XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES – UM MODELO PARA PRIORIZAR AS NECESSIDADES SOCIAIS DA REGIÃO ONDE A ORGANIZAÇÃO ESTÁ INSERIDA Joseane Pontes Mestranda em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Florianópolis –SC - Email: [email protected] Osmar Possamai, Dr. Professor Doutor da Universidade Federal de Santa Catarina – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção - Florianópolis -SC - Email: [email protected] Abstract The present article has for objective to present a proposal for the organizations that they use practical of Social Responsibility in its management. In intention to become the plan of more efficient Social action for damages in that it refers to the true social necessities of the e region stakeholders, the proposal presented considers a model that contributes for the sustainable social development of the region, through practical efficient of Social Responsibility of the organization. Keywords: Social Responsibility, Sustainable Social Development, Social Indicators. 1- Introdução A partir de 1990, a visão social começou a ganhar maior ênfase nas decisões gerenciais das organizações, levando-as a estabelecer de forma mais freqüente, práticas de Responsabilidade Social. O motivo econômico, voltado às melhores condições da organização no mercado competitivo, juntamente com o motivo social e sustentável, voltado à melhoria das condições sociais dos stakeholders envolvidos com a organização, são os grandes impulsionadores destas práticas nas organizações. A Responsabilidade Social das organizações, vem sendo utilizada de forma a contribuir para o desenvolvimento sustentável, e a partir deste pressuposto é que as organizações buscam atender a questão social, através de suas práticas de Responsabilidade Social. Porém, para que tais práticas sejam efetivamente responsáveis, elas precisam estar atendendo realmente as necessidades de seus stakeholders. Desta forma, surge o seguinte questionamento: como uma empresa que pretende inserir a Responsabilidade Social em sua gestão, afim de contribuir para o desenvolvimento social sustentável da região onde está inserida, poderia tornar o resultado processual do plano de responsabilidade social mais eficiente? Tais necessidades podem ser diagnosticadas utilizando como ferramenta os indicadores sociais da região de onde a organização está inserida. 2 – O Contexto Histórico da Responsabilidade Social A Responsabilidade Social das organizações ainda é um tema conflitante e de difícil definição nos dias atuais, embora já se tenha indícios de suas práticas e alguns defensores na história da gestão empresarial. Sabe-se que desde a antigüidade até meados dos anos de 1930, a maximização do lucro era a grande mola motora da gestão organizacional, sendo que o lucro empresarial independia do contexto ambiental e social das organizações. Já a partir de ENEGEP 2002 ABEPRO 1 XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 1930, as organizações incluíram na sua gestão os chamados gestores profissionais ou administradores, o que provocou maior preocupação social com os stakeholders. A partir de 1960, a forma com que os gestores administravam mudou drasticamente devido as pressões oriundas dos vários movimentos sociais e atividades pertinentes ao emprego, proteção ambiental e proteção ao consumidor. Estas mudanças, além de drásticas, foram também permanentes. Já a partir de 1990, com as grandes organizações sendo o centro do poder econômico, a preocupação com os stakeholders tornou-se uma variável a mais nas decisões empresarias. Ao contrário do que acontecia até meados de 1930, as organizações não consideraram mais prioridade especial os seus acionistas ( MEGGINSON, MOSLEY E PIETRI JR, 1998). Com a globalização, sendo a âncora da racionalidade econômica, o Estado que antes era o centro do poder econômico e responsabilizava-se pela gestão das políticas econômicas e provia os recursos para o fortalecimento do tecido social e consequentemente para o desenvolvimento social, acabou cedendo espaço às organizações privadas. Assim, o espaço nacional antes administrado pelo Estado, passa a perder primazia e consequentemente as empresas privadas iniciam a construção de espaços regionais e locais como alvos estratégicos de negócios ( FURTADO in Melo Neto e Froes, 2001). Segundo Furtado (1999), diante de um contexto globalizado, surge a visão da racionalidade social, que com o desamparo da sociedade e o enfraquecimento do suporte dado a ela pelo Estado, tenta unir o Estado e as empresas privadas em nível global às necessidades da sociedade. A racionalidade social surge de forma a atenuar a racionalidade globalizante, tentando diminuir os riscos causados por ele ao sistema. Porém, a postura de tal racionalidade não interfere na racionalidade particular das empresas, uma vez que não propõe tornar as empresas agentes da racionalidade social, estas ineficientes e desvirtuadas de seu propósito final: o lucro. 3 – A Importância da Responsabilidade Social para as Organizações Segundo Bollier (1997) as organizações, equiparadas a seres vivos, estão sujeitos as mudanças do meio em que vivem. E como há grande interação entre a organização e seu meio, se a organização não acompanhar as mudanças ocorridas no ambiente e ainda adaptar-se a elas, sua sobrevivência ficará comprometida. Neste caso, as organizações verificaram que outras variáveis deveriam compor suas decisões gerenciais, afim de obter o lucro. A busca da causa social pelas organizações, incluindo o atendimento das necessidades dos seus stakeholders (grupos de pressão da organização), permitiria que a organização interagisse com as mudanças do meio, e com isso proporcionaria maior interatividade e segurança no mercado competitivo. Um estudo feito por Arie de Geus (2001) diagnosticou o motivo que levou algumas organizações a sobreviverem no mercado por mais de 300 anos, caso da Mitsui no Japão, ou da Stora, na Suécia, que resiste no mercado já a mais de 700 anos e ainda tem grande projeção no mercado. Tais organizações já consideravam na sua gestão os interesses de seus stakeholders, o que não tornou sua visão gerencial puramente econômica, mas também social. Alguns autores como Melo Neto e Froes (2001) defendem que, além da sobrevivência do mercado, a organização socialmente responsável, ao praticar ações sociais de forma responsável, ganhará competitividade por meio da elevação de sua imagem diante à comunidade, ganhando desta forma, maior visibilidade, aceitação e potencialidade. Já Torras (2001) defende que uma organização socialmente sustentável obterá ganhos em suas ações, ao praticar Responsabilidade Social, uma vez que um terço das ações de bolsa são adquiridos pelos ativos intangíveis da organização, e como Bollier (1997) afirma, os resultados advindos das organizações socialmente responsáveis são intangíveis, as organizações socialmente responsáveis são mais lucrativas, têm maior visibilidade e melhor imagem no mercado. ENEGEP 2002 ABEPRO 2 XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 Desta forma, observa-se que a inclusão da Responsabilidade Social na gestão das organizações não traz benefícios somente aos stakeholders, mas também à própria organização. 4 – Os Parâmetros da Responsabilidade Social das Organizações O primeiro encontro realizado para tratar especificamente sobre a questão social ocorreu em Copenhague, na Dinamarca, em 1995, com a Conferência Mundial para o Desenvolvimento Social. Tal conferência, composta por chefes de Estado e de Governo de 130 países reunidos pela ONU (Organização das Nações Unidas), contemplou a importância da questão social para o desenvolvimento sustentável, expondo que os seres humanos são o elemento central das preocupações sobre o desenvolvimento sustentável (INFORME DE LA CUMBRE MUNDIAL SOBRE DESARROLO SOCIAL, 1995, p.3). A questão pode ser explicada dando-se ao fato de que um desenvolvimento social eqüitativo que reconheça que os pobres devem ter o poder necessário para utilizar de modo sustentável os recursos ambientais, é o fundamento necessário do desenvolvimento sustentável. Porém, se reconhece que, para promover o desenvolvimento social e a justiça social, é necessário um crescimento econômico de ampla base considerando-se o desenvolvimento sustentável. Segundo o Informe de la cumbre mundial sobre desarrolo social (1995), para obter o desenvolvimento social, todas as partes envolvidas no contexto social, desde governo, mercado e a sociedade civil devem colaborar para a equidade social. Segundo Melo Neto e Froes (2001), a responsabilidade social é o grande instrumento das empresas para promover o desenvolvimento social e consequentemente o desenvolvimento sustentável. Conforme o exposto por Glaser (Glaser apud WILLIAMS, 2000, p. 4), as empresas possuem grande responsabilidade na busca pelo desenvolvimento sustentável. Tal autor defende que não existirá desenvolvimento sustentável sem a participação do setor privado, pois a globalização e a economia de mercado favorece o crescimento de empresas que possuem mais poder que o Estado. Segundo Glaser (op. cit.) cerca de 500 empresas controlam uma terceira parte do PIB mundial e 3/4 do comércio internacional, influenciando a vida das pessoas e causando graves problemas sociais e ambientais. Desta forma, cada vez mais empresas se esforçam para cumprir os três princípios do desenvolvimento sustentável: respeito ao meio ambiente, Responsabilidade Social e prosperidade econômica. Porém, no que tange a Responsabilidade Social, o que proporcionaria o desenvolvimento social sustentável, as organizações deveriam tratar as questões sociais pertinentes da região considerando suas reais necessidades e não somente as necessidades da organização, afinal o que promove o desenvolvimento social da região é a eficiência na resolução dos seus problemas sociais. Para Tomei (1984) a Responsabilidade Social não possui ação individual, mas coletiva, que reflete a ação cívica da empresa em prol da cidadania e do desenvolvimento sustentado de grandes ou pequenas comunidades. Já para Costa e Visconti (2000), a Responsabilidade Social da empresa não se restringe somente aos resultados e decisões alcançados pelo sócios e acionistas, e sim abrange os impactos das atividades da empresa considerando todos os agentes sociais que interage com a empresa, ou seja, os stakeholders. Vai além também dos compromissos compulsórios da empresa, tais como a legislação e obrigações trabalhistas, pois a Responsabilidade Social expressa a inserção de valores, condutas e procedimentos, que induzem a melhoria de vida dos funcionários e seus familiares e ainda o desenvolvimento social da comunidade local, regional e nacional, afim de atingir sustentabilidade dos negócios, através de estratégias de sustentabilidade a ENEGEP 2002 ABEPRO 3 XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 longo prazo. Já para Ferrel e Ferrel (2001, p. 07) Responsabilidade Social “é a obrigação que a empresa assume com a sociedade. Ser socialmente responsável implica maximizar os efeitos positivos sobre a sociedade e minimizar os negativos”. Segundo Donna Wood (1991), a Responsabilidade Social possui três princípios básicos, que foram baseados na expectativa da sociedade no comportamento empresarial. Estas expectativas foram divididas em: expectativa da sociedade em função do papel da empresa como instituição econômica (nível institucional); como empresa particular (nível organizacional), e finalmente, a expectativa da sociedade sobre os gerentes como atores morais (nível individual) (op.cit): - princípio da legitimidade (nível institucional): segundo este princípio, a sociedade dá poder e legitimidade a empresa e seus negócios, e , a longo prazo, se a empresa não utilizar de forma correta este poder, de acordo com a sociedade, tenderá a perdê-lo; - princípio da responsabilidade pública (nível organizacional): este princípio expõe que as empresas são responsáveis pelos resultados tanto das áreas primárias quanto secundárias de seu envolvimento com a sociedade. Neste caso, a responsabilidade da empresa não poderá ser definida conforme as preferências da gerência, e sim aos interesses, operações e atuação da empresa; - princípio da prudência gerencial (nível individual): este princípio sucede o anterior afim de preencher a lacuna por ele deixada, expondo que os gerentes são atores morais e são obrigados a ser prudentes nos negócios, afim de obter resultados responsáveis. Dado alguns conceitos estabelecidos para o termo Responsabilidade Social, e ainda os princípios ao termo dado por Wood, percebe-se que, embora a questão que envolve a Responsabilidade Social possua muitas visões e subjetividade, são estabelecidos alguns parâmetros para a Responsabilidade Social. Um deles é realizar ações sociais para o benefício dos stakeholders de uma forma equânime e eficiente. 5 – Os Indicadores Sociais como Ferramenta de Identificação dos Problemas Sociais da Região Embora a utilização dos indicadores sociais por parte dos municípios, para a detecção dos problemas sociais seja pouco utilizado na prática, em função dos custos das estatísticas que deveriam acompanhar a historicidade dos indicadores sociais, afim de torná-los realmente eficientes, o conjunto de indicadores sociais ainda são as melhores ferramentas para diagnosticar e acompanhar as necessidades sociais da região (JANNUZZI, 2001). Embora as Nações Unidas apresentem alguns indicadores sociais para o desenvolvimento sustentável, voltado aos temas relacionados a equidade social, saúde, educação, moradia, segurança e população, os indicadores sociais apresentados por Jannuzzi acabam sendo mais completos no que compete aso temas sociais da região. As áreas temáticas apresentadas por Jannuzzi (2001) são renda e pobreza, demográficos e saúde, educacionais e culturais, político-sociais e de opinião pública, qualidade de vida e meio ambiente, mercado de trabalho e habitacionais/ infra-estrutura urbana. A partir destas áreas temáticas são traçados os indicadores sociais, que serão inclusos no modelo que será apresentado a seguir. 6- O Modelo Proposto No intuito de propor uma forma de tornar o plano de ação de Responsabilidade Social das organizações mais eficiente, procurou-se montar um modelo onde serão considerados os aspectos pertinentes à Responsabilidade Social, no que tange a parametrização da mesma. Para subsidiar o modelo, serão utilizados os indicadores sociais proposto por Jannuzzi (2001). O modelo foi dividido em 4 fases, como mostra a figura 1 a seguir. ENEGEP 2002 ABEPRO 4 XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 Etapa 1- Diagnóstico do ambiente organizacional Etapa 2 – Estabelecimento do escopo de abrangência regional FASE 1 Diagnóstico do ambiente organizacional interno e externo Etapa 3 – Identificação dos stakeholders (prioridades e critérios) Etapa 4 - Levantamento dos Indicadores Sociais Etapa 5 - Priorização dos Indicadores Sociais FASE 2 - Montagem do Plano de ação de Responsabilidade Social FASE 3 Implementação das ações visando atender aos indicadores sociais Atingiu meta? FASE 4 Avaliação de resultado e feedback Não atingiu meta? Figura 1 – Fluxograma do modelo proposto. FASE 1: Diagnóstico do ambiente organizacional A primeira fase do modelo será dividida em 5 etapas: o diagnóstico da organização, o estabelecimento do escopo de abrangência regional, identificação dos stakeholders, levantamento dos indicadores regionais relevantes e a priorização dos indicadores sociais. - Etapa 1- Diagnóstico da organização: tem por objetivo analisar o ambiente organizacional, quanto a seu nível de Responsabilidade Social (interna e externa), bem como a disponibilidade da organização em estabelecer metas sociais, no intuito de averiguar se a organização já está inserida nos parâmetros de Responsabilidade Social, o que será importante para a realização das próximas etapas e fases do modelo. – Etapa 2 - Estabelecimento do escopo de abrangência regional: o objetivo da segunda etapa do diagnóstico é averiguar a amplitude regional da organização. Far-se-á o diagnóstico sobre a abrangência ou delimitação a ser dado ao modelo, através da ENEGEP 2002 ABEPRO 5 XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 abordagem que será dada a organização (em termos de extensão e abrangência regional da organização). – Etapa 3 - Identificação dos Stakeholders (prioridades e critérios): a terceira etapa do diagnóstico do modelo será identificar os stakeholders que fazem parte da organização. Esta etapa tem por objetivo identificar os grupos de pressão que envolvem a organização, no intuito de traçar os principais grupos que interagem com a organização e que poderão participar da busca pela identificação dos problemas sociais da região, através dos indicadores sociais onde a organização está inserida. – Etapa 4 - Levantamento dos Indicadores Sociais da região: nesta etapa será abordada o levantamento dos indicadores sociais pertinentes à região onde a organização está inserida. Esta etapa faz parte do diagnóstico externo à organização, a qual identificará as necessidades sociais da região onde a organização está inserida. - Etapa 5 - Priorização dos Indicadores Sociais: esta etapa do diagnóstico externo à organização tem por objetivo identificar os indicadores sociais prioritários para a região, tomando por base a etapa anterior, afim de dar embasamento às fases posteriores do modelo. Esta etapa será estabelecida com o auxílio dos stakeholders vinculados à organização e permitirá verificar as reais necessidades sociais da região, afim de posteriormente montar o plano de ação de Responsabilidade Social dentro da organização. FASE 2: Montagem do plano de ação de Responsabilidade Social A segunda fase do modelo é a montagem do plano de ação de Responsabilidade Social da organização, que será dividida em quatro etapas. - Etapa 1 – Estabelecer o propósito do plano, através dos indicadores sociais (IS) priorizados: nesta primeira etapa da segunda fase do modelo será elaborado o escopo principal do plano, ou seja, a estratégia do plano de ação de Responsabilidade Social, em conformidade com as informações já diagnosticados na primeira fase do modelo. Nesta etapa, serão informados na organização o que será trabalhado e quais os principais problemas a serem analisados no plano de ação. - Etapa 2 – Definir os responsáveis pelo desenvolvimento do plano: o objetivo desta etapa é estabelecer os responsáveis pela concretização do plano de ação de Responsabilidade Social. FASE 3 - Implementação das ações, visando atender aos indicadores prioritários Esta fase tem por objetivo operacionalizar o plano de ação descrito na fase anterior, a fim de implementar as ações sociais na organização. FASE 4- Avaliação de resultado e feedback O sucesso das fases anteriores poderá ser obtido, se houver participação de todos os stakeholders e também da alta administração. A comunicação interna na organização será importante para a promoção da motivação e da informação sobre os aspectos sociais que serão constantemente discutidos na organização. Porém, para a avaliação do modelo, afim de definir se suas metas foram ou não atingidas, será distribuída uma ficha de avaliação para os stakeholders, onde constarão os pontos a serem avaliados, tais como a melhoria das condições sociais da região, contendo como parâmetro, os indicadores sociais. Se houver bons resultados, para a realização de um novo plano de ação, a organização seguirá todas as fases do plano, iniciando pela Fase 1. Caso não haja bons resultados, o ideal será iniciar o trabalho pela Fase 2. 5 - Conclusão O desenvolvimento social sustentável da região depende de como serão utilizados os seus recursos econômicos, ambientais e sociais. No contexto social, a Responsabilidade Social das organizações funciona como o veículo em prol do Desenvolvimento Social Sustentável. Embora a Responsabilidade Social das organizações não seja de caráter ENEGEP 2002 ABEPRO 6 XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 obrigatório, , muitas organizações vêm tornando-se socialmente responsáveis em suas ações estratégicas. Porém, a forma com que as organizações aplicam seus recursos humanos e físicos para a resolução dos problemas sociais nem sempre são eficientes no que tange o desenvolvimento social sustentável da região onde ela está inserida, uma vez que a priorização das necessidades sociais da região não são necessariamente levadas em conta. Baseado nesta questão, foi proposto um modelo, onde são consideradas as necessidades sociais da região como base para a montagem do plano de ação de Responsabilidade Social da organização. O modelo proposto procura envolver todos os stakeholders da organização, uma vez que são eles os principais agentes entre a organização e o meio externo. Através de seus stakeholders a organização buscará diagnosticar as necessidades sociais da região, o que consequentemente será considerado em seu plano de ação de Responsabilidade Social. O modelo proposto vem a beneficiar a organização e os stakeholders, através da melhoria das condições sociais da região. O desenvolvimento social sustentável será paulatinamente conseguido se houver participação de todos os grupos sociais, seja ele a organização, através de sua conscientização social, ora representada pela Responsabilidade Social, pelo Estado e pela comunidade. Como ponto forte deste modelo pode-se verificar o fato dele ser abrangente. Pode ser aplicado em todos os tipos de organizações e respectivas regiões. Sua aplicação torna-se genérica , o que possibilita a todos os tipos e portes organizacionais, a inclusão de um método para tornar seu plano de ação de Responsabilidade Social mais eficiente. Como ponto fraco, o modelo pode proporcionar alguns conflitos entre os interesses sociais da região e os interesses da organização, uma vez que os interesses e necessidades sociais dos stakeholders detêm primazia para a confecção do modelo, o que poderá trazer algumas resistências por parte da organização. 6- Referências Bibliográficas BOLLIER, D. 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