Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 1 2 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Editorial Mudança necessária A Reportagem de Capa da Canavieiros de fevereiro, traz a cobertura da Audiência Pública que aconteceu no início do mês em Ribeirão Preto, e que esquentou a discussão sobre a necessidade de revisão da legislação ambiental, principalmente do Código Florestal, possibilitando um desenvolvimento sustentável entre a produção e o meio ambiente. Esse também é o tema abordado em “Assuntos Legais”, pelo advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti. Neste mês, a redação entrevistou Cesário Ramalho, que desde 2009 preside a mais importante feira do agronegócio da América Latina: A Agrishow – Feira Internacional da Tecnologia em Ação. Segundo Ramalho, as expectativas para esse ano são muito positivas e prometem uma recuperação nos negócios realizados durante a feira. Quem assina o Ponto de Vista é Edivaldo Del Grande, presidente das Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp). Edivaldo comenta o setor sucroenergético brasileiro e as barreiras ambientais enfrentadas pelos produtores rurais. O leitor também pode conferir as características e recomendações das variedades CTC no “Artigo Técnico” assinado pelo Centro de Tecnologia Canavieiro. Informações Setoriais, notícias Copercana e Canaoeste e muitos outros assuntos e reportagens completam a Canavieiros de fevereiro. Boa leitura! Conselho Editorial Nota de Esclarecimento A REVISTA CANAVIEIROS esclarece seus clientes, parceiros e leitores que, na edição nº 43, ano V, de janeiro de 2.010, página 31, publicou anúncio pago contratado por conta e risco da empresa Cavalhari Representações Ltda., CNPJ nº 03.910.293/0001-32, da cidade de Rio Acima-MG., sendo esta a única responsável pelas condições dos planos de financiamentos e pelas exigências de garantias contratuais, o que requer, como de praxe, cautela dos interessados na concretização dos negócios anunciados. Conselho Editorial Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 3 Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Audiências públicas debatem o Código Florestal Ribeirão Preto foi sede de mais uma audiência que contou com a participação de aproximadamente 2.600 pessoas 22 Pag. Pag. OUTRAS DEST A QUES DESTA Entrevista Pag. Cesário Ramalho Presidente do Conselho Consultivo da Agrishow e presidente da Sociedade Rural Brasileira Pag. CIRCULAR 1 2 CONSECANA 16 SAFRA DE GRÃOS E que venha a Agrishow... P Pa ag g .. 05 Pag. Ponto de vista Edivaldo Del Grande presidente da Ocesp 24 INFORMAÇÕES P a g .2 6 SETORIAIS Um ano de oportunidades e grandes desafios CLIMA Pag. P Pa ag g .. Notícias 0 08 8 10 12 Canaoeste - Plano de Eliminação Gradativa da Queima da Palha de Cana-de-Açúcar e Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro - Assembleia Geral Ordinária Notícias 32 DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo EQUIPE DE REDAÇÃO / FOTOS: Carla Rodrigues - MTb 55.115 Carla Rossini Rafael H. Mermejo COMERCIAL E PUBLICIDADE: (16) 3946-3311 - Ramal: 2208 [email protected] IMPRESSÃO: Pluss.br. Grafica e Editora Ltda TIRAGEM: 11.000 exemplares ISSN: 1982-1530 DESTAQUE Pag. Copercana - O produtor fala para a gente... - Dia de Campo de Amendoim Notícias ASSUNTOS LEGAIS EDITORA: Carla Rossini – MTb 39.788 Pag. 34 CULTURA Pag. 36 Pag. CLASSIFICADOS Pag. 37 AGENDE-SE Pag. 38 18 Cocred - Balanço patrimonial - Demonstração do resultado do exercício Pag. A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190) www.revistacanavieiros.com.br Artigo Técnico Variedades CTC características e recomendações Centro de Tecnologia Canavieira - CTC 4 4 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Pag. Pag. 28 www.twitter.com/canavieiros [email protected] Entrevista Cesário Ramalho Presidente do Conselho Consultivo da Agrishow e presidente da Sociedade Rural Brasileira E que venha a Agrishow... Foto: J. Reis Carla Rodrigues D urante a coletiva de imprensa para a apresentação da Agrishow 2010, realizada no dia 10 de fevereiro em Ribeirão Preto, cidade sede da feira, a Revista Canavieiros entrevistou Cesário Ramalho, que desde 2009 preside a mais importante feira do agronegócio da América Latina: A Agrishow – Feira Internacional da Tecnologia em Ação. Segundo Ramalho, as expectativas para esse ano são muito positivas e prometem uma recuperação nos negócios realizados durante a feira. No ano passado, em virtude da crise econômica mundial que teve início em meados de 2008, a Agrishow sofreu uma queda no volume dos negócios. Mas esse ano “vai ser diferente,” disse. Perfil: Agricultor e pecuarista, Cesário Ramalho é sócio da Sociedade Rural Brasileira desde 1963 e passou a ter participação ativa no dia-a-dia da entidade a partir da década de 80. O auge de seu envolvimento deu-se no final de 2006, quando então como primeiro vice-presidente assumiu interinamente o comando da Rural no lugar de João Almeida Sampaio Filho, que aceitou o convite do governador José Serra para assumir a secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. Em março de 2008, assumiu como presidente efetivo, com mandato até 2011. Além de liderar a Rural, Ramalho é diretor do departamento de agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), integra a Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm), entidade que presidiu por dois anos até 2009 e é diretor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Desde 2009, Cesário Ramalho é presidente do Conselho Consultivo da Agrishow. O prestígio e reconhecimento de sua atuação no setor agropecuário foram os principais fatores para o convite feito pelas entidades realizadoras da feira - ABAG - Associação Brasileira de Agribusiness, ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, ANDA - Associação Nacional para Difusão de Adubos, e a própria SRB. A feira será realizada entre os dias 26 a 30 de abril no Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do CentroLeste / Centro de Cana IAC em Ribeirão Preto. Novamente, a Revista Canavieiros faz parte do quadro de expositores que participam da feira. Com as informações mais atualizadas do setor, o estande da Canavieiros é sucesso de visitação durante a feira. Aproveitamos para convidar todos os nossos leitores para visitarem a Agrishow e retirarem gratuitamente um exemplar da revista em nosso estande. Confira a íntegra da entrevista com Cesário Ramalho: Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 5 Entrevista Revista Canavieiros: O comentário ramos também um número maior de vi- ram as suas áreas. O espaço que tíde que a feira esse ano vai ser 50% sitantes porque o agricultor brasileiro nhamos era de 102 mil metros quadramaior é verdadeiro? precisa visitar a feira para conhecer as dos e passamos para 140, quase 150 Cesário Ramalho: A feira é o novo novas tecnologias que serão apresen- mil metros quadrados. Isso deu meAgrishow e realmente deve crescer de tadas. E a hora é essa. lhores condições para as fábricas ex40 até 50%. Estamos programados para porem seus produtos. isso. Fizemos um desenho novo, ou seja, Revista Canavieiros: Quais são uma nova planta e isso encerra definiti- os números desse ano em relação ao Revista Canavieiros: Qual o vavamente a polêmica da feira sair de Ri- ano passado? lor dos investimentos para a beirão Preto. Acho que a Agrishow é Ramalho: Ano passado nós tivemos Agrishow 2010? do Brasil, é de São Paulo, é de Ribeirão 140 mil pessoas visitando a feira e vaRamalho: O investimento é granPreto. Tanto que a comunidade de Ri- mos trabalhar para aumentar esse nú- de, imaginamos que estamos fazenbeirão Preto e toda a redo um programa maior gião têm uma responsa“Fizemos um desenho novo, ou seja, que R$ 10 milhões, isso bilidade muito grande em é dividido entre o goveruma nova planta e isso encerra mantê-la aqui. Estamos no do estado, prefeitura no berço da agricultura definitivamente a polêmica da feira sair de Ribeirão Preto e entre brasileira. as empresas promotoras de Ribeirão Preto.” do evento, a principal inRevista Canavieiros: Quais são os mero. O principal foco para mim, como vestidora é a ABIMAQ. fatores que mostram esse crescimen- presidente, é procurar trazer mais e mais to? A feira vai superar o volume de agricultores na feira. Talvez ele não comRevista Canavieiros: Alguns visiexpositores, visitantes e negócios do pre no dia da feira, mas conhece a tec- tantes, principalmente os que não perano passado? nologia e leva isso para casa. Um dia tencem a essa região e precisam viajar Ramalho: A agricultura brasileira mais tarde, quando surgir a oportuni- para conhecer a feira, reclamam das passou pela crise e já a superou. Nossa dade, ele vai comprar a máquina que co- dependências onde a Agrishow é reaagricultura é tão importante que fez com nheceu na Agrishow. Isso é o mais im- lizada. Quais são as melhorias na inque o Brasil superasse essa crise sem portante. Quanto ao faturamento, o ob- fra-estrutura para esse ano? muitos problemas. Essa é uma das ra- jetivo é, no mínimo, o faturamento de Ramalho: Temos bastantes melhozões que o presidente Lula tanto fala 2008, que foi na ordem de R$ 860 mi- rias, por exemplo, a criação de uma prano exterior, sobre essa capacidade que lhões em negócios. Ano passado foram ça. Os visitantes vão caminhar pela feio país teve de antecipar a saída da cri- R$ 680 milhões. Mas nossa expectativa ra, visitar os estandes e depois desse, graças a “poupança” do agronegó- é atingir R$ 1 bilhão. cansarem em uma praça, com bancos cio, através das reservas cambiais que colocados estrategicamente. Também deu essa condição favorável e positiRevista Canavieiros: As grandes construímos novos banheiros. A quesva. Em função disso, imaginamos que empresas que não participaram o ano tão da alimentação também evoluímos. teremos um crescimento natural - não passado estarão de volta nessa feira? Os estacionamentos estão sendo amteremos uma explosão, um boom – mas Ramalho: Sim, todas confirmadas. pliados, inclusive com estacionamenum bom crescimento já que hoje, nosso Todos os estandes já devidamente to VIP. Os acessos a feira serão melhoBrasil tem uma economia estável. Espe- alocados, algumas empresas amplia- rados, a obra já teve início através da concessionária Via Norte. “ José Danghesi, gerente geral da Agrishow 2010, Cesário Ramalhoe Eduardo Camargo, diretor executivo da ABAG 6 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Revista Canavieiros: O senhor disse que a feira ficará mesmo em Ribeirão Preto. Mas a cidade de São Carlos vai lutar para conseguir levá-la prá lá... Ramalho: Não, São Carlos é água passada. Uma das grandes vitórias da feira é ter uma cumplicidade com os setores técnicos da secretaria da Agricultura de São Paulo, que tem um envolvimento muito grande. Temos isso aqui em Ribeirão Preto. Estamos trabalhando em um contrato novo para 20 ou 30 anos. Hoje temos um contrato de 5 ou 6 anos e agora estamos trabalhando em um contrato maior. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 7 Ponto de Vista Um ano de oportunidades e grandes desafios Edivaldo Del Grande* O setor sucroenergético brasileiro está em festa. No dia 3 de fevereiro, a Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA) classificou o etanol feito de cana-deaçúcar como um biocombustível avançado que, se comparado à gasolina, reduz a emissão de dióxido de carbono em 61%. O anúncio é um grande estímulo ao Brasil, maior produtor de etanol de cana do mundo. A decisão favorece não somente a possibilidade de se passar a concorrer com o mercado do álcool de milho, largamente consumido nos Estados Unidos, mas, acima de tudo, de ampliar a participação do etanol de cana no mercado mundial, já que as barreiras ambientais ficam, então, superadas. Essa conquista, de fundamental importância para o setor e para o Brasil, tem mérito na iniciativa privada, que se empenhou em mostrar que o nosso etanol não é o responsável pelo desmatamento nem mesmo pela falta de alimentos, como querem fa- zer crer aqueles que se opõem a essa alternativa. A credibilidade conquistada pelo etanol o torna altamente competitivo frente aos grandes produtores de petróleo e seu potencial econômico. A boa nova chega com uma onda de otimismo. O preço da cana está em bom patamar e deve melhorar, o crédito está mais acessível e os efeitos da crise começam a se dissipar. A iniciativa privada fez sua parte. Agora é o momento de o setor público dar sua resposta e oferecer a segurança jurídica necessária para que o produtor possa investir e desenvolver sua atividade. Essa conquista de nada valerá se o setor produtivo tiver que continuar enfrentando decisões que o ameaçam, como é o caso do novo Código Florestal, do Plano Nacional de Diretos Humanos (PNDH) e da intenção de se fixar, sem critérios técnicos, novos índices de produtividade. Cada um desses instrumentos afeta negativamente o produtor rural e, por consequência, toda a cadeia produtiva, inclusive a da cana. Se, de um lado, o produtor enxerga a demanda potencial, de outro tem em seu encalço a ameaça de ter que se submeter a leis que podem inviabilizar sua permanência no campo. São medidas que aos nossos olhos, olhos de produtores rurais que há anos lidam com a terra, parecem absurdas. Dou apenas alguns exemplos. Caso seja aprovado, o novo Código Florestal condenará uma série de produtores, há dezenas ou centenas de anos instalados, a trocar áreas plantadas por áreas de reserva legal, causando prejuízos gigantescos. Ora, o produtor já estava no campo antes dessa norma e não há lei no país que possa ser retroativa, a não ser para favorecer o cidadão, como preconiza nossa Carta Magna. “A boa nova chega com uma onda de otimismo. O preço da cana está em bom patamar e deve melhorar...” 8 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 O PNDH estabelece que o proprietário que tiver sua fazenda invadida deve antes negociar com os ocupantes sua saída, defendendo, dessa forma, o direito de quem invade, desprezando o direito constitucional de propriedade, assim como passando por cima do Judiciário. Ponto de Vista Também vivemos com a ameaça do aumento de exigência dos níveis de produtividade, colocando-nos como únicos empresários a ter que produzir independentemente da situação econômica, da oscilação de mercado, sob pena de perdermos o direito à nossa terra. superamos qualquer expectativa de público, numa verdadeira ação de cidadania. A atuação dos parlamentares que nos representam na Assembleia Legislativa, em São Paulo, e no Congresso, em Brasília, foi fundamental para esse encontro. O momento é para comemoração, mas me sinto na obrigação de chamar a atenção para os muitos desafios que ainda temos de enfrentar. Como cooperado, creio na força da união. Somos muitos produtores. Isolados somos pequenos e fracos. Associados em cooperativas, podemos ser fortes. E, para conseguirmos vencer essas dificuldades, temos de estar unidos, contando com todo o apoio disponível à nossa luta. As frentes parlamentares do cooperativismo tiveram grandes vitórias em 2009. Ressalto uma delas, a aprovação na Câmara dos Deputados do PL 5498, “uma minirreforma eleitoral”, que regulamentou a doação às campanhas pelas cooperativas e foi transformado na Lei 12.034/2009. Esse dispositivo nos habilita a apoiar parlamentares envolvidos com as nossas questões. Sensíveis às nossas causas, estarão dispostos a levar nossas demandas ao Congresso. Demonstração dessa força ocorreu agora, em fevereiro, nas audiências públicas sobre o Código Florestal, realizadas pela Câmara dos Deputados em Assis e Ribeirão Preto, onde Por isso, neste momento tão importante, em que se abre uma enorme porta para o etanol no mercado mundial, externo todo meu reconhecimento ao esforço da iniciativa privada, mas faço um apelo para que sigamos unidos nessa batalha, que é de todo o povo brasileiro. Os interesses são gigantescos, como é o caso do mercado do petróleo e da biotecnologia. Temos que ser implacáveis para não permitir que nos coloquem na posição de vilões e joguem sobre nossos ombros toda a responsabilidade pela preservação de nossas florestas. Países desenvolvidos, que destruíram suas matas em nome do desenvolvimento, também devem arcar com esse ônus. E, se não têm mais o que preservar, então que paguem por isso. A realidade é dura, mas unidos estou certo de que encontraremos o caminho para que o setor agropecuário tenha tratamento à altura da importância que tem para o país. * Edivaldo Del Grande é presidente das Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 9 Notícias Copercana O produtor fala para a gente... *Gustavo Lopes - Veterinário Copercana F izemos uma entrevista com o produtor Roberto G.C Filho, proprietário da Fa zenda São Geraldo no município de Batatais, com 70 alqueires com cana-de-açúcar, gado de corte e ovinos. Na ovinocultura há seis anos possui 1,5 alqueires com 100 matrizes da raça Santa Inês e 01 reprodutor Dorper , e se diz satisfeito com a atividade e o projeto Copercana-Sebrae. Questionado sobre o que viu de resultado, ele disse: “Com os trabalhos dos técnicos a campo consegui reduzir as mortes, eu dava apenas um princípio ativo para verminose e não mudava, depois com o método famacha passei a alterar de três a quatro aplicações de um vermífugo para outro. A orientação para troca do reprodutor também deu resultado para mais ovelhas prenhas, com tudo isso estou satisfeito”. Participantes do Projeto Sebrae-Copercana *Informações retiradas do Informativo Ovinonews, volume 2, edição 2 – Janeiro/2010. 10 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Dia de Campo de Amendoim Notícias Copercana Carla Rodrigues Produtores da Copercana participaram do evento realizado em Pindorama N o dia 19 de fevereiro, produtores da Copercana participaram do encontro de produtores e dia de campo de amendoim promovido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Pólo Regional CentroNorte e pelo Instituto Agronômico de Campinas. O evento foi realizado na Sede do Pólo Regional Centro-Norte (Fazenda Experimental) em Pindorama/SP e contou com a presença de pesquisadores, produtores, universitários e professores, reunindo aproximadamente 150 pessoas. Durante o encontro, os produtores ouviram palestras sobre nutrição e manejo conservacionista do amendoim, manejo integrado de pragas e doenças, mercado atual do Brasil para o grão e também participaram do espaço técnico, onde profissionais de empresas de produtos para esta cultivar deram dicas sobre novidades disponíveis e modo de aplicação. Além disso, os produtores foram convidados para conhecerem na prática o trabalho realizado pelos pesquisadores em um passeio pelas plantações. Produtores de amendoim da Copercana marcaram presença no encontro em Pindorama no dia 19 de fevereiro. O Dia de Campo foi promovido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Polo Regional Centro-Norte e pelo Instituto Agronômico de Campinas que o produtor tenha mais conhecimento técnico e consiga aplicar isso diretamente no campo, obtendo uma produção maior, mais lucratividade e um produto de melhor qualidade também para o consumidor final”, disse o coordenador. O cooperado José Roberto Trevisan esteve presente no encontro e acredita que este tipo de evento é sempre muito bem vindo pelos produtores que passam um dia diferente e levam consigo novas informações. “Sempre que posso eu participo dessas reuniões, pois conhecimento nunca é demais. Mesmo trabalhando já há algum tempo com isso, acabo aprendendo muito sobre as variedades, inseticidas, modo de aplicação e também passo a conhecer as novidades e tecnologias que estão disponíveis no mercado”, explica o produtor. Para o coordenador do evento, Dr. Marcos Doniseti Michelotto, do Pólo Apta Centro-Norte/APTA, a importância deste encontro, que já está em sua terceira edição, é de aproximar os produtores para junto deles, mostrar o que é feito durante as pesquisas e os seus resultados práticos. “A ideia é que o produtor consiga, através dessas palestras, encontrar as melhores alternativas para diminuir custo e aumentar a rentabilidade. Todas as palestras foram para Coordenador do evento, Dr. Marcos Doniseti Michelotto, do Pólo Apta CentroNorte/APTA: “A ideia é que o produtor consiga, através dessas palestras, encontrar as melhores alternativas para diminuir custo e aumentar a rentabilidade...” Cooperado José Roberto Trevisan: “Sempre que posso eu participo dessas reuniões, pois conhecimento nunca é demais...” Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 11 Notícias Canaoeste Consecana CIRCULAR Nº 13/09 DATA: 29 de janeiro de 2010 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de JANEIRO de 2009 e ajuste parcial da safra 2009/2010. O preço médio do kg de ATR para o mês de JANEIRO, referente à Safra 2009/2010, é de R$ 0,3380. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril de 2009 a janeiro de 2010 e os acumulados até JANEIRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril de 2009 a janeiro de 2010 e os acumulados até JANEIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes: 12 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Notícias Canaoeste Plano Plano de de eliminação eliminação gradativa gradativa da da queima queima da da palha palha de de Cana-de-Açúcar Cana-de-Açúcar e e Protocolo Protocolo Agroambiental Agroambiental do do Setor Setor Sucroalcooleiro Sucroalcooleiro Safra 2010/2011 Prezado(a) Fornecedor(a) Associado(a), Comunicamos a Vossa Senhoria que, a CANAOESTE, estará executando novamente este ano a elaboração dos obrigatórios Requerimentos de Autorização de Queima Controlada da Palha de Cana-de-Açúcar para seus associados. Os Escritórios da Canaoeste estarão realizando, a partir do dia 01 de Fevereiro de 2010, os Requerimentos de Autorização da Queima da Palha de Cana-de-Açúcar para a Safra 2010/2011. Os Fornecedores(as) Associados(as) que tiveram expansões em seus canaviais, aquisições de propriedades por compra ou arrendamento, dentre outras situações, nas quais a área total ou soma das áreas contíguas à serem colhidas na Safra 2010/2011 sejam iguais ou superiores a 150 ha cultivadas com cana-de-açúcar, deverão procurar nossos escritórios até o dia 05 de março de 2010, para que possam ser agendadas visitas dos topógrafos para efetuarem as medições necessárias das áreas. Lembrando que o prazo para indicação, nos mapas, das áreas que serão colhidas com ou sem queima, na safra 2010/2011, deverá ser feita até o dia 19 de março de 2010. Na safra 2009/2010, por perda de prazo, muitos Fornecedores(as) Associados(as) não fizeram o Requerimento de Autorização da Queima da Palha de Cana-de-Açúcar, exigindo que a colheita da cana-de-açúcar tivesse que ser totalmente crua, mesmo em áreas não mecanizáveis. Portanto, solicita-se que, para o cumprimento da legislação vigente, do início de fevereiro até o dia 26 de março de 2010 para que sejam feitos os Requerimentos de Autorização da Queima da Palha de Cana-de-Açúcar, em prazo hábil. Os fornecedores(as) Associados(as), devem estar munidos das documentações necessárias para a realização do pedido de autorização de queima da palha de cana-de-açúcar, dentre elas, o CNPJ e a Inscrição Estadual de cada imóvel rural. Pede-se acompanhar sempre na revista Canavieiros da CANAOESTE ou entrar em contato com os Escritórios da CANAOESTE, para obter informações complementares sobre o Plano de Eliminação Gradativa da Queima da Palha de Cana-de-Açúcar da Safra 2010/2011. Aproveitando o momento os Fornecedores(as) Associados(as) poderão aderir e renovar ao Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro. Para maiores informações sobre o Protocolo e documentações necessárias, favor procurar uma de nossas filiais abaixo relacionadas. VALORIZE SUA ASSOCIAÇÃO, PARTICIPANDO DELA. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 13 Notícias Canaoeste Assembleia Geral Ordinária Da redação A Canaoeste realizou no dia 11 de fevereiro, a sua Assembleia Geral Ordinária para leitura, discussão e votação do balanço, relatório da diretoria e parecer do Conselho Fiscal, referentes ao exercício de 2009. O presidente da associação, Manoel Ortolan, presidiu a mesa e coordenou a pauta da assembleia. O relatório com os números da Canaoeste e do Netto Campello Hospital e Maternidade foram apresentados pelo departamento de Controladoria e aprovados pelos associados presentes na Assembleia. 14 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Marcos Molezin, Clóvis Vanzella, Manoel Ortolan, Francisco Urenha e Luiz Carlos Tasso Junior durante a AGO Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 15 Safra de Grãos Clima melhora e safra de grãos já chega a 143 milhões de toneladas A produção nacional de grãos, da safra 2009/10, foi projetada pela Conab no início de fevereiro, em 143,09 milhões de toneladas. O resultado, de acordo com o quinto levantamento, é o segundo melhor da história e 5,9% superior as 135,13 milhões de toneladas da última temporada, ou 1,2% a mais que o do mês passado (141,35 milhões de toneladas). O recorde da produção é do ciclo 2007/08, que foi de 144,1 milhões de toneladas. O bom desempenho se deve à estabilidade de chuvas nos principais estados produtores, diferentemente do período anterior, que foi marcado pela estiagem nos estados da região Sul e Mato Grosso do Sul, provocando redução significativa na colheita, especialmente de soja e milho. A oleaginosa, juntamente com o milho primeira safra, é a cultura mais beneficiada pelo clima e deve alcançar 66,73 milhões de toneladas, 16,7% ou 9,57 milhões de toneladas a mais que a temporada 2008/09, de 57,17 milhões de toneladas. Esta estimativa confere um novo recorde nacional de produção. Outras culturas, como feijão primeira safra e algodão, também elevaram a 16 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 produção. O primeiro registrou crescimento de 10,6% ou colheita de 142,1 mil toneladas, graças à recuperação da produtividade. Já o algodão cresceu 2,1%, o equivalente a 40 mil toneladas. Por outro lado, e em razão do excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, o arroz apresenta queda de 1,10 milhão de tonelada, ou -8,7%. O milho também diminuiu 1,29 milhão de tonelada, ou 3,8%, em razão da redução de área. Área – A área total plantada está calculada em 47,65 milhões de hectares, inferior 22,8 mil hectares da anteri- or. Com exceção da soja e do feijão primeira safra, as demais culturas pesquisadas tiveram redução de área, entre elas o algodão (-25,6 mil ha), o arroz (- 113,9 mil ha), o milho primeira safra (-1,11 milhão ha) e o segundo safra (-164,2 mil ha). A pesquisa de campo foi realizada pelos técnicos da Conab entre os dias 18 e 22 de janeiro, de acordo com informações prestadas por produtores, representantes de cooperativas e sindicatos rurais, órgãos públicos e privados. Fonte: Conab Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 17 Notícias Cocred Demonstração do resultado do exercício Balanço patrimonial CNPJ: 71.328.769/0001-81 Valores 18 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 em Reais Valores em Reais Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 19 20 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 21 Reportagem de Capa Audiências públicas debatem o Código Florestal Carla Rossini Ribeirão Preto foi sede de mais uma audiência que contou com a participação de aproximadamente 2.600 pessoas N a tarde da quarta-feira, 3 de fevereiro, Ribeirão Preto foi sede da 13ª Audiência Pública promovida pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados para discutir a reforma do Código Florestal. Desde novembro a comissão fez audiências em Brasília, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará, Rondônia, Alagoas, Pernambuco, Bahia e recentemente, em São Paulo e Minas Gerais. O objetivo da audiência foi ouvir os representantes de setores em que se baseia a economia da região, que enfrentam alguma dificuldade no cumprimento da legislação ambiental, para auxiliar na melhor elaboração do relatório da Comissão Especial, ou seja, uma legislação que seja efetiva na proteção do meio ambiente e que compatibilize esta proteção com a produção e o desenvolvimento econômico. 22 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Em Ribeirão Preto, a audiência reuniu produtores rurais – dentre eles cooperados e associados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred-, deputados federais e o Ministério Público. Entre os participantes estavam o deputado federal e coordenador da audiência, Duarte Nogueira, o presidente da comissão, deputado Moacir Micheletto, o deputado e relator Aldo Rebelo, o 1º vice-presidente da comissão, deputado Anselmo de Jesus, o 2º vicepresidente da comissão, deputado Homero Pereira e os deputados e integrantes da comissão, Mendes Thame, Valdir Colato e Paulo Piau. Também participaram o secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio e a prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera. A reunião foi marcada por manifestações de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), representantes da Federação dos Empregados Rurais e Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp) e ambientalistas. Ao todo, cerca de 2.600 pessoas participaram do evento. A Reserva Legal (porção de terras das propriedades rurais que deve ser mantida com vegetação nativa) foi o principal ponto de divergência entre os representantes dos produtores rurais e ambientalistas. Segundo a lei atual, áreas de floresta situada na Amazônia Legal devem ter 80% de reserva legal. Área de cerrado situada na Amazônia Legal deve ter pelo menos 35% de reserva legal e, nas demais regiões do País, esse percentual é de 20%. Pelas contas do Instituto de Economia Agrícola, para São Paulo se adequar aos 20% de reserva legal terá de deixar de produzir R$ 15 bilhões ao ano, em receita bruta, numa área de 3,6 milhão de hectares. O secretário de agricultura do Estado, João de Almeida Sampaio Filho, diz que a mitigação que Reportagem de Capa a indústria paulista terá de fazer com as metas de redução de gases-estufa previstas no plano estadual poderiam ser compensadas com o sequestro de carbono de árvores da reserva legal da agricultura. “Esta discussão tem que andar junto. O produtor não pode pagar esta conta sozinho”, disse. A coordenadora da Área de Meio Ambiente do Centro de Apoio Operacional e Cível e de Tutela Coletiva do Ministério Público Estadual, promotora Cristina Godoy de Araújo Freitas, criticou os discursos dos deputados, representantes dos agricultores, juristas e de alguns técnicos do governo, inclusive a EMBRAPA, que defendem em seus discursos as mudanças no Código Florestal para adequá-lo a realidade atual. Para ela, “a legislação não pode ser flexibilizada para não perder a finalidade de proteger o futuro do meio ambiente”. Além disso, ela diz que isso não prejudicaria a produção de alimentos, no que foi contestada, inclusive, pelos integrantes da comissão, mormente o deputado Aldo Rebelo. Os produtores rurais defendem a adequação da legislação de forma a torná-la exequível, preservando a vegetação já existente atualmente, interligando-as através de corredores ecológicos e, quando tais medidas não forem suficientes para atingir o percentual de preservação necessário, compensar através da criação de grandes maciços arbóreos no mesmo bioma. Isto porque, segundo estudos científicos apresentados, áreas isoladas de mata dentro de pequenas e médias propriedades reconstruídas não são possíveis de atender ao escopo da lei, que é a formação e conservação de um ecossistema natural ambientalmente equilibrado. Mesa com os participantes da Audiência realizada em Ribeirão Preto Para Elio Neves, presidente da Feraesp, “a lei deve atender à produção sem deixar de lado a preservação ambiental e, se isso não está ocorrendo, deve haver uma alteração da legislação, ressaltando que o trabalhador rural deve ser o ator principal desta discussão, pois é ele quem inicialmente sofrerá os reflexos desta mudança”, disse. “Mas é que o Brasil vai à Conferência do Clima e posa de progressista. Mas aqui dentro a postura é atrasada”. Em outra audiência pública ocorrida na cidade de Uberaba, Minas Gerais, na tarde do dia 4 de fevereiro, coordenada pelo deputado federal Paulo Piau, com a sobredita Comissão Especial que revisará o Código Florestal, que teve a presença de mais de mil pessoas, assim como manifestações de outros deputados federais com base eleitoral no Estado de Minas Gerais, do exministro Carlos Melle e, ainda, de entidades representativas de classe do setor produtivo, cienAudiência foi tistas ligados a unirealizada também versidades e órgãos na cidade de Uberaba públicos e do Ministério Público Estadual, a voz corrente foi a necessidade de alteração da legislação ambiental, através de estudos técnico-científicos, “de modo a torná-la exequível”, nas exatas palavras do representante do Ministério Público daquele Estado. O relator, deputado Aldo Rebelo, em ambas audiências públicas, disse que “do jeito que está, a lei prejudica o meio ambiente, o agronegócio e a economia do país”. Quando ele foi discursar, na audiência de Ribeirão Preto, os manifestantes não o deixavam falar. Irritado, ele declarou: “vocês podem me impedir de falar, mas nunca de pensar.” Ele também disse que “o ambientalismo transformou-se em uma trincheira por onde se escondem os interesses das multinacionais e dos países ricos”. E finalizou dizendo que as “mudanças que venham a ser introduzidas serão promovidas com equilíbrio, temperança e moderação”. Tal fato não ocorreu na audiência ocorrida em Uberaba-MG. Mais de 300 projetos ligados ao tema tramitam no Congresso Nacional. Na Comissão Especial, seis basicamente reformulam a Política Nacional de Meio Ambiente de 1981 e o Código Florestal de 1965. As audiências públicas vão dar oportunidade para traçar um futuro melhor na busca pelo equilíbrio entre produzir e preservar. Segundo Moacir Micheletto, presidente da comissão, a ideia é que o relatório final com o parecer sobre o projeto fique pronto até o final deste mês e passe na Câmara e no Senado até o fim de abril. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 23 Assuntos Legais Código Florestal. Alteração inevitável C omo já falado na reportagem de capa desta Canavieiros, esquenta a discussão acerca da necessidade de revisão da legislação ambiental, principalmente do Código Florestal, possibilitando um desenvolvimento sustentável entre a produção e o meio ambiente natural, o que não ocorre hoje até mesmo pela inexequibilidade da legislação em diferentes regiões do País. Argumentos técnicos, jurídicos e sociais não faltam para que isso ocorra, pois é premente a necessidade de se adequar a legislação ao histórico de ocupação territorial brasileira e às peculiaridades regionais, coisa que a legislação atual não faz. É sabido que o Código Florestal (Lei nº 4.771/65) foi promulgado em 1965, quando a realidade era outra, o que, por si só, denota a necessidade de sua revisão. Não fosse apenas isso, ocorre que este Código foi objeto de inúmeras alterações perpetradas pelo Poder Executivo, através de sessenta e sete medidas provisórias e suas reedições, culminando com a Medida Provisória nº 2.166/67, sem, contudo, a mínima participação do Congresso Nacional como agente político nomeado pela Constituição Federal e eleito pelo povo para representá-lo. Suprimindo sua “omissão” em adequar o Código Florestal ao longo destes mais de 40 anos, a Câmara dos Deputados vem realizando audiências públi24 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 cas para, legitimamente, embasar novo texto legal, ouvindo os diversos atores econômicos, políticos e sociais da sociedade. Participamos de duas destas audiências, uma em Ribeirão Preto-SP. (03/02/2010) e outra em Uberaba-MG. (04/02/2010) e pudemos constatar que haverá sim uma alteração da legislação ambiental, mormente na questão da reserva legal e das áreas de preservação permanente, assim como será instituído outras formas de proteção ambiental, tudo de acordo com estudos técnico-científicosociais e levando-se em consideração as peculiaridades regionais e o histórico de ocupação territorial. Podemos verificar que a resistência a adequação desta legislação decorre principalmente de interesses externos em continuar engessando a produção nacional utilizando-se propositalmente da bandeira ambiental, assim como de movimentos sociais ideológicos cujos fundamentos não suportam a uma brisa de serenidade e bom senso. Não digo isso em razão de apoiJuliano Bortoloti - Advogado ar um lado ou ouDepartamento Jurídico Canaoeste tro, pois acredito que não há lados nesta história, mas sim o ser humano como centro das atenções ambientais. Não se protege o meio ambiente sem dar condições do ser humano sobreviver, pois, na falta de condições, certamente ele degradará o meio em que vive. Em função de acreditar nisso, na audiência pública de Uberaba-MG, ocorrida no dia 04 de fevereiro último, tive a oportunidade de conversar com o Deputado Aldo Rebelo, Juliano Bortoloti entrega a “Carta de Ribeirão Preto”, resultado das discussões multidisciplinares que ocorreram no 1º Workshop Brasileiro sobre Crises Ambientais no Agronegócio ao Deputado Aldo Rebelo Assuntos Legais relator da Comissão Especial de Revisão do Código Florestal, da Câmara dos Deputados, lhe entregando um documento denominado Carta de Ribeirão PretoSP., resultado das discussões multidisciplinares (técnicas, jurídicas, econômicas, sociais, etc.) que ocorreram no 1º Workshop Brasileiro sobre Crises Ambientais no Agronegócio, realizado em novembro de 2007. Referido documento sintetiza todos os problemas que os palestrantes, técnicos, juristas e cientistas ligados a órgãos e universidades públicas chegaram sobre a legislação ambiental, que vão ao encontro do que se discutiu nas audiências públicas. Segundo o Deputado Aldo Rebelo, devido a urgência que o caso requer, irá entregar até março o seu relatório sobre as alterações na legislação ambiental, para ser posto em votação no Congresso Nacional no mais tardar em junho deste ano. A “Carta de Ribeirão Preto” pode ser lida na íntegra na edição de janeiro de 2008 - nº 19 que está disponível em nosso site, www.revistacanavieiros.com.br Bem ou mal, é a atitude que esperamos do nosso Congresso, até mesmo para dar a tão almejada segurança jurídica que o setor produtivo necessita para trabalhar com tranqüilidade, crescer e gerar divisas para o País, tudo dentro do tão esperado desenvolvimento sustentável. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 25 Informações Setoriais CHUVAS DE JANEIRO e e Prognósticos Prognósticos Climáticos Climáticos As chuvas do mês de JANEIRO de 2010 são apresentadas no quadro abaixo. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste A média das chuvas observadas durante o mês de JANEIRO “ficou” praticamente igual à média das normais climáticas. Porém, somas de chuvas acima das médias históricas ocorreram em Franca e Usina Ibirá, apenas . Mapa 1:-Água Disponível no Solo entre 14 a 17 de JANEIRO de 2010. O Mapa 1, ao lado, mostra que o índice de Água Disponível no Solo na região canavieira do Estado de São Paulo, a 50cm de profundidade, no período de 14 a 17 de JANEIRO, ainda se apresentava como médio a crítico na circunvizinhança de São José de Rio Preto a Araçatuba. 2 26 6 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 ÁGUA, usar s Protejam e preservem as n Informações Setoriais Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de JANEIRO de 2009. Estes Institutos Meteorológicos indicam manutenção de temperatura da superfície (na faixa equatorial) do Oceano Pacífico acima da média, e que, ainda, estão favorecendo ocorrência do fenômeno El Niño, podendo dar continuidade à chuvas acima das médias nos estados da Região Sul do Brasil e metades Sul dos Estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo. · A temperatura média poderá ficar ligeiramente acima das médias em todos os estados da Regiões Centro Sul; · Quanto às chuvas para os meses de fevereiro a abril, como ilustrado pelo Mapa 4 (abaixo), prevê-se que estas poderão “ficar” próximas às médias históricas na metade Norte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste; enquanto que, nas metades Sul daquelas Regiões e Estado do Paraná; · Como referência:- como normais climáticas de chuvas, pelo Centro Apta-IAC, para Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 225mm em fevereiro, 165mm em março e 70mm em abril. Mapa 3:- Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de JANEIRO de 2010 Pelos mapas 2 e 3, nota-se que os índices de Disponibilidade de Água no Solo aos finais de janeiro de 2009 e de 2010 foram muito semelhantes na área Sucroenergética do Estado de São Paulo, notando-se maiores Disponibilidades na faixa diagonal Nordeste-Sudoeste (Franca-Assis), enquanto que uma pequena diferença foi observada apenas na região Meio-Oeste e Noroeste do Estado. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de fevereiro a abril. sem abusar ! Mapa 4:- Prognósticos de chuvas, pelo Consórcio INMET e INPE, para o trimestre fevereiro a abril de 2010:- é de próxima à normalidade climática na faixa cinza no mapa e de ser acima da média na área verde. Na grande faixa (cor tijolo) que envolvem os estados das Regiões Norte e Nordeste, prevem-se chuvas ligeiramente abaixo das respectivas médias históricas. Elaboração CANAOESTE. A SOMAR Meteorologia, com a qual a CANAOESTE mantém convênio, prevê que os desvios das históricas temperaturas médias serão pequenas nos meses de fevereiro a abril. Quanto às chuvas, a SOMAR está prognosticando que durante os meses de fevereiro a março elas poderão ser próximas às respectivas médias históricas, além de frequentes. Em função destes prognósticos climáticos, dos custos das operações de plantio, dos recomendados insumos e utilização de tecnologia de produção, a CANAOESTE sugere que se precavenham, evitando-se plantios tardios. Estes prognósticos serão revistos a cada edição da Revista Canavieiros e fatos ou prognósticos climáticos relevantes serão noticiados em nosso site www.canaoeste.com.br . Continuem acompanhando ! nascentes e cursos d’água. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 2 27 7 Artigo Técnico Variedades CTC características e recomendações Centro de Tecnologia Canavieira - CTC C TC1 – Precoce. Alto teor de sacarose. Recomendada para ambientes de bom a médio potencial. Fibra baixa. Alto florescimento. Média isoporização. Resistente à escaldadura e amarelecimento. Intermediária ao carvão e broca; moderadamente suscetível à ferrugem e mosaico. Plantar com mudas novas. CTC5 - Destaca-se pela precocidade e alto teor de sacarose. Recomendada para ambientes de alto potencial de produção. Apresenta fibra baixa, baixos florescimento e isoporização. Resistente ao mosaico, ferrugem e amarelecimento, intermediária à escaldadura, carvão e broca. Exigente em água. Indicada para áreas de vinhaça. CTC7 - Precoce. Alto teor de sacarose, recomendada para ambientes de alto a médio potencial de produção. Vem sendo plantada também em ambientes mais fracos. Desenvolvimento inicial bastante rápido com tombamento em primeiro corte. Despalha natural. Fibra média, pouco florescimento e isoporização. Resistente às principais doenças e intermediária à broca. CTC9 - Precoce, rica e rústica. Ambientes de média a baixa produção, até D. Realizar plantios mais tardios devido ao rápido desenvolvimento inicial. Excelentes resultados em áreas comerciais. Destaque em todas as regiões. Fibra e florescimento médios e pouca isoporização. Resistente ao amarelecimento, ferrugem e carvão. Intermediária à escaldadura e à broca. Moderadamente suscetível ao mosaico. CTC12 – Super precoce. Apresenta o maior valor em POL de todas as variedades CTC. Ambiente de alto potencial de produção, sendo mais exigente em água do que em fertilidade de solo. Não floresce e não isoporiza no Centro-Sul. Resistente às 28 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 principais doenças (ferrugem, escaldadura, carvão, mosaico e amarelecimento). Intermediária à broca. Responde a maturadores. CTC13 – Precoce com alta produtividade. Para ambientes de médio a alto potencial de produção. Porte ereto. Floresce raramente e isoporiza pouco. É resistente á ferrugem, escaldadura e ao mosaico e moderadamente resistente ao amarelecimento. Reação intermediária ao carvão e à broca. CTC16 – Precoce. Alto teor de sacarose. PUI longo. Responsiva. Ambientes de médio a alto potencial de produção. Ótimo perfilhamento e excelente brotação de soqueira em colheita mecanizada. Ótima colheitabilidade. Pode ser utilizada como cana-de-ano. Teor de fibra alto. Floresce pouco. É altamente resistente à ferrugem, carvão, escaldadura e ao amarelecimento. Apresenta reação intermediária ao mosaico e à broca. Responde bem a maturadores. CTC17 - Precoce e alto teor de sacarose. Ótimo desempenho em solos arenosos e ambientes de médio a baixo potencial de produção. Teor de fibra médio, floresce raramente e isoporiza pouco. Altamente resistente ao mosaico, escaldadura e ao amarelecimento e moderadamente resistente à ferrugem. Intermediária ao carvão e à broca. Responde a maturadores. Tolerante à seca. CTC2 - Maturação média, ambientes de médio a baixo potencial produtivo. Fazer plantio mais tardio; rústica e produtiva; recomendada para plantio e colheita mecanizada. Variedade CTC com maior área plantada. Bons resultados quando realizada a antecipação da colheita com maturadores químicos. Alta longevidade. Fibra média, pouco florescimento e média isoporização. Resistente à escaldadura, ferrugem e amarelecimento. Intermediária ao carvão e à broca. Moderadamente suscetível ao mosaico. CTC4 – Maturação média a tardia. Ambientes de alta a média produção. Rica e alta produtividade. Destaque nos ensaios de produtividade da 1ª geração de variedades do CTC. Boa tolerância ao stress hídrico. Fibra baixa, médio florescimento e baixa isoporização. Resistente à escaldadura, carvão, mosaico e amarelecimento. Reação intermediária à broca e à ferrugem. CTC8 - Maturação média, para ambientes de média produção. Boa brotação de soqueira. Porte ereto, intenso perfilhamento e resistência à seca. Fibra alta, florescimento e isoporização médios. Resistente à escaldadura, ferrugem e carvão e moderadamente resistente ao amarelecimento. Reação intermediária ao mosaico e à broca. CTC10 – Maturação média a tardia, para ambientes de médio potencial de produção, porém é responsiva à fertilidade; boa brotação; alta produtividade e médio POL; fibra média, não floresce e não isoporiza. Resistente à ferrugem, ao mosaico e ao amarelecimento. Intermediária à escaldadura, ao carvão e à broca. Responde a maturadores. CTC11- Maturação média; não tomba e é rica; ambientes de médio a alto potencial de produção com algumas restrições, pois é exigente em água. Alto perfilhamento e excelente fechamento na linha e na entrelinha. Artigo Técnico É a CTC de maior destaque no plantio mecânico. Floresce raramente e isoporiza pouco. Resistente à ferrugem, escaldadura e ao amarelecimento. Intermediária ao carvão, mosaico e à broca. Responde muito bem a maturadores químicos. CTC14 – Maturação média a tardia com alta produtividade; para solos de médio a alto potencial de produção. Responsiva à fertilidade de solo; resistente à seca. Floresce raramente e não isoporiza. Resistente à ferrugem, escaldadura, mosaico e ao amarelecimento. Intermediária ao carvão e à broca. Responde bem a maturadores químicos. CTC15 - Destaca-se pela alta produtividade e resistência ao estresse hídrico; maturação média a tardia; para ambientes de menor potencial de produção. Excelentes resultados em praticamente todas as regionais. Florescimento e isoporização médios. Resistente à ferrugem, escalda- dura, amarelecimento e broca. Moderadamente resistente ao carvão e ao mosaico. Responde a maturadores químicos. CTC18 – Maturação média (precoce em Goiás); para ambientes de médio a baixo potencial produtivo, porém responsiva; excelente perfilhamento e ótima brotação de soqueira. Tolerante a seca. Ereta. Boa colheitabilidade. Floresce, apresentando isoporização média. Resistente à ferrugem, escaldadura, mosaico e ao amarelecimento. Intermediária ao carvão e à broca. Responde bem a maturadores químicos. CTC3 – Maturação tardia, ambientes de alto a médio potencial de produção. Desenvolvimento inicial lento. Boa brotação de soqueira e resistência a seca. Não floresce. Fibra e isoporização baixos. Resistente à ferrugem, carvão, mosaico e amarelecimento. Intermediária à broca e moderadamente suscetível à escaldadura. CTC6 – Maturação tardia, altas produtividade e sacarose, recomendada para ambientes de boa a média produção; não tomba, recomendada para plantio e colheita mecanizada. Baixa fibra, médio florescimento e pouca isoporização. Resistente às principais doenças. Reação intermediária à broca. CTC19 – Alto teor de sacarose e alta produtividade. Meio a final de safra. Ambientes de médio a alto potencial. Fibra baixa. Floresce pouco e raramente isoporiza. Alta resistência à ferrugem e ao amarelecimento. Reação intermediária ao carvão, mosaico, escaldadura e à broca. CTC20 – Alta sacarose e PUI longo. Recomendada para colheita durante toda a safra. Alta produtividade, elevado perfilhamento e rápido fechamento. Fibra baixa. Responsiva. Para ambientes de médio a alto potencial de produção. Floresce e isoporiza pouco. Resistente à ferrugem, carvão, escaldadura e amarelecimento. Intermediária ao mosaico e à broca. Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 29 30 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 31 Clima Estudo da secretaria aponta chuvas e as possíveis perdas na agropecuária O excesso de chuvas que vem ocorrendo desde dezembro em todo o Estado de São Paulo trouxe consigo episódios de erosão que destruíram caminhos internos nas propriedades, arrancaram pontes, tornaram intransitáveis muitas estradas vicinais e até mesmo asfaltadas. O Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (IEA) fez uma análise para tentar mensurar o “tamanho” desse estrago. As atividades mais prejudicadas são as de produção de hortaliças folhosas e de leite, altamente perecíveis. Além disso, a grande quantidade de chuva favorece o aparecimento de doenças fúngicas e bacterianas, prejudicando o processo de colheita e a qualidade de muitos produtos. Os pesquisadores salientam que se trata de uma análise preliminar das perdas prováveis na produção paulista, com ênfase em avaliação qualitativa, uma vez que as chuvas devem continuar ocorrendo. “Só então, passado esse período, é que as perdas poderão ser calculadas com maior precisão, através de levantamentos detalhados, quando se encerrarem os ciclos produtivos em curso.” CAFÉ - Entre agosto e dezembro de 2009, as floradas apresentaram uma formação bastante desuniforme, provavelmente em função das alterações climáticas observadas no período. O maior risco que pode ocorrer não se refere propriamente à quantidade, mas ao comprometimento da qualidade dos grãos, seja pela falta de uniformidade da maturação ou dificuldades na colheita e secagem. 32 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 maior número de repasses necessários para recolher grãos em estágio de maturação apropriado; haverá problemas novamente este ano com a qualidade da bebida, pois há tendência para que ocorra imensa mistura de grãos; pode acarretar em perdas no volume previsto para a colheita, excetuam-se os cafeicultores que descascam os frutos. Nos principais cinturões cafeeiros, especialmente nos de arábica mais meridionalmente posicionados, verificaram-se substanciais precipitações durante a época da colheita, com prejuízos diretos no quesito qualidade da bebida. Isso se observou principalmente para os cafeicultores com compromissos financeiros em processo de liquidação (CPRs - física e financeira - e títulos financeiros - contratos futuros e opções), uma vez que o custo para padronizar os lotes elevou-se, segundo a qualidade exigida pelos contratos. Houve situações em que o cafeicultor desistiu do exercício de entrega do produto (caso das opções públicas) em função do elevado encargo financeiro, para preparar seu café nas unidades de rebenefício, em que se exige elevado volume de produto para a formação de lotes homogêneos. A condição anterior de excessiva umidade manteve-se. Resultado, uma multiplicidade de fases reprodutivas no mesmo ramo de produção que deve trazer os seguintes efeitos: a colheita tenderá a ser mais custosa, em virtude do Ainda não se pode atribuir grande prejuízo ou comprometimento da quantidade produzida de café ao excesso de chuvas no Estado. O Escritório de Desenvolvimento Rural da Secretaria em Ribeirão Preto, contudo, estima perdas de até 10%, sobretudo pelo comprometimento da infraestrutura para o escoamento da colheita. GRÃOS - Entre as culturas de grãos, as que mais vêm sofrendo danos são as de amendoim e feijão, leguminosas de ciclo curto e muito sensíveis às adversidades climáticas. Todas as fases dessas culturas têm sido prejudicadas, especialmente as da maturação e colheita. No caso do amendoim, se as chuvas persistirem até a colheita da maior parte das lavouras em curso, os danos não serão apenas quantitativos, mas qualitativos, com a forte ocorrência da aflatoxina, substância tóxica que deprecia acentuadamente o produto. Dada a diversidade do desenvolvimento das culturas no Estado, tornase difícil mensurar o estrago na cultura de feijão, embora haja informações de perdas da ordem de 30% a 50% na produção das regiões de Avaré e Itapeva, as maiores produtoras. Clima Nos casos de milho e soja, as informações preliminares sobre perdas variam de 10% a 20%, números passíveis de retificação dada a possibilidade de alguma recuperação do estado vegetativo ou de maturação, principalmente da soja. A cultura do milho de verão encontra-se em vários estágios do ciclo produtivo no Estado, dada a amplitude do período de semeadura da presente safra, favorecida pelo início precoce do período chuvoso. Além das precipitações pluviais excessivas, a ocorrência de dias nublados com baixo nível de insolação prejudica a fotossíntese, afetando, assim, o potencial produtivo das plantas. No caso do arroz, grande parte das lavouras paulistas com o produto ficou inundada, o que está dificultando a colheita e prejudicando a qualidade dos grãos. Houve também aumentos dos custos de produção, decorrentes da dificuldade de locomoção de máquinas, veículos e de trabalhadores para a execução de operações agrícolas e comerciais. Devido ao fato da combinação de umidade excessiva e temperaturas elevadas favorecer a ocorrência de pragas e o desenvolvimento de doenças e ervas daninhas nas culturas, há ainda uma maior utilização de inseticidas, fungicidas ou herbicidas. Além disso, os grãos colhidos com alto teor de umidade terão de passar, necessariamente, por secadores, o que também eleva os custos. FRUTAS - As chuvas intensas coincidem com a época de safra da maioria das frutas de clima temperado produzidas em São Paulo, prejudicando principalmente a qualidade. A uva está apresentando problemas de “coroinha” (botrytis cinerea), fungo pós-colheita que causa perdas durante a comercialização e afeta o preço no atacado. Não se pode, ainda, quantificar as perdas no campo causadas pelas chuvas na viticultura paulista, mas é possível afirmar que a redução da qualidade da fruta é grande, afetando também o teor de sólidos solúveis. Quanto ao figo, que apresenta o pico da safra nesses meses bastante chuvosos, sua qualidade está sendo prejudicada principalmente pela redução do tempo de prateleira da fruta, altamente perecível. Não há dados que permitam quantificar quais serão as perdas nas safras de caqui e goiaba afetados por chuva de granizo no final do ano, mas se pode afirmar que a produção será inferior à prevista em condições normais. Também a produção de manga foi bastante reduzida devido às chuvas intensas e ventanias do final do ano passado, que já prejudicaram o início do ciclo produtivo, ou seja, a florada e a formação de frutos. No caso dos citros, embora não haja maiores perdas de produção, o custo de manutenção dos pomares deve aumentar devido à maior incidência de doenças e pragas favorecidas pelo excesso de umidade, além de dificuldades na colheita e transporte. “De um modo geral, como as frutas muitas vezes não estão alcançando os padrões exigidos pelo controle de qualidade do varejo, boa parte delas tem sido descartada já no campo, ocasionando perdas aos produtores”, salientam os pesquisadores. CANA - A atividade encontra-se em seu período de entressafra no Estado, que habitualmente inicia-se na segunda quinzena de dezembro do ano anterior e se estende até o fim de março do ano seguinte. As chuvas que ocorrem com grande intensidade desde o segundo semestre de 2009 causou um atraso considerável na colheita, o que ocasionou um efeito danoso na oferta regular de matéria-prima para as usinas. Dessa forma, algumas unidades entraram no período normal de entressafra colhendo cana nos intervalos de trégua da chuva, acarretando uma possível redução da manutenção das máquinas e equipamentos e dos tratos agrícolas. Em plena safra, houve precipitações pluviométricas acima da média para o período, aumentando consequentemente o número de dias parados na produção. Essa alteração climática também levou a uma diminuição na qualidade em termos de concentração de açúcares totais recuperáveis (ATR), o que incide diretamente na quantidade de transformação de cana nos produtos açúcar e álcool. Outro efeito provável por conta das excessivas chuvas é a impossibilidade de colher a cana, resultando numa quantidade considerável da safra 2009/ 10 em pé ou bisada (cana que sobrou de uma safra para outra sem cortar), o que, em parte, compromete a oferta. Dados preliminares obtidos na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Secretaria (Cati) dão conta de que poderá haver uma quantidade de cana bisada em torno de 10% da produção da safra 2009/10, o que significa cerca de 40 milhões de toneladas. Algumas regiões foram mais afetadas do que outras, portanto, estão com maiores dificuldades. Vale ressaltar que as chuvas excessivas não são a principal causa dos aumentos recentes do preço do açúcar e do álcool. Outros fatores contribuíram com maior peso, a exemplo das importações de açúcar pela Índia e o aumento da demanda por etanol, ou seja, é mais uma questão de mercado do que de chuvas. Em resumo, pode-se afirmar que as chuvas ocasionaram problemas pontuais na colheita da cana, o que de fato já ocorreu e, de certa forma, foi resolvido com a competência na gestão das usinas em reorganizar o cronograma de colheita e, assim, mitigar ao máximo os efeitos das precipitações pluviais. O estudo foi realizado pelos pesquisadores Sérgio Torquato, Alfredo Tsunechiro, Sônia Martins, Celso Vegro, Priscilla Rocha Silva, Maria Célia Martins de Souza, Katia Nachiluk e Maximiliano Miura. (Informações sobre pecuária, mandioca, olerícolas, veja no texto completo: www.iea.sp.gov.br) Fonte: Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo) Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 33 Destaque Agrishow 2010 Carla Rodrigues Edição deste ano conta com melhorias na estrutura e retomada dos negócios; a Revista Canavieiros estará presente pelo 3º ano consecutivo A Agrishow – Feira Internacional da Tecnologia em Ação, a mais importante feira do agronegócio da América Latina será realizada entre os dias 26 a 30 de abril no Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste / Centro de Cana IAC em Ribeirão Preto. Para a edição deste ano, a organização do evento preparou uma nova feira, mas sempre com o mesmo foco: cada vez mais trazer um número maior de agricultores para a feira. De acordo com o presidente da Agrishow, Cesário Ramalho, este é o objetivo maior do evento, expor aos agricultores as novas tecnologias do setor. “O produtor pode não comprar no dia da feira, mas ele conhece a tecnologia, leva isso com ele e um dia compra essa máquina, isso que é importante”, disse Ramalho durante a coletiva de imprensa, que abriu a feira, no início de fevereiro. As novidades presentes serão muitas, tudo para atender melhor as necessidades dos 140 mil visitantes esperados e dos 730 expositores diretos e indiretos, que já confirmaram presença. Está sendo feito um investimento de aproximadamente R$ 10 milhões, que é dividido entre o governo do Estado de São Paulo, prefeitura de Ribeirão Preto e também pelas empresas promotoras do evento, como a ABIMAQ que é a grande investidora. Com esse investimento foram feitas melhorias na estrutura da feira, agora a Agrishow possui uma nova planta, retangular, muito bem aceita pelos técnicos e principalmente pelos pesquisadores do IAC (Instituto Agronômico de Cana-de-açúcar), que têm a preocupação de não invadir as áreas de pesquisa do Centro. Esta reformulação permitiu que a feira ficas34 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Agrishow 2009 se assimétrica, sendo composta por seis avenidas e 21 ruas dentro da área de exposição estática, referente a 360 mil metros quadrados. Foram criados os estacionamentos norte e sul para que o expositor pare sempre próximo ao seu estande. Também foram feitas reformas e construções de novos banheiros, regionalização dos expositores para facilitar o caminho percorrido, desde a chegada que será asfaltada, transporte de trenzinho sem poeira e postes de concreto. Serão montadas duas praças, uma para que as pessoas possam caminhar pela feira e outra em que vai estar os bancos colocados estrategicamente. Ainda foram feitas melhorias em toda a parte hidráulica do evento para que não corra risco de faltar água para higienização dos sanitários. Além disso, durante os cinco dias de Agrishow será possível realizar 800 demonstrações de campo numa área de 100 hectares para diversas culturas, cada empresa terá seu espaço com a agricultura que escolheu o dia todo. A EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a FE- TAESP (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário já são presença garantida entre os participantes e terão uma ilha significativa na feira para mostrar seus trabalhos. A expectativa para a edição deste ano é de retomada, tanto das grandes empresas que ficaram fora ano passado e este ano irão participar quanto dos negócios não realizados em 2009, já que o saldo da feira foi prejudicado por conta da crise financeira internacional que teve início no final de 2008. “Não vamos ter nenhuma explosão, mas eu acho que temos que rever os projetos e comprar os equipamentos. A agricultura brasileira é consolidada, precisamos apenas fazer os aperfeiçoamentos. Acredito que este ano vamos voltar a caminhar dentro da normalidade, porque o ano passado não foi normal”, explica o presidente do evento. E para encerrar definitivamente as especulações sobre a saída da Agrishow de Ribeirão Preto, Cesário Ramalho esclarece que a feira encon- Destaque trou seu caminho este ano e que é impossível pensar em Agrishow fora dessa cidade. “A feira não sai daqui. O maior PIB do país está nessa região. Ano passado fizemos um acordo para seis anos, mas estamos trabalhando em um contrato novo com o governo para 20 ou 30 anos. Hoje temos uma responsabilidade maior com a feira, que envolve secretaria do Estado, prefeitura e a comunidade de Ribeirão Preto”, esclarece Ramalho. A Agrishow 2010 é uma iniciativa da ABAG (Associação Brasileira de Agribusiness), ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e SRB (Sociedade Ru- ral Brasileira), e é organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado. Local: Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste / Centro de Cana IAC – Rodovia Antônio Duarte Nogueira, KM 321 – Ribeirão Preto – SP. Sistema Ocesp/Sescoop difundem conhecimentos sobre cooperativismo Carla Rodrigues Palestras estão sendo realizadas no interior do Estado de São Paulo O sistema Ocesp/Sescoop – SP (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado de São Paulo) está realizando palestras para repassar aos cooperados, funcionários de cooperativas e para o público em geral a doutrina cooperativista, ou seja, dividir experiências e falar um pouco sobre o histórico do cooperativismo, dentro dos princípios, valores e questões tributárias. Antigamente, essas reuniões eram realizadas em São Paulo apenas uma vez por semana, gerando uma grande dificuldade para os grupos interessados nesse assunto em se deslocar até a grande São Paulo. Foi neste momento, com as estruturas regionais já abertas, que o Sescoop deu início às palestras semanais no interior do Estado, que ficam localizadas em Ribeirão Preto, São José dos Campos, Marília e Piracicaba. De acordo com o coordenador dos Núcleos Regionais, Cassiano Faria, o objetivo das realizações dessas palestras é fazer uma promoção do sistema como um todo, tanto o sistema coope- José Alberto, Alex e Cassiano Faria integrantes da Sescoop rativista quanto a estrutura da Ocesp e as atividades que são desenvolvidas por ela. É possível fazer também uma prospecção de novas demandas que venham surgir a partir dessas reuniões, que são uma forma de abertura e conhecimento para o público cooperativista. Durante as palestras, que têm como tema “Cooperativismo como Alternativa de Desenvolvimento”, os participantes podem adquirir informações mais profundas em relação ao cooperativismo, principalmente sobre os ramos em que atuam, como: agropecuário, consumo, crédito, educacional, habitacio- nal, infra-estrutura, saúde, trabalho, produção e transporte. Também têm conhecimento sobre os sete princípios em que o sistema cooperativista se baseia. São eles: 1º Adesão livre e voluntária, 2º - Gestão democrática pelos sócios, 3º - Participação econômica dos sócios, 4º - Autonomia e Independência, 5º - Educação, treinamento e informação, 6º - Cooperação entre cooperativas e 7º - Preocupação com a comunidade. Para mais informações, acesse o site: www.portaldocooperativismo.org.br ACESSE O NOVO SITE DA REVISTA CANAVIEIROS WWW.REVISTACANAVIEIROS.COM.BR Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 35 Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” CANA-DE-AÇÚCAR: Bioenergia, Açúcar e Álcool - Tecnologia e Perspectivas Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português Fernando Santos Aluízio Borém Celso Caldas " Não sou do tamanho da minha altura, mas da estrutura daquilo que posso ver" Fernando Pessoa 1) No mês que vem Pedro fará “cinqüenta” anos! Data especial, momento de reflexão também. Renata Carone Sborgia* Pedro as congratulações serão verdadeiras sem o trema! Idade nova, Novo Acordo Ortográfico e nova regra para o tópico gramatical: o trema foi abolido (temos exceções). Assim, “parabenizando-o corretamente”: CINQUENTA! P.S.: ...para os amigos que gostam de “dar ênfase” ao momento de vida, por favor, CINQUENTÃO (sem trema)! 2) Maria disse: - Eu “magôo” com pessoas que criticam meu trabalho sem fundamento... Prezado amigo leitor cuidado com as críticas sem fundamentos e o verbo magoar... Segundo o Novo Acordo Ortográfico, o hiato (encontro de dois sons vocálicos) “oo” deixa de receber acento nas palavras paroxítonas (a sílaba tônica, forte, é a penúltima da direita para a esquerda). O correto é MAGOO. Críticas sem fundamentos podem magoar. Vamos evitá-las ou escolher o diálogo, não é? 3) ... e a expressão popular “caiu de pára-quedas”? Prezado amigo leitor para não cair mais, por favor, escreva corretamente: PARAQUEDAS! Paraquedas agora é escrita de forma aglutinada (não se separa). Explicação fácil: o Novo Acordo Ortográfico com o uso do Hífen referente à Composição. Regra: compostos - não se usa o hífen nas palavras compostas que perderam a noção de composição (é o processo que forma novas palavras a partir da junção de duas ou mais palavras ou radicais). PARA VOCÊ PENSAR: Tua Caminhada Ainda Não Terminou Charles Chaplin Tua caminhada ainda não terminou... A realidade te acolhe dizendo que pela frente o horizonte da vida necessita de tuas palavras e do teu silêncio. Se amanhã sentires saudades, lembra-te da fantasia e sonha com tua próxima vitória. Vitória que todas as armas do mundo jamais conseguirão obter,porque é uma vitória que surge da paz e não do ressentimento. É certo que irás encontrar situações tempestuosas novamente, mas haverá de ver sempre o lado bom da chuva que caie não a faceta do raio que destrói. Tu és jovem. Atender a quem te chama é belo, lutar por quem te rejeita é quase chegar a perfeição. A juventude precisa de sonhos e se nutrir de lembranças, assim como o leito dos rios precisa da água que rolae o coração necessita de afeto. Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhes para trás...mas vá em frente pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te. * Advogada,Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos(Ed. Madras), em co-autoria. 36 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 E ste livro, recentemente lançado na Universidade Federal de Viçosa, aborda em apenas 21 capítulos os mais importantes avanços em tecnologia da cana-de-açúcar e de seus derivados na atualidade. Com prefácio escrito pelo ex-ministro de Estado da Agricultura Dr. Roberto Rodrigues e, escrito por renomados especialistas, esta publicação é de leitura obrigatória a todos aqueles que necessitam estar atualizados no uso desta espécie no contexto da produção de bioenergia, incluindo o álcool e o açúcar. Os capítulos tratam os seguintes assuntos: Planejamento Agrícola; Fisiologia; Plantio; Nutrição e Adubação; Manejo de Pragas e Nematoides; Manejo de Doenças; Manejo de Plantas Daninhas; Manejo de Irrigação; Agricultura de Precisão e Sensoriamento Remoto; Sistemas de Colheita de Colmos; Melhoramento Genético e Recomendação de Cultivares; Biologia Molecular e Biotecnologia; Controle de Qualidade nas Indústrias de Açúcar e Álcool; Processo de Produção do Açúcar, Fermentação Etanólica; Destilação; Aproveitamento de Resíduos Industriais; Bioenergia de Cana; Sistema de Remuneração da Cana; Fundamentos Teóricos das Análises Sucroalcooleiras; Gestão de Custos na Produção e Processamento. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016 [email protected] VENDEM-SE - 01 colhedora de cana Brastoft A 7000, ano 1997, toda reformada e pronta para colheita; - 01 colhedora de cana Brastoft A 7700, ano 1998, toda reformada e pronta para colheita; - 02 plantadoras de cana picada SERMA, ano 2008, semi novas e revisadas (plantaram cada uma somente 50 ha). Os equipamentos podem ser vistos em Serrana/SP. Tratar com Fernando pelo telefone: (16) 9781-4033. VENDEM-SE - Cultivadores, adubadores, sulcadores, quebra lombo e cobridores de cana. Falar com Eng. Agr. José Ary Jr. Pelo telefone (16) 3761 8470 ou via e-mail: [email protected] VENDEM-SE - 01 Cobridor de Cana DMB com rolo compactador traseiro, tanque de líquido (semi-novo) - Valor R$ 5.000,00; - 01 Cultivador de Cana de 1 linhas DMB (completo) - Valor R$ 2.500,00; - 01 Triturador marca Penha, motor 10 HP e parte elétrica completa - Valor R$ 2.000,00; - 02 Carrocerias de Ferro para plantio de cana - Valor R$ 3.000,00 cada; - 01 Cambão de 8,5 mts reforçado; - 01 Bomba de Alta Pressão de 3", instalada em cavalete para transporte Valor R$ 3.000,00; - 02 Rolos Compactadores para adaptar em Terraciador (sem uso); - 01 Motobomba elétrica de 10 HP Valor R$ 800,00; - 01 tanque para combustivel de Oleo Diesel de 3.000 lts., instalado carreta de 4 rodas com bomba registradora marca Gascon, com mangueira, parte elétrica em perfeito estado. Valor R$ 5.000,00. 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Quatro caminhões (de 22.000,00 a 26.000,00 km com carroceria canavieira). Valor de venda assumir saldo devedor de R$ 212.000,00 ou parcelas a pagar 42x R$ 7.200,00. Valor já pago R$ 127.500,00 -Cavalinho MB1634LS , ano 2002, 340.000 km. Valor: R$ 130.000,00; -Picador de madeira e resíduos, marca Lippel modelo florestal ref. PFL 250/ 600. Valor: R$ 50.000,00. Tratar com Fernando pelos telefones: (14) 34323037 / (14) 97161294 ou pelo email: [email protected] VENDE-SE - 01 carroceria de madeira pronta para puxar amendoim ou soja a granel. Comp: 08m, Larg: 2,60m e altura:3,20m. Tratar com Agnaldo pelo telefone: (16) 3945-6018. VENDEM-SE - 04 colhedoras de cana picada da marca Cameco, modelo cht25008 sendo: duas máquinas ano 2004 e duas máquinas ano 2005. Cidade: Clementina - SP. Tratar pelo telefone: (18)3658-9025. Agende-se Março de 2010 EFEICANA/FEIBIO 2010 Empresa Promotora: Safra Eventos Tipo de evento: Exposição/Feira Início: 09/03/2010 Fim: 11/03/2010 Cidade: Araçatuba - SP Localização do evento: Recinto de Exposições Clibas de Almeida Prado - Av. Alcides Fagundes Chagas, 600 - Bairro Aviação Informações: Safra eventos: (18) 3624 9655 Site:www.feicana.com.br e-mail: [email protected] FEINCO 2010 - 7ª FEIRA INTERNACIONAL DE CAPRINOS E OVINOS Empresa Promotora: Agrocentro Feiras e Exposições Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 09/03/2010 Fim do Evento: 13/03/2010 38 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 Cidade: São Paulo - SP Localização do Evento: Centro de Exposições Imigrantes Informações com: Secretaria Site: www.feinco.com.br Telefone: (11) 5067-6767 E-mail: [email protected] 45ª EMAPA - EXPOSIÇÃO MUNICIPAL E AGROPECUÁRIADEAVARÉ Empresa Promotora: Prefeitura da Estância Turistica deAvaré Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 27/02/2010 Fim do Evento: 14/03/2010 Cidade: Avaré - SP Localização do Evento: Parque de Exposição Fernando Cruz Pimentel Informações com: Matriz da Comunicação Site: www.emapaavare.com Telefone: (14) 3732-1608 E-mail: [email protected] Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010 39 40 Revista Canavieiros - Fevereiro de 2010