II Seminário Iniciação Científica – IFTM, Campus Uberaba, MG. 20 de outubro de 2009. TEOR PROTÉICO DE PREPARAÇÕES COM SOJA MARROM E FEIJÃO CARIOQUINHA REIS, R. P. 1; CIABOTTI, S.2 PEREIRA, L.A.3; SILVA. M.S.3; SILVA FILHO A. G.3; SÁ, M. E. L. 4; ARANTES, N. E.5 1 Estudante 4° período de Tecnologia Alimentos - bolsista FAPEMIG; [email protected]. 2 profª IF Triangulo Campus Uberaba., Drª. Ciência dos Alimentos; [email protected]. 3 Estudante 6° período de Tecnologia Alimentos, IF Triângulo; 4 Epamig – Uberaba 5 Embrapa-Soja Uberaba RESUMO O objetivo deste trabalho foi determinar o teor protéico de preparações à base de soja marrom adicionadas de diferentes proporções de feijão carioquinha cozido e triturado. Devido que a soja por ter um alto nível de proteína, foi realizada estudos na Embrapa, EPAMIG e Fundação Triângulo, sediada em Uberaba, vêm selecionando genótipos especiais de soja, sendo uma delas a soja marrom (MGBR04-4431), específica para a alimentação humana. Com isso, foram realizadas diferentes preparações de soja marrom adicionada com feijão para determinar a quantidade de proteína presentes. Pois o consumo diário de feijão este entre 50 a 100g por dia/pessoa, contribuindo com 28% de proteínas e 12% de calorias ingeridas (SCARBIERI, 1980). Portanto, como alimento básico e sob o ponto de vista quantitativo, o feijão é considerado um alimento protéico, embora, seu conteúdo calórico, mineral e vitamínico não possa ser desprezado. O valor nutritivo da proteína do feijão é baixo quando é utilizado como única fonte protéica, entretanto, quando combinado com outro alimento, por exemplo, forma uma mistura de proteínas mais nutritiva, pois o feijão é pobre em aminoácidos sulfurados e rico em lisina (MESQUISTA, 2007). Houve uma diminuição linear decrescente no valor protéico das preparações, com o aumento de feijão carioquinha. Isso pode ser explicado pelo fato da soja ter maior conteúdo de proteínas do que o feijão. A combinação de soja marrom e feijão carioquinha podem ser ideais para a melhoria da qualidade de proteínas, sendo possível aumentar a quantidade de protéica para a população de baixa renda que tem como principal fonte o feijão. Palavras-chave: leguminosas, proteína. INTRODUÇÃO A soja [Glycine max (L.) Merrill] devido ao seu alto teor de proteína e sua versatilidade na indústria de alimentos, tem sido alvo de muitas pesquisas quanto aos seus aspectos tecnológicos (CIABOTTI et al., 2009) e de melhoramento genético, para aumentar a aceitabilidade da soja pelos consumidores, levando em consideração seu alto valor nutricional. Nesta premissa a Embrapa, EPAMIG e Fundação Triângulo, sediada em Uberaba, vem selecionando genótipos especiais de soja, sendo uma delas a soja marrom (MGBR044431), específica para a alimentação humana. A soja quando adequadamente processada, II Seminário Iniciação Científica – IFTM, Campus Uberaba, MG. 20 de outubro de 2009. constitui-se em uma excelente fonte protéica, apesar da pouca aceitabilidade dos seus derivados, o que tem estimulado a combinação com outras fontes alimentares, visando aumentar o seu consumo. Diante do exposto este trabalho teve como objetivo, determinar o teor protéico de preparações à base de soja marrom adicionadas de diferentes proporções de feijão carioquinha cozido e triturado. MATERIAL E MÉTODOS Obtenção das preparações com soja marrom e feijão carioquinha A soja marrom safra 2008/2009 foi cedida pela Epamig de Uberaba. As preparações foram elaboradas no laboratório de Técnica Dietética do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Campus Uberaba. As preparações com a soja marrom e feijão carioquinha foram preparadas conforme fluxograma abaixo. Soja marrom Feijão [Glycine max (L.) Merrill] [Phaseolus vulgaris L.] Maceração dos grãos por 8 horas Cocção dos grãos Cocção dos grãos e trituração Combinação da variedade de soja marrom (SM) com feijão carioquinha (FC) Proporções SM : FC – 10:0, 9:1, 8:2, 7:3, 6:4 e 5:5. Adição de temperos Figura 1 Fluxograma de preparo da combinação de soja marrom e feijão carioquinha. As proporções de soja marrom (SM) e feijão carioquinha (FC) – SM : FC – 10:0, 9:1, 8:2, 7:3, 6:4 e 5:5 correspondem respectivamente a 10, 20, 30, 40 e 50 % da parte adicionada de feijão carioquinha. Determinação de proteína A proteína bruta foi determinada pelo método de “Kjeldahl”, conforme AOAC (1990). II Seminário Iniciação Científica – IFTM, Campus Uberaba, MG. 20 de outubro de 2009. Análise estatística Foi utilizado o Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC) com cinco tratamentos e quatro repetições. As análises de variância e teste de médias foram realizadas segundo técnicas usuais do software SISVAR (FERREIRA, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO A Figura 2 apresenta os resultados do teor protéico de preparações adicionadas de feijão carioquinha. Proteínas (g/100g) 45 40 35 30 25 20 0 10 20 30 40 50 % de feijão carioquinha Figura 2. Valores médios de proteína (g/100g) de preparações de soja marrom adicionadas de feijão carioquinha. Dados expressos com base em matéria seca. Proteína %=(N X 6,25) . Observa-se que houve uma diminuição linear decrescente no valor protéico das preparações, com o aumento de feijão carioquinha. Isso pode ser explicado pelo fato da soja ter maior conteúdo de proteínas do que o feijão. O valor máximo de proteína das preparações com a mistura atingiu 39g/100g, representando resultado próximo ao valor da soja marrom que foi de 40,13g/100g e o mínimo foi de 33g/100g. A preparação com 50% aumentou em torno de 40% com relação ao teor protéico de variedades de feijão que ocorrem em torno de 23,37g/100g. Pode-se considerar que o consumo da mistura com 50% de soja e feijão, além de aumentar o aporte nutricional, ainda possui outros componentes secundários com ação na prevenção de doenças crônico-não-transmissíveis provenientes da soja (MURPHY et al., 2002). A combinação de soja marrom e feijão carioquinha pode ser ideal para a melhoria da qualidade protéica de consumidores potenciais de feijão, sendo possível aumentar a quantidade de protéica para a população de baixa renda que tem como principal fonte este alimento. II Seminário Iniciação Científica – IFTM, Campus Uberaba, MG. 20 de outubro de 2009. CONCLUSÃO Em todas as preparações o teor protéico foi reduzido conforme adicionou-se o feijão carioquinha. A formulação com partes iguais de soja e feijão, apresentou um aumento em torno de 40% no aporte de proteína. AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig pelo incentivo através do Programa Institucional de bolsas de iniciação científica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CIABOTTI, S.; BARCELOS, M. F. P.; CIRILO, M. A.; PINHEIRO, A. C. M. P. Propriedades tecnológicas e sensoriais de produto similar ao tofu obtido pela adição de soro de leite ao extrato de soja. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.29, n.2, p. 346-353, 2009. FERREIRA, D. F. Análise estatística por meio do SISVAR para Windows versão 4. 0. In: REUNIAO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA. UFSCar, 45., 2000, São Carlos. Anais... São Carlos, SP: UFSCar, 2000. p. 255-258. MURPHY, P. A.; BARUA, K.; HAUCK, C. C. Solvent extraction in the determination of isoflavones in soy foods. Journal of Chromatography, B, Amsterdam, v. 777, n. 1/2, p. 129138, Sept. 2002.