HISTÓRIA DAS MULHERES OU ESTUDOS DE GÊNERO: CONTRIBUIÇÕES PARA UM DEBATE. Rosemere Olimpio de Santana Universidade Federal Fluminense-UFF Resumo Ao trabalhar com a temática “Por uma cartografia das práticas amorosas: os raptos consentidos enquanto espaço de outras sensibilidades na Paraíba moderna – 19201940”, várias questões principalmente de ordem teórico-metodológicas surgiram, uma delas que é o objetivo desta apresentação são os debates em torno dos Estudos de Gênero e História das Mulheres. Pretendo discutir os caminhos que estão sendo traçados em minha pesquisa e a escolha pelos Estudos de Gênero. Os historiadores das mulheres têm buscado a mulher enquanto agente histórico, preocupados mais com as mudanças sociais do que com as alterações do próprio significado das mulheres e da historicização dessa categoria. Falar das proezas femininas neste caso seria mais importante do que discutir o funcionamento do gênero. Para os Estudos de gênero essas problematizações atingem a própria disciplina, pois permite pensar como a história contribuiu para a articulação de várias identidades políticas, como se essas fossem naturalizadas. Assim, a escolha pelos Estudos de Gênero nos possibilita desconstruir as identidades fixas e cristalizadas do ser feminino e masculino. Mas qual a vantagem de desconstruir? Será que gênero tira o sujeito mulher de cena? O gênero não tira as mulheres de cena, mas muda o discurso político e são essas questões que pretendo discutir e suas implicações na tessitura de minha tese. Palavras-chave: História das Mulheres. Estudos de Gênero. Desconstrução. Mulheres. Não é novo o debate em torno do conceito de gênero. Neste artigo pretendemos discutir algumas questões que giram em torno desse debate, no entanto, não temos a pretensão de abarcar todas as discussões, iremos nos deter a alguns textos de Joan Scott e a sua influência ou, ao contrário, as críticas que são direcionadas a mesma. Neste sentido, também pretendo discutir a minha escolha, dentro deste debate, no que se refere à temática do meu doutorado, apontado em que sentido os Estudos de gênero me permitem avançar ou não no andamento pesquisa. No entanto, vale salientar, que essas são questões iniciais, uma vez que a pesquisa e a análise da temática proposta no doutorado ainda se encontram em seus passos iniciais. 1 É comum perceber, nos trabalhos que discutem a experiência feminina, o posicionamento dos autores ou autoras, alguns analisam a partir dos Estudos de gênero, outros a partir da História social das mulheres. Para Lizia Machado, em seu artigo intitulado “gênero um novo paradigma” a autora diferencia Estudos de gênero de História das mulheres, para ela o Estudo de gênero permitiu romper com a noção biológica do sexo ligada a noção social de gênero, além disso, permitiu o privilegiamento metodológico das relações de gênero, sob qualquer substancialidade das categorias de mulher e homem ou de feminino e masculino. Assim, a transversalidade do conceito de gênero, permitiu perpassar as mais diferentes áreas do social. Desta forma, ainda segundo Lizia Machado, as indagações que eram feitas, antes dos Estudos de gênero, tinham problemáticas bem diferentes. Simone de Beauvoir, por exemplo, indagava sobre as relações entre sexo biológico e construção da categoria social de mulher. Atualmente as questões são de outra ordem, hoje, discutimos que a construção de gênero se faz arbitrariamente em relação à diferenciação dos sexos de homens e mulheres, ou seja, não existe “a mulher”, não existe “o homem”, enquanto categorias sociais. Mas, para Louise Tilly, em seu artigo: “Gênero, História das mulheres e História social”, os Estudos de gênero, embora, tenha contribuído para novas perspectivas de compreensão, subestima a ação humana, ao enfatizar o texto, ou seja, negligenciaria o autor ao propor um método que o ignora. Para autora a desconstrução, pode permitir a explicitação de significados ocultados, mas não permite contribuir com novos. Ao se referir sobre a História Social das Mulheres, Louise Tilly defende: Isto não é um apelo para integrar a história das mulheres a uma outra história, o que poderia significar apenas acrescentar materiais sobre mulheres e gênero sem analisar suas implicações, mas é um apelo para escrever uma história analítica das mulheres e para vincular seus problemas àqueles das outras histórias. É exclusivamente através desta confrontação que a história das mulheres terá possibilidades de modificar o quadro geral da história no seu conjunto. (TILLY: 1994, p. 29) Para Tilly, a História das mulheres contribuiu para identificar e expandir nossa compreensão sobre os novos fatos do passado, no entanto, os historiadores ou 2 historiadoras das mulheres deveriam tornar sua metodologia mais analítica e mostrar como seus trabalhos contribuíram para a explicação de problemas mais gerais, para fazer isso Tilly propõe a utilização do gênero enquanto categoria de análise. Enfim, a autora discorda de Joan Scott, quando esta considera que a História social pretende explicar a diferença entre os gêneros pelo seu próprio quadro de explicação – o econômico. Ainda para a autora, a História social das mulheres permitiu mesmo em seus trabalhos mais descritivos, novas alternativas que permitiram uma compreensão da sociedade mais completa e sistemática. Já Joan Scott em seu artigo: “Gênero uma categoria útil”, propõe, pautada no paradigma pós-moderno, uma busca pela historicização e desconstrução dos termos que procuram denominar a diferença sexual. Neste sentido, a própria História sofre uma mudança radical, uma vez que, abandona as busca pelas origens dos fenômenos, reconhecendo a complexidade dos processos históricos enquanto elementos interrelacionados. Para a autora o gênero é um elemento constitutivo das relações sociais baseadas nas diferenças que distinguem os sexos, assim, caracterizariam os Estudos de gênero a análise de como em diversas sociedades um dado grupo dá significação ao feminino e ao masculino, elegendo o particular para a explicação das diferenças sexuais. Os pares homens – mulher não são categorias fixas, mas mutáveis. Logo o caráter binário não é invariável. Nesta perspectiva, é possível discutir como uma visão de gênero se construiu e se impôs num determinado grupo, apontando para a sua historicidade, desconstruindo-a. E nessa discussão é possível ainda analisar e problematizar as construções de gênero que implicaram na configuração de instituições. É a partir destas colocações que os Estudos de gênero, em minha pesquisa, me permitem pensar como no contexto analisado foi construído uma determinada visão de gênero, tanto para as instituições, como a justiça, quanto para os envolvidos nos casos de rapto. É a partir desse debate que irei me pautar, mas antes de discutir algumas questões se faz necessário explicar a temática da minha pesquisa. O título da tese, ao menos até agora, é: Por uma cartografia das práticas amorosas: os raptos consentidos enquanto espaço de outras sensibilidades na Paraíba moderna – 1920-1940. Como mostra o título, Pretendo a partir dos casos de raptos 3 consentidos, analisados através dos processos crime, cartografar os espaços e os lugares construídos e os instituídos para os relacionamentos amorosos. Mas também, através dos indícios tentar compor uma história para o amor, na Paraíba nas décadas de 20, 30 e 40 do século XX. A cartografia dos espaços empreendida nesta pesquisa tentará acompanhar os contornos, as mudanças e as rupturas, bem como as multiplicidades que envolvem os comportamentos, os sentimentos e a sensibilidade dos sujeitos envolvidos na prática dos raptos consentidos. Assim, também estaremos atentos para os sujeitos envolvidos em cada caso de rapto, principalmente as mulheres, pois, estas eram circunscritas com uma identidade expressa nos seus gestos, comportamentos e sentimentos. Os raptos consentidos eram práticas muitos comuns não só na Paraíba, como também em todo o Brasil. Desta forma, o rapto se configurava como uma tática para antecipar ou “forçar” o casamento, que a família não desejava ou que não era possível ser realizado, como, por exemplo, quando o raptor era casado. Sendo assim, os casos de rapto consentido abrem um leque de histórias. Estas não seguem um roteiro, nem uma única conduta. Mas, são histórias de sujeitos que optaram por outros caminhos, que nem sempre eram os mais fáceis, mas o desejado. O período escolhido para o nosso trabalho compreende de 1920-1940, nesse momento as principais cidades paraibanas terão um cenário bem diferente do que era no final do império e início da república. Os locais de encontros, o crescente número de mulheres trabalhando, principalmente as que se inseriam na classe popular. Como é o caso de Dorothéia que em 1935, ao saber que está grávida do patrão, vai morar com a irmã. Logo depois é raptada pelo mesmo. As histórias que serão cartografadas problematizarão outras relações. A maioria dos casos acontece no espaço da cidade, o que faz necessário uma análise cuidadosa do que esses espaços oferecem: cinemas, clubes, sambas. No entanto, apesar das mudanças o discurso da justiça ainda terá como base a legitimação da honra feminina. Porém, era necessário que este discurso estivesse atrelado à nova mulher moderna, contudo ele não era uniforme. Nesta perspectiva, na rejeição ao caráter fixo e permanente da oposição binária masculino versus feminino – que, portanto tempo, alimentou as demandas 4 feministas. Joan Scott seguindo o propósito de obter uma maior compreensão do uso de gênero encabeçou esta discussão, que segundo alguns autores, deveria servir para corrigir o empirismo, um pouco ingênuo, que caracterizaria a história da mulher feita até então, neste sentido Scott procura obter uma maior compreensão do uso do gênero, o que interessa para a autora é como as sociedades constroem representações sobre essas diferenças e não na natureza mesma do ser; para alcançar esse objetivo Scott compreende a prática discursiva como prática de poder. Influenciada pela proposta empreendida pelo trabalho de Foucault que entende o discurso enquanto prática instituinte e criadora do real e não como reflexo de uma suposta realidade previamente constituída. Isso permite pensar, sobretudo, conceitos como poder, verdade, saber como construções históricas, enquanto criação de realidades no plural. Também influenciada pelo pensamento Foucaultiano, Margareth Rago questiona a idéia da vitimização ou da rebeldia feminina, e mostra, no livro “Os prazeres da noite: prostituição e código da sexualidade feminina em São Paulo (1890 1930)”, como a prostituição e o adultério são construídas a partir do saberes jurídico, higienista e médico da sociedade moderna. A autora chama atenção também, para a idéia de que esses discursos de poder não se constituem em interdição, mas ao contrário, apresentam-se como uma moral permissiva. Sendo assim, não deixaremos de lado as discussões acerca da relação de gêneros, pois, havia homens e mulheres que optavam por formas diferentes de viver as suas identidades de gênero1, uma vez que elas são sempre construídas, elas não são dadas ou acabadas num determinado momento, razão por que seria necessário desconstruir e problematizar a oposição entre feminino e masculino, como a própria unidade interna de cada um. Louro concebe que é possível pensar as identidades de gênero como continuamente se construindo e se transformando. Em suas relações sociais, atravessadas por diferentes discursos, símbolos, representações e práticas, os sujeitos 1 Há uma discussão a respeito do conceito de identidade, entendendo que um sujeito é constituído de várias identidades, ou seja, elas são múltiplas. Sendo assim, alguns estudiosos estão acentuando algumas distinções importantes a respeito da identidade de gênero e identidade sexual. As identidades sexuais se constituiriam através das formas como cada sujeito vive a sua sexualidade. Por outro lado, os sujeitos também se identificam, social e historicamente, como masculinos ou femininos e assim constroem suas identidades de gênero. (LOURO, 1997, p. 26) 5 vão se construindo como masculinos ou femininos, arranjando e desarranjando seus lugares sociais, suas disposições, suas formas de ser e de estar no mundo. Se optarmos pela lógica dicotômica de que o homem ocupa o pólo de dominado, e a mulher, de dominante, perderemos as várias direções em que se exerce o poder. “O exercício do poder, na verdade, pode fraturar e dividir internamente cada termo da oposição”, porque, antes de serem homens e mulheres, os sujeitos pertencem a outras classes, religiões, idades, e suas solidariedades e antagonismos podem provocar os arranjos mais diversos. Por isso, ao analisar os casos de raptos entre os populares, deparamo-nos com situações e atitudes diferentes, porque cada sujeito vive e constrói as suas relações a partir de outros parâmetros e interpretações. Como no caso de rapto de Mariana Silveira Costa de 14 anos e Atanásio Borges de Lima de 44 anos e casado, que aconteceu em Campina Grande na Paraíba, em 24 de setembro em 1933. Mariana foi morar com o tio Joaquim Silveira em Campina Grande, depois da morte de seu pai. Lá conheceu Atanásio que era amigo e sócio de Joaquim em uma firma na cidade, além disso, Atanásio era casado com a sogra de Joaquim. Parece que tudo começa quando Mariana junto com as outras filhas de Joaquim passa 15 dias na casa de Atanásio, uma vez que, a esposa de Joaquim fica muito doente. Até esse momento nada de estranho, afinal Atanásio estava casado com a sogra de Joaquim, e era normal ela oferecer ajuda a filha em um momento como esse. A questão é que começa surgir rumores a respeito de Mariana e Atanásio, a empregada da casa diz que Mariana foi várias vezes surpreendida conversando com Atanásio. Por esse motivo Mariana volta para a casa de Joaquim, que parece saber de tudo, mas não toma nenhuma decisão, alguns dias depois Mariana foge com Atanásio para São Paulo. Em uma leitura ingênua do processo, poderíamos concluir que Mariana foi enganada por Atanásio, uso a expressão ingênua, porque algumas falas nos levam a essa conclusão, o próprio testemunho de Mariana nos mostra que ela foi enganada por Atanásio e viajou com o mesmo, obrigada, além disso, não queria consentir o ato sexual, sendo forçada a fazê-lo. No entanto, como analisou Esteves, o discurso jurídico não deixava dúvidas a respeito da conduta ideal de uma mulher. A maioria das supostas vítimas sabia que 6 não podiam mostrar-se como mulheres ativas, que sabiam o que queriam, por isso, muitas vezes, falavam o que os juízes e os promotores queriam ouvir, ou seja, que foram enganadas ou seduzidas, principalmente, pela promessa de casamento. A vontade da mulher não devia prevalecer, pelo menos não como sujeito de desejo e de vontades. Talvez, por isso, Mariana negou que tivesse sido raptada por vontade própria e que não tinha consentido as relações sexuais. Ela pode ter sido orientada pelos advogados ou pelos familiares, assim, como Atanásio que não reconheceu o crime. No entanto, as testemunhas nos indicam outra versão, segundo a empregada da casa de Joaquim, Mariana no dia da fuga estava inquieta, ansiosa, indo à janela a todo o momento, a empregada deduziu que ela tinha algum namorado, comportamento típico da idade dela. Já o chofer que levou a raptada e o raptor primeiramente para Recife, afirma que ao passar em frente à casa de Joaquim com Atanásio, após um assobio do mesmo, Mariana corre e entra no carro sem precisar de nenhuma coerção. Há uma relação bastante complicada nesse caso, pois Atanásio leva Mariana para São Paulo, e a interna em um orfanato, no qual diz ser o pai de Mariana. Várias cartas foram apreendidas com Mariana de Atanásio, expressando o seu amor e a saudade, afirmando que iria buscá-la logo para viverem juntos. No entanto, Atanásio não podia manter essa relação por muito tempo, não tinha sido denunciado porque era casado com a sogra de Joaquim, no entanto, a situação se tornava cada vez mais séria e Atanásio foge com a família. Os documentos não nos permitem saber como Mariana se sentia se estava apaixonada ou não por Atanásio e que como seria esse sentimento. Ou o que se passava com Atanásio, o que ele pretendia realmente, quais seriam os seus planos, se pretendia abandonar a família e depois ir morar com Mariana, se não fosse descoberto antes. Questões como essas relacionadas ao sentir dos indivíduos, as sensações, aos sentimentos, ou seja, as sensibilidades não são nada fáceis para o historiador, e no nosso caso, podemos ser limitados pelas fontes ou não. Mas, podemos utilizar das possibilidades históricas que nos fala Davis, Mariana poderia estar realmente apaixonada por Atanásio, o seu comportamento inquieto no dia do rapto, denunciando a sua ansiedade, talvez aflita sem saber se o plano 7 daria certo ou não. E Atanásio, um homem bem sucedido, dono de uma padaria e sócio de uma firma, rapta uma menina de 14 anos, correndo todos os riscos. Ele não arriscaria tanto para simplesmente deixar mariana em um orfanato abandonada. As suas cartas mostram isso, o seu esforço em convencê-la de que ele voltaria e que a amava não poderia ser simplesmente sedução. O caso de Mariana é único, e é isso que o torna fonte de meu estudo, os casos de rapto que não deram certo, são práticas, comportamentos contrários aos que eram considerados corretos. Comportamentos dissonantes dos que eram produzidos e ensinados pelas instituições, como a Justiça, por exemplo. Embora esses casos não possam me dizer o que os sujeitos sentiam, me indicam um caminho diferente, esses sujeitos não estavam agindo contra a uma suposta ordem ou moral, eles não tinham a intenção de ir contra as regras seguidas pela sociedade ao qual estavam inseridos, eles simplesmente estavam fazendo escolhas diferentes. Assim, as análises de Joan Scott nos possibilitam problematizar como a instituição judiciária construía identidades de gênero para os indivíduos e como estes, por outro lado, também construíam identidades para si. No entanto, embora outros autores reconheçam a importância das problemáticas discutidas por Joan Scott, como Rachel Soihet, a qual considera a análise de Scott de extrema relevância, pois incorpora contribuições das mais inovadoras no terreno teórico, como no do próprio conhecimento histórico, também discute a importância de outros elementos essenciais ao desvendamento da atuação concreta das mulheres que tornam-se dificilmente perceptíveis. Sendo importante examinar contribuições de outros historiadores, que, com esse objetivo, não se limitam a abordar o domínio público, recorrendo a outras esferas, como o cotidiano, tendo como objetivo trazer à tona as contribuições femininas, no que se amplia o espectro de concepções acerca da problemática do gênero. Para a autora alguns desses historiadores seriam Michelle Perrot, Natalie Davis, Arlette Farge, Silva Dias, E.P. Thompson, acerca da liderança feminina nos motins de alimentos. Embora, as formulações desconstrutivistas tenham provocados reações negativas, principalmente no que se refere a uma possível despolitização da pesquisa acadêmica, e pela sua busca de desessencialização, dissolvendo o sujeito político mulheres, não podemos esquecer também que possibilitaram repensar a própria 8 História, pois, se contrapuseram à diversas conceptualizações que pensam as identidades como fixas, “em termos de gênero/sexo, mulheres/homens, sujeito/outro”. Além disso, a difusão desses referenciais teóricos permitiram a abertura de linhas de pesquisas e reflexão sobre gênero não só centradas nas mulheres. Ressaltando a produção de estudos sobre masculinidades e os estudos queer. Enfim, concluo este artigo com a colocação de Rachel Soihet, de que algumas posturas no tocante aos estudos sobre as mulheres, opõem história de gênero e história das mulheres, “mas na verdade ambas caminham para uma interpenetração que impede a abordagem isolada de cada uma destas, às quais se juntam as abordagens sobre gays/lésbicas e sobre masculinidades”. Referências ALBUQUERQUE JUNIOR, Durval Muniz. Uma invenção do falo – Uma historia do gênero masculino. Maceió: Edições Catavento, 2003. BESSA, karla Adriana Martins. O crime de sedução e as relações de gênero. In: Cadernos Pagu (2) 1994, p. 175-196. BUTLER, Judith P. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. 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