Governo das instituições de ensino superior portuguesas. Luciano de Almeida Instituto Politécnico de Macau [email protected] Com a publicação do novo regime jurídico das instituições de ensino superior, em 2007, foram introduzidas profundas alterações no modelo de organização e governo das instituições públicas de ensino superior (universidades e institutos politécnicos). Desde logo, ao qualificar as instituições de ensino superior públicas como pessoas colectivas de direito público que podem também revestir a forma de fundações públicas com regime de direito privado. Este novo modelo organizacional (modelo fundacional) já foi adoptado pela Universidade de Aveiro (UA), Universidade do Porto (UP) e pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) que se transformaram em fundações públicas de direito privado. Também o Instituto Politécnico de Leiria aprovou, em Fevereiro de 2009, a transformação em fundação, tendo o processo sido interrompido, e não retomado, na sequência do processo eleitoral para eleição do novo presidente. Posteriormente, em meados de 2011, também a Universidade do Minho, aprovou a transformação em fundação, tendo o processo sido interrompido na sequência do anúncio pelo actual governo de que pretendia rever o regime jurídico das instituições de ensino superior. Torna-se necessário, perante a coexistência dos dois modelos de instituições públicas de ensino superior que se estudem os diferentes estatutos jurídicos da IES portuguesas, determinando os elementos caracterizadores de cada um dos modelos, nomeadamente no domínio das autonomias e do seu efectivo exercício, à luz da experiência já adquirida pela coexistência do modelo tradicional com o modelo fundacional. Igualmente é importante que se analise o sistema de órgãos e de repartição de competências nos dois modelos de governação e gestão das instituições de ensino superior, nomeadamente no que se refere à autonomia de gestão por parte dos dirigentes e à sua responsabilização, bem como aos resultados do reforço da intervenção dos grupos constituintes (“steackholders”) na governação e gestão das instituições de ensino superior. Com a presente comunicação pretendemos, em síntese, apresentar o modelo de governo universitário comum a ambas as modalidades de instituições de ensino superior públicas e as especificidades que os caracterizam, bem como identificar um conjunto de problemas do governo institucional e procurar determinar como será possível dar-lhes resposta. PALAVRAS CHAVE: Ensino Superior; reforma das instituições de ensino superior públicas; governo das instituições de ensino superior.