DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DOS NÓDULOS HEPÁTICOS BENIGNOS Prof. Dr. Jorge Eduardo F. Matias Cirurgia do Aparelho Digestivo Departamento de Cirurgia UFPR - HC DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DOS NÓDULOS HEPÁTICOS BENIGNOS Desenvolvimento e aplicação de métodos de imagem (Eco/TAC/RNM) • Achado Incidental Nódulo Hepático • Problemas: 1- Diferenciar entre Benigno X Maligno 2- Diferenciar Benignos entre si (Conduta) • Lesões Nodulares Hepáticas Benignas de Interesse Clínico: Hemangioma Cavernoso Adenoma Hepatocelular Hiperplasia Nodular Focal Hiperplasia Regenerativa Nodular Adenoma de Ducto Biliar Hamartoma HEMANGIOMA CAVERNOSO HEPÁTICO CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS • Neoplasia Hepática Benigna mais comum (0,5 a 7% necropsias) • Relação Fem/Masc = 4 a 6/1 - 20 a 40 anos • Lesão Única (>90%) • Pequena (<3 cm) • Lobo Direito • Natureza (?): Má formação congênita X Hamartoma • Participação Hormonal: – Incidência e Tamanho são maiores nas mulheres – Eventual Crescimento em: Gravidez Anovulatórios Orais Terapia Estrogênica HEMANGIOMA CAVERNOSO HEPÁTICO QUADRO CLÍNICO • Assintomáticos - maioria achados incidentais • Sintomas: Massa Palpável (Lesões gigantes) Dor (Trombose ou crescimento tumoral) (Compressão da cápsula de Glisson) Hemoperitônio (Ruptura espontânea ou traumática): Muito raro, mas grave. Risco muito baixo em lesões com <5cm • História Natural “Benigna”: – Crescimento significativo - raro – Complicações - raras mesmo em lesões > 5 cm HEMANGIOMA CAVERNOSO HEPÁTICO DIAGNÓSTICO • • Características Clínicas + Exames Imagens Ecografia Característica: – – – Lesão Sólida, Arredondada, Contornos definidos Diâmetro < 3 cm; Hiperecogênica com reforço acústico posterior Lesões <1,5 cm são melhor vistas por Eco que por Tomo HEMANGIOMA CAVERNOSO HEPÁTICO DIAGNÓSTICO • • Pac. Assintomático + Função Hepática N + Eco Característica acompanhamento ecográfico em 6 a 12 meses Lesão heterogênea; contornos irregulares; hipoecogênica; múltiplo e/ou c/ crescimento continuar investigação. HEMANGIOMA CAVERNOSO HEPÁTICO DIAGNÓSTICO • Tomografia Computadorizada: – Imagem hipodensa (fase pré-contraste) – Captação periférica irregular logo após injeção EV de contraste – Enchimento centrípeto progressivo – Opacificação completa da lesão após 30 – 60 minutos da injeção EV do contraste Lesões < 2 cm não mostram a imagem padrão HEMANGIOMA CAVERNOSO HEPÁTICO DIAGNÓSTICO • Cintilografia c/ Hemácias Marcadas: – • Hemangioma depura mais lentamente o marcador que o parênquima ao redor Sensibilidade: 80% Especificidade: ~100% Doppler Colorido: – – Fluxo Lento = Hemangioma Fluxo Rápido = Lesões Malignas HEMANGIOMA CAVERNOSO HEPÁTICO DIAGNÓSTICO • Ressonância Nuclear Magnética: – – – Melhor exame para diferenciar de metástase Sinal hipointenso em T1 e hiperintenso em T2 Sensibilidade: 90-100% Especificidade: 90% HEMANGIOMA CAVERNOSO HEPÁTICO DIAGNÓSTICO • Arteriografia: – – • Exame invasivo Pouco utilizada Punção-biópsia com agulha fina: – – – – Discutível, sem aceitação universal Relatos de punção (intencional e inadvertida) s/ problemas Risco de hemorragia Dificuldade de diagnóstico AP no material obtido Não puncionar lesão suspeita de hemangioma Persistindo dúvida c/ malignidade: Laparoscopia / Laparotomia HEMANGIOMA CAVERNOSO HEPÁTICO TRATAMENTO • Maioria dos casos: – • Nenhum tratamento necessário Lesões gigantes e sintomáticas: – – – • Embolização arterial Ligadura da artéria hepática Ressecção cirúrgica Ruptura Espontânea (Raro): – – Arteriografia + embolização do vaso arterial da lesão Cirurgia de Emergência ADENOMA HEPATOCELULAR CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS • • • • • • Proliferação Benigna de Hepatócitos Arranjo estrutural diferente do parênquima normal Lesão Única (~70%), 05 -15 cm Ø Limitada por pseudocápsula Restrita à mulheres jovens em idade fértil (30-35) Fator Etiológico: Anuvolatórios orais/Estrogênios – – – – – Incidência após década de 60 Incidência e risco maiores em usuárias há mais tempo Regressão da lesão com interrupção da administração Crescimento com a reintrodução Menor risco com Anuvolatórios de baixa dose estrogênica ADENOMA HEPATOCELULAR QUADRO CLÍNICO • • Assintomático (~30%) Sintomas (tendência ao crescimento): – • Ruptura espontânea c/ hemorragia intraperitoneal – • Não é raro e pode levar a quadro de choque Diagnóstico Diferencial: – • Dor (Necrose / Hemorragia intratumoral) Nódulo Regenerativo / Fígado N / CHC bem diferenciado Malignização (?) ADENOMA HEPATOCELULAR DIAGNÓSTICO – – Características Clínicas + Exames de Imagem Ecografia: Sem imagem característica • • • Lesões Hipoecogênicas (20 a 40%) Lesões Hiperecogênicas (30%) - sangramento Lesões Isoecogênicas ou com ecogenicidade mista ADENOMA HEPATOCELULAR DIAGNÓSTICO – – Tomografia Computadorizada Fase Pré-injeção: • • • – Imagem Isodensa Imagem hiperdensa ( sangramento recente – 15%) Lesões > 5 cm – heterogênea (hipoatenuação por necrose focal) Fase Pós-injeção: • • Fase Arterial – contrastação Fase Portal – rápido clareamento ADENOMA HEPATOCELULAR DIAGNÓSTICO – Ressonância Magnética: • Aparência variável: – Sinal hiperintenso em T2 – Intensidade variável em T1 – Cintilografia com enxofre coloidal marcado com Tc99: • Defeito focal pela ausência de Células de Kupffer ADENOMA HEPATOCELULAR DIAGNÓSTICO – Arteriografia: • – Lesão hipervascularizada Biópsia Percutânea: Evitar • • • Lesão hipervascular Fragmento pequeno Não permite diferenciação com: – – Hiperplasia Nodular Focal CHC bem diferenciado ADENOMA HEPATOCELULAR TRATAMENTO • Ressecção Cirúrgica: – Tendência para crescimento / Necrose / Sangramento – Risco elevado de complicações – Malignização • Conduta Conservadora Alternativa: – Indicação: Mulher usuária de estrogênio Lesão pequena e Assintomática – Interromper medicação – Seguimento rigoroso regressão da lesão HIPERPLASIA NODULAR FOCAL CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS • Lesão focal hiperplásica nodular do fígado: “Má formação vascular = grandes aglomerados (nódulos) de hepatócitos normais agrupados ao redor de área fibrótica contendo um vaso, geralmente artéria dilatada” • Relação F/M 6 a 8/1, sem relação definida com estrogênios • Lesão Única / Pequena (< 5 cm) HIPERPLASIA NODULAR FOCAL • Anatomia Patológica: – Cicatriz central c/ infiltrado inflamatório e artéria tortuosa – Nódulos sem espaços porta e veia central – Presença de Células de Kupffer e proliferação ductal HIPERPLASIA NODULAR FOCAL QUADRO CLÍNICO/DIAGNÓSTICO • • • Assintomático Diagnóstico incidental por exame de imagem Ecografia: – Imagem hipoecogênica ou isoecogênica • Doppler Colorido: – Hipervascularização HIPERPLASIA NODULAR FOCAL DIAGNÓSTICO • Tomografia Computadorizada: – Fase pré contraste – lesão isodensa – Fase arterial – hiperdenso – Fase portal - hipodenso HIPERPLASIA NODULAR FOCAL DIAGNÓSTICO • Ressonância Magnética: – Achados semelhantes à Tomografia Computadorizada • Cintilografia com enxofre coloidal marcado com Tc99: – Marcador se concentra na lesão (nem sempre) – diferencia do Adenoma Hepatocelular HIPERPLASIA NODULAR FOCAL TRATAMENTO • Acompanhamento sem intervenção terapêutica – Assintomático – Achado de Exames de Imagem • Interrupção do estrogênio (?) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DOS NÓDULOS HEPÁTICOS BENIGNOS Muito Obrigado!!!