1199701212 '~/IUIIIIIII"I""IIIIIIIIIIII"11111 111 COMO O DATABASE MARKETING PODE SER USADO -' PARA POSICIONAR ESTRATEGICAMENTE . . '. NO MERCADO A EMPRESA COMO O DA TA BA SE MARKETING PODE SER USADO PARA POSICIONAR ESTRATEGICAMENTE A EMPRESA NO MERCADO Banca examidora: Orientadora: Pro". Maria Cecilia Coutinho de Arruda Prot. Carlos Osmar Bertero Prot. Mauro Tapias Gomes FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO LUIZ ALBERTO O. DE LUCA COMO O DA TABASE MARKETING PODE SER USADO PARA POSICIONAR ESTRA TEGICAMENTE A EMPRESA NO MERCADO ORIENTADORA: PROFa. MARIA CECILIA COUTINHO DE ARRUDA Dissertação apresentada ao Curso MBA - Master in Business Administration da FGVIEASP. Área de concentração: Marketing, como requisito para obtenção do titulo de Mestre em Administração SÃO PAULO ~. .~- - FG V "Fundação Getulio Varg~5 ••"'~.''''~ .. Escola de Administraçao ~ ~} de Empresas de SAo Paulo '~~ . Bil:!.Jiomca ...., fi I 1996 l"- m <, - (\J (\J '---~-_. I __ ._- .. - • ".' ,-,~ LUCA, Luiz Alberto O. de - Como o data base marketing pode ser usado para posicionar estrategicamente a empresa no mercado ? São Paulo: EAESP/FGV, 1996, 134 pág. (Dissertação apresentada ao Curso MBA da EAESP/FGV, Área de concentração: Marketing) Resumo: Utilização do Database Marketing, o marketing com banco de dados, e sua obtenção através do Sistema de Informação de Marketing SIM, visando a buscar a otimização do relacionamento com os clientes, criando um vínculo de fidelidade, atendendo suas necessidades e conhecendo-os profundamente nos seus desejos. Esta relação tenderá a manter os clientes atuais, reconquistar os perdidos e buscar novos clientes de forma mais eficaz. São utilizados os princípios e elementosde marketing no planejamento e operacionalização de uma empresa, assim como o conceito de vantagem competitiva, visando não somente uma maior participação no mercado, mas principalmente como posicioná-Ia estrategicamente. Palavras-chaves: Database marketing; Posicionamento estratégico; Vantagem competitiva; Marketing de relacionamento; Satisfação do consumidor. SUMÁRIO Página Sumário v Agradecimentos Resumo viii x CAPÍTULO 1 1 -INTRODUÇÃO 1 CAPÍTULO 2 2 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO 6 2.1 - Conceito de sistema 1O 2.2 - Empresa - um sistema aberto 11 2.3 - A empresa e os processos de mudança 14 2.4 - O Planejamento e o Sistema de Informação 15 2.5- O Sistema de Informação em Marketing - SIM 17 2.6 - A Empresa do Século XXI e a Informação 22 v CAPíTULO 3 3 - DATABASE MARKETING 26 3.1 - Pontos favoráveis do database marketing 34 3.2 - Estruturação dos dados 38 3.3 - Tecnologia e o banco de dados .41 cAPírUL04 4 - MARKETING ESTRATÉGICO 46 4.1 - Desenvolvendo uma estratégia competitiva 52 4.2 - Desenvolvendo uma vantagem competitiva 56 4.3 - Estratégias de marketing 62 CAPíTULOS 5 - SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR. 68 vi CAPíTULO 6 6 - CASO TAM 78 6.1 - Enquete de preferência do consumidor 79 6.2 - A evolução da TAM 88 6.3 - Comentários sobre o CASO TAM 97 CAPíTULO 7 7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 102 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 109 ANEXOS ANEXO 1 113 ANEXO 2 115 ANEXO 3 117 ANEXO 4 121 ANEXO 5 123 ANEXO 6 125 ANEXO 7 127 ANEXO 8 129 ANEXO 9 132 vii AGRADECIMENTOS À Philips do Brasil Ltda., por desenvolver um programa de treinamento de alto nível, considerando não só os valores empresarias mas também os valores pessoais daqueles que o integram, propiciando desta forma a minha participação no curso do MBA. Aos colegas da Philips Medicai Systems Ltda., que entenderam as minhas ausências agendamento de durante a compromissos fase que curricular, não cooperando prejudicassem com a o minha participação nas aulas. Aos amigos do Departamento de Marketing, que além de suportarem as minhas ausências, faziam de tudo para compensá-Ias, atuando no meu lugar, tornando-se imperceptível a minha falta, tão grande era a qualidade e o empenho nas atividades desenvolvidas pelo melhor "time" profissional, um privilégio que poucos têm para trabalhar. Agradeço também a ajuda que tive deste grupo nas tarefas do MBA. Aos meus colegas do MBA, por estarmos juntos em tão difícil experiência, e àqueles que hoje são meus amigos pessoais, e com certeza poderei contar com suas participações nas dificuldades que poderão ocorrer. viii À minha mãe, família, e às pessoas que muito sentiram as minhas ausências, compreendendo minhas limitações. Ao Prof. Paulo Clarindo Goldschmidt, que muito me orientou não só nas necessidades do desenvolvimento da dissertação, como também no meu amadurecimento como aluno, como orientando, como profissional, e como homem, onde a verdade sempre deverá estar a frente daqueles que querem ser vencedor. À orientadora fantástica e "Deusa" da educação e formação pessoal, Prota. Maria Cecilia Coutinho de Arruda, desenvolvimento desta dissertação, que não só me orientou no mas tornou-a uma realidade, dedicando-se sempre com carinho e alegria; optando, ao invés de ter suas horas de laser, pelo trabalho conjunto na FGV e nas leituras em sua residência dos capítulos apresentados. A todos, muito obrigado. ix RESUMO Este trabalho tem como finalidade verificar a melhor utilização dos dados e informações relativas ao foco de qualquer atividade empresarial, que é o cliente, buscando o melhor posicionamento estratégico da empresa, estabelecendo um canal de comunicação com o mercado dinâmico e interativo, atendendo o cliente de forma personalizada. Através do Database Marketing, o marketing com banco de dados, e sua obtenção através do Sistema de Informação de Marketing -SIM, visa a buscar a otimização do relacionamento com os clientes, criando um vínculo de fidelidade, atendendo suas necessidades e conhecendo-os profundamente nos seus desejos. Esta relação tenderá a manter os clientes atuais, reconquistar os perdidos e buscar novos clientes de forma mais eficaz. Serão utilizados os princípios e elementos de marketing no planejamento e operacionalização de uma empresa, assim como o conceito de vantagem competitiva, visando não somente uma maior participação no mercado, mas principalmente como posicioná-Ia estrategicamente, mantendo tanto esta participação e posição de forma estruturada e com eficiência. A relevância do suporte estratégico que pode propiciar a adoção de um sistema de informação para determinar o mercado e sua segmentação. x Considerações sobre sistema de informação e sua ambiente de marketing, tanto para o acompanhamento também para o posicionamento interação do mercado como da empresa e de seus concorrentes, essenciais para o desenvolvimento com o serão do estudo. Serão apresentadas algumas empresas que utilizam o database marketing e os resultados práticos já obtidos, publicados em revistas especializadas em negócios. Ao término do trabalho serão identificadas as relações de estratégias com database marketing favoráveis às empresas que o adotam, quais são as barreiras que dificultam sua implantação, e a necessidade de suportar essa atividade em um adequado Sistema de Informações de Marketing, para um atendimento eficaz ao cliente I consumidor. xi 1 CAPíTULO 1 1 - INTRODUÇÃO Uma das maiores fontes de PODER está relacionada com aqueles que detêm a informação. Como pode ser visto em filmes, a função de qualquer espião e detetive é buscar a informação secreta. Na formação cultural da Primeira Onda1 as informações eram limitadas e repetitivas, referenciandose a poucos modelos. Com a multiplicação dos canais de comunicação, a Segunda Onda foi marcada pelos reforços dos modelos padronizados com uma massificação da informação, desta forma produzindo um grande arquivo universal de imagens, Como se fossem um padrão. A mudança comportamental era orientada pelo sistema de produção industrial. A propaganda visava a identificação constante das formas e das marcas, como o exemplo da Gilete como sinônimo de lâmina de barbear, a associação da Maizena com a caixinha amarela, o Chocolate Prestígio e sua embalagem vermelha para desembrulhar tipo bala, sendo somente agora alterada para o sistema automático, e outros mais. Nos dias de hoje, a velocidade de renovação da informação, quantidade e fluxo, requer um processamento muito rápido e uma visualização quase que instantânea da imagem, pois a transmissão é feita em tempo real, tomandoa temporária e fazendo com que seja trabalhada de forma seletiva, de 1 TOFFLER, Alvin - A Terceira Onda. Rio de Janeiro: Record, 1992. 2 acordo com os interesses desejados". Deste modo leva-se a uma reformulação social onde se deve revisar o arquivo de imagens continuamente, onde os modelos serão diversificados sem um padrão rígido, e as imagens serão mais voláteis. Assim sendo, a Terceira Onda transforma o cotidiano na reestruturação do gerenciamento da informação, seletiva de acordo com os interesses e objetivos a serem atingidos. Trabalhar o binômio informação e conhecimento complexa que leva vários autores a é uma atividade muito se dedicarem a pesquisas. Conseqüentemente, inúmeros modelos são apresentados como alternativas, portanto deve-se escolher o modelo que melhor se adeqüe aos resultados esperados. Dentro da Teoria dos Universos e as memórias relacionadas ao tipo de informação que se obtém, como estruturar estas informações a fim de que se possa utilizar nas tomadas de decisões, mais especificamente decisões gerenciais, visando o planejamento estratégico de marketing? Estas decisões deverão focar o cliente para que este seja atendido da melhor maneira possível, procurando saber o que deseja, e aumentando continuamente sua satisfação. 2 TOFFLER, Alvin - A Terceira Onda. Rio de Janeiro: Record, 1992. 3 Com objetivo de otimizar a utilização da informação, assim como buscar a melhor comunicação com o mercado, mais especificamente o cliente, permitindo que as empresas tenham uma melhor consideração nas elaborações de suas estratégias, é que este trabalho foi idealizado. Portanto este estudo apresenta uma forte ferramenta na área de marketing, estruturando as informações para que ele seja atendido nas suas necessidades, e como interagir com ele para que se tenha um relacionamento que propicie à empresa tornar suas ações mais eficientes. As estratégias orientarão os planos de marketing que deverão ser implementados, as mudanças no composto tradicional de como promover a empresa e o produto, buscando uma comunicação mais dirigida, ao invés da comunicação de massa. Com isto, o mix de produto também será reformulado. Mais do que se adequando às necessidades do mercado, será concebido em função deste. Não será restrito ao mercado organizacional, o qual já está mais voltado a esta preocupação com o consumidor, mas também ao mercado de consumo e de prestação de serviço. Uma vez que o cliente esteja atendido nas suas necessidades e plenamente satisfeito, a próxima etapa é ampliar sua satisfação com ações programadas 4 através de estratégias que levarão a superar as expectativas que tem pela empresa, aumentando a percepção de valor. Assim sendo, visando a utilizar o database marketing para que se obtenham os benefícios acima descritos, este trabalho está subdividido conforme os elementos que o constituem. O capítulo dois abarca o sistema de informação, onde para que se tenha um planejamento de marketing bem sustentado, deve-se utilizar um sistema de informações de marketing como apoio, portanto fundamental recurso para qualquer que seja a característica do plano a ser elaborado. Database marketing, conteúdo do capítulo três, é o modo pelo qual as informações serão estruturadas e utilizadas no relacionamento com o consumidor, mantendo o que se chama de memória viva. Do capítulo quatro constarão os conceitos de planejamento estratégico e marketing estratégico, em que serão abordadas as forças de reação das empresas, assim como a utilização das estratégias genéricas para o planejamento estratégico de marketing, procurando obter vantagem competitiva. A satisfação do consumidor, fundamental para que esta vantagem seja obtida, assim como a comunicação que é estabelecida, serão abordadas no capítulo cinco. No capítulo seis será apresentado um estudo sobre aTAM - Transportes Aéreos Regionais S.A., como caso específico de aplicação do database marketing, com o foco na satisfação do cliente e seu posicionamento estratégico, que lhe conferiu o prêmio da melhor empresa aérea regional do 5 mundo. Ao longo destes capítulos, exemplos brasileiros de aplicação dos conceitos teóricos abordados serão mencionados. Nas considerações finais, capítulo sete, será feita a correlação dos assuntos considerados. A administração de marketing voltada para o cliente requer que a empresa defina bem suas necessidades, a partir desse cliente e a da própria organização, pois somente através de uma comunicação direta e personalizada é que as dificuldades serão superadas. O relacionamento com o cliente, buscando o aprimoramento dos produtos ou serviços, levará a um incremento da percepção de valor, proporcionando uma vantagem competitiva à empresa. Uma vez que os consumidores estejam adquirindo o que realmente desejam, e não somente o que está disponível, as empresas deverão alcançar uma privilegiada participação de mercado, e conseqüentemente um posicionamento estratégico mais adequado, de acordo com o planejado. Na busca da satisfação de necessidades recíprocas, organizacionais e de consumidores e clientes, uma instituição precisa planejar o seu futuro. Mais do que isso, precisa se apoiar em estratégias viáveis, sobrevivendo e crescendo o máximo possível. 6 CAP;TUL02 2- SISTEMA DE INFORMAÇÃO Este capítulo abordará o sistema de informação na sua forma mais ampla, também com suas aplicações em marketing. Serão analisadas as dificuldades de implantação e sua essencialidade como fonte de dados para a preparação do database marketing. Conceitos de sistema, sistema aberto, eficiência e eficácia, sistema de informação em marketing são apresentados, para que se possa posteriormente integrar todos os componentes na estruturação de um banco de dados e planejamento do marketing estratégico. A implementação de um Sistema de Informação adequado irá causar uma revolução no processo organizacional, assim como nos fatores que alteram a cultura da empresa. Haverá uma mudança no comportamento humano daqueles que serão afetados pelo processo de implantação. Poderão criar barreiras inerentes ao receio de serem controlados, vigiados ou, numa próxima etapa, de não serem mais necessários para a empresa. As dificuldades de se obter a veracidade dos dados de coletas no campo" deverão ser superadas através da conscientização das pessoas, Campo - entende-se como região de atuação do elemento de venda da empresa, no seu segmento de mercado. 3 7 ressaltando a sua importância na participação efetiva, e esta contribuirá para a determinação de ações que poderão facilitar suas funções. A confiabilidade da adoção de dispositivos eletrônicos - hardware - versus o sistema convencional de anotação manual, não será uma adaptação natural quando estes profissionais já estiverem em um estágio avançado de atividade de venda. Mesmo com intensos programas de treinamento a transição não é tão natural quanto ao profissional que atualmente está finalizando os estudos e entrando para o mercado de trabalho, com a ferramenta da informática integrada ao seu modo de ser. Esta integração é facilitada para aqueles que usam agenda eletrônica, trabalham com computador desde a faculdade ou o tem em sua residência, usam telefone celular ou pager para recados, utilizam das facilidades do FAX ou do e-mai/, enfim têm a tecnologia muito próxima às suas atividades. Atualmente a tecnologia da informação transpõe fronteiras, e novas fontes como a via de informação "Interne!", que poderiam facilitar esta integração aos sistemas computacionais, podem ser uma dificuldade se a adaptação vier a requerer um conhecimento prévio. A outra resistência é a da alta administração com respeito à aprovação do projeto de implantação de um sistema de informação automatizado. Se não 8 foi utilizado até hoje, e os negócios estão indo bem, por quê se deve implementá-lo, se pode ser feito manualmente? Conseqüentemente deverão ser considerados os recursos disponíveis da empresa e do tipo de negócio que está sendo analisado. Deve-se ter cuidado com as análises de curto prazo, pois podem comprometer sua adoção. O binômio "custo X benefício" pode ser estar sendo medido sob bases comparativas diferentes. O retorno deverá estar sustentado nos benefícios a longo prazo, ao menos para as empresas que se preocupam com quem serão os seus clientes daqui a dez anos". A liderança de mercado hoje não significa a liderança de mercado amanhã, assim como negócios que estão vinculados com o retorno a curto prazo podem depois vê-los se esgotar. O departamento de informática, que outrora era quem determinava o gerenciamento da informação, pode causar uma dificuldade no processo, pois os dados básicos das reais necessidades não são mais somente especificações dos "super-analistas de sistemas", mas também do profissional de marketing, do elemento de campo - da área técnica ou de vendas - ou simplesmente da telefonista, que é a primeira recepcionista da empresa, pelos meios convencionais da comunicação eletrônica. HAMEL, Gary; PRAHALAD, C. K. - Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhA. Rio de Janeiro: Campus, 1995. 4 9 Finalmente, como utilizar o cliente, ou o consumidor potencial em geral, para tê-lo como aliado neste processo? Devem-se criar mecanismos de estímulo, promoções motivadoras, para que este sempre esteja alimentando a empresa com suas opiniões, com a maior diversidade de informações. o consumidor deverá ser levado a exprimir ao máximo o que espera da empresa, qual o seu perfil, qual o melhor modelo cognitivo a ser aplicado nas campanhas promocionais, o seu comportamento, enfim a estruturação da base de dados que o defina como indivíduo, nas mais variadas situações, como ter a sua melhor "personalização". Pode-se exemplificar como utilizar a informação e a tecnologia por um escrito de Regis McKenna5 em que alerta as empresas sobre o comportamento do consumidor indiferente às marcas. O autor comenta que, entretanto, as novas tecnologias podem reverter este quadro. Empresas como a IBM e a Apple trabalham com os consumidores contra os fabricantes de clones de computadores com fabricação duvidosa. Os consumidores têm acesso a informações como nunca antes, assim como aos vários canais de compras. Portanto, há uma infinidade de mensagens que são lançadas, mas o consumidor permanece indiferente às marcas. A solução é buscar o diálogo com os consumidores em tempo real. Visando a uma estruturação da marca, a Philips desenvolveu um produto on-line com 5 MCKENNA, Regis - Fale rápido com seu cliente - ou morra. - Revista Exame - 06/12/95-. Pág.80-86. 10 as crianças. Enviou designers industriais, psicólogos, antropólogos e sociólogos para comunidades da Itália, França e Países Baixos. Os pesquisadores convidaram adultos e crianças para dar idéias de novos produtos eletrônicos, a fim de conhecer as necessidades mutantes dos consumidores. Os funcionários, ao invés de pesquisas, fizeram uma interatividade com os consumidores, concebendo um produto on-line para este público-alvo. Pode-se dizer que, com esta estratégia, a Philips integrou a atividade de marketing no projeto e produção, e não no final da cadeia de produção, como era feito no passado, esperando que os profissionais de marketing tornassem o produto bem-sucedido. Assim, uma forma da informação, em conjunto com a tecnologia, pode ser utilizada para revigorar a marca, melhorando a aceitação, dando um início à fidelização do cliente; 2.1- CONCEITO DE SISTEMA Considera-se sistema um conjunto de elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem e se integram, subsistemas, formando um todo unitário e complexo" Os sistemas podem ser classificados em sistemas fechados, como máquinas, e sistemas abertos, sendo estes os sistemas biológicos e sociais: o ambiente, o homem, a sociedade, a empresa. 6 810, Sérgio Rodrigues - Sistemas de Infonnaçlo: Atlas, 1993. um enfoque gerencial. São Paulo: 11 o sistema aberto pode ser compreendido como um conjunto de partes em constante interação, e quanto melhor for esta interdependência das partes, maior integração com os departamentos no modelo orçanízacíonat", a sinergia, constituindo um todo orientado permanente relação de interdependência Esta interdependência onde planejamentos para determinados melhor fins e em com o ambiente externo. faz com que empresa seja dinâmica em suas ações, de longo prazo deverão receber "inputs" constantes, não somente para sobreviver, mas também para responder eficazmente às pressões que são exercidas pelas contínuas mudanças do macro-ambiente. 2.2- EMPRESA - UM SISTEMA ABERTO Os sistemas abertos envolvem a idéia de que determinados entradas - são introduzidos no sistema, processados, inputs - e geram os outputs - saídas. Os recursos que a empresa utiliza são os mais diversos: materiais, tecnológicos e humanos. Sua estruturação, quando orientada para um fluxo de informações que tem como função prover as bases para tomada de decisão, é caracterizada como sistema de informações. A empresa deverá se munir destas informações para que tenha melhor foco no mercado, cujo processamento deverá resultar em bens ou serviços. 7 Será mencionado em cadeia de valor, no capítulo 4. 12 Gráfico da empresa como sistema aberto, inserida no ambiente de marketing: . .' Entradas Empresa 1------';'--------1 . Registros r-..,...-,-......"...--I prima Equiptos, Energia . Internos . Inteligência de Marketing . Pesquisa de Marketing . Análise da Informação DEMOGRÁFICO Adaptaçiio das ÜllStraçõesde A empresa como sistema aberto (BIO, Sérgio Rodrigues) e Ambiente de Marketing da Empresa (KOTLER, Philip), incluindo os agentes do microambiente da empresa eforças do macroambiente da empresa. 13 Uma administração, estar empenhada buscando maior vantagem competitiva, deverá também na sua operação de forma eficiente, para alcançar a máxima eficácia. Eficácia diz respeito a resultados, a produtos decorrentes de uma atividade qualquer. Trata-se da escolha da solução certa para determinado problema ou necessidade. A eficácia é definida pela relação entre resultados pretendidos, os objetivos, e resultados obtidos. Desta forma uma empresa eficaz coloca no mercado a quantidade pretendida do produto certo para determinada necessidade. Eficiência diz respeito ao método, ao modo certo de fazer as coisas. É definida pela relação entre volumes produzidos I recursos consumidos. Uma empresa eficiente é aquela que consegue o seu volume de produção com o menor dispêndio possível de recursos. o sistema de informação deverá prover bases para melhor orientação das estratégias de produto e preço, ampliando este ao máximo com o objetivo de encantar o cliente. Estando a empresa inserida no macroambiente e agindo como um sistema aberto, a sua eficácia está em atender a relação quantitativa em detrimento da necessidade e qualitativa, do mercado, o ambiente de marketing. A 14 eficiência refere-se ao como e quanto da utilização dos recursos, portanto ao menor custo por unidade produzida, propiciando o menor preço para o consumidor, com a melhor qualidade do produto. o ambiente externo deverá balizar a empresa para que esta possa alterar suas ações, otimizando o nível de eficácia e indicando qual o caminho a ser seguido para maior eficiência. Por exemplo: menores custos podem gerar menores preços e aumentar as vendas, ou, dependendo do segmento considerado pode aumentar a margem e o lucro. 2.3- A EMPRESA E OS PROCESSOS DE MUDANÇA Como já foi mencionado, as barreiras de mudanças são grandes no processo de implantação de um sistema de informação. Entretanto, não são maiores que as necessidades. Uma atitude conservadora do tipo "para que mudar se está tudo bem" deverá ser repudiada, pois não há dúvidas de que o ambiente externo está em constante mutação. Deverá ser visto não por preferências, mas sim por questão de continuidade. As ameacas externas deverão ser detectadas para serem combatidas, e as oportunidades para serem bem aproveitadas de forma estratégica. Os realinhamentos dos processos internos, - e neste ponto não será dada nenhuma ênfase à reengenharia ou programa de qualidade total (TQM) pois acredita-se que o posicionamento estratégico deverá vir antes - de 15 produção, da estrutura organizacional, e do capital humano, decorrer das mudanças do ambiente externo, sinalizadas deverão pelo sistema de informação. Com as necessidades ,sistemas de tomadas de ações rápidas, a implantação computacionais mainframe, que "superdotados" no para dedicados, passado sua substituindo criavam operação um os sistemas estereótipo e programação, deu de de do tipo elementos espaço aos sistemas mais amigáveis, voltados para o usuário final, como por exemplo os sistemas de informações gerenciais - Management Informatíon System MIS, extremamente úteis como apoio às decisões. Portanto as mudanças são necessárias e a busca para o aperfeiçoamento contínuo deverá ser meta, pois só assim serão atendidos os novos níveis de exigências, essenciais para que se possa superar o acirramento da competição. 2.4- O PLANEJAMENTO E O SISTEMA DE INFORMAÇÃO Considerando as prinicipais funções componentes do processo gerencial como o planejamento, direção e controle, a integração para que melhor se possa administrar está sustentada em um sistema de informação. 16 o planejamento implementadas não só visa o longo prazo, pois as ações devem ser tão logo estejam definidos os resultados que deverão ser obtidos, como também o modo de realização. Portanto o planejamento visa a melhor alternativa para se chegar a este fim, e uma vez que os planos irão definir as ações do sistema empresa no meio ambiente, com o objetivo de orientá-Ia para a posição futura desejada, estes são caracterizados como planos estratégicos. o planejamento estratégico é definido na alta direção da empresa, seguindo o modelo clássico dos níveis" do planejamento, sendo que atualmente este conceito deveria ser revisto, uma vez que os níveis hierárquicos estão cada vez mais próximos, principalmente em uma organização com estrutura matricial, onde os projetos a serem executados deveriam ser vistos também de maneira estratégica pelo "project leader", que não necessariamente faz parte da alta administração. Mas tão importante quanto a quem compete o planejamento estratégico, é a questão sobre como estão disponíveis os dados para que este seja elaborado, esclarecendo quais são as reais necessidades. Pelo nível hierárquico entendemos: planejamento planejamento operacional. 8 estratégico. planejamento tático e 17 A adoção de um sistema de informação é fundamental, e este também constituirá a fonte para a estruturação de um dafabase. Este sistema será utilizado para direcionar e otimizar o planejamento estratégico. Não há dúvida de que a empresa, ao ser considerada um sistema aberto, em que as variações do ambiente externo afetam diretamente seu desempenho, trará maior complexidade ao modelo a ser estudado. Conforme Emery": "...0 fato de que isto nos coloca diante da tarefa de analisar interações ambientais proibitivamente complexas não nos dá mais do que uma desculpa, ao isolar conceitualmente as organizações. É como a história do bêbado que procurava seu relógio perdido embaixo do poste de luz, onde havia claridade, embora soubesse ter perdido o relógio num trecho escuro da rua." 2.5- O SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM MARKETING - SIM De acordo com Berenson 10, define-se: "o sistema de informações em marketing é uma estrutura da interação entre pessoas, equipamentos, métodos e controles, estabelecidos para criar um fluxo de informações capaz de prover as bases para a tomada de decisão em marketing." Extraído do livro: BIO, Sérgio Rodrigues - Sistemas de Informação: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1993. Pag.44. . 9 10 BERENSON, Conrad - Marketing information systems, Joumal of Marketing, out. 1969. 18 A definição acima ressalta a importância dos funcionários de uma empresa, não só na implantação do sistema de informações, como também na sua manutenção. É um sistema dinâmico que requer a integração de toda a empresa, onde a melhor viabilidade de seu gerenciamento é através de subsistemas, como será apresentado a seguir. o SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM MARKETING - SIM - será dividido em quatro principais componentes: SISTEMA DE CONTABILIDADE INTERNA O sistema de informações mais antigo e básico utilizado pelo executivo de marketing é o sistema de contabilidade interna. Registra os pedidos, as vendas, os níveis de estoques, os recebimentos, as contas a pagar e assim por diante. Pelo conteúdo dessas informações, os executivos podem referenciar-se quanto à utilização de suas forças internas perante as oportunidades de mercado, assim como a quais são suas fraquezas, podendo comparar os níveis de desempenho reais e previstos. SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE MARKETING Enquanto o sistema de contabilidade interna fornece aos executivos os dados de resultados, o sistema de inteligência de marketing fornece aos 19 executivos os dados dos acontecimentos. Portanto é o modo pelo qual os executivos da empresa se mantêm atualizados e informados sobre modificações das condições no macroambiente e no ambiente-tarefa. Todos os executivos se dedicam, em épocas diferentes, a quatro modos de análise do meio ambiente: 1. Visão não dirigida: exposição geral à informação, em que o observador não tem qualquer propósito em mente. 2. Visão condicionada: exposição dirigida, não envolvendo uma procura ativa, para uma área ou tipo de informação claramente identificada. 3. Procura informal: um esforço relativamente limitado e não estruturado, a fim de se obter informação específica ou para um propósito específico. 4. Procura formal: um esforço deliberado, geralmente seguindo um plano, procedimento ou metodologia preestabelecida, a fim de assegurar informação específica ou informação relacionada com assunto específico. Observe-se que uma reestruturação das fontes informais" estão levando as empresas American Express, Sony, Whirlpool, Procter & Gamble, entre outras, a solicitar as reclamações dos seus clientes para que as tenham 11 HIAM, Alexander; SCHEWE, Charles D. - The portable MBA in marketing. New YOrk, NY: John Wiley & Sons, Inc, 1992. 20 como complemento das informações da pesquisa formal, orientando-as nas decisões não só sobre concepção de novos produtos ou serviços, como também sobre melhoria da satisfação do consumidor. A General Electric estruturou um serviço com ligação gratuita, onde dos três milhões de chamadas recebidas por ano, 10% são reclamações. Outro dado importante é que 25% das ligações são para ajudar as tomadas de decisões, portanto a empresa pode intervir na influência de aproximadamente 500.000 compras. SISTEMA DE PESQUISA DE MARKETING Além das informações da contabilidade interna e da inteligência de marketing, o executivo precisa de estudos específicos sobre as variáveis que atuam sobre as oportunidades e ameaças. Poderá necessitar de um levantamento de mercado, de um teste de preferência de produto, de uma previsão de vendas por região ou de um estudo da eficácia da propaganda. Esses estudos exigem os talentos de pesquisadores habilidosos que possam aplicar os princípios do tamanho de amostras, de projeto de amostras e de construção de questionários para a tarefa. Esses pesquisadores geralmente fazem parte do departamento de pesquisa de marketing da empresa. 21 SISTEMA ANALíTICO Um número crescente de organizações tem acrescentado um quarto serviço de informações, a fim de ajudar seus executivos de marketing - é a ciência da administração (também chamada pesquisa operacional). administração aplica organizacionais, previsão a na busca e controle. metodologia de científica um aperfeiçoamento Os cientistas da Um cientista da aos do administração problemas conhecimento, são geralmente chamados de construtores de modelos. Isso é bastante apropriado, porque "modelo" é um dos conceitos centrais de definição em seus campos. Um modelo é a especificação de um conjunto de variáveis relacionamentos para representar algum sistema ou processo projetados real no todo ou em parte. Tipos básicos de modelos na ciência da administração: - Modelos descritivos; - Modelos de decisão; - Modelos verbais; - Modelos gráficos; - Modelos matemáticos. e seus inter- 22 2.6 - A EMPRESA DO SÉCULO XXI E A INFORMAÇÃO o comportamento das empresas que buscam atingir o próximo século, assim como aquelas que surgirão de novos negócios, fará com que elas se tornem mais flexíveis, dinâmicas, automatizadas, enxutas com poucos níveis hierárquicos, cultura cooperativa, nova filosofia gerencial, novos paradigmas, produtos personalizados, novas formas de se organizar, motivar (endomarketing), controlar, delegar (empowerment) e competir. Essas empresas estão rapidamente ocupando o seu espaço no novo ambiente mercadológico. Estas empresas iniciaram um processo de profundas restruturaçães, reformulando a visão executiva, paradigmas, missões, estratégias, parcerias e principalmente o uso estratégico da tecnologia da informação - T.I. para reduzirem custos e tempos. Esta afirmação deverá ser cautelosa quanto a sua abrangência, pois em muitos casos a T.I. poderá aumentar os investimentos da empresa, e conseqüentemente os seus custos, mas a melhor relação que deveremos estabelecer é o custo x benefício, assim como obter vantagens competitivas. Um novo ambiente de negócios está emergindo com mercados globais, competição global, economia global, investimentos globais, globalização da produção, onde as fronteiras físicas estão sendo substituídas por fronteiras digitais. 23 Neste novo ambiente de negócios, a tecnologia da informação começa a exercer um inevitável papel estratégico capaz de alavancar vantagens competitivas, dinamizar negócios e estreitar o relacionamento entre clientes e fornecedores. A tecnologia está ampliando os limites do que uma organização pode fazer em termos de novos produtos, novos serviços e acesso a novos nichos de mercados, nacionais e internacionais. Os computadores se tornaram cada vez mais rápidos, mais baratos, mais fáceis de utilizar, e menores. Por meio de microondas, satélites e fibras óticas, o alcance da informática se tornou praticamente ilimitado. As grandes empresas estão se fragmentando em várias empresas menores ou Unidades Estratégicas de Negócios, mais ágeis, autônomas e descentralizadas, sensoriando o mercado através das informações pertencentes ao seu segmento de atuação. Os novos mercados estão agrupados em blocos econômicos, extrapolandose de economias nacionais para uma economia global, de uma sociedade industrial para uma sociedade de informação, onde se podem comprar produtos de outros países através da via de informação - Internet, uma mudança no modo de se comunicar com os clientes, uma relação holística entre os valores tangíveis e intangíveis. 24 SISTEMA DE INFORMAÇÃO E INTERATIVIDADE Uma rede de comunceçêo" se transformará então numa extensão natural dos canais de marketing, atendimento e comercialização das empresas. Sistema de comunicação via Internet, em razão de ser o custo mais baixo que os sistemas convencionais, já começa a ter um impacto sobre as margens de lucro da operação. Portanto, é um instrumento capaz de revolucionar a forma como as empresas anunciam, negociam, administram seus negócios e tratam seus clientes. Vendas diretas pela rede, para atingir o leitor que não tem acesso devido aos problemas de distância, é disponibilidade de um canal de distribuição alternativo. A Internet permite receber informações de cada cliente, portanto um anúncio com oferta de interatividade traz o cliente para dentro da empresa. O Bradesco está utilizando esta oportunidade para recolher propostas de cartões de crédito. Ao administrar a informação, deve-se sempre estar atento ao que Wurman 13 menciona sobre a compreensão desta, assim como sua influência na formação de opinião: 12 MARTINS, Ivan - O império da rede - Revista Exame - 17.01.96 - p.24-30. 25 Informação à prova de ansiedade: A compreensão da diferença entre dados brutos e aqueles que podem ajudar na compreensão e aumentar o conhecimento, entre informação como coisa e informação como significado, tornará o consumidor I cliente um processador de informação mais competente. Somos o que lemos. Tanto em nossa vida profissional quanto pessoal, somos julgados pela informação que utilizamos. A informação que ingerimos molda nossa personalidade, cor à nossa visão de mundo. contribui para as idéias que formulamos e dá 14 No próximo capítulo será abordado o database marketing, que irá auxiliar a implantação das ações para o marketing de relacionamento, e sustentará o posicionamento estratégico da empresa. 13 WURMAN, Richard Saul - Ansiedade de informaçlo: como transformar informaçAo em compreenslo - São Paulo: Cultura Editores Associados, 1991. Pág.45. 14 WURMAN, Richard Saul - Ansiedade de informaçlo: como transformar informaçAo em compreenslo - São Paulo: Cultura Editores Associados, 1991. Pág.24. 26 CAPíTULO 3 3- DATABASE MARKETING o que é Marketing com Banco de Dados (Database Marketing)? Marketing com banco de dados é uma abordagem canais e meios individualmente, desmassificar consumidores de comunicação de modo a interativa, que usa os serem endereçáveis tais como correio, telefone e força de vendas, visando as informações potenciais, que deverão incrementando atingir os o relacionamento clientes e da empresa através de estratégias bem-sucedidas para era do cliente: - Para ampliar a ajuda a um público-alvo da empresa; - Para estimular sua demanda; - Para estar perto deles, registrando e mantendo uma memória eletrônica de banco de dados, todos os contatos comerciais e de comunicação, para ajudar a melhorar os contatos futuros e assegurar um planejamento mais realista de todo o composto de marketing. o database marketing é composto de um criterioso arquivo sobre os clientes já existentes e os potenciais, uma memória "viva" que será constantemente 27 atualizada, exigindo para isso ações contínuas de pesquisa e comunicação, combinado com uma estrutura computacional adequada à manipulação destas informações. A inter-relação dos dados internos e externos será analisada para descobrir as oportunidades de satisfazer os consumidores ou clientes, levando a empresa a uma posição diferenciada daquelas que atuam no mercado. Expandindo o conceito de database marketing já apresentado, pode-se dizer que é também um processo de marketing orientado pela informação e o gerenciamento de dados dos clientes, através da criação de um banco de dados, permitindo aos profissionais de marketing desenvolverem e implementarem programas e estratégias personalizadas para os clientes, prospects e suspects". O banco de dados é a "memória" do novo marketing, complementado com "inteligência". Pode-se também chamá-lo, de acordo com suas aplicações, de Maximarketing, Relacionamento, Marketing Relacional Multimarketing, e Marketing Marketing de one-to-one. Enfim, database marketing será usado para significar um novo modo de fazer negócios, uma redefinição do gerenciamento de marketing que irá reconduzir o. relacionamento entre uma empresa e seus clientes, assim como um nova maneira de "olhar" para o mercado. O processo de evolução de um potencial de venda até sua realização passa por: "suspect" -> "prospect" -> comprador -> cliente -> referencial (toma o cliente um vendedor da empresa). 15 28 o banco de dados é formado através de informações sobre os clientes de forma individualizada, podendo se estender para potenciais clientes através da aquisição de mailing list disponível ou até mesmo criando uma, cujos dados podem ser obtidos através de pedidos, solicitações de informações, pesquisa de mercado, enfim do sistema de informação já descrito. A estruturação destas informações, assim como sua constante monitoração e atualização, deverão ser analisadas quanto aos padrões de compra e do comportamento dos consumidores, com o objetivo de se ter maior eficiência no direcionamento de produtos e serviços para um segmento específico. o database marketing pode ser utilizado na orientação de estratégias para lealdade de marca, minimizar os riscos de ações da concorrência, promoção de vendas dirigida para diminuir os estoques ou aumentar a receita sempre orientado de acordo com as informações que identificarão os consumidores com maior probabilidade de aquisição de produtos e serviços. A Tilibra 16 foi atendendo aos palpites dos clientes e o resultado foi o crescimento em 30% das vendas. Com o objetivo de espalhar a marca por todo o país e para obter as melhores oportunidades, a estratégia foi criar um database, onde seu exército está no recrutamento dos consumidores, através de milhares de questionários encartados nos produtos. Por meio 16 PACHECO, Odete - O boletim ficou mais bonito. Revista Exame - 13.04.94 - p.86. 29 deles, a Tilibra fica sabendo desde a idade e a profissão de seu cliente até o tipo de produto que costuma comprar com maior frequência. Ela tem um database com mais de 800.000 nomes cadastrados, sendo que dele são extraídas as informações para os novos lançamentos. Feita uma pesquisa com um grupo de adolescentes sobre a linha de cadernos universitários da marca em questão, descobriu-se que muitos deles costumavam comprar dois cadernos, desmontá-los e montar um único que fosse capaz de reunir todas as matérias. Assim sendo, foi lançado um produto com 500 folhas e, em três meses, foram vendidas mais de 300.000 unidades, tornando-se o caderno mais rentável da linha universitária. Pode-se usar também como uma ferramenta adicional para a "força de vendas", inicializando o contato com potenciais clientes através do Marketing Direto e do Telemarketing. O telemarketing é uma derivação do marketing direto quanto ao veículo de comunicação utilizado, ou também mantendo o cliente informado sobre o que tange a empresa sem a necessidade de visitas constantes dos vendedores, reduzindo desta forma os custos para melhorar a margem ou diminuir os preços, para se ter maior competitividade. Uma outra alternativa é a realização de vendas através de ações do marketing direto, e desta vez não só em busca dos argumentos acima descritos, mas também para que se tenha maior abrangência territorial. 30 Visando a vender material escolar onde quer que o cliente esteja é a estratégia da Labra, que utiliza os correios e o serviço de telemarketing 17. Este tipo de venda já significa 10% do faturamento da empresa, que pretende aumentar através da mudança do mix de produtos, privilegiando itens com maior valor agregado. Com a moeda estável, a viabilidade da venda direta 18, através de catálogos, está aumentando. O crescimento desta modalidade comercial requer um banco de dados estruturado e atualizado, e com certeza terá uma maior relevância no faturamento da empresa. Com a utilização do dafabase markefing, as ações envolvendo o composto de marketing, também chamado de marketing "rnix" ou elementos de marketing, tornam-se mais mensuráveis quanto ao retorno desejado, obtendo desta forma uma melhor relação quanto a um índice de desempenho - montante investido I resultado obtido, o que torna a função de marketing mais responsável quanto aos resultados. A sua utilização para ampliação das campanhas promocionais, incluindo publicidade institucional de imagem de marca, proverá um maior vínculo entre a propaganda e a promoção de vendas. 17 COSTA, Flávio - Atrás do cliente onde ele estiver. Revista Exame - 07.12.94 - p.60. 18 CARVALHO, Sandra - A vitrine vai ficar maior. Revista Exame - 27.04.94 - p.88-89. 31 Uma vez estabelecido um canal constante de comunicação com o cliente, os seus anseios, suas dificuldades, poderão ser cuidadosamente suportadas pela empresa, evitando os riscos de negligenciamento. Haverá uma melhora considerável na prática dos princípios de qualidade, sem a necessidade de se obter a certificação mercadológicas, ISO 9000 para justificativas sendo que as informações deverão ser utilizadas para a correção do sistema, e o atendimento ao consumidor deverá incrementar a sua satisfação, ampliando sua percepção e o conceito de valor. A seguir serão mencionadas algumas áreas de aplicações do database marketing, sendo que dependerá muito da característica da empresa e como esta o implementa. abrangente, Em alguns casos poderá ser muito menor ou mais estando diretamente correlacionado organizacionais, com a cultura e estrutura ou com os recursos materiais disponíveis. Planejamento: • Planejamento estratégico; • Pesquisa & Desenvolvimento; • Planejamento do produto. 32 Marketing e Vendas: • Análise de mercado (ambiente de marketing); • Pesquisa de mercado; • Planejamento da campanha, coordenação e gerenciamento; • Previsão de vendas; • Apoio de vendas em campo; • Promoção de vendas; • Marketing direto (mala-direta); • Telemarketing; • Gerenciamento da força de vendas; • Controle do composto de marketing. Sistemas financeiros I operacionais • Entrada do pedido; • Controle de estoques; • Faturamento; • Contas a receber I devedores. Assistência (ao consumidor e técnica): • Atendimento ao consumidor; • Equipamentos em reparos; • Estoque de peças; • Grau de satisfação do consumidor. 33 Com o aumento da competitividade, os shoppings centeres seguem a pista dos clientes fiéis, onde encontram no database uma fonte de informações19 estratégicas para rentabilizar o negócio. o BarraShopping, do grupo Multiplan, no Rio de Janeiro, já tem 200.000 clientes cadastrados, sendo seus caminhos seguidos pela Ibirapuera, Iguatemi e West Plaza, em São Paulo, onde a comunicação com os clientes abarca tipos de promoção e serviços que estimulam a mantê-los fiéis, através de ações sob medida para públicos distintos. A Pirelli, numa reestruturação de sua força de vendas, está utilizando o database marketing para o cadastramento de 2.000 revendedores, e com isso quer ter uma maior abrangência territorial. O atendimento aos revendedores é feito por uma equipe localizada no escritório central da Pirelli, onde o pessoal de vendas não conhece os rostos de seus revendedores, mas sabe muita coisa sobre ele20: o que pensam, qual é seu volume de compras, sua frequência, sua estrutura, e principalmente alguns dados pessoais, como a sua data de aniversário e de seus familiares mais próximos. 19 PACHECO, Odete - Sherlock Holmes faz escola. Revista Exame - 07.12.94 - p.99-101. 20 PACHECO, Odete - Na cola do cliente. Revista Exame - 02.03.94- p.68-71. 34 A mesma estratégia é adotada pelo atacadista Martins, o maior distribuidor do país, que vende de bolinhas de gude a geladeiras, para 180.000 clientes. o seu segredo é satisfazer os desejos dos clientes. Deu personalidade compradores, pesquisou seus hábitos de compra aos e lazer. Atualmente, quando o vendedor vai ao cliente, sabe como tratá-lo. 3.1- PONTOS FAVORÁVEIS DO DATABASE MARKETING A comunicação em massa, que no passado era tido como uma grande revolução para a promoção de um produto ou da empresa, atualmente sofre reformulaçães quanto à sua tendência para as estratégias de comunicação com o mercado para o futuro. Empresas descobrem diretamente consumidores as vantagens do banco o público-alvo e reduzir potenciais com o perfil custos similar de dados para atingir de promoção", ao dos seus buscando melhores consumidores. A sua utilização também proporciona maior eficácia para o lançamento de produtos, o que foi comprovado em uma estratégia utilizada pela Philip Morris nos Estados Unidos, com um retorno de 2 milhões de respostas a uma campanha de comunicação de massa e suporte do marketing direto. Um bom sistema de database pode-se tornar um ativo fixo inestimável. MENDONÇA, Cláudio - A eficiência do dafabase. Revista Marketing & Negócios 17.01.94 - p.27-28. 21 35 A informação deve ser encarada como uma base estratégica justamente para desenvolver sistemas de criação, tendo o database como ponto de partida. Uma pesquisa" foi realizada com 300 profissionais que conduzem a atividade de marketing das maiores empresas instaladas no país, nacionais e multinacionais, visando uma ponderação da importância das atividades ligadas ao marketing e à comunicação nos dias atuais, e como irão evoluir no futuro, em uma forma de ranking. A seguir estão listadas as atividades de marketing pela ordem em que se situam no ranking atual, segundo dado o peso a elas pelos anunciantes. Na terceira coluna é apresentado o seu ranking no futuro, resultante da previsão, e na segunda coluna o peso futuro. A quarta coluna demonstra qual é o ranking de crescimento das atividades, de acordo com as ponderações que estas terão no futuro, determinado as atividades de marketing mais importante quanto da comunicação integrada na virada do milênio: Relatório da Pesquisa - A comunicação integrada na virada do milênio - realização: Resposta Pesquisa e Marketing Ltda, São Paulo, 1993. Pág.3. 22 36 PESO PESO RANK. RANK. ATUAL FUTURO FUTURO CRESC. 1. Propaganda de marca 6,7 7,2 2 16 2. Planejamento 5,9 7,6 1 14 5,5 6,7 4 16 ATIVIDADE estratégico 3. Promoções 4. Propaganda 5,1 6,4 5 15 5. Merchandising 4,a 6,4 5 13 6. 7. Feiras e eventos 4,7 5,6 10 15 Assessoria 4,6 6,3 6 11 a. Relações públicas 4,4 6,2 7 9 9. Pesquisa de comunicação 4,3 5,2 11 14 4,2 6,2 7 7 4,1 4,9 13 15 10. Pesquisa de vendas institucional de imprensa de mercado 11. Patrocfnios Programas corporativos 4,1 5,7 9 10 Consultoria especializada 4,1 5,6 6,4 10 12 3,9 5 5 3,7 6,1 a 4 3,5 6,9 3 2 3,5 5,1 12 a 3,4 5,7 9 3 3,1 4,6 14 6 2,a 6,1 8 1 12. Marketing de incentivos 13. Telemarketing 14. Marketing (receptivo) direto Endomarketing 15. Propaganda 16. Consultoria de resposta direta de marketing 17. Databasemarketing Observe-se que o planejamento estratégico, que atualmente está em segundo lugar nas atividades de marketing devido à sua importância, estará em primeiro lugar no ranking do futuro, comprovando sua relevância para o sucesso empresarial. Entretanto sua evolução de 20 para 10 pouco lhe atribui em taxa de crescimento, estando na 168 posição no ranking de crescimento. 37 o databaSe marketing, que em valor de crescimento das atividades de marketing será a 1a, pois estava na 17a posição. e passará a ter uma ponderação que a classificará aa como a atividade mais importante no ranking futuro, portanto a que mais cresceu na avaliação, é justificado pelos pontos favoráveis na sua importância para o planejamento estratégico, assim como pelas seguintes características: - É mensurável: - É passível de ser testado; - É seletivo; - Personaliza a comunicação; - É flexível nas suas aplicações. A competitividade realizações competência, de está cada vez mais agressiva, negócios minimizando irá os favorecer fatores onde o dinamismo das aqueles que que possam tenham essa influenciar os consumidores em favor dos concorrentes. Esta afirmativa leva a adoção do database marketing como favorável, onde a otimização do tempo no ciclo que inclui a prospecção, qualificação, negociação e fechamento, é atingida. Os mitos23 mercadológicos estão sendo derrubados pela nova abordagem em sistema de informação, estruturando o trabalho de marketing de forma 23CLANCY, Kevin J.; SHULMAN, Rober1 S. - A revolução no marketing: o domínio do mercado a1ravés da inteligência em marketing. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Ed., 1993. 38 científica, através de fatos e análises de mercado realistas, não apenas de intuição. 3.2- ESTRUTURAÇÃO DOS DADOS Analisa-se agora a essência do database marketing, pois através dos dados será estruturada a fonte de informações sobre um determinado cliente, ou uma tendência de um segmento que está em estudo, para que sejam elaboradas as estratégias e os planos táticos e operacionais. o sistema de informações de marketing será a fonte geradora, de onde os subsistemas utilizados serão escolhidos, de acordo com a característica do dado necessário: se primário - oriundo do subsistema pesquisa, e se secundário - através do subsistema inteligência. Portanto, os conceitos já apresentados serão utilizados para estruturação do banco de dados'. Entretanto, algumas normalizações deverão ser feitas, para que estes possam ter o "valor" desejado. Caso contrário, ter-se-á um agrupamento de dados, que além do alto custo de obtenção e processamento, não terá nenhum valor agregado. Para que se possa deixar um pouco mais prático o exposto acima, será configurado como estrutura de banco de dados uma aplicação como identificação. Esta aplicação será uma série característica. Por exemplo, se 39 for pesquisado quem são os colecionadores de automóveis antigos no Brasil, esta estrutura de dados será uma série. Esta série será composta, portanto já subdividida em segmentos, de empresas e pessoas - quais são as pessoas que colecionam os carros antigos, associando com o exemplo dado, e de acordo com a série a ser estruturada, também segmentada em empresas. Uma nova segmentação será feita de acordo com o que serão definidos como eventos ou objetos. Os eventos são identificações de tudo que aconteceu ou vai acontecer em um relacionamento: realização de uma venda, participação de um congresso, envio de uma proposta, resposta de uma mala direta, ou alguma outra ação específica. Os eventos poderão ser ativos ou receptivos, e vêm caracterizar, por exemplo, o tipo de telemarketing desejado em uma determinada campanha. Portanto, a empresa deverá determinar quais são os eventos que estão vinculados com o público alvo, e o mercado de atuação, o relacionamento com o cliente. Os objetos são informações genéricas, do tipo cadastral, mesmo que ainda não tenha ocorrido a relação de trocas com a empresa. É tudo aquilo que o público alvo já tem ou deseja. A título de exemplo, poder-se-ia indagar: quais são os modelos de aviões em atividade nas companhias aéreas brasileiras? Pode-se, ao invés desta opção apresentada, solicitar a listagem das companhias aéreas brasileiras que tenham o Boeing 737, para que se faça uma substituição de peças de forma preventiva para unidades com fabricação superior a cinco anos. 40 Portanto pode-se apresentar esquematicamentea estrutura básica de um banco de dados genéricoda seguinteforma: Consolidando o que foi apresentado para a estruturação do banco de dados, deverá ser feito o planejamento dos dados dentro do esquema acima: a escolha das fontes de dados e a seleção dos mesmos, já segmentando de acordo com a necessidade e os componentes dos referidos dados. Para que se tenha a qualidade almejada dos dados, e se possa utilizá-los de acordo com o desejado, devem-se definir os relacionamentos, as técnicas de cruzamento e eliminação, entre os elementos de dados (campos),já na forma "normalizada". 41 3.3- TECNOLOGIA E O BANCO DE DADOS Um dos princípios da tecnologia do banco de dados relacional é o de que os dados devem ser normalizados em grupos lógicos. Dentro de um arquivo único estarão os registros de diversos clientes, e desta forma será necessário um software de gerenciamento de banco de dados. Os softwares atualmente já estão disponíveis como aplicativos. Deve-se escolher aquele mais apropriado ao o tipo de negócio, às ações promocionais e ao relacionamento que deve ser estabelecido com os clientes. Aplicações do marketing direto requerem um software para que os registros de arquivos possam ser contados rapidamente. Deverão ser criadas versões de índice dos dados armazenados. Desta forma, as consultas podem ser respondidas somente através do processamento dos índices criados, isto é, lendo os registros dos dados brutos e fazendo a contagem. Este tipo de processamento geralmente envolve milhões de dados, sendo que as respostas podem ser dadas em minutos ou até mesmo em segundos. A seguir serão apresentadas algumas características que deverão ser consideradas para a escolha do software para o database marketing: 42 Estrutura do banco de dados: - Gerenciar business to business e business to person simultaneamente; - Gerenciar vários tipos de públicos-alvo simultaneamente; - Associar quantos "objetos" se quiser a cada integrante do banco de dados; - Estabelecer sua própria nomenclatura para estes "objetos"; - Associar quantos "eventos" se quiser a cada integrante do banco de dados; - Estabelecer sua própria nomenclatura para estes "eventos"; - Registrar as informações adicionais que se desejar sem nenhum limite; - Adequar os tamanhos e nomes dos campos de acordo com a necessidade; - Subdividir campos de acordo com o modo de endereçamento; - Ter o número de campos e informações ilimitados; - Ser utilizado por diversos departamentos da empresa, gerenciando diferentes tipos de informação. Pesquisa, filtragens e relatórios: - Localizar um registro a partir de qualquer informação relacionada a ele; - Rápido tempo de pesquisa; - Não ter limitação quanto ao cruzamento de dados; - Filtrar dados a partir das informações especificadas; - Fazer o mapeamento para aplicações de geo-marketing; - Gerar planilhas de estatísticas cruzadas. 43 Seguranca dos dados: - Níveis de acesso a certas informações de forma controlada; - Registro de quem atualizou I incluiu o registro; - Padronização automática para nomes de logradouros. Utilitários e funções auxiliares: - Gerador de etiquetas; - Gerador de relatórios; - Segmentação da utilização do banco de dados; - Realização de cálculos de Recência, Frequência e valor Monetário (RFM), para avaliar o potencial de negócios dos integrantes do banco de dados; - Fazer pontuação e ranking, Importacão e exportacão de dados: -Integração com sistemas de telemarketing; - Importação e exportação de arquivos de vários padrões; - Inclusão, atualização e exclusão de dados via importação; - Confecção de mala direta personalizada, usando ou não um processador de textos externo. Não é o objetivo deste trabalho determinar a melhor configuração do banco de dados, assim como o melhor. software para o seu gerenciamento, importante que estes conceitos ferramenta para determinação sejam abordados, das estratégias, pois como mas é toda esta também tem suas 44 restrições, e estas devem ser conhecidas para que o apoio à decisão não esteja comprometido. Como foi mencionado na introdução, o database marketing é uma memória "viva" que será constantemente atualizada, portanto fundamental para o modo como os dados estão estruturados e a interatividade do usuário neste processo. Pode-se, então, ter uma inter-relação entre os dados internos e externos fiéis à realidade, otimizando a comunicação com os clientes e representando a melhor interação com o ambiente de marketing. A arquitetura computacional é o ambiente em que o banco de dados está armazenado, e conseqüentemente onde o aplicativo será processado. Não será detalhado o melhor hardware, pois será uma característica de cada negócio e aplicação. Deve-se estar atento à complexidade de configurar o sistema, assim como da sua implantação, já foi descrita como barreira à automatização da informação. Os . recursos necessários correspondem a montantes relevantes de investimento. Da mesma forma que a nova tecnologia da computação, do downsizing dos mainframes aos velozes recursos a aplicação do database marketing, poderá restringir o seu universo de aplicação. microcomputadores, esses e esta mesma tecnologia 45 Enfim, o sistema de informações como fonte geradora, a estruturação dos dados, a capacidade de informações armazenadas, o gerenciamento dos dados, o processamento e sua correlação com as necessidades, a arquitetura computacional, os usuários, a retroalimentação do sistema e as aplicações no composto de marketing, são os componentes do database marketing, uma nova concepção de agir estrategicamente em busca do encantamento do cliente. No próximo capítulo serão abordados os conceitos de estratégia. A partir deles, serão analisadas suas aplicações efetivas com propostas de fidelização e posicionamento estratégico mais favorável, visando neutralizar as forças de reação das empresas. 46 CAPíTULO 4 4- MARKETING ESTRATÉGICO Neste capítulo serão apresentados alguns conceitos de planejamento estratégico e estratégias de marketing para que se tenha os elementos necessários à elaboração do marketing estratégico. A partir disso, pode-se conceber um plano em que o composto de marketing será utilizado com o objetivo de atender às necessidades do mercado, e cujas informações foram obtidas através do sistema de informação de marketing. A empresa que utiliza o database marketing tem como vantagem uma interação com o cliente, permitindo uma maior precisão dos dados analisados, com maior certeza de sucesso. No próximo capítulo será abordada a satisfação do consumidor, concluindo os elementos que serão trabalhados para a otimização do marketing de relacionamento, determinando-se estratégias para programas de fidelização. Não há como discorrer sobre marketing estratégico sem colocar os conceitos de planejamento estratégico e estratégias de marketing. O que até então poderia parecer óbvio, não se repete na prática, onde as fronteiras destas definições são bem próximas. Um plano de marketing acaba sendo caracterizado como um planejamento estratégico e as estratégias de marketing não administração. necessariamente' precisam ser definidas na alta 47 o planejamento estratégico inicia-se com o desenvolvimento de uma missão, que será o propósito de existência de uma organização através das suas realizações. Em seguida, definem-se objetivos e metas, o portfólio de negócios e quais são as necessidades que deverão ser supridas. Estas necessidades serão previstas por planos de suporte, que serão um componente do plano geral da empresa. Portanto o planejamento de marketing é uma atribuição das unidades de negócios e das gerências de produtos, em função do mercado, sustentando o planejamento estratégico da empresa. A Unidade de Negócios24 também está envolvida com outros planejamentos funcionais. Pode-se esquematizar a hierarquia de objetivos da seguinte forma: Se o sistema-empresa sofre as influências do ambiente de marketing, o planejamento requer uma análise das ameaças e das oportunidades, Unidade de Negócios entende-se como sendo área de negócios da empresa que possue independência operacional, com seus próprios centros de custo e lucro. 24 48 seleção e pesquisa dos mercados-alvo, desenvolvimento das estratégias de marketing e elaboração dos planos de marketing. Muitas empresas que não operam em "sintonia" com o mercado elaboram estratégias para criar demanda", com o objetivo de atrair clientes e formar novos mercados. Nos tempos difíceis, em que as pessoas comandam seus impulsos consumistas muito mais pela lógica do que pela emoção, as empresas devem estar atentas a um ponto fundamental que irá determinar a sua sobrevivência ou o seu fracasso. Portanto, a adoção de estratégias para criar demanda isoladamente pode resultar no acionamento de uma "bomba relógio". É necessário montar uma estratégia cuidadosa e bem definida para conseguir atingir os clientes no ponto certo para não perdê-los mais tarde. A essência é a manutenção de um relacionamento entre a empresa e seu público alvo. A falha está em não igualar os produtos aos desejos e necessidades dos consumidores. Um erro cometido com bastante freqüência é tentar modificar o mercado, enquanto o correto é adaptar a empresa às novas condições de exigências. A tentativa de aprimorar a imagem da empresa, insistindo apenas no impacto de informação, não surtirá efeito a longo prazo. Esta é a razão FADUL, Sérgio - Estratégias para criar demanda. Revista Marketing & Negócios - N° 16 - p.30-32. 25 49 porque as empresas estão investindo uma relação de 35% em mídia e 65% nas promoções, as quais incluem programas de fidelização. Kotler afirma que "a estratégia de marketing define os princípios amplos pelos quais a unidade de negócio espera realizar seus objetivos de marketing em um mercado-alvo, e consiste em decisões básicas sobre o gasto total em marketing, composto de marketing e alocação em marketing. ,,26 E o mesmo autor define: "o composto de marketing é o conjunto de instrumentos de marketing que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing no mercado-alvo?". No capítulo Marketing strategies: development and elternetives", Mason oescreve ' seis elementos de marketing (6 P's), correspondentes ao composto de marketing, que são utilizados para o desenvolvimento de um plano, com o objetivo de se implementarem as estratégias elaboradas: • Produto- Product; • Preço- Price; • Distribuição- Place; KOTLER, Philip - Administração de Marketing: implementação e controle. São Paulo: Atlas, 1993.Pág. 102. 26 27 análise, planejamento, Idem. 28 MASON, Joseph Barry; MAYER, Monis L.; WILKINSON, J.B. - Modem retailing: theory and practice. Homewood, IL.: Richard D. Irwin, Inc,1993. Pág. 105. 50 • Promoção- Promotion; • Apresentação - Presentations; • Pessoal- People. Cabe aqui deixar claro que o composto de marketing, se não utilizado adequadamente, trará com certeza problemas à obtenção dos objetivos estabelecidos. As estratégias promocionais", aplicadas de forma errada e sem considerar a resposta do concorrente, podem obrigar a empresa a permanecer com determinadas ações por longos períodos, tendo que incorporá-Ias ao custo do produto de forma definitiva, pois a desassociação do que é mais importante já está descaracterizada. Um exemplo desta disputa são os brindes para aumentar as vendas de jornal e revista, como a campanha Estado de São Paulo versus Folha de São Paulo. É de se pensar como será interrompido esse processo. Não há duvidas de que as promoções são a forma mais fácil de conquistar os leitores. Entretanto, quando os brindes chegam ao final, os clientes se vão. Mercedes, Perrier, Kodak, IBM. Esses nomes foram "monstros" sagrados do marketing. Hoje só o nome não garante nada. As grandes marcas" não têm 29 CARVALHO, - p.106-109. KASHANI, 80. 30 Sandra - Dentro de um jogo que nunca termina. Revista Exame - 14.02.96 Kamran - As grandes marcas têm futuro? Revista Exame - 27.03.96 - p.78- 51 sabido se defender muito bem do ataque de produtos concorrentes praticam preços comportamento menores, incluindo marcas se deve à maior disponibilidade próprias de varejo. Este de informação a que os consumidores têm acesso. Portanto, um maior foco nas necessidades dos clientes, e não uma administração que reais medíocre de marcas, garantirá sua fidelidade. A inovação é uma das armas mais potentes para fortalecer uma marca, Muitas empresas gastaram um grande montante para ganhar a Iealdade" dos clientes, financeiros. entretanto não foram bem sucedidas Os cuidados necessários e tiveram problemas para a elaboração de um plano de fidelidade são: - Fazer com que os planos sejam bem administrados rentabilidade financeiramente; a do negócio deve suportar com margem os custos relativos a prêmios, serviços e comunicação; - Controlar a ansiedade do consumidor, pois ele não pode ter a sensação de que o programa será suspenso a qualquer momento; - Ter uma comunicação permanente; sem isso, não há a mínima chance de que o programa resista. PACHECO, Odete - A fidelidade não é fácil de comprar. Revista Exame - 17.08.94 p.110-111. 31 52 As estratégias deverão estar alinhadas com os objetivos, e com a utilização do composto de marketing. A empresa estará se relacionando com o meio ambiente, e nesta interação há outras empresas. Portanto, os compostos de marketing de todas as empresas estão agindo simultaneamente. A empresa vencedora será aquela que apresentar maior competitividade, ou melhor, se seu diferencial for de tal forma maior, que se destaque das demais, criando uma vantagem competitiva. Devido ao acirramento competitivo, deve-se utilizar o máximo de recursos possíveis, para que aumente o valor percebido pelo cliente. não só pelo produto que o satisfaz, mas também pela relação que este tem com a empresa. A seguir serão abordados alguns conceitos de estratégia competitiva, e no final do capítulo serão apresentadas algumas estratégias de marketing, em conjunto com o composto de marketing. 4.1 - DESENVOLVENDO UMA ESTRATÉGIA COMPETITIVA Uma vez que existe uma competitividade no mercado, excluída portanto uma situação de oligopólio, é importante saber quais são as regras do jogo, e principalmente quais são as forças que estão agindo. 53 No macroambiente da empresa encontram-se as oportunidades e ameaças, e no microambiente denominadas as forças e fraquezas. cinco forcas competitivas Não há duvidas de que as básicas atingem não somente o macro, mas também o microambiente. As cinco forças competíttvas": Entrantes potenciais - ameaça de novos entrantes; Substitutos - ameaça de produtos ou serviços substitutos; Compradores - poder de negociação dos compradores; Fornecedores - poder de negociação dos fornecedores; Concorrentes na indústria - rivalidade entre as empresa existentes. Fica claro que, de acordo com estas forças, a competitividade restrita aos concorrentes já estabelecidos, não está mas se vale também daqueles que poderão vir a integrar o mesmo mercado, ou das mudanças de hábitos e novos usos e costumes, pela introdução de produtos substitutos. As empresas situadas no Brasil, que vêem como de maior importância a participação nos blocos econômicos, dentro do processo de globalização, e uma abrangência mercadológica, deveriam estar atentas quanto às ameaças que terão com a vinda de novos concorrentes. PORTER, Michael E. - Estratégia competitiva: técnicas para análise de industrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. 32 54 Não considerando como certas as imposições de barreiras políticas I legais, estas empresas deverão se capacitar para tal aumento de competitividade, inclusive cogitando da formação de parcerias, para que se aumente sua vantagem. Deverão se implementar ações contra estas forças. O melhor conjunto de reações certamente irá diminuir estas ameaças. Algumas destas ações são listadas a seguir: - Economias de escala; - Diferenciação de produto; - Necessidades de capital; - Canais de distribuição; - Preço. Para enfrentar estas forças competitivas, três considerações estratégicas devem ser utilizadas, com fim de vencer estas restrições: - Liderança no custo total; - Diferenciação; - Enfoque. Estas estratégias, caracterizadas por Michael Porter como genéricas, são as bases para o desenvolvimento de estratégias específicas, como por exemplo a utilização de um database marketing para intensificar ações de 55 relacionamento em um segmento particular, e a estratégia de enfoque, que tem como objetivo atingir um público-alvo bem determinado. As outras estratégias genéricas, liderança no custo total e diferenciação, podem ser aplicadas como processos de administração de estoques, do tipo just in time, aumento do valor percebido ou valor agregado do produto, TQM Total Qualíty Management, entre outros. Muitas vezes sua implementação se faz sem a consideração de um conceito estratégico, principalmente por aqueles que se utilizam dos "modismos da administração moderna". Uma aplicação de liderança no custo total pode ser associada com a estratégia utilizada pela Arno33, um dos maiores fabricantes de eletrodomésticos portáteis do país. A empresa produz quase todos os componentes usados na linha de produção, dirigindo sua produção em grande escala a mercados populares. Segundo seu maior executivo, Felippe Arno, "somos mais competitivos que qualquer fornecedor, onde investimos em novos processos e equipamentos e ganhamos produtividade. O processo de verticalização total propicia uma maior velocidade de resposta, menores custos e maior qualidade". Esta afirmação é capaz de contradizer os "papas" da Administração, mas exprime o que ajuda a Arno a manter-se competitiva. 33 BALBI, Sandra - Receita do fundo do baú. Revista Exame - 31.08.94 - p.48-49. 56 4.2 - DESENVOLVENDO UMA VANTAGEM COMPETITIVA Para que se possam desenvolver as estratégias que levam a empresa a ter uma vantagem em relação àquelas que disputam o mesmo mercado, devese entender o que realmente significa venteqem": 1. Qualidade do que está adiante ou superior; 2. Favor, benefício; 3. Primazia; superioridade; 4. Lucro, interesse. Diante destes significados, a vantagem só realmente acontece quando as atividades de uma empresa desenvolvem ações que a tornem superior às demais, e que fiquem bem determinadas as diferenças a. seu favor, para o seu público-alvo. o mercado, ao efetuar suas relações de trocas na aquisição de produtos ou serviços para satisfazer suas necessidades, e remunerando por isto, tem o que se chama de percepção de valor. O preço deve refletir o quanto é pago e vale por isto, para que se tenha satisfação, e não somente a aquisição de peças ou ingredientes, para que esta relação seja efetuada. Trabalham-se os conceitos para que a empresa possa não só entender melhor o consumidor, mas para que busque esta mencionada superioridade. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda - Novo dicionirio portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,1988. 34 básico da lingua 57 Ainda no escopo de "valor percebido" devem-se mencionar os componentes do produto, isto é, as partes tangíveis e intangíveis. o componente tangível é a parte do produto ou serviço que é imediatamente reconhecida como o elemento básico da venda. Entretanto o componente que não é visível, mas traz consigo um extra na satisfação, como simbolismos de status, realização, sensação de ser "esperto", é a parte intangível, a que contribui para o incremento de valor percebido. o conceito total de produto", segundo Levitt é subdivido da seguinte forma: Produto genérico "é a coisa substantiva, rudimentar" - tangível; o produto esperado contém o genérico e mais as expectativas do cliente; já o produto ampliado deverá oferecer ao cliente algo mais do que ele pensa que necessita ou do que se acostumou a esperar. Por fim, o produto potencial é tudo o que resta ser feito, além do produto ampliado, viável e capaz de atrair e manter clientes. Expandindo a definição de Levitt, que sabiamente em 1985 já pregava a essência do diferencial de produto, deve-se acrescentar o componente de encantamento do cliente, superando as características de produto potencial. Portanto, para que todos estes atributos do produto sejam atendidos, a empresa 35 será desmembrada nas suas mais diversas LEVITT, T. -A imaginação de marketing. São Paulo: Atlas, 1985. atividades: 58 planejamento, produção, marketing, distribuição, e nas demais existentes. Procura-se obter o máximo de cada um dos elementos que compõem a empresa, para intensificar sua vantagem competitiva, através de um instrumento básico que é a cadeia de valores36. A cadeia de valores de uma empresa compreende: a forma como ela desempenha suas atividades individuais; como as estratégias são implementadas; a diferença do valor que é percebido pelo mercado; e quanto custa para a empresa disponibilizar o produto - que é a margem. Quanto mais econômica for a cadeia de valores, maior a margem e portanto maior a vantagem competitiva. Desta forma, utiliza-se a implementação de estratégias genéricas para que se possa obter e sustentar esta desejada vantagem, custo e diferenciação, voltados ao que foi definido sobre produto. São variáveis dependentes dos departamentos da empresa e do mercado. Da mesma forma o enfoque, não está voltado só para o mercado, mas também para a análise estreita, dentro do escopo da empresa. A empresa Marisol, fábrica de malhas de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, envolveu 180 chefes, gerentes e diretores na busca de novas propostas PORTER, Michael E. - Vantagem competitiva: desempenho superior. Rio de Janeiro: Campus,1992. 36 Criando e sustentando um 59 para a empresa. Na linha da aplicação da teoria das restrições, houve uma revolução na empresa", resultando num ciclo de produção menor, menos estoques, preços mais baixos e vendas ascendentes. A empresa tinha uma estrutura "pesada" demais, devido ao crescimento desordenado ao longo dos anos. A produção era distribuída em nove fábricas, todas com estrutura administrativa própria. O pessoal não diretamente ligado à produção, da administração de creches à manutenção de automóveis, chegava a 40% do quadro. Como conseqüência, o mercado não aceitava mais pagar este elevado custo que estava na composição de preços. Ao associar com os conceitos apresentados, a empresa apresentava Somente após desmembrar "gargalos", portanto desativando uma desvantagem as atividades enfoque, e verificar e a contribuição competitiva. onde estavam os de cada elo da cadeia, aqueles que não agregavam valor para o cliente, a Marisol estava pronta a enfrentar a concorrência. Ainda nesta atividades linha de desenvolvimento, que trabalham desde a produção produto, para que se possa compreender como reduzi-los desmembra-se e determinar quais a empresa em até a disponibilização do o comportamento são as fontes dos custos, potenciais diferenciação. 37 COSTA, Flávio - Uma lição que dá lucro. Revista Exame - 06.07.94 - p.71-72. para a 60 A desagregação das diversas atividades serão agora agrupadas em que vão desde a entrega da matéria prima até o atividades primárias, serviço de pós-venda, e atividades de apoio, que servem de suporte ao desempenho das atividades primárias. Atividades de Apoio: Infra-estrutura da empresa - compreende os custos indiretos, tais como administração geral, finanças; todos aqueles que são gerados nas atividades primárias e de apoio; Gerência de Recursos Humanos -contratação, treinamento, benefícios; Desenvolvimento de Tecnologia - tendo como um dos itens "Pesquisa e Desenvolvimento"; e Aquisição - compra de itens necessários para cada atividade primária. Atividades primárias: Logística interna - estoque de matérias primas; Operações - como exemplo a produção industrial; Logística externa - estoque de produtos acabados; Marketing & vendas; e Serviço - treinamento do usuário final e assistência técnica. 61 Ao se analisar a Gerência de Recursos Humanos (RH) como exemplo da importância de cada atividade na cadeia de valor, verifica-se que a política salarial que uma determinada empresa implementa, e o desenvolvimento em treinamento de funcionários, são superiores à média do mercado. Entretanto, consideram-se os trade-offs destes custos em detrimento de uma maior motivação e capacitação para os funcionários, que conseqüentemente irão produzir mais e melhor. Portanto, esta estratégia, já na concepção para adoção desta política de RH, poderá aumentar o volume produzido e reduzir o custo por unidade, além de conseguir uma qualidade superior dos produtos disponíveis no mercado, com o preço mais elevado. Desta forma, tem-se um produto melhor, com custo por unidade produzida menor, maior valor percebido e conseqüentemente pode-se trabalhar a margem final, aumentando-se o preço e alcançando-se maior lucro - um dos significados de vantagem apresentado no início deste capítulo - ou diminuindo-se o preço e para obter maior penetração no mercado. Se estiver sendo considerado um mercado organizacional, business to business, a relação com o mercado do elemento de campo é fundamental para a aquisição do bem industrial, pois este é a imagem da empresa para o seu cliente. 62 Neste caso, a relação de confiança é essencial para que o negócio se realize. A política de recursos humanos é a base diferencial para que estes profissionais se relacionem com os clientes, procurando sempre superar suas expectativas, e incrementando o conceito de produto potencial. Para que se possa finalizar o desenvolvimento de vantagem competitiva, pode-se ainda ampliar este conceito, procurando aumentar essa vantagem através da exploração de inter-relações entre as cadeias de valores que atendem a diferentes segmentos de mercado, indústrias ou regiões geográficas. Enfim, uma análise de sinergia entre as unidades de negócios, portfólio de produtos, e o core competence da empresa, indubitavelmente favorecerá o posicionamento estratégico da empresa no mercado. 4.3 - ESTRATÉGIAS DE MARKETING Com freqüência se estabelece a seguinte correlação: quando a empresa apresenta um grande volume de vendas, é conseqüência de possuir um bom marketing. Não há dúvidas de que a atuação do marketing exerce forte influência sobre o conceito de vendas. As ações táticas e operacionais adequadas a uma análise das oportunidades de mercado contribuem para a afirmativa acima, 63 entretanto estas ações muitas vezes não consideram os objetivos da empresa. Desta forma, o casualismo pode dificultar o planejamento estratégico. sucesso da empresa que assim opera não necessariamente O está alinhado com os interesses do consumidor. Para que isto não ocorra aumentar o envolvimento é necessário desenvolver condições para da empresa com o mercado que atua. Algumas dessas condições são: - desenvolver conceitos e características adequadas de produtos, serviços, embalagem e marca; determinar preços, objetivando uma melhor percepção de valor pelo cliente e gerando um retorno suficiente sobre os investimentos; - desenvolver canais de distribuição, buscando uma maior disponibilidade do produto no contexto regional, nacional e internacional; - planejar uma ação promocional eficaz, visando a se comunicar da melhor maneira com o público, informando e motivando em relação ao produto; 64 - escolher e preparar adequadamente os elementos de vendas, atribuindo responsabilidades e exercendo um controle sobre os resultados; - medir o grau de satisfação dos consumidores, através de dados primários - pesquisa de campo - resultados de venda, participação de mercado, e outros meios que se façam necessários; - adotar um posicionamento de constante monitoração do mercado, implementando um sistema de informações de marketing que permita rever os planos de ação continuamente, assim como implementar novos. Uma vez que este conjunto de atividades, envolvendo o ambiente de marketing e o composto de marketing - que são integrantes das ações acima descritas -, estejam alinhadas com os objetivos da empresa, caracteriza-se o marketing estratégico. Para que se tenha uma melhor análise das oportunidades de mercado, é fundamental que se identifiquem os segmentos de mercado em que deverão ser desenvolvidas as estratégias, para que se tenha um posicionamento de oferta condizente com o comportamento do consumidor. A segmentação segue uma abordagem de enfoque. Pode-se começar por bases de segmentação mais abrangentes, como aquelas que se referem às regiões e cidades, uma característica macro - demográficas; variáveis do cliente concentradas sobretudo nas suas potencialidades e restrições variáveis operacionais; processos de maior proximidade com o cliente, como hábitos de compras, suas necessidades e preferências -, processo de 65 compra do cliente; variáveis operacionais transitórias, urgência de atendimento e aplicação do produto - fatores situacionais; e na etapa que requeira maior percepção, eventos que levam a tomada de decisão individual, portanto maior controle de risco - características pessoais do comprador. Abaixo apresenta-se um conjunto de celxas", em que são organizadas das bases de segmentação mais facilmente observadas. Em termos de convergência, vai-se das mais abrangentes - do lado de fora -, para as mais específicas e difíceis de medir - do lado de dentro. Caixas de Bonoma e Shapiro demográficas BERRIGAN, John; FINKBEINER, Books, 1994. Pág. 33. 38 Carl - Marketing de segmentação. São Paulo: Makron 66 Após a seleção do mercado-alvo, as estratégias de marketing serão estabelecidas de acordo com os objetivos. Podem ser: - estratégias de líder de mercado": - penetração de mercado; - defesa da participação de mercado; - estratégias de desafiante de mercado; - estratégias de seguidor de mercado; - estratégias de ocupante de nicho; - estratégias de portfó/io de produto"; - estratégias do ciclo de vida do produto; - estratégias de preço; - estratégias de sustentação de marca": GOULART, Rubeny - É proibido vacilar. Revista Exame - 12.10.94. - p.51. - A Pepsi e a Baesa mal puseram a cabeça para fora e a Coca-Cola já começou a atirar, investindo US$ 230 milhões para manter a liderança. Uma reação para anular as ações de comunicação da concorrente, que não deixa a Pepsi ter o mesmo desempenho atingido nos Estados Unidos (32% contra 9,6% no Brasil). Nos dias atuais, a estratégia que a Coca implementa como essencial, sendo grande dificuldade que a Pepsi tem no Brasil, é a rede de distribuição no território nacional, inclusive com a vantagem de ter cerveja no seu porlfólio de negócios. 39 VASSALO, Cláudia -A CCE quer ir para o congelador. Revista Exame-26.02.96- p.34-36. - Em busca de novos mercados, a CCE estará investindo no segmento de produtos de linha branca, tais como geladeiras e freezers. Enfrentará gigantes como o grupo alemão Bosch-Siemens, que atualmente tem o controle da Continental 2001, os suecos da Electrolux, que assumiu o comando da Refripar, dona da marca Prósdocimo. As coreanas Samsung e GoldStar já estudam a instalação de plantas de geladeiras, freezers e máquinas de lavar roupas no Brasil, assim como a volta da General Electric. Segundo Nelson Wortsman, que tem como missão levar o logotipo da CCE para novos mercado e não tem medo de enfrentar os grandes concorrentes, acredita na relação da marca com produtos populares e baratos, o que garantiu um crescimento de 30% em 1995. 40 MENDES, Maria Luísa - Sobrenome é garantia de sucesso? As vezes. Revista Exame 23.11.94 - p.118-120. - Marcas nobres são cada vez mais transplantadas para novos produtos. Pode ser arriscado, mas é mais barato do que partir do zero. Um dos exemplos é o óleo Mazola, que usa sua imagem como sinônimo de alimentação saudável e leve para o consumidor de margarina. Já identifica o produto como tendo as mesmas características. O mesmo acontece com a linha Brilhol, que no mesmo guarda-chuva da Bombril reduz os gastos de maf1(etinge obtém maior fixação da marca no novo produto. 41 67 - estratégias para os canais de distribuição; - estratégias de promoção I comunicação. Através destas considerações pode-se ter uma idéia mais clara da complexidade e quantidade de variáveis envolvidas no contexto do marketing estratégico, em que as pessoas compram não só os produtos e sim os benefícios contidos neles, os quais vão muito além da utilidade funcional. A moderna tendência do marketing é voltar-se cada vez mais para o atendimento individualizado dos consumidores, provocando uma diferenciação paralela dos produtos, identificando-os na mente destes consumidores, onde sua satisfação deverá ser plenamente atingida. No próximo capítulo serão apresentados os elementos de satisfação do consumidor, para que se possa atuar estrategicamente nestes pontos. 68 CAPíTULO 5 5 - SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR Este capítulo abordará o comportamento do consumidor, a sua satisfação e a comunicação, procurando relacioná-los como necessidades básicas a serem analisadas, a fim de que orientem as estratégias de marketing mencionadas no capítulo anterior. o comportamento do consumidor, conforme Wilkie42, compreende as atividades mentais, psicológicas, e físicas que envolvem as pessoas ao selecionar, comprar, usar e ordenar os produtos e serviços, de modo que se satisfaçam suas necessidades e desejos. É importante mencionar a vital importância do conhecimento das variáveis que influenciam este processo, para o planejamento das ações que venham dar o maior conforto e satisfação ao consumidor. Para que haja maior viabilidade deste processo de análise, o sistema de informações irá prover algumas bases, mas o modo pelo qual se alcança maior eficiência é através da comunicação constante e da intensificação do relacionamento com o cliente. WILKIE, William L. - Consumer Behavior. Pág.14. 42 New YOrk, NY: John Wiley & Sons, Inc, 1994. 69 Abaixo, uma apresentação gráfica das fontes de influências sobre o comportamento e o processo de decisão do consumidor: As sete características do comportamento do consumidor podem ser consideradas básicas enquanto elementos isolados, entretanto constituirão uma estrutura complexa de conhecimento quando agregadas. - O comportamento do consumidor é motivado. - O comportamento do consumidor inclue muitas atividades. ~ O comportamento do consumidor é um processo. - O comportamento do consumidor varia em tempo e complexidade. - O comportamento do consumidor envolve diferentes regras. 70 - O comportamento do consumidor é influenciado por fatores externos. - O comportamento do consumidor difere para pessoas diferentes. Foram apresentados os conceitos acima para que se possa estar ciente dos fatores que envolvem o processo de decisão do consumidor, e de como afetam o seu comportamento. Entretanto, o objetivo maior não é só atender o cliente, para que se tenha uma decisão favorável; muito mais do que isso, é obter a satisfação total do consumidor. Muitas empresas, tais como Xerox e Motorola, estão adotando este objetivo. Para elas, o foco no consumidor representa o movimento de amadurecimento da qualidade. Uma das essências do marketing de relacionamento é integrar o consumidor à empresa, portanto ele não só é o foco mas também o elemento central' da estrutura. A evolução de sua satisfação levará a ações que serão concepções de estratégias pró-ativas. Criadora do benchmarking, pois estava perdendo mercado para as empresas japonesas, a matriz da Xerox determinou: a filial brasileira43 é um modelo de eficiência. Na contramão das instruções do modelo administrativo adotado pelos Estados Unidos, a filial brasileira acreditava em unidades que prestavam atendimento integral aos clientes, melhorando a prestação de serviços, adotando um atendimento mais humano. BREITINGER, p.42-43. 43 Jacqueline - o exemplo está dentro de casa. Revista Exame - 27.03.96- 71 o procedimento adotado pela filial brasileira da Xerox se diferenciava das demais, inclusive de sua matriz que terceirizava uma parte da prestação de serviços - assistência técnica, na sua centralização do atendimento ao consumidor. Com isso ela conseguia elaborar suas estratégias de forma pró-ativa, tendo como medir e melhorar o grau de satisfação, obtendo resultados que serão copiados por outras filiais. De acordo com o exposto, a percepção de valor para o consumidor repousa sobre os produtos e serviços de qualidade, e um preço baseado nestes elementos. Produtos ou serviços de qualidade não estão atrelados somente ao conceito de bom e ruim, mas a imagem da empresa também é correlacionada, podendo extrapolar os valores tangíveis. o conceito de valor para o cliente está muito próximo à satisfação do consumidor. Uma vez atingido, levará a um aumento da percepção de valor e, como já mencionado, a uma vantagem competitiva, A expectativa do consumidor é de que a empresa sempre incremente o nível de satisfação, entretanto este desafio só é possível ser superado quando o foco realmente estiver no cliente - portanto externo à empresa -, e ela procurar fazer o que nenhuma outra faz, sendo a melhor - portanto interno à empresa. 72 Seguindo esta anátise; identificam-se os atribuías que são convertidos em valor. Tomando um exemplo de companhia aérea, os atributos que irão compor o valor para o consumidor serão apresentados a seguir: Atributos. de uma companhia aérea que contribuem para o 44 NAUMANN, Earl; GIEL, KathleenCustomer satisfaction measurement and management: 'using the voiceof the customer. Oincinnatl, Ohio: Thomson Executive Press, 1995. Pág.6. 73 Se uma companhia aérea atender a dez dos vinte e um atributos apresentados, esta poderá estar correndo riscos quanto à preferência por satisfação do consumidor, se outra atender aos vinte e um. Adicionalmente, se uma empresa atender aos vinte e um não tem ela como melhorar? A resposta está em inovações que atribuam valor e não necessariamente sejam pagas por isto, uma vez que trará custos adicionais, pois o importante é saber o que o cliente valoriza e quanto está disposto a pagar por este diferencial. A monitoração será o elemento chave para que se busque a melhoria. Portanto, um programa de mensuração da satisfação do cliente deve ser criado. Este deverá envolver a cultura da empresa e não ser apenas mais um programa. O processo consiste de uma pesquisa formal e continuamente alimentado através de um canal de comunicação entre a empresa e o cliente. Um bom programa de pesquisa de satisfação do cliente propicia idéias para processos, produtos, serviços, e inovações gerenciais. Na página seguinte será apresentado um diagrama de como se esquematizar um Programa de Pesquisa de Satisfação do Cliente PS~. NAUMANN, Ear1; GIEL, Kathleen - Customer satisfaction measurement and management: using the yoice of the customer. Cincinnati, Ohio: Thomson Executive 45 Press, 1995. Pág. 14. 74 75 o pesquisa de satisfação do cliente, segundo um programa formal, é muito importante. Entretanto, nos dias atuais, com a disponibilidade da tecnologia, pode-se ter o mesmo tipo de informação com a interação em tempo real via um database. As informações que estarão estruturadas no database serão de mesmo valor estratégico que as coletadas no PSC, se o relacionamento com o cliente for ativo. Deve-se então estimulá-lo para a captação dos dados e através de um canal de comunicação este será ouvido, motivando-o a expor suas reclamações", que serão usadas para corrigir os pontos abordados, com o objetivo de buscar sua satisfação total. Este processo de interação permite também uma disponibilidade de produtos personalizados e, conseqüentemente, a utilização de sugestões dos clientes para reformular o plano de marketing. A Fiat47 lançou a produção personalizada, em que o cliente pode seguir o seu carro na linha de montagem, tendo a situação atual em que ele se encontre. Por exemplo: "ele acaba de sair da linha de pintura e vai para a montagem, com a entrega para a próxima quarta-feira, à tarde". Antes, o consumidor não tinha alternativa e comprava o que havia disponível no mercado. Com esta opção, VASSALO, Cláudia - Por favor: falem mal de mim. Revista Exame - 08.01.94 - p.82-83. - Os supermercados Pão de Açúcar, Sé e Econômico convocam freguesia para reclamar, são os comitês de consumidores em ação. As dicas dos clientes ajudam na correção dos pontos que não os estão satisfazendo, nas novas implementações e, conseqüentemente, no aumento das vendas. Uma das conseqüências destas ações é não só aumentar a satisfação como também manter o cliente e conquistar o do vizinho. 46 ASSEF, Andréa - A montadora com pinta de alfaiataria. Revista Exame - 16.08.95. p.42-44. 47 76 a Fiat vai ter acesso a dados que só seriam possíveis através de uma pesquisa de marketing. Desta forma, a empresa fica conhecendo a opinião do cliente diretamente, o que permite. mudanças na estratégia implementada, quando se faz necessário. Tal processo requereu um investimento de cerca de US$ 50 milhões nas áreas de telecomunicações e informática; permitiu que a empresa se aproximasse também dos fornecedores; e tem planos de extensão para as concessionárias, fechando o ciclo fornecedores, empresa, distribuição e cliente. A satisfação total do cliente é alcançada quando se obtém sua fidelidade. As estratégias de marketing de relacionamento, através da criação dos clubes de consumidores, são implementadas para atingir este fim. Os clubes de consumidores "encantam" os clientes com jornais, brindes, descontos, como forma de ganhar sua fldelidade'". Empresas como Unidet Distillers, Lego, Brastemp e Purina, adotaram estes clubes para terem oportunidade de falar em profundidade com os clientes, passar informações e prestar serviços. CARVALHO, p.84-85. 48 Sandra - Aqui ninguém pode levar bola preta. Revista Exame - 27.04.94 - 77 Com a aplicação dos princípios do marketing de relacionamento, alguns consumidores, como a empresária Sônia Campos", dona de um bufê em Alphaville, não quer saber de comprar outras marcas e afirma "só estou esperando a nova linha da Brastemp chegar às lojas para assinar o cheque e levar os produtos para casa". Pode-se dizer que esta cliente está plenamente satisfeita. A comunicação é essencial para que, numa situação mercadológica em que o fator qualidade deixe de ser parâmetro de diferenciação, a empresa possa interferir na associação da informação com o processo de aprendizado do cliente, procurando ajudá-lo na busca das diferenças, portanto no seu comportamento e, conseqüentemente, na decisão a ser tomada. No próximo capítulo será apresentado o Caso TAM, onde será feita uma associação prática do uso do database marketing, à busca da satisfação do cliente, ao uso das estratégias e dos elementos de marketing, levando a empresa a uma posição estratégica favorável, com uma clara identificação de vantagem competitiva. 49CARVAlHO. p.84-85. Sandra - Aqui ninguém pode levar bola preta. Revista Exame - 27.04.94- 78 CAPíTULO 6 6 -CASO TAM Neste capítulo serão apresentados correlacionados os conceitos descritos anteriormente, em uma aplicação prática, fundamentando o sucesso de uma companhia brasileira, aTAM. Considerada a melhor empresa aérea regional do mundo pela Air Transport World, uma respeitada revista americana especializada em aviação, aTAM - Transportes Aéreos Regionais S.A., foi também escolhida como a melhor empresa prestadora de serviços de transporte, e não está sendo segmentada como transporte aéreo, pelos seus resultados obtidos em 1994, publicados pela Edição EXAMEIMELHORES E MAIORES, Editora Abril, em agosto de 1995. Como Theodore Levitt escreveu em 1960, em seu texto célebre Miopia em Marketing50, o Comandante Rolim, Presidente da TAM, não considerou seu negócio somente transporte aéreo, mas foi muito além desta definição, focou suas estratégias no cliente. Estas reformulaçóes resultantes de oportunidades, gerenciais, habilidades operadas mercadológicas com e muita de eficiência, são aproveitamento de I num período pouco maior que cinco anos, fazendo com que ( a empresa se tornasse hoje referência para benchmarking. 50 LEVITT, Theodore - Marketing Myopia - Boston, MA: Harvard Business Review, JulyAugust. 1960. p.45-56. . 79 Será apresentada a seguir uma enquete, visando conhecer alguns traços da preferência do consumidor, no que tange às companhias aéreas brasileiras. Os resultados serão discutidos no final deste capítulo. 6.1 - ENQUETE DE PREFERÊNCIA DO CONSUMIDOR Viajantes de Companhias Aéreas - vôos domésticos Com o objetivo de ter uma percepção preliminar sobre a opinião daqueles que são usuários de vôos regionais, foi feita uma enquete em um dia regular das atividades profissionais, tanto para as cias. aéreas, como para os passageiros. Esta enquete foi iniciada no aeroporto de Congonhas, com passageiros com destino a outras cidades. Na primeira etapa, conversou-se com pessoas que estavam na sala Vip do Diners Club, para que se saísse de um ambiente que pudesse sugestionar as respostas, e principalmente para que se obtivesse a opinião daqueles que não estariam voando pela TAM, naquele dia. Foram feitas as seguintes perguntas: QUESTIONÁRIO 1: • Nome: • Destino: • Viagem a - negócios I lazer I pessoal: 80 • Qual a Cia. Aérea: • Tem alguma preferência: • Por quê: • Se a resposta for TAM, paga a mais para voar de TAM: • Tem algum cartão de milhagem ("Smiles" - VARIG I Rio - Sul; Cartão Fidelidade - TAM): • Qual o maior benefício do Cartão Fidelidade: • Observações: O realizador da enquete era também um passageiro que se identificava como tal, indo para Porto Alegre, no vôo das 19:00 h, no dia 03 de junho passado próximo, terça-feira, alegando que era para uma pesquisa para o curso de mestrado da FGV. Procurou-se, desta forma, melhorar a qualidade das respostas, diferentemente de uma simples pesquisa. Cabe aqui esta ressalva, pois a preocupação não era incomodar os passageiros, mas obter suas reais opiniões, não respondendo simplesmente ao questionário, mas sim conversando por alguns minutos. Para alguns foi muito interessante esta enquete, sendo bem receptivos. Um dos passageiros era um consultor e estava desenvolvendo uma pesquisa para uma rede de hotéis do sul do país, sendo muito crítico em suas respostas. Devido à preocupação com estas circunstâncias, os dados são mais qualitativos do que quantitativos. Foi feita também uma enquete com os passageiros que se sentaram ao lado do pesquisador durante o vôo, com a devida adaptação do questionário: 81 QUESTIONÁRIO 2: • Nome: • Destino: já era conhecido • Viagem a - negócios !Iazer! pessoal: • Tem alguma Cia. Aérea de preferência, e qual é esta Cia.: • Por quê: • Se a resposta for TAM, paga a mais para voar de TAM: • Tem algum cartão de milhagem (Smiles - VARIG! Rio - Sul; Cartão Fidelidade - TAM): • Qual o maior benefício do Cartão Fidelidade: • Observações: Foi realizada a mesma pesquisa na sala de espera e no vôo de retomo para São Paulo, no dia 04 de junho, quarta-feira, no horário das 18:30 h. A sala Vip do Diners Club do aeroporto de Porto Alegre atende aos passageiros da TAM, onde estas informações são prestadas pelas recepcionistas durante o check-in. Os dados da enquete compreendem: • Passageiro para Belo Horizonte - Rio-Sul (Sala Diners - São Paulo); • Passageiro que veio de Goiânia - TAM (Sala Diners - São Paulo); 82 • Passageiro para Joinville - Rio-Sul (Sala Diners - São Paulo); • Passageiro para Belém - TAM (Sala TAM de embarque - São Paulo); • Passageiro para Porto Alegre - TAM (durante o vôo); • Passageiro para São Paulo - TAM (Sala Diners - Porto Alegre - com serviço para os passageiros da TAM); • Passageiro para São Paulo - TAM (durante o vôo). Observe-se que foram também pesquisados três colegas da empresa em que o pesquisador trabalha, sendo dois da área comercial e um da área técnica. Suas percepções diferem quanto à forma de tratar o cliente, e à relevância do bônus do cartão fidelidade. Os dados da enquete já estão compilados, expressando uma opinião mais generalizada, relevante para considerações qualitativas, e não quantitativas. Dos passageiros pesquisados, somente um, que fazia o trecho Belo Horizonte - São Paulo - Belo Horizonte pela Rio-Sul, não escolheu a Cia. Aérea, pois recebeu o bilhete da empresa para a qual é prestador de serviço. Observe-se que o preço da passagem da TAM é aproximadamente 30% superior ao das demais empresas. O outro passageiro da Rio-Sul, com destino a Joinville, tem dificuldades de voar pela TAM, uma vez que ela ainda não atende a Joinville diretamente, e 83 sim a Blumenau, mas acredita que a Rio-Sul estará em breve fazendo uma boa concorrência para aTAM. Mencionou que aTAM hoje é benchmarking para as demais Cias, Aéreas, não só do Brasil, pois foi considerada a melhor companhia aérea regional do mundo pela revista Air Transport World. Prevaleceu na enquete o fato de o primeiro contato ter sido feito com a TAM, em viagens a negócios. Todos responderam o mesmo na pergunta sobre o motivo da viagem, entretanto muitos já a utilizam para viagens particulares, ou mesmo lazer. Ressalte-se que os benefícios obtidos pela quantidade de trechos voados, programa de motivação e premiação são utilizados a favor do usuário que desfruta com sua família durante as férias ou a qualquer oportunidade de lazer. O prêmio é assim concedido: a cada dez trechos voados dentro do período de um ano, ganha-se o direito de voar para qualquer localidade onde a empresa realize vôos, com validade de um ano após a emissão de "direito ao tickef', e depois de sessenta dias após o ticket já emitido - com a escolha da localidade já realizada. A preferência pela TAM é maior se comparada a outras empresas, sendo pontos relevantes desta preferência o esforço da empresa em manter a pontualidade dos vôos, a qualidade do serviço oferecido desde a emissão do ticket, do check-in, da sala de embarque com lanches, bebidas em geral e inclusive música ao vivo, as condições gerais da aeronave. Nestes trechos (São Paulo - Porto Alegre - São Paulo) o equipamento é um 84 Fokker100. Mesmo utilizando um avião menor que o Boeing 500 da Rio-Sul, os passageiros ainda preferem aTAM. Em termos de aeroporto, ambas companhias estão em igualdade de condições. Da mesma forma que a RioSul, a TAM buscava a possibilidade de utilizar os aeroportos centrais das grandes capitais, caso de Congonhas em São Paulo e Pampulha em Belo Horizonte. O grande fluxo de usuários dos vôos que vão para as capitais, e não especificamente com destino aos vôos regionais, ocorre, na maior parte das vezes, de São Paulo para outros destinos, onde a preferência pelo aeroporto de Congonhas é relevante na disponibilização de opções de cias aéreas. O custo do taxi para Guarulhos, e do tempo que se perde em translado, ajudam na opção por Congonhas. ATAM, ciente da dificuldade de estacionamento que este aeroporto enfrenta, criou um serviço de apoio para aqueles que fazem opção por ela. Ainda conforme os respondentes da enquete, o cartão de milhagem, que favorece uma comunicação mais personalizada com o cliente, smiles - RioSul e fidelidade - TAM, é uma ferramenta que muitos apontam como um grande benefício, primeiramente para desfrutar com a família em viagens de turismo, e posteriormente como elo de permanente contato com a empresa, provendo-a de idéias em busca de novos serviços, ou na reclamação visando a melhoria do que já lhe é oferecido. Neste item, a TAM parece superar muito o programa implantado pela Varig I Rio-Sul, não só pela quantidade de canais à disposição do cliente - Fale 85 com o Presidente, Fax para o Presidente, Escreva para o Presidente e Presidente on line - Internet, como também pela maneira como é tratado quando entra em contato por meio destes canais. Pode até ser contemplado com brindes - kit tipo pack com 6 cervejas - como já aconteceu duas vezes, com um dos entrevistados. o Programa Smiles da Varig I Rio-Sul foi criticado quanto ao lento lançamento das milhas adquiridas nos seus extratos, uma comunicação não tão ativa, um veículo de informação que não é periódico. O programa de milhagem pode ser estendido com o Cartão de Crédito VARIG - VISA, mas com as dificuldades mencionadas. Adicionalmente, a flexibilidade de se usufruir do fickef ganho pela TAM é muito maior que o da Varig I Rio-Sul, pois para este segundo, não é permitido aproveitar meses de alta-estação, período de férias escolares. A TAM parece ser muito mais constante nas cartas informativas, na periodicidade dos extratos com os vôos realizados, e na emissão do Jornal Informativo - TAM Notícias, o que foi colocado como relevante pelos pesquisados. Um entrevistado mencionou que é um plus a favor da preferência. Um dado importante é o da proporcionalidade de quantos pagam a mais para voar de TAM, 60%, contra 40% que não pagam a mais, já considerando as viagens particulares, isto é, quando não é a empresa que 86 custeia a viagem. Quando a empresa é quem paga os custos de viagem, esta proporcionalidade aumenta para 90% a preferência pela TAM, mesmo sendo maior o preço. Houve duas ponderações interessantes colocadas pelos pesquisados: - Um mencionou que não paga a mais, pois a empresa é quem deve analisar as condições econômicas favoráveis. Se três funcionários voam pela TAM, com a diferença de quase 30% superior, daria o equivalente para uma viagem extra, quando necessária, pela diferença de preço, e nas condições atuais de competitividade não se deve desperdiçar nada. O motivo de estar voando pela TAM naquele momento era uma adequação mais favorável pela disponibilidade de horário, mas a sua secretária já tinha a instrução de que, em condições semelhantes de vôo, a opção não deveria ser TAM, e sim a mais econômica. Este entrevistado acredita que em uma situação de maior igualdade das empresas, esta vantagem deverá desaparecer, pois a TAM se favorece do oligopólio, dos preços das passagens e da falta de concorrentes capazes no setor, inclusive por uma política protecionista. - Um outro entrevistado alega que, com o programa de benefícios da TAM, além de obter melhor serviço, tem uma vantagem econômica, pois os bilhetes ganhos pelo funcionário, quando pagos pela empresa, revertem para esta. Com o acordo com o Cartão de Crédito Fidelidade, que leva as bandeiras Diners Club e MasterCard, as vantagens de pagamentos com cartões de crédito se revertem em benefícios, pois a cada R$ 500,00 em 87 pagamentos em geral ganha-se um "trecho"; a cada R$ 150,00 em pagamentos nas redes de hotéis credenciadas também se recebe um "trecho"; e finalmente, por uma parceria com a LOCALIZA rent a car, o valor de cada R$ 100,00 pagos com o cartão de crédito fidelidade na locação de um auto, valem um "trecho voado". As vantagens se iniciam no pagamento da taxa de anuidade, R$ 80,00 do Cartão de Crédito Fidelidade, que dá direito a "três trechos voados" no Programa, viabilizando de forma considerável as diferenças iniciais de preço. , O perfil dos passageiros pesquisados é de, na sua maioria, homens de negócios que buscam a otimização do tempo, em detrimento de outras análises de custos, como já foi discutido anteriormente. As preferências mencionadas são uma relação direta dos fatores que irão compor a conclusão desta dissertação. Para finalizar a apresentação dos dados desta enquete, é importante observar alguns comentários feitos pelos entrevistados: - Na TAM o cliente está em 1° lugar (percepção do usuário); - A TAM tem um bom marketing; - ATAM hoje é referência para benchmarking. Observe-se que o horário de partida para Porto Alegre era 19:00 h. A aeronave, já na cabeceira da pista, teve sua autorização para decolagem às 88 19:03 h, mesmo com o intenso tráfico aéreo do aeroporto de Congonhas. Na viagem de retorno a São Paulo, o horário de partida era 18:30 h. A chamada para embarque ocorreu às 18:00 h e a aeronave estava fazendo o taxiamento às 18:25 h, com a decolagem no horário estabelecido. O comandante fez várias comunicações com os passageiros, dando informações sobre o vôo e as condições meteorológicas que eram apresentadas nos destinos. Agradeceu a todos a opção por voar pela TAM, esperando sempre ter a oportunidade discursavam: "sabemos que sua de revê-los a bordo. As comissárias viagem aérea é uma questão de preferência, a TAM agradece a sua opção de voar'; ou enalteciam aos passageiros por escolherem "o estilo TAM de voar". 6.2 - A EVOLUÇÃO DA TAM Sabe-se que o Comandante Rolim não é nenhum "guru" da administração, mas percebe-se que esta retórica que ele utiliza como sendo o seu guia, não é nada mais que uma ferramenta de marketing. Não cabe aqui crítica ou elogio às suas ações, mas uma breve análise de sua estratégia, e os resultados obtidos. Através de uma visão da oportunidade existente, os vôos regionais, e de tratar o cliente como este merece - até então todas as empresas os viam como meros passageiros - ou cargas aéreas, aTAM reverteu esta imagem e os colocou no merecido lugar. Como menciona Theodore Levitt a miopia em 89 marketing estava em não considerar o cliente como o seu parceiro para o crescimento. A "receita do bolo" é simples, segundo o Comandante Rohm". ATAM entende de passageiro e não de aviões. o Comandante empresa, Rolim, vislumbrando viajou encomendando para a Holanda, alternativas sede de crescimento da empresa Fokker de sua Aviation, dois aviões F100, um moderno jatinho, seguro e que além de transportar um número maior de passageiros que os existentes na linha da TAM, reduziam o tempo de vôo, aumentando, portanto, o efeito de escala no transporte regional. Entretanto, existia o risco político do Brasil, após as eleições presidenciais com Fernando Collor eleito, pois a operação só era viável através de uma operação de leasing, em trâmites com a Guinnes PeatAviation, maiores empresas Comandante de leasing da Europa. Rolim convidou o presidente primeiro F100 nos céus brasileiros, uma das Com esta fase superada, o eleito para o vôo inaugural do e qual não foi sua surpresa quando recebeu a informação dos assessores que o Presidente Collor não voava em "aviõezinhos". 51 GAlUPPO, Ricardo - Voando contra a maré. Revista Exame. - 10.05.95 - p.34-42. 90 A partir de então, o Comandante Rolim percebeu a grande batalha que estaria por vir. ATAM não tinha acesso às grandes capitais, entretanto tinha recebido concessão para voar para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília, dada pelo DAC - Departamento de Aviação Civil. Vinha há muito tempo servindo com os aviões F27, que seriam substituídos pelos modernos F100. i O Comandante se surpreendeu quando o DAC lhe retirou a concessão de voar com os F100 para estas capitais, sem nenhum motivo aparente que não o lobby político das outras empresas de aviação. Continuou a servi-Ias somente com os aviões antigos. Desta forma, a única alternativa era usar os F100 para atender às cidades como Araçatuba ou Presidente Prudente, solução única para que a empresa não "quebrasse de fato", pois já estava em situações financeiras bastante delicadas, uma vez que o propósito não foi atingido. Foi negociando com os credores um prazo de carência maior, indo o Comandante Rolim diretamente explicar a situação. Em 1990, o projeto dos dois F100 apresentou prejuízos, uma vez que voaram pouco, não atendendo ainda às localidades programadas. Após muita insistência e abaixo assinados para o DAC, solicitando que aTAM pudesse ir para Belo Horizonte e Brasília, sem escala em Ribeirão Preto, os pleitos originais foram autorizados. 91 A segunda grande dificuldade refere-se aos agentes de viagens, que recebem 9% da tarifa da passagem aérea cobrada pelo cliente. Eles recebem também outras vantagens, como passagens grátis e outros taxas das demais companhias aéreas, caracterizando uma overcomission. ATAM vinculou somente o pagamento da comissão do valor legal de 9%, permanecendo até hoje com esta taxa. Portanto um impasse estava criado e se alongou até 1994, quando algumas agências de viagens decidiram não aceitar esta taxa sem os demais benefícios, boicotando as vendas, mas já era tarde. A TAM conseguia sustentar suas receitas através das vendas diretas, vendo os clientes virem até a ela, quando no passado esta preferência não existia por nenhuma companhia. Era uma clara manifestação de vantagem competitiva. Foi desenvolvida uma campanha de comunicação com o mercado para o lançamento dos F100, explicando os grandes benefícios deste novo jato, assim como as vantagens dos vôos para as capitais mencionadas, saindo de Congonhas e chegando nos aeroportos centrais, ao invés do Galeão no Rio de Janeiro e Confins em Belo Horizonte. Essa campanha foi retirada do ar por não estar atuando nas cidades planejadas no período de veiculação, e posteriormente a TAM não teve mais recursos financeiros para se comunicar com o mercado pelas mídias de impacto e de maior abrangência. Assim sendo, a maneira de promover seus novos jatos era utilizar a receita mais antiga, e uma das mais eficientes, embora de longo prazo, que é a 92 comunicação pessoal, ou "boca a boca". Os funcionários começaram esta ação no aeroporto de Congonhas, "aliciando" os passageiros que se dirigiam ao balcão da Ponte Aérea, oferecendo um vôo tipo VIP, como passageiro Classe A, onde se ganhava um diploma durante o vôo, refeição quente e uma série de pequenos brindes. Agradaram os passageiros que nunca tiveram este tipo de tratamento, além de possibilitar-lhes experimentar o novo avião F100. Tamanho foi o sucesso, que todos queriam voar de TAM para o Rio de Janeiro, o que atualmente só é possível com reserva já feita. Uma ajuda para que a TAM tivesse um incremento nas suas vendas veio da ineficiência das empresas concorrentes. Em função dos atrasos que ocorrem freqüentemente nestas companhias aéreas, o passageiro se dirigia ao balcão da TAM com bilhete de outra companhia querendo voar de F100, e também queria experimentar esta nova empresa, que todos diziam ser diferente. O grande problema estava nos descontos que estas empresas praticavam, diferentemente da TAM, que cobrava "tarifa cheia"52. Entretanto, para aTAM valia a pena arcar com um bilhete de outra empresa, ainda que de valor menor, e aumentar a quantidade de passageiros a bordo, além de fazer uma maior divulgação da empresa, uma vez que as condições ODETE, Pacheco - Bandeira branca na guerra de preços. Revista Exame - 07.12.94 p.84-86. - Cada vez mais as empresas se convencem de que reduzir demasiadamente os preços para atrair o consumidor é estratégia de Kamikaze, pois "vender muito por preço ruim nunca vai ser um bom negócio·, diz o comandante Rolim, presidente da TAM. Esta afirmação de que os riscos da empresa não lhe recuperam uma posição saudável, é que tem levado as empresas a investir em outros compostos de marketing. 52 93 financeiras ainda não permitiam grandes investimentos em publicidade e as prestações tinham que ser honradas. Foi surpreendente para a TAM, verificar que os bilhetes compensados na Câmara de Compensação de Bilhetes Aéreos, geraram uma inadimplência intencional das outras companhias, chegando a um total de 12 milhões de dólares de passagens não honradas pelos concorrentes, em 1993. O atendimento diferenciado prestado pela empresa foi, cada vez mais, desenvolvendo adeptos e conquistando a preferência dos passageiros. Seis meses depois, o valor de bilhetes não compensados já estava próximo a 30 milhões de dólares. O Comandante Rolim ficava junto às aeronaves embarcando os passageiros, e toda manhã, com um grande volume de cartões pessoais em seus bolsos, fazia de tudo para trocar estes seus cartões pelos cartões dos passageiros. Procurava ouvi-los, e suas mais diversas opiniões, pois era uma nova fase da empresa e seus clientes eram a razão dela existir. Com o aumento de troca de cartões, e as ligações dos passageiros que, no início, eram atendidas pelo próprio Rolim, decidiu-se criar um canal mais estruturado, entre a empresa e o cliente, uma comunicação mais ativa. Enfim, em 1993 foi criado um programa de fidelização. Estimulando os passageiros com o benefício de ganhar passagens aéreas, sua idealização era muito mais abrangente, muito mais forte, era obter as informações dos 94 clientes, seus parceiros no planejamento da empresa. Assim sendo, o cartão fidelidade tornou-se a ferramenta estratégica da TAM. Em 1994, quando a inadimplência estava insustentável, o força do cartão fidelidade foi testado com uma comunicação do Comandante Rolim, identificada como Carta do Presidente, pedindo aos passageiros que solicitassem as suas secretárias para comprar somente passagens da TAM. Entretanto, se tivessem algum problema com passagens de outras empresas, aTAM iria embarcá-los, mas solicitava o endosso das outras companhias. Com esta comunicação, as vendas diretas da TAM foram incrementadas em 15% no primeiro mês, e em 25% no segundo, comprovando que o cliente correspondia a esta comunicação, como um aliado da empresa. Neste período, o Comandante Rolim e sua equipe já haviam conquistado uma participação de 55% do mercado de aviação regional. ATAM estava a caminho de ser a melhor e a segunda maior companhia de aviação comercial do país. Os lucros da empresa, que no período de 1990 amargaram um prejuízo, foram de 1 milhão de dólares em 1992, e nos três anos seguintes 5, 30 e 75 milhões de dólares. Os resultados53 dessa estratégia muita chama a atenção, pois aTAM em 1976 atendia a 19 cidades com 6 Bandeirantes; LOBOS, Julio - o Céu não é o limite: para a empresa brasileira que quer vencer. São Paulo: Instituto da Qualidade, 1996. Pág.20. 53 95 dez anos depois, eram 44 os destinos atingidos por 18 Bandeirantes e 11 F27. Nos dias de hoje, são atendidas 70 cidades com uma frota de 26 unidades de F100, 7 F50, 11 F27, 30 Cessna Caravan e nenhum Bandeirantes. A TAM soube também aproveitar a disponibilidade e ociosidade do aeroporto de Congonhas, tornando-se o Aeroporto da TAM. Entretanto este atualmente opera com um fluxo de aviões que gera' um tráfico aéreo bastante congestionado. Serão necessárias algumas reformulações, para que a empresa continue crescendo. Considerando esta afirmação, aliada às necessidades do mercado, aTAM projeta a taxa de crescimento atingida. A diversificação, de maneira sustentável, de suas rotas aéreas, seguindo a mesma filosofia empregada até o momento, faz da TAM um exemplo de excelência empresarial. Esta medida se obtém pela qualificação das 20 maiores empresas do setor por receita operacional bruta, pela soma dos pontos ponderados nas classificações por liderança de mercado, rentabilidade, crescimento, liquidez, endividamento e vendas por empreqado'" Colocando de modo mais realista, A TAM está crescendo porque existe demanda para este mercado, não bem aproveitada pelos concorrentes. Processos de gestão da qualidade são acoplados a uma intensa campanha 54 O Cliente merece ser tratado com flores - Exame I Melhores e Maiores p.234-237. - Agosto 1995. 96 de merchandising, com parcerias com a Coca-Cola, guardanapos e brindes distribuídos durante o vôo, propaganda do Cebion nos lenços refrescantes, Brahma no fornecimento de cervejas distribuídas quando se faz contato com o cartão fidelidade, o novo cartão de crédito fidelidade55• Diners e Master Cera, enfim uma série de atributos que excedem a expectativa do cliente. o tratamento do passageiro a bordo é esmerado: oferece-se uma refeição bem elaborada. de acordo com o tempo de vôo. e não um tratamento "escravo". como aquele praticado por outras companhias; revista de bordo muito agradável. No balcão de embarque. onde os clientes estão sempre ansiosos - a grande maioria é de profissionais em trânsito -, o atendimento também é muito bem realizado. o canal de comunicação - Fale com o Presidente, permitiu a criação de um banco de dados com 330.000 nomes, que serviu de base para o desenvolvimento do Programa Fidelidade TAM, onde são elaboradas estratégias através do database marketing e o desenvolvimento do marketing de relacionamento. A empresa comunica todas as novas ações, despertando os usuários para as vantagens adquiridas ao voar pela TAM. No final de 1993, ano de implantação do programa, foram entregues 65 passagens como benefício, e 55 mil passagens em 1995. WILNER, Adriana - A escolha não pode ser no palitinho. Revista Exame. - 28.02.96 p.90-91. - As estratégias de co-branded, atualmente utilizadas por cartões de crédito e outra empresa, são aplicadas para diferenciar produtos que estariam sendo considerados commodities, oferecendo vantagens concretas para os clientes, tais como abatimentos na compra de passagens aéreas, locação de automóveis, seguros, hotéis, computadores, e outros tipos de produtos. 55 97 o sistema de informação e comunicação utilizado no atendimento das necessidades essenciais de um negócio, está levando a empresa a uma posição de destaque. Projetando-se o seu potencial para visões estratégicas de fato, permitirá a consolidação da empresa. Caso isso não ocorra, o ponto de verificação a longo prazo será como os concorrentes conseguirão mudar este posicionamento. 6.3 - COMENTÁRIOS SOBRE O CASO TAM A TAM teve dificuldades na incorporação dos novos aviões F100 à sua frota. Isso sinalizava um crescimento, e ela deveria se preparar para uma reação da concorrência, a qual se utilizou das variáveis do ambiente de marketing relativas ao ambiente político I legal. Aparentemente não havia razões lógicas para um impedimento legal do DAC, mas era como as empresas líderes podiam neutralizar as ameaças que a TAM representava. Utilizando-se de um ardil político, as concorrentes buscavam enfraquecer as ações da TAM através de uma crise financeira que poderia destruí-Ia. No erro dos concorrentes, ou melhor, na falta de visão que a miopia em marketing lhes causou, é onde reside o foco do negócio, muito bem aproveitado pelo Comandante Rolim e por sua equipe, que fizeram do cliente seu aliado estratégico colocando-o como Rei. Definida a missão empresarial, as ações da equipe eram tomadas em função das 98 necessidades básicas do cliente. Buscavam-se os atributos necessários para que se tivesse não só o produto genérico, mas também o ampliado, postura bastante afastada do que era oferecido pelas empresas no mercado. Com o desenvolvimento e crescimento desta parceria cliente I empresa, era necessária uma estruturação, a qual veio através de um sistema de informações de marketing, como fonte geradora de um dafabase. A TAM, ao aceitar o recebimento de bilhetes de outras companhias de viagem, estava implementando várias estratégias de. marketing. Pela estratégia de preços, oferecia um serviço de qualidade e diferenciado a um preço médio. A esta estratégia de alto valor, adicionava-se uma maior divulgação dos seus serviços, como se fosse uma promoção de vendas. A diversificação das linhas aéreas obtidas (vide anexo 1), com o tipo de serviço que estava sendo prestado, originou um produto destinado a um mercado específico, portanto estratégia de enfoque e diferenciação. Estas estratégias deveriam ficar claras também para os passageiros e não somente na cabeça dos dirigentes da empresa, portanto uma comunicação constante deveria ser estabelecida. O modo mais eficiente era através da criação do cartão fidelidade (vide anexo 2), uma estratégia motivacional que está interagindo com o comportamento do consumidor. 99 A eficácia comprovada pelas ações do database marketing apareceu quando o Comandante Rolim mandou a Carta do Presidente (vide anexo 3) pedindo uma mudança para solicitação de bilhetes diretos da TAM: o marketing direto associado a um incremento de vendas. Este conjunto de ações levou a empresa a uma maior penetração, e conseqüentemente a uma maior participação de mercado. A grande adesão ao cartão fidelidade ocasionou uma recuperação do posicionamento no preço praticado, pois através da compra de bilhetes TAM a "tarifa cheia" acaba sendo em média 30% superior às demais. A adoção de uma estratégia de preço tipo premium, foi conseqüência do oferecimento de um produto de alta qualidade, com preço elevado. Assim sendo, a um aumento no número de passageiros transportados, correspondia um ganho em escala. Uma relação de custo/receita mais favorável, e adicionalmente um preço maior, levaram aTAM a um posicionamento estratégico que as demais empresas não possuíam. Tornou-se possível uma verificação da vantagem competitiva obtida. Com esta vantagem aTAM não se deu por satisfeita e continuou a inovar, buscando sempre aumentar a percepção do Reizinho da TAM. Intensificando a comunicação com: extratos periódicos dos vôos realizados (vide anexo 4); jornais informativos (vide anexo 5); cartões de Natal e aniversário; além das vantagens estendidas do cartão fidelidade com o cartão de crédito (vide anexo 6), comunicação com o mercado através de 100 mídia impressa de maior abrangência, revista Carta Capital e outros veículos (vide anexo 7). A TAM permanece na busca do potencial de seu produto, querendo encantar o cliente. Oferecendo novos atributos que estão superando as expectativas do consumidor - música na sala de embarque, parcerias com salas Vips em outros aeroportos, serviço de estacionamento, e os benefícios das passagens emitidas pelo cartão fidelidade, que estão sendo utilizadas para passeios com a família -, a empresa está convertendo estes atributos em valores que aumentam a satisfação do cliente. A satisfação e simpatia despertadas por essa empresa nos clientes e na comunidade empresarial em geral, chamaram a atenção da mais importante revista da aviação comercial, Air Transport wond, que a elegeu a Melhor Empresa Regional do mundo em 1995. O resultado da enquete indica uma convergência para os conceitos apresentados, e sua correlação com as estratégias e ações, dado o composto de marketing. Muito mais importante do que caracterizar um modelo de gestão empresarial é preciso estimular as empresas a que sejam mais dinâmicas, realmente voltadas para o cliente, não permanecendo somente no discurso. A implementação do cartão fidelidade permitiu um posicionamento estratégico diferenciado, a utilização do database marketing foi aplicado :3 li f_ (~ l~~(~' rl~~!r i ~, r !IJ:' ií\'. 2' 1': II~ 1/ \~~.~!L'l" 'L~' \~': ; ~I~_, 101 com eficiência, colocando a TAM em uma situação favorável. Entretanto, somente a continuidade da otimização da satisfação garantirá o seu sucesso, e conforme o Comandante do cliente é que Rolim56: liA TAM tem uma visão única e definitiva, o resto é tudo conseqüência. Ela quer o cliente feliz, e está sempre querendo criar o inusitado. E vou dizer mais, o limite de crescimento da TAM, não duvide, é o limite da capacidade em renovar, em fazer isso, ou seja, o limite do nosso crescimento está no limite de oferecer serviço de qualidade, caso contrário nós interrompemos o crescimento". GARCIA, Mauro Neves - Cliente feliz, o segredo da TAM. - Revista Marketing - maio/96 -p.6-9. 56 102 CAPíTULO 7 7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se dizer que existem os paradigmas do marketing. Algumas empresas ainda utilizam o composto de marketing de forma tradicional, e as vezes ainda funciona, talvez um pouco mais informatizado quanto ao modo de se fazer propostas, arquivos de clientes, dados para levantamento estatísticos, e até computação gráfica. Entretanto as mudanças deverão vir das necessidades reais do mercado, do foco do negócio, dos objetivos empresariais, e, no topo desta hierarquia, as necessidades e desejos do cliente. Este não mais é visto como elemento final da cadeia produtiva, mas sim como a matéria prima para o processo, o elemento essencial na composição da estrutura do marketing, integrado à empresa. Urge que se faça uma Revolução no Marketing57 para as empesas que ainda não conseguiram eliminar seus paradigmas: um marketing não só com inteligência mas com emoção e sentimento, sensível aos agentes de mudança e com a percepção de manter um relacionamento de forma eficiente, pois somente a informação e inteligência tomariam o relacionamento muito mecânico, isto é sistemático. 57 CLANCY, Kevin J.; SHULMAN, Robert S. - A revolução no marketing: o domínio do mercado através da inteligência em marketing. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Ed., 1993. 103 A realização deste trabalho não visou discutir quais são as melhores ferramentas para a concepção das mais adequadas estratégias competitivas. Não há mais interesse nas particularidades de uma vantagem isolada, que possam ser atribuídas às noções tradicionais de vantagem competitiva. Muito mais do que o exposto, trata-se de como as empresas devem estar atentas e engajadas no processo de criação e inovação da vantagem. Deverá ser quebrado também o paradigma antigo da estratégia. O desafio cornpetítívo" não está somente na reformulação dos processos, mas também na regeneração de estratégias; a competição não só pela participação de mercado, mas sim pela participação nas oportunidades. A mobilização para o futuro não só utiliza as estratégias como alocação de recursos, mas também como acúmulo de recursos e alavancagem. No caso TAM, as empresas que estavam no mercado não estavam constantemente definindo novas formas de fazer negócios, de inovar na busca de novos recursos e de redefinir os padrões de satisfação do consumidor. Deram espaço para que o Comandante Rolim não só aproveitasse as oportunidades, como também pudesse redefinir os atributos que são convertidos em valor, incrementando a satisfação do consumidor, e principalmente, querendo sempre que aTAM crie o inusitado. 58 HAMEL, Gary; PRAHALAD, C. K. - Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanha. Rio de Janeiro: Campus, 1995. Pág.27. 104 Este trabalho procurou relacionar os elementos essenciais, através da utilização do database marketing, para que se possa estar mais próximo destas necessidades, atento às mudanças ambientais e às variáveis que alteram o comportamento do consumidor, buscando sua satisfação, elaborando estratégias que permitam o desenvolvimento de uma comunicação ativa e constante, podendo, desta forma, favorecer o posicionamento estratégico da empresa no mercado. Os componentes abordados são muito importantes, entretanto seu maior valor está na utilização de forma integrada e não isolada, por exemplo: os dados setoriais de forma estática não desafiam as convenções prevalecentes e que são conservadoras. O sistema de informação em marketing - SIM - deverá orientar a mudança de estratégias corporativas para realidades mais amplas, substituindo as eficiências operacionais por percepções de futuro e melhor utilização do potencial emergente. A busca de novos padrões de satisfação do consumidor, fornecendo-lhe o encantamento sem que este o peça, favorecerá a empresa quanto ao seu posicionamento. Será necessária uma constante atenção aos perigos dos novos concorrentes, pois os convencionais já estão monitorados. O marketing de relacionamento facilitará a percepção desta vantagem competitiva. 105 o SIM, aliado a uma Tecnologia de Informação - TI - consistente, provocará com certeza uma reestruturação empresarial. Deve-se questionar qual é o tamanho ideal da implementação da TI, pois esta deverá propiciar uma maior cobertura mercadológica, permitindo flexibilidade para o crescimento. Portanto, ao invés de limitar-se às teorias de downsizing na estrutura computacional, o rightsizing será a resposta mais correta. A reestruturação organizacional levará a um novo empowerment, a pirâmide hierárquica estará mais plana e, melhor se estiver invertida, com a linha de decisão mais próxima aos clientes I mercado. Uma vez mais, recorrendo à TAM como uma aplicação prática dos conceitos apresentados, o diferencial estratégico estava em conciliar suas necessidades básicas do transporte aéreo para seus passageiros, - e de acordo com as características dos seus clientes compostos por executivos e homens de negócios -, que são segurança e tempo. Adicionalmente ela acrescentou prazer e, através do database e o relacionamento com o cliente, foi agregando valor. Com comunicações em datas especiais como aniversário e Natal (vide anexo 8) acrescentou o atributo carinho. A identificação do cliente com a empresa fez com que a Imagem da TAM ultrapassasse os limites da realidade, não tão forte quanto a da Varig I RioSul, mas muito mais positiva. O valor entregue ao cliente é superior aos 30% que ela cobra a mais em seu preço, se comparado com seus concorrentes, entretanto os clientes acham que é merecido pela satisfação que sentem. 106 Portanto estas ações de relacionamento, estruturadas através de um database, que depende de uma TI, são essenciais para a elaboração de um programa de fidelidade. A TAM já está atualizando os cartões de fidelidade dos primeiros clientes que inicializaram esta estratégia para o ano 2000 (vide anexo 9). As informações irão indicar as condições do ambiente de marketing, podendo ser utilizadas para fazer previsões, formar o database, desenvolver estratégias de relacionamento, munir a empresa com recursos para elaborações estratégicas e permitir a quantificação da satisfação do consumidor. Todas as ações empresariais têm que ser justificadas através de resultados, como por exemplo, o índice de retorno sobre o investimento (Return On Investment - ROI) ao adquirir um determinado equipamento. Entretanto, como no marketing muitos valores são subjetivos, trabalha-se com elementos intangíveis, e até então as ações eram, na sua grande maioria, correlacionadas somente às vendas efetuadas e à imagem da empresa. Pode-se, agora, figurativamente determinar um novo índice, que seria o Return on Customer Value - ROCV, ou seja, ações estratégicas que vão elaborar determinados atributos para serem revertidos em valores para os clientes. Na busca de maior precisão e velocidade das informações, podendo representar mais propriamente a realidade, fala-se do marketing digital, do 107 qual o detebese 59 Informarketing - marketing seria parte. O marketing digital utiliza o marketing na era da informação, união de tecnologias de .informática e marketing, não só um sistema que apoie a realidade, mas que seja a própria. Seriam os conceitos já apresentados, utilizando poderosas redes de informações, interligando as pessoas, preparando-as para um ambiente mais criativo, interativo e produtivo. Sugere-se o estudo das novas tecnologias e vias de informação, tais como os recursos de comunicação que estão disponíveis na Internet, as redes Web's , ATM's, o conceito de interatividade na multimídia, enfim uma complementação com estes sistemas que são as mais novas mídias para o marketing de relacionamento, não detalhadas neste trabalho. Com a tecnologia de computação interativa um produto chamado Bookselter's AssistanfO ajuda o consumidor a encontrar o material de leitura adequado, onde o interessado informa ao sistema os títulos de filmes, livros e revistas favoritos, e com bases nessas informações, o computador imprime uma lista customizada de livros que as pessoas mais apreciariam. Temas como Interatividade, New Media e segmentação, Fidelização, entre outros, foram discutidos no 3° Encontro Internacional de Marketing Interativo - New Media 96, realizado em junho em São Paulo, onde os assuntos focam 59 DUBNER, Alan - o marketing digital. Revista Marketing - junho I 96 - p.18. McKENNA, Regis - Marketing de relacionamento: estratégias bem-sucedidas· para a era do cliente. Rio de Janeiro: Campus, 1993. Pág. 226. 60 108 a nova era da empresa voltada para o cliente. Com softwares como o Bookseller's Assistant, disponíveis em redes de comunicação e informação, a empresa tem uma interatividade em tempo real com o cliente, utilizando os dados de suas últimas compras para que não ofereça uma lista com livros já adquiridos. Esta estrutura será usada para determinar novos produtos editoriais que os clientes desejam, e adotar surpreendam, perguntando computadores como como ações pró-ativas uma ligação de um de relacionamento representante se o cliente gostou da leitura sugerida. substituam ferramentas da que os empresa Não deixar que os o carinho pessoal e sim que sejam utilizados estratégicas, demonstra interesse de forma personalizada, uma vez que todos os seus dados estão no database. Pode-se expandir o satisfação pelo serviço com o fornecimento de revistas especializadas que complementem o livro adquirido, de artigos portanto criando atributos para aumentar a percepção de valor pelo cliente. Assim, uma infinidade de ações que apenas a capacidade de inovação poderá limitar, certamente fará o database marketing prover informações e desenvolver relacionamentos, os quais permitirão as implementações necessárias para que a empresa possa se posicionar estrategicamente mercado. no 109 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BERRIGAN, John; FINKBEINER, Carl - Marketing de segmentação. São Paulo: Makron Books, 1994. BIO, Sérgio Rodrigues - Sistemas de Informação: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1993. CLANCY, Kevin J.; SHULMAN, Robert S. - A revolução no marketing: o domínio do mercado através da inteligência em marketing. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Ed., 1993. HAMEL, Gary; PRAHALAO, C. K. - Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995. HIAM, Alexander; SCHEWE, Charles O. - The portable MBA in marketing. New York, NY: John Wiley & Sons, Inc, 1992. HUGHES, Arthur Middleton - The complete database marketer: tapping your customer base to maximize sales and increase profits. Chicago, IL.: Probus Publishing Company, 1991. 110 KOBS, Jim - Profitable direct marketing. Lincolnwood, IL.: NTC Business Books, 1992. KOTLER, Philip - Administraçâo de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. São Paulo: Atlas, 1993. LEVITT, T. -A imaginação de marketing. São Paulo: Atlas, 1985. LOBOS, Julio - O Céu não é o limite: para a empresa brasileira que quer vencer. São Paulo: Instituto da Qualidade, 1996. McKENNA, Regis - Marketing de relacionamento: estratégias bem- sucedidas para a era do cliente. Rio de Janeiro: Campus, 1993. MASON, Joseph Barry; MAYER, Morris L.; WILKINSON, J.B. - Modem retailing: theory and practice. Homewood, IL.: Richard D. Irwin, Inc, 1993. NASH, Edward L.- Database marketing: the ultimate selling tool. New York, NY: McGraw-Hill,lnc, 1993. NAUMANN, Earl; GIEL, Kathleen - Customer satisfaction measurement and management: using the voice of the customer. Cincinnati, Ohio: Thomson Executive Press, 1995. 111 PORTER, Michael E. - Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. PORTER, Mlchael E - Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Campus, 1992. REVISTA EXAME. São Paulo: Editora Abril, jan. 1994 - jun. 1996. SHEPARD, David - Database Marketing. São Paulo: Makron Books, 1993. SHAW, Robert; STONE, Marlin - Marketing com Banco de Dados. São Paulo: Atlas, 1993. TOFFLER, Alvin - A Terceira Onda. Rio de Janeiro: Record, 1992. WILKIE, William L. - Consumer Behavior. New York, NY: John Wiley & Sons, Inc, 1994. WOODRUFF, Robert B.; GARDIAL, Sarah F. - Know your customer: new approaches to understanding customer value and Cambridge, Massachusetts: Blackwell Publishers, Inc, 1996. satisfaction. 112 WURMAN, Richard Saul - Ansiedade de informação: como transformar informação em compreensão. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1991. 113 -ANEXO 1: MAPA DE ROTAS DA TAM i ) J 'J I L, v -, .';;j " , ;j . \'" j ) , 'tJ l .' I ' ""''10'\ ,) r } ) ;; "4 "~I ) ..J .J :i 'J ~ J ) ,~ ) .•. •... O OI j; Z o' ... O •... üõ ) I ) ~ .,.. , ./ ~) ,.~ ,:) , " -: I i:> -» 7~ '- ,j ; ~;J/ , ) -::,j ') ,,- )' J j "\ ',)" " 'J ~) ':..;]':1...;;. o: ,I 115 -ANEXO 2: CARTA DO COMANDANTE FIDELIDADE ROLlM NA INTRODUÇÃO DO PROGRAMA PALAVRA DO COMANDANTE o que éfidelidade . . .' ~esso.lhes. estava temer?, so, tinha duvidas, nao pensava em ter um nome maior do que a mtençao '; queria um nome que fosse suficientemente forte para marcar o programa . e transformá-lo em sucesso; revi várias vezes, outras opções. Por fim, resolvi: vamos adotar um nome que seja o espelho de nossa intenção, vamos adotar "fidelidade", Os detalhes deste programa ambicioso estão sendo divulgados em paralelo: trata-se .de um grande esforço que a ernpresafaz no sentido de beneficiar aqueles que nos têm prestigiado com sua presença nestes anos seguidos. É o reconhecimento da voz do cliente que, toda as manhãs, nos aeroportos, me sugerem, me cobram e me estimulam a adotar um programa que premie aqueles que nos premiam. . A partir de l~'de novembro, você vai receber em sua casa aLI escritório um "cartão de viagem", cujo nome é FIDELIDADE. Ele servirá para facilitar seu CHECK- IN, as emissões de seus brílhetes e, sobretudo, para-concederlhes o benefício do ato de ser fiel. Você vai ter, ao optar por fazer suas viagens continuamente pela empresa, os créditos correspondentes. Temos fundadas esperanças de que este programa vai se transformar numa enorme corrente crescente de usuários, cuja força do elo será nossa capacidade de renovar, melhorar e encantar os clientes. Aprendi que a melhor maneira de fazer negócios é fazê-lo de tal forma que um negócio possa gerar outros tantos mais. Por isso, estou acreditando que estamos no caminho certo: a cada dia aumenta um pouco mais nosso universo mercadológico, o volume de passageiros transportados e a divulgação de nossa marca. É evidente que buscamos nos fixar no mercado, tentando ser uma opção confiável e de qualidade, mas sabemos, por outro lado, que isso é produto de milhares de pequenas ações que fazemos no dia-a-dia, ao renovar os contatos com os clientes. Sempre digo aos nossos homens de freme, que transporte aéreo é apenas uma das várias coisas que fazemos; nós fazemos reservas, transporte de carga, encomendas, etc., mas é preciso não perder de vista que nosso negóco é resolver "os problemas" do usuário. Este sim é nosso negócio. Por isso, quando fui receber os primeiros jatos F-100, há três anos, na fábrica em Schipol (Amsterdam), o presidente da Fokker, Mr. Kuillman, se assustou com o tamanho do nome TAMescrito na fuselagem e me chamou a atenção: "Mas, Rolim, não é muito grande?", ao que lhe respondi, de pronto: "Maior que isso, só mesmo nossa ambição!" Mas, se isso ferir suscetibilidades, vamos admitir, sim, que temos altas aspirações - aspiração de dirigir a melhor empresa aérea do meu País, -~-:---, \~"\ ---..... ----~ Rolim Adolfo Amaro Presidente .. 117 -ANEXO 3: CANAIS DE COMUNICAÇÃO FALE COM O PRESIDENTE Junho é um dos meses mais alegres do ano. Parece que todos os santos se reuniram para fazer a festa juntos. A tradição das festas juninas chegou ao Brasil pelas mãos e fé dos portugueses. Começa com Santo Antônio. depois vem São João. Quem não se lembra das noites estreladas. das fogueiras. dos balões. dos fogos e busca-pés? Como esquecer as quadrilhas. onde muitos de nós se casou pela primeira vez? Em todo o Brasil. a comida típica é uma só: canjica. pipoca. pé-de-moleque. pinhão. balo de fubá e quentão. É de dar água na boca. No dia 29. São Pedro encerra a festança. Mas não é só. Junho ainda tem o Dia dos Namorados. Por todas essas razões. o mês que marca o início do inverno é um dos meses mais quentes e gostosos do ano. Fale com o Presidente TRM - Reservas e ...;; •... Informações (24 horas) DDG: 0800123-100 ,. ROLIM ADOLFO AMARO Prezado Amigo, Nos últimos dias a TAM publicou seu balanço nos principais jornais do País e estou certo que muitos dos Srs. que agora lêem esta carta também viram o resultado de todo trabalho de nossa equipe durante o ano de 95 ser publicado na forma de matérias na imprensa. Alguns fatos são significativos no balanço que publicamos e o primeiro deles foi a lucratividade, para os acionistas, do capital investido. O segundo foi o nosso crescimento em volume de passageiros transportados e na abertura de novas linhas. O terceiro foi a grande contribuição social que pudemos gerar com a nossa eficiência. Pagamos mais de 77 milhões de reais de impostos e taxas e, confesso-lhes, apesar de serem extremamente altos, tenho orgulho de ter devolvido para a sociedade, em impostos e contribuições sociais, aquilo que ela nos dá gratuitamente na forma de participação no mercado. Outro fato que devo comentar é o recente lançamento do livro "O Céu não é o Limite", do professor Julio Lobos, que retrata de outra forma o que o balanço mostra. Segundo sei, esse livro está tendo enorme aceitação no mercado. Julio Lobos, Cliente-Fidelidade em mais de 187 trechos por ano, procurou-me tempos atrás para dizer-me que queria escrever um livro sobre aTAM. Preocupado que estava com a consequência de sua proposta, neguei de pronto e ele, quase como um desafio, disse-me: "Comandante, mesmo assim vou fazer", ao que lhe respondi: "Nesse caso, autorizo". E assim pedi aos gerentes e diretores da empresa que facilitassem as suas observações quando de suas andanças para recolher material. O professor, ao seu estilo, fez algumas afirmações cuja opinião nem sempre partilho, mas devo confessar que fez um livro agradável de ser lido, onde o que fica patente é que aTAM encontrou uma forma brasileira de gerir seus negócios, em oposição a algumas soluções importadas e em desacordo com aquilo que chamo de "Custo e Estilo Brasil". Sobre esse ponto, devo dizer-lhes que, de fato, as nossas equipes encontraram uma identificação com esta filosofia e procuraram fazer dela um caminho para que aTAM possa seguir sendo lucrativa e eficiente. O livro descreve com propriedade tal fato e o balanço, por outro lado, é a confirmação do que no livro está escrito. Neste aspecto, cumpre salientar que uma legislação fiscal moderna e flexível, justamente agora que o País mais precisa combater o desemprego, poderia dar uma sensível redução de impostos I desde que as empresas se comprometessem a investir esses recursos em novos projetos, que gerassem intensiva ocupação de mão-de-obra. Aliás, essa foi uma das formas que o presidente Reagan, na década passada, encontrou para colocar os Estados Unidos novamente na vanguarda da economia mundial. Pena que a ineficiente máquina pública brasileira não possa prescindir desses recursos, já que o Estado empreguista é muito maior do que o Estado eficiente que sonhamos . ..~ ---------... <, <.; -"- ••....... TÃrla 7lêSposla Comandante Rolim, •••••••••••••• ~ •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• o.· •••••••••••••••••••• o •• , ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• .......................................... . .................................... . , ............................................................................................................................................................................................... NOME: . Cartão Fidelidade N~ Endereço: Bairro: Telefone(s): ( N° Vôo: 06 . _. Aniversário: J _.__ _ . _ CEP: _ . .._ ) Origem: _ _ _ __ Destino: - Cidade: . . Fax: ( ) . - U.F.: . _ Data: . __-'-_ ./..__ _ 121 -ANEXO 4: EXTRA TO PERiÓDICO DO PROGRAMA FIDELIDADE TRM Um estilo de voar. LUIZ ALBERTO O DE LUCA R BARRA FUNDA 101 APTO 91 SAO PAULO SP 01152-000 OBTENDO MAIS 4.00 PONTO(s) ATE O DIA 28/11/96. 451~~::: I ~;.~ad;ã~~:~:~~~de~36~~~;~ 1°.pontuação~elTl and~mentO:,2~/ 1~/~_5._1 g:~~~:~~mj:j~~~:O-;;'O:2-------.-. DATA N" VOO/CARTAO DE CREDITO 10/94 . - - 6 ~t\~DOATU.A:~._.. ' I128/ VOCE GANHARA UM TRECHO-CONVITE. TRECHO VOADO TRECHO CREDITO .. - .. . .. . .--. t.oo . - . ,Q.º- ._._ g.CORR~~~~. . __ Pago Pago Pago Pago 26/12/94 26/12/94 26112/94 26/12/94 03/11/941 418 03/11/941 413 13/05/94i 539 1 01/02/951 402 RAO~CCH CCH~RAO RAO-CCH GYN-CGH CGH-SOU 1.00 Pago 01/11/95 120/03/951 926 CGH-CWB 1.00 1.00 1,24105/95 418 !'7/07/95 922 !18/07/9Sj 933 131 /07/95 550 Pago Pago Pago Pago Pago Pago Pago Pago ?~~o 01/11/95 463 PlU-CGH CGH-PlU CGH-CW8 CWB-CGH CGH-POA POA-CGH CCH-POA SSA-CCH CCH-RAO RAO-CCH CCH-RAO RAO-CCH CCH-SSA SSA-CCH 1 24/05/95 411 131/07/9511 555 115/08/951 550 103/10/351 581 \28/11/951 416 !28/11/951 119/12/951 417 :20/12/951 411 412 '125/01/96\ . 582 58: 28/01/96! 1.00 1.00 1.00 1.00 1. DO 1,00 1.00 1.00 1.00 i, Ou 01/11/95 01/11/95 01/11/95 01/11/95 ° 1 / 11/951 01/11/95 01/11/95 ! Yi/1ii55 1.00 1.00 I I. DO 1 1.00 1 1,00 i 1,00 . I 1 1 PROGRAMA FIDELIDADE CARTAO DE CREDITO FIDELIDADE TAM - VANTAGENS EXCLUSIVAS Ac um utc ponto-c nc PrOQr;tm<t srcenoade utilizando os benefícios exclusivos do Cartão de Crédito Fidelidade TAM: • R'S 100.00 g~ •.. 10";' (>m toc.acác de automóveis na rede Localiza Rent a Car valem 1 ponto no programa: . R$ 15ü,OO qact o •...n~l rf:-""p hoteleira credenciada também valem 1 ponto: Rede Eldorado, Othon, Vila Rica, Sol Meliá, Me!!;' 5.;0 Pauto. ROy.il Ccnter-BHZ. Alfred-Porto Alegre, Alfred-Caxias. Gran Rio-São José do Rio Preto, Sumarra.Lond nn.t c RoO Int~rn.K:lon;tl. ATU~UDADES TAM - BRC .A parar de 03 de JunhO de 1996 mais 8 Cidades passam a integrar a rede do Brasil Central: Cascavel, Francisco Bcltr ào. Cnapecó. .ro.ev.uc. RIO do Sul, Joaçaba. São Miguel d'Oeste e Sorocaba.lnforme-se sobre as possibilidades de conexões com outra •.•localidades, em nossa Central de Reservas. O PROGRAMA ESTENDE-SE AOS VÔOS DA BRASIL CENTRAL CENTRAIS DE ATENDIMENTO PROGRAMA FIDELIDADE TAM (0800) 123.826 CARTÃO DE CRÉpiTO (0800) 116.100 RESERVAS PARA VOOS TAM (0800) 123.100 = = = htt:llwww.tamair1ines.com.br I I -----.-J A pontuação reterente a embarques em nossos vôos pode levar.até 10 dias após a data da viagem para ser reqtstraca no sistema. Caso alguma viagem, após este prazo, ainda não conste no sistema, favor entrar em contato conosco através do telefone (0800) 123.826 ou, para agilizar a análise, envie uma cópia da respectiva passagem, mencronando o numero do seu Cartão Fidelidade, para o fax (011) 577-6972 ou via correio para: TAM - Cartão Fidelidade Av. Pedro Bueno, 1.400 Parque Jabaquara - São Paulo - SP CEP 04342-001 123 -ANEXO 5: TAM NOTíCIAS - JORNAL INFORMATIVO DO GRUPO TAM JORNAL INFORMA TlVO 00 GRUPO TAM ANO IV- NQ 24 - JANEIRO/FEVEREIRO 1996 A melhor companhia aérea regional do mundo D izo dito popular que "quem não é o maior tem que ser o melhor'. Pois a TAM-Linhas Aéreas parece estar seguindo a máxima à risca. Depois de ser eleita pela revista "Exame", edição 95 de "Melhores e Maiores", como a melhor empresa de transportes do País, a companhia chega agora a um título mundial. Considerada a Bíblia do setor, a revista "Air Transport World" elegeu-a a melhor companhia regional do mundo, título que pela primeira vez fica fora do eixo Estados Unidos/Europa. Reconhecida por sua seriedade e independência, a Air Transport World foi criada há 25 anos e circula em 160 países, atingindo um público eclético que abrange desde grandes bancos internacionais, autoridades governamentais e pessoas ligadas à aeronáutica. O prêmio, por sua vez, está em sua 22ª edição, reunindo anualmente editores e um júri independente - formado por experts em aviação e atividades afins - para a análise de todas as companhias aéreas do mundo. Ao todo são premiadas seis categorias "Empresa Aérea do Ano" e ''Empresa Aérea Regional do Ano", ambos considerados os Oscars da aviação; "Desenvolvimento Tecnológico", em geral destinado aos fabricantes; "Serviço Industrial"; e 'Relações com a Imprensa e Relações Públicas". Os critérios utilizados para Rolim: àfrente de um time vencedor seleção levam em conta a performance. econômica e operacional das empresas, traduzindo os resultados para o contexto em que elas atuam. Segundo Edivaldo Pereira Lima, representante da revista no Brasil, o sucesso obtido pela TAM no tocante à criação de serviços diferenciados aos passageiros e a aproximação que conseguiu junto a seu público foram fatores preponderantes para a indicação da companhia. Para dar a exata dimensão da importância do prêmio, ele cita o exemplo de uma empresa escandinava que durante dois anos consecutivos fez o seu Marketing baseado na conquista do "Air Transport Award", na categoria regional. A solenidade de premiação aconteceu no dia 5 de fevereiro, com jantar especial no Westin Stamford Hotel, em Cingapura, na noite que precedeu o início da Asian Aerospace'96, tradicional feira aeronáutica. Para o evento a direção da revista recebeu cerca de 800 convidados, incluindo a alta cúpula das companhias aéreasmundiais, fabricantes, autoridades governamentais, representantes de grandes bancos, empresas de leasing, autoridades de aeroportos e imprensa. Seguiram para Cingapura o vice-presidente de Marketing Luiz Eduardo Falco, representando o comandante Rolim, ausente devido a uma fratura no tornozelo; o chefe da Coordenação de Vôos Luiz Antonio Lopes; o responsável pelo Atendimento no aeroporto de Congonhas, Antonio Carlos Gabrielli; José Raimundo Ferreira, representante da TAM em Uberlândia; e os quatro funcionários premiados pelo programa de Qualidade TAM como expoentes do ano em suas respectivas funções - comissária Rosângela, comandante Silva, Marilurdes dos Santos da linha de frente do check-in e Ana Paula Oliveira da Reserva. Eles representaram o grupo de funcionários da TAM e seu ideal de bem servir. Programa Fidelidade TAM, idéia bem-sucedida S ucesso garantido entre os associados. o Programa Fidelidade TAM só tem motivos para comemorar o encerramento de 95, ano que para os passageiros foi repleto de surpresas agradáveis. Com um cadastro de 330 mil nomes, para o usuário este sistema se transformou na forma mais simples e rápida de se ganhar passagens aéreas. Para se ter idéia do êxito do Programa Ficleliclade TAM, basta analisar o crescimento dos números de bilhetes emitidos gratuitamente registrados desde o início de sua implantação, em 93. No primeiro ano, a companhia entregou 65 passagens, já em 94, alcançou a marca dos 22 mil bilhetes e, durante o ano passado, este número mais que duplicou, saltando para 55 mil passagens. Este crescimento surpreendente do total de bilhetes distribuídos gratuitamente pode ser creditado, em parte, à parceria firmada pela companhia com o Banco Itarnarati e a Brascard, em março último. O acordo, que criou o Cartão de Crédito Fidelidade TAM e ofereceu aos associados a possibilidade de transformar despesas em bônus de vôo, trouxe um aumento de 25% na emissão de passagens gratuitas, significando uma média de 2 mil bilhetes por mês. Esta iniciativa, que vem revolucionando o segmento, tem atraído novos interessados a cada dia. Hoje são quase 30 mil propostas de adesão aceitas ou em fase de aprovação. 125 -ANEXO 6: CARTÕES DE CRÉDITO FIDELIDADE TAM o I: Si • -••••••• ••••a •••• ••• ••.2 •• •••• 4 •• "••••• 127 -ANEXO 7: COMUNICAÇÃO CAPITAL COM O MERCADO ATRAVÉS DA REVISTA CARTA WANDERLEY LUXEMBURGO: "Sou um gerente de produção" ·0 o i, 129 -ANEXO 8: COMUNICAÇÕES QUE ACRESCENTAM O ATRIBUTO CARINHO Linhas Aé/'f!!OS São Paulo, 24 de Dezembro de 1995. LUIZ ALBERTO O DE LUCA Quero enviar-IIw, por ocasião dejta data tão ejpecial, tjue é seu. aniversário, meus mellwrej uolos de muitas /ehcidadej, jaúde e sucesso, ~~~,~ Rolim Adolfo Amaro Presidente . 132 -ANEXO 9: RENOVAÇÃO ANO 2000 DO CARTÃO FIDELIDADE TAM COM VALIDADE ATÉ O Cliente Fiel, Para seu maior conforto, e buscando sempre melhor atendê-lo, estamos lhe enviando um novo Cartão Fidelidade TAM, válido até o ano 2.000. Se você tem utilizado o seu Cartão Fidelidade com a validade anterior, saiba que seus trechos voados estão sendo computados normalmente e se somarão aos trechos que você vier a adquirir com este novo cartão. Aproveitamos para informá-lo que já estamos servindo duas novas cidades: Caxias do Sul, a maior cidade da região serrana conhecida como a capital da uva, e Petrolina, cidade da Região Nordeste famosa por sua larga produção e exportação de frutas em terra árida, possível graças ao seu aperfeiçoado sistema de irrigação. Informe-se sobre os nossos horários em nossa Central de Reservas e Informações. Esperamos que você continue acumulando pontos no Programa Fidelidade agora utilizando seu novo cartão. Ficaremos muito felizes em recebê-lo a bordo de nossas aeronaves. TRM linhas Aéreas Programa Fidelidade TAM V (0800) 123 826 Central de Atendimento do Cartão de Crédito Fidelidade TAM V (0800) 116 100 Reservas e Informações V (0800) 123 100, serviço 24 horas com ligação gratuita de qualquer localidade