64º Congresso Nacional de Botânica 2013 Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de NA TRILHA DAS PLANTAS CARNÍVORAS: ESTRATÉGIA PARA CONTEXTUALIZAÇÃO DIDÁTICA 1 2 Caio V. da Silva *; Denise D. da Cruz . 1, 2 1 2 Universidade Federal da Paraíba. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Departamento de Sistemática e Ecologia. *E-mail: [email protected]. Introdução Plantas carnívoras constituem um grupo vegetal singular capaz de atrair, capturar e digerir suas presas, comumente insetos, através de mecanismos bem específicos [1], propiciando-lhes importante complementação nutricional [2]. Devido à peculiaridade ecológica do grupo, costumam despertar o imaginário das pessoas, em especial do público jovem [3]. Tal característica pode ser amplamente explorada direcionando a curiosidade ao desenvolvimento da sensibilidade ambiental, por meio de exposições, feiras, debates, palestras, experimentos, dinâmicas, oficinas, jogos e/ou trilhas ecológicas [4]. como complexos, mas possuidores de atores bem integrados relacionando-se de forma dinâmica e dependente entre si. Quanto às plantas carnívoras, os alunos mostraram-se surpresos com a fragilidade e delicadeza destes organismos em contraste ao seu importante e específico nicho ecológico (Figura 1), ressaltando a necessidade do incentivo da curiosidade, a contextualização e a vivência à construção do saber [4]. O objetivo deste trabalho foi avaliar a importância da aula prática de campo na contextualização do conteúdo discutido em sala de aula, referente a este grupo de plantas, durante uma trilha ecológica. Metodologia Aulas teóricas sobre plantas carnívoras, seu habitat, exigências e adaptações ecológicas foram previamente desenvolvidas com 43 alunos do primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Monsenhor Emiliano de Cristo, na cidade de Guarabira-PB, situada a 89 km de João Pessoa. A aula campo foi desenvolvida na Reserva Biológica Guaribas, remanescente de Mata Atlântica localizado nos municípios de Rio Tinto-PB e Mamanguape-PB, distante cerca de 43 km de Guarabira. Para início das atividades, os alunos participaram de uma palestra sobre o histórico e a importância da Rebio. Para cada aluno foi entregue uma roteiro e uma ficha a ser preenchida sobre a paisagem, o clima, a variação de ambientes, a diversidade biológica e sobre o habitat das plantas carnívoras. Durante a trilha, foi possível parar em cada tipo de ambiente e debater sobre suas características e a importância de determinados organismos e fatores abióticos à manutenção do equilíbrio ambiental. No local de ocorrência das plantas carnívoras os alunos puderam realizar observações e discutir as características ecológicas mais evidentes do grupo, dentre estas, o controle biológico. Após a aula campo, todos os alunos puderam sintetizar seus dados para a elaboração de um relatório. Resultados e Discussão Através da análise dos relatórios elaborados, foi possível constatar que os alunos definiam os ambientes visitados Figura 1. Alunos durante a trilha (A); planta carnívora Drosera sessilifolia (B); montagem de exsicata (C); alunos ao final da aula campo (D). Conclusões A utilização da trilha ecológica, bem como a abordagem temática às plantas carnívoras, se mostrou como um conjunto estratégico didático eficiente para a assimilação de definições conceituais ecológicas relativas ao meio ambiente. Agradecimentos Agradecemos à Escola Monsenhor Emiliano de Cristo, à Rebio Guaribas, pela contribuição à elaboração da aula campo, e à CAPES, pela bolsa concedida à CVS. Referências Bibliográficas [1] JUNIPER, B.E.; ROBINS, R.J.; JOEL, D.M. 1989. The Carnivorous Plants. London, Academic Press. [2] SOUZA, V.C.; LORENZI, H. 2008. Botânica Sistemática. 2 ed. São Paulo, Instituto Plantarum. [3] PILIACKAS, J. M.; BARBOSA, L M. 1989. Aspectos Biológicos e Ecológicos de Plantas Carnívoras. Ecossistema 14:89-103. [4] SEGURA, D. S. B. 2001. Educação Ambiental na Escola Pública: Da curiosidade ingênua à consciência crítica. 1 ed. São Paulo, Annablume.