiros com mobilidade reduzida para acessar o WC. Ele fornece espaço de manobra para que o usuário seja transferido para o lavatório, sem aumentar o seu tamanho e melhora a privacidade, permitindo que os usuários de cadeiras de rodas para fechar a porta. É uma solução universal, porque não segregam um lavatório para utilizadores especíicos. Esta ideia foi escolhida para ser o projeto Dark Horse. Embarque modular – Trata-se de um mecanismo semelhante a uma de uma montanha-russa. Por esta ideia, o grupo discutiu duas formas diferentes de operar. Na primeira, o avião seria apenas um exoesqueleto de receber todos os assentos juntos; no segundo, cada assento iria ser individualmente transferidos de área de embarque para o interior do avião. Esta solução elimina o problema de restrição de espaço, permitindo que os passageiros a bordo do lado de fora do plano e, ao mesmo tempo, torna o processo de embarque mais rápido. Assento Universal - O banco universal foi inspirado no personagem “inspetor bugiganga” e iria fornecer aos usuários instrumentos para satisfazer as necessidades individuais. Assento Sanitário Integrado - Consiste em um módulo que será instalado abaixo cada assento dando ainda mais autonomia para o usuário uma vez que se não precisa chamar um comissário de bordo para ir ao banheiro. Embalagem para Cadeiras de Rodas – Uma embalagem universal para cadeiras de rodas foi concebida para reduzir o número de cadeiras de rodas daniicadas, em voos, o que representa um enorme motivo de ansiedade para os usuários. Como consequência, este iria melhorar a experiência dos passageiros com deiciência e reduzir os custos com compensaç̃es fornecidas pelas companhias aéreas. Benchmarking A ideia escolhida levou o grupo a examinar diferentes tipos de lavatório ambos acessíveis ou não, e que fazem parte de um avião ou não. Lavatório atual das aeronaves Ao estudar o atual WC foi possível reconhecer os aspectos mais críticos das imperfeiç̃es do lavatório, como o espaço de manobra e, relacionado a isso, a falta de privacidade, uma vez que é necessário deixar a porta aberta para a cadeira do corredor. Na Figura 98, temos um exemplo de banheiro do Avião Boeing 787. 96 ME310 o projeto Figura 98: WC Boeing 787 Figura 99: Banheiro acessível Lavatório comum acessível Ao analisar um lavatório acessível é possível compreender as adaptaç̃es existentes e como poderiam ser adaptadas para o ambiente da aeronave. Regulamento para o projeto de lavatório acessível Ainda sobre o banheiro acessível, é importante compreender a regulação, que abrange a construção de um banheiro adaptado. No Brasil, esta é a ABNT (Associação Brasileira de Normas técnicas na sigla em Português) 9050 de 2004. Figura 100: Exemplos de como o cadeirante se transfere Dark Horse 97 Lavatório expansível O lavatório pode ser posicionado próximo à área da porta do avião, através de um módulo articulável secundário. Cada módulo é articulado movendo junto com uma seção do chão e teto. Dessa forma o banheiro torna-se mais largo permitindo a entrada com maior facilidade. De acordo com a patente EUA 6.079.669. Figura 101: Esquema de expansão de banheiro Lavatório de aeronave para uma pessoa com mobilidade reduzida Um lavatório da aeronave que inclui paredes que se estendem e possuem uma abertura maior, permitindo a entrada da cadeira de rodas. Dentro do banheiro o cadeirante pode se transferir com privacidade. De acordo com a patente EUA 20120261509 A1. Figura 102: Esquema de porta acessível 98 ME310 o projeto Com o intuito de buscar soluç̃es existentes para os movimentos que pretendia-se fazer com o assento no protótipo tem-se os seguintes produtos. Porta giratória Este tipo de porta possui um mecanismo que permite virar 360 º de uma forma fácil e resistente. O que serviria para o assento e parede da solução. Figura 103: Porta pivotante Figura 104: Movimento de pistão Pistão Este mecanismo é utilizado para transferir o movimento linear para uma rotação. Isso poderia ser usado e adaptado para a facilitar o acionamento do giro do passageiro. Mecanismos de relógios No mecanismo do relógio foi possível analisar o funcionamento de mecanismos com giro com o intuito de facilitar o acionamento do protótipo. Figura 105: Mecanismos de relágio Dark Horse 99 Para a terceira versão do protótipo olhamos para mecanismos de apoio para o pé do usuário a im de replicar no protótipo. Apoio cadeira de rodas O apoio de cadeira de rodas foi considerado como uma parte da pesquisa de benchmarking, uma vez que já é usado para o nosso grupo-alvo. Assim, percebe-se que há basicamento dois tipos de apoios de pés, que aparecem nas iguras abaixo. Figura 106: Cadeira Ágile pés removíveis Figura 107: Cadeira Sky pés ixos Escritório Skate Este é um produto usado para dar apoio para os pés do funcionário dando ao mesmo tempo a capacidade de se mover. Isso pode ser usado no nosso produto para permitir o deslizamento dos pés do passageiro. Figura 108: Webble por Inahabitat, NY 100 ME310 o projeto 3.5.2. WC giratório Protótipo 7 O primeiro protótipo foi feito de papel para testar a ideia e obter insights para o protótipo em escala. Nesse protótipo pode-se ver que a ideia consiste em uma poltrona exterior ao banheiro (que pode se assemelhar a poltronas dos comissários) e quando há necessidade transfere-se o passageiro para o assento, abre-se a porta do banheiro, o passageiro se transfere e ao inal ele se encontra exatamente sobre o assento sanitário. Figuras 108, 109: Assento é abaixado Figuras 110,111: A pessoa passa para o assento e a porta é aberta Fonte: Acervo Pessoal Figuras112, 113: A pessoa gira-se para dentro e fecha a porta Figura 114: Passo a passo do processo de ida ao WC da aeronave Dark Horse 101 Protótipo 8 Nesta versão da Dark Horse foi possível fazer um protótipo em escala real para tentar entender como os utilizadores iriam reagir com este produto e, ao mesmo tempo, possível identiicar projetar as falhas e como poderíamos melhorá-lo. A começou procurando por materiais que possam suportar o peso de um ser humano e também pode permitir que o mecanismo de rotação de existir. Um MDF de 30 milímetros provou ser forte o suiciente para as nossas necessidades, enquanto que a dobradiça articulável forneceu-nos a rotação movimento que precisávamos. Fora isso, foi utilizada uma dobradiça retrátil para simular o assento retrátil. Figura 115: Visão do protótipo fechado Figura 116: Voluntário alto experimentando assento Figura 117: Voluntária com menor estatura girando Protótipo 9 Esta versão que tentou construir um mecanismo de giro mais complexo que proporcionaria maior independência para o nosso usuário. Além disso, conseguiu-se criar um mecanismo para pés e testá-lo com voluntários sem problemas de mobilidade e pedir a opinião de um usuário cadeirante. 102 ME310 o projeto Aprendizados • Privacidade e autonomia são de extrema importância para o usuário. • A maneira que o usuário remove a roupa precisa ser considerada. • O mecanismo de rotação não tem necessariamente de ser motorizado. Poderia ser apenas um sistema mecânico, evitando, assim, o aumento do consumo de energia e o peso; • A diferença entre a parede do avião e a parede rotativa da estrutura deve ser selada, • Ter as ferramentas certas pode tornar o processo de prototipagem muito mais rápido; • O apoio para os pés tem de permitir uma transferência suave. Rodízios giratórios não dão cumprimento à presente exigência. • Devido à fricção das rodas, a força necessária para rodar a cadeira aumenta consideravelmente. Uma solução melhor seria incluir um ajuste para os pés não encostarem no chão. • O ângulo de apoio para os pés deve ser ajustado de forma a proporcionar conforto ao utilizador. • Os atuais banheiros de avião não têm espaço suiciente para acomodar a rotação assento do vaso sanitário, seria necessário alterar a coniguração interna do banheiro. • Higiene deve ser levado em consideração como você está expondo o avião potencial agentes patogênicos quando a parede é rodada. Feedback que recebido dos usuários: • Um entrevistado disse que ele iria realmente usar a solução e que é uma ótima maneira de incentivar mobilidade reduzida pessoas usam o banheiro nos avĩes. • O assento deve ter mais profundidade e ser mais amplo, do contrário pode-se cair a partir dele. • Mecanismo de rotação é mais seguro usando uma solução o manual, em vez de um automático. Dark Horse 103 3.5.3. Visão 2 Brainstorm Figura 118: Brainstorm Stanford A equipe fez seu brainstorm partindo do pressuposto que gostariam de trabalhar com a disposição interior do avião, alterando seu ambiente. Para isso partiu de ideias que transformavam o interior do avião em espaços como cafés, academias, bares, enim locais com interação e completamente diferentes do atual. Benchmarking A partir dessas ideias, o benchmarking feito foi para entender diferentes ideias de espaços que lidassem com as contradiç̃es espaço pequeno e quantidade de pessoas. Percebeu-se que uma cabine redesenhada precisaria ser mais acessível, mas também poderia ter seç̃es diferentes para aproveitar as várias necessidades e raz̃es pelas quais os usuários voam. Hotéis no Japão Para muitos tende a ser um tempo de descanso, por isso um dos locais foram olhados são hotéis no Japão, mostrado na Figura 119, onde pessoas dormem em um espaço bastante compacto. Conigurações diferentes Esta outra solução possui uma diferente coniguração da aeronave em que se utiliza do espaço vertical para solucionar problemas de espaço. 104 ME310 o projeto Figura 119: Pessoa trabalha em hotel japonês Figura 120: Flex Seat por Jacob Innovations Figura 121: Pod airplane seats por Contour Aerospace Limited Figura 122: Assentos verticais por Ryanair Coniguraç̃es como a Figura 120 tornam a experiência do voo muito mais confortável e, ao mesmo tempo permitindo bancos seletivos, que podem ser muito mais acessível do que outros. Estas disposiç̃es permitiriam que nossos usuários obtivessem acesso mais facilmente dentro e fora de seus assentos, sem enfrentar os problemas que enfrentam hoje. Figura 123: Assentos face a face Dark Horse 105 Para a segunda versão do protótipo o grupo fez mais pesquisas em relação a disposição de interiores, colocando ênfase adicional no processo de embarque. Fazendo assentos mais acessíveis, seria possível aliviar um pouco a dor provocada pelo processo de transferência para de hoje cadeiras. Foram olhadas cabines com coniguraç̃es como o da Figura 123, onde os assentos voltados para o interior da cabine, em oposição à frente, sendo mais fácil de entrar sem ter que se preocupar com outros passageiros. A pesar de pesquisar outras coniguraç̃es, a equipe descobriu que os assentos são conigurados a para enfrentar forças frontais e traseiras, ou seja por motivos de segurança. Os assentos voltados para dentro podem sujeitar os passageiros a excessivas forças laterais. Para a terceira versão do protótipo foram analisados mais layouts de cabine dessa vez procurando soluç̃es que também pensassem na acomodação de bagagens. Figura 124: Espaço de bagagens Figura 125: Alcance sentado e de pé O desenho mostra a Figura 124 apresenta um layout de cabine onde ileiras consecutivas de assentos estão em diferentes níveis, permitindo que os passageiros armazenem a bagagem atrás de sua mesa, mas sob o assento da frente. Este projeto coloca bagagem na altura ideal para uma pessoa em pé e sentado, com opor exemplo os passageiros representados pela imagem na Figura 125, uma regra de projeto padrão para acesso e mobilidade. Outra solução de design interessante é ter dois assentos em cima uns dos outros como mostrado na Figura 126. Este projeto abre a área sob as escadas para armazenamento de bagagem, o que poderia também incluir uma 106 ME310 o projeto cadeira de rodas de passageiros, permitindo um voo menos estressante para os usuários com deiciência. A cama ao lado do assento também pode ser usada para fornecer aos passageiros com crianças um espaço extra, não tendo que se sentar no colo durante todo o voo. Figura 126: Assentos com camas e espaço frontal de bagagem Outra preocupação para o nosso usuário foi o processo de transferência. Descobriu-se que existem alguns produtos no mercado que podem fazer a transferência melhor, tal como o Sara Stedy mostrada na Figura 127, ou o maquinas de suspender como o da Figura 128. Figura 127: Sara Stedy aparelho de auxílio a locomoção Figura 128: Dispositivo de locomoção por suspenção Dark Horse 107 3.5.4. Novos Ambientes A equipe optou por fazer diversos protótipos nesta fase com diferentes conceitos de ambientes. Protótipo 10 - Área do sono A primeira ideia (Figura 129) foi criar um espaço onde o passageiro pudesse relaxar. Por causa das diiculdades de obter espaço para todos, é uma solução difícil de aplicar. As possíveis soluç̃es são cadeiras dobráveis, ou utilização de redes. Protótipo 11 - Área familiar Com o intuito de ajudar famílias com crianças pequenas e mulheres grávidas que também têm mobilidade reduzida em comparação com a média de passageiros foi pensada uma área de interação familiar (Figura 130). foi criado esta seção para ser lexível e facilmente adaptável às necessidades da família. Se os pais quiserem sentar perto de seus ilhos e cuidar deles eles podem se livrar dos braços e converter a sua ila de assentos em uma espécie de banco que permite a família para icar juntos durante o voo. Também foi pensada uma mesa retrátil entre duas ileiras que pode ser dobrada e desdobrada. Quando a mesa é desdobrada então é mais fácil para as pessoas sobre os bancos para acessar o corredor. Figura 129: Área do sono Figura 130: Área familiar Protótipo 12 - Espaço academia Conversando com os usuários percebeu-se que muitas pessoas gostariam de mover seus membros e fazer alongamentos, especialmente para pessoas com problemas de circulação sanguínea. A solução pensada (Figura 131) foram assentos conversíveis que podem ser transformadas em tapetes de yoga ou que podem ser usados como acessórios de ginástica pode melhorar a experiência aos usuários. 108 ME310 o projeto Protótipo 13 - Área de café Uma vez que muitas pessoas, incluindo aquelas com mobilidade reduzida, viajam de avião por raz̃es proissionais a equipe quis projetar uma seção do avião que imita a atmosfera acolhedora de um café onde as pessoas podem relaxar e icar confortável durante o trabalho. Para isso foi pensado assentos conversíveis que podem ser transformados em sofás e proporcionar um melhor apoio para as pessoas com mobilidade reduzida. Também haveria uma mesa redonda com um ou dois comissários de bordo no centro fornecendo bebidas foi uma boa maneira de tê-los mais perto de passageiros que necessitam de mais atenção e assistência. Figura 131: Área de ginástica Figura 132: Área café Figura 133: Carrossel de embarque Protótipo 14 - Carrossel Como principal solução o grupo decidiu se dedicar a criação de uma seção avião focada no embarque e desembarque. Como pesquisado, o embarque e a mobilidade fora de seus assentos foram os maiores problemas para os passageiros com mobilidade reduzida. A im de melhorar esta parte da sua experiência de voo, a equipe decidiu mudar o layout da cabine atual A ideia é explorar uma nova coniguração onde os assentos são parte de um sistema de carrossel que gira de modo que toda vez que um passageiro entra há um assento livre. Isso facilitaria a locomoção e tempo no embarque, não só para os deicientes, mas para todos. Dark Horse 109 Aprendizados Os seguintes aprendizados vieram como resultado de discuss̃es da equipe, análise e feedback da equipe de ensino. • É difícil fazer grandes modiicaç̃es da cabine sem perder lugares. • O número de possíveis disposiç̃es de cabine aumenta com a implementação de assentos dinâmicos. Assentos dinâmicos vai permitir o movimento das seç̃es de cabine para atender a demandas de cada passageiro. • Personalizar o layout iria melhorar a experiência para todos os passageiros, não apenas passageiros com deiciência. • Ao permitir que os passageiros escolham a sua preferência de layout na cabine dá mais controle a ele. • Com uma nova coniguração, os comissários seriam capazes de atender mais os desejos do passageiro, em vez de realizar uma ampla gama de serviços. • Uma nova coniguração de cabine não pode negligenciar o nosso usuário-alvo e não deve fazê-los se sentirem mal. Protótipo 15 A im de resolver os problemas enfrentados pelos usuários houve a tentativa de mudar radicalmente a experiência de embarque para todos. Para isso, nossa equipe decidiu continuar investigar conceito carrossel e empurrá-lo ao extremo. A im de ir tão longe quanto possível com este conceito que decidiu-se: • Repensar todo o processo de embarque do portão para o assento através da criação de um carrossel inspirado por um sistema de correias transportadoras por todo o avião. • Fazer o design para um caso extremo: uma pessoa sem mobilidade, ou seja, um passageiro sem a utilização de quaisquer membros. Para alcançar nosso objetivo, foi criado um manequim com areia para imitar o peso de uma pessoa real. A ideia era passar por todas as etapas do voo: • Esperando na ila do portão do aeroporto, onde posição na ila é determinada pelo assento. Isso irá facilitar o processo de embarque, pois as pessoas terão de embarcar em a ordem deinida pelo layout da cabine. • Enquanto espera, o passageiro seria transferido para uma cadeira do aeroporto que vai então facilitar a transferência para o assento. 110 ME310 o projeto • O embarque começa, o usuário usará um mecanismo de transferência localizada na parte frontal da cabine para chegar ao seu assento. • A transferência envolve um assento que é removível e pode ser movido a partir de uma cadeira para outra usando um elevador. • O assento envolve duas peças separadas que tenham dentes entrelaçados; pode-se ser levantado, levando o passageiro com ele, então instalado em outra cadeira. • Uma vez que o nosso usuário está sentado, o seu lugar será, então, muda-se através do carrossel / transportadora para sua posição padrão, como mostrado no desenho seguinte. Figura 134: Transferência do aeroporto para a poltrona Figura 135: Assento “pente” para transferência Figura 136: Sistema carrossel transmitir os assentos da entrada do avião para o assento Aprendizados Os aprendizados dessa fase resultaram de discuss̃es da equipe, sugest̃es de usuários e feedback da equipe de ensino. • O mecanismo de transferência para mover o usuário para a cadeira de avião ainda é um problema que precisa ser tratado. O utilizador tem de ser capaz de fazê-lo a partir da espera salão para o assento do avião com os sentimentos de controle, conforto e estabilidade. • O protótipo de embarque não inclui um mecanismo para lidar com bagagem. O processo de armazenamento e transporte de bagagem precisa ser tratada dentro do protótipo para representar toda a experiência. Dark Horse 111 • A comunicação é fundamental para permitir que nossos usuários se sintam confortáveis, seguros e estáveis dentro do novo processo. O processo precisa ser comunicado para permitir que os usuários tenham uma experiência melhor. • Usuários querem ser capazes de se preocupar menos sobre a obtenção de seus assentos e onde colocar a sua bagagem. O novo processo de embarque permitiria que os usuários utilizem o tempo de embarcar em um passatempo mais agradável. • Os utilizadores têm de exercer menos trabalho com este processo de embarque porque o embarque é automatizado e não exige a necessidade de localizar os seus lugares e manobrar no corredor. • O usuário estava tinha a preocupação de esbarrar em objetos ou outros assentos ou bater na parede durante o movimento, o processo de embarque precisa ser feito de tal maneira que se sintam seguros com o movimento e com o processo de como um todo. • Sensores precisariam ser implementados em um protótipo funcional ou mecânico para simular o processo de embarque e, também no processo para evitar colis̃es ou acidentes, no caso de um mau funcionamento. Protótipo 16 Na terceira fase do protótipo foi buscada uma nova solução para o desconforto e o pouco espaço no momento de embarque dos passageiros. Durante o processo de embarque as duas etapas que são fundamentais para os usuários são: • Primeiro, o acesso aos seus lugares. A equipe pretende permitir que as pessoas com mobilidade reduzida entrem no avião com a sua própria cadeira de rodas e, em seguida, dar lhes a possibilidade de transferir-se da sua cadeira de rodas para a sua poltrona, sem alguém ajudando-os, o que iria melhorar consideravelmente a sua experiência. • Em segundo lugar, as bagagens. Pessoas com mobilidade reduzida frequentemente não podem acessar compartimento de bagagem, porque é muito alto, por isso a nossa equipe pensou que, se poderia imaginar um sistema que faz com que o compartimento de bagagem vá para cima e para baixo por apenas pressionando um botão que também contribuiria para tornar o voo experiência melhor para pessoas com mobilidade reduzida. Para permitir que os passageiros pudessem entrar no avião com a sua própria cadeira de rodas, a equipe teve que descobrir uma maneira de tornar o corredor mais amplo. A ideia é ter os assentos do corredor em calhas de modo que pudessem ser movidos e alinhados com os bancos de janela como mostrado na Figura 137. 112 ME310 o projeto Figura 137: Passos da mudança de layout no momento do embarque Com este sistema todos os assentos seriam alinhados de cada lado do avião e do corredor durante o processo de embarque, então, seria três vezes maior do que em voo, permitindo que pessoas com mobilidade reduzida para entrar no avião com a sua própria cadeira de rodas. Uma vez que os passageiros estão todos sentados (potencialmente enquanto o avião está taxiando em direção ao pista) os assentos iria voltar para a cabine de coniguração angular padrão. Quando o avião para no portão e está pronto para passageiros desembarcarem, os assentos icariam em ângulo novamente. Protótipo 17 Um outro grande problema é em relação a armazenagem dos itens pessoais no compartimento de bagagem. Para isso, a equipe projetou um compartimento de bagagem (Figura 138) que pode ir para cima e para baixo, controlada pelo nosso usuário através de um botão. Para construir este sistema, foi projetado um mecanismo feito de corda e roldanas. Este mecanismo evita a criação de momentos que poderia fazer com que as cordas criassem nós. Figura 138: Caixa presa a cordas e roldanas simulando bagageiro Dark Horse 113 Aprendizados Os aprendizados vieram diretamente a partir de observaç̃es da equipe durante testes com usuários. Os aprendizados são divididos em coniguração e bagagem. Coniguração: • Os usuários tiveram preocupaç̃es com os pés durante os movimentos das poltronas, alguns usuários sugeriram a adição de um apoio para os pés. • Um mecanismo de rotação único, contínuo seria melhor do que múltiplo para todos os passageiros. Os usuários comentaram que o mecanismo deve ser semelhante ao movimento de um assento de carro, porque é lento o suiciente e não causa uma grande quantidade da força e da aceleração para ser colocada do lado do passageiro. Além disso, o assento da janela possui uma movimentação menor, o que colabora positivamente visto que os usuários foco preferem esta opção. • Passageiros seriam capazes de embarcar mais rápido devido a um corredor mais amplo, que permite a fácil manobra do espaço da cabine. • O corredor mais amplo permitiria uma cadeira de rodas para ser capaz de manobrar até o assento. • O espaço para as pernas é o fator limitante nesta coniguração. Quando os bancos são no arranjo angular, os assentos da janela têm menos espaço para as pernas do que na posição normal coniguração. • Pode ser possível atingir o desejado apena girando as poltronas dos corredores, permitindo maior acesso a esses lugares especiicamente. Depósito de bagagens: • O compartimento de bagagem tem de mover-se com os assentos para as coniguraç̃es angulares. • O compartimento de bagagem deve ser colocado no nível do braço em vez de cabeça ou nível rosto. Usuários sente-se fechado ao colocar muitas coisas no nível de sua visão, limitando-a. • O recipiente deve ter uma porta pois a bagagem move-se durante o voo devido à turbulência. Isso impediria bagagem caindo sobre os passageiros ou de itens que estão sendo quebrados. • Um mecanismo de sustentação mais rígido e estável, para que os usuários sintam-se seguros. Alguns temiam que o bin pudesse se mover durante a descida, aumentando ou turbulência fazendo-a bater-lhes ou perder seus pertences. • A maioria dos usuários queriam guardar a bagagem antes de se sentarem em seus lugares, o local e altura da caixa não estão 114 ME310 o projeto preparados para isso. O mecanismo para levantar e baixar a caixa precisa de ser rápido e estável para permitir a facilidade de acesso para o assento e corredor, dependendo da atividade. 3.6. Funktional De acordo com STANFORD (2014) o protótipo chamado “funktional” é aquele para o qual as peças existentes foram roubadas e juntadas de uma forma que se aproxima de um sistema sem ter um compromisso com uma geometria ou tecnologia. É um baixo comprometimento, rapidamente montado, um protótipo conceito que permite uma avaliação objetiva. A ênfase está na criação de um sistema físico completo que executa a função desejada, não importa o quão feio o sistema físico é. Como sempre, não subestime a fase de integração da construção do protótipo. Essa fase foi bastante curta, começando em fevereiro e tendo duração de duas semanas. 3.6.1. Visão 1 Benchmarking Após o protótipo da Dark Horse, a equipe reuniu um feedback importante de voluntários e da Embraer e decidiu abraçar uma nova linha de pensamento: como podemos tornar o acesso mais fácil dentro do avião? De acordo com as pesquisas, a transferência é um dos momentos mais humilhantes para os deicientes. Portanto, a equipe concordou que o protótipo deve fazer as transferências dentro do avião tão fácil que a pessoa em cadeira de rodas corredor poderia fazer por si mesmo, sem grandes esforços. Com isso em mente, foram pesquisados mecanismos existentes que são usados para fazer transferências. Esses mecanismos estão listados abaixo: Guia linear As guias seriam instaladas na cadeira de rodas corredor e o assento, enquanto que o transporte iria ser instalado sobre a almofada. A almofada seria capaz de deslizar de um lugar para o outro, se o assento da cadeira de rodas e foram corretamente emparelhados. O aspecto negativo da guia linear é que ele exigiria uma precisão milimétrica ao emparelhar a cadeira de rodas no corredor com o assento. Descobrimos que isso é muito diicil de alcançar, especialmente em uma solução não automatizada. Funktional 115 Figura 139: Exemplo de guia linear Figura 140: Mesa de roletes Mesa de transporte O mecanismo iria usar os mesmos princípios de uma mesa transportadora, onde se pode mover objetos pesados, deslizando-os em cima de roletes de transporte. Este mecanismo será instalado no assento da cadeira de rodas e na poltrona do corredor, permitindo que a almofada com o utilizador deslize. Esta foi uma boa solução, dada a nossa limitação de tempo e orçamento. Mesa de esferas transferidoras O mecanismo funcionaria como a anterior, em que a almofada seria capaz de deslizar da cadeira de rodas para a poltrona, mas a partir de esferas em vez de roletes transportadores. Estas esferas são mais leves do que a solução anterior e, como resultado são mais apropriados para a criação. Infelizmente, a equipe não conseguiu encontrar um fornecedor que pudesse fornecer os componentes em tempo para construir o protótipo, com um custo acessível, de modo que o mecanismo de transporte de rolo foi escolhido. Figura 141: Esferas de transferência 116 ME310 o projeto Brainstorm Depois de um brainstorm, a equipe teve duas ideias para fazer essa transferência: um banco deslizante e um mecanismo de pente em que um sistema de acoplamento macho/fêmea permitirá que o usuário para ser transferido. Figura 142: Esferas de transferência Figura 143: Esferas de transferência O mecanismo de roletes foi escolhido porque era mais fácil de construir e mais leve, uma vez que não exigem um motor para levantar o utilizador ou um contrapeso para estabilizar a cadeira. 3.6.2. Mecanismo de Roletes Protótipo 18 No intuito de construir um assento de roletes, a primeira tentativa foi prejudicada (Figura 144) pela alta fricção entre os materiais. Escolhemos tubos de metal para simular os roletes e laterais de MDF com furos para prender os roletes, mas após testado foi percebido que os tubos não giravam com facilidade. A im de superar este problema, foram adicionados rolamentos industriais em ambas as extremidades dos cilindros (Figura 145 e Figura 146). Isso resolveu o problema de atrito, fazendo com que todo o mecanismo de trabalhasse da forma como o projetado (Figura 147). Figura 144: Roletes com diiculdades de girar Figura 145: Adição de rolamentos Funktional 117 Figura 146: Estrutura com roletes pronta Figura 147: Teste da transferência Em seguida, testou-se o mecanismo de deslizamento com diferentes tipos de materiais de base almofadas. Primeiro, adicionando uma superfície aderente (borracha) para ver como o mecanismo iria deslizar, mas era bastante difícil de superar o atrito estático. Depois, adicionando uma base de plástico semirrígido. Embora a transferência foi bem fácil, pode-se sentir os cilindros enquanto desliza. Como resultado, optou-se por utilizar uma base plana dura debaixo da almofada para tornar o deslizamento suave. Aprendizados • O atrito entre o cilindro de alumínio e a madeira é muito intenso para um usuário para transferir de um banco para outro; • O espaço entre a almofada e o mecanismo deve ser considerado a im de evitar, ao mesmo tempo aumentando o atrito e a folga da almofada (movimento rotativo); • Almofada deve ser irme o suiciente para que o usuário não sente os cilindros e para permitir a transferência adequada; • O alinhamento correto entre a cadeira do corredor e do assento é muito importante. • Apoio de braço deve ser retrátil. 3.6.3. Visão 2 Benchmarking A missão da Dark Horse foi focada na reconiguração da cabine para atender os passageiros foco. Para o funktional, foi decidido focar em como o usuário controla o seu ambiente imediato no avião e como isso pode ser deinido. Decidiu-se criar um subsistema da cadeira de avião, que consiste de um assento, uma tela de televisão, em frente do passageiro, o compartimento de bagagem acima da cabeça do passageiro, e apoio de braços em ambos os lados. 118 ME310 o projeto A primeira pesquisa foi voltada para descobrir como essas funç̃es ocorrem atualmente. Em muitas aeronaves o passageiro tem de alcançar o compartimento de bagagem para chamar o comissário de bordo, mudar o ar e sua direção, ou para ligar ou desligar a luz. Esta não é uma disposição ideal para os nossos usuários já que alguns deles não têm a força nem conseguem se levantar. Focando na classe econômica foram pesquisadas soluç̃es que tentam resolver esses problemas. As iguras 148 e 149 mostram exemplos de controles sobre os braços. Figura 148: Acionamentos no braço Figura 149: Acionamentos no braço O primeiro conjunto de comandos é usada para controlar a posição e a irmeza/maciez do assento. Apesar disso o foco icará em comandos mais simples como luzes, atendimento e ar. Figura 150: Controle dentro do braço A Figura 150 mostra um braço articulado no qual um controle remoto encontra-se no compartimento do apoio de braços. Essa ideia pode ser incorporada na solução a im de proteger os controles de serem acionados acidentalmente durante o voo, apesar de que por outro lado pode diicultar o acesso. Funktional 119 O uso de telas de TV individuais em avĩes está aumentando devido à procura de entretenimento. Considerou-se o uso da tela da TV como outro método de tornar os controles mais acessíveis. Algumas telas de TV têm um controle remoto outras são sensíveis ao toque. A Figura 151 mostra uma tela de TV com um controle remoto na classe econômica de um avião, já a 152 mostra uma TV touchscreen em um avião em classe econômica premium. Foi pensado também pelo grupo a possibilidade do passageiro utilizar seu próprio dispositivo para controlar esses aspectos a partir de seu celular ou tablet. Figura 151: Controle remoto Figura 152: Tela sensível ao toque A segunda pesquisa focou em controlar o ambiente com um novo apoio de braços e controles. Foi decidido desenvolver os controles, mas também analisar a possibilidade de reformular o apoio de braço. A Figura 153 abaixo mostra uma unidade de apoio de braço para automóveis que está sendo dividido em dois, de modo em que ambas as pessoas têm um apoio de braço, ele que pode ser movido de frente para trás, deslizando para se ajustar à posição do braço. O ideal é criar o braço, de modo que não atrapalhe durante a transferência. Um método de fazer isso é mostrado abaixo na Figura 154. O apoio de braço fazez parte da espreguiçadeira e, em seguida, saltar para fora quando a espreguiçadeira muda de posição. Figura 153: Apoio de braço duplo Figura 154: Poltrona com braços retráteis 120 ME310 o projeto Outro método de mover o braço para fora do caminho de transferência seria ter um sistema hidráulico movendo no plano horizontal ou vertical. A Figura155 mostra braços numa cadeira dentária que podem ser movidos hidraulicamente de acordo com preferência pessoal e para permitir a transferência fácil para o assento. Figura 155: Braço móvel Figura 156: Braço futurístico Para um apoio de braço mais futurista, nós olhamos para os conceitos de design e assentos de luxo. A Figura 156 mostra um conceito de design para uma cadeira de avião e espaço de negócios. A cadeira tem braços que vêm a partir da frente e pode ser levantada e abaixada por baixo do assento. Estes braços podem permitir uma vasta gama de elevação e abaixamento de mecanismos, bem como mais lexibilidade com controles que poderiam permitir que o peso dos controles de ser abaixo da cabine. A cadeira de massagem (Osaki OS- 7075R) da Figura 157 exibe uma apoio de braço que tem os controles na parte superior e um local de proteção para o braço dentro de um C, que seria de grande utilidade para pessoas com pouca mobilidade superior. Ele também tem os controles de fácil acesso, sem o medo de acidentalmente ativá-los. Figura 157: Braço envolvente Funktional 121 O dispositivo (Mountway Solo Toilet Lift) mostrado abaixo na Figura 158, permite que o usuário seja auxiliado no vaso sanitário. Este dispositivo seria aplicável tanto para a situação do braço da poltrona, bem como a situação da acessibilidade no banheiro do avião. O mecanismo para este dispositivo segue uma trajetória de arco durante a utilização. Essa trajetória arco ajuda passageiros que têm pouca mobilidade e diiculdade de estar e de pé, permitindo-lhes ter um dispositivo que se desloca em um caminho semelhante ao seu centro de massa. Este apoio de braço seria útil para passageiros com mobilidade limitada que pode andar distâncias curtas. Figura 158: Elevador WC Brainstorm Com a conclusão do Dark Horse a equipe queria fazer o nosso usuário se sentir mais no controle de seu ambiente, mas ao mesmo tempo havia a necessidade de pensar menos amplamente. Foram identiicadas três quest̃es principais: • Embarque / desembarque do avião, que já foi tentado no dark horse. • Movimentação através do espaço da cabine, especialmente se passageiros com mobilidade reduzida quiser usar os sanitários. • Sentir-se confortável em seu assento. Este é o grande problema, decidimos abordar para o Funktional. O grupo decidiu focar no braço porque viu como uma maneira de fazer as pessoas se sentirem confortáveis em seus assentos, bem como tornar mais fácil o acesso à poltrona e centralizar os controles (ventilador, luz, voo chamada atendente, etc). 122 ME310 o projeto 3.6.4. Independência dos Controles Protótipo 19 O presente protótipo permitiu criar interfaces diferentes para interagir com os controles da cabine, a im de examinar o nível de independência e controle que uma pessoa com mobilidade reduzida ou deiciência possui. Assim, a ideia é trazer os controles para eles e minimizando o esforço exercido para mudar seu ambiente de cabine. A equipe focou em quatro áreas principais para as entradas mostradas na dispositivo e controles automáticos. No backend, tivemos um Arduino controla as luzes, o ventilador e a luz do comissário. Botões e braço A ideia é testar entrada que era mais intuitiva para o resultado desejado. A interação inal é mostrada na Figura 159. A localização desses insumos é a chave, eles devem ser facilmente acessíveis quando o usuário precisa deles, mas invisíveis o suiciente de forma que o usuário não os pressionem acidentalmente. Figura 159: Sistema de comunicação entre a interface, os comandos e os ras ações Depois de testar os locais diferentes para cada botão, foi decidido que todos eles devem ser colocados na lateral do braço (para que eles não sejam acidentalmente disparado) com marcaç̃es na parte superior do braço, por isso é fácil de determinar a função de cada umcom exceção do botão do comissário que icará na parte superior em um rebaixo. Funktional 123 Foi percebido que um potenciômetro era mais adequado as funç̃es do ar e luzes. Testou-se bot̃es para o ventilador e as luzes, mas percebeu-se que era mais intuitivo de usar um potenciômetro para controlar ambas as funç̃es, especialmente para que o usuário poderia controlar a intensidade de ambos. Figura 160: Protótipo de braço com botão da comissária GUI na tela e dispositivo A im de testar se os usuários estavam mais confortáveis com uma interface de usuário gráica (GUI), em oposição aos bot̃es físicos, criou-se uma interface gráica em MATLAB, e foi colocada em uma tablet ligada a um Arduino. A interface gráica, mostrada na Figura 161, tem a capacidade de controlar as luzes, o ventilador e o botão da comissária. Esta GUI foi utilizado dois testes dois cenários diferente, tendo a capacidade de controlar a interface gráica como se fosse colocada no encosto do assento da frente ou com o trackball mostrado na Figura 162. lights on Ajuda lights of TV fan of Figura 161: Interface criada Figura 162: Uso do trackball fan of Automatização Foi testado um mecanismo de reconhecimento de livro com uma câmera para que a luz acendesse automaticamente, evitando a necessidade de pedir auxílio. Esse mecanismo deveria ser melhor estudado aim de não precisar de câmeras e conseguir automatizar o ajuste do ar. 124 ME310 o projeto Protótipo 20 - Braço Depois da pesquisa com diferentes tipos de braços decidiu-se que o protótipo poderia entrar e ser abaixado no espaço entre dois lugares. Entre outras raz̃es pela escolha inclui-se que os controles seriam mais alcançáveis e que o usuário poderia levantar e abaixar o braço, sem ter que torcer seu corpo. O protótipo, mostrado na Figura 163, foi construído essencialmente a partir de uma cadeira giratória, que forneceu o mecanismo de subir e descer e simulado o braço com as outras partes da cadeira. Figura 163: Protótipo de apoio de braço Aprendizados Esse protótipo mostrou a importância de deinir os objetivos antes de tentar construir qualquer coisa. Após focar nos controles e levar essa ideia conceito a frente pode-se organizar melhor o que fazer. Para testar qual o melhor dispositivo o voluntário (bot̃es no braço, trackball, aplicativo de smartphone/tablet) José Luis Naranjo Montoya (ver needinding entrevista com cadeirantes), um engenheiro de 28 anos, paraplégico T6-completa se dispôs a ajudar. Feedback do Usuário sobre o mecanismo de apoio de braço: • Ele sugeriu pensar no apoio de braço como alça para ajudá-lo. • O braço tem que ser coniável pois o usuário depende dele para apoiar o seu peso. Funktional 125 • Por outro lado o usuário não quer que o braço seja um obstáculo entre ele e seu assento. • Para ele não há necessidade de todos os braços serem iguais. Feedback do usuário sobre os sistemas de controle de nós destinados: • Os bot̃es no braço podem ser problemáticos pelo fato dos usuários o utilizarem como apoio, o usuário particularmente preferia um sistema automático, mas acha que sempre teriam de haver bot̃es em caso de falha. • Ele acha o trackball desajeitado de usar e requer muita precisão do usuário. Este não é o ideal para os usuários tetraplégicos que só têm sensibilidade parcial em suas mãos. Para eles, é mais intuitivo para tocar em uma tela sensível. • A tela sensível parece uma boa solução, mas prefere acoplada na poltrona da frente. • José realmente gostou da ideia de automatização da luz, mas acredita que deveriam haver sistemas redundantes para não haver falhas. 3.7. Functional De acordo com Stanford (2014) neste protótipo deve ser possível extrapolar a funcionalidade do projeto. Neste momento o grupo será forçado a enfrentar quest̃es mais técnicas e de execução que não foram consideradas anteriormente. O grupo teve por volta de 3 semanas no mês de março para produzir, e resolveu voltar a algumas soluç̃es antigas e reletir sobre as possibilidades de dar independência ao usuário. Focando em dois problemas foram levantadas as seguintes pesquisas. 3.7.1. Mobilidade na cabine Para conferir a necessidade de melhorar a mobilidade no interior da cabine, foi feita uma nova pesquisa que daria uma ideia melhor do que exatamente seria o mais útil para eles. Quando perguntado sobre ter uma cadeira a disposição na aeronave os usuários estavam ansiosos sobre a independência que iria fornecer, uma vez que lhes permitiria, a bordo do avião, ter seu próprio ritmo e ir ao banheiro quando [eles] quisessem. Um dos entrevistados, Scott Rains, disse 126 ME310 o projeto que um amigo foi ferido quando estava sendo transferido para a cadeira corredor de seu assento de avião. Os funcionários do aeroporto não levantá-lo alto o suiciente e seu fundo foi atingida contra o braço. Tendo em conta que em cadeira de rodas tem a pele mais ina e mais sensível nessa área, isso causou-lhe muita dor e até mesmo resultou em 3 semanas passadas no hospital. Quando os ferimentos não são a norma, é uma experiência muito desumanizadora e não digna, assim como Esther Appleyard-Fox airma em seu twitter na Figura 164. Figura 164: Esther mostra como se sente na experiência de voo Armazenagem para cadeira de rodas Durante a entrevista com Aubrie Lee, um estudante em Design de Produto da Universidade de Stanford, que também é um usuário de cadeira de rodas, ela mencionou que, embora a mobilidade no interior da cabine é um problema, é uma pequena parte de sua experiência. Parte disso é devido ao fato de que, quando ela viaja com seu pai ele a carrega até a poltrona, o que se torna mais confortável. No entanto, ela enfatizou que a parte mais emocional da experiência de voo é ter que entregar sua cadeira. Para ela, esse momento é de muita ansiedade pois não sabe onde, como e se irá chegar bem no destino. Foi entrevistado um empregado Air France que trabalha no aeroporto de Toulouse-Balgnac (França). Ele mostra como as companhias aéreas lidam com cadeiras de rodas no inger para o compartimento de carga e dá algumas dicas sobre o tipo de dano que pode ocorrer. Um estudo realizado por um grupo de ativistas com deiciência em todo o Reino Unido, que lidam com quest̃es sociais que afetam jovens com deiciência, mostra que 60% das cadeiras de rodas estão daniicados ao viajar com uma companhia aérea. Como David Gillon diz na Figura 165: temos de fazer melhor. Figura 165: David cita o alto número de cadeiras daniicadas Functional 127 Há também casos de cadeira de rodas que nem mesmo chegaram ao destino, assim como o que aconteceu com Josie mostrado na Figura 166. Figura 166: Josie compartilhando sua triste experiência 3.7.2. Visão 1 Benchmarking Após o protótipo Funktional, que se mostrou com um bom funcionamento, a equipe decidiu dar um passo adiante e trabalhar no mecanismo de trava do assento e também no braço retrátil. Dessa forma buscou pesquisar mecanismos de trava que pudessem ser utilizados no projeto. Trava de porta Este mecanismo (igura 167) pode ser ixado no solo e é normalmente utilizado para bloquear portas. No caso do projeto, ele poderia ser ixado à almofada, permitindo que o utilizador bloqueie de forma eicaz seu assento. Figura 167: Trava de portas Bloqueio multiuso O bloqueio multiuso (igura 168) pode ser utilizado para bloquear vários mecanismos, tais como portas e janelas. A im de fazer isso, o utilizador tem de abrir o fecho mostrada na parte direita da imagem e ligá-lo à peça representada na parte esquerda da imagem. Essa seria uma outra opção para a trava da almofada. Figura 168: Bloqueio multiuso 128 ME310 o projeto Mecanismo de Ajuste Laterais do Assento Este mecanismo (Figura 169) é uma espécie de trava horizontal para utilizar com uma cadeira tendo duas bases. O mecanismo inclui uma primeira placa que pode a ser acoplada à base e uma segunda placa, que é acoplado á almofada. A parte que se encontra na base possui um encaixe onde a outra parte pode ser acoplada de forma deslizante. Figura 169: Patente de trava Brainstorm Com base na análise comparativa que foi feita, houve uma sessão de brainstorming (Figura 170 e 171) para encontrar as melhores soluç̃es para o projeto. Durante essa sessão, foi percebido que o movimento dos braços deve ser associado com o mecanismo de travamento pois seria uma solução bastante intuitiva. Figura 170 e 171: Brainstorm Functional 129 Deste processo de ideação, foram propostas duas soluç̃es principais: • um “Tetris” como apoio de braço que trava a almofada quando for abaixado. • um sistema no qual um io seria ligado ao braço e puxaria um pino quando o braço estiver levantado, desbloqueando o assento. Uma mola por outro lado iria bloquear o mecanismo, quando o braço foi abaixado novamente (Figura 172). Figura 172: Sistema de funcionamento trava do braço Ao analisar as duas opç̃es, percebemos que a primeira teria peso demais, portanto, foi descartada. A segunda opção, por outro lado, é uma solução mais elaborada e discreta, bloqueia automaticamente o assento, mesmo quando a almofada não é precisamente posicionada e, por último proporciona um feedback sonoro quando o assento está fechado. 3.7.3. Trava Sincronizada Protótipo 21 Usando algumas sobras de cilindros de alumínio da oicina e alguns pedaços de madeira foi produzido um par de braços retráteis (Figura 173), que foi anexado ao protótipo Funktional. Para o funcionamento do braço foram projetadas duas travas (Figura 174) especiais impressas em impressoras 3D. As Figuras 175 e 176 mostram como funciona o mecanismo de apoio de braço. A imagem à esquerda mostra como o mecanismo se comporta quando o braço está levantado (trava aberta), enquanto a imagem na direita mostra o mecanismo bloqueado (apoio de braço para baixo). 130 ME310 o projeto Figura 173: Execução do apoio de braço Figura 174: Modelo 3D da trava Figura 175: Sistema de trava destravado Braço levantado Destravado braço em pé Travado braço deitado Figura 176: Sistema de trava travado Braço abaixado A Figure 177: mostra como o movimento se transfere, sendo feito através de um barbante e ganchos que puxavam o pino quando o braço era abaixado (soltando a trava), e através de elastivos o pino travava quando o braço estava abaixado. Figura 177: Sistema de trava Functional 131 Aprendizados • É possível, muito fácil e confortável para fazer uma transferência lateral. • Entender como o mecanismo será utilizado é crucial para alcançar um design amigável e intuitivo. Por exemplo, através da simulação como uma transferência seria feita por um usuário, percebeu-se que fazia sentido para ligar o mecanismo de travamento com o movimento do braço. Apoio de braços para cima, assento desbloqueado e vice-versa. Apesar das várias opç̃es para bloquear o assento, mas insistiu-se em encontrar um que seria intuitiva para o usuário. Isto provou ser uma boa escolha de design. • Percebeu-se que o mecanismo dos roletes deveria ser pensado para que pudesse ser mais viável sua implantação em mais de um assento no avião. 3.7.4. Visão 2 Benchmarking Armazenamento cadeira de rodas Antes de prototipagem o primeiro dispositivo de armazenamento de cadeira de rodas, foi feita uma busca maior tanto para o armazenamento de cadeira de rodas existentes e os dispositivos de proteção, bem como métodos para ixar cadeiras de rodas. Encontramos várias patentes relevantes para os dispositivos de proteção, bem como regras para ixação, relacionados principalmente a viagem de ônibus. O United States Department of Transportation’s Federal Motor Carrier Safety Administration publica uma grande variedade de regulamentos. Incluído entre os regulamentos que regem a segurança de ônibus escolar, o Federal Motor Vehicle Safety Standards, são uma série de requisitos de como cadeiras de rodas devem ser protegidos quando em trânsito. Storage Um grupo da Universidade Estadual de Utah projetou um protótipo de armazenamento de cadeira de rodas, determinando que mais de 50% dos seus usuários pesquisados poderiam estar interessados em seu dispositivo. Um desenho da sua caixa, que fornece vários métodos de ixação para cadeiras de rodas e outros objetos, pode ser visto na Figura 178 (mais informaç̃es estão no pedido de patente US 20090314673 A1). 132 ME310 o projeto 3.7.5. Armazenamento de Cadeira Figura 178: Container cadeira de rodas Protótipo 22 A equipe decidiu por fazer um protótipo de armazenamento da cadeira de rodas. Como mostrado na Figura 179, a ideia é ter uma base rígida a im de distribuir a carga e locais para prender ganchos. As paredes além de proteger, seriam articuladas para a entrada da cadeira. A entrada e travamento da cadeira pode ser ajudada pelo próprio passageiro a im de dar uma sensação de segurança. Após prender a sua cadeira ele se transfere para a cadeira de rodas do avião. Figura 179: Primeiro protótipo para armazenamento Functional 133 Figura 180: Render de armazenamento com travas de segurança Conceito de Rastreamento O sistema de rastreamento de cadeira de rodas funciona com cada unidade de armazenamento tendo um identiicador exclusivo, QRcode, que pode ser rastreado garantindo que a cadeira de rodas foi embarcada. Sua cadeira está aos cuidados de Jhon Sua cadeira foi recebina por Al. Sua cadeira foi embarcada por Michael Figura 181: Funcionamento do sistema de rastreamento 134 ME310 o projeto Sua cadeira está aos cuidados de Jhon Sua cadeira foi recebida por Al. Sua cadeira foi embarcada por Michael Gostaria de avaliar Michael por seus serviços? Figura 182: Exemplo do recebimento das notiicações Um aspecto importante deste sistema é que ele pode também ajudar a desenvolver empatia por parte dos carregadores de bagagem. Os passageiros poderão avaliar positivamente manipuladores que izeram um bom trabalho na gestão do seu dispositivo de mobilidade, tanto fornecendo um incentivo para fazer um trabalho melhor, além de ajudar formar uma ligação mais estreita entre duas pessoas que podem nunca se encontrar face a face. Aprendizados • Foi percebido que utilizar mecanismos parecidos com os que já existem, como a forma que as cadeiras são presas, é uma enorme vantagem pela familiarização já existente. • Algumas vezes a ixação dos ganchos pode ser confusa e demorada. Seria melhor ter ganchos retráteis para ajustar a tensão, isso diminuiria também o tempo de embarque. • Ter um vídeo que mostre todo o processo permitiria que o usuário de cadeira de rodas estivesse preparado para dizer ao carregador exatamente os pontos de ixação. • Esse esclarecimento pode ser realizado através de números junto a cada gancho, como mostrado na Figura183 e desenhos simples que descrevam os passos. Figura 183: Possível solução de informação de passos Figura 184: Possível solução de balões inláveis Functional 135 • Ao testar com os usuários percebeu-se a necessidade de paredes retráteis para facilitar a ixação e a transferência para cadeira de rodas do avião. Com esta informação em mente, foi pensado em paredes telescópicas, bem como ter paredes inláveis. • A maquete preliminar de uma possível visão pode ser vista na Figura 184. Com isto em mente, houve um estudo de viabilidade para entender se seria possível o uso de bal̃es meteorológicos. • A im de testar a viabilidade de dispositivos inláveis no bagageiro, foram feitos testes em relação a pressão e temperatura. Para testar essas quest̃es, foi liberado um balão meteorológico monitorado. Este balão foi libertado, a im de levar o dispositivo para a atmosfera superior, onde ele iria experimentar condiç̃es semelhantes às de um avião. • Apesar do barómetro que estava sendo usado como um altímetro para este experimento falhar, foi possível fazer uma estimativa razoavelmente coniável de 50.000 - 60.000 pés. 3.8. Projeto Final 3.8.1. Visão Final Após todas as pesquisas, os projetos e protótipos anteriores o grupo decidiu por criar uma nova experiência de voo (que recebeu o nome de EMBRACCESS - com origem na junção das palavras embrace, Embraer e access) para o cadeirante através da combinação de dois produtos: uma plataforma de cadeira de rodas e um mecanismo de transferência. A Figura 185 mostra as diferentes etapas que o usuário deve passar a im de obter uma experiência voo muito melhor do que o que eles têm hoje. A im de incluir os dois produtos (plataforma para cadeiras de rodas e mecanismo de transferência) para a uma única experiência para os passageiros, percebeu-se que também seria necessário redesenhar completamente a cadeira de rodas corredor para permitir uma transferência suave da cadeira de rodas para o assento do avião. Com essa visão em mente, o objetivo foi construir e testar com os usuários: • A plataforma de cadeira de rodas • A cadeira de rodas corredor e mecanismo de transferência integrada em um assento de avião Na igura a seguir, pode-se entender todo o sistema integrado, formado dos dois produtos e a interação entre eles. 136 ME310 o projeto 3.8.2. Requisitos 1. Subir na plataforma O passageiro sobe com sua caderia de rodas na plataforma e auxilia no travamento da mesma 2. Primeira Transferência O passageiro se transfere (podendo obter ajuda) para a cadeira de transferência O passageiro ajusta (podendo obter ajuda) a altura do apoio prontal e fecha a tira das costas e das pernas. 4. Embarque da cadeira 6. Embarque da cadeira O passageiro se transfere lateralmente de forma suave para a poltrona através do mecanismo da almofada. 3. Apoio e ajuste simples 5. Embarque passageiro O comissário leva o passageiro através do avião até o assento escolhido O carregador eleva a plataforma, faz sua conirmação (check-in) e embarca a cadeira no avião e abaixa a plataforma novamente Figura 185: Visão geral sistema EMBRACCESS Projeto Final 137 Os requisitos a seguir são baseadas na deinição do problema, no brainstorming da equipe, no needinding e nos protótipos anteriores. Este requisitos se dividem em duas categorias: funcionais e físicas. Os requisitos funcionais detalhes o que um projeto deve fazer, suas aç̃es e capacidades. Requisitos físicos descrevem as restriç̃es sobre os componentes do sistema manifestado. Além disso eles estão separados em: • Requisitos para a plataforma de cadeira de rodas que irá melhorar o armazenamento de cadeira de rodas do inger para o compartimento de carga • Requisitos para o cadeira e mecanismo de transferência que vai permitir que os passageiros de cadeiras de rodas para chegar a seus lugares de uma forma mais confortável e independente Requisitos Funcionais Plataforma de armazenamento para cadeira de rodas Para evitar que as cadeiras de rodas sejam daniicadas a equipe imaginou uma plataforma que permitirá aos manipuladores de bagagem mover a cadeira de rodas do inger para o compartimento de carga. Esta plataforma será composta por quatro partes: • Base que vai apoiar a cadeira de rodas; • Mecanismo de movimento que permite o transporte do inger para o compartimento de carga; • Caixa de Sistema Eletrônico que vai identiicar quem está lidando com a cadeira de rodas e detectar má gestão, como por exemplo quedas. • Pega que permitirá manipuladores de bagagem empurrem e puxem a plataforma Os requisitos funcionais para cada uma desta parte estão nas tabelas de 4,1-4,4 e foram divididos pelos subsistemas presentes na Figura 186. 138 ME310 o projeto Plataforma Base Mecanismo de movimento Sistema eletrônico Pega Requisito Métrica Razão Suporte de carga A base deve ser capaz de suportar no mínimo 450lb (~200kg) Suportar o peso de uma cadeira de rodas elétrica somado ao peso de uma pessoa Material A base deve ser de alumínio Suportar grandes pesos e ser ao mesmo tempo leve Fina Ter 0.5” de espessura (3,175mm) Diminuir o peso Estrutura forte A base será reforçada com peris 80/20 Evitar as deformaç̃es Rodízios externos Não utilizar rodízios de cadeira de rodas, há outros tipos Os carregadores quebram com frequencia os rodizios das cadeiras Móvel Ter 4 rodízios Mover-se do inger para o compartimento de carga Transição de móvel para parado Sistemas independentes do suporte da cadeira e das rodas Precisa poder se mover em alguns momentos e parar em outros Eiciencia de tempo Colocar a cadeira de rodas na parte superior da plataforma, e ixa-la deve levar menos de 5 minutos Os carregadores estão ocupados, também têm de lidar com outras bagagens Fixação cadeira de rodas para a plataforma Ter alças para a cadeira de rodas com a colocação em conformidade com 36 CFR 1.192,23, D2 Manter a cadeira segura e bem presa à plataforma Fadiga Resistir 5000 ciclos de uso Substituição moderada Movimentan- Rodas devem suportar no minimo Cadeiras de rodas eletricas podem pesar do carga 200 lb (~91kg) mais de 200 lb (~91kg) Rodas resis- Tem que suportar e superar as forças O nosso sistema irá ser utilizado na tentes de atrito da pista pista, bem como sobre a passarela Suportar car- Partes em contato com o chão deve Pessoa estará dirigindo a cadeira de ga parada sercapaz de suportar 450lb (~200kg) rodas para a plataforma, portanto, terá que suportar o peso do poder cadeira de rodas + pessoa (max 250lb ou 113kg) Projeto Final Figura 186: Sub sistemas da Plataforma Tabela 5: Requisitos funcionais para BASE Tabela 6: Requisitos funcionais para MECANISMO DE MOVIMENTO 139 Veriicação do Parte eletrônica deve incluir Responsabilização dos manipuladores carregador de uma antena RFID que reconhece vai aumentar se eles sabem que outros bagagens a etiqueta RFID nas luvas do estão cientes de que este objeto é sua carregador responsabilidade Resposta Passageiro deve receber o aviso Carregador deve saber imediatamente automática da veriicação em 10ms quando tiver veriicado com sucesso para (feedback) que eles possa continuar fazendo seu trabalho Resposta visual Deve incluir uma luz LED (feedback) O feedback visual é fácil de detectar. Os carregadores estão em um ambiente barulhento e vestindo luvas grossas, de modo que feedback auditivo e tátil estão fora de questão Detectar Queda Incluir um acelerometro, que é Companhias aéreas precisa ser notiicado Livre e manuseio calibrado para detectar qualquer de quaisquer quedas ou impactos para incorreto aceleração superior a 14G que que possam se preparar adequadamente são mais curtos do que 12,5ms e notiicar o usuário de cadeira de rodas de duração Conexão Wire- Deve ter acesso a internet sem less ios Os passageiros devem saber a quem está entregando sua cadeira de rodas e as companhias aéreas devem saber quem é o responsável Tabela 7: Requisitos funcionais para SISTEMA ELETRÔNICO Facilmente recar- Bateria deve ter autonomia de A bateria deve aguentar períodos de tra- regável pelo menos 5-6 horas balhos longos podendo ser recarregada nos horários mais calmos Suporte de carga O carregador de bagagens deve Carregador precisa ter certeza de que a ser capaz de mover uma carga alça pode empurrar a carga necessária de pelo menos 200 lbs sem desviar mais de 1” (2,54mm) Ergonomia Tabela 8: Requisitos funcionais para PEGA 140 Devem respeitar as normas para Deve necessitar do mínimo de força para empurrar objectos pesados mover a plataforma Caixa dos eletrô- Capacidade para armazenar Acesso fácil e rápido para a antena RFID. nicos eletrônicos ME310 o projeto Cadeira e mecanismo de transferência A im de melhorar a experiência de embarque para passageiros com deiciência, a equipe decidiu reformular a cadeira de rodas corredor, tornando possível para um usuário de cadeira de rodas transferir-se da cadeira de rodas para o seu lugar sem a necessidade de ser realizado pelos comissários de bordo. O sistema pretende dar aos usuários de cadeira de rodas a sua independência de volta e será composto por sete partes: • Um apoio frontal que irá equipar a cadeira de rodas corredor, a im de tornar o seu uso mais confortável e menos degradante para os passageiros; • Um mecanismo de locomoção que permitem que os usuários de cadeira de rodas se movam pela cabine; • Uma almofada de assento para apoiar o passageiro; • Uma base deslizante que vai permitir a transferência da cadeira de rodas corredor para o assento do avião sem ajuda externa; • Uma estrutura de cadeira de rodas que vai ser completamente redesenhado para acomodar a base deslizante; • Um apoio para os pés, que permitirá aos passageiros com deiciência a ter suporte para as pernas; • Um novo assento de avião que irá ser adaptado para a base de deslizamento. Os requisitos funcionais para cada uma desta parte estão nas tabelas de 4,5-4,10 e são divididos pelos sub sistemas descritos na Figura 187. Cadeira de Transferência Apoio frontal Mecanismo de locomoção Almofada Base deslizante Estrutura Mecanismo de locomoção Apoio para pés Assento Projeto Final Figura 187: Sub sistemas da Cadeira de transferência 141 Requisitos Métrica Razão Base remo- Mecanismo de travamento para As linhas devem estar desobstruídas para vível colocar ou retirar o apoio frontal permitir que outros passageiros para sair em caso de emergência ea chestrest deve estar disponível para os outros passageiros que podem solicitar a cadeira de rodas corredor Altura ajus- Variação mínima de 13 cm tável Deve ser atender a pessoas de diferentes alturas Suporte Õ mecanismo deve suportar 330lb O mecanismo deve prover segurança e e segurança (150kg) durante a tranferência manter o usuário ereto e preso a estrutura Conforto Não haverá áreas de contato com Evitar contus̃es ou feridas no corpo do uma pressão acima de 200mmHg usuário Suporte Ter uma estrutura rígida que Durante a transferência o passageiro pode frontal aguente uma força frontal equiva- se inclinar para frente ou para trás mente a 330lb (150kg) Tabela 9: Requisitos funcionais para APOIO FRONTAL Tabela 10: Requisitos funcionais para MECANISMO LOCOMOÇÃO Altura ergo- As pegas para empurrar e puxar Facilitar o comissário a puxar ou empurrar nômica das a pessoa devem estar a 30in do o passageiro pegas chão (762mm) Raio de ma- A cadeira de rodas pode girar ocu- Permite manobrar dentro dos espaços nobra pando um raio de 15in (~400mm) apertados no avião Freios A cadeira não pode se mover mais Dar segurança ao passageiro no momento de 5mm depois de travada da transferência Suporte para Ter um suporte para passageiros Para evitar que os pés sejam arrastados. os pés pés com dimens̃es de 40x15cm dimens̃es gerais Tabela 11: Requisitos funcionais para APOIO DE PÉS Fixação dos Tem um mecanismo que mantém Para manter os pés do usuário seguros ao pés os pés do usuário longe de obstá- mover a cadeira de rodas. culos do corredor. Ajustável Tabela 12: Requisitos funcionais para ALMOFADA 142 Removível Deve ter pelo menos 10 cm de Evitar les̃es nos no quadril por longos altura, e o enchimento deve ser períodos de tempo. Almofada deve ser ajustável (diferente pressão / regulável para usuário para proporcionar- preenchimento) -lhes conforto Deve ser removível do assento Manter higiene e manutenção facilmente ME310 o projeto Alinhamento Permitir uma transferência com um Fazer a transferência mais fácil e rápida da transferên- espaço de até 50mm entre a cadeira sem necessidade de um alinhamento cia lateral de transferência e a poltrona tão preciso Transferência Máximo de 50N de força necessária Prover independência ao usuário independente para se transferir podendo ele mesmo se transferir para a poltrona Segurança Peso máximo Ter um sistema de travas na cadeira Travar a transferência lateral quando não de transferência e na poltrona necessária evitando assim acidentes Deve suportar uma carga de 330lb Cadeira de transferencia deve ser segura (150 kg) o suiciente para ser usado pelos passa- Tabela 13: Requisitos funcionais para BASE DESLIZANTE geiros. Devido à limitação do tamanho do corredor do avião, as pessoas obesas não serão consideradas neste projeto Cadeira Cadeira com estrutura leve facilitan- Deve ser fácil e leve de mover na aero- móvel do a mobilidade nave Tabela 14: Requisitos funcionais para ESTRUTURA Restrições funcionais Plataforma de armazenamento para cadeira de rodas • Devido aos regulamentos da FAA e requisitos de voo a plataforma deve suportar 3G. • A plataforma não pode daniicar o espaço ou itens dentro do espaço durante sua operação. • O sistema eletrônico vai exigir uma fonte de energia (bateria) para realizar algumas de suas funç̃es. • A bateria deve satisfazer os pontos Regulamentaç̃es de Materiais Perigosos (HMR, 49 CFR, partes 100-185). • Todo o dispositivo precisa ser aprovado para o transporte aéreo. Cadeira e mecanismo de transferência • Devido aos regulamentos da FAA e requisitos de voo cada elemento que vai dentro da cabine deve resistir a 16G. • A cadeira de transferência deve ser tão segura quanto a cadeira de rodas corredor padrão operado hoje. • A cadeira de transferência tem de operar no espaço restrito do corredor de avião. • Em caso de turbulência, as rodas da cadeira de transferencia devem ser bloqueadas. Projeto Final 143 Pressupostos funcionais Plataforma de armazenamento para cadeira de rodas • As tiras que serão utilizadas para ixar a cadeira de rodas naplataforma são as mesmas como correias de ônibus, assume-se que já estão familiarizados com elas. • Os movimentos da plataforma serão acionados pelos carregadores de bagagens. • Os Carregadores de bagagem estarão vestindo as luvas com a tag RFID cada vez que estiver lidando com uma cadeira de rodas e usar a plataforma. Cadeira e mecanismo de transferência • Todos os assentos do corredor que serão usados por usuários de cadeiras de rodas devem ter apoio de braço retrátil. Devem permitir que o mecanismo funcione sem quaisquer obstáculos em seu caminho. • O passageiro será sempre acompanhado por um comissário de bordo para garantir a segurança e para puxar/empurrar a cadeira de transferência. • Passageiros tetraplégicos serão sempre acompanhados por um companheiro de viagem/assistente. Por causa de regulação (ANAC) e sua autonomia reduzida, os usuários tetraplégicos não estão autorizados a viajarem sozinhos. • O assento do avião devem suportar 19 G durante a decolagem e pouso. Isto é exigido pela FAA, a im de certiicar-se de assentos podem resistir a qualquer tipo de acidente que acontecer durante esses momentos Oportunidades Funcionais Plataforma de armazenamento para cadeira de rodas • Nossa plataforma deve ser intuitiva de usar. O carregador deve saber como anexar uma cadeira de rodas para a plataforma depois de 15 minutos de treinamento. • Idealmente, a plataforma deve ter um sistema de travagem para as rodas para impedi-la de se mover muito depressa sobre uma superfície inclinada. Um dispositivo de travagem permitiria manipuladores de ter melhor controle do dispositivo. • Cadeira e mecanismo de transferência 144 ME310 o projeto • Embora estejamos projetando para um usuário paraplégico, o mecanismo de transferência também pode permitir que um usuário tetraplégico a ser transferido da cadeira de rodas corredor para o seu assento com a assistência. • O apoio frontal faz transferência frontal possível. Hoje, isso não pode ser feito devido às dimens̃es atuais cadeira corredor. • Reduz o risco e responsabilidade associada com a transferência, porque ninguém tem que transportar o passageiro com deiciência. O apoio frontal evita o contato humano que podem ser desagradáveis e/ou fonte de acidentes. • O apoio frontal pode facilitar os passageiros no uso do banheiro. Requisitos físicos Os requisitos físicos do sistema servem para explicar a aparência física e estruturas escolhidas para cada parte dos dispositivos. Plataforma de armazenamento para cadeira de rodas Os requisitos físicos para a plataforma de armazenamento de cadeira de rodas pode ser encontrados entre as Tabelas 4.11 e 4.13 e seguem a mesma ordem de sub sistemas anterior. Requisito Métrica Razão Fator de Superfície em contato com o chão Reduz a probabilidade de falha segurança do deve ser maior do que 0.15m2 Piso Peso leve Pesar menos de 60lbs (~27,2kg) Cada libra extra custa dinheiro à companhia aérea Etiqueta RFID Tag está embutido nas luvas do carre- Tag deve integrar em seu equipamen- não intrusiva gador e não pode ser sentida quando to atual, a im de reduzir o atrito Tabela 15: Requisitos físicos para BASE não estiver em uso. Veriicação Há uma marca na luva do dedo O carregador precisa sabe exatamente intuitiva apropriado que é para ser usado para que dedo usar na veriicação o check-in Caixa eletrô- Espessura não pode ser maior que A etiqueta de RFID tem de ser recohe- nica ina 3,175mm cida no máximo 12,7mm de distancia Projeto Final 145 A modularida- Compartimento pode ser aberto e os A parte eletrônica precisa ser de da caixa componentes eletronicos substituídos removível, caso a carga da bateria se esgote ou um componente precisa ser substituído. Fácil locali- Deve estar destacada na cor azul zação brilhante e está localizado na parte Identiicação e acesso fácil a caixa superior da plataforma Tabela 16: Requisitos físicos para SISTEMA ELETRONICO Comparti- Peso menor de 0,22kg mento leve Manuseio Quanto menor peso menos gasto de combustível Plataforma tem um identiicador Cadeiras de rodas são muitas vezes anexado quebrado devido a manipulação de erros. Por proporcionando o manipulador com um identiicador independente da cadeira de rodas que podem usar para mover a cadeira de rodas da Jetway para o compartimento de carga, estamos reduzindo a chance de um acidente de mau uso Pega ampla Plataforma tem uma alça de 3ft de A alça mais larga permite o manipula- largura dor colocar seus braços mais distantes podendeo exercer mais força para mover a cadeira de rodas. Altura da Uma altura de 4ft 6in acima do solo pega A pega está a uma altura em que a pessoa média pode exercer a maior quantidade de força com a menor quantidade de esforço de acordo Tabela 17: Requisitos físicos para PEGA com o Centro de Saúde e Segurança Ocupacional Cadeira e mecanismo de transferência Os requisitos físicos para a cadeira de transferência podem ser encontrado entre Tabelas 4.14 e 4.17. Requisito Métrica Razão Design inclu- Design limpo e supericies lisas Projeto discreto melhora a experiência sivo Tabela 18: Requisitos físicos para APOIO FRONTAL 146 Ergonomia ME310 o projeto do usuário Adaptação a diferentes tamanhos e Ser confortável e bonito a im de formatos de corpo inciter a utilização do produto Pegas retra- Pegas devem retrair 150mm teis Possibilitar o movimento lateral do Sistema, e ajustar para o comissário empurrar a uma distancia agradável Comforto do Almofada feita com material especíi- Evitando feridas no contato com usuário co que proteja o usuário do meca- superfícies rígidas nismo Apoio frontal Ter uma trava removível Ser removivel para não incomodar o passageiro durante o voo Tabela 19: Requisitos físicos para MECANISMO LOCOMOÇÃO Tabela 20: Requisitos físicos para ALMOFADA Tabela 21: Requisitos físicos para BASE DESLIZANTE Restrições físicas Plataforma de armazenamento para cadeira de rodas • A carga de cadeira de rodas (mais de 600 kg para a cadeira de rodas mais pesadas) deve ser distribuído por uma área de superfície mínimo de 8 in2 (0.00516128m2) caso contrário o estresse experimentado pelo compartimento de carga será muito alto e pode entrar em colapso. (Todos os detalhes que explicam como chegamos a igura 8in2 são mostrados na F anexo). • Para o sistema de identiicação de RFID, a distância entre a antena e a etiqueta deve ser a menor possível. A superfície exterior de plástico que cobre a antena RFID deve ser inferior a 0,125in ( 3,180 mm). Cadeira e mecanismo de transferência • A largura do corredor (19.75 “ [501.65mm] em jatos da Embraer E175) limita o tamanho do corredor cadeira de rodas. • A nova cadeira de rodas corredor deve ser menor ou igual a cadeiras de rodas corredor atuais, que pesam cerca de 35lb (~16kg). Projeto Final 147 Pressupostos físicos Plataforma de armazenamento para cadeira de rodas • Se uma rampa é usada para a cadeira de rodas para chegar na plataforma, ela tem que ser removida para não utilizar muito espaço no compartimento de carga. Cadeira e mecanismo de transferência • Assumimos que o passageiro médio de cadeira de rodas, usando o nosso mecanismo de transferência terá um peso médio de 180lb (~80kg). • Se os passageiros com deiciência têm a oportunidade de usar a nova cadeira de transferência para ir ao banheiro, assumimos que este banheiro é acessível e deve ter barras de apoio laterais. Oportunidade físicas Plataforma de armazenamento para cadeira de rodas • A pega que permite que os manipuladores de bagagem de mover a plataforma deve ser ergonômica. Sendo coberta por um material macio para as mãos. Cadeira e mecanismo de transferência • Transferência de cadeira de rodas para a cadeira de transferência vai acontecer uma vez que o passageiro consegue se transferir sozinho ou tem um dispositivo de mobilidade. • Usuários com maior peso se sentem mais confortáveis na cadeira de transferência pois possui um apoio lateral maior. 3.8.3. Protótipos Como dito anteriormente, na mudança da experiência foram feitos dois produtos, uma plataforma de armazenamento e uma nova cadeira de transferência. Na Figura 188, estão os dois protudos fabricados e seus principais mecanismos. As Figuras 189, 190, 191, 192 e 193 simulam o sistema explicado anteriormente com os protótipo físicos que serão descritos com detalhes. 148 ME310 o projeto Pegas Tiras de Segurança Sistema Eletrînico Apoio Frontal Macanismo de Transferência Macaco Elétrico Projeto Final Figura 188: Principais mecanismos 149 Figura 189: Usuário sobre plataforma de armazenamento Figura 190: Primeira transferência Figura 191: Carregador prendendo cadeira Figura 192: Carregador transportando plataforma Figura 193: Comissário transportando passageiro 150 ME310 o projeto 3.8.4. Plataforma de armazenamento para cadeira de rodas Protótipo 23 Tal como explicado nos requisitos de projeto, a plataforma tinha que ser capaz de suportar o peso de uma cadeira de rodas eléctrica e, ao mesmo tempo ser o mais leve possível. Por esta razão, decidiu-se fazer as partes principais da plataforma de alumínio (limite de elasticidade de 240 Mpa – material leve, com uma densidade de 2,7 g/cm3 e fácil de encontrar a um preço razoável). Para o protótipo foi utilizada uma chapa de 3mm de espessura nas seguintes dimens̃es 0.914mx1.27cm (dimens̃es baseadas na mínima de área para garantir uma cadeira de rodas de acordo com Federal Motor Vehicle Safety Padrão 222). Como reforço dos cantos da base, estrutura e alça da plataforma foram utilizados peris metálicos 80/20 ( Figura 195). Figura 194: Plataforma de armazenamento Projeto Final 151 Figura 195: Peril 80/50 Figura 196: Protótipo com cadeira acoplada Ao analizar e simular os efeitos da carga de cadeira de rodas com o software ANSYS, percebeu-se a necessidade de adicionar uma moldura sob a placa de alumínio, pois como mostrado na igura 197 com uma carga de 180kg ocorre uma lexão de 5.5cm. Como solução foi adicionada uma barra em L como mostrado na igura 198. Figura 197: Análise de força sobre a base Barra em L Figura 198: Identiicação da barra em L A Figura 199 mostra as tiras que servem para manter a cadeira de rodas segura, uma vez que esta está no topo da plataforma. A opção foi por utilizar tiras já encontradas no transporte público atualmente e assim focar na segurança da cadeira na transferencia do inger para o bagageiro do avião, onde de acordo com as pesquisas ocorrem a maioria dos problemas. A alça de carregamento foi feita com peril de alumínio 80/20. Para determinar a altura ideal da alça a equipe fez algumas pesquisas sobre ergonomia e descobrimos que de acordo com o Centro de Saúde e Segurança do Trabalho a altura ideal foi de 1.12m do chão, como mostrado na Figura 201. Esta é a posição mais adequada para um adulto médio, usar seus braços para empurrar algo pesado. 152 ME310 o projeto Altura da pega Figura 199: Tiras de segurança Figura 200: Altura da pega Mecanismo de locomoção Mecanismo de locomoção da plataforma é formado por dois componentes principais: as rodas dianteiras, que são ixas na plataforma (mas nem sempre em contato com o solo) e as rodas traseiras que estão em uma altura diferente em relação à plataforma (mas estão sempre em contato com o solo). A chapa eleva sua porção frontal engatando ou desengatando das rodinhas da frente o que permite a elas tocarem ou não o chão, como se mostra nas Figuras 201 e 202. Este processo de elevação é ativado por um macaco eléctrico (controlado pelo carregador de bagagens na pega) e é ligado em cima das rodas. A parte traseira da plataforma é mostrada na Figura 203, e o processo nas Figuras 204 e 205 Figura 201: Rodas frontais desencostadas - plataforma parada espaço Figura 202: Rodas frontais encostadas plataforma se move s/ espaço Projeto Final 153 Macaco elétrico Bateria Figura 203: Macado elétrico e bateria Figura 204: Traseira abaixada Plataforma parada Figura 205: Traseira levantada Plataforma move-se Vão Caixa desistema eletrônico O sistema eletrônico consiste em uma placa Uno Arduino, juntamente com uma placa de Sparkfun RFID, um acelerômetro ADXL345, e um rádio XBee para comunicação. O software do Arduino, permite manter o controle de quem está lidando com a plataforma, veriicando as etiquetas (tags) RFID embutidas em luvas (demonstrado na Figura 206). Os LEDs no interior da caixa de luz iluminam o acrílico translúcido, notiicando os carregadores de bagagem de uma veriicação bem-sucedida. Além disso, o acelerômetro é capaz de detectar quando a cadeira de rodas é excessivamente colidida ou entra em queda livre, sendo que ambos são potenciais indicadores de mau uso. Neste caso a informação é retransmitida sem ios através das placas de rádio XBee e exibido numa interface programada, mostrado na Figura 207 e 208. 154 ME310 o projeto Figura 206: Sistema eletrônico Carregador check-in Figura 207: Interface avisando que cadeira caiu Figura 208: Interface identiicando carregador A caixa de sistema eletrônico está ligada por um regulador de comutação de 9 volts, que por sua vez é alimentado pela bateria ligada à base da plataforma. A bateria (non-spillable lead acid) também é utilizado para alimentar a tomada elétrica (que aciona o macaco elétrico), que funciona de uma alimentação de 12 volts. 3.8.5. Cadeira e Mecanismo de Transferência Protótipo 24 Atualmente os usuários sofrem com o modo que possuem para realizar transferências, sentem-se desconfortáveis e inseguros entre sua cadeira de rodas, cadeira de rodas corredor e o assento do avião (por exemplo, durante o embarque ou desembarque, ou para usar o banheiro). Redesenhar a acessibilidade de um avião é, portanto, fundamental para melhorar a experiência global para cadeirantes. Ao fazer isso, ambas as companhias aéreas e fabricantes ainda obtém redução do tempo no chão e novos mercados. Centrando-se sobre o reforço da atual cadeira de rodas corredor, desenvolvemos um produto que melhora a independência, conforto e segurança dos usuários. Além disso, há benefícios como redução do tempo e esforço despendido durante as transferências. Aspectos gerais A cadeira de transferência Embraccess é única, devido ao seu apoio frontal inovador e mecanismo deslizante que permite que os usuários um bom Projeto Final 155 Tiras de segurânça Alças de direção Apoio frontal Travas da almofada Almofada Mecanismo lateral Estrutura Apoio de pés Figura 209: Cadeira de transferência apoio, uma fácil transferência, maior facilidade nas transferências secundárias e mobilidade interna do avião (como acesso ao banheiro). As partes principais do produto são mostrados na Figura 209. Almofada A almofada usada neste produto foi especialmente projetada para usuários de cadeira de rodas proporcionando o apoio de que necessitam para se sentar durante longos períodos de tempo (voos noturnos por exemplo). Ele contém uma alta densidade de espuma, é removível, e possui um revestido com couro sintético, que proporciona fácil limpeza e atende aos requisitos de segurança de avĩes (no caso seria utilizado material certiicado especíico para aeronaves). A sugestão do grupo seria a implementação de uma almofada inlável que pode proporcionar um maior nível de alívio de pressão e ser ajustável para o usuário. Estrutura O alumínio foi escolhido como o principal material usado na estrutura da cadeira de transferência. Isto porque o alumínio proporciona precisão, sem aumentar substancialmente a massa. Peris de alumínio arredondados foram usadas para fazer a base da cadeira, enquanto que uma ina folha de alumínio aeronáutico foi usado para proporcionar uma superfície lisa para o mecanismo de transferência deslizar. 156 ME310 o projeto Rodízios A im de minimizar o peso e facilitar o movimento da cadeira de rodas, dois rodízios de 6“, bloqueáveis, de poliuretano e giratórios foram usados na parte traseira da cadeira e dois rodízios 6” ixos, foram usadas na parte dianteira. Este arranjo das rodas permite que a cadeira de rodas seja bloqueada pelo comissário de bordo e também garante mobilidade em espaços pequenos. Apoio de pés O apoio para os pés, mostrado na Figura 210 é composto por uma folha de alumínio dobrado ino ligado a dois rodízios de 2 « giratórios, que proporcionam o conforto e segurança do usuário durante a transferência através do corredor. O ângulo do apoio para os pés e a superfície aderente e áspera é a garantia que os pés do usuário não escorregar proporcionando conforto e segurança para eles. Rodízio giratório Dobras suaves Rodizio ixo Anti-derrapante Cantos redondos Figura 210: Apoio de pés Mecanismo de deslizamento O mecanismo de deslizamento, representado na Figura 211, é constituído por 8 esferas de 0.9cm de diâmetro posicionadas sob uma base de madeira que suporta tanto a almofada e o apoio frontal (através de um mecanismo de encaixe). A posição equidistante das esferas sob a base foi deinida para permitir uma transferência suave e garantir o contato das esferas em todos os momentos da transferência sendo possível um intervalo de até 7.9cm entre o mecanismo e a poltrona podendo ser superado sem problemas. Para a próxima geração desta cadeira corredor, sugere-se que a base deve ser composta de um material diferente tal como alumínio aeronáutica, ou algum polímero certiicado, para otimizar o peso do mecanismo como um todo. Projeto Final 157 desliza para os 2 lados Figura 211: Esferas transferidoras Figura 212: Deslizamento lateral Esferas de transferência Mecanismos de travas Os mecanismos de travamento foram desenvolvidos para permitir uma transferência segura e são divididos em três, sendo os dois primeiros responsáveis pelo travamento da almofada e do sistema de deslizamento e o terceiro pelo apoio frontal. O primeiro sistema mostrado na Figura 213, consiste em dois pinos, um em cada lado da base que impede que a almofada e a base de madeira deslize lateralmente. Para destravar o mecanismo, o comissário deve puxar e girar o pino localizado do lado que a transferência ocorrerá. A base de madeira possui um recorte que faz com que cada pino funcione independente, liberando a transferência apenas do lado em que se encontra. O segundo módulo (Figura 215) é constituído por dois peris de alumínio ixos, localizados na frente e por trás da base da de madeira, que garantem que ela e a almofada não se movam para a frente ou para trás. Por im, o terceiro sistema de trava é um pino removível que bloqueia o apoio frontal na base deslizante como pode ser visto na Figura 214. Para a próxima geração desta cadeira de rodas corredor, sugerimos que o mecanismo de travamento deslizante esteja ligado a um mecanismo que detecta quando ambos cadeira de rodas corredor e assento do avião estão devidamente alinhados, melhorando, assim, a transferência e o sentido do usuário de independência. 158 ME310 o projeto Figura 213: Pinos de trava da base e concavidade da madeira Figura 214: Trava do apoio frontal na base Peril de alumínio L Peril de alumínio C Figura 215: Peris que travam e servem de guia Apoio frontal O Apoio frontal, mostrado na Figura 216, foi concebido de modo a dar suporte para o usuário enquanto ele está sendo transferido lateralmente. Além disso, seu desenho permite que o usuário faça uma transferência frontal de sua cadeira de rodas para a cadeira de rodas corredor, e facilita uma transferência para trás, da cadeira para o assento do banheiro do avião. A peça em acrílico (branca) combinada com as alças (azuis), a almofada e as tiras de encosto fornecem aos utilizadores apoio e conforto, permitindo-lhes mobilidade no corredor e transferências laterais fáceis, com segurança e independência. A trava de ajuste localizado logo abaixo do logotipo Embraccess permite o ajuste da altura do apoio frontal, tornando-se acessível para tipos diferentes de usuários. A barra de alumínio, é rígida e da segurança sustentando todo o apoio. Ela por sua vez ixada na base por uma trava (anteriormente descrita) . Projeto Final 159 Tira com velcro Almofada Pegas ajustáveis Ajuste de altura Barra e trava da base Figura 216: Componentes do apoio frontal Pega para frente Ajuste de altura Figura 217: Detalhes de ajuste Alças As alças, mostradas na Figura 217, são feitas de duas peças de acrílico que pode ser ajustado para permitir que os comissários manobrem a cadeira para puxar ou empurrar estando na frente ou atrás dela. Isto é extremamente importante no espaço do avião, porque estando no corredor não se pode chegar ao outro lado da cadeira de rodas. Idealmente, as alças seriam feitas de materiais mais leves e macios. desliza para os 2 lados Empurrar ou puxar Figura 218: Detalhes das pegas 160 ME310 o projeto Empurrar ou puxar Tira de segurança opcional Uma tira de segurança, opcional e removível, foi adicionada ao projeto, mantém irmemente as pernas do usuário posicionados longe de obstáculos ao ser transferido através do corredor. Este cinto de segurança só é necessário para usuários cujas pernas se movam involuntariamente. Modiicações na aeronave O assento do avião necessita de uma adaptação, mostrado na Figura 219. Os assentos (inicialmente do corredor, mas possivelmente replicável a toda a aeronave) seriam redesenhados a im de permitir o funcionamento do sistema Embraccess. O sistema requer uma superfície plana para as esferas deslizarem e braços retráteis que não obstruem o caminho de transferência. Ainda seriam necessários um peril frontal e traseiro para evitar que a base saia do lugar. A ideia do grupo é permitir que a maioria de assentos possível possuísse esse mecanismo e levassem almofadas do mesmo tipo, quando necessário qualquer um desses assentos se torna acessível, deixando assim o espaço livre para escolha. Braço móvel Pega para frente Ajuste de altura Figura 219: Modiicações da aeronave Projeto Final 161 3.9. Apresentação e EXPE As entregas inais do projeto para Stanford se deram por três caminhos: apresentação de slides (Figuras 220,221,222), estande de exposição dos protótipos e entrega de relatório. As duas primeiras foram feitas no dia 5 de junho de 2014 e a última no dia 10 de junho de 2014. A exposição chamada de Experiência de Design Stanford ou EXPE, o grupo tinha a localização no átrio do prédio da d.school como mostrada na Figura 223. A ideia era passar a experiência completa dos protótipos e ao mesmo tempo permitir que o maior número de pessoas possível visse o trabalho. Para isso, desenvolveu-se uma simulação de metade de uma cabine de avião com uma fuselagem transparente - isto nos permitiu maximizar a experiência no espaço disponível, enquanto o usuário se sentia na cabine da aeronave os outros participantes viam o processo. A fuselagem transparente era composta de acrílicos cortados a laser (uma imagem 3D aparece na Figura 224 e o resultado físico na Figura 225). Além da cabine, foi criado uma base com carpete, um pôster e um caderno com as informaç̃es do produto, um telão com o vídeo explicando toda a experiência, os protótipos em funcionamento e um Oculus Rift que fazia uma imersão mostrando as transferência no inger e dentro do avião. Em seguida fotos gerais da EXPE e dos protótipos em teste com os usuários Figura 220: Apresentação inal no auditório Figura 221: Primeiro Slide Figura 222: Equipe ME310 respondendo perguntas 162 ME310 o projeto Embraer Mabe Audi Valeo Totto Micro soft Merck Sie mens Volvo SAP Pana sonic Figura 223: Localização do estande no prédio da d.school Figura 224: Modelo 3D da fuselagem Figura 225: Resultado físico da fuselagem Figura 226: Montagem do estande Apresentação e EXPE 163 Figura 227: Fernando Reda (EMBRAER) Figura 228: Fernando Reda (EMBRAER) Figura 229: Fernando Reda (EMBRAER) Figura 230: Oculus Rift Figura 231: Estande cheio Figura 232: Equipe de alunos e um TA Figura 233: Autora e David Kelley Figura 234: Acima: Davi Nakano, Maria Gonzales, Rodrigo Monteiro, Guilherme Kok, Eduardo Zancul, Luciana Monteiro, Anikka Mata, Leandro Yanaze, Stephanie Tomasetta, Daniel Levick. Abaixo: Aditya Rao, Clif Bargar, Amanda Mota, Luiz Durão, Maria Barrera e José Naranjo 164 ME310 o projeto Resposta sobre a experiência completa (feedback inal) Desde do início do projeto se pensou em criar uma mudança mais complexa na experiência e não necessariamente fazer um produto isolado. Essa questão e o fato dos protótipos anteriores possuírem pouco acabamento impedia um teste completo com o usuário, especialmente aquele com deiciência e mobilidade reduzida. Na EXPE houve a possibilidade de testar a experiência como um todo, através do estande, com um nível de acabamento dos protótipos bastante alto e seguro para os usuários. A maioria das pessoas tinham vontade de experimentar e houveram elogios sobre a forma como conduzimos o needinding, verdadeiramente simpatizando com o usuário, trazendo a ainidade com os problemas que sofrem. Um membro da plateia estava muito orgulhoso da nossa equipe por focar em um problema sério com usuários reais e consequências. Houve preocupaç̃es se a plataforma iria ocupar muito espaço no compartimento de carga. O que fez o grupo pensar que a solução talvez seria melhor aplicada para cadeira de rodas motorizadas que já são grandes e não desmontáveis, mas que ainda sim o grupo sup̃e que, pelos altos gastos das empresas com conserto e tempo, a solução seria viável. No entanto, um dos usuários de cadeira de rodas, que estava presente no EXPE, disse independente disso, gostaria de ver sua cadeira de rodas de forma segura e corretamente amarrada pelo carregador de bagagem na plataforma, mesmo sem os componentes eletrônicos. No geral, os usuários gostaram do uso dos eletrônicos na plataforma. O fato de projetar um sistema que incentive os manipuladores a terem mais cuidado com as cadeiras de rodas e dar aos usuários mais informaç̃es permite maior controle do que acontece. Além disso, é bom saber que a companhia sabe em tempo real o que acontece e pode resolver os problemas antes da chegada no destino. No geral o feedback das outras pessoas que testaram o sistema foi muito positivo. Ao utilizar a cadeira de transferência os usuários sentiram que era segura e estável, também consideraram o movimento da transferência lateral muito suave e útil, e icavam impressionados ao deslizar. Um usuário em especial deve ser destacado, Jose Naranjo (que participou de nossas entrevistas, vide página 77) acompanhou todo o projeto e foi a EXPE para testar o projeto inal. Além de gostar do projeto, validar os Apresentação e EXPE 165 resultados e achar que houve grandes evoluç̃es, trouxe ao grupo outras quest̃es que podem ser incorporadas numa próxima geração do projeto. Entre elas estão: • Fazer modiicaç̃es a im de melhorar a transferência frontal pois ainda há um espaço entre a cadeira de rodas do usuário e a cadeira de transferência (primeira transferência) o que a torna difícil (sem auxílio) para quem não tiver força, a ao se arrastar para trás icou com receio de tirar suas roupas do lugar. • Repensar a trava do apoio frontal que se localiza muito próxima a almofada, estando em um local de acesso difícil e muito próximo ao passageiro. O grupo gostou muito das quest̃es levantadas, e pensou em soluç̃es que resolvessem essas quest̃es, como uma extensão da cadeia que formasse uma ponte para superar o vão e travas na parte superior da barra frontal, tirando a necessidade de um contato muito próximo com o passageiro. Figura 235: José Naranjo testando e dando o feedback Figura 236: José Naranjo transferindo-se 166 ME310 o projeto Apresentação e EXPE 167 4. Relexões 4.1. Relexões Sobre o Projeto Final As soluç̃es inais foram satisfatórias para o grupo especialmente pela execução de um protótipo funcional, seguro e fácil de ser testado, mesmo para um usuário com deiciência, que era um desaio desde o começo. A busca por fazer uma solução integrada entre as duas universidades mas que pudesse permitir aos dois grupos a execução de protótipos físicos de nível de acabamento excelente, foi cumprida. O sistema funciona como um todo, pode ser mostrado de forma clara na EXPE e obteve boas reaç̃es. A plataforma possuía o sistema funcional, inclusive com os sensores de conirmação da luva, solução que garante informação ao usuário e promove o cuidado e segurança da cadeira. A cadeira de transferência obteve um resultado excelente, funcionando bem e tornando o processo de transferência lateral fácil, rápido e seguro, permitindo o próprio passageiro se deslizar sem auxílio de outra pessoa e conseguindo se mover em espaços pequenos (subentende-se capaz de levar o passageiro ao banheiro). A partir dos protótipos inais e dos testes feitos na EXPE, existem algumas quest̃es que devem ser aprimoradas nos projetos. Em relação a plataforma, deve-se criar um processo e mecanismo que possibilite o funcionário sair do inger, e levá-la até o bagageiro do avião. Os sistemas eletrônicos devem ser implantados nas empresas, criado os aplicativos para que o passageiro tenha acesso e implantado um sistema de solução de problemas rápido caso a cadeira seja daniicada. Em relação a cadeira de transferência, deve ser refeita a trava do apoio frontal a im de se localizar em um local de mais fácil acesso, deve-se criar 168 Relexões um mecanismo de alinhamento mais preciso, e discutir a viabilidade da alteração das poltronas da aeronave. Além disso, a cadeira poderia ser testada com passageiros tetraplégico a im de perceber a possibilidade de uso neste caso. Contudo, todos os materiais utilizados na execução dos protótipos devem ser regulamentados pelos órgãos responsáveis, pois existem uma série de regras para a regulamentação de materiais para aeronaves, como resistência a pressão, lutuabilidade e inlamabilidade. 4.2. Contribuições de uma experiência em Design Thinking para uma Designer da FAU-USP A partir da comparação das metodologias de design utilisadas no Brasil, e a análise do surgimento de um design metodológico especialmente descrito por Nigel Cross (2007), pode-se dizer que desde seu início o design cresceu como estudo, ciência, método, metodologia e disciplina. O surgimento do termo design thinking se dá num momento de reemergência da discussão de projeto-método especialmente feito por proissionais de outras áreas que começam a estudar o modo de fazer do design. Ele não pode ser considerado um método sem antecedentes, pois se utiliza de métodos, etapas e conhecimentos clássicos do design. Por outro lado, ele foi muito responsável pela atual disseminação da cultura de design em outras áreas de conhecimento (muitas dessas áreas, consagradas e conservadoras). Além disso, vem trazendo alguns pressu- Contribuições de uma experiência em Design Thinking para uma Designer da FAU-USP 169 postos claros como o foco para inovação a partir da resolução de problemas complexos (wicked problems), o trabalho em grupos multidisciplinares (diferentes áreas e proissionais voltados a trabalhar com design), a noção cíclica (grandes fases cíclicas com feedback de usuário e reformulaç̃es), e técnicas novas, como a valorização da utilização massiva de protótipos físicos em etapas iniciais, espaço para elaboração avançada de ideias inviáveis, criação de personas, utilização de protótipo para empatia do problema, entre outros. A partir da experiência vivida por uma estudante de design, em um projeto que utiliza a metodologia de design thinking (que está inserido no contexto de Stanford, de onde vem vários autores do tema) é possível levantar as utilidades dessa metodologia e as possibilidades de aplicação em um curso de design. Como dito anteriormente, a pesquisa teórica mostrou que o design thinking se utiliza de etapas e técnicas amplamente conhecidas do design, mas que possui algumas contribuiç̃es novas para a proissão e metodologia de projeto. São essas contribuiç̃es que serão levantadas a seguir, baseadas principalmente na experiência vivida na ME310 Design Innovation (ressaltando que essa matéria tem como pressuposto a inovação em projeto de produto). Começando pelas etapas de projeto, a divisão - Empatia, Deinição, Ideação, Prototipação e Teste – são amplamente conhecidas. O diferencial, vivido na experiência, foi a repetição desse ciclo mais de uma vez dentro da disciplina e, a cada vez, com um diferente foco. Essa repetição tornou o projeto realmente mais cíclico do que normalmente acontece em uma matéria de projeto de produto (partindo da experiência da autora em sua graduação). Em cada diferente ciclo houve uma variação de foco, sendo cada ciclo voltado para os temas: pesquisa (Benchmark e Needinding), função crítica (CFP), ideia inviável (Dark Horse), utilização do que já existe (Funktional), função (Functional) e projeto inal. Essa variedade de focos para protótipo fez haver uma grande variedade de Brainstorms relacionados a cada tema (o que tornou a quantidade de ideias maior), e possibilitou ciclos de novas pesquisas baseadas nos aprendizados anteriores. A variedade de focos também promoveu a quebra com o senso comum e o desapego a determinada solução, (visto que a cada novo ciclo deveria pensar em novas soluç̃es) mas ao mesmo tempo permitiu que ao chegar na fase inal, houvesse uma variedade de experiências e soluç̃es a serem possivelmente incorporadas. 170 Relexões A possibilidade de ter feedbacks do usuário com maior frequência foi um diferencial para a autora, pois em outras disciplinas que cursou tinha um contato maior com o usuário inicialmente, mas que depois se perdia até as etapas inais, não havendo uma validação da solução. Essas respostas se tornavam parte dos relatórios em forma de aprendizados e acabavam sendo possivelmente pensados para as outras próximas etapas. Pequenas simulaç̃es e protótipos na fase de pesquisa foram feitas para aproximar o grupo dos problemas do usuário e o colocar no seu ponto de vista. Esse passo foi feito algumas poucas vezes pela autora em sua graduação, mas é um ponto interessante para o aumento da utilização dessa técnica. A exigência no nível dos protótipos era bastante alta, a maioria dos protótipos deveriam ser possíveis de testar o que acabava reletindo em um protótipo em escala real e que suportasse (se necessário) por exemplo, uma pessoa sentada. Essa questão tornou a execução dos protótipos uma novidade para autora, pela diiculdade de se produzir um protótipo do projeto pensado, de forma funcional, em escala real e boa aparência (levando em conta que o projeto possuiu inanciamento, na ausência dele, essa exigência pode ser modiicada fazendo que ao menos os alunos tenham algum projeto que exija um protótipo funcional e ou escala real). As salas e ambientes do ME310 loft e d.school proporcionam trabalhos manuais, discuss̃es em grupo, possuem as máquinas mais básicas para testes rápidos e uma cozinha a disposição com acesso 24horas. As oicinas mais pesadas (chamadas PRLab - product realization lab) eram monitoradas por outros alunos, normalmente de mestrado ou doutorado, que auxiliam e ao mesmo tempo deixam os alunos mexerem em todas as máquinas. Além disso, não são divididas por unidade e incentivam os trabalhos pessoais e de empreendedorismo, desde que sejam comprados os materiais. O contato próximo da Empresa (EMBRAER) proporcionou uma facilidade de entender seu ponto de vista, o funcionamento da empresa e produção do avião (além de possuir pessoas ligadas a pesquisa na aviação). Esse aspecto foi percebido pela autora, em sua experiência de intercâmbio na Universidade de Aveiro (Portugal). Nas duas experiências percebeu-se que a proximidade com a produção e os proissionais que lidam com a realidade do projeto diariamente auxilia na execução de projetos mais reais ou mais úteis, que podem ser feitos passeando-se no modo real de fabricação (além de incentivar o aluno, criando contatos proissionais). Essa questão pode ser aplicada não apenas com empresas, mas dependendo do tema do projeto, com órgãos públicos, pesquisadores e organizaç̃es não governamentais. Contribuições de uma experiência em Design Thinking para uma Designer da FAU-USP 171 Como último ponto, temos a experiência multidisciplinar. Acostumada a trabalhar com designers através de seu curso, a experiência com diferentes formaç̃es em projeto de produto foi nova para a autora. O grupo era formado de engenheiros de produção, de computação, de mecânica e aeronáutica, sendo a autora a única designer. Nesse aspecto a interação foi importante para ver os diferentes pontos de vista, especialmente os técnicos como nas execuç̃es de testes com softwares, partes eletrônicas, necessidade de calcular pesos e outros. As características de organização de projeto e etapas de design (ideação e prototipação por exemplo) a autora era a mais familiarizada, o que mostrou-se um aprendizado mútuo. Essa experiência multidisciplinar poderia ser replicada de alguma forma teste, para fazer com que o aluno, interessado com projeto de produto pudesse ter maior contato com outros modos de pensar e outras formaç̃es e modos de projeto, saindo do seu ambiente confortável. O mais importante numa experiência como esta é o relexo dos aprendizados. Além do presente trabalho e das futuras aplicaç̃es que podem ser implantadas com as informaç̃es aqui encontradas, o projeto já gerou contribuiç̃es para a Universidade de São Paulo e comunidade: a criação de uma disciplina multidisciplinar (0303410 Desenvolvimento Integrado de Produto, ministrada pelos professores Eduardo Zancul [Engenharia de Prosução] e Roseli de Deus [Engenharia Elétrica]) que pretende aplicar os métodos ensinados na ME310 design innovation; e o convite feito por um dos nossos entrevistados, Cid Torquato (Coordenador do Departamento Municipal das Pessoas com Deiciência e Mobilidade Reduzida de São Paulo, entrevistado página 78) para a participação de um estande na Feira + Fórum Reabilitação. 172 Relexões Contribuições de uma experiência em Design Thinking para uma Designer da FAU-USP 173 Referências ANAC. Disp̃e sobre os procedimentos relativos à acessibilidade de passageiros com necessidade de assistência especial ao transporte aéreo e dá outras providências. Resolução Nº 280, de 11 de julho de 2013. Lex: ANAC. Biblioteca digital. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/biblioteca/ resolucao2013.asp>. Acesso em: 15 novembro 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a ediicaç̃es, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2004. 105 p. BROWN, T. Design Thinking. Harvard Business Review, 2008. 11 p. BUCHANAN, R.Wicked Problems in Design Thinking. Design Issues, vol. 8, 1992. Pg. 5-21. CARLETON, T.; COCKAYNE, W.; TAHVANAINEN, A. Playbook for Strategic Foresight and Innovation. 2013. Disponível em: <http://innovation.io/playbook/>. Acesso em 1 novembro 2013. CARLETON, T.; LEIFER, L. Stanford’s ME310 Course as an Evolution of Engineering Design. In: 19th CIRP Design Conference. Competitive Design. Cranield University, 2009, p. 547. Disponível em: <https://dspace.lib.cranield.ac.uk/bitstream/1826/3648/3/Stanfords_ME310_Course_as_an_Evolution_of_Engineering_Design-2009.pdf>. 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Disp̃e sobre a regulamentação do exercício proissional de Designer, e dá providênciasLex: Câmara dos deputados de São Paulo. Projetos de Leis e Outras Proposiç̃es. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/icha detramitacao?idProposicao=502823>. Acesso em: 15 novembro 2013. CURY, R.; MEDEIROS, L.; SEIBEL, M. Novidades antigas: O que é inédito no design thinking? Revista Ciano, v.3 n.1, 2013, p. 100-111. DESIGN MUSEUM. Dieter Rams. Selector for 25/25 - Celebrating 25 Years of Design. Disponível em: <http://designmuseum.org/design/dieter-rams>. Acesso em 12 novembro 2013.The Green Imperative: Natural Design for the Real World. IDEO. Human Centered Design – Kit de Ferramentas. 2ªEdição. 2011 176 PAPANEK,V.Design for the real world: human ecology and social change. New York: Van Nostrand Reinhold, 1984. 394p. D.SCHOOL. Experiment mixtape. 2008. Disponível em: <http://dschool. stanford.edu/wp-content/uploads/2011/03/METHODCARDS2010v6.pdf>. Acesso em 5 novembro 2013. KRESS, G. 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Elas fazem a especiicação de requisitos de concepção, construção, desempenho e durabilidade para veículos a motor e componentes de segurança regulamentados, sistemas e recursos de design, no território americano. MATLAB: MATrix LABoratory, trata-se de um software interativo de alta performance voltado para o cálculo numérico. GUI: Graphical User Interface, é um tipo de interface que cria a interação com dispositivos digitais através de elementos gráicos. ANAC: Agência Nacional de Aviação Civil, órgão regulamentador da aviação civil brasileira. FAA: Federal Aviation Administration, órgão regulamentador que certiica a Líder quanto à adequação dos serviços das oicinas de Manutenção aos padr̃es americanos. PODIO: é uma plataforma de compartilhamento e gestão de projetos. ICSID: Council of Societies of Industrial Design, é o Conselho Internacional das sociedades de Design Industrial, uma organização sem ins lucrativos que protege e promove os interesses da proissão de design industrial. 178 CONFERENCE ON DESIGN METHODS: Conferência de métodos de Design, realizada em Londres no ano de 1962. HFG-ULM: Escola de Ulm, foi uma escola de design na cidade de Ulm, Alemanha fundada em 1953 para promover os princípios do Bauhaus. BAUHAUS: escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda na Alemanha CEO: Chief Executive Oicer, é o Diretor Executivo, pessoa com maior autoridade na hierarquia operacional de uma organização. IDEO: é uma consultoria internacional de design fundada em Palo Alto, Califórnia, em 1991. MIT: Massachusetts Institute of Technology, é o Instituto de Tecnologia de Massachusetts é um centro universitário de educação e pesquisa privado localizado em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unido RTI: Rede Integrada de Transporte, é um sistema de ônibus integrados da cidade de Curitiba, Paraná, Brasil. LIBRAS: A língua brasileira de sinais. HUMAN FACTOR ENGINEERING: ciência que trata a aplicação das informaç̃es sobre as características físicas e psicológicas para o design de dispositivos e sistemas para uso humano. NFB: National Federation of the Blind, é a Federação Nacional dos cegos, fundada em 1940 nos Estados Unidos. HLAA: Hearing Loss Association of America, é a Associação Americana de Perda de Audição. 179 Lista de Figuras Figura 01: Wicked Problems - ponto de partida Fonte: Autora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27 Figura 02: Princípios do design thinking Fonte: Adaptado pela autora a partir de d.school (2008) . . . . . . . . . . . . . . . .33 Figura 03: Esquema do método de design thinking segundo Brown (2008) Fonte: Adaptado pela autora a partir de Brown (2008) . . . . . . . . . . . . . . . . . .35 Figura 04: Esquema do método de design thinking pela d.school (2008) Fonte: Adaptado pela autora a partir de d.school (2008) . . . . . . . . . . . . . . . .36 Figura 05: Esquema do método de design thinking por Vianna et al. (2012) Fonte: Adaptado pela autora a partir de Vianna et al. (2011) . . . . . . . . . . . .37 Figura 06: Esquema do método de design thinking pela IDEO (2012) Fonte: Adaptado pela autora a partir de IDEO (2012) . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 Figura 07: Esquema do método de design thinking T. Carleton W. Cockayne A.Tahvanainen (2013) Fonte: Adaptado pela autora a partir de Carleton W. Cockayne A.Tahvanainen (2013) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39 Figura 9: ME310 design loft Fonte: autora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .44 Figura 10: sala da d.school Fonte: autora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45 Figura 11: Combinaç̃es que formam a matéria. Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 Figura 12: Etapas de design thinking da d.school em formato cíclico para ME310 Fonte: Baseado a partir de d.school (2008) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 Figura 13: Metodologia ME310 aplicada no cronograma . . . . . . . . . . . . . . .49 Fonte: Baseado a partir de d.school (2008) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 14: Maria Barrera Engenharia Mecânica Universidade de Stanford Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50 Figura 15: Laura Hoinville Engenharia aeronáutica Universidade de Stanford Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50 Figura 16: Clif Bargar Engenharia Mecânica Universidade de Stanford Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50 Figura 17: Amanda MotaDesign -FAU - USP 180 Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50 Figura 18: Luiz Durão Engenharia de Produção - Poli -USP Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50 Figura 19: Guilherme Kok Engenharia de Produção Poli -USP Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50 Figura 20: Rodigo Monteiro Engenharia de Computação - Poli -USP Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50 Figura 21: Erika Finley Engenharia Mecânica Universidade de Stanford Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 Figura 22: Robert Karol Engenharia Mecânica Universidade de Stanford Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 Figura 23: Riley Shear Engenharia Mecânica Universidade de Stanford Fonte: Carleton e Leifer (2009) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 Figura 24: Leandro Yanaze arquiteto, mestre em comunicação, aluno de doutorado na USP e professor na Universidade Metodista Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 Figura 25: Maria Alice Gonzales arquiteta e aluna de mestrado da USP Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 Figura 26: Shelly Goldber Ex-aluna da ME310 Senior Manager no grupo de design de produto na MAC Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 Figura 27: Annika Matta Aluna de mestrado em Stanford e ex-aluna ME310 Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51 Figura 28: Mark Cutkosky Stanford ME310 teacher Fonte: http://www.stanford.edu/group/me310/me310_2013/people.html ?pid=1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52 Figura 29: Larry Leifer Stanford ME310 teacher Fonte: http://www.stanford.edu/group/me310/me310_2013/people.html ?pid=1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52 Figura 30: Roseli Lopes Engenharia Elétrica USP Fonte: Arquivo Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52 Figura 31: Davi Nakano Engenharia de Produção USP Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52 181 Figura 32: André Fleury Engenharia de Produção USP Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52 Figura 33: Eduardo Zancul Engenharia de Produção USP Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52 Figura 34: Imagem da plataforma de projeto PODIO Fonte: https://podio.com/ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53 Figura 35: Esquema com todas as universidades participantes da ME310 Fonte: Baseado a partir de d.school (2008) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55 Figura 36: Primeira sessão de brainstorm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57 Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 37: Segunda sessão de brainstorm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57 Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 38: Levantamento das etapas de voo Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57 Figura 39: Rampa de ônibus auxilia na entrada de cadeirantes Fonte: http://i00.i.aliimg.com/img/pb/548/389/223/1250563424755_hz_ myalibaba_web4_14841.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58 Figura 40: Modelo de cadeira de corredor para avião Fonte: http://www.mynewnormals.com/wp-content/uploads/2013/09/80 00-8010-big.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59 Figura 41: Momento da transferência para a cadeira Fonte: http://www.beckettcorp.co.uk/index_iles/vehiclesforhireandsale.h tm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59 Figura 42: Embarque de passageiro cadeirante Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/-6KVDmYpf-uU/UfLL8sA6ifI/AA AAAAAACeU/ImoDDm2rwkk/s1024/2013%25252015%25253A57.jpg . .59 Figura 43: Mecanismo de elevação de cadeira de rodas Fonte: http://www.leetauthority.com/#!commercial-vehicles/c1erbpb/54 8/389/223/1250563424755_hz_myalibaba_web4_14841.jpg . . . . . . . . . . .60 Figura 44: Mecanismo de elevação de cadeira de rodas Fonte: http://www.beckettcorp.co.uk/index_iles/vehiclesforhireandsale. htmpb/548/389/223/1250563424755_hz_myalibaba_web4_14841.jpg .60 Figura 45: Elevador para cadeira de rodas Fonte: http://www.trucknamerica.com/mobility_vehicle_lifts.htm8010-bi g.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61 Figura 46: Sistema R.I.T. de transporte coletivo de Curitiba Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1e/Cur itiba_10_2006_05_RIT.jpg/800px-Curitiba_10_2006_05_RIT.jpg . . . . . . . .61 Figura 47: Espaço de ônibus adaptado Fonte: http://www.lickr.com/photos/viriyincy/4544935532/ . . . . . . . . . . .61 Figura 48: Travamento de cadeira de rodas no sentido do corredor Fonte: http://vanconinc.com/wp-content/uploads/2009/12/sure-lok-FE-50 0.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62 Figura 49: Travamento com uso de guias na horizontal 182 Fonte: http://vanconinc.com/commercial-use/modiications-and-accessories /bpb/548/389/223/1250563424755_hz_myalibaba_web4_14841.jpg . . . . .62 Figura 50: Ângulos de segurança apara prender uma cadeira Fonte: http://www.travelsafer.org/images/FigureB.gifbpb/548/389/223/12 50563424755_hz_myalibaba_web4_14841.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62 Figura 51: Vista superior da cadeira presa Fonte: http://www.travelsafer.org/images/FigureD.gif bpb/548/389/223/ 1250563424755_hz_myalibaba_web4_14841.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62 Figura 52: Homem fazendo compras com facilidade Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-aI63SNsMMSU/T3XE9WmIp9I/AAAAAAAAB1Q/d1XGj7JFAaw/s640/Tek-RMD-supermarket.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . .63 Figura 53: Demonstração da posição sentada Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-tHSN--molxE/T3XFMYpU8CI/AAAAAAA AB1Y/3D87IPCLrac/s1600/tk.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63 Figura 54: Exemplo de almofada especíica para cadeirantes Fonte: http://www.sunrisemedical.com/CMSPages/GetFile.aspx?guid=8d 6c15ca-2217-48db-94ab-2e21c3642770 b/548/389/223/1250563424755_ hz_myalibaba_web4_14841.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .64 Figura 55: Almofada e encosto para viagens Fonte: http://www.backcountry.com/images/items/large/TRV/TRV0022/B L.jpgbpb/548/389/223/1250563424755_hz_myalibaba_web4_14841.jpg . 64 Figura 56: TravelChair cadeira de viagem para crianças com deiciência Fonte: http://meru.org.uk/wp-content/uploads/2012/01/Parent-features-diagram_171212_72dpi1.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .65 Figura 57: Bandeja acoplada em cadeira de rodas elétrica Fonte: https://www.aleh.org/includes/DisplayJPG.asp?width=600&TBL=t blNeedsPictures&CAP=&FID=PictureID&ID=111 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .65 Figura 58: Esquema de como funcionaria a integração de assentos Fonte: https://patentimages.storage.googleapis.com/US8152101B2/US08 152101-20120410-D00007.png . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 Figura 59: Desenho da patente cadeira de rodas móvel Fonte: http://worldwide.espacenet.com/espacenetImage.jpg?lavour=irs tPageClipping&locale=en_EP&FT=D&date=20070531&CC=WO&NR=2007 060488A2&KC=A2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67 Figura 60: Desenho da patente de cadeira de embarque Fonte: http://worldwide.espacenet.com/espacenetImage.jpg?lavour=irs tPageClipping&locale=en_EP&FT=D&date=19920319&CC=WO&NR=9204 002A1&KC=A1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67 Figura 61: Desenho da patente de assento inlável Fonte: https://patentimages.storage.googleapis.com/US8528983B2/US08 528983-20130910-D00000.png . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68 Figura 62: Forma de uso na poltrona do avião Fonte: https://patentimages.storage.googleapis.com/US8528983B2/US08 528983-20130910-D00002.png . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68 183 Figura 63: Cadeira de rodas acoplada ao assento Fonte: http://s3iles.core77.com/blog/images/2012/08/Priestmangoode_ AirAcess1.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69 Figura 64: Cadeira de rodas apenas com os apoios de pés salientes Fonte: http://s3iles.core77.com/blog/images/2012/08/Priestmangoode_ AirAcess2.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69 Figura 65: Cadeira de rodas iniciando o acoplamento Fonte: http://s3iles.core77.com/blog/images/2012/08/Priestmangoode_ AirAcess3.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69 Figura 66: Funcionamento do movimento para frente Fonte: http://www.yankodesign.com/images/design_news/2012/01/23/ skycare4.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69 Figura 67: Funcionamento do movimento para trás Fonte: http://www.yankodesign.com/images/design_news/2012/01/23/ skycare4.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70 Figura 68: Demonstração de como guardar Fonte: http://www.yankodesign.com/images/design_news/2012/01/23/ skycare3.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70 Figura 69: Imagem da cadeira em perspectiva Fonte: http://www.yankodesign.com/images/design_news/2012/01/23/ skycare.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70 Figura 70: MAMUTH acoplado ao avião Fonte: http://www.ortobras.com.br/aeroportos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70 Figura 71: Acessibilidade interna elevador e escadas Fonte: http://www.ortobras.com.br/aeroportos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .71 Figura 72: MAMUTH simula a função do inger Fonte: http://www.ortobras.com.br/aeroportos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .71 Figura 73: esquema de funcionamento Fonte: http://pricetravelmx.iles.wordpress.com/2010/11/skycouch21.jpg71 Figura 75: Aplicativo HandTalk em funcionamento Fonte: http://www.handtalk.me/assets/institucional/hand-0d488e72732 7669741da308006dd4479.png . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72 Figura 76: Pulseiras do dispositivo de tradução Fonte: http://www.dvice.com/sites/dvice/iles/styles/blog_post_media/pu blic/sign-language-ring-red-dot.jpg?itok=sl3bNsQ2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72 Figura 77: Esquema de funcionamento Fonte: http://a.abcnews.com/images/Health/ht_sign_language_ring_wy_ 131121_16x9_992.jpg. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72 Figura 78: Brainstorm USP Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .84 Figura 79: Protótipo rápido Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86 Figura 80: Protótipo papel simples Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86 184 Figura 81: Assentos normais Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87 Figura 82: Funcionamento do sistema Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87 Figura 83: Assentos afastados Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87 Figura 84: Assentos normais Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87 Figura 85: Aplicativo Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .89 Figura 86: Indicação de locais Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .89 Figura 87: Informaç̃es de voo Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .89 Figura 88: Brainstorm Stanford Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90 Figura 89: Cadeira giratória Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92 Figura 90: Detalhe do rolamento de plástico Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92 Figura 91: Passeio com o protótipo pelo campus Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93 Figura 92: WC móvel Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 Figura 93: Assento giratório WC Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 Figura 94: Embarque modular Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 Figura 95: Cadeira universal Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 Figura 96: WC integrado Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 Figura 97: Embalagem de cadeiras Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 Figura 98: WC Boeing 787 Fonte: http://economia.ig.com.br/empresas/2013-05-14/boeing-retoma-entregas-de-787-dreamliners.html. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97 Figura 99: Banheiro acessível Fonte: http://www.carroexclusivo.com.br/brd/wp-content/uploads/2009/ 12/sanitario-deicientes.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97 Figura 100: Exemplos de como o cadeirante se transfere Fonte: ABNT 9050 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97 Figura 101: Esquema de expansão de banheiro Fonte: http://www.google.nl/patents/US6079669 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .98 185 Figura 102: Esquema de porta acessível Fonte: https://www.google.com/patents/US20120261509 . . . . . . . . . . . . .98 Figura 103: Porta pivotante Fonte: http://msalx.casa.abril.com.br/2011/10/16/2135/aec293-102-porta 01.jpeg?1380279247 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99 Figura 104: Movimento de pistão Fonte: http://www.camotruck.net/rollins/piston/piston-igure1.png . . . .99 Figura 105: Mecanismos de relógio Fonte: http://i701.photobucket.com/albums/ww12/giovannibernelli/dato 1.jpg. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99 Figura 106: Cadeira Ágile pés removíveis Fonte: http://lw135170300650915677.hospedagemdesites.ws/images/sto ries/virtuemart/product/agile_low[1].jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 Figura 107: Cadeira Skypés ixos Fonte: http://lw135170300650915677.hospedagemdesites.ws/images/sto ries/virtuemart/product/sky_low[1].jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 Figura 108: Webble por Inahabitat, NY Fonte: http://lw135170300650915677.hospedagemdesites.ws/images/sto ries/virtuemart/product/sky_low[1].jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 Figuras 108, 109: Assento é abaixado Fonte: Acervo Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Figuras 110,111: A pessoa passa para o assento e a porta é aberta Fonte: Acervo Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Figuras112, 113: A pessoa gira-se para dentro e fecha a porta Fonte: Acervo Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Figura 114: Passo a passo do processo de ida ao WC da aeronave Fonte: Acervo Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Figura 115: Visão do protótipo fechado Fonte: Acervo Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 Figura 116: Voluntário alto experimentando assento Fonte: Acervo Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 Figura 117: Voluntária com menor estatura girando Fonte: Acervo Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 Figura 118: Brainstorm Stanford Fonte: Acervo Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Figura 119: Pessoa trabalha em hotel japonês Fonte: http://montaraventures.com/blog/2008/06/08/pod-hotel/ . . . . 105 Figura 120: Flex Seat por Jacob Innovations Fonte: http://www.gizmag.com/future-of-air-travel-comfortable-seating/17751/ 105 Figura 121: Pod airplane seats por Contour Aerospace Limited Fonte: http://www.businessinsider.com/contour-aerospace-factory-desig n-unveiled-new-lairs-for-airplane-seats-2012-6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 Figura 122: Assentos verticais por Ryanair Fonte: http://www.dailymail.co.uk/news/article-1215081/Packed-like-sar- 186 dines-New-aircraft-design-plans-seat-passengers-face-face.html . . . . . 105 Figura 123: Assentos face a face Fonte: http://www.dailymail.co.uk/news/article-1215081/Packed-like-sardines-New-aircraft-design-plans-seat-passengers-face-face.html . . . . . 105 Figura 124: Espaço de bagagens Fonte: http://www.gizmag.com/future-of-air-travel-comfortable-seating/ 17751 / . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 Figura 125: Alcance sentado e de pé Fonte: https://law.resource.org/pub/nz/ibr/nzs.4121.2001.svg.html . . . 106 Figura 126: Assentos com camas e espaço frontal de bagagem Fonte: http://www.upgradetravelbetter.com/wp-content/uploads/2009/0 6/business-lex.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 Figura 127: Sara Stedy aparelho de auxílio a locomoção Fonte: http://www.arjohuntleigh.com/Global/Scaled/737x2000x2/Global-Products-Patient%20Transfer%20Solutions-Standing%20and%20Raising%20Aids-Sara%20Stedy-ArjoHuntleigh-Products-Patient-Transfer-Solutions-Standing-and-Raising-Aids-Sara-Stedy.png. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 Figura 128: Dispositivo de locomoção por suspenção Fonte: http://www.handimove.de/assets/photo/product/_resampled/SetRatioSize960960-wall-lift_handimove_112010_101214.jpg . . . . . . . . . . 107 Figura 129: Área do sono Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Figura 130: Área familiar Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Figura 133: Carrossel de embarque Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Figura 131: Área de ginástica Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Figura 132: Área café Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Figura 134: Transferência do aeroporto para a poltrona Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Figura 135: Assento “pente” para transferência Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Figura 136: Sistema carrossel transmitir os assentos da entrada do avião para o assento Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Figura 138: Caixa presa a cordas e roldanas simulando bagageiro Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Figura 137: Passos da mudança de layout no momento do embarque Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Figura 139: Exemplo de guia linear Fonte: http://i01.i.aliimg.com/photo/v20/531538083/Precision_Linear_Gu ide.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 187 Figura 140: Mesa de roletes Fonte: http://img.logismarket.ind.br/ip/esa-brasil-mesa-de-roletes-mesa-de-roletes-1012810-FGR.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 Figura 141: Esferas de transferência Fonte: http://www.kaufmann.com.br/galerias/20/31/e243431b43.jpg 116 Figura 142: Esferas de transferência Fonte: http://www.kaufmann.com.br/galerias/20/31/e243431b43.jpg 117 Figura 143: Esferas de transferência Fonte: http://www.kaufmann.com.br/galerias/20/31/e243431b43.jpg 117 Figura 144: Roletes com diiculdades de girar Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Figura 145: Adição de rolamentos Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Figura 146: Estrutura com roletes pronta Fonte: http://www.kaufmann.com.br/galerias/20/31/e243431b43.jpg 118 Figura 147: Teste da transferência Fonte: http://www.kaufmann.com.br/galerias/20/31/e243431b43.jpg 118 Figura 148: Acionamentos no braço Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 Figura 149: Acionamentos no braço Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 Figura 150: Controle dentro do braço Fonte: http://passageirodeprimeira.com/wp-content/uploads/2013/04/im g_9477.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 Figura 151: Controle remoto Fonte: http://c1521972.r72.cf0.rackcdn.com/img/news/NL_BMW_E90E91 _SplitArmrest20120426152320_large.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 Figura 152: Tela sensível ao toque Fonte: http://jfbelisle.com/wp-content/uploads/2009/06/klm_screen.jpg 120 Figura 153: Apoio de braço duplo Fonte: http://im.tech2.in.com/gallery/2013/08/Economy-Class-2-1024x683.jpg 120 Figura 154: Poltrona com braços retráteis Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-yJGEpQo7Kac/U0njPiWIamI/AAAAAAAABFc/izlbipy7s6c/s1600/Ghe-massage-foot.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 Figura 155: Braço móvel Fonte: https://www.dentalaegis.com/media/6799/. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 Figura 156: Braço futurístico Fonte: http://previewcf.turbosquid.com/Preview/2011/05/03__16_55_25/ side.jpg24978033-1799-48b6-b991-31b39bef2a4dLarge.jpg . . . . . . . . . 121 Figura 157: Braço envolvente Fonte: http://www.osakimassagechair.com/massage-chair/osaki-os-7075r/ 121 Figura 158: Elevador WC Fonte: http://www.mountway.co.uk/content.php?nID=11 . . . . . . . . . . . . 122 Figura 159: Sistema de comunicação entre a interface, os comandos e os ras aç̃es 188 Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 Figura 160: Protótipo de braço com botão da comissária Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 Figura 161: Interface criada Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 Figura 162: Uso do trackball Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 Figura 163: Protótipo de apoio de braço Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Figura 164: Esther mostra como se sente na experiência de voo Fonte: Twitter @appleyyardFox . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 Figura 165: David cita o alto número de cadeiras daniicadas Fonte: Twitter @WTBDavidG. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 Figura 166: Josie compartilhando sua triste experiência Fonte: Twitter @josieverg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Figura 167: Trava de portas Fonte: http://www.lockers.com.br/wp-content/gallery/travas-de-alta-seguranca/trava_panzer_modelo_02.jpg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Figura 168: Bloqueio multiuso Fonte: http://isuba.s8.com.br/produtos/01/00/item/110988/2/110988216SZ.jpg128 Figura 169: Patente de trava Fonte: http://www.freepatentsonline.com/7159942.html . . . . . . . . . . . . 129 Figura 170 e 171: Brainstorm Fonte: Arquivo pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 Figura 172: Sistema de funcionamento trava do braço Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 Figura 177: Sistema de trava Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Figura 173: Execução do apoio de braço Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Figura 174: Modelo 3D da trava Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Figura 175: Sistema de trava destravado Braço levantado Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Figura 176: Sistema de trava travado Braço abaixado Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Figura 179: Primeiro protótipo para armazenamento Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 Figura 178: Container cadeira de rodas Fonte: US 20090314673 A1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 Figura 180: Render de armazenamento com travas de segurança Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 Figura 181: Funcionamento do sistema de rastreamento Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 189 Figura 182: Exemplo do recebimento das notiicaç̃ es Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 183: Possível solução de informação de passos Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 184: Possível solução de bal̃es inláveis Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 185: Visão geral sistema EMBRACCESS Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 186: Sub sistemas da Plataforma Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 187: Sub sistemas da Cadeira de transferência Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 188: Principais mecanismos Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 189: Usuário sobre plataforma de armazenamento Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 190: Primeira transferência Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 191: Carregador prendendo cadeira Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 192: Carregador transportando plataforma Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 193: Comissário transportando passageiro Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 194: Plataforma de armazenamento Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 195: Peril 80/50 Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 196: Protótipo com cadeira acoplada Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 197: Análise de força sobre a base Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 198: Identiicação da barra em L Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 199: Tiras de segurança Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 200: Altura da pega Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 201: Rodas frontais desencostadas - plataforma parada Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 202: Rodas frontais encostadas plataforma se move Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 203: Macado elétrico e bateria Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190 135 135 135 137 139 141 149 150 150 150 150 150 151 152 152 152 152 153 153 153 153 154 Figura 204: Traseira abaixada Plataforma parada Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 205: Traseira levantada Plataforma move-se Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 206: Sistema eletrônico Carregador check-in Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 207: Interface avisando que cadeira caiu Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 208: Interface identiicando carregador Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 209: Cadeira de transferência Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 210: Apoio de pés Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 211: Esferas transferidoras Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 212: Deslizamento lateral Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 213: Pinos de trava da base e concavidade da madeira Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 214: Trava do apoio frontal na base Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 215: Peris que travam e servem de guia Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 216: Componentes do apoio frontal Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 217: Detalhes de ajuste Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 218: Detalhes das pegas Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 219: Modiicaç̃es da aeronave Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 220: Apresentação inal no auditório Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 221: Primeiro Slide Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 222: Equipe ME310 respondendo perguntas Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 223: Localização do estande no prédio da d.school Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 224: Modelo 3D da fuselagem Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Figura 225: Resultado físico da fuselagem Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154 154 155 155 155 156 157 158 158 159 159 159 160 160 160 161 162 162 163 163 163 163 191 Figura 226: Montagem do estande Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 Figura 227: Fernando Reda (EMBRAER) Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Figura 228: Fernando Reda (EMBRAER) Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Figura 229: Fernando Reda (EMBRAER) Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Figura 230: Oculus Rift Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Figura 231: Estande cheio Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Figura 232: Equipe de alunos e um TA Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Figura 233: Autora e David Kelley Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Figura 234: Acima: Davi Nakano, Maria Gonzales, Rodrigo Monteiro, Guilherme Kok, Eduardo Zancul, Luciana Monteiro, Anikka Mata, Leandro Yanaze, Stephanie Tomasetta, Daniel Levick. Abaixo: Aditya Rao, Clif Bargar, Amanda Mota, Luiz Durão, Maria Barrera e José Naranjo Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Figura 235: José Naranjo testando e dando o feedback Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 Figura 236: José Naranjo transferindo-se Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 192 193 Lista de Tabelas Tabela 1: Metodologias de Design Industrial Fonte: Adaptado pela autora a partir COUTINHO; FREITAS e WAECHTER, 2013, p. 05 e 06 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 Tabela 02: Metodologias de Design Industrial divididas sobre os quatroetapas de Lobach Fonte: Autora a partir COUTINHO; FREITAS e WAECHTER, 2013, p. 05 e 06. . .22 Tabela 03 Esquema da sobreposição dos métodos de design thinking Fonte: autora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 Tabela 4: Observaç̃esPontos principais Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .82 Tabela 5: Requisitos funcionais para BASE Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139 Tabela 6: Requisitos funcionais para MECANISMO DE MOVIMENTO Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139 Tabela 7: Requisitos funcionais para SISTEMA ELETRÔNICO Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 Tabela 8: Requisitos funcionais para PEGA Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 Tabela 9: Requisitos funcionais para APOIO FRONTAL Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 Tabela 10: Requisitos funcionais para MECANISMO LOCOMOÇÃO Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 Tabela 11: Requisitos funcionais para APOIO DE PÉS Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 Tabela 12: Requisitos funcionais para ALMOFADA Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 Tabela 13: Requisitos funcionais para BASE DESLIZANTE Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 Tabela 14: Requisitos funcionais para ESTRUTURA Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 Tabela 15: Requisitos físicos para BASE Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 Tabela 16: Requisitos físicos para SISTEMA ELETRONICO 194 Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tabela 17: Requisitos físicos para PEGA Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tabela 18: Requisitos físicos para APOIO FRONTAL Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tabela 19: Requisitos físicos para MECANISMO LOCOMOÇÃO Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tabela 20: Requisitos físicos para ALMOFADA Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tabela 21: Requisitos físicos para BASE DESLIZANTE Fonte: Equipe ME310 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146 146 146 147 147 147 195 Anexos Anexo a | Observações A im de obter uma visão completa da experiência de viajar e em especial para passageiros com deiciência, nossa equipe decidiu usar suas viagens como uma oportunidade para aprofundar o tema. Diferentes pessoas da USP izeram observaç̃es sobre suas viagens em outubro de 2013. Tanto o corpo docente e os alunos viajaram de Palo Alto para São Paulo (GRU) via San Francisco (SFO) ou San José (SJO) com conex̃es em Dallas (DFW ). A equipe de Stanford também fez observaç̃es realizadas durante voos do feriado de Ação de Graças. A maioria deles eram em vôos diferentes e com diferentes situaç̃es. Fora do aeroporto 1. É difícil encontrar um táxi em cidades menores (um táxi acessível seria ainda mais difícil). 2. Andar na cidade de Palo Alto não foi uma boa experiência, especialmente porque calçadas desapareceram de repente, sem qualquer indicação. Os urbanistas realmente deve levar as pessoas com deiciência em conta na concepção traçados urbanos. 3. Máquinas de venda de bilhetes em Caltrain / BART não são adequadas para pessoas com deiciência, seria extremamente difícil para alguém em uma cadeira de rodas para alcançar e comprar um bilhete. 4. A falta de sinalização faz com que seja muito difícil de viajar de trem, especialmente se a pessoa tem algum problema de audição (ou não falar Inglês luentemente). 5. O trem e ônibus usados para chegar ao aeroporto de San Jose não oferecem espaço adequado para guardar a bagagem perto dos lugares reservados para pessoas com deiciência. 196 Anexos 6. Entrar e sair do trem é difícil por causa das escadas e também por causa do curto espaço de tempo para embarcar e desembarcar. 7. Não existem pessoas auxiliando os passageiros para embarque no trem e ônibus. 8. Não há cabos suicientes para segurar no trem. Este é um enorme problema, se a pessoa não tem um equilíbrio perfeito. Dentro do Aeroporto 1. Há alguns funcionários auxiliando o embarque nas áreas dentro do aeroporto e ilas de espera dedicados para pessoas com mobilidade reduzida. 2. Encontrar o balcão da companhia aérea não é trivial, especialmente se a pessoa tem problemas de visão ou não está familiarizado com o espaço do aeroporto. Não há informaç̃es suicientes exibidas, encontrar não é uma tarefa fácil. 3. Os quiosques automáticos não estão adaptados para pessoas com necessidades especiais. 4. Os balc̃es convencionais são muito altos para uma pessoa em uma cadeira de rodas. O quiosque eletrônico não é de fácil utilização e só pode ser operado por uma pessoa em pé e que pode ver. Além disso, a balança está acima do nível do chão, o que requer alguém para levantar a bagagem. A assistência é prestada, quando solicitada, mas muito pode ser feito para melhorar o processo. 5. Devido a aç̃es recentes, o departamento de transportes está agora exigindo que todos os novos quiosques sejam acessíveis e que todos os quiosques existentes sejam convertidos em um prazo de 10 anos. Anexo a | Observações 197 Este é um enorme passo em frente para permitir que as pessoas com deiciência a ter uma melhor experiência de voo. 6. A quantidade de papel e documentos necessários para a viagem de avião é um facilitador para a perda de algo importante no aeroporto. Lembre-se, as pessoas são normalmente estressadas nos aeroportos. 7. Há poucos lugares para esperar antes de a segurança de check-in e os existentes não têm lugares reservados para deicientes físicos. 8. Há pelo menos três tipos de cadeiras de rodas em um aeroporto: aquelas com rodas pequenas que requerem alguém para empurrá-lo (limitando assim, a independência do passageiro), aquelas com rodas maiores que oferecem algum nível de independência (fazendo com que o passageiro possa se locomover sem ajuda) e a cadeira de rodas do corredor de avião, que são utilizados para o transporte de passageiros a partir de uma cadeira de rodas até seus assentos no avião. 9. Os aeroportos que foram visitados possuiam soluç̃es como um carrinho elétrico que pode transportar até 12 pessoas (incluindo o condutor) e pequenos ônibus para o transporte no exterior do edifício. 10. Encontrar o portão de embarque pode ser um problema, especialmente com mudanças de tempo de última hora, o aumento da distância entre os port̃es e a diiculdade de ouvir ao sistema de som do aeroporto. 11. Remover todos os pertences quando passar pela segurança pode ser muito difícil para algumas pessoas. Embora seja verdade que existe um procedimento especial para pessoas com deiciência, os idosos não têm um tratamento especial. A esteira transportadora é muito elevada, tornando-o difícil de colocar objectos pesados sobre a mesa. Além disso, há uma grande quantidade de pressão social para se mover extremamente rápido. 12. É muito difícil de compreender o sistema de som do aeroporto sobre os ruídos de fundo, mesmo se a pessoa tem uma boa audição. 13. Alguns usuários de cadeira de rodas, tem que mudar de cadeiras mais de uma vez no aeroporto durante o check-in e embarque. 14. Encontrar um bagagem e pegá-la na área de bagagens não é tão fácil como se poderia imaginar. A esteira transportadora é muito rápida e o peso da bagagem é elevado, o que torna difícil para alguém com me- 198 Anexos nos de mobilidade executar facilmente a tarefa. Na maioria das vezes, não há funcionários ajudando. 15. Apesar de haver uma grande quantidade de táxis em aeroportos, encontrar um que é acessível a pessoas com mobilidade reduzida não é tão fácil como se poderia esperar. Como resultado, essas pessoas têm de ser assistido (e tocado) por outras pessoas. Observações do avião 1. Deve haver um indicador para informar os passageiros se o bagageiro da cabine (bin) está cheio. 2. Os números de assento devem ser marcados de forma mais clara, pois são muito pequenos. 3. A bandeja de comida é muito escorregadia, deixando conteúdo ir rolando por todo o lugar durante o vôo. 4. Atendimento, bot̃es de controle de luz e de ar deve ser acessível e mais intuitivo para todos. Para muitas pessoas, é muito difícil chegar a todo o caminho até o teto para pressionar esses bot̃es. Em algumas aeronaves, existe um botão para mais perto do banco, mas, infelizmente, é muito difícil vê-lo. Em outras aeronaves, os bot̃es estão no descanso de braço e pode-se apertar acidentalmente. 5. Os cintos de segurança devem ser retráteis para evitar o embaraço. 6. Os assentos da classe econômica precisam ser mais ergonômicos para proporcionar mais conforto para os usuários, especialmente para coluna e apoio lombar. 7. Os assentos devem ter apoios para os pés para melhorar o conforto para todos e especialmente para as pessoas menores. 8. A primeira ileira de assentos deve ser mais acessível às pessoas com deiciência; o braço não deve ser ixado. 9. É muito difícil de entender piloto falando no avião. 10. O WC não foi adaptado para pessoas com mobilidade reduzida, sempre pequeno e apertado. Anexo a | Observações 199 11. A altura da bagagem (bin) torna muito difícil para que todos possam armazenar a bolsa, especialmente para as pessoas mais baixas. 12. Não existe no momento um local adequado para esperar para ir ao banheiro, que são muitas vezes bloqueando o corredor e impedindo outras pessoas de passar. 13. Não é possível caminhar pelo corredor quando a comida está sendo servida, isso ocorre devido ás dimens̃es do carrinho / corredor. 14. Os atendentes não fornecem tempo suiciente para comer. 15. Os assentos não são projetados para crianças. 16. Não há áreas adequadas que disp̃em lixo (um comissário de bordo passa andando por com um saco de lixo). 17. No banheiro não está claro onde cada tipo de lixo devem ser eliminados onde. 18. O assento é muito alto para as pessoas com baixa estatura. 19. O assento é muito apertado para pessoas obesas. 20. O cinto de segurança convencional é muito apertado para pessoas obesas. Os comissários de bordo precisa oferecer extens̃es de cinto de segurança, mas muitos deles nem sequer estão conscientes que eles existem. Anexo b | Blueprint Após o primeiro Brainstorm ainda em Stanfor, foram levantados todas as etapas da experiência de voo, desde a compra da passasem até a ida ao destino. Essa discussão resultou em um bueprint feito pela equipe com as etapas e que parte da empresa era responsável por atendê-lo. 200 Anexos Blueprint: Travelling by air Physical Evidence Customer Actions Phone/Website Taxi, bus, car or train Luggage Cart (Rolling Luggage) Buy ticket (making reservation) Go to airport Move within airport with luggage Info Kiosks (Airport employees) Get directions in airport Counter Luggage scale and conveyor belt Security check-point Check In Check Luggage Pass Through Security process registration Weigh and dispatch luggage Screen passenger registration system Logistics system security system Line of Interaction Assist passenger with disability Onstage/Visible Contact/Employee Actions Line of Visibility Backstage / Invisible Contact/ Employee Actions make reservation for passenger Anexo b | Blueprint Line of Internal Interaction Support Processes reservation system Restrooms Food Court Use restrooms at airport Eat at airport 201 202 Anexos Stores Seats at airport Books, TV, video game, computer… Smartphones (with or without internet), regular phones… Airport Sound System and TV Panels Boarding counter Path that leads to airplane entrance Shop at airport Sit down to rest and wait for plane Entertainement Communicate with friends, family… Receive notiÞcations in boarding area Check-in in boarding zone Board Plane boarding process Welcome and instruct passenger boarding system Load checked luggage Airline and airport employees send out information NotiÞcation system (TV panels and sound system included) Aisle, seats and seat numbers Navigate through aisles Find seat Overhead Bins Seat, space inbetween seats Seat Belt Sound System Food & Drinks (and cart) Buttons And Controls Store luggage Get in/out of seat Fasten seatbelt Listen to notiÞcations in airplane Eat in airplane Adjust lights, airßow or call an attendant Offer foods and drinks Answer to a request Anexo b | Blueprint Send warnings to passenger Inform status to passengers Indicate if passengers should remain seated with their seat belts fastened In-plane notiÞcation system Prepare food and cart Reclinable seat, neck pillow Sleep Movies, books, music, newspaper Entertainement WC in plane Use restrooms in plane Indicate whether WC is occupied 203 204 Anexos restrooms in whether WC Remove luggage from storage bin and exit Belt conveyor, luggage, cart Get off plane Claim luggage Greet passengers Unload Luggage Express connection Get quickly to gate to board connecting ßight Customs and immigration agency Airport exit and transportation Pass through immigration and customs Leave Airport Assist passengers when needed Process immigration and screen bags Offer transportation to Þnal destination Put luggage on belt conveyors National security system Anexo c | Desenhos Técnicos 848.00 Anexo c | Desenhos Técnicos 470.00 850.00 850.00 Desenho Técnico 01 Dimensões gerais 205 15.00 1.40 3.50 15.00 1.36 1.00 1.00 10.50 26.00 43.00 ° .00 135 16.50 16.50 135 .00 ° 26.00 Desenho Técnico 02 Dimensões Apoio Frontal 39.27 43.00 15.00 15.00 3.00 3.00 1.80 9.00 4.42 1.50 3.00 3.00 Desenho Técnico 03 Dimensões Pegas 206 1.00 39.50 Anexos 1.50 lateral 15cm frente 45cm 40cm 40cm topo 90º Desenho Técnico 04 Dimensões Estrutura 4cm frente 40.00 20 5. 44 152.00 lateral 86.50 80.00 42.40 368.00 Desenho Técnico 05 Dimensões Apoio de Pés 368.00 Anexo c | Desenhos Técnicos 207 10.00 25.00 38.50 30.00 19.00 186.64 186.64 17 0.4 7 486.64 122.32 150.00 10.00 19.50 Desenho Técnico 06 Dimensões Barra Frontal Desenho Técnico 07 Dimensões Encaixe da Barra 208 10.00 100.00 30.00 38.50 Anexos 38.50 400.00 40.00 60.00 100.00 450.00 450.00 Desenho Técnico 08 Dimensões Almofada 27.5 15 40 400 45 Desenho Técnico 09 Dimensões Peril C 40 400 Desenho Técnico 10 Dimensões Peril L Anexo c | Desenhos Técnicos 209 ° 130 106.00 180.00 400.00 400.00 140 ° 60.00 Desenho Técnico 11 Dimensões Almofada Superior 210 400.00 Anexos Anexo d | Vista Explodida Vista explodida Geral Anexo d | Vista Explodida 211 Vista explodida Estrutura e apoio de pés Vista explodida Mecanismo e Almofada Vista explodida Apoio Frontal 212 Anexos Anexo e | Dimensões EMBRAER 190 6 f7 t in (2.00 m) Economy Class Cross Sec on 2 in (0.051 m) 18.25 in (0.46 m) 19.75 in (0.50 m) 9ft (2.74 m) 170D66A – 66 seats – Dual Class – 40” First Class & 32” Elite Seat 170S72A – 72 seats – Single Class – 32” Elite Seat 6 seats @ 33” pitch 6 seats @ 33” pitch 8 seats @ 31” pitch 26 seats @ 30” pitch 26 seats @ 31” pitch 6 seats @ 30” pitch High Capacity – 78 seats – Single Class – 33”/31”/30” Elite Seat EMBRAER 190 213 O trabalho tem como objetivo analisar as contribuĩ̧es do design thinking na perspectiva de uma aluna do curso de graduã̧o em Design, a partir da relex̃o da sua aplicã̧o e dos resultados obtidos em um projeto com o tema “desenvolvimento de artefatos e de processos para aprimorar a mobilidade de pessoas com deicîncia e mobilidade reduzida no transporte áreo”. O projeto, no qual a autora participou, foi desenvolvido para a disciplina de mestrado ME310 Design Innovation do departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Stanford e teve durã̧o de um ano letivo.