Desenvolvimento Sustentável do Território e das Organizações
- Juntos seremos mais fortes Mário Andreuzza*
Na era da integração econômica regional e global, situações locais
são afetadas pelas dinâmicas complexas em que estão inseridas. Processos
locais são mais bem compreendidos se enfocados num quadro mais amplo,
regional e global. A complexidade dos processos socioeconômicos e dos
mecanismos de tomada de decisões demanda utilização de ferramentas de
gestão territorial, capacitação da administração pública e das empresas
atuantes em uma determinada região.
O Instituto Sagres, empregando sua metodologia “ Ferramentas
Integradas de Gestão Integrada” (FIGE), preconiza que planejamento
municipal deve ser integrado ao planejamento regional e este ao nacional, e
ter um enfoque mais que o econômico. Aspectos políticos, sociais,
ambientais, tecnológicos e legais e seus relacionamentos com a inovação;
mobilidade urbana; dinâmicas governantes, articulação com sistemas
logísticos e integração internacional, quando necessário, devem ser
considerados.
Para o Instituto, o processo de Planejamento e Gestão está ancorado
em seis disciplinas: Inteligência Estratégica, Prospectiva Estratégica,
Balanced Scorecard, Análise das Dinâmicas Governantes, Comunicação
Social e Tecnologia da Informação e Comunicação.
No caso do desenvolvimento dos Territórios e das Organizações neles
presentes a Inteligência e a Prospectiva Estratégica têm papéis relevantes.
Para Frédéric Donier “A inteligência territorial é a ciência cujo objeto é o
desenvolvimento sustentável dos territórios e cujo sujeito é a comunidade
territorial1”. Inteligência tem origem em “Intelligere” que em Latim significa
saber “estabelecer ligações entre os elementos para produzir um conteúdo
significativo. É atividade de produção de conhecimentos em apoio à decisão,
que acompanha o presente (identificação e monitoramento de atores e
eventos de relevância) com foco em seus prováveis desdobramentos e o
futuro (tendências e rupturas), possibilitando à alta gestão ações
proativas”2.
Já a Prospectiva permite visualizar e explorar cenários de longo
prazo, em um exercício de antecipação, e propor políticas, planos e medidas
1 Lançamento do Plano Goiás 2030 , abril de 2010.
2 Fernando Fernandes – apresentação ao Banco Central, julho de 2013.
a serem desde já adotados. “É ela que, com suas técnicas e métodos, que
permite reduzir as incertezas e trabalhar para a construção do melhor
futuro possível para qualquer organização, adotando medidas proativas
junto às demais partes interessadas e preparando-se para as mudanças que
se poderão ocorrer, dentro do horizonte temporal considerado 3”. Esta deve
ser a base para a elaboração de objetivos estratégicos, os quais constituem
o cerne de qualquer Planejamento Estratégico.
Fácil, portanto, é perceber que na gestão de Territórios e
Organizações há uma interessante área imbricada entre Inteligência e
Prospectiva. Em conjunto, permitem alavancar o desenvolvimento
sustentável de novos territórios produtivos e das organizações nele
presentes, determinados agora não mais por critérios geográficos ou
administrativos, mas por a região ou sistemas cuja base seja uma
infraestrutura e conhecimentos comuns a todos.
Precisamos ser complementares e reforçaremos um conceito já
consagrado no esporte “Juntos seremos mais fortes4”.
*Presidente do Instituto Sagres
Junho 2015
3 Raul Sturari – Artigo publicado no site do Instituto Sagres - Inteligência e
Prospectiva Estratégicas
http://www.sagres.org.br/artigos/inteligencia_prospectiva_2.pdf - 2010
4 Frase de Bernardinho, técnico da Seleção Brasileira de voleibol
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