0 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE MESTRADO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE Andréa Cristina Costa ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: ESTUDO SOBRE A INTRODUÇÃO DESTE MÉTODO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE Santa Cruz do Sul 2012 Andréa Cristina Costa UNISC ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: UM ESTUDO SOBRE A INTRODUÇÃO DESTE MÉTODO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde – Mestrado ANDRÉA CRISTINA COSTA ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: ESTUDO SOBRE A INTRODUÇÃO DESTE MÉTODO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul UNISC, como requisito parcial para à obtenção do título de Mestre em Promoção da Saúde. Orientadora: Profa. Dra. Edna Linhares Garcia Co-orientador: Prof. Dra. Hildegard Hedwig Pohl Co-orientador: Prof. Dra. Miria Suzana Burgos Colaborador: Prof. Dr. Valeriano Antonio Corbellini Santa Cruz do Sul 2012 C837a Costa, Andréa Cristina Acupuntura na saúde do trabalhador : um estudo sobre a introdução deste método para a promoção da saúde / Andréa Cristina Costa. – 2012. 3 v. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado em Promoção da Saúde) – Universidade de Santa Cruz do Sul, 2012. Orientação: Profª. Drª. Edna Linhares Garcia. Co-orientação: Profª. Drª. Hildegard Hedwig Pohl. Co-orientação: Prof. Drª. Miria Suzana Burgos. Colaboração: Dr. Valeriano Antonio Corbellini. 1. Acupuntura. 2. Saúde ocupacional. 3. Promoção da saúde dos empregados. 4. Dor. 5. Espectroscopia de infravermelho. I. Garcia, Edna Linhares, orient. II. Pohl, Hildegard Hedwig, orient. III. Burgos, Miria Suzana, orient. IV. Corbellini, Valeriano Antonio, colab. V. Título. Bibliotecária responsável Fabiana Lorenzon Prates - CRB 10/1406 CDD: 613.62 ANDRÉA CRISTINA COSTA ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: ESTUDO SOBRE A INTRODUÇÃO DESTE MÉTODO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul UNISC, como requisito parcial para à obtenção do título de Mestre em Promoção da Saúde. Banca examinadora Dra. Edna Linhares Garcia Professora orientadora - UNISC Dra. Andréia Rosane de Moura Valim Professora examinadora - UNISC Dra. Sandra Torrossian Professor examinador - UFRGS AGRADECIMENTOS Quero aqui deixar um agradecimento especial a dois professores em especial no Mestrado em Promoção da Saúde: a minha orientadora Prof. Edna Linhares Garcia por ter acreditado deste o início na minha ideia de realizar um trabalho que investigasse a acupuntura como um novo dispositivo para a Promoção da Saúde. Por ter me apoiado, incentivado e contribuído para a realização deste sonho, que hoje começa a se tornar realidade e a se tornar público. Só tenho elogios a essa grande mestre. Agradeço as professoras co-orientadoras: Prof. Miria Suzana Burgos e Prof. Hildegard Hedwig Pohl, pelos ensinamentos. Agradecimento especial ao colaborador Prof. Valeriano Antonio Corbellini, por ter me auxiliado em todos os momentos nas coletas e análise das amostras sanguíneas. Pela contribuição dos seus conhecimentos para o sucesso deste trabalho. Agradeço aos meus professores no Mestrado em Promoção da Saúde, pelos ensinamentos passados. Bem como aos meus colegas e colegas nesta jornada. Agradecimento especial a uma colega sempre disposta a emprestar um ombro amigo, Cheila Morgana Weide. Muito obrigada! Agradeço a Secretaria Municipal de Saúde, e a coordenação e funcionários da UMREST pela acolhida e por proporcionar que realizasse a pesquisa neste local. Agradeço as minhas pacientes da UMREST, que participaram da pesquisa. Agradeço por terem confiado em mim. E por terem contribuído com os seus discursos para o entendimento de como o ser humano pode se conhecer melhor e como a acupuntura proporcionou benefícios em suas vidas. Agradeço a Deus pela vida e oportunidades que me foram dadas e de poder ser uma profissional da Saúde, que jamais deixou de buscar e ainda busca um atendimento holístico e integral aos seus pacientes. Agradeço aos meus pais, Elisabeth e João, que durante toda a minha formação acadêmica e profissional não mediram esforços para me proporcionar uma educação de qualidade. E os princípios morais e valores me passados. Ao meu marido, Ricardo, pelas horas e momentos de paciência, em que sempre esteve ao meu lado, me amparando, confortando. E com certeza, é o grande amor da minha vida PRA SEMPRE. A minha filha, Gabriela, que é a minha grande obra prima. As minhas irmãs, Juliana e Ana Carolina, pelo incentivo. Ao meu avô, Adão, que foi um exemplo em nossas vidas. Minha avó, Odette, por ter sido nossa segunda mãe quando éramos pequenas. E aos meus demais familiares. A um casal de amigos muito especial Marisa Oliveira e Caco Baptista, pelo apoio, amizade e incentivo nos momentos difíceis. E pelos momentos de descontração e alegria proporcionados ao nos encontramos. DEDICATÓRIA A todos que de uma forma ou outra contribuíram para que esse momento chegasse. Dentre eles: familiares, professores e pacientes. Aos que creem como eu, que podemos proporcionar aos pacientes do SUS, um atendimento de acupuntura em Postos de Saúde e Serviços de Saúde. Aos que acreditam na ideia de Clínica Ampliada. E que buscam sempre um atendimento holístico. Visando sempre um tratamento holístico, vendo o ser humano como um todo. (corpo físico, mental, emocional e energético). Em memória de meu avó, Adão Andrades Garcia. “Pela Linguagem do corpo, você diz muitas coisas aos outros. E eles têm coisas a dizer a você. Também nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos.” Pierre Wel e Roland Tompakow “Nesse instante, esteja você onde estiver, há uma casa com o seu nome. Você é o único proprietário, mas faz tempo que perdeu as chaves. Por isso, fica de fora, só vendo a fachada. Não chega a morar nela. Essa casa, teto que abriga suas mais recônditas e reprimidas lembranças, é o seu corpo”. Thérèse Bertherat “Na infinidade da vida onde estou, tudo é Perfeito, pleno e completo. Não escolho mais acreditar nas velhas carências e limitações. Agora escolho começar a me ver como o Universo me vê: perfeito, pleno e completo”. Louise L. Hay LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CAPS - Centro de Atendimento Psicossocial FTIR – Técnica de Espectroscopia no Infravermelho HPS – Hospital Pronto-Socorro OMS: Organização Mundial da Saúde RS – Rio Grande do Sul SUS – Sistema Único de Saúde SCS – Santa Cruz do Sul UMREST- Unidade Municipal de Referência em Saúde do Trabalhador UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul APRESENTAÇÃO Esta dissertação de mestrado, conforme o Regimento do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde – Mestrado da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, é composta por cinco partes: projeto de pesquisa, relatório do trabalho de campo, artigos, nota para divulgação da pesquisa na imprensa, e anexos. O projeto de pesquisa foi defendido em outubro de 2010, perante banca composta pelos professores Edna Linhares Garcia, Miria Susana Burgos, Hildegard Hedwig Pohl, Valeriano Antonio Corbellini. E presença dos demais professores e alunos do Mestrado em Promoção da Saúde. Dois artigos que compõem a dissertação: ARTIGO 1: Promoção de saúde e acupuntura: A produção de sentidos acerca da dor e do bem-estar quando da introdução deste método a sujeitos em sofrimento ARTIGO 2: A acupuntura e promoção de saúde: Análise de dados espectrais a partir do infravermelho e da escala da dor. SUMÁRIO AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................... 3 DEDICATÓRIA............................................................................................................................... 5 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................................................. 6 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................... 7 CAPÍTULO I PROJETO DE PESQUISA ................................................................................................................ 09 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................................... 15 3 OJETIVOS ................................................................................................................................. 27 4 METODO .................................................................................................................................. 28 5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ................................................................................................. 36 6 RECURSOS HUMANOS E INFRA-ESTRUTURA ............................................................................. 38 7 ORÇAMENTO/RECURSOS MATERIAIS ........................................................................................ 39 8 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS .................................................................................... 40 9 RISCOS/DIFICULDADS/LIMITAÇÕES .......................................................................................... 41 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 42 CAPÍTULO II RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO ......................................................................... 47 CAPÍTULO III ARTIGOS ................................................................................................................................. 50 ARTIGO 1 ................................................................................................................................... 79 ARTIGO 2 ................................................................................................................................... 73 CAPÍTULO IV NOTA À IMPRENSA ................................................................................................................... 101 ANEXOS ................................................................................................................................... 102 CAPÍTULO I PROJETO DE PESQUISA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - UNISC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE – MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO PROMOÇÃO DA SAÚDE ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: UM ESTUDO SOBRE A INTRODUÇÃO DESTE MÉTODO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE Mestranda: Andréa Cristina Costa Santa Cruz do Sul, novembro de 2010 13 Andréa Cristina Costa ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: UM ESTUDO SOBRE A PRODUÇÃO DE SENTIDOS ACERCA DA INTRODUÇÃO DESTE DISPOSITIVO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE Projeto de pesquisa apresentado ao Programa de PósGraduação em Promoção da Saúde – Mestrado, Área de Concentração Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul. Orientador: Dra. Edna Linhares Garcia Co-Orientador: Dra. Hildegard Hedwig Pohl Dra. Miria Suzana Burgos Colaborador: Dr. Valeriano Antonio Corbellini Santa Cruz do Sul, novembro de 2010 14 1 INTRODUÇÃO A busca por um novo olhar frente à Saúde Pública fez o Ministério da Saúde implementar a Política Nacional de Humanização (PNH) (BRASIL, 2004), com o objetivo de realizar uma mudança nos modelos de atenção e de gestão das práticas de saúde. O Ministério da Saúde objetivou priorizar o atendimento de qualidade e incentivar a participação dos gestores, trabalhadores e usuários, com o objetivo de consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS). A humanização no atendimento em saúde, busca a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, participação no processo de gestão, vínculos solidários e a não dissociação entre atenção e gestão. A busca de uma saúde integral fez com que surgisse a ideia de Clínica Ampliada (BRASIL, 2004), priorizando o atendimento de qualidade, com a participação integrada dos gestores, trabalhadores e usuários na consolidação do SUS. Primeiramente abordaremos uma breve história da Saúde Pública, onde Buss & Labra (1997), relatam que nos anos 30-40, a assistência médica era prestada principalmente nos centros urbanos por médicos de forma privada e nos anos 50, os profissionais tinham seus papéis mais definidos. Contudo, a partir da década de 80, a Saúde Pública Brasileira focou-se no interesse direto pelo espaço e pela cidade. Da mesma maneira, a implantação dos Serviços de Atenção Primária à Saúde no Brasil, segundo Vasconcelos (1997), foi conseguida através de reivindicações da população que se iniciou na década de 1970. O ponto seguinte será contextualizar a Saúde do Trabalhador e a Vigilância em Saúde do Trabalhador, através de autores que explicam o valor do trabalho para as pessoas. Conforme Morin (2001), grande parte das pessoas continuariam trabalhando, mesmo não precisando, pois o trabalho, além de ser uma fonte de sustento, é um meio de se relacionar com os outros, de se sentir como parte integrante de um grupo ou da sociedade, de ter uma ocupação, de ter um objetivo a ser atingido na vida. Em seguida, abordaremos este novo dispositivo para a Promoção da Saúde, que contempla a acupuntura. Segundo Chonghuo (1993) esta se constitui na observação e interpretação dos fenômenos naturais e da própria natureza, que considera o homem um participante ativo no processo de reestabelecimento do equilíbrio e coloca o homem sob um processo de participação ativa com o Cosmos. Acupuntura, segundo Vale (2006), foi o primeiro método analgésico eficaz no tratamento da dor na história da Medicina. Baseado na moderna terapêutica eclética a utilização de medidas paliativas ou curativas, independente de 15 serem convencionais ou alternativas, e a combinação das mesmas sendo considerada satisfatória. A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2002) protocolou um documento referindo que a acupuntura apresenta inúmeras possibilidades terapêuticas, desde doenças agudas e crônicas, podendo ser indicada e sugerida para todos os níveis de atenção com alto percentual de resolução e eficiência. E a mesma entidade vem estimulando o uso da Medicina Tradicional Chinesa nos programas de saúde, com o objetivo de complementar a Medicina Ocidental Moderna. Entendemos a acupuntura como novo dispositivo para à Promoção da Saúde; como uma dessas práticas que podem propiciar um novo olhar e uma nova condição ao sujeito. Conforme Tesser (2009), as práticas complementares de saúde apresentam um crescimento nos últimos meses e aponta-a como alternativa a ser introduzida cada vez mais nos atendimentos do SUS. As experiências demonstram a aceitação da oferta de práticas complementares tanto no plano da promoção como no do tratamento pelos usuários do SUS. Para o gestor público, a Acupuntura pode representar mais uma forma de abordagem a ser oferecida a população nos centros de saúde, hospitais e em ambulatórios ligados ou não a universidades. Consideramos esta possibilidade pelo relativo baixo custo, e agrega benefícios ao atendimento, propiciando a efetividade terapêutica, de modo a complementar o tratamento já realizado (IORIO, SIQUEIRA e YAMAMURA, 2010). A seguir, abordaremos as questões referentes ao delineamento da pesquisa, desde a metodologia que será utilizada definindo o tipo de pesquisa, os sujeitos da amostra, e as condições que comporão a sua execução como cronogramas e modos de análise dos dados, que assegurarão a efetiva realização da mesma. A presente pesquisa constitui-se de uma investigação científica delineada pela abordagem qualitativa da realidade. A opção por esse tipo de abordagem, necessariamente leva a nos abster de realizar um trabalho de pesquisa com amostras representativas de grandes grupos e, portanto de generalização de seus resultados. Dentro da perspectiva qualitativa, compreendemos que o objeto de estudo é histórico e socialmente constituído, sendo possível através da análise, na interação e no confronto entre o empírico e o teórico, compreender os sentidos produzidos num determinado contexto. A abordagem qualitativa da realidade possibilita compreender a produção de subjetividade, o particular das relações, dos processos e de fenômenos admitindo, para tanto, segundo Minayo (2004) que existe um nível de realidade que não pode ser mensurável, quantificável e nem redutível à operação de variáveis. Em caráter introdutório, salientamos que escolhemos a proposta teórico-metodológica denominada de produção de sentidos do cotidiano. Conforme Spink & Frezza (2000), o 16 conhecimento se produz na coletividade, ou na interpessoalidade, e se justifica pelos poucos trabalhos que fazem a interação entre a Clínica Ampliada – Acupuntura – Saúde do Trabalhador, e analisando a produção de sentidos. Dessa forma, além de divulgar os benefícios da acupuntura para esses pacientes criando um dispositivo novo na nossa cultura no que diz respeito à promoção de saúde e tratamento de doenças, e configura uma possibilidade viável de um novo olhar da Saúde do trabalhador. Assim, levantam a seguinte pergunta de pesquisa: a produção de sentidos dos pacientes após se submeterem a técnica de acupuntura, possibilitará uma nova percepção de si e experiência da dor ? E como questionamentos complementares: Que sentidos são produzidos e como será a aceitação da acupuntura? Há transformação nas relações do sujeito com seu corpo, com sua maneira de perceber seu adoecimento, com sua forma de se relacionar consigo mesmo, com o outro, com a vida? E se há informações espectrais e se existe relação entre as mesmas, à escala da dor e as impressões dos sentidos relatados pelos pacientes? 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo contextualizaremos, inicialmente, a história da Saúde Pública, com o objetivo de introduzir os assuntos que serão abordados e contextualizados ao longo do referencial teórico, que irá embasar a presente pesquisa. É de suma importância que contextualizemos os passos que a Saúde Pública percorreu para a implantação e criação da Saúde do Trabalhador, que propiciará a criação de novos dispositivos, como a acupuntura, para à Promoção da Saúde. 2.1 História da Saúde Pública A implantação dos Serviços de Atenção Primária à Saúde no Brasil, segundo Vasconcelos (1997), foi conseguida através de reivindicações da população que se iniciou na década de 1970. Mas, também devido ao governo pretender com essa ação que as classes menos privilegiadas ficassem ao seu lado, e desta forma, poderia continuar utilizando o dinheiro público para a construção de hidrelétricas e estradas. Estes serviços têm seu significado diferenciado de lugar para lugar, tendo relação com forças políticas como: sua utilização para fins eleitoreiros, profissionais insatisfeitos com salários, desvalorização das qualificações, salários baixos e a falta de recursos disponíveis para realizar suas atividades. Valla & Stotz (1994) sugerem que há diversas formas de interpretação do significado do que é a Atenção Primária, tendo como estratégia o reordenamento do setor saúde, o que sugere uma visão mais ampla do sistema de saúde e da população que está inserida; a atenção primária somente para satisfazer algumas necessidades elementares da população que se encontra em absoluta pobreza; e a atenção primária com um nível de atenção do sistema saúde, onde este é responsável pela saúde da população de uma área específica. Vasconcelos (1997) relata que os Serviços de Atenção Primária à Saúde ainda podem ser utilizados como foi mencionado anteriormente para fins eleitoreiros, mas também como um padrão tecnicista, onde cada doença é tratada de uma determinada maneira previamente estabelecida e o padrão comprometido com os trabalhadores, que visa uma medicina ampliada onde o indivíduo é visto como um todo. Após uma breve abordagem sobre a história da Saúde Pública, o próximo item a ser abordado será a contexto histórico da Saúde do Trabalhador, com seus contextos históricos e particularidades. 18 2.2 Vigilância e Saúde do Trabalhador Conforme Morin (2001), grande parte das pessoas continuariam trabalhando, mesmo não precisando, pois o trabalho, além de ser uma fonte de sustento, é um meio de se relacionar com os outros, de se sentir como parte integrante de um grupo ou da sociedade, de ter uma ocupação, de ter um objetivo a ser atingido na vida. O mesmo autor em pesquisa com estudantes de administração, administradores da França e do Quebec relatam como sentidos do trabalho: realizar e atualizar suas competências; adquirir segurança e ser autônomo; relacionar-se com os outros e estar vinculado a grupos; contribuir com a sociedade; ter um sentido na vida, o que inclui ter o que fazer e manter-se ocupado. Ao analisar quais os fatores da organização do trabalho que contribuiriam para um trabalho com sentido, são destacados pelos estudantes: boas condições de trabalho (um trabalho que corresponda às competências do trabalhador, horário conveniente, bom salário e preservação de boas condições de saúde); oportunidade de aprendizagem e realização adequada da tarefa; trabalho estimulante, variado e com autonomia. O sentido do trabalho é fortemente influenciado pela sua organização, pois esta é capaz de alterar os comportamentos dos trabalhadores de forma que paulatinamente passem a ter atitudes positivas para com as funções que executam, com a organização e com eles mesmos. A organização do trabalho deve oferecer aos trabalhadores a possibilidade de realizar algo que tenha sentido, de praticar e desenvolver suas competências, de desenvolver seus julgamentos e seu livre arbítrio, de conhecer a evolução de seus desempenhos e de se ajustar. (MORIN, 2001, p. 9). Um dos principais pontos destacados por Morin (2001) é que o trabalho com sentido faz com que o trabalhador conheça mais sobre sua atividade e possibilita que a organização alcance a eficácia sem a preocupação de constantes reforços ao trabalhador com "programas motivacionais" para estimulá-lo a gerar melhor desempenho. Na verdade, o sentido que as pessoas encontram no seu trabalho depende de fatores tais como autonomia, reconhecimento, desenvolvimento e crescimento, o que nem sempre as organizações oferecem. Para Dias e Hoefel (2005), a atenção diferenciada na ação da saúde do trabalhador surgiu no mundo ocidental no século XVIII, com a Revolução Industrial, que ocasionaram além dos prejuízos econômicos, devido ao número de acidentes e adoecimentos ocorridos neste período devido, as péssimas condições de trabalho, onde as indústrias passaram a contratar médicos, com o intuito de cuidar da saúde dos trabalhadores. Os mesmos autores afirmam que, após a Constituição de 1988, ter incorporado questões de Saúde do Trabalhador 19 através do conceito ampliado de saúde foram incluídas questões como habitação, alimentação, renda, meio ambiente, trabalho e emprego. Conforme Alves (2003), a Vigilância em Saúde do Trabalhador, precisa se ater às mudanças que ocorreram no processo saúde/doença com o objetivo de possibilitar as respostas efetivas aos problemas colocados para os trabalhadores, e que não tem sua resolução apenas com ações curativas e preventivas. E pensando-se nestas mudanças o novo enfoque, na promoção da saúde e a proposta da vigilância da saúde apresentam como pontos preponderantes referentes à saúde do trabalhador, a integração e a saída do isolamento em que se encontra nas políticas públicas de saúde, através da inserção de políticas saudáveis, e sobretudo, a colocação de que os problemas de saúde do trabalhador não dizem respeito apenas aos trabalhadores, mas ao meio ambiente e à população como um todo, através de melhores condições de moradia e saneamento, incluindo acesso à educação e aos serviços de saúde. Reinhardt e Fischer (2009) afirmam que somente as ações que visem à integração e entre as instituições, abrangendo todos os trabalhadores, independentemente da forma de vínculo com o trabalho e privilegiando-se as ações de promoção, prevenção e proteção sobre as de reparação, contribuirão para a melhoria da saúde dos trabalhadores da saúde. 2.3 História da Acupuntura A Medicina Tradicional Chinesa é uma prática milenar, e segundo Chonghuo (1993), é baseada na observação e interpretação dos fenômenos naturais e da própria natureza, e que considera o homem um participante ativo no processo de reestabelecimento do equilíbrio e coloca o homem sob um processo de participação ativa com o Cosmos. É uma Medicina que utiliza minerais, animais, plantas, e a acupuntura é sua modalidade mais conhecida no Ocidente. Na visão de Medeiros e Saad (2009), a acupuntura é um tratamento de saúde milenar, e que se baseia nos preceitos da Medicina Tradicional Chinesa, que vem em crescente crescimento e valorização pelo ocidente. Segundo Wilhelm (1991), a origem na Medicina Tradicional Chinesa se baseia na Filosofia Taoísta, e juntamente com o Confucionismo e o Budismo, formam os pilares e os alicerces da cultura chinesa. O taoismo, não busca uma adaptação às regras da sociedade, mas propõe uma grande transformação pessoal, permitindo que a pessoa transcenda a si mesma, em busca da verdade, baseado nas leis da natureza. Conforme Tymowski, Guillaume e Fiévet-Izard (1986), na história da acupuntura destacam-se 5 períodos: Pré-História (com o livro Nei Ching); o Período Pré-Imperial (com a 20 maior obra e mais antiga o I Ching (O Livro das Mutações); o Período Imperial ( com o livro Nei Ching (o Livro do Interno) e o Tong-Jen-Tchen-Kieu-King (Tratado do Homem de Bronze); Fundação da República (declínio da Acupuntura em detrimento da Medicina Ocidental) e a República Popular da China (Acupuntura reencontrando o seu período de Esplendor). Em sua filosofia, encontramos ideias como as encontradas que relatam que existe uma energia essencial, e primitiva, que rege todos os elementos (FAUBER E CREPON, 1990). Essa energia denominada Chi, é que dá formação, através de vários processos de mutação, ao Yin e o Yang, que são dois tipos de energia existentes na natureza e responsáveis pelo equilíbrio em todas as estruturas dos organismos. O objetivo de todas as técnicas utilizadas pela MTC é manter o equilíbrio necessário entre estas energias para que se possa viver em plenitude, pois as doenças são geradas justamente pelo seu desequilíbrio. Conforme Maike (1995) e Chonghuo (1993), acupuntura advém de um longo processo histórico. Sendo o resultado de experiências do povo trabalhador chinês, durante séculos, em busca da eliminação de doenças. Há evidências que, desde a Idade da Pedra, as pessoas já utilizavam instrumentos feitos de pedra na busca da saúde e de forma curativa, e eram conhecidas como bian. Com a entrada na Era do Bronze e em seguida na do Ferro, as bian (primitivas), formam substituídas pelas de metal. E, com o passar dos anos, esses instrumentos foram, aos poucos, sendo aperfeiçoados. Tymowski, Guillaume & Fiévet-Izard (1986) relatam que as origens da Acupuntura datam da pré-história chinesa, onde agulhas de pedra e de espinha de peixe eram utilizados na China na Idade da Pedra (cerca de 3.000 anos A.C.). Há registros históricos que documentam a acupuntura chinesa em outros países desde tempos muito remotos. Sendo introduzida a sua prática, na Coréia no Século VI, e no Japão no mesmo período, quando um monge chamado Zhi Cong por mares, levando consigo livros clássicos que demonstravam a técnica da acupuntura, como Mingtangtu (Illustrated Manual of Channels, Collaterals and Acupuncture Points. Já, no final do século XVII, a acupuntura se espalhou pela Europa (MAIKE, 1995). Conforme Carneiro (2001), a acupuntura é um método simples, mas tem suas complexidades peculiares, onde podemos caracterizá-lo como simples quando pensamos no instrumento que a mesma se utiliza, uma agulha, para promover, com sua inserção, um estímulo-organizador e obter, como resposta, o equilíbrio do organismo; e complexo, pela complexidade de raciocínio e suas múltiplas variáveis para o entendimento dos seus processos e funcionamentos. 21 Nas três últimas décadas, conforme Bellotto, Martins e Akerman (2005) as pesquisas em acupuntura possibilitarão a comprovação através de provas científicas dos seus mecanismos neurobiológicos e as aplicações clínicas, que foram realizados de acordo com preceitos estabelecidos por moldes cientificamente aprovados e que contribuíram para que em 1995, o Conselho Federal de Medicina aprova-se a mesma como uma especialidade médica no Brasil. 2.3.1 Atuação da Acupuntura A Acupuntura, segundo Vale (2006), foi o primeiro método analgésico eficaz no tratamento da dor na história da Medicina. Baseado na moderna terapêutica eclética, o consenso de que no controle da dor, e em especial na dor crônica, é satisfatória a utilização de medidas paliativas ou curativas, independente de serem convencionais ou alternativas ou, mesmo, através da combinação das mesmas. Conforme Yamamura (1993), o ponto norteador da Medicina Tradicional Chinesa é os fenômenos precursores das alterações funcionais e orgânicas, que acarretam os sinais e sintomas; e o fator causal, nada mais é do que o desequilíbrio da energia, em decorrência do meio ambiente (origem externa) ou pelas emoções retidas (origem interna). Tratamentos naturais antiálgicos são capazes de salvaguardar a energia corporal, ativando o instinto de sobrevivência (VALE, 2006, p. 531). De acordo com Sierpina e Frenkel (2005), a ação da acupuntura ocorre através da hiperestimulação das agulhas que ocasiona uma modulação neuroquímica dos impulsos dolorosos na medula espinhal e no encéfalo, ou então, promoveria uma desobstrução dos canais de energia (meridianos), tornando-os condutores de energia entre o cosmos (Yang) e a terra (Ying), segundo a teoria clássica chinesa. Vale (2006), relata que o Relatório da Organização Mundial de Saúde (1978) reconhece o método de agulhamento como uma prática médica eficaz. Desde 1995 a acupuntura é reconhecida como especialidade médica no Brasil, e conforme Sierpina e Frenkel (2005) há efeitos comprovadamente superiores aos realizados com grupo placebo. Kaptchuk (2002), em seus estudos afirma que a analgesia por acupuntura envolve a estimulação de nervos de pequeno diâmetro e limiar diferenciado, os quais mandam mensagens à medula espinhal, o passo seguinte é a ativação de neurônios do tronco cerebral e do hipotálamo, o que desencadeia a ação dos mecanismos de opióides endógenos. A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2002) protocolou um documento referindo que a acupuntura apresenta inúmeras possibilidades terapêuticas, desde doenças agudas e 22 crônicas, podendo ser indicada e sugerida para todos os níveis de atenção com alto percentual de resolução e eficiência. E a mesma entidade vem estimulando o uso da Medicina Tradicional Chinesa nos programas de saúde, com o objetivo de complementar a medicina ocidental moderna. No caderno intitulado como “Estratégias da OMS sobre Medicina Tradicional 2002-2005” foi recomendado o uso da Medicina Tradicional Chinesa pelos países em desenvolvimento, por se tratar de uma ação de promoção da saúde barata, que propicia o alcance de muitas pessoas e a possibilidade de ser aplicada em grande escala nas unidades de saúde, oferecendo opções de tratamentos além do convencional alopático, medicamentoso, incorporando, inclusive, o saber do usuário. Em estudo qualitativo realizado por Cintra e Figueiredo (2010), que teve como objetivo analisar as possíveis contribuições da acupuntura como forma de promoção da saúde, em serviços públicos de saúde do município de São Paulo, obteve resultados que apontam que a acupuntura praticada nos serviços públicos possibilita a interdisciplinariedade e possibilita a integração da percepção do indivíduo sobre si mesmo e seu contexto, ocasionando mudanças nas causas primárias das doenças. Assim, o contato com a Acupuntura praticada nos serviços de saúde de 44 unidades básicas de saúde do município de São Paulo mostrou-se passível de contribuir para o desenvolvimento de ações de Promoção de Saúde (CINTRA e FIGUEIREDO, 2010, p.139). Iorio, Siqueira e Yamamura (2010), afirmam que devem ser incentivadas as políticas públicas que introduzam os serviços de acupuntura no Sistema Único de Saúde (SUS), e para os diversos setores da população, dependendo da demanda, devido ao fato da acupuntura desempenhar papel importante nas diferentes fases do adoecimento, da prevenção de doenças, quando a mesma está em fase energética, até a reabilitação. E por ser uma técnica que reconhece a condição única de cada indivíduo (DOWNEY, 2005). 2.3.2 A Acupuntura no Brasil Conforme Ferreira (1999), a medicina praticada pelos chineses chegou ao ocidente por volta de 1255, com a viagem à Terra dos Mongóis, de William de Rubruk. No século XVI, padres jesuítas portugueses que viviam no Japão, puderam conhecer a Medicina Chinesa; já no século XVII, iniciaram os relatos médicos, feitos por médicos ocidentais na Ásia. O interesse da comunidade médica voltou-se a acupuntura, quando o jornalista James Reston foi tratado com Acupuntura, e assim varias clínicas de dor crônica passaram a utilizar a mesma para analgesia (FERREIRA, 1999). Na década de 1920 e 1930, foi que no ocidente com Souliè de Morant e seus discípulos, a acupuntura passou a ser utilizada em clínicas e 23 hospitais (CORDEIRO & CORDEIRO, 2001). Conforme Cintra e Figueiredo (2010), a utilização da acupuntura foi introduzida na tabela do Sistema de Informação Ambulatorial SIA/SUS em 1999, através da Portaria nº 1230/GM (BRASIL, 1999), e sua prática reforçada pela Portaria 971, publicada pelo Ministério da Saúde em 2006, que aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde, que possibilita a aplicação da técnica da acupuntura nos sistemas médicos complexos, e que no Sistema Único de Saúde, com o objetivo de estimular os mecanismos naturais de prevenção de doenças e recuperação da saúde, tendo como ponto preponderante a abordagem que vise a prática da escuta de forma acolhedora, a fim de propiciar um vínculo terapêutico e integrando o ser humano com o meio ambiente e com a sociedade (BRASIL, 2006). Por meio da resolução COFFITO-60 publicada no Diário Oficial da União (DOU) nº 207, de 29 de outubro de 1985, Seção I, p. 15.744, o fisioterapeuta foi o primeiro profissional da área de saúde do Brasil a possuir um instrumento normativo sobre a prática da acupuntura, podendo “aplicar, complementarmente, os princípios, métodos e técnicas da acupuntura, desde que apresente, ao respectivo Conselho Regional de Fisioterapia Terapia Ocupacional (CREFITO), título, diploma ou certificado de conclusão de curso específico, patrocinado por entidade de acupuntura de reconhecida idoneidade científica ou por universidade”, sendo essa uma possível explicação para o elevado interesse que a acupuntura desperta entre os fisioterapeutas (COFFITO,1985). 2.4 O corpo no Ocidente e Oriente Baseado nos fundamentos teóricos, Wilhelm (1991) enfatiza que a MTC entende o ser humano como um todo, não sendo compreendido somente em termos de patologia (doenças), como órgãos isolados; pelo contrário, considera o homem como um ser que engloba o todo, em busca do equilíbrio, com corpo e mente caminhando juntos harmonicamente, com o objetivo da manutenção da saúde e da integralidade do ser humano. Conforme Ernest & White (2001), os antigos médicos chineses baseavam a ação da acupuntura na filosofia e cultura taoista, onde existe uma força abstrata responsável pela criação, interligação, mudança e desenvolvimento de todas as coisas. Cordeiro & Cordeiro (2001) relatam que o homem absorve, através da respiração, a energia celeste yang e, através da alimentação, a terrestre yin, que compõem a energia essencial, que ao se somar a energia ancestral, constitui o ser humano como um todo. Através da energia essencial passamos nossa sabedoria para as próximas gerações; já a ancestral é a 24 que recebemos dos antepassados, e tende a diminuir com o passar dos anos. O funcionamento do organismo segundo Kidson (2006) se baseia no fluxo normal de energias do organismo ou força vital, ou simplesmente, Qi. Estando presente sempre em estado de fluidez, e em processo constante de interligação entre o Qi do organismo e do Qi do ambiente. A Medicina Chinesa apresenta conceitos diferenciados de órgãos e de vísceras da Medicina Chinesa difere do conceito da Medicina Ocidental. Órgãos (Zang) e as Vísceras (Fu), na concepção chinesa, representam a integração dos fenômenos energéticos, que agem tanto nas manifestações somáticas como na mental, e as duas em conjunto constituem os Zang Fu, ou o conceito de Energia (Qi) dos Órgãos e das Vísceras. Como exemplo, o Qi do Fígado é o responsável por todas as atividades fisiológicas conhecidas do Fígado e também pela atividade mental, raciocínio, decisão, julgamento, emoções do tipo raiva, ódio, ira, tensão, agitação psíquica (YAMAMURA, 1993; SOUZA, 2007). A Medicina Ocidental vê cada órgão somente sob o aspecto anatômico-material, enquanto a Medicina Chinesa os analisa como um sistema complexo incluindo o aspecto anatômico e suas emoções, tecidos, órgãos dos sentidos, atividades mentais, cor, clima e demais correspondentes (MACIOCIA, 1996). O pensamento chinês "esperar ter sede para cavar um poço, pode ser muito tarde" reflete toda a filosofia preventiva, sob todos os aspectos, principalmente da área da Saúde. Com este intuito, a Medicina Chinesa aborda vários setores, desde o modo pelo qual o indivíduo cresce e se desenvolve de maneira normal até os casos extremos do processo de doença. Assim, destacam-se cinco setores essenciais: a alimentação, o Tai Chi Chuan, a Acupuntura, as Ervas Medicinais e o Tao Yin, treinamento interior, além do estudo sobre a fisiologia e fisiopatologia energética dos Zang Fu (YAMAMURA, 1993). Conforme Maciocia (1996) existe uma relação entre cada sistema e uma emoção em particular é mútua, onde o estado do sistema afetará as emoções e o mesmo será afetado pelas emoções. O Coração (Xin) relaciona-se à alegria, o Fígado (Gan) à fúria, o Pulmão (Fei) à tristeza e à preocupação, o Baço (Pi) ao pensamento e o Rim (Shen) ao medo. Da mesma forma, os fatores externos também influencia o corpo, sendo que o Calor influencia o Coração (Xin), o Vento influencia o Fígado (Gan), a Secura influencia o Pulmão (Fei), a Umidade influencia o Baço (Pi) e o Frio influencia o Rim (Shen). Um excesso destes fatores externos por um período prolongado pode afetar adversamente os Zang Fu. Ferreira (2008) destaca que a imagem do corpo não pode ser interpretada como mera sensação ou imaginação, mas sim, a forma como essas sensações e sentimentos se materializam em nossa mente, e a relação que temos com nosso próprio corpo e com o mundo e que se estruturam na nossa mente. Torna-se necessário contextualizarmos como o corpo é 25 visto na nossa cultura, pois a imagem que temos dele se manifestará na relação que temos com a sociedade e onde ocorrem os conflitos, e hábitos e costumes, correspondem aos nossos mecanismos de controle. A imagem que temos do corpo, independente do plano em que estiver sendo abordado, o fisiológico, psicológico ou social irá incorporar diferentes sentidos. E, estes sentidos, é que pretendemos analisar ao longo da presente pesquisa com a adoção deste novo dispositivo que estamos pretendendo demonstrar com o intuito de instituir a prática de Promoção da Saúde. 2.5 Produção de Sentidos A contextualização da Produção de Sentidos será abordada nesta seção com o intuito de elucidar as concepções que motivaram a escolha do método que avalia a produção de sentidos como metodologia da pesquisa em questão. E segundo Orlandi (2002), o discurso não pode ser analisado fora de um contexto, e só produzirá sentido se estiver relacionado ao efeito de sentidos entre os interlocutores. Assim, tem-se como pressupostos a contextualização, pois “não se pode atribuir um sentido a um enunciado fora de um contexto”. Dentro deste contexto, se compreende os sujeitos, a situação vivenciada e foca o contexto sócio-histórico e o ideológico. A produção de sentidos, segundo Spink & Frezza (2000), é uma forma de conhecimento a partir da perspectiva construcionista, e o mesmo é baseado em três movimentos interdependentes que constituíram um movimento de estruturação e conformação de uma visão de mundo a partir do nosso tempo. Neste contexto, o conhecimento se produz na coletividade, ou na interpessoalidade. Outro ponto importante é a ideia de que não existe uma verdade absoluta, mas reconhece que a mesma é estabelecida através de convenções específicas de cada tempo, de cada lugar, e desta forma, a “verdade” se acomoda ao desejo do coletivo, tendo sempre que ser submetida à esfera ética. Baseado nestes pressupostos foi escolhido o método empregado nesta pesquisa, em que a produção de sentido ocorre na interação, na coletividade, através da compreensão de como as pessoas, lidam com as situações, com os processos da vida à sua volta, e como “descrevem, explicam e/ou compreendem o mundo em que vivem, incluindo elas próprias”. (SPINK & MEDRADO, 2000, p.60). O essencial não é o registro histórico dos repertórios interpretativos, mas o contexto destes sentidos, entre os sentidos novos e os antigos, e compreender que os mesmos podem ser alterados a qualquer momento (SPINK & MEDRADO, 2000). 26 2.6. Novos Dispositivos para a Promoção da Saúde Busca-se através desta contextualização a adoção de novos dispositivos para a Promoção da Saúde, proporcionando um novo olhar frente ao paciente, e demonstrando que existem evidências de que a acupuntura pode ser implantada de forma mais dinâmica na Saúde do Trabalhador. Em novembro de 1986, na cidade de Ottawa, Canadá, reunia-se a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Essa conferência, conforme Alves (2003), foi uma resposta à demanda por uma nova concepção de saúde, que pudesse responder à complexidade dos problemas de saúde da atualidade, e que a mesma se relaciona a questões como as condições e modos de vida. Deslandes (2004) nos remete a analisarmos como atendíamos os usuários dos serviços de saúde, antes da criação da Política Nacional de Humanização. E com base nos princípios advindos desta nova política, busca-se a efetivação da ideia da Clínica Ampliada na Saúde do Trabalhador através da melhoria na qualidade dos atendimentos prestados pelos profissionais de saúde e o atendimento de qualidade entre usuário e profissional da saúde. Buss (2000) relata que este novo enfoque acerca de uma concepção ampla dos processos de saúde e doença, nos remete a determinantes múltiplos da saúde e para a intersetorialidade. Prediz-se como requesitos para a saúde: paz, alimentação, renda, educação, habitação, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e eqüidade. Conforme Carvalho (2008), os princípios da Promoção da Saúde, ainda não implantados totalmente pela falta de comprometimento dos profissionais de saúde. Os profissionais de saúde tem o dever de se engajar na busca da efetivação dos princípios que estabelecem essa promoção, visando cada vez mais atingir um número maior de habitantes, e promovendo políticas públicas que visem o bem-estar e a qualidade da sociedade. Além do mais, de ser mais difundida entre os profissionais de saúde que estão na linha de frente das medidas que visam a tão sonhada promoção da saúde. Alves (2003) relata que, em face dos desafios atuais quando se pensa em saúde e doença, a saúde pública vem repensando sua atuação com base na discussão acerca da promoção da saúde, que tem contribuído de forma importante no redirecionamento das práticas em saúde. Segundo Tesser (2009), as práticas complementares de saúde, onde se encaixa a acupuntura vem crescendo nos últimos meses, e apontam como alternativas a serem cada vez mais introduzidas no SUS. Tais experiências vêm mostrando aceitação da oferta de práticas complementares tanto no plano da promoção como no do tratamento pelos usuários do SUS. 27 Pesquisas demonstram que a acupuntura vem ganhando espaços nos serviços de saúde (BELLOTTO, MARTINS e AKERMAN, 2005) e em pesquisas que avaliam seus mecanismos de ação (CARLSSON, 2002; CHU, 2002). Conforme Ayres (2001), não basta apenas escutar, ver e tocar mais, ou seja, precisa haver uma maior interação entre os sujeitos. Toda essa atenção com a narrativa, o ver e o tocar são efetivamente benéficas para que alcancemos êxito técnico em nossas ações de saúde. Sendo necessário, um novo olhar sobre o discurso do paciente, o escutar e perceber o sentido que está implícito no processo de expressão de seus sintomas e sentimentos. E só alcançaremos o sucesso prático, se levarmos em consideração os modos como estes entendem que deve ser a vida e a saúde no seu cotidiano, o que mais uma vez constitui argumentos para a justificativa da escolha do método que analisa a produção de sentidos no cotidiano. A ideia de vínculo remete a algumas práticas e atitudes fundamentais para a realização do cuidar: abrir mais espaço para os usuários como verdadeiros sujeitos, e não como objetos de intervenção; mais continência e continuidade no serviço às diferentes demandas de indivíduos e comunidades; promover um efetivo envolvimento de profissionais e usuários ou comunidades com os processos de cuidado. Aqui, mais uma vez, é fazer mais e melhor do que já sabemos fazer, mas também fazer diferente, ou talvez compreender de outra forma esse fazer. É necessário rever a ideia de sujeito que está na base dessas apostas (AYRES, 2001), conjugo do método de produção de sentidos. Buss e Carvalho (2009) afirmam que os progressos a partir da ideia de promoção da saúde evoluíram bastante na última década, e alertam que existem fortes indícios que essas abordagens permanecem em crescimento no país, seja nos campos da política, da tecnologia e ciência, bem como os movimentos sociais. Cunha (2005) defende que a homeopatia e a acupuntura devem ser incorporadas como ferramentas terapêuticas pelos profissionais da atenção básica do SUS, possibilitando o enriquecimento da técnica terapêutica da clínica. Para o gestor público, a Acupuntura pode representar mais um dispositivo de atendimento no SUS, desde atendimento em centros de saúde, hospitais e em ambulatórios ligados ou não a universidades. Sendo o mesmo de relativo baixo custo, e possibilita benefícios ao atendimento, propiciando a efetividade terapêutica, de modo a complementar o tratamento já realizado, além de favorecer a adesão ao tratamento e fidelização da clientela (IORIO, SIQUEIRA e YAMAMURA, 2010). O próprio autor afirma sobre a importância da Acupuntura e da medicina convencional unirem-se, pois dessa união sairão ganhando os pacientes, o profissional e a ciência, o que contribuirá para uma visão mais ampla do sujeito. 28 Todos esses dispositivos propostos e assinalados tem como pressupostos o olhar interdisciplinar na busca da saúde no contexto do Trabalhador, objetivando a promoção da saúde através da integração de diversos profissionais em busca do mesmo objetivo, de diferentes olhares, como o da Medicina Tradicional Chinesa, bem como de técnicas variadas que possibilitem o bem-estar e a qualidade de vida destes trabalhadores. Pretende-se com este novo dispositivo proporcionar uma nova concepção de corpo, outra percepção do sujeito para com seu corpo e sua relação com o mesmo, com o sofrimento que traz, com sua doença, com sua disposição para as relações, para si mesmo e para a vida. 29 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Analisar a produção de sentidos com relação à percepção de si e experiência da dor desencadeada pela introdução da prática da acupuntura no cuidado da saúde do trabalhador na Unidade Municipal de Referência em Saúde do Trabalhador (UMREST) de SCS/RS. 3.2 Objetivos Específicos - Descrever e analisar os sentidos produzidos, bem como as sensações relatadas pelos usuários da UMREST que se submeterem a atendimento de acupuntura, a cada sessão, relatando as modificações sentidas. - Identificar as transformações que os sujeitos apresentam nas formas de perceber seu sofrimento, seus adoecimentos, seu corpo, suas relações ao longo do processo de introdução do dispositivo da acupuntura. - Verificar o conhecimento que estes pacientes tinham da acupuntura antes do início do tratamento. - Identificar as razões que levaram estes pacientes a participarem da pesquisa e dos atendimentos de acupuntura. - Coletar dados quantitativos que avaliem as informações espectrais e da escala de dor que se associem com as impressões dos sentidos relatados pelos pacientes. 30 4 MÉTODO 4.1 Amostra/População/Sujeitos A amostra foi definida a partir da experiência da pesquisadora neste tipo de atendimento e pelo caráter da pesquisa, onde o mais importante não é a quantidade de integrantes da pesquisa, mas a produção de sentidos e os relatos dos sujeitos. A presente pesquisa iniciará com 11 sujeitos, tomando como referência um estudo de Lemos (2006) e considerando a possibilidade de visibilidade da realidade, conforme ela se apresenta, o número pode ser ampliado. A presente pesquisa terá como critérios de inclusão a aceitação do sujeito em participar da pesquisa, a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido com a respectiva aceitação, ter idade igual ou superior a 18 anos, e apresentem vínculo com a Unidade referida. E como critérios de exclusão torna-se o fato de terem se submetido a tratamento por acupuntura nos últimos 12 meses. Não haverá distinção entre sexo, idade e o diagnóstico do paciente. Conforme Ayres (2001), os sujeitos são seres com suas necessidades e valores, capazes de produzir coisas e transformar sua própria história. O número de pessoas não é o ponto principal deste tipo de análise e sim os pontos de vista e a observação (MINAYO, 1999, p. 103), tendo seu ponto crucial na questão da validade da amostra está na sua capacidade de objetivar o objeto empiricamente, em todas as suas dimensões. Minayo (1993) refere que, em uma pesquisa qualitativa, o número de sujeitos que irão compor o quadro de entrevistas dificilmente pode ser determinado, sobretudo por que o resultado dependerá muito mais da qualidade das informações obtidas através dos depoimentos, bem como a profundidade e o grau de divergência. Sendo que a amostra ideal não está vinculada aos princípios numéricos, desta forma não são os valores numéricos que definirão a representatividade da amostra, mas sim, o conteúdo das observações, das entrevistas sobre os sentidos e significados da acupuntura para cada sujeito (MINAYO, 1999). Segundo informações do site da Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul a UMREST, presta um serviço especializado e de referência na atenção à Saúde do Trabalhador, e vinculase à Secretaria Municipal de Saúde, tendo sido a primeira unidade no interior do Estado com fundação em dezembro de 2001. Integrado aos demais serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), o atendimento é realizado por uma equipe multiprofissional composta por um médico, uma enfermeira, uma psicóloga e uma auxiliar de enfermagem. Com atuação diferenciada e focada em ações de prevenção, promoção e educação em saúde do trabalhador, assistência 31 integral, vigilância epidemiológica e vigilância em ambientes de trabalho, o posto especializado tem hoje 490 pacientes fixos, alguns dos quais em tratamento há mais de quatro anos (PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DO SUL, 2009). 4.2 Delineamento Metodológico A abordagem metodológica que será utilizada na presente pesquisa foi escolhida devido à intenção de se analisar os sentidos produzidos pela acupuntura, para satisfazer essa intenção optou-se pela abordagem teórico-metodológica denominada de produção de sentidos no cotidiano, através das práticas discursivas e o mesmo se baseia na autora Mary Spink. E por compreender que é possível destacar e observar o que se repete e se modifica, implicando desta forma uma postura que vai além do que está institucionalizado nas linguagens sociais, e destacando o uso da linguagem e privilegiando o caminho dos sentidos construídos no cotidiano (SPINK & MEDRADO, 2000). Assim como Spink e Frezza (2000), nos propomos à utilização desta metodologia que tem seu conhecimento afiliado a visão da Psicologia Social e da Sociologia do Conhecimento. As práticas discursivas que permitem segundo Spink e Gimenes (1994) acessar a produção de sentido encontram-se na escala das relações pessoa a pessoa, sem esquecer-se de estar familiarizado com a diversidade própria ao imaginário social sobre os objetos que são o foco dos processos de significação. Conforme Minayo (1999), quando se investiga qualitativamente precisamos ter como ponto norteador a abertura, a flexibilidade, a capacidade de observar e interagir com os sujeitos envolvidos na pesquisa. E tendo como ponto crucial o entendimento de fenômenos, através da perspectiva do objeto estudado, e a partir das mesmas realiza as interpretações destes fenômenos estudados (NEVES, 1996). A preocupação é com a realidade que não pode ser quantificada e no aprofundamento no mundo dos significados, motivos, valores envolvidos no fenômeno estudado (MINAYO, 1993) e quando ouvimos um discurso devemos refletir sobre como o mesmo se encontra materializado na ideologia e como se manifesta na linguagem (ORLANDI, 2002). E a produção de sentido ocorre na interação, na coletividade, através da compreensão de como as pessoas, lidam com as situações, com os processos da vida à sua volta, e “descrevem, explicam e/ou compreendem o mundo em que vivem, incluindo elas próprias” (Spink & Medrado, 2000, p.60). Sobretudo conhecer é dar sentido ao mundo (SPINK, GIMENES, 1994, p. 150). Neves (1996) relata que compreender e interpretar fenômenos, embasados nos seus significados e levando-se em consideração o contexto são tarefas que propiciam a produção 32 de conhecimento, contribuindo para uma visão mais abrangente dos problemas, com contato direto com o objeto de análise e possibilitando um olhar diferenciado de como a realidade é compreendida. O objetivo básico da Análise do Discurso é realizar uma reflexão geral sobre as condições de produção e apreensão da significação de textos produzidos nos mais diferentes campos, e considera o não-dito e o que já foi dito antes com o intuito de compreensão do modo de funcionamento, os princípios de organização e as formas de produção social do sentido (MINAYO, 1999, p. 211). Faz-se necessário esclarecer que quando optamos pela análise da produção de sentidos e das práticas discursivas, não estaremos abrindo mão do rigor e que o mesmo será garantido pelo próprio autor da pesquisa quando explicita as normas que regerão a coleta e a análise dos dados, e os pressupostos teóricos e metodológicos que irão orientar a interpretação. Desta forma, a interpretação é colocada como um processo de produção de sentidos que permeia o processo de pesquisa e a partir dos mesmos, são produzidos os resultados da análise que podem ser oriundos de várias técnicas de visibilização, que certificarão o rigor e a objetividade na subjetivação gerada a partir dos repertórios de interpretação utilizados para a compreensão dos sentidos. Entre as técnicas de visibilidade, os mapas de associação de ideias que sistematizam o processo de análise das práticas e buscam os aspectos formais da produção de linguagem, as associações que contemplam os mapas propiciando mais um recurso para entender a produção de sentidos (SPINK ; LIMA, 2004). Para uma fundamentação que aborde dados quantitativos utilizar-se-à a coleta de sangue periférico, da polpa digital antes e após algumas sessões de acupuntura de cada paciente para análise metabólica global via impressão digital metabólica pela técnica de espectroscopia no infravermelho (FTIR). Onde os pacientes serão submetidos a duas coletas (antes e após uma sessão de acupuntura na primeira, quinta e décima) de 5 microlitros (em triplicata) de sangue periférico em três momentos: na primeira, na quinta e na décima sessão; buscando encontrar adaptações metabólicas com o procedimento da acupuntura em função do número de sessões e informações espectrais que se associem com as impressões dos sentidos relatados pelos pacientes. E a aferição dos valores referentes à Escala de Dor conforme Protocolo de Borg, nas mesmas sessões em que serão realizadas as coletas de sangue, no início e final da sessão. 33 4.3 Hipóteses A hipótese levantada antes do início da pesquisa foi formulada e pensada de acordo com a experiência prática da pesquisadora e através de referenciais teóricos que comprovam os benefícios que a acupuntura proporciona para o organismo humano. Sendo: - a produção de sentidos dos pacientes após se submeterem a técnica de acupuntura, possibilitará uma nova visão de vida e novas experiências; - informações espectrais e da escala de dor que se associem com as impressões dos sentidos relatados pelos pacientes. 4.4 Procedimentos Metodológicos As etapas metodológicas da pesquisa ocorrerão da seguinte forma: - 1ª Etapa: Aprovação do Projeto no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC; - 2ª Etapa: Divulgação na UMREST de Santa Cruz do Sul sobre a pesquisa intitulada: “Acupuntura na Saúde do Trabalhador: Um estudo sobre a produção de sentidos acerca da introdução deste dispositivo para à Promoção da Saúde”; - 3ª Etapa: Esclarecer junto aos sujeitos da pesquisa como se dará a pesquisa, através da apresentação do Termo de Esclarecimento Livre e Esclarecido e sua posterior assinatura pelo sujeito pesquisado e pelo pesquisador; - 4ª Etapa: Atendimento dos pacientes uma vez por semana com a técnica de acupuntura e realização da entrevista com questões semi-estruturadas (ANEXO A). E, ao longo de cada atendimentos os participantes da pesquisa serão questionados sobre as mudanças que perceberão ao longo dos atendimentos e dos sentidos que foram produzidos. E coleta de sangue periférico da polpa digital antes e após a primeira, quinta e décima sessão de acupuntura de cada paciente para análise metabólica global via impressão digital metabólica pela técnica de espectroscopia no infravermelho (FTIR). E a aferição dos valores referentes à Escala de Dor conforme Protocolo de Borg, nas mesmas sessões em que serão realizadas as coletas de sangue, no início e final da sessão; - 5ª Etapa: Os atendimentos e as entrevistas serão filmadas para posterior transcrição dos depoimentos. Transcrição de todos os depoimentos; 34 - 6ª Etapa: Criação de um diário de informações para facilitar a captação dos depoimentos e separados em categorias de acordo com a produção de sentidos e contendo fatos que segundo a pesquisadora possam ser relevantes para o entendimento da mesma; - 7ª Etapa: Análise dos dados encontrados na Análise Bioquímica realizada pelo Método de Espectrometria no Infravermelho, na primeira, quinta e décima sessão de acupuntura; e a análise da escala de Dor de Borg, nas mesmas sessões, antes e após o atendimento. - 8ª Etapa: Discussão dos dados encontrados e confecção do Mapa de Associação de Ideias que serão colhidos através das filmagens e da entrevista semi-estruturada, e sintetizarão o processo de análise das práticas discursivas. 4.5 Técnicas e instrumentos de coleta Será realizada uma investigação descritiva na fonte direta de dados e nos materiais registrados através da gravação em câmera fotográfica digital, sendo que, os materiais registrados são revistos pelo pesquisador. Os dados serão recolhidos, em situação natural e complementados pela informação que se obtém através do contato direto; transcrições de entrevistas, notas de campo, vídeos. Para a coleta de dados, será aplicado uma entrevista com questões semi-estruturadas (ANEXO A), que serão o ponto norteador para avaliar a produção de sentidos. Onde serão coletados dados relevantes sobre o participante da pesquisa, e propiciar uma comunicação verbal, e um diálogo, sendo a mesma dirigida pela pesquisadora, e conforme Minayo (1999), as mesmas devem ser gravadas, para posterior transcrição. E em todos os encontros, num total de 10 (dez) a pesquisadora estará sempre questionando os participantes sobre mudanças ou alterações em conhecimentos e sentidos. As falas serão devidamente registradas, através de filmagem com câmera fotográfica digital, com os questionamentos e colocações comuns e diversificadas. Outra forma de coleta se dará pela observação participante (MINAYO, 1999), que consiste no contato do pesquisador com o pesquisado de forma direta objetivando a informação sobre a realidade dos atores da pesquisa, cujas informações e dados serão anotados em um diário de campo. Outros procedimentos de coleta de dados serão: coletar sangue periférico da polpa digital antes e após algumas sessões (1ª, 5ª, 10ª sessão) de acupuntura de cada paciente para análise metabólica global via impressão digital metabólica pela técnica de espectroscopia no infravermelho (FTIR). As amostras de sangue periférico de 5 mL serão depositadas em tubos eppendorfs com 100 mg de brometo de potássio (grau espectroscópico) e liofilizados. Os 35 espectros de amostras de sangue liofilizado serão coletados por espectroscopia de reflectância difusa no infravermelho com Transformada de Fourier (DRIFTS) com 32 pulsos de varredura na faixa 4000-600 cm-1, 4 cm-1 de resolução, armazenados em absorbância normalizada, e analisados por métodos de reconhecimento de padrões (análise por agrupamento hierárquicoHCA e por componentes principais-PCA) buscando encontrar a) adaptações metabólicas com o procedimento da acupuntura em função do número de sessões e b) informações espectrais que se associem com as impressões dos sentidos relatados pelos pacientes. E a aferição da Escala de Dor conforme Protocolo de Borg, antes e após a sessão de acupuntura, na primeira, quinta e décima sessão. Salientando que todos estes procedimentos serão coletados e realizados pela pesquisadora, que receberá treinamento adequado, conforme as Normas de Biossegurança. Os instrumentos de coleta de dados: - Entrevista semi-estruturada com questões referentes à acupuntura e a produção de sentidos percebida pelos pacientes. (ANEXO A) - Análise metabólica global via impressão digital metabólica pela técnica de espectroscopia no infravermelho (FTIR). - Aferição da intensidade da Dor através da Escala de Dor de Borg. - Filmagem das entrevistas e dos atendimentos. - Transcrição das entrevistas realizadas pela pesquisadora, que serão filmadas. - Confecção de Mapa de Associação de Ideias com as produções de sentidos. 4.6 Procedimentos de Intervenção Os procedimentos de intervenção que os participantes da pesquisa serão submetidos serão sessões de acupuntura, num total de 10 sessões, com duração de 30 minutos cada, 2 vezes por semana. E a entrevista semi-estruturada (ANEXO A) com questões que possibilitem ao paciente expressar as suas sensações e sentidos, e salientando que a cada atendimento o pesquisado será questionado sobre mudanças e sentimentos percebidos desde o início das sessões de acupuntura. E coletar sangue periférico da polpa digital antes e após algumas sessões (1ª, 5ª e 10ª) de acupuntura de cada paciente para análise metabólica global. E a aferição através da Escala de Dor de Borg do nível de dor antes e após a acupuntura, na primeira, quinta e décima sessão. 4.7 Processamento dos dados 36 Os dados serão colhidos ao longo das 10 semanas de atendimento através das filmagens e do que referiram na entrevista semi-estruturada a fim de entender a produção de sentidos desencadeada pelo tratamento da Acupuntura nas suas vidas. Ao final das sessões será confeccionado um mapa das produções de sentidos para que a seguir possam ser analisados os depoimentos. E a buscando encontrar adaptações metabólicas com o procedimento da acupuntura em função do número de sessões e informações espectrais que se associem com as impressões dos sentidos relatados pelos pacientes. Os passos para a compreensão dos sentidos serão baseados no que refere Minayo (1993), onde será realizada a ordenação dos dados, através da transcrição das informações de cada participante da pesquisa de forma individual, após leitura exaustiva do material coletado a fim de compreender o sentido das experiências relatadas pelos sujeitos, e identificando quando há relevância nas informações. Após, os mesmos serão agrupados em tópicos por semelhanças ou por destaques, e em seguida, o cruzamento das informações finais que serão confrontadas com o referencial teórico e a realidade observada. As etapas para a compreensão dos sentidos, conforme Minayo (1993), onde: - ordenação dos dados: transcrição das entrevistas de forma individual, e após organizálas da mesma forma. - leitura exaustiva do material coletado: com o intuito de compreender os sentidos de forma geral das experiências dos participantes da pesquisa, bem como compreender as informações, e identificar a relevância das mesmas. E análise dos dados encontrados através da Técnica de Espectroscopia no Infravermelho e no Protocolo de Borg referente à Escala de Dor. Em seguida a leitura das transcrições, os fatos serão agrupados em tópicos por semelhanças ou por destaques. E como ponto subsequente o cruzamento de informações finais que serão confrontadas com o referencial teórico e a realidade observada. Conforme a Resolução n. 196, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996), os trechos retirados das entrevistas serão identificados de acordo com o número da ficha de avaliação, sendo A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9, A10 e A11. 4.8 Considerações Éticas O projeto será submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. O material utilizado para cada sessão de acupuntura será de uso individual e o mesmo será descartado ao final de cada sessão, em local apropriado, para ser 37 descartado pela Empresa competente para a coleta do mesmo. E os materiais referentes a coleta de sangue periférico, serão de uso individual e serão descartados conforme as Normas de Biossegurança. Importante salientar que o participante da pesquisa não pagará nenhum valor monetário pelos atendimentos recebidos. Conforme a Resolução n. 196, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996), os trechos retirados das entrevistas serão identificados de acordo com o número da ficha de avaliação, sendo A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9, A10 e A11. 38 5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Cronograma J 1 Rev. Bibliográfica 2 Confec./finalização projeto 3 Defesa do Projeto 4 Encaminhamento ao Comitê de Ética 5 Etapas de Levantamento dados 5.1 Pré-avaliação dados 5.2 Intervenção 5.3 Pós-Avaliação dados 6 Análise/Discussão dados 7 Red. Final dissertação 8 Pré-def. Dissertação 9 Comunicação 10 Elaboração de artigo 11 Defesa da Dissertação J 2 0 1 0 A S O N D 2 0 1 1 J F M A M J J 2 0 1 2 A S O N D J F M X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Cronograma de sessões (Microciclos) Os procedimentos de intervenção que os participantes da pesquisa serão submetidos serão sessões de acupuntura, num total de 10 sessões, com duração de 30 minutos cada, 2 vezes por semana, caracterizando microciclos que ocorrerão da seguinte maneira: - Primeira Sessão de Acupuntura: Esclarecimentos sobre a pesquisa, e leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, bem como sua assinatura. A pesquisadora esclarecerá sobre como será realizado o atendimento de acupuntura e realizará uma entrevista semiestruturada com questões relacionadas à percepção de sentidos com a acupuntura. Será colatada uma gota de sangue periférico antes e após o atendimento de acupuntura. Importante ressaltar que a sessão vai ser filmada bem como os depoimentos. E será realizado a seguir a coleta de dados referentes à produção de sentidos neste primeiro contato com a acupuntura. Bem como o questionamento sobre a escala de dor segundo Protocolo de Borg, antes e após a sessão de acupuntura. - Importante salientar que na primeira, na quinta e na décima sessões de acupuntura será realizado o procedimento de coleta de uma gota de sangue periférico, antes e após a sessão de acupuntura, e o questionamento da intensidade da dor conforme Escala de Dor de Borg. 39 - Segunda Sessão à Décima Sessão de Acupuntura: o participante será questionado sobre o que percebeu em cada semana de atendimento, ou seja, será questionado sobre a produção de sentidos a cerca do tratamento de acupuntura e das suas reações e sentimentos. E será submetido a um atendimento de acupuntura, com duração de 30 minutos; todas serão devidamente registradas por máquina fotográfica digital, para que possa ao final de cada atendimento, proceder à realização da transcrição dos dados coletados. 40 6 RECURSOS HUMANOS E INFRA-ESTRUTURA Os atendimentos de acupuntura serão realizados pela própria pesquisadora e os mesmos ocorrerão em uma sala na UMREST de Santa Cruz do Sul, 2 vezes por semana, em turno e dia a ser definido pela pesquisadora e a coordenação da UMREST de Santa Cruz do Sul. 41 7 ORÇAMENTOS/RECURSOS MATERIAIS CUSTEIO ESPECIFICA ÇÃO FINANCIADORES QUANTIDADES Agulhas de acupuntura descartáveis Recursos próprios 100 caixas agulhas Algodão Hidrófilo Recursos próprios Álcool 96° Recursos próprios Etílico VALOR UNITÁRIO VALOR TOTAL 14,00 1.400,00 4 8,00 32,00 1 5,00 5,00 de 100 TOTAL: 1.5511.437,00 42 8 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS Espera-se, com esta pesquisa, que os participantes da pesquisa experimentem uma nova abordagem de atendimento segundo a Medicina Tradicional Chinesa, que possibilite uma nova visão sobre os sentidos desencadeados com a prática da mesma, bem como os benefícios que a literatura refere sobre suas sintomatologias, e com isso possam perceber sinais que seus corpos emitem quando estão em desequilíbrio. Através desse maior conhecimento de seus corpos e sentimentos, pretendemos implantar um sistema de Promoção da Saúde, onde cada participante será responsável por seu auto-cuidado, tratamento e prevenção de doenças, bem como de sua promoção da saúde e proporcionar a estes pacientes uma nova abordagem, através do conhecimento da visão oriental sobre cada patologia e sintomas, a fim de proporcionar uma maior compreensão da situação vivenciada e proporcionar a efetivação do Conceito de Clínica Ampliada na Saúde do Trabalhador, na UMREST de Santa Cruz do Sul. 43 9 RISCOS/DIFICULDADES/LIMITAÇÕES Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. Conforme vários autores e exemplificando com Neves (1996), é a coleta de dados ser extremamente cansativa e tradicionalmente individual, demandando um tempo bastante grande para a codificação, transcrição das falas e análise. Excessiva confiança no investigador, enquanto instrumento de coleta de dados e a reflexão exaustiva das notas de campo, com o intuito de tentar dar conta do objeto estudado, além de controlar o efeito do observador. Falta de detalhes sobre os processos através dos quais suas conclusões foram alcançadas, falta de observância de aspectos diferentes e diferentes enfoques, certeza do próprio pesquisador com relação a seus dados, sensação de dominar profundamente o seu objeto de estudo, envolvimento do pesquisador na sua situação (ou com sujeitos) pesquisada. Os riscos como: desistência de participantes ao longo da pesquisa por questões pessoais variadas, que as informações colhidas pelos participantes não sejam ricas o suficiente para a interpretação mais correta da produção de sentidos. Como a população que vem buscando essa nova abordagem de saúde, por experiência própria da pesquisadora, vem aumentando com o passar dos anos, acredita-se que não haverá problemas quanto à procura e comprometimento dos sujeitos na pesquisa. As limitações das pesquisas qualitativas são que conforme Minayo (1999), quando se investiga qualitativamente precisamos ter como ponto norteador a interação com o sujeito pesquisado, o que nem sempre podemos encontrar. Quanto à perspectiva, às técnicas de coleta de dados e de tratamento dos dados, essa modalidade de pesquisa requer também por parte do pesquisador habilidades e conhecimentos para interpretar as situações e superar a mera aplicação de técnicas de coleta de dados. Portanto, nesse tipo de investigação, o pesquisador precisa estar atento às situações, articulado e desenvolvendo permanentemente a habilidade de aprender a aprender. O diferencial não está apenas no acúmulo de informações, mas na capacidade de aprender onde buscar as informações que são necessárias para atingir os objetivos propostos para este estudo. 44 REFERÊNCIAS ALVES, R. B. Vigilância em saúde do trabalhador e promoção da saúde: aproximações possíveis e desafios. Caderno Saúde Pública, v.19, n.1, p. 319-322, 2003. AYRES, J. R. C. M. Sujeito, intersubjetividade e práticas de saúde. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 319-322, 2001. BELLOTTO, N.; MARTINS, L. C e AKERMAN, M. Impacto dos Resultados no tratamento de Acupuntura: conhecimento, perfil do usuário e implicações para promoção da saúde. Arquivo Médico ABC, v.30, n.2, p. 83-86, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: a clínica ampliada / Ministério da Saúde, SecretariaExecutiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. ______. 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Inicialmente, pretendia-se fazer um atendimento por semana, mas como a Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul, estava em turno único, das 7h30 às 13h30, a pesquisadora teve que adaptar o seu cronograma inicial a essa situação. Os atendimentos ocorreram dentro da normalidade, somente o primeiro onde haveria a coleta de sangue periférico da polpa digital antes e após a sessão de acupuntura, não pode ser validado por uma falha no processo de coleta, onde não se coletou em triplicatas. Desta forma, alteramos as coletas de sangue para análise para a 2ª, 5ª e a 10ª sessão de acupuntura, antes e após o atendimento. As demais coletas, foram todas realizadas com sucesso pela pesquisadora. Conforme relato das pacientes, o que mais incomodava não era a picada das agulhas de acupuntura, mas sim o momento em que precisavam coletar sangue da polpa digital para análise sanguínea por infravermelho. Algumas pacientes relataram incômodo nas sessões posteriores. E dificuldade de caracterizar a intensidade da dor de forma numérica, por exemplo, caracterizar a dor em 0,5 ou 1. As sessões de acupuntura eram realizadas em um ambiente com música ambiente relaxante, e a coloção de agulhas nos pontos adequados para cada patologia, além de um ponto que considero de extrema importância, que é a escuta do paciente, através do acolhimento e do princípio da integralidade. Conforme relato das pacientes, sempre houve um clima de acolhimento da pesquisadora para com as pacientes, o que possibilita que haja uma interação maior entre a profissional de saúde e o paciente. Após cada atendimento a pesquisadora iniciava a transcrição dos depoimentos que haviam sido filmados, o que se iniciou em outubro de 2010 e término em março de 2011, totalizando um arquivo de 114 páginas, e a posterior confecção do mapa de associação de idéias, com 5 categorias, sendo elas adoecimento/sofrimento; corpo; acupuntura, trabalho; razões de aceitação e mudanças, com 413 páginas. Em seguida, ainda criou-se sub-categorias, com o objetivo de expressar os dados relevantes encontrados ao longo do discurso das pacientes, como na categoria adoecimento/sofrimento: dor, inutilidade, choro e depressão; na corpo: inutilidade, choro e depressão; na acupuntura: melhora da dor, indicariam a acupuntura; na trabalho: inutilidade, 50 choro, limitação/incapacidade, depressão; na razões da aceitação: não conheciam; se fariam novamente e na categoria mudanças: melhora do sono, diminuição da dor e ânimo. As dificuldades encontradas ao longo da pesquisa foram o grande volume de informações coletadas para que se pudesse relacionar, tanto a produção de sentidos das pacientes, bem como os dados espectrais das pacientes e a escala da dor. Ao final deste estudo, pudemos demonstrar que as hipóteses levantadas inicialmente, de que a acupuntura além de provocar modificações na produção de sentidos das pacientes, reduz o quadro de dor, também provoca adaptações metabólicas. 51 CAPÍTULO III ARTIGOS 52 1 ARTIGO 1 Promoção de Saúde e Acupuntura: a produção de sentidos acerca da dor e do bem-estar quando da introdução deste método a sujeitos em sofrimento * * Elaborado conforme as normas da Revista de Saúde Pública (Online) Área: Interdisciplinar QUALIS-CAPES: A2 53 Promoção de Saúde e Acupuntura: a produção de sentidos acerca da dor e do bem-estar quando da introdução deste método a sujeitos em sofrimento Acupuncture and Health Promotion: the production of meanings about pain and wellbeing when the introduction of this method to subjects suffering Título resumido: Promoção de Saúde e Acupuntura Acupuncture and Health Promotion Andréa Cristina Costa1 Miria Suzana Burgos1,3 Hildegard Hedwig Pohl1,3 Valeriano Antonio Corbellini1,2 Edna Linhares Garcia1,4 1 Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde – UNISC 2 Departamento de Química e Física – UNISC 3 Departamento de Educação Física e Saúde – UNISC 4 Departamento de Psicologia – UNISC Autor para correspondência: Andréa Cristina Costa Avenida Independência, 2293 – Bloco 42, sala 4206 Bairro Universitário – 96815-900 – Santa Cruz do Sul/RS e-mail: [email protected] [email protected] 54 RESUMO Objetivo: analisar a produção de sentidos, quando da introdução da acupuntura na experiência da dor, com vistas ao tratamento e à promoção da saúde. Método: o método utilizado na pesquisa foi à proposta teórico-metodológica denominada de produção de sentidos do cotidiano, por possibilitar a análise da produção de sentidos, através do discurso destes sujeitos, a partir da utilização da acupuntura e da escala de Borg, de intensidade da dor. Resultados: Ao analisar a produção de sentidos, através dos discursos após a introdução da acupuntura e a escala de dor de Borg, os resultados demonstram que a percepção dos sujeitos em relação ao seu corpo e ao adoecimento foi se modificando ao longo dos atendimentos em acupuntura. Isto se evidencia na medida em que a dor, presente nas falas como elemento central e preponderante na vida dos sujeitos, vai cedendo espaço e ao final da intervenção, os sentidos produzidos demonstram que novas possibilidades de viver e perceber a vida e o corpo estão presentes para estes sujeitos. Conclusão: Ao analisar a produção de sentidos, após a inserção da acupuntura, acerca das categorias: sofrimento/adoecimento, corpo, acupuntura, trabalho, motivo da aceitação e mudanças apresentadas, pôde-se perceber que este método além de produzir uma redução da dor, possibilita a promoção da saúde. Conclui-se que o método da acupuntura, nos serviços de saúde, promove uma intervenção que vem ao encontro do princípio do SUS, a integralidade; além de produzir bem-estar e redução da dor, este configura uma forma de promoção da saúde. Contagem de palavras: 248 ABSTRACT Objective: to analyze the production of directions, when of the introduction of the acupuncture in the experience of pain, with sights to the treatment and the promotion of the health. Method: the method used in the research was to the proposal theoreticianmethodological called of production of felt of the daily one, for making possible the 55 analysis of the production of directions, through the speech of these citizens, from the use of the acupuncture and the scale of Borg, of intensity of pain. Results: When analyzing the production of directions, through the speeches after the introduction of the acupuncture and the scale of pain of Borg, the results demonstrates that the perception of the citizens in relation to its body and the disease was if modifying throughout the sessions in acupuncture. This if evidences in the measure where pain, gift in you say them as central element and preponderant in the life of the citizens, it goes yielding space and to the end of the intervention, the produced directions demonstrate that new possibilities of living and perceiving the life and the body are gifts for these citizens. Conclusion: When analyzing the production of directions, after the insertion of the acupuncture, concerning the categories: suffering/illness, body, acupuncture, work, reason of the acceptance and presented changes, could be perceived that this method beyond producing a reduction of pain, makes possible the promotion of the health. One concludes that the method of the acupuntura, in the health services, promotes an intervention that comes to the meeting of the beginning of the SUS, the completeness; beyond producing well-being and reduction of pain, this configures a form of promotion of the health. Word count: 277 Descritores: produção de sentidos; acupuntura; escala da dor de Borg Descriptors: production of meanings, acupuncture, the pain scale of Borg Descriptores: la producción de significados, La acupuntura, La escala de dolor de Borg INTRODUÇÃO Este artigo origina-se da dissertação de mestrado “Acupuntura na saúde do trabalhador: um estudo sobre a introdução deste método para a promoção da saúde”, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde – Mestrado da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), com o objetivo de 56 analisar os sentidos que são produzidos quando da introdução da acupuntura no tratamento de sujeitos, em estado de adoecimento e de intensa dor, na Unidade Municipal de Referência em Saúde do Trabalhador (UMREST). A partir da busca por um novo olhar frente à saúde pública e ressaltando as idéias da I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, em 1986, o Ministério da Saúde implementou a Política Nacional de Humanização (PNH),8 com o intuito de realizar uma mudança nos modelos de atenção e de gestão das práticas de saúde.1 Tomando-se como suporte a idéia da Clínica Ampliada e os benefícios da acupuntura, certificados pela Organização Mundial da Saúde (WHO) a qual vem estimulando o uso da Medicina Tradicional Chinesa nos programas de saúde, com o objetivo de complementar à Medicina Ocidental Moderna,23 buscou-se investigar como a acupuntura iria repercutir na vida destes sujeitos que se apresentavam em estado de intensa dor e adoecimento incapacitante. Muitas pesquisas demonstram que a acupuntura vem ganhando espaços nos serviços de saúde;3 e pesquisas avaliam seus mecanismos de ação.9,10 Para o gestor público, a acupuntura representa mais um dispositivo de atendimento no SUS, na direção dos princípios da integralidade, além de ser um tratamento de custo relativamente baixo.17 À busca do olhar interdisciplinar e do princípio da integralidade ocorre muito além da colocação de agulhas, se associa ao discurso do paciente, através da escuta do relato do mesmo, e em co-participação, ajuda-os a reconhecer suas potencias e construir novas vias de viver apesar do adoecimento. A produção de sentido ocorre na interação, na coletividade, pela compreensão de como as pessoas lidam com as situações, com os processos da vida à sua volta, e como “descrevem, explicam e/ou compreendem o mundo em que vivem, incluindo elas próprias”21 (p.60). No presente trabalho busca-se demonstrar as mudanças ocorridas a partir da introdução da acupuntura, na concepção de corpo, na percepção do sujeito acerca de seu próprio corpo e sua relação com o mesmo, com o estado de adoecimento, além de avaliar as mudanças percebidas em relação à dor e a sensação de bem-estar. MÉTODO 57 Esta pesquisa tomou como método a proposta teórico-metodológica de Mary 21 Spink , denominada de produção de sentidos no cotidiano, através das práticas discursivas, que visam compreender os sentidos produzidos, a partir da interação entre sujeitos. Os procedimentos metodológicos ocorreram a partir da aprovação do projeto em Comitê de Ética em Pesquisa - CEP, sob o protocolo 2684/10, e posterior divulgação na Unidade, seleção dos participantes, com patologias musculoesqueléticas. Os dados foram coletados em 10 pacientes do sexo feminino, entre outubro e dezembro de 2010, em 10 sessões de acupuntura que cada paciente se submeteu, duas vezes por semana, através de entrevista semi-estruturada e escala de dor de Borg, na 2ª, 5ª e 10ª sessões, antes e após a aplicação da acupuntura. A escala é utilizada quando o objetivo é acompanhar alterações da intensidade da dor num mesmo indivíduo ou as respostas de uma mesma pessoa pré e póstratamento.22 A colocação de agulhas, foi associada à escuta do paciente, de modo a acolher queixas e relatos, e assim ajudá-los a reconhecer nos processos de seus estados de adoecimentos, relações com o que sentem, com a vida que levam, seus afetos, desafetos, etc. Para essa investigação utilizou-se como critérios de inclusão o aceite do sujeito, a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, ter idade igual ou superior a 18 anos e apresentar vínculo com a UMREST. Como critério de exclusão, o fato de terem se submetido a tratamento por acupuntura nos últimos 12 meses, para que todos os sujeitos da pesquisa estivessem no mesmo estágio, e desta forma, avaliar os efeitos, a partir deste contato iniciado nesta pesquisa. Ressalta-se que não se considerou a idade e diagnóstico do paciente, pois o objetivo era analisar a produção de sentidos a partir do contato destes com a acupuntura na experiência da dor. Após os atendimentos foi realizada Elaboração do mapa de associação de idéias, a partir das entrevistas, transcrição dos atendimentos (filmados) e da interação entre a pesquisadora e os sujeitos da pesquisa. A etapa de transcrição dos depoimentos originou um arquivo extenso do qual emergiu as categorias do mapa de associação de idéias. Os depoimentos foram agrupados em categorias de acordo com os objetivos estabelecidos no início da pesquisa como: sofrimento/adoecimento; 58 corpo; acupuntura; trabalho; razões da aceitação e mudanças. Este artigo tratará das categorias: sofrimento/adoecimento; corpo e mudanças. RESULTADOS E DISCUSSÃO A fim de caracterizar ainda mais as categorias pertencentes ao mapa de associação de idéias, criou-se sub-categorias, que expressam dados relevantes encontrados ao longo do discurso das pacientes, como na categoria adoecimento/sofrimento: dor, inutilidade, choro e depressão; na corpo: inutilidade, choro e depressão; na acupuntura: melhora da dor, indicariam a acupuntura; na trabalho: inutilidade, choro, limitação/incapacidade, depressão; na razões da aceitação: não conheciam; se fariam novamente e na categoria mudanças: melhora do sono, diminuição da dor e ânimo. Análise Global a partir das categorias A elaboração das categorias apresenta-se como uma forma de caracterizar o discurso das pacientes. Assim na categoria adoecimento/sofrimento emergem suas angústias, frustrações e como sentiam o sofrimento e o adoecimento; na do corpo expressam a visão que tinham do seu corpo antes e após o adoecimento; na categoria acupuntura emergem impressões sobre a técnica, conhecimentos prévios; na categoria trabalho refletem o sentido do trabalho antes e após a doença, e como se sentiam e se sentem exercendo suas funções laborativas; na categoria razões da aceitação emergem sentidos sobre o desconhecimento a cerca da técnica e a confiança que desenvolvem para com ela; como última categoria “mudanças percebidas ao longo das sessões” expressam melhora do sono, diminuição da dor e ânimo. Estas informações foram classificadas em sub-categorias que encontram-se no Quadro 1, onde na categoria sofrimento/adoecimento, a sub-categoria com maior correspondência foi a de dor, seguida pela sensação de inutilidade e depressão; na sub-categoria melhora da dor, pertencente a categoria acupuntura, 100% das pacientes referiam melhora da dor e que indicariam a técnica para outras pessoas; e na categoria mudanças, 100% das pacientes referiram melhora do sono e diminuição da dor. Isto evidencia os benefícios da acupuntura do ponto de vista das pacientes da pesquisa. 59 Adoecimento/sofrimento Ao se trabalhar com definições como dor e sofrimento, é necessário o entendimento de seus significados, e de que forma este estado se reflete na forma do indivíduo se portar, perante os outros: A dor é uma experiência em que a subjetividade se fecha sobre si mesma, não existindo lugar para o outro no seu mal-estar. A dor é uma experiência solipsista, restringindo-se o indivíduo a si mesmo, não revelando nenhuma dimensão alteritária. A interlocução com o outro fica assim coartada na dor, que se restringe ao murmúrio e lamento, por mais intensa que seja. Daí a passividade que sempre domina o indivíduo quando algo dói, esperando que alguém tome uma atitude por ele. Se isso não ocorre, a dor pode mortificar o corpo do indivíduo, minando 6 o somático e forjando o vazio da autoestima. (p.191) Em contrapartida, o sofrimento é uma experiência alteritária 6, em outras palavras, o outro está sempre presente para o ser que sofre. Denota-se uma interlocução na experiência do sofrimento, e não uma atitude auto-suficiente e narcísica, como na dor. A percepção do sofrimento alheio provoca um processo afetivo,12 o acolhimento. A doença e o adoecer expressam o modo de uma pessoa viver e de se relacionar com o mundo. Esse adoecimento também traz consequências, uma vez que ele “discrimina, estigmatiza e exclui”.7 A doença vêm à tona, carregada de sensações, emerge o desconhecido, o omitido.15 Quando adoecemos temos a oportunidade de re-significarmos conceitos que se tornaram vagos ou até mesmo automáticos com o passar do tempo e que assumiram um significado simbólico independente do contexto presente em que estamos 15 vivendo. (p.3). Por meio dos discursos observa-se um sentimento comum nos sujeitos do estudo: a sensação de inutilidade, em decorrência de não se sentirem mais úteis em seus trabalhos, ou perceberem que apresentam limitações que impedem de realizar atividades corriqueiras, que realizavam anteriormente, as quais compõem e produzem o próprio sentido de suas existências. O discurso da paciente, na primeira sessão e na décima sessão, evidencia que ao longo dos atendimentos sua postura frente ao seu adoecimento e a sua condição atual, modificou-se: Dor: 3 (início); 2,5 (final) P: O que a senhora deixa de fazer por causa dessa dor? A1: Eu deixei de caminha, eu deixei de passear, Dor: 3 (início); 2 (final) P: Como percebe o sofrimento hoje? A1: Não é uma coisa normal. Parece que eu conheci mais o porquê da dor. Hoje me analiso 60 de me diverti. Eu deixei de limpa a casa, sai mais, assim de vê as coisas na rua. Hoje em dia eu só venho no médico e fico em casa assim. P: E isso incomoda? A1: Incomoda. A gente não vive, né. A gente passa, é como assim se passa um dia do outro, entendeu? E essa inutilidade, me incomoda. ... Eu me sinto uma inútil. bem mais. Os sentidos que aí se produzem evidenciam que a paciente modificou a forma como percebia a sua dor. Inicialmente, a dor era o que mais se salientava em seu discurso. O que encontra-se presente no discurso das demais pacientes, onde com o passar dos atendimentos perceberam que a dor e adoecimento eram somente uma parte de toda essa engrenagem. Constata-se que à medida que se percebiam de forma mais ampla, conseguiam entender o seu sofrimento de forma diferente e vivê-lo também de forma diferente. Em outros termos, apesar do sofrimento muitas vezes continuar existindo, são percebidas novas possibilidades. Hoje apresentam uma percepção de si mesmo como alguém que apresenta certo adoecimento, mas que não se resumem a este. Desse modo, conseguem vislumbrar e perceber que o sofrimento não são elas, e sim que são pessoas que estão em sofrimento,e que estão implicadas na própria produção destes modos de sofrimento. Em outros termos, constata-se que finalmente percebem a própria implicação no sofrimento. Em outro depoimento, outra paciente também evidencia o sentimento de se sentir inútil e a impossibilidade de realizar atividades que antes realizava. No último dia de atendimento constata-se que a forma como a paciente percebia o sofrimento se modificou, ao longo dos atendimentos, e aponta a perspectiva de melhora, que antes não havia: Dor: 2 (início); 0 (final) P: Incomoda essa situação? A8: Incomoda muito. Me sinto inútil. Tu vê as pessoas fazendo as coisas e não pode faze. Às vezes eu pego uma panela, e deixo cai no chão. Dor: 3 (início); 0,5 (final) P: Como percebe o sofrimento hoje? A8: Hoje já melhorou. Consigo pensar eu vou ficar bem. Eu vou ficar bem. Eu vou melhorar. Constata-se o sentido de findar com a própria vida, tamanha era a sensação de desamparo e desespero, na primeira sessão. Já na décima, constata-se que passaram a encarar os sofrimentos e as frustrações noutra perspectiva: a de enfrentar os fatos e tentar modificá-los. Ou seja, se sentiam parte atuante deste processo, agora como sujeitos ativos e não mais somente como passivos. 61 Dor: 5 (início); 3 (final) P: Como é que tu te sente nestes momentos? A10: Uma pessoa tão minúscula. (...) Dor:: 5 (início); 1 (final) P: Como percebe o sofrimento hoje? A10: Hoje eu encaro o sofrimento. Eu não fujo dele. Antes eu fugia. Ou usando ele para ser a vítima. Ou não. Ficava lá. Eu não quero ver. Eu não quero. A10: Eu acho que se eu tivesse uma arma, eu teria feito. Eu acho que era o único meio, eu falo até hoje que seria o único meio, que seria uma arma. Eu teria coragem. A dicotomia “sofrimento e prazer” está sempre presente quando se problematiza o trabalho. O prazer ocorre quando o trabalhador mobiliza todos os recursos, a fim de resgatar o sentido do trabalho para si.19 Quando isso não ocorre, o trabalhador é tolhido de ser sujeito de seu comportamento e insurge as desordens, o sofrimento e dissociação.12,13 Esta visão trás a tona a participação do sujeito e seu papel frente à produção de si mesmo e da perspectiva da construção de outro significado do adoecer na experiência do corpo.22 Remete a ideia da integralidade, do olhar atento 18 frente a esse encontro com o sujeito, e desta forma, construir uma abordagem individualizada baseada no diálogo. Defender a integralidade é defender antes de tudo que as práticas em saúde no SUS sejam sempre intersubjetivas, nas quais profissionais de saúde se relacionem com sujeitos, e não com objetos. Práticas intersubjetivas envolvem 18 necessariamente uma dimensão dialógica. (p.1414) Corpo Para introduzir esta categoria, lança-se mão da seguinte citação, pois expressa a forma como os sujeitos da pesquisa percebiam seus corpos: Neste instante, esteja você onde estiver, há uma casa com o seu nome. Você é o único proprietário, mas faz tempo que perdeu as chaves. Por isso, fica de fora, só vendo a fachada. Não chega a morar nela. Essa casa, teto que abriga suas mais 4 recônditas e reprimidas lembranças, é o seu corpo. (p.11) O corpo é a primeira vítima do sistema austero de produção,13 “o corpo é o registro mais eminente no qual se enuncia o mal-estar”5 (p.175), como um “conjunto de marcas impressas sobre e no organismo, pela inflexão promovida pelo Outro”6 (p. 62). Projeta-se um corpo indefeso, oprimido e fragilizado pela impotência do aparelho mental. De acordo com Bertherat4 “nosso corpo somos nós. É nossa única 62 realidade perceptível. Não se opõe à nossa inteligência, sentimentos, alma. Ele os inclui e dá-lhes abrigo” 4 (p. 14). E que tomar consciência do corpo é “ter acesso ao ser inteiro, pois corpo e espírito, psíquico e físico, e até força e fraqueza, representam não a dualidade do ser, mas sua unidade”. 4 (p. 14). Ao trabalhar com acupuntura, percebe-se partes não integradas dessa pessoa que se apresenta fragmentada e com uma imagem corporal totalmente dissociada.17 Sei que existo porque sinto as sensações de dor, desconforto físico, mas não as reconheço como sendo Eu, pois não tenho controle sobre essas sensações. Mas se as deixo, vivo a 15 sensação de não existir, então só me resta viver com elas. (p.6) A manifestação psicossomática transporta uma esperança de abrigar o corpo na psique. Almeja-se o reestabelecimento do corpo.17 Na categoria corpo emergem depoimentos de pacientes que reforçam o sentimento de não se sentirem úteis e o sentimento de não reconhecimento de si e da posse de seu próprio corpo, nas primeiras entrevistas e questionamentos e, ao final dos atendimentos, mais uma vez, evidencia-se a mudança de percepção: Dor: 3 (início); 2,5 (final) P: Como é que a senhora percebe o seu corpo? A1: Agora? P: Agora, antes... A1: Aí eu me sinto uma pessoa de 90 anos. Eu me sinto assim imprestável. Dor: 3 (início); 0 (final) P: Está percebendo o teu corpo de forma diferente? A7: Bem mais. Parece que eu só tinha o corpo para doer. Em vez de eu procurar um meio de aliviar, de. Dor: 2 (início); 0 (final) P: Como você percebia o seu corpo antes, quando trabalhava? A8: Antes me sentia mais gente. P: E agora como à senhora vê? A8: Um lixo. Dor: 5 (início); 1 (final) P: Como percebe o corpo hoje? A10: Vendo meu corpo de forma diferente. De saber que eu sentia dor, mas não tenho que aceitar. Eu saber reconhecer. Me conhecer. Eu também fazer um diagnóstico da minha dor. Não preciso. Eu não tenho que conviver. Dor: 3 (início); 2 (final) P: Como percebe o corpo hoje? A2: Mais leve. Antes eu me sentia pesada. Sem vontade até de caminhar. Aquela dor que eu tinha podia não ser tão forte, mas a cabeça não ajudava. Aquilo era um terror para mim. Os depoimentos salientam a transformação na forma de perceberem seus corpos bem como expressam a descoberta de uma nova forma de encarar a realidade, que nos remete a uma citação de Bertherat4: Em vez de ficar sempre falando de si, de pensar de sentir portanto só por meio das palavras, resolve escutar as sutis e variadas mensagens do corpo. Descobre que o corpo é ele mesmo e que vai mais além; que é mais rico e profundo que as 63 palavras. Descobre que pode interromper o monólogo contínuo do seu pensamento e provar a si mesmo o que existe através das sensações. Assim descobre uma nova linguagem, uma linguagem de amor que lhe é própria e cuja única fonte de 4 referência é o corpo. (p. 184) E quando perguntadas sobre como percebiam a diferença desde o início do tratamento, os depoimentos demonstraram toda a mudança apresentada na forma de encarar seu corpo, seus sofrimentos e suas frustrações. Dor: 3 (início); 0 (final) A7: Olha. Acho que noventa por cento eu me encontrei. Me encontrei aqui. (...) De valorizar outras coisas. Te sentir. Tu te encontrar. O teu Eu. (...) E não supervalorizar a dor. Dor: 3 (início); 2 (final) P: O que tu acha que modificou? A1: Eu acho que deixei de ver tanta gravidade. Supervalorizar a dor. (...). Dor: 5 (início); 1 (final) P: E hoje quais são as mudanças que percebe? A10: Maravilhada hoje. E as mudanças principalmente no meu emocional. Cabeça. Ressalta-se, sobretudo, que os sentidos produzidos demonstram que não apenas houve modificação e redução da dor, mas mudança na perspectiva destes sujeitos voltarem a acreditar que são muito mais do que uma dor, ou uma limitação. Em outros termos, expressam que, apesar da dor muitas vezes continuar existindo e persistindo, conseguem perceber que suas vidas significam muito mais do que isso. Conseguem vislumbrar outras possibilidades que, enquanto colocavam a dor como fator preponderante e central nas suas existências, não conseguiam perceber. Hoje, cada uma destas participantes percebe que pode haver instrumentos para amenizar estes incômodos, e que podem continuar se sentindo pertencentes à sociedade, se sentindo produtoras de seu próprio bem-estar. Para Dejours, o sofrimento é “inevitável e ubíquo”,14 e está em toda a parte. A origem do sofrimento, por sua vez, tem suas raízes na história de cada pessoa, isto é, depende da construção social e psíquica de cada pessoa. E, para compreendermos realmente as patologias, precisamos ter em mente que: A situação que precipita o sujeito na doença se reveste, para esse doente, de uma situação afetiva particular, porque ela está ligada a seu passado ou a uma problemática conflitual não resolvida. É em função desses vínculos que ela tem, para ele, 2 um efeito de estresse. (p. 202) 64 Ao nos depararmos com um ser humano, ao interagir com ele, somos afetados e afetamos e nenhuma emoção é eterna ou engessada em nosso corpo. 11 Esta forma de abordagem, possibilita o olhar integrador e promotor de saúde, através da integração de saberes e técnicas, da acupuntura e da relação de aspectos psicológicos que se expressam no corpo e no comportamento social. Inicialmente, cada sujeito centrava-se na dor e não no sofrimento. A dor volta a se transformar em sofrimento,5 através da interação com o outro, e da percepção de que a dor finda por isolar o indivíduo. A pesquisa realizada nos mostra que urge a necessidade de se repensar a forma e as medidas que possibilitariam a promoção da saúde para sujeitos em estado de dor e sofrimento, colocando a acupuntura como uma possibilidade real de melhora da sensação de bem-estar. Para além da análise qualitativa realizada nesta pesquisa, os dados quantitativos relacionados à escala de dor de Borg, também colhidos, evidenciam a melhora do quadro de dor e sensação de bem-estar. Matos18 nos possibilita evidenciar a correlação entre o princípio do SUS, a integralidade e a perspectiva da acupuntura frente ao sujeito, onde os projetos terapêuticos, fundamentados na integralidade e construídos no âmbito da coparticipação, através do diálogo entre paciente e profissional da saúde, guardam como característica chave a capacidade de compreender o contexto destes encontros. A introdução da acupuntura e a abordagem que a autora adota na pesquisa, buscando além da técnica com a colocação das agulhas nos locais adequados, a importância do escutar o sujeito, da interação e do diálogo, possibilitou uma mudança na forma dos pacientes encararem o adoecimento/sofrimento, o corpo, além da redução do quadro álgico. Os encontros/sessões findaram por sustentar processos de co-construção do projeto do cuidado de si, possibilitando além da sensação de bem-estar, a promoção de saúde nos seus processos de vida. Contagem de palavras: 3416 REFERÊNCIAS 1. Alves, RB. Vigilância em saúde do trabalhador e promoção da saúde: aproximações possíveis e desafios. Caderno Saúde Pública, v.19, n.1, p. 319-322, 2003. 65 2. Bécache, A. Doentes Psicossomáticos. In: BERGERET, J. [et al.]. Psicopatologia: teoria e clínica. Porto Alegre: Artmed, 2006. 3. Bellotto, N.; martins, LC e Akerman, M. 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Freire, Christina. O paciente cala e o corpo fala: um enfoque psicossomático. In: Encontro Paranaense, Congresso Brasileiro de Psicoterapias Corporais, XIV, IX, 2009. Anais. Curitiba: Centro Reichiano, 2009. CD-ROM. Disponível em: www.centroreichiano.com.br/artigos. Acesso em: 01/07/2011. 66 16. Iorio, RC; Siqueira, AAF; Yamamura, Y. Acupuntura: motivações de médicos para a procura de especialização. Revista Brasileira Educação Médica, v. 34, n.2, p. 247-254, 2010. 17. Maia, MVM. ; Pinheiro, NNB. Angústia e subjetividade: reflexões sobre os fenômenos psicossomáticos a partir de Freud e Winnicott. Revista Mal-Estar e Subjetividade – Fortaleza, v. 9, n. 1, p. 75-104, 2009. 18. Mattos, Ruben Araujo de. A integralidade na prática (ou sobre a prática da integralidade). Cad. Saúde Pública [online], v. 20, n.5, p. 1411-1416, 2004. 19. Mendes, AM., Morrone, CF. (2002). 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Análise Global a partir das categorias Categorias Sofrimento/ adoecimento Corpo Acupuntura Trabalho Razões da aceitação Mudanças Sub-categorias Dor A1 • Inutilidade Choro Depressão Inutilidade Choro Depressão Melhora da dor Indicariam Inutilidade Choro Limitações/ incapacidade Depressão Já conheciam • Não conheciam Se fariam novamente Melhora do sono Diminuição da dor Ânimo • • • • A2 • A3 • • • • • A4 • A5 • A6 • A7 • • • • A8 • A9 • • • • A10 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 68 1.1 NORMAS DA REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA INSTRUÇÕES AOS AUTORES ISSN 0034-8910 versão impressa ISSN 1518-8787 versão on-line Categorias de artigos Autoria Processo de julgamento dos manuscritos Preparo dos manuscritos Suplementos Conflito de interesses Documentos Taxa de Publicação Categorias de Artigos Artigos Originais Incluem estudos observacionais, estudos experimentais ou quase-experimentais, avaliação de programas, análises de custo-efetividade, análises de decisão e estudos sobre avaliação de desempenho de testes diagnósticos para triagem populacional. Cada artigo deve conter objetivos e hipóteses claras, desenho e métodos utilizados, resultados, discussão e conclusões. Incluem também ensaios teóricos (críticas e formulação de conhecimentos teóricos relevantes) e artigos dedicados à apresentação e discussão de aspectos metodológicos e técnicas utilizadas na pesquisa em saúde pública. Neste caso, o texto deve ser organizado em tópicos para guiar os leitores quanto aos elementos essenciais do argumento desenvolvido. Recomenda-se ao autor que antes de submeter seu artigo utilize o "checklist" correspondente: CONSORT checklist e fluxograma para ensaios controlados e randomizados STARD checklist e fluxograma para estudos de acurácia diagnóstica MOOSE checklist e fluxograma para meta-análise QUOROM checklist e fluxograma para revisões sistemáticas STROBE para estudos observacionais em epidemiologia Informações complementares: Devem ter até 3.500 palavras, excluindo resumos, tabelas, figuras e referências. As tabelas e figuras, limitadas a 5 no conjunto, devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas. As figuras não devem repetir dados já descritos em tabelas. As referências bibliográficas, limitadas a cerca de 25, devem incluir apenas aquelas estritamente pertinentes e relevantes à problemática abordada. Deve-se evitar a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação. Citações de documentos não publicados e não indexados na literatura científica (teses, relatórios e outros) devem ser evitadas. Caso não possam ser 69 substituídas por outras, não farão parte da lista de referências bibliográficas, devendo ser indicadas nos rodapés das páginas onde estão citadas. Os resumos devem ser apresentados no formato estruturado, com até 300 palavras, contendo os itens: Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusões. Excetuam-se os ensaios teóricos e os artigos sobre metodologia e técnicas usadas em pesquisas, cujos resumos são no formato narrativo, que, neste caso, terão limite de 150 palavras. A estrutura dos artigos originais de pesquisa é a convencional: Introdução, Métodos, Resultados e Discussão, embora outros formatos possam ser aceitos. A Introdução deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordadas no artigo. As fontes de dados, a população estudada, amostragem, critérios de seleção, procedimentos analíticos, dentre outros, devem ser descritos de forma compreensiva e completa, mas sem prolixidade. A seção de Resultados deve se limitar a descrever os resultados encontrados sem incluir interpretações/comparações. O texto deve complementar e não repetir o que está descrito em tabelas e figuras. A Discussão deve incluir a apreciação dos autores sobre as limitações do estudo, a comparação dos achados com a literatura, a interpretação dos autores sobre os resultados obtidos e sobre suas principais implicações e a eventual indicação de caminhos para novas pesquisas. Trabalhos de pesquisa qualitativa podem juntar as partes Resultados e Discussão, ou mesmo ter diferenças na nomeação das partes, mas respeitando a lógica da estrutura de artigos científicos. Comunicações Breves - São relatos curtos de achados que apresentam interesse para a saúde pública, mas que não comportam uma análise mais abrangente e uma discussão de maior fôlego. Informações complementares Devem ter até 1.500 palavras (excluindo resumos tabelas, figuras e referências) uma tabela ou figura e até 5 referências. Sua apresentação deve acompanhar as mesmas normas exigidas para artigos originais, exceto quanto ao resumo, que não deve ser estruturado e deve ter até 100 palavras. ARTIGOS DE REVISÃO Revisão sistemática e meta-análise - Por meio da síntese de resultados de estudos originais, quantitativos ou qualitativos, objetiva responder à pergunta específica e de relevância para a saúde pública. Descreve com pormenores o processo de busca dos estudos originais, os critérios utilizados para seleção daqueles que foram incluídos na revisão e os procedimentos empregados na síntese dos resultados obtidos pelos estudos revisados (que poderão ou não ser procedimentos de meta-análise). Revisão narrativa/crítica - A revisão narrativa ou revisão crítica apresenta caráter descritivodiscursivo, dedicando-se à apresentação compreensiva e à discussão de temas de interesse científico no campo da Saúde Pública. Deve apresentar formulação clara de um objeto científico de interesse, argumentação lógica, crítica teórico-metodológica dos trabalhos consultados e síntese conclusiva. Deve ser elaborada por pesquisadores com experiência no campo em questão ou por especialistas de reconhecido saber. Informações complementares: Sua extensão é de até 4.000 palavras. 70 O formato dos resumos, a critério dos autores, será narrativo, com até 150 palavras. Ou estruturado, com até 300 palavras. Não há limite de referências. COMENTÁRIOS Visam a estimular a discussão, introduzir o debate e "oxigenar" controvérsias sobre aspectos relevantes da saúde pública. O texto deve ser organizado em tópicos ou subitens destacando na Introdução o assunto e sua importância. As referências citadas devem dar sustentação aos principais aspectos abordados no artigo. Informações complementares: Sua extensão é de até 2.000 palavras, excluindo resumos, tabelas, figuras e referências O formato do resumo é o narrativo, com até 150 palavras. As referências bibliográficas estão limitadas a cerca de 25 Publicam-se também Cartas Ao Editor com até 600 palavras e 5 referências. Autoria O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma das pessoas listadas como autores, no que se refere sobretudo à concepção do projeto de pesquisa, análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica. A contribuição de cada um dos autores deve ser explicitada em declaração para esta finalidade (ver modelo). Não se justifica a inclusão de nome de autores cuja contribuição não se enquadre nos critérios acima. A indicação dos nomes dos autores logo abaixo do título do artigo é limitada a 12; acima deste número, os autores são listados no rodapé da página. Os manuscritos publicados são de propriedade da Revista, vedada tanto a reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos impressos. Resumos ou resenhas de artigos publicados poderão ser divulgados em outros periódicos com a indicação de links para o texto completo, sob consulta à Editoria da RSP. A tradução para outro idioma, em periódicos estrangeiros, em ambos os formatos, impresso ou eletrônico, somente poderá ser publicada com autorização do Editor Científico e desde que sejam fornecidos os respectivos créditos. Processo de julgamento dos manuscritos Os manuscritos submetidos que atenderem às "instruções aos autores" e que se coadunem com a sua política editorial são encaminhados para avaliação. 71 Para ser publicado, o manuscrito deve ser aprovado nas três seguintes fases: Pré-análise: a avaliação é feita pelos Editores Científicos com base na originalidade, pertinência, qualidade acadêmica e relevância do manuscrito para a saúde pública. Avaliação por pares externos: os manuscritos selecionados na pré-análise são submetidos à avaliação de especialistas na temática abordada. Os pareceres são analisados pelos editores, que propõem ao Editor Científico a aprovação ou não do manuscrito. Redação/Estilo: A leitura técnica dos textos e a padronização ao estilo da Revista finalizam o processo de avaliação. O anonimato é garantido durante todo o processo de julgamento. Manuscritos recusados, mas com a possibilidade de reformulação, poderão retornar como novo trabalho, iniciando outro processo de julgamento. Preparo dos manuscritos Devem ser digitados em extensão .doc, .txt ou .rtf, com letras arial, corpo 12, página em tamanho A-4, incluindo resumos, agradecimentos, referências e tabelas. Todas as páginas devem ser numeradas. Deve-se evitar no texto o uso indiscriminado de siglas, excetuando as já conhecidas. Os critérios éticos da pesquisa devem ser respeitados. Para tanto os autores devem explicitar em Métodos que a pesquisa foi conduzida dentro dos padrões exigidos pela Declaração de Helsinque e aprovada pela comissão de ética da instituição onde a pesquisa foi realizada. Idioma Aceitam-se manuscritos nos idiomas português, espanhol e inglês. Para aqueles submetidos em português oferece-se a opção de tradução do texto completo para o inglês e a publicação adicional da versão em inglês em meio eletrônico. Independentemente do idioma empregado, todos manuscritos devem apresentar dois resumos, sendo um em português e outro em inglês. Quando o manuscrito for escrito em espanhol, deve ser acrescentado um terceiro resumo nesse idioma. Dados de identificação a) Título do artigo - deve ser conciso e completo, limitando-se a 93 caracteres, incluindo espaços. Deve ser apresentada a versão do título em inglês. b) Título resumido - com até 45 caracteres, para fins de legenda nas páginas impressas. 72 c) Nome e sobrenome de cada autor, seguindo formato pelo qual é indexado. d) Instituição a que cada autor está afiliado, acompanhado do respectivo endereço (uma instituição por autor). e) Nome e endereço do autor responsável para troca de correspondência. f) Se foi subvencionado, indicar o tipo de auxílio, o nome da agência financiadora e o respectivo número do processo. g) Se foi baseado em tese, indicar o nome do autor, título, ano e instituição onde foi apresentada. h) Se foi apresentado em reunião científica, indicar o nome do evento, local e data da realização. Descritores - Devem ser indicados entre 3 e 10, extraídos do vocabulário "Descritores em Ciências da Saúde" (DeCS), quando acompanharem os resumos em português, e do Medical Subject Headings (MeSH), para os resumos em inglês. Se não forem encontrados descritores disponíveis para cobrirem a temática do manuscrito, poderão ser indicados termos ou expressões de uso conhecido. Agradecimentos - Devem ser mencionados nomes de pessoas que prestaram colaboração intelectual ao trabalho, desde que não preencham os requisitos para participar da autoria. Deve haver permissão expressa dos nomeados (ver documento Responsabilidade pelos Agradecimentos). Também podem constar desta parte agradecimentos a instituições quanto ao apoio financeiro ou logístico. Referências - As referências devem ser ordenadas alfabeticamente, numeradas e normalizadas de acordo com o estilo Vancouver. Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada, de acordo com o Index Medicus, e grafados no formato itálico. No caso de publicações com até 6 autores, citam-se todos; acima de 6, citam-se os seis primeiros, seguidos da expressão latina "et al". Exemplos: Fernandes LS, Peres MA. Associação entre atenção básica em saúde bucal e indicadores socioeconômicos municipais. Rev Saude Publica. 2005;39(6):930-6. Forattini OP. Conceitos básicos de epidemiologia molecular. São Paulo: Edusp; 2005. Karlsen S, Nazroo JY. Measuring and analyzing "race", racism, and racial discrimination. In: Oakes JM, Kaufman JS, editores. Methods in social epidemiology. San Francisco: Jossey-Bass; 2006. p. 86-111. Yevich R, Logan J. An assessment of biofuel use and burning of agricultural waste in the developing world. Global Biogeochem Cycles. 2003;17(4):1095, DOI:10.1029/2002GB001952. 42p. Zinn-Souza LC, Nagai R, Teixeira LR, Latorre MRDO, Roberts R, Cooper SP, et al . Fatores associados a sintomas depressivos em estudantes do ensino médio de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica. 2009; 42(1):34-40. 73 Para outros exemplos recomendamos consultar o documento "Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing for Medical Publication" (http://www.icmje.org). Comunicação pessoal, não é considerada referência bibliográfica. Quando essencial, pode ser citada no texto, explicitando em rodapé os dados necessários. Devem ser evitadas citações de documentos não indexados na literatura científica mundial e de difícil acesso aos leitores, em geral de divulgação circunscrita a uma instituição ou a um evento; quando relevantes, devem figurar no rodapé das páginas que as citam. Da mesma forma, informações citadas no texto, extraídas de documentos eletrônicos, não mantidas permanentemente em sites, não devem fazer parte da lista de referências, mas podem ser citadas no rodapé das páginas que as citam. Citação no texto: Deve ser indicado em expoente o número correspondente à referência listada. Deve ser colocado após a pontuação, nos casos em que se aplique. Não devem ser utilizados parênteses, colchetes e similares. O número da citação pode ser acompanhado ou não do(s) nome(s) do(s) autor(es) e ano de publicação. Se forem citados dois autores, ambos são ligados pela conjunção "e"; se forem mais de dois, cita-se o primeiro autor seguido da expressão "et al". Exemplos: Segundo Lima et al9 (2006), a prevalência se transtornos mentais em estudantes de medicina é maior do que na população em geral. Parece evidente o fracasso do movimento de saúde comunitária, artificial e distanciado do sistema de saúde predominante.12,15 A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do manuscrito. Tabelas - Devem ser apresentadas separadas do texto, numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto. A cada uma deve-se atribuir um título breve, não se utilizando traços internos horizontais ou verticais. As notas explicativas devem ser colocadas no rodapé das tabelas e não no cabeçalho ou título. Se houver tabela extraída de outro trabalho, previamente publicado, os autores devem solicitar autorização da revista que a publicou , por escrito, parasua reprodução. Esta autorização deve acompanhar o manuscrito submetido à publicação Quadros são identificados como Tabelas, seguindo uma única numeração em todo o texto. Figuras - As ilustrações (fotografias, desenhos, gráficos, etc.), devem ser citadas como figuras. Devem ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto; devem ser identificadas fora do texto, por número e título abreviado do trabalho; as legendas devem ser apresentadas ao final da figura; as ilustrações devem ser suficientemente claras para permitir sua reprodução, com resolução mínima de 300 dpi.. Não se permite que figuras representem os mesmos dados de Tabela. Não se aceitam gráficos apresentados com as linhas de grade, e os elementos (barras, círculos) não podem apresentar volume (3-D). Figuras coloridas são publicadas excepcionalmente.. Nas legendas das figuras, os símbolos, flechas, números, letras e outros sinais devem ser identificados e seu significado esclarecido. Se houver figura extraída de outro trabalho, previamente publicado, os autores devem solicitar autorização, por escrito, para sua reprodução. Estas autorizações devem acompanhar os manuscritos submetidos à publicação. 74 Submissão online A entrada no sistema é feita pela página inicial do site da RSP (www.fsp.usp.br/rsp), no menu do lado esquerdo, selecionando-se a opção "submissão de artigo". Para submeter o manuscrito, o autor responsável pela comunicação com a Revista deverá cadastrar-se. Após efetuar o cadastro, o autor deve selecionar a opção "submissão de artigos" e preencher os campos com os dados do manuscrito. O processo de avaliação pode ser acompanhado pelo status do manuscrito na opção "consulta/ alteração dos artigos submetidos". Ao todo são oito situações possíveis: Aguardando documentação: Caso seja detectada qualquer falha ou pendência, inclusive se os documentos foram anexados e assinados, a secretaria entra em contato com o autor. Enquanto o manuscrito não estiver de acordo com as Instruções da RSP, o processo de avaliação não será iniciado. Em avaliação na pré-análise: A partir deste status, o autor não pode mais alterar o manuscrito submetido. Nesta fase, o editor pode recusar o manuscrito ou encaminhá-lo para a avaliação de relatores externos. Em avaliação com relatores: O manuscrito está em processo de avaliação pelos relatores externos, que emitem os pareceres e os enviam ao editor. Em avaliação com Editoria: O editor analisa os pareceres e encaminha o resultado da avaliação ao autor. Manuscrito com o autor: O autor recebe a comunicação da RSP para reformular o manuscrito e encaminhar uma nova versão. Reformulação: O editor faz a apreciação da nova versão, podendo solicitar novos esclarecimentos ao autor. Aprovado Reprovado Além de acompanhar o processo de avaliação na página de "consulta/ alteração dos artigos submetidos", o autor tem acesso às seguintes funções: "Ver": Acessar o manuscrito submetido, mas sem alterá-lo. "Alterar": Corrigir alguma informação que se esqueceu ou que a secretaria da Revista solicitou. Esta opção funcionará somente enquanto o status do manuscrito estiver em "aguardando documentação". "Avaliações/comentários": Acessar a decisão da Revista sobre o manuscrito. "Reformulação": Enviar o manuscrito corrigido com um documento explicando cada correção efetuada e solicitado na opção anterior. Verificação dos itens exigidos na submissão: 1. Nomes e instituição de afiliação dos autores, incluindo e-mail e telefone. 2. Título do manuscrito, em português e inglês, com até 93 caracteres, incluindo os espaços entre as palavras. 3. Título resumido com 45 caracteres, para fins de legenda em todas as páginas impressas. 4. Texto apresentado em letras arial, corpo 12, em formato Word ou similar (doc,txt,rtf). 75 5. Nomes da agência financiadora e números dos processos. 6. No caso de artigo baseado em tese/dissertação, indicar o nome da instituição e o ano de defesa. 7. Resumos estruturados para trabalhos originais de pesquisa, português e inglês, e em espanhol, no caso de manuscritos nesse idioma. 8. Resumos narrativos originais para manuscritos que não são de pesquisa nos idiomas português e inglês, ou em espanhol nos casos em que se aplique. 9. Declaração, com assinatura de cada autor, sobre a "responsabilidade de autoria" 10. Declaração assinada pelo primeiro autor do manuscrito sobre o consentimento das pessoas nomeadas em Agradecimentos. 11. Documento atestando a aprovação da pesquisa por comissão de ética, nos casos em que se aplica. Tabelas numeradas seqüencialmente, com título e notas, e no máximo com 12 colunas. 12. Figura no formato: pdf, ou tif, ou jpeg ou bmp, com resolução mínima 300 dpi; em se tratando de gráficos, devem estar em tons de cinza, sem linhas de grade e sem volume. 13. Tabelas e figuras não devem exceder a cinco, no conjunto. 14. Permissão de editores para reprodução de figuras ou tabelas já publicadas. 15. Referências normalizadas segundo estilo Vancouver, ordenadas alfabeticamente pelo primeiro autor e numeradas, e se todas estão citadas no texto. Suplementos Temas relevantes em saúde pública podem ser temas de suplementos. A Revista publica até dois suplementos por volume/ano, sob demanda. Os suplementos são coordenados por, no mínimo, três editores. Um é obrigatoriamente da RSP, escolhido pelo Editor Científico. Dois outros editores-convidados podem ser sugeridos pelo proponente do suplemento. Todos os artigos submetidos para publicação no suplemento serão avaliados por revisores externos, indicados pelos editores do suplemento. A decisão final sobre a publicação de cada artigo será tomada pelo Editor do suplemento que representar a RSP. O suplemento poderá ser composto por artigos originais (incluindo ensaios teóricos), artigos de revisão, comunicações breves ou artigos no formato de comentários. Os autores devem apresentar seus trabalhos de acordo com as instruções aos autores disponíveis 76 no site da RSP. Para serem indexados, tanto os autores dos artigos do suplemento, quanto seus editores devem esclarecer os possíveis conflitos de interesses envolvidos em sua publicação. As informações sobre conflitos de interesses que envolvem autores, editores e órgãos financiadores deverão constar em cada artigo e na contra-capa da Revista. Conflito de interesses A confiabilidade pública no processo de revisão por pares e a credibilidade de artigos publicados dependem em parte de como os conflitos de interesses são administrados durante a redação, revisão por pares e tomada de decisões pelos editores. Conflitos de interesses podem surgir quando autores, revisores ou editores possuem interesses que, aparentes ou não, podem influenciar a elaboração ou avaliação de manuscritos. O conflito de interesses pode ser de natureza pessoal, comercial, política, acadêmica ou financeira. Quando os autores submetem um manuscrito, eles são responsáveis por reconhecer e revelar conflitos financeiros ou de outra natureza que possam ter influenciado seu trabalho. Os autores devem reconhecer no manuscrito todo o apoio financeiro para o trabalho e outras conexões financeiras ou pessoais com relação à pesquisa. O relator deve revelar aos editores quaisquer conflitos de interesse que poderiam influir em sua opinião sobre o manuscrito, e, quando couber, deve declarar-se não qualificado para revisá-lo. Se os autores não tiverem certos do que pode constituir um potencial conflito de interesses, devem contatar a secretaria editorial da Revista. Documentos Cada autor deve ler, assinar e anexar os documentos: Declaração de Responsabilidade e Transferência de Direitos Autorais (enviar este somente após a aprovação). Apenas a Declaração de responsabilidade pelos Agradecimentos deve ser assinada somente pelo primeiro autor (correspondente). Documentos que devem ser anexados ao manuscrito no momento da submissão: 1. 2. Agradecimentos Declaração de responsabilidade Documento que deve ser enviado à Secretaria da RSP somente na ocasião da aprovação do manuscrito para publicação: 77 3. Transferência de direitos autorais 1. Declaração de Responsabilidade Segundo o critério de autoria do International Committee of Medical Journal Editors, autores devem contemplar todas as seguintes condições: (1) Contribuí substancialmente para a concepção e planejamento, ou análise e interpretação dos dados; (2) Contribuí significativamente na elaboração do rascunho ou na revisão crítica do conteúdo; e (3) Participei da aprovação da versão final do manuscrito. No caso de grupo grande ou multicêntrico ter desenvolvido o trabalho, o grupo deve identificar os indivíduos que aceitam a responsabilidade direta pelo manuscrito. Esses indivíduos devem contemplar totalmente os critérios para autoria definidos acima e os editores solicitarão a eles as declarações exigidas na submissão de manuscritos. O autor correspondente deve indicar claramente a forma de citação preferida para o nome do grupo e identificar seus membros. Normalmente serão listados em rodapé na folha de rosto do artigo. Aquisição de financiamento, coleta de dados, ou supervisão geral de grupos de pesquisa, somente, não justificam autoria. Todas as pessoas responsabilidade. relacionadas como autores devem assinar declaração de MODELO Eu, (nome por extenso), certifico que participei da autoria do manuscrito intitulado (título) nos seguintes termos: "Certifico que participei suficientemente do trabalho para tornar pública minha responsabilidade pelo seu conteúdo." "Certifico que o manuscrito representa um trabalho original e que nem este manuscrito, em parte ou na íntegra, nem outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, de minha autoria, foi publicado ou está sendo considerado para publicação em outra revista, quer seja no formato impresso ou no eletrônico." "Atesto que, se solicitado, fornecerei ou cooperarei totalmente na obtenção e fornecimento de dados sobre os quais o manuscrito está baseado, para exame dos editores." Contribuição: _______________________________________________________________ _________________________ ___________________ Local, data Assinatura 78 Documentos 2. Declaração de Responsabilidade pelos Agradecimentos Os autores devem obter permissão por escrito de todos os indivíduos mencionados nos Agradecimentos, uma vez que o leitor pode inferir seu endosso em dados e conclusões. O autor responsável pela correspondência deve assinar uma declaração conforme modelo abaixo. MODELO Eu, (nome por extenso), autor responsável pelo manuscrito intitulado (título): Certifico que todas as pessoas que tenham contribuído substancialmente à realização deste manuscrito mas não preenchiam os critérios de autoria, estão nomeados com suas contribuições específicas em Agradecimentos no manuscrito. Certifico que todas as pessoas mencionadas nos Agradecimentos me forneceram permissão por escrito para tal. Certifico que, se não incluí uma sessão de Agradecimentos, nenhuma pessoa fez qualquer contribuição substancial a este manuscrito. _________________________ Local, Data ___________________ Asssinatura 3. Transferência de Direitos Autorais Enviar o documento assinado por todos os autores na ocasião da aprovação do manuscrito. A RSP não autoriza republicação de seus artigos, exceto em casos especiais. Resumos podem ser republicados em outros veículos impressos, desde que os créditos sejam devidamente explicitados, constando a referência ao artigo original. Todos as solicitações acima, assim como pedidos de inclusão de links para artigos da RSP na SciELO em sites, devem ser encaminhados à Editoria Científica da Revista de Saúde Pública. MODELO "Declaro que em caso de aceitação do artigo por parte da Revista de Saúde Pública concordo que os direitos autorais a ele referentes se tornarão propriedade exclusiva da Faculdade de Saúde Pública, vedado qualquer produção, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e, se obtida, farei constar o competente agradecimento à Faculdade de Saúde Pública e os créditos correspondentes." 79 Autores: ______________________________________________________________ Título: ______________________________________________________________ _________________________ Local, Data _________________________ Local, Data ___________________ Asssinatura ___________________ Asssinatura Taxa de Publicação A partir de Janeiro de 2012, a RSP instituirá uma taxa por artigo publicado. Esta taxa será paga por todos os autores que tiverem seus manuscritos aprovados para publicação, excetuadas situações excepcionais devidamente justificadas. Manuscritos submetidos antes de Janeiro de 2012 estarão isentos do pagamento da taxa. A taxa de publicação será utilizada para complementar os recursos públicos que a Revista obtém da Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo e de órgãos de apoio à pesquisa do Estado de São Paulo e do Brasil. Esta complementação é essencial para assegurar a qualidade, impacto e agilidade do periódico, em particular para manter várias melhorias introduzidas na RSP nos últimos anos, em particular seu novo sistema eletrônico de submissão e avaliação de manuscritos, a revisão da redação científica por especialistas com pós-graduação em Saúde Pública e a tradução para o Inglês de todos os manuscritos não submetidos originalmente naquele idioma. Este último procedimento permite a leitura no idioma Inglês de todos os artigos publicados pela RSP sem prejuízo da leitura em Português dos artigos originalmente submetidos neste idioma, os quais representam a maioria das contribuições divulgadas pela Revista. A taxa será de R$ 1.500,00 (US$ 850.00) para artigos Originais, Comentários e Revisões e de R$ 1.000,00 (US$ 570.00) para Comunicações Breves. Assim que o manuscrito for aprovado, o autor receberá instruções de como proceder para o pagamento da taxa, bem como para, quando couber, solicitar isenção da cobrança. A RSP fornecerá aos autores os documentos necessários para comprovar o pagamento da taxa perante suas instituições de origem, programas de pós-graduação ou órgãos de fomento à 80 pesquisa. Na submissão do manuscrito, após completar o cadastro, o autor deve ler e concordar com os termos de originalidade, relevância e qualidade, bem como sobre a cobrança da taxa. Ao indicar sua ciência desses itens, o manuscrito será registrado no sistema para avaliação. Após a avaliação por relatores externos e aprovação pela Editoria, o autor receberá as instruções para realizar o pagamento da taxa. Esta deverá ser depositada no Banco Santander, Agência 0201, Conta 43001186-4, no nome do Centro de Apoio à Faculdade de Saúde Pública da USP. Após efetuar o depósito, o comprovante deverá ser enviado por email ([email protected]) ou fax (+55-11-3068-0539), informando o número do manuscrito aprovado e, caso necessite, o recibo a ser emitido pelo CEAP. 81 2 ARTIGO 2 A acupuntura e promoção de saúde: uma análise a partir da espectroscopia no infravermelho e da escala da dor* The acupuncture and health promotion: an analysis from infrared spectroscopy and range of pain* * Elaborado conforme as normas da Revista de Saúde Pública Área: Interdisciplinar QUALIS-CAPES: A2 82 A acupuntura e promoção de saúde: uma análise a partir da espectroscopia no infravermelho e da escala da dor* The acupuncture and health promotion: an analysis from infrared spectroscopy and range of pain Título resumido: Análise da acupuntura a partir da espectroscopia no infravermelho Analysis of the acupuncture from infrared spectroscopy Andréa Cristina Costa1 Miria Suzana Burgos1,3 Hildegard Hedwig Pohl1,3 Valeriano Antonio Corbellini1,2 Edna Linhares Garcia1,4 1 Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde – UNISC 2 Departamento de Química e Física – UNISC 3 Departamento de Educação Física e Saúde – UNISC 4 Departamento de Psicologia – UNISC Autor para correspondência: Andréa Cristina Costa Avenida Independência, 2293 – Bloco 42, sala 4206 Bairro Universitário – 96815-900 – Santa Cruz do Sul/RS e-mail: [email protected] [email protected] 83 RESUMO Objetivo: Verificar possíveis adaptações metabólicas em trabalhadoras submetidas à acupuntura usando espectroscopia no infravermelho (FT-IR) em associação com a escala de dor. Método: Foi realizada coleta de sangue periférico da polpa digital antes e após a 2ª, 5ª, 10ª sessão de acupuntura de cada paciente para análise metabólica global via impressão digital, pela técnica de espectroscopia no infravermelho (FTIR). Os estudos de análise multivariada foram conduzidos usando o programa computacional PIROUETTE® 4.0 da INFOMETRIX. Resultados: Ao confrontarmos as amostras de sangue coletadas antes e após os atendimentos de acupuntura, e a escala de dor referida pelos mesmos, percebe-se que os espectros e a intensidade da dor referida pelas pacientes apresentam boa correlação acima de 0,8, em quatro pacientes, o que demonstra correlação entre o discurso das pacientes e os dados espectrais. Conclusão: A partir das adaptações metabólicas entre os indicadores bioquímicos e a acupuntura, evidenciados na pesquisa, sugere-se que se realizem novos estudos para verificar a reprodutibilidade dos dados encontrados na presente pesquisa, com uma população maior. Contagem de palavras: 168 ABSTRACT Objective: To verify possible metabolic adaptations in women undergoing acupuncture using infrared spectroscopy (FT-IR) associated with pain scale. Method: peripheral blood collection of digital pulp before and after the 2nd, 5rd, 10TH session of acupuncture for each patient for metabolic analysis global track digital printing, by the technique of infrared spectroscopy (FTIR). The studies of multivariate analysis were conducted using the computer program PIROUETTE® 4.0 of INFOMETRIX. Results: confronting the collected blood samples before and after the sessions of acupuncture, and the scale of pain reported by the same, it is seen that the spectra and the intensity of pain reported by patients show good correlation above 0.8 , in 84 four patients, which shows a correlation between the speech of patients and the spectral data. Conclusion: from the metabolic adaptations between the biochemical indicators and acupuncture, as evidenced in the research, it is suggested that further studies to verify the reproducibility of the data found in this research, with a larger population. Word count: 163 words Descritores: espectroscopia no infravermelho, acupuntura, escala da dor de Borg. Descriptores: infrared spectroscopy, acupuncture, the pain scale of Borg. Descriptores: espectroscopía infrarrojo, la acupuntura, la escala de dolor de Borg INTRODUÇÃO A acupuntura tem sido recomendada pela Organização Mundial da Saúde (WHO), como complementação à medicina ocidental moderna, 20 além de trazer um olhar alternativo na clínica ampliada e na promoção da saúde, preconizados na I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde em 1986, em Otawa. Este foco encontra-se no presente estudo, que trata da acupuntura no tratamento da saúde do trabalhador, com enfoque bioquímico, quando alia este método à análise de espectroscopia, a partir do infravermelho e da escala da dor. De acordo com Sierpina e Frenkel (2005)13, a ação da acupuntura ocorre através da hiperestimulação das agulhas que ocasiona uma modulação neuroquímica dos impulsos dolorosos na medula espinhal e no encéfalo, ou então, promove uma desobstrução dos canais de energia (meridianos), tornando-os condutores de energia entre o cosmos (Yang) e a terra (Ying), segundo a teoria clássica chinesa. Baseado nos fundamentos teóricos, a Medicina Tradicional Chinesa 19 entende que o ser humano não deve ser tomado como partes dissociadas, onde as patologias (doenças) passam a ser compreendidas como órgãos doentes isolados; pelo contrário, considera o homem na sua integralidade, em busca do equilíbrio, com 85 corpo e mente caminhando juntos harmonicamente, objetivando a manutenção da saúde. Dentro das ciências biológicas, as aplicações de FT-IR são numerosas, diversificadas, e reconhecidas nas últimas décadas, quando combinadas com adequadas estratégias de análise multivariada. É uma ferramenta de impressão digital metabólica de rápida detecção e diagnóstico de doença ou disfunção. 3 Além de ser uma ferramenta extremamente útil no monitoramento do plasma, pela capacidade de determinar 26 concentrações plasmáticas de um único espectro com uma pequena quantidade de sangue, o equivalente a uma alíquota extraída da polpa digital, apresenta uma visão global do organismo humano.2 A espectroscopia no infravermelho é uma técnica usada para análise de componentes orgânicos, gerados através das medidas químicas.15 A região denominada por infravermelho corresponde à região do espectro situada na faixa de onda de 14290 a 200 cm-¹ e está situada entre regiões do visível e das microondas. 12,1 A caracterização de uma substância submetida à espectroscopia no infravermelho se faz através da formação de bandas, não pela característica estrutural da molécula como um todo, mas sim, por suas porções, seus grupamentos, e esta correlação fornece a conformidade da substância.14 Atualmente, a espectroscopia no infravermelho utilizada baseia-se em um aparelho denominado espectrofotômetro no infravermelho com transformada em Fourier (FTIR), podendo ser por reflexão difusa no infravermelho médio com transformada de Fourier (DRIFTS). Essa radiação fornece informações qualitativas e quantitativas sobre a natureza química da amostra.4 Caracteriza-se pela sensibilidade e reprodutibilidade, permite a determinação do conteúdo do sangue, contemplando marcadores biológicos. Não só diferencia as células e tecidos com base em suas propriedades espectrais, mas tem potencial para servir como uma ferramenta de diagnóstico.18,15 É necessário avaliar a preparação da amostra bem como a manipulação de espectros e tratamentos matemáticos.2 Os métodos multivariados são os mais adequados, porque permitem um estudo com várias espécies ao mesmo tempo, mesmo com a existência ou ausência de diferenças espectrais marcantes.6 Sendo utilizada para determinar os metabólitos essenciais para determinada doença, fortalece a utilização na medicina preventiva.7 86 A análise de componentes principais (PCA) é uma técnica de redução de dados que, se condensam os dados originais com um grande número de variáveis iniciais a um conjunto de dados com apenas algumas variáveis refletindo as informações mais relevantes de análise.15 A análise hierárquica de agrupamentos (HCA) é uma ferramenta excelente para análise preliminar dos dados, sendo útil para determinar a semelhança entre objetos e identificar amostras anômalas5 e baseia-se no cálculo da distância no espaço das variáveis.10,8 O trabalho de Wu e colaboradores21, com ressonância magnética e a acupuntura, motivou a introdução da espectroscopia na pesquisa, onde neste trabalho houve resultado positivo ao analisar os efeitos percebidos pela acupuntura. E, sobretudo, pela abordagem holística22,16 da medicina tradicional chinesa que busca harmonizar o corpo e o psíquico. Tal perspectiva vem ao encontro desta técnica analítica, que adota um “top-down”, ou seja, estratégia para refletir a função dos organismos de sistema terminal da rede metabólica e compreender as alterações metabólicas de um sistema completo, causados por intervenções em contexto holístico. Assim o objetivo desse estudo foi verificar possíveis adaptações metabólicas entre indicadores bioquímicos e procedimentos de acupuntura, usando espectroscopia no infravermelho, com escala de dor em trabalhadoras submetidas à acupuntura. MÉTODO Os dados foram coletados em 10 pacientes do sexo feminino, com desordens musculoesqueléticas, em 10 sessões de acupuntura que cada paciente se submeteu, duas vezes por semana, através de entrevista semi-estruturada e escala de dor de Borg, na 2ª, 5ª e 10ª sessões, antes e após a aplicação da acupuntura. A escala é utilizada quando objetiva-se acompanhar alterações da intensidade da dor num mesmo indivíduo ou as respostas de uma mesma pessoa pré e pós-tratamento.11 Para essa investigação, utilizou-se como critérios de inclusão o aceite do sujeito, a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, ter idade igual ou superior a 18 anos, e apresentar vínculo com a UMREST - Unidade Municipal de Referência em Saúde do Trabalhador, que trata da saúde do trabalhador. Como 87 critério de exclusão, o fato de terem se submetido a tratamento por acupuntura nos últimos 12 meses, para que todos os sujeitos da pesquisa estivessem no mesmo estágio, e desta forma, avaliar os efeitos, a partir deste contato iniciado nesta pesquisa. Ressalta-se que não se considerou a idade e diagnóstico do paciente, pois o objetivo era analisar a produção de sentidos a partir do contato destes com a acupuntura na experiência da dor. Para verificar as mudanças metabólicas ocorridas na análise sanguínea utilizou-se a Análise por Agrupamento Hierárquico das triplicatas das 6 coletas de cada paciente, com transformação das variáveis, correção de razão sinal ruído (SNV) e normalização, pré-processamento das variáveis centrado na média, com distância euclidiana e método de ligação flexível. A coleta de sangue periférico foi realizada na polpa digital, antes e após a 2ª, 5ª, 10ª sessão de acupuntura de cada paciente, para análise metabólica global via impressão digital metabólica (fingerprint), pela técnica de espectroscopia no infravermelho (FTIR). Pacientes foram submetidos a duas coletas (antes e após uma sessão de acupuntura) de 5 µL (em triplicata) de sangue periférico. As amostras de sangue periférico de 5 mL foram depositadas em tubos eppendorfs com 100 mg de brometo de potássio (grau espectroscópico) e liofilizados. Os espectros de amostras de sangue liofilizado foram coletados, por espectroscopia de reflectância difusa no infravermelho, com Transformada de Fourier (DRIFTS), com 32 pulsos de varredura na faixa 4000-600 cm-1, 4 cm-1 de resolução, armazenados em absorbância normalizada, e analisados por métodos de reconhecimento de padrões (análise por agrupamento hierárquico-HCA). A técnica tem por objetivo encontrar adaptações metabólicas com o procedimento da acupuntura em função do número de sessões e informações espectrais que se associem com as impressões dos sentidos relatados pelos pacientes e a escala de dor de Borg, coletada nas mesmas sessões. Os estudos de análise multivariada foram conduzidos, usando o programa computacional PIROUETTE® 4.0 da INFOMETRIX. Para a análise por Agrupamento Hierárquico (HCA), foi elaborada a matriz das replicatas dos espectros de cada amostra (6 coletas de cada paciente), com transformação das variáveis, correção de razão sinal ruído (SNV), normalização, pré-processamento das variáveis autoescalado usando o algoritmo de Ward (mínima variância entre amostras). 88 Para a análise por Regressão por Mínimos Quadrados Parciais (PLS), foi elaborada uma matriz, utilizando as médias aritméticas dos espectros das replicatas, de cada amostra. RESULTADOS E DISCUSSÃO 1 Dados Clínicos Como forma de caracterizar a amostra de pacientes, criou-se a Tabela 1, como ferramenta para demonstrar aspectos clínicos do grupo de pacientes, que apresentam como características gerais: serem do sexo feminino, idade que varia dos 44 anos até os 60 anos e doenças osteomusculares. 2 Avaliação pela escala de dor Percebe-se ao analisar a Figura 1, que as pacientes apresentaram sempre redução do quadro de dor se comparada antes e após a acupuntura, com exceção de algumas sessões onde o quadro álgico se manteve o mesmo, tanto antes como após a acupuntura. Algumas pacientes apresentaram redução bastante significativa do antes e após a acupuntura, como a paciente 7, na primeira sessão de acupuntura. Esta paciente apresentou uma redução de 10 para 5, respectivamente no início e final da sessão; e na quinta sessão de 10 para 3, respectivamente no início e final da sessão. Os dados relatados e analisados correspondem aos das pacientes que demonstraram melhores correlações entre a análise metabólica e a escala da dor de Borg, referida pelas participantes da pesquisa. É importante salientar que os dados quantitativos necessitam ser correlacionado aos discursos das pacientes e a escala de dor, para trazerem significados. Desta forma, destacamos os resultados dos sujeitos analisados: P2, P4, P5 e P8, que obtiveram correlação acima de 0,8. Paciente 2 89 Em relação a paciente 2, pode-se avaliar pelo dendrograma que o maior impacto do contato com a acupuntura ocorre na primeira coleta de sangue, ou seja, na segunda sessão, pelo agrupamento das amostras em espectros próximos, o que também se evidencia quando se realiza a verificação da escala de dor de Borg, em que a paciente iniciou a sessão com intensidade de dor 3, e ao final referiu intensidade 0. Nas demais coletas, a variação entre a intensidade da dor não foi tão significativa. Na segunda coleta sem variação (intensidade 3) e na última coleta intensidade 3 no início e 2, ao final. Paciente 4 A paciente 4, igualmente à paciente 2, também demonstra que o maior impacto do contato com a acupuntura ocorre na primeira coleta de sangue, que corresponde à segunda sessão de acupuntura. E em relação à escala de dor, percebe-se o que foi apontado na análise metabólica, onde a paciente inicia, com intensidade de dor 2 e finaliza com 0,5; e na segunda medição inicia com 3 e reduz para 2; e na última avaliação, inicia com 1 e reduz para 0,5. Paciente 5 A paciente 5, demonstra impacto tanto na primeira coleta, como na segunda. Com resultados ainda melhores na segunda coleta, em que os espectros das amostras agrupam-se de forma mais evidente no início e no final da sessão. Infelizmente, na terceira coleta a paciente não pode comparecer, devido a uma internação hospitalar na época, que não teve relação com a patologia musculoesquelética e nem com o tratamento por acupuntura. E em relação à escala de dor de Borg, na primeira coleta, a intensidade 3 não se modifica, tanto no início, como no final da sessão, e na segunda coleta de 1 passa para 0,5, ao final da sessão, o que se evidencia os dados no espectro. . Paciente 8 A paciente 8 demonstra uma melhor alinhamento dos dados espectrais na primeira coleta, o que se percebe em relação à escala de dor; sendo que na primeira coleta, a intensidade da dor varia de 5 para 0,5 ao final da sessão; na segunda coleta de 5 para 1, ao final da sessão e na terceira coleta, de 3 para 0,5. 90 O que demonstra que nestas pacientes mencionadas anteriormente, o “sangue indicou a mesma coisa que o discurso das pacientes”, evidenciando a correlação entre a acupuntura, a análise metabólica e a escala de dor referida. 3 Análise por espectroscopia no infravermelho Ao analisar a Figura 2, dos espectros das 10 pacientes, percebe-se que o maior impacto foi o na primeira coleta de sangue, e que algumas pacientes obtiveram uma semelhança maior entre as coletas, ou seja, as triplicatas da primeira coleta se alinharam em grupo, o que caracteriza boa reprodutibilidade. As pacientes em questão, P2, P4, P5 e P8, apresentaram essa mesma característica. 4 Análise por agrupamento hierárquico Ao analisar a Figura 3, percebe-se novamente que as pacientes apresentaram modificações metabólicas quando comparadas antes e após a acupuntura, e que o maior impacto foi sempre na primeira coleta de sangue, ou seja, na segunda sessão de acupuntura. Esta situação excetua-se na paciente 5, que apresentou também a mesma característica na segunda coleta de sangue. E novamente, as mesmas pacientes obtiveram resultados que demonstram que o maior impacto foi na primeira coleta (P2, P4, P5 e P8). Os dados espectrais das pacientes indicam que ao se agruparem as triplicatas da primeira coleta em grupos, caracteriza que as modificações metabólicas foram percebidas com maior intensidade na primeira coleta. O que de maneira nenhuma quer dizer que não houve adaptações metabólicas nas demais coletas. 5 Análises de regressão por mínimos quadrados parciais Como descreve o estudo de Ellis e Goodacre3, um espectro de infravermelho de sangue contém muitas informações importantes e que precisam ser descritas. Entretanto, não há necessidade de utilização de todas as bandas, devendo-se selecionar aquelas em que há maior quantidade de informação química relevante, isto é, com maior número de informações importantes para o estudo. Este princípio, junto com a exclusão de amostras consideradas outliers, foi aplicado aos conjuntos de dados em estudo sendo obtidos os modelos de regressão PLS, para 91 alguns parâmetros bioquímicos da amostra populacional, os quais se encontram descritos na Tabela 2 junto com suas respectivas figuras de mérito. Ao se analisar o coeficiente de correlação e o erro médio padrão, pretendese verificar se os dados espectrais encontrados obtêm boa reprodutibilidade e correlação entre o sangue e a escala de Borg. Onde novamente as mesmas pacientes acabaram por obter uma correlação boa, acima de 0,8. O que demonstra que as mesmas apresentam boa correlação quando se analisa os dados sanguíneos em comparação com o que as mesmas referiram através da escala de dor. Quando se utiliza os dados com a faixa espectral otimizada, com exclusão de outliers, percebe-se uma maior correlação entre os dados sanguíneos e a escala de Borg, onde a correlação se aproxima de 1, o que demonstra que o relato das pacientes em questão, quando aferiam o quadro álgico é bastante fidedigno. O que demonstra que quanto maior a correlação, entre os dados espectrais e a escala de Borg, maior a reprodutibilidade dos dados encontrados. Ressaltamos que uma baixa correlação não destitui o relato da paciente de seu valor significativo. Apenas demonstra que pode ter ocorrido interferências quando a paciente referiu numericamente à intensidade da dor. O que pode ter ocorrido pela dificuldade de aferir a intensidade quantitativamente, pela percepção de corpo que apresentavam no início da pesquisa. Segue abaixo as pacientes que apresentaram melhor correlação entre os dados espectrais e a escala de Borg. Paciente 2: A paciente 2: ao analisar o coeficiente de correlação de validação cruzada (R²) e a escala da dor obteve-se uma correlação de 0,975, e um erro médio padrão de validação cruzada (RMSECV) baixo de 0,280, o que mostra que o discurso da paciente, juntamente com espectro, apresenta informações que podem ser confiáveis e que a paciente em questão seria uma boa candidata para ser analisada em pesquisas futuras (Tabela 2). Paciente 4 A paciente 4 apresenta como coeficiente de correlação de validação cruzada (R²) de 0,974 e um erro médio padrão de validação cruzada (RMSECV) baixo de 0,2, o que também demonstra que a paciente poderia ser utilizada em outras 92 pesquisas futuras pela comprovação da correlação existente entre o discurso das pacientes em relação à escala de dor de Borg e o espectro (Tabela 2). Paciente 5 A paciente 5 obteve um coeficiente de correlação de validação cruzada (R²) de 0,931 e um erro médio padrão de validação cruzada (RMSECV) de 0,427, o que demonstra que, novamente, o discurso da paciente em relação à escala de dor correlaciona-se de forma positiva com os dados espectrais encontrados, o que a possibilita como candidata a novas pesquisas (Tabela 2). Paciente 8 A paciente 8 obteve um coeficiente de correlação de validação cruzada (R²) de 0,886 e um erro médio padrão de validação cruzada (RMSECV) de 0,533, o que também a coloca como uma candidata a pesquisas futuras, pela correlação existente entre os dados espectrais e o discurso da paciente referente à escala de dor de Borg (Tabela 2). Paciente com correlação acima de 0,6, mas com erro alto - Escala da dor X Sangue A paciente 7 apresenta um caso bastante interessante de se analisar, pois apresenta um coeficiente de correlação de validação cruzada (R²) de 0,732, mas um erro médio padrão de validação cruzada (RMSECV) de 2,527, significativamente alto. Este dado poderia ser explicado por algum viés, tal como, uma dificuldade de caracterizar o valor exato da dor, superestimando-a na escala de Borg, o que pode ser sugerido pelos escores relatados na primeira coleta 9 e 5 no final; na segunda coleta, 10 e 3 no final e na terceira coleta, 3 e 0 no final. Esta suposição poderia explicar esse erro médio padrão tão elevado. Pacientes com correlação baixa Algumas pacientes podem ser classificadas como de baixa correlação, sendo elas: paciente 1, com coeficiente de correlação de validação cruzada (R²) de 0,174 e erro médio padrão de validação cruzada (RMSECV) de 0,796; paciente 3, 93 com coeficiente de correlação de validação cruzada (R²) de 0,187 e erro médio padrão de validação cruzada (RMSECV) de 1,065; paciente 6, com coeficiente de correlação de validação cruzada (R²) de 0,298 e de erro médio padrão de validação cruzada de 1,535; paciente 10, com coeficiente de correlação de validação cruzada (R²) de 0,071 e erro médio padrão de validação cruzada (RMSECV) de 1,339. Isto caracteriza esses sujeitos como ruins para correlação e nos convoca a investigar e supor motivos para explicações, tais como: dificuldade de classificar a dor na escala de Borg, dificuldade de perceber o próprio corpo. Este último dado pode ser confirmado pelo discurso das pacientes. P: Como percebe o corpo? Relação corpo e mente? A3: Eu acho que o corpo sente uma coisa e a mente outra. Acho que são separados. A mente pra mim são os meus pensamentos, meus sentimentos. E o corpo é um membro que tá me levando. Que eu me mantenho em pé. Caminho. Graças a Deus. Importante salientar que todos os pacientes apresentaram adaptações sanguíneas ao serem submetidos a sessões de acupuntura, e referiram redução do quadro de dor, mas alguns pacientes obtiveram uma correlação maior entre a análise sanguínea e a escala de dor de Borg. Por se tratar de um estudo novo, em que se compara a técnica da espectroscopia por infravermelho e o tratamento da acupuntura, não se encontram muitos trabalhos científicos a respeito. É importante ressaltar que nos estudos encontrados mostram que a acupuntura é capaz de provocar analgesia. E, Wanq et al. (2011)20, salienta que utilização da metabolômica pode contribuir para expressar o significado científico da medicina baseada em evidências chinesas, pelo olhar global que se faz, tanto pela acupuntura, como na metabolômica. Os resultados encontrados, na presente pesquisa, evidenciam que os resultados obtidos pela utilização da acupuntura foram positivos e que também foram encontrados em um estudo com FMRI, 17 no qual os achados sugerem que a acupuntura pode não só ativar uma rede do cérebro associados com a resposta expectativa e placebo, mas também as regiões cerebrais implicadas no efeito real de analgesia. Outro estudo de Napadow et al9, sugere que a acupuntura modula a atividade no nível do tronco cerebral nos sistemas monoaminérgicos e opioidérgicos. O presente trabalho conseguiu alcançar o objetivo inicial de verificar possíveis adaptações metabólicas entre indicadores bioquímicos e procedimentos 94 de acupuntura, usando espectroscopia no infravermelho com escala de dor em trabalhadoras submetidas à acupuntura. Os resultados demonstraram haver alterações metabólicas, quando realizada comparação, antes e após a acupuntura e que os mesmos apresentam correlação com a escala de dor de Borg, referida pelas pacientes. Desta forma, o presente trabalho serve como um norte, para que novas pesquisas a respeito, com uma população ainda maior, a fim de verificar a reprodutibilidade destes achados. Os dados quantitativos, para terem significado, devem ser correlacionados com o discurso das pacientes, e nesta pesquisa verificou-se que o sangue e a escala de dor “falaram” a mesma coisa. Contagem de palavras: 3283 REFERÊNCIAS 1. Barbosa, Luiz Cláudio de Almeida. Espectroscopia no infravermelho na caracterização de compostos orgânicos. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, p. 189, 2007. 2. Déléris Gérard e Petibois, Cyril. Alterations of Lipid Profile in Endurance OverTrained Subjects. Archives of Medical Research. Elsevier Inc., p. 912-916, 2004. 3. Ellis David I. e Goodacre, Royston. Metabolic fingerprinting in disease diagnosis: biomedical applications of infrared and Raman. The Analyst, 131, p. 875–885, 2006. 4. Ferrão, Marco Flores. Aplicação de Técnicas Espectroscópicas de Reflexão no Infravermelho no Controle de Qualidade de Farinha de Trigo. 2000. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2000. 5. Ferrão, M. F. et al. Espectroscopia no Infravermelho por reflexão total atenuada horizontal (HART) aplicada na identificação de óleos vegetais comerciais. Tecnológica, n. 1, v. 9, p. 59-74,. 2005. 6. Ferreira, Márcia M. C.; Antunes, Alexandre M.; Melgo, Marisa S. e Volpe, Pedro LO. Quimiometria I: calibração multivariada, um tutorial. Quím. Nova., vol.22, n.5, p. 724-731, 1999. 7. Hollywood, K; Brison, DR e Goodacre, R, Metabolomics: Current technologies and future trends Proteomics, n.6, p. 4716–4723, 2006. 8. Muller, Aline Lima Hermes, Determinação simultânea de acido clavulânico e amoxicilina em formulações farmacêuticas utilizando técnicas de reflexão no infravermelho médio e métodos de regressão multivariada. 2009. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Química) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2009. 9. Napadow, V. et al. Time-Variant fMRI Activity in the Brainstem and Higher Structures in Response to Acupuncture. Neuroimage, n. 47, p. 289-301, 2009. 95 10. Rivero, Elisangela Gonçalves. Avaliação de medicamentos industrializados contendo aciclovir através de espectroscopia por reflexão no infravermelho e análise multivariada. 78f, 2009 Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional - Mestrado e Doutorado) – Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2009. 11. Scopel, E.; Alencar, M.; Cruz, R. Medidas de avaliação da dor. Revista Digital (Buenos Aires), n.11, v. 105, 2007. 12. Shaw, Anthony.; Mantsch, Henry. Infrared spectroscopy in clinical and diagnostic analysis. Enciclopedia of Analytical Chemistry. 2006. 13. Sierpina, VS.; Frenkel, MA. Acupuncture: a clinical review. Southern Medical Journal, v. 98, p. 330-337, 2005. 14. Silverstein, Rorbert M.; Webster, Francis X. Identificação espectrométrica de compostos orgânicos. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A.,p.490, 2007. 15. Wang, Liqun e Mizaikoff, Bóris. Application of multivariate data-analysis techniques to biomedical diagnostics based on mid-infrared spectroscopy. Analytical and Bioanalytical Chemistry, V.391, n. 5, p.1641-1654, 2008. 16. Wang, X. et al. Potencial role of metabolomics apporoaches in the area of traditional chinese medicine: As pillars of the bridge between chinese and western medicine. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 5, n. 55, p. 859-868, 2011. 17. Wei, Q et al. FMRI connectivity analysis of acupuncture effects on an amygdala-associated brain network. Mol Pain, v. 4, n. 55, 2008. 18. Wenning, M; Seiler, H; Scherer, S. Fourier-Transform Infrared Microspectroscopy, a novel and rapid tool for identification of yeasts. Applied and Environmental Microbiology, v. 68, n. 10, p. 4717-4721, 2002. 19. Wilhelm, R. I Ching: O livro das Mutações. 11.ed. São Paulo: Pensamento, 1991. 20. World Health Organization (WHO). Tradicional Medicine Strategy, 2002-2005. Geneva: WHO Publications, 2002. 21. Wu, Q. Et al. 1H NMR – based metabonomic atudy on the metabolic changes in the plasma of patients with functional dyspepsia and the effect of acupuncture. J. Pharm Biomed Anal, v. 3, n. 51, p. 698-704, 2010. 22. Zhanq, A. et al. Metabolomics: towards understanding traditional chinese medicine. Planta Med, v.76, n.17, p. 2026-2035, 2010. 96 Tabela 1: Características clínicas do grupo de pacientes femininas submetidas à 10 sessões de acupuntura Paciente 1 Identificação 53 anos, estado civil divorciada, grau de instrução 2º Grau Completo, profissão técnica em enfermagem, moradora de Santa Cruz do Sul. Em tratamento na UMREST desde maio de 2006. Diagnóstico clínico Osteoatrose uncovertebral em C3-C4, C4-C5, C5-C6; discopatia degenerativa, de C3 a C7; discopatia degenerativa de discos intervertebrais de T11-T12, T12L1, L1-L2 e L2-L3; epicondilite lateral; Síndrome do Túnel do Carpo 2 60 anos, casada, faxineira, moradora de Santa Cruz do Sul. Realiza atendimento na Unidade desde março de 2003. discopatia degenerativa C5-C6; espondiloartrose, uncoartrose na cervical. 3 57 anos, estado civil casada, profissão trabalhava em fumageira e atualmente dona de casa, residente em Santa Cruz do Sul. Em tratamento na Unidade desde novembro de 2006. síndrome do túnel do carpo bilateral, tendinite em membros superiores e tenossinivites, bursite nos membros superiores e na coluna discopatia degenerativa e osteófilos. 4 52 anos, casada, monitora de creche, residente em Santa Cruz do Sul. Em tratamento na Unidade desde julho de 2006. bursite incipiente em ombro direito e esquerdo; na coluna cervical retificação da lordose fisiológica cervical; lesão ligamentar, lesão meniscal bilateral e sinovite crônica. 5 59 anos, viúva, residente em Santa Cruz do Sul. Em tratamento na Unidade desde 2005. síndrome do Túnel do Carpo bilateral, epicondilite bilateral e fibromialgia. 6 50 anos, estado civil divorciada, função profissional empregada doméstica, residente em Santa Cruz do Sul. Em tratamento na Unidade desde novembro de 2008. artrose das articulações apófisárias, discopatia difusa na coluna cervical; discopatia degenerativa entre L2-L3 e L3-L4, artrose e escoliose mobar dextroconvexa; artrose das articulações interfalangeanas distais e epicondilite lateral e medial. 7 52 anos, profissão servente, estado civil casada. Em tratamento na Unidade desde 2005. tendinite em membro superior direito. 8 46 anos, divorciada, servente de limpeza em casas de família, residente em Santa Cruz do Sul. Em tratamento na Unidade desde setembro de 2010. tendinopatia aguda em ombro direito. 9 59 anos, estado civil casada, atualmente aposentada, mas era costureira, moradora de Santa Cruz do Sul. Em tratamento na Unidade desde setembro de 2002. discopatia degenerativa em L5-S1 com redução do espaço intervertebral; protusão discal difusa em L4-L5 e polineuropatia periférica (polineurite) de evolução crônica. 97 10 44 anos, profissão costureira, estado civil divorciada, residente em Santa Cruz do Sul. Em tratamento na Unidade desde junho de 2010. síndrome do Túnel do Carpo bilateral e comprometimento radicular em C6 e C7 à direita. 98 10 9 Escala de Dor (Borg) 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Sessão de acupuntura Figura 1: Escala de dor referida para cada paciente (0-10) em função da sessão de acupuntura. início da sessão; = Final da sessão = 99 sessão X Log (1/R) sessão V sessão II p p = 0,05 início fim 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 -1 Número de Onda (cm ) Figura 2: Espectros médios de reflectância difusa no infravermelho com transformada de Fourier de sangue total de 10 pacientes referentes aos estágios final e inicial de três sessões de acupuntura, com respectivos valores de p segundo teste t em função da frequência. 100 Figura 3: Dendrograma (segundo algoritmo de Ward) dos espectros médios de reflectância difusa no infravermelho com transformada de Fourier de sangue total de 10 pacientes (1-10) referentes aos estágios inicial (I) e final (F) de três sessões de acupuntura (1-3), na faixa espectral de 4000-1 2400 e 2200-750 cm . 101 Tabela 2 – Resultados de modelagem de PLS-DRIFTS entre replicatas de espectros FT-IR de amostras de sangue total de pacientes (coletadas na 2ª, na 5ª e na 10ª sessão de acupuntura) e escala de dor. Paciente 1 2* -1 2 Região Espectral (cm ) RMSECV R VRA (%) VL 4000-2400, 2200-750 0,796 0,174 98,83 3 4000-3400, 3200-3000, 2600-2500, 17000,280 0,975 99,72 6 1600, 1400-1300, 1200-900 3* 3900-2400, 2200-750 0,993 0,267 98,93 4 4* 4000-3900, 3800-3700, 3100-2800, 25000,200 0,974 99,75 7 2400, 2200-1700, 1600-1500, 1300-1000 4000-2400 e 2200-750 5* 0,427 0,931 97,36 2 4000-2400 e 2200-750 6 1,535 0,298 99,51 6 7* 4000-2400, 2200-2100, 1700-1500, 13002,527 0,732 98,84 5 750 4000-2400 e 2200-750 8 0,533 0,886 89,35 1 4000-2400, 2200-800 9* 4000-2400 e 2200-750 10 1,339 0,071 80,87 1 2 LEGENDA: RMSECV = erro médio padrão de validação cruzada; R = coeficiente de correlação de validação cruzada; VRA = variância relativa acumulada; VL = variáveis latentes; C = Faixa espectral completa; O = Faixa espectral otimizada. * = com exclusão de outliers. 102 CAPÍTULO IV NOTA À IMPRENSA 103 Pesquisa avalia a acupuntura, como método para a promoção de saúde e analisa a produção de sentidos, escala de dor e análise sanguínea através da espectroscopia no infravermelho. O Programa de Pós-graduação em Promoção da Saúde da UNISC divulga os resultados da pesquisa “Acupuntura na saúde do trabalhador: um estudo sobre a introdução deste método para a promoção da saúde”. A pesquisa é resultado da dissertação de mestrado realizada pela aluna Andréa Cristina Costa. Os pesquisadores analisaram a produção de sentidos a partir do tratamento com a acupuntura, além de verificar em análise metabólica do sangue no infravermelho antes e após a acupuntura e a escala de dor de Borg. Foram realizados dois tipos de estudos: o primeiro analisava a produção de sentidos quando da introdução do método da acupuntura, através do discurso dos participantes da pesquisa; o outro buscou verificar os dados espectrais antes e após a acupuntura e relacionar com a escala de dor. A partir da análise da produção de sentidos, pode-se verificar que as participantes da pesquisa modificaram a forma de verem e sentirem seu adoecimento e sofrimento, e que ao final da pesquisa ocorreu uma redução do quadro de dor. E os dados espectrais em relação a escala da dor, mostraram que o sangue e o discurso das pacientes apresentava uma correlação acima de 0,8 em 4 pacientes. Importante salientar que todas as pacientes apresentaram adaptações metabólicas com a introdução da acupuntura e redução do quadro de dor. Chegou-se à conclusão que, a acupuntura reduziu o quadro de dor destas pacientes da UMREST, além de produzir modificação na forma de perceberem seu sofrimento e adoecimento. As pacientes submetidas a este método puderam produzir outras vias de experiências prazerosas de vida, apesar da doença, e passaram a ocupar um lugar de coconstrução dos processos de cuidado de si. A análise do sangue mostrou que a acupuntura modifica o espectro do sangue. Desta forma, sugere-se a partir dos resultados encontrados na pesquisa, a introdução da acupuntura em centros de saúde para não apenas redução de dor, mas como método de promoção de saúde. 104 ANEXOS 105 ANEXOS DO PROJETO DE PESQUISA ANEXO A ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA IDENTIFICAÇÃO DO PECIENTE: N°: DATA: PESSOAL Nome:________________________________________________ Data Nasc.:__________ Naturalidade:_______________ Estado civil:______________Filhos:_________________ Nível de Escolaridade: ____________________________ Endereço:__________________________________________________________________ Profissão:____________________________________Fone(s):_______________________ PROFISSIONAL Situação Funcional: ( ) Aposentado (a) ( ) Pensionista ( ) Trabalhador ( ) Desempregado ( ) Outros Rendimentos: Atividades Desenvolvidas: Renda Familiar: 1. O que significa a acupuntura para você? O que lhe vem à cabeça com a palavra acupuntura? 2. Como você acredita que a acupuntura pode lhe auxiliar? 3. Fale sobre as razões que levaram você a se submeter ao tratamento por acupuntura. 4. Que diferença você percebe desde o início do tratamento até hoje? 5. Você conhece alguém que já tenha se submetido a um tratamento de acupuntura? Por quê? O que a pessoa referia? 6. Qual o significado do trabalho em sua vida? 7. Como você percebe o seu corpo, hoje? 106 ANEXO B ESCALA DE DOR DE BORG NOME: DATA: 1ª SESSÃO: ANTES DEPOIS DA ACUPUNTURA 5ª SESSÃO ANTES DEPOIS DA ACUPUNTURA 10ª SESSÃO: ANTES DEPOIS DA ACUPUNTURA Escala CR10 de Borg 0 Absolutamente nada "Sem D" 0,3 0,5 Extremamente fraco Apenas perceptível 1 Muito Fraco 1,5 2 Fraco Leve 2,5 3 Moderado 4 5 Forte Intenso 6 7 Muito forte 8 9 10 Extremamente forte "D Máx" 11 ... ● Máximo absoluto O mais intenso possível 107 ANEXO C Ao Coordenador do Comitê de Ética e Pesquisa Santa Cruz do Sul, 22 de setembro de 2010 Prezado Coordenador Eu, Andréa Cristina Costa, fisioterapeuta e especialista em Acupuntura pelo Projeto Promoções e Assessoria – Centro de Estudos e Qualidade de Vida de POA e mestranda no Programa de Pós-Graduação – Mestrado em promoção da Saúde – UNISC, e tendo como orientadora da Dra. Edna Linhares Garcia e co-orientadoras Dra. Hildegard Hedwig Pohl e Dra. Miria Suzana Burgos, solicito apreciação e aprovação no Comitê de ética em Pesquisa da UNISC do projeto de pesquisa “Acupuntura na Saúde do Trabalhador: Um estudo sobre a produção de sentidos acerca da introdução deste dispositivo para a Promoção da Saúde”. Os sujeitos da pesquisa serão pacientes atendidos na Unidade Municipal de Referência em Saúde do Trabalhador (UMREST) de Santa Cruz do Sul. O objetivo principal do projeto será analisar a produção de sentidos desencadeada pela introdução da prática da acupuntura no cuidado da Saúde do Trabalhador na UMREST de SCS/RS. A pesquisadora será responsável pelos atendimentos de acupuntura na Unidade de Referência, e os mesmos ocorreram uma vez por semana, totalizando 10 semanas de atendimentos, que serão realizados no ano de 2010. Atenciosamente, ________________________________ _______________________________ Andréa Cristina Costa Dra. Edna Linhares Garcia (pesquisadora) (orientadora) _________________________________ Dra. Hildegard Hedwig Pohl (co-orientadora) ________________________________ Dra. Miria Suzana Burgos (co-orientadora) 108 ANEXO D Santa Cruz do Sul, 22 de setembro de 2010 Ao Comitê de Ética em Pesquisa Da UNISC Prezados Senhores Eu, Marina Silva Gomes, Secretária de Saúde de Santa Cruz do Sul, conheço o protocolo de pesquisa “Acupuntura na Saúde do Trabalhador: Um estudo sobre a produção de sentidos acerca da introdução deste dispositivo para a Promoção da Saúde”, desenvolvido pela pesquisadora e mestranda em Promoção da Saúde – UNISC Andréa Cristina Costa, e orientadora pela Dra. Edna Linhares Garcia e Co-orientação Dra. Hildegard Hedwig Pohl e Dra. Miria Suzana Burgos, bem como os objetivos e a metodologia de pesquisa que será desenvolvida e autorizo o desenvolvimento de pesquisa na UMREST de Santa Cruz do Sul/RS. Atenciosamente, ___________________________________ Marina Silva Gomes Secretária de Saúde de Santa Cruz do Sul/RS 109 ANEXO E TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título da Pesquisa: “ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: UM ESTUDO SOBRE A PRODUÇÃO DE SENTIDOS ACERCA DA INTRODUÇÃO DESTE DISPOSITIVO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE”. Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa cujo objetivo principal é analisar a produção de sentidos desencadeada pela introdução da prática da acupuntura no cuidado da saúde do trabalhador, na UMREST de SCS/RS e os específicos, descrever os depoimentos e sensações relatadas pelos pacientes a cada sessão de acupuntura, especificando as modificações sentidas; identificar as transformações que os sujeitos apresentam nas formas de perceber seu sofrimento, seus adoecimentos, seu corpo, suas relações ao longo do processo de introdução do dispositivo da acupuntura; verificar o conhecimento sobre a acupuntura; verificar adaptações metabólicas com o procedimento da acupuntura em função do número de sessões e informações espectrais que se associem com as impressões dos sentidos relatados pelos pacientes. Os benefícios principais desta pesquisa serão: facilitar a inserção da Acupuntura na Saúde do Trabalhador, e demonstrar um novo dispositivo na Promoção da Saúde. Os procedimentos para realizar essa pesquisa serão: o usuário da UMREST que desejar participar da pesquisa em questão deverá se comprometer a comparecer a Unidade por 10 sessão, duas vezes por semana, e em cada uma delas receberá atendimento de acupuntura. O participante da pesquisa se comprometerá a responder questões de uma entrevista semiestruturada com questões referentes a análise dos sentidos desencadeados pela acupuntura. As sessões terão duração de 30 minutos e serão filmadas e os depoimentos serão utilizados para a análise do discurso, bem como utilizada a escala de dor de Borg na primeira, quinta e décima sessão, no início e no final da mesma. O material utilizado para cada sessão de acupuntura será de uso individual e o mesmo será descartado, ao final de cada sessão, bem como o material para coleta de sangue periférico. Importante salientar que o participante da pesquisa não pagará nenhum valor monetário pelos atendimentos recebidos. Para realizar essa pesquisa será necessária a coleta de sangue, serão submetidos a duas coletas (antes e após uma sessão de acupuntura) de 5 microlitros (em triplicata) de sangue periférico em três momentos: na primeira, na quinta e na décima sessão. Coletando-se sangue periférico da polpa digital antes e após algumas sessões de acupuntura de cada 110 paciente para análise metabólica global (metabolomics) via impressão digital metabólica (fingerprint) pela técnica de espectroscopia no infravermelho (FTIR). As amostras de sangue periférico de 5 mL serão depositadas em tubos eppendorfs com 100 mg de brometo de potássio (grau espectroscópico) e liofilizados de uma gota, e o procedimento será realizado pela própria pesquisadora na primeira, quinta e décima sessão, antes e após o atendimento de acupuntura. Para a coleta de sangue, será utilizado material descartável e a pesquisadora receberá treinamento para a realização da coleta, respeitando as normas de biossegurança. E o paciente será questionado sobre o quadro álgico conforme Protocolo de Borg para Escala da Dor, na primeira, quinta e décima sessão, antes e após o atendimento. O participante da pesquisa terá introduzido em seu corpo agulhas descartáveis de acupuntura que poderão desencadear sensações iniciais de calor, frio, ou um leve desconforto inicial, mas que estão de acordo com os pressupostos da acupuntura. Essa sintomatologia inicial desaparecerá em poucos segundos. Todas as informações permanecerão em sigilo absoluto, para não expor os participantes da pesquisa. As informações obtidas a partir dos questionários e das discussões serão apenas utilizadas para fins de pesquisa. Os participantes da pesquisa serão identificados somente com a inicial de seus nomes. A divulgação das informações (sem nenhum tipo de identificação dos voluntários) se dará em publicações científicas especializadas. Pelo presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, declaro que autorizo a minha participação neste projeto de pesquisa, pois fui comunicado, de forma clara e detalhada, livre de qualquer forma de constrangimento e coerção, dos objetivos, da justificativa, dos procedimentos que serei submetido, dos riscos, desconfortos e benefícios, todos acima listados. Fui, igualmente, informado: - Da garantia de receber resposta a qualquer dúvida; - Da liberdade de retirar meu consentimento, a qualquer momento, e deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu cuidado e tratamento; qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida sobre os procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa; - Da garantia de que não serão identificados quando da divulgação dos resultados e que as informações obtidas serão utilizadas apenas para fins científicos, vinculados ao presente projeto de pesquisa; 111 - Do compromisso de proporcionar informação atualizada, obtida durante o estudo, ainda que essa possa afetar a minha vontade em continuar participando; - Da disponibilidade de tratamento médico e indenização, conforme estabelece a legislação, caso existam danos a minha saúde, diretamente causados por esta pesquisa; - De que se existirem gastos adicionais, serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa, sendo reabsorvidas por este. A pesquisadora responsável por este Projeto de Pesquisa é a fisioterapeuta, especialista em acupunturista e mestranda do Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Promoção da Saúde – UNISC, Andréa Cristina Costa (51) 37132069 e (51) 99625178). O presente documento foi assinado em duas vias de igual teor, ficando uma com o voluntário da pesquisa e a outra com a pesquisadora responsável. Data: ____/_____/_____ ______________________ Nome do participante _______________________ Assinatura do participante ______________________ Assinatura do pesquisador 112 ANEXO F Ao Comitê de Ética e Pesquisa da UNISC Santa Cruz do Sul, 22 de setembro de 2010. Prezados Senhores Eu, Miria Suzana Burgos, responsável pelo Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, conheço o protocolo de pesquisa “ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: UM ESTUDO SOBRE A PRODUÇÃO DE SENTIDOS ACERCA DA INTRODUÇÃO DESTE DISPOSITIVO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE”, desenvolvido pela aluna e pesquisadora Andréa Cristina Costa, e orientado pela Dra. Edna Linhares Garcia e co-orientado por Dra. Hildegard Hedwig Pohl e Dra. Miria Suzana Burgos, bem como os objetivos e a metodologia da pesquisa que será desenvolvida. Autorizo o desenvolvimento da pesquisa na instituição. Atenciosamente, __________________________________ Miria Suzana Burgos (Coordenadora do PPGPS) __________________________________ Andréa Cristina Costa (Pesquisadora) 113 ANEXO G Ao Comitê de Ética e Pesquisa da UNISC Santa Cruz do Sul, 16 de outubro de 2010. Prezados Senhores Eu, Wolmar Alipio Severo Filho, Coordenador do Departamento de Química e Física da Universidade de Santa Cruz do Sul, conheço o protocolo de pesquisa “ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: UM ESTUDO SOBRE A PRODUÇÃO DE SENTIDOS ACERCA DA INTRODUÇÃO DESTE DISPOSITIVO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE”, desenvolvido pela aluna e pesquisadora Andréa Cristina Costa, e orientado pela Dra. Edna Linhares Garcia e co-orientado por Dra. Hildegard Hedwig Pohl e Dra. Miria Suzana Burgos, bem como os objetivos e a metodologia da pesquisa que será desenvolvida. Autorizo o desenvolvimento da pesquisa na instituição. Atenciosamente, __________________________________ Wolmar Alipio Severo Filho (Coordenador do Departamento de Química e Física ____________________________________ Professor Dr. Valeriano Antonio Corbellini (Responsável pela Análise de Espectrometria no Infravermelho) __________________________________ Andréa Cristina Costa (Pesquisadora) 114 ANEXO H MINISTÉRIO DA SAÚDE Conselho Nacional de Saúde Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP FOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS FR - 369427 Projeto de Pesquisa ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: UM ESTUDO SOBRE A PRODUÇÃO DE SENTIDOS ACERCA DA INTRODUÇÃO DESTE DISPOSITIVO PARA À PROMOÇÃO DA SAÚDE Área de Conhecimento 4.00 - Ciências da Saúde - 4.08 - Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Terap. Grupo Grupo III Nível Terapêutico Fase Não se Aplica Área(s) Temática(s) Especial(s) Unitermos acupuntura, saúde do trabalhador, promoção da saúde Sujeitos na Pesquisa Nº de Sujeitos no Centro 11 Total Brasil 11 Nº de Sujeitos Grupos Especiais Total 11 Medicamentos Wash-out HIV / AIDS NÃO NÃO Placebo NAO Sem Tratamento Específico NÃO Banco de Materiais Biológicos NÃO Pesquisador Responsável Pesquisador Responsável ANDRÉA CRISTINA COSTA CPF 000.768.870-90 Identidade 1075424158 Área de Especialização ACUPUNTURA Maior Titulação ESPECIALIZAÇÃO Nacionalidade BRASILEIRA Endereço TRAVESSA EVARISTO ALVES DE OLIVEIRA 83 Bairro SENAI Cidade SANTA CRUZ DO SUL - RS Código Postal 96845-040 Fax Email [email protected] Telefone / 51 37132069/99625178 Termo de Compromisso Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares. Comprometo-me a utilizar os materiais e dados coletados exclusivamente para os fins previstos no protocolo e publicar os resultados sejam eles favoráveis ou não. Aceito as responsabilidades pela condução científica do projeto acima. _________________________________________ Data: _______/_______/______________ Assinatura Instituição Onde Será Realizado Nome PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DO SUL - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Participação Estrangeira NÃO Unidade/Órgão SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Endereço RUA ERNESTO ALVES, 858 Código Postal 96810-060 CNPJ 95.440.517/0001-08 Telefone 51 37152254 Nacional/Internacional Nacional Projeto Multicêntrico NÃO Bairro CENTRO Cidade SANTA CRUZ DO SULR - RS Fax 51 37152254 Email [email protected] Termo de Compromisso Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares e como esta instituição tem condições para o desenvolvimento deste projeto, autorizo sua execução. Nome: __________________________________________________ Data: _______/_______/______________ _________________________________________ Assinatura Vinculada 115 Nome Universidade de Santa Cruz do Sul - Unisc Unidade/Órgão PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO - MESTRADO PROMOÇÃO DA SAÚDE Endereço Av.Independência,2293 Código Postal 96815-900 Telefone (051)37177300 CNPJ 95.438.412/0002-03 Nacional/Internacional Nacional Participação Estrangeira NÃO Projeto Multicêntrico NÃO Bairro Universitário Cidade Santa Cruz do Sul - RS Fax (051)37171855 Email [email protected] Termo de Compromisso Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares. Nome: __________________________________________________ Data: _______/_______/______________ _________________________________________ Assinatura O Projeto deverá ser entregue no CEP em até 30 dias a partir de 05/09/2010. Não ocorrendo a entrega nesse prazo esta Folha de Rosto será INVALIDADA. 116 ANEXO I Santa Cruz do Sul, 16 de outubro de 2010 A Coordenação do Comitê de Ética em Pesquisa Adendo Eu, Andréa Cristina Costa, mestranda do Curso de Pós-Graduação em Promoção da Saúde - Mestrado, solicito a apreciação e posterior aceite do Adendo ao Projeto de Pesquisa “ACUPUNTURA NA SAÚDE DO TRABALHADOR: UM ESTUDO SOBRE A PRODUÇÃO DE SENTIDOS ACERCA DA INTRODUÇÃO DESTE DISPOSITIVO PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Unisc, sob protocolo 2684/2010. Em virtude de contribuições levantadas na Defesa Oficial do Projeto no dia 16 de outubro de 2010 para o grupo de professores do PPGPS quando então foram sugeridas modificações de baixo custo e elevado impacto na metodologia e que podem ampliar a validade e aplicabilidade dos resultados visando atender às exigências de publicações em revistas nível B2 a A1. As modificações sugeridas incluem coletar sangue periférico da polpa digital antes e após algumas sessões de acupuntura de cada paciente para análise metabólica global (metabolomics) via impressão digital metabólica (fingerprint) pela técnica de espectroscopia no infravermelho (FTIR). Protocolo de pesquisa já aprovado pelo CEP de responsabilidade do Prof. Dr. Valeriano Antonio Corbellini , intitulado de “CORRELAÇÃO ENTRE PERFIL BIOQUÍMICO SANGÜÍNEO E DESEMPENHO DE ATLETAS NO ENSAIO ERGOESPIROMÉTRICO DE BRUCE E EM PROVAS ESPECÍFICAS UTILIZANDO ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO”. E a inclusão da escala de dor de conforme Protocolo de Borg (já utilizada em Projetos Aprovados da Prof. Dra. Hildegard E. Pohl). Sendo que os pontos a serem incluídos: Escalas (Categoria - Razão) de Borg para mensuração da dor (Borg CR Scales) Segundo Scopel, Alencar, Cruz (2007), a escala é utilizada quando o objetivo é acompanhar alterações da intensidade da dor num mesmo indivíduo ou as respostas de uma mesma pessoa pré e pós-tratamento. Cook et al. (1997) consideraram a Escala de Borg válida e fidedigna na 117 avaliação da intensidade da dor. Além disso, verificaram certa preferência dos pacientes a esta escala em comparação a VAS. Souza e Silva (2005) referem que é uma escala compreensível para a grande parte das pessoas, além de poder ser aplicada a maioria dos pacientes em diferentes situações. Ressaltam que pode ser utilizada para medir além da intensidade da dor, as percepções, sintomas e emoções. Referências: COOK, D. B.; O'CONNOR, P. J.; EUBANKS, S. A.; SMITH, J. C; LEE, M. Naturally occurring muscle pain during exercise: assessment and experimental evidence. Medicine and Science in Sports and Exercise, n. 29, 999-1012, 2007. SCOPEL, E.; ALENCAR, M.; CRUZ, R. Medidas de avaliação da dor. Revista Digital (Buenos Aires), n.11, v. 105, 2007. SOUSA, F. F.; SILVA, J. A. A métrica da dor (dormetria): problemas teóricos e metodológicos. Revista DOR, n. 6, v.1, 469-513, 2005. - Espectroscopia no Infravermelho Pacientes serão submetidos a duas coletas (antes e após uma sessão de acupuntura) de 5 microlitros (em triplicata) de sangue periférico em três momentos: na primeira, na quinta e na décima sessão. As amostras de sangue periférico de 5 mL serão depositadas em tubos eppendorfs com 100 mg de brometo de potássio (grau espectroscópico) e liofilizados. Os espectros de amostras de sangue liofilizado serão coletados por espectroscopia de reflectância difusa no infravermelho com Transformada de Fourier (DRIFTS) com 32 pulsos de varredura na faixa 4000-600 cm-1, 4 cm-1 de resolução, armazenados em absorbância normalizada, e analisados por métodos de reconhecimento de padrões (análise por agrupamento hierárquicoHCA e por componentes principais-PCA) buscando encontrar a) adaptações metabólicas com o procedimento da acupuntura em função do número de sessões e b) informações espectrais que se associem com as impressões dos sentidos relatados pelos pacientes. Saliento a relevância do incremento destes procedimentos na presente pesquisa, e que tais procedimentos já foram aprovados em outros Projetos encaminhados ao Comitê de Ética em pesquisa da Unisc. 118 Contando com sua costumeira atenção, envio Cordiais Saudações ______________________________________ Andréa Cristina Costa Pesquisadora e mestranda em PPGPS Santa Cruz do Sul, 16 de outubro de 2010 Ao Coordenador do Laboratório e ao Chefe de Departamento de Química e Física 119 ANEXOS DA DISSERTAÇÃO 120 ANEXO A: Dados Espectrais 121 DADOS ESPECTRAIS DOS PACIENTES DA PESDQUISA: Primeiro estudo: verificar se as coletas sanguíneas apresentaram reprodutibilidade (semelhança numa mesma coleta e diferenças entre as coletas para cada paciente. Tipo de estudo: Análise por Agrupamento Hierárquico das triplicatas das 6 coletas de cada paciente. Transformação das variáveis: correção de razão sinal ruído (SNV) e normalização entre 0 e 100; Pré-processamento das variáveis: centrado na média; Distância: Euclidiana; Método de Ligação: Flexível; Paciente 1 Figura 1: Dendrograma de espectros de reflectância difusa no infravermelho com Transformada de Fourier de amostra de sangue coletado da polpa digital de paciente 01 antes e após diferentes sessões de acupuntura. 122 Paciente 02 Figura 2: Dendrograma de espectros de reflectância difusa no infravermelho com Transformada de Fourier de amostra de sangue coletado da polpa digital de paciente 02 antes e após diferentes sessões de acupuntura. 123 Paciente 03 Figura 3: Dendrograma de espectros de reflectância difusa no infravermelho com Transformada de Fourier de amostra de sangue coletado da polpa digital de paciente 03 antes e após diferentes sessões de acupuntura. 124 Paciente 04 Figura 4: Dendrograma de espectros de reflectância difusa no infravermelho com Transformada de Fourier de amostra de sangue coletado da polpa digital de paciente 04 antes e após diferentes sessões de acupuntura. 125 Paciente 05 126 Paciente 06 127 Paciente 07 128 Paciente 08 129 Paciente 09 130 Paciente 10 131 Segundo estudo: verificar se os espectros de sangue de cada paciente correlacionam com os respectivos valores atribuídos com base na escala de dor. PLS-DRIFTS Replicatas de sangue periférico versus Escala de Dor Otimizados Paciente Região espectral Nº F Amostras excluídas 4 VRA RMSECV PRESS Rval 98.081184 98.397652 98.645340 0.695490 0.659770 0.663242 8.706720 7.835337 7.918021 0.663957 0.700530 0.697163 98.609337 0.382620 2.049569 0.898163 98.295349 99.306229 0.958940 0.768732 16.552177 10.637080 0.631624 0.742660 98.503601 0.688589 7.112326 0.760216 completo otimizado simplificado (800-900+ 10001100+15002000 c/ variáveis excluídas 2 2 2 completo otimizado simplificado (800-900+ 10001100+15002000 c/ variáveis excluídas 3 4 7 Completo otimizado otimizado c/ variáveis excluídas 5 6 98.413147 2.870137 148.278381 0.663036 99.113815 2.219443 88.666702 0.788327 ficou pior que o otimizado s/ exclusão de variáveis 1 Completo 3 98.826317 0.795907 11.402428 0.173518 3 Completo 8 99.861099 1.065483 20.434586 0.186823 5 Completo Otimizado 1 1 89.349678 85.950119 0.533297 0.468733 3.412869 2.636522 0.885591 0.912144 6 Completo 6 99.507339 1.535969 42.465630 0.297779 8 Completo 7 99.774414 2.201142 87.210503 0.203350 9 Completo Otimizado 2 7 94.275002 99.307098 0.494695 0.418219 4.405013 3.148329 0.625498 0.762140 10 Completo 6 98.651474 1.542477 42.826210 0.058702 2 104FA 104FC 204IC 204FB 3 102IA 102IC 102FB 132 ANEXO B: Dados Espectrais e Correlações 133 134 ANEXO C: Gráficos Escala da Dor de Borg 135 136 137 138 139 140 ANEXO D: Quadro de Escala da Dor ao longo das 10 sessões 141 Quadro de Escala da Dor ao longo das 10 sessões 1ª sessão 2ª sessão 3ª sessão 4ª sessão 5ª sessão 6ª sessão 7ª sessão 8ª sessão 9ª sessão 10ª sessão A1 3/2,5 A2 2/3 A3 5/3 A4 3/2 A5 3/1 A6 2/1 A7 10/5 A8 2/0 A9 0,5/0,5 A10 5/3 3/2 3/0 2/3 2/0,5 3/3 3/0 9/5 5/0,5 2/0,5 2/2 5/3 2/0,5 3/2 2/0,5 3/1 2/0 10/3 3/0,5 2/0 1/0,5 5/3 1/1 3/2 1/0,5 1/0,5 5/0 6/3 5/2 0,5/0 3/0,5 4/2 3/3 3/2 3/2 1/0,5 2/0 10/3 5/1 0,5/0,5 3/2 5/0,5 2/1 3/2 3/1 1/0,5 0,5/0,5 2/2 5/2 0,5/0 0/0 5/2 5/2 3/2 2/0,5 1/0 3/0 5/2 5/3 0,5/0 2/0 5/3 5/2 5/1 3/2 2/0,5 3/0 3/2 5/1 0,5/0 1/0 4/2,5 0,5/0,5 3/0,5 1/0,5 1/0 3/0 3/0 3/0 0,5/0 5/2 3/2 3/2 1/0,5 Não veio 3/0 3/0 3/0,5 0,5/0 5/1 3/0,5 142 ANEXO E: Evolução da Escala de dor 143 144 145