Preparo da pele do paciente e da equipe cirúrgica Colaboração: Enfª Maria Clara Padoveze Enfª Silvia Alice Ferreira Divisão de Infecção Hospitalar Fontes de microorganismos Mãos Equipe Instrumental, fluidos Bacteremia Microbiota residual da pele Manipulação de tecidos contaminados Pele Maior órgão do corpo humano funções: • proteção (mecânica, radiação, imunidade, conservação de água) • excreção (suor) • síntese química - vitamina D • termo-regulação • sensação Estrutura da pele Epiderme: células epiteliais, c/ diferentes estratos, se recompõe rapidamente Derme: densa camada de tecido conectivo glândulas sebáceas folículos pilosos Microbiota da pele Fora transitória Epiderme Derme Flora residente Microrganismos Pele – gram positivos – gram negativos (área de períneo ou virilha Cavidade gastrointestinal – gram negativos – anaeróbios Medidas de prevenção: preparo da pele • remoção de pêlos • banho pré-operatório • anti-sepsia cirúrgica Medidas de prevenção Uma ação ou conjunto de ações intencionalmente realizadas com o intuito de prevenir ISC definidas por: – evidências científicas do risco associado – relação custo x benefício da implementação da medida Medidas de Prevenção CDC - 1999 • Categoria IA: Fortemente recomendada estudos bem desenhados experimentais clínicos epidemiológicos Medidas de Prevenção CDC - 1999 • Categoria IB: Fortemente recomendada alguns estudos experimentais clínicos epidemiológicos forte razão teórica Medidas de Prevenção CDC - 1999 • Categoria II: Sugerido para implementação estudos sugestivos • clínicos • epidemiológicos razão teórica Medidas de Prevenção CDC - 1999 • Categoria s/ recomendações: – não resolvido – sem evidência – sem consenso entre os especialistas Classificação das medidas de preparo da pele Categoria IA • Não remover pêlos • Se o pêlo for removido, utilizar preferencialmente cliper elétrico Por quê a remoção de pêlos interfere com a ISC? Uso de lâminas: cortes microscópicos na pele servem como foco para proliferação de microrganismos Remoção de pêlos Taxa de infecção de sítio cirúrgico de acordo com o tipo de remoção dos pêlos Lâminas de barbear – 5,6% Agente depilatório - 0,6 % Não remoção dos pêlos – 0,6% Seropian R., et al Am. J. Surg 1971;121:251-4 Remoção de pêlos Taxa de infecção de sítio cirúrgico (tricotomia com lâmina) de acordo com o tempo antes da cirurgia imediatamente antes – 3,1% 24 horas antes – 7,1% ≥ 24 horas antes – 20% Seropian R., et al Am. J. Surg 1971;121:251-4 Remoção de pêlos Razões atribuídas – facilitar a anti-sepsia – facilitar a visualização do local da incisão – evitar que os pêlos caiam na cavidade – evitar que os pêlos interfiram na técnica de sutura Recomendações: remoção pêlos Quando? – próximo do momento cirúrgico – idealmente, na S.O. após anestesia proliferação de microrganismos probabilidade de re-tricotomia constrangimento do paciente irritabilidade da pele Recomendações: remoção pêlos Como? – área mais restrita possível (só incisão) – sobre a pele previamente limpa (banho pré-operatório) – com técnica limpa ou estéril Classificação das medidas de preparo da pele Categoria IB • Banho pré operatório com anti-séptico no mínimo na noite anterior Banho pré-operatório Finalidade eliminar a sujidade e reduzir a flora transitória da pele Uso de anti-sépticos Controverso Ainda não demonstrado a redução nas taxas de ISC Utilizar em situações especiais (surtos, implante de próteses) Recomendações: banho préoperatório • Água corrente • Sabão comum ou anti-séptico não irritante • Roupa limpa após o banho Classificação das medidas de preparo da pele Categoria IB • Fazer limpeza escrupulosa da pele (solução degermante) • Usar anti-séptico apropriado para preparação da pele Recomendações: anti-sepsia cirúrgica • Seleção do antiséptico: – Clorohexidina – Iodóforo (PVPI) • Pele alcoólico • Mucosa aquoso • Não se recomendam outros anti-sépticos Recomendações: anti-sepsia cirúrgica Categoria II dreno • anti-sepsia em círculos concêntricos em direção à periferia • área ampla incluindo a possível ampliação da cirurgia ou inserção de drenos incisão Recomendações: anti-sepsia cirúrgica • Aplicar sobre a pele limpa! • Evitar incompatibilidade entre soluções antisépticas Classificação das medidas de antisepsia das mãos antebraços da equipe cirúrgica Categoria IB • Fazer antissepsia com solução degermante de PVP-I ou Clorexidina por 3-5 minutos Recomendações: anti-sepsia das mãos antebraços da equipe cirúrgica • Atenção especial à unhas e espaços sub-ungueais • Utilizar escova descartável, estéril, cerdas macias e de uso individual; • Enxague a partir mão para o antebraço • Secar com toalha esterilizada Cuidados com anti-sépticos As soluções anti-sépticas devem estar em dispensadores fixos ou embebidas em escovas esponjas Proteger da exposição da luz solar direta Preferir almotolias descartáveis Estabelecer rotina de reprocessamento das almotolias reenvasáveis Outras medidas de controle Pré-operatório Tempo de internação pré-operatória (<72 hs) Controle de doenças crônicas e tratamento de infecções Tricotomia e Preparo de pele Degermação e anti-sepsia das mãos Profilaxia antimicrobiana Outras medidas de controle Intra-operatório Paramentação cirúrgica completa Técnica cirúrgica Uso de drenos Cuidados com material esterilizado Manter a porta da sala fechada Número de pessoas reduzido Outras medidas de controle Pós-operatório Curativo Manter curativo estéril por 24 horas Manipulação asséptica Orientar o paciente quanto aos cuidados com incisão Divisão de Infecção Hospitalar - CVE www.cve.saude.sp.gov.br [email protected] [email protected]