CHRISTINE
YUFON
Textos Luiza setubal
fotos renato dutra
São Paulo - Brasil - 2013
Agradecimento
Ao Sr. Murilo Araújo, cuja amizade com Dna. Christine,
pragmatismo, entusiasmo e sensibilidade estética, muito
colaboraram para a realização desse livro.
Patrocinador
Pode surpreender que o Grupo Tejofran, Trail-Engenharia e
Power-Segurança apóiem este livro. Basta uma palavra para
explicar: pessoas.
No mundo do B2B: Business to Business, somos P2P: Pessoas
para Pessoas. Acreditamos que os talentos de nossas equipes
materializam-se no atendimento das necessidades de clientes e
Sociedade. Também acreditamos que nosso trabalho só faz sentido
num “território” para o qual podemos contribuir: com empregos,
com oportunidades de desenvolvimento profissional, com serviços
e Engenharia que promovam o crescimento econômico.
Assim é que duas pessoas e uma cidade motivam este livro.
Christine Yufon é uma “personagem” de São Paulo. Vamos além:
um de seus “mitos fundadores”. Imigrante, modelo, artista, mestra
de gerações. Exemplo de elegância, equilíbrio entre corpo e mente,
distinção e modéstia! Sua história faz parte da história da cidade.
Luiza Setubal é jovem empreendedora: preparada, trabalhadora,
esteta e... bem-humorada. Combinação de capacidade, empenho e
gentileza!
Enfim, São Paulo: capital de todas as etnias, multicultural,
motor econômico do Brasil, capital entre as Capitais do Mundo.
Cosmopolita como Christine, empreendedora como Luiza, gerações
diferentes que explicam a cidade. VeraCidade, como grafitado em
alguns de seus muros.
Ninguém em São Paulo pode deixar de conhecer Christine Yufon.
Índice
A PRIMAVERA DE
A ELEGÂNCIA DO
A
C H R I S T I N E VERÃO
DAS FORMAS OUTONO
REINVENÇÃO
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D O I N V E R N O 86
F icha
T é cnica 98
Christine, que sempre levou uma vida confortável. Nascida em Pequim,
filha de pai diplomata, consul da China, se acostumou desde pequena a
conviver com diferentes culturas, mudando de um país para o outro para
acompanhar os trabalhos de seu pai.
Apesar de não ter motivos para se separar de sua família tão cedo, trocou
a faculdade pela independência financeira e conseguiu um emprego
como secretária. Confessa que, além da exigência estética que a profissão
exigia, não era muito boa no que fazia, mas estava todo dia impecável e
tratando todos com a gentileza e educação que usa até hoje.
Desde o início, percebe-se que estética e imagem pessoal eram vertentes
que estavam presentes em seu imaginário o tempo todo.
Em 1947, mudou-se para Xangai e se casou com o engenheiro francês
Georges Constant Collet.
Nos anos 50 a Europa fervilhava tratando de colar os cacos da segunda
guerra, e rumores de que o novo mundo – os países latinos da América
do Sul – eram o tesouro da vez e começavam a surgir. As transformações
políticas que a China estava sofrendo não agradaram a todos, assim como
boa parte da população. Christine e seu marido decidiram dar um novo
rumo às suas vidas. O casal viveu brevemente na França para logo se
mudar para o Brasil.
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A PRIMAVERA DE CHRISTINE
A
P ri mavera
de
C hristine
A PRIMAVERA DE CHRISTINE
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Foi em 1951 que o choque de realidade ocorreu. Christine Yufon se viu
já havia viajado o mundo e mudado drasticamente de vida. Christine já
grávida de 7 meses, a bordo da terceira classe de um navio, rumo ao Rio
trazia o ímpeto de quem não se contentaria com as negativas da vida e
de Janeiro. O dinheiro que havia sobrado após saírem da China estava
estava pronta para começar tudo de novo. Rapidamente reconheceu a
contado, e Christine teve que escolher entre os luxos da viagem ou guardar
mistura de estilos e cores que compunham a estética do nosso país. Não
as poucas reservas financeiras para o imprevisível recomeço nos trópicos
há dúvidas de que Christine Yufon foi uma visionária que imprimiria a sua
e o início de uma nova família. Como sempre, Yufon escolheu a família.
história de maneira indelével em sua arte, com a garra e determinação de
Quinze dias de pouco conforto e muita ansiedade se passaram, para que
Christine Yufon chegasse ao distante e desvanecente Brasil.
No porto do Rio de Janeiro já assistia perplexa a dinâmica de um mundo
novo, cheio de controvérsias e encantos. Uma gente inquieta e expansiva,
que entrelaçava o ofício do dia a dia com suas lindas praias repletas de
pessoas desinibidas e belas mulheres quase nuas, que pareciam naquele
momento um desafio à autoestima feminina e a sua então silhueta de
gestante.
“Quando desci do navio, na praia de Copacabana, vi aquele monte de
mulheres: pretas, brancas, misturadas… todas lindas. Logo pensei: vou
perder meu marido! Por isso resolvi ensinar que qualquer mulher pode ser
bonita. Quase como um mecanismo de defesa.” contou Christine com seu
humor típico de uma mulher que consegue enxergar oportunidades de
aprendizado nas situações mais diversas.
A verdade é que adaptar-se ao ritmo do Brasil, não foi tão difícil para quem
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A PRIMAVERA DE CHRISTINE
uma mulher que nunca se contentou com padrão ou senso comum.
Não demorou muito para Dener a descobrir e apresentá-la à Maria
Augusta Teixeira, dona da Maison na qual era desenhista na época.
Sua relação tanto com Maria Augusta, quanto com Dener passaram da
linha profissional e se tornaram grandes amizades. Colocando a ética
em primeiro lugar, Yufon continuou desfilando para a Maison de Maria
Augusta Teixeira por 11 anos, mesmo depois de Dener ter começado a
fazer sucesso com sua própria marca.
Christine não era apenas mais uma manequim. Ela tinha consciência
de todos os seus passos, e tratava o seu corpo como uma escultura
talhada pela leveza de movimentos premeditados de acordo com as
circunstâncias. Uma rara percepção corporal que primeiro levou-a a treinar
misses e posteriormente, no final dos anos 60, a criar um curso singular de
postura social. A passagem de manequim para professora de etiqueta foi
natural. A nova geração de modelos a via como um exemplo - tanto de
postura quanto de vida. Desde o início, sua preocupação ao ministrar as
A PRIMAVERA DE CHRISTINE
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aulas ia além de mostrar para uma modelo como ela deveria caminhar
na passarela. Seu objetivo era ajudar cada mulher a encontrar o melhor
de si. “Eu incentivo as minhas alunas a não perder a sua personalidade
e estilo próprio no processo”, explica Yufon: “Apenas ajudo cada uma a
encontrar o melhor jeito de expressar a sua beleza”. Começou dando aulas
em pequenas escolas de manequins, para depois eventualmente abrir seu
próprio atelier. Até hoje, diariamente, ela ensina as mulheres a lidarem com
este mundo moderno regido pelas doutrinas estéticas de beleza, em que
é preciso aprender a valorizar sua própria natureza e trabalhar com seu
corpo para relevar suas qualidades genuínas. Ela gosta de dividir sua vida
em 4 fases, assim como as estações do ano. A primavera é absoluto
aprendizado e o verão foi um período de experimentações, o outono serviu
à aceitação e o reconhecimento e por fim o inverno que está reservado
para a sua plenitude espiritual.
“Quando chegou o outono, estava um pouco perdida. Mas foi nessa época
que eu adquiri boa parte da minha postura. É uma fase para exercitar a
aceitação e crescimento, se não, você já acha que está no fim”.
Assim, ela estabeleceu os ciclos de sua existência entrelaçando as
experiências e descobertas acumuladas com a idade. Idade? Yufon não
revela. Afinal sua vitalidade é a prova cabal da irrelevância dos números.
Muito mais do que anos, Christine traz em si a capacidade incansável de
continuar aprendendo, experimentando, tratando de fundir o que é novo
com sua história e sua identidade cultural milenar, tudo feito com a leveza
de uma jovem na plenitude de sua primavera.
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A PRIMAVERA DE CHRISTINE
A PRIMAVERA DE CHRISTINE
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S
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O
R
M
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S
V E R Ã O
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VERÃO DAS FORMAS
VERÃO DAS FORMAS
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É assim que, delicadamente misturadas, a vida e arte habitam os dias
do atelier-residência de Christine. Um antigo e glamoroso casarão que
ignora a modernidade dos arranha-céus e sobrevive como um oásis feito
de memória e poesia em plena região central da cidade de São Paulo.
Ali entre suas obras, novos projetos e aulas de postura ela transforma a
atitude criativa no combustível para o seu dia-a-dia.
Foi em 1980 que Christine Yufon começou a dividir sua dedicação à moda
e comportamento com a produção artística. Seu dia-a-dia era composto
basicamente em dar aulas e cuidar das tarefas de casa, o que a deixava
com pouco tempo para se dedicar ao aprendizado de técnicas elaboradas.
Sem a interferência de nenhum mestre, empiricamente saiu descobrindo
“Eu nasci artista e sempre tive uma sensibilidade aguçada. Eu respiro, eu
sua maneira de criar. Livre, insinuante, sensual, enfim a essência elementar
me movimento, eu contemplo… Tudo que eu fiz e faço sempre envolveu a
e o jeito de ser de Christine Yufon. Simples assim!
arte, mas só a idade me deixou perceber isso.”
Seu impulso criativo está diretamente associado à possibilidade de
gerar impactos positivos, nem bons, nem maus, mas com a energia
transformadora das revelações. Essa é a energia do convívio com Yufon
em seu atelier, de onde ninguém sai ileso – no melhor dos sentidos.
“Comecei a usar bronze pelo simples fato de que achei que fosse o único
material usado para se fazer escultura”.
Como ela mesma diz, “a ignorância não precisa ser necessariamente
um insulto, pode ser uma qualidade se souber usá-la a seu favor”. Foi
esta sábia ignorância que a levou a propor ao grande Pietro Maria Bardi,
Não existem segundas intenções em sua arte, tudo foi criado em nome
que lhe desse a oportunidade de expor suas obras no Museu de Arte de
da necessidade de expressar sua percepção das coisas. Pouco do que
São Paulo.
produziu foi comercializado ou mesmo será. As peças estão ali naturalmente
distribuídas como se fossem suas recordações e sentimentos banhados
em bronze, esculpidos em madeira, modelados em terra cota. Como um
sussurro sincero e sentimental nos ouvidos de quem anda por suas salas e
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quintais, e que está muito além do que o “valor do mercado” pode perceber.
VERÃO DAS FORMAS
A verdade é que Christine não tinha claramente a noção da importância
de Bardi e muito menos conhecia a resistência histórica do MASP a
linguagem abstrata, porém sua fragilidade transformada em coragem
impressionou o poderoso marchand, que aceitou sua proposta.
VERÃO DAS FORMAS
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Entre outras coisas, o sucesso de sua mostra abriu as portas do mais
Na visão de Christine, só o equilíbrio traz a harmonia e a paz. Em suas
importante museu da América Latina para o mundo, dando visibilidade
aulas de postura social, Christine ensina que o equilíbrio entre a mente e o
a outros artistas menos conhecidos.
coração é o que constrói a beleza genuína.
Hoje em dia, mesmo com um estilo muito bem definido, Christine não deixa
“O equilíbrio está até no meu tom de pele. Eu não sou preta e não sou
de experimentar. Suas obras estão em eterna mutação. Com o passar do
branca, sou amarela... Você sempre precisa compensar um dos lados.
tempo, a artista vai adicionando novos materiais ou dando novas formas e
Senão você anda torta”. Diz, com a perfeita noção de que a mesma filosofia
valores às peças do passado. Reflexo de uma mente que não pára nunca.
pode ser aplicada em sua arte, em sua postura ou em sua vida.
Nada disso se refere à tentativa de levar suas obras ao patamar da
perfeição. Longe disso, Yufon enxerga o oposto como cenário ideal. Para
ela, a verdadeira evolução acontece quando carregamos nossas falhas.
Um conceito latente que norteia o seu processo criativo.
Sua arte é assim, um exercício contínuo de equilíbrio aonde a leveza e a
sensualidade das formas se funde com a rudeza de fissuras e texturas que
impelem o observador à inquietude de novas sensações.
No olhar panorâmico temos a atração estética desafiadora, mas de perto
está tudo lá; as falhas, o tempo, o desgaste... Nada deve ser ignorado ou
mesmo responder às convenções, sejam elas estéticas ou morais.
“O julgamento nada mais é que um olhar curto. É algo muito cruel”.
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VERÃO DAS FORMAS
VERÃO DAS FORMAS
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a
elegância
do
o utono
Por volta de 1990, quando o trabalho como escultora já fazia parte do seu
mais simbólica do que eu imaginava. Muito mais do que uma parceira
dia-a-dia, Yufon resolveu explorar suas criações em um formato menor.
de trabalho, ela virou uma mestra. Uma grande referência na minha vida”.
As peças que criava eram feitas com a mesma variedade de materiais que
A conexão dos dois não foi à toa, ambos têm um espírito jovem e uma
suas obras em tamanhos grandes, mas possibilitavam adaptações que
facilidade indescritível para a experimentação. “Brincamos como duas
transformassem a arte feita para ser vista, em arte feita para ser vestida.
crianças. Transformamos abanador em chapéu, peças da cozinha em
“As peças pequenas funcionam como pequenas partes de mim, que posso
deixar como presente e homenagem para amigos e familiares”. Apesar de
estilo vai muito além da moda.
não costumar vender suas bijuterias, Christine costuma dizer que prefere
“O estilo é a maneira que você escolhe para se relacionar com o mundo. É o
vê-las sendo usadas por alguém que consiga carregar a personalidade
que vai te colocar para cima quando você estiver para baixo. É muito mais
da peça do que por alguém que simplesmente possa pagar pela sua arte.
profundo do que a superfície”. A época em que a parceria entre os dois
Desde 2005 a artista desenvolve os acessórios dos desfiles da Neon, e
tem uma relação de parceria e amizade com Dudu Bertholini, estilista da
marca. Dudu conheceu Yufon em 2002, quando a convidou para participar
de um editorial de moda que ele estava produzindo. “Quando fui encontrála em seu atelier, não sabia muito bem o que me esperava por trás
daquelas portas. O que eu encontrei foi uma coisa muito maior e muito
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acessórios. É um tipo de loucura sofisticada”. Ambos acreditam que o
A ELEGÂNCIA DO OUTONO
artistas deu-se início, foi a mesma época que Christine começou a voltar
sua atenção para os seus acessórios. Dudu ajudou a motivá-la e a Neon
funcionou com uma tela em branco, onde ela poderia criar livremente, e
uma vitrine para o mundo da moda voltar a enxergá-la como uma artista
contemporânea ativa. “Eu me arrisco a dizer que o que Christine cria é
uma arte interativa. Muito mais interessante do que uma arte que você
A ELEGÂNCIA DO OUTONO
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vê apenas em uma galeria e tem essa distância entre o espectador e o
Mesmo em seus tempos de manequim, Christine tentava não se envolver
objeto”. Seus acessórios estrearam nas passarelas no Verão 2005 da Neon
socialmente com o universo da moda. Unia forças com outras jovens
no SPFW, em um dos desfiles mais icônicos da marca.
manequins que trocavam eventos sociais por uma boa noite de sono, e
O auge da parceria foi o desfile de homenagem à Christine Yufon, feito pela
Neon na edição de 2009 do SPFW. Foi o primeiro desfile exclusivamente
de acessórios de toda a história do evento e, apesar de organizado por
dificilmente misturava sua vida pessoal com a profissional. Hoje em dia
não é diferente, ela dedica suas horas do dia (e da noite) à arte, trabalho,
família e religião.
Dudu e Rita Comparato, teve o seu conceito – desde o andar das modelos
até quais peças entrariam na passarela – ditado por Christine Yufon.
Dudu conta que aprendeu com Yufon lições que vão muito além do
processo de criação. “Ela me ensinou o quanto é lindo ser único. Nossa
missão é legitimar aquilo que parece ilegítimo. É fazer aceitável e doce
aquilo que parece ser exótico e estranho”.
A relação da moda com a arte é sempre controversa, mas os acessórios
de Christine Yufon ultrapassam qualquer classificação. Ela define suas
bijuterias como “esculturas de vestir”. Neste caso, definição de escultura
vai além da tridimensionalidade das peças. Assim como sua história de
vida, elas fogem do padrão e expressam liberdade e versatilidade.
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A ELEGÂNCIA DO OUTONO
A ELEGÂNCIA DO OUTONO
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a
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O
do
I N V E R N O
Quando apresenta suas bijuterias, Christine deixa bem claro que nenhuma
À primeira vista, sua identidade chinesa pode passar despercebida pelos
das peças possui um jeito único de ser usado. O formato e caimento das
seus acessórios. A matéria-prima autenticamente brasileira, o perfume da
bijuterias pode ser moldado de acordo com o estilo e formato de corpo de
natureza e as referências indígenas representam a alma tupiniquim de
cada pessoa. Christine, como artista, dá para seus acessórios a liberdade
Yufon. Suas peças tem uma forte ligação com o tribal. Uma beleza crua
de recriar aquela peça de acordo com o seu corpo. Ao vestí-las, a postura
e forte, que não é facilmente digerida. Foi a cultura chinesa, inclusive,
e o jeito de se movimentar mudam automaticamente, e partir daí, o usuário
que lhe ensinou o poder que uma revolução silenciosa pode ter. “A
torna-se parte da obra. Seguindo a mesma filosofia que Christine passa em
força passivo-agressiva é muito necessária hoje em dia, e pouco usada.
suas aulas, suas “esculturas de vestir” não alteram, mas apenas realçam a
Ninguém mais tem paciência. Ninguém mais quer esperar. Não querem
personalidade de quem as veste.
caminhar, querem pular. Querem usar o braço para empurrar, sem saber
“Está vendo esses brincos?” pergunta Christine, mostrando seus brincos
que poderiam destruir algo apenas com o olhar”.
de madeira em tamanhos desiguais formatos diferentes. O da direita
Agora, vivendo seus anos de inverno, Christine nos ensina que essa é
visivelmente maior do que o da esquerda, “pode parecer estranho usá-
a fase ideal para aplicar tudo que se aprendeu esculpindo a vida. Suas
los desse jeito, mas eles servem para disfarçar o tamanho desigual das
referências criativas passaram a ser cada pedacinho de história que viveu
minhas orelhas”. Fica claro que o processo de criação de suas bijuterias e
em todas as outras estações.
a maneira como Christine as veste, expressam novamente sua facilidade
de moldar o corpo da mulher, mostrando que sim, toda mulher pode ser
bonita. Filosofia que Christine Yufon aplica em todas as áreas de sua vida,
“Eu não crio mais. Eu já incorporo os símbolos inconscientemente
lembrando da época em que eu era manequim. No fim, eu continuo
desfilando”.
pessoal e profissional.
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A REINVENÇÃO DO INVERNO
A REINVENÇÃO DO INVERNO
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“Eu
Eu
nasci artista e sempre tive uma sensibilidade aguçada.
respiro, eu me movimento, eu contemplo...
Sonhando, Procurando e Esculpindo.
Essas
trÊs palavras abraçam meu
sentimento,
pensamento e a
minha vida”
Identidade das Obras
Capa
ABRAÇO CÁLIDO
1950
Escultura em Bronze
Altura 11x5cm
DESTINO - 1950
Escultura em Bronze – Altura 9x6cm
TODOS OS HOMENS DO MUNDO - 1982
Escultura em Bronze – Altura 44x22cm
A TRANSFORMAÇÃO DE UM SONHO - 1950
Escultura em Bronze – Altura 10x4cm
O CORTE - 1992
Escultura em Bronze – Altura 74x 1.20cm
FÉ - 1990
Escultura em Madeira – Altura 87x31cm
FELICIDADE - 1988
Escultura em Bronze – Altura 11x5cm
PLENITUDE - 1982
Escultura em Bronze – Altura 39x29cm
SENSUALIDADE FEMININA - 1950
Escultura em Bronze – Altura 43x32cm
PÔR DO SOL - 1992
Escultura em Bronze – Altura 88x32cm
A MAGIA DOS DEDOS - 1982
Escultura em Bronze – Altura 37x22cm
SOL E NUVENS - 1950
Escultura em Bronze – Altura 12x8cm
DEPENDÊNCIA MÚTUA - 1988
Escultura em Bronze – Altura 51x 23cm
UM HOMEM DETERMINADO - 2005
Escultura em Madeira – Altura 65x30cm
AMOR DE MÃE - 1950
Escultura em Bronze – Altura 10x6cm
AS ENERGIAS SEXUAIS YIN e YANG - 2007
Escultura em Bronze – Altura 59x24cm
O CUME - 1950
Escultura em Bronze – Altura 15x6cm
A VIDA MOLDA O SER - 1992
Escultura em Bronze – Altura 61x67cm
MOMENTOS PARA SE AJOELHAR - 1988
Escultura em Bronze – Altura 57x 34cm
EMOÇÕES PARADAS - 1994
Escultura em Bronze – Altura 48x32cm
LUIZA SETUBAL
Texto
Luiza Setubal, paulistana, passou pelo marketing e pelo
mercado editorial. Mas, foi depois de viajar o mundo e
descobrir novas culturas que surgiu o desejo de inovar no
mercado de acessórios do Brasil. Sua curiosidade aguçada,
muita pesquisa e um sofisticado e moderno faro para o
mundo da moda e estética foram os ingredientes perfeitos
para dar início à sua marca de acessórios LOOL. Desde 2010,
ela é a mente criativa por trás da curadoria de acessórios dos
melhores designers do mundo, que fazem da LOOL referência
de inovação no Brasil. Assim como Yufon, ela representa o
impacto do poder feminino na moda e na arte.
Direção Editorial
Vito D’Alessio
Texto
LUIZA SETuBAL
Edição e Arte
Leopoldo José Silva
Fotografia
RENATO DUTRA
Assistente de Direção
ANGELA NADALUCCI
Pré-produção do Texto
DÉBORA MACHADO
Secretária
IVONE de Bochiski
RENATO DUTRA
Fotografia
Renato Dutra é Fotógrafo, Diretor de Produção e Fotografia.
Foi colaborador dos principais veículos de comunicação
do país, como Folha de São Paulo, Veja – São Paulo, Rádio
Eldorado, Jornal da Tarde, Folha da Tarde, O Estado de São
Paulo, Revista Terra, Revista Adventure, Revista Horizonte
Geográfico, TV Cultura entre outros. Participou de diversas
expedições pela América Latina, entre elas Expedição Andes,
projeto Mehinaku, Projeto Caiapó, Expedição Morrillos e
é sócio fundador da Dialeto Latin American Documentary.
Ganhador de vários prêmios como o melhor documentário
ambiental, inclusive o Festival Anaconda, da Unesco/2000
dentre outros, todos co-produzidos com a TV Cultura/SP.
Assistentes
José Everaldo Moura da Cruz
Manuel Fernandes da Silva
Modelos
Jéssica Scholz
Teresa Alves
Maquiagem e Cabelo
Christian Querido-i
Agradecimento
Marcello Garcia
Pré-Impressão e Impressão
PANCROM
A única empresa do mundo especializado em Documentários
sobre a América Latina
The only company in the world specializing in Latin American Documentaries
A identidade de um povo é construída a partir de sua história e da valorização
de sua cultura, hábitos e forma de vida. Reconstruí-la é uma forma de nos levar
às raízes, de entender a mistura das raças, credos e culturas que se fundem e se
transformam, criando a cada dia novas formas de se relacionar e ver o mundo.
A Dialeto é a única empresa do mundo especializada em Documentários sobre
a América Latina, criada em 1995 com o claro objetivo de produzir documentários
em linguagens variadas sobre temas relacionados à história e realidade LatinoAmericana.
No caminho deste ideal realizamos grandes produtos sobre a Cordilheira dos
Andes, Amazônia, Culturas Indígenas, Ferrovias Latino-Americanas entre
outros. Sempre objetivando a multilinguagem, vêm sendo produzidos
livros, vídeos documentários para televisão, CD’s de música e DVDROM, além de grandes mostras em importantes centros de cultura.
Uma equipe de profissionais especializados e reconhecidos,
transformando pesquisa e conteúdo complexo em produtos
atraentes e poéticos, dirigido ao público comum e de pertinência
atemporal.
Principais espaços que já receberam nossos eventos e
exposições: MASP Museu de Arte de São Paulo, MIS Museu da
Imagem e do Som, Casa da Fotografia FUJI, Estação Central do
Brasil, Centro Cultural São Paulo, SESC, Biblioteca Mário de Andrade,
Sala São Paulo, Estação da Luz, Secretaria de Estado da Cultura entre
outros.
Além disso, a Dialeto trabalha em parceria com diversas fundações
inter­nacionais, como: Amazon Rainforest Foundation Japan, Fundación Vida
Silvestre Argentina, GPA - Geopatagônia do Chile, entre outras, e conta em
sua carteira com empresas como: Air France, Ajinomoto, Andrade Gutierrez,
Arysta Lifescience, Banco Fator, Banco Panamericano, Banco Schahin, BBC de
Londres, Bosch, Café Iguaçu, Camargo Corrêa, Cannon, Carglass, Esab, Fine Arts
Filmproduktion (Alemanha), FujiFilm, Goodyear, Grupo Rede, Grupo Silvio Santos,
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Airlines, Le Moussier, Microtec, Mitsubishi, Óleos Menu, Saint Gobain, SBT, Sony,
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Ao longo de sua trajetória a Dialeto vem conquistando prêmios nacionais e
internacionais.
The identity of a people is based on its history and the valorization of its
culture, habits and way of life. Reconstructing the past is a way of returning
to our roots, understanding how races, creeds and cultures merge with and
change each other, and hence creating new ways of daily relating to each
other and seeing the world.
Dialeto - Latin American Documentary is the only company in the world
specializing in Latin American documentaries. It was established in 1995 with
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In pursuit of this goal, Dialeto has produced outstanding
products about the Andes mountain range, the Amazon Rain
Forest, Indian cultures and Latin American railways, among
others. Its productions, multilingual and multimedia,
include books, television documentaries, music CDs and
DVD-ROMs, as well as major exhibits in respected cultural
centers. Dialeto’s team of specialized professionals, who
have achieved recognition in their fields, transforms original
research and complex content into strikingly attractive and lyrical
works of timeless importance, accessible to the general public.
Some of the spaces that have received Dialeto’s events and
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Culture, and many more. Dialeto works in partnership with many
international foundations, including Amazon Rainforest Foundation
Japan, Fundación Vida Silvestre Argentina, GPA - Geopatagônia do
Chile, and others. Companies that have backed Dialeto’s projects
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Setubal, Luiza
Christine Yufon / Luiza Setubal ; fotos Renato
Dutra. -- São Paulo : Dialeto Latin American
Documentary, 2013.
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mesmo parcial, por qualquer processo mecânico,
eletrônico, reprográfico etc., sem a autorização, por
escrito da Dialeto Latin American Documentary;
salvo para citações e artigos em revistas e jornais.
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reproduced in any form or by electronic or mechanical
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passages for review purposes.
1. Beleza física (Estética) 2. Elegância
feminina 3. Moda 4. Moda e estilo 5. Yufon,
Christine, 1920- I. Dutra, Renato. II. Título.
13-04746
CDD-746.92092
Índices para catálogo sistemático:
1. Christine Yufon : Biografia
746.92092
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