Corrente elétrica Definição de corrente ⇒ GRANDE revolução tecnológica { “Controle” do movimento de cargas ⇓ corrente elétrica → eletrotécnica, eletrônica e microeletrônica (diversidade de aplicações!!) Ex. motores elétricos, equipamentos de telecomunicações, aparelhos elétricos, o computador, etc., etc. . . . Causa: diversidade de tipos de respostas elétricas dos materiais! (capacidade de transportar cargas elétricas em seu interior: condutores, dielétricos, semicondutores, supercondutores . . .) metais são BONS condutores → cargas fluem facilmente (qualquer E) corrente é facilmente analisada (contra-exemplos: lâmpada de gás; relâmpago . . .) No presente capítulo: atenção especial à corrente em metais. Corrente elétrica Definição de corrente corrente de elétrons & corrente convencional corrente elétrica I elétrons Define-se corrente elétrica: carga deslocada por unidade de tempo ∆q I≡ ∆t correntes se somam como grandezas algébricas, e não como vetores I2 I3 I1 I1 I1 = I2+I3 I2 I3 I1 = I2+I3 unidade no SI: coulomb 1 ampère = 1 segundo ampère é unidade básica no SI → coulomb é unidade derivada 1 coulomb = carga transferida em 1 segundo quando I = 1 ampère Corrente elétrica Densidade de corrente Corrente é carga fluindo ⇒ flui em uma certa direção ∴ está associada a um fluxo de uma grandeza vetorial à densidade de corrente elétrica j : direção da corrente I I = j ⋅ dA módulo é I por unidade S de área, em cada ponto = corrente I através de uma superfície S = = fluxo do vetor densidade de corrente j através de S ∫ j Em um fio condutor A Se j é uniforme em toda a seção A do fio ⇒ j A I = j ⋅ A = jA Em uma situação geral: considera-se elemento de área ∆A = n ∆A ∆I j= , ∆A j = jn unidade no SI: Am−2 (unitário, normal a A) Corrente elétrica Lei de Ohm Geralmente: existência de V ⇒ aparecimento de I →define-se resistência elétrica: muitos objetos: I = I(V ) α V ( linear) V R= I Lei de Ohm: V= RI com R = constante Resistor = qualquer elemento em um circuito que oferece resistência elétrica unidade no SI: 1 ohm =1 volt ampere símbolo: Resistor ôhmico Resistor não ôhmico Corrente elétrica Lei de Ohm resistência elétrica R é propriedade extensiva: depende das dimensões do objeto um fio de comprimento L tem resistência R; se L/2 ⇒ R/2; etc. um fio de seção reta de área A tem resistência R; se A/2 ⇒ 2R; etc. Resistividade elétrica ρ é propriedade intensiva: NÃO depende das dimensões do objeto Usando I = j.A = j A e R = V / I → Mas V = E L e L R=ρ A L V V ρ = ⇒ρj= A jA L j é paralela a E → ρ j = E Define-se condutividade elétrica σ = ρ −1 → j=σE (Lei de Ohm na forma “microscópica e vetorial”) Corrente elétrica Lei de Ohm ~10−8 10−3 a 106 1014 a 1017 Corrente elétrica Lei de Ohm Ex.Exemp. 6.1 – Calcule o campo elétrico necessário para gerar uma corrente de 40A em um fio de cobre de área de seção reta igual a 6,0mm2 . Sol.– Tem-se ρ j = E ou ρ j = E com j = I / A = 40 A / 6,0 x10-6 m2 ∴ j = 6,7 x 106 A/m2 Usando-se ρ =1,69 x 10-8 Ω.m (tabela), V A V encontra-se E = 1,69 ×10 −8 m × 6,7 × 10 6 2 = 0,11 A m m ____________________________________________________________ Ex. Exemp. 6.2 – Calcule a densidade de corrente através da camada do plástico que recobre um fio elétrico, sabendo-se que sua espessura é 0,5mm e a diferença de potencial entre seu exterior e seu interior é 220V.A resistividade do plástico é 5,0 x 1016 Ωm = 5,0 x 1016 (V/A)m Sol.– Tem-se j = σ E. Na camada de plástico tem-se E = V/d = 220V/(5 x 10-4m) = 4,4x105 V/m. Assim, −12 V A A × = × j = 4,4 × 10 9 10 16 2 m 5 × 10 Vm m 5 ⇒ grande isolamento! Corrente elétrica Potência dissipada em um resistor Havendo V (p.ex. bateria) em um fio ⇒ força elétrica . . . ∴ corrente cada elétron adquiriria energia eV (aumento da velocidade) mas . . . ∃ forças de “atrito” pois não há aceleração e são “forçados” por E mas também são freados nas interações (“colisões”) com os átomos do material ∴ há dissipação na forma de calor. → efeito Joule Potência: ∆W/∆t Dissipação { ⇒ V∆q P= = VI ∆t ou P = RI 2 ou V2 P= R Desejada: aquecedores; chuveiro elétrico; etc. Indesejada: rede de transmissão; circuitos eletrônicos; etc. Ver ex.6.3 Corrente elétrica Combinações de resistores R2 R1 Associação em série: V Q: O que se pode dizer sobre a corrente nos resistores? Q: O que se pode dizer sobre a ddp V nos resistores? Então: V = Req.I = V1 + V2 = R1I1 + R2I2 = (R1+R2 )I Req. = R1 +R2 R: I1 = I2= I R: V = V1 + V2 Corrente elétrica R1 Combinações de resistores R2 Associação em paralelo: V Q: O que se pode dizer sobre a corrente nos resistores? R: I = I 1 + I 2 Q: O que se pode dizer sobre a ddp V nos resistores? R: V = V1 = V2 Então: V = Req.I com I = ou 1 1 1 = + R R1 R2 V V 1 1 + =V( + ) R1 R2 R1 R2 ⇒ Req. = R1R2 R1 + R2 Corrente elétrica ?2 R3 Regras de Kirchoff Circuito com várias fontes de tensão → solução mais complicada ?1 Q: R1 e R2 estão em paralelo? ∴não se pode resolver usando resistências equivalentes R1 R2 I1 I2 I3 ⇒ Regras de Kirchoff 1. A soma algébrica das variações de potencial em uma malha fechada é sempre nula ∑ Vi = 0 malha 2. Em um nó do circuito – pontos onde correntes se adicionam ou se subtraem – a soma das correntes que chegam é igual à soma das correntes que saem ∑ Ii = 0 nó Q: O quê é uma malha? Q: O quê é um nó? Corrente elétrica Regras de Kirchoff 1. Escolhe-se um sentido para cada corrente 2. Se percorre-se R no sentido de I → queda da tensão ∴ ∆V = – RI 3. Se o valor encontrado para I < zero, troca-se o sentido. ?1 I3 ∑ Vi = 0 malha ∑ Ii = 0 nó { malha da esquerda: malha maior: qualquer dos nós: ? 1 – R3 I3 – R1 I1 = 0 ? 1 – R3 I3 + ? 2 – R2 I2 = 0 I3 = I1 + I2 ?2 R3 R1 R2 I1 I2 Corrente elétrica ?2 R3 Regras de Kirchoff Exerc. 6.13 – Calcule I1 e I2, considerando ? 1 = 12,0 V; ? 1 = 6,0 V ; ?1 R1 = R2 = 10,0 Ω e R3 = 5,0 Ω. Sol. – Em cada nó: I3 = I1 + I2 ⇒ R1 R2 I1 I2 I3 ? 1 – R3 (I1 + I2) – R1 I1 = 0 {? 1 – R3 (I1 + I2) + ? 2 – R2 I2 = 0 ξ 1 − (R1 + R3 )I 1 12 − 15I 1 = R3 5 ξ + ξ − R I 18 − 5I 1 I2 = 1 2 3 1 = R2 + R3 15 I2 = { ⇒ I1 = 0,45A; I2= 10,5 A Corrente elétrica Regras de Kirchoff Exerc. 6.14 – Reescreva as equações para cada malha supondo que as duas baterias tenham resistências internas r1 e r2, respectivamente. Sol. – { ? 1 – (r1 + R3 ) (I1 + I2) – R1 I1 = 0 ? 1 – R3 (I1 + I2) + ? 2 – (r2 + R2 ) I2 = 0 ?2 R3 ?1 r2 r1 I3 R1 R2 I1 I2 Corrente elétrica Modelo de Drude – 1900 (modelo clássico para condução em metais) Anterior à mecânica quântica ⇒ não é completo. → elétrons de valência em um metal: movimento “quase livre” + colisões com átomos ionizados do sólido O elétron movimenta-se entre os pontos A e B em ziguezague, sofrendo colisões com os íons ou com outro elétron (movimento difuso ou browniano). Na ausência de um campo elétrico externo, entre duas colisões, ele se move em linha reta. ⇒ velocidade (vetorial) média é nula. A B eE a=− m e va = − τ E m Se ∃ E≠ zero ⇒ ∃ aceleração ∴ velocidade vetorial média ≠ zero va = velocidade de arraste ou velocidade de deriva, e τ = tempo médio entre duas colisões Corrente elétrica Modelo de Drude – 1900 Densidade de corrente ? Vejamos . . . A va va∆t Em um intervalo de tempo ∆t , todos os elétrons contidos no volume V = A va ∆t atravessam a seção indicada ⇒ número de elétrons ∆N que atravessa a seção num tempo ∆t é ∆N = n A va ∆t sendo n a densidade de elétrons de condução do material (depende do no de elétrons de condução por cada átomo do material; ~ 1028 – 1029 m–3) ⇒ I = ∆q/∆t = e n A va; Lembrando que j = σ E ⇒ e, portanto, j = − e n va = n e2 τ E / m. ne 2τ σ = m = condutividade de Drude m m τ = 2 σ = 2 = tempo de relaxação de Drude ne ne ρ Corrente elétrica Ex. Exemplo 6.8 – Calcule a velocidade de arraste dos elétrons num fio de cobre com diâmetro de 1,0 mm quando há uma uma corrente de 2,0 A. Sol. – Tem-se: va = j I = en Aen Usando-se o valor dado no livro n = 8, 47 × 10 28 m −3 e substituindo os valores numéricos, obtém-se 2,0Cs − 1 va = = 0,19mm/s −3 − 19 −3 2 28 3,14 × (0,50 × 10 m) × 1, 6 × 10 C × 8.47 × 10 m Corrente elétrica R Prob 6.9 –Calcule a resistência elétrica entre os pontos a e b da Figura R a Sol – Temos dois conjuntos de dois resistores iguais em série, em paralelo entre si. b R R R´ = 2R Em cada conjunto: R´ = R + R = 2R a b R´ = 2R Então, agora: R´´ = (1/R´ + 1/R´) –1= R´/2 = R R´´ = R a b Corrente elétrica Prob 6.13 –A Figura mostra 12 resistores com a mesma resistência R conectados de modo a formar um cubo. Uma tensão V é aplicada entre vértices opostos do cubo. (A) Usando simetria, mostre que em 6 dos resistores há uma corrente do mesmo valor I1 e que nos outros seis resistores a corrente de vale I1 / 2. I1 I2 R b V I1 = 2I2 V Vê-se também que Itotal = 3 I1 0 a Corrente elétrica Prob 6.13 –A Figura mostra 12 resistores com a mesma resistência R conectados de modo a formar um cubo. Uma tensão V é aplicada entre vértices opostos do cubo. (A) Usando simetria, mostre que em 6 dos resistores há uma corrente do mesmo valor I1 e que nos outros seis resistores a corrente de vale I1 / 2. (B) Mostre que a corrente total de b para a vale 6V/5R. I1 I2 R Temos em qualquer trecho entre a e b: b V V = Rab I = RI1 + RI2 + RI1 = R(I1 + I2 + I1) Como I2 = I1 / à 2 V = R (5/2) I1 ⇒ I1 = 2V / 5R e logo, sendo I = 3I1, ⇒ I = 6V / 5R 0 a