CUIDADO COM BAIXA UMIDADE! O período de inverno é conhecido por potencializar várias doenças típicas da época, como gripes e alergias. Porém, em 2011, outro fator vem preocupando as entidades de saúde: a falta de umidade. Nas primeiras semanas de agosto, Brasília chegou a registrar um nível de umidade comparável ao deserto do Saara, com 10% de umidade relativa do ar. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um nível considerado aceitável deve estar acima dos 30%. Em outras regiões, a baixa umidade também causa desconforto, mas algumas atitudes podem ajudar a diminuir os problemas causados pela falta de chuva. Segundo o Ministério da Saúde, a baixa umidade requer cuidados, principalmente com as pessoas que já têm ou tiveram sintomas de doenças do aparelho respiratório. A Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental, vinculada à Secretaria da Saúde, iniciou em maio um trabalho de monitoramento da umidade relativa do ar em Goiás. O objetivo é alertar a população sobre os cuidados com a saúde em condições de baixa umidade relativa do ar. De acordo com a pneumologista Valéria Martins do Hospital São Luiz de São Paulo, os cuidados com a saúde começam sempre com uma boa hidratação e alimentação saudável. "Antes de qualquer coisa, é sempre importante a pessoa assumir uma alimentação saudável e se hidratar bastante. Além disso, quando estiver em casa, deixar o ambiente livre para a circulação de ar, bem limpo e sem a presença de objetos que acumulem poeira, como cortinas, carpetes e bichos de pelúcia", disse a médica. Com a queda da umidade, existem duas preocupações principais para a saúde. Além do ar poluído, as vias aéreas ficam mais ressecadas, o que favorece a intensificação de problemas respiratórios. "Com toda esta poluição, fica mais difícil para a via respiratória se defender do ar com a qualidade ruim. Além disso, os cílios das narinas, que são responsáveis por filtrar o ar, passam a ter mais dificuldade para trabalhar", falou a pneumologista. Tanto ressecamento pode causar até sangramentos no nariz, mas uma boa dica para quem tem problemas respiratórios como rinite e sinusite é a utilização de soro fisiológico para hidratar as narinas. Além disso, algumas atitudes em casa ajudam a diminuir os transtornos, como lembrou a médica. "Algumas dicas são simples e pode ajudar as pessoas, como o uso de cortinas leves e que possam ser lavadas mais facilmente, a utilização de panos úmidos para a limpeza, evitando as vassouras, e a colocação de bacias com água em ambientes da casa", disse. Umidificadores Atualmente está em alta o uso de umidificadores, que podem ajudar a melhorar a qualidade do ar dentro de casa. Existem vários tipos, mas o uso deles também deve ser controlado. "Esses umidificadores mais modernos jogam uma névoa bem fina, que dificilmente vai deixar todo o ambiente úmido. Recomendo que a pessoa utilize 3 a 4 horas antes de deitar e desligue-o. Se o ambiente tiver almofadas e cortinas, tanto vapor pode provocar o surgimento de fungos, o que não é saudável", alertou a médica do Hospital São Luiz. Alimentação De acordo com a nutricionista Ana Paula Souza, é fundamental o consumo de líquidos para evitar a desidratação durante os períodos de seca. "Eu sempre recomendo que as pessoas bebam bastante água, mesmo sem sentir sede, pois quando a boca está seca já significa que começou o processo de desidratação", disse. Além disso, o consumo de alimentos saudáveis e ricos em líquidos ajuda quando o assunto é hidratação. "É importante consumir saladas e frutas da época como abacaxi, melão e melancia, que são ótimos hidratantes naturais", falou a médica, que ainda fez um alerta para outras bebidas que podem ser menos benéficas. "Não oriento as pessoas a consumirem muito chá, refrigerantes ou café, pois estas bebidas são diuréticas e não são tão eficazes para combater a desidratação", avaliou. Para substituir estas bebidas, é indicado o consumo de suco de frutas, principalmente os naturais. Exercícios físicos Nesta época do ano, a prática de atividades físicas sem controle pode ocasionar problemas graves de saúde, como forte desidratação. A pneumologista Valéria Martins recomenda a seus pacientes que as atividades físicas sejam realizadas em horários específicos. "A pessoa deve fazer os exercícios em horários que a umidade não esteja tão baixa, evitando o período entre meio-dia e seis da tarde", disse. Já a nutricionista Ana Paula Souza recomenda o consumo de água antes da prática de qualquer exercício. "Sempre que for fazer atividade física, procurar tomar um ou dois copos de água, para já ficar bem hidratado. Durante e após a prática, o consumo de líquido também é recomendado", completou. Confira os principais cuidados a serem tomados: Entre 20 a 30% – Estado de Atenção – evitar exercícios físicos ao ar livre das 11 às 15 horas; umidificar o ambiente com vaporizadores de ambiente ou toalhas molhadas. Consumir água potável, mesmo sem estar com sede. Entre 12 a 20% – Estado de Alerta – Manter as recomendações anteriores e evitar exercícios físicos ao ar livre das 10 às 16 horas; evitar aglomerações e lugares abafados; utilizar soro fisiológico nos olhos e narinas. Abaixo de 12% – Estado de Emergência – Interromper qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas como aulas de educação física, coleta de lixo e entrega de correspondências; determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas e cinemas; manter a umidade de ambientes internos, principalmente o quarto de crianças e os leitos de hospitais. Fontes: http://saude.terra.com.br http://www.opopular.com.br http://www1.folha.uol.com.br Rodrigo Oliveira Carneiro Fisioterapeuta CREFITO11-101024 F