NÚMERO CROMOSSÔMICO DE SETE ESPÉCIES DE PTERIDÓFITAS OCORRENTES NO NORDESTE BRASILEIRO. Marcon AB, Barros ICL e Guerra M. UFPE, CCB-Departamento de Botânica . [email protected] Citologicamente, o grupo das pteridófitas é bem explorado em diversas floras do mundo. Esses estudos auxiliam além da delimitação taxonômica do grupo, a descoberta de indivíduos com diferentes níveis de ploidia e de híbridos interespecíficos. Entretanto, no Brasil, a citotaxonomia de pteridófitas é ainda muito incipiente. No presente trabalho, foram analisadas sete espécies de pteridófitas homosporadas e heterosporadas, visando dar continuidade a um estudo citológico iniciado com as espécies ocorrentes no Nordeste. O material foi coletado nos estados de Pernambuco, Paraíba e Bahia e mantidos no Jardim Experimental do Laboratório de Citogenética Vegetal, CCB-UFPE. Para a análise mitótica, raízes foram pré-tratadas em 8-hidroxiquinoleína e fixadas em Carnoy (etanolácido acético 3:1). Posteriormente, foram lavadas em água destilada, hidrolisadas em HCl 5N, esmagadas em ácido acético 45% e coradas com Giemsa 3%. Para a análise meiótica, esporângios jovens foram coletados diretamente no campo, fixados em Carnoy, lavados, hidrolisados e esmagados em carmim acético 2%. As contagens cromossômicas obtidas foram: Anemia oblongifolia (Cav.) Sw., n=38; Osmunda cinnamomea L., n=22, Polypodium brasiliense Poir., n=37; P. decumanum Willd., n=37; P. triseriale Sw., n=37; Selaginella convoluta (Arn.) Spring, 2n=22 e S. kraussiana (Kunze) A. Braun., 2n=20. Anemia oblongifolia apresentou meiose normal, com 38 bivalentes, sendo considerada diplóide, com base nas contagens já existentes para o gênero. Esse número diferiu de contagens publicadas anteriormente para a espécie. Osmunda cinnamomea, entretanto, apresentou meiose irregular, com n=22, observando-se 20 bivalentes e um tetravalente, sugerindo a ocorrência de uma translocação. A morfologia dos cromossomos metafásicos em S. convoluta não se mostrou bem definida, devido ao grau de condensação, sendo possível apenas observar que o maior par cromossômico era metacêntrico, e que o tamanho cromossômico variou de 0,8 a 2,5µm. Selaginella kraussiana, apresentou um cariótipo com cromossomos de menor tamanho, entre 0,7 e 1,1µm, sendo ainda mais difícil a visualização da morfologia cromossômica. Os núcleos interfásicos das espécies heterosporadas (S. convoluta e S. kraussiana), se apresentaram semi-reticulado, enquanto os núcleos das demais espécies, todas homosporadas, foram caracteristicamente do tipo reticulado. As contagens confirmaram o alto número cromossômico presente nas espécies homosporadas quando comparados com as heterosporadas, que apresentam uma redução do número e do tamanho cromossômico. Essas foram as primeiras contagens dessas espécies para o Brasil, nas quais os números cromossômicos observados indicaram uma prevalência de indivíduos diplóides, em acordo com o registro da literatura. Órgão Financiador : Cnpq, FACEPE, Capes