XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004
Análise comparativa entre o custo de produção da soja não
transgênica e da soja transgênica em Toledo - Paraná.
Eduardo César Dechechi (PUCPR) [email protected]
Elezaida Lang (PUCPR) [email protected]
Glauber Aldrei Rinaldi (PUCPR) [email protected]
José Cardoso Sobrinho (PUCPR) [email protected]
Resumo:
Este estudo objetivou levantar o custo de produção de soja não transgênica em 10
propriedades rurais na região de Toledo, safra 2003/2004. Através de dados reais coletados
diretamente com produtores, e estabelecer um comparativo com a soja transgênica. Foram
considerados os valores gastos na aquisição de sementes, fertilizantes, herbicidas, inseticidas
e fungicidas. Os valores relativos a serviços avaliados para determinar o custo foram:
tratamento das sementes, dessecação, transporte interno, aplicação de defensivos, assistência
técnica e colheita. O custo de produção da soja transgênica foi estimado, considerando as
variáveis acima, excetuando apenas o item herbicida pós-emergente com base na experiência
de produtores do RS. Considerou-se que, para a soja transgênica, o custo com herbicida na
região seria de R$ 25,00 por hectare. Assim, a previsão de economia por hectare ficaria
entre R$ 112,32 e R$ 67,30. Considerando que o município de Toledo possui 68.800 ha
agricultáveis com soja, isto proporcionaria uma economia entre R$ 7.727.386,67 a R$
4.630.539,13 para o município.
Palavras chave: agricultura, desenvolvimento e tecnologia.
1. Introdução
A busca, através de cruzamento, de novas variedades vegetais a fim de obter plantas mais
produtivas ou resistentes a pragas é prática antiga e habitual na agricultura de todas as
sociedades. As técnicas modernas de engenharia genética permitem que se retirem genes de
um organismo e se transfiram para outro. Esses genes "estrangeiros" quebram a seqüência de
DNA - que contém as características de um ser vivo do organismo receptor, que passa por
uma espécie de reprogramação, tornando-se capaz de produzir novas substâncias. Esses são os
chamados transgênicos, ou organismos geneticamente modificados.
Grandes produtores rurais defendem uma solução de mercado, numa situação em que o país
produza transgênicos e não-transgênicos, devidamente certificados. O ideal é liberar a
tecnologia, e o mercado determina se deve pagar mais por ela ou não. Se as pessoas
recusarem o transgênico, seu preço cai. Na Europa há preferência pela soja não transgênica,
mas só se paga a mais por ela em casos especiais O mercado de agrotóxicos aumentou a partir
da II Guerra Mundial e atinge atualmente cerca de US$ 40 bilhões ao ano. O Brasil contribui
com US$ 2,5 bilhões para este mercado, importando agrotóxicos destinados principalmente
para a agricultura. Com o advento dos produtos da biotecnologia aplicada à agropecuária que
começaram a ser comercializado a partir de 1995 vários países competidores do Brasil no
mercado internacional de grãos como Estados Unidos, Argentina, Canadá e China, que
cultivam cerca de 40 milhões de hectares com transgênicos atualmente, vem reduzindo seu
consumo de agrotóxicos nas culturas de soja, milho, canola e algodão. O mercado de
herbicidas para soja nos Estados Unidos teve uma queda de 50%. Estima-se que o consumo
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de inseticidas para as culturas de milho, soja e algodão tenha sofrido uma redução de 30%
(CASTRO 2000).
As plantas daninhas são um obstáculo grave à produção de soja em todo o mundo. A soja não
pode competir com eficiência nos estágios iniciais da produção e deve ser protegida contra a
invasão de plantas daninhas agressivas. Os sistemas de manejo atuais mesclam práticas
culturais e mecânicas com herbicidas, para superar o efeito competitivo. A introdução da soja
transgênica reduz o número e o custo das aplicações de herbicidas, resultando em controle
igual, ou melhor, das plantas daninhas, necessitando, portanto, realizar um levantamento dos
possíveis danos ao ambiente em relação à aplicação do defensivo indicado para soja
transgênica.
Em 2002, segundo dados da FAO, o Brasil era responsável por 42 das 180 milhões de
toneladas produzidas em nível global, ou seja, 23,3% da safra mundial de soja. No ano de
2003, o Brasil pela primeira vez ultrapassou os Estados Unidos na exportação de soja.
A soja é um dos principais produtos globalizados, sendo o produto agrícola mais
comercializado a nível mundial. A demanda internacional pela soja cresce incessantemente,
sendo que o preço na bolsa de Chicago subiu, no segundo semestre de 2003, para US$ 15,00
por Bushel o que incentiva investimentos na cultura desta leguminosa. Por um lado, os
consideráveis subsídios agrícolas dos Estados Unidos para aumentar sua produção de soja
tendem a deprimir os preços mundiais e restringe a competitividade e o comércio brasileiro.
Entretanto, com o advento do mal da vaca louca (BSE) na Europa e a entrada da China na
Organização Mundial do Comércio (OMC) a partir de janeiro de 2002, abriu-se espaço para o
crescimento potencial das exportações de produtos agropecuários brasileiros, principalmente
do complexo soja. O farelo de soja é hoje a principal ração animal protéica na Europa. Disto,
somente a Alemanha consome 3 milhões de toneladas pela cria intensiva de animais. São
necessários ao menos 6 milhões de hectares fora da Europa para abastecer o consumo europeu
de soja. Também os hábitos alimentares na Ásia, onde a demanda pelo óleo de soja não pode
ser satisfeita pela própria produção regional, estimulam a expansão territorial da leguminosa.
A decisão do Brasil entre cultivar ou não soja transgênica em grande escala pode decidir o
rumo sobre seus futuros mercados de exportação.
Baseado no exposto o principal objetivo do presente trabalho é o de avaliar os elementos que
compõem o custo de produção da soja não transgênica produzida no município de Toledo
comparando com a consideração de produção de soja transgênica sobre as mesmas condições
de plantio.
2. Biossegurança e segurança alimentar
Ao contrário do que a maioria da sociedade brasileira pensa, a pesquisa com plantas
geneticamente modificadas no País é regulada passo a passo, desde a clonagem do gene até a
obtenção da nova cultivar, havendo todo um arcabouço legal a regulamentar a matéria, do
ponto de vista de sua segurança ambiental e alimentar.
Existe hoje uma série de projetos de pesquisa na área para desenvolvimento de produtos com
novas características, seja de resistência a herbicidas, doenças ou fatores bióticos, como
também maior valor nutricional ou farmacêutico. Podemos citar como exemplos destes novos
produtos o mamão resistente ao vírus da mancha anelar, o feijão resistente ao vírus do
mosaico dourado, o algodão resistente ao bicudo, a soja tolerante à seca, o milho resistente a
solos com elevado teor de alumínio, o milho com elevado teor de metionina ou para produção
do hormônio do crescimento, entre outros.
Todas essas pesquisas, para serem realizadas, devem observar uma série de normas
estabelecidas pela legislação brasileira de biossegurança. A principal norma vigente neste
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aspecto é a Lei nº 8.974/95 (Lei de Biossegurança) alterada pela Medida Provisória nº 2.1919/2001, e seu decreto regulamentador (Decreto nº 1.752/95). Tais normas criaram a Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que editou, de 1996 até 2002, 20 instruções
normativas que regulamenta a matéria. Além disso, também tem interface com a questão a
legislação ambiental, em especial, o disposto na Lei nº 6.938/81 e no Anexo da Lei nº
10.165/2000. Para regulamentar a matéria do ponto de vista ambiental, foi editada a
Resolução nº 305/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, além de
Instruções Normativas específicas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Renováveis - IBAMA. Outra legislação que apresenta interface com a de biossegurança é a de
Agrotóxicos, em especial a Lei nº 7.802/89 e o Decreto nº 4.074/2002. No caso específico dos
organismos geneticamente modificados(OGMs), existem três normas que regulam a
concessão do Registro Especial Temporário: a Instrução Normativa Conjunta nº 02/2002 do
MAPA/ANVISA/IBAMA, a Instrução Normativa nº 24/2002 do Ibama e a Resolução nº
57/2002 da IBAMA. Além destas normas, existe ainda o Decreto nº 4.680/2003, que regula a
questão da rotulagem de produtos que contêm organismos geneticamente modificados ou
derivados em sua composição e as Leis nº 10.688/2003 e nº 10.814/2003, que tratam da
questão do plantio e da comercialização de soja transgênica no País, nas safras 2002/2003 e
2003/2004.
A FAO (Organização para as nações unidas para alimentação) considera biossegurança a
correlação do uso sadio e sustentável do meio ambiente, dos produtos biotecnológicos e as
inter-recorrências para a saúde da população: biodiversidade e sustentabilidade ambiental,
com vistas à segurança alimentar global (NODARI & GUERRA, 2000).
É necessário que todos os produtos transgênicos sejam examinados, avaliados e julgados, caso
a caso, tendo em vista a sua finalidade benéfica e que, em concordância com a legislação e
baseados nos preceitos éticos, morais, sócio-econômicos e de segurança ambiental, venham
garantir vantagens ao consumidor e ao processo produtivo, sem que, no entanto, se ponha em
risco à vida e sua evolução como processo dinâmico e multivariável" (BINSFELD, 2000).
No Brasil, o processo que garante a segurança e a qualidade dos alimentos, por parte do
governo, das unidades de produção agropecuária, das indústrias e dos distribuidores, e
também dos consumidores, enfrenta dificuldades. As políticas públicas estão cada vez mais
orientadas para a descentralização estadual e municipal. A população que exerce e exige o
controle de segurança de qualidade dos alimentos, ainda é um contingente pequeno
(CAVALLI, 2001).
3. Levantamento do custo de produção de soja transgênica e não transgênica.
Para o desenvolvimento deste trabalho, foram levantados os valores gastos na aquisição de
sementes, fertilizantes, herbicidas, inseticidas e fungicidas em 10 propriedades na cidade de
Toledo – PR. Os valores reais foram obtidos por meio de notas fiscais em cada propriedade, e
consideraram os seguintes serviços, com o objetivo de determinar o custo: tratamento das
sementes antes do plantio, dessecação do produto na fase pré-colheita, transporte interno,
aplicação de defensivos, assistência técnica e colheita. O custo de produção para a soja
transgênica foi estimado considerando as variáveis acima, excetuando apenas o item herbicida
pós-emergente.
Considerando as condições de plantio observadas no Rio Grande do Sul, que possuem
tradição no cultivo de soja trasgênica, foi-se considerado o valor de que a cultura da soja
transgênica teria um custo de R$ 25,00 por hectare, relativo ao uso do herbicida com principio
ativo Glifosato.
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Os dados das 10 propriedades estudadas no município de Toledo obtidos pelo Sindicato Rural
de Toledo possuem uma variação de extensão entre 23 ha a 100 ha, sendo de 543 ha a soma
das áreas, valor este que representa apenas 0,78% da área total de plantio do município de
Toledo, que possui uma área de plantio de aproximadamente de 68.800 hectares.
4. Resultados - Composição do custo de produção
Na Tabela 1 são apresentados os dados absolutos dos elementos do custo de produção da soja
não transgênica de 10 propriedades do município de Toledo.
Serviços
Insumos
Área Hectares
Semente
Trat de
semente
Fertilizante
Herbicida
dessecação
Herbicida
pósemergente
Inseticida
Fungicida
Adubo foliar
Total
insumos (a)
Plantio
Dessecação
Transporte
interno
Aplicação
Defensivo
Assistência
técnica
Colheita
Total
serviços (b)
TOTAL (a+b)
80
60
65
48
23
24
46
40
57
100
9.553
3.389
5.060
5.360
1.644
2.025
4.729
3.107
3.649
11.995
2.708
1.095
1.617
---
181
1.405
863
302
---
2.501
21.178
14.304
14.450
12.023
3.969
6.343
9.166
5.024
10.084
25.522
3.360
3.125
2.664
1.616
1.611
1.066
950
1.227
1.827
2.670
14.159
11.839
11.799
8.693
3.503
4.345
7.240
6.558
8.686
18.618
3.706
2.772
---
3.312
3.422
---
1.603
5.422
---
1.955
4.497
---
2.481
--1670
1.588
1.533
---
2.314
7.380
840
1.076
2.136
---
2.877
4.272
2.270
4.926
7.840
---
57.436
40.486
42.615
34.144
15.059
18.305
33.482
19.430
33.665
74.072
1.394
882
1.080
660
1.206
737
864
528
414
230
576
352
782
495
558
496
1.044
580
1.800
1.100
615
540
603
432
207
288
345
279
522
900
820
900
1.005
720
230
480
690
465
870
2.000
1.073
842
870
641
309
433
602
431
751
1.395
2.624
2.520
2.814
2.016
966
1.344
1.472
1.302
2.436
4.200
7.408
6.542
7.235
5.201
2.356
3.473
4.386
3.531
6.203
11.395
64.844
47.028
49.850
39.345
17.415
21.778
37.868
22.961
39.868
85.467
Tabela 1 – Custos de produção da soja não transgênica nas dez propriedades abordadas no município de Toledo,
safra 2003/2004 em valores reais .
Podemos observar que os insumos representam entre 84,1% a 88,6% do total dos custos, o
que ressalta a importância de trabalhos consubstanciados acerca deste item, sendo que o foco
deste estudo (trabalho) foi o custo do herbicida pós-emergente.
Da análise em específico do custo total dos insumos, verificou-se que nas 10 propriedades,
Tabela 1, que após cálculos o custo relativo deste item variou de R$ 346,80 a R$ 606,67 por
hectare.
O item que mais influenciou no gasto total foi o fertilizante e em seguida o herbicida pósemergente em valor médio de 22,4%, variando nas 10 propriedades de 19,1% - 28,6%. Em
valores monetários o custo por hectare relativo ao herbicida foi em média R$ 173,02,
variando entre R$ 152,30 e R$ 197,32.
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Os resultados obtidos confirmam a grande influência nos insumos nos custo total de produção
da soja nas 10 propriedades analisadas no município de Toledo, com destaque ao herbicida
pós-emergente.
Uma forma de reduzir custos de produção seria a utilização de sementes transgênicas para a
produção de soja, semelhante ao que ocorre no estado do Rio Grande do Sul. Um dos
principais fatores que contribuem para redução dos custos de produção é a utilização do
herbicida pós-emergente (Glifosato) que substitui (nas condições de Toledo) os demais
herbicidas utilizados na soja não transgênica.
Mesmo sendo proibido o plantio de soja transgênica fez-se uma simulação de gastos
envolvidos, considerando que as 10 propriedades analisadas adotassem este sistema
Na Tabela 2 apresentam-se os dados do custo de produção da soja considerada transgênica.
Nela apresenta-se apenas a modificação na composição do custo causada pelo herbicida pósemergente (glifosato).
Área Hectares
Herbicida pósemergente –
Glifosato
Total insumos
(a)
Total serviços
(b)
TOTAL
(a+b)
80
60
65
48
23
24
46
40
57
100
2.000
1.500
1.625
1.200
575
600
1.150
1.000
1.425
2.500
45.277 30.147 32.441 26.651 12.131 14.560 27.392 13.872 26.404 57.954
7.408
6.542
7.235
5.201
2.356
3.473
4.386
3.531
6.203
11.395
52.685 36.689 39.676 31.852 14.487 18.033 31.778 17.403 32.607 69.349
Tabela 2 – Simulação do custo de produção da soja transgênica, ocorrendo somente redução de aplicações do
herbicida pós-emergente, devido a utilização do GLIFOSATO considerando um custo de R$ 25,00/ha.
Para efeito de comparação apresenta-se a Tabela 3, mostrando os efeitos nos custos de
produção obtidos pela simulação para a soja transgênica e a não transgênica.
Da analise da Tabela 3 pode-se se observar que o custo de produção da soja transgênica é
inferior ao custo da não transgênica em média (19,2%), variando de 24,2% a 16,1%. Em
termos relativos por hectare ficou em média R$ 148,02; variando de R$ 127,30 a R$ 172,32
por hectare cultivada.
Os valores da redução observados, não contemplam a necessidade de pagamento de royalties,
o que segundo relatado pela empresa Monsanto (BUENO & LOPES, 2004) estes valores
seriam de R$ 1,20 por saco de 60 kg de soja produzido. Para efeito comparativo este valor
seria de R$ 60,00 por hectare, considerando a produtividade média de 50 sacas por hectare.
Área Hectares
80
60
65
48
23
24
Herbicida pósemergente –
2.000 1.500 1.625 1.200
575
600
Glifosato
Total insumos
45.277 30.147 32.441 26.651 12.131 14.560
(a)
transgênicos
Total insumos
57.436 40.486 42.615 34.144 15.059 18.305
(a) não
transgênicos
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46
40
57
100
1.150
1.000
1.425
2.500
27.392
13.872
26.404
57.954
33.482
19.430
33.666
74.072
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TOTAL
(a+b)
52.685 36.689 39.676 31.852 14.487 18.033
transgênico
TOTAL
(a+b)
não 64.844 47.028 49.850 39.345 17.415 21.778
transgênico
31.778
17.403
32.607
69.349
37.868
22.961
39.868
85.467
Tabela 3 – Simulação do custo de produção da soja não transgênica e transgênica considerando valor de R$
25,00 por hectare na aplicação do herbicida pós-emergente (Glifosato)
Economia
Economia
bruta (R$/ha)
Economia
líquida (R$/ha)
Máxima
Média
Mínima
172,32
148,02
127,30
112,32
88,02
67,30
Potencial de
economia nas 10
propriedades (R$)
60.987,95
47,794,03
36.546,26
Potencial de
economia para
Toledo (R$)
7.727.386,67
6.055.670,69
4.630.539,13
Tabela 4 – Estimativa de economia nas 10 propriedades estudadas e no munícipio de Toledo para a safra
2003/2004
Os dados apresentados na Tabela 4 indicam que baseados no conjunto das 10 propriedades
estudadas, poder-se-ia ter economizado na safra 2003/2004 no município de Toledo de R$
4.630.539,13 a R$ 7.727.386,67.
Esse montante de recursos financeiros poderia estar girando na economia local caso o plantio
de soja transgênica não estivesse proibido e também se toda área fosse plantada com soja
transgênica.
5. Conclusões
Baseado nos objetivos propostos, nos dados coletados e nas considerações feitas sobre o
plantio de soja trangênica que para o municipio de Toledo há um gasto adicional global
variando entre R$ 4.630.539,13 a R$ 7.727.386,67 para a safra 2003/2004 apenas
considerando o gasto com herbicida pós-emergente (Glifosato).
Mesmo com os dados econômicos sendo favoráveis há ainda a necessidade de estudos
aprofundados com relação aos demais parâmetros envolvidos no custo de produção. Além é
claro das condições de segurança ambiental, fito-sanitárias e humanas, que necessitam cada
vez mais de estudos visando garantir a segurança agroalimentar destes produtos.
6. Referências
BUENO, S.; LOPES, F. “Monsanto já começou a receber os royalties relativos à safra 2003/04”, Jornal Valor
Econômico, 04 de maio de 2004.
CASTRO, L.A.B.de, A verdade sobre a biotecnologia, a biossegurança e a agricultura. publicado em
29/09/00. http://www.radiobras.gov.br/ct/artigos/2000/artigo_290900.htm, Acessado em 03/05/2004.
CAVALLI, Suzi Barletto. Food safety: the approach to transgenic foods. Rev. Nutr., 2001, vol.14 suppl, p.4146. ISSN 1415-5273.
NODARI, R.O., GUERRA, M.P. Plantas Transgênicas e seus produtos: impactos, riscos e segurança
alimentar. In: SIMPÓSIO SUL-BRASILEIRO DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: HISTÓRIA, CIÊNCIA E
ARTE, 2000, Florianópolis.
______, SINDICATO Rural de Toledo, comunicação Pessoal, abril de 2004
SOUZA, A. A polêmica nas lavouras. Panorama Rural, São Paulo, v.1, n.3, p.20-25, 1999.
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