“TERAPIA INTEGRATIVA COMPORTAMENTAL E FAMILIAR PARA ADOLESCENTES QUE ABUSAM DE SUBSTÂNCIAS” Jiuzete Vasconcellos de Araújo Assistente Social “TERAPIA INTEGRATIVA COMPORTAMENTAL E FAMILIAR PARA ADOLESCENTES QUE ABUSAM DE SUBSTÂNCIAS” Modelo de intervenção multisistêmico que combina duas modalidades de tratamento comuns para o abuso de substâncias por adolescentes: Terapia do Sistema Familiar Terapia Cognitivo Comportamental. Características • Intensidade moderada • Baseada no consultório • Intervenção curta de ambulatório - 10 a 16 sessões Modelo Cognitivo Comportamental • Baseado na suposição de que o uso de álcool e drogas são comportamentos aprendidos e envolve o contexto familiar social Modelo de Sistema Familiar • O abuso e dependência de álcool e drogas são vistos como comportamentos que ocorrem em respostas a problemas com relacionamentos familiares existentes e que tem um resultado específico no contexto da família PERSPECTIVAS DA TERAPIA FAMILIAR • O objetivo da Terapia Familiar Sistêmica é corrigir os padrões errados de interação familiar e outros aspectos do funcionamento familiar. • Intervenções no sistema familiar: – Provocar mudanças em vários fatores de risco e protetores do uso de substância incluindo uso de drogas por pais e filhos . – Supervisão e disciplinas ineficientes (monitoramento) – Relação negativa entre pais e filhos – Conflitos familiares TERAPIA FAMILIAR INTEGRATIVA E COMPORTAMENTAL • Baseia-se no reconhecimento de que o uso de substância e outros problemas de comportamento relacionados, derivam de várias fontes de influência e ocorre no contexto de sistemas múltiplos. • A combinação da TCC e TF no modelo IBFT tem como alvo a mudança no uso de substância pelo adolescente a nível do indivíduo, enquanto enfatiza também os fatores de risco de uso e de proteção diretamente associados à família. VISÃO GERAL DO SISTEMA – Sessões com o adolescente – Sessões com o adolescente e parte dos membros da família • 16 sessões com o adolescente que visam: – tomada de decisão – controle da emoção – outros fatores intrapessoais ou processos que possam ser influenciados pelo uso de substância FASES DO TRATAMENTO • 1ª Fase: Motivação para mudança e construção de habilidade social. – Objetivo: • Engajar a família no tratamento • Intensificar a motivação para mudança • Foco: família e paciente . FASES DO TRATAMENTO • 2ª Fase: Implementação de mudança de comportamento familiar e individual . – Focaliza mudanças de comportamento na família, entretanto são utilizadas sessões com o adolescente de modo a reforçar a implementação de novas habilidades • 3ª Fase: Generalização da mudança de comportamento e prevenção de recaída. – Focaliza os novos comportamentos na família e no indivíduo no ambiente natural com ênfase na independência para resolver problemas dentro da família 1ª FASE : Motivação para mudança e construção de habilidade social • 02 sessões: – Engajamento no tratamento – Avaliação do relacionamento familiar • Papel do terapeuta: – Aliança terapêutica com os membros – Discussão do plano geral de tratamento – Identificação e resolução de qualquer resistência ao processo terapêutico 1ª FASE : Motivação para mudança e construção de habilidade social • Aspectos a serem considerados: – Confiança do terapeuta – Habilidades do terapeuta em ouvir e aprovar seus sentimento – Uso do bom humor INTENSIFICANDO A MOTIVAÇÃO • Famílias que procuram tratamento: – Trocas conflituais – Afeto negativo – Atribuições maldosas • Estratégias para se motivar famílias: – Relabeling – Focalizar sobre os aspectos relacionais dos comportamentos entre os membros Postura do terapeuta • Cordialidade • Empatia • Não confrontação com os membros da família SESSÕES DE TERAPIA INDIVIDUAL SIMULTÂNEA • • • • Podem ser feitas nas primeiras três semanas de terapia: 1 hora de sessão individual com o adolescente 1 hora de sessão com a família toda a cada semana . Sessões individuais – Foco: mudança de comportamentoanálise funcional • Terapeuta e adolescente escolhem mudanças que serão implementadas nas sessões que se seguem . • A intervenção é feita sob medida para forças e fraquezas de cada paciente. Análise Funcional • É uma entrevista estruturada que examina os antecedentes e consequências de um comportamento específico Avaliação Familiar • Se a mudança é necessária. • Como a mudança do comportamento tem de ocorrer • Vantagem: o terapeuta tem a oportunidade de observar o adolescente no sistema familiar e ajuda-lo na pré disposição ao uso de droga associados com a interação familiar • Pode ser usada para identificar metas que são apropriadas e podem ser alcançadas com o paciente • Explorar comportamentos positivos pró-sociais que ajudariam o adolescente a firmar um estilo de vida mais saudável • Desenvolver alternativas para lidar com situação de alto- LUTANDO COM O CRAVING • Sentimentos de ansiedade, compulsão, dura de 03 à 05 minutos e vão se tornando menos frequente e menos intenso á medida que o jovem aprende a lidar com eles • É importante que o jovem aprenda a lidar com eles, reconhecer situações de alto risco e evitá-los • Atividade que distraia • Falar da ansiedade com amigos, familiares . HABILIDADES DE SE RESOLVER PROBLEMAS E DE COMUNICAÇÃO • Habilidade de boa comunicação ajuda os indivíduos a lidar com os problemas mais suavemente, calmamente e facilmente . • Postura do terapeuta – Contato de olhos – Expressão facial – Gestos – Timbre de voz – Falar em tom de voz confiante usando o eu ao invés de você, sendo específico e breve, verificando se os outros estão ouvindo, fazendo perguntas quando estiver confuso e terminando a comunicação quando ela falhar . Papel do Terapeuta • Ajudar o jovem a priorizar as soluções alternativas para como agir e implementar a melhor solução e se determinar as mais efetivas . CONTROLE E CONSCIENTIZAÇÃO DA IRA • A raiva pode ser expressa através de comportamento que tem um impacto negativo sobre os outros (agressão) ou sobre o cliente (mutilação) • O terapeuta pode mostrar para o paciente uma resposta apropriada para uma situação que evoque raiva, articulando em voz alta afirmativas próprias para o controle da raiva MAU HUMOR E DEPRESSÃO • Caminhos para ajudar o adolescente a lidar com a depressão: – Pensar positivamente sobre o mundo e sobre si mesmo. – Ficar atento para pensamentos distorcidos e de derrota – Responder a esses pensamentos com pensamentos mais realistas – Agir sobre os novos pensamentos – Aumentar o envolvimento do adolescente em atividades positivas e reduzir o seu envolvimento naquelas negativas pode diminuir a depressão e melhorar o humor HABILIDADE DE RECUSA DE SUBSTÂNCIA – Os pares e outros tipos de pressão do grupo não podem ser ignorados . • Pressão social direta: quando alguém oferece uma substância diretamente. • Pressão social indireta: ser colocado em situações ou contextos sociais onde ocorre o uso de substâncias . HABILIDADE DE RECUSA DE SUBSTÂNCIA • Ação recomendada: evitar tais situações e pessoas associadas ao uso de drogas . • Quando não for possível: implementar ações bem sucedidas de habilidades de resolução de problemas, comunicação e positivismo . • Habilidades não verbais: falar firmemente olhando nos olhos . • Habilidades verbais: são focadas em sugerir uma alternativa, mudar o indivíduo e evitar o uso de desculpas e respostas vagas . INTENSIFICANDO AS REDES DE APOIO SOCIAL • Considerar : – quem poderia ser útil – que tipos de apoio que gostaria de ter – como obter o auxílio necessário . • Papel do Terapeuta: – Demonstrar maneiras eficazes e ineficazes de pedir para alguém dar apoio e o paciente deve se engajar num ensaio comportamental com o terapeuta 2ª FASE: IMPLEMENTAÇÃO DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTO FAMILIAR E INDIVIDUAL • 05 SESSÕES : combinação de ambas terapias • Sessões semanais ( 15 minutos iniciais com o terapeuta ) • Sessões individuais: monitorar o progresso do adolescente em adquirir e praticar habilidades cognitivo-comportamentais anteriormente discutidas e revisar a análise funcional . • Sessões familiares: Estabelecer novos comportamentos e padrões de interação que substituirão os velhos padrões mal ajustados de comportamentos que foram característicos na família no início do tratamento, prevenindo padrões mal ajustados de reaparecerem e produzir mudanças a longo prazo na família . Nas sessões familiares trabalhar • • • • Treinamento da habilidade de comunicação Habilidade para lidar com contingências Equilíbrio de humor negativo Aumento das atividades compartilhadas prazerosas • Habilidade da resolução de conflito e problemas • Habilidade de prevenção de recaída • Técnicas que facilitem a interação familiar . 3ª FASE: GENERALIZAÇÃO DA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO E PREVENÇÃO DE RECAÍDA • O terapeuta encoraja os pacientes a assumirem a responsabilidade pela solução dos problemas, por eles próprios . • Nessa fase, uma sessão é realizada com o adolescente (sozinho) para se planejar quanto a: – Emergências – Rever a conduta para situações de alto risco – Prevenir recaídas • Outra sessão com os familiares para : – Revisar ganhos – Identificar áreas que necessitam de atenção continuada . SESSÃO INDIVIDUAL: PLANEJANDO PARA EMERGÊNCIA E PREVENINDO A RECAÍDA • Plano de Emergência – Estratégias: – – – – – Habilidades em se resolver problemas Chamar pessoas para apoio Método de lutas cognitivos. Em caso de uso imediato: pedir a ajuda de alguém Uso por mais tempo: examinar os lapsos com alguém, analisar situações que desencadearam . – O adolescente deve ser cauteloso quanto aos pensamentos destrutivos . GENERALIZAÇÃO DE MUDANÇAS FAMILIARES E TÉRMINO DO TRATAMENTO • A terapia avança para seu término quando: – O uso de álcool , drogas e outros comportamentos problemas são reduzidos ou eliminados .padrões de interação adaptativos e estilos de se resolver problemas tenham sido desenvolvidos independentemente do monitoramento do terapeuta – A família aparenta ter a motivação necessária, habilidades e recursos para manter uma trajetória clínica positiva, sem o apoio de serviços continuados . CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS NA IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO INTEGRATIVOCOMPORTAMENTAL E DE TERAPIA FAMILIAR • O modelo contempla uma abordagem multidimensional para se tratar o abuso de substância por adolescentes . • Considerações necessárias: – Considerar o desenvolvimento cognitivo e social do adolescente em relação ao tratamento – Determinar a população alvo apropriada – Manter confidência no contato integrativo das modalidades de terapia individual e familiar . CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS NA IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO INTEGRATIVOCOMPORTAMENTAL E DE TERAPIA FAMILIAR • Por ser um modelo multisistêmico, podem ocorrer variações nas sessões semanais que requerem intervenção “dentro de casa”, necessitando de um envolvimento do terapeuta na escola com “probation officers” e ainda com outros sistemas relevantes • Por ser conceitualizado como uma intervenção ambulatorial de intensidade moderada , predominantemente baseada no consultório, os casos de intervenção mais intensiva deve ser encaminhados para serviços apropriados PAPEL DO TERAPEUTA • Neutralidade nas sessões familiares ao mesmo tempo manter uma relação de apoio com o adolescente nas sessões individuais • Discutir com o adolescente plano que o terapeuta possa ter para prosseguir com questões particulares com a família • Encorajar o adolescente a iniciar discussão de tópicos delicados nas sessões familiares quando apropriado . DESCOBERTAS EMPÍRICAS • TCC e TF, produziram maior redução no uso de substância em relação ao tratamento normal. • O modelo IBFT combina estratégias de habilidades de treinamento familiar e cognitivo comportamental individual . OS PARES