© Servicios Pedagógicos y Teológicos (SPT) Taller en Educación Teológica Virtual (22 al 24 de julio 2013, Quito) Servicios Pedagógicos y Teológicos Memoria del día 22 de julio 2012 Los supuestos y motivaciones iniciales: el proceso de enseñanza y aprendizaje en la teología tiene que ser divertido (lo que no significa tener contenido pobre), es decir, la enseñanza y el aprendizaje de la teología deben pasar a través del concepto de la teología, de ser crítico y profético, vinculado al contexto social y político, mantener un enfoque interdisciplinario y considerar cómo el religioso impregna/permea la vida y cómo los creyentes construyen sus conceptos de sus experiencias. Servicios Pedagógicos y Teológicos (SPT) es una consultora con más de seis años de experiencia de trabajo junto a las instituciones educativas en el campo más diversas del continente. Está conformada por personas teólogas Y pedagogas con gran experiencia y trayectoria en su área de especialidad, preocupadas por la calidad de la educación teológica en el contexto latinoamericano y caribeño. Intenta repensar la Educación Teológica frente a los desafíos actuales, evaluar, planificar y sistematizar su oferta educativa y teológica, incentivar la formación permanente de docentes, reflexionar sobre las oportunidades de la Educación virtual, entre otros. Diagnóstico sobre la Educación Teológica Virtual realizado por SPT (Nicolás Panotto) • A pesquisa consultou 11 representantes de instituições teológicas de ensino superior em sete países. • A maioria das instituições consultadas oferece cursos curtos, de extensão universitária, educação contínua, pós-­‐graduações de dois ou três anos. • Cerca de 50% das instituições consultadas não oferecem um curso de modalidade totalmente virtual. Os principais argumentos apontam para a necessidade dos estudantes de conhecer a instituição, a importância de trabalho em grupo e de conhecimento mútuo e a existência de temáticas que requerem uma indispensável dinâmica presencial. • A maioria dos programas de educação teológica virtual se iniciou a partir dos anos 2000, mas a criação desses programas já era precedida por programas a distância, com o envio de módulos por correspondência. • As principais razões para a criação de um programa de educação teológica virtual são a busca de internacionalização da instituição, ampliar o alcance da instituição em termos geográficos e demográficos, buscar soluções de sustentabilidade (estrutural, econômica) diante da crise das dinâmicas tradicionais. • Questionou-­‐se se a implantação de um programa de educação virtual é mais econômico para a instituição ou não, por conta dos investimentos necessários para implementá-­‐lo. Na maioria dos casos, se cria o programa virtual a partir da base presencial, isto é, sem a necessidade de novas contratações, por exemplo. A pergunta é, se o curso fosse somente virtual, ele se sustentaria? • Não há uma uniformidade no uso de tecnologias para educação virtual nas instituições consultadas. Há instituições que utilizam a plataforma moodle, que é gratuita, outras terceirizam os serviços, por conta da carência de infraestrutura, e outras utilizam plataformas caseiras, construídas a partir de instrumentos diversos como a linguagem HTML, Google Docs, Skype, etc. • Há uma concepção pedagógica e ideológica e política por trás da plataforma moodle, por ser baseado no construtivismo e ser um software livre. • Acerca do processo de adaptação institucional, é possível identificar uma troca epistemológica na área da pedagogia, sobretudo, que considera o construtivismo, a 1 © Servicios Pedagógicos y Teológicos (SPT) •
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pluralidade e a interação. A falta de presença evoca uma interação pedagógica mais intensa entre professores e alunos e entre alunos. Nas instituições consultadas, não houve uma discussão sobre os desafios no campo teológico. Nesse sentido, uma pergunta a ser feita é como o pedagógico influencia no fazer teológico. Em relação ao quadro de docentes, percebe-­‐se que, em primeiro lugar, há a necessidade de espaço de formação e capacitação para o uso de tecnologias e para o atendimento de estudantes de gerações diferentes, que é um dos perfis do estudante de educação virtual. Além disso, percebe-­‐se, entretanto, que há uma resistência na implantação da modalidade virtual, de um lado, por conta da falta de manejo das ferramentas tecnológicas e, por outro lado, por conta da resistência a uma readaptação das dinâmicas pedagógicas, em parte, porque exige mais tempo na produção de material didático e de se pensar a aula. Neste sentido, há uma descrença sobre a eficácia educativa e um apego às modalidades presenciais. Em outras palavras, há, no quadro docente, uma tensão entre o modelo presencial e o modelo virtual, devido a um desconhecimento do que implica a educação virtual. A educação virtual implica uma formação permanente e uma equipe de trabalho interdisciplinar, que saiba administrar o tecnológico com o pedagógico. Outro fator a ser considerado na educação virtual é a dinâmica entre o aumento de alunos e a taxa de desistência. Sobre os estudantes do curso de educação virtual, a pesquisa indicou os seguintes aspectos: falta de tempo para atender a exigência dos programas virtuais, a dificuldade no uso de ferramentas tecnológicas e na compreensão da dinâmica das plataformas virtuais, isto é, nem todos os estudantes dominam os recursos utilizados na educação virtual. A grande questão que se coloca às instituições que apostam na educação virtual é a autossustentabilidade, isto é, de buscar alternativas para uma crise no ensino teológico. Em parte, significa perguntar se a educação virtual é uma alternativa para salvar as instituições teológicas de uma crise de demanda. Uma avaliação inicial da implantação da educação virtual revelou que, de um lado, exige repensar conceitos teológicos e práticas pedagógicas, um investimento de tecnologia e pessoal (terceirizado ou não) e que exige, de outro lado, uma democratização do alcance dos recursos educativos e uma maior criatividade dos professores para a preparação de novas práticas pedagógicas. Alguns desafios se delineiam no horizonte teológico: o Criar um consenso institucional para as modificações necessárias na implantação da educação virtual. o A existência de certas diferenças de acessibilidade entre estudantes virtuais e presenciais. o Uma maior articulação entre teologia e pedagogia. o Construir mecanismos que ajudem a diminuir a vazão. o A possibilidade (ou não) se de realizar um trabalho pastoral (capelania virtual) para os estudantes da educação virtual. A partir da pesquisa realizada, foi possível alcançar as seguintes conclusões (provisórias) o A modalidade virtual se apresenta como uma solução alternativa frente à crise da instituição, em termos de crise, pedagogia, economia, etc. o As propostas virtuais respondem mais efetivamente à limitação que apresenta a geografia das instituições teológicas, por exemplo, a concentração das instituições em centros urbanos. o Seguem existindo grandes falências com respeito aos processos de articulação pedagógica, dentre os quais se destacam a preparação do corpo docente, a transição entre educação presencial e educação virtual, a preparação de 2 © Servicios Pedagógicos y Teológicos (SPT) materiais didáticos eficientes, um planejamento institucional que indica a educação virtual como parte da configuração estrutural da proposta pedagógica da instituição, isto é, a educação virtual precisa ser abraçada pela instituição como um todo. o A questão do contato, do estabelecimento de relações, a corporalidade e a presencialidade seguem como uma preocupação para as instituições pesquisadas. o Não existe uma adequada reflexão sobre os desafios que a modalidade virtual impõe um fazer teológico. o Situación de la educación teológica en América Latina y Caribe (Matthias Preiswerk) 1. A questão dos atores invisíveis, invisibilizados e ausentes. A educação teológica (presencial, sendo um perigo para a educação virtual) não presta atenção aos atores da educação, que vem de diferentes contextos, diferentes confissões religiosas. Isto é, não há uma preocupação com as pessoas que estão realmente presente nas instituições, apenas se pensa no perfil de saída, a saber, o profissional clérigo que irá atuar em determinada igreja. Isto se revela como um desafio para a educação virtual. 2. Relacionado à questão dos atores reside a constatação de que nossas ofertas educativas não estão construídas a partir das demandas. Em que se espaço, em que momento se escuta as motivações e os interesses reais de quem vêm estudar no seminário, quais são suas identidades culturais, sociais, sexuais, de qual contexto social, político, econômico, religioso eles vêm. Qual é, afinal, o perfil de ingresso no curso de teologia. Além disso, há se de perguntar quais são as demandas das igrejas, não somente enquanto uma instituição que necessita de formação de obreiros, mas enquanto comunidade de fé. Além da demanda do ingresso e das igrejas, há de se verificar quais são as necessidades dos setores sociais, culturais, do Estado, ao outorgar a oficialização de seminários de teologia. Uma proposta de educação teológica virtual deve escutar e dialogar com essas diferentes demandas de seus diferente clientes. 3. Há três tipos de instituição teológica na América Latina e no Caribe: 1) instituições confessionais ou denominacionais; 2) instituições interdenominacionais; 3) instituições autônomas, como a UBL, por exemplo, que possui autonomia política, curricular, econômica. Uma pergunta que se revela aqui é como essa configuração se relaciona com a educação teológica virtual. Será que a aparente autonomia da educação teológica virtual consegue preservar o controle em relação ao conteúdo? 4. Um panorama institucional pode ser assim configurado: por um lado, há um modelo clássico de seminário teológico com um controle muito claro da denominação religiosa, da tradição. Por outro lado, há um modelo universitário, que é casado com a emergência das universidades privadas, dentro do qual surgem as Faculdades Evangélicas, creditadas pelo ministério da educação, que possuem outro tipo de organização e de status social. A problemática que se levanta é o fato de que muitas instituições teológicas que passaram de seminários a centros universitários não mudaram a cultura institucional de seminário, não se adaptaram ao modelo universitário (UBL, ISEDET, são exemplos disso) à lógica universitária, quer seja realmente se adaptando, quer seja driblando astuciosamente ou dissimulando os requisitos necessários para manter o credenciamento. 5. Um tema que evoca o debate na educação teológica e a relação/distinção entre educação teológica e educação cristã. Uma distinção caricatural é a de que, ao passo que o educador teológico é acadêmico, o educador cristão é eclesial, destinada a trabalhos 3 © Servicios Pedagógicos y Teológicos (SPT) comunitários como o trabalho na escola dominical, por exemplo. Isto é, há uma estratificação interna, perversa, teologicamente equivocada, que é fruto de uma especialização, da modernidade, da academização, de uma imagem que se traduz no fazer teológico em geral e no fazer teológico educativo em particular. Há uma imagem de uma educação teológica elitista, clerical reservada a pastores. Como a educação teológica virtual irá romper isso? 6. Há uma identidade denominacional, mas há pouco trabalho sobre a identidade teológica própria e um resgate da história própria. Muitas instituições não possuem três páginas sobre sua história, sobre seus princípios teológicos e pedagógicos, seus desenvolvimentos e transformações, a evolução da própria instituição, etc. tampouco há trabalhos de investigação, monografias que resgatem a história da educação teológica, e mesmo do cristianismo na América Latina e no Caribe. Nessa direção, como desafio, pode-­‐se perguntar como a educação teológica virtual pode se construir no contexto latino-­‐
americano, com que causa, sobre que base, a partir de qual história. 7. Uma problemática emergente que se revela é o lugar da produção de materiais didáticos. Há uma espécie de aposta na produção de materiais que se fará para a educação teológica virtual, entretanto, não temos tido uma formação pedagógica prática sobre como escrever o material, como fazer. Outras questões pedagógicas emergentes são a questão da interação, da mercantilização do ensino, da acessibilidade e da contextualidade, da interdisciplinaridade tanto entre diferentes saberes quanto entre as próprias disciplinas teológicas, sobretudo, quando se pensa no currículo e na repartição dogmatizada entre as áreas teológicas (teologia bíblica / teologia histórica / teologia sistemática / teologia prática). Estes são fatores a serem considerados quando se pensa educação teológica virtual. 8. Algumas observações gerais: • A modalidade não está em crise, o que está em crise é a teologia. • A educação teológica virtual pode auxiliar a repensar a educação teológica em geral, na medida em que ela parte desta e vê as limitações que esta possui, o que não significa esquecer de onde vem. Apontamentos a partir do uso das TICS na educação virtual (Jimmy Sambrano) • É necessário repensar os modelos para a educação como um todo, para o novo tempo e para o novo contexto: a aprendizagem transformadora surge como uma possibilidade. • É necessário pensar no estudante, não no professor, que é o mediador do processo educacional, para daí desenhar as tarefas, os conteúdos, desafiando o estudante a repensar sua forma de pensar (aprendizagem autodirecionada). • Enfoques da aprendizagem transformativa: • Estimula o diálogo, a reflexão crítica, a experiência individual, a constituição de relações autênticas, a consciência do contexto. • Há um enfoque psicocrítico / psicoanalítico, psicodesenvolvimentista, emancipatório social, neurobiológico, cultural-­‐espiritual, centrado nas etnias e numa consciência planetária. • Características de los entornos virtuais o El uso del entorno conlleva un cambio o El fenómeno del extraño del tren o Discusiones online o Diversidad de participantes 4 © Servicios Pedagógicos y Teológicos (SPT) o Tiempo de reflexión o Enlaces a recursos y puntos de vista diferentes • Atividades que questionem seus pressupostos: o Interacción entre estudiantes com diferentes puntos de vista (agrupar intencionalmente) o Materiales didácticos (lecturas, vídeos, páginas web, blogs, redes sociales,...) que ayudem a encontrar diversos puntos de vista o Proponer foros com preguntas desafiantes o Estimular o estudante a tomar uma posição e defende-­‐la com argumentos o Hacer explícita la reflexión y auto-­‐reflexión crítica o A presença del profesor em la aula virtual es importante para fomentar el aprendizaje transformativo. (Ter atenção aos aspectos próprios da comunicação virtual, não generalizar ou uniformizar o aluno, chamar pelo nome, por exemplo, etc.) o Oferecer oportunidades a los estudantes para decidir por contenidos y hacerlos responsables o Fomentar el sentido de empoderamiento por el contenido e luego provocar reflexión crítica o Solicitar tareas artísticas (pintura, poesía, música) que expresen sus interpretaciones y emociones Algumas questões gerais a serem consideradas: • A capacitação pedagógica virtual possibilita repensar a prática pedagógica presencial. • É possível combinar a prática pedagógica presencial com as tecnologias virtuais uma com a outra e vice-­‐versa. • As tecnologias não são neutras e possuem um conceito axiológico. A utilização de tecnologias na educação virtual não se refere a utilizar apenas uma ferramenta. É necessário verificar quais tipos de tecnologias possibilitam quais tipos de aprendizagem, e pensar que tipo de aprendizagem nós queremos. O tipo de aprendizagem que queremos vai definir qual tipo de tecnologia utilizaremos. • Há um significado para a educação teológica? • O que é que (im)possibilita o processo de ensino e aprendizagem na educação teológica? • O que queremos alcançar com a educação teológica? • A educação teológica virtual não surge como problema, mas como possibilidade, ela pergunta o que sucede a nós como sujeitos, o que é a virtualidade, etc., • Há de se considerar que os processos de ensino e aprendizagem vão muito além do período em aula. Não houve na história da humanidade uma educação sem tecnologias, elas trocam, são cambiáveis, mas elas são um dos princípios para sistematização do conhecimento. 5 
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