1 A CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA Tatiane Scudeller Ana Maria Pereira RESUMO O presente artigo tem como tema a Ciência da Motricidade Humana e apresenta como objetivo estudar os seus pressupostos filosóficos e epistemológicos, bem como identificar qual o contributo de tal ciência para a atual Educação Física. Considerando que a área da Educação Física encontrase em crise, uma crise paradigmática, com objeto de estudo indefinido e falta de identidade, identificamos na Motricidade Humana a possível solução para tais problemas, o que nos levou a investigá-la mais profundamente. A pesquisa foi realizada por meio de levantamento e revisão de literatura, portanto, bibliográfica. A Ciência da Motricidade Humana é entendida como ciência independente, que estuda o ser humano, no movimento intencional da transcendência. Propõe uma reconstrução epistemológica para a Educação Física, consolidando-se em uma nova ciência do homem e institui-se de um novo objeto de estudo para essa área do conhecimento, que seria a própria Motricidade Humana. Podemos concluir que a Ciência da Motricidade Humana favorece a educação humana rumo ao sentido e significado, e possibilita a superação; se preocupa com o indivíduo na sua totalidade, complexidade, representando, assim, a sua corporeidade. Reconhece a Educação Física como sua pré-ciência e apresenta a Educação Motora como seu ramo pedagógico. Abandona o dualismo antropológico cartesiano e transcende para o paradigma da complexidade. Sendo assim, a Motricidade Humana contribui com a educação e com a formação desse ser humano crítico e autônomo que almejamos. Palavras-chave: Ciência da Motricidade Humana, Educação Física, Educação Motora. Instituição: Universidade Estadual de Londrina. A CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA Tatiane Scudeller Ana Maria Pereira INTRODUÇÃO 2 Este presente estudo é parte integrante da Monografia apresentada ao curso de Especialização em Educação Física na Educação Básica, da Universidade Estadual de Londrina, sendo referente ao segundo capítulo. Identificarmos que a Educação Física tradicional apresenta problemas em sua área, dos quais encontram-se: a crise de identidade, falta de objeto de estudo e de uma termologia apropriada. No entanto, A Ciência da Motricidade Humana, tema desde estudo, apresenta-se como um novo paradigma para a Educação Física e uma possível solução para tais problemas. Diante desse contexto estudamos, de forma rigorosa e de conjunto, a Ciência da Motricidade Humana, com atenção aos seus pressupostos filosóficos e epistemológicos. Também, identificamos sua importância e contributo para a área no âmbito escolar. Verificamos que tal teoria sugere uma possível solução para a crise da Educação Física, pois a Ciência da Motricidade Humana aponta para uma mudança do paradigma vigente, assim como uma nova matriz de conhecimentos na busca de uma ciência autônoma, tendo seu próprio objeto de estudo: a Motricidade Humana (motricidade/corporeidade) que prima pelo movimentar-se intencionalmente, com sentido e significado e, ainda, defende a formação do homem práxico. Desse modo, surgiu o interesse em estudar o que é a Ciência da Motricidade Humana, quais os seus pressupostos filosóficos e epistemológicos, para saber se essa ciência pode contribuir de fato com a área. E, para isso, a presente pesquisa utilizou-se do levantamento e revisão de literatura, portanto, esta é uma pesquisa de cunho bibliográfico. Apresentamos a Ciência da Motricidade Humana, que tem como seu precursor o Professor Manuel Sérgio, cujo autor defende a necessidade de mudança paradigmática para a Educação Física e propõe o corte epistemológico, para que a área possa romper com o seu passado clássico e com o paradigma racionalista e passar para uma nova perspectiva, uma nova ordem científica. 3 Podemos concluir que a Ciência da Motricidade Humana tem seu estudo voltado ao movimento intencional, visando à transcendência, permitindo a formação de um ser livre e autônomo. Possibilita a superação, e se preocupa com o indivíduo na sua totalidade, complexidade, o que representa a sua corporeidade. Tem como objeto de estudo a Motricidade Humana, reconhece a Educação Física como sua pré-ciência e apresenta a Educação Motora como seu ramo pedagógico, que supera e transcende a Educação Física, deixando de lado o dualismo antropológico cartesiano e passando para o paradigma da complexidade. Portanto, podemos afirmar que a Motricidade Humana tem algo a contribuir com a educação de maneira geral, na formação desse ser humano que almejamos, contribuindo para formar o cidadão fazedor de mudanças, tanto na vida quanto no seu meio e sociedade. A CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA A Ciência da Motricidade Humana, diante do quadro atual da Educação Física, aponta a necessidade de mudança paradigmática e propõe o corte epistemológico para que a área possa romper com o seu passado clássico e com o paradigma racionalista e passar para uma nova perspectiva, uma nova ordem científica. Observamos que o paradigma clássico “é insuficiente para compreender e explicar os fenômenos da natureza humana” (PEREIRA, 2006, p. 128). É com esse pensamento que não se aceita mais uma Educação Física subjacente ao paradigma clássico, enraizado em um dualismo ultrapassado, sem seu objeto de estudo definido, com a identidade e o conceito de ciência esmolada na área biológica, que não permite a ruptura entre a teoria e a prática. Pereira (2006, p. 129) defende que “é chegado o momento da descontinuidade, de suscitar inovações e mudanças, de transição, de acompanhar as revoluções ocorridas no âmbito das ciências, para provocar um salto qualitativo para o campo do saber, na impropriamente denominada, Educação Física”. É nesse momento que se torna necessário consolidar o corte epistemológico, rumo a novos caminhos e horizontes. 4 O corte epistemológico, que é um instrumento teórico para pensar a descontinuidade entre a ideologia e as ciências, de acordo com Feitosa (1993, p. 18), “constitui o caminho para se analisar a estrutura específica da ciência enquanto aparato de produção de conceitos e, sobretudo, para fazer-nos pensar a diferença entre objeto real e objeto de conhecimento”. Pereira (2006) diz que um dos motivos que levou a Ciência da Motricidade Humana a realizar uma ruptura, além dos anteriormente citados, é por considerar o “ser humano como sendo uma conexão indissolúvel das ontologias res cogitans e res extensa, ou seja, uma complexidade” (p. 140) e não apenas um físico tão-só. Ser humano este que se apresenta como “uma unidade expressiva, sendo portador de imenso sentido e significado, revelando a sua intencionalidade operante ou motricidade” (p. 140). Por outro lado, porque, ao se referir ao conhecimento científico, recusa, veementemente, a mensagem do pensamento moderno contaminada pelo excessivo racionalismo. Contudo, evoluir no conhecimento implica sempre uma ruptura com a tradição, podendo, essa ruptura, ser chamada de corte epistemológico. Tal corte constitui uma noção dinâmica e articulada de uma ciência viva, com o intuito de transformar o conhecimento, o homem e a cultura existentes no mundo. A Educação Física, em meio à sua crise mundial, contou com uma significativa contribuição para a sua evolução. Segundo Tojal (2004), essa contribuição foi do Professor Manuel Sérgio, proveniente da Filosofia, pois preocupou-se em estudar as demais propostas existentes da área, e teve o mérito de traçar os pressupostos filosóficos que resultaram em sua proposta da Ciência da Motricidade Humana. O referido autor identificou que a principal característica do paradigma cartesiano era a separação do homem em duas partes distintas: corpo e mente. Propôs uma mudança de paradigma para que a Educação Física se libertasse do emaranhado de ciências em que se esmola, para que, assim, se torne uma ciência autônoma, tendo seu próprio objeto de estudo: a Motricidade Humana. Manuel Sérgio teve como objectivo sugerir e criar uma nova ciência do homem, a Ciência da Motricidade Humana, 5 apresentando-a como matriz disciplinar autónoma e originalidade epistemológica. Portanto, não tinha como objectivo principal estabelecer a materialização dessa ciência em questão. E se ele não a operacionalizou, (...) apontou as pistas necessárias ao acentuar que a Ciência da Motricidade Humana é uma nova ciência humana e é com a metodologia específica das ciências humanas que a Educação Motora/Educação Física se deverá concretizar (PEREIRA, 2006, p.3). Com relação à Ciência da Motricidade Humana, esta propõe uma reconstrução epistemológica para a Educação Física (que passa a ser reconhecida como a pré-ciência da Ciência da Motricidade Humana), consolidando-se em uma nova ciência do homem e institui-se de um novo objeto de estudo para essa área do conhecimento, que seria a própria Motricidade Humana. A Ciência da Motricidade Humana, apresentada por Tojal (2004), define-se como sendo, (...) a compreensão de que o homem é um ser itinerante e práxico a caminho da transcendência; e a motricidade é a capacidade para o movimento dessa transcendência. Portanto, (...) a Ciência da Motricidade Humana é a ciência da compreensão e da explicação das condutas motoras (TOJAL, 2004, p. 13). A Motricidade surge e subsiste como emergência da corporeidade que é a condição de presença, participação e significação do homem no mundo. Tojal (2004) diz que a Motricidade emerge da corporeidade como sinal de um projeto. A Motricidade constitui o aspecto fundamental da vida humana. É sinónimo de intencionalidade motora do corpopróprio, na conjugação da sensibilidade e da inteligibilidade, formando uma espécie de enovelamento, ou seja, integrando uma plena e sólida unidade complexa. Motricidade Humana, também chamada de intencionalidade operante é a intenção que opera, indelevelmente, o desvelar e o revelar do ser humano, no âmago do movimento e da experiência concreta (PEREIRA, 2006, p. 151). A Motricidade Humana é a base para a determinação da essência do homem, pois é por ela que o homem se materializa e se revela, no âmbito de um processo em que o ensaio de transcendência desempenha um papel primacial de mediação (SÉRGIO, 2003). 6 Diferente da Educação Física tradicional, a Ciência da Motricidade Humana, segundo Sérgio (1999), é entendida como ciência independente, que estuda o ser humano, no movimento intencional da transcendência, em que a dimensão originária da abertura ao mundo se revela na plenitude de seu significado. Com esse pensamento, Sérgio prossegue relatando que essa ciência “quer trazer a esta área do conhecimento uma incessante complexidade, uma racionalidade dialogante e aberta. Integram-na o desporto, a dança, a ergonomia, a educação especial e a reabilitação e ainda os vários tipos de motricidade infantil e o lazer lúdico-desportivo” (SÉRGIO, 1999, p. 27). Segundo Pereira (2006), é importante que os processos de ensino e de aprendizagem da Educação Motora, ramo pedagógico da Ciência da Motricidade Humana, sejam interessantes e motivantes para os educandos, ou seja, que se constituem repletos de sentido e de significado, problema pertencente ao âmbito da práxis. A Ciência da Motricidade Humana, decorrente da fenomenologia, aproxima-se do conceito proposto por Merleaut-Ponty (1945) nomeadamente de Intencionalidade Operante. Manuel Sérgio apropriou-se desse conceito de intencionalidade a caminho da transcendência. O movimento é a parte de um todo (do ser finito e carente que se transcende), e a motricidade é, no entanto, o sentido desse todo, apresentando-se nas dimensões fundamentais do ser humano. Sendo assim, a Motricidade Humana (ou Intencionalidade Operante), de acordo com Sérgio (2003), supõe uma visão sistêmica do homem; a existência de um ser não especializado e carenciado, aberto ao mundo, aos outros e à transcendência; um ser práxico. Constitui uma energia que é estatuto ontológico, vocação e provocação de abertura à transcendência; um processo adaptativo, a um meio ambiente variável, de um ser não especializado; um processo evolutivo de um ser, com predisposição à interioridade, à prática dialogal e à cultura; um processo criativo de um ser em que as práxis lúcidas, simbólicas e produtivas traduzem a vontade e as condições de um homem se realizar como sujeito responsável de seus atos. 7 Podemos, no entanto, salientar que a consciência repleta de intencionalidade e o corpo dotado de movimento, ao integrarem-se numa só unidade humana, formam uma significação existencial, havendo uma relação lógica entre o corpóreo, a consciência e o mundo. Contudo, de acordo com Pereira, a noção de intencionalidade pauta-se no movimento que pulsa a vida viva, concebe e emana um verdadeiro sentido desvelado de modo muito particular a cada ser humano, sendo que esse movimento, em sua plenitude só poderá ser compreendido a partir da vivência concreta e da experiência original (2006, p. 108). A Intencionalidade Operante ou a Motricidade Humana, de acordo com Pereira (2006), abandonam, definitivamente, o império somente do pensar e retomam as origens significativas no domínio do fazer, traduzido em uma práxis que abrange a totalidade humana. Considerando que o homem é o único ser que tem consciência de si mesmo, como ser genérico e finito, e, por conta disso, é nato de si a vontade de superar-se, podemos apontar que o ser humano tem uma vocação para a transcendência. A partir da transcendência o homem afirma sua liberdade e dignidade humanas, pois é por meio dela que se constrói o homem novo, um homem aberto à transcendência e, como tal, um ser práxico. A transcendência (que tem como significado subir além de – trans-ascender) pretende designar um incontrolável movimento intencional em direção à superação dos limites. Leva o sujeito a ultrapassar e a ultrapassar-se, na direção do Absoluto1. E Absoluto é a complexidade humana que intencionalmente se movimenta em busca de ser mais. De acordo com Pereira (2006, p. 112), O ser-no-mundo alcança a transcendência quando tem noção de sua carência e se envolve em projectos, visando à superação. É um ir e vir no qual é possível sair do presente e projectar o futuro, em acto de pura transcendência. O transcender é o agir no livre-arbítrio, é a busca da liberdade, é a 1 Explicação de Manuel Sérgio sobre o Absoluto: “O homem é um ser carente. Sempre quer mais do que tem. Portanto, numa linguagem metafórica significa: ‘não há pão que sacia o homem!’’ 8 realização daquilo que é mais secreto em nós, do nosso mais íntimo desejo. Podemos afirmar que a transcendência leva-nos à liberdade, porque por mais que possamos estar numa condição de submissão, nada nem ninguém poderá controlar os nossos pensamentos e emoções. Enfim, não é possível aprisionar o ser humano totalmente, pois a perspectiva da transcendência possibilita vencer obstáculos, transpor os interditos e ir além de todo e qualquer limite. Em se tratando do âmbito escolar e da intervenção pedagógica, segundo Pereira (2006), especificamente na aula de Educação Motora, deve haver uma conexão entre a experiência e a compreensão, pois só assim poderemos favorecer a autossuperação e a transcendência do educando. Portanto, o ser humano só alcança a transcendência à medida que se junta a um meio definido, confunde-se com projetos e empenha-se continuamente neles. E, de maneira específica, romper com a educação do físico é conceber uma nova perspectiva para o ser humano que dança, que faz ginástica, que joga, que luta e que pratica o Esporte, na presença de um paradigma bem definido: o da Ciência da Motricidade Humana. A Ciência da Motricidade Humana almeja um ser humano práxico, aquele que faz movimentar a História com sentido e com significado, pois é ser humano que faz cultura, é ativo no exercício da criação, da expressão e da busca da liberdade; é aquele que se revela crítico na tomada de decisão e de oposição; é o que resolve problemas; é ético e solidário; ou seja, é aquele que sabe ser, estar, fazer, comunicar e compartilhar. De acordo com Feitosa (1993), a praxidade se diferencia do movimento humano por provocar a transformação, pois a práxis é transformadora e criadora. Fica evidente na práxis a unidade teoria-prática, além de ser material e social, num processo objetivo, visível, palpável, histórico em que o homem se constrói ao construir sua própria história. Para Manuel Sérgio (apud Tojal, 2004, p. 156), o homem é um ser de carências e, como tal, um ser práxico, ser que se faz fazendo, ou seja, só pode viver se atua, e por essa razão visa sempre a agir para ser mais, o que representa a sua capacidade e possibilidade de transcendência. 9 A relação de unidade da teoria e prática constitui-se como um todo, ou seja, a teoria e a prática pertencem à mesma totalidade. Para promover uma práxis pedagógica autêntica é necessário fazer diagnósticos, ou seja, interpretar os sinais com base numa: (...) apurada leitura da realidade, no intuito de desvelar o estado do contexto em que será realizada a intervenção, para a partir daí conjeturar hipóteses e definir estratégias no sentido de pôr em prospectiva as mudanças e transformações; isso tudo, considerando a organização dos conteúdos e a respectiva seriação, as metodologias de ensino-aprendizagem e os processos de avaliação (PEREIRA, 2006, p. 226). Inserido na Educação Motora está o propósito de levar o educando a “tomar decisões quando lhe é permitido a participação democrática em um conjunto de acções compartilhadas no âmbito de uma unidade social, que é a aula, e numa interacção dialéctica entre educador, educando, objecto de estudo e mundo vivido” (PEREIRA, 2006, p. 293). A participação e a tomada de decisões conscientes sugerem a possibilidade da formação do educandocidadão, personagem ativo do seu destino e futuro ser-práxico-cidadão, autor e interventor de sua própria história e aprendiz durante toda a vida. Assim, o paradigma da complexidade surge com o intuito de romper com as proposituras do paradigma tradicional, que ocasionavam a fragmentação excessiva e levava ao determinismo, e nos leva a considerar e caracterizar a ideia de corpo como um todo. A Ciência da Motricidade Humana idealiza e sugere para a complexidade a Reforma do Pensamento, proposto por Edgar Morin, ou seja, a transposição de um princípio determinista e mecanicista para um princípio dialógico complexo. O paradigma da complexidade traz consigo uma nova estruturação do pensamento por meio da ordem-desordem-organização, além disso, estabelece relações de suma importância que auxiliam na construção de estudos que proporcionam um novo sentido para as pesquisas científicas. O paradigma da complexidade sugere a relação entre os aspectos físico e cognitivo, sem separá-los, uma vez que se acredita que a motricidade intervém em todos os níveis das funções cognitivas, mediando as experiências e a compreensão. 10 Segundo Alvarenga (2008), o homem passa a fazer parte diretamente do processo de organização do conhecimento estabelecendo uma relação entre sujeito observador e objeto, o que acaba por estimular e valorizar a formação da sua autonomia. Em se tratando do contexto escolar, Pereira (2006) diz que a complexidade solicita um novo modo de tratar a práxis pedagógica da escola, pois esta se apresenta carregada de incertezas e de imprevisibilidades e, também, cheia de interdependências e de interações, porque tudo é tecido em conjunto, especificamente no que se refere ao objeto de conhecimento e seu contexto de intervenção. CONCLUSÃO Podemos concluir que a Ciência da Motricidade Humana é a ciência que estuda o movimento intencional, que permite a transcendência. Constituindo-se pela percepção e tomada de consciência, por meio do movimento intencional que possibilita a busca da superação, preocupando-se, dessa forma, com o indivíduo na sua integridade, complexidade, o que representa a sua corporeidade. Tem seu objeto de estudo definido: a Motricidade Humana, reconhece a Educação Física como sua pré-ciência e apresenta a Educação Motora como seu ramo pedagógico, que supera a Educação Física tradicional, pois transcende do dualismo antropológico cartesiano para o paradigma da complexidade, por meio do corte epistemológico proposto para a área. Assim, podemos afirmar que a Motricidade Humana tem algo a contribuir com a Educação Física, ajudando na formação desse ser humano que almejamos. Contribuir para formar o cidadão, com algumas características consideradas importantes para a sociedade, cidadão este fazedor de mudanças, tanto na vida quanto no seu meio e sociedade. REFERÊNCIAS 11 ALVARENGA, Aline Fernandes. Trabalho de Conclusão de Curso: Dança e Motricidade Humana: Possibilidades de Intervenção do Âmbito Educacional. Londrina: 2008. FEITOSA, Anna Maria. Contribuições de Thomas Khun para uma Epistemologia da Motricidade Humana. Lisboa: Instituto Piaget, coleções epistemologia e sociedade, 1993. PEREIRA, Ana Maria. Motricidade Humana: a complexidade e a práxis educativa. 2006. Tese (doutorado em Motricidade Humana) Universidade da Beira Interior. Covilhã – Portugal. SÉRGIO, Manuel. Um corte epistemológico: Da educação física à motricidade humana. Lisboa, Instituto Piaget, coleções epistemologia e sociedade, 1999. _______________. Alguns olhares sobre o corpo. Lisboa, Instituto Piaget, 2003 (Coleção Epistemologia e Sociedade). TOJAL, João Batista. Da Educação Física à Motricidade Humana: a preparação do profissional. Lisboa: Instituto Piaget. 2004.