LEVANTAMENTO DA FLORA PTERIDOFÍTICA DO MORRO DE PORTO FAGUNDES, DOM PEDRO DE ALCÂNTARA, RS, BRASIL. XI Salão de Iniciação Científica PUCRS Renata Ilha1,2, Adriana Moriguchi Jeckel1, Anelisie da Silva Santos³, Camila Fernandes Jaeger1,³, Carla Caldas da Silva1,2, Daniel Kieling³, Felipe Pires Franco1,2 Jonas Cavalli1,³, Karen Martins Limberger³, Kim Ribeiro Barão³, Lauren Martins Bertholdo1,2, Lilian Alves Schmitt1,2, Natália Bristot Migon³, Núbia Galvez1,2 , Paula Espellet Dockhorn³, Pedro Joel Silva da Silva Filho1,³, Sabrina Rocha Machado1,2 , Guendalina Turcato Oliveira4, Elke Bromberg5 Cláudio Augusto Mondin6. 1 Graduandos de Ciências Biológicas da Faculdade de Biociências, PUCRS. ²Bolsistas do Programa de Educação Tutorial (PET/SESu/MEC), grupo PET-Biologia. ³ Ex-bolsistas do Programa de Educação Tutorial (PET/SESu/MEC), grupo PET-Biologia e Graduados em Ciências Biológicas PUCRS. 4 Ex- tutora do Programa de Educação Tutorial (PET/SESu/MEC), grupo PET-Biologia 5 Tutora do Programa de Educação Tutorial (PET/SESu/MEC), grupo PET-Biologia 6 Orientador do projeto Resumo Introdução Levantamentos florísticos têm como função principal, fornecer subsídios para a conservação de áreas naturais, recursos hídricos, da biodiversidade e do fluxo gênico da fauna e da flora. Em nível nacional a mata atlântica ocupava originariamente 1 milhão e 300 mil km2, porém vêm sofrendo uma grande degradação, principalmente em função da atividade agropecuária. O rápido crescimento populacional também foi um ator determinante, pois os remanescentes de mata atlântica foram substituídos por construções urbanas. Na área anteriormente ocupada pela Mata Atlântica residem 70% da população e estão os maiores pólos industriais do país. A intensa ocupação fez com que restasse apenas 8% da área original, em manchas isoladas (Scantaro,. 2004). Atualmente, o pequeno refúgio de mata atlântica do morro encontra-se ameaçado pela expansão da rodovia BR-101 o que torna necessário o desenvolvimento de estudos visando o levantamento da flora desta localidade para obter subsídios que permitam a conservação e o manejo adequado. XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 108 Metodologia O trabalho foi desenvolvido na localidade de Porto Fagundes, pertencente ao Município de Dom Pedro de Alcântara, situado à margem oeste da Lagoa de Itapeva (29°24’21.52”S / 49°50’53’35”0), perfazendo uma área de aproximadamente dois hectares. As coletas foram realizadas com freqüência mensal de agosto de 2008 à julho de 2009. As observações e coletas foram feitas através de uma trilha pré-existente, que circunda parte do morro por sua borda, tendo como entrada a face noroeste e, estendendo-se até a face sudeste do mesmo. Também foram traçadas transecções perpendiculares em relação ao maior comprimento do morro com auxílio de bússola; sendo então, abertas trilhas paralelas a cada 30m (correspondentes às transecções). A partir destas trilhas, foram realizadas coletas de material botânico fértil, utilizando-se o método de caminhamento (Filgueiras et al.,1994). O material coletado foi enviado ao laboratório, onde foi devidamente acondicionado e desidratado em estufa à 40ºC. Após a secagem, foi realizada a identificação dos espécimes com auxílio de literatura especializada. Todo o material está sendo incorporado no Herbário do Museu de Ciências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MPUC). Resultados Até o presente momento foram identificadas 24 espécies de pteridófitas. As famílias mais ricas foram Polypodiaceae, Pteridaceae e Aspleniaceae, com respectivamente 7, 4 e 3 espécies. Até o momento não foram encontradas espécies ameaçadas de extinção no Estado (Rio Grande do Sul, 2003). Windisch e Athayde Filho (2003) encontraram 26 espécies em uma área de restinga em Terra de Areia com aproximadamente 1 ha, próxima a área de estudo. Falavigna (2002) relacionou 322 espécies para todo o Estado do Rio Grande do Sul. Conclusão Diante dos resultados já obtidos, nota-se a singularidade da área objeto deste estudo, frente ao número de espécies até o momento identificadas. O número de pteridófitas encontrado na região está perceptivelmente relacionado com a diversidade de habitats encontrados na área de estudo, dentre os quais podemos destacar a presença de regiões de mata fechada, de afloramentos areníticos de encosta, com grande XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 109 declividade, de regiões baixas à margem da lagoa, de áreas de trilhas abertas e clareiras, entre outros. Tais peculiaridades caracterizam esta área como de grande importância biológica, devendo ser considerada nas políticas de conservação que envolvam tanto a área de estudo como áreas próximas com condições semelhantes. Referências ATHAYDE FILHO, F.P., WINDISCH, P.G. Florística e aspectos ecológicos das pteridófitas em uma floresta de Restinga no estado do Rio Grande do Sul, Brasil IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 61, n. 1-2, p. 63-71, 2006. FALAVIGNA, T.J. Diversidade, formas de vida e distribuição altitudinal das pteridófitas do Parque da Ferradura, Canela (RS), Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo. 2002. FILGUEIRAS, T. S., SILVA, P.E. N., BROCHADO, A. L., GUALA II, G. F. Caminhamento: um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências, v. 12, n. 4 , pp. 39 - 43. 1994. RIO GRANDE DO SUL. Lista final das espécies da flora ameaçadas. Decreto Estadual n 42.099, publicado em 01.01.2003. Disponível em: www.fzb.rs.gov.br/downloads/flora_ameacada.pdf. Acesso em: 20 maio 2010. SCANTARO. T. R., Degradação dos Ecossistemas Brasileiros XXIV Encontro Estadual de Geografia Território, Socidade e Natureza: Novas Dinâmicas Espaciais 2004. XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 110