CARTA REGIONAL
DE COMPETITIVIDADE
GRANDE PORTO
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1. TERRITÓRIO
O Grande Porto é uma sub-região NUT III, pertencente à região Norte e um dos territórios mais
densamente povoados do país - com uma área de 814 km² (apenas cerca de 3.8% da região
Norte). Corresponde, em termos latos, à cidade-metrópole que se foi desenvolvendo em torno
da cidade do Porto, constituindo a aglomeração metropolitana do Porto, maior conurbação do
Noroeste peninsular, e integrando o continuum urbano que se estende sobretudo pelos municípios
do Porto, Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar e Vila Nova de Gaia, o núcleo central da Grande
Área Metropolitana do Porto (GAMP)2. O território metropolitano do Porto ocupa cerca de metade
da superfície do espaço congénere de referência - a Grande Área Metropolitana de Lisboa (GAML).
Ocupa uma superfície de 1 575 km2, correspondendo a cerca de 7% da superfície da região Norte
e 2% do território nacional.
FIGURA 1 – SUB-REGIÃO GRANDE PORTO
De acordo com o PNPOT, o Grande Porto integra o Arco Metropolitano do Noroeste, que se organiza
em vários sub-sistemas urbanos, com estruturas territoriais múltiplas e geografias variáveis que
cobrem os territórios mais intensamente urbanizados e onde se localizam as polaridades urbanas
e funcionais mais relevantes da região Norte: a Aglomeração Metropolitana do Porto, núcleo duro
da GAMP (com extensões a Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Espinho); o sub-sistema urbano
do Minho-Lima; o sub-sistema urbano do Cávado (Braga-Barcelos); o sub-sistema urbano do
Médio Ave (sobretudo os núcleos urbanos Trofa, Santo Tirso, Vila Nova de Famalicão); o Vale do
Sousa (sobretudo o aglomerado mais contínuo de Paredes, Paços de Ferreira, Penafiel, Paredes e
Lousado); e o sub-sistema urbano do Entre-Douro e Vouga (sobretudo o eixo urbano Santa Maria
da Feira, São João da Madeira e Oliveira de Azeméis, que apresentam forte articulação funcional
com o núcleo duro da GAMP).
2
O Grande Porto é constituído por 9 municípios: Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova
de Gaia. Constituem a Grande Área Metropolitana do Porto 16 municípios (pertencentes ao Grande Porto e a Entre Douro e Vouga): Arouca, Espinho,
Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Porto, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Trofa, Vale de
Cambra, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.
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Destes sub-sistemas, a Aglomeração Metropolitana do Porto é a que apresenta um maior grau de
complexidade, em virtude dos seguintes factores:
• Constitui o fecho dos sistemas arteriais de acessibilidade e plataforma logística de âmbito
regional/internacional com alguns problemas de mobilidade urbana, patentes na insuficiente
inter-modalidade entre os diversos modos de transportes urbanos;
• Concentra funções direccionais de grande escala e de forte geração de atractibilidade e
de mobilidade, com boas acessibilidades às rotas internacionais (transporte e logística,
serviços avançados, centros comerciais);
• Caracteriza-se pela intensidade de ocupação e edificação, apresentando uma grande
dispersão do povoamento, com custos acrescidos de serviços públicos locais (saneamento
básico, rede viária, transportes e equipamentos colectivos);
• Imprime uma forte pressão sobre recursos biofísicos e ambientais.
FIGURA 2 - ARCO METROPOLITANO DO NOROESTE
Seguindo a terminologia e os estudos do European Spatial Planning Observation Network (ESPON),
a Aglomeração Metropolitana do Porto é a Metropolitan European Growth Area (MEGA) da fachada
atlântica da Europa, uma região urbana que poderá progredir no ranking da hierarquia urbana
europeia, através de uma melhor integração policêntrica na própria área de influência.
O núcleo desta aglomeração metropolitana é marcado por dicotomias entre o efeito “centro”
(aglomeração na cidade do Porto das principais funções terciárias, como o ensino superior, a
saúde, os serviços às empresas, os equipamentos culturais, a fileira turística e hoteleira, etc.) e
algumas situações clássicas de periferização/suburbanização residencial (especialmente Valongo
e Gondomar).
O facto de o desenvolvimento do sistema viário arterial e do metro do Porto ser ainda recente
explica o carácter incipiente do processo de emergência e reforço de centralidades urbanas e
funcionais fora do município do Porto.
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Infra-estruturas de acessibilidade
No que respeita às infra-estruturas, os investimentos realizados na rodovia às escalas nacional
(Itinerários Principais, IP, e Complementares, IC) e local permitiram dotar a região de uma boa
rede viária. No que se refere à conectividade intra-metropolitana, de destacar que nos últimos anos
foram realizados importantes investimentos no sector das infra-estruturas rodoviárias, os quais
transformaram por completo a estrutura da rede viária da GAMP.
Um dos principais contributos para a melhoria da mobilidade e da qualidade de vida na GAMP
foi dado pela criação do Metro do Porto, cuja primeira linha (Trindade-Matosinhos) entrou em
funcionamento em Janeiro de 2003. Actualmente a rede do metro do Porto conta com 5 linhas, tem
uma extensão total de 60 Km (8 Km em túnel, 24 Km urbanos) e cerca de 7 dezenas de estações.
No domínio das infra-estruturas ferroviárias, as intervenções realizadas desde 1986 contemplaram
a modernização das instalações e infra-estruturas localizadas no Grande Porto e dos itinerários
suburbanos que irradiam da cidade. Foram também modernizadas as linhas suburbanas do Porto
(Guimarães, Braga e Marco), com intervenções mais ou menos profundas, mas que em todos os
casos incluíram correcção de traçado, remodelação de estações e apeadeiros e construção de
interface com a circulação automóvel.
No que respeita às infra-estruturas marítimo-portuárias, o Porto de Leixões constitui uma importante
plataforma do tráfego de mercadorias do Norte de Portugal, quer ao nível nacional como internacional,
encontrando-se especialmente vocacionado para o desenvolvimento do tráfego marítimo de curta
distância (TMCD), principalmente com a Europa do Norte. É a maior infra-estrutura portuária do
Norte do país e uma das mais importantes a nível nacional (com 5 quilómetros de cais, 55 hectares
de terraplenos e 120 hectares de área molhada), tendo, em 2008, representado cerca de 25% do
comércio externo português e movimentado 15 milhões de toneladas de mercadorias.
O porto dispõe de cais convencionais de carga geral e granéis sólidos, cais de movimentação de
granéis líquidos, terminal de petroleiros, terminal de contentores, terminal roll-on/roll-off, estação
de passageiros, doca de recreio, porto de pesca e instalações especializadas. É geralmente
considerado que o porto dispõe de boas acessibilidades marítimas, rodoviárias e ferroviárias, sendo
um dos mais competitivos do País.
Finalmente, no domínio das infra-estruturas aeroportuárias, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro
é o terceiro aeroporto do País em termos de número de passageiros e o segundo em termos de
movimento de aeronaves e carga transportada. As obras do plano de expansão da capacidade do
aeroporto, que foram concluídas em 2006, tornaram possível um enorme aumento da actividade
do aeroporto.
Este aeroporto é uma infra-estrutura de pequena dimensão à escala europeia (cerca de 4 milhões
de passageiros/ano), mas apresenta relevância no Espaço Atlântico uma vez que integra um grupo
de 10 aeroportos com tráfego significativo para além do interno. Detém um interessante conjunto
de conexões com cidades de segunda hierarquia urbana à escala europeia (Barcelona, Milão,
Manchester, Bilbau).
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FIGURA 3 - INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTES E SISTEMA URBANO
– CENÁRIO PROSPECTIVO
Fonte: PROT Norte.
2. DEMOGRAFIA
No Grande Porto residiam, em 2009, cerca de 1,3 milhões de habitantes, cerca de 34% dos
residentes na região Norte e 12% da população residente no país. A população concentra-se
sobretudo nos municípios de Vila Nova de Gaia (25% da população total), Porto (16%), Gondomar
(14%), Matosinhos (13%) e Maia (11%). A GAMP concentra perto de metade da população da
região Norte (45%) e 15% da população portuguesa. Perto de 80% da sua população reside nos 9
municípios do Grande Porto.
Em consequência, a GAMP regista uma densidade populacional muito elevada (997 habitantes
por km2), seis vezes superior à da região em que se insere e nove vezes superior à observada
ao nível nacional. Importa, ainda, sublinhar o facto de o território metropolitano do Porto ser mais
densamente povoado que a GAML.
Entre 1991 e 2009, a população do Grande Porto aumentou perto de 8.9%, apesar de a cidade do
Porto ter perdido cerca de 75 mil habitantes naquele período (sobretudo na parte antiga da cidade
e na parte oriental), fruto dos processos de alteração do uso do solo associados ao fenómeno de
terciarização crescente da cidade e ao aumento dos preços da habitação. Reforçou-se assim a
continuidade do crescimento descentralizado da população do Grande Porto, verificado há várias
décadas e sustentado pela dinâmica demográfica dos municípios periféricos, marcados pela
predominância da função residencial.
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FIGURA 4 - POPULAÇÃO RESIDENTE - 2009
Fonte: INE.
FIGURA 5 - TAXA DE CRESCIMENTO EFECTIVO DA POPULAÇÃO - 2009
Fonte: INE.
A taxa de crescimento efectivo da população residente no Grande Porto foi, em 2009, de 0.15%,
assumindo os valores mais elevados nos municípios Maia (1.90%), Valongo (1.47%) e Gondomar
(0.56%). Porto e Espinho destacaram-se com desempenhos negativos naquele indicador
demográfico (valores respectivos de -2.59% e -2.11%).
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Em 2009, o índice de envelhecimento demográfico na sub-região Grande Porto foi de 101.8 idosos
por cada 100 jovens, valor ligeiramente inferior à média da região Norte (102.6) mas muito abaixo
da média nacional (117.6). Apenas nos municípios Porto, Espinho e Matosinhos o número de
idosos é superior ao número de jovens (valores respectivos de 160, 117 e 102 idosos por cada 100
jovens).
3. ACTIVIDADES ECONÓMICAS, POLOS INDUSTRIAIS
E CLUSTERS
Em 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes da sub-região Grande Porto rondava
os 21.4 mil milhões de Euros (o equivalente a 12.8% do total nacional e a cerca de 45% do total da
região Norte).
Quando aferida em termos de Valor Acrescentado Bruto (VAB), a relevância nacional e regional da
sub-região assume valores similares aos referidos. As actividades industriais representam cerca
de 17% do total do VAB do Grande Porto, correspondendo, respectivamente, a cerca de 14% e a
38% do VAB industrial do país e da região Norte, o que evidencia a importância desta sub-região
no contexto da indústria nacional.
De referir que, no contexto da região Norte, a GAMP gera mais de 1/3 do VAB e do emprego do
sector secundário regional, seguindo-se-lhe o Ave com prestações na ordem dos 20%. A GAMP é,
ao mesmo tempo, a principal empregadora do sector industrial a nível nacional (cerca de 16% do
emprego total neste sector).
Contudo, os dados evidenciam uma contribuição decrescente quer do Grande Porto quer da GAMP
na criação de riqueza e emprego do sector secundário nacional e regional, o que resulta do reforço
da posição do sector terciário e da crescente destruição de emprego nos sectores de especialização
industrial destes territórios.
Enquanto o sector secundário, e também o sector primário, perdem importância na estrutura
económica do Grande Porto, em particular na GAMP, assiste-se a uma transferência de actividade
para o sector terciário, sendo muito expressivos no Grande Porto os contributos do sector terciário
para o VAB e emprego regionais (56% e 51%, respectivamente). A seguir à Grande Lisboa, é a
GAMP que mais contribui para o VAB e emprego nacional do sector terciário (respectivamente, 17%
e 16%). Posição de destaque assume o ramo dos serviços mercantis (que inclui as actividades de
recuperação, reparação, comércio, transporte e comunicações, instituições de crédito e seguros
e outros serviços), que emerge como o principal empregador e criador de riqueza da GAMP, ao
absorver mais de metade do VAB e do emprego.
Em 2009, o PIB per capita a preços correntes do Grande Porto era de 16.7 milhares de euros (valor
ligeiramente acima da média nacional, de 15.8 milhares de euros, e muito acima da média da região
Norte, de 12.7 milhares de euros. A análise do PIB per capita em índice (tendo em conta que o valor
100 representa o valor de capitação média do PIB nacional), permite verificar que o Grande Porto
se posiciona cerca de 6% acima do valor do PIB per capita nacional.
A sub-região representava, em 2010, apenas cerca de 12% dos fluxos do comércio internacional
em Portugal. Em 2009, a taxa de cobertura das entradas pelas saídas na sub-região foi de 61%
(abaixo da média regional de 114%, mas muito próximo da média nacional de 62%).
Numa aferição à intensidade exportadora do Grande Porto, conclui-se que as exportações
representam cerca de 25% do PIB da sub-região.
No conjunto da GAMP têm origem cerca de 20% das exportações nacionais. Em 2010, as
exportações do Grande Porto atingiram os cerca de 3876 mil milhares de euros. Os principais
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municípios exportadores da GAMP são Vila do Conde (26.8% do total da GAMP), Feira (16.2%),
Vila Nova de Gaia (13.7%) e Maia (11.2%). A identificação dos municípios mais exportadores da
GAMP permite verificar a importância das empresas de capital estrangeiro (Vila do Conde e Vila
Nova de Gaia) e das empresas nacionais tradicionalmente exportadoras (Feira e Vila Nova de
Gaia) para o comércio externo da sub-região (e do país).
Em 2009, cerca de 483 mil indivíduos desenvolviam a sua actividade económica no Grande Porto, o
equivalente a 13% do emprego total do país. É a sub-região do Norte que apresenta a mais elevada
percentagem de população activa empregada no sector terciário (77%), sendo a segunda subregião do país a apresentar maior proporção de emprego neste sector (a seguir à Grande Lisboa,
que apresenta um valor de 79%).
A actividade económica mais representativa no Grande Porto em termos de emprego é o comércio
por grosso e a retalho (cerca de 22% do emprego total), seguindo-se, embora distantes, os sectores
construção civil (10%), actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas (9%),
educação (8%) e indústria têxtil (6%).
As actividades industriais representam cerca de 20% do emprego total do Grande Porto. Destaque
para a indústria têxtil e vestuário (28% do emprego industrial da sub-região), as indústrias alimentares,
das bebidas e do tabaco (15%) e a fabricação de equipamento eléctrico e de óptica (13%)
Em 2009, cerca de 138 mil empresas tinham sede nos municípios do Grande Porto, 26% das quais
no município do Porto, seguindo-se os municípios Vila Nova de Gaia (21%), Matosinhos (14%),
Maia (11%) e Gondomar (10%).
Os sectores de actividade económica mais representativos em termos empresariais são, por ordem
decrescente de importância, o comércio por grosso e a retalho (27% do total de empresas sedeadas
na sub-região), as actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas (24%), a
saúde e acção social (9%) e a construção civil (7%).
As actividades industriais representam cerca de 9% do total de empresas com sede nos municípios
do Grande Porto, com destaque para os seguintes sectores: indústria têxtil e vestuário (19% do
total de empresas com sede na sub-região), indústrias metalúrgicas de base e produtos metálicos
(17%), fabricação de máquinas e de equipamentos (9%) e indústrias alimentares, das bebidas e do
tabaco (8%).
Em 2008, a taxa de natalidade de empresas no Grande Porto posicionou-se ligeiramente acima da
média nacional (14.5% contra 14.2%). A taxa de mortalidade de empresas, em 2007, também foi
superior à registada a nível nacional (16.4% contra 16.1%).
Em 2008, cerca de 29% dos Trabalhadores por Conta de Outrem (TOC) desempenhavam a sua
actividade em empresas com mais de 250 trabalhadores, ao mesmo tempo que 22% dos TOC
pertenciam a empresas com menos de 10 trabalhadores.
Em 2009, as empresas do Grande Porto atingiram os 44.9 mil milhões de euros. Os sectores mais
representativos em termos de volume de negócios foram, por ordem decrescente de importância:
comércio por grosso, excepto de veículos automóveis e motociclos (21% do volume de negócios
total); comércio a retalho, excepto de veículos automóveis e motociclos (18%); comércio, manutenção
e reparação, de veículos automóveis e motociclos (6%); engenharia civil (6%); promoção imobiliária
(desenvolvimento de projectos de edifícios) e construção de edifícios (5%).
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FIGURA 6 - TAXA DE TCO EM EMPRESAS COM MENOS DE 10 TRABALHADORES - 2008
Fonte: INE.
FIGURA 7 - TAXA DE TCO EM EMPRESAS COM MAIS DE 250 TRABALHADORES - 2008
Fonte: INE.
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A análise da estrutura produtiva da sub-região Grande Porto permite observar a existência de uma
base industrial bastante significativa, consolidada e dinâmica, caracterizada pela existência de
territórios de “mono especialização”, direccionados para a produção de bens de consumo final.
Todavia, e não obstante a expressão territorial de várias actividades industriais, o Grande Porto
distingue-se, no conjunto da região do Norte, pela relevância de actividades terciárias, apesar do
seu menor peso no conjunto do país em comparação com a sub-região Grande Lisboa. Merecem
destaque, por um lado, os serviços privados que apoiam o vasto complexo exportador da sub-região
(serviços financeiros e serviços prestados às empresas) e, por outro lado, os serviços intensivos
em conhecimento, mas essencialmente públicos, como o ensino superior e a investigação ou a
saúde.
Em termos de clusters o que especifica o Grande Porto são as seguintes características:
• Uma forte presença do cluster Agro alimentar e Bebidas que se destaca em termos
nacionais, e não apenas pela tradição da distribuição mundial dos vinhos do Porto e de
outros vinhos da região do Douro; neste cluster destacam-se empresas com uma longa
tradição exportadora como a SOGRAPE Vinhos, localizada em Avintes-Vila Nova de Gaia,
a empresa central da vertente vinhos do cluster, sendo também de referir a tomada de
posições do grupo corticeiro Amorim em casas tradicionais do vinho do Porto, várias das
quais continuam integradas em grupos estrangeiros. De destacar também a presença
de grandes empresas que, orientadas sobretudo para o mercado doméstico, no qual
ocupam posições de topo, também exportam, em especial para Espanha - são exemplos a
UNICER, em Matosinhos, de produção de cerveja e refrigerantes; a LACTOGAL, empresa
de lacticínios sediada no Porto; a NESTLÉ /Longa Vida também na área dos lacticínios;
a RAR na refinação de açúcar e na confeitaria através da sua associada IMPERIAL; a
CEREALIS (ex-Amorim Lage), localizada na Maia e especializada na transformação de
cereais, massas alimentícias e bolachas. Importância também das conservas de peixe
em que o pólo Matosinhos/Póvoa do Varzim tem maior concentração de empresas com
destaque para a maior do sector a RAMIREZ. De referir ainda a presença de uma importante
empresa de produtos biotecnológicos para as indústrias agro alimentares e das bebidas –
a PROENOL – Indústria Biotecnológica, em Vila Nova de Gaia (em Matosinhos existia
a empresa holandesa GIST BROCADES, de fermentos, que deslocalizou a produção de
penicilina para uma outra fábrica do grupo, em Itália).
• Uma presença forte do cluster Equipamentos, em que se destaca o papel-chave
desempenhado pelas empresas do grupo EFACEC, em Matosinhos, com actividades
desde o material eléctrico à automação e robótica, ou pela SIEMENS, na Maia, empresa
multinacional de equipamentos e automação industrial. Nesta sub-região estão também
instaladas as seguintes empresas: a ABB que, enquanto grupo multinacional, concorre com
a EFACEC no mercado doméstico e, enquanto fabricante, localiza no Grande Porto o apoio
a indústrias do papel, cimentos, química, etc.; a ALSTOM, que possui, na Maia, instalações
da sua divisão de hidro electricidade (sistemas eléctricos e de controlo), capaz de fornecer
integralmente centrais mini-hídricas, além da sua divisão de máquinas eléctricas. Também
se localizam na sub-região vários fabricantes de máquinas para indústrias específicas
(metalomecânicas, gráficas, indústrias automóvel e aeronáutica, por exemplo), como a
ADIRA, no Porto, além de fabricantes de aparelhagem eléctrica para distribuição (como
a GE Power Control em Vila Nova de Gaia) e de fundições de ferro e alumínio (como a
SAKTHI - ex_PORTCAST Fundição Modular na Maia, ou a SONAFI - Sociedade Nacional
de Fundição Injectada, em Matosinhos).
• Participação no cluster Automóvel, por três vias principais – 1) actividades de montagem
da SALVADOR CAETANO IMVT, em Vila Nova de Gaia; 2) fundições, destacando-se
96
•
•
•
empresas como as atrás referidas SAKTHI - ex_PORTCAST e a SONAFI - Sociedade
Nacional de Fundição Injectada,; 3) fabrico de assentos e outros componentes do interior
dos veículos, através de empresas como a SUNVIAUTO – Indústrias de Componentes
Automóveis ou a IETA – Indústria de Estofos e Transformação Automóvel, ambas em Vila
Nova de Gaia.
Importância do cluster Madeira, em particular de empresas fabricantes de laminados
e revestimentos e de aglomerados dos grupos empresariais SONAE e VICAIMA, bem
como de empresas químicas especializadas nas resinas sintéticas e colas, como a IMCD
Portugal Produtos Químicos e a EURORESINAS, na Maia, ou a PROBOS - RESINAS E
PLÁSTICOS, em Vila do Conde.
A sub-região tem vindo a perder peso como importante localização do custer Têxtil, na
continuidade do Vale do Ave, contando ainda com a presença de várias empresas têxteis
nomeadamente na área da cordoaria – COTESI, EURONETE e Cordoraia Oliveira e
Sá e de grandes empresas de confecções em tecido e de malhas como a CONFETIL –
Confecções Têxteis, na Maia. Localizava-se em Vila do Conde a MACONDE Confecções,
empresa líder no mercado nacional do retalho de vestuário e acessórios que entrou em
processo de insolvência em 2007.
Presença do cluster Couro, destacando-se empresas como a PROCALÇADO, empresa
especializada na produção de unidades de sola e de outros componentes de calçado, ou
a MONTEIRO & RIBAS, no Porto, que fornece tradicionalmente a indústria do calçado
em produtos de couro natural, borracha e couro sintético, tendo alargado a gama dos
seus clientes à indústria automóvel, no que respeita a artigos de borracha, e ao fabrico de
material para embalagem.
Mais recentemente tinha vindo a afirmar-se na sub-região:
• Presença no cluster Comunicações/Electrónica, sendo de assinalar a presença, em
Vila Nova de Gaia, do grupo CABELTE, produtor de cabos de energia e de cabos de
telecomunicações, que tem apostado nas tecnologias de informação (através da WINBRAIN
- Tecnologias de Informação e Comunicação); a existência de várias PME de fabrico de
circuitos impressos, como a STONE, na Maia. De referir que em Vila do Conde se localizava
a empresa que chegou a ser o maior exportador nacional e a maior das empresas do sector
electrónico do país - a QUIMONDA Portugal (ex-Infineon Technologies), entretanto atingida
em pleno pela insolvência da casa-mãe alemã QUIMONDA AG, no início de 2009.
Além das referidas actividades industriais que constituem importantes clusters no Grande Porto,
devem ser referidas outras actividades muito relevantes no padrão exportador desta sub-região
que, sendo a segunda mais exportadora do país, concentra um conjunto de sectores que são no
essencial abastecedores do mercado doméstico ou ibérico (embora algumas das empresas que
os integrem também exportem para o resto da Europa). Tal é o caso de empresas dos seguintes
sectores:
• Indústrias Químicas Ligeiras, com destaque para as tintas e vernizes, sector liderado a
nível nacional pela Corporação Industrial do Norte (CIN), ou para as referidas empresas
químicas de resinas (como a Euroresinas e Probos). De referir também a presença na
sub-região da empresa Barbot – Indústria de Tintas, SA, que se posiciona entre as três
primeiras empresas de tintas do mercado nacional.
• Indústrias Químicas Pesadas, através da localização, em Matosinhos, de uma refinaria da
PETROGAL e de um complexo petroquímico da mesma empresa, orientado para produção
de derivados aromáticos.
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•
Indústrias Siderúrgicas, com a localização na Maia de uma mini-siderurgia, com aciaria
eléctrica, especializada nos produtos longos, destinados em grande parte à construção e
obras públicas, pertencente à SIDERURGIA NACIONAL – Empresa de Produtos Longos.
Seguidamente apresentam-se breves apontamentos sobre grandes empresas da sub-região do Grande
Porto, começando pelo maior conglomerado empresarial deste território e um dos maiores do país.
CAIXA 1 – SONAE - SOCIEDADE NACIONAL DE ESTRATIFICADOS
Com sede na Maia, a SONAE iniciou a sua actividade em Portugal em 1959, no sector dos produtos derivados de madeira, na
produção de painéis decorativos de alta pressão. Os negócios da Sonae cresceram de forma contínua até à década de 80, ocasião
em que o grupo iniciou um processo de diversificação, através da aquisição de uma cadeia de supermercados, seguida da abertura
do primeiro hipermercado em Portugal.
No presente, a Sonae é uma holding que controla e gere uma carteira de negócios centrada no consumidor, dividida em três
segmentos liderados por sub-holdings geridas de forma independente:
- Retalho: a Sonae Investimentos é a sub-holding da Sonae neste segmento, constituindo uma referência no mercado nacional
de retalho, após ter iniciado uma verdadeira revolução nos hábitos de consumo e no panorama comercial português com a
implementação do primeiro hipermercado em Portugal, em 1985 (Continente de Matosinhos). De referir que em 1984 foi constituída
a Modelo Continente Hipermercados, SARL (com o grupo francês Promodes como co-accionista). Actualmente Continente é líder
ao nível do retalho alimentar, com um conjunto de formatos distintos que oferecem uma variada gama de produtos: Continente
(hipermercados e mini-hipermercados e supermercados), Bom Bocado (cafeterias), Área Saúde (parafarmácias) e Book.it (livraria/
papelaria). A Sonae Retalho Especializado é a sub-holding na área do retalho não-alimentar e detém um universo de insígnias:
SportZone (equipamento e vestuário desportivo), Worten (electrodomésticos e electrónica de consumo), Vobis (equipamento
informático), Modalfa (vestuário), Zippy (vestuário de bebé e criança), Worten Mobile (telecomunicações móveis) e Loop (calçado).
- Centros comerciais: fundada em Portugal em 1989, a Sonae Sierra (ex-Sonae Imobiliária) é a especialista internacional em centros
comerciais; é detida pela Sonae (Portugal) com 50%, e pela Grosvenor (Reino Unido) com 50%. A Sonae Sierra é proprietária de
51 Centros Comerciais em Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Grécia, Roménia e Brasil, Telecomunicações: criada em 1994, a Sonaecom é a sub-holding da Sonae para três áreas principais de negócio: Telecomunicações
(Optimus e Clix); Media (Público) e Software e Sistemas de Informação (WeDo, Bizdirect, Mainroad e Saphety).
De referir também a presença da Sonae na área de negócios Gestão de Investimentos, com participações em múltiplas empresas:
MDS, a sub-holding da Sonae para a área dos seguros e gestão de risco (participação de100%); Lazam, corretora de seguros
(45%); Cooper Gay, corretora de reseguros (32%); Continente Seguros, retalho de seguros (25%); e Sonae Re, reseguradora
(100%). Detém ainda agências de viagens (Star e Geotur) e actividades Do It Youself (Maxmat).
Em 2008 a Sonae atingiu um volume de negócios de 5.3 mil milhões de euros, contando com cerca de 37mil colaboradores.
De referir que a Sonae integra o Pólo de Competitividade e Tecnologia da Energia Produtec (tecnologias de produção), reconhecido
como Estratégia de Eficiência Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: Sonae; COTEC.
CAIXA 2 – GRUPO MOTA ENGIL
A maior construtora portuguesa, o Grupo MOTA-ENGIL, resultou de um processo iniciado em 1999-2000 com o lançamento de
uma OPA ao capital da Engil SGPS. Em 2002, na sequência da fusão das empresas Mota & Companhia, SA; Engil – Sociedade
de Construção Civil, SA e Mota-Engil Internacional, inicia-se uma estratégia de diversificação, com base nos sectores das
concessões de transportes e ambiente e serviços. A estratégia do grupo aposta na dupla vertente diversificação do negócio/
internacionalização, com negócios em 14 países e ancorando-se em quatro áreas: Engenharia e Construção, Ambiente e
Serviços, Concessões de Transportes, Indústria e Energia
A área de engenharia e construção do grupo é responsável pela realização de grandes obras de engenharia: barragens, infraestruturas nas áreas de transportes, ambiente, saúde, indústria e comércio, ocupando a posição de liderança em Portugal. A
aposta na expansão internacional, traduz-se na actuação num vasto número de países e implementação de empresas em dez,
além de Portugal, distribuídas por três áreas geográficas: Península Ibérica, Europa Central: e África e Américas:
Na área de ambiente e serviços estão agrupadas as participações em empresas que operam neste sector e corresponde à
concretização de uma estratégia de diversificação para serviços de gestão de sistemas de recolha, separação e tratamento
de resíduos, sistemas de tratamento e distribuição de água, recolha, tratamento e rejeição de águas residuais e concepção e
construção de espaços verdes, a que se juntam operações de logística integrada e gestão portuária, a operação de mercados
electrónicos G2B2B (e-business) e a manutenção e gestão de edifícios e infra-estruturas.
A área de concessões e transportes, que inclui a Mota-Engil Concessões (AENOR, Lusoscut CP, Lusoscut BLA, Lusoscut GP,
Luso Lisboa, Metro Transportes do Sul, LUSOPONTE), tem vindo a consolidar a sua posição como segunda maior concessionária
de Auto-Estradas em Portugal, na concepção, construção e exploração da rede rodoviária, com posição expressiva na concessão
de auto-estradas, pontes e ferrovias.Actualmente detem 60%da ASCENDI Group onde concentrou as concessões rodoviárias
Na área da indústria e energia a Mota-Engil t em uma participação significativa na MARTIFER, a qual estende a sua área de
actuação à Construção Equipamentos para a Energia, Biocombustíveis e Energia Eléctrica e é líder ibérica no segmento de
construções metalomecânicas, prosseguindo uma estratégia de alargamento da sua actuação internacional, nomeadamente
para a Europa Central e Angola.
Fontes: Grupo Mota Engil; Imprensa
98
CAIXA 3 – EFACEC
O Grupo Efacec foi constituído em 1948, tendo na sua génese a família Ricca Gonçalves e a fusão das empresas ACEC (Ateliers
de Construtions Électriques de Charleroi) e CUF (Companhia União Fabril). Na sua origem esteve a Electro-Moderna, uma das
mais antigas empresas portuguesas no sector do material eléctrico, fundada em 1921 e com origem na Moderna, empresa criada
em 1905.
Com a saída em 1987 da ACEC, na altura sócia maioritária, iniciou-se a expansão da Efacec para o mercado internacional.
Em 2006 os accionistas de referência da Efacec, Grupo José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves, tornaram-se os dois únicos
accionistas da empresa, após a concretização de uma Oferta Pública de Aquisição sobre a totalidade do capital social da
empresa. O ano 2007 é marcado por uma nova fase de desenvolvimento da Efacec, focada na concretização do seu potencial
de crescimento, em especial através do reforço claro do seu processo de internacionalização. A Efacec tem desenvolvido
importantes abordagens ao mercado internacional, ao focar a sua actividade em seis regiões consideradas mercados prioritários:
EUA, América Latina (Brasil, Argentina e Chile), Europa Central (Roménia, República Checa, Áustria, Eslováquia e Hungria),
Magrebe (Argélia, Marrocos e Tunísia), África Austral (Angola, África do Sul e Moçambique) e Espanha. A estes mercados,
acrescentou, em 2008, a Índia.
Com sede em São Mamede de Infesta, tornou-se o maior grupo eléctrico de capitais portugueses: com mais de 4 mil colaboradores
em todo o mundo, a Efacec está presente em mais de 65 países, prevendo exportar, em 2009, cerca de 70% da sua produção.
Em 2008, a empresa obteve encomendas de mais de 1.000M€.
A estrutura do Grupo está dividida nas seguintes áreas de negócio:
- Energia (transformadores, aparelhagem de média e alta tensão, servicing de energia);
- Engenharia e Serviços (engenharia, automação, manutenção, ambiente, renováveis);
- Transportes e logística
A Unidade de Renováveis, é uma área em franco desenvolvimento no seio da Efacec, apostando-se na produção de energia
através de centrais eólicas, hidroeléctricas, biomassa e fotovoltaicas.
De referir que a Efacec integra o Pólo de Competitividade e Tecnologia (PCT) da Energia, o PCT Produtech (tecnologias de
produção) e o PCT TICE.PT, reconhecidos como Estratégias de Eficiência Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: Efacec.
CAIXA 4 – SOGRAPE VINHOS
A Sogrape Vinhos é uma empresa portuguesa, com sede em Avintes (Vila Nova de Gaia), que se dedica ao cultivo, produção e
exportação de vinho. Fundada em 1942 por Fernando van Zeller Guedes, criador do vinho de mesa Mateus Rosé, a empresa é
proprietária da marca Sandeman (vinho do Porto, xerez e brandy).
A empresa é liderada pela terceira geração da família fundadora, assumindo-se como um dos principais grupos vitivinícolas
ibéricos. A sua actual base produtiva estende-se a 14 quintas nas principais regiões vitícolas portuguesas, além das que a
empresa possui na região de Mendoza (Argentina) num total de cerca de 800 hectares de área de vinha, que se somam a 10
centros de vinificação em Portugal (Azevedo, Vila Real, Cambres, Boavista, Seixo, Leda, Bemposta, Anadia, Outeiro de Espinho
e Herdade do Peso) e dois na Argentina, com uma capacidade total de mais de 43 milhões de litros. As linhas de engarrafamento
da empresa atingem as 52 mil garrafas/hora.
A Sogrape detém as seguintes marcas de vinhos: Casa Ferreirinha, Constantino, Ferreira, Finca, Flichman, Gazela, Grão Vasco,
Herdade do Peso, Mateus, Morgadio da Torre, Offley, Planalto, Quinta de Azevedo, Quinta dos Carvalhais, Robertson, Sandeman,
Sogrape Reservas, Terra Franca, Vila Régia, Vinus.
A empresa reforçou a sua posição a nível internacional com a compra da empresa chilena Chateau Los Boldos, da marca
argentina Finca Flichman e da marca Framingham (Nova Zelândia). tem também uma presença forte nos mercados espanhol
(sobretudo através da Sandeman Jerez) e angolano (com a Vinus). .
Integra o Cluster Vinhos da Região Demarcada do Douro, reconhecido como Estratégia de Eficiência e Colectiva em Julho de
2009.
Fontes: Sogrape; COTEC.
99
CAIXA 5 – UNICER – BEBIDAS DE PORTUGAL
A Companhia União Fabril Portuense das Fábricas de Cerveja e Bebidas Refrigerantes (CUPF) foi criada em Março de 1890,
resultado da fusão de sete fábricas de cerveja (seis no Porto e uma em Ponte da Barca). Em Junho de 1977 foi decidida a
criação de duas empresas públicas para o sector cervejeiro - no seguimento desta nacionalização, a CUPF, a Copeja e a Imperial
sofreram um processo de fusão, dando origem à Unicer – União Cervejeira E.P., que se manteve com capital público até Junho
de 1990, data em que foi totalmente entregue à iniciativa privada. Em Janeiro de 2009, a Unicer passou a designar-se por
Unicer – Bebidas de Portugal, SGPS. Com sede em Matosinhos, a empresa está presente nos segmentos das cervejas (marcas
SuperBock, Cheers, Cristal, Carlsberg), dos refrigerantes (Frisumo, Frutis, Snappy, Guaraná Brasil, Frutea Ice Tea e Soccarade),
das águas (Vitalis, Caramulo, Água das Pedras, Pedras Salgadas, Vidago e Melgaço), dos vinhos (Quinta da Pedra, Senhoria,
Quinta do Minho, Campo da Vinha, Porta Nova, Vinha das Garças, Vinha de Mazouco, Planura, Monte Sacro, Vila Faia e Vini),
dos cafés (Bogani e Caféeira), na produção e comercialização de malte e no negócio do turismo (através da gestão das infraestruturas turísticas do Parque de Vidago e do Parque de Pedras Salgadas e da gestão das termas de Melgaço e Envendos).
Mais de 25% da produção destina-se à exportação (sendo muito importante o mercado angolano).
Integra o Grupo de Fundadores do Pólo de Competitividade e Tecnologia para a Fileira Agro-Industrial “Alimentos, Saúde e
Sustentabilidade”, reconhecido como Estratégia de Eficiência e Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: Unicer; COTEC.
CAIXA 6 – LACTOGAL – PRODUTOS ALIMENTARES
A Lactogal - Produtos Alimentares é uma empresa agro-alimentar portuguesa especializada em lacticínios e seus derivados. Foi
constituída em 1996, no resultado da fusão da Agros - União das Cooperativas de Produtores de Leite Entre Douro e o Minho e
Trás-os-Montes, da Lacticoop - União das Cooperativas de Produtores de Leite entre Douro e Mondego, e da Proleite/Mimosa.
Com sede no Porto, a Lactogal, que conta com cerca de 2 mil colaboradores, tem unidades fabris em Vila do Conde, Oliveira de
Azeméis e Tocha.
É líder ibérica na produção e comercialização de leite pasteurizado, leite UHT, leites funcionais, leites aromatizados, manteigas e
natas, ocupando também posição de destaque nos segmentos dos queijos e iogurtes. Detém as marcas Mimosa, Agros, Gresso,
Matinal, Adagio e Vigor.
Espanha é o seu principal mercado de exportação, representando cerca de 14% do total de facturação da empresa (a empresa
tem uma sucursal em Espanha, sediada em Madrid, e adquiriu em 2006 a empresa espanhola Leche Celta). Outros mercados
importantes são os EUA, a França e o Canadá.
A Lactogal detém 51% da empresa açoriana Pronicol (os restantes 49% pertencem à Unicol – União de Cooperativas de
Lacticínios Terceirenses).
Integra o Grupo de Fundadores do Pólo de Competitividade e Tecnologia para a Fileira Agro-Industrial “Alimentos, Saúde e
Sustentabilidade”, reconhecido como Estratégia de Eficiência e Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: Lactogal; COTEC.
CAIXA 7 – GRUPO CEREALIS
O Grupo Cerealis tem a sua origem na empresa Amorim & Lage, empresa familiar fundada em 1919 que iniciou a sua actividade
na indústria de moagem de trigo produzindo farinhas de trigo para panificação (sob a marca Paradense) numa moderna unidade
industrial instalada em Águas Santas (Maia). No processo de desenvolvimento da Amorim & Lage é de salientar a abertura,
em 1933, da Fábrica de Massas Alimentícias Milaneza, a ampliação e modernização industrial da década de 80 e, em 1997, a
aquisição de uma posição maioritária na Companhia de Moagens Harmonia, a constituição da Milaneza - Massas e Bolachas e a
constituição da Amorim, Lage, SGPS. Em 1999, o Grupo adquiriu a empresa Nacional - Companhia Industrial de Transformação
de Cereais.
Em 2005 procedeu-se à reestruturação do Grupo Amorim Lage e das subsidiárias Milaneza, Nacional e Harmonia passando a
formar o Grupo Cerealis, SGPS (constituído pela Cerealis Produtos Alimentares, Cerealis Moagens e Cerealis Internacional).
Este Grupo está focalizado em produtos derivados da transformação de cereais, em particular de trigo e centeio, como sejam
as massas alimentícias e as farinhas industriais, segmento onde é líder, bem como em produtos sinergéticos, nomeadamente
bolachas, flocos de cereais e farinhas culinárias. Possui cinco centros de produção, localizados na Maia (sede do Grupo e maior
fábrica nacional), Lisboa, Coimbra, Porto e Trofa. Ao nível da Península Ibérica detém a maior fábrica de produção daquele tipo
de produtos, com uma capacidade de produção diária de 400 toneladas de massa ou um milhão de embalagens,
Fontes: Cerealis.
100
CAIXA 8 - BIAL
A Bial é um Grupo farmacêutico internacional, sedeado na Trofa, cuja missão é desenvolver novas soluções terapêuticas na área
da saúde.
Criada em 1924, desenvolveu a sua actividade internamente até 1998, ano em que adquiriu uma empresa farmacêutica espanhola
com sede em Madrid e com centro de I&D e unidade industrial em Bilbau. Em termos comerciais, os seus produtos estão em
mais de 30 países na Europa, América, África e Ásia. Já em 2008, assinou um contrato de licenciamento com a empresa norteamericana Sepracor, para o desenvolvimento e comercialização nos EUA e no Canadá de um anti-epiléptico.
Centraliza em Espanha a produção de vacinas anti-alérgicas e de meios de diagnóstico para alergias.
Esta empresa, que conta com cerca de 650 colaboradores (mais de 50% com formação superior ou doutorados), assume a I&D
como áreas estratégicas para a expansão e autonomia do Grupo. Equipas de técnicos internacionais dedicam-se à investigação
de novas soluções terapêuticas que possam representar avanços significativos nos vários domínios da saúde, em particular nos
domínios dos antibióticos, anti-inflamatórios, anti-ulcerosos, analgésicos, doenças cardiovasculares, produtos anti-depressivos
e anti-asmáticos.
Foi pioneira no desenvolvimento das relações indústria/universidade, pelo que tem assumido o desenvolvimento de vários
projectos de investigação em estreita colaboração com instituições universitárias e outros centros de investigação, beneficiando
da partilha de conhecimentos e de experiências e da criação de equipas de trabalho multidisciplinares.
A empresa tem-se distinguido no apoio a inúmeras actividades de âmbito médico e científico através da Fundação Bial, criada em
1994. Das suas acções salientam-se a atribuição do Prémio Bial (“Grande Prémio Bial de Medicina (índole médica) e o “Prémio
Bial de Medicina Clínica” (prática clínica geral).
O laboratório de I&D da Bial conta com 100 investigadores (23 doutorados, de 7 nacionalidades). Entre 1993 e 2009 foram
assinados contratos com 82 instituições de I&D, feitos investimentos em I&D na ordem dos 30 milhões de euros/ano, que deram
origem à descoberta de mais de 10 mil novas moléculas e 6 novos medicamentos.
Fontes: Bial; COTEC; Imprensa.
CAIXA 9 – SALVADOR CAETANO
O Grupo Salvador Caetano, actualmente concentrado numa holding designada por Grupo Salvador Caetano, SGPS, tem a sua
origem em 1946, na pequena empresa Martins, Caetano & Irmão, fábrica de carroçarias. Com uma unidade industrial em Vila
Nova de Gaia, o primeiro contrato de exportação de autocarros surgiu em 1967, para Inglaterra. No ano seguinte, e empresa
tornou-se representante exclusivo da Toyota em Portugal e, em 1971, construiu a primeira unidade industrial de montagem de
automóveis em Ovar, que viria a atingir a montagem de 100 mil viaturas.
A empresa foi-se estendendo a todo o país e, mais tarde, ao estrangeiro. Em 1982, adquiriu a Baviera e passou também a
representar a BMW. Em 1996, ao comemorar os 50 anos de actividade, tinha criado ou adquirido 50 empresas dos mais diversos
sectores de actividade
No presente, o Grupo é constituído por três sub-holdings:
- Toyota Caetano Portugal, que agrega o negócio industrial e a representação automóvel Toyota; a sua actividade económica está
focada na gestão importação Toyota, na fabricação e exportação para a Europa do modelo comercial Toyota Dyna, bem como na
produção do mini-autocarro Caetano Óptimo.
- Salvador Caetano Auto (SGPS), que agrega o negócio de retalho automóvel multimarca para o mercado ibérico; comercializa
em Portugal e Espanha as seguintes marcas automóveis: Alfa Romeo, Audi, BMW, Chevrolet, Chrysler, Citroen, Dacia, Daihatsu,
Doge, Fiat, Ford, Honda, Hyundai, Jeep, Kia, Lancia, Lexus, Mazda, Mercedes-Benz, Mini, Nissan, Opel, Peugeot, Renault, Seat,
Skoda, Smart, Ssangyong, Subaru, Tata, Toyota, Volkswagen.
- Salvador Caetano.Com (SGPS), que desenvolve actividade na área das tecnologias de informação, através da aquisição de
participações sociais estratégicas para o fornecimento de soluções verticais a diferentes sectores de actividade, desde o sector
automóvel às comunicações e internet.
Em 2008 o Grupo atingiu um volume de negócios superior a 2.4 mil milhões de euros e a venda de mais de 83 mil veículos,
contando com cerca de 6.500 colaboradores, distribuídos por diversos países (Portugal, o Reino Unido, Espanha, Alemanha,
Cabo Verde e Angola).
O Grupo tem como objectivo transformar-se num fabricante de autocrros, começando pelo nicho dsas vaituras eléctricas, num
projecto em que colaboram a EFACEC (motorização e comando & controlo) e outras empresas e que envolve da parte da
Salvador Caetano o desenvolvimento de um chassis de concepção própria
Fontes: Grupo Salvador Caetano.
101
CAIXA 10 – GRUPO CABELTE
O Grupo CABELTE resultou de uma cisão do grupo familiar Quintas & Quintas. Tem como actividade principal o fabrico de cabos
de energia (alta e baixa tensão) em cobre e alumínio, cabos de telecomunicações em cobre e fibra óptica através de um conjunto
de três grandes unidades fabris em Arcozelo, Granja e Madalena, no município de Vila Nova de Gaia, e outra unidade em Vila
Nova de Famalicão, além de uma unidade em Pamplona, Espanha.
É um dos maiores fabricantes ibéricos deste tipo de material, dispondo aliás da única unidade de produção de fibra óptica
existente na Península Ibérica – a IBEROPTICS.
O Grupo expandiu-se para o fabrico de fios condutores e cablagens para a indústria automóvel com a CABELAUTO e, para o
equipamento eléctrico de baixa tensão e de cabos de alimentação com a ex -DESCO
Nos anos 80 iniciou o fabrico de cabos para fins especiais desde os cabos de sinalização para linhas férreas, até aos cabos e
sensores para redes de monitorização e cabos híbridos, integrando funções de energia e telecomunicações.
O grupo CABELTE dispõe de uma empresa tecnológica - a WIN Brain - Tecnologias da Informação e Comunicação. Num processo
de integração vertical, o Grupo constituiu a CABELTE Metais responsável pelo fabrico das principais matérias primas metálicas
utilizadas pelo grupo (cobre e alumínio) e uma empresa encarregue do tratamento de resíduos industriais – a CABELTE Recycling
, que irá permitir reintroduzir no ciclo produtivo os desperdícios gerados no processo de fabrico das empresas do Grupo.
O Grupo tem evoluído para o fornecimento de Soluções Chave na Mão por exemplo em linhas aéreas de energia, redes
estruturadas em cobre e fibra óptica, soluções costumizadas, etc.
Mais recentemente admitiu a possibilidade de utilizar parte das instalações da QIMONDA em Vila do Conde para instalar fábricas
de cabos.
O Grupo CABELTE está em fase acelerada de expansão internacional, estando a avaliar a instalação de unidades fabris em
vários países – Espanha, Rússia, Polónia e Líbia.
Fontes: Grupo Cabelte.
CAIXA 11 – CIN
A primeira fábrica de tintas e vernizes associada à marca CIN data de 1917, integrada num conjunto de três unidades fabris que
constituiam a Companhia Industrial do Norte e que produziam, entre outros produtos, óleos, sabões, velas, tintas e vernizes. Em
1926 foi constituída uma nova sociedade, com a designação de Corporação Industrial do Norte.
A empresa-mãe do Grupo CIN é a CIN - Corporação Industrial do Norte, sediada na Maia, que tem como actividade principal a
produção e comercialização de tintas, vernizes e produtos afins. Esta empresa dedica a sua actividade a distintos segmentos de
mercado: decorativos, indústria, anticorrosão, repintura automóvel e acessórios.
A CIN tem vindo a proceder a um crescimento por aquisições em que se destaca a compra e integração da SOTINCO, da
IBERCOAT, fabricante de tintas em pó, e, em 2006, da PROITESA, fabricante de tintas de Tenerife; em 2007, reforçando a
sua participação na empresa italiana de tintas BOREO BARTOLOMEO e adquirindo a Divisão de Acabamentos Industriais da
ROBBIALAC. Em 2009, adquiriu o grupo francês CELLIOSE, um produtor independente de tintas e vernizes para a indústria, com
duas fábricas localizadas em França e uma filial na China.
O Grupo CIN possui unidades fabris na Maia (incluindo a unidade fabril Megadur que produz tinta em pó); Barcelona e Tenerife
(Espanha); Benguela (Angola); Maputo (Moçambique) e licencia a SITA em Cabo Verde (produção e comercialização).
De referir que a empresa tem apostado muito no desenvolvimento tecnológico nos seus segmentos de actividade – por exemplo,
através do Departamento de Investigação e Desenvolvimento, em colaboração com a Faculdade de Engenharia da Universidade
do Porto, tem desenvolvido novas tecnologias que visam a criação de nanoprodutos inovadores (criação de tintas com actividade
bactericida e com revestimentos capazes de induzir um efeito de auto-limpeza de superfícies de vidro e de outros materiais; tintas
com revestimentos capazes de eliminar maus cheiros por oxidação das substâncias que os originam).
Fontes: CIN; Imprensa.
102
CAIXA 12 – PORTO EDITORA
A Porto Editora tem a sua origem em quando um grupo de colegas professores decidiram criar uma editora que publicasse
livros escolares e dicionários. De uma pequena empresa, a Porto Editora transformou-se num grande grupo editorial, com uma
presença marcante em áreas tão diferentes como a dos dicionários, livros de pedagogia e didáctica ou multimédia educativo
(offline e online).
Com a massificação da internet, a Porto Editora decidiu apostar na world wide web, com a criação de vários sites voltados para
a educação e a leitura, como o portoeditora.pt, onde se pode encontrar uma biblioteca digital com dezenas de clássicos da
Literatura Portuguesa e cinco dicionários online de consulta gratuita. Outro dos projectos mais ambiciosos é o webboom.pt, que
já se tornou na maior livraria virtual portuguesa.
Na área da educação, destaque para o apoio dado à criação e desenvolvimento do netprof.pt, o único site português feito por
professores para professores; o clickin.pt, um serviço educativo online para crianças dos 5 aos 13 anos; o Portal de Educação
educare.pt, uma referência para todos os agentes educativos em Portugal; e o edusurfa.pt, que se apresenta como um portal
para jovens dos 13 aos 18 anos, com várias áreas que vão desde o lazer à cultura e educação.
Actualmente, com os desenvolvimentos que o mercado editorial sofreu a nível mundial, o grupo já possui dez títulos adaptados
para o Brasil, resultado de contratos efectuados com duas das maiores editoras brasileiras e com uma das mais importantes
redes privadas de colégios existente no Brasil.
A Porto Editora está a investir na área da distribuição, com a criação de uma rede de livrarias em centros comerciais.
Além do retalho, a empresa está apostada em diversificar as áreas de negócio, com uma aposta na internacionalização, na ficção
e no multimédia. Uma estratégia que pretende captar receitas fora do mercado escolar que, actualmente, representa cerca de
70% do volume de negócios
Outra grande aposta da empresa passa pela ficção, área onde a empresa começou a investir recentemente e que, em 2008,
cresceu mais de 40%.
A Porto Editora está já presente em Moçambique e Angola, mercados onde, em conjunto, vende mais de 4 milhões de livros
(apesar destes países ainda só representaram cerca de 6% do mercado total).
A Porto Editora está também a apostar na área multimédia, que apenas representa 1% da facturação. A prioridade passa pelo
e-learning, onde a empresa tem já uma plataforma que serve centenas de escolas, a ser utilizada por milhares de professores e
dezenas de milhares de alunos (Escola Virtual, primeira plataforma de e-learning).
A empresa tem também uma livraria virtual que, actualmente, vende milhares de livros para clientes em mais de 100 países.
Produtos como a infopedia.pt (a maior base de conteúdos educativos e culturais em língua portuguesa), a direccionada para os
ensinos básico e secundário) e a diciopédia (um produto multimédia lançado em 1997, actualizado todos os anos) são exemplos
do trabalho que a Porto Editora desenvolve na produção de conteúdos educativos e culturais em suporte digital.
A Porto Editora adquiriu a totalidade do capital social de duas editoras escolares de reconhecida qualidade - a Areal Editores e
a Lisboa Editora.
Entretanto, o catálogo da Porto Editora, que já se apresentava bastante abrangente e diversificado, alarga-se para a área da
Literatura. Constitui-se uma divisão editorial literária no Porto e, mais tarde, uma outra em Lisboa, sendo ambas responsáveis
pela edição dos nossos livros de ficção e, também, os de não-ficção, publicados sob as chancelas Ideias de Ler e Albatroz,
criadas para o efeito.
O ano de 2008 fica marcado por dois momentos importantes: a transformação da webboom.pt em wook.pt; e a abertura da
primeira de uma rede de livrarias WOOK, no âmbito da referida estratégia de reforço da presença do Grupo Porto Editora na
área do retalho.Em 2010 aPorto Editora adquiriu ao grupo alamão BERTELSMANNo subgrupo Bertrand (Livaraias Bertrand,
Circulo de Leitores, lLéxico Cultural, Distribuidora Bertrand e Bertrand Editora).Com esta aquisção garantiram desde já uma rede
alargada de livrarias com presença nacional.
Fontes: Porto Editora; Imprensa.
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CAIXA 13 – ADIRA – A. DIAS RAMOS
A Adira, fundada em 1956 por António Dias Ramos, é uma empresa de concepção, produção e comercialização de máquinasferramentas e de sistemas de conformação e manipulação de chapa. Com sede no Porto, é uma PME de cariz familiar, com uma
facturação da ordem dos 17 milhões de euros (2006) e com cerca de 140 colaboradores.
A empresa iniciou a sua actividade com o fabrico de tornos, fresadoras, plainas e limadoras. Todavia, para se diferenciar de
empresas concorrentes, optou por limitar a sua actividade à produção de máquinas-ferramentas para o trabalho da chapa,
iniciando em 1961 a produção de guilhotinas mecânicas baseadas em tecnologias importadas. Em 1964 apresentou a sua
primeira quinadora hidráulica, a primeira máquina-ferramenta portuguesa para o trabalho da chapa, inspirada em tecnologia
francesa. Nos anos 70 produziu a revolucionária quinadora hidráulica, com sincronismo electrónico e comando numérico
(desenvolvido em conjunto com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto).
No presente, a oferta da empresa centra-se em dois grandes tipos de produtos: as máquinas de corte da chapa (centros de
corte a laser e guilhotinas hidráulicas) e as máquinas de deformação da chapa (quinadoras hidráulicas e células robotizadas de
quinagem).
De salientar que a Adira foi o primeiro fabricante europeu a ser certificado pela ISO 9000 e o primeiro fabricante mundial a ter a
gama completa de produtos com a certificação CE.
A empresa detém uma forte presença internacional, exportando mais de 70% da sua oferta para mercados como Espanha, EUA,
Reino Unido, França, Hungria, Brasil e Argentina.
Os principais sectores-clientes da Adira são: automóvel, aero-espacial e construção naval; construções metálicas;
telecomunicações e informática; mobiliário metálico; ambiente e energias alternativas. A empresa é fornecedora de instituições
e empresas de grande prestígio como a NASA, Boeing, Lockheed, Bombardier, Tap, Air France, Salvador Caetano, Martifer,
Efacec, Siemens, Motorola, entre outras.
De referir que a Adira integra o Pólo de Competitividade e Tecnologia Produtec (tecnologias de produção), reconhecido como
Estratégia de Eficiência Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: Adira.
4. RECURSOS HUMANOS - EDUCAÇÃO BÁSICA E SECUNDÁRIA
O Grande Porto apresenta um posicionamento favorável, nos contextos nacional e regional, no
que respeita aos indicadores de qualificação dos recursos humanos. No ano lectivo 2008/2009, a
taxa bruta de escolarização do ensino secundário era de 156.9%, valor superior aos registados na
região Norte (140.5%) e no País (146.7%). O município do Porto destacava-se com o valor mais
elevado deste indicador (401.2%), contrastando claramente com os valores mais baixos observados
nos municípios Vila do Conde (81.5%), Maia (102.8%) e Póvoa de Varzim (106.1%). Verificam-se,
portanto, fortes disparidades internas no nível de qualificações dos recursos humanos do Grande
Porto.
A taxa de retenção e desistência no ensino básico foi, naquele ano lectivo, de 7.0%, ligeiramente
inferior à média nacional de 7.8%. É nos municípios de Vila do Conde, Póvoa do Varzim, Maia,
Vila Nova de Gaia e Matosinhos que esta taxa de retenção e desistência assume os valores mais
elevados (entre 12% e 10%). Apesar de assumir contornos menos gravosos que os registados
na região Norte, o abandono escolar no ensino secundário é uma realidade no Grande Porto: na
GAMP, cerca de metade dos municípios ultrapassam a taxa média nacional de abandono escolar
neste nível de ensino (31%).
Cerca de 45 mil estudantes do Grande Porto frequentavam o ensino secundário, 8% dos quais
estavam inscritos em cursos profissionais de Nível 3 (o equivalente a cerca de 5 mil alunos).
Existem no Grande Porto mais de duas dezenas de escolas profissionais que leccionam cursos
nas mais diversas áreas. O município do Porto concentra a maioria destes estabelecimentos de
ensino, destacando-se os seguintes exemplos: Academia Contemporânea do Espectáculo; Escola
Profissional Ballet Teatro; Escola Artística e Profissional Árvore; Escola de Moda do Porto; Escola
Profissional Bento de Jesus Caraça; Escola Profissional Comércio Externo; Escola de Comércio do
Porto; Escola Profissional Centro de Estudos e Trabalho da Pedra; Escola Profissional de Tecnologia
e Electrónica; Instituto Profissional de Tecnologias Avançadas; Instituto Multimédia; entre outras.
104
No que se refere ao ensino tecnológico, no ano lectivo 2008/2009, cerca de 3.9 mil alunos
frequentavam cursos tecnológicos. Destacaram-se os cursos tecnológicos na área da acção social,
da informática, da administração, da electrónica e electrotecnia e da multimédia.
O Grande Porto destaca-se por ser a única sub-região do Norte que exibe um perfil de habilitações
da mão-de-obra que supera o da média nacional: a proporção de activos com habilitação superior
aproxima-se nesta sub-região dos 12%. No entanto, perto de metade dos activos no Grande Porto
não concluíram o 3º ciclo do ensino básico.
O Porto destaca-se como o município com melhor nível médio de habilitações dos activos, seguindose um grupo de municípios vizinhos do Porto (nomeadamente Matosinhos, Maia e Vila Nova de
Gaia).
FIGURA 8 - ALUNOS INSCRITOS EM CURSOS TECNOLÓGICOS POR ÁREA CIENTÍFICA
(% TOTAL INSCRITOS NESTE TIPO DE CURSOS)
ANO LECTIVO 2008/2009
Acção Social
33%
Const. Civil
1%
Electrot./Electrón.
0%
Informática
30%
Design
2%
Administração
18%
Marketing
4%
Multimédia
5%
Fonte: Ministério da Educação.
QUADRO 1 - CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA – ANO LECTIVO 2009/2010
Instituição Promotora
Estabelecimento
Designação do CET
Universidade Portucalense Infante D. Henrique
Universidade Portucalense Inf ante D. Henrique Cooperativa de Ensino Superior, C.R.L.
Técnicas e Gestão de Turismo
Universidade Fernando Pessoa
Fundação Ensino e Cultura Fernando Pessoa
Aplicações Informáticas de Gestão
Condução de Obra
Programação de Aplicações Web
Qualidade Ambiental
Instituto Superior de Línguas e Administração de
Vila Nova de Gaia
Ensigaia - Educação e Formação, Sociedade
Unipessoal, Lda.
Instituto Superior da Maia
Maiêutica - Cooperativa de Ensino Superior, C.R.L.
Desenvolvimento de Produtos Multimédia
Gestão de Associações
Técnicas e Gestão de Turismo
Aplicações Informáticas de Gestão
Contabilidade e Empreendedorismo Organizacional
Desenvolvimento de Produtos Multimédia
Desenvolvimento de Sistemas de Informação
Divulgação Comercial na Saúde
Gestão Comercial
Gestão da Qualidade
Gestão Industrial
Higiene Ocupacional
Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos
Técnico de Desporto e de Lazer
Técnicas de Gerontologia
Gestão Administrativa de Recursos Humanos
Técnicas de Secretariado Jurídico
Fonte: Direcção Geral do Ensino Superior.
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5. RECURSOS HUMANOS - ENSINO SUPERIOR
E INVESTIGAÇÃO
5.1. Diplomados do ensino superior
A taxa de escolarização no ensino superior do Grande Porto foi, no ano lectivo 2009/2010, de 52.2%,
valor muito superior ao registado a nível nacional (30.6%) e regional (27.1%). No município do Porto
este indicador atinge os 289.6%, um dos valores mais elevados registados a nível nacional.
Naquele ano lectivo, o total de estudantes do ensino superior na sub-região Grande Porto era de
cerca de 71mil estudantes (dos quais 44.7 mil estudantes estavam inscritos em instituições públicas
de ensino superior). O município do Porto concentrava cerca de 79% do total de estudantes de
ensino superior da sub-região.
Uma parte significativa do total dos estudantes da cidade do Porto frequenta o ensino superior (48%
do total no ano lectivo 2009/2010).
Em 2007, os activos com habilitações ao nível do ensino superior representavam no município do
Porto 19.7%, mais 8 p.p. do que no total do país (11.3%) e menos 3 p.p. do que em Lisboa (22.8%).
A Universidade do Porto conta com cerca de 29 mil estudantes (6.5 mil dos quais de ensino
pós-graduado) e 2.3 mil docentes e investigadores, no conjunto do seu universo constituído por
14 faculdades, uma business school e 69 unidades de investigação, distribuído por três pólos
universitários localizados na cidade do Porto. As faculdades da Universidade do Porto são as
seguintes: Arquitectura; Belas Artes; Ciências; Ciências da Nutrição e Alimentação; Desporto; Direito;
Economia; Engenharia; Farmácia; Letras; Medicina; Medicina Dentária; Psicologia e Ciências da
Educação; Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar.
O Instituto Politécnico do Porto (IPP) também é uma relevante instituição de ensino superior
no Grande Porto, com cerca de 16 mil alunos e 1.3 mil docentes. Integram o IPP as seguintes
instituições, situadas nos municípios do Porto, Matosinhos, Vila do Conde e Felgueiras: a Escola
Superior de Educação (ESE); a Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (ESMAE);
o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), o Instituto Superior de Contabilidade e
Administração do Porto (ISCAP), a Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG), a
Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras (ESTGF) e a Escola Superior de Tecnologia
da Saúde (ESTSP).
De salientar a existência da Fundação Instituto Politécnico do Porto (FIPP) que, pertencendo ao
universo do IPP, é uma instituição de direito privado sem fins lucrativos que tem por missão o apoio
ao desenvolvimento e inovação nas áreas das tecnologias, gestão, artes e da cultura com base
nas competências residentes nas escolas do IPP, actuando como interface entre a instituição, as
empresas e a comunidade.
De referir a presença da Universidade Católica do Porto, com os campus da Foz, Asprela e a Escola
de Negócios. Saliente-se a Escola Superior de Biotecnologia, criada em 1984 no seio da estrutura
desta Universidade: está sediada no Porto (Campus da Asprela) e conta com uma extensão nas
Caldas da Rainha. É uma unidade básica de ensino e de investigação, que desenvolve actividades
de ensino, investigação, desenvolvimento tecnológico, prestação de serviços, apoio à indústria,
segurança alimentar, entre outras. Actua em dois grandes sectores: o alimentar e ambiental, com
especial incidência nos subsectores vinhos, lacticínios, hortofrutícolas, carnes e águas (ao nível
alimentar) e resíduos líquidos e sólidos (ao nível ambiental). Importa referir que esta Escola integra
o Grupo de Fundadores do Pólo de Competitividade e Tecnologia para a Fileira Agro-Industrial
“Alimentos, Saúde e Sustentabilidade”, reconhecido como Estratégia de Eficiência e Colectiva em
Julho de 2009.
106
No que respeita ao ensino superior privado e cooperativo, o Grande Porto conta com as seguintes
instituições: Escola Superior Artística do Porto; Instituto Superior de Administração de Vila Nova
de Gaia; Instituto Superior da Maia; Instituto Superior de Educação e Trabalho; Instituto Superior
de Serviço Social do Porto; Universidade Fernando Pessoa; Universidade Lusíada; Universidade
Lusófona e Universidade Portucalense Infante D. Henrique.
Numa análise de distribuição dos alunos do ensino superior pelas áreas científicas, verifica-se
a importância das ciências da saúde, das artes, das ciências económicas e empresariais e das
engenharias, depreendendo-se a dimensão nacional que o município do Porto apresenta nestes
domínios.
FIGURA 9 - DIPLOMADOS POR ÁREA CIENTÍFICA
ANO LECTIVO 2008/2009 (% TOTAL)
(
)
Fonte: Direcção-Geral do Ensino Superior.
5.2. Investigação
Em 2008, cerca de 7.4 mil indivíduos desenvolviam actividades de I&D no Grande Porto, repartindose entre instituições de ensino superior, empresas e instituições privadas sem fins lucrativos. As
despesas em I&D atingiram, naquele ano, os 326 mil milhares de euros, destacando-se as despesas
no contexto empresarial (cerca de 164 mil milhares de euros).
A Universidade do Porto e o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), do Instituto Politécnico
do Porto, têm vindo a consolidar e a expandir actividades de I&D num conjunto de áreas científicas e
tecnológicas, em que ocupam uma posição cimeira a nível nacional e se projectam a nível europeu.
A um primeiro nível, destacam-se três conjuntos:
• O primeiro, formado pelas áreas da Biologia, Ciências da Saúde e Engenharia Biomédica
onde se destacam três instituições que acabaram por formar uma parceria institucional – o
Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC); o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB)
e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular (IPATIMUP); e onde estão igualmente
presentes a Unidade de Investigação e Desenvolvimento Cardiovascular da Faculdade
de Medicina da Universidade do Porto; o Centro de investigação do Instituto Português de
Oncologia do Porto (o CI - IPOP), a Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica do
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar; e o Centro de Farmacologia e Biopatologia
Química da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Unidade Multidisciplinar de
Investigação Biomédica – UMIB).
• O segundo, formado pelas áreas da Engenharia Mecânica, Engenharia Electrotécnica
e Automação e Robótica em que se integram o Instituto de Engenharia de Sistemas e
107
•
Computadores do Porto (INESC - Porto); os vários Laboratórios do Instituto de Engenharia
Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), o pólo do Porto do Instituto de Sistemas e Robótica
(ISR); o pólo do Porto do Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC); o Laboratório de
Sistemas Autónomos (LSA) do Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico do
Porto.
O terceiro, formado pela Química Orgânica, Bioquímica e Biotecnologia – em que se
integram, o Laboratório de Processos de Separação e Reacção (LSRE) associado ao
Laboratório de Catálise e Materiais; o Centro de Química da Universidade do Porto, pólo do
Porto do REQUIMTE - Laboratório Associado de Química Verde – Tecnologias e Processos
Limpos; o Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da
Universidade Católica do Porto; o Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente e
Energia (LEPAE).
Num segundo nível pode-se referir:
• As Ciências da Computação e Tecnologias de informação onde se integram o INESC-Porto,
o - Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência dos Computadores (LIACC); o Centro de
Investigação em Sistemas Confiáveis e de Tempo Real (CISTER) do ISEP; o Grupo de
Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) do ISEP;
• A Biologia Marinha e as Ciências do Mar, onde se integra o Centro Interdisciplinar de
Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR);
• A Engenharia Civil onde, para além de outros centros de I&D na área da Construção e dos
Recursos Hídricos, se destaca o Laboratório de Tecnologia do Betão e do Comportamento
Estrutural (LABEST).
As caixas seguintes referem-se a algumas destas Instituições, procurando detalhar os focos da sua
actividade de I&D e as ligações com o tecido empresarial, caso existam: o Instituto de Engenharia
de Sistemas e Computadores do Porto (INESC-Porto); o Instituto de Engenharia Mecânica
e Gestão Industrial (INEGI); o Instituto Fraunhofer Portugal; o Instituto de Biologia Molecular e
Celular (IBMC); o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) e o Instituto de Patologia e Imunologia
Molecular (IPATIMUP).
108
CAIXA 14 – INESC - PORTO
O INESC-Porto é uma associação privada sem fins lucrativos reconhecida como instituição de utilidade pública, que adquiriu, em
2002, o estatuto de Laboratório Associado. Desenvolve actividades de investigação e desenvolvimento, consultoria, formação
avançada e transferência de tecnologia nas seguintes áreas: telecomunicações e multimédia; sistemas de energia; sistemas de
produção; sistemas de informação e comunicação; optoelectrónica.
É constituído pelas seguintes Unidades:
- Unidade de Engenharia de Sistemas de Produção (UESP) - desenvolve a sua actividade nas áreas de Produção (sistemas
de informação avançados de apoio à gestão industrial, gestão da qualidade, gestão da manutenção; sistemas de planeamento
e controlo da produção; racionalização e optimização dos processos produtivos; automação; sistemas de apoio à decisão) e
Logística (sistemas de gestão de cadeias de fornecimento; planeamento de sistemas logísticos; integração e optimização de
estruturas logísticas). Dedica-se ainda ao Negócio Electrónico, Tele-trabalho, Negócio Electrónico entre Empresas e Engenharia
Empresarial (análise e optimização de processos no âmbito da gestão industrial; gestão de projectos de inovação empresarial;
análise de requisitos técnicos e organizacionais; desenho e análise de redes de cooperação empresarial).
- Unidade de Inovação e Transferência de Tecnologia (UITT) - pretende contribuir para o desenvolvimento sustentado das
actividades de I&D através da valorização do conhecimento e das pessoas, desenvolvendo actividades aos níveis dos processos
de Gestão da Inovação, Empreendedorismo (incluindo o social), I&D nas áreas da Gestão da Inovação, Transferência de
Tecnologia e Empreendedorismo, Inovação e Processos de Internacionalização de empresas, Inovação e Responsabilidade
Social das empresas.
- Unidade de Optoelectrónica e Sistemas Electrónicos (UOSE) - desenvolve a sua actividade na área da Optoelectrónica,
principalmente no campo da tecnologia das fibras ópticas. Está orientada para a investigação aplicada e desenvolvimento nas
áreas das Fontess em fibra óptica, comunicações ópticas, sensores em fibra e microfabricação (filmes finos e óptica integrada),
procurando também oportunidades para a transferência de tecnologia para a indústria portuguesa através das suas competências
específicas em optoelectrónica e integração de sistemas electrónicos.
- Unidade de Sistemas de Energia (USE) - exerce a sua actividade em áreas emergentes essenciais para o sector eléctrico:
regulação e mercados de electricidade, integração de produtores independentes dispersos (nomeadamente energia eólica e
outras renováveis), gestão técnica e económica de sistemas de distribuição, uso de SIG e outras TI no planeamento energético
regional, tratamento da incerteza e risco.
- Unidade de Sistemas de Informação e Comunicação (USIC) - realiza diversos tipos de actividades nomeadamente:
desenvolvimento, transferência de tecnologia, consultadoria, auditoria e formação. Estas actividades decorrem em vários
sectores, salientando-se as telecomunicações, autarquias, indústria, comércio, saúde e administração central e regional.
- Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM) - actua em áreas chave no âmbito das modernas redes e serviços de
comunicação, em especial arquitecturas de redes, serviços de telecomunicações, processamento de sinal e imagem,
microelectrónica, TV digital e multimédia.
Além destas Unidades, o INESC-Porto integra três grupos autónomos:
- Laboratório de Inteligência Artificial e Apoio à Decisão (LIAAD) - centra a sua actividade em sistemas de apoio à decisão, com
particular ênfase nas técnicas de data mining, previsão, modelação adaptativa e optimização, com aplicações em marketing,
finanças, escalonamento de processos, saúde, extracção de informação de texto, entre outras áreas.
- Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Avançados (CRACS) - desenvolve a sua actividade nas áreas de
linguagens de programação, computação paralela e distribuída, data mining, sistemas inteligentes e arquitectura de software,
com ênfase na resolução de problemas concretos em áreas de colaboração multi-disciplinar, tais como biologia, medicina e
química.
- Unidade de Gestão e Engenharia Industrial (UGEI) - centra a sua actividade na fronteira entre a Engenharia, a Gestão e as
Ciências Sociais, com o objectivo de identificar processos, técnicas e indicadores de eficiência das instituições. Na base da
estratégia desta unidade está o conceito problem-driven research, que implica o desenvolvimento de soluções ajustadas às
necessidades de cada empresa/instituição.
O INESC-Porto está presente em vários Pólos de Competitividade e Tecnologia (PCT) reconhecidos como Estratégias de Eficiência
e Colectiva (EEC) em Julho de 2009: PCT Health Cluster Portugal; PCT Moda; PCT Produtech (tecnologias de produção); PCT
TICE.PT. Integra ainda a EEC Cluster do Conhecimento e da Economia do Mar.
Fontes:INESC-Porto
109
CAIXA 15 – INEGI
O Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI) foi criado em 1986, no seio do Departamento de Engenharia
Mecânica e Gestão Industrial (DEMEGI) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Desenvolve actividades
de investigação e desenvolvimento, demonstração, transferência de tecnologia e formação nas áreas de concepção e projecto,
materiais, produção, energia, manutenção, gestão industrial e ambiente.
Desde a sua criação que desenvolve competências nos seguintes domínios: análise de vibrações e ruído; análise experimental
de tensões e ensaios não destrutivos; combustão; desenho técnico; energia e térmica industrial; energias renováveis; gestão
de energia; gestão industrial; integridade e simulação estrutural; materiais e estruturas compósitas; medição e tratamento de
efluentes industriais; metodologias e ferramentas de desenvolvimento de produto; novas tecnologias de fundição; prototipagem
rápida e fabrico rápido de ferramentas; reacção dos materiais ao fumo e fogo; simulação processos de fabrico; tribologia e
manutenção industrial.
O INESC-Porto está presente em vários Pólos de Competitividade e Tecnologia (PCT) reconhecidos como Estratégias de
Eficiência e Colectiva (EEC) em Julho de 2009: PCT Health Cluster Portugal; PCT Produtech (tecnologias de produção); PCT
TICE.PT. Está também presente na EEC Cluster da Economia e Conhecimento do Mar.
Fontes: INEGI.
CAIXA 16 – IBM NA FEUP
Recentemente, a IBM instalou um CAS (Centro de Estudos Avançados) no Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC) no campus
da FEUP, o nono CAS que a IBM inaugura na Europa. Este CAS conta como parceiros com o INESC Porto, o INEGI e o
IDMEC.
As principais áreas de actuação deste Centro são: a SSME - Service Science Engineering and Management; a SOA – Service
Oriented Architecture; o BPM - Business Process Modelling; a Cloud Computing & Virtualização e o K-12 Secondary School
Education.
Fontes: Imprensa.
CAIXA 17 – INSTITUTO FRAUNHOFER PORTUGAL
O Instituto Fraunhofer Portugal foi criado para delinear a estrutura de colaboração e estabelecer um novo Instituto em Portugal
- o FhP AICOS - Centro de Pesquisa para Soluções de Informação e Comunicação Assistida. De referir que o FhG – Fraunhofer
Gesellshaft é um Instituto que gere 56 laboratórios de investigação aplicada na Alemanha, sendo uma das maiores instituições
de investigação aplicada na Europa.
O AICOS é o primeiro centro de investigação gerido pela Associação Fraunhofer Portugal Research. As actividades deste Centro,
localizado no Departamento de Informática da Faculdade de Ciências do Porto, tiveram início em Maio de 2008, como projecto
conjunto entre a Fraunhofer Gesellschaft e a Universidade do Porto. Actualmente, encontramo-nos
O centro de investigação FhP-AICOS é uma organização sem fins lucrativos dedicada à pesquisa e desenvolvimento de soluções
de comunicação e informação assistidas, centrada na melhoria da usabilidade e na disseminação do acesso às TIC e na criação
de conhecimento científico gerador de valor acrescentado para seus parceiros industriais. As áreas adicionais de enfoque são a
biotecnologia, a nanotecnologia, a fabricação avançada e a logística.
Fontes: Instituto Fraunhofer Portugal.
CAIXA 18 – INSTITUTO DE BIOLOGIA MOLECULAR E CELULAR (IBMC)
O IBMC foi criado em 1991 e, em conjunto com o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB), foi-lhe atribuído, no ano 2000, o
estatuto de Laboratório Associado.
Pertencente à Universidade do Porto, é um dos principais centros de investigação portugueses nos domínios da biomedicina e
da biotecnologia. Dedica a sua actividade nas seguintes áreas: genética humana e doenças genéticas; biologia da infecção e
imunologia; neurobiologia básica e clínica; biologia estrutural e molecular; mecanismos adaptativos celulares.
Além de realizar actividades de investigação e desenvolvimento tecnológico, o IBMC colabora com o Estado na definição de
políticas científicas e tecnológicas, e presta serviços à comunidade promovendo a divulgação de novos desenvolvimentos
científicos, bem como as suas implicações económicas e sociais.
O IBMC assegura ainda formação pós-graduada, particularmente a nível de doutoramento e de cursos avançados, além de
participar em projectos conjuntos com a indústria nas áreas do diagnóstico e da prevenção. Possui cerca de 350 investigadores
distribuídos 25 grupos. Os cientistas principais pertencem quase todos à Universidade do Porto, aos dois Hospitais Universitários,
ou ainda a outras instituições de investigação nas áreas da biomedicina ou do ambiente.
Integra o Grupo de Fundadores do Pólo de Competitividade e Tecnologia Health Cluster Portugal, reconhecido como Estratégia
de Eficiência e Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: IBMC
110
CAIXA 19 – INSTITUTO DE ENGENHARIA BIOMÉDICA (INEB)
O INEB é uma associação privada sem fins lucrativos, de utilidade pública, fundada em 1989 por várias entidades, incluindo a
Universidade do Porto. As áreas de actividade do INEB são os biomateriais, regeneração de tecidos e geoepidemiologia, e a
aplicação de sinal e imagem em métodos não invasivos de diagnóstico.
Uma grande parte da investigação em biomateriais é realizada num edifício partilhado com o IBMC (com o qual consitui um
Laboratório Associado desde o ano 2000). Cerca de 100 investigadores desenvolvem a sua actividade no INEB, 35 dos quais
são doutorados e 38 estudantes de pós graduação.
Integra o Grupo de Fundadores do Pólo de Competitividade e Tecnologia Health Cluster Portugal, reconhecido como Estratégia
de Eficiência e Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: INEB.
CAIXA 20 – INSTITUTO DE PATOLOGIA E IMUNOLOGIA MOLECULAR
(IPATIMUP)
O IPATIMUP é uma associação privada sem fins lucrativos de utilidade pública, fundada em 1989 sob a égide da Universidade
do Porto. Desde o ano 2000 que é um Laboratório Associado.
Desenvolve actividades de investigação em oncologia e genética populacional, procurando optimizar as interacções de diversos
domínios científicos (medicina, biologia, genética, farmácia, biofísica) e actividade de formação pós-graduada de recursos
humanos especializados em oncologia e oncobiologia, em articulação com o IBMC e INEB. Constituem também actividades
fundamentais do IPATIMUP a divulgação científica com ênfase na prevenção do cancro e de outras doenças e a prestação de
serviços à comunidade nos seguintes domínios: diagnóstico anatomo-patológico e selecção terapêutica de doenças cancerosas
e precancerosas, diagnóstico molecular, aconselhamento genético de cancro familiar e ambiental, e genética populacional e
forense.
É constituído pelos seguintes grupos científicos: oncobiologia; genética de tumores; carcinogénese; epidemiologia; diversidade
genética; genética, evolução e patologia; genética populacional; tumores, evolução e desenvolvimento.
O IPATIMUP integra o Grupo de Fundadores do Pólo de Competitividade e Tecnologia Health Cluster Portugal, reconhecido como
Estratégia de Eficiência e Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: IPATIMUP.
De referir que o IBMC, o INEB e o IPATIMUP, que figuram entre as mais reconhecidas instituições
nacionais de investigação biomédica, deram origem ao Instituto de Inovação e Investigação em
Saúde (I3S), formalmente criado a 28 de Janeiro de 2008. O I3S, que não resulta da fusão daqueles
três institutos mas de um consórcio, reúne mais de 600 investigadores, dos quais cerca de 250 são
doutorados.
111
CAIXA 21 OUTRAS INSTITUIÇÕES DE I&D
Além das instituições de investigação atrás apresentadas, merecem também referência as seguintes:
•
•
•
•
•
•
Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF): foi criado em 1990, tendo como instituição de acolhimento a Escola
Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa (Porto). Além da formação pós-graduada, desenvolve
actividades de I&D em quatro grandes áreas: ciência e tecnologia alimentar; ambiente; enzimas e microrganismos;
nutrição e saúde. O CBQF conta com 100 investigadores, 45 dos quais doutorados.
Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente e Energia (LEPAE): pertencente à Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, é um laboratório especializado no estudo de processos químicos e biológicos, da energia e do
ambiente e seus efeitos na saúde humana. Conta com cerca de 95 investigadores (dos quais 30 são doutorados).
Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR): criado em Março de 2002, é uma associação
privada sem fins lucrativos, dedicada à investigação, divulgação e transferência de tecnologia na área das ciências
marinhas e ambientais.
As suas actividades de investigação incidem em cinco áreas principais: dinâmica oceânica e costeira; ecologia,
biodiversidade e gestão de ecossistemas aquáticos; toxicologia e química ambiental; biologia e biotecnologia marinha;
aquacultura.
Este centro de investigação da Universidade do Porto conta com 405 membros (154 dos quais doutorados). A maioria
dos membros do CIIMAR provém de três escolas da Universidade do Porto: Instituto de Ciências Biomédicas Abel
Salazar, Faculdade de Ciências e Faculdade de Engenharia. Juntamente com o Centro de Ciências do Mar do Algarve
(CCMAR) e com o grupo de investigação em Geologia Marinha do INETI/LNEG de Lisboa, constitui um Laboratório
Associado. Algumas unidades de investigação do CIIMAR estão sediadas noutras instituições: Grupo de Geologia
Marinha (INETI/LNEG, Lisboa); Grupo de Tecnologias Marinhas associado ao INEGI (Porto); Grupo de Biologia Marinha
no “Museu da Baleia” (Madeira); Grupo de Ecologia Marinha na Universidade dos Açores (S. Miguel).
Núcleo de Inteligência Artificial e Análise de Dados (NIAAD): é um centro de investigação da Universidade do Porto, que
congrega actividades de investigação nas áreas de inteligência artificial e de ciência de computadores. Foi criado em
1988, em simultâneo com o Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência dos Computadores (LIACC). Tem mais de 30
membros, metade dos quais doutorados.
Laboratório de Sistemas Autónomos (LSA): é uma unidade de I&D do Instituto Superior de Engenharia do Instituto
Politécnico do Porto (ISEP/IPP), dedicada ao desenvolvimento e aplicação dos sistemas autónomos. Desenvolve
investigação nas áreas de sistemas embebidos, visão artificial, sistemas de percepção, navegação distribuída,
controlo e coordenação de múltiplos robots, com aplicações em ambiente e segurança. Desenvolve robots móveis
aéreos (Veículos da família FALCOS), marinhos (de superfície, caso dos veículos ROAZ e submarinos) e terrestres
(Lince Rover), com aplicações que vão desde a prevenção de fogos florestais e gestão agro-florestal, à monitorização
ambiental e segurança em ambiente marinho, oceanografia até à inspecção de estruturas. Conta com 18 colaboradores
permanentes (docentes e investigadores) e, para além das actividades de I&D, a acção do LSA estende-se à prestação
de serviços de I&D, à formação avançada, com forte impacto na oferta formativa do ISEP. De destacar a regular
presença da equipa de futebol robótico em inúmeros eventos nacionais e internacionais (Festival Nacional de Robótica,
campeonatos do mundo e da Europa).
Centro de Investigação em Sistemas Confiáveis e de Tempo-Real (CISTER): é uma unidade de I&D do Instituto
Superior de Engenharia do Instituto Politécnico do Porto (ISEP/IPP). Foi criado em 1997 e dedica-se à análise, projecto
e implementação de sistemas computacionais embebidos e de tempo real, com ênfase em redes de comunicação,
redes de sensores, linguagens de programação, sistemas operativos e sistemas multiprocessador. Com uma actividade
consolidada a nível nacional e internacional, o CISTER é actualmente uma das unidades de investigação líderes
na Europa nos seus domínios de investigação e desenvolvimento, atraindo para os seus quadros investigadores de
reputação internacional.
5.3. Investigação e Inovação - Os Spin Off da Universidade
do Porto e do INESC Porto
Apresentam-se de seguida exemplos de empresas inovadoras localizadas no Grande Porto, a
maioria criadas a partir das actividades de investigação e empreendedorismo desenvolvidas no
âmbito da Universidade do Porto ou de instituições relevantes no domínio da I&D como é o INESCPorto.
112
CAIXA 22 – GLINTT
A GLINTT – Global Intelligente Technologies, é uma empresa Portuguesa cotada na Euronext Lisbon que actua no
mercado das Tecnologias de Informação em três Continentes, sendo que Espanha, Angola e América Latina assumem
particular importância. No mercado nacional, a Glintt detém uma forte posição nos negócios nas áreas da Banca,
Telecomunicações, Saúde, Comércio, Indústria e Administração Pública. Está preparada para desenvolver soluções
complexas para empresas que operam num ambiente internacional, altamente competitivo. Promove a Imaginação,
Inovação e Competências necessárias para o desenvolvimento de soluções. Promove a rentabilidade dos seus Clientes e
o sucesso dos nossos Accionistas. Crescimento e prosperidade dos seus Clientes são os maiores objectivos da Glintt.
Actualmente, a Glintt está organizada em quatro grandes áreas de negócio:
• Glintt Energy: Centrada em torno do negócio da consultoria técnica / execução de projectos, fabrico de equipamentos
e produção de energias renováveis;
• Glintt Products: Vocacionada para a concepção, design e produção de produtos Glintt, compostos por componentes
de HW e SW;
• Glintt Farma: Dedicada exclusivamente às Farmácias (projectos, venda de equipamentos, HW e SW, actividades de
suporte, etc.);
• Glintt Consulting & Services: Estruturada para vender serviços de BPO, bem como para executar projectos e prestar
serviços de consultoria de IT (todos os níveis).»
Fontes: Glintt; Imprensa.
CAIXA 23 – FIRST SOLUTIONS - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
O Grupo First é constituído por empresas de prestação de serviços e de comercialização de produtos na área dos Sistemas de
Informação. Está vocacionado para o fornecimento de soluções globais que abrangem a consultoria, customização de produtos,
desenvolvimento à medida, formação e suporte pós-venda.
A First actua essencialmente no mercado da saúde, para o qual tem produtos e soluções específicas como é o caso do SiiMA
(Gestão de Serviços Clínicos) e das soluções integradas de telemedicina.
O Grupo tem a sua origem em 2001, quando foi criada a ATM Sistemas de Informação, empresa do Grupo ATM, vocacionada
para a área de sistemas de informação. Em Julho de 2005 formou-se a First Solutions Capital, SGPS., a holding que adquiriu
100% do capital da ATM Sistemas de Informação. Após esta aquisição, a ATM Sistemas de Informação muda a sua designação
social para First Solutions - Sistemas de Informação.
Em Setembro 2005 é constituída a First Devices - Equipamentos e Sistemas, empresa focada na comercialização de equipamentos
médicos e em sistemas de informação clínicos. Em Julho de 2007, é criada a First Solutions Partners, que tem como principal
objectivo actuar no mercado do Sul e Ilhas, através da representação e comercialização dos produtos e soluções do Grupo.
Em Fevereiro de 2008, é adquirida a Netforis – Consultoria e Programação Informática, que veio reforçar o know-how, oferta e
experiência do Grupo First na área dos Sistemas de Informação.
O Grupo está presente no Porto, Lisboa e Madrid e conta com cerca de 40 colaboradores.
Fontes: Grupo First; Imprensa.
CAIXA 24 - BERD - PROJECTO, INVESTIGAÇÃO
E ENGENHARIA DE PONTES, SA
Criada em 2006 e com sede em Matosinhos, a Berd é uma empresa de prestação de serviços na área de engenharia de pontes,
sendo as suas principais actividades a consultoria, o projecto, a I&D e a venda de equipamentos construtivos de pontes de
grande porte.
A empresa começou como uma spin-off associada à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e tornou-se
uma referência internacional no desenvolvimento e aplicação de soluções de vanguarda na construção de pontes. Tem como
accionistas a Mota-Engil, a Aicep Capital e a FEUP.
A empresa está a realizar um conjunto de projectos internacionais, aplicando o sistema OPS (Sistema de Pré-Esforço Orgânico),
patenteado a nível internacional, que assegura reduções de custos de aquisição de equipamentos (cimbres), reduções de custos
operacionais, melhorias de desempenho em termos funcionais (redução de flechas) e aumento de segurança.
Cerca de 97% dos projectos que a empresa desenvolve são fora de Portugal, em países como Espanha, República Checa,
França, Alemanha, Grécia, Hungria, Polónia, Roménia, EUA e Rússia. Nos últimos anos tem concorrido a projectos em mercados
complementares (Kuwait, Israel, Suíça, Áustria, Líbano, Nigéria e Angola).
O cimbre autolancável da BERD, ou seja, as máquinas de construção de pontes que utilizam o sistema OPS, estão registadas e
aprovadas em mais de 60 países. A empresa já desenvolveu e colocou em operação o M-70S, um dos maiores cimbres alguma
vez construídos.
Fontes: site da empresa; imprensa; Cotec.
113
CAIXA 25 – ROUPA DIDÁCTICA
A empresa Roupa Didáctica, incubada na InSerralves, tem como actividade o desenvolvimento de colecções de vestuário para
criança que integram elementos informativos. Nas peças de roupa que desenvolve são contados episódios da História de Portugal
para motivar o conhecimento através do entretenimento.
A empresa pretende criar e comercializar peças de vestuário explorando um novo conceito de difusão cultural e pedagógico,
propondo através das peças de vestuário um contacto directo com as “estórias da História” entre outras disciplinas escolares e
articulando-as com aspectos cívicos e ambientais.
Fontes: Roupa Didáctica; Imprensa.
CAIXA 26 – TOMORROW OPTIONS MICROELECTRONICS
A Tomorrow Options Microelectronics é uma empresa do sector da micro-electrónica especializada em dispositivos médicos.
Foi criada em 2007, no âmbito do Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico da Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto.
Esta empresa desenvolveu, em 2009, com o apoio do INESC-Porto, o WalkinSense, um dispositivo que permite melhorar a
prevenção e avaliação de doenças nos membros inferiores (nomeadamente as que derivam da diabetes, como o pé diabético).
Tendo em vista testes clínicos ao produto e a sua comercialização, a empresa conta com o apoio de parceiros como o Hospital
de Santo António e instituições internacionais, como o centro norte-americano Clear (Center for Lower Extremity Ambulatory
Research), além da clínica britânica Diabetic Foot Clinic (Bristol Royal Infirmary).
A empresa desenvolveu, ainda em 2009, um outro dispositivo, direccionado para o tratamento de úlceras em doentes
acamados.
Fontes: Tomorrow Options Microelectronics; Imprensa.
CAIXA 27 – OWNERSMARK
A Ownersmark teve a sua origem, em 2008, no seio do Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico da Faculdade
de Engenharia da Universidade do Porto e do INEGI, e com o apoio do INESC-Porto e da Sociedade Portuguesa de Inovação.
Especializou-se na produção de compósitos e produtos finais com base em towpreg, isto é, um semi-produto, em compósito,
desenvolvido a partir de polipropileno reforçado com fibras de vidro.
A empresa fabrica postes para o transporte de energia eléctrica, iluminação pública e torres eólicas (com a marca Polight) que
permitem benefícios económicos superiores a 60%, relativamente às tecnologias de postes tradicionais (a principal inovação é
o facto de serem 10 vezes mais leves que o betão e 30 vezes mais resistentes que o aço). Por outro lado, estes postes não são
condutores de energia eléctrica (o que afasta a possibilidade de acidentes por electrocussão) e têm a possibilidade de serem
fabricados em qualquer cor. Em 2008 a empresa assinou um acordo de cooperação para a cedência de patentes e transferência
de tecnologia com a Universidade do Minho/TecMinho, a Universidade do Porto e o INEGI.
Fontes: Ownersmark; Imprensa.
CAIXA 28 – MEDMAT INNOVATION
A Medmat Innovation foi criada em 2002 e localiza-se no TecMaia. Desenvolve a sua actividade na área da saúde, nomeadamente
no fabrico de biomateriais para a regeneração do tecido ósseo e tecido nervoso e na biomodelação 3D para o fabrico de modelos
médicos, próteses e implantes personalizados.
A empresa actua ainda na área da engenharia de tecidos, tendo como objectivo disponibilizar biomateriais associados a células
estaminais autólogas, o que permite a perfeita integração dos biomateriais no corpo humano.
Comercializa o Bonelike®, um substituto ósseo que ajuda a regeneração, em casos de trauma (acidente), envelhecimento ou
doença óssea - acelera a formação de novo tecido ósseo, evitando a utilização de auto-enxerto obtido de uma zona dadora do
paciente. Em 2006 a empresa ganhou o “Prémio Professor Carlos Lima”, concedido pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia
e Traumatologia. Este prémio foi atribuído ao trabalho científico intitulado “Bone ingrowth in Macroporous Bonelike® for
Orthopeadicapplications”, considerado o melhor trabalho na área da Ortopedia. Este trabalho resultou de uma longa colaboração
na área da medicina regenerativa do tecido ósseo, que tem sido desenvolvido entre docentes e investigadores Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, do Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) e do Serviço de Ortopedia do Hospital de
São João.
Fontes: Medmat Innovation; Imprensa.
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CAIXA 29 – GENETEST
A Genetest é uma spin-off do IPATIMUP da Universidade do Porto, instituição com a qual mantém uma estreita colaboração nas
áreas da investigação e desenvolvimento. Foi criada em 2004, estando incubada na BioCodex - Incubação de Empresas de
Ciências da Vida. A sua estrutura accionista envolve a PME Capital e o Grupo Lena.
Dedica-se à investigação de testes de susceptibilidade genética de doenças, tendo sido o primeiro laboratório em Portugal, a
apresentar um extenso painel de exames genéticos de cardiologia que permitem diagnosticar várias patologias cardiovasculares
com uma componente genética associada.
Em parceria com o IPATIMUP, a Genetest desenvolveu um método inovador para diagnóstico genético de doenças cardiovasculares
e de gastrenterologia através da saliva. A amostra é obtida através de raspagem de células epiteliais bucais com recurso a um
kit a partir do qual é extraído o ADN para análise.
Fontes: Genetest; Imprensa.
CAIXA 30 – OCEANSCAN – MARINE SYSTEMS & TECHNOLOGY
A Oceanscan é uma empresa do Porto que desenvolve ferramentas, veículos, sistemas, tecnologias de monitorização e estudo
de recursos hídricos, em particular dos oceanos. Desenvolve estudos de impacto ambiental de descargas sobre massas de
água, levantamentos hidrográficos, inspecções de estruturas subaquáticas e tecnologia para monitorização ambiental. Destaque
para o sistema Luz Autónoma Underwater Vehicle System (lauv), um AUV de baixo custo para levantamentos oceanográficos e
ambientais projectado e construído na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
De referir que a Oceanscan integra o Cluster do Conhecimento e Economia do Mar, reconhecido como Estratégia de Eficiência
Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: Oceanscan; Imprensa.
De referir ainda os seguintes exemplo de spin off da Universidade do Porto:
• Practical Way Software: empresa incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da
Universidade do Porto (UPTec). Apresentou na Tektonica 2009 a plataforma ORZARE.
COM, que integra as funcionalidades de portal, comunidade, catálogo e ferramenta de
orçamentação gratuita para os sectores da construção, engenharia civil e arquitectura. A
empresa pretende atingir a liderança nacional do mercado de software de orçamentação
para construção civil. Sendo o desenvolvimento de soluções integradas para ambientes web
o seu core business, a empresa pretende começar a actividade nos mercados brasileiro
e espanhol em 2010, alargando os seus serviços também para outros países da Europa,
Ásia e América Latina.
• Tecla Colorida: spin-off da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e do
INESC-Porto, especializada em plataformas virtuais. Desenvolveu o projecto “Escolinhas Plataforma Colaborativa e Social para Escolas do Ensino Básico”, uma inovadora plataforma
que permite aos alunos do 1º ciclo do ensino básico interagir com as novas tecnologias e
que, após um período experimental nas escolas do Porto (no âmbito do projecto “Crescer
Interactivo” da Câmara Municipal do Porto e do Porto Digital) foi lançado a nível nacional.
• Ablynx: incubada no UPTec desde 2008, esta empresa é a sucursal portuguesa da empresa
belga especializada nas nanotecnologias aplicadas à farmacêutica. A Ablynx desenvolve,
em parceria com o IBMC, uma tecnologia já patenteada e única no mundo que permite
criar nanobodies, isto é, um novo tipo de proteínas terapêuticas com base em fragmentos
de anticorpos destinado ao combate de uma gama de doenças humanas graves, como
cancro, inflamações, tromboses ou Alzheimer.
• VirtualCare - Systems for Life: esta empresa resultou de uma parceria entre o Serviço de
Bioestatística e Informática Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
e a Bridge, empresa de desenvolvimento e implementação de soluções tecnológicas.
Tem como objectivos o desenvolvimento, a divulgação, comercialização, implementação
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e a manutenção de inovadores sistemas de informação médica. Desenvolveu o
VCINTEGRATOR, um sistema de registo informático que centraliza o historial clínico dos
pacientes e os relatórios médicos mais recentes à medida que são produzidos.
Biosckin Molecular and Cell Therapies: localizada no TecMaia, é uma empresa que tem
como principal actividade o processamento e criopreservação de células estaminais obtidas
a partir do sangue do cordão umbilical.
Fluidinova - Engenharia de Fluidos: criada em 2005 e localizada na Maia, esta empresa tem
na Computação em Fluidos Dinâmicos a sua core technology, uma moderna ferramenta
computacional que permite determinar e prever o movimento/transporte de fluidos, gases e
líquidos em qualquer geometria de fluxo. Desenvolveu a tecnologia “NETmix”, que permite
produzir hidroxiapatite (material básico do osso humano) sobre a forma de nanopartículas.
Esta tecnologia deu origem a um produto designado “NanoXIM*HAp70”, que permite,
entre outras aplicações, que a radioactividade não seja distribuída pelo corpo durante os
tratamentos por quimioterapia.
ProImunoDiagnostics: esta empresa pretende desenvolver e comercializar produtos e
serviços para o diagnóstico da leishmaniose canina, colmatando uma necessidade do
mercado veterinário. Tem como objectivo a produção de proteínas recombinantes e a
prestação de serviços imunológicos, assim como serviços de consultadoria especializados
nestas áreas.
Ecoinside - Soluções em Ecoeficiência e Sustentabilidade: localizada em Vila Nova de Gaia,
é uma empresa especialista em ecoeficiência e actividades de conservação da natureza. É a
primeira spin off do primeiro Curso de Empreendedorismo da Universidade do Porto (2006),
da responsabilidade da Escola de Gestão do Porto. A actividade principal da Ecoinside
consiste na prestação de serviços personalizados às empresas de todos os ramos de
actividade. Através das mais inovadoras tecnologias e produtos nas áreas da ecoeficiência
empresarial e da sustentabilidade ambiental, proporciona significativas reduções de custos
fixos, ao mesmo tempo que reduz o impacto ambiental provocado. Destacam-se nas suas
competências: a redução e racionalização dos consumos com a energia, a optimização
dos consumos de água, a redução das emissões gasosas, nomeadamente de gases que
contribuem para o aquecimento global e gases depletores da camada do ozono e, ainda,
a gestão e valorização dos desperdícios e resíduos produzidos. Entre outros projectos,
desenvolveu o Programa BioRia, um projecto de divulgação e conservação do ecossistema
na zona protegida dos campos de Salreu, junto à Ria de Aveiro; desenvolveu também a
nova piscina de Estarreja, que permite poupanças de 50% de água e 46% de energia.
Advanced Cyclone Systems (ACS): localizada no Porto, desenvolve, comercializa e instala
sistemas de captura de partículas patenteados e baseados em ciclones. A actividade da
empresa inclui despoeiramentos como o controlo de emissão de partículas em processos
de exaustão industriais ou a separação e recuperação de produtos na indústria química,
alimentar e farmacêutica. Fornece ciclones numericamente optimizados Hurricane e
sistemas de ciclones de alta eficiência com recirculação mecânica ou electrostática
ReCyclone. Os sistemas ReCyclone são mais eficientes do que qualquer outro sistema de
ciclones existente a nível mundial e a sua eficiência é comparável a filtros de mangas para
diversas aplicações. Esta tecnologia obteve o 1.º prémio nacional de inovação ambiental
em 2008.
TRENMO - Transportes, Engenharia, Modelação: é uma empresa criada, em Setembro de
2005, a partir de um spin-off desenvolvido na Faculdade de Engenharia da Universidade
do Porto, na área da modelação de transportes. É detida na sua maioria pela TRENMO
SGPS que integra participações em empresas nas áreas transportes e território, desde a
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consultoria de alta direcção (como a Trenmo Consulting), a consultoria ambiental (como a
OCCAM), os conteúdos (como a Sítios e Memórias), o design de informação (como a YAH)
ou a tecnologia como a (SMARTMOVE). Integra também uma imobiliária para ajudar em
projectos de desenvolvimento.
Exemplos de Spin Off do INESC-Porto
À semelhança da Universidade do Porto, e muitas vezes em parceria com esta instituição de
investigação, também o INESC-Porto tem estado na origem de interessantes empresas inovadora
do Grande Porto. Apresentam-se de seguida alguns exemplos de spin-offs deste instituto:
CAIXA 31 – MOG SOLUTIONS
A MOG Solutions foi criada em 2002 e localiza-se no TecMaia. Esta empresa investiga, desenvolve e dá apoio a novas soluções
para a indústria de produção e distribuição de conteúdos multimédia.
Foi a primeira empresa a desenvolver uma abordagem completa do MXF (Material eXchange Format), com o objectivo de
alcançar interoperacionalidade e gestão integrada de conteúdos em todas as fases da cadeia de produção, incluindo a aquisição,
edição, arquivo e distribuição. O MXF é um novo formato de ficheiro normalizado pelo SMPTE (Society of Motion Pictures and
Television Engineers), criado para o intercâmbio de material audiovisual com metadados associados. A empresa tem como
clientes empresas como a Adobe, Apple, Harris, Microsoft, Sony, Thomson Grass Valley, Telestream, NBC, entre outras.
A título de exemplo, refira-se que a MOG desenvolveu o projecto de digitalização do Arquivo da RTP - as estações de conversão
e software de anotação desenvolvidas, permitem a um grupo alargado de operadores catalogar os conteúdos multimédia usando
as mais recentes tecnologias. Por outro lado, a MOG Solutions forneceu para à NBC (TV Norte Americana) um sistema que
permitiu a optimização do processo de produção dos conteúdos relativos aos Jogos Olímpicos de Turim de 2006, além de ter
feito a cobertura dos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008, alimentando não só os sistemas de distribuição de TV nos EUA mas
também os canais de distribuição da NBC via Internet.
Em finais de 2007, a MOG Solutions criou, em parceria com XLPartner (outra empresa também instalada no TecMaia, a nova
empresa MOG Technologies, orientada para o desenvolvimento de serviços e produtos “chave-na-mão” para o utilizador final.
Fontes: MOG Solutions; Imprensa.
CAIXA 32 – FIBERSENSING - SISTEMAS AVANÇADOS DE MONITORIZAÇÃO
A Fibersensing é uma empresa que utiliza a mais recente tecnologia em fibra óptica, o bragg, que apresenta a vantagem de não
ter qualquer tipo de interferência a nível de campos magnéticos, nem de rádio interferência, podendo ser instalado em minas,
aviões, barragens, pontes, etc.
Se no início a empresa estava ligada sobretudo ao sector da construção civil, a sua actividade diversificou-se para sectores
como a aeronáutica, a aeroespacial, as energias eólicas e as energias das ondas. A Fibersensing aparece ligada a projectos de
empresas como a Siemens, a Airbus, a Efacec, Martifer, REN, Refer, entre outras. A empresa, sediada na Maia, tem desenvolvido
vários projectos, entre os quais se destacam: a parceria com a REN, com o intuito de fazer a medição da temperatura nos cabos
de alta tensão; a destilaria de Leça da Palmeira, na torre da Galp; a ponte móvel de Leixões; o túnel do Marquês de Pombal,
entre outros.
Fontes: Fibersensing; Imprensa
Referência ainda para outras três spin-off do INESC-Porto:
•
Bullet Solutions – Sistemas de Informação: criada em 2006, é uma empresa especializada
na prestação de serviços de consultoria e desenvolvimento de soluções informáticas de
optimização, eficientes e à medida de cada cliente. Desenvolve os seguintes produtos: Bullet
TimeTabler Education University (gerador automático e optimizado de horários escolares
dirigido ao ensino superior); Bullet TimeTabler Education ClassRoom (produto de gestão
de espaços de horários escolares, totalmente automático e optimizado); Bullet Calendar
(módulo complementar do produto Bullet TimeTabler Education University, que permite
117
•
•
efectuar a gestão diária de todas as actividades existentes na instituição, funcionando
como uma agenda que controla a ocupação de todos os recursos (professores, turmas e
salas); Bullet TimeTabler Medical (gerador automático e optimizado de escalas médicas,
direccionado para o sector da saúde); Bullet Personnel Scheduler (produto de gestão de
pessoal, que efectua a distribuição de tarefas pelos colaboradores de um modo automático
e optimizado, adaptável a diversos sectores de actividade).
Xarevision: criada em 2007, é uma empresa especializada na prestação de serviços de
instalação e operação de redes de televisão privada. Actua principalmente no desenvolvimento
de redes privadas de televisão (Corporate Tv e Digital Signage Networks). Foi a empresa
escolhida para fornecer todo o sistema de televisão privada da Universidade do Porto (o
projecto UPMedia). Em parceria com a Modelo Continente Hipermercados, a empresa
apresentou um conjunto de soluções inovadoras de comunicação in-store, explorando
novas e eficazes abordagens ao consumidor, com elevados níveis de interactividade e
contacto directo na placa de venda, local de decisão e acção de compra.
Smartwatt: criada em 2008, esta empresa é Energy Service Company (ESCO), designação
atribuída a empresas cuja actividade consiste no fornecimento de soluções energéticas a
consumidores finais, com a mesma qualidade de serviço mas com maior valor ambiental,
diminuindo o consumo energético e o custo final através de serviços que melhoram a
eficiência energética. A empresa foi alvo de uma operação de aumento do Capital que foi
totalmente subscrito pela Caixa Capital, empresa de capital de risco do Grupo CGD.
6. A INOVAÇÃO EMPRESARIAL NA REGIÃO
6.1. O papel das PME`s
A inovação empresarial no Grande Porto pode diferenciar-se em dois processos distintos:
• A inovação sectorial, que consiste no desenvolvimento de novos produtos e/ou processos
de produção, na criação de marcas próprias e na adopção de novas estratégias de marketing
para a internacionalização por parte de empresa já estabelecidas em sectores com tradição no
território, nomeadamente se tiverem vocação exportadora.
• A diversificação estrutural, que consiste no surgimento e multiplicação de empresas em
sectores de actividade que não tinham tradição neste território, nomeadamente se tiverem
vocação exportadora.
Se várias das grandes empresas referidas atrás, quando se abordaram os clusters principais do
Grande Porto, são âncoras da inovação regional - vejam-se os casos da EFACEC, da BIAL, da
UNICER, da CABELTE - um dos traços distintivos da sub-região é o dinamismo das PME´s em
termos de inovação. Nas Caixas que se seguem referem-se, a título de exemplo, sete empresas
PME`s que ilustram um ou outro destes processos e apontam para o potencial de diversificação
que existe.
Uma das características actuais do tecido empresarial do Grande Porto é a variedade de grandes
empresas com posições dominantes no mercado interno e de PME´s orientadas para a exportação e
inovadoras mas que – umas e outras - são únicas nos seus sectores ou segmentos de actividade, não
se tendo verificado processo de “réplica” que levassem à criação de outras empresas competidoras
nos mesmo sectores ou segmentos, o que impossibilita, na prática, a criação de novas dinâmicas
de clusterização na região. Com a notável excepção das empresas que se têm vindo a constituir e
a crescer em torno das tecnologias de informação.
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CAIXA 33 – MASTER GUARDIAN
Esta empresa de electrónica, criada em 1982, está especializada na concepção e fabrico de sistemas de alarme para edifícios
e para viaturas, com uma forte presença nos mercados internacionais. Em 1986 a MasterGuardian® apresentou o primeiro
alarme automóvel do mercado mundial com microprocessador, mudando definitivamente o conceito de protecção do veículo.
Em 1993 o telecomando MasterGuardian® foi galardoado com o Prémio de Design do Centro Português de Design. Em 1997
foi seleccionada pelo fabricante dos automóveis EMME LOTUS para desenvolver e fabricar o auto alarme e todos os módulos
electrónicos para os seus veículos.
Em 2003 apresentou o primeiro Sistema de Segurança com Comando por Impressões Digitais que se caracteriza pela extrema
facilidade de utilização e por um design aplaudido em todas as exposições internacionais. Os produtos MasterGuardian são
utilizados por quase um milhão de clientes em todo o mundo.
Fontes: Master Guardian; Imprensa.
CAIXA 34 – FRULACT- INGREDIENTES PARA A INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
A Frulact é uma empresa especializada na indústria de preparados de fruta com destino à utilização das indústrias dos lacticínios,
da pastelaria industrial, dos gelados e das bebidas. Foi criada em 1987, na Maia, tendo em 1998 aberto uma nova unidade fabril
na Covilhã. Em 1999 iniciou o seu processo de internacionalização, em Marrocos e na Tunísia, com o objectivo de servir uma
fileira de indústrias do sector alimentar e o mercado de grande consumo. Em 2006, a Frulact adquiriu a empresa francesa GBP
(Granger Bouguet Pau), dando origem à Frulact França.
O Grupo conta com fábricas em 5 países (Portugal, França, Marrocos, Argélia e Tunísia), para servir os mercados europeu
(Portugal, Espanha, França, Luxemburgo, Suíça), do Norte de África (Marrocos, Argélia e Tunísia) e do Médio-Oriente (Líbia,
Egipto, Arábia Saudita, Emiratos Árabes, Irão e Israel). Serve directamente grandes clientes e marcas mundiais, como a Danone,
Nestlé, Yoplait, Senoble, Pascual, Lactalis-President, Novandie, Emmi, Iparlact, Lactogal, Unilever, entre outros. O Grupo possui
um Núcleo de Investigação, certificado pela Agência de Inovação (o Nitec-Frutech).
Integra o Grupo de Fundadores do Pólo de Competitividade e Tecnologia para a Fileira Agro-Industrial “Alimentos, Saúde e
Sustentabilidade”, reconhecido como Estratégia de Eficiência e Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: Frulact.
CAIXA 35 – PROCALÇADO
É uma empresa líder no mercado europeu no que toca à concepção, desenvolvimento e fabrico de componentes para calçado.
A FOR EVER®, líder nacional no sector das solas, e a WOCK®, linha de calçado profissional (o calçado é anti-derrapante,
anti-estático, esterilizável, anatómico, ventilado, absorvente ao choque e impermeável) são as duas marcas exclusivas desta
empresa. A empresa está especializada na produção de unidades de sola e de outros componentes de calçado, utilizando
inúmeros tipos de material, nomeadamente borracha vulcanizada, borracha termoplástica (SEBS e SBS), PU, PVC, TPU e PU/
CORTIÇA. A empresa conta com cerca de 220 trabalhadores.
Fontes: Procalçado; Frulact.
CAIXA 36 – PRONEFRO-PRODUTOS NEFROLÓGICOS
Esta empresa, fundada em 1983 e com a sua sede social na Zona Industrial da Maia, está especializada no fabrico de
dispositivos médicos para hemodiálise, com base em plásticos técnicos, tendo começado por se especializar nas linhas de
sangue compatíveis com todas as marcas de monitores. Foi alargando a sua gama a outros produtos tais como agulhas de
fístula, cateteres, dialisadores e outros acessórios e dispositivos médicos. É o mais internacionalizado fabricante de dispositivos
médicos instalado em Portugal e tem hoje filiais no Brasil e em Espanha.
Fontes: Pronefro; Imprensa.
CAIXA 37 – M.A. R. KAYAKS
A M.A.R. Kayaks é uma empresa de Vila do Conde que se dedica à produção semi-artesanal de embarcações ligeiras em
materiais compósitos. Fundada há três décadas, cedo entrou no mercado internacional da canoagem de alta competição com
o lançamento da marca e de modelos com design próprio. Actualmente, a marca NELO está associada ao espírito desportivo,
competitivo e ganhador e é o maior activo da empresa. Os produtos são feitos com resina de epoxy, fibras de vidro, carbono e/
ou kevlar, e outros materiais, seguidos de um ciclo de cura em vácuo. A personalização dos barcos à medida dos atletas e a
assistência dada nas competições são os principais factores de diferenciação. As novas instalações que incluem um departamento
de I&D e prototipagem, acomodam cerca de 40 colaboradores.
Fontes: MAR Kayaks; Imprensa.
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CAIXA 38 – BRIEL
Esta empresa é o maior fabricante nacional de máquinas de café expresso, tendo vindo ganhar presença crescente nos mercados
internacionais. Apostando na inovação e tendo passado a dispor de um centro de I&D, originária de um dos países com maior
tradição no consumo de café expresso, desde a sua fundação em 1978, foram muitas as inovações apresentadas - a empresa
destaca, em 1982 o lançamento da sua primeira máquina com um corpo totalmente construído em plástico (ABS). Em resultado
da enorme aceitação que os seus modelos foram recolhendo do público, passou na década de 90 a dedicar-se exclusivamente
ao desenvolvimento de máquinas de café expresso.
Fontes: Imprensa.
CAIXA 39 – ENERGIE
Esta empresa, fundada em 1986, é detentora exclusiva da patente e fabricante de sistemas solares termodinâmicos, que utilizam
uma tecnologia solar térmica de alta eficiência energética, baseada no princípio do físico Francês Nicolas Carnot, graças ao
qual os painéis solares são capazes de captar o calor do sol, da chuva e do vento, 24 horas por dias 365 dias por ano. O líquido
ecológico que circula num circuito fechado, a temperaturas negativas, capta o calor nos painéis solares e em seguida liberta-o
na água através de um permutador de calor. Este tipo de painéis é especialmente indicado para soluções de águas quentes
domésticas, aquecimento central, aquecimento de piscinas ou aquecimento de águas para a indústria.
Fontes: Energie.
CAIXA 40 – JP SA COUTO
Fundada em Março de 1989, a JP Sá Couto é uma empresa de informática, localizada em Matosinhos, orientada exclusivamente
para o canal de revenda, que se dedica ao fabrico de equipamentos informáticos, detendo a marca Tsunami. A empresa produz,
em parceria com a Intel, o Magalhães, um computador de pequenas dimensões, leve e resistente ao choque, especialmente
pensado para crianças entre os 6 e os 10 anos.
A JP Sá Couto facturou 165 milhões de euros em 2008, um crescimento de cerca de 70% em relação a 2007. O portátil Magalhães
foi responsável por 10% daquele volume de negócios.
De referir que, em Novembro de 2008, a JP Sá Couto assinou um acordo com a Intel e o Centro para a Excelência e Inovação na
Indústria Automóvel (CEIIA), com o objectivo de conceber, produzir e comercializar a nova geração do computador Magalhães,
que apresenta melhorias em relação ao modelo anterior (nomeadamente uma caneta/rato incorporada, que permite escrever
directa e manualmente para o computador).
A JP Sá Couto integra o Pólo de Competitividade e Tecnologia TICE.PT, reconhecido formalmente como Estratégia de Eficiência
Colectiva em Julho de 2009.
Fontes: JP Sá Couto; Imprensa.
CAIXA 41 – MULTIWAVE PHOTONICS
Esta empresa industrial de alta tecnologia localizada no TECMAIA foi fundada em 2003 desenvolve, industrializa e comercializa
lasers baseados em tecnologias de fibra óptica e optimizados para aplicações industriais, de monitorização ambiental e
biomédicas. Aspira tornar-se uma fornecedora de nível mundial de pulsed fiber lasers e outras Fontess ópticas inovadoras
baseadas em tecnologia de fibra óptica. Os mercados alvo são internacionais.
Fontes: Imprensa.
CAIXA 42 – IMEDAITA- SISTEMAS MULTIMÉDIA
Esta empresa está vocacionada para a área da multimédia, tendo sido pioneira em Portugal na criação de “quiosques multimédia” e
participado no crescimento exponencial da utilização pelos mais diversos sectores de postos de informação interactiva multimédia,
criando uma marca europeia própria - CYBERTOTEMS -, com uma gama de produtos que inclui modelos para transferência de
informação, comércio de retalho electrónico, buscas na internet, banca electrónica, venda automática de bilhetes e controlo de
acesso, podendo fabricar hardware personalizado para clientes.
Fontes: Imprensa.
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CAIXA 43– ALERT LIFE SCIENCES COMPUTING
A ALERT é uma empresa inteiramente dedicada ao desenvolvimento, distribuição e implementação do software clínico ALERT®
com a missão de criar ambientes clínicos sem papel.Com sede no Porto, a empresa iniciou a sua actividade em Dezembro de
1999 e conta hoje com uma equipa multidisciplinar de colaboradores, incluindo clínicos, designers, arquitectos, engenheiros,
matemáticos e gestores.
O software ALERT® é uma ferramenta operacional para todos os ambientes de prestação de cuidados de saúde e para todos os
profissionais da área da saúde com a capacidade amplamente demonstrada de produzir ambientes totalmente isentos de papel.
Permite a introdução, em tempo real, de toda a informação clínica. É uma aplicação em constante enriquecimento dos seus
conteúdos e visa, no futuro próximo, oferecer ferramentas de inteligência artificial a todos os profissionais da área da saúde.
Fontes: Alert; Imprensa.
CAIXA 44 - WIPRO/ENABLER
A Wipro Portugal (ex ENABLER do Grupo SONAE) lidera a vertical de Retalho da Wipro Technologies a nível mundial e é
especializada na integração das soluções Oracle Retail, sendo também fornecedora de serviços de consultoria para grandes
retalhistas. A Wipro Retail é uma empresa internacional de serviços de TI, dedicada a trazer valor a retalhistas de renome a nível
mundial. Trabalha com os seus clientes em programas de transformação dos seus sistemas de TI e de negócio, no sentido de
alcançarem vantagens competitivas. O portfólio de clientes da Wipro Retail inclui retalhistas de renome de Inglaterra, França,
Itália, Espanha, Alemanha, Holanda, Croácia, EUA, República Checa, Turquia, Dubai, Quénia, Kuwait, Arábia Saudita, Portugal,
entre outros.
Fontes: Wipro; Imprensa.
CAIXA 45 – NDRIVE
Esta empresa foi fundada em 2001, está orientada para os mercados GIS e mobilidade e desenvolveu a marca e o software
NDRIVE em 2005, tendo actualmente vendas em mais de 40 países. A empresa providencia software, produtos e serviços
de navegação pessoal líder no mercado. A aplicação auxilia o utilizador final a encontrar o ponto de destino mais rápida e
eficazmente, oferecendo mapas de dezenas de países em formato digital e altamente detalhados, com usabilidade simples,
preparada também para o utilizador mais inexperiente.
A tecnologia NDRIVE é multi-plataforma, correndo em iPhone, Android, Windows Mobile, e Symbian. Interage com mapas de
diferentes provedores e coloca à disposição características avançadas, como bases de dados dinâmicas, para o utilizador final.
O conceito NDrive está também disponível para integração OEM, a partir do programa de parceiros OEM.
Fontes: NDrive; Imprensa.
CAIXA 46 – NAUTILUS
A NAUTILUS é uma empresa localizada em Gondomar que se dedica ao fabrico de mobiliário para diversos segmentos como o
de sala de aula, de autor – no qual produziu obras de arquitectos como Fernando Távora, Hestnes Ferreira e Bartolomeu Costa
Cabral – e residencial, entre outros.
No segmento de mobiliário escolar, a Nautilus lançou com êxito os seguintes produtos: a) as mesas interactivas UNI_NET,
concebidas em Portugal e patenteadas em todo o mundo e que são postos de trabalho versáteis com computadores integrados;
b) a escola interactiva UNI_NET, surgida da rápida adopção das mesas UNI_NET por parte de escolas, que permite a cada
aluno ter como principal ferramenta um computador pessoal ligado em rede a um quadro electrónico; c) a Ergos Classroom,
composta por cadeiras e mesas que proporcionam segurança, conforto e um melhor entendimento da biomecânica da postura
corporal (factores determinantes para a aprendizagem dos alunos). Evoluindo da UNI_NET para o conceito de Escola Interactiva,
a Nautilus teve de completar a sua oferta com software de gestão da aula e conteúdos programáticos acreditados de apoio aos
professores.
A Nautilus tem uma estratégia voltada para o mercado, exportando principalmente para o Reino Unido e Espanha, e encontrandose em fase de abertura noutros países como França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Suíça, Alemanha, Polónia, Hungria e
Eslováquia.
Fontes: COTEC, site da empresa.
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6.2. As instituições de interface
e apoio à inovação empresarial
Destacamos duas destas instituições, relativamente recentes, mas com uma forte dinâmica:
• Centro para a Excelência e Inovação da Industria Automóvel (CEIIA): é uma associação
de direito privado sem fins lucrativos, criada em Dezembro de 1999, que tem como
objectivo aumentar a competitividade das indústrias automóvel e aeronáutica em Portugal,
melhorando o posicionamento das empresas nacionais nas cadeias de fornecimento
internacionais. É objectivo do CEIIA potenciar a competitividade das indústrias da
mobilidade, nomeadamente automóvel, aeronáutica e ferrovia, através da promoção de
actividades de inovação e tecnologia de vocação nacional e internacional, incentivando a
cooperação entre empresas, organizações, universidades e entidades públicas, com vista
aumentar a capacidade de investigação e desenvolvimento e a qualificação e valorização
dos recursos humanos. Actualmente a sua actividade organiza-se em torno de três vectores
estratégicos: 1) consolidação da actividade em torno de construtores e fornecedores
da indústria automóvel, a que pertencem a maioria dos seus associados (vd Amorim
Industrial, CABELAUTIO, INAPAL Plásticos e INAPAL Metal, GESTAMP, IBER OLLEF,
IETA, INCOMPOL, CAETANO Componentes, etc) procurando nomeadamente estreitar
a colaboração com o grupo VOLKSWAGEN; 2) especialização da actividade segundo
as grandes tendências do sector automóvel com destaque para a mobilidade eléctrica
em que participa no projecto MOBI incluído no Pólo de Competitividade e Tecnologia
Indústrias de Mobilidade, no qual é a entidade líder 3) diversificação da actividade com
vista a facilitar a integração de empresas portuguesas nas cadeias de fornecimento das
indústrias aeronáutica e – futuramente – ferroviária. O CEEIA tem vindo desenvolver um
intenso programa de formação no estrangeiro de engenheiros portugueses nas áreas atrás
referidas.
• Centro de Energia das Ondas - Wave Energy Centre (WAvEC): é uma associação sem
fins lucrativos, fundada em 2003, vocacionada para o desenvolvimento e promoção da
utilização da energia das ondas, através de suporte técnico e estratégico a empresas,
instituições de I&D, entidades governamentais e autoridades locais. O WavEC procura,
colaborar com empresas e outras instituições estrangeiras que reconheçam a necessidade
de cooperação internacional, em particular aqueles que procuram uma associação com
empresas portuguesas. Oferece os seus serviços a entidades e empresas interessadas no
desenvolvimento da energia das ondas em Portugal e noutros países, nomeadamente em
estudos de natureza estratégica, de políticas públicas e de avaliação tecnológica e ainda
em áreas tecnológicas (modelação numérica e monitorização) e de formação de recursos
humanos.
O WavEC tem como associados um conjunto de empresas portuguesas interessadas no
desenvolvimento das tecnologias de aproveitamento de um potencial energético de grande
interesse para Portugal: EDP, GALP ENERGIA, EFACEC, MARTIFER, A.SILVA MATOS,
GENERG e CONSULMAR. O Centro realiza, igualmente, projectos de investigação,
nacionais e europeus, para apoio ao desenvolvimento da energia das ondas, de que são
exemplos o projecto de Wavetrain2, CORES, EQUIMAR, WAVEPLAM, entre outros.
Com uma implantação mais antiga é de referir um dos primeiros Centros Tecnológicos criados em
Portugal:
• Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM): localizada no Porto,
é uma instituição privada de utilidade pública sem fins lucrativos, criada em 1986, que
122
resultou da associação de interesses, de empresas industriais e respectivas associações
com organismos públicos. Tem como sócios fundadores a Associação dos Industriais
Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), o Instituto Nacional de
Engenharia e Tecnologia Industrial (INETI) e o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias
Empresas e ao Investimento (IAPMEI). A sua missão é contribuir para a inovação
e competitividade das indústrias nacionais da metalomecânica e sectores afins ou
complementares.
FIGURA 10 -GRANDE PORTO: ÂNCORAS E ACTORES DE INOVAÇÃO - UM EXEMPLO
Equipº
Ferroviário
Automaç
ão &
Robótica
Micropro
cessador
Equipº
Electrico
SOLIDAL
/TEGOPI
EFACEC
LogísticaAut
omática
WIPRO
ENABLER
SISTRADE
JPSÁ
COUTO
NDRIVE
ENERGIE
SALVADOR
CAETANO
BRIEL
Master
Guardian
PORTO
EDITORA
(multimedia)
CABELTE
MARTIFER
IMEDIA
TA
AICOS
ADIRA
INESC
Porto
ISEP
CEIIA
INEGI
INAPAL
ISR
Porto
FRAUNHOFFER
CISTER/
VULCANO
/BOSCH
FELINO
LSA/
METAL
&PLÁSTICOS
ISEP
IDMEC
Porto
CIÊNCIAS DA
COMPUTAÇÃO &
TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO
Engenharia
Mecânica &
Electrotécnica
LIACC
6.3. As infraestruturas de acolhimento empresarial
para a inovação
Localizam-se no Grande Porto várias infra-estruturas vocacionadas para o acolhimento de empresas
inovadoras, destacando-se:
• Parque de Ciência e Tecnologia da Maia (TecMaia): é uma sociedade anónima de direito
privado, constituída em 1999, tendo como principal promotor a Câmara Municipal da Maia
e a participação, entre outros, da Agência para o Investimento e Comércio Externo de
Portugal (AICEP), da Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (PortusPark),
do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI), da PME
Investimentos e da MAIÊUTICA - Cooperativa de Ensino Superior. Apresenta-se como um
pólo que congrega cerca de 50 empresas de base tecnológica (incluindo diversas spin off
da Universidade do Porto) e mil postos de trabalho. Em edifício próprio, funciona o CEIIA.
• Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTec): criado em 2007, está
vocacionado para o acolhimento de projectos empresariais (pré-incubação e incubação),
para o acolhimento de empresas (start-ups ou micro empresas já constituídas que necessitem
de parcerias ou de I&D para adquirirem escala competitiva) e para o acolhimento de centros
de inovação empresarial com vantagens competitivas e oportunidades mútuas através da
proximidade entre as empresas, a Universidade do Porto e os seus centros de I&D. As suas
123
•
principais seguintes áreas de negócio são as tecnologias de informação, as ciências da
vida, a engenharia e as indústrias criativas.
Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (PortusPark): foi criado em 1991, como uma
estrutura tripolar (Maia, Ave e Feira) com uma forte ligação à universidade. Constitui
uma Rede de Parques de Ciência e Tecnologia e Incubadoras, que integra as seguintes
instituições: TecMaia (na Maia); Avepark (nas Taipas, Guimarães); UPTec (no campus da
Asprela, Universidade do Porto); Sanjotec (em São João da Madeira); FeiraPark (em Santa
Maria da Feira); CRIVO (business angel, localizada no TecMaia).
Em termos de instituições orientadas para incubação de novas empresas são de referir (sem que
a lista seja exaustiva):
• Centro de Incubação e Desenvolvimento de Empresas de Biotecnologia (CIDEB): é uma
incubadora de empresas do sector da biotecnologia, integrada na Escola Superior de
Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e no Centro de Biotecnologia e Química
Fina, instituições de referência nos domínios da biotecnologia alimentar e ambiental.
• BioCodex – Incubação de Empresas de Ciências da Vida: foi constituída em Julho de
2002, pelos accionistas InovCapital – Sociedade de Capital de Risco, Grupo Lena SGPS e
António Parada. A empresa foi uma das primeiras a ter o selo NEST (Novas Empresas de
Base Tecnológica) da Agência de inovação.
• Sociedade de Incubação Sectorial (SOGIST): localizada no Porto, é uma incubadora
de empresas dos sectores das tecnologias de informação, que tem como accionistas a
Fundação do Instituto Politécnico do Porto (FIPP), a Universidade do Porto, a PME Capital,
Sociedade Portuguesa de Capital de Risco, e a Associação das Empresas das Tecnologias
de Informação e Electrónica (ANETIE).
• Novas Empresas e Tecnologias (NET): é o Business and Innovation Centre (BIC) do
Porto, estruturas que integram uma rede comunitária cujo objectivo principal é a criação
de empresas inovadoras, geradoras de valor acrescentado e riqueza nas regiões onde se
inserem. É maior associado da Associação Promotora de Novas Empresas e Tecnologias
(PROMONET), constituída em 2003.
• Incubadora de Indústrias Criativas In Serralves: criada em Maio de 2008 no espaço físico
da Fundação Serralves, tem como principal objectivo o estímulo ao desenvolvimento de
empresas ou indivíduos com actividades criativas e inovadoras e com potencial comercial.
No seguimento de um concurso de ideias, foram aceites candidaturas de empresas nas
áreas da arquitectura, tecnologias da informação, design, vídeo, cinema, produção de
conteúdos, conservação e restauro e outras. Foram seleccionados os seguintes projectos,
que deram origem a empresas: 20/ 21 - Conservação e Restauro; Catavento - Projectos
Educativos; Joalharia Urbana; Poptones; Roupa Didáctica; TV Energia - Tools to Change;
WIP – Windows in Progress.
CAIXA 47 – PARQUE DE INOVAÇÃO DE RAMALDE
No Parque de Inovação de Ramalde, no Grande Porto estão actualmente instaladas:
• Infraestruturas tecnológicas como o CATIM – Centro Tecnológico da Indústria Metalomecânica - um dos primeiros centros
tecnológicos a ser criados em Portugal, com cerca de 600 sócios e que presta uma variedade de serviços à indústria;
• Pólos de Competitividade – aqui está sediada a associação que gere o pólo PRODUTECH, orientado para as tecnologias
da produção, automação e robótica;
• Instituições de apoio à Inovação - em que se destaca a sede da COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação,
que conta hoje com 119 Associados e organiza a maior plataforma colaborativa de estimulo à inovação existente no país;
• Instituições de Ensino Superior de Gestão, como a EGP – Escola de Gestão do Porto da UP;
• Entidades de apoio à criação de novas empresas como a PROMONET.
124
7. OS NOVOS PROJECTOS
– ACTIVIDADES E INFRAESTRUTURAS
7.1. Actividades emergentes
O Grande Porto apresenta fortes potencialidades de desenvolvimento de novas actividades, em
alguns casos através do aproveitamento de competências acumuladas em actividades de longa
tradição neste território que beneficiaram da incorporação de novos conhecimentos e tecnologias
ou de novas lógicas de integração e articulação de actores (baseadas no reforço e reconhecimento
da clusterização).
Entre as actividades emergentes na sub-região destacam-se as seguintes:
• Ciências da Vida - o Grande Porto tem assumido um importante papel no domínio da
saúde, ao nível regional e nacional. De realçar a oferta na sub-região de conhecimento
e competências nas áreas das ciências da vida, concentradas quer nas instituições de
ensino superior quer em inúmeras instituições de I&D. Grande parte dos actores do Pólo
de Competitividade e Tecnologia da Saúde - Health Cluster Portugal (HCP) -, reconhecido
formalmente como Estratégia de Eficiência Colectiva em Julho de 2009, pertencem ao
Grande Porto. É o caso do IPATIMUP, do IBMC, do NEB, do I3S e da Universidade do Porto,
além de empresas como a Ablynx ou a Tomorrow Options. O HCP corporiza uma iniciativa
colectiva de um conjunto muito representativo de actores e protagonistas da cadeia de valor
de saúde nacional, que desenhou uma estratégia e um plano de actividades a curto, médio
e longo prazo, tendo como grande objectivo transformar o País num player competitivo
na investigação, concepção, desenvolvimento, fabrico e comercialização de produtos e
serviços associados à saúde.
FIGURA 11 - OBJECTIVOS DO HCP
125
•
Moda – outra actividade emergente impulsionada pelo reconhecimento formal de uma
Estratégia de Eficiência Colectiva é a Moda, através da dinamização de um Pólo de
Competitividade e Tecnologia. Este Pólo tem como objectivo a afirmação internacional
de Portugal como criador e produtor de excelência de moda, através da aproximação de
empresas e instituições de I&D das indústrias têxtil, vestuário, calçado e joalharia. O pólo
conta com a presença das principais associações empresariais do sector têxtil, vestuário e
calçado, como a Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção (ANIVEC/
APIV), a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP); a Associação
Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos
(APICCAPS); e a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), além dos Centros
Tecnológicos da Indústria Têxtil, Vestuário e Confecção (CITEVE) e do Calçado (CTCP), do
INESC-Porto e de vários actores empresariais (localizados sobretudo no Vale do Cávado e
do Ave, mas também no Grande Porto, como é exemplo a empresa Procalçado).
•
Indústrias Criativas – nos últimos anos o Grande Porto tem sido palco de desenvolvimento
de inúmeras iniciativas promotoras das indústrias culturais e criativas, a par da riqueza
cultural e patrimonial da sub-região. São exemplos a promoção de grandes eventos e obras
de dimensão interna e internacional, como a Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, o
Teatro Nacional de S. João, a Casa da Música ou a Fundação Serralves, que permitem
alavancar as dinâmicas de internacionalização e de reforço do tecido artístico e de produção
cultural do Porto. Em Julho de 2009 foi reconhecida a Estratégia de Eficiência Colectiva
Cluster das Indústrias Criativas, dinamizado pela Agência para o Desenvolvimento das
Indústrias Criativas (ADDICT). A Fundação de Serralves assume um papel relevante nesta
Agência e na promoção do Cluster. De referir que esta Fundação havia patrocinado o
projecto INSERRALVES que promoveu a criação de uma incubadora de iniciativas no
domínio das indústrias criativas junto dos restantes equipamentos da Fundação.
FIGURA 12 - MEDIDAS E PROJECTOS ÂNCORA
DO CLUSTER INDÚSTRIAS CRIATIVAS
126
•
Ciências e Tecnologias do Mar – o reconhecimento formal da Estratégia de Eficiência
Colectiva Cluster do Conhecimento e da Economia do Mar, liderado pela Associação Oceano
XXI (que integra actores localizados sobretudo nas regiões Centro e Norte) é relevante para
o reforço de actividades ligadas ao mar no Grande Porto. Este cluster tem como objectivos
valorizar o recurso mar através do desenvolvimento de um conjunto de actividades,
de produtos e de serviços que promovam a modernização das actividades marítimas
tradicionais, a emergência de novas actividades económicas e a internacionalização.
Está organizado em torno de 3 áreas de intervenção: turismo marítimo; pesca e produtos
marinhos; portos e indústrias marítimas. Conta com a participação de empresas e de
associações empresarias, de instituições de ensino superior, de Laboratórios e de Centros
de I&D, de organismos do poder local, de representantes do tecido associativo, actores
muito implicados no desenvolvimento de actividades e projectos no domínio do mar. Entre
os actores localizados no Grande Porto destacam-se a Universidade do Porto, o Instituto
Politécnico do Porto, o INEGI, o INESC-Porto, o CIIMAR, a Administração do Porto DouroLeixões e a empresa OceanScan.
FIGURA 13 - ÁREAS DE INTERVENÇÃO DO CLUSTER DO MAR
•
Mobilidade – o CEIIA lidera o Pólo de Competitividade e Tecnologia das Indústrias de
Mobilidade, reconhecido como Estratégia de Eficiência Colectiva. Este pólo, reconhecido
em Julho de 2009, tem como objectivo posicionar Portugal como referência na investigação,
concepção, engenharia, produção, teste e demonstração de soluções de mobilidade
sustentável. No contexto da crise que afecta a indústria automóvel internacional e, tendo
por base as competências do CEIIA, este pólo é um importante factor impulsionador da
aposta nas grandes tendências da mobilidade sustentável (concepção, desenvolvimento,
produção e validação de novas soluções, como os veículos eléctricos) e na diversificação
da actividade das empresas de componentes para automóvel através da integração nas
cadeias de fornecimento das indústrias aeronáutica e ferroviária.
•
Agro-alimentar - beneficiando da existência de importantes empresas e instituições de
ensino e I&D no domínio de novas valências do agro-alimentar (como a biotecnologia
aplicada aos alimentos ou aos vinhos, ou as pesquisas no domínio da saúde e alimentação),
o Grande Porto posiciona-se como um território com forte potencial para a competitividade
desta fileira. De salientar que a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica
127
do Porto lidera a Associação Integralar, que coordena o Pólo de Competitividade para a
Fileira Agro-Industrial “Alimentos, Saúde e Sustentabilidade”, reconhecido formalmente
como Estratégia de Eficiência Colectiva em Julho de 2009. Trata-se de uma associação para
a excelência no sector agro-alimentar, com sede no Porto, que visa fomentar a cooperação
entre os vários agentes económicos e entidades ligadas ao sector, com vista ao reforço da
competitividade do sector e da fileira agro-industrial. As suas áreas de intervenção assentam
em três eixos: alimentos seguros e saudáveis; alimentos amigos do ambiente; alimentos e
dieta atlântica. O seu plano de acção centra-se no desenvolvimento e comercialização de
novos produtos alimentares com dimensão competitividade; na oferta de uma estratégia
selectiva e integrada para a internacionalização dos produtos; no lançamento de novos
conceitos de alimentação portuguesa mais saudável e conveniente; no desenvolvimento de
novas tecnologias de processamento e conservação dos alimentos destinados a mercados
mais distantes; na valorização e reutilização de resíduos provenientes do processamento
alimentar; nas empresas mais eco-eficientes. Entre outras empresas e instituições, de
referir a participação da Universidade do Porto e da empresa Frulact no Pólo. Esta empresa
está envolvida em vários projectos colectivos, além dos projectos individuais FrutaMais
(preservação de características funcionais, nutricionais e organolépticas de frutas e
alimentos derivados) e Fruplanta (estudo de plantas com acção antioxidante e antimicrobia
para incorporação e valorização de polpas de frutas e alimentos derivados).
O Grande Porto apresenta potencialidades para o desenvolvimento de outras actividades, algumas
delas ancoradas nas actividades atrás referidas que constituem a principal âncora de competitividade
futura do Grande Porto. Entre essas actividades complementares, com potencialidades fortes
de desenvolvimento noutros territórios do país e não apenas no Grande Porto, destacam-se: as
Tecnologias de Informação e Comunicação, ancoradas nas actividades ligadas às ciências da vida,
às indústrias de mobilidade e às indústrias criativas (de referir a presença de alguns actores do
Grande Porto no Pólo de Competitividade e Tecnologia TICE.PT, como são exemplo a Efacec, a
JP Sá Couto, o INESC-Porto ou o INEGI); a energia e sustentabilidade (de destacar por exemplo
a presença da Efacec no PCT Energia, o desenvolvimento de empresas como a Ecoinside ou a
participação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, da Administração dos Portos
do Douro e Leixões e da Câmara Municipal de Matosinhos no PCT das Indústrias da Refinação,
Petroquímica e Química Industrial); o turismo, ancorado quer no património natural e cultural do
Grande Porto, em particular da cidade do Porto, quer na aposta da “Marca Porto” e do “Destino
Porto”, quer ainda no desenvolvimento do cluster das indústrias criativas.
Associados a alguns dos Pólos de Competitividade e Tecnologia e dos Clusters que acabámos de
referir está projectado o lançamento de instituições e/ou infra-estruturas que lhes podem dar maior
consistência futura. Refiram-se a título de exemplo:
•
Centro de Excelência e Convergência para as Indústrias Criativas e Inovação: proposto
no âmbito do referido Cluster das Indústrias Criativas, este projecto é promovido pela
Universidade do Porto, pelo INESC-Porto, pelo UPTec e pela UPMedia (empresa de
conteúdos multimédia, do já referido sistema privado de televisão daquela Universidade).
Tem como objectivo agregar conhecimento e competências nas áreas do cinema, vídeo e
audiovisual, televisão, rádio e design, estendendo-se, posteriormente, às áreas das artes
performativas e visuais, música e software. Além da incubação de empresas, será também
criado um Centro de Produção Experimental, em parceria com a RTP, com capacidade
para o desenvolvimento de protótipos e a elaboração de testes de tecnologias emergentes,
128
•
•
ensaios, assistência técnica e tecnológica, consultadoria, formação, investigação,
desenvolvimento aplicado, validação de processos, demonstração e difusão, nas áreas
acima mencionadas.
Parque de Ciência e Tecnologias do Mar da Universidade do Porto: associado ao referido
Cluster do Conhecimento e da Economia do Mar, este Parque será localizado nos dois
molhes do Porto de Leixões. Conta com um conjunto de parceiros como a Universidade do
Porto, a Administração dos Portos do Douro e Leixões e a Câmara Municipal de Matosinhos
e tem como objectivos criar condições para uma forte interacção com as actividades
económicas relacionadas com o mar, nomeadamente a biotecnologia e os recursos
naturais, o ambiente e a protecção costeira, a energia das ondas e das marés, a construção
e operação naval, o transporte marítimo, o turismo, a segurança e vigilância marítimas. O
Parque incorporará funções de investigação, de transferência de tecnologia, de formação,
de incubação de empresas de base tecnológica, de acolhimento empresarial (actividades
empresariais de I&D e empresas de alta intensidade tecnológica, quer a partir de empresas
em processo de saída da incubadora quer atraindo e fixando empresas do exterior a operar
no domínio da economia do mar) e, ainda, uma função de divulgação científica a organizar
em torno de uma ideia central – as tecnologias marinhas. Deverá ainda acolher algumas
organizações que desenvolvem actividades relacionadas com o sector, nomeadamente
o CIIMAR e o Instituto para o Desenvolvimento do Conhecimento e da Economia do Mar
(IDCEM) e integrar um espaço de residência para investigadores visitantes.
Instituto Português da Moda: previsto no âmbito do PCT Moda, este Instituto será localizado
no centro histórico do Porto e procurará integrar e coordenar todas as iniciativas de moda que
se fazem em Portugal, de forma a conferir-lhes maior eficiência e visibilidade internacional.
Este projecto assume relevância ao nível da afirmação, nacional e internacional, da imagem
e da vocação do país enquanto produtor de excelência e criador de moda.
7.2. Novos projectos
Entre os projectos previstos para o Grande Porto, são os seguintes os que apresentam maiores
impactos potenciais na competitividade futura da sub-região:
•
•
Novo Terminal de Passageiros de Leixões: a localização do Porto de Leixões apresenta
um elevado potencial para o desenvolvimento da actividade de cruzeiros, na qual pode
explorar o papel de articulação entre os circuitos do Mediterrâneo e os do Norte da Europa,
e com a crescente tendência para o aparecimento de circuitos de menor duração (4 e 5
dias), podendo afirmar-se como destino de um hinterland turístico com uma oferta valiosa
e distintiva com o Porto/Norte de Portugal, sendo um contributo decisivo para alavancar
o crescimento das dinâmicas turísticas na GAMP e na região Norte. O projecto prevê a
construção de um terminal/cais para navios de cruzeiros, permitindo a acostagem de navios
até 300m com fundos a -10m, Z.H., e do Edifício de Estação de Passageiros, com diversas
valências para navios em escala e turnaround, que integra ainda um piso comercial e um piso
de restauração com palco/terraço e bancada exteriores na cobertura. O Plano Estratégico
de Desenvolvimento do Porto de Leixões propõe um Porto de Recreio Náutico para cerca
de 300 embarcações, com zona seca e serviços mínimos de apoio às embarcações e
espaços de conveniência e funções de apoio aos tripulantes e navegantes.
Plataforma logística de Leixões: este projecto, cujos promotores são a REFER e a APDL,
tem como objectivos aproveitar a capacidade portuária e a localização na fachada atlântica
do Porto de Leixões; complementar a actividade portuária, conferindo maior valor à sua
129
•
•
•
•
•
•
operação; alargar o hinterland portuário, estendendo-o até Espanha; ordenar as actividades
logísticas existentes na envolvente do Porto de Leixões; desenvolver o potencial logístico
oferecido pela localização, no mesmo espaço metropolitano, do Porto de Leixões, Aeroporto
Francisco Sá Carneiro, rede ferroviária e rede de auto-estradas. Esta plataforma terá dois
núcleos - o pólo 1, na zona de Gonçalves, com uma área de 30,9 hectares; o pólo 2, nas
zonas de Gatões e de Guifões, com 29,9 hectares.
Centro Logístico de Carga Aérea do Aeroporto Francisco Sá Carneiro: este Centro está a
ser construído pela ANA - Aeroportos de Portugal e destina-se, no essencial, aos grandes
operadores de carga, nomeadamente os Integrators. Tem por objectivo servir para expansão
das actividades logísticas através da construção, no futuro, de uma plataforma logística e
aumentar a capacidade de processamento de carga aérea, concentrando as operações
num mesmo local, agilizando-as e reduzindo os tempos envolvidos nas movimentações de
carga.
Expansão do Metro do Porto: a rede de metro do Porto encontra-se numa fase de
redefinição programática da sua expansão, concluída que está a primeira fase do projecto.
No futuro, prevê-se a construção do troço ISMAI-Trofa, Boavista-Matosinhos, Estádio do
Dragão-Gondomar, extensão da linha de Gaia até Laborim, criando um novo interface de
transportes e permitindo o prolongamento da linha do Hospital de S. João até à Maia.
Fecho da rede rodoviária da GAMP: é evidente a necessidade de afastar dos eixos actuais
o tráfego rodoviário de travessia simples do centro da GAMP, o que torna imperiosa a
conclusão do IC24, bem como das ligações ao IC1.Em complemento, este projecto pretende
articular internamente a GAMP na sua rede de estradas em pontos críticos, promovendo
a coesão territorial e garantindo uma mais homogénea acessibilidade interna aos centros
urbanos, nomeadamente concretizando a ligação de Arouca ao nó da Feira, das variantes
às EN14 e EN104 na Trofa e Santo Tirso, do IC29 e suas ligações em Gondomar, da
construção da A32 S. João da Madeira-Feira-Carvalhos, da ER327 Ovar (IC1)-S. João da
Madeira (IC2) e o plano integrado de acessibilidades de Vila do Conde e Póvoa de Varzim,
além da reabilitação da Estrada da Circunvalação.
Reabilitação da Baixa Portuense e do Centro Histórico de Gaia: desenvolvido pela Porto
Vivo, SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, este projecto tem como
objectivos centrais a re-habitação e o desenvolvimento e promoção do negócio na Baixa do
Porto, a revitalização do comércio, a dinamização do turismo, cultura e lazer e a qualificação
do domínio público. A Zona de Intervenção Prioritária (ZIP) deste projecto engloba o Centro
Histórico do Porto (classificado como Património da Humanidade), a Baixa tradicional e
áreas das freguesias do Bonfim, Santo Ildefonso, Massarelos e Cedofeita.
Centro Hospitalar do Porto: com a necessidade de reestruturação e qualificação de um
conjunto de valências, nos equipamentos de saúde, foi constituído o Centro Hospitalar do
Porto (CHP), que reúne o Hospital de Santo António, a Maternidade Júlio Dinis e o Hospital
de Crianças Maria Pia. Este projecto prevê que o CHP fique instalado na Maternidade Júlio
Dinis, no Hospital de Santo António e numa estrutura a construir em terrenos do antigo
Centro de Instrução de Condutores-Auto do Porto (CICAP).
Centro de Reabilitação do Norte: com o objectivo de colmatar as carências com que a
população da região Norte se depara em termos de estruturas capazes de responder a
necessidades no âmbito da medicina física e de reabilitação, o Centro de Reabilitação do
Norte terá uma vocação assistencial, formativa e de investigação social e profissional, e
será criado no local onde funcionava o antigo Sanatório Marítimo do Norte (em Vila Nova
de Gaia), com uma capacidade de internamento de 100 camas, divididas entre reabilitação
geral, pediátrica, de lesões musculares e de acidentes vasculares cerebrais. Esta unidade
130
terá oito gabinetes para consultas externas, com capacidade para realizar 22 mil consultas
anuais em especialidades como medicina física e de reabilitação, neurologia, ortopedia e
traumatologia, reumatologia, medicina interna, cirurgia plástica e psiquiatria.
8. DESAFIOS, RISCOS E OPORTUNIDADES NO MÉDIO PRAZO
De acordo com o estudo Competitividade e Coesão das Regiões Portuguesas, ao longo da última
década o Grande Porto tem vindo a registar um declínio no contexto da região Norte, perdendo
parte da superioridade que detinha em termos de produtividade, utilização de recursos humanos,
atractividade, iniciativa empresarial e índice de competitividade global.
Esta trajectória regressiva em termos relativos afasta o Grande Porto das regiões “ganhadoras”,
assim consideradas à luz das dinâmicas de crescimento instaladas, como são os casos da Grande
Lisboa e da Península de Setúbal. De salientar, contudo, que esta trajectória não coloca em causa o
estatuto de sub-região globalmente avançada que o Grande Porto detêm (terceiro lugar no ranking
do índice de competitividade entre as 30 regiões NUT III portuguesas), nem o forte potencial em
recursos humanos e em infra-estruturas tecnológicas e de comunicação que lhe proporcionam uma
base efectiva de sustentação para o desenvolvimento regional competitivo.
O Grande Porto detém uma dinâmica demográfica positiva, marcada pelo crescimento populacional
resultante dos favoráveis saldos migratório e natural e por níveis ainda relativamente baixos de
envelhecimento demográfico. São, porém, evidentes as dicotomias demográficas internas: os
municípios mais jovens e dinâmicos constituem o núcleo central da GAMP; por outro lado, o Grande
Porto tem assistido a uma dinâmica de recomposição do seu espaço metropolitano, marcada pela
forte tendência de descentralização populacional a favor dos municípios periféricos. Como resultado
desta dinâmica demográfica, caracterizada por fluxos migratórios no sentido centro-periferia, muito
protagonizados por população jovem, o envelhecimento da população residente na cidade do Porto
tem sido acentuado, em particular nas freguesias mais centrais.
Assim, um dos desafios que o Grande Porto enfrenta é o de conseguir, por um lado, manter
dinâmicas de crescimento sustentável da sua população, baseadas não apenas na manutenção de
saldos migratórios positivos mas sobretudo no saldo natural da população; por outro lado, estancar
a tendência de envelhecimento nos territórios menos urbanizados e nas freguesias centrais do
município do Porto e, simultaneamente, colmatar os crescentes riscos de pobreza da população.
Dados do INE revelam que o Grande porto é uma das sub-regiões do país que apresentam a
maior taxa de desemprego e que concentram o maior número de pedidos do Rendimento Social de
Inserção junto da Segurança Social.
Para esta situação contribuiu a fragilidade da região do Grande Porto, num contexto de perda
de capacidade concorrencial da economia portuguesa, resultante da vocação específica, a nível
nacional, da sub-região: posicionamento no centro de um sistema económico predominantemente
constituído por actividades transaccionáveis e fortemente internacionalizadas, sendo relevantes as
actividades terciárias associadas à internacionalização e à competitividade.
Apesar dos riscos inerentes à perda de competitividade das actividades exportadoras do Grande
Porto, são claros os desafios e oportunidades da sub-região no médio prazo.
A análise da estrutura produtiva da sub-região permite verificar a existência de uma base industrial
consolidada e dinâmica, caracterizada pela crescente transição de sectores de mono especialização,
direccionados para a produção de bens de consumo final (alguns destes sectores a enfrentarem
fortes desafios no domínio da competitividade, como o têxtil, o vestuário, o calçado ou o agroindustrial), para sectores muito intensivos em inovação e conhecimento (como as ciências da vida,
as indústrias criativas ou as novas valências do agro-industrial e da mobilidade).
Por outro lado, localizam-se no Grande Porto empresas e instituições de I&D que têm contribuído
131
para a intensificação tecnológica e especialização da sub-região em actividades emergentes, em
áreas como a saúde (exemplo de prestigiadas estruturas de investigação, como o IBMC, o INEB
e o IPATIMUP), o agro-alimentar (exemplo de empresas como a Unicer, a Lactogal, a Frulact ou
a Sogrape, ou da Escola Superior de Biotecnologia), as engenharias emergentes (exemplo de
estruturas de I&D como o INEGI ou o INESC ou de empresas apostadas no desenvolvimento a
nível internacional, como a Efacec, a Salvador Caetano ou a Siemens), as ciências e a economia
ligada ao mar (com a presença laboratório associado CIMAR e empresas de base tecnológica como
a OceanScan), a moda (com a criação de um Pólo de Competitividade e Tecnologia que permite
agregar toda a fileira) ou as indústrias criativas (com as iniciativas desenvolvidas pela Fundação
Serralves ou pelo cada vez maior número de empresas criativas).
O Grande Porto tem igualmente beneficiado da capacidade de diversificação de actividades
económicas, ancorada na evolução de grupos económicos de referência. É o caso da Sonae,
criada com o objectivo de produzir termolaminados decorativos mas que evoluiu para um processo
de diversificação agregando diferentes áreas de negócio, tais como o retalho alimentar e não
alimentar, o desenvolvimento e gestão de centros comerciais, as telecomunicações fixas e móveis,
media, internet e tecnologias de informação, o turismo, a construção, os transportes e a logística,
ou a corretagem de seguros.
Assim, o Grande Porto enfrenta o desafio e a oportunidade de robustecimento da sua base
económica, por via da reestruturação dos seus sectores mais tradicionais, do aparecimento/
consolidação de outros perfis de especialização, da diversificação empresarial e da excelência na
investigação conduzida nas instituições de ensino e I&D da sub-região.
Transversal aos desafios de cariz demográfico e económico-empresarial que se apresentam ao
Grande Porto, surge um outro desafio relevante, de cariz territorial: a capacidade de ordenamento
do território e de estruturação do policentrismo, criando âncoras para o desenvolvimento de
complementaridades económicas e funcionais e dando prioridade, para além da afirmação da
metrópole Porto no Noroeste peninsular (no arco metropolitano do Noroeste), à emergência de
sistemas urbanos sub-regionais, em especial nas áreas mais críticas para a estruturação do
território.
A ocupação do território no Grande Porto tem sido muito marcada pela urbanização espacialmente
difusa, o que produziu efeitos perversos no ordenamento do território, na qualidade do ambiente
e na eficiência das actividades produtivas, pelo que importa corrigir a favor de um tecido urbano
mais compacto e policêntrico. Um importante desafio para o Grande Porto é, portanto, o de assumir
um papel destacado no upgrading das funções regionais do Noroeste, nomeadamente na vertente
exportadora, partilhando-o com as cidades e os sistemas urbanos de outras sub-regiões como o
Minho-Lima, o Tâmega e o Entre Douro e Vouga.
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FICHA TÉCNICA
Coordenação Científica
Professor Doutor José Veiga Simão
José Félix Ribeiro
Execução: Dr. José Félix Ribeiro
e Mestre Joana Chorincas
NOTA: As Cartas Regionais de Competitividade que agora se apresentam foram elaboradas
durante os anos 2008 e 2009, tendo a informação estatística sido actualizadas em 2011. A
informação sobre Empresas e Centros de Investigação deverá ser periodicamente actualizada
dada a dinâmica do mundo empresarial e a evolução das actividades de I&D no País.
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