CURSO PREPARATÓRIO PARA RESIDÊNCIA E
ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA E
ATENÇÃO PRIMÁRIA
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO EM
SAÚDE
INFORMAÇÃO
Essencial à tomada de decisões
O conhecimento sobre a situação de saúde requer
informações sobre o perfil de morbimortalidade, os
principais fatores de risco e seus determinantes, as
características demográficas e informações sobre
os serviços.
Para a Vigilância, a informação representa
uma ferramenta imprescindível por se
constituir no fator desencadeador do
processo
informação – decisão – ação
SISTEMA - Conjunto integrado de partes que se articulam
para uma finalidade comum.
DADO - Valor quantitativo ainda não trabalhado.
INFORMAÇÃO - resultado da análise e combinação de
vários dados.
ETAPAS
Dado
Coleta
Registro
Processamento
Análise
Apresentação
Divulgação
INFORMAÇÃO
DECISÃO
AÇÃO
Para a área de saúde, também são de interesse
dados produzidos fora do setor (demográficos, de
saneamento, documentais e administrativos).
Dados não rotineiros e que são coletados
esporadicamente, obtidos através de inquéritos,
levantamentos e estudos espaciais, também são
muito úteis às análises da situação de saúde e da
vigilância epidemiológica.
Características que determinam a qualidade
da informação, e são fundamentais para o
bom desempenho dos sistemas:
Oportunidade
Atualidade
Disponibilidade
Cobertura
OBJETIVOS DOS SIS
1. Avaliar e apoiar o planejamento, a tomada
de decisões e as ações em todos os níveis do
arcabouço organizacional do SUS;
2. Apoiar o desenvolvimento científico e
tecnológico do setor saúde;
OBJETIVOS DOS SIS
3. Subsidiar a avaliação das relações de
eficiência e efetividade das políticas, das
estratégias e das ações de saúde;
4. Apoiar o desenvolvimento e capacitação de
recursos humanos no setor saúde;
5. Subsidiar o processo de comunicação dos
órgãos do setor saúde.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
(SIS)
São
aqueles
desenvolvidos
e
implantados com o objetivo de facilitar a
formulação e avaliação das políticas, planos e
programas de saúde, subsidiando o processo
de tomada de decisões, a fim de contribuir
para melhorar a situação de saúde individual
e coletiva (BRASIL, 2004).
SIS de Racionalidade Epidemiológica
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE
NOTIFICAÇÃO – SINAN
Objetivo:
Racionalizar o processo de coleta e transferência de dados
relacionados às doenças e agravos de notificação
compulsória em todo o território nacional, desde o nível
local.
Fonte dos dados:
É alimentado por dois formulários padronizados: Ficha
Individual de Notificação (FIN) e pela Ficha Individual de
Investigação (FII) – distinta para cada agravo.
SINAN
Potencialidades:
A partir da alimentação do banco de dados do SINAN,
pode-se calcular a incidência, prevalência, letalidade e
mortalidade, bem como fazer análises de acordo com as
características de pessoa, tempo e lugar.
Limitações:
Sub-notificação dos casos e qualidade do preenchimento
das FIN e FII (específica por agravo).
Eventos e agravos disponíveis
no SINAN
I- Agravos compulsórios (41) e agravos de interesse
nacional que apresentam a Ficha de Notificação e
de Investigação padronizados pela SVS (Ex:
violência, acidentes por animais peçonhentos,
atendimento anti-rábico humano, intoxicação por
agrotóxico e varicela);
II – agravos de interesse estadual e municipal que
apresentam a Ficha de Notificação e o módulo de
conclusão – não serão enviadas à união (Ex:
encefalite em SP).
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO
COMPULSÓRIA NO BRASIL (41)
1. Botulismo
11. Eventos adversos pós-vacinação
2. Carbúnculo ou “antraz”
12. Febre amarela
3. Cólera
13. Febre do Nilo Ocidental
4. Coqueluche
14. Febre maculosa
5. Dengue
15. Febre tifóide
6. Difteria
16. Hanseníase
7. Doença de Creutzfeldt-Jacob
17. Hantaviroses
8. Doenças de Chagas (casos agudos)
18. Hepatites virais
9. Doença meningocócica e outras
meningites
19. Infecção pelo HIV em gestantes e em
crianças expostas ao risco de
transmissão vertical
10. Esquistossomose (em área não
endêmica)
20. Influenza novo subtipo (pandêmico)
21. Leishmaniose tegumentar
americana
22. Leishmaniose visceral
23. Leptospirose
32. Sarampo
33. Síflis congênita
34. Sífilis em gestante
24. Malária
35. Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (AIDS)
25. Meningite por Haemophilus
influenzae
36. Síndrome Febril ÍcteroHemorrágica Aguda
26. Peste
37. Síndrome Respiratória Aguda
Grave
27. Poliomielite
28. Paralisia flácida aguda
29. Raiva humana
30. Rubéola
31. Síndrome da rubéola congênita
38. Tétano
39. Tuberculose
40. Tularemia
41. Varíola
* Municípios e estados podem acrescentar outras doenças
FLUXO DE FORMULÁRIOS E DE INFORMAÇÕES DO SINAN
Arquiva
UNIDADE
DE SAÚDE
Emite
FIN
SMS
Investiga e emite
FII
Digita
Envia disquete ou modem
MS
Envia disquete ou modem
SES
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MORTALIDADE
– SIM
Fonte dos dados:
Seu instrumento padronizado de coleta de dados é a
Declaração de Óbito (DO), impressa em três vias
coloridas (branca, amarela e rosa).
Potencialidades:
Os dados do SIM permitem a construção de importantes
indicadores: mortalidade proporcional por causas, faixa
etária, sexo, local de ocorrência e residência, letalidade
de agravos dos quais se conheça a incidência, taxas de
mortalidade geral, infantil e materna, entre outros.
Limitações:
Qualidade do preenchimento da DO, sub-registro de
óbitos e expressivo percentual de óbitos por “sinais e
sintomas mal definidos”.
Objetivo do SIM
O conhecimento do perfil saúde-doença,
primeira ação de vigilância, ponto inicial do
desencadeamento de ações saneadoras no campo
da saúde.
# o médico é o responsável por todas as
informações contidas na DO.
DO (09 BLOCOS DE VARIÁVEIS)
Bloco I: Cartório
Bloco II: Identificação
Bloco III: Residência
Bloco IV: Ocorrência
Bloco V: Fetal ou menor de 1 ano
Bloco VI: Condições e causas do óbito
Bloco VII: Médico
Bloco VIII: Causas externas
Bloco IX: Localidade sem médico
FLUXO DA DISTRIBUIÇÃO () E
PREENCHIMENTO ( ) DA D.O.
MS (SVS)  SES  SMS  Estab. de saúde
 Instituto médico-legal
 SVO
 Médicos
 Cartórios
1. ÓBITOS NATURAIS EM ESTABELECIMENTO DE SAÚDE
UNIDADE SAÚDE
Preenche
Arquiva
1ª VIA
2 ª VIA
3 ª VIA
Encaminha
Família
CARTÓRIO DE
REGISTRO
CIVIL
SECRETARIA
DE SAÚDE
2. ÓBITOS NATURAIS SEM SER EM ESTABELECIMENTO DE SAÚDE
COM ASSISTÊNCIA MÉDICA
MÉDICO
Preenche
1ª VIA
2 ª VIA
3 ª VIA
Encaminha
Família
CARTÓRIO DE
REGISTRO
CIVIL
SECRETARIA
DE SAÚDE
2.2. MORTES NATURAIS SEM ASSISTÊNCIA MÉDICA EM LOCALIDADES
COM MÉDICO
SVO OU MÉDICO
Preenche
1ª VIA
2 ª VIA
3 ª VIA
Encaminha
Família
CARTÓRIO DE
REGISTRO
CIVIL
SECRETARIA
DE SAÚDE
2.3. MORTES NATURAIS SEM ASSISTÊNCIA MÉDICA EM LOCALIDADES
SEM MÉDICO (RESPONSÁVEL + 02 TESTEMUNHAS)
CARTÓRIO
Preenche
1ª VIA
2 ª VIA
3 ª VIA
Encaminha
Família
CARTÓRIO DE
REGISTRO
CIVIL
SECRETARIA
DE SAÚDE
3. MORTES POR CAUSAS ACIDENTAIS E/OU VIOLENTAS
IML OU PERITO
Preenche
Arquiva no IML
1ª VIA
2 ª VIA
3 ª VIA
Encaminha
Família
CARTÓRIO DE
REGISTRO
CIVIL
SECRETARIA
DE SAÚDE
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE
NASCIDOS VIVOS – SINASC
Fonte dos dados:
Seu instrumento padronizado de coleta de dados é
a Declaração de Nascido Vivo (DN), impressa em
três vias coloridas (branca, amarela e rosa).
Potencialidades:
Os dados do SINASC contribuem para obter
informações
sobre
natalidade,
morbidade
e
mortalidade infantil e materna e sobre as
características da atenção ao parto e ao recémnascido, que são essenciais para a atenção integral à
saúde da mulher e da criança.
Limitações:
Qualidade do preenchimento da DN e falhas na
cobertura do evento.
FLUXO DA DISTRIBUIÇÃO () E
PREENCHIMENTO ( ) DA D.N.
MS (SVS)  SES  SMS  Hospitais
 Estab. com parto
 Cartórios
Nascido Vivo (N.V.)
• Todo produto da concepção que, independente
do tempo de gestação, depois de expulso ou
extraído do corpo da mãe, apresente algum
sinal de vida (respiração, batimento cardíaco,
pulsação do cordão umbilical ou movimentos de
músculos de contração voluntári, estando ou
desprendido da placenta.
# Cada criança de uma gestação múltipla deve ter
sua DN.
DN (07 BLOCOS DE VARIÁVEIS)
Bloco I: Cartório
Bloco II: Local de ocorrência
Bloco III: Mãe
Bloco IV: Gestação e parto
Bloco V: Recém-nascido
Bloco VI: Identificação
Bloco VII: Responsável pelos preenchimento
1. PARTOS EM ESTABELECIMENTO DE SAÚDE
UNIDADE SAÚDE
Preenche
Arquiva
1ª VIA
2 ª VIA
3 ª VIA
Encaminha
Família
CARTÓRIO DE
REGISTRO
CIVIL
SECRETARIA
DE SAÚDE
2. PARTOS DOMICILIARES COM ASSISTÊNCIA MÉDICA
MÉDICO
Preenche
1ª VIA
2 ª VIA
3 ª VIA
Encaminha
Família
Unidade de
Saúde
SECRETARIA
DE SAÚDE
Família
CARTÓRIO DE
REGISTRO
CIVIL
2. PARTOS DOMICILIARES SEM ASSISTÊNCIA MÉDICA
(PREENCHIMENTO PELO CARTÓRIO)
CARTÓRIO
Preenche
1ª VIA
2 ª VIA
3 ª VIA
Encaminha
Família
Unidade de
Saúde
ARQUIVA
SECRETARIA
DE SAÚDE
SIS de Racionalidade de Produção de
Serviços
Sistema de Informações Hospitalares (SIH)
Características:
Concebido com o propósito de operar o sistema de pagamento de
internação dos hospitais contratados pelo Ministério da
Previdência, sendo estendido, posteriormente, aos hospitais
filantrópicos, universitários e de ensino, e aos hospitais públicos
municipais, estaduais e federais.
Consiste em uma importante fonte de informação para o
conhecimento da situação de saúde e para a gestão dos serviços,
por registrar em torno de 70% das internações hospitalares
realizadas no país;
Deixando de fora os internamentos na rede privada não
conveniada e as morbidades menos graves sem internamento.
Fonte dos dados:
Autorização de Internação Hospitalar
(AIH), emitida pelos estados a partir de uma
série numérica única definida anualmente em
portaria ministerial.
Fluxo:
Órgão emissor
Hospitais
SMS
Regional
SES
MS
Potencialidades:
A disponibilidade de dados com características de pessoa, tempo,
lugar da internação e procedência do paciente, tipos de serviços,
procedimentos realizados, duração da internação, valores pagos,
ocorrência de óbito e código CID da causa de internação,
contribui para o conhecimento da situação de saúde, para as
ações de vigilância e para o acompanhamento e avaliação dos
resultados de ações e serviços (fins epidemiológicos).
Limitações:
Cobertura dos seus dados e possibilidade de informações pouco
confiáveis.
FLUXO SIH
Laudo
solic. AIH
Admissão
paciente
Médico, Dentista e
Enfermeira (2 vias)
Unidade
Gestora
Local
Analisa e fornece o
nº da AIH
Emite
AIH
MS
SES
SMS
SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBULATORIAIS SIA
Características:
Foi implantado nacionalmente em 1991, seguindo a
mesma lógica do SIH/SUS relativa à apuração de
custos e pagamento a prestadores de serviços. A
unidade de registro de informações deste sistema é o
procedimento ambulatorial realizado, desagregado
em
atos
profissionais
(consultas,
exames
laboratoriais, atividades e ações, etc.). Por não
registrar o CID dos diagnósticos dos pacientes, não
pode ser usado como informação epidemiológica.
Fonte dos dados:
- Boletim de Produção Ambulatorial (BPA);
- Autorização de Procedimento Ambulatoriais
de Alta Complexidade (APAC).
Fluxo:
Unidade  SMS  SES  MS
SIA
Potencialidades:
Seus indicadores operacionais podem ser importantes
como complemento das análises epidemiológicas, a
exemplo do: número de consultas médicas por habitante
ao ano, número de consultas médicas por consultório,
número de exames/terapias realizados pelo quantitativo
de consultas médicas.
Limitações:
Abrangência restrita aos usuários do sistema público de
saúde, ausência de registro de procedimentos que
extrapolem o teto financeiro, ausência de registro
individual.
SIS de Racionalidade de Monitorização de
Programas
6. Sistema de Informações sobre Atenção
Básica (SIAB)
Características:
Implantado em 1998, foi desenvolvido pelo DATASUS
no intuito de dar suporte operacional e gerencial ao
trabalho de coleta de dados realizados pelos Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) e Equipes de Saúde da
Família (ESF).
Fonte dos dados:
Ficha A – Cadastramento das famílias;
Fichas B – Acompanhamento de grupos prioritários;
B-Ges
B-HA
B-DIA
B-TB
B-Han
Ficha C – Cartão da Criança;
Ficha D – Registro de atividades, procedimentos e
notificações.
Fluxo:
Profissionais
MS
USF
SMS
Regional
SES
Potencialidades:
Este sistema produz relatórios que permitem aos
gestores municipais, estaduais e federal conhecerem a
realidade sócio-sanitária da população acompanhada,
avaliar a adequação dos serviços de saúde oferecidos –
e readequá-los, sempre que necessário – e, por fim,
melhorar a qualidade dos serviços de saúde.
Limitações:
Abrangência restrita à população coberta pelo PACS e
ESF.
OUTROS SIS PARA O SUPORTE ÀS
AÇÕES E SERVIÇOS DE
PROGRAMAS DE ATENÇÃO
BÁSICA
Outros sistemas informatizados:
Sistema de Informação para o Registro de dados
da Atenção Pré-natal – SIS-PRENATAL: facilita o
acompanhamento de gestantes para assistência prénatal adequada, desde o início da gravidez até o
puerpério.
Sistema de Informação do Câncer de Colo do
Útero – SISCOLO: integra o Sistema de Informação do
Câncer da Mulher (SisCAM), gerenciado pelo INCA,
contendo dados de identificação da mulher e do laudo
dos exames citopatológicos para prevenção do câncer de
colo de útero
Sistema de cadastramento e Acompanhamento de
Hipertensos e Diabéticos – Hiper Dia: possibilita o
cadastramento, acompanhamento dos pacientes e o
registro da dispensação de medicamentos em unidades
ambulatoriais.
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional –
SISVAN: acompanha a implantação de programas
dirigidos à Recuperação de Crianças Desnutridas e
Gestantes em Risco Nutricional.
Sistema de Informação do Programa Nacional de
Imunização – SI-PNI: registra dados sobre doses de
vacinas aplicadas em serviços de rotina e em campanhas
de vacinação, e a ocorrência de eventos adversos pósvacinação.
Outros Sistemas de Informação
-Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas
(SINITOX)
- Sistema de Informação para Testagem e Aconselhamento
em AIDS (SI-CTA)
- Sistema
(SICLOM)
de
Controle
Logístico
de
Medicamentos
-Sistema de Informação sobre Orçamentos Públicos em
Saúde (SIOPS)
- Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da
Água para Consumo Humano (SISÁGUA)
Outros Sistemas de Informação
- Sistema de Vigilância Epidemiológica da Malária
(SIVEP-Malária);
- Sistema de Informação de Febre Amarela e Dengue
(FAD);
- Sistema de Informação sobre Violência e Acidentes
(SISAV);
-
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