CAPITAL FEDERAL, 1892.
ANNO 17
r
CAPITALAnno 10JOOO
Semestre 9SOOO
51000 1
ír^stre
N°642
füBUCAUA PQRf«6tt0$WWtW.
devam *er dirigida;
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A correspondência 9 re^iamaeòe*
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ESTA DOS
20K000
11SOOO
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Anno
Semestre
Avulso
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¦fro0rpini-.net Ôscolotr do intendente cJoisso cjrci^oso.
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annos. J\ heim em idade . Resenho- O qemdro doméstico
Ínpheise., dos 13 aos
soo h presidência da. ptvó peiteruet.
REVISTA ILLUSTRADA
Capital Federal.
Abril ele- ISO2.
ESCRIPTORIO E REDACÇÃO
Rua de Gonçalves Dias n. 50, sobrado
ÉCHOS l NOTAS
Noite de luar. Fresca viração balsamica, do mais fino e cheiroso arminlio das mattas, passa cantando suavemente pelos quatro pontos cardeaes. Ha, na fluidica rarefacção do
ether, umas vibratibilidades sonoras,
de violinos occultos no seio verde do
mar, dormente e liso. Eu e uni dos
meninos cá de casa, como precisando
de umas notas criticas, sahimos a
passeio, pelas ruas da cidade afora,
mergulhados na penumbra avelludada e doce das casarias nobres e artisticas. íamos indo, um ao lado do outro, quietos, mãos aos bolsos, frechando a vista por todo o panorama de
quadro antigo, que se desenvolvia a
nossos olhos.
Ao passarmos pela rua Larga de
São Joaquim, onde a luz boa da lua
punha um extenso lençol de prata
liquidt, vimos á janella do Itamaraty
o vulto severo e respeitoso de um
grande homem coroado de louros,
fallando ás estrellas. Lá de dentro
vinham uns sons confusos de marchas
triumphaes, de cristaes de Sévres e de
vozes longínquas, como em grandes
apotheoses. Dos beiraes flores cahiam
recortando o ar, num peneiramento
aromatico e mysterioso. De baixo, a
criadagem humilde, na prostração
respeitosa de quem obedece, tangia
thuribulos finíssimos de ouro fosco,
incensando os pés do grande homem.
Em chegando fronteiro á Municipalidade, toda aberta e ilhiminada,
deparámos uma procissão subindo as
suas recurvas escadarias luxuosas.
Ao centro, envolto em purpura real,
á vozeria das preces religiosas, a figura alta e morena de um apóstolo
christão empunhava a imagem do
louro Rabbino, sem cabeça e braços.
A cada passo, a cada degráo, o apóstolo genuflexava-se contricto, impretrando a seus irmãos a vingança do
iconoclasta estrangeiro, diante mesmo
a palavra sagrada da lei escripta e
expressa.
Em todas as ruas da cidade havia
a melhor ordem possível, o melhor
asseio do mundo. Dir-se-hiao paraizo
celeste promcttido á humanidade cm
prol da sua constância aos decretos
divinos. Immensas alôas de araucarias, de jasmineiros, de palmeiras carvores raras, estendiam longos ramos
floridos por sobre as habitações do
santo povo, que dorme. De tempo a
tempo umas baforadas de essência
subiam do chão, pondo agora no espaço um perfume delicioso e subtil. Pelas
esquinas das ruas, em edictos, a palavra sagrada de Allah traçara em letrás colossaes a saúde de alma e de
corpo do seu rebanho. Ah ! ninguém
gemia a taes horas, porque o soffrimento cessara nessa cidade bemdita.
A fome, a peste e a guerra eram lendas antigas, que os antepassados escreveram em lindos livros de arte, em
sonoras estrophes de luz. Grande
povo, grande povo feliz que dorme,
na ingênua beatitude de Santa Theresa !
*
E assim passeámos toda a cidade,
sorpresos.de admiração em admiração.
Era o requinte da superioridade humana, era a sua extrema confirmação
e igualdade, ha tantos séculos sonhadas.
Logo que dobrámos a rua de Gonçalves Dias sentimos frio. Paramos.
Em nossas capas hespanholas nos
embrulhámos, e, com um ligeiro sorriso nos lábios, caminhámos passo a
passo.
Sonhávamos.
salutares de ar. Preparo o pulmão,
abro a bocca.dilato as narinas, e, n'um
hausto prolongado,
sinto
grande
hygienar-me, na lavagem desinfectante dos órgãos, o ar puríssimo e balsamico. Depois, desço o olhar ávido pela
rua abaixo. Deserção completassem
viva alma, sem vivo espirito, que tambem viesse para o mar. Infundiu-me
tristeza a monotonia penumbrada da
rua, e comecei então a sentir em mim
o queixoso celibato do meu amor.
Arthur de Miranda.
Livros que chegam
O livro de versos do Sr.Artliur Mendes—
Santelmos — traz uma impressão magnífica,
finalmente parisiense, que bem rccommenda
a casa impressora Lombaerts & C.
Quanto á feição artística dos Santelmos,
não podemos dizer outro tanto, pois que da
leitura feita com calma e sem a miniiiui
prevenção para com o autor, nosso camarada, concluímos de modo rigoroso, para
quem lia muito trabalha na arte do verso.
Através ns cento e tantas paginas do livro,
producções existem bem cuidadas, bem bnriladas, porém longe de igualarem á maioria,
cheias de altos e baixos, ile descuidos, que
depõem contra o completo valor artístico da
obra. O Sr. Arthur Mendes 6 um moço intclligente e trabalhador, por isso esperávamos dos
Santelmos um triumpho para sua individualidada litteraria. Assim não aconteceu, o que
é tanto peior paru quem já se fez conhecido c
acceitavel.
Concluindo a presente opinião pedimos
venia para transcrevermos aqui um dos melbores sonetos do livro.
JERUSALÉM
A
Farfarello
ZFxosa íÊscrLora,
Amanhece.
Desço para o mar, cantando umas
alegrias matinaes. E vou só, e caminho
só.quebrando, na cadência rythmica de
rneus passos, a mystica sonoridade da
rua, que dorme. Ha, por aqui, por alli,
umas araucárias negras na luz indecisa da manhã. Hysperias, de azas curtas ; libellulas, de vidro fosco, voam,
placidamente, na fluidez fresca do ar.
De além, um marulho suave de
infinitas cordas picadas, chega intermittente, vibrando o ether. Ventou
durante a noite, deve ser a morte da
ressaca, os últimos soluços do, mar, que
o vento não deixou dormir.
Ao poente, Sirius esperece. No
largo e profundo azul do céo, ella vai
lentamente seesbranquiçando.ella vai
pouco a pouco se apagando, numa
bebedeira infinita de somno. Paro um
instante para sorver agosto uns tragos
PAULA
KEY
Eis a cidade do Senhor deserta!
Vestígios dos seus pés por toda parte
Moram na terra de pavor coberta,
Onde brilho não ha que os olhos farte.
De um triste sol a fosca luz incerta
Banha as antigas cathedraes sem arte,
Austero em cada templo á Bíblia aberta
Venerando pastor bênçãos reparte.
A Christo as orações da prisca idade
Mulheres de manlüha vão resando
Pelas desertas ruas da cidade.
Ruinas cobrem seculares easas.
Sobre o longo Calvário vai voando
Uma águia negra destendendo as azas.
Lembrete.
Frechando
lhem que esse senhor
Tasso Fragoso é de
uma a dor abi li d a de
: inaudita. Quando falia,
i em conversa de roda,
jtN^Wniy _ __ij metralha os circum| stantes a perdigotos fabulosos ; quando escreve, quer em
avisos positivistas ou lindas cartas pe
REVISTA ILLUSTRADA
amor, dá loucas esfuracadellas no
bom senso. Sim, senhor. Se semelhante Tasso não existisse, era preciso invental-o para que pudéssemos
ler um pedacinho assim, de suu proprialavrinha:
" Art. i? Todos os hospitaes e
casas de saude ficam obrigados a
participar á intendencia municipal o
fallecimento das pessoas indigentes,
não permittindo qualquer investigação anatômica, sem prévio consentimento do morto."
.Que delicia ! ó divino, ó estupendo,
ó tacioso sem prévio consentimento do
morto I De modo qi'e, no entender
de tão illustre cachola, é o morto
que dará licença, de hoje em diante,
ao anatomista para cortal-o em prol
da sciencia. Aviso aos incautos. Por
exemplo :— O lente de anatomia da
Escola de Medicina chega ao amphitheatro acompanhado de seus alumnos. Sobre a mesa ha um morto
estendido. O doutor approxima-se e
diz-lhe humildemente :
O' senhor morto, senhor morto ?
Que é lá, responde-lhe o senhor
morto levantando a cabeça.
V. S. dá licença que lhe dê uns
golpes na barriga?
Ora, deixe disso, moço I
Mas olhe, senhor morto, é em
proveito da sciencia e da humanidade.
Humanidade ? Humanidade só
em curso. E não amolle.
Está bem, queira desculpar.
E o morto deita a cabeça novamente e continua morto, com espanto
geral.
O Sr. Tasso sempre nos sahiu
uma intelligencia... de parafuso.
Na aula.
Seu professor, quantas syllabas
tem a palavra Tasso ?
Conte, seu idiota.
O Figaro, respondendo as pretenções litterarias de um moço, assim
se exprime :
" Mande-nos outros trabalhos; escolha contos de bons
autores, contos commoventes."
Saiba o mundo, pois, saibam todos
aquelles pretendentes á barbearia da
travessa do Ouvidor, que por lá só
se acceitam contos commoventes, ou artistas lyricos.
Até parece que o Aristides está
grávido. Seu Medeiros...
Tartarin de Tarrascon.
ejítff Of jtoiR
FRANCISCO
MOURA
A espada fallante, Quando lia brumas mette-se na bainha até os copos.
Ninguém o vê. Apenas, de quando
em quando, rosna umas cousas inintellegíveis, que se Vão perder no interior
de uma pasta. Quando o tempo
está claro e o sol anda cantando
pelas alturas, diverte-se em decepar
ratos e baratas, que vivem nos calabouços humidos de fortalezas... de
papelão.
De fundo 6 bom. Baixo, barrigudinho, barbadinho e olhos de cabra
montez. Traço característico: é do
gênero neutro.
ZlT.
raÉM%
Pediu demissão do logar de intendente o nosso distineto collega do
O Tempo, Antônio Leitão. O motivo
que o levou a assim proceder foi um
artigo de Pardal Mallet, o brilhante
redactor-chefe do Combate, sobre a individualidade publica do demittido.
Applaudindo o procedimento correctissimo do nosso illustre collega
d'O Tempo, agora que se acham
ambos isentos de parcialidade politicas, esperamos gostosamente pelo
fim da questão ou polemica suscitada
pelo dito artigo.
Em guarda.
§
Começamos a publicar hoje uns
magníficos artigos sobre Hygiene
Publica, devidos á penna hábil do
emérito clinico Dr. João Pedro.
Chamamos para elles a attencão
dos nossos leitores.
§
O Sr. presidente da Intendencia e
mais membros da mesma pediram
exoneração dos cargos que oecupavam.
Qual será o motivo de tão inesperado procedimento?
§
Recebemos a Folha, um novato collega, de caracter puramente literário,
cuja redacção está a cargo de uns rapazes, que muito promettem.
Desejamos vida longa e patacas.
Já se acham repostas na sala do
jury as imagens ultimamente quebradas por um fanático.
O Dr. Serzedello Corrêa, incansavel ministro do interior, está se oceu-
pando com a regulamentação do serviço doméstico nesta capital.
§
O Sr. deputado Vinhaes foi alvo
de uma manifestação.... á bengala,
por parte de um outro chefe socialista, ou cousa que o valha.
A igualdade social quasi sempre
acaba em páo...
Em São Paulo tratava-se de uma
conspiração reprimida, a tempo, pela
policia.
Entre casados.
Com que familiaridade te trata
o Dr. X. ? !
Pois se somos amigos .. ha tanto
tempo!
S. Marcial
Cousas do telephono
—Dlim... dlim... dlim...
—Allow?... Quem falia?
O eleitorado da Capital Federal.
—Prompto.
—Então é verdade que vamos ter
um barbeiro no senado ?
—Consta que sim.
—Pois diga-lhe que terá o meu
voto, caso se resolva barbear a Legalidade e fazer melhor figura que quando ministro do Provisório e jornalista
ambulante.
Impossível ! O homem é de
borracha.
Dlim... dlim.,. dlim...
—Prompto. O Estado do Rio ?
—Na pessoa de D. Balthazar da
Outra Banda.
—A's ordens.
—Quando o Malvino mudar a roupa, tirar a espada das costas, • deixar
de fazer goiabada e vender carne
secca, que se apresente por aqui.
—Mas não é possivel!
—Porque ?
¦—Do Estado do Rio, diz elle, só na
potência de um chifre, no gume de
nma espada, na casca de uma goiaba
e no cassange de um chim. Tal qual
como na constituinte paulinea.
São Jacob.
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SANTANNA
magnífica ee popular opereta
Os sinos do eremiterio tem sido
levado no Sant'Anna de modo attrahente para o publico e divino para a
bilheteria.
A
USr. c/irncindo cLolso, depois ele coitvetitsce
¦joeisseia-ndo
piteis mlterosets monteiitrteis
iit (n £ireis,
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ptcptba de ttteqetr ha- o r ~ i
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fo«r o «m cav**.
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peisfei elo inferior,Avivem.
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JTi nossa nentreilieleide neto ptmiitte dentarmos de \n*er ermei Veirrctei
dei eio lUustrt ministro
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¦betei eictivideíde e/eie desert
volveee,
Cdresto do ministério ¦ -. esse tem estptdo
reeleitido pi HI11- verdadeiro tiosfeitcli,
terneiride ei pastei de inte1-/o;- ninei cor nu copiei de
sateiteires -meolideis.
O ejne iiéio í foeiret menos
¦ncH. ot epidemia..
pfHptndo rei-
O- apreciadores dos IpiS/picos mineiro, aoi/prno, JJ ¦
9} Msenvolve-st
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lipte aptudio enorme fiara, os innmetcos
Colteccionudores ele seilos "¦ Xinx sello de
foib-pico.
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Afinai cie contai, quem sempre
dp n'esses negócios,é o de-povo.
sdc srífpt-
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¦Âpostpirpi solrt o
fechei- llatm. npio pndtr fottir
ivtnto dois loipts dl vavbttrO, tu barba, pio SMlrlrado^êrd,
aos olomingos, tem feito muita aos domina os, de {atei-PtMidi dar com o npiri-í noL portei. Çm coisa,.
çurriscem-d-o o frontespltio,
ou enlão...
REVISTA ILLUSTRADA
No dia 5 do corrente fará beneficio
no mesmo theatro a querida actrizcantora Blanche Grau, com Os salteadores.
§
RECREIO DRAMÁTICO
O Drama do povo, o extraordinario drama que com tanta justiça tem
deliciado o povo, ainda mais uma
Recreio
vez, hoje, no encantador
Dramático.
§
FOLIES BERGERFS
Espectaculo variado, repleto de
cançonetas adoráveis, cantadas por
mulheres deliciosas.
h
LUCINDA
O Figueiredo Coimbra, um bello
rapaz cheio de attraçOes e verdadeiro
valor intellectüal, traduziu para o
Lucinda mais um drama chique, intitulado Os milhões da padeira, de
Jules Premaray.
litterario a traComo trabalho
ducção do nosso collega é mais uma
confirmação dos seus triumphos, não
precisa de elogios. Quanto ao entrecho Os milhões da padeira primam
simplicidade, naturalidade e
pela
alguns lances dramáticos bem originaes. Em todo c correr do drama não
ha uma só convenção que destoe do
conjuneto geral. As individualidades que o constituem são perfeitamovimentadas com
reaes,
mente
excessiva pericia, tendendo o fim
natural que o espirito ávido do observador espera.
No que diz respeito ao desempenho se não podemos elogiar a alguns
artistas nem por isso faltou quem
tornasse a noite da estréa do drama
—uma delicia genuína, de fino quilate.
Entre esses que assim concorreram
a
para o êxito commum, destacamos
Balbina Maia, o
artista
distineta
actor Maia e o senhora Carmen, que
teve momentos bem felizes.
Parabéns á empreza.
§
POLYTHEAMA
Toda vez que se apresentam nesta
cidade artistas precedidos de grandes
reclames, o êxito é sempre negativo.
Mais uma vez este facto acaba de ser
demonstrado pela troupe, que trabalha actualmente no Polytheama, com
excepção de dois artistas.
Os Srs. Ballestero & C. contractaram uma companhia de operas comicas, bailados fantásticos e etc, dirigida
pelos artistas F. Parenti e Giacomo
Chiarini, antecipadamente annunciada a foguetes e girandolas. Pois, meus
senhores, o publico, mesmo vaiando-a
pelo modo por que vaiou, sahiu ronbado.
em
Para estréa
foi
escolhida
primeira parte, a pochade cômica Os
dois ursos, cuja acção passa-se na
índia, o que se deve antes chamar de
estopada, de reverendissima droga
inclassificavcl. Ninguém se salvou :
um naufrágio geral e completo com
todas as honras das noites passadas,
presentes e futuras.
A segunda parte constou de uns
executados pelo sympaprodigios
thico bec/ Henry French, um velocipedista de fazer cahir o queixo.
Com franqueza o confessamos : os
trabalhos do exímio artista foram
sendo
além da nossa espectativa,
extraordinária e merecida mente
applaudido.
O
não
menos distineto Okill,
ventriloquo, exhibiu diversos bonecos
de tamanho natural, com todos os
movimentos humanos, e que durante
algum tempo trouxe o publico em
completa hilarttL.de. E' prodigioso
também o trabalho desse ventriloquo,
o melhor e mais fino e espirituoso
que tem vindo a esta capital.
Tanto este artista como o velocipedista foram unanimemente applaudidos e merecem ser destacados pela
perfeição de seus trabalhos.
A terceira parte constou de um
bailado em 12 quadros dos irmãos
Chiarini, chamado Ironda, que não
deixa de fazer somno e revolucionar
as pulgas do palco. Bem ruinzinho,
graças á Clothilde de Vaux.
Dizem que a companhia ainda dispõe de outros elementos bons.
Pois sim ; vamos assistil-os.
§
VARIEDADES
Espectaculo
de bom tom, tudo
puxado a gosto e luxo, fará hoje as
delicias dos freqüentadores do Variedades.
§
Os outros theatros fechados.
Arca di ano
Sobre Hygiene
—Sa-Ius populi suprema lex—
Em virtude das leis no contagio vou tratar
de hygiene ; os colíegas diários cm geral limitam-se a censurar; façamos mais alguma
cousa :—doutrinemos.
Agora que as questões de hygiene estão a
exlialar o ultimo suspiro pela razão da lei
votada pelo Congresso, sob inspiração de um
representante da Capital l--cderal, convém
que, com o espirito calmo e isento de paisoes políticas, se preste a este importante
ramo do serviço publico o soccorro de que é
merecedor.
A iiiuiii.ipiilidii.il' nãu tom competência
puni resolver sobre hygiene.
Km todos os paizes civilisados e<mccde-se
ás municipalidade), on algumas autoridades
o direito do execução do algumas medidas
sanitárias, puróin nüo podem resolver questílea
tcehnicns som provin niitorisnção dn ministro
uu conselho do sautle publica.
As razões d'cssa resolução d,, Congresso
fiiriiin ;—ii discriminação do rendas c o principio dn federação.
A ossos duis argumentos políticos opporei
ii seguinte :—que em hygiene eadn um (x solidado dosou vizinho,,- iiiudii mnis—para que
sejam profícuas as medidos hygicnicas 6 nei-ossario quo hajn homogeneidade do vistas, o
quo será impossível so entregarem n cada
municipalidade a snude de seus concidadãos.
Aceresce nindn quo, dependendo a hygiene
dn existência do gabinetes de bacteriologia,
chimica analytiea o biológica, não podem ns
municipalidades nem mesmo os diversos eslados da 1'iiiãii lor o sou centro director
do hygiene.
Para prova (Testa asserção vemos que
mesmo nesta capital ó insnfficiente o pessoal
das repartições annexas á hygiene publica.
O nnico capital produetivo do qualquer
nação 6 n sun população, principalmente em
uni paiz novo como o nosso.
As fontes tio augmento d'ostn oapitnl são a
higiene publica o n emigração.
Tratemos dn salubridade publica e o resultado será não só a conservação mas ainda
a reprodueção da população—forte, physica e
moralmente.
O contrario d'isso será a conversão d'este
capital em papel moeda.
Quanto á emigração, ainda que dispendiosa para o coverno, compensa qualquer
sacrifício pelo rendimento que em pouco tempo dará ao paiz.
Estão todos os hvgienistas de aecordo que :
todo o dinheiro gasto em nome da hygiene &
lucro ; podemos accresccntar que em relação
;í emigração o mesmo se dá e de nm moda
mais claro e preciso.
Lembrando no governo a promulgação de
um código sanitário, de imprescindível necessidade passarei a tintar, no próximo numero,
dos cuidados u prestar ao cadáver e da creinação.
DR. J. P.
O ITAOCA
Companhia Nacional de
Navegação
Costeira,
adquiriu mais um pa\quete expresso, experiImentado domingo ulItimo.
Apezar da falta de
lastro, e, portanto, muito sujeito ao
effeito dos vagalhões no movimento
do helice e com vento pela proa, o
Ilaoca revelou na experiência feita
qualidades notáveis, desenvolvendo
uma velocidade de 16 milhas por
hora.
O actual paquete dispõe de quatro
bem
é admiravelmente
escaleres,
construído e elegante. Os camarotes,
câmara de ré, tombadilho, serviço
REVISTA TLLUSTItADA
electrico de illuminação e mais compartimentos ostentam rigoroso asseio,
magníficas accommodações e exccssivo cuidado.
A sua machina é das mais aperfeicoadas, bem como os seus pertences
necessários á navegação costeira.
No esplendido passeio pela bahia e
fora da barra, que tão boas recordações nos deixou,houve sempre a maior
alegria, dançando-se e palestrando-se
animadamente.
Quando fronteámos a ilha Rasa diversas pessoas enjoaram, e entre ellas
notámos o Sr. Tasso Fragoso, que,
tendo comido So empadas e 120 camarões, lançou-os inteiros, até pelo
nariz, apanhando forte indigestão.
A's 5 horas da tarde terminou a
experiência, voltando os convivas á
terra penhoradissimos pelo irreprehensivel tratamento, que tanto distinguiu a correcta directoria.
Lixo
Cousas impossíveis
Enrolar o cabo da Boa Esperança.
Fazer bom o que malé.
Encalhar o Custodinho no
de uma,., armação.
fundo
*
Coser o paletot branco do Sr. Fioriano com os fios da barba do Sr.
Nicoláo Moreira.
O Sr. França Leite contar até dez...
pelos dedos.
Obrigar o visconde barão de gary
a fazer a limpeza da cidade.
Fazer o Tassissimo fallar e escrever
língua de branco.
Pregar
um catavento no nariz da
Legalidade.
CHRISTO NO JURY
A Revista não pôde deixar sem protesto o
acto vandalico do individuo que, movido
por inspirações alheias, iinitilisoii pela
força hrnta a imagem do Christo, na sala do
Jury d'esta capital.
E' uni facto este que deprime a nossa
civilisação, por isso que elle representa a
intolerância religiosa e o mais alto gríío de
perversidade e cegueira mental.
Oxalíí que tão iníqua e vergonhosa acção
não se reproduza a bem da nossa morali«lade commum.
Correio
sentado á assembléa geral pelo primeiro secretario Dr. Netto Machado."
Sr. A. C.—Oseii dialogo careço do correeçfles.
Alim dc sensível escassez de arte
cm algumas cstrophes, ha versos
errados. So quizer corrigil-o, serfl
publicado.
A.
Marechal F. Peixoto
Achando-se quasi concluído
o retrato em ponto grande do
Marechal Floriano, avisamos aos
nossos assignantes dc que brevemente o distribuiremos.
Livro da Porta
Durante a semana recebemos e
agradecemos: — "Memória apresentada á Empreza de Obras Publicas no
Brazil", pelo Dr. Saint-Clair de Miranda, distineto engenheiro civil, encarregado do exame do serviço dos
Poços Artesianos, no Ceará.
O presente trabalho, que recommenda as aptidões profissionaes do
Dr. Saint-Clair, está dividido em einco partes, de accordo com a importancia e a novidade da matéria. Através as suas 165 paginas bem impressas e escriptas com máximo critério
e pericia, nota-se o pulso forte da autoridade que as traçou, muita concisão nos conceitos e os amplos conhecimentos technicos do seu illustrado autor, incontestavelmente um
dos nossos mais hábeis e talentosos
engenheiros.
Recommendamos o folheto aos profissionaes.
—"Mocidade e Velhice", livro de
versos pelo Sr. Gomes de Souza.
No genero não conhecemos cousa
peior. O Sr. Gomes de Souza é um
fóssil litterario, que melhor estaria
em qualquer museu do que andar nos
incommodando com semelhantes porearias.
—Da Empreza Democrata Editora
os "Discursos Acadêmicos" de Emilio Castelar.
Estão nitidamente impressos.
—Da directoria do Jockey-Club o
"Relatório dos trabalhos sociaes concernentes ao anno de 1S91 e apre-
*
—"Os meus Contos", collecção de
variedades litterarias pelo Sr. Antônio
Ramos.
Como livro pequeno e despretencioso, "Os meus Contos" podem ser
lidos com sympathia.
*
—O discurso proferido pelo orador official Dr. Carlos Pinto Seidl no
acto solemne da collação de grão dos
doutorandos de 1891.
*
— Convite da Companhia de Marmores e Ladrilhos para a inauguração
da sua fabrica de mosaicos, que bem
nos agradou, attento ao aperfeiçoamento dos machinismos. a boa distribuição de serviço e a intelligencia
com que está dirigida.
Aos seus directores nossos parabens.
—O Dr. Serzedelio Corrêa foi alvo
de pomposa manifestação por parte
de seus amigos e conterrâneos.
O illustrado ministro do exterior e
interino do interior, justiça, instrucção
publica, correio e telegrapho é ainda
muito moço, e, no emtanto, já bastantes esforços tem envidado em prol da
prosperidade do Brazil.
A's oito e meia da noite, a casa do
Dr. Telies de Menezes, ã rua de São
Clemente, onde a manifestação teve
logar, regorgitava de convidados. Com
a chegada do illustre manifestado,
poucos momentos após, o Dr. José
Agostinho dos Reis, orador official,
leu um bonito discurso e offereceulhe um mimo em nome de seus conterraneos. O Dr. Serzedelio, ligeiraem
mente commovido, agradeceu
phrases correctas e repassadas de
agradecimentos. Em seg-uida começaram as danças animadíssimas.
O Sr. presidente da Republica fezse representar, e compareceram mais
os Srs. ministros da Marinha e da
Guerra.
O convite bem que promettia uma
festa hors-ligne.
-^=tiSí*"t«sImos" livro tle versos i^gIo
Sr. Arthur Mendes.
A' secção competente.
E sem mais aquella
Comp. Impressora, r. Nova do Ouvidor, 769
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