Saúde Mental Comunitária e
Atenção Primária
Leon de Souza Lobo Garcia
Associação Saúde da Família
Instituto de Psiquiatria HCFMUSP/Depto.
Medicina Preventiva FMUSP
Uma rede de saúde mental de base
comunitária
• A proximidade facilita o acesso dos usuários aos serviços e
a busca ativa de pacientes.
• A inserção dos equipamentos de saúde na comunidade
permite a eles conhecer e utilizar os recursos que a própria
comunidade dispõe (associações, clubes, igrejas etc),
principalmente na reabilitação psicossocial dos pacientes.
• A proximidade com o lugar onde vivem os usuários
possibilita compreender e interagir com seu contexto sóciocultural, o que ajuda, no plano individual, a pactuar
projetos terapêuticos e, no plano comunitário, a combater
o estigma de que sofrem os pacientes.
Starfield, 2002
OMS, 2001
Thornicroft, 2006
Atenção Primária e Comunidade
• Descentralização dos equipamentos
– Primeiro ponto de contato com o sistema de saúde
• Longitudinalidade do cuidado
• Integralidade
• Coordenação do cuidado
A Atenção Primária não é uma Medicina
Simplificada
A Atenção Primária não é uma triagem para
descartar os não-doentes ou cuidar das
doenças simples.
Brasil: Estratégia Saúde da Família
• 1994
• 2010:
– 34.500 equipes
– cerca de 100 milhões de Brasileiros cobertos (52%
da população)
– Município de São Paulo: 30%
• Equipes multiprofissionais: agentes
comunitários.
Um consenso não efetivado
“Por muito tempo, os transtornos mentais foram subestimados no
processo de fortalecimento da Atenção Primária. Isso ocorreu
apesar do fato de os transtornos mentais estarem presentes em
todos os países, entre homens e mulheres, em todas as fases da
vida, entre ricos e pobres, nas cidades e no campo. E também
apesar de a integração da saúde mental na Atenção Primária
facilitar a oferta de um cuidado integral e centrado na pessoa, o que
é fundamental para os valores e princípios da Declaração de AlmaAta”
Margaret Chan- Diretora-Geral da Organização Mundial da Saúde
Chris van Weel- Presidente da Organização Mundial dos Médicos de
Família
Histórico: anos 50/60
Dificuldades:
os médicos não achavam que era sua responsabilidade cuidar da saúde
mental de seus pacientes. Para a grande maioria deles, cuidar da
saúde mental de seus pacientes nunca estivera entre suas razões
para a escolha da profissão médica. E a passagem pelas escolas
médicas quase nada fizera para motivá-los e capacitá-los para essa
função.
Recomendações:
diminuir o número de casos acompanhados pelos generalistas, para
que eles pudessem aumentar seu tempo de consulta;
formar equipes multiprofissionais nos centros de saúde, contando com
psicólogos e assistentes sociais;
integrar os serviços de saúde com outros setores, principalmente os
serviços sociais.
Shepperd, 1966
Anos 70/80
• Consenso teórico
• Experiências piloto:
– São José do Murialdo-RS
– Mini-equipes SM nas UBS em São Paulo
• Dificuldade de implementação
Busnello, 1976
Iacoponi, 1990
Antunes, 1998
Anos 90/00
• Prioridade para a constituição de uma rede de
serviços especializados.
• 2008: Portaria ministerial dos Núcleos de
Apoio a Saúde da Família (NASF)
Como não perder mais 40 anos
• Acreditar na “saúde mental comunitária”.
• Desenvolver tecnologias adequadas ao contexto
brasileiro
– Trabalho em equipe: “matriciamento”
– “Task shifting”
• Implementar mudanças organizacionais nos serviços
• Formar os psiquiatras!!!
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leon - Cremesp