negócios
Jornal de
são josé
do rio preto
e região
Ano XXI | # 257 | agosto de 2015 | www.sebraesp.com.br | 0800-570-0800 | radio.sebraesp.com.br facebook.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo Receita
com sabor
de sucesso
twitter.com/sebraesp | Tiragem regional: 16.627
Aproveite o momento para conquistar
o mercado externo e ganhar mais
Em tempos de real desvalorizado, exportar
é um caminho para expandir receitas.
Contudo, é preciso se preparar para atender
à demanda, como faz Rodrigo Freitas, diretor
da Sistema Athos, de São José dos Campos
páginas 10 e 11
Com tino empreendedor herdado dos pais, dono da rede Molecaggio,
de São José do Rio Preto, aprimorou conhecimentos com capacitações
do Sebrae-SP e se prepara para abrir novo negócio | página 23
Casal procura apoio para vencer desafio de criar uma marca própria
Com auxílio do Sebrae-SP, os empresários Vlamir Diana e Célia Juvêncio, proprietários
da confecção Shammah, com fábricas em São José do Rio Preto e Neves Paulista,
preparam lançamento de e-commerce para vender peças com a etiqueta Validade
página 24
Fãs de música podem
faturar com “bolachões”
Organização acessível
com recurso online
volta do interesse pelos lps
o painel planeja fácil agora
revela nicho para lojistas
é oferecido na versão digital
página 8
página 14
Café gourmet traz sustentabilidade
e mais lucros para produtor
Valdir Duarte, dono do Sítio Santa
Rosa, acredita ainda que os produtores
não devem querer aprimorar o grão apenas
para participar de concursos. “Para conseguir
vender o café como especial, não basta
a qualidade da bebida. É preciso buscar
certificações que reforcem o respeito
às condições socioambientais.”
Edimilson da Silva comanda um time de 70 funcionários e 15 prestadores de serviços em cinco filiais da pizzaria
páginas 12 e 13
2 | jornal de negócios | são josé do rio preto e região
Exportação Oportunidades
cloud tags
Mercado externo Lucratividade
Crescimento Competitividade Planejamento Empreendimento
Produção Vendas Capacitação Agronegócio Responsabilidade
Notas de são
josé do rio
preto e região
X
Como tornar a loja mais organizada e convidativa
Estão abertas as inscrições para lojistas interessados em contratar a
consultoria Diagnóstico Individual – visual merchandising. Um especialista irá até o estabelecimento para analisar toda a estrutura física e fazer um diagnóstico com os principais pontos estratégicos da
loja. São avaliados: fachada, layout e agrupamento e disposição dos
produtos. Feito isso, o consultor elabora um plano de ações, indicando
quais as mudanças que podem reforçar o impacto positivo no cliente.
O custo da consultoria é de R$ 2,2 mil, que podem ser divididos em até
seis vezes no cartão. Para mais informações, ligue: (17) 3222-2777.
Análise estratégica para aprimorar o atendimento
Qualquer empresário sabe da importância do bom atendimento para
ganhar e reter clientes. Mas encontrar dicas e ideias que ajudem a melhorar de fato o serviço não costuma ser tarefa fácil. Com o objetivo
de oferecer subsídios para avaliar a atuação da empresa, o Escritório
Regional (ER) do Sebrae-SP em São José do Rio Preto oferece uma consultoria que avalia a qualidade do atendimento e faz um levantamento de informações específicas sobre processos, produtos e serviços de
empresa. Os avaliadores se passam por clientes comuns para realizar
tarefas específicas como comprar um produto ou consumir um serviço. Depois, fornecem um relatório detalhado de como foi a experiência. Esse produto está disponível para empresas do segmento de alimentação fora do lar, meios de hospedagem e comércio geral. O custo
é de R$ 1,4 mil, que podem ser divididos em cinco vezes no cartão. Para
inscrições e mais informações, ligue: (17) 3222-2777.
acerte na organização do salão de beleza
Neste mês, os proprietários de salões de beleza de São José do Rio Preto
e da região têm a oportunidade de aprimorar a gestão de seus estabelecimentos por meio de dois cursos oferecidos pelo Sebrae-SP:
• Normas e procedimentos operacionais
Com 8 horas de duração, mostra aos empresários a importância de planejamentos operacional, tributário e pessoal para a abertura de um
salão de beleza, bem como as ferramentas que devem ser utilizadas.
Investimento: R$ 90
• Layout de salão de beleza
Também com duração de oito horas, aborda os principais pontos de
atenção quando se faz a montagem de um salão, como disposição
de móveis, equipamentos, materiais e insumos, a fim de manter o
ambiente harmônico, funcional e agradável.
Investimento: R$ 90
Para inscrições e mais informações, como data e horário de realização, ligue: (17) 3222-2777.
Capacitação para fazer manuais
de montagem de móveis
De 3 de agosto a 4 de setembro, o ER do Sebrae-SP oferecerá um curso
voltado para os empresários do polo moveleiro da região, sobre Desenho de manuais de montagem de móveis. Com duração de 60 horas,
a capacitação abordará os seguintes assuntos: sistemas de fixação;
principais ferragens e acessórios; montabilidade e desmontabilidade;
desenho tridimensional; e plotagem. As aulas, das 19h às 22h, serão
ministradas no Centro de Treinamento do Senai em Mirassol (Rua
Campos Sales, 1998 – Centro). O custo é de R$ 400, que podem ser pagos
em duas vezes. Para inscrições e mais informações, ligue: (17) 3222-2777.
SERVIÇO
Escritório Regional do Sebrae-SP em São José do Rio Preto
Rua Dr. Presciliano Pinto, 3.184 – Alto Rio Preto
(17) 3222-2777 / 0800-570-0800
edição 257 | agosto de 2015 | 3
intenção de financiar cai 2,2% em maio
O quinto mês do ano aponta recuo de 2,2% na intenção dos consumidores paulistanos
em contratar financiamento. O dado é da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento
(PRIE), apurada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Estado de São Paulo (FecomercioSP). A contração se deu em relação ao mês de abril deste
ano. Em relação a maio de 2014, houve leve alta de 0,6%. A tendência é de estabilidade
do quadro atual, com boa parte do público evitando contrair novas dívidas.
Inspiração
de cabeceira
ATITUDE EMPREENDEDORA:
Descubra com Alice seu País
das Maravilhas (Ed. Senac)
Pelas aventuras de Alice –
personagem criada por Lewis
Carroll –, a autora Mara Sampaio
propõe, em um texto lúdico,
formas de desenvolver a atitude
empreendedora, essencial para
a evolução profissional.
101 DICAS PRÁTICAS
DE LIDERANÇA (Ed. Sextante)
Com informações acessíveis
e baseadas em pesquisas
atuais sobre o papel dos líderes
e as expectativas de suas
equipes, John Baldoni organizou
sua obra em três seções:
você, colegas e a empresa.
errata
Diferente do que foi publicado na matéria
“Mercado de academias em boa forma”, na página
8 do Jornal de Negócios de julho, em 2014, o setor
registou um faturamento de R$ 7,8 bilhões no País,
ou US$ 2,5 bilhões, conforme informado pela
Associação Brasileira de Academias (Acad).
expediente
Publicação mensal do Sebrae‑SP
Tiragem total
500 mil exemplares
CONSELHO DELIBERATIVO
Presidente: Paulo Skaf
ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp,
FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec,
IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria
de Desenvolvimento Econômico,
Ciência e Tecnologia, Sindibancos-SP,
Superintendência Estadual da Caixa
Econômica Federal.
DIRETORIA EXECUTIVA
Diretor-superintendente: Bruno Caetano
Diretor técnico: Ivan Hussni
Diretor de adm. e finanças: Pedro Jehá
ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME.
Queremos ouvi-lo: 0800 570 0800
[email protected]
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OUVIDORIA.
Destino:
o mundo
Paulo skaf, Presidente do Sebrae‑SP
Em sua quase totalidade, os pequenos negócios são dependentes do mercado interno.
Por isso, o estágio atual de nossa economia
impacta direta e fortemente nesses empreendimentos, prejudicando de forma sistemática o
faturamento e a geração de empregos.
Outra reação imediata diz respeito às expectativas desses empresários. Há seis meses
cresce o número de empreendedores que não
acreditam na melhora da economia, tampouco
no aumento de receita. Estamos diante de um
período de dificuldades, portanto, é preciso triplicar a atenção, buscar soluções que minimizem perdas, racionalizar ainda mais os processos e planejar os investimentos.
Atualmente, das 11 mil micro e pequenas
empresas (MPEs) exportadoras, 50% são paulistas, respondendo por US$ 750 milhões de
valor exportado. Levando em conta que esse
montante representa apenas 1,3% dos R$ 56,2
bilhões exportados em 2013, há uma boa oportunidade de melhora dos resultados.
Acredito que temos empresas competitivas capazes de se sobressaírem em qualquer
parte do mundo. O principal problema está
nos excessos burocráticos, tributários e de ju-
JORNAL DE NEGÓCIOS
Unidade Inteligência de Mercado
Gerente: Eduardo Pugnali
Editora responsável: Marcelle
Carvalho – MTB 00885
Editores-assistentes: Roberto
Capisano Filho e Daniel Lopes
Apoio comercial: Unidade Comercial
Giulliano Antonelli (gerente)
Projeto gráfico e produção
Impressão: Plural Indústria Gráfica
Sebrae‑SP
Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso,
CEP: 01504-001
Escritórios Regionais
Sebrae‑SP
Alto Tietê 11 4722-8244
Araçatuba 18 3622-4426
Araraquara 16 3332-3590
Baixada Santista 13 3289-5818
Barretos 17 3323-2899
Bauru 14 3234-1499
Botucatu 14 3815-9020
ros, bem como nos entraves de financiamento e de logística.
Não é tarefa fácil, ainda mais com resultados
a curtíssimo prazo, mas vale a pena planejar o
acesso a esse novo mercado. Nesta edição do
Jornal de Negócios, você vai encontrar orientações detalhadas de nossos especialistas.
Sei que essa situação também requer
ações mais incisivas em termos de políticas
públicas. Por exemplo, a regulamentação do
Simples Internacional, que vai garantir procedimentos simplificados de habilitação, licenciamento, despacho aduaneiro e câmbio, além
de criar o operador logístico simplificado, que
poderá realizar consolidação e desconsolidação de carga, licenciamento, seguro, câmbio,
transporte e armazenagem. Será uma forma
de resolver várias dificuldades que hoje emperram o acesso ao mercado global.
Menos amarras é fundamental. Por isso, não
medirei esforços para sensibilizar quem for preciso da importância de destravar o dia a dia do
setor produtivo, em especial do segmento das
pequenas empresas, regulamentando esses
mecanismos, simplificando outros e garantindo
tratamento diferenciado aos pequenos negócios.
Campinas 19 3243-0277
Capital Centro 11 3253-2121
Capital Leste I 11 2225-2177
Capital Leste II 11 2074-6601
Capital Norte 11 2976-2988
Capital Oeste 11 3832-5210
Capital Sul 11 5522-0500
Franca 16 3723-4188
Grande ABC 11 4990-1911
Guaratinguetá 12 3132-6777
Guarulhos 11 2440-1009
Jundiaí 11 4587-3540
Marília 14 3422-5111
Osasco 11 3682-7100
Ourinhos 14 3326-4413
Piracicaba 19 3434-0600
Pres. Prudente 18 3222-6891
Ribeirão Preto 16 3621-4050
São Carlos 16 3372-9503
S. J. da Boa Vista 19 3622-3166
S. J. do Rio Preto 17 3222-2777
S. J. dos Campos 12 3922-2977
Sorocaba 15 3224-4342
Sudoeste Paulista 15 3522-4444
Vale do Ribeira 13 3821-7111
Votuporanga 17 3421-8366
4 | jornal de negócios
Setor automotivo lidera recuo nas vendas
O setor automotivo acumula queda de 16% nas vendas de janeiro a abril deste ano, em relação
a igual período de 2014. Trata-se da maior retração entre todas as atividades inclusas na Pesquisa
Mensal do Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo
com a entidade, contribuíram para a baixa retirada de incentivos fiscais, a contração da oferta
do crédito e a restrição orçamentária das famílias. Mesmo com o resultado sofrível, o grupamento
de atividades – que abrange veículos, motos e peças – teve alta de 4,4%, em comparação a março.
Com DNA do
empreendedorismo
Quando o franchising engatinhava no Brasil, Antonio Carlos Nasraui apostou nesse
modelo para transformar o Rei do Mate na grande rede que, hoje, soma 340 unidades
Foto: Rubens Chiri
franqueadas. nesta entrevista ao
jornal de negócios, ele conta como
transformou a criação paterna em
uma das maiores redes de produtos
à base de mate do país.
Quais são as dimensões do negócio?
As 340 lojas da rede atendem mais de 2
milhões de pessoas por mês. Vendemos
em torno de 8 milhões de pães de queijo, 80 toneladas de açaí e 500 mil xícaras de café, além de 100 tipos de mate.
Como foi a construção da marca?
Começamos a operar como franquia em
1992. Uma loja acabou puxando a outra
e abrimos espaço no Rio de Janeiro dois
ou três anos depois, mercado onde ganhamos muita visibilidade. Hoje, são
quase 130 lojas lá, nosso segundo maior
Estado consumidor, só atrás de São
Paulo. Também formatamos produtos
inovadores e, com isso, consolidamos a
marca. Tínhamos um grande diamante bruto para lapidar e precisei aprender muita coisa para transformar o Rei
do Mate no que ele é atualmente.
o empresário antonio carlos nas‑
raui cresceu vendo o pai, kalil,
empreender. entre as lojas que o
patriarca criou, uma fez fama e
mudou hábitos de consumo: o rei
do mate, uma pequena lanchone‑
te que nasceu na avenida são joão,
centro de são paulo, em 1978, e, aos
poucos, conquistou fãs para no‑
vas formas de consumir a bebida.
de maneira diferente da infusão
quente, ele a servia gelada, incor‑
porando ingredientes como leite,
limão e maracujá. em dez anos, con‑
seguiu abrir sete filiais da marca
na cidade, mas foi com a entrada de
antonio carlos no negócio, no co‑
meço dos anos 90, que o rei do mate
deslanchou. com o dna de comer‑
ciante herdado do pai, o filho for‑
matou o empreendimento para se
multiplicar como franquia. atual‑
mente, já são 340 unidades instala‑
das em 17 estados brasileiros, todas
Quais foram os principais desafios?
Não existia a categoria de casas de
mate. Quando falávamos sobre trabalhar com chá, vinha logo à cabeça
aquela bebida quente que a vovó levava na cama quando se estava doente.
Tivemos de mudar esse conceito.
De que forma?
Não falamos mais em chá, mas em
mate, para criar uma cultura e associar
o produto a algo refrescante. Lidávamos
com um público mais jovem, pós-geração refrigerante, que estava à procura
de uma bebida não carbonatada, mais
saudável, mais funcional. Naquela época, os supermercados tinham talvez
meia gôndola com um ou dois tipos de
sucos. Hoje, eles reservam um corredor
inteiro para esse produto, que exibe
enorme variedade, desde sucos puros
a misturados à agua de coco, e diversos
tipos de chás. Quando começamos, esse
mercado crescia fora do Brasil, mas aqui
ainda era inexistente e pegamos esse
boom mundial.
Então, o perfil do consumidor do Rei
do Mate é jovem?
Sim, 74% do nosso público tem de 14
a 39 anos. Por isso, precisamos inovar
sempre. Isso tem tudo a ver com as
campanhas que fazemos e as promoções da cultura, da arte, da gastronomia e da moda.
Como falam com esse público?
Fazemos merchandising em filmes
nacionais, como o longa Mato sem
cachorro. Também colocamos nossa
marca em duas temporadas do Porta
dos Fundos [esquetes de humor veiculadas pela internet e o canal pago Fox].
O que visam com essa estratégia?
Notamos que o consumidor ainda tem
esse anseio de experimentar todas essas marcas internacionais que estão
vindo para o Brasil. Por isso, precisamos
nos firmar ou reafirmar nossa identidade nacional, porque nascemos na
Avenida São João, somos 100% brasileiros. Sabemos o que é açaí, o que é mate,
o que é pão de queijo. Um café que vem
dos Estados Unidos é especialista em
rosbife salgado, não em coxinha.
edição 257 | agosto de 2015 | 5
Percentual de famílias endividadas recua pela primeira vez em quatro meses
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) registrou, pela
primeira vez em quatro meses, queda no percentual de famílias endividadas. Na pesquisa
de junho, o percentual foi de 62%, queda em relação aos 62,4% de maio e face aos 62,5%
no mesmo período do ano passado. Segundo a pesquisa, apesar da retração do percentual
de famílias com dívidas que pagam em dia suas contas, aumentou as que têm contas
ou dívidas em atraso, com 21,3%. Em maio, eram 21,1%. E junho de 2014, 19,8%.
O valor da
informação
Bruno Caetano
diretor-superintendente do Sebrae‑SP
@bcaetano
[email protected]
www.facebook.com/bcaetano1
Como a economia nacional ainda
está longe da recuperação, só resta ao
empreendedor trabalhar melhor todos
os recursos da micro e pequena empresa para torná-la competitiva. Um
bom começo, quase sempre, é a informação – afinal, no emaranhado da
globalização, indicar as tendências do
mercado ajuda (e muito) o empresário
a traçar as melhores estratégias.
Reportagem do Jornal de Negócios
mostra que, graças a informação e
orientações do Sebrae‑SP, cafeicultores da região da Média Mogiana estão conseguindo avanços com o café
gourmet, segmento que detém 12%
do mercado internacional da bebida.
Para se destacarem, fazendeiros investem na produção e participam de
concursos que funcionam como certificações. Com a safra premiada, a diferença do valor é dramática. Enquanto a saca do comum gira em torno de
R$ 450, a do premium atinge R$ 2 mil.
Informação também impulsionou a
criação da Brused. Tema de outra página desta edição, o empreendimento digital do ABC paulista opera comprando
e revendendo celulares usados. Com
processos ágeis e confiáveis, os jovens
empresários perceberam a crescente
demanda pelo descarte dos aparelhos
e já planejam a expansão.
Outros bons negócios podem surgir com a 5ª Feira do Empreendedor.
Mostramos que, para o evento, no
fim de fevereiro 2016, a previsão é receber 120 mil visitantes e movimentar mais de R$ 7 milhões. Outra novidade é o lançamento do Planeja Fácil
digital. O grande quadro que mapeia
o levantamento de informações, objetivos e ações, agora está ao alcance de um clique no celular ou tablet,
facilitando a organização do dia a dia
da corporação. Porque empreender
tem de ser simples, e é para isso que
o Sebrae‑SP trabalha.
NO
VI
DA
DES
radionovela traz dicas para meis de forma divertida
O SEBRAE cria radionovela prática e divertida para o
Microempreendedor Individual (MEI). Cada capítulo tem cinco
minutos e traz um empreendedor que conta suas experiências
para fazer o negócio prosperar. O programa, apresentado pelo
ator Jackson Antunes, é transmitido na rádio SEBRAE e em mais
270 emissoras do País, em um total de 60 episódios. O ouvinte
pode conversar com o apresentador pelo blog O Negócio
é o Seguinte. Confira a programação completa
em: http://www.onegocioeoseguinte.sebrae.com.br/
curso gratuito de gestão e inovação da usp
O Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação (Nagi), centro de capacitação
gerencial da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP),
lança 64 videoaulas, online e gratuitas. A ideia é o fomento da
inovação, seja para o estágio inicial, seja para níveis avançados.
O conteúdo inclui entrevistas com especialistas e profissionais do
mercado, como Gina O’Connor, da Lally School of Management &
Technology do Rensselaer Polytechnic Institute, dos Estados Unidos.
Gina é apontada como uma das experts em gestão de inovação. Para
assistir, vá ao site da Nagi: http://nagi-pro.poli.usp.br/
sebrae e endeavor em parceria para impulsionar o mei
Pequenas empresas com um forte potencial de crescimento são
candidatas ao programa de mentoria, parceria entre o SEBRAE e a
Endeavor. As mentorias oferecem a chance de os empreendedores
discutirem soluções corporativas com grandes empresários de
sucesso. O SEBRAE escolherá companhias que já possuem contato
com a instituição e prestará consultoria de gestão. O agendamento
das reuniões caberá à Endeavor. Já existe projeto piloto com 70
organizações no Paraná e Santa Catarina.
6 | jornal de negócios
E-commerce de moda brasileiro é o maior do mundo
O Brasil lidera o mercado de moda via e-commerce desde 2012, em volume de pedidos.
Os dados são do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP. Segundo Pedro Guasti,
presidente do órgão, o País ocupava a 25ª posição em 2007. Especialistas do segmento da
moda são unânimes em afirmar que o desempenho nacional na internet ainda tem enorme
potencial e deve registrar crescimento expressivo nos próximos anos, com a popularização
da banda larga, dos smartphones e das empresas que atuam nas vendas online.
Ganhos para a
empresa e a sociedade
Lucrar não é o único objetivo de empreendedores que valorizam o lado humano de sua atividade
e se envolvem em ações que beneficiam a comunidade na qual estão inseridos
e cada um fizer a sua parte, certamente teremos um futuro melhor.
Essa máxima está por trás das ações
de responsabilidade social que já são
comuns nas grandes corporações e começam a fazer parte também da rotina das micro e pequenas empresas. A
humanização nos negócios demonstra
que os empresários estão mais conscientes sobre o seu papel social.
Foi pensando assim que Nicole Fischer, proprietária da Atenua Som, fabricante de janelas antirruído da capital paulista, teve a ideia de contratar
um refugiado para se juntar aos atuais
50 funcionários da empresa. A ideia
surgiu depois de ela assistir a um documentário na TV falando sobre as condições de vida desses imigrantes no Brasil – um contingente de mais de 7,2 mil
pessoas de 81 nacionalidades distintas
(a grande maioria formada por sírios,
colombianos, angolanos e congoleses),
segundo dados divulgados em outubro
do ano passado pelo Comitê Nacional
para os Refugiados (Conare).
Comovida pelos dados e condições
dessas pessoas, Nicole resolveu fazer alguma coisa para ajudar. Abriu
uma vaga em sua empresa e divulgou no Instituto de Reintegração do
Refugiado (Adus), entidade criada
no Brasil em 2010 e que já atendeu
800 pessoas nessa situação. Assim,
contratou o congolês Radjhab Amisi
Ilunga na função de ajudante geral.
Há 11 meses no Brasil, ele tem curso
em elétrica e fala bem português, inglês, francês e holandês, além de oito
dialetos de seu país de origem.
Ilunga veio sozinho para cá e, hoje,
divide um quarto com mais três pessoas no bairro de Itaquera, na zona
leste de São Paulo. “Na primeira conversa, ele deixou bem claro que precisava do emprego isso me fez perceber
o comprometimento que ele teria. Até
agora, está correspondendo às expectativas”, diz Nicole.
Para ela, a grande barreira que essas pessoas enfrentam é o preconceito, o medo que a maioria dos empresários têm de colocar em seus quadros
um estrangeiro fugitivo. “Riscos temos com qualquer pessoa, daqui ou
Foto: Fernando Nunes
S
O congolês Radjhab Amisi Ilunga foi contratado por Nicole Fischer para atuar como ajudante geral na Atenua Som: empresária contou com ajuda de ONG para realizar a seleção
edição 257 | agosto de 2015 | 7
MPEs têm queda de 12,8% na receita no 1º trimestre
Enquanto a economia brasileira encolheu 1,6%, de janeiro a março deste ano,
na comparação com o ano passado, os pequenos negócios registraram recuo de
12,8% no acumulado do período. A pesquisa de conjuntura Indicadores Sebrae‑SP
apontou queda de 4,8% em março, na comparação com o mesmo período de
2014. Setorialmente, a retração foi de 14,8% no comércio, 13,4% em serviços
e 4,3% na indústria. Em relação ao pessoal ocupado, o índice diminuiu 0,1%.
de fora”, destaca a empresária. Na opinião dela, os problemas a serem enfrentados na contratação desse tipo de
funcionário são de natureza cultural,
E-commerce de
camisetas doa
20% do total do
lucro mensal para
entidades que
apadrinha
como a dificuldade de entendimento
ou a falta de hábito no uso de equipamentos de segurança exigidos pela
lei brasileira. “Mas vamos ajustando
com o tempo. Funcionários de chão
de fábrica, em geral, têm educação e
formação muito limitada e cabe a nós
ajudar essas pessoas a procurar meios
para se desenvolverem”, comenta Nicole, que ajuda a pagar a mensalidade
dos poucos funcionários que se dispõem a cursar uma faculdade.
Vestindo a camisa
Para o proprietário da Roupa Divertida (www.roupadivertida.com.br), Leonardo Fritoli, a forma que encontrou
de ajudar foi instituindo a prática de
encaminhar parte do lucro do seu negócio para entidades beneficentes.
Desde que criou sua empresa, há
três anos, fazia doações esporadicamente. No fim de 2013, após participar
de uma feira de varejo em Nova York,
Estados Unidos, a ideia se formalizou
inspirada na marca americana de camisetas Life Is Good. A partir deste
ano, passou a adotar uma instituição
por mês para a qual destina 20% do
total do lucro obtido no período. Entre
as beneficiadas estão Associação Pais
Amigos Excepcionias (Apae), o Banco
de Alimentos, Entidade Beneficente
Antonieta Granero (Ebag) e Jovens
Unidos Construindo a Paz (Jucap).
A escolha da entidade obedece a
um critério que ele próprio estabeleceu, que é a visita presencial ao local
para analisar e se certificar de que ela,
de fato, faz o que se propõe. Se aprovada, assinam um contrato.
Além dessa ação, Leonardo está
cadastrando qualquer tipo de empresa que queira ser parceira e apoiar a
causa. “Em troca, disponibilizamos
vouchers de desconto para uso em
nosso site”, explica. Com a parceria,
ele alcança maior visibilidade e, consequentemente, mais vendas.
Várias formas de ajudar
Segundo o gerente de acesso à inovação e tecnologia do Sebrae‑SP, Renato Fonseca, há diversas maneiras de
investir em responsabilidade social,
como a contribuição por meio de programa de voluntariado interno oferecendo algumas horas do serviço de
seus funcionários. “O contador da sua
empresa, por exemplo, pode cuidar
da contabilidade de uma instituição,
essa também é uma forma de colaborar”, comenta Renato.
Não existem regras para determinar o que a empresa deve fazer, mas
o empresário pode observar alguns
aspectos que tornam a ação mais
interessante [leia o quadro ao lado].
Fonseca destaca o fato de que iniciativas desse tipo são uma via de mão
dupla. O empresário ajuda a sociedade e, com isso, atrai reconhecimento e uma percepção positiva de sua
companhia. “Embora esse não seja
o objetivo principal ao desenvolver
a ação, é sempre muito bem-vindo”,
conclui ele.
O que levar em conta
ao fazer o bem
1. Implantar um projeto de responsabilidade social
dentro de sua empresa é algo muito positivo. Mas,
em primeiro lugar, é importante que ela cumpra os
requisitos legais internos, como atender a todas as
exigências trabalhistas, recolher impostos, tomar
iniciativas de sustentabilidade e de descartar
corretamente seus resíduos. Tudo isso também é
uma forma de ação social. Lembre-se de que ser
um bom empresário, assim como bom cidadão,
começa com o cumprimento de seus deveres.
2. Não existe um modelo no qual você possa
se basear para organizar o que deve fazer
e para qual público. Contudo, sempre observe
os aspectos culturais do local onde sua empresa
está inserida, ou ainda algo que esteja no âmbito
do seu próprio negócio. Aí pode estar a pista
sobre que causa abraçar. Uma empresa que
fabrica colchões, por exemplo, pode implantar
um programa de destinação adequada do produto
usado. Já uma escola pode desenvolver uma ação
para jovens carentes.
3. Se a ideia é ajudar alguma entidade, cerque-se
de algumas precauções, como a de verificar a
idoneidade da instituição e o seu histórico e se
realmente cumpre a finalidade a que se propõe.
Isso pode ser pesquisado no Conselho Municipal
de Assistência Social.
4. É importante que as ações de responsabilidade
social sejam legítimas e o marketing, feito
de forma discreta e sutil.
Fonte: Renato Fonseca, gerente de acesso
a inovação e tecnologia do Sebrae‑SP
8 | jornal de negócios
Mês a mês, brasileiro aumenta cortes nos gastos com lazer
Levantamento realizado pelo site GuiaBolso, aplicativo (app) de finanças pessoais, mostrou
a evolução contínua dos cortes feitos por brasileiros nos gastos de lazer. Em janeiro, a
parcela da renda revertida para o segmento representava 17,2% do salário dos 12 mil
usuários em todo o País que utilizam o app para controle de suas contas bancárias. Já em
fevereiro, o porcentual caiu para 15,1%, e 10,9%, em março. O segmento mais impactado foi
o de bares e restaurantes, que teve recuo de 7,59% (janeiro) para 4,52% (março).
A volta do “bolachão”
Foto: Rubens Chiri
Popular até o fim da década de 1980, o vinil perdeu espaço para outras mídias,
mas volta com tudo e oferece ótima oportunidade de negócios
Manoel Jorge Dias, o “Manezinho da demolição”, vendeu nove mil LPs em feirão realizado em um único dia
A
onda vintage que invadiu o mercado mundial não se limitou a
ressuscitar cortes de cabelo, móveis
e outras modas populares nos anos
1960 e 1980. Trouxe também a paixão pelo disco de vinil. O famoso
“bolachão” passou a ser disputado
por consumidores que passam horas
garimpando LPs nas lojas especializadas e conta com a preferência de
artistas quando querem um produto
com mais qualidade, personalidade
e intimista.
Com qualidade de som inalcançável pelas outras mídias, o LP ganha
também como experiência sensorial.
No formato, os artistas têm mais espaço nas capas de 31 centímetros × 31
centímetros (contra os 12 centímetros
do CD) para fotos e outras artes. Além
disso, o ato de manusear o disco de
quase 200 gramas e colocá-lo para ro-
dar na vitrola, e mudar de lado quando as faixas se esgotam, permite uma
relação mais próxima entre o produto
e o ouvinte.
Para o gerente de Inteligência
de Mercado do Sebrae-SP, Eduardo
Pugnali, o retorno da mídia traz uma
ótima oportunidade de negócios para
pequenas empresas. “O empreendedor que quer explorar esse nicho deve
se especializar em música, pois o con-
sumidor que frequentará seu estabelecimento quer um atendimento personalizado, como uma consultoria
musical. Então, não basta oferecer o
produto, tem que entender de música
para fidelizar o cliente”, afirma.
O contínuo descarte do vinil, a
partir dos anos 1980, foi essencial
para a consolidação do Casarão do
Vinil – referência em comercialização de discos usados na região da
Mooca, zona leste de São Paulo. Em
2000, o engenheiro Manoel Jorge
Dias – o “Manezinho da demolição”,
como é conhecido por ser responsável pela maioria das grandes implosões que acontecem em edifícios
pelo País – começou a comprar mais
e mais LPs, inicialmente com fins
culturais. “A intenção era levar o material para pessoas que nunca tiveram acesso ao formato”, afirma Dias.
Mas, em março de 2014, seu estoque
era imenso: acima de um milhão de
LPs. “Anunciei o feirão por uma rede
social e, em um dia, vendi 9 mil vinis. O retorno foi espantoso. A ideia
era fazer apenas um feirão e tivemos
que fazer mais 20 durante as 20 semanas seguintes”, conta Dias, que se
surpreendeu com o fato de 70% dos
clientes terem entre 16 e 26 anos.
Para ele, esse mercado permanecerá aquecido. “O crescimento nas vendas de discos elevou as compras de
vitrolas, e os grandes varejistas estão
criando setores para o segmento. Cada
vez mais artistas lançam novos trabalhos no formato”, afirma.
edição 257 | agosto de 2015 | 9
Busca por crédito pelos consumidores recua 12%
A demanda por crédito teve retração de 12,2% em abril na comparação com março,
segundo dados da Serasa Experian. Na comparação anual, a queda foi de 0,5%, enquanto
o acumulado no primeiro quadrimestre teve alta de 4,3%. De janeiro a abril de 2014, o
acumulado foi exatamente o mesmo. A queda na busca foi praticamente homogênea em
todas as faixas de renda. Para os economistas da Serasa, o resultado foi impactado pela
alta dos juros, da inflação e da renda, além da diminuição da confiança do consumidor.
Saiba mais
Na hora de inovar você
A alta procura por LPs usados também agitou a
indústria de discos novos, adormecida desde a
década de 1990. Em razão do baixo consumo, todas
as fabricantes de vinil do País fecharam as portas
e as gravadoras passaram a operar apenas CDs e
DVDs. A brasileira Polysom foi reativada em 2009
e é a única fabricante da mídia na América Latina.
Mesmo enfrentando períodos de extrema dificuldade,
sobreviveu pela paixão de seus proprietários, que
começaram a obter lucro apenas em 2013.
“Participo desse mercado de música desde 1979 e
não via com bons olhos sermos um país entre os dez
maiores em vendas do mundo e simplesmente não
termos uma fábrica de vinil. Encomendar discos no
exterior é mais caro e tem muito mais riscos com
relação ao controle de qualidade. Além disso, havia
tanta gente pedindo, tantos sinais mostrando que
havia uma demanda para isso, bem como amigos
e artistas torcendo a favor, que fomos obrigados a
pelo menos tentar viabilizar isso”, afirma o sócioproprietário da Polysom, João Augusto Rosa.
não precisa se preocupar.
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10 | jornal de negócios
Dicas online e gratuitas para reduzir desperdício
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Lucro além
das fronteiras
C
om o real desvalorizado, exportar
pode ser uma alternativa para enfrentar a época de “vacas magras” da
econômica brasileira. Ao contrário do
que muitos empreendedores pensam,
esse é um caminho que pode ser trilhado com sucesso também por micro e pequenas empresas (MPEs). Recentemente, as companhias desse porte passaram
a contar inclusive com um incentivo: a
Câmara de Comércio Exterior (Camex)
aumentou o limite anual de exportação
de US$ 1 milhão para US$ 3 milhões. E
mais: em junho, o governo federal lançou o Plano Nacional de Exportações
com uma série de medidas visando incentivar as vendas brasileiras para outros países. A ideia é remover barreiras e
ampliar acordos comerciais, simplificar
a legislação e reduzir processos burocráticos, entre outras iniciativas.
Investir na via internacional, além
de ampliar lucros, pode ser benéfico
para o crescimento da empresa. Isso
porque, para obter sucesso na empreitada, ela precisa preparar bem o terreno, melhorar processo e produtos,
investir em inovação e criar um diferencial competitivo para poder brigar
por um espaço no mercado externo.
Nesse sentido, o vice-presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Fábio Faria, orienta: “Existem linhas de crédito com
custos mais acessíveis para os empresários investirem em melhorias com o
objetivo de se tornarem exportadores”.
Preparação do terreno
Faria alerta também para a necessidade de estudar bem o nicho externo. “A
recomendação é pesquisar sobre hábitos e culturas do país onde você planeja vender para ter certeza de que seus
produtos e serviços serão bem-aceitos
ou se é preciso adaptá-los”, observa.
Essa lição de casa foi feita pela desenvolvedora de softwares Sistema
Athos, de São José dos Campos. “Colocar um pé fora do Brasil é estratégico
para não sofrer com os altos e baixos
da economia local”, assinala o diretor geral da empresa, Rodrigo Freitas.
“Com negócios em vários lugares do
mundo, se um país estiver em crise, o
outro pode não estar, de modo que as
transações comerciais ali continuarão
contribuindo para o crescimento da
companhia”, explica.
Para concretizar o projeto, a empresa
se preparou durante dois anos e meio,
estudando as condições, burocracias e
mercado externo. A escolha da primeira unidade fora do Brasil está entre
Equador e Chile, mas a expectativa é já
iniciar as atividades em fevereiro do
ano que vem. “No primeiro semestre,
a projeção é vender três contratos por
mês no exterior e evoluir para 50 ao
fim de um ano”, destaca Freitas, informando que esse foi o desempenho do
início da Athos no Brasil. “Hoje, aqui,
as vendas são de 85 contratos por mês.
Sabemos que o primeiro ano é difícil,
mas é um período de investimento e
não de retorno”, destaca.
Para quem deseja seguir seus passos, Freitas aconselha: “Antes, é preciso estar bem consolidado no Brasil.
Só então passe a olhar para além das
fronteiras do País, para checar onde
seu produto poderá ser bem-aceito”.
Foto: Leandro Monteiro
A exportação pode ser estratégia rentável para micro e pequenas empresas ampliarem
mercado e se fortalecerem para atravessar a crise econômica interna
Rodrigo Freitas, diretor da Sistema Athos, desenvolvedora de software de São José dos Campos,
prepara abertura de filial fora do Brasil
edição 257 | agosto de 2015 | 11
Vendas de supermercados sobem 0,34%
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou que as vendas dos
supermercados tiveram alta de 0,34% em maio, frente ao mesmo mês de 2014. Já
quando o comparativo é feito em relação a abril deste ano, o resultado é queda de 2,53%.
Segundo o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda, o aumento do
desemprego impacta diretamente o setor que deve negociar melhor com os fornecedores
para “atrair os clientes, oferecendo melhores serviços e preços competitivos”.
Segundo ele, com um modelo de
trabalho consolidado, a empresa terá
maiores chances de levar o negócio
para outros lugares com sucesso.
Colhendo os frutos
Os donos da Sapeka Lingerie, confecção criada há 15 anos em São Paulo e
Rio de Janeiro, simultaneamente, começaram a investir em exportação
em 2004 e não se arrependem. O sucesso da investida rumo ao exterior
se reflete no faturamento, que foi de
R$ 10 milhões no ano passado. A brecha para seus produtos lá fora foi identificada antes em Portugal e Espanha.
A empresa se preparou para exportar e, atualmente, atende a países da
América do Sul, da Europa e da África.
Neste último continente, inclusive,
montou um centro de distribuição,
localizado na cidade de Benguela, em
Angola, para atender à clientela com
maior agilidade. “Como a demanda
africana estava crescendo, identificamos que aceleraríamos bastante o
processo de venda se tivéssemos essa
estrutura lá”, conta o diretor comercial da empresa, Wesley Loureiro.
Hoje, 13% do faturamento da Sapeka
provém das vendas internacionais, sendo 9% somente do mercado africano. A
ideia é ampliar ainda mais essa fatia.
Para isso, a confecção pretende abrir
outros entrepostos distribuidores ao redor do mundo, como em Moçambique,
Alemanha, Portugal, Equador e Estados
Unidos. “Nosso maior desafio é conseguir desenvolver, a curto prazo, produtos específicos com as características de
cada região. Até agora, vendemos basicamente peças com o mesmo formato
para todos os países”, explica Loureiro.
Estratégia para MPEs
Para o consultor do Sebrae-SP Gilberto
Campião, exportar deveria ser uma estratégia mais utilizada pelas MPEs. “Falta no Brasil uma cultura exportadora.
Especialmente nos momentos em que o
mercado interno está mais retraído, elas
podem ter o exterior como estratégia
para manter o crescimento. A empresa
que exporta é mais forte e possui maiores chances de sobreviver em época de
desaceleração econômica”, destaca.
Passo a passo para o comércio exterior
1A
valie se essa é uma estratégia de
negócio adequada para a empresa,
definindo quais os motivos e aonde
quer chegar com a internacionalização
da companhia;
2A
dapte o produto ou serviço para
atender não só ao mercado doméstico,
mas também ao externo;
3P
esquise as oportunidades para
decidir o que mandar para fora
e para onde. Um bom caminho
é participar de feiras de negócios
e missões internacionais;
4P
rocure a Receita Federal para
credenciar a empresa para utilizar
o Sistema Integrado de Comércio
Exterior (Siscomex);
5E
ntre em contato com o potencial
importador informando o perfil
de sua companhia, a descrição do
produto ou serviço e a lista de preços;
6C
onheça o tratamento
tributário e opções de financiamento
para exportadores;
7D
etermine o preço de venda fora
do País. Lembre-se de que nem
sempre comercializar o produto
ou serviço com valor baixo será
a melhor saída para conquistar
o mercado internacional. Qualidade
é indispensável;
8D
efina as condições de
comercialização e as contratações
de frete e de seguro;
9D
efina a forma de pagamento e faça
o registro de exportação no Siscomex,
separando os documentos solicitados,
além de providenciar a emissão da
declaração para despacho no sistema;
10 Contrate câmbio, que é um
instrumento para trocar moedas
entre o exportador e um banco
autorizado pelo Banco Central
do Brasil para fazer a operação;
11 Prepare e embarque a mercadoria,
separe os documentos necessários
para enviar ao importador e receba
o pagamento em reais, por meio
de um banco autorizado.
12 | jornal de negócios
Pequena indústria paulista sobrevive e emprega mais
Com mais funcionários e vida mais longa, as micro e pequenas indústrias (MPIs) paulistas são
mais maduras diante das dificuldades, graças a gestão, produtividade e nível de investimentos.
As conclusões fazem parte da pesquisa “A Micro e Pequena Indústria Paulista”, do Sebrae-SP, que
ouviu 1.258 empresários do setor, além de 1.349 ligados ao comércio e serviços. Na longevidade,
as MPIs resistem, em média, 12 anos, contra nove dos demais setores. As MPIs têm em média 5,3
empregados por empresa, ante 2,4 na média de todos os setores.
Café gourmet rende
prêmios e abre mercados
Produtores do interior paulista investem em grãos especiais e obtêm diferenças
significativas nos ganhos em comparação às modalidades comuns
Foto: Thais Araujo
Q
Valdir Duarte reserva 30% das terras do Sítio Santa Rosa, em São Sebastião da Gama, para o cultivo do tipo
premium, mas planeja ampliar essa fatia para 80% até 2017
ue o brasileiro gosta de café não
é novidade. No ano passado, o
consumo interno da bebida atingiu
20,3 milhões de sacas – total 1,24% superior ao registrado um ano antes, segundo dados da Associação Brasileira
da Indústria de Café (Abic). Os números mostram que cada habitante consumiu, em média, 4,89 quilos de café
torrado e moído no ano, o equivalente
a 81 litros de café por brasileiro em 12
meses. A associação levantou que a
bebida está presente em 98,2% dos lares nacionais, representando um mercado de grandes oportunidades.
Um nicho de potencial elevado, de
acordo com o consultor de agronegócios do Sebrae-SP, Cláudio D’Angieri, é
a produção de cafés de categoria premium. Esse tipo tem característica
mais elaborada, com cultivo diferenciado em relação ao modo convencional. Os atributos físicos e sensoriais são
otimizados, ampliando a qualidade.
De acordo com a Associação Brasileira
de Cafés Especiais (BSCA, da sigla em
inglês), esse segmento representa 12%
do mercado internacional da bebida.
“Trabalhamos para mostrar ao produtor a importância dessa opção. A intenção é que ele conquiste esse nicho
porque pode levar sustentabilidade
e rentabilidade para o negócio. Se o
produtor seguir apenas investindo no
café padrão, há o risco de ficar empatado ou perder dinheiro. Atuar na produção de cafés especiais é uma boa estratégia para se manter rentável e não
quebrar”, aconselha D’Angieri.
De olho nesse mercado, a Fazenda
Santa Jucy, próxima à cidade Cássia
dos Coqueiros, no interior paulista,
nasceu com o propósito de investir
no universo gourmet, como conta o
administrador geral da propriedade,
Alexandre Provencio. “Iniciamos as
atividades em 2010 com o intuito de
produzir cafés especiais. Nossa plantação se espalha pela propriedade
inteira e não apenas em microlotes.
A Santa Jucy foi pensada para gerar
qualidade em alta quantidade”, diz.
Tal opção não é regra na cafeicultura. Geralmente, as propriedades reservam apenas um espaço da terra para
os cafés especiais. É o caso do Sítio
Santa Rosa, em São Sebastião da Grama. “Separo 30% do sítio para esse cultivo, mas o objetivo é aumentar essa
parcela para 80% até 2017”, assinala o
proprietário Valdir Duarte.
Concursos valorizam marcas
Tanto a Santa Jucy como a Santa Rosa
têm suas bebidas premium reconhecidas pelos tradicionais concursos de
qualidade promovidos nas cidades
tipicamente produtoras do grão. Segundo o consultor do Sebrae-SP, estar
entre os vencedores dos concursos
traz recompensas para o produtor. “É
uma valorização significativa. O café
premiado é validado por especialistas
como uma bebida superior. Nesse sentido, agrega valor e aumenta o preço
para venda”, explica.
Para receber o reconhecimento, é preciso investir capital e dedicação. “Nosso
objetivo é manter o padrão de toda a
produção, em uma constante busca por
qualidade. É uma oportunidade de negócio e de trazer mais um produto diferenciado para o mercado brasileiro, a
exemplo da cerveja. Itens que o brasilei-
edição 257 | agosto de 2015 | 13
Varejo reverte queda registrada em 12 meses consecutivos
O resultado do comércio varejista paulista em março rompeu a sequência de 12 meses
de quedas consecutivas. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no
Estado de São Paulo (PCCV), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O maior número de dias úteis em março
foi crucial para o avanço. Por segmento, os supermercados fortalecerem a reação com
crescimento de 1 ponto porcentual, seguidos pelas farmácias e perfumarias, com 0,7 p.p.
ro consumia e tinham baixa qualidade
estão sendo substituídas por melhores”,
diz Provencio, da Santa Jucy.
A dedicação rendeu à propriedade
o primeiro lugar na disputa na cidade de Caconde e o segundo lugar na
competição paulista. “Um dos nossos
diferenciais é não ter lotes preparados para concursos. Nosso objetivo
é a qualidade em larga escala. É um
desafio constante. Não é fácil dos
pontos de vista de investimento e
de gestão. Tem de estar disposto a
enfrentar desafios. Vai dar trabalho,
é preciso estar sempre atualizado e
ver o que funciona para cada região”,
avalia Provencio.
A propriedade de Duarte também
contabiliza vitórias. Desde 2006, seu
premium tem subido no pódio dos
concursos locais. “Procuramos aprimorar cada vez mais a qualidade e
o processo de produção, para chegar
ao primeiro lugar. A classificação
não é o único interesse. Queremos
que outros produtores da região do
Vale da Grama passem a tratar o
café de maneira especial para buscarmos mercados e mostrar o potencial local”, indica.
Preços que valem a pena
Investir no especial é lucrativo, aponta o consultor do Sebrae-SP. “Enquanto
a saca do comum comercializado em
bolsa custa em torno de R$ 450, o premium pode chegar a mais de R$ 2 mil.
O mercado reconhece a qualidade e
paga por isso.”
Valdir Duarte, do sítio Santa Rosa,
sente a diferença. “O café comum que
produzo para o mercado local está na
faixa de R$ 430 a R$ 480. Já o especial,
entre R$ 600 e R$ 800.”
O relevo é um ponto positivo da
região na qual as propriedades estão – na Média Mogiana, mais conhecida como “a Mantiqueira de
São Paulo”. “A altitude da região, de
1 mil a 1,4 mil metros, proporciona
melhores cafés. Quanto mais alto,
mais devagar o grão matura e acentua os açúcares, imprimindo um
aroma melhor no fim da bebida”, diz
o consultor.
Mas nem só com boa localização
se faz um café de qualidade, explica
D’Angieri. “Também é fundamental
prestar atenção ao manejo da lavoura,
que precisa ser muito bem cuidada,
em todos os sentidos, com controle de
pragas e plantação bem nutrida para
externar essa qualidade no fruto.”
Duarte segue à risca a recomendação. “É preciso cuidar do café em
todas as etapas, desde aplicar os fertilizantes e fazer a adubação correta
até procurar um grau de maturação
o mais uniforme possível na colheita,
além de garantir que o grão tenha um
processo de secagem que respeite as
temperaturas para chegar devagar no
grau de umidade.”
O proprietário do Santa Rosa acredita ainda que os produtores não devem buscar qualidade apenas para
participar de concursos. “Para conseguir vender o café como especial, não
basta a qualidade da bebida. É preciso
conquistar certificações que reforcem
o respeito às condições socioambientais. A propriedade que elas possuem
conta com diferencial, que vale inclusive para o mercado externo.”
Saiba mais
• P
ara um café campeão, é preciso escolher
uma região propícia para plantar os grãos
e obter maior qualidade na bebida. Locais
altos são favoráveis para desenvolver
e reforçar as propriedades da planta
• I nvista em técnicas de plantação
e colheita especiais
• R
espeite normas ambientais e trabalhistas
na produção
• P
articipe de concursos locais de
reconhecimento dos tipos especiais.
As competições podem balizar
a qualidade da bebida
• P
rocure adaptar a produção aos requisitos
de certificações que qualificam o café. Conheça
mais sobre as categorias de certificação no link:
http:sebr.ae/sp/nacional
14 | jornal de negócios
Volume de vendas do varejo tem pior abril desde 2001
O volume de vendas do comércio varejista registrou queda de 0,4% em abril, na comparação
com março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado
é o pior desde abril de 2001 e a terceira retração consecutiva do indicador, derrubando a
média do trimestre para 0,6%. Em relação ao mesmo período de 2014, a queda foi de 3,5%.
Entre os segmentos, o pior desempenho foi dos equipamentos e materiais de escritório,
com recuo de 12,2%, seguido pelo setor de tecidos, vestuário e calçado com retração de 3,8%.
Sebrae-SP lança
Planeja Fácil Digital
O recurso permite organizar de forma simples e prática os principais
tópicos relacionados à administração do empreendimento
P
ara facilitar ainda mais a rotina
de gestão de micro e pequenas
empresas (MPEs), o Sebrae-SP está
lançando o Planeja Fácil Digital. A
ferramenta é igual à versão impressa
lançada em 2013: um painel que o empresário preenche com os principais
itens que devem orientar a administração do empreendimento. Com a
opção online, agora o recurso pode
ser acessado por qualquer dispositivo móvel, como notebook, tablet
e smartphone.
Simples e prático de usar, o Planeja
Fácil auxilia empresários que precisam vencer a dificuldade de visualizar o negócio como um todo e focar os
investimentos nas áreas carentes ou
nas que darão mais lucro. É um aliado valioso na correria do dia a dia,
comum às MPEs, nas quais o proprietário, em geral, fica preso às tarefas
operacionais sem tempo para pensar
nos próximos passos do negócio.
Assim como na versão impressa, o
Planeja Fácil Digital ajuda empreendedores de todos os setores (indústria,
comércio, serviços e agronegócios) a
montar um passo a passo da gestão
dividido em três etapas, cada uma
identificada por uma cor. Na coluna
amarela, entra o levantamento de
informações e priorização. Na verde,
ficam objetivos e decisões. E na azul,
devem ser listadas as ações.
Para o gerente da Unidade de
Desenvolvimento e Inovação do
Sebrae‑SP, Renato Fonseca, a nova
plataforma oferece maior comodidade. “A versão digital traz o mesmo
conceito do mural impresso que era
afixado na parede do estabelecimento. A diferença é que, por ser móvel,
permite ao empresário visualizar seu
negócio e fazer alterações quando
quiser – seja em uma fila de banco,
seja durante uma viagem –, pois todas as informações ficam arquivadas
no meio digital para serem vistas e
revistas”, explica.
O único pré-requisito para aproveitar todas as funções da ferramenta é
que a empresa esteja funcionando.
Se o negócio ainda estiver no papel,
o empreendedor não conseguirá utilizá-la para melhorar atividades que
ainda não existem.
Fonseca destaca que a tecnologia
é fundamental para o empresário
enxergar as peças que precisam ser
modificadas. “Colocando todas as
ações do Planeja Fácil no papel ou no
aplicativo digital, ele consegue identificar o cenário em que está inserido
e promover as alterações necessárias
para o sucesso do negócio”, afirma.
Tanto a versão digital como a impressa estão disponíveis no site do
Sebrae‑SP (www.sebraesp.com.br) de
forma gratuita.
Sete passos para
usar bem a ferramenta
1
2
3
4
5
6
7
O importante é iniciar observando os pontos fortes e fracos
da sua empresa e as oportunidades ou ameaças do mercado;
Priorize suas ações com base na análise e defina seus objetivos;
Decida por um objetivo principal. No quadro do Planeja Fácil,
você deve trabalhar com apenas um objetivo de cada vez;
Organize as ações e os recursos necessários
(financeiros, materiais e de pessoas);
Elabore um cronograma para cumprir todas as ações planejadas
e os prazos para obter resultados positivos;
Coloque a mão na massa. Execute e acompanhe o planejamento
das ações na ordem certa e no prazo determinado;
Registre as experiências e o aprendizado que você obteve
durante o processo.
Fonte: Sebrae‑SP
edição 257 | agosto de 2015 | 15
Crédito do BNDES para pequenas sofre maior retração
Dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apontam
que a liberação de recursos para as pequenas corporações sofreu queda de 13%, no
acumulado de 12 meses até março deste ano, em comparação ao mesmo período anterior.
No caso das grandes companhias, o recuo foi de 7% e, nas médias, alcançou 19%. Segundo
especialistas, tal panorama decorre do cenário de dificuldades na economia e tem relação
direta com a queda tanto da demanda quanto da oferta.
empretech
Sempre perto do cliente
Aplicativos e redes sociais ajudam a aproximar empresas e consumidores,
porém, regras precisam ser claras para interação não virar dor de cabeça
A comunicação digital, por meio dos aplicativos
(apps), está sendo cada vez mais usada pelas
empresas para se relacionar com clientes,
fornecedores e outros parceiros. É primordial
para o sucesso de qualquer organização ter
bons canais com esses agentes, respondendo
prontamente a dúvidas e reclamações, além
de identificar interesses de compras para
oferecer promoções, e outras vantagens para
fidelizá-los. Com esse objetivo, ganham força
apps de mensagem instantânea e de voz, como
WhatsApp, Google+, Facebook Messenger, Skipe,
Viber, Tango e Instagram.
Segundo o consultor do Sebrae‑SP Jairo
Lobo Migues, os apps dão instantaneidade,
produtividade e fidelização nos relacionamentos.
“É necessário somente identificar se o seu
público-alvo utiliza esses canais e tomar
cuidado como irá gerir esse novo meio de
comunicação dentro da empresa”, afirma.
Entre os cuidados, há o risco da inconveniência.
Existe uma linha tênue entre ser assertivo
no relacionamento com os consumidores
e ser invasivo, enviando mensagens quando
as pessoas não querem receber. Por isso,
o consultor do Sebrae‑SP orienta que
as respostas sejam rápidas e breves.
Outro desafio é a garantia da privacidade. As
informações da empresa devem estar sempre em
um local seguro e ser acessadas somente para uso
no ambiente profissional. Finalmente, Migues
orienta o empresário a adotar uma ou mais
ferramentas para definir um plano de comunicação
para minimizar os riscos de implantação
malsucedida. “Deve-se analisar as informações
básicas como quantos clientes existem; previsão
de aumento de consumidores e se utilizam muito
a nova ferramenta; quantos acessos (informações,
críticas, reclamações, elogios); e quanto tempo
focará no uso dessa ferramenta.”
78%
das empresas mais conectadas
do Brasil são pequenas
1,4
bilhão
de pessoas usam
o Facebook no mundo
800
milhões
estão no
WhatsApp
600
milhões
interagem pelo
Facebook Messenger
300
milhões
milhões utilizam
o Instagram
Fonte: Embratel/Teleco e Facebook 2014
16 | jornal de negócios
Classificados
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informática
edição 257 | agosto de 2015 | 17
Para tornar a comunicação mais acessível ao cliente com deficiência
auditiva, o SEBRAE-SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras
em seus eventos presenciais. A solicitação do serviço deverá ser
comunicada no ato da inscrição e com antecedência de 5 (cinco) dias
úteis à data de realização do evento. O cliente, ou seu representante,
poderá se inscrever pessoalmente nos Escritórios Regionais,
pelo portal do SEBRAE-SP ou pelo 0800 570 0800.
Quer anunciar?
Procure um
dos escritórios
do Sebrae‑SP
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18 | jornal de negócios
Intenção de Consumo totaliza queda de 21,2% em um ano
Pela primeira vez desde a sua criação, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu
96,4 pontos. Pela métrica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo (CNC), menos de 100 pontos indicam percepção de insatisfação com a situação
atual. Os dados registram queda de 21,2% na comparação com maio do ano passado,
com todos os itens nos menores valores da série histórica. No período entre março e
maio deste ano, o indicador recuou 6,3%, o quarto mínimo histórico consecutivo.
Agenda de feiras
Agosto
14º Congresso Brasileiro do Agronegócio
Quando | 3 e 4
Onde | Sheraton São Paulo WTC Hotel /Avenida das Nações Unidas,
12.559 – Brooklin Novo, São Paulo-SP
Informações | (11) 3285-3100
70ª Feira Internacional de Bijuterias, Acessórios,
Joias de Prata e de Aço, Folheados e Semijoias
Quando | 3 a 5
Onde | Centro de Convenções Frei Caneca / Rua Frei Caneca, 569 –
Consolação, São Paulo-SP
Informações | (11) 3472-2020 / www.b8-bijoias.com.br
24ª Feira de Produtos e Serviços para Higiene,
Limpeza e Conservação Ambiental
Quando | 4 a 6
Onde | Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo / Rua José Bernardo
Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo-SP
Informações | (11) 3079-2003 / http://higiexpo.com.br
Expo Postos & Conveniência 2015
Quando | 5 a 7
Onde | Expo Center Norte – Pavilhão Branco / Rua José Bernardo Pinto,
333 – Vila Guilherme, São Paulo-SP
Informações | (21) 2441-9100 / http://expopostos.com.br
TecnoCarne & Leite (tecnologia para
a indústria da carne e do leite)
Quando | 11 a 13
Onde | Centro de Exposições Imigrantes / Rodovia dos Imigrantes, km
1,5 – Água Funda, São Paulo-SP
Informações | (11) 3598-7800 / Site: www.tecnocarne.com.br
Workshop Desafios do Agronegócio
Quando | 13 e 14
Onde | Anfiteatro do Pavilhão da Engenharia da ESALQ / Av.Pádua Dias,
11, Piracicaba-SP
Informações | (19) 3417-6600 / www.fealq.org.br
51º House & Gift Fair 2015 – South America
(artigos para casa e decoração)
Quando | 15 a 18
Onde | Expo Center Norte – Pavilhões Vermelho, Verde, Branco e Azul /
Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo-SP
Informações | (11) 2105-7000 / www.grafitefeiras.com.br/pt-br/house/
Paginas/default.aspx
V Congresso ANDAV
(distribuição de insumos agropecuários)
Quando | 17 a 19
Onde | Transamérica Expo Center / Avenida Doutor Mário Villas Boas
Rodrigues, 387 – Santo Amaro, São Paulo-SP
Informações | (11) 3214-1300 / www.congressoandav.com.br
MercoApara 2015 – Feira e Congresso Internacional
de Negócios do Mercado de Reciclagem de Papel
Quando | 18 a 20
Onde | Imigrantes Exhibition & Convention Center / Rodovia dos
Imigrantes, km 1,5, Água Funda, São Paulo-SP
Informações | (11) 5535-6695 / www.ecobrasil.com.br
Food Ingredients South America
(evento sobre ingredientes alimentícios)
Quando | 25 e 27
Onde | Transamérica Expo Center / Avenida Doutor Mário Vilas Boas
Rodrigues, 387 – Santo Amaro, São Paulo-SP
Informações | (11) 4689-1935 / www.fi-events.com.br
Photoimage Brasil 2015 (feira internacional de imagem)
Quando | 25 a 27
Onde | Expo Center Norte – Pavilhão Verde / Rua José Bernardo Pinto,
333 – Vila Guilherme, São Paulo-SP
Informações | www.photoimagebrasil.com.br
23ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética
Quando | 25 a 28
Onde | Centro de Eventos Zanini / Rod. Armando Salles de Oliveira,
km 346,3, Sertãozinho-SP
Informações | (11) 3060-5000 / www.fenasucro.com.br
19ª Feira Internacional de Joias Folheadas,
Brutos, Máquinas e Insumos e Serviços
Quando | 25 a 28
Onde | Centro Municipal de Eventos de Limeira / Av. Maria Teresa
Silveira de Barros Camargo, 1.213, Limeira-SP
Informações | www.aljoias.com.br
edição 257 | agosto de 2015 | 19
Inadimplência acumula alta de 12,1% no quadrimestre
No acumulado de janeiro e abril, a inadimplência das empresas teve alta de 12,1%, informou
a Serasa Experian. O indicador é o mesmo quando se confrontam os dados de abril deste
ano contra os do ano passado. Mas, em relação a março deste ano, o índice teve recuo
de 5,8%. Essa retração, segundo os especialistas, foi resultado do impacto dos títulos
protestados, cuja queda soma 18%; e dos cheques sem fundo, que tiveram retração de 7,1%.
As dívidas não bancárias em atraso (como contas de luz e de lojas) diminuíram 0,5%.
Feira do Empreendedor
cria ambiente
favorável aos negócios
Evento chega à quinta edição em 2016 com perspectivas de bater novos recordes em todas as frentes
P
marketing, indústria e agronegócio,
e 42 mil pessoas participaram de palestras e capacitações oferecidas em
diferentes espaços.
Os Microempreendedores Individuais (MEI), que já são mais de 1,1 milhão
em São Paulo, contaram com uma área
especial de orientação, enquanto os interessados em tomar crédito puderam
conhecer as linhas de financiamento específicas para pequenas empresas, além
de dicas de consultores especializados e
informações das próprias instituições
financeiras presentes entre os 400 expositores. Para 2016, são esperados 430.
Muitos dos que estiveram presentes
na Feria do Empreendedor de 2015 se prepararam para retornar no próximo ano.
Foto: Rubens Chiri
ara fomentar um ambiente favorável aos negócios e difundir
o empreendedorismo como estilo de
vida, o Sebrae‑SP promove anualmente a Feira do Empreendedor. O evento,
que chega à quinta edição em 2016,
tem batido sucessivos recordes de público e espera receber cerca de 120 mil
visitantes entre os dias 20 e 23 de fevereiro de 2016, além de movimentar
mais de R$ 7 milhões em negócios.
Na edição deste ano, 104 mil pessoas estiveram presentes, um incremento de 27% em relação a 2014. Os
números são animadores, segundo
os organizadores. Foram efetuados 37
mil atendimentos pelos consultores
do Sebrae‑SP nas áreas de finanças,
Roberto Saretta, sócio da Kiip, divulgou um novo sistema de lavagem de carro com economia de água na edição deste ano
É o caso da Kiip, que pretende participar
pela terceira vez. A empresa apresentou
na ocasião uma técnica brasileira de
limpeza automotiva que promete lavar
automóveis com apenas um litro de
água, por meio de um carrinho elétrico,
utilizando cera especial e um produto
para pneus e caixa de rodas. O sistema
também poupa tempo quando comparado à tradicional limpeza a seco: cada
lavagem leva, em média, 28 minutos.
O sócio da Kiip, Roberto Saretta,
conta que a empresa oferece licenciamento, cursos e produtos necessários
para quem busca investir. Assim, os
clientes podem até criar uma marca
própria de lavagem de veículos com
pouco uso de água, ou ainda utilizar
a marca Kiip sem pagar nenhum valor mensal.
O investimento inicial é baixo: de
R$ 4,99 mil, para a aquisição de um
carrinho elétrico (incluindo curso de
lavagem a seco), a R$ 29,9 mil, para
quem quiser ser um representante
exclusivo na região (o valor engloba a
compra de dez carrinhos). O gasto com
cada lavagem é de menos de R$ 2, ou
seja, com dez operações diárias, é possível faturar mais de R$ 300 por dia,
resultando em uma receita líquida de
mais de R$ 3,5 mil por mês.
O tempo de retorno do investimento é de dois meses, em média. “Na
feira deste ano foram mais de dez negócios fechados”, comemora Saretta.
“Em 2014, levamos uma opção de investimento mais alto e, mesmo assim,
tivemos resultados positivos. Cerca de
O que os visitantes
buscam no evento
42+26+14135t
42% Informação e orientação
26% Novas ideias para abrir uma empresa
14% Participação em cursos,
palestras e oficinas
13% Pesquisas de equipamentos,
fornecedores e serviços
5% Não informado
FONTE: Sebrae‑SP
70% do público que nos procura quer
investir até R$ 30 mil”, conta.
Não foi diferente para o diretor de
Franquias da Doutor Lubrifica, Carlos
Diego Oliveira, uma rede especializada em soluções automotivas delivery,
criada para atender a um público que
não dispõe de tempo para preservar
a manutenção do seu veículo em dia.
Segundo ele, a feira trouxe ótimos resultados e contribuirá muito para o alcance da meta de 200 franquias já estipulada para 2015. Seu estande atendeu
mais de 500 pessoas por dia. “Com essa
ajuda, fecharemos, em média, 20 novas unidades em São Paulo”, afirma.
Os interessados em participar
da Feira do Empreendedor 2016 encontram informações no site do
Sebrae‑SP (www.sebraesp.com.br).
20 | jornal de negócios
Abril marca virada positiva no setor de turismo
Abril trouxe perspectivas mais animadoras para o mercado de turismo, com alta de 3,09%
nos voos nacionais e número de passageiros. No mês anterior, o resultado havia sido -2,78%,
e, em fevereiro, a queda foi de 4,12%. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas
Aéreas (Abear), que reúne Avianca, Azul, Gol e TAM. A ocupação dos assentos cresceu
1,4 ponto porcentual sobre março, com 80,94% dos lugares disponíveis. O número de
passageiros aumentou 6,39% na comparação anual, com 8.069 milhões de viajantes.
Lixo que não
é de se jogar fora
Jovens de São Caetano do Sul desenvolvem site de compra e venda
de celulares antigos e obtêm sucesso
A
forte demanda pelo descarte
de smartphones obsoletos fez
surgir a Brused – plataforma digital
com base física (escritório) em São
Caetano do Sul, no ABC paulista –
que compra e revende os aparelhos.
Criada em novembro de 2013, após
três meses, a empresa virtual já contabilizava, em média, 100 aparelhos
negociados por mês.
A operação criada pelos amigos
Bruno Fuschi e Eric Fuzitani é simples. O dono informa os dados técnicos do aparelho no site da Brused
e recebe, instantaneamente, o orçamento oferecido. Se estiver de acordo, envia o celular via Correios com
o número da conta corrente para
pagamento. No dia seguinte, em média, se todos os itens citados estiverem corretos, o vendedor recebe. Já a
venda dos usados funciona como em
qualquer e-commerce: depois de escolher o equipamento no site, paga-se e a encomenda é entregue no endereço escolhido.
“O mercado brasileiro tinha essa
necessidade. Os clientes sentiam
dificuldades na hora de vender os
aparelhos antigos. Cada celular tem,
em média, 18 meses de vida, depois,
o usuário já pensa em comprar um
mais novo”, diz Fuschi.
A Brused negocia apenas aparelhos da Apple (iPhone, iPad e Macs),
pois o sistema operacional oferece
bloqueio dos roubados, garantindo
a legalidade das compras. O preço
pago varia conforme o modelo, indo
de R$ 600 a R$ 1,8 mil. A companhia
planeja estender o mercado para outras marcas de celular e somar eletro-
eletrônicos. “Queremos ser referência
no mercado de usados, comprando
também videogames, por exemplo”,
pondera Fuschi. A Brused compra,
taxa de conversão
aponta se negócio
terá lucro
em média, 500 aparelhos ao mês. O
investimento inicial foi de R$ 20 mil
a R$ 30 mil, incluindo construção do
site e capital de giro. “Tentamos tudo
antes de usar, para garantir que iria
dar certo. Apostamos em uma plataforma simples e intuitiva que facilita
a comunicação com os clientes”, conta o sócio-fundador.
O empreendedor de e-commerce
deve levar em conta a taxa de conversão (diferença entre pessoas que
entram no site e aquelas que efetuam a compra) para saber se terá lucro
ou não.
No Brasil, temos uma taxa de conversão de apenas 1%, ou seja, a cada
100 pessoas que acessam a página
do e-commerce, apenas uma compra.
Então o empresário deve ter uma boa
estratégia de comunicação para atrair
os clientes e mantê-los interessados.
O empreendedor digital deve conhecer minimamente de tecnologia
para identificar o que precisa. Isso evitaria uma ocorrência comum: muitas
empresas pagam para terem um site
com recursos que nunca vão usar.
Saiba mais
Antes de focar em um nicho, procure saber se:
Como testar?
• As pessoas querem o que está vendendo ou terá de convencê-las
• Criação de blog, com dicas, análises e tendências sobre a área que se quer trabalhar;
a comprar?
• Vale a pena se especializar?
• Já existe concorrência? Como ela está?
• O seu mercado potencial é grande o suficiente para ser
considerado lucrativo?
• O nicho é fácil de ser acessado online?
• Qual é o diferencial que o torna especial diante da concorrência?
Fonte: Estudo “Oportunidades em nichos do varejo online no Brasil”. SEBRAE (2014)
• Vender unidades do produto ou serviço via Mercado Livre, OLX, Bom negócio, entre outros.
• Criação de uma landing page – página que explica a sua ideia ou conceito
e que tem objetivo claro para o seu usuário, que pode ser a compra de um produto,
a assinatura de newsletter, um like em um post ou pesquisa;
• Criação de página ou grupo em rede social para encontrar pessoas dentro do seu nicho,
ou de um perfil no Facebook, Instagram etc.;
• Confecção de vídeos para YouTube explicando algum conceito e fazendo reviews de produto.
edição 257 | agosto de 2015 | 21
Foto: Rubens Chiri
O Sebrae Responde é um serviço destinado
a atender empreendedores e empresários de micro
e pequenas empresas. Tem como objetivo esclarecer
dúvidas e orientar sobre a abertura de novos
empreendimentos, bem como tratar de questões
relacionadas à gestão de empresas já constituídas.
Crescer
na crise
CLAUDIA APARECIDA AZEVEDO,
consultora do Sebrae‑SP
Estender comércio para equipamentos de outras marcas além da Apple é um dos projetos de Bruno Fuschi
Por que alguns empresários
prosperam em tempos de crise
e outros, não?
Crescer em períodos adversos não é
para qualquer um. Os momentos de incerteza na economia ou as circunstâncias difíceis exigem do empreendedor a
revisão de seus planos levando em conta os resultados obtidos e a persistência diante de obstáculos significativos.
Para isso, alguns comportamentos
podem fazer toda a diferença. Alguns
exemplos: buscar constantemente
oportunidades e ter iniciativa; agir para
expandir o negócio para novas áreas,
produtos e serviços; correr riscos calculados; encontrar maneiras de fazer melhor, mais rápido ou mais barato, como
uma das formas de exigir qualidade e
eficiência; buscar informações de clientes, fornecedores e concorrentes; consultar especialistas para obter assistências técnica ou comercial; estabelecer
metas e objetivos; além de planejar e
monitorar constantemente.
A necessidade pode ser uma das
fontes da inovação, mas é muito im-
prudente deixar para agir somente
quando não se tem outra alternativa.
Estar preparado já garante ao empresário uma vantagem em relação
aos demais. É como em uma corrida:
o corredor que larga 15 minutos depois não terá as mesmas condições
para vencer aquele que largou no
tempo certo.
O empresário também precisa saber o número de medalhas que ele
quer, caso contrário, fica sem parâmetros para saber se deu o seu melhor, um fator fundamental para a
realização de seus objetivos. Sempre existe a possibilidade de fracassar, mas é aí que está o desafio. Sem
este, a empresa corre o risco de ser
conduzida apenas para o cumprimento de tarefas, sem aproveitar as
oportunidades.
Podemos observar esses comportamentos nos empresários que prosperam na crise. Não se trata somente
de uma questão de sorte ou de uma
grande sacada, mas de comprometimento com os resultados.
22 | jornal de negócios
MPEs geram mais empregos que médias e grandes empresas
Dados da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (Simpe) apontam que o segmento tem
sido o maior gerador de empregos nos últimos dez anos. Segundo a Simpe, o saldo no
período foi de 87,4% das micro e pequenas empresas (MPEs) contra 12,6% relativos aos
postos de trabalho criados pelas médias e grandes corporações. Em 2005, as pequenas
companhias geraram 1,2 milhão de vagas, diante de 259 mil das maiores organizações.
Em 2010, a diferença foi de 2 milhões de vagas contra 617 mil, respectivamente.
Agenda Tributária
AGOSTO
MICROEMPREENDEDOR
INDIVIDUAL (MEI)
20/8
Sistema de recolhimento em
valores fixos mensais – Último
dia para o pagamento do DAS
referente ao mês de julho de 2015
Enxugar custos
não é bicho
de sete cabeças
SILVINEI TOFFANIN, diretor da Direto Contabilidade, Gestão e Consultoria
Crise. Quantas vezes ouvimos essa
palavra em 2015 e quantas vezes mais
iremos escutá-la? Com ela, sempre
vem o desafio: cortar custos. Esse é um
dos momentos em que o empresário se
vê obrigado a reavaliar a estratégia da
empresa e analisar números. Para realizar a operação com sucesso, o gestor
precisa reunir três fatores: liderança,
método e conhecimento do processo.
Além disso, é necessário ter o controle financeiro da empresa em mãos. Isso
se dá por meio de relatórios contábeis
e outros indicadores imprescindíveis
para mensurar o desempenho da empresa, como a ferramenta que mostra
a performance operacional da companhia e se o faturamento é suficiente
para pagar investimentos, despesas,
gerar caixa e lucro aos sócios.
Com base nesses dados, responda
as seguintes perguntas: a margem de
receita bruta é boa? É necessário aumentar o preço do produto? A tributação é adequada à empresa? As compras acontecem com bom preço ou é
necessário trocar fornecedor? A equipe é enxuta ou inchada demais? Paga
um aluguel muito caro? O plano de investimentos está adequado? Os juros
pagos nas dívidas da empresa são justos? Tendo as respostas a todas essas
questões, você poderá avaliar onde os
cortes podem ser feitos sem prejudicar
o andamento do negócio. Vale lembrar
que isso não significa demitir.
Há situações em que vale trabalhar com
o orçamento base-zero (OBZ), que consiste em refazer todo o orçamento da
empresa como se ela estivesse sendo
aberta naquele momento. Ao comparar
o resultado com o que vem sendo realizado, será possível identificar desvios
que poderão ser ajustados no dia a dia.
SIMPLES NACIONAL (ME/EPP)
14/8
Pagamento da diferença de
carga tributária – Diferencial
de alíquota de ICMS devido
pelas empresas optantes pelo
Simples referente às aquisições
de produtos de outros Estados
realizadas no mês de julho
de 2015
20/8
Recolhimento do DAS –
Tributos devidos e apurados
na forma do Simples Nacional
a ser pago no dia 20 do mês
subsequente em que houver sido
auferida a receita bruta (LC 123,
de 2006, art. 21)
31/8
IR – Ganho de capital das
empresas optantes pelo Simples
Nacional. Imposto de Renda
incidente sobre os ganhos
de capital (lucros) obtidos na
alienação de ativos no mês de
julho de 2015
20/8
INSS (Simples Nacional
– Anexo IV)
LUCRO PRESUMIDO
30/10
(último dia do mês seguinte
à apuração do trimestre)
IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica – recolhimento trimestral.
Mês de recolhimento: outubro
30/10
(Último dia do mês seguinte
à apuração do trimestre)
CSLL – Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido – recolhimento
trimestral. Mês de recolhimento:
outubro
20/8
INSS – Contribuição
Previdenciária devida pelas
empresas em geral calculada
sobre o total da folha de
pagamento, bem como dos valores
retidos. Recolhimento referente à
competência julho de 2015
25/8
Pis/Pasep Faturamento –
Contribuição com base no
faturamento do mês de julho de
2015
Cofins Faturamento –
Contribuição com base no
faturamento do mês de julho de
2015
Demais obrigações
previdenciárias, trabalhistas e
retenções na fonte
6/8
Salários – Último dia para o
pagamento do salário do mês de
julho/15
7/8
FGTS – Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço. Recolhimento
relativo à competência de julho
de 2015
Caged – Cadastro geral de
empregados e desempregados.
Encaminhar ao Ministério do
Trabalho a relação de admissões,
transferências e demissões de
empregados ocorridas no mês de
julho de 2015
17/8
INSS – Contribuintes individuais,
facultativos e empregadores
domésticos
14/8
INSS – Produtor rural (pessoas
física e jurídica) e retenção de 11%
na fonte (cessão de mão de obra)
10/8
GPS – Entrega ao sindicato
da Guia de Recolhimento da
Previdência Social. Entrega,
contrarrecibo, da cópia da GPS,
referente ao recolhimento do mês
de junho de 2015, ao sindicato
representativo da categoria
profissional
20/8
IRF – Imposto Retido na Fonte.
Descontado dos pagamentos do
trabalho assalariado, sem vínculo
empregatício e a outras pessoas
jurídicas
Quinzenalmente
PIS/Cofins/CSLL – Fonte
Contribuições PIS/Cofins/CSLL
retidas na fonte
são josé do rio preto e região | edição 257 | agosto de 2015 | 23
Micro e pequenas lideram pedidos de recuperação judicial
As corporações de pequeno porte predominam nos requerimentos de recuperação judicial no
primeiro semestre deste ano, com 255 pedidos. As de médio porte somaram 147, e as grandes,
90. A soma do período, 492 solicitações, é a mais alta desde 2006, quando a nova Lei das Falências
começou a vigorar, segundo dados do Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações.
Em relação às falências – que somaram 798 no País –, as pequenas empresas também são maioria,
com 410 pedidos (crescimento de 1,74% em comparação ao mesmo período de 2014).
Agilidade para crescer
Dono da rede de pizzaria Molecaggio une experiência adquirida em empreendimento
familiar com capacitações do Sebrae-SP para ampliar os negócios
Foto: Ferdinando Ramos
um dos nomes mais tradicionais
no segmento de pizzarias em são
josé do rio preto, a molecaggio
nasceu a 220 quilômetros de distância, em franca. ela fazia parte
de um grupo de empresas de alimentação criada pelo casal josé
manuel e benedita maria da silva,
junto com cinco filhos. e foi um
deles, edimilson martins da silva,
que resolveu levar a molecaggio
para outra cidade. em 1997, ele a
instalou no riopreto shopping
center, onde também funcionava
como delivery. dezoito anos depois, a empresa conta com cinco
unidades (uma delas no parque
aquático thermas dos laranjais,
em olímpia), 70 funcionários e 15
prestadores de serviços. e silva
está começando um novo negócio,
também na área de alimentação:
a nonna beni, que funcionará no
sistema de rodízio de pizzas.
Como surgiu a tradição familiar de
investir em alimentação?
Acho que tudo veio do meu pai. Ele
sabia abrir bar como ninguém. Criava
um, era um sucesso, cansava, vendia.
Então, minha mãe começou a fazer
salgados para vender. Na época, éramos cinco irmãos, entregávamos em
bares, restaurantes e cantinas de escolas. O negócio se expandiu e chegamos
a ter sete pontos de venda em Franca.
A Molecaggio era uma delas?
Sim, foi aberta em 1993. Para escolher o nome, fizemos um concurso.
E o nome que escolhemos, entre as
sugestões que recebemos, era uma
brincadeira com meu pai. O apelido dele era Zé Moleque, e a suges-
tão para o nome da pizzaria foi
“Moleque Ágil”. Aí passamos para
Molecaggio e pegou.
A sociedade em família foi um bom
aprendizado para os negócios?
Meu irmão mais velho sempre tomou
a frente. Ele trabalhava desde os 13
anos em um escritório de contabilidade, e saiu do emprego para ajudar
nos negócios da família. Parecia que
todo mundo deixava na mão dele,
que só ele era empresário. O que me
ajudou muito foi o Empretec, que eu
fiz em 2002 e me fortaleceu muito
como empresário.
Qual o impacto disso na Molecaggio?
Queria que minha empresa fosse bem
organizada e padronizada, sempre
busquei isso e a participação no seminário ajudou. Por exemplo, a nossa empresa tem uma estrutura de prestadora
de serviços física mesmo, de cozinha,
que dificilmente outras do mesmo
ramo possuem. Temos uma agência
de propaganda; um departamento de
pessoal; no jurídico, tenho um advogado; um escritório de contabilidade; nutricionistas contratadas etc. Às vezes,
brinco que aprendi tão direitinho com
o Empretec que segui a receita e acabei
deixando o Sebrae-SP de lado.
Mas o Sebrae-SP
continua ajudando?
Sim. Participamos do Programa Alimentos Seguros, o PAS. Começamos
pela unidade do delivery, que é uma
espécie de vitrine, e vamos estender
a todas as outras unidades. Estamos
analisando a possibilidade de participar do programa Sebrae Inova, que,
em parceria com o Senai, nos orientaria sobre alguns pontos que gostaríamos de aprimorar na Molecaggio.
palavra da
especialista
“Edimilson Martins da Silva é um
empresário diferenciado porque
trata muito bem a questão do
planejamento. É possível notar
isso não só pelo crescimento
da Molecaggio, mas também
por atitudes diante de novas
ações. Quando começou a
avaliar a possibilidade de aderir
ao Sebrae Inova, por exemplo,
Edimilson se reuniu com sua
equipe de trabalho para levantar
as necessidades e os principais
pontos que precisava trabalhar
na empresa.”
Valéria Prado Scott, analista do
Escritório Regional do Sebrae-SP
em São José do Rio Preto
Como surgiu a ideia de criar
a Nonna Beni?
Nessa nova casa, vamos vender pizza
no sistema de rodízio. É um serviço
muito bem-feito, com a assinatura
da Molecaggio. O nome, aliás, é uma
homenagem à minha mãe, a dona Benedita. Além disso, o espaço pode ser
alugado para festas, atingindo uma
gama maior de clientes.
24 | jornal de negócios | são josé do rio preto e região
Atividade fraca faz parte de ajuste fiscal, diz diretor do BC
Para o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira da Silva,
os baixos resultados da economia nacional são normais, considerando que 2015 é um ano
de ajuste fiscal. Segundo o executivo, a retomada do crescimento econômico vai acontecer
a partir do restabelecimento das confianças interna e externa. Silva defende que os cortes
em gastos públicos e o aumento da taxa básica de juros, a Selic, são necessários para que
se alcance um realinhamento de preços.
União bem-sucedida
de conhecimentos
Com apoio do Projeto ALI, confecção com sede em São José do Rio Preto e filial em Neves Paulista aumenta produtividade em 700%
uando se conheceram, em 2004,
Vlamir Diana e Célia Juvêncio,
recém-separados de casamentos anteriores, nem sequer imaginavam
que viriam a se tornar sócios numa
empresa. Hoje, eles são proprietários
da Shammah Indústria e Comércio de
Confecções, de São José do Rio Preto,
que, em apenas quatro anos, teve a
produtividade aumentada em quase
700%, resultado da união de conhecimentos. Célia sabia muito sobre confecções, mas tinha horror a gestão.
Vlamir acumulava mais de 20 anos de
experiência comercial e administrativa e nenhuma intimidade com costura. Com o sucesso, o casal se prepara
para lançar marca própria.
Fundada em 2011, depois do fim
de uma sociedade entre Célia e uma
amiga, a Shammah começou em um
salão de 50 metros quadrados, com
produção mensal de mil peças. Menos
de cinco anos depois, tem duas unidades de produção, uma em São José do
Rio Preto e outra em Neves Paulista, e
produz quase seis mil peças mensais,
fornecidas para duas empresas especializadas em roupas masculinas.
“Muito desse crescimento devemos
ao Sebrae-SP, que a gente procurou
desde o primeiro momento”, diz Vlamir. Ele fez o Empretec e os dois participaram de palestras, fizeram cursos e
foram atendidos pelo Programa Agen-
Com ampliações
sucessivas, a
confecção passou
de 50 para 350
metros quadrados
te Local de Inovação (ALI). “Sabemos o
que queremos, mas nem sempre o que
achamos é o mais correto. É aí que entra o suporte do Sebrae-SP mostrando
outras realidades, com exemplos para
que adotemos as melhores práticas”,
explica o empresário.
Sempre orientado pela instituição,
o casal fez a fábrica de roupas crescer
muito nos últimos anos. Com ampliações sucessivas, a sede está instalada
hoje em 350 metros quadrados. O número de máquinas quase dobrou, foi
de 16 para 28. Só não aumentou o número de funcionários: pelo contrário,
diminuiu. “Esta foi outra das vantagens do Projeto ALI. Os técnicos cronometraram todo o processo de produção e conseguimos fazer mais peças
com menos pessoal”, diz Vlamir.
Foto: Ferdinando Ramos
Q
Vlamir Diana e Célia Juvêncio, donos da confecção Shammah: sucesso da fabricação
para terceiros estimulou ideia de lançar marca própria
Com ampla experiência na produção de artigos para outras empresas, o
casal decidiu lançar a própria marca,
a Validade, com início da comercialização programada para setembro pela
internet. “Pesquisas mostram que 14%
das vendas do e-commerce são de vestuário masculino. Como fabricamos
para grifes fortes desse segmento, resolvemos apostar nesse novo nicho.
Para isso, também buscamos o apoio
do Sebrae-SP, que nos forneceu todas
as orientações sobre como montar o
site e os melhores atrativos para o internauta”, explica o empreendedor.
Como é a sensação de apostar em um
novo negócio em um ano de desaceleração econômica? “O importante é lembrar que a gestão tem de ser a mais ajustada possível. Aí dá certo. Tanto que,
com todas as crises desses últimos anos,
estamos indo devagar, a passos pequenos, mas sempre firmes”, acredita.
“Vlamir e Célia são empresários
comprometidos e de muita sabedoria,
pois tiveram a humildade de identificar suas competências e direcioná-las
para o negócio, não somente para suprir seus desejos”, afirma a consultora do Escritório Regional do Sebrae‑SP
em São José do Rio Preto, Cristiane
Viude Fernandes Sevilla. “Essa assertividade na condução do negócio é,
certamente, o fator preponderante do
sucesso da Shammah”, completa.
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São José do Rio Preto - Sebrae-SP