Trabalho Submetido para Avaliação - 05/06/2012 19:12:02
A SOJA COMO ALIMENTO FUNCIONAL
ELLEN SANARA AITA FAGUNDES ([email protected]) / NUTRIÇÃO/ CENTRO UNIVERSITÁRIO
FRANCISCANO, SANTA MARIA-RS
JULIANA GUSMAN DE SOUZA ([email protected]) / NUTRIÇÃO/ CENTRO UNIVERSITÁRIO
FRANCISCANO, SANTA MARIA-RS
ORIENTADOR: ADRIANE CERVI BLUMKE ([email protected]) / NUTRIÇÃO/ CENTRO
UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO, SANTA MARIA-RS
TEREZA CRISTINA BLASI ([email protected]) / NUTRIÇÃO/ CENTRO UNIVERSITÁRIO
FRANCISCANO, SANTA MARIA-RS
Palavras-Chave:
soja; alimento funcional; isoflavonas
As substâncias ou compostos funcionais caracterizam-se por apresentar propriedades que são benéficas ao
ser humano como, por exemplo, a ação substâncias capazes de modular as respostas metabólicas do
indivíduo, resultando em maior proteção e estímulo à saúde. Promovem o bem-estar dos indivíduos,
prevenindo o aparecimento precoce de doenças degenerativas e permitindo o aumento da longevidade com
qualidade de vida (PENHA et al., 2007).
A soja rompeu os limites dos públicos específicos, como vegetarianos ou intolerantes à lactose, e sua
presença na dieta do consumidor aumentou muito nos últimos anos, com a evolução tecnológica e melhora
do sabor, fazendo parte de um grande número de alimentos industrializados. Hoje já são encontrados no
comércio até picolés e ovos de Páscoa com soja, e uma linha completa de embutidos, como quibe e
salsichas vegetais, lançamentos recentes no país (AMARAL, 2006).
Portanto o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica sobre a soja como alimento funcional.
A metodologia utilizada constitui-se de uma revisão de conhecimentos disponíveis na literatura a respeito da
soja como alimento funcional, encontrados em estudos científicos e em banco de dados virtuais e sites de
busca científicos como: Scielo, pubmed, Bireme e lilacs.
A soja, considerada alimento funcional, fornece nutrientes ao organismo e benefícios para a saúde. É rica em
proteínas, contém isoflavonas, saponinas, fitatos, inibidores de protease, fitosteróis, peptídeos com baixo
peso molecular, oligossacarídeos e ácidos graxos poliinsaturados, que auxiliam na redução de riscos de
doenças crônicas e degenerativas. Também constitui boa fonte de minerais como ferro, potássio, magnésio,
zinco, cobre fósforo, manganês e vitaminas do complexo B entre elas: riboflavina, niacina, cobalamina, além
de vitamina C (PENHA et al., 2007).
De acordo com Amaral (2006), considera-se atualmente que a soja é o único vegetal que contém uma
proteína completa com qualidade equivalente à albumina do ovo (proteína conhecida como padrão ouro,
dentro da escala de classificação) podendo ser empregada como fonte única de proteínas, tanto a curto,
como em longo prazo. Sendo também pobre em sódio e um teor elevado de Fe, Cu, Mg, P, K, Zn;
As proteínas são essenciais na dieta humana e seu valor biológico e nutricional depende da quantidade,
digestibilidade, absorção e utilização dos aminoácidos que a compõem (ESTEVES; MONTEIRO, 2001).
Amaral (2006), publicou que, 1kg de soja corresponde a 2,2 kg de carne bovina.
Já Barbosa (2012), acrescenta que, a soja possui em sua composição, compostos essenciais à saúde como
os tocoferóis, os ácidos graxos poli-insaturados, os fosfolipídios, flavonóides e fitoesteróis, os quais estão
envolvidos na redução dos riscos de doenças crônicas não transmissíveis.
Dentre os fatores antinutricionais os inibidores de proteases e as lecitinas são considerados instáveis ao
tratamento térmico. Os inibidores de proteases são proteínas de ampla distribuição no reino vegetal, capazes
de inibir as atividades da tripsina, quimotripsina, amilase e carboxipeptidase. Os inibidores de tripsina são os
supostos responsáveis pelo baixo valor nutritivo da soja (SILVA; SILVA, 2000). Lecitinas são proteínas não
pertencentes ao sistema imunológico, porém, ligam-se reversivelmente aos carboidratos. Essas substâncias
estão presentes em maior quantidade em grãos de leguminosas e gramíneas.
Isoflavonas são fitoestrógenos a concentração desses compostos é relativamente maior nas leguminosas,
estão presentes nos alimentos ligados a açúcares e beta-glicosídeos. Nesta forma não são absorvidas pelo
organismo humano. Somente as isoflavonas livres sem a molécula de açúcar, as chamadas agliconas, são
capazes de atravessar a membrana plasmática (ESTEVES; MONTEIRO, 2001).
A absorção e retenção das isoflavonas pelo organismo humano aumentam conforme a solubilidade em água.
Desta forma, a absorção de dá da seguinte forma: genisteína> daidzeína> gliciteína (PENHA, et al.; 2007). A
genisteína constitui fator importante na prevenção de doenças inflamatórias e autoimunes, devido ação
inibidora da fosforilação da tirosina e supressão da síntese induzida de óxido nítrico.
As fibras insolúveis da soja não são digeridas no trato gastrointestinal humano e atuam normalizando a
mobilidade intestinal, o que previne diverticulite e constipação. As fibras solúveis são efetivas no controle do
diabetes tipo II (pacientes não insulinodependentes) e na redução dos níveis sanguíneos de LDL colesterol.
O mecanismo de ação da soja no organismo age de forma preventiva a diversas patologias como, por
exemplo, a carcinogênese. Portanto conclui-se que, incluir na alimentação diária, fontes de soja é importante.
REFERÊNCIAS:
ESTEVES,Elizabeth Adriana; MONTEIRO, Josefina Bressan Resende; EFEITOS BENÉFICOS DAS
ISOFLAVONAS DE SOJA EM DOENCAS CRÔNICAS; Rev. Nutr., Campinas; 14; 43-52; 2001.
BARBOSA, Mariana Pedreira; ALIMENTOS FUNCIONAIS NA PREVENÇÃO E NO CONTROLE DO
CÂNCER DE MAMA.; Nutrição em Pauta; -; 31-36; 2012.
AMARAL,Vera Maria Gurgel do; A IMPORTÂNCIA DA SOJA COMO ALIMENTO FUNCIONAL PARA
QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE; Dissertação (Obtenção do título de Mestre profissional em Engenharia
Mecânica / Gestão da qualidade total; -; 86; 2006.
SILVA, Mara Reis; SILVA, Maria Aparecida Azevedo Pereira da; FATORES ANTINUTRICIONAIS:
INIBIDORES DE PROTEASES E LECTINAS; Rev. Nutr., Campinas; 13; 3-9; 2000.
PENHA,Luiz Antonio Odenath; et al.; A SOJA COMO ALIMENTO: VALOR NUTRICIONAL, BENEFÍCIOS
PARA A SAÚDE E CULTIVO ORGÂNICO; B.CEPPA, Curitiba; 25; 91-102; 2007.
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