Construção
Operária
Nº 105 – 23 setembro 2010 – 5ª-feira –Empreiteiras Usiminas
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial e do Mobiliário de Santos
Usiminas
Empreiteiras pedem trégua,
mas continuam apavorando
Se nem a Justiça do Trabalho os
patrões respeitam, que dirá operários
humildes e distantes de suas cidades
A
direção do sindicato reuniu-se com representantes das 16
empreiteiras em operação na cosipa, em 17 de setembro,
sexta-feira, para discutir pendências da campanha salarial.
E o que ouviu não foi muito animador, principalmente sobre o
desrespeito de algumas empresas à sentença do Tribunal Regional
do Trabalho para a greve de 24 dias.
Foi preciso o sindicato endurecer para os maus patrões aplicarem o reajuste de 8% determinado pela Justiça do Trabalho. Eles se
comprometeram a pagar o retroativo a agosto no depósito de 6 de
outubro.
mais na página 4
Chicote
Trabalhadores
não agüentam
Nos últimos 30 dias, centenas de trabalhadores passaram no sindicato para
renunciar à estabilidade no
emprego, de 90 dias, garantida pela sentença do TRT
Foram em grupos grandes
e pequenos, ou isoladamente, abrir mão de direito judicial apenas para retornar às
cidades de origem. Isso porque não agüentam o rojão
da Usiminas.
As condições precárias de
trabalho, alojamento e transportes, aliadas aos baixos salários e à pressão das chefias,
verdadeira caça às bruxas, é
que levam os operários de
volta.
Cidade de São Paulo, vista do vitral do TRT na Avenida Consolação, de onde saiu
sentença da nossa greve, em 18 de agosto, hoje rasgada por alguns empreiteiros
Justiça do Trabalho
Sindicato comunica TRT sobre
desrespeito à sentença da greve
página 2
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23 setembro 2010 – 5ª-feira
Construção
Operária
Sem lei
Empreiteiras desrespeitam
sentença de greve do TRT
Jurídico do sindicato tem informado
ao TRT o desrespeito de algumas
empreiteiras à sentença da greve
O
que alguns empreiteiros de mãode-obra fazem no pólo industrial
merece atenção das autoridades,
principalmente do Ministério do Trabalho e
Emprego, Ministério Público do Trabalho e
Justiça do Trabalho.
Se os maus patrões desrespeitam leis,
normas regulamentadoras, portarias e
até determinações judiciais, como a sentença do TRT na Usiminas, o que dizer do
que fazem com o trabalhador propriamente dito?
Muitas vezes, os trabalhadores retornam
para suas famílias com u’a mão na frente,
outra atrás, sem receber corretamente as
rescisões. E como ficam longe, não bus-
cam seus direitos na Justiça do Trabalho
de Cubatão.
Esse é o principal problema da mão-deobra de outras regiões e estados. Quando
voltam para suas cidades, não têm como
acionar a Justiça do Trabalho.
A estratégia das empresas lhes permite
cometer as maiores barbaridades, em seus
quintais, como se Cubatão fosse terra de
ninguém, expondo os trabalhadores a riscos diários.
Num país em pleno desenvolvimento,
os operários terceirizados de um dos maiores pólos industriais continuam pobres,
explorados, vítimas de mesquinhez e arbitrariedades.
I m a g e n s
Expediente
Construção
Operária
Sede : (13) 3878-5050
Subsedes:
Cubatão.......... (13) 3361-3557
Guarujá........... (13) 3341-3027
São Vicente... (13) 3466-8151
P. Grande....... (13) 3471-8556
Bertioga........... (13) 3317-2919
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Presidente do sindicato, Geraldino Cruz, nosso advogado, Antônio Rosella, e advogada
das empreiteiras, Cristina Buchignani, no julgamento da greve, em 18 de agosto, no TRT
d a
l u t a
Construção Operária. Publicação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial e do Mobiliário de Santos, Cubatão,
Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga.
Rua: Júlio Conceição, 102, Vila Mathias, Santos (SP), CEP 11015.906.
15 mil exemplares
Presidente: Geraldino Cruz Nascimento. Diretor de Comunicação: Ornilo Dias.
Redação e edição: Paulo Passos. Diagramação: www.cassiobueno.com.br. Impressão: Diário do Litoral (13) 3226-2051.
Construção
Operária
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23 setembro 2010 – 5ª-feira
Pra quê?
Empresas não I m a g e n s
d
a
l
u
t
a
investem na
qualificação
do trabalhador
Se podem trazer operários de outras regiões
e impedir que busquem direitos na Justiça do
Trabalho, pra que investir em profissionalização?
N
a reunião da semana passada, o sindicato sugeriu às empreiteiras que cada uma
custeie pelo menos 100 vagas para seus empregados em cursos de qualificação
profissional. E a resposta foi ‘não’. Claro que elas não querem. Como trariam trabalhadores de fora, para depois deixá-los sem ter como reclamar seus direitos na Justiça do
Trabalho em cidades distantes?
I m a g e n s
d a l u t a
Convênio
CTEP Incatep
O Centro Técnico de Ensino Profissionalizante, que funciona ao lado da
sede do sindicato, em Santos, firmou
convênio com o Incatep para vários
cursos.
O Instituto de Capacitação Técnica
Profissional oferece cursos de operadores de pontes rolantes, guindastes,
escavadeiras, pás-carregadeiras e empilhadeiras.
Os treinamentos ocorrem em simuladores de última geração e os preços
são promocionais, com descontos para
sindicalizados e dependentes. Detalhes
nos próximos jornais.
O Incatep fica na Avenida Conselheiro Nébias, 368, fone 3235-6668, email [email protected] . O Ctep,
ao lado do sindicato, na Rua Júlio Conceição, 102.
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23 setembro 2010 – 5ª-feira
Pendências da greve
Patrões dizem
mais ‘não’
do que ‘sim’
Construção
Operária
1
Retroativo do reajuste
de 8% a agosto
Pagarão na folha de setembro, em 6 de outubro.
2
Participação nos lucros
Das 16 empreiteiras, apenas três (Usimec,
Construcap e Magnesita) apresentaram proposta
de ‘plr’ no prazo de dois meses, determinado
pelo TRT. O sindicato aguarda resposta das 13
restantes.
O pior é patrão dizer que contestará a sentença
do TRT que garante estabilidade de seis meses aos
integrantes das comissões de ‘plr’. Se as empresas
não cumprirem as normas, faremos paralisações
isoladas.
Ponto a ponto, o resultado da negociação do sindicato
com as empreiteiras, na semana passada 3
I m a g e n s
d a l u t a
Pagamento dos dias parados
Cerca de 500 trabalhadores estão sem receber
os dias de greve, como determina a sentença do
TRT, por não terem voltado ao trabalho após 19
de agosto.
O sindicato pediu que as empresas revissem caso a
caso, pois muitos não compareceram por motivos
justificáveis, desde problemas de saúde a dificuldades de locomoção.
A resposta foi ‘não’. Disseram para os prejudicados
procurarem a Justiça do Trabalho. Essa é a trégua
que as empresas oferecem ao sindicato e aos trabalhadores.
4
Demissões na experiência
O sindicato pediu a revogação das demissões no
período de experiência, ocorridas principalmente
durante a greve. Resposta das empreiteiras: ‘não’.
Que trégua!
5
100% nas horas extras
As empresas adiantam que vão recorrer dessa cláusula na sentença do TRT. E o sindicato também vai
procurar o TRT para reclamar que suas decisões
não são cumpridas.
6
Pisos em R$
Qualificado
1.033,24‘sim’
1.038,40‘não’
Não-qualificado
792,94 ‘sim
796,90 ‘não’
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Empreiteiras pedem trégua, mas continuam apavorando