ADRIANA SILVEIRA JUST ADEQUAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE CUSTOS PARA UMA PEQUENA EMPRESA NO RAMO ODONTOLÓGICO Criciúma, 2004 1 ADRIANA SILVEIRA JUST ADEQUAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE CUSTOS PARA UMA PEQUENA EMPRESA NO RAMO ODONTOLÓGICO Monografia apresentada a Diretoria de PósGraduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, para a obtenção do título de Especialista em Gerência da Produção. Orientador: Prof. Dr. Francisco José Kliemann Criciúma, 2004 2 RESUMO O presente estudo procura realizar um trabalho sobre a estruturação de um sistema de gestão de custos para um consultório odontológico, composto por diversas especialidades dentro da Odontologia. Para tanto, utiliza-se inicialmente um levantamento entre os meses de dezembro/2003 a fevereiro/2004 sobre o tipo e número de procedimentos realizados versus o faturamento total destes. Através deste levantamento, estabelece-se a classificação ABC por meio do faturamento em reais juntamente com o número de procedimentos realizados no período, resultando assim como objeto de estudo os procedimentos de Dentística (Restauração com Resina Fotopolimerizável), Endodontia para 1 canal, Prótese Parcial Removível (PPR) e Cirurgia (Implante Osseointegrável). A partir disto, inicia-se a implementação dos métodos de custeio, inicialmente pelo método Centro de Custos, através da definição de centros de custos dentro do Consultório, bem como uma sistemática para controle das despesas e materiais destes centros de custos. Durante a implementação dos centros de custos, procura-se levantar todas as despesas ocorridas durante os meses em acompanhados. Através destas despesas estabeleceu o princípio de custeio adotado no estudo, bem como o rateio das mesmas para as áreas. Finalmente, apresenta-se a implementação do método Custo Padrão através do levantamento de tempos padrão utilizados para os procedimentos dentro de cada centro de custo, bem como a identificação das matérias primas utilizadas por estes. Desta maneira, simples e objetiva, apresentase a proposta de um sistema de custeio para um consultório odontológico. 3 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS ..................................................................................................5 LISTA DE FIGURAS...................................................................................................6 1 2 3 4 INTRODUÇÃO .....................................................................................................7 1.1 Tema.............................................................................................................8 1.2 Objeto de Estudo ..........................................................................................8 1.3 Justificativa ...................................................................................................8 1.4 Objetivos .....................................................................................................10 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA.........................................................................11 2.1 Serviços Odontológicos ..............................................................................11 2.2 Custos.........................................................................................................33 METODOLOGIA DE ESTUDO ..........................................................................43 3.1 Preparação .................................................................................................44 3.2 Detalhamento dos centros de custos..........................................................45 3.3 Detalhamento das informações necessárias ..............................................45 3.4 Atribuição dos custos aos centros de custos ..............................................46 3.5 Atribuição dos centros de custos aos procedimentos .................................47 3.6 Atribuição de insumos aos procedimentos..................................................48 3.7 Consolidação dos dados.............................................................................49 APLICAÇÃO PRÁTICA.....................................................................................50 4.1 Preparação .................................................................................................50 4.2 Detalhamento dos centros de custos..........................................................67 4.3 Detalhamento das informações necessárias ..............................................67 4.4 Atribuição dos custos aos centros de custos ..............................................70 4.5 Atribuição dos centros de custos aos procedimentos .................................79 4.6 Atribuição de insumos aos procedimentos..................................................82 4 4.7 Consolidação dos dados.............................................................................85 4.8 Apreciação crítica aos métodos Custo Padrão e Centros de Custos..........90 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................92 REFERÊNCIAS.........................................................................................................94 5 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Distribuição dos Cirurgiões Dentistas........................................................9 Tabela 2 – Valores referenciais de procedimentos odontológicos ............................31 Tabela 3 – Procedimentos realizados entre dezembro/2003 a fevereiro/2004. ........54 Tabela 4 – Monitoramento das requisições mensais ................................................69 Tabela 5 – Monitoramento de horário .......................................................................80 Tabela 6 – Resumo do monitoramento de horas ......................................................81 Tabela 7 – Valorização de horas mensais ................................................................81 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Partes de um dente..................................................................................19 Figura 2 – Pistola do aparelho fotopolimerizador ......................................................23 Figura 3 – Kit de resina com escala de cores ...........................................................24 Figura 4 – Estruturação da metodologia utilizada ....................................................43 Figura 5 – Lay out Consultório Odontológico ............................................................51 Figura 6 - Restauração com resina fotopolimerizável (antes e depois)....................56 Figura 7 – Prótese parcial removível.........................................................................59 Figura 8 – Modelo de pino de implante .....................................................................65 Figura 9 – Colocação do implante no osso ...............................................................65 Figura 10 – Pino de Implante ....................................................................................66 Figura 11 – Cicatrizador ............................................................................................66 Figura 12 – Ucla........................................................................................................67 Figura 13 – Implantes após colocação do dente.......................................................67 7 1 INTRODUÇÃO Atualmente, umas das grandes preocupações das instituições é o conhecimento e o controle dos seus custos. Até pouco tempo atrás, estas instituições detinham grande valor no mercado, porém começaram a perder espaço, motivado principalmente pelo desconhecimento da realidade empresarial. A introdução da mentalidade da busca constante pela redução dos custos numa empresa estende-se às instituições prestadoras de serviços na área da saúde, onde os valores recebidos do SUS (Sistema Único de Saúde) e/ou Planos de Saúde, conforme seus proprietários são considerados baixos, se comparados aos valores pagos por particulares; a partir disto surge à necessidade do conhecimento para reavaliação dos serviços oferecidos. No que diz respeito à prestação de serviços na área odontológica é de fundamental importância o conhecimento dos verdadeiros custos de um consultório, tanto para os cirurgiões já existentes no mercado, quanto para os futuros cirurgiões, pois a cada ano a oferta aumenta gradativamente no mercado odontológico e palavra “status”, já não é mais sinônimo de Odontologia. Para tanto, o desenvolvimento deste trabalho busca, sobretudo o despertar para a necessidade de um gerenciamento empresarial, no que diz respeito à origem e alocação de seus custos, com o intuito de conhecer a realidade financeira desta “empresa na área da saúde”, permitindo a tomada consciente de decisões para o redirecionamento no mercado. 8 1.1 Tema Adequação dos sistemas de custos. 1.2 Objeto de Estudo Adequação dos sistemas de gestão de custos a uma pequena empresa no ramo odontológico. 1.3 Justificativa A busca de recuperação de mercados tem obrigado as organizações a uma cuidadosa revisão das práticas gerenciais para se alcançar maior competitividade. Uma vez constatada a insuficiência dos métodos e ações gerenciais utilizados, identificados como causa fundamental para se enfrentar os novos desafios, diversas pesquisas têm sido realizadas. Frente a este cenário, sabe-se que serão vencedoras aquelas empresas que dispuserem de produtos e serviços da mais alta qualidade, produzidos por mão de obra altamente qualificada e se beneficiando dos melhores sistemas de gerenciamento de seus custos. Para tanto, analisando a composição do mercado de empresas brasileiras, constatase que as micros e pequenas empresas estão ocupando espaços cada vez maiores no cenário empresarial, o que corresponde à cerca de 4,5 milhões de estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços, 48% do total da produção nacional, 42% dos salários, 59% dos postos de trabalho e cerca de 30% do PIB, 9 segundo dados do SEBRAE – 1996. Porém, estas empresas encontram dificuldades para se tornarem sólidas no mercado, devido às dificuldades de obtenção de recursos financeiros, ausência de estratégias de mercado, baixa capacidade gerencial, e o mais agravante, desconhecimento dos reais custos de suas atividades, ou seja, o que realmente está agregando valor ao seu negócio. Na maioria dos casos, as pequenas empresas improvisam na gestão do negócio, o que afeta o desempenho e a continuidade da mesma. Partindo desta realidade empresarial e analisando as empresas prestadoras de serviços na área da saúde bucal, constata-se de acordo com o Conselho Federal de Odontologia – CFO (2004) a existência 192.858 cirurgiões dentistas no Brasil, 6.046 profissionais em Santa Catarina e nas cidades de Criciúma e Içara (locais do objeto de estudo) 274 cirurgiões dentistas. A partir destes números, pode-se fazer uma correlação com o número de habitantes por local, conforme Tabela 1. Tabela 1 – Distribuição dos Cirurgiões Dentistas Local Número de Cirurgiões Dentistas Existentes Número de Cirurgiões / Habitantes (Real) Número de Cirurgiões Dentistas (Padrão) Brasil 192.858 917 1.500 Santa Catarina 6.046 927 1.500 Criciúma e Içara 274 734 1.500 Fonte: Conselho Federal de Odontologia – CFO e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2003). A partir da tabela 1 e analisando de forma genérica, evidencia-se a saturação do mercado odontológico, pois conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o número mínimo de cirurgião dentista para cada 1.500 habitantes é de um, ou seja, a relação de 1:1500. Numa visão humanística, os números demonstram o 10 desenvolvimento da Odontologia no Brasil de forma geral, apesar da má distribuição geográfica; porém analisando economicamente a saturação do mercado, torna-se possível prever que os consultórios e/ou clínicas que quiserem solidificar-se na prestação de serviços odontológicos, devem ser considerados como empresas, e assim administrados. Desta forma, a arte de gerenciamento torna-se fundamental para a sobrevivência da empresa, principalmente no conhecimento, alocação e controle dos custos gerados, pois é a partir disto que se obtém informações úteis para orientar a empresa no seu planejamento futuro. 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo Geral Estruturar um sistema de gestão de custos adequado a uma pequena empresa do ramo de odontologia. 1.4.2 Objetivos Específicos − Discutir criticamente um sistema de controle de custos em consultório odontológico; − Pesquisar os sistemas para gestão de custos existentes; − Apresentar num processo-piloto o modelo proposto; − Verificar as vantagens e desvantagens encontradas com os sistemas. 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA 2.1 Serviços Odontológicos 2.1.1 Contexto Histórico A palavra Odontologia vem do grego odontos (dente) e logus (estudo), ou seja, estudo do dente. A odontologia não se restringe ao tratamento dos dentes, mas também aos diversos tratamentos na região buco-maxilo-facial. A evolução da Odontologia, como as demais ciências da área da saúde, percorreu várias etapas, passando pelo Pré-Cienticismo (séculos XVI e XVII) até o surgimento de escolas especializadas em Odontologia. Portanto, apesar da fiscalização vigente, o exercício da Odontologia no Brasil, ficou por muito tempo sob a responsabilidade de escravos, negros e mulatos, todos sem estudo e técnicas apropriadas. Entre as profissões liberais, a odontologia seja a mais fascinante. Talvez pelo fato de cuidar de uma parte do corpo humano, comandado por um “computador natural”, permitindo que esta parte, com o auxilio da tecnologia, seja substituída por materiais como: porcelana, plástico, borracha, etc., continuando em perfeito funcionamento. 12 2.1.2 Evolução da Odontologia no Mundo A odontologia ao longo dos anos, passou por três grandes períodos de mudanças, tais como: − Antiguidade – Pré-história à Albucassis (ano 1050): Desta época remonta as referências encontradas nas escavações sobre problemas dentários e terapêuticos. − Idade Média – Albucassis à Fauchard (1728): A figura do dentista toma forma com o aparecimento de Pierre Fauchard, através da publicação de “Le Chirurgien Dentiste” (O Cirurgião Dentista). Pierre Fauchard impulsionou a arte dentária, ficando conhecido como o “Pai da Odontologia”. Nesta época, surgem diversas publicações na área odontológica e foram fundadas as primeiras universidades (Oxford). − Tempos Modernos – Fauchard à atualidade: Iniciavam-se as primeiras descobertas de motores próprios para odontologia, anestesias, dentistica restauradora, implantes, etc. Além das especializações dos cirurgiões dentistas em periodontia, implantodontia, endodontia, odontopediatria, etc. 13 2.1.3 Odontologia no Brasil 2.1.3.1 Século XVI – Inicialização do Barbeiro e Sangrador Durante este período surgiram os primeiros mestres, entre estes, o barbeiro e o sangrador. O barbeiro além de cortar e pentear os cabelos e barbear realizava curativos e operações cirúrgicas simples. Conforme alguns autores, pela grande habilidade adquirida pelos barbeiros, os mesmos realizavam extrações dentárias. Estes dois personagens deviam ser fortes e impiedosos, agiam sem licença, apesar da existência de licenças especiais dadas pelo Cirurgião-Mor Mestre Gil. Nesta época, os cirurgiões evitavam extrações dentárias, sob a alegação de riscos aos pacientes, devido às hemorragias, infecções, etc., causadas pela falta de higiene, inexistência de equipamentos adequados, etc. 2.1.3.2 Século XVII Até o século XVII não havia na legislação portuguesa lei sobre a prática odontológica no Brasil. Somente em dezembro de 1631, através da Carta Régia assinada por Pedro Sanches Farinha, onde o cirurgião mor deveria visitar e examinar, multando as pessoas sem licença para tirar dentes, inclusive barbeiros e sangradores. 14 2.1.3.3 Século XVIII Aparecem os primeiros vestígios da legislação brasileira regularizando o exercício da arte de curar nos diversos ramos. Nas últimas décadas deste século, surgiu um homem de nome Joaquim Jose da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, que exercia entre seus ofícios, o de dentista; atividade aprendida com seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão, mestre em arrancar dentes e substituí-los por novos. Tiradentes ficou conhecido no Brasil, como o Patrono da Odontologia. Data-se deste século, a primeira vez que o termo dentista foi utilizado em documentos do reino. O século XVIII marca o início da Odontologia como profissão no Brasil. 2.1.3.4 Século XIX De acordo com dados e informações verbais, neste século iniciou-se um grande surto de progresso. No Hospital de São José, criava-se a Escola de Cirurgia, mas não trouxeram benefícios aos dentistas, pois a carta expedida legalizava 11 barbeiros negros com baixa classe social e até alguns escravos de poderosos senhores. Segundo a Associação de Cirurgiões Dentistas de Santos e São Vicente (ACDSSV, 2004): 15 Na época, para moralizar a atividade antes as inúmeras queixas contra os profissionais, a carta de barbeiro citava que este não poderia tirar dentes antes sem ser examinado e não poderia sangrar sem ordem do médico ou cirurgião aprovado. Arrancar dentes era um direito inconteste do sangrador, cuja carta era análoga à de barbeiro. Todavia conforme a história do Brasil, nos primeiros anos do governo de D. João VI no Brasil, os dentistas não tinham escolas, cursos e não lhe exigiam sequer o saber ler. No Brasil, o primeiro dentista licenciado foi o francês Dr. Eugênio Frederico Guertin, diplomado pela Faculdade de Odontologia de Paris, logo em seguida, o brasileiro Gregório Raphael Silva recebeu sua carta de dentista. A partir de 1840, começaram a chegar dentistas dos Estados Unidos e aos poucos os franceses. Somente dezenove anos depois surge a primeira revista odontológica, a “Arte Dentária”. Nesta época, muitos brasileiros foram estudar nos Estados Unidos. Um decreto lei no 8024 de 12 de março de 1881, art. 94 do Regulamento das Faculdades de Medicina, instituiu que os cirurgiões dentistas que quisessem habilitar-se no exercício de sua profissão deveriam passar por duas séries de exames específicos para a área dentária, inicialmente anatomia, histologia e higiene (aplicados à arte dentária) e um outro de operações e próteses dentárias. A inicialização do ensino da arte dentária com instrumentos e aparelhos, laboratórios de cirurgia dentária no Brasil, ocorreu com Visconde de Sabóia, em 1880, após assumir a direção da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. 16 Porém, somente no dia 25 de outubro de 1884, através do decreto número 9311, Dom Pedro II promulgava e instituía no Brasil o curso de Odontologia, ministrado nas Faculdades de Medicina de Salvador e Rio de Janeiro, desvinculando-o totalmente do curso de Medicina. Estava instituído o dia 25 de outubro como o Dia do Cirurgião Dentista Brasileiro “. O progresso da odontologia no Brasil deve-se a muitas pessoas, como por exemplo, Thomas Gomes dos Santos Filho, que a partir de descobertas de materiais contribuiu para a redução dos preços abusivos das matérias-primas. 2.1.3.5 Década de 80 – Socialização da Odontologia Os anos 80 iniciam com uma instabilidade da economia brasileira, uma dívida externa explodindo, hiperinflação, regime militar em queda, eleições diretas, etc., tudo isto fez com que a década de 80 fosse considerada como a “Década Perdida”. Segundo Santos (informação verbal)1, a odontologia iniciava a sua popularização, com a população recebendo água fluoretada, cremes dentais passam ter efetivo controle da quantidade de flúor e a odontologia preventiva dava seus primeiros passos. Os cirurgiões dentistas tinham um mercado de trabalho pouco competitivo, com boas perspectivas de trabalho em sindicatos, prefeituras e empresas privadas, além do próspero crescimento dos convênios médicos-odontológicos. 1 Comentário obtido de Gilmar Genésio dos Santos, durante o MBA ESAG Gestão em Saúde - 2004. 17 Na década de 80, era o dentista quem ditava os preços de serviços odontológicos, muitas vezes, sem conhecimento dos números do consultório, sem negociação e sem acordos, ou seja, a expressão “eu dito a regra, obedece quem quer”. De acordo com Santos (informação verbal)2, a formação do cirurgião dentista, fruto de décadas passadas, não despertou para as mudanças sócio-econômicas e continuou privilegiar aspectos técnicos, não enxergando o cirurgião dentista como um gerente da empresa chamada “Consultório Odontológico” ou “Clínica Odontológica”. Sob este enfoque, considera-se o cirurgião dentista como um “técnico odontológico”. 2.1.4 Classificação da Odontologia A classificação da Odontologia difere-se da Medicina por trabalhar especificamente com o tipo de problema oral apresentado pelo cliente, ao contrário da Medicina onde a classificação é estabelecida de acordo com os órgãos do corpo humano. Para tanto, relacionam-se abaixo alguns exemplos de classificação: − Endodontia; − Prótese; − Dentística; − Exodontia; − Periodontia; − Ortodontia; 2 Id., 2004. 18 − Implantodontia; − Cirurgias em geral. Salienta-se que o cirurgião dentista durante a sua graduação obtém informação sobre todos os tipos de forma genérica, e não específicas. O título de especialista em determinada classificação da odontologia, somente pode ser dado aos cirurgiões com cursos de especialização emitidos pelo CRO. 2.1.5 Aplicação da Classificação Os tratamentos ou classificações da Odontologia são utilizados conforme o tipo de problema ocorrido com o dente. Para tanto, deve-se conhecer o dente e suas partes. 2.1.5.1 Dentes e suas Partes De acordo com Schmidt (informação verbal)3, o homem possui duas dentições. A primeira é formada pelos dentes de leite (decíduos). São em número de 20 – 10 superiores e 10 inferiores, sendo 4 incisivos, 2 caninos e 4 molares em cada arco. Os dentes permanentes são em número de 32 e formam a segunda dentição. São 16 superiores e 16 inferiores, sendo 4 incisivos, 2 caninos, 4 pré-molares e 6 molares em cada arco. 3 Informação obtida através do Cirurgião Dentista André Guilherme Schmidt – 2004. 19 Salienta-se que a estrutura do dente é igual para todos, conforme figura 1, independente do tipo do mesmo. Cemento Figura 1 – Partes de um dente − Coroa: parte do dente que podemos ver. Caso ocorram problemas na coroa, pode-se utilizar os tratamentos de dentística, prevenção e prótese. − Raiz: inserida no osso e possui uma pequena abertura (forame) em sua extremidade. É através deste forame que passam vasos sangüíneos e nervos do periodonto para a polpa. A presença de outras aberturas comunicando a polpa ao periodonto é comum, como os canais acessórios. Caso ocorram problemas na raiz, pode-se utilizar os tratamentos endodontia, prótese ou cirurgia. 20 − Esmalte: tecido branco, duro e brilhante que recobre a coroa. É o tecido mais duro do corpo. Parte externa do dente, cercada internamente pela dentina e externamente pela película adquirida. Caso ocorram problemas no esmalte do dente, pode-se utilizar dentística ou prevenção. − Dentina: constitui a maior parte do corpo do dente, e apesar de ser dura e parecer sólida, na verdade possui poros microscópicos. É importante que estes poros estejam recobertos, quer por esmalte, quer por uma restauração ou coroa artificial; caso contrário, as bactérias que causam a cárie, presentes na saliva podem invadir estes túbulos. Estes túbulos dentinários possuem terminações nervosas que quando expostas, provocam dor e sensibilidade. Os tratamentos comumente realizados para problemas com dentina são: dentística e endodontia. − Polpa: comumente chamada de "nervo", na verdade possui veias e artérias além de fibras nervosas. Ela promove a nutrição do dente durante toda a vida. É a parte mais interna do dente, limitada na porção radicular pelo cemento e na porção coronária pela dentina. Os tratamentos específicos para problemas na polpa são endodontia e cirurgia. − Cemento: parte externa da raiz do dente, limitada externamente pelo periodonto e internamente pela polpa. problemas no cemento: exodontia e cirurgia. Tratamentos específicos para 21 − Periodonto: porção fibrosa localizada entre a raiz do dente e o osso. A sua presença permite a mobilidade do dente quando mastigamos ou realizamos um tratamento ortodôntico. O tratamento periodontal (periodontia) é específico para problemas nesta porção, quando não seja realizado pode ocasionar na perda do dente. 2.1.6 Processo Odontológico O processo odontológico consiste basicamente num fluxograma padrão, com as áreas definidas conforme o tipo de atividade desenvolvida. Recepção Consultório 1 Consultório 2 Laboratório 2.1.6.1 Recepção A área da Recepção é responsável pelas atividades iniciais de atendimento ao cliente, tais como: − Montar orçamento para o cliente, conforme pré-definido pelo cirurgião dentista; − Agendar consultas; 22 − Preencher fichas de atendimento; − Efetuar cobranças e pagamentos; − Organizar ambiente de trabalho em geral; − Auxiliar o cirurgião dentista, quando necessário; − Limpeza e desinfecção dos consultórios odontológicos. 2.1.6.2 Consultório 1 Os cirurgiões dentistas responsáveis por este ambiente efetuam os serviços de: − Exame anamnésico; − Exame radiográfico; − Clínica geral; − Tratamentos específicos em Endodontia, Odontopediatria e Ortodontia. 2.1.6.3 Consultório 2 Os cirurgiões dentistas responsáveis por este ambiente efetuam os serviços de: − Exame anamnésico; − Exame radiográfico; − Clínica geral; − Tratamentos específicos em Cirurgia, Implantodontia, Prótese e Ortodontia. 23 2.1.6.4 Laboratório Espaço destinado para a confecção de próteses provisórias, bem como a elaboração de modelos a partir de moldagens realizadas nos consultórios. Posteriormente, estes modelos são enviados ao Técnico em Prótese Dental (TPD). 2.1.7 Matérias Primas Dentro da Odontologia são empregados diversos tipos de materiais destinados especificamente a cada tipo de trabalho a ser realizado, quer sejam na boca ou nos modelos. Entre estes, destacam-se: 2.1.7.1 Resinas Compostas São materiais muito utilizados atualmente, de custo relativamente baixo e que podem ser usados numa única sessão. São pastas contidas em seringas que quando colocadas em cavidades ou nas superfícies dos dentes para restaurar, endurecendo sob uma luz halógena (azul), através do aparelho fotopolimerizador figura 2, durante alguns segundos. A escolha da resina é feita pelo profissional, mediante a cor dos dentes existentes, conforme figura 3. Figura 2 – Pistola do aparelho fotopolimerizador 24 Figura 3 – Kit de resina com escala de cores 2.1.7.2 Porcelana De acordo com Schmidt (informação verbal)4, são excelentes materiais para restaurações estéticas e utilizadas principalmente em facetas laminadas para dentes anteriores, casos de escurecimento e manchas onde o clareamento não foi satisfatório, casos de traumatismos, alterações na estrutura dental, restaurações extensas indiretas, coroas para próteses fixas, etc. O que diminui seu uso talvez seja seu custo mais elevado e uma correta indicação e técnica de preparo. O resultado estético é muito bom e pode ser caracterizado para se parecer o mais próximo dos dentes naturais, além de sua alta resistência, durabilidade e estabilidade de cor. 4 Id., 2004. 25 2.1.7.3 Selante Conforme Fonseca (1994), são materiais plásticos transparentes, brancos ou matizados que são usados para "pintar" as superfícies rugosas dos dentes prémolares e molares, as quais usamos para mastigar os alimentos. O selante age como uma barreira, uma película protetora que em conjunto com uma boa limpeza e o controle da placa bacteriana, contribui para redução no índice de cárie destes dentes. Essa película protetora de selante não deve ser muito espessa, pois poderá interferir na mordida. 2.1.7.4 Sugador Sugador é um tubo plástico flexível que acoplado a uma mangueira, auxilia da sucção da saliva durante os procedimentos odontológicos. 2.1.7.5 Brocas Instrumento rotatório, com parte ativa cortante, adaptáveis em canetas de alta e baixa rotação. Utilizado para a remoção da cárie, preparo inicial e final de restaurações, remoção de excessos de restaurações, abordagens de canal radicular, desgastes oclusais para acertos de mordida, remoção de próteses fixas, preparo de dentes para prótese parcial removível e próteses fixas, etc. 26 2.1.7.6 Matriz de poliéster Material similar ao plástico (poliéster), utilizado em tiras dentro do procedimento de dentística, especificamente na separação de dentes durante o processo de restauração com resina fotopolimerizável. 2.1.7.7 Agente de união (Bond) Resina fluida foto ativada, que penetra nas microporosidades do esmalte condicionado. Adere quimicamente aos materiais resinosos e micro-mecanicamente ao esmalte, promovendo a adesão das restaurações de resinas foto-ativadas e proporcionando um acabamento perfeito. Utilizado para aderir as restaurações de resina foto-ativadas ao esmalte e dentina do dente e utilizado também para polimento destas restaurações após o acabamento. 2.1.7.8 Ácido ortofosfórico Condicionador ácido 37% com clorohexedine a 2%, presta-se a todos os procedimentos clínicos que visam a aderência de materiais. Tem a finalidade de criar porosidade no esmalte dental para restaurações, sejam auto fotopolimerizáveis. Possui viscosidade adequada para uma fácil manipulação. ou 27 2.1.7.9 Alginato Material de moldagem intra-oral, com a finalidade de obtenção de modelos para prótese, ortodontia ou planejamento do tratamento odontológico. Apresentado em pó e utilizado diluído em água. 2.1.7.10 Gesso Pó branco que depois de umedecido com água, é utilizado sobre os materiais de moldagem, para a obtenção de modelos da boca e dentes. De tratamento difícil, requer habilidade em sua espatulação e perfeito controle de seu tempo de presa. A modelagem em gesso requer cuidados durante a remoção do modelo da moldeira, pois pode ocasionar fratura do modelo. Utilizado na confecção de próteses parciais removíveis, próteses totais removíveis, próteses fixas e em ortodontia. 2.1.7.11 Cera 7 Cera endurecida, apresentada em lâminas, de cor vermelha, utilizada através de seu aquecimento, para montagem e prova dos dentes nas próteses parciais e totais removíveis. 2.1.7.12 Luvas Equipamento em látex utilizado nas mãos para evitar contaminações tanto no paciente, quanto nos cirurgiões dentistas. 28 2.1.7.13 Anestésico Produto utilizado para suprimir os estímulos dolorosos durante alguns procedimentos relacionados a dentística, endodontia, exodontia, cirurgias, etc. Apresentado em forma de gel, spray ou líquido. 2.1.7.14 Agulha para anestesia Equipamento metálico, tubular, com uma borda reta (a ser inserida na seringa) e a outra borda biselada, através do qual é injetado o anestésico no paciente. 2.1.7.15 Limas Material áspero, de corte em forma de rosca, fabricado em aço inoxidável, com a parte ativa apresentando uma leve conicidade, utilizado para limar a parte interna do canal radicular, durante o procedimento endodôntico. 2.1.7.16 Cones de guta percha Material à base de guta percha (similar ao plástico), em formato cônico, colados com pasta dentro do canal, durante o procedimento de obturação de canal radicular em endodontia. 29 2.1.7.17 Pino de implante Fabricado em titânio, torneado com diâmetro variando de 3,3 a 5,0 milímetros, com comprimentos variando entre 7,0 a 17,0 mm. Tem sua superfície externa lisa ou rosqueável e sua superfície interna rosqueável. Apresentado em embalagem duplamente lacrada e esterilizada em raios gama. Tem a finalidade de substituir a raiz do dente perdido para a fixação de próteses fixas ou removíveis. 2.1.7.18 Osso bovino Pó composto basicamente por osso bovino liofilizado, utilizado para a realização de enxertos ósseos nos casos de cirurgias de implantes osseointegráveis, de apicetomias e outras pequenas cirurgias que necessitam de enxerto. Embalados em vidros apresentando de 0,5 a 2,5 centímetros cúbicos. 2.1.7.19 Acrílico O acrílico pode ser encontrado tanto em estado líquido, quanto em pó. A mistura dos dois tipos é empregada na confecção de próteses. − Acrílico líquido: é um produto composto de acetona, ácido cianídrico e álcool metílico. Produto altamente inflamável. O mesmo possui diversos tipos de preparo, conforme o tipo de procedimento. Para usá-lo com uma resina de "lenta" (termo-polimerizante) para uma prótese, ele contém uma porcentagem de inibidor. Quando se quer mais resistência, é colocado como "aditivo", que 30 melhora a resistência aos solventes e alguma coisa ao desgastes. Para usá-lo com uma resina de rápida (auto-polimerizante), a ele é adicionado um reagente. − Acrílico em pó ou resina acrílica: é proveniente do "líquido acrílico" que por um processo de polimerização por suspensão se transforma em "pó". Essa transformação se faz com auxílio de reatores em que é colocado o "líquido acrílico" previamente preparado, e por meio de agitação e calor se polimeriza. Separado por uma centrífuga do meio auxiliar, o "pó" é secado em estufas e peneirado em granulações apropriadas para as diversas aplicações a que se destina. 2.1.7.20 Fio ortodôntico Fio em alumínio, com diâmetro variando entre 0,5 a 1,0 mm, utilizado para a confecção de aparelhos ortodônticos e próteses parcial provisórias. 2.1.8 Odontologia e seus custos Analisando as atividades existentes na área odontológica e as bibliografias disponíveis no mercado, evidencia-se a inexistência e/ou a dificuldade de acesso às publicações, que auxiliem o desenvolvimento de sistemas de gestão de custos adequados aos cirurgiões dentistas, com aplicação prática e de fácil entendimento. 31 Todavia, o CFO (Conselho Federal de Odontologia), contém em seu site uma tabela padrão, conforme Tabela 2, dos serviços odontológicos oferecidos, juntamente com uma sugestão de preços a serem cobrados por um cirurgião dentista. Tabela 2 – Valores referenciais de procedimentos odontológicos Serviço Odontológico Valores (R$) Dentística 910 – Restauração de Amálgama – 1 face 42,92 920 – Restauração de Amálgama – 2 faces 53,93 930 – Restauração de Amálgama – 3 faces 63,32 940 – Restauração de Amálgama – 4 faces 77,55 960 - Restauração Resina Fotopolimerizável - Classes I, V ou VI 51,81 970 - Restauração Resina Fotopolimerizável - Classe III 54,62 980 - Restauração Resina Fotopolimerizável – Classes II ou IV 77,52 Endodontia 2010 - Tratamento Endodôntico Incisivo ou Canino 154,18 2020 – Tratamento Endodôntico Pré-Molar 183,08 2030 - Tratamento Endodôntico Molar 296,64 2040 - Retratamento Endodôntico Incisivo ou Canino 166,33 2050 - Retratamento Endodôntico Pré-Molar 228,50 2060 - Retratamento Endodôntico Molar 387,45 Prótese 4010 - Planejamento em Prótese (modelos de estudo-par, montagem em articulador semi-ajustável). 69,55 4020 - Encerramento de Diagnóstico (por elemento) 75,55 4030 - Ajuste Oclusal (por sessão) 52,53 4040 - Restauração Metálica Fundida 179,17 4240 - Prótese Parcial Removível Provisória em Acrílico com ou sem Grampos 349,60 4250 - Prótese Parcial Removível com Grampos Bilateral 614,28 4260 - Prótese Parcial Removível para Encaixes 828,23 Fonte: CFO (Conselho Federal de Odontologia), 2004. 32 Segundo Schmidt (informação verbal)5, os valores sugeridos são considerados duvidosos, estando alguns super valorizados em relação aos preços praticados no mercado, por exemplo: Restauração com Resina Fotopolimerizável − Valor praticado no mercado – R$ 40,00 − Valor sugerido pelo CFO – R$ 51,61. 2.1.8.1 Processo de controle dos custos na odontologia O processo atual de controle dos custos na área odontológica é considerado nulo, principalmente pelo desconhecimento dos cirurgiões dentistas nas técnicas de gerenciamento de despesas por área de trabalho e/ou por procedimentos odontológicos. Na maioria dos casos, as despesas mensais são informadas por um profissional em contabilidade, pertencente a uma empresa terceirizada, através de um demonstrativo com os tipos de despesas e os valores das mesmas. Além disso, internamente não existem controles no que diz respeito a estoque, consumo de materiais por área de trabalho e/ou procedimentos, análise da rentabilidade de cada procedimento, etc. 5 Id., 2004. 33 Estes demonstrativos apresentam apenas dados, não gerando informações para a tomada de decisões. Desta forma, aliando este fato, as pouquíssimas bibliografias existentes no mercado para o gerenciamento de custos num consultório odontológico, evidencia-se a necessidade de uma técnica eficaz de controle e monitoramento destes custos. 2.2 Custos Do ponto de vista econômico, entende-se por custo qualquer aplicação de recursos, em valores monetários para a produção e distribuição de mercadoria ou prestação de serviços. Pode se dizer que o custo final de um produto é a soma de todos os custos realizados no processo de produção e distribuição, compreendendo todos os valores que devem ser cobertos pelos preços de venda, inclusive as despesas de cobrança das vendas, os impostos e as despesas de administração, transportes, etc. Entretanto, para Martins (1998, p. 25) relata que custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Desta forma, define-se custo como todo e qualquer consumo de produção e/ ou serviço, medido em termos monetários, para a obtenção de um produto, bem ou serviço, gerando ou não uma renda. 34 2.2.1 Elementos formadores do custo − Matéria-prima – é todo material integrante do produto acabado que possa ser convenientemente atribuído a unidades físicas específicas. − Mão de obra direta – toda mão de obra que se relaciona nitidamente com os produtos, e que seja facilmente consignável a um produto específico. − Custos indiretos de fabricação – são todos os custos de fabricação, exceto matérias-primas e mão de obra direta. Custo de Produção = MP + MOD + CIF Estes três elementos permitem a análise da capacidade de fornecer informações para apuração dos custos por centros de custos, ordens de produção, etc., decisões para análise dos custos fixos, lucro, margens de contribuição e finalmente, controle dos custos apurados anteriormente. Além destes elementos formadores de custo, podemos destacar: − Despesas administrativas – são todas as despesas inerentes aos custos de produção. Ex.: Salários da administração. 2.2.2 Classificação de custos Segundo Bornia (2002, p. 41), muitos conceitos são utilizados para diferenciar os custos, principalmente o custo total do custo unitário, onde custo total é o montante 35 despendido no período para se realizarem os produtos, enquanto custo unitário é o custo para se realizar um produto. 2.2.2.1 Classificação pela variabilidade Esta classificação está associada diretamente ao volume produzido, sendo conhecidos como custos fixos e custos variáveis. Os custos fixos independem da atividade da empresa num curto prazo, não variando conforme volume de produção; enquanto que custos variáveis estão relacionados à produção, isto é, crescem com o aumento do nível de atividade da empresa. Ex.: matérias-primas. Segundo Martins (1998, p. 55), alguns tipos de custos têm componentes das duas naturezas. A energia elétrica possui uma parte fixa e outra variável, ou seja, aquela que independe do volume de serviços e a outra parcela definida em função do consumo. 2.2.2.2 Classificação pela alocação A classificação por alocação refere-se aos custos diretamente ou indiretamente relacionados aos serviços prestados. Desta forma, esta classificação subdivide-se em custos diretos (diretamente apropriados aos serviços e/ou produtos) e indiretos (indiretamente apropriados aos produtos e/ou serviços, através de rateios). 36 Todavia para Martins (1998, p. 53) [...] “a classificação de Direto ou Indireto que estamos fazendo é com relação ao produto feito, e não à produção no sentido geral ou aos departamentos dentro da fábrica”. Resumindo, pode-se dizer que todos os custos podem ser reclassificados em fixos e variáveis ou em diretos e indiretos ao mesmo tempo. Desta forma, ainda conforme Martins (1998, p. 55), a matéria-prima é um custo direto e variável, os materiais de consumo são normalmente custos indiretos e variáveis, os seguros da fábrica são custos indiretos e fixos, etc. Os custos diretos são variáveis, quase sem exceção, mas os indiretos são tanto fixos como variáveis, apesar da geral predominância dos primeiros. 2.2.3 Sistemas de Custeio De acordo com Bornia (2002, p. 51), um sistema de custos pode ser avaliado sob dois pontos de vista, inicialmente se o tipo de informação gerada é adequado às necessidades da empresa, e depois quais as informações importantes que a mesma deva ter. Além disso, todo sistema de custeio precisa levar em consideração a qualidade do pessoal envolvido durante as etapas de levantamento e análise destas informações. Para a definição correta de um sistema de custeio, o mesmo deve ser formado por uma associação de princípios e métodos de custeio. 37 2.2.3.1 Princípios de Custeio Segundo Bornia (2002, p. 55) são filosofias básicas a serem seguidas pelos sistemas de custeio, para o tratamento das informações, ou seja, quais as informações que o sistema deve oferecer. São três os princípios de custeio: custeio variável, custeio por absorção integral e custeio por absorção ideal. a) Custeio por Absorção Integral (Total) Neste princípio os custos fixos e variáveis são alocados em sua totalidade ao produto. Utilizado para análises externas e financeiras. b) Custeio Variável ou Direto Neste princípio apenas os custos variáveis são alocáveis aos produtos, sendo os custos fixos considerados como custos do período. Segundo Bornia (2002), pode-se dizer que este princípio está relacionado às decisões de curto prazo, onde os custos variáveis tornam-se relevantes e os fixos não. 38 c) Custeio por Absorção Ideal No custeio por absorção ideal, segundo Bornia (2002), todos os custos são alocados ao produto, exceto aqueles utilizados de forma não-eficiente (desperdícios). Este princípio auxilia no acompanhamento do processo de melhoria, no que diz respeito à redução de desperdícios. 2.2.3.2 Custeio Ideal para Empresa De acordo com Bornia (2002, p. 57), a separação do custo e do desperdício no processo é obtido através do custeio por absorção ideal, possibilitando o controle dos mesmos. Continuando com Bornia, o mesmo afirma que: Esta separação é de grande importância para a implementação do processo de redução contínua dos desperdícios, possibilitando a priorização das ações de combate ao trabalho que não agrega valor e às perdas propriamente ditas [...]. Dito de outra forma, o custeio ideal está intimamente relacionado com a problemática da empresa moderna (BORNIA, 2002, p. 57). 2.2.3.3 Métodos de Custeio Métodos de custeio são utilizados para alocação dos custos, quer sejam nas áreas e/ou processos. Para efeitos desta análise, serão utilizados dois métodos: Centro de Custos e Custo Padrão. 39 a) Centros de Custos Este método teve origem na Alemanha no século XX. Trabalha com custos de transformação, não sendo apropriado para cálculo de matéria prima. O método Centro de Custos auxilia na identificação e computação de onde se originaram os custos. Desta forma, todas as espécies de custos devem ser alocadas há um determinado centro de custos. Segundo Kliemann (informação verbal)6, a divisão da empresa em centros de custos para efeito de apropriação de custo, é uma necessidade que muito contribui para facilitar a distribuição dos gastos. Esta divisão torna-se viável dentro da empresa por facilitar a apropriação dos custos por áreas de trabalho, rateando-os sobre os produtos fabricados, sem sobrecarrega-los com custos inerentes a estes produtos, ou seja, esta divisão permite identificar quais as áreas e como contribuem para a fabricação de determinado tipo de produto. Este método permite dividir a empresa em pequenas empresas com a alocação de seus custos, permitindo desta forma que os líderes destas empresas, sejam responsáveis e gerenciem seus respectivos custos. Existem atualmente duas classificações para Centro de Custos, conhecidos como: centro de custos diretos e centro de custos indiretos. O primeiro desta classificação refere-se aos centros de custos envolvidos diretamente na realização de 6 Informação verbal obtida na disciplina Análise de Custos – Especialização Administração Financeira Empresarial - Universidade Estácio de Sá, em 2001. 40 determinada atividade, neste caso, os Consultórios 1 e 2. Já os centros de custos indiretos, referem se basicamente as áreas que estão indiretamente relacionadas com a realização da atividade, ou seja, prestam algum serviço aos centros de custos diretos, como neste caso a Recepção e o Laboratório. b) Custo Padrão O custeio padrão tem por utilidade servir como parâmetro para o controle dos Custos Reais e como instrumento para a empresa detectar suas ineficiências. Os custos são apropriados à produção não pelo seu valor efetivo (ou real) e sim por uma estimativa do que deveriam ser (custo padrão) – pode ser usado por empresa que utilize o custeio por absorção ou custeio variável. Custo-padrão é um custo estabelecido pela empresa como meta para os produtos de sua linha de fabricação, levando-se em consideração as características tecnológicas do processo produtivo de cada um, a quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o respectivo volume desta. Assim, conforme Bornia (2002, p. 89), o método do custo padrão consiste em: − Fixação de um custo-padrão, que servirá de referência para a análise de custos; − Determinação do custo realmente ocorrido; − Levantamento da variação (desvio) ocorrido entre o padrão e o real; − Análise da variação com o intuito de auxiliar na procura das causas (motivos) que levarem os desvios. 41 Ressalta-se que a análise somente pode ser realizada, se existirem ações gerenciais para correção destas distorções. A fixação de padrões é aplicada a todos os custos da empresa, incluindo matériaprima, mão de obra direta, outros insumos, etc. 2.2.3.4 Centro de custo e custeio ideal Segundo Bornia (2002, p. 111), o método dos centros de custos está intimamente relacionado com o custeio integral, pois o mesmo aloca todos os custos ocorridos no período sem a preocupação de separar os desperdícios ocorridos. Entretanto a partir da análise do custeio ideal, verifica-se que este método torna-se extremamente fundamental para o levantamento e análise dos desperdícios por centro de custo, quer sejam nas horas ociosas, retrabalho, materiais, etc. 2.2.4 Custos na área da saúde, direcionado para Odontologia Os custos dentro da área odontológica, assim como nas demais áreas, é considerado de extrema importância, haja vista o desconhecimento dos profissionais sobre os verdadeiros custos e despesas de um consultório, tanto no que diz respeito às áreas, quanto aos procedimentos odontológicos. Ressalta-se que dentro das bibliografias existentes de custos, a área odontológica encontra-se debilitada de publicações que auxiliem este profissional. 42 Para tanto, por tratar-se de um ramo ainda inexplorado, procurou-se analisar os princípios e métodos disponíveis, que sejam de fácil aplicação e entendimento para profissionais nesta área. 43 3 METODOLOGIA DE ESTUDO O desenvolvimento de todo trabalho somente foi possível através de uma determinação de etapas, rigorosamente cumpridas e analisadas. A figura 4, esquematiza as etapas da metodologia proposta. Preparação − − Detalhamento dos Centros de Custos − Ambientação num consultório odontológico; Levantamento dos procedimentos odontológicos; Detalhamento dos procedimentos odontológicos. Detalhamento das informações necessárias Detalhamento das informações necessárias Implementação de controles de requisição Definição de um pro labore para o Cirurgião Dentista responsável Detalhamento das informações necessárias Definição dos custos fixos. Atribuição dos custos aos centros de custos Atribuição de insumos aos produtos Atribuição dos centros de custos aos procedimentos Consolidação dos dados Figura 4 – Estruturação da metodologia utilizada 44 3.1 Preparação 3.1.1 Ambientação num consultório odontológico O trabalho desenvolvido na área de prestação de serviços odontológicos mereceu uma atenção redobrada, visto que ao procurar adequar um sistema de custeio destinado diretamente à produção torna-se fácil, pois o mesmo pode ser verificado em demais empresas, o que não foi possível nesta área. A ambientação no consultório odontológico desenvolveu-se através do acompanhamento dos trabalhos das secretárias e cirurgiões-dentistas, no que diz respeito aos materiais, seqüência das atividades, conhecimento das áreas e as atividades desempenhadas por meio de fluxogramas. Durante esta etapa, evidenciou-se o desconhecimento dos profissionais (secretárias e dentistas) sobre ferramentas de controle de custos por ambiente de trabalho, gestão de estoque e formação de preços, sendo que este último é guiado pela concorrência. 3.1.2 Levantamento dos procedimentos odontológicos Durante esta etapa, considerada a mais longa e cansativa de todo trabalho, devido a não utilização do software “Gerenciamento do Consultório Odontológico”, foram levantados manualmente todos os procedimentos odontológicos realizados nos consultórios 1 e 2, entre os meses de dezembro/2003 à fevereiro/2004, com o intuito 45 de estabelecer um quadro demonstrativo com o número de procedimentos mês versus valores em R$, definindo assim, uma classificação ABC. Deste levantamento, surgiu a Tabela 1 – item 4.4.1 – Definição dos procedimentos odontológicos. 3.1.3 Detalhamento dos procedimentos odontológicos Mediante procedimentos levantados e selecionados, procurou-se o detalhamento dos mesmos através de conceitos, seqüência para a realização, figuras ilustrativas e acompanhamento in loco da realização dos mesmos. 3.2 Detalhamento dos centros de custos Para a implementação de qualquer controle de custeio (princípios e métodos) tornou-se fundamental a divisão do ambiente em áreas de trabalho, ou seja, em centros de custos para possibilitar ao gestor a verificação do desempenho de cada área. 3.3 Detalhamento das informações necessárias 3.3.1 Implementação de controles de requisição O ponto de partida para o conhecimento dos custos por área de trabalho foi à implementação de um registro conhecido como “Controles de Requisição de Materiais”, onde qualquer área que retirasse um material do estoque deveria anotar 46 na planilha. Assim, iniciou um monitoramento das áreas que mais consomem materiais, possibilitando análises futuras de desperdícios do tipo “Consumo de Materiais versus Procedimentos Realizados”, mediante a comparação com o Custo Padrão a ser definido. 3.3.2 Definição de um pro labore para o cirurgião dentista responsável Através do acompanhamento mensal de alguns meses, definido inicialmente pelo Cirurgião Dentista, estabeleceu-se um valor fixo para o pro labore mensal deste; com esta ação, eliminou-se a retirada de valores do consultório para pagamento de despesas particulares, bem como se iniciou um processo de definição exata dos custos fixos do ambiente. 3.3.3 Definição dos custos fixos Nesta etapa foram levantados, através de registros do consultório e do prestador de serviços contábeis, todos os custos fixos relacionados ao ambiente. 3.4 Atribuição dos custos aos centros de custos 3.4.1 Alocação dos custos fixos aos centros de custos Esta etapa contou com a identificação dos custos fixos com as áreas diretamente geradoras destes e alocação direta nestas. No caso de custos fixos com diversas 47 áreas geradoras, definiram-se bases de rateios, mediante o grau de utilização das mesmas. 3.4.2 Definição dos centros de custos em diretos e indiretos Implementada a tabela com todos os custos fixos alocados mensalmente, definiu-se mediante conceitos, os Centros de Custos Diretos e Indiretos, ou seja, quais os Centros de Custos diretamente relacionados ao serviço odontológico e quais os Centros de Custos que participam indiretamente. Esta diferenciação permitiu que os valores pertinentes aos Centros de Custos Indiretos fossem rateados para os Centros de Custos Diretos, mediante grau de utilização destes. 3.5 Atribuição dos centros de custos aos procedimentos 3.5.1 Levantamento do tempo padrão para os procedimentos A implementação do controle e monitoramento dos custos depende do tempo dispendido para cada procedimento. Para tanto, mediante informações obtidas dos cirurgiões dentistas e com enfoque no resultado deste trabalho, obteve-se o tempo padrão (tempo teórico) para cada etapa dos procedimentos. 3.5.2 Levantamento das horas disponíveis e trabalhadas Após a definição do tempo padrão adequado, iniciou-se a etapa de levantamento das horas disponíveis para os consultórios. Esta etapa compreendeu a identificação 48 das horas disponíveis para cada cirurgião dentista ao longo do mês, conforme definido nas agendas individuais; bem como o levantamento das horas efetivamente trabalhadas, ou seja, descontando faltas dos profissionais e de clientes. Através deste levantamento, conheceram-se as horas disponíveis, trabalhadas e conseqüentemente as ociosas. 3.5.3 Valorização das horas disponíveis e trabalhadas Durante esta etapa foram calculados os valores fixos por hora disponível e hora trabalhada, mediante o levantamento do custo fixo mensal do consultório dividido pelas horas disponíveis e horas trabalhadas. Estes valores permitem a análise que para cada hora disponível na agenda tem um determinado valor fixo em reais, desta forma, cada hora desperdiçada da agenda corresponde há um determinado valor que está sendo também desperdiçado. Portanto, quanto maior for o aproveitamento das horas disponíveis, menor será o valor por hora disponível. 3.6 Atribuição de insumos aos procedimentos Mediante os procedimentos definidos anteriormente, e os custos fixos já alocados às áreas, estabeleceu-se então o levantamento das matérias-primas (custos variáveis) utilizadas nos procedimentos odontológicos, com suas respectivas quantidades. 49 3.7 Consolidação dos dados Nesta etapa, mediante os levantamentos anteriormente realizados, iniciou-se a estruturação do Custo Padrão, através da mão de obra e matéria prima utilizadas. Permitindo a inclusão dos valores das matérias primas utilizadas, através do custo de reposição, bem como o estabelecimento do valor médio da hora trabalhada para a realização do cálculo da mão de obra. Além disso, esta matriz permitiu identificar as etapas dos procedimentos, incluindo as áreas e a proporção em que o mesmo utilizou. A partir desta matriz, estavam estruturados os métodos Centro de Custo e Custo Padrão para o consultório odontológico e para os procedimentos odontológicos selecionados. 50 4 APLICAÇÃO PRÁTICA 4.1 Preparação 4.1.1 Ambientação num consultório odontológico O trabalho de adequação de um sistema de custeio foi desenvolvido num consultório odontológico, situado à rua Stanislau Schaucoski – Içara – Santa Catarina. Apesar do ambiente ser constituído de duas salas odontológicas, o termo “clínica”, não é utilizado devido à razão ser constituída por uma pessoa física (CPF – Cadastro de Pessoa Física) e não por uma pessoa jurídica (CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). 4.1.1.1 Lay out O consultório odontológico é composto por duas salas odontológicas, ou seja, consultórios 1 e 2 (ambientes salmão e azul claro), uma recepção, laboratório e depósito; além de dois banheiros, com área total construída de 80 m2, com todos os ambientes num mesmo pavimento, conforme figura 5. 51 Figura 5 – Lay out Consultório Odontológico 4.1.1.2 Estrutura organizacional 4.1.1.2.1 Recursos existentes O ambiente é composto por cinco dentistas e três assistentes, trabalhando em sistema de rotatividade e com prévio agendamento. a) Assistentes Todas as assistentes possuem o segundo grau completo e o curso de ACD (Assistente de Consultório Odontológico), reconhecido pelo CRO (Conselho 52 Regional de Odontologia). Este curso possibilita ao aluno conhecer as técnicas e as rotinas de um consultório odontológico. Além destas rotinas do consultório, as assistentes são responsáveis pelas atividades financeiras e administrativas, sempre sob a supervisão do cirurgião dentista responsável. b) Cirurgiões Dentistas O consultório odontológico oferece algumas especialidades dentro da Odontologia: − Ortodontia: especialidade para correção da mordida e estética, através da colocação de aparelhos ortodônticos, bem como a sua manutenção mensal. Composto por dois profissionais que atendem a cada quinze dias. − Endodontia: especialidade para restabelecimento da saúde dental através do tratamento do canal, evitando a extração do dente. Composto por um profissional, atendendo as terças e quintas feiras o dia todo, e nas sextas-feiras no período vespertino. − Implantodontia: especialidade que tem por objetivo a substituição de dentes perdidos por implantes osseointegrados. atendimento diariamente. Composto por um profissional com 53 − Clínica Geral: especialidade para tratamentos odontológicos em geral. Composto por um profissional com atendimento as segundas, quartas e sábados. Todavia, os demais cirurgiões dentistas também atendem na clínica geral. 4.1.1.2.2 Organograma Cirurgião Dentista Responsável Cirurgião Dentista Ortodontista Cirurgião Dentista Endodontista Cirurgião Dentista – Clínica Geral Secretária 1 Secretária 2 Secretária 3 4.1.1.2.3 Horário de atendimento O consultório odontológico funciona de segunda a sexta-feira das 7:30 às 12:00 h e 14:00 às 20:00 h, e aos sábados 7:30 às 12:00 horas. 4.1.2 Levantamento dos procedimentos odontológicos Analisando os serviços odontológicos oferecidos pelo consultório odontológico, entre os meses de dezembro de 2003 a fevereiro de 2004, conforme Tabela 3, obtém-se 54 um percentual de 93,3% sobre o resultado financeiro total, utilizando os procedimentos de Dentística, Prótese, Endodontia e Cirurgia (Implante). Tabela 3 – Procedimentos realizados entre dezembro/2003 a fevereiro/2004. Procedimento Número de Odontológico Atendimentos Tempo Total (%) Faturamento Médio (R$) Percentual (%) Dentística 454 16% 18.160,00 13,0 Prótese 308 47% 77.000,00 55,0 Endodontia 151 24% 28.690,00 20,5 Cirurgia (Implante) 18 2% 6.750,00 4,8 Periodontia 100 4% 4.250,00 3,0 Exodontia 61 2% 2.135,00 1,5 Prevenção 24 1% 480,00 0,3 Anamnese 81 2% 0,00 - Ortodontia 38 1% 2.605,00 1,8 Total 1.235 100% R$ 140.070,00 100% 93,3% Dentro da classificação ABC e utilizando-se de planos de expansão do consultório odontológico, considera-se para efeitos de estudos, os seguintes grupos de procedimentos: − Prótese; − Endodontia; − Dentística; − Cirurgia. 4.1.3 Detalhamento dos procedimentos odontológicos Inicialmente antes de descrever os serviços odontológicos, objetos de estudo, devese fazer uma análise quanto aos dentes e suas partes constituintes, com o intuito de melhor compreensão. 55 4.1.3.1 Dentística 4.1.3.1.1 Introdução Dentro do grupo de procedimentos pertinentes a dentística, existem diversos tipos, eis como: restauração com resina, amálgama, ionômetro de vidro e selante; porém devido ao grande número de Restauração com Resina Fotopolimerizável, escolheu este tipo para análise. Dentro do fluxograma de atividades do Consultório, o procedimento de Dentística utiliza as áreas da Recepção e Consultório (1 ou 2). Recepção Consultório 1 Consultório 2 4.1.3.1.2 Conceituação Procedimento odontológico destinado para recuperar dentes através de materiais restauradores, conforme evidenciado na figura 6. 56 Figura 6 - Restauração com resina fotopolimerizável (antes e depois) 4.1.3.1.3 Utilização Utiliza-se principalmente para reconstrução de dentes ou partes destes, atingidos por lesão cariosa ou fratura. 4.1.3.1.4 Etapas para restauração com resina fotopolimerizável a) Exame anamnésico Realizar exame clínico, que consiste em identificar o problema e indicar o correto tratamento. b) Aplicação do anestésico, quando necessário. c) Remoção da cárie A cárie deve ser removida com o auxílio de brocas ou curetas (espátulas). d) Seleção da cor do material restaurador 57 A escolha da cor do material restaurador (resina) deve ser realizada de acordo com a cor dos dentes naturais. e) Isolamento do dente O dente deve ser isolado com rodete de algodão ou diques de borracha, com o intuito de afastar a língua ou bochecha durante o procedimento. f) Aplicação do ácido ortofosfórico Aplicar o ácido ortofosfórico 37% na cavidade do dente seco, formada pela remoção da cárie. g) Lavagem do dente O dente deve ser lavado para remover todo o ácido ortofosfórico existente. h) Aplicação do material forrador (ex. Hidro C – Hidróxido de Cálcio) i) Aplicação do agente de união no dente seco j) Aplicação da primeira camada de resina k) Polimerização 58 Nesta etapa a resina é endurecida através do aparelho fotopolimerizável. l) Aplicação da segunda camada de resina m) Polimerização Nesta etapa a resina é endurecida através do aparelho fotopolimerizável. Na seqüência, retirar os isolamentos. n) Retirar excessos de materiais Remover todo o excesso de material depositado sobre a restauração ou entre os dentes, através de brocas ou lixas. o) Polimento Nesta última etapa do procedimento de Restauração com Resina Fotopolimerizável, é feito o polimento com auxilio de agentes de união ou selante. 59 4.1.3.2 Prótese 4.1.3.2.1 Introdução Existem diversos tipos de próteses na odontologia, porém para efeitos de estudo, deve ser utilizada a Prótese Parcial Removível (PPR), conforme figura 7 por apresentar maior incidência no período analisado no Consultório Odontológico. Dentro do fluxograma de atividades do Consultório, o procedimento de Prótese pode utilizar todas as áreas pertinentes ao fluxo. Recepção Consultório 1 Consultório 2 Laboratório Figura 7 – Prótese parcial removível 60 4.1.3.2.2 Conceituação Prótese parcial removível é um aparelho protético que substitui os dentes naturais, perdidos em arcadas nas quais ainda permanecem alguns dentes naturais, portanto, com perda parcial de dentes. E chamada de removível porque pode ser retirada pelo portador no momento que este desejar. 4.1.3.2.3 Utilização As próteses parciais removíveis são indicadas quando ocorre a perda de um ou mais dentes, podendo ser anteriores ou posteriores, sendo uma opção mais fácil e econômica do que em relação aos implantes e próteses fixas. 4.1.3.2.4 Fixação A prótese é fixada através de grampos "semiflexíveis" metálicos apoiados em dentes naturais (dentes pilares) e por um perfeito assentamento do aparelho sobre a gengiva das áreas desdentadas. Os grampos fixadores das próteses se bem ajustados, não danificam os dentes naturais e o portador deve higienizá-los cuidadosamente, bem como os dentes naturais e o aparelho, evitando o aparecimento da placa (causadora da cárie) e bactérias que se fixam no dente natural e nas superfícies dos grampos. 61 4.1.3.3 Endodontia 4.1.3.3.1 Introdução O entendimento do tratamento endodôntico é possível através do conhecimento do processo da cárie, pois normalmente é a partir desta que este tratamento é indicado. O processo de cárie nos dentes inicia-se pelo esmalte dentário, que pode desenvolver-se tanto por cima, quanto pelas laterais do mesmo, depois de atravessar o esmalte, a cárie atinge a dentina, onde ocorre dor e uma possível irritação da polpa. Ao final, quando não tratada a mesma atinge o canal, destruindo toda a polpa do dente e possibilitando a ocorrência de abscesso apical. Conforme Pécora, Silva, Guerisoli (1997), algumas vezes, a polpa do dente pode ficar inflamada, devido a traumas ou infecções bacterianas. Como este tecido não pode "inchar" como outras partes do corpo quando ficam inflamadas, ocorre a dor. O único tratamento é a remoção desta polpa e o preenchimento deste canal vazio com uma substância apropriada. Algumas vezes pode ocorrer a infecção e a morte da polpa sem nenhuma dor, podendo provocar o escurecimento do dente e a formação de uma lesão no final da raiz do dente, que pode ocasionar na perda do mesmo, caso não seja tratada, através de um tratamento de endodontia. 62 Dentro do fluxograma de atividades do Consultório, o procedimento de Endodontia pode utilizar as áreas da Recepção e Consultório (1 ou 2). Recepção Consultório 1 Consultório 2 4.1.3.3.2 Endodontista Conforme Pécora, Silva, Guerisoli (1997): Apesar de todos os dentistas receberem instrução e treinamento adequado para a prática da terapia endodôntica, alguns resolvem aprofundar-se nesta área, fazendo cursos de especialização e aprendendo técnicas avançadas de tratamento endodôntico. O endodontista está mais apto a tratar de casos complicados, além de possuir equipamentos específicos que auxiliam no diagnóstico e cura de moléstias de natureza endodôntica. 4.1.3.3.3 Etapas do tratamento endodôntico O objetivo do tratamento endodôntico é restabelecer a saúde do dente que teve a polpa destruída, evitando assim a sua extração. Para tanto, segue abaixo as etapas principais de um tratamento endodôntico. a) Abertura e remoção da polpa A polpa destruída pela cárie necessita ser removida. qualquer sensação dolorosa durante o acesso ao canal. A anestesia usada evita 63 b) Limpeza e instrumentação Por meio de movimentos delicados de vai-e-vem, usando limas flexíveis especiais, o dentista vai raspando e regularizando as paredes do canal. Complementa com lavagem por meio de soluções específicas. c) Obturação e restauração O tratamento é completado com a obturação do canal com cones e cimento selador, sendo o dente restaurado externamente com amálgama, resina, prótese, etc. 4.4.1.1 Diagnósticos possíveis para tratamento endodôntico Conforme Pécora, Silva, Guerisoli (1997), alguns sintomas podem estar associados ao tratamento endodôntico, conforme quadro abaixo. Sintoma Provável Problema O que fazer Dor aguda quando morde. Há várias causas para este problema: cárie, restauração insatisfatória ou uma rachadura no dente. Pode haver dano à polpa. Vá ao dentista para uma avaliação. Caso o problema seja no tecido pulpar, seu dentista pode enviá-lo a um endodontista para um tratamento de canal. Dor contínua após ingestão de alimentos quentes ou frios. Isto indica lesão pulpar por cárie severa ou trauma físico. Vá a um endodontista para efetuar tratamento de canal. Dor constante e severa, gengivas inflamadas e sensibilidade ao toque. Pode ter havido a formação de um abscesso, ocasionando a infecção do osso ao redor do dente em questão. Vá a um endodontista para efetuar tratamento de canal. Tome analgésicos para aliviar a dor. Dor constante na cabeça, pescoço ou ouvido. Às vezes, um dente com envolvimento endodôntico pode causar dores em outras partes da cabeça e pescoço, mas outros problemas médicos também podem ser responsáveis. Veja o seu endodontista para uma avaliação. Caso o problema não seja de origem endodôntica, você será encaminhado a um especialista. 64 4.1.3.4 Cirurgia 4.1.3.4.1 Introdução Dentro da odontologia existem diversos tipos de cirurgias, como: extração de terceiro molar, reconstituição buco-maxilo-facial, apicetomia, etc., porém baseado nos levantamentos sobre o tipo de cirurgia mais realizada entre o período de dezembro de 2003 a fevereiro de 2004, constatou-se que a cirurgia de implante osseointegrável obteve maior índice. Dentro do fluxograma de atividades do Consultório, o procedimento de Implante Osseointegrável pode utilizar todas as áreas pertinentes ao fluxo. Recepção Consultório 2 4.1.3.4.2 Implantes osseointegráveis Segundo Ribeiro (2001, p. 12) “são artefatos modernamente confeccionados em titânio, que são [...] rosqueados dentro do osso dos maxilares (superior ou inferior) no lugar onde foi perdido o dente natural, com o objetivo de suportar prótese dental, [...]”, conforme figuras 8 e 9. 65 Figura 8 – Modelo de pino de implante Figura 9 – Colocação do implante no osso 4.1.3.4.3 Tipos Atualmente os implantes mais utilizados, conforme Ribeiro (2001, p. 23) são em forma de parafuso, diferenciados dos antigos, por terem a cabeça hexagonal e um orifício com rosca onde será parafusada a prótese; e o do tipo cilindro para colocação à pressão com janela para crescimento ósseo. Além disso, existe um outro tipo, em forma de cilindro oco com roscas e janelas que permitem o crescimento ósseo em seu interior e fixação também pelas janelas e parte interna. 66 4.1.3.4.4 Etapas de um implante osseointegrável A realização de uma cirurgia de implante é basicamente em duas etapas: Na primeira, através de uma pequena cirurgia, um procedimento relativamente simples, realizado no consultório com anestesia local, são afixados os cilindros de titânio, conforme figura 10. Feito isto é necessária uma espera de 4 (quatro) a 6 (seis) meses, período onde ocorre a integração do implante pelo osso . Figura 10 – Pino de Implante Na segunda fase, o cirurgião dentista faz uma pequena abertura na gengiva e localiza os implantes. Feito isto, é aplicada uma peça cicatrizante, conforme figura e obtida a modelagem gengival para a construção da prótese a ser fixada aos implantes, conforme figuras 11, 12 e 13. Figura 11 – Cicatrizador 67 Figura 12 – Ucla Figura 13 – Implantes após colocação do dente 4.2 Detalhamento dos centros de custos O ambiente estudado foi dividido em quatro centros de custos ou áreas de trabalho, conforme pode ser observado no lay out do ambiente. Estes centros de custos podem ser assim divididos: − Recepção, incluindo sala de espera, banheiros e depósito; − Laboratório; − Consultório 1; − Consultório 2. 4.3 Detalhamento das informações necessárias Devido a falta de informações sobre os valores de materiais utilizados por área de trabalho, foi implantado um controle de requisição de materiais, de maneira simples e objetiva, com o intuito de monitorar a quantidade de materiais utilizados. 68 REQUISIÇÃO DE MATERIAIS Mês: ____________ Data Centro de Custo Saída Entrada Descrição do Material Unidade Quantidade Custo Total (R$) TOTAL A partir da implementação deste controle, torna-se possível o monitoramento das despesas por centros de custos entre os meses de dezembro de 2003 a fevereiro de 2004, conforme Tabela 4. 69 Tabela 4 – Monitoramento das requisições mensais Centro de Custo Valores Médios (R$) Percentual (%) Recepção R$ 12,70 6,0% Laboratório - - Consultório 1 R$ 130,00 61,7% Consultório 2 R$ 68,00 32,3% Total Mensal R$ 210,70 100,0 % Fonte: Requisições de Materiais – Período: Dezembro de 2003 Centro de Custo Valores Médios (R$) Percentual (%) Recepção R$ 13,00 3,0% Laboratório R$ 65,00 17,0% Consultório 1 R$ 193,00 50,0% Consultório 2 R$ 115,00 30,0% Valor Mensal R$ 386,00 100,0% Fonte: Requisições de Materiais – Período: Janeiro de 2004 Centro de Custo Valores Médios (R$) Percentual (%) Recepção R$ 15,00 3,1% Laboratório R$ 18,00 3,7% Consultório 1 R$ 242,00 50,3% Consultório 2 R$ 206,00 42,9% Valor Mensal R$ 481,00 100,0% Fonte: Requisições de Materiais – Período: Fevereiro de 2004 A partir desta análise mensal, evidencia-se que o Centro de Custo – Consultório 1, responde por 52,4% do consumo de materiais odontológicos (ex.: ácido, resina, papel toalha, guardanapo, etc.), o que pode ser evidenciado no gráfico abaixo. 70 Controle de Requisições Emitidas por Centro de Custo Percentuais (%) 60,0% 5 2 ,4 % 50,0% 3 6 ,1 % 40,0% 30,0% 20,0% 7 ,7 % 10,0% 3 ,8 % 0,0% Consultório 1 Consultório 2 Laboratório Recepção Centros de Custos Fonte: Requisições de materiais do período Dezembro/2003 a Fevereiro/2004. Para efeitos de análise de desperdício, salienta-se que no Consultório 1 trabalham profissionais terceirizados, que independente do resultado do Consultório, recebem 50% do valor do procedimento pago pelo cliente, não descontando deste, os materiais utilizados. 4.4 Atribuição dos custos aos centros de custos 4.4.1 Alocação dos custos fixos aos centros de custos Relaciona-se na seqüência os quadros demonstrativos, com os respectivos meses de alocação dos custos fixos. 71 Alocação dos Custos Fixos aos Centros de Custos Dezembro/2003 Centros de Custos Descrição Encargos sociais sobre empregados Serviços de terceiros (motoboy) Limpeza Energia elétrica Honorários Salários Horas extras Água Publicidade Material de expediente Alimentação Internet Manutenção de Equipamentos Telefone Jornais Depreciação Vigilância Pro labore Instituição de classe Treinamentos Provisão de férias Provisão de 13 salário Impostos Sub-total Geral Consultório 1 R$ 214,30 R$ 22,60 R$ 55,00 R$ 63,50 R$ 99,00 R$ 241,10 R$ 23,50 R$ 8,40 R$ R$ R$ 0,70 R$ R$ 157,20 R$ R$ R$ 197,10 R$ 5,00 R$ R$ R$ R$ 26,72 R$ 20,09 R$ 81,50 R$ Consultório 2 R$ 214,30 R$ 58,80 R$ 55,00 R$ 63,50 R$ 99,00 R$ 241,10 R$ 23,50 R$ 8,40 R$ R$ R$ 0,70 R$ R$ 162,20 R$ R$ R$ 237,40 R$ 5,00 R$ 3.000,00 R$ 31,00 R$ 165,00 R$ 26,72 R$ 20,09 R$ 81,50 1.215,71 R$ Recepção R$ 214,30 R$ R$ 55,00 R$ 7,40 R$ 11,70 R$ 241,10 R$ 23,50 R$ 23,20 R$ 195,00 R$ 230,00 R$ 0,70 R$ 20,00 R$ R$ 252,60 R$ 46,00 R$ 121,20 R$ 5,00 R$ R$ R$ R$ 26,72 R$ 20,09 R$ 1,60 4.493,21 R$ 1.495,11 R$ Demonstrativo do Custo Fixo Mensal Dezembro/2003 Centros de Custos R $ 4 .4 9 3,2 1 R$ 4.500,00 R$ 4.000,00 R$ 3.500,00 R$ 3.000,00 R$ 2.500,00 R$ 2.000,00 R$ 1.500,00 R$ 1.000,00 R$ 500,00 R$ - R $ 1 .49 5 ,1 1 R $ 1.21 5 ,7 1 R $ 6 6 2 ,9 6 Consultório 1 Consultório 2 Recepção Centros de Custos Valores (R$) Laboratório R$ 214,30 R$ 9,05 R$ 55,00 R$ 14,20 R$ 23,30 R$ 241,10 R$ 23,50 R$ 2,10 R$ R$ R$ 0,70 R$ R$ R$ R$ R$ 26,30 R$ 5,00 R$ R$ R$ R$ 26,72 R$ 20,09 R$ 1,60 Laboratório 662,96 72 Alocação dos Custos Fixos aos Centros de Custos Janeiro/2004 Centros de Custos Descrição Encargos sociais sobre empregados Serviços de terceiros (motoboy) Limpeza Energia elétrica Honorários Salários Horas extras Publicidade Água Material de expediente Alimentação Internet Telefone Jornais Manutenção de Equipamentos Depreciação Vigilância Instituição de classe Pro labore Treinamentos Provisão de férias Provisão de 13 salário Impostos Sub-total Geral Consultório 1 R$ 37,60 R$ 28,10 R$ 47,50 R$ 62,00 R$ 99,00 R$ 287,10 R$ 66,00 R$ R$ 8,40 R$ 24,50 R$ R$ R$ R$ R$ 179,00 R$ 197,10 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 31,82 R$ 23,93 R$ 89,10 R$ Consultório 2 R$ 37,60 R$ 73,10 R$ 47,50 R$ 62,00 R$ 119,80 R$ 287,10 R$ 66,00 R$ R$ 8,40 R$ 24,50 R$ R$ R$ R$ R$ R$ 237,40 R$ 3,80 R$ 51,80 R$ 3.000,00 R$ 165,00 R$ 31,82 R$ 23,93 R$ 89,10 1.184,95 R$ Recepção R$ 37,60 R$ R$ 47,50 R$ 7,30 R$ 11,70 R$ 287,10 R$ 66,00 R$ 25,00 R$ 23,20 R$ R$ R$ 20,00 R$ 222,30 R$ 90,36 R$ R$ 121,20 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 31,82 R$ 23,93 R$ 1,60 4.328,85 R$ 1.020,41 R$ Centros de Custos Demonstrativo do Custo Fixo Mensal Janeiro/2004 R$ 4.500,00 R$ 4.000,00 R$ 3.500,00 R$ 3.000,00 R$ 2.500,00 R$ 2.000,00 R$ 1.500,00 R$ 1.000,00 R$ 500,00 R$ - R $ 4 .3 2 8,8 5 R $ 1.18 4 ,9 5 R $ 1 .02 0 ,4 1 R $ 5 7 6 ,8 7 Consultório 1 Consultório 2 Recepção Centros de Custos Valores (R$) Laboratório R$ 37,60 R$ 11,24 R$ 47,50 R$ 14,58 R$ 23,30 R$ 287,10 R$ 66,00 R$ R$ 2,10 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 26,30 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 31,82 R$ 23,93 R$ 1,60 Laboratório 576,87 73 Alocação dos Custos Fixos aos Centros de Custos Fevereiro/2004 Centros de Custos Descrição Encargos sociais sobre empregados Serviços de terceiros (motoboy) Limpeza Energia elétrica Honorários Salários Horas extras Publicidade Material de limpeza Alimentação Água Internet Manutenção de Equipamentos Telefone Jornais Depreciação Vigilância Instituição de classe Treinamentos Pro labore Provisão de férias Provisão de 13 salário Impostos Sub-total Geral Consultório 1 R$ 32,30 R$ 7,20 R$ 35,00 R$ 64,00 R$ 142,90 R$ 338,20 R$ 81,30 R$ R$ 4,30 R$ R$ 8,40 R$ R$ 22,20 R$ R$ R$ 197,10 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 37,48 R$ 28,18 R$ 59,70 R$ Consultório 2 R$ 32,30 R$ 62,10 R$ 35,00 R$ 64,00 R$ 142,90 R$ 338,20 R$ 81,30 R$ R$ 4,30 R$ R$ 8,40 R$ R$ 142,20 R$ R$ R$ 237,40 R$ 3,80 R$ 51,80 R$ R$ 3.000,00 R$ 37,48 R$ 28,18 R$ 59,70 1.062,07 R$ Recepção R$ 32,30 R$ R$ 35,00 R$ 7,50 R$ 16,80 R$ 338,20 R$ 81,30 R$ 25,00 R$ 4,30 R$ R$ 23,20 R$ 20,00 R$ R$ 214,00 R$ 46,00 R$ 121,20 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 37,48 R$ 28,18 R$ 1,60 4.329,07 R$ 1.035,87 R$ Centros de Custos Demonstrativo do Custo Fixo Mensal Fevereiro/2004 R$ 4.500,00 R$ 4.000,00 R$ 3.500,00 R$ 3.000,00 R$ 2.500,00 R$ 2.000,00 R$ 1.500,00 R$ 1.000,00 R$ 500,00 R$ - R $ 4 .3 29 ,07 R $ 1.06 2 ,0 7 R $ 1 .0 3 5 ,8 7 R $ 6 4 6,97 Consultório 1 Consultório 2 Recepção Centros de Custos Valores (R$) Laboratório R$ 32,30 R$ 7,70 R$ 35,00 R$ 15,10 R$ 33,60 R$ 338,20 R$ 81,30 R$ R$ 4,30 R$ R$ 2,10 R$ R$ R$ R$ R$ 26,30 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 37,48 R$ 28,18 R$ 1,60 Laboratório 646,97 74 4.4.2 Definição dos centros de custos em diretos e indiretos Baseando-se nas definições sobre Centros de Custos Diretos e Indiretos, definiu-se em Diretos os Consultórios, e Indiretos a Recepção e o Laboratório. Para tanto, as despesas provenientes dos Centros de Custos Indiretos foram rateadas para os Diretos através de bases de rateio, onde a Recepção utilizou-se do critério de número de atendimentos de clientes, enquanto que o Laboratório através do número de próteses realizadas ao longo do mês. Desta forma, os Centros de Custos Diretos com seus respectivos valores, incluindo o rateio dos Indiretos pode ser verificado mensalmente, conforme demonstrativos abaixo. 75 Alocação dos Custos Fixos aos Centros de Custos Dezembro/2003 Centros de Custos Descrição Encargos sociais sobre empregados Serviços de terceiros (motoboy) Limpeza Energia elétrica Honorários Salários Horas extras Água Publicidade Material de expediente Alimentação Internet Manutenção de Equipamentos Telefone Jornais Depreciação Vigilância Pro labore Instituição de classe Treinamentos Provisão de férias Provisão de 13 salário Impostos Sub-total Geral Consultório 1 R$ 214,30 R$ 22,60 R$ 55,00 R$ 63,50 R$ 99,00 R$ 241,10 R$ 23,50 R$ 8,40 R$ R$ R$ 0,70 R$ R$ 157,20 R$ R$ R$ 197,10 R$ 5,00 R$ R$ R$ R$ 26,72 R$ 20,09 R$ 81,50 Consultório 2 R$ 214,30 R$ 58,80 R$ 55,00 R$ 63,50 R$ 99,00 R$ 241,10 R$ 23,50 R$ 8,40 R$ R$ R$ 0,70 R$ R$ 162,20 R$ R$ R$ 237,40 R$ 5,00 R$ 3.000,00 R$ 31,00 R$ 165,00 R$ 26,72 R$ 20,09 R$ 81,50 R$ 1.215,71 R$ Rateio da Recepção - Nr. de atendimentos R$ 695,23 R$ 799,89 Rateio do Laboratório - Nr. de próteses R$ 165,74 R$ 497,22 2.076,68 R$ 5.790,32 Total Geral R$ Recepção R$ 214,30 R$ R$ 55,00 R$ 7,40 R$ 11,70 R$ 241,10 R$ 23,50 R$ 23,20 R$ 195,00 R$ 230,00 R$ 0,70 R$ 20,00 R$ R$ 252,60 R$ 46,00 R$ 121,20 R$ 5,00 R$ R$ R$ R$ 26,72 R$ 20,09 R$ 1,60 4.493,21 R$ 1.495,11 R$ Demonstrativo do Custo Fixo Mensal Dezembro/2003 R$ 5.790,32 Centros de Custos R$ 6.000,00 R$ 5.000,00 R$ 4.000,00 R$ 3.000,00 R$ 2.076,68 R$ 2.000,00 R$ 1.000,00 R$ Consultório 1 Consultório 2 Recepção Centros de Custos Valores (R$) Laboratório R$ 214,30 R$ 9,05 R$ 55,00 R$ 14,20 R$ 23,30 R$ 241,10 R$ 23,50 R$ 2,10 R$ R$ R$ 0,70 R$ R$ R$ R$ R$ 26,30 R$ 5,00 R$ R$ R$ R$ 26,72 R$ 20,09 R$ 1,60 Laboratório 662,96 76 Alocação dos Custos Fixos aos Centros de Custos Janeiro/2004 Centros de Custos Descrição Encargos sociais sobre empregados Serviços de terceiros (motoboy) Limpeza Energia elétrica Honorários Salários Horas extras Publicidade Água Material de expediente Alimentação Internet Telefone Jornais Manutenção de Equipamentos Depreciação Vigilância Instituição de classe Pro labore Treinamentos Provisão de férias Provisão de 13 salário Impostos Sub-total Geral Consultório 1 R$ 37,60 R$ 28,10 R$ 47,50 R$ 62,00 R$ 99,00 R$ 287,10 R$ 66,00 R$ R$ 8,40 R$ 24,50 R$ R$ R$ R$ R$ 179,00 R$ 197,10 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 31,82 R$ 23,93 R$ 89,10 Consultório 2 R$ 37,60 R$ 73,10 R$ 47,50 R$ 62,00 R$ 119,80 R$ 287,10 R$ 66,00 R$ R$ 8,40 R$ 24,50 R$ R$ R$ R$ R$ R$ 237,40 R$ 3,80 R$ 51,80 R$ 3.000,00 R$ 165,00 R$ 31,82 R$ 23,93 R$ 89,10 R$ 1.184,95 R$ Rateio da Recepção - Nr. de atendimentos R$ 592,86 R$ 427,55 Rateio do Laboratório - Nr. de próteses R$ 184,60 R$ 392,27 1.962,40 R$ 5.148,66 Total Geral R$ Recepção R$ 37,60 R$ R$ 47,50 R$ 7,30 R$ 11,70 R$ 287,10 R$ 66,00 R$ 25,00 R$ 23,20 R$ R$ R$ 20,00 R$ 222,30 R$ 90,36 R$ R$ 121,20 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 31,82 R$ 23,93 R$ 1,60 4.328,85 R$ 1.020,41 R$ Demonstrativo do Custo Fixo Mensal Janeiro/2004 Centros de Custos R$ 5.148,66 R$ 5.000,00 R$ 4.000,00 R$ 3.000,00 R$ 1.962,40 R$ 2.000,00 R$ 1.000,00 R$ Consultório 1 Consultório 2 Recepção Centros de Custos Valores (R$) Laboratório R$ 37,60 R$ 11,24 R$ 47,50 R$ 14,58 R$ 23,30 R$ 287,10 R$ 66,00 R$ R$ 2,10 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 26,30 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 31,82 R$ 23,93 R$ 1,60 Laboratório 576,87 77 Alocação dos Custos Fixos aos Centros de Custos Fevereiro/2004 Centros de Custos Descrição Encargos sociais sobre empregados Serviços de terceiros (motoboy) Limpeza Energia elétrica Honorários Salários Horas extras Publicidade Material de limpeza Alimentação Água Internet Manutenção de Equipamentos Telefone Jornais Depreciação Vigilância Instituição de classe Treinamentos Pro labore Provisão de férias Provisão de 13 salário Impostos Sub-total Geral Consultório 1 R$ 32,30 R$ 7,20 R$ 35,00 R$ 64,00 R$ 142,90 R$ 338,20 R$ 81,30 R$ R$ 4,30 R$ R$ 8,40 R$ R$ 22,20 R$ R$ R$ 197,10 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 37,48 R$ 28,18 R$ 59,70 Consultório 2 R$ 32,30 R$ 62,10 R$ 35,00 R$ 64,00 R$ 142,90 R$ 338,20 R$ 81,30 R$ R$ 4,30 R$ R$ 8,40 R$ R$ 142,20 R$ R$ R$ 237,40 R$ 3,80 R$ 51,80 R$ R$ 3.000,00 R$ 37,48 R$ 28,18 R$ 59,70 R$ 1.062,07 R$ Rateio da Recepção - Nr. de atendimentos R$ 517,93 R$ 517,93 Rateio do Laboratório - Nr. de próteses R$ 168,21 R$ 478,76 1.748,21 R$ 5.325,76 Total Geral R$ Recepção R$ 32,30 R$ R$ 35,00 R$ 7,50 R$ 16,80 R$ 338,20 R$ 81,30 R$ 25,00 R$ 4,30 R$ R$ 23,20 R$ 20,00 R$ R$ 214,00 R$ 46,00 R$ 121,20 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 37,48 R$ 28,18 R$ 1,60 4.329,07 R$ 1.035,87 R$ Demonstrativo do Custo Fixo Mensal Fevereiro/2004 Centros de Custos R$ 5.325,76 R$ 5.000,00 R$ 4.000,00 R$ 3.000,00 R$ 2.000,00 R$ 1.748,21 R$ 1.000,00 R$ Consultório 1 Consultório 2 Recepção Centros de Custos Valores (R$) Laboratório R$ 32,30 R$ 7,70 R$ 35,00 R$ 15,10 R$ 33,60 R$ 338,20 R$ 81,30 R$ R$ 4,30 R$ R$ 2,10 R$ R$ R$ R$ R$ 26,30 R$ 3,80 R$ R$ R$ R$ 37,48 R$ 28,18 R$ 1,60 Laboratório 646,97 78 Analisando os Demonstrativos acima com seus respectivos gráficos, constata-se a representatividade do Consultório 2, no que diz respeito a participação nas Despesas. Esta representatividade deve-se a diversos fatores, eis como: − Serviços de terceiros correspondem as despesas com motoboy, utilizado para o transporte de próteses entre o Laboratório Protético (terceirizado) e o Consultório; − O Centro de Custo Consultório 2 apresenta um número maior de equipamentos, onde o grau de utilização dos mesmos também é maior, conseqüentemente despesas com manutenção e valores para depreciação também são maiores, se comparados ao Consultório 1; − Outros fatores condicionantes são pro-labore e a instituição de classe do cirurgião dentista responsável, visto que o mesmo trabalha exclusivamente neste Centro de Custo. Além disso, a instituição de classe (CRO) refere-se ao profissional e não aos consultórios. 79 4.5 Atribuição dos centros de custos aos procedimentos 4.5.1 Levantamento dos tempos padrão para os procedimentos Inicialmente depois de definido os serviços odontológicos a serem utilizados, ou seja, a amostra a ser estudada, definiu-se os tempos médios destinados a cada procedimento, conforme quadro abaixo. Tempo Padrão para Procedimentos Odontológicos Centros de Custos Procedimento Consultório 1 Consultório 2 Recepção Laboratório 30 30 30 30 5 5 1 1 5 1 10 1 1 1 1 30 30 30 30 1 1 - 30 60 30 30 60 30 1 1 1 - 30 60 219 5 5 - 30 5 - 90 15 - Prótese Parcial Removível 1 - Moldagem 2 - Prova da estrutura metálica 3 - Prova dos dentes 4 - Entrega da prótese 5 - Ajustes Tempo Total (min.) 30 30 30 30 5 152 Endodontia 1 - Abordagem 2 - Odontometria 3 - Preparo quimico-mecânico 1 e 2 canais 3 e 4 canais 4 - Prova dos cones 5 - Obturação de canal 1 e 2 canais 3 e 4 canais Tempo Total (min.) - 1 e 2 canais 30 60 159 Dentística 1 - Restauração de Resina Tempo Total (min.) 30 1 - Implante Osteointegrável Tempo Total (min.) - 35 Cirurgia 105 Obs.: Tempos em minutos O tempo padrão corresponde ao tempo destinado na agenda para a realização do procedimento. 80 4.5.2 Levantamento das horas disponíveis e trabalhadas Para o levantamento das horas disponíveis e trabalhadas foi implementado um quadro de acompanhamento mensal, conforme Tabela 5, onde as secretárias ao final de cada mês registravam todas as informações, supervisionadas pelo Cirurgião Dentista responsável. Tabela 5 – Monitoramento de horário Dentista 1 Dentista 2 Dentista 3 Dentista 4 Total geral Horas disponíveis Horas trabalhadas Horas ociosas por falta do cliente Horas ociosas por falta do dentista Horas não trabalhadas Fonte: Qualificar – Administração e Marketing Odontológico Desta forma, ao final do período analisado obteve-se um resumo das horas monitoradas, conforme Tabela 6. 81 Tabela 6 – Resumo do monitoramento de horas Mês Horas Disponíveis Horas Trabalhadas Horas Ociosas Dezembro 311,50 286,50 25 Janeiro 351,00 327,00 24 Fevereiro 307,50 276,50 31 Total 970,00 890,00 80 4.5.3 Valorização das horas disponíveis e trabalhadas Nesta etapa, a partir dos custos fixos mensais levantados anteriormente dividiu-se este valor pelas horas obtidas na etapa anterior, resultando na Tabela 7. Ressalta-se que quanto maior o aproveitamento das horas disponíveis, menor será o custo fixo da hora efetivamente trabalhada. Tabela 7 – Valorização de horas mensais Mês Valor Hora Disponível (R$) Valor Hora Trabalhada (R$) Dezembro R$ 25,26 R$ 27,46 Janeiro R$ 20,26 R$ 21,75 Fevereiro R$ 23,00 R$ 25,58 Valor Médio (R$) R$ 22,73 R$ 24,78 As horas disponíveis correspondem aos horários reservados para os atendimentos, desconsiderando os horários destinados aos assuntos particulares. 82 4.6 Atribuição de insumos aos procedimentos Matérias Primas Utilizadas nos Procedimentos Matéria Prima Procedimento Descrição 1 Papel toalha Peça 2 Luvas Sugador Par Peça 1 1 Peça Peça 0,03 Rodetes de algodão Tira de matriz de poliester Peça 0,5 Bond ml 0,02 Selante Pincel microbrush ml 0,01 1 Resina A3,5 A3 A2 Peça Grama Ácido ortofosfórico 37% Grama 7 0,2 0,1 Tira de lixa de aço Peça 0,5 Broca 2215/3216 Broca 3118F Peça 0,02 0,01 Peça Par 8 Peça Grama 0,1 50 Toalha de papel Peça Peça 10 Disco de carburundum Peça 0,33 Cera 7 Peça 0,5 ml 10 0,33 Luvas Broca 3216 Alginato Guardanapo de papel Prótese: Prótese Parcial Removível (PPR) Quantidade Peça Broca 2215 ou 1011 Dentística: Restauração de Resina Fotopolimerizável Unidade Guardanapo de papel Álcool (lamparina) Papel articulação Pasta lisanda Prótese (laboratório) Broca de desgaste Pedra pomes Peça 3 Grama Peça 6 Peça 0,1 Grama 50 1 83 Matérias Primas Utilizadas nos Procedimentos Matéria Prima Procedimento Descrição Luvas Broca 2215 Anestésico Guardanapo de papel Toalha de papel Agulha para anestesia Endodontia: Abordagem Película de Raio X Revelador Fixador Lima 15 Lima 20 Tricresol / paramono / otosporim Máscara Sugador Curativo Luvas Broca 2215 Anestésico Guardanapo de papel Toalha de papel Agulha para anestesia Película de Raio X Revelador Fixador Endodontia: Odontometria, Preparo Químico Mecânico (Otr, Hipoclorito de sódio PQM) Lima 20 Lima 25 Lima 30 Lima 35 Lima 40 Tricresol / paramono / otosporim Máscara Sugador Curativo Luvas Guardanapo de papel Toalha de papel Agulha para anestesia Hipoclorito de sódio Endodontia: Preparo Químico Lima 30 Mecânico (PQM) Lima 35 Lima 40 Tricresol / paramono / otosporim Unidade Par Peça Tubete Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça Par Peça Tubete Peça Peça Peça Peça Peça Peça Tubete Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça Par Peça Peça Peça Tubete Peça Peça Peça Máscara Sugador Peça Peça Peça Curativo Peça Quantidade 8 0,1 2 1 2 1 1 0,01 0,01 0,1 0,1 0,01 1 1 0,01 8 0,02 1 1 2 1 1 0,01 0,01 2 0,1 0,1 0,05 0,05 0,05 0,01 1 1 0,01 8 1 2 1 2 0,05 0,05 0,05 0,01 1 1 0,01 84 Matérias Primas Utilizadas nos Procedimentos Procedimento Matéria Prima Descrição Luvas Guardanapo de papel Toalha de papel Agulha para anestesia Hipoclorito de sódio Espaçador Óxido de zinco Curativo provisório Endodontia:Preparo Químico Película de Raio X Mecânico, Prova dos Cones e Obturação de Canal (PQM, PrC,Revelador Fixador ObtCa) o Álcool para lamparina (92 ) Lençol de borracha Eugenol Cones de guta percha Cone principal Máscara Sugador Cones de papel Pino de implante Osso bovino Embalagem para autoclave Guardanapo de papel Toalha de papel Soro Cirurgia: Implante Dentário Lâmina de bisturi Fio sutura Agulha sutura Anestésico Agulha para anestesia Kit cirúrgico Película de Raio X Toalha de papel Revelador Cirurgia: Revisão Fixador Máscara Guardanapo de papel Unidade Par Peça Peça Peça Tubete Peça Grama Peça Peça Peça Peça ml Peça Grama Peça Peça Peça Peça Peça Quantidade Peça Frasco Peça Peça Peça Litro Peça cm Peça Tubete Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça Peça 1 0,5 1 1 1 0,25 1 15 0,33 2 1 1 1 2 0,01 0,01 1 1 8 1 2 1 2 0,004 0,02 0,01 1 0,01 0,01 10 2 0,02 3 1 1 1 3 85 4.7 Consolidação dos dados 4.7.1 Definição do custo padrão para dentística Custo Padrão para Procedimentos Odontológicos Procedimento: Dentística (Restauração de Resina) Matéria Prima Descrição / Etapas 1 -Preparo do cliente Descrição Quantidade Valor Unit. Valor Total Mão de Obra Quantidade Valor Unit. Valor Total Guardanapo de papel 1 R$ 0,06 R$ 0,06 - - - Papel toalha Luvas 2 2 R$ 0,02 R$ 0,13 R$ 0,03 R$ 0,26 R$ 0,05 - - - Sugador 1 R$ 0,05 MOD Recepção - - - 0,08 R$ 24,78 R$ 2,07 MOD Consultório - - - 0,08 R$ 24,78 R$ 2,07 Broca 2215 ou 1011 0,03 R$ 4,50 R$ 0,14 - - - 2- Remoção da Cárie Rodetes de algodão 2 R$ 0,01 R$ 0,02 - - - - - - 0,42 R$ 24,78 R$ 10,33 3- Aplicação do Ácido Ácido ortofosfórico 37% Rodete de Algodão 0,1 1 R$ 1,65 R$ 0,01 R$ 0,17 R$ 0,01 - - - - - - Bond MOD Consultório 4- Aplicação do Material Restaurador 0,02 R$ 15,90 R$ 0,32 Pincel microbrush 1 R$ 0,11 R$ 0,11 - - - Resina A3,5 A3 A2 0,2 R$ 16,00 R$ 3,20 - - - Tira de matriz de poliester 0,5 R$ 0,04 R$ 0,02 - - - 2 R$ 0,01 R$ 0,02 - - - Rodetes de Algodão 5- Remoção do Excesso Tira de lixa de aço 0,5 R$ 0,58 R$ 0,29 - - - Rodete de Algodão 1 R$ 0,01 R$ 0,01 - - - Broca 3118F 0,01 R$ 4,50 R$ 0,05 - - - Broca 2215/3216 0,02 R$ 4,50 R$ 0,09 - - - 1 R$ 0,01 R$ 0,01 - - - 0,02 R$ 26,00 R$ 5,36 R$ 0,52 - R$ 14,46 - Rodete de Algodão 6- Polimento Selante Alpha Seal Sub Total Custo Padrão Total Analisando o demonstrativo R$ acima para o 19,81 procedimento de Dentística, especificamente Restauração com Resina, obtém-se um valor de R$ 19,81 como custo padrão para o ambiente estudado, o que pode se dizer que este é o valor mínimo que pode ser cobrado neste procedimento, sem lucro algum. Todavia, para a formação do preço deste procedimento, deve se considerar este custo, acrescido de uma margem de lucro que se deseja alcançar. 86 Atualmente, cobra-se em torno de R$ 40,00 um procedimento deste, o que pode se dizer que o mesmo está lucrando aproximadamente R$ 20,00, ou seja, está ganhando 100% acima do valor. 4.7.2 Definição do custo padrão para prótese parcial removível Custo Padrão para Procedimentos Odontológicos Procedimento: Prótese Parcial Removível Matéria Prima Descrição / Etapas Descrição Luvas Alginato 1- Moldagem 2- Prova da Estrutura Metálica 3- Prova dos Dentes 4- Entrega da Prótese Mão de Obra Valor Total Quantidade Valor Unit. Valor Total 2 R$ 0,13 R$ 0,26 - - - 0,05 R$ 11,00 R$ 0,55 - - - Guardanapo de papel 1 R$ 0,06 R$ 0,06 - - - Toalha de papel 2 R$ 0,02 R$ 0,03 - - - MOD Recepção - - - 0,08 R$ 24,78 R$ 2,07 MOD Laboratório MOD Consultório - - - 0,17 R$ 24,78 R$ 4,13 0,5 R$ 24,78 R$ 12,39 Disco de carburundum 0,33 R$ 0,53 R$ 0,17 Cera 7 0,5 R$ 0,85 R$ 0,43 - - - Álcool (lamparina) 0,01 R$ 2,20 R$ 0,02 - - - 2 R$ 0,13 R$ 0,26 - - - Luvas Toalha de Papel 2 R$ 0,02 R$ 0,03 - - - Guardanapo de Papel 1 R$ 0,06 R$ 0,06 - - - MOD Consultório - - - 0,5 R$ 24,78 R$ 12,39 MOD Recepção - - - 0,02 R$ 24,78 R$ 0,41 MOD Laboratório - - - 0,02 R$ 24,78 R$ 0,41 Papel articulação 0,33 R$ 0,17 R$ 0,06 - - - Pasta lisanda 0,17 R$ 31,00 R$ 5,27 - - - Luva 2 R$ 0,13 R$ 0,26 - - - Toalha de Papel 2 R$ 0,02 R$ 0,03 - - - Guardanapo de Papel 1 R$ 0,06 R$ 0,06 - - - MOD Consultório - - - 0,5 R$ 24,78 R$ 12,39 MOD Recepção MOD Laboratório - - - 0,02 R$ 24,78 R$ 0,41 0,02 R$ 24,78 R$ 0,41 Prótese (laboratório) 1 R$ 210,00 R$ 210,00 Toalha de Papel 2 R$ 0,02 R$ 0,03 - - - MOD Recepção - - - 0,08 R$ 24,78 R$ 2,07 MOD Laboratório - - - 0,02 R$ 24,78 R$ 0,41 R$ 12,39 - - - 0,5 R$ 24,78 Broca de desgaste 0,1 R$ 1,50 R$ 0,15 - - - Pedra pomes 0,2 0,33 R$ 3,90 R$ 0,78 - - - R$ 0,17 R$ 0,06 - - - Luvas 2 R$ 0,13 R$ 0,26 - - - R$ 0,02 R$ 0,03 - - - 0,02 R$ 24,78 R$ 0,41 MOD Consultório Papel de Contato 5 - Ajuste Quantidade Valor Unit. Toalha de Papel 2 MOD Recepção - MOD Laboratório - - - 0,02 R$ 24,78 R$ 0,41 MOD Consultório Sub Total - R$ 218,84 - 0,08 R$ 24,78 R$ 62,78 R$ 2,07 Custo Padrão Total R$ - 281,62 Analisando o demonstrativo acima para o procedimento de Prótese Parcial Removível obtém-se um valor de R$ 281,62 como custo padrão para o ambiente 87 estudado, o que pode se dizer que este é o valor mínimo que pode ser cobrado neste procedimento, sem lucro algum. Todavia, para a formação do preço deste procedimento, deve se considerar este custo, acrescido de uma margem de lucro que se deseja alcançar. Atualmente, cobra-se em torno de R$ 420,00 um procedimento deste, o que se pode dizer que o mesmo está lucrando aproximadamente R$138,38, ou seja, está ganhando 33% acima do valor. 4.7.3 Definição do custo padrão para endodontia Custo Padrão para Procedimentos Odontológicos Descrição / Etapas 1- Abordagem 2- Odontometria Procedimento: Endodontia (Tratamento para 1 ou 2 Canais) Matéria Prima Descrição MOD Consultório MOD Recepção Guardanapo de Papel Toalha de Papel Luvas Anestésico Agulha para anestesia Película de Rx Revelador Fixador Broca 2215 Lima 15 Lima 20 Tricresol/Paramono/Otosporin Curativo Sugador Máscara MOD Consultório MOD Recepção Guardanapo de Papel Toalha de Papel Luvas Anestésico Agulha de anestesia Hipoclorito de sódio Película de Rx Revelador Fixador Broca 2215 Lima 20 Lima 25 Lima 30 Lima 35 Lima 40 Tricresol/Paramono Curativo Sugador Máscara Quantidade Valor Unit. 1 R$ 0,06 2 R$ 0,02 2 R$ 0,13 2 R$ 0,27 1 R$ 0,17 1 R$ 0,06 0,01 R$ 4,30 0,01 R$ 4,30 0,1 R$ 4,50 0,1 R$ 4,60 0,1 R$ 4,60 0,01 R$ 5,70 0,02 R$ 11,50 1 R$ 0,07 1 R$ 0,15 1 R$ 0,06 2 R$ 0,02 2 R$ 0,13 1 R$ 0,27 1 R$ 0,17 2 R$ 0,05 1 R$ 0,60 0,01 R$ 4,30 0,01 R$ 4,30 0,02 R$ 4,50 0,05 R$ 4,60 0,05 R$ 4,60 0,05 R$ 4,60 0,05 R$ 4,60 0,05 R$ 4,60 0,01 R$ 5,70 0,02 R$ 11,50 1 R$ 0,07 1 R$ 0,15 Valor Total R$ 0,06 R$ 0,03 R$ 0,26 R$ 0,54 R$ 0,17 R$ 0,06 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,45 R$ 0,46 R$ 0,46 R$ 0,06 R$ 0,23 R$ 0,07 R$ 0,15 R$ 0,06 R$ 0,03 R$ 0,26 R$ 0,27 R$ 0,17 R$ 0,10 R$ 0,60 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,09 R$ 0,23 R$ 0,23 R$ 0,23 R$ 0,23 R$ 0,23 R$ 0,06 R$ 0,23 R$ 0,07 R$ 0,15 Mão de Obra Quantidade 0,5 0,02 Valor Unit. Valor Total R$ 24,78 R$ 12,39 R$ 24,78 R$ 0,41 - - 0,5 0,02 R$ 24,78 R$ 24,78 - - R$ R$ 12,39 0,41 - 88 Custo Padrão para Procedimentos Odontológicos Descrição / Etapas Procedimento: Endodontia (Tratamento para 1 ou 2 Canais) Matéria Prima Descrição MOD Consultório MOD Recepção Guardanapo de papel Toalha de Papel Luvas Sugador 3- Preparo quimico Hipoclorito de sódio mecânico Agulha de anestesia Lima 30 Lima 35 Lima 40 Tricresol/Paramono Curativo Máscara MOD Consultório MOD Recepção Guardanapo de papel Toalha de papel Sugador Hipoclorito de sódio Agulha de anestesia Luvas Espaçador Oxido de zinco 4- Obturação de Canal Eugenol Cones acessórios guta percha Cones principais guta percha Cones de papel Curativo Lençol de borracha Álcool (lamparina) Película de Rx Revelador Fixador Máscara Sub Total Quantidade Valor Unit. 1 2 2 1 2 1 0,05 0,05 0,05 0,01 0,02 1 1 2 1 1 1 2 0,004 0,01 0,02 4 3 6 0,02 1 0,01 1 0,01 0,01 1 R$ 0,06 R$ 0,02 R$ 0,13 R$ 0,07 R$ 0,05 R$ 0,17 R$ 4,60 R$ 4,60 R$ 4,60 R$ 5,70 R$ 11,50 R$ 0,15 R$ 0,06 R$ 0,02 R$ 0,05 R$ 0,05 R$ 0,17 R$ 0,13 R$ 16,25 R$ 2,90 R$ 5,90 R$ 0,10 R$ 0,11 R$ 0,07 R$ 11,50 R$ 0,40 R$ 2,20 R$ 0,60 R$ 4,30 R$ 4,30 R$ 0,15 R$ 11,68 Custo Padrão Total Valor Total R$ 0,06 R$ 0,03 R$ 0,26 R$ 0,07 R$ 0,10 R$ 0,17 R$ 0,23 R$ 0,23 R$ 0,23 R$ 0,06 R$ 0,23 R$ 0,15 R$ 0,06 R$ 0,03 R$ 0,05 R$ 0,05 R$ 0,17 R$ 0,26 R$ 0,07 R$ 0,03 R$ 0,12 R$ 0,40 R$ 0,33 R$ 0,42 R$ 0,23 R$ 0,40 R$ 0,02 R$ 0,60 R$ 0,04 R$ 0,04 R$ 0,15 Mão de Obra Quantidade Valor Unit. Valor Total 0,5 0,02 R$ 24,78 R$ 24,78 R$ 12,39 R$ 0,41 - - - 0,5 0,08 R$ 24,78 R$ 24,78 R$ 12,39 R$ 2,07 - - - R$ 52,86 R$ 64,54 Analisando o demonstrativo acima para o procedimento de Endodontia com tratamento de 1 ou 2 canais obtém-se um valor de R$ 64,54 como custo padrão para o ambiente estudado, o que pode se dizer que este é o valor mínimo que pode ser cobrado neste procedimento, sem lucro algum. Todavia, para a formação do preço deste procedimento, deve se considerar este custo, acrescido de uma margem de lucro que se deseja alcançar. 89 Atualmente, cobra-se em torno de R$ 180,00 um procedimento deste, o que se pode dizer que o mesmo está lucrando aproximadamente R$ 115,46, ou seja, está ganhando 64% acima do valor. 4.7.4 Definição do custo padrão para implantes osseointegráveis Custo Padrão para Procedimentos Odontológicos Procedimento: Cirurgia de Implante Osteo-Integrável Matéria Prima Descrição / Etapas Descrição - - - 1,5 R$ 24,78 R$ 37,17 - - - 0,25 R$ 24,78 R$ Pino de titânio 1 R$ 77,00 R$ 77,00 - - 0,5 R$ 31,00 R$ 15,50 - - - 1 R$ 0,06 R$ 0,06 - - - Kit cirúrgico 1 R$ 19,00 R$ 19,00 - - - Toalha de papel 2 R$ 0,03 - - - 0,2 R$ 0,02 R$ 1,98 R$ 0,40 - - - 1 R$ 0,25 R$ 0,25 - - - Soro Embalagem de autoclave Lâmina de bisturi 0,5 R$ 0,56 R$ 0,28 - - - 0,15 R$ 3,60 R$ 0,54 - - - Luvas 2 R$ 0,13 R$ 0,26 - - - 0,33 R$ 1,00 R$ 0,33 - - - Anestésico 2 R$ 0,27 R$ 0,54 - - - Agulha de anestesia 1 R$ 0,17 R$ 0,17 - - - MOD Recepção - - - 0,02 R$ 24,78 R$ 0,41 MOD Consultório - - - 0,17 R$ 24,78 R$ 4,13 Película de Rx 1 R$ 0,60 R$ 0,60 Toalha de papel 2 R$ 0,02 R$ 0,03 - - 1 R$ 0,06 R$ 0,06 Revelador 0,01 R$ 4,30 R$ 0,04 Fixador 0,01 R$ 4,30 R$ 0,04 1 R$ 0,15 R$ 115,27 R$ 0,15 Guardanapo de papel Máscara Sub Total Custo Padrão Total o 6,20 - Fio de sutura Agulha de sutura Analisando Mão de Obra Quantidade Valor Unit. Valor Total MOD Consultório Osso bovino 2- Revisão Valor Total MOD Recepção Guardanapo de papel 1- Cirurgia Quantidade Valor Unit. demonstrativo R$ 47,91 R$ acima para o - 163,18 procedimento de Implantes Osseointegráveis obtém-se um valor de R$ 163,18 como custo padrão para o ambiente estudado, o que pode se dizer que este é o valor mínimo que pode ser cobrado neste procedimento, sem lucro algum. Todavia, para a formação do preço deste procedimento, deve se considerar este custo, acrescido de uma margem de lucro que se deseja alcançar. 90 Atualmente, cobra-se em torno de R$ 350,00 um procedimento deste, o que se pode dizer que o mesmo está lucrando aproximadamente R$ 187,00, ou seja, está ganhando 53% acima do valor. 4.7.5 Consolidação dos procedimentos odontológicos Analisando os valores de custo padrão para os procedimentos odontológicos estudados, chega-se a uma análise comparativa de alguns procedimentos: Procedimento Custo Padrão Preço sugerido pelo CFO Preço praticado Restauração com resina fotopolimerizável R$ 19,81 R$ 51,81 R$ 40,00 Endodontia R$ 64,54 R$ 154,18 R$ 180,00 Prótese parcial removível R$ 281,62 R$ 349,60 R$ 420,00 A partir disto, constata-se que os preços sugeridos pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) estão adequados aos preços praticados no mercado odontológico, apesar da falta de um estudo demonstrativo da formação destes preços. 4.8 Apreciação crítica aos métodos Custo Padrão e Centros de Custos Os métodos Centros de Custos e Custo Padrão apresentam certas limitações de análise, visto que estes métodos realizam somente a determinação das áreas geradoras de custos, alocação destes custos, quer sejam estes de horas ou matérias primas utilizadas para a realização de determinado serviço. 91 Entretanto, por tratar-se de um serviço ainda não explorado, os métodos de Custo Padrão e Centro de Custos atendem inicialmente a necessidade dos Cirurgiões Dentistas, visto que os mesmos são desprovidos de informações básicas que lhes permitam o gerenciamento de seus Consultórios Odontológicos. Ressalta-se que o método Centro de Custo é de extrema importância para a definição de áreas dentro de uma empresa, neste caso o Consultório Odontológico, pois permite a identificação das áreas e alocação das suas respectivas despesas mensais. De outro lado, encontra-se o Custo Padrão, responsável pela definição teórica dos custos dos procedimentos, através da alocação de mão de obra e identificação das matérias-primas utilizadas. 92 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante muitos anos, o Cirurgião Dentista contou com o status e a sorte para que seu consultório prosperasse, bastava somente entender dos procedimentos odontológicos na sua essência para que o seu consultório tivesse sucesso. Entretanto, com o advento de novos profissionais no mercado odontológico, o profissional teve que buscar na administração, técnicas que lhes permitissem gerenciar seus empreendimentos de maneira empreendedora e competente. Porém, observa-se ainda, o desconhecimento e o despreparo destes profissionais para o gerenciamento desta pequena empresa, o seu consultório, principalmente de seus custos e de seus recursos humanos. A implementação deste sistema de gestão de custos permitiu identificar e mostrar aos Cirurgiões Dentistas, o que cada procedimento representa dentro do consultório, ou seja, seus custos e lucros, permitindo assim que os mesmos repensassem na questão de ter outros profissionais dividindo o espaço, bem como no percentual repassado a estes. Ressalta-se a importância da implementação dos métodos, Centros de Custos e Custo Padrão, num ramo de serviços desprovidos de estudo no aspecto custo; porém toda tomada de decisão não pode ser efetuada levando-se em consideração somente estes números, mas também as informações oriundas de ferramentas que 93 identifiquem quais as atividades, dentro deste cenário, realmente agregam valor ao serviço odontológico. Desta forma, a implementação do método de custos ABC (Custeio Baseado em Atividades) surge como uma segunda etapa a ser implantada no Consultório Odontológico, identificando as atividades que realmente agregam valor ao produto, onde a tomada de decisões pode ser realizada de maneira segura e eficaz. 94 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO DOS CIRURGIÕES DENTISTAS DE SANTOS E SÃO VICENTE – ACDSSV. Museu virtual. Disponível em: <http://www.acdssv.com.br/museu001.htm>. Acesso em: 01 março 2004. BORNIA, Antônio Cezar. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. Porto Alegre: Bookman, 2002. 203p. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA – CFO. Valores referenciais para procedimentos odontológicos. Disponível em: <http://www.cfo.org.br >. Acesso em: 06 março 2004. CUNHA, E. Salles. História da odontologia no Brasil. Rio de Janeiro: [s.n], 1921. FONSECA, Yara Pierangeli Cláudio. Odontopediatria. Revista da APCD. V. 48, n. 5, set./out. 1994 Implantes. 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Tudo sobre implantes dentários. 4. ed. Curitiba: Maio, 2001. ROSENTHAL, Elias. História da odontologia no Brasil. São Paulo, 1999. Disponível em: <http://www.geocities.com/HotSprings/Bath/19//historia.html>. Acesso em: 09 abril 2004. SARTI, Edison. Orientações sugeridas. Revista da APCD, [s.l], v. 50, n. 2, mar./abr. 1996 SILVA, Moacyr. Compêndio de Odontologia legal. Rio de Janeiro: Medsi, 1997. SOUZA, Jos, Alves de. A universidade e o ensino da odontologia no Brasil. Revista Brasileira de Odontologia, [s.l], p. 39-41, set./out. 1982. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Breve histórico da Odontologia. Rio de Janeiro, 1999. Disponível em: <http://www.fapeal.br/odonto/1odonint.htm>. Acesso em: 10 abril 2004.