Universidade Salgado de Oliveira Curso de Educação Física Aprendizagem Motora Perspectiva dos Sistemas Dinâmicos Belo Horizonte Rodolfo Novellino Benda EEFFTO – UFMG www.eeffto.ufmg.br/gedam (031) 3499-2394 Sobre tornados • Fenômeno meteorológico; • Coluna de ventos em rotação em formato de funil; • Ventos superiores a 65 Km/h, podendo alcançar 550 Km/h; • Depende das condições climáticas específicas para a sua ocorrência; • Avaliado pela Escala Fujita F0 – F6. Gênese de tornados • Dependem de tempestades severas com ventos fortes, elevada precipitação pluviométrica e freqüentemente granizo. • Dependem de fortes fluxos ascendentes e descendentes que formam uma movimentação intensa no centro das nuvens carregadas que compõem as super-células tempestuosas. Formação de padrões na natureza • Não há condições de observar um tornado se as variáveis que o compõem não estão combinadas em ponto ótimo para uma conversão ao estado atrativo. • Nem todo tornado é idêntico, mas todos apresentam um padrão esperado do que é um tornado. Formação de padrões na natureza • Não há como se programar dois tornados idênticos nos seus detalhes, pois dependem das condições iniciais. • Mas todos apresentam um mesmo padrão macroscópico. • Estruturas emergem espontaneamente a partir da interação de fatores que a condicionam. Sistemas dinâmicos e comportamento motor • O problema do controle motor passa a ter novas explicações; • Uso de leis naturais comportamentos complexos; para explicar • Turvey (1977) associa as idéias de Bernstein (1967) às de Gibson (1966); TURVEY, M.T. Preliminaries to a theory of action with reference to vision. In: SHAW, R.E; BRANSFORD, J. Perceiving, acting and knowing. Hillsdale, Lawrence Erlbaum, 1977. p.211-65. • Crítica às visões tradicionais de controle motor; • Ênfase a propriedades próprias dos componentes efetores que não eram até então consideradas; • Será que um tornado se forma a partir de receitas prontas? Variabilidade • Mecânica • Anatômica • Fisiológica Perspectiva de Bernstein (1967) O problema dos graus de liberdade: algum dos números limitados de possibilidade de movimento que o corpo pode fazer ou que um sistema dinâmico pode mudar... (Rose, 1997). Graus de liberdade no sistema motor humano Aprendizagem por Bernstein • Free(z)ing degrees of freedom... (Vereijken, van Emmerik, Whiting & Newell, 1992); • Congelando e Liberando graus de liberdade (rigidez inicial e flexibilidade posterior); • Como especificar a ação a cada fibra muscular? Perspectiva de Gibson (1966) A metáfora do Mergulhão; A noção de “Affordance”; Como o ambiente convida o organismo para agir sobre ele... Aprendizagem por Gibson • Aprende-se a agir em um ambiente que já o direciona para uma determinada forma; • Regras simples e gerais são aprendidas e são responsáveis por delinear o comportamento; • Aprende-se a perceber “affordances”; • Exemplos (abismo visual e degraus de escada); Turvey (1977) • Controle motor ocorre via executivo superior e estruturas coordenativas; • O executivo superior como intenção da ação; • Estruturas coordenativas agem como uma unidade sem o controle direto do nível superior; • Seria o controle motor uma ação voluntária? (LAGE, GOMES & BENDA, 2004) Estruturas coordenativas: a metáfora dos “flaps”. Experimento de Kelso, Southard & Goodman (1979) Toques repetidos nos quadrados extremos... Auto-organização?? • Estruturas complexas emergem espontaneamente a partir de restrições na interação organismo-ambiente-tarefa e caracteriza um estado atrator macroscópico (Kelso, 1995); • Um exemplo... • Tal estado macroscópico apresenta ao mesmo tempo consistência e adaptabilidade, permanência e mudança. Acoplamento indivíduo-ambiente Aprendizagem Motora • A aprendizagem motora é a mudança do estado atrator devido às restrições na tarefa, ambiente e organismo; • Mudança da dinâmica intrínseca de coordenação em direção ao padrão a ser aprendido; • Um tornado não aprende, mas seres humanos... Obrigado [email protected]