1 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 2 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 Editorial 3 Setor Sucroenergético A se reúne em Sertãozinho Revista Canavieiros de Agosto traz a programação completa de tudo que vai acontecer durante a realização das feiras Fenasucro e Agrocana, que serão realizadas de 31 de agosto a 3 de setembro, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho. Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. Mais de 200 produtores rurais lotaram o auditório das instituições e ouviram a palestra do deputado que fez um resumo dos principais pontos do relatório. A proposta depende agora da aprovação no plenário da Câmara e do Senado. A entrevista é com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que defende a construção de um consenso em torno da reformulação do Código Florestal. Na entrevista ele também fala sobre o potencial do agronegócio brasileiro e dos desafios a serem enfrentados. O leitor também encontrará nesta edição, as seguintes reportagens: Ponto de Vista com o diretor adjunto da Canaoeste, José Mário Paro: “Nós e a política”; Outro destaque deste mês é a visita do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoBSP), relator da proposta que reformula o Código Florestal Brasileiro, ao sistema Em Notícias Copercana: Reunião de fechamento da safra 2008/2009 de amendoim e perspectivas para o próximo ciclo, escrito pelo gerente da Unidade de Grãos da Copercana (UNAME), Augusto César Strini Paixão; Participação da cooperativa na Forind 2010; RC Em Notícias Canaoeste: Consecana; Reuniões técnicas para produtores de cana; Em assuntos Legais: DITR – declaração do Imposto sobre a propriedade territorial rural, com o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti; Em Informações Setoriais: Chuvas de Julho e Prognósticos Climáticos; Condições Climáticas atuais e Prognósticos Impactos e Precauções, com o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso. Além dessas informações, confira o artigo técnico, as dicas de português, as novas tecnologias, lançamentos e o classificados. Boa leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros - Agosto de 2010 4 Ano V - Edição 50 - Agosto de 2010 Indices: Capa - 20 Fenasucro & Agrocana 2010 reúnem o setor sucroenergético brasileiro e mundial As feiras são pólos de atração e referência para os negócios, tecnologia e informação do segmento 05 - Entrevista Wagner Rossi Ministro da Agricultura “Quem melhor preserva os recursos naturais são os produtores” 08 - Ponto de Vista José Mario Paro* Diretor Adjunto da Canaoeste Nós e a política 10 - Notícias Copercana - Reunião de fechamento da safra 2008/2009 de amendoim e perspectivas para o próximo ciclo - Copercana participa da Forind 2010 12 - Notícias Canaoeste - Rebelo fala sobre o Código Florestal aos associados da Canaoeste - Canaoeste realiza reuniões técnicas para produtores 18 - Notícias Cocred - Balancete Mensal 24 - Novas Tecnologias - Tecnologia Plene: desenvolvida e comercializada por brasileiros Syngenta e Usina Guaíra assinam primeiro contrato da nova tecnologia de cana-de-açúcar Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo Equipe de redação e fotos: Carla Rodrigues - MTb 55.115 Marília F. Palaveri Rafael H. Mermejo Editora: Cristiane Barão – MTb 31.814 Comercial e Publicidade: (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 [email protected] [email protected] Jornalista Responsável: Carla Rossini - MTb 39.788 Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Ltda Tiragem: 13.000 exemplares Revista Canavieiros - Agosto de 2010 E mais: Consecana - ATR .................página 14 Assuntos Legais .................página 16 Informações Setoriais .................página 26 Artigo Técnico (Ferrugem Alaranjada) .................página 30 Lançamento .................página 36 Dia do Campo Limpo .................página 36 Cultura .................página 40 Classificados .................página 42 ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190) www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros [email protected] Foto: divulgação 5 Entrevista com: Wagner Rossi Ministro da Agricultura Carla Rodrigues O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, defende a construção de um consenso em torno da reformulação do Código Florestal. “O importante nesta questão é que o debate não se resuma ao discurso vazio. As pessoas falam sobre meio ambiente, mas às vezes estão muito distantes da realidade”, diz. Nesta entrevista concedida à Canavieiros, ele também fala sobre o potencial do agronegócio brasileiro e dos desafios a serem enfrentados. “Quem melhor preserva os recursos naturais são os produtores” Canavieiros - Como o senhor analisa o agronegócio brasileiro e o setor sucroenergético? Wagner Rossi: O agronegócio brasileiro é um dos mais eficientes do mundo e tem grande potencial de crescimento. O mercado interno é expressivo para os produtos agrícolas e o aumento do consumo de alimentos em todos os continentes vem fortalecendo o comércio nacional de vários segmentos. As exportações do agronegócio em 2009 representaram 42,5% de tudo que o Brasil vendeu para o exterior, ou seja, foram US$ 64,7 bilhões do “As pessoas falam sobre meio ambiente, mas às vezes estão muito distantes da realidade. Acho que quem melhor mantém a relação com o meio ambiente, quem melhor trata e preserva os recursos naturais são os produtores” total de US$ 152,2 bilhões. Esse percentual é o maior dos últimos 10 anos. De julho de 2009 a junho de 2010, as vendas externas do agronegócio atingiram a cifra impressionante de US$ 68 bilhões. Deve-se destacar, ainda, a importância deste setor na geração de empregos. Estima-se que o agronegócio responda por cerca de 30% da mão- de-obra empregada no país, o que é impulsionado, sem dúvida, pelo mercado sucroenergético. Isso porque o Brasil é o principal produtor e exportador de açúcar no mundo, segundo maior produtor de etanol e o primeiro em termos de exportação do combustível. O etanol da cana-de-açúcar continua despertando a atenção de muitos países, na medida em que a frota de veículos flex aumenta. Empresas internacionais e de outros setores econômicos têm participado ativamente desse crescimento. A entrada da Petrobras no setor de produção de etanol é um sinal claro de que a integração com o setor energético será cada vez mais frequente. Há ainda um enorme potencial em termos de cogeração de eletricidade que deverá ser desenvolvido. Não é à toa que a cana-de-açúcar já é a segunda maior fonte de energia do país. Enfim, o setor sucroenergético é profissionalizado e moderno e tem tudo para continuar desempenhando um papel essencial no agronegócio. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 6 Canavieiros - Quais são as expectativas para as exportações agrícolas em 2010? Rossi: No primeiro semestre, quase todas as cadeias importantes registraram aumento no valor exportado, com destaque para o açúcar, couros e derivados, papel e celulose e carnes, sendo que nesse último o Brasil exportou mais de US$ 6,4 bilhões no primeiro semestre deste ano. No mesmo período, as exportações de soja em grãos - principal item da pauta exportadora do agronegócio - apresentaram redução de 6,6% em relação ao ano passado. A previsão é de que as exportações de todos os produtos neste ano atinjam cerca de US$ 72 bilhões, superando um pouco o recorde de 2008. O principal destino de nossas vendas é a União Europeia, mas também nos destacamos na comercialização com o Irã, Rússia, Japão, China e Estados Unidos. Canavieiros - Como deverão se comportar os preços agrícolas nesta safra? Rossi: É difícil antecipar comportamento de mercados. Todavia, as condições climáticas adversas em alguns países que são importantes produtores vêm sinalizando uma melhoria na cotação internacional dos principais grãos, não configurando, no entanto, certeza de manutenção em virtude da possibilidade de parcial recuperação na produção. Porém, a firme demanda para grãos nos países asiáticos, principalmente China, garante um patamar de preços semelhante aos praticados na comercialização deste ano. Canavieiros - Quais são os maiores desafios que os produtores agrícolas enfrentam atualmente? Rossi - Um dos principais desafios da agropecuária brasileira está focado nas questões de infraestrutura, sobretudo no transporte, que ainda representa uma dificuldade para a melhoria das condições de comercialização. Outro desafio são as recorrentes barreiras à importação dos produtos brasileiros, acionadas por grandes países consumidores, o que reduz a possibilidade de crescimento nas exportações brasileiras. Veja que essas barreiras são, no mais das vezes, manobras impróprias dos concorrentes. Canavieiros - Como o senhor pretende trabalhar a questão da produção com sustentabilidade? Rossi: O atual Plano Agrícola e Pecu- Entrevista ário, lançado em julho deste ano, é uma das políticas de apoio mais importantes do governo ao homem do campo, que incentiva o plantio sem descuidar da questão ambiental. Exemplo disso é a destinação de R$ 2 bilhões no chamado Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que tem o objetivo de desenvolver uma agricultura de baixa emissão de carbono, o que significa contribuir para a mitigação e adaptação dos gases de efeito estufa. O programa visa dar sustentabilidade à produção e, ao mesmo tempo, reduzir o efeito do aquecimento global, e segue dois conceitos: um voltado à agricultura mais competitiva, técnica e econômica, com ganhos de produtividade e renda e, o segundo, à sustentabilidade social e ambiental. Ao todo, são quatro programas envolvidos: recuperação de 15 milhões de áreas degradadas, oito milhões de hectares de plantio direto na palha, 5,5 milhões de hectares de substituição do nitrogênio fóssil pela ficção biológica do nitrogênio, quatro milhões de hectares de sistemas integrados com agricultura, pecuária e florestas e sistemas agro-florestais. Por fim, está sendo desenvolvida proposta para o plantio de mais três milhões de hectares de florestas econômicas Canavieiros - Qual sua opinião sobre as mudanças propostas da reforma do Código Florestal? Rossi: O Código Florestal, em apreciação no Congresso Nacional, deve ser resultado de consenso. Devemos ter uma visão clara de que o setor produtivo agrícola brasileiro está contribuindo de forma extraordinária para o país, por meio do aumento da produção de alimentos, de commodities para exportação, que são importantíssimas nas relações comerciais do Brasil e que garantem o superávit da balança comercial do agronegócio, altamente significativa no conjunto das relações econômicas do Brasil com o exterior. Devemos ter aquilo que outros países talvez no passado não tenham tido, que é uma visão de preservação dos recursos naturais para as futuras gerações. Então, essa compatibilização entre a necessidade do Brasil continuar sendo o grande celeiro mundial de alimentos e expandir a sua produção, mas de forma organizada, sustentável e respeitosa em relação ao meio ambiente, é uma construção do consenso, que se deve buscar sempre. O importante nesta questão é que o debate não se resuma ao discurso vazio. As pes- Revista Canavieiros - Agosto de 2010 soas falam sobre meio ambiente, mas às vezes estão muito distantes da realidade. Acho que quem melhor mantém a relação com o meio ambiente, quem melhor trata e preserva os recursos naturais são os produtores. Eles querem que tudo funcione bem na sua fazenda. Por isso cuidam dos mananciais, combatem o assoreamento, preservam as matas ciliares. Canavieiros - A oscilação no preço do etanol é um problema que o setor sucroalcooleiro enfrenta. Como solucionar? Rossi: Esta oscilação é uma consequência do fato de o etanol ter sua origem na produção agrícola. Ou seja, como não é produzido ao longo de todo o ano, mas somente durante a safra canavieira, é natural que haja altos e baixos em termos de oferta. A solução mais simples para esse problema é a formação de estoques. Assim, o governo tem incentivado o setor produtivo a estocar o produto durante a safra. Para isso, relançou o Programa de Estocagem de Etanol Combustível, por meio do qual o setor público disponibiliza recursos financeir os a juros atrativos. Esse estoque deverá retornar ao mercado somente no período de entressafra, minimizando, assim, a volatilidade de preços e riscos na falta do produto. Canavieiros - Como tornar o etanol uma commodity? Rossi: Essa não é uma tarefa fácil. O Brasil vem se esforçado para isso há quatro anos. O presidente Lula é um grande entusiasta da disseminação do uso dos biocombustíveis em suas viagens ao exterior, principalmente do etanol brasileiro. Junto ao setor privado nacional, tem atuado na promoção do etanol como uma alternativa viável à gasolina. Para se tornar uma commodity amplamente comercializada é preciso que haja mais produtores e consumidores no mundo. Hoje isso está ainda muito concentrado no Brasil e nos Estados Unidos. O governo tem feito um grande esforço para mostrar aos outros países o embasamento técnico-científico de que nosso etanol é sustentável. Também vem realizando um trabalho extraordinário em cooperações internacionais para fortalecer o etanol, a exemplo dos incentivos à produção de cana na África. De qualquer modo, pelas suas qualidades intrínsecas, o etanol brasileiro vai ganhar mercados e o produto vai transformar-se em commodity nos próximos anos, estamos certos. RC 7 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 8 Ponto de Vista José Mario Paro* Nós e a política N o final do mês de junho último, ao voltar de uma visita que fizera ao Oeste da Bahia, região de Luiz Eduardo Magalhães, quando cruzava o Rio Grande, na divisa dos Estados de Minas e São Paulo, sentido Uberaba – Ribeirão Preto, lembrei-me da primeira ponte construída sobre este rio, na região. Estava acompanhado de um amigo paranaense, que se interessou em conhecê-la. É toda de ferro, como as clássicas pontes de estrutura metálica que foram construídas mundo afora, antes da utilização do concreto nestas obras. Fica a poucos quilômetros rio acima da ponte atual, que acabáramos de atravessar, no município de Igarapava/ SP. Está em precário estado de conservação, infelizmente. Ainda é utilizada pelo tráfego local e por muito tempo foi a única ligação rodoferroviária entre os dois Estados, na região. Era então estratégica. Tão estratégica que foi palco de sangrenta batalha entre paulistas e mineiros, pelo seu domínio, na Revolução Constitucionalista de 1932, batalha esta vencida pelas forças de Minas Gerais, que então representavam o Governo Central. A lembrança destes fatos trouxe-me à mente que dali a poucos dias haveria o feriado estadual de 9 de julho, alusivo à revolta dos paulistas, naquela época. Fiquei atento ao noticiário por aqueles dias, mas muito pouco se falou do assunto. O que não é novidade, pois não são muitos os brasileiros que se lembram das datas comemorativas nacionais, estaduais e municipais e dos fatos que as originaram. Somos um povo sem memória, para nossos valores e nossa história, o que nos confere um sentido de patriotismo festivo, mas superficial e que, como tal, afeta o nosso comportamento como cidadãos. Inclusive, e talvez principalmente, afeta a qualidade de nossa participação política nas esferas municipal, estadual e federal, além, é claro, da participação nas políticas de classe, como acontece especialmente com os agricultores. Um fato que chama a atenção é que poucos de nós estamos lembrados em quem votamos para vereador, deputado estadual, deputado federal e senador nas últimas eleições. É, pois, um voto descompromissado. Vota-se em alguém, por um motivo ou outro, possivelmente até por ser a votação obrigatória, mas não nos sentimos representados pelos candidatos eleitos. Não sabemos a quem cobrar. “...o Estado brasileiro vem se intrometendo cada dia mais na vida de cada um de nós, dizendo-nos o que devemos fazer e como fazê-lo...” Por outro lado, os eleitos, sabedores desta situação, sentem-se igualmente descompromissados em defender os interesses de quem os elegeu. Utilizam então seus mandatos para cuidar de seus próprios interesses, dos do seu grupo político e dos daqueles que financiaram suas campanhas. Quando muito, atendem aos pedidos paroquiais de prefeitos e vereadores: uma pontezinha aqui, uma estradinha ali, uma escolinha acolá e por aí vamos. É claro que toda regra tem exceções e aqui temos algumas honrosas. Mas, talvez por não serem muitos, estes legítimos representantes do povo não conseguem fazer tudo aquilo que gostariam. A consequência direta deste estado de coisas é que no Brasil praticase muita politicagem e pouca política, em especial nas épocas de eleições. Política com P maiúsculo, aquela que cuida dos interesses maiores da Revista Canavieiros - Agosto de 2010 nação e de seu povo, é exercitada por estadistas, que ultimamente tem estado em falta. Valorizássemos mais o nosso voto; fossemos mais exigentes ao analisar as qualidades e defeitos dos candidatos e, certamente, o resultado seria outro. Estaríamos vivendo num país melhor, a começar pelo respeito às pessoas e aos seus direitos. O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do planeta; a máquina governamental é pesada, corporativista e inoperante. Tenho certeza que todos nós já fomos a algum órgão público e o funcionário que nos atendeu, cujo salário pagamos como contribuintes, aparentou grande esforço em nos atender, como se estivesse nos prestando um imenso favor. De uns tempos para cá, o Estado brasileiro vem se intrometendo cada dia mais na vida de cada um de nós, dizendo-nos o que devemos fazer e como fazê-lo. Infraestrutura, educação, saúde, segurança, pesquisa e desenvolvimento, tarefas básicas de qualquer governo sério, ficarão sempre para o próximo governante eleito. E assim o círculo vicioso se fecha. Mas não precisaria ser necessariamente desta maneira. Novas eleições estão chegando. Cada eleição poderá ser um tempo de mudança para melhor. Oxalá acordemos. Valorizemos nosso voto! Tudo começa por aí! RC *Diretor Adjunto da Canaoeste 9 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 10 Notícias Copercana Reunião de fechamento da safra 2008/2009 de amendoim e perspectivas para o próximo ciclo Por Augusto César Strini Paixão Gerente da Unidade de Grãos N os dias 27 e 29 de julho em Sertãozinho e em Herculândia, respectivamente, realizamos reuniões para apresentar aos produtores do Projeto de Amendoim Copercana o fechamento da safra 2008/2009 e as perspectivas para o próximo ciclo. No fechamento da safra abordamos os custos, o rendimento do produto durante o processamento e os preços obtidos com as vendas, tanto para o mercado interno como o externo. Com isso, pudemos explicar aos nossos produtores o porquê do amendoim fechar ao preço médio de R$ 16,70, um pouco abaixo do custo de produção da safra. Na verdade, nesta safra de 2008/2009 fomos pegos pela crise mundial com uma menor demanda do produto e um aumento nos custos dos insumos agrícolas de uma maneira geral. Isso fez com que a lucratividade dos nossos produtores ficasse prejudicada. Para a safra 2009/2010 as perspectivas são bem mais otimistas. O custo de produção diminuiu e os preços no mercado externo, onde a cooperativa realiza 70% de suas negociações, aumentaram consideravelmente. Em junho deste ano já foi adiantado ao nosso produtor o valor de R$ 17,50 por saca de amendoim entregue e a perspectiva é de, no final, chegar até R$ 22,00 por saca. Com esses preços o produtor conseguirá uma boa margem de lucratividade na cultura. Não podemos esquecer que esta margem é para uma produção de 175 sacas por hectare. Para os próximos anos já estamos em negociação com nossos parceiros no exterior para fazer contratos onde o produtor terá garantia de um preço mínimo, sem que se repita o que aconteceu na safra 2008/2009. Temos plena certeza que isso é possível porque o amendoim vai estar em falta no mercado externo devido ao fato dos maiores produtores e exportadores como China e Estados Unidos estarem passando a ser importadores. Essa é uma oportunidade para o Brasil, que possui muita área a ser plantada com a cultura. Reunião em Herculândia Revista Canavieiros - Agosto de 2010 Na nossa região estamos fazendo um trabalho de incentivo ao plantio do amendoim em rotação com a cana-deaçúcar porque há uma preferência mundial neste modelo de produção. Estamos iniciando o planejamento do projeto para a safra 2010/2011 e vamos aumentar a área plantada em Sertãozinho e região. Para quem tiver interesse em participar do nosso projeto, entrar em contato com a Copercana Unidade de Grãos no telefone (16) 3946-4200 e falar com o Departamento Técnico de Amendoim e Soja (Edgard, Ditinho, Juliano). RC Reunião em Sertãozinho 11 Copercana participa da Forind 2010 Carla Rodrigues A Pela primeira vez cooperativa participa da feira com exposição de produtos e marca Feira de Fornecedores Industriais do Interior de São Paulo (ForInd) foi realizada de 27 a 29 de julho no Centro de Eventos Zanini em Sertãozinho. Na cerimônia de abertura estiveram o secretário do Desenvolvimento da Produção, Armando Meziat, o presidente do CEISE BR, Adézio Marques, o prefeito de Sertãozinho, Nério Costa, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Sertãozinho, Ulysses Grolla, o gerente regional do SEBRAE, Rodrigo Matos do Carmo, os diretores da Multiplus Feiras e Eventos, Augusto Balieiro e Fernando Barbosa. Foram 115 expositores nesta quarta edição do evento e pela primeira vez a Copercana participou com um estande preparado para receber a visita de seus cooperados. A Copercana expôs alguns de seus produtos e marcas disponíveis em suas lojas de ferragens - Ipiranga, Coopertools, Dewalt, Bateria Moura, Siva, entre outras. Autoridades visitam o estande da Copercana Adézio Marques, presidente do CEISE BR, durante seu discurso de abertura Autoridades abrem oficialmente a feira A feira recebeu mais de 7 mil visitantes durante os três dias, sendo estes de 11 Estados brasileiros e países como Repú- blica Tcheca e Guatemala, o que mostra a força do setor industrial no Brasil e no interior de São Paulo. RC Revista Canavieiros - Agosto de 2010 12 Notícias Canaoeste Rebelo fala sobre o Código Florestal aos associados da Canaoeste Carla Rossini O Mais de 200 produtores assistiram à palestra do deputado deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator da proposta que reformula o Código Florestal Brasileiro, visitou o sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred na manhã do dia 29 de julho. Mais de 200 produtores rurais lotaram o auditório das instituições e ouviram a palestra do deputado que fez um resumo dos principais pontos do relatório, aprovado no dia 6 de julho, na Comissão Especial que analisou o tema. A proposta depende agora da aprovação no plenário da Câmara e do Senado. Rebelo se mostrou confiante em relação à aprovação do texto. Ele acredita que a proposta terá o apoio da maioria dos deputados. Para elaborar o relatório, Rebelo e a comissão ouviram todas as partes envolvidas, desde produtores, especialistas, ambientalistas e assentados. “É preciso proteger o meio ambiente, mas é preciso também proteger o desenvolvimento tanto do pequeno, como do médio e do grande agricultor”, defende. Para o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, a conduta de Rebelo durante toda a discussão e votação do relatório foi exemplar. “O seu posicionamento sempre foi em defesa do Brasil e do seu povo. Ele teve muita Autoridades de Sertãozinho e região prestigiaram o deputado coragem ao denunciar a existência de ONGs que defendem interesses externos”, disse. E completou: “agora é a vez dos produtores rurais reagirem e dar corpo a proposta do deputado”, finalizou. Também participaram da reunião o presidente da Copercana, Sicoob Cocred e Sindicato Rural de Sertãozinho, Antonio Eduardo Tonielo, o prefeito de Sertãozinho, Nério Costa, e o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti. Alguns vereadores da cidade prestigiaram a visita do deputado. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 Em apenas dois dias, Aldo Rebelo foi recebido por produtores rurais em cinco municípios paulistas: São José do Rio Pardo, Serrana, Bebedouro, Ariranha e Sertãozinho. Após a reunião, o deputado falou com a redação da Revista Canavieiros. Confira: Revista Canavieiros: Qual a importância das modificações que o senhor está propondo para o Código Florestal Brasileiro? Aldo Rebelo: A primeira é ampliar a proteção da natureza e do meio ambiente, a moratória de desmatamento vai garantir que se realize o zoneamento econômico-ecológico pelos cinco anos e isso vai permitir uma ocupação mais racional do território. O inventário de todas as áreas de reserva legal nas propriedades também vai permitir que o governo conheça o que existe de vegetação remanescente. Por outro lado, também ajuda a regularizar as propriedades, a permitir que os agricultores sejam dispensados da recomposição embora tenham que proteger as áreas de preservação permanente até 4 módulos, e a partir daí, que possam somar reserva legal com APP, que possam fazer a reposição da sua reserva legal dentro do bioma. Eu acho que tudo isso são conquistas importantes para o meio ambiente e para os agricultores. 13 Revista Canavieiros: Ambientalistas dizem que as mudanças propostas pelo senhor são um retrocesso para a política ambiental do país. Como o senhor analisa isso? Rebelo: Eu acho que isso é uma parte de ambientalistas, alguns já reconhecem que há avanços, agora há aqueles que são financiados por organizações estrangeiras, por governos dos países ricos e que não querem o progresso da agricultura no Brasil e usam o meio ambiente apenas como um pretexto para fazer essa guerra comercial. Revista Canavieiros: Qual a importância das áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente para o Brasil? Rebelo: A APP é destinada a proteção dos rios, das nascentes, das encostas, dos morros, do solo frágil, arenoso, que pode sofrer a erosão por causa da chuva, do efeito da gravidade. E a reserva legal é a área que protege de certa forma a reprodução da cadeia biológica, da flora, da fauna e onde se pode fazer também o manejo para utilização do proprietário. Revista Canavieiros: Qual é o tamanho da área agrícola produtiva do país? Atualmente quanto dessa área está sendo usada? Qual o impacto que essa legislação trará? Rebelo: O Brasil tem 850 milhões de hectares. 522 milhões constituem ainda vegetação nativa (florestas, campos, cerrado), 68 milhões da agricultura e 190 milhões da pecuária, essa é basicamente a distribuição da área do território nacional. Eu acho que o impacto é consolidar as áreas que estão em uso por um lado e garantir a preservação da vegetação remanescente. Mais de 200 produtores rurais ouviram a palestra de Aldo Rebelo “...alguns já reconhecem que há avanços, agora há aqueles que são financiados por organizações estrangeiras, por governos dos países ricos e que não querem o progresso da agricultura no Brasil e usam o meio ambiente apenas como um pretexto para fazer essa guerra comercial.” Revista Canavieiros: É possível um equilíbrio entre a proteção ambiental, a produção agrícola e o desenvolvimento sustentável? Rebelo: Mais do que possível, é necessário. O Brasil precisa do meio ambiente e da agricultura produzindo alimentos para o país e exportação. Revista Canavieiros: Essa legislação que diz sobre a “APP” existe no mundo inteiro ou apenas no Brasil? Rebelo: Reserva Legal não existe em outros países do mundo, reserva legal existe no Brasil. APP existe com exigências muito menores, por exemplo, na Austrália a proteção dos rios varia de 5 até 20 metros, no Brasil ela varia de 30 até 600 metros. Revista Canavieiros: Qual a previsão de votação do projeto na câmara? Rebelo: A parte mais demorada e mais difícil era a da Comissão Especial que foi superada. Agora está pronto para votar no plenário. O mais provável é que se vote depois das eleições. RC Revista Canavieiros - Agosto de 2010 14 Notícias Canaoeste Consecana A CIRCULAR Nº 06/10 DATA: 30 de julho de 2010 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de JULHO de 2010. O preço médio do kg de ATR para o mês de JULHO, referente à Safra 2010/2011, é de R$ 0,3477. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a julho e acumulados até JULHO, são apresentados ao lado. Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a julho e acumulados até JULHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/10, são apresentados acima. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 15 Canaoeste realiza reuniões técnicas para produtores Em parceria com a Basf e CTC, eventos aconteceram nas cidades de Viradouro e Pitangueiras C erca de 100 produtores estiveram presentes na reunião técnica realizada no dia 11 de agosto na Câmara Municipal de Viradouro. Em Pitangueiras o evento aconteceu no dia 12 de agosto, na Loja Maçônica da cidade. As palestras foram proferidas por representantes da Basf e do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), que alertaram os produtores sobre pragas e doenças da cana-de-açúcar e uso correto de produtos defensivos. O principal assunto abordado foi a praga Sphenophorus levis, mais conhecida como “bicudo da cana-deaçúcar”, que é uma das mais importantes pragas desta cultura e que pode causar grandes prejuízos ao canavial. Hoje seu foco encontra-se no Estado de São Paulo, próximo à região de Piracicaba, e também em Minas Gerais, o que torna possível um aumento de sua dispersão de ano a ano. Seu principal sintoma é o secamento da folha de fora para dentro e sua perda pode ser estimada em até 30 toneladas cana/corte. De acordo com Rodrigo de Almeida, representante do CTC, a principal forma de infestação dessa praga é por meio da muda. Daniel Medeiros (BASF), Gustavo Nogueira (Canaoeste), Rodrigo de Almeida (CTC), Diego Lopes (BASF) Fabrício Catissi (BASF) A melhor prevenção contra essa praga é impedir sua entrada e disseminação na área, que acontece principalmente por mudas infectadas. O monitoramento dos viveiros pode ser feito através da colocação de iscas tóxicas. Já o controle pode ser feito através de produtos químicos, iscas tóxicas, sanidade de viveiros e cultural. Se for preciso remediar, é indicada a destruição mecânica da soqueira, ou se ainda for possível, aplicação de produtos químicos na cana soca. calda na aplicação em pré-emergência do herbicida Plateau e também sobre o projeto MONITOR, uma metodologia que está sendo desenvolvida para facilitar o levantamento e manejo do bicudo da cana-de-açúcar. RC Produtores presente em Viradouro Os representantes da Basf, Fabrício Catissi e Daniel Medeiros conversaram com os produtores sobre os resultados do projeto PROVAR realizado em parceria com o IAC (Instituto Agronômico), que trata da redução do volume de RC Revista Canavieiros - Agosto de 2010 16 Assuntos Legais DITR - declaração do imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) P or meio da Instrução Normativa RFB nº 1.058, de 26 de julho de 2010, a Secretária da Receita Federal disciplina o prazo, a forma e o procedimento para entrega da DITR (Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural) do exercício 2010, requisito obrigatório para manter devidamente regularizada a propriedade rural. Está obrigada a entregar a DITR (Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural) toda pessoa física e/ou jurídica que, em relação ao imóvel a ser declarado seja, na data da efetiva entrega, proprietária ou possuidora, condômina, expropriada a partir de 1º janeiro de 2010, inventariante, compossuidora etc., independente de estar imune ou isenta do ITR (Imposto Territorial Rural). No caso de morte do proprietário do imóvel, como já dito, a declaração deverá ser feita pelo inventariante, enquanto não terminada a partilha ou, se ainda não foi nomeado inventariante, está obrigado o cônjuge, o companheiro ou o sucessor do imóvel a qualquer título. Cumpre informar que na referida DITR está obrigada a apurar o ITR (Imposto Territorial Rural) toda pessoa física ou jurídica, desde que não seja imune ou isenta, sendo certo que a DITR corresponde a cada imóvel rural e é composta dos seguintes documentos: DIAC – Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR, mediante o qual devem ser prestadas à Secretaria da Receita Federal as informações cadastrais correspondentes a cada imóvel rural e a seu titular (obrigatório para todos os proprietários rurais); DIAT - Documento de Informação e Apuração do ITR, onde devem ser prestadas à Secretaria da Receita Federal as informações necessárias ao cálculo do ITR e apurado o valor do imposto correspondente a cada imóvel (que se torna dispensável em caso de o imóvel ser imune ou isento do ITR). O valor do imposto é apurado aplicando-se sobre o Valor da Terra Nua Tributável (VTNt) uma alíquota (variável de 0,02% a 4,50%), levando-se em consideração a área total do imóvel e o grau de utilização (GU) desta, não podendo ser o valor nunca inferior a R$ 10,00. Demais disso, a propriedade rural localizada no Estado de São Paulo que possuir área de até 30 hectares, estará imune do ITR desde que o seu proprietário a explore só ou com sua família, além deste não possuir outro imóvel (urbano ou rural). Por seu turno, estão isentos de ITR os imóveis rurais compreendidos em programa oficial de reforma agrária oficial, bem como o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total não exceda os 30 hectares e desde que o proprietário os explore só ou com sua família (admitida ajuda eventual de terceiros) e não possua imóvel urbano. O prazo para a apresentação da DITR de 2010 será de 1ºde setembro a 30 de setembro de 2010, podendo ser feita de três formas, conforme o seu tamanho e localização: pela Internet, (www.receita. fazenda.gov.br); por disquete a ser entregue nas agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal; ou, em formulário próprio, a ser entregue nas agências da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Se o imóvel estiver localizado no Estado de São Paulo e tiver área superior a 200 hectares, a declaração deverá ser feita pela internet (http://www.receita.fazenda.gov.br), assim como se o proprietário for pessoa jurídica. Se a declaração for apresentada após o prazo, o proprietário terá de pagar multa de 1% do valor do imposto ao mês. Nos casos de imóvel rural imune ou isento do ITR, a multa será de R$50,00. O pagamento do imposto (ITR) apurado poderá ser realizado em até 4 quotas, mensais e sucessivas, desde que: nenhuma quota possua valor inferior a R$ 50,00; o imposto de valor inferior a R$ 100,00 será pago de uma só vez; a primeira cota deverá ser paga até 30.09.2010 as demais quotas serão pagas até o último dia útil de cada mês, acrescidas de juros com base na taxa Selic, calculada a partir de outubro de 2010 até o mês anterior ao Revista Canavieiros - Agosto de 2010 Juliano Bortoloti - Advogado Departamento Jurídico Canaoeste do pagamento e, ainda, de 1% no mês do pagamento. Por fim, deve ainda o contribuinte preencher e protocolizar o ADA (Ato Declaratório Ambiental) perante o IBAMA, observando-se a legislação pertinente, com a informação de áreas não-tributáveis, inclusive no caso de alienação de área parcial. Isto porque as áreas consideradas como sendo de preservação permanente (mata ciliar) e de Reserva Florestal Legal (20% da propriedade averbada na matrícula do imóvel com vegetação nativa) são isentas da tributação do ITR (Imposto Territorial Rural), desde que devidamente informadas no formulário ADA (Ato Declaratório Ambiental), que, a partir do exercício de 2007, é obrigatoriamente enviado por meio eletrônico, via internet (ADAweb), através do site www.ibama.gov.br/adaweb/. Portanto, para efeito de obtenção do benefício da isenção tributária do ITR (Imposto Territorial Rural) em áreas de preservação permanente e de reserva florestal legal, basta ao proprietário rural preencher e enviar ao IBAMA o formulário do ADA – Ato Declaratório Ambiental, informando referidas áreas de uso restrito. Importante enaltecer, ainda, que visando um maior controle administrativo das propriedades rurais, o IBAMA começou a cruzar suas informações com a Receita Federal e o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), responsáveis pelo controle e recolhimento anual do ITR. RC 17 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 18 Notícias Cocred Balancete Mensal COOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - Junho/2010 Valores em Reais Revista Canavieiros - Agosto de 2010 19 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 20 Fenasucro & Agrocana 2010 reúnem o setor sucroenergético brasileiro e mundial Carla Rossini D As feiras são pólos de atração e referência para os negócios, tecnologia e informação do segmento e 31 de agosto a 3 de setembro serão realizadas, no Centro de Eventos Zanini, a Fenasucro (XVIII Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira) e Agrocana (VIII Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-açúcar). Os números já evidenciam a importância conquistada pelas feiras e do potencial do setor sucroenergético brasileiro: 420 expositores, com previsão de receber 30 mil visitantes nos quatro dias, grande parte estrangeiros, e gerar negócios superiores a R$ 2,2 bilhões. As duas feiras cresceram ao longo dos anos e se consolidaram como o maior encontro mundial do setor. A promoção das feiras é possível graças a parcerias realizadas por empresas e instituições renomadas no setor. A realização é de responsabilidade da Multiplus Feiras e Eventos, do CEISE BR (Centro Nacional das indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético) e do Sindicato Rural de Sertãozinho. A Agrocana conta com o apoio de instituições como a Copercana, Canaoeste, Sicoob Cocred e UNESP – Jaboticabal. Realizadas no período tradicionalmente marcado pelo momento de planejamento de investimentos na entressafra das usinas do Centro-Sul, a previsão é de que a demanda por serviços e produtos seja grande. “No final do ano, as usinas da Região Centro-Sul realizam suas paradas para manutenção, melhorias e ajustes. Na última safra, ainda sob o reflexo da crise mundial, muitas usinas não investiram tanto em manutenção, o que se faz necessário agora”, afirma Fernando Barbosa, diretor da Multiplus. Focadas em negócios, as feiras são grandes referências em tecnologia para usinas, produtores rurais e profissionais que atuam na área em 40 países diferentes. Durante os dias do evento, as feiras são marcadas com o lançamento de tecnologias, processos, máquinas e equipamentos voltados à indústria e à área agrícola – são 55 mil metros quadrados de área de exposição - e, também se transformam num fórum de discussão sobre o setor com a realização de eventos paralelos de caráter político e técnico. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 Na Fenasucro, estão presentes os principais fornecedores de produtos ligados às áreas de utilidades, serviços, automação e instrumentação, elétrica, caldeiraria e mecânica pesada, química e derivados, energia e outros. Já na Agrocana os destaques são os equipamentos e insumos voltados para o preparo de solo, plantio, tratos culturais e colheita da cana-de-açúcar. “Entre os visitantes que as feiras recebem estão técnicos, profissionais e autoridades do setor, que possuem poder de decisão de compra e são formadores de opinião. Isso ajuda na hora de fechar negócios”, disse Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Agrocana. A retomada de negócios do setor sucroenergético no primeiro semestre de 2010, demonstrando a força da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, apresenta um cenário mais positivo para a realização da Fenasucro e Agrocana. Os industriais e também os produtores de cana estão mais otimistas em relação à safra 2010/2011. 21 Reportagem de Capa Novidades no estande da Copercana Neste ano, a Copercana traz novidades para os cooperados que visitarem o seu estande que estará localizado na Agrocana, Rua C – Área 65. Além da tradicional presença do espaço da Revista Canavieiros, a loja de Ferragens Copercana terá espaço exclusivo para venda de chapéus, selas, cutelaria e outras opções de produtos. A carne de Cordeiro Copercana, marca de qualidade já reconhecida entre os apreciadores dessa iguaria, vai ser comercializada. E como já é de costume, os agrônomos da Copercana e Canaoeste marcarão presença prestando assistência técnica, mas, neste ano, com uma diferença: os cooperados que desejarem comprar produtos agroquímicos durante a Agrocana terão mais esse serviço a sua disposição. Interior do estande - imagem meramente ilustrativa Presidente de honra da Fenasucro Pela primeira vez, a Fenasucro terá um presidente de honra. Durante reunião na sede da Cosan em São Paulo, no dia 08 de junho, o presidente do Conselho de Administração da Cosan, Rubens Ometto, foi oficialmente intitulado o primeiro presidente de honra da Feira, que está na sua décima oitava edição e acontece simultaneamente à Agrocana, de 31 de agosto a 3 de setembro de 2010. A intitulação foi conduzida pelo empresário e presidente da Agrocana, Antonio Eduardo Tonielo, pelo presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético (CEISE Br), Adézio Marques, e pelos diretores da Multiplus Feiras e Eventos, Fernando Barbosa e Augusto Antonio Eduardo Tonielo Filho, Augusto Balieiro, Nério Costa, Adézio Marques, Rubens Ometto e Fernando Seixas Barbosa Balieiro. Também estiveram presentes na reunião o prefeito de Sertãozinho, Nério Costa, e o vice presidente da CEISE Br, Antônio Eduardo Tonielo Filho. Segundo Fernando Seixas Bar- bosa, diretor da Multiplus, o apoio de Rubens Ometto engrandece mais ainda a feira e agrega todo o conhecimento que o empresário tem sobre o setor sucroenergético. Encontro anual de produtores de cana-de-açúcar A Canaoeste, Copercana e o Sindicato Rural de Sertãozinho vão promover no dia 1º de setembro, a partir das 10 horas, o Encontro Anual de Produtores de Cana-de-açúcar, onde estarão presentes ilustres e importantes autoridades ligadas ao setor sucroalcooleiro, debatendo as tendências e perspectivas para a cana-de-açúcar, abrangendo ainda o tema “o cenário político para o setor”. Encontro de produtores realizado em 2009 O objetivo do evento é reunir os produtores de cana de toda a região de Sertãozinho para, num esforço conjugado, procurarem mecanismos estratégicos para o futuro da cana, do açúcar e também do etanol, principais produtos básicos da economia regional, com destaque da importância da conscientização e do espírito de união de todos os produtores para alavancar o setor sucroenergético brasileiro para o bem comum. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 22 Reportagem de Capa Fórum Oficial de Abertura da Fenasucro & Agrocana debate o futuro do Etanol O XII Fórum Oficial de Abertura da Fenasucro & Agrocana, será realizado no dia 30 de agosto, das 8 às 16 horas, no Teatro Municipal de Sertãozinho, e receberá autoridades, empresários e técnicos do setor para debater visões sobre o futuro do etanol. Fórum de 2009 Na programação estão três diferentes painéis, os cenários contemporâneos e as perspectivas da produção, consumo e propriedade do etanol, sob a ótica da internacionalização. “O tema do fórum é intitulado ‘Do álcool para o etanol’ e será discutido em painéis que vão apresentar as visões de empresários, pesquisadores e autoridades políticas e setoriais”, afirma William Domingues de Souza, organizador do evento. A abertura, antes do início dos painéis de debates, contará com a presença do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, além das apresentações dos organizadores e realizadores da Fenasucro & Agrocana. A organização do evento também convidou para o fórum os candidatos à presidência da República. A candidata Marina Silva já confirmou presença. Eventos simultâneos à Fenasucro & Agrocana 2010 têm foco técnico, em negócios e no relacionamento A Fenasucro & Agrocana 2010, contam com uma ampla e diversificada programação de eventos simultâneos. A cada ano, as feiras integram à agenda novos parceiros e iniciativas para oferecer aos visitantes e expositores opções para a troca de experiências profissionais e contatos comerciais. de 400 reuniões com 50 empresas nacionais do setor sucroenergético filiadas ao Projeto APLA /APEX. Os números de participantes – de usinas e empresas do setor - são maiores em relação à primeira edição. O evento acontece nos quatro dias de Feira no pavilhão 1 da Fenasucro em um estande especialmente projetado. Projeto APLA/APEX Pelo segundo ano consecutivo, o Projeto APLA/APEX participa das Feiras. Com promoção do APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool) e apoio da APEX Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos), do governo federal, o projeto vai trazer 20 compradores de usinas do exterior para mais Brasil Cana Show 2010 O Brasil Cana Show, programa de visitas e palestras para técnicos brasileiros e estrangeiros do setor sucroenergético, promovido pela Stab (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil), chega à sua décima edição em 2010. Um dos mais importantes eventos da programação simultânea das feiras, Revista Canavieiros - Agosto de 2010 o Brasil Cana Show terá sua agenda de atividades integrada às ações do projeto APLA/APEX. Seminário Gegis As tradicionais palestras do Seminário do Gegis (Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro) serão realizadas no dia 02 de setembro, das 8h30 às 12 horas, no Auditório do Centro Empresarial Zanini. Serão três palestras com os seguintes temas: “Previsão Futuras de preço no mercado interno e externo de açúcar e etanol”, “O Desafio de produzir com qualidade num mercado que compra por preço” e “Como aproveitar e melhorar a imagem da indústria canavieira com tanto assédio da mídia”. 23 Gerhai e Senai O Gerhai (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria) vai realizar sua reunião mensal durante as feiras, no dia 31 de agosto, das 08 às 14 horas, no Auditório do Centro Empresarial Zanini. O grupo reúne profissionais de recursos humanos do setor sucroenergético brasileiro. Promove a troca de informações e experiências em todos os assuntos relacionados a recursos humanos, buscando atualização e desenvolvimento do trabalho para as empresas envolvidas. Na reunião especial, agendada para as feiras, também contará com a participação do SENAI, que vai apresentar os projetos que desenvolve para o setor sucroenergético. Usina & Automação No dia 03 de setembro, a Mutiplus Feiras e Eventos, em parceria com a Campus Web, promove uma das novidades da programação simultânea da Fenasucro & Agrocana 2010: o encontro Usina & Automação. O evento terá em sua programação palestras e apresentações de cases de empresas do setor. O objetivo é aproximar as empresas de automação instaladas na região dos profissionais que utilizam a tecnologia oferecida por elas. Serão duas palestras e a apresentação de cinco cases. Espaço Agrocana de Convivência e Negócios O visitante e o expositor da Agrocana 2010 terão uma área especialmente projetada e estruturada para receber com conforto diversos formatos de eventos: o Espaço Agrocana de Convivência e Negócios. Planejado como uma área para estimular o relacionamento entre os visitantes, o Espaço Agrocana terá toda a infraestrutura para abrigar até 400 pessoas em eventos de lançamento de produtos, palestras, apresentação de cases ou qualquer outro tipo de evento que envolva os expositores, empresas, instituições e entidades participantes da feira. Com completo serviço de gastronomia, o Espaço Agrocana de Convivência e Negócios terá varanda gourmet, almo- ços, happy hour, coffee e decoração feita pelo buffet Renato Aguiar. A programação social vai contar com happy hour com música ao vivo, do sertanejo ao samba, e também show de humor. Já estão confirmadas as presenças dos artistas Roberto Edson, Chico Lorota e Murillo & Mateus no dia 31 de agosto, das duplas Jorge Henrique e Cristiano e João Lucas e Mateus no dia 1 de setembro e do grupo Sambô no dia 02 de setembro. Workshop Agrocana Com realização da Multiplus Feiras e Eventos, em parceria com a Copercana e a Canaoeste, o Espaço Agrocana de Convivência e Negócios vai receber, no dia 03 de setembro, das 9h às 13h30, o I Workshop Agrocana Fitotécnico e de Motomecanização. As palestras e apresentações de cases serão conduzidas pelo IAC (Instituto Agronômico) e pelo Gmec (Grupo de Motomecanização). O evento é destinado aos produtores agrícolas e profissionais do setor. RC Revista Canavieiros - Agosto de 2010 24 Novas Tecnologias Tecnologia Plene: desenvolvida e comercializada por brasileiros Syngenta e Usina Guaíra assinam primeiro contrato da nova tecnologia de cana-de-açúcar A Syngenta e a Usina Açucareira Guaíra anunciaram, no dia 6 de agosto, o acordo do primeiro contrato de Plene. Com esta formalização, a Guaíra tornou-se a primeira usina a adquirir a tecnologia Plene em escala comercial. A tecnologia Plene foi desenvolvida e é comercializada exclusivamente pela multinacional Syngenta. Essa tecnologia proporciona à cana-de-açúcar gemas tratadas, que possuem cerca de quatro centímetros, (e não 40 cm como as tradicionais) contra as pragas e doenças, garantindo um canavial saudável, além de diminuir custos de plantio em aproximadamente 15% por hectare. As variedades que o Plene contempla são aquelas disponíveis com a Syngenta, ou seja, em parceria com IAC (Instituto Agronômico) e Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro), que são mudas com garantia de pureza varietal. De acordo com o gerente geral do pro- jeto, Márcio Farah, para chegar a esse resultado foram necessários três anos de pesquisa interna e depois mais dois anos de validação nas usinas – mais 17 grupos sucroalcooleiros já estão em fase de negociação final para adquirir esta tecnologia. Investimentos em fábricas e produtos químicos também foram realizados. Em 2008, quando a tecnologia Plene foi lançada, a multinacional tinha uma perspectiva de renda anual no valor de US$ 300 milhões, mas acredita que esse valor será maior ainda este ano devido ao grande interesse de outros países. Vale ressaltar que somente com as negociações da tecnologia Plene com os 18 grupos sucroalcooleiros o volume de negócios chegou a US$ 200 milhões. Para Eduardo Junqueira, sócio-diretor da Usina Guaíra, esta inovação da Syngenta vai realmente revolucionar o setor canavieiro no Brasil e no mundo, pois os benefícios que ela apresenta são extremamente diferenciados. “Empresas como a Revista Canavieiros - Agosto de 2010 Syngenta tem condições melhores de fazer uma muda sadia, então por que não tentar? Acredito que essa tecnologia vai substituir tudo o que houve até hoje”. Uma das vantagens que as usinas têm com o modo Plene é a redução de custos com máquinas e equipamentos, por exemplo, com as mudas menores, é necessária a utilização de apenas uma plantadeira de cana de pequeno porte, desenvolvida em parceira com a John Deere, com lançamento previsto para abril de 2011. “É uma máquina mais leve e mais flexível, o que torna o serviço menos cansativo e não prejudica o solo”, explicou Junqueira. Para Junqueira, a principal vantagem da tecnologia Plene é a segurança de produção, graças a sua eficiência. “ Com esse método nós sabemos que podemos até plantar menos, mas temos a garantia de que vamos ter a mesma quantidade de produção, pois a perda é muito menor”. 25 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 26 Informações Setoriais CHUVAS DE JULHO e Prognósticos Climáticos No quadro a seguir, são apresentadas as chuvas do mês de JULHO de 2010. A Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste média das observações de chuvas ocorridas durante o mês de JULHO “ficou” bem abaixo (40%) da média das normalidades climáticas de todos os locais informados. Apenas no CENTROCANA IAC, Usinas Da Pedra/ Ibirá e São Simão-IAC/Ciiagro é que as chuvas anotadas “ficaram” próximas ou ligeiramente acima das respectivas médias históricas. O Mapa 1, abaixo, mostra que, no período de 15 a 18 de JULHO, o índice de Água Disponível no Solo apresentava-se como médio e até crítico na faixa centro-norte do Estado de São Paulo. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 15 a 18 de JULHO de 2010. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 O índice de Disponibilidades Atuais de Água no Solo, ao final de JULHO de 2010 (Mapa 3), já se mostrava baixo ou crítico em quase toda área sucroenergética do Estado, salvo as regiões de Campinas, Piracicaba, Sorocaba e próximas de Ourinhos. Enquanto que, ao final de 2009, Mapa 2:- Água Disponível no S 27 as condições hídricas do solo mostravam-se bem diferentes das deste ano, permitindo imaginar uma linha dividindo Norte - Sul do Estado de São Paulo. Mapa 4:- Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para o trimestre agosto a outubro. Adaptado pela CANAOESTE. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses de agosto a outubro. • Preveem-se que as temperaturas médias sejam ligeiramente acima das normais climáticas em (quase) todas áreas sucroenergéticas da Região Centro-Sul do Brasil; • Quanto às chuvas, para os meses de agosto a outubro, poderão, também, “ficar” próximas às médias históricas em (quase) toda áreas sucroenergética da Região Centro-Sul (vide Mapa 4); • Como referência, as normais climáticas de chuvas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo CentroCana e Solo ao final de JULHO de 2009. Apta-IAC, são de 20mm em agosto, de 50mm em setembro e de 125mm em outubro. A SOMAR Meteorologia, a exemplo do INPE e INMET, também prevê que as chuvas ficarão entre próximas das respectivas médias climáticas nos meses de agosto a outubro, em toda região de abrangência CANAOESTE. Entretan- to, como o fenômeno La Niña (contrário de El Niño) está se manifestando, a SOMAR assinala que se observa mais incertezas climáticas que em período de ocorrência de El Niño e prevê, ainda, prognóstico semelhante para o mês de novembro, ou seja, não diferente da normalidade climática. Quanto às condições climáticas para estes meses de moagem - agosto a outubro/novembro, a CANAOESTE sugere aos produtores de cana que primem em operações de colheita e aproveitem ao máximo os dias e tempos disponíveis; bem como, que efetuem os necessários e aprimorados tratos culturais, com vistas às crescentes demandas por matéria-prima nas próximas duas safras. Estes prognósticos serão revistos a cada edição da Revista Canavieiros e fatos ou prognósticos climáticos relevantes serão noticiados em nosso site: www.canaoeste.com.br . Persistindo dúvidas, consultem os técnicos mais próximos ou por meio do Fale RC Conosco CANAOESTE. Mapa 3:- Água Disponível no Solo, 50 cm de profundidade, ao final de JULHO de 2010. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 28 Informações Setoriais Condições Climáticas Atuais e Prognósticos Impactos & Precauções Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste O s mapas de Capacidade Hídrica do Solo e da consequente Estiagem Agrícola, elaborados pela SOMAR Meteorologia em meados de agosto, deixam bem evidentes a severidade climática que afeta quase toda área sucroenergética do Estado de São Paulo, destacando-se nos anéis brancos as regiões de abrangência da ABAGRP e CANAOESTE; excetua-se, embora com média Capacidade Hídrica, a região abaixo da linha imaginária entre Assis a Campinas. Nos demais estados da Região Centro Sul a climatologia de chuvas mostra-se igualmente severa, com menores intensidades nas faixas sucroenergéticas do Estado do Paraná, extremo sul de Mato Grosso do Sul (mas que tem sofrido impactos de frios intensos nos últimos dias) e nas regiões canavieiras dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Infelizmente, tem-se que assinalar que as previsões climáticas, pela SOMAR Meteorologia, para as regiões de abrangências da ABAG RP e CANAOESTE são de baixa probabilidade de chuvas significativas para este final de agosto e abaixo da média histórica para o mês de setembro que é de 50 a 60mm. Condições estas que, somadas às elevações das temperaturas acima das médias, irão acentuar ainda mais a severidade climática. Abaixo, o mapa de Estiagem Agrícola mostra que, das faixas centrais dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul em direção ao norte da Região Centro Sul, não ocorrem chuvas significativas a mais de três meses (e até cinco meses na área arroxeada) IMPACTOS: Desconforto pela poeira suspensa e a baixa Umidade Relativa do ar. Dificuldades e doenças respiratórias que, acreditem, nada ou pouco tem a ver com queimadas de cana, pois estão ocorrendo com as mesmas intensidades em todos os municípios com níveis semelhantes de estiagem, mesmo naqueles que não tem (e situam-se longe da) cultura da canade-açúcar. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 29 Esta condição é excelente para operações de colheita da cana que, nesta região de abrangência da ABAG RP e CANAOESTE que, pelo menos, 70% da área estão sendo efetuadas sem queima. operações de tratos culturais mecânicos de soqueiras. Sendo, pois, totalmente dispensáveis escarificações dos solos (que acentuam as perdas d’água) e as incorporações de fertilizantes em profundidade. Estão ocorrendo, sim, queimadas durante o dia. Creiam, nenhum produtor de cana orientados pelas Associações de Classe, Unidades Produtoras e em sã consciência, estariam efetuando estas queimas. Eles estão perfeitamente cientes e conscientes dos cuidados Ambientais, até porque sabem dos pesos das penalizações, não só pelas multas e processos, mas, também pelas significativas (e até total) perdas de produção na safra. PRECAUÇÕES: Eminentes riscos de incêndios em canaviais, um vez que grande percentual de folhas e bainhas encontram-se murchas a muito secas. As queimadas, quando permitidas, já devem ser efetuadas na madrugada, em observação à Umidade Relativa do Ar e evitando queima excessiva da cana a ser colhida. Em áreas colhidas mecanicamente, são prudentes e preventivos efetuarem aleiramentos com objetivo de estabelecer aceiros próximos de quaisquer rodovias ou estradas, proximidades de áreas urbanas e matas. Condição climática desfavorável para as operações de preparo do solo, pelo sistema convencional. Solos secos, mesmo sem adensamentos, apresentam grande resistência a revolvimentos. Desfavorável, também, desde o início da safra, para as Em hipótese alguma se utilizem do fogo para limpeza de pastagem e de restos culturais e lixos em fazen- das. Os redemoinhos de vento não marcam hora para acontecer. Os acidentes podem ser muito danosos. Rotações de culturas - pelos prognósticos climáticos futuros, constantes na Revista Canavieiros e site Canaoeste, recomenda-se que a técnica de plantio direto sobre a palhada remanescente da cana mostra ser a mais segura para se obter melhor estande de germinação e ao desenvolvimento das culturas em rotação nesta próxima primavera. No caso da cultura do amendoim, diferentemente da soja (por exemplo), este sistema promove melhor desenvolvimento e produção de massa; entretanto, durante as operações de arranquio e colheita ocorrem maiores perdas de vagens e grãos. Plantio de cana de ano – prevê-se ser pouco provável efetuar plantios de cana, sem irrigação e solos sem os devidos preparos, antes de meados de outubro. Some-se a isso as condições de estressamento das “mudas” de cana. RC Revista Canavieiros - Agosto de 2010 30 Artigo Técnico Seminário estratégico em Ferrugem Alaranjada 1 - INTRODUÇÃO – Em dezembro de 2009 surgiram as primeiras notícias que a ferrugem alaranjada havia chegado ao Brasil. Em 28/01/2010 o CTC realizou o seminário para esclarecimentos sobre a doença e definição das diretrizes na pesquisa e procedimentos nas áreas comerciais das associadas. panhada para comparação com as expectativas levantadas no seminário. 2 – CONTEÚDO RESUMIDO - Iremos relembrar os temas discutidos no seminário que também pode ser revisto pelo acesso ao Portal de Treinamento do CTC (figura 1). Estiveram presentes quase 200 participantes de associadas, sendo 13 associações de fornecedores, além de mais de 300 transmissões à distância (ao vivo), inclusive com associações de fornecedores fazendo a apresentação para grupos de fornecedores e técnicos, ficando claro o interesse pelo assunto. No próximo verão a ferrugem provavelmente reaparecerá e precisa ser acom- Revista Canavieiros - Agosto de 2010 Figura 1 – Portal de Treinamento do CTC. 31 2.1 - ABERTURA DO SEMINÁRIO – Willian Lee Burnquist O objetivo do seminário é atualizar os participantes sobre essa nova doença no Brasil que foi constatada recentemente em dezembro de 2009. O assunto é dinâmico e apresentaremos o que temos atualmente sobre o tema. 2.2 - HISTÓRICO DA FERRUGEM ALARANJADA – Enrico de Beni Arrigoni As equipes do CTC (Brasil), Panamá e Costa Rica estão envolvidas nos trabalhos que serão apresentados. Foram enviados variedades e clones para esses países em anos anteriores para avaliação quanto à susceptibilidade à ferrugem alaranjada. O agente causal é um fungo - Puccinia Kuehnii, descrito pela primeira vez em Java (1890) e posteriormente na Austrália em 1893. É uma doença bastante antiga. Em 2000, na Austrália, a variedade Q124 sofreu grande infecção com prejuízos estimados em 24% na produção de açúcar/ha. A variedade já era bastante plantada, chegando a 80% da área, em certas regiões, e o prejuízo foi grande com a severidade de ataque da doença, em anos em que o clima favoreceu o desenvolvimento do fungo. Em 2007 a ferrugem alaranjada chegou aos EUA, migrando rapidamente para os países da América Central já em 2008. No Brasil foi constatada pela primeira vez recentemente em 07/12/2009, no município de Rincão/SP e já foi observada em vários outros municípios do Estado de São Paulo e de outros estados também. Como não tínhamos a doença no Brasil, foi adotada a estratégia de envio de variedades e clones ao exterior, para avaliação da resistência à Ferrugem Alaranjada. Inicialmente mandamos materiais para a Austrália em 2000. Todas as SP enviadas inicialmente eram resistentes. As CTC1 a CTC9 foram enviadas em 2006 para testes serem realizados somente em 2010, devido à quarentena exigida naquele país. Com o aparecimento da doença no continente americano, em 2008, enviamos materiais para o Panamá e Costa Rica para serem avaliados. Junto com as CTCs, foram enviadas também nove variedades SP, seis variedades RB representando 72% da área com cana no centro-sul pelo censo do CTC e finalmente 83 clones CT, de onde sairão as futuras variedades CTC. As variedades RB72-454 e SP89-1115 se mostraram susceptíveis. No Brasil, a SP84-2025 apresentou Ferrugem Alaranjada, sendo também classificada como suscetível à doença. A SP792233 foi suscetível na América Central, porém mostrou-se resistente na Austrália, anteriormente Pelo jeito que a ferrugem se espalhou rapidamente no Brasil, mostra ser uma disseminação clássica por correntes de ventos. Informações recentes mostram que a germinação dos esporos se dá em temperaturas entre 20 a 25ºC e necessita de umidade na folha por, no mínimo, oito horas seguidas para que ocorra a germinação dos esporos. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 32 A CTC9 teve nota um pouco maior nas folhas mais velhas o que não é preocupante. A CTC3 também apresentou alguns sintomas em folhas novas, colocando-se como intermediária. Para a identificação da doença devemse observar todas as folhas. As lesões são em forma de pústulas com esporulação na parte inferior das folhas. As pústulas são salientes e circundadas por cor amarelada. Os esporos são alaranjados. Ocorrem pústulas também próximas à bainha. A Ferrugem Alaranjada não deve ser confundida com mancha anelar ou mancha parda. Os próximos passos a serem tomados é o de treinamento de equipes, vistorias de áreas, mapeamento, definição de áreas de riscos (clima mais propício), substituição de variedades, testes com fungicidas, determinação das perdas ocasionadas, liberação emergencial de produtos e acompanhamento da evolução da doença. 2.3 - SINTOMAS E IDENTIFICAÇÃO – Adhair Ricci Junior Os sintomas da ferrugem alaranjada manifestam-se nas folhas e têm início com pequenas manchas amareladas, circulares ou elípticas, recobertas com a película da folha. São mais visíveis na parte inferior das folhas. Com o desenvolvimento da doença, estas manchas aumentam de tamanho e rompem a cutícula, expondo uma massa de uredósporos (esporos) produzido pelo fungo, formando lesões denominadas de pústulas, Figura 2: Sintomas de ferrugem laranja perto da bainha. Artigo Técnico com coloração amarelada ou alaranjada quando novas e mais escuras quando mais velhas. As pústulas apresentam-se salientes em relação à superfície foliar, podendo ocorrer a junção de pústulas e secamento de grande área das folhas, quando a doença ocorre de forma severa, principalmente em variedades suscetíveis. A visualização dos sintomas para identificação da doença é mais fácil em lesões ou pústulas mais novas, onde há a presença de uredósporos. Lesões mais velhas onde pode haver ocorrido a lavagem de esporos pela chuva, tornam difícil a identificação. A ferrugem alaranjada embora ocorra em toda a superfície foliar, pode expressar-se com maior intensidade na parte basal da folha, perto da junção com a bainha (figura 2), fato que não é comum na ferrugem marrom. Também se apresenta com coloração mais clara em relação à ferrugem marrom. A identificação desta doença é importante principalmente para 2 finalidades: 1) para constatação da ocorrência da doença em canaviais; 2) para a classificação do comportamento da variedade quanto à resistência ou suscetibilidade a esta doença. Figura 3: Tabela de notas para avaliação de clones e exemplo de classificação. A distinção da ferrugem alaranjada, causada pelo fungo Puccinia kuehnii, da ferrugem marrom (Puccinia melanocephala), pode ser feita examinando-se seus uredósporos sob microscópio, e observando-se a espessura da parede dos esporos, que são mais espessas no caso da ferrugem alaranjada (figura 5). Em caso de persistirem dúvidas, o mais seguro é a realização de testes moleculares (PCR – Polimerase Chain Reaction), para a distinção segura entre os dois tipos de ferrugens da canade-açúcar. Figura 4: Indicação da folha +3, que apresenta o 3º “dew-lap” visível. Para constatação da ocorrência da doença é preciso observar toda a planta, considerando-se folhas novas e velhas. Para a classificação do comportamento de variedades utiliza-se uma escala de notas de 1 a 9, sendo a nota 1 aplicada a variedades onde não se observa a doença, e nota 9 em variedades que apresentam 50% ou mais de área foliar afetada pela doença (figura 3). A intensidade de ocorrência de pústulas nas folhas indica o comportamento de resistência ou suscetibilidade de uma variedade. Quanto maior a ocorrência, maior o grau de suscetibilidade. No caso de classificação do comportamento de variedades somente a folha +3 deve ser considerada (figura 4). Revista Canavieiros - Agosto de 2010 Continua na página 34 33 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 34 Artigo Técnico Figura 5: Esporos de ferrugem marrom (esquerda) e ferrugem alaranjada (direita). Existem outras doenças de cana-deaçúcar que causam manchas foliares e podem confundir e dificultar a identificação da ferrugem. As mais comuns são a mancha parda e a mancha anelar (figura 6), que podem ser diferenciadas por não apresentarem relevo em suas manhas, que é uma característica das pústulas de ferrugem, e podem ser constatadas passando-se o dedo na parte inferior das folhas atacadas. Figura 6: Outras doenças foliares da cana. 2.4 - COLETA DE AMOSTRAS PARA IDENTIFICAÇÃO – Cassiara Gonçalves A observação e a coleta de material para identificação da doença podem ser feitas nas bordas do talhão e deve-se observar a planta como um todo. Normalmente a ferrugem alaranjada está aparecendo mais em folhas mais velhas, principalmente quando a variedade é menos susceptível. Após a coleta da folha problema, cortá-la em pedaços de 20 cm e colocar em saquinho apropriado. Não ultrapassar cinco dias desde a coleta até a análise no laboratório do CTC. São três os tipos de avaliações: visual, laboratorial com avaliação por microscopia e visualização molecular. A ferrugem laranja apresenta coloração mais clara e no microscópio verifica-se o engrossamento da membrana. O laudo resultante não é quantitativo, apenas confirmando ou não a presença da ferrugem alaranjada. Ao contrário da ferrugem marrom, que ocorre com maior intensidade na época fria do ano, a ferrugem alaranjada encontra as melhores condições para desenvolvimento em temperaturas médias de 25º C, e regimes de umidade que proporcionem 8 a 9 horas de molhamento foliar. Estas condições, comum em nosso país no período de setembro a abril, foram extremamente favoráveis para a ocorrência da doença em variedades suscetíveis. 2.5 - O PROGRAMA DE MELHORAMENTO DO CTC – Arnaldo José Raizer A substituição gradativa de variedades suscetíveis que ocorreu com o apare- Figura 8 – Variabilidade e resistência no material genético do CTC. cimento da ferrugem marrom na década de 80 (figura 7) também ocorrerá no caso da ferrugem alaranjada, com a vantagem do maior número de variedades disponíveis atualmente. No programa de melhoramento atualmente desenvolvido pelo CTC, 80% dos clones são resistentes à ferrugem alaranjada com notas 1 e 2. Para exemplificar, tem que procurar bastante para se certificar da presença da doença quando a variedade apresenta nota 2. Os materiais suscetíveis citados anteriormente (RB72-454, SP89-1115 e SP84-2025) representam menos de 2% na participação dos cruzamentos realizados nos últimos 10 anos pelo programa de melhoramento do CTC (figura 8). Isso é importante, pois a ferrugem apresenta herdabilidade alta. 2.6 - PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE MUDA SADIA – Marcos V. Casagrande O aparecimento da ferrugem alaranjada não é uma novidade e já era esperado. Estamos no início de uma epidemia e o momento é de cautela e de trabalhar em conjunto com as associadas para avaliar o status da doença. Figura 7 – Substituição varietal devido à ferrugem marrom. Plantas doentes têm seu processo fotossintético afetado tanto pela retirada de nutrientes promovida pelo fungo como pela destruição da área foliar, decorrente da formação de pústulas. Em plantas suscetíveis que apresentem notas 6 a 7, estimam-se perdas de 20 a 30% na produtividade. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 Ação preventiva é a diversificação de variedades. Ação corretiva será a substituição das variedades susceptíveis (Tabela 1). Tomar cuidado nessa substituição varietal para não ocorrer a concentração de variedades. 35 Ações da equipe Muda Sadia - Avaliação da reação de clones e variedades do CTC nas associadas juntamente com os técnicos das associadas. Auxílio na tomada de decisões e seleção de futuras variedades. atuais em algumas associadas; o procedimento realizado no caso da ferrugem da soja; considerações sobre o uso de fungicidas e informações do Ministério da Agricultura. - Capacitação dos funcionários das associadas para identificação e classificação da susceptibilidade à doença (figura 9), com início em fevereiro de 2010. Atenção especial será dada para as equipes de roguing. Conforme programado, após a realização desse seminário, a equipe do Muda Sadia do CTC realizou vistorias para constatação da doença, treinamento para identificação e classificação das variedades e clones promissores quanto à susceptibilidade; em todas as unidades associadas do CTC. - Planejamento de viveiros com ajuda do Software Muda sadia objetivando minimizar o possível efeito de falta de mudas. - Desenvolvimento de estratégias para acelerar a multiplicação de variedade resistente através da Biofábrica e de procedimentos como o quebraquebra que pode até quadruplicar a multiplicação de uma variedade. Figura 9 - A RB855156 é um sinal amarelo. Espera-se para o final deste ano novo surto da doença e atenção especial deve ser dada principalmente às variedades consideradas susceptíveis, evitando a sua multiplicação (plantio) para diminuir o potencial de inóculo da doença. Consulte o agrônomo da sua associação para maiores esclarecimentos e orientações sobre a ferrugem alaranjada.RC Tabela 1 – Escala de notas de infestação de ferrugem. As tabelas de recomendações de variedades apresentadas geralmente são genéricas e o profissional do Muda Sadia deve ser consultado na orientação específica de cada associada sobre qual material multiplicar. Estamos com uma grande opção de variedades para plantio. Um pólo de desenvolvimento varietal em cada associada é bom para um momento igual a este que estamos enfrentando. 3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Para colaborar com o seminário, foram apresentadas também as situações Revista Canavieiros - Agosto de 2010 36 Lançamento Santal completa 50 anos e apresenta edição comemorativa de suas máquinas Colhedora Santal Tandem SII, carregadoras e transbordos terão versão exclusiva nas cores dourada e preta, em alusão ao cinquentenário da empresa Santal Equipamentos, completa 30%). Outros pontos fortes da máquina, estas realizadas sem a necessidade de ca50 anos em 2010 e apresenta na comprovados em campo, foram: aumen- minhão prancha. Outra vantagem é seu A Fenasucro/Agrocana, edição comemorativa de suas máquinas. Ao todo foram produzidas uma colhedora de cana Santal Tandem SII, duas carregadoras de cana e dois transbordos, que originalmente são laranja ou verde, nas cores dourada e preta. Alguns destes equipamentos estarão expostos no estande da empresa na feira. Outro destaque da empresa no evento será o excelente resultado que a colhedora de cana-de-açúcar Santal Tandem SII apresentou em campo desde que foi lançada, há um ano, na Agrocana 2009. A máquina, com projeto inovador e capacidade de colheita em todo tipo de canavial, tem vários diferenciais como: cabine segura e confortável, frentes intercambiáveis, caixa principal com 5 saídas e motor diesel 12 litros 1800rpm. O motor, desenvolvido para atender as mais severas e diversas aplicações, é uma exclusividade da Santal Tandem SII no mercado e proporciona o ponto ideal de consumo e torque com rotação de trabalho de 1800rpm. “Este motor garantiu alta performance com baixo custo operacional para nossos clientes, com consumo de combustível muito menor do que o da concorrência (aproximadamente to da capacidade de produção, menor dano às gemas e durabilidade até cinco vezes maior do que os outros equipamentos disponíveis no mercado”, afirma Arnaldo Adams Ribeiro Pinto, presidente da empresa. A Tandem SII também é a primeira máquina do mercado projetada para atender colheitas em todos os espaçamentos existentes (1,40m, 1,50m, 1,0m e 1,10m através das frentes intercambiáveis). Sua cabine oferece muito mais conforto, visibilidade, ergonomia e ainda menores índices de ruído. Os comandos são todos próximos do operador, o design garante total ângulo de visão de operação e ainda conta com assento auxiliar que favorece, inclusive, o treinamento de novos operadores. Outra característica exclusiva desta máquina é o sistema tandem de tração (6 x 4). Este sistema proporciona maior estabilidade na colheita, com capacidade de copiar o solo e os pneus de alta flutuação, garantem baixa compactação na área e baixos danos nas soqueiras – 50% menor que o sistema de pneu convencional. O sistema tandem permite ao equipamento um deslocamento de até 26 km/h, inclusive em asfalto, e tráfego em rampa de até 15% de inclinação, locomoções baixo custo de manutenção, e excelente estabilidade. Colheita de Mudas – A colhedora oferece um opcional específico para a colheita de mudas: o kit mudas. Através de fácil substituição, é possível transformar o equipamento para colheita de muda ou colheita industrial. O kit mudas é um sistema patenteado no qual todos os pontos de contato da cana com a máquina são protegidos por borracha, minimizando o atrito e aumentando a proteção às gemas. A Santal é a única empresa a oferecer um sistema completo de mecanização agrícola para as lavouras de cana-deaçúcar. O sistema de mecanização Santal inclui Plantadora de Cana Picada (PCP2L), Colhedora Santal Tandem SII (Industrial e Mudas) e os Veículos de Transbordo (de 6 a 13 toneladas de carga), que têm como grande diferencial o menor peso e a maior resistência do mercado. Outro produto Santal em exposição na Agrocana será carregadora de cana-deaçúcar CMP Master Santal, que é líder mundial na categoria. O equipamento tem como função carregar a cana cortada manualmente e colocá-la nos caminhões e reboques canavieiros. Fonte: Assessoria de Imprensa da Santal 18 de agosto: Dia Nacional do Campo Limpo 81 centrais de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos abriram suas portas para a comunidade P ara a realização da sexta edição do Dia Nacional do Campo Limpo, que aconteceu no dia 18 de agosto, o inpEV contou com a participação de 104 centrais de recebimento em 23 Estados na realização de atividades de educação ambiental, que compunham a programação da data. Destas 104 unidades, 81 realizaram o dia de Portas Abertas, para receber a visita da comunidade local que conheceu de perto o trabalho realizado pelas centrais de recebimento, processo que faz parte da logística reversa das embalagens vazias de defensivos agrícolas, considera- da referência mundial ao retirar do meio ambiente mais de 95% das embalagens plásticas colocadas no mercado. As ações envolveram mais de 120 mil pessoas em todo o país e se estenderam durante o mês de agosto nas escolas participantes do projeto Ciclo de Vida das Embalagens, desenvolvido como parte das comemorações do Dia Nacional do Campo Limpo, que tem como objetivo contribuir com conteúdos para a educação ambiental dos alunos do 4º a 7º ano do Ensino Fundamental. Este projeto educacional é uma iniciativa do inpEV, realizado em parceria com a Editora Ho- Revista Canavieiros - Agosto de 2010 rizonte, responsável pela produção do material didático que será utilizado nas salas de aula e tem a coordenação das centrais de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos. Sobre o inpEV: O instituto foi fundado em 14 de dezembro de 2001 e entrou em funcionamento em março de 2002. Atualmente, possui 84 empresas e sete entidades de classe do setor agrícola como associadas. Mais informações sobre o inpEV e o sistema de destinação de embalagens vazias estão disponíveis no site: www.inpev.org.br. 37 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 38 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 39 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 40 40 “General Álvaro Tavares Carmo” Derivativos de Agronegócios Gestão de riscos de mercado Wilson Motta Miceli Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português. “O sofrimento é passageiro; desistir é para sempre” Lance Armstrong 1) - “Pára”, Pedro! Prezado amigo leitor, com a nova regra, para parar: usar sem acento. Os acentos diferenciais (tópico gramatical) estão abolidos (existem outras regras). Antes - Verbo Parar: Pára (verbo e com preposição) e Para (preposição) Agora, com o Novo Acordo Ortográfico, o correto: PARA (verbo e sem acento) e PARA (preposição) Correto: PARA, Pedro! Este livro trata dos principais conceitos e das modalidades operacionais dos mercados futuros e de opções agropecuárias, além de sua utilização e de seu desenvolvimento no âmbito do mercado brasileiro. É dirigido aos profissionais que atuam na negociação de commodities agropecuárias, técnicos das cooperativas agrícolas, processadores de carne bovina, exportadores de produtos agropecuários, profissionais das indústrias de insumos e produtores em geral. Além desse público, atende a estudantes e professores das graduações em economia, administração e engenharia agronômica, bem como de cursos de especialização em comercialização do setor agropecuário e, finalmente, aos gestores de fundos de investimentos, em especial aos que administram os fundos multimercados. Por meio de exemplos que caracterizam as operações comerciais realizadas pelos agentes do agronegócio, o leitor perceberá, no decorrer do livro, que sua atividade profissional tem consonância com as estratégias utilizadas aqui. O propósito desta obra é contribuir com o leitor que deseja obter noções sobre o mercado de derivativos agropecuários. O usuário que desconhece o tema “derivativos” pode permanecer tranquilo, pois a abordagem preliminar dá condições-suficienes para conduzir o leitor até o final do livro, sem que se sinta desconfortável com os diversos assuntos abordados. *texto retirado da sinopse do livro Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone : (16)3946-3300 - Ramal 2016 [email protected] 2) Pedro gosta de jogar “pólo”. Dizem que é campeão. Quanto ao Português, está fora do jogo! Prezado amigo leitor, conforme a Nova Regra Ortográfica: os acentos diferenciais estão abolidos. Antes: Pólo (substantivo: extremidades do eixo da Terra e um tipo de jogo) Pólo (combinação antiga de por e lo) Agora, formas corretas: POLO e POLO (ambos sem acento) 3) No mês passado, Maria “pôde” comprar o carro novo! Parabéns duplamente: escrita correta e aquisição do carro novo! Prezado amigo leitor, didaticamente: 1) Tem a regra geral sobre os acentos diferenciais e as exceções; 2) Com o Novo Acordo Ortográfico houve mudança na regra geral sobre os acentos diferenciais (Ex.: verbo PARAR); 3) Com o Novo Acordo Ortográfico precisamos comentar sobre as exceções: Verbo PODER: PÔDE (verbo usado no passado) e PODE (verbo usado no presente): mantém o acento diferencial: o circunflexo. Ambos corretos. P.S.: existem outras exceções no tópico acentos diferenciais… foi mostrado o Verbo Poder. PARA VOCÊ PENSAR: A Lista Oswaldo Montenegro Faça uma lista de grandes amigos Quem você mais via há dez anos atrás Quantos você ainda vê todo dia Quantos você já não encontra mais Faça uma lista dos sonhos que tinha Quantos você desistiu de sonhar! Quantos amores jurados pra sempre Quantos você conseguiu preservar Onde você ainda se reconhece Na foto passada ou no espelho de agora Hoje é do jeito que achou que seria? Quantos amigos você jogou fora Quantos mistérios que você sondava Quantos você conseguiu entender Quantos segredos que você guardava Hoje são bobos ninguém quer saber Quantas mentiras você condenava Quantas você teve que cometer Quantos defeitos sanados com o tempo Eram o melhor que havia em você Quantas canções que você não cantava Hoje assobia pra sobreviver Quantas pessoas que você amava Hoje acredita que amam você Faça uma lista de grandes amigos Quem você mais via há dez anos atrás Quantos você ainda vê todo dia Quantos você já não encontra mais Quantos segredos que você guardava Hoje são bobos ninguém quer saber Quantas pessoas que você amava Hoje acredita que amam você Dicas e sugestões, entre em contato: [email protected] * Advogada,Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria. Revista Canavieiros - Agosto de 2010 41 Revista Canavieiros - Agosto de 2010 42 ARRENDA-SE - Fazenda de 500 hectares, plana, em Minas Gerais. Fotos disponíveis no site www.fazendaplana.com.br. Tratar pelo telefone: (34) 99747500. VENDEM-SE - 01 Triturador marca Penha TH-3.500, Motor 15 AP, com chave triangulo; - 01 Bomba de Alta Pressão de 3’’, saída de 2’’; - 02 Rolos Compactadores para adaptar em escarificadores (sem uso); - 01 Moto Bomba elétrico de 15HP Valor R$ 800,00; - 01 Carroceria de ferro de 8m para plantio de cana; - 01 Carroceria de ferro para cana interna, marca FACHINI com cabos de aço e cambão, ano 2000; - 04 Cambão para descarga de cana inteira de 7 e 10m, com e sem cabo de aço; - 01 Cultivador de cana, marca DMB de 2 linhas completo, valor R$ 1000,00; - 01 Cobridor de cana DMB 2 linhas completo (semi-novo), valor R$ 3000,00; - 01 Carregadeira de cana; - Trator Valtra 885, Valor 40,000.00; - 01 Enceleiradeira semi-nova. 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