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----------------------------------------------------------------------PROF. PORFÍRIO
REDAÇÃO
Reestruturar um parágrafo que possui ideias soltas e sem
conexão.
Veja como articular!
1) Ontem eu faria uma prova. Ontem não fui à escola. Estava doente. Fiquei em casa. Descansei. Tomei remédios. Hoje me
sinto melhor. Farei a prova amanhã.
2) Ontem eu faria uma prova, no entanto não fui à escola porque estava doente. Como fiquei em casa e tomei remédios,
pude descansar e hoje me sinto melhor. Então, farei a prova amanhã.
Percebe a diferença entre ideias soltas e ideias concatenadas, conectadas, lineares?
O que ocorreu com o seu texto foi o mesmo do exemplo 1. Você precisa criar uma linha de raciocínio para a sua
tese, mas precisa também saber expressá-la bem, com os conectivos bem encaixados, facilitando a leitura.
Cuidado com a incoerência!
Ao escrever o seu texto, preze pela atenção. Por conta do nervoso ou da distração, muitos
candidatos cometem erros bobos, tornando uma ideia incoerente.
Abaixo, segue exemplo de uma carta argumentativa, na qual consta Salvador como local de origem.
No entanto, no corpo de texto, o redator se equivocou e afirmou estar na Chapada Diamantina. Ele
devia estar mesmo na Chapada. Mas não precisava localizar a sua carta em Salvador. De todo modo, caro
leitor, lembre-se: a cidade de origem é você quem define. Pode ser real ou fictícia. Mas você nunca estará,
ao mesmo tempo, em dois lugares!
Ah! Quanto ao pronome de tratamento, o mais adequado seria “Excelentíssimo Senhor Comandante
Geral”.
Não converse com o seu leitor!
Se fôssemos listar os 10 deslizes que mais aparecem nos textos que corrigimos, entre eles estaria a conversa com
o leitor.
É imprescindível entender que a dissertação se trata de um texto que deve ser escrito de modo impessoal, com
linguagem clara, direta e objetiva, com argumentos fortes (olha a leitura!) e, acima de tudo, convencer o seu leitor.
Convencer o leitor NÃO SIGNIFICA CONVERSAR COM ELE, dirigir-lhe o verbo. Você não está escrevendo uma
carta, tampouco um texto de autoajuda!
Nos trechos abaixo, por exemplo, o aluno tenta convencer o leitor, de modo muito pessoal e dialógico, a respeito da
superficialidade e aparência nas relações virtuais.
“… pois é na presença que você se [sic] interage melhor. (…) o mais importante é ter contato com
quem te faça bem.”
(…)
O seu texto é, sim, dirigido a um leitor. Mas você não precisa conversar com ele. Entendido?
COLÉGIO
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TÍTULO e TEMA. Não confunda!
Ora, se o tema da sua prova de Redação for, por exemplo, “Quando os direitos se chocam”, você não pode, de forma alguma, apontar
como título do seu texto “Quando os direitos se chocam”. O tema é a ideia geral sobre a qual você tem de discorrer. Já o título é o nome que você
vai dar à sua redação. Para que você não esqueça essa diferença, vamos fazer uma comparação com uma loja de roupas. Para ser mais específico,
vamos imaginar uma loja de roupas femininas chamada “Ella”. O tema da loja: roupas femininas. O título: Ella. Mais uma comparação, agora mais
real. O programa “Bem estar”, exibido na Rede Globo, todas as manhãs, de segunda a sexta. Ele tem como tema a saúde e como título “Bem estar”.
Deu pra entender?
ABAIXO, ALGUNS TEMAS E POSSIBILIDADES DE TÍTULOS:
TEMA: Pelo direito de manifestar
TÍTULO: O Brasil volta às ruas.
TEMA: Por que o Brasil não é um país de leitores?
TÍTULO: O que andas lendo, Brasil?
TEMA: É possível desmilitarizar a polícia brasileira?
TÍTULO: Além da desmilitarização
Outro ponto a ser abordado ainda nesta postagem é o distanciamento do título em relação ao tema. Repare que o seu título já deve dar
ao leitor uma ideia sobre o tema. Não é o que ocorre abaixo:
TEMA: Cubanos no Brasil: o que os brasileiros entendem sobre o juramento de Hipócrates?
TÍTULO: Qualidade ou necessidade?
COLÉGIO
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------------------------------------------------------------------------------------------TEMA DE REDAÇÃO
Desperdício versus Sustentabilidade Corporativa
A sustentabilidade praticada pelas empresas tem sido suficiente para manter o meio ambiente e tantas vidas a salvo nas próximas décadas?
Há uma quantidade relevante de empresas em adesão a essa prática? De que maneira elas lidam com o tema da sustentabilidade? Incorporam por
preocupação, por vontade ou para incrementar a própria imagem?
O que você pensa a respeito?
Texto 1
ENTENDA O QUE É SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA
O que é?
A Sustentabilidade Corporativa baseia-se em um novo modelo de gestão de negócios, onde a atuação nas dimensões social e ambiental, aliada a
boas práticas de governança, interfere positivamente na dimensão econômica, agregando valor à companhia.
É uma visão de negócios de longo prazo que incorpora as dimensões social e ambiental à estratégia de negócios da companhia - triple bottom line
(ou tripé resultado econômico-financeiro X resultado social X resultado ambiental).
Sustentabilidade Corporativa não é:
1.
2.
3.
4.
Assistencialismo.
Filantropia.
Sustentabilidade Corporativa não passa por apenas cumprir as regras legais, mas por ir além das mesmas (beyond compliance).
Implementar os conceitos da Sustentabilidade Corporativa é uma aposta positiva no médio e longo prazo e esta é uma agenda fundamental
para quem se diferencia pelo seu compromisso com as gerações futuras.
Pré-requisitos para a Gestão da Sustentabilidade
1.
2.
3.
A motivação para a sustentabilidade está ligada a exigências de stakeholders (clientes, fornecedores, acionistas, financiadores, etc) e ao
mapeamento de riscos e oportunidades, mas também aos direcionadores internos de valor da empresa e ao papel exercido pela liderança
da empresa no tema.
A mudança cultural necessária consiste em entender e mensurar os efeitos positivos para o negócio da aplicação do conceito do triple
bottom line, em cada ação do dia-a-dia.
A capacidade de implementação depende da identificação de forças e fraquezas ligadas à sustentabilidade e à utilização efetiva de
ferramentas de gestão na incorporação da sustentabilidade à estratégia de negócios, aos sistemas de gestão e avaliação de desempenho
e, em muitos casos, aos critérios de remuneração variável dos executivos.
Ferramentas para a Gestão da Sustentabilidade
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Planejamento Estratégico integrando o conceito da sustentabilidade.
Avaliação de desempenho de estratégias.
Avaliação econômica, social e ambiental de projetos.
Definição de Políticas (ambiental, social, ética, sustentabilidade).
Definição de metas e adequação de processos ambientais e sociais.
Mapeamento e gerenciamento de riscos.
Mensuração de resultados do negócio (ex: EVA).
Avaliação e gestão de ativos intangíveis.
9. Pesquisas e relacionamento com stakeholders (comunidades do entorno, formadores de opinião, mercados de capitais, etc).
10. Treinamento, conscientização e desenvolvimento de colaboradores.
11. Relatório de Sustentabilidade.
Desafios da área de RH
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Promover o engajamento do público interno.
Motivação.
Educação sobre o tema.
Valorizar a diversidade.
Mapeamento de riscos e oportunidades.
Estímulo à inovação.
Garantir equidade de tratamento.
Atrair e reter talentos.
Não esqueça:
1.
2.
3.
4.
O desenvolvimento sustentável requer a multiplicação dos agentes implementadores do conceito, dentre os quais as corporações devem
assumir a liderança, apoiadas em parcerias.
A inovação tecnológica é fundamental para promover a utilização eficiente dos recursos naturais.
A temática da Sustentabilidade Corporativa é muito recente na agenda da sociedade, dos governos, do mercado financeiro e das
corporações.
Iniciativas importantes no mundo e no Brasil mostram que a busca da sustentabilidade é uma tendência irreversível.
Texto 2
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
O Tripé da Sustentabilidade
Atualmente, muito se tem falado sobre a Sustentabilidade Empresarial e até adotaram um “Tripé para a Sustentabilidade”. Este termo tem
como origem as dimensões econômica, social e ambiental levadas em conta no “Triple Bottom Line”. De fato, as empresas têm responsabilidades,
entretanto, a econômica, não pode ser levada em consideração, pois já está implícita e intrínseca, ou seja, se a empresa não tiver desenvolvimento
econômico-financeiro, não der lucro, ela fecha as suas portas! Portanto, as empresas têm uma responsabilidade prioritária e esta responsabilidade
é a de conduzir os seus negócios de maneira honesta, transparente, íntegra, ou seja, com Ética. Se isto for exercido plenamente, elas se tornarão
socialmente responsáveis e ecologicamente corretas naturalmente e, assim, estarão trilhando o caminho do tão falado, discutido e necessário
Desenvolvimento Sustentável”. Então, o verdadeiro Tripé da Sustentabilidade deve ser aquele que considera as dimensões ética, social e ambiental.
Obrigado e Obrigação
Vale destacar também que empresas, de certa forma, acabam agradecendo à sociedade dizendo: Obrigado! E isto é facilmente
compreensível, porque a expressão “obrigado” pode ser interpretada como uma “fórmula de agradecimento por um serviço prestado ou obséquio
recebido”. Então, as empresas acabam “agradecendo” à sociedade por intermédio das ações responsáveis, seja de cunho social ou ambiental. Ou
seja, é como se a empresa estivesse “obrigada” a devolver à sociedade e ao meio ambiente parte daquilo que recebe de ambos.
A Ética no contexto da Atuação Responsável Empresarial
Podemos afirmar, com tranquilidade, que não existe e jamais existirá Responsabilidade Social sem Ética nos negócios; não existe e jamais
existirá Responsabilidade Ambiental sem Ética nos negócios; e muito menos conquistaremos o Desenvolvimento Sustentável sem Ética nos
Negócios. Ao contrário, teremos apenas a utilização (no passado) do Marketing da Responsabilidade Social e, nos dias atuais, do Marketing da
Sustentabilidade.
A Reputação e o Caráter Corporativo
Ora, de que adianta uma organização se auto intitular “Empresa-Cidadã”, “Empresa-Responsável” ou ainda “Empresa Sustentável” se seu
discurso corporativo for diferente das suas reais práticas empresariais? Este, aliás, é o principal problema encontrado no mundo dos negócios atual:
ainda existe um gigantesco abismo entre aquilo que muitas empresas pensam e pregam e o seu modo de agir e realizar. Isto é, a grande preocupação
ainda é a “Reputação Empresarial” (aquilo que as pessoas pensam que a empresa é) e, por muitas vezes, o “Caráter” (aquilo que a empresa é, de
fato), não é aperfeiçoado, é deixado de lado ou mesmo escondido debaixo do tapete. Porém, é preciso reconhecer que, ainda que se trate de uma
prática empresarial apoiada nos manuais do marketing, isso de alguma forma tem beneficiado a sociedade, preservado o meio ambiente, e a
Sustentabilidade vem sendo perseguida. Além do mais, é visível o crescimento do número de empresários e executivos que abandonam essa cultura
suicida e adentram, verdadeiramente, no universo seguro e lucrativo da Ética nos Negócios.
http://www.pesquisacodigodeetica.org.br/2013/sustentabilidade.php
Texto 3
A QUESTÃO AMBIENTAL NO SÉC. XX (mesmo já no séc. XXI, vale a pena a leitura)
Embora nas últimas décadas os problemas ambientais tenham ganhando importância e grande espaço nas discussões políticas, necessário esclarecer que as
primeiras preocupações com a qualidade do ar datam de longe, já na era pré-cristã, sendo tal fato devido ao uso do carvão como combustível, uma vez que as cidades dessa
época apresentavam problemas relacionados à baixa qualidade do ar. Face do agravamento da situação nas cidades da era pré-cristã, no final do séc. XIII foram baixados os
primeiros atos de controle de emissão de fumaça.
Em 1952, um acidente ocorrido durante o inverno na cidade de Londres – um episódio de inversão térmica impediu a dispersão de poluentes causados pelas
indústrias e aquecedores domiciliares que usavam carvão como combustível – formou uma nuvem composta de altos teores de enxofre e material particulado, permanecendo
por cerca de três dias, fato que ocasionou de inúmeras pessoas.
A década de 60 foi palco de grandes mudanças na área ambiental, sendo que nos EUA foi criado um programa federal de poluição atmosférica, sendo que mais
tarde estabeleceram-se padrões de qualidade do ar. E foi também nesta década que se descobriu que o uso indiscriminado de pesticidas, estava colocando em risco a saúde
das pessoas, bem como contaminando alimentos e águas e ainda que os lixos - urbano e industrial - eram descartados de forma inadequada prejudicando nosso bem estar.
Entretanto à medida que os países foram se aprimorando e aperfeiçoando técnicas e formas de controle ambiental, as indústrias começaram a migrar para os
países onde as medidas de controle ambiental eram mais amenas ou praticamente inexistentes.
Nos anos 60 e 70, vários países com baixa economia – incluindo o Brasil – receberam indústrias multinacionais, principalmente na área petroquímica. Muitas delas
tinham como sede países onde a legislação ambiental era mais rigorosa e então determinava altos custos com investimentos em tecnologia, principalmente na prevenção de
acidentes ambientais.
A partir dos anos 80, até os dias atuais, a questão ambiental passou a ser um tema de discussão em todos os segmentos da sociedade, o que vem pressionando
indústrias e o empresariado às mudanças de atitudes e medidas ambientalmente mais justas.
http://www.universoambiental.com.br/novo/colunas_ler.php?canal=9&canallocal=14&canalsub2=41&id=272
Texto 4
INÉRCIAS DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
Por Fabián Echegaray, diretor geral do instituto de pesquisa Market Analysis
Muito além da diversidade de práticas corporativas, entendimentos dos gestores e diagnósticos sobre dificuldades e desafios de posicionar
e gerar valor entre os consumidores ao redor das propostas de sustentabilidade das empresas, existe uma série de questionamentos que se repetem
na mídia, na agenda das companhias, nas conferências sobre responsabilidade socioambiental. Da mesma forma, repete-se o erro por trás da
pergunta e das respostas ou “chutes” mais imediatos que acompanham tais questões.
1. Quanto melhor negócio é ser sustentável?
A abordagem pode ser especulativa para quem ainda não desenvolveu iniciativas, ou nascer da necessidade de justificar internamente os
investimentos. O curioso é que a dúvida persiste apesar da confluência de evidências indicando:
• A quase duplicação do consumo de premiação de grandes empresas percebidas como responsáveis no Brasil nos últimos 4 anos, atingindo hoje
22% conforme o Monitor de Responsabilidade Social;
• O elevadíssimo e contínuo interesse sobre o comportamento ético e sustentável das empresas, que reúne ¾ do público geral, que não arrefece
mesmo em momentos de recessão ou diante de escândalos corporativos;
• A disposição de pelo menos metade dos consumidores a pagar um sobre preço para prestigiar a produção mais sustentável.
Em termos crus e nus de mercado isso significa oportunidades e mais market-share por onde quer que se analise. E aí estão a explosão
do consumo dos orgânicos (mais de 40% de crescimento anual só no Grupo Pão de Açúcar), o boom e o branding de excelência do Starbucks
construído ao redor da aposta no comércio justo ou a volta por cima da Nike após o lançamento do Nike Trash Walk feito com material reciclado. No
entanto, a dúvida inercial, quando não um ceticismo que acaba sendo corrosivo, persiste.
2. Mas, e como explicar as apostas sustentáveis que não vingam?
O exemplo da vez é o amaciante concentrado da Unilever, Confort Concentrado. As qualidades eco eficientes do líquido concentrado
poupam uso de água, reduzem a poluição química e geram uma economia para o usuário final, e ainda por cima ele custa menos que produtos
concorrentes. Entretanto, seu baixo volume de vendas comparado com concorrentes vem sendo apontado como evidência do fracasso de uma
proposta ancorada na sustentabilidade. Agregando insulto ao prejuízo, a revista Época faz gozação: “Só falta combinar com o consumidor”.
Agora, bem, a experiência de pesquisas com testes de produtos e eficácia da comunicação revelam que o problema não costuma estar
apenas na identificação de virtudes sustentáveis; de fato o problema começa pela dissonância que cria na cabeça do consumidor (principalmente
para quem é responsável por lavar a roupa) a ideia de, por um lado, usar um produto concentrado cujo efeito deveria ser limpar melhor, poupar água
e assim reduzir seu impacto ambiental, e, por outro, a automática associação de que um concentrado exigirá mais água para lograr um enxágue
satisfatório. O que emerge por trás das reações do público usuário da nova proposta não é a recusa às propriedades sustentáveis, e sim a associação
de limpeza eficiente ao uso intenso da água, uma vez que o produto concentrado leva (na cabeça da maioria das consumidores) à exigência de um
uso ainda maior de água para enxaguar efetivamente, todo o qual acabaria representando um risco maior ao meio ambiente e ao próprio bolso –não
o contrário. Portanto, o foco da mensagem é que exige um redirecionamento mais educativo, levando em conta a cultura da limpeza e enxágue no
Brasil.
Mas, o problema não para por ai. Como todos os anos, nosso estudo Monitor de Responsabilidade Social traz o ranking das melhores
empresas em RSC do ponto de vista do consumidor. Unilever não aparece entre as dez, mas sim aparece a Ypê, que concorre em vários segmentos
com a primeira. E qual a razão disso? Naturalmente existem vários motivos, mas é só comparar as embalagens de ambas marcas para identificar
pelo menos um deles de forma clara: o produto Ypê com seus selos de qualidade ambiental (FSC), programa de defesa de florestas e indicações de
recipiente reciclável dá várias dicas ao consumidor final sobre em que lugar ela aspira estar em termos de percepção pública da sua sustentabilidade;
já a embalagem do Confort Concentrado…
A inércia de não comunicar adequadamente o atributo sustentável ou pular o entendimento de qual abordagem melhor ajuda o consumidor
a identificar as virtudes sustentáveis de um produto (ao mesmo tempo em que se comunica com bumbos e tambores outros atributos como menor
preço ou selos de controle de qualidade da produção) é mais uma das respostas inerciais do mercado corporativo engajado com a RSC.
3. E se é tão bom, porque o consumidor brasileiro não prioriza mais decididamente os produtos sustentáveis?
A pergunta costuma vir tanto de quem já incorporou uma gestão sustentável à estratégia dos negócios como de quem ainda está indeciso.
A resposta seria outra pergunta: o que é que as empresas estão fazendo para entender como o consumidor decodifica o compromisso empresarial
com a sustentabilidade? Quais sinais e pistas cognitivas traduzem para ele que a empresa está do lado da responsabilidade? Ou como conectar as
qualidades sustentáveis de forma que gerem um impacto perdurável na cabeça do consumidor?
Hoje, menos de 2% do faturamento anual da indústria de pesquisa no Brasil resulta de estudos com consumidores ou formadores de opinião
sobre sustentabilidade, consumo consciente ou impacto de programas e ações de RSC ou reputação corporativa. Entre os institutos especializados
nessas áreas, o total de projetos desse tipo raramente ultrapassam 10% do seu faturamento. Conclusão: há uma escolha das gerências de marketing,
pesquisa e comunicação por ignorar ou manter num degrau mínimo o conhecimento de como construir essa conexão e expandir o mercado
sustentável de uma perspectiva consumidor-céntrica. A inércia leva, por exemplo, a manter um infinito número de projetos explorando o peso relativo
de atributos (ou funções) de produtos muitas vezes indistinguíveis entre si mas que deixam o comportamento ético ou socioambiental do fabricante
de lado, ou –então- a pesquisar a elasticidade de preço tolerada pelo consumidor, sem incluir o fator sustentabilidade. Fabricantes de celular sabem
mais sobre a utilidade marginal de mudar o desenho do plug no aparelho do que a utilidade potencial de ofertar um aparelho cuja fabricação reduza
a pegada ambiental do seu produtor. Companhias de varejo sabem muito mais sobre como alinhar produtos na prateleira para potenciar vendas
casadas do que como destacar produtos cujos fabricantes têm credenciais socioambientais, de forma a potenciar a compra sustentável. A inércia
vence mesmo entre várias empresas na dianteira do movimento pela responsabilidade social.
4. Ajudar o consumidor a fazer escolhas responsáveis significa mais despesa em informação e publicidade?
O consenso na mídia, nas empresas e nas consultorias de que falta informação é tão unânime que chega a provocar desconforto. De fato,
trata-se de mais uma resposta inercial. São sistemáticos os achados de estudos (como do Monitor RSC) indicando que o nível de exposição à
informação sobre sustentabilidade empresarial não ultrapassa 30% da população adulta. São vários os institutos que apontam que uma parte
substancial das compras (chegando até 70% delas) são feitas por impulso, sem listinha prévia e, portanto, sem o indivíduo chegar até a prateleira
fantasiado de sujeito enciclopédico e racional como muitos modelos da economia e administração pressupõem. Conclusão: a informação ajuda, mas
ela deve ser acessível, digerível e estar explicitamente presente no momento chave da compra: onde o produto está, isto é, na prateleira (cuja
cenografia pode contribuir para quebrar as barreiras cognitivas do consumidor) ou na própria embalagem.
Não se nega aqui o valor da publicidade, já que ela permite massificar a mensagem, contribuir para um branding mais efetivo ao redor de
conceitos como sustentabilidade e até repassar mais detalhes dos compromissos socioambientais da empresa. O problema é que a publicidade
sobre responsabilidade empresarial também costuma ser vítima de inércia. Um estudo feito pela Market Analysis analizando mais de 750 anúncios
sobre RSC impressos entre 2003 e 2010 em revistas líderes de notícias gerais e empresariais revela que menos de 9% do conteúdo comunica os
resultados obtidos com os programas socioambientais dos anunciantes. De igual forma, não mais do que 11% dos anúncios indicam os investimentos
realizados. No mínimo é curioso que uma ampla maioria das corporações cujo ABC do planejamento envolve sempre o uso de indicadores claros
sobre quanto se gasta e o que se obtém com esse gasto ignorem ambos princípios na hora de compor sua comunicação sobre sustentabilidade. Que
isso aconteça com quase 80% do conteúdo anunciado sobre ações sustentáveis não apenas representa uma oportunidade perdida para alavancar
a demanda por produtos e serviços sustentáveis de forma crível e transparente, mas implica também em queimar dinheiro das empresas.
5. Mas… o balanço social não seria já suficiente para comunicar o que eu faço?
Nessa época do ano a palavra “balanço social” está na boca e na agenda de trabalho da maioria dos gestores de RSC. E com os balanços
vão embora, também, recursos significativos, já que raramente produzir o relatório socioambiental é uma operação de pouco tempo e baixo custo.
Mas qual é o impacto do balanço social? Quem lê o balanço social? Que retorno ele traz ou poderia trazer à empresa? Quanto o seu conteúdo está
efetivamente alinhado com as metas defendidas, com os públicos declaradamente privilegiados, com as prioridades indicadas pelos consumidores
e comunidades de relacionamento?
Nossas pesquisas com funcionários de grandes empresas que publicam balanços sociais no país indicam que pouco mais da metade se
sente extremamente bem informada sobre o que a organização faz em matéria socioambiental, apesar que 9 em cada 10 admitirem que, quanto
mais responsável é a organização, muito mais motivados e leais eles se sentem como colaboradores. Por outro lado, nossos estudos com
consumidores, como o Monitor RSC, apontam que para menos de 60% a publicação de um relatório anual sobre atividades socioambientais é fator
de reputação, e só um em cada dois sabem da sua existência. Essa brecha revela vários desafios e não poucas oportunidades a serem aproveitadas.
Ninguém está chamando o balanço social de supérfluo, mas ele certamente poderia fazer mais pelo prestígio e posicionamento da empresa na esfera
da sustentabilidade se houvesse compreensão sobre como os diferentes públicos interpretam as realizações das empresas e as expectativas que
eles nutrem sobre o que ela poderia fazer. Infelizmente a inércia vence e se multiplicam os balanços sociais sem saber efetivamente porque, para
quem e qual sua contribuição.
As inércias na maneira de abordar e interpretar os desafios de tornar a sustentabilidade não apenas uma rotina da empresa, mas também
um mercado vigoroso e, portanto, um bom negócio representam um dos grandes riscos ao sucesso do movimento da responsabilidade empresarial.
Na medida em que se ignora nova informação por hábito ou se responde em piloto automático os interrogantes essenciais do setor, tais inércias se
parecem cada vez mais a uma profecia auto realizada de fracasso anunciado. Desvendar as nuances de tais respostas pré-fabricadas e contrapor
sua existência às evidências pode ser um passo certo rumo à diminuição das incertezas sobre como, por que e o que esperar de um futuro mais
sustentável.
http://www.rumosustentavel.com.br/inercias-da-sustentabilidade-empresarial/
Texto 5
CINCO EMPRESAS BRASILEIRAS ESTÃO NA LISTA DAS MAIS SUSTENTÁVEIS DO MUNDO
Como faz todos os anos ao final do Fórum Econômico Mundial em Davos, a revista canadense Corporate Knights, especializada em
reportagens sobre novas ideias e negócios sustentáveis, divulgou no último final de semana sua lista das 100 empresas mais sustentáveis
do mundo.
Pelo segundo ano consecutivo, a Natura ficou em segundo lugar no ranking. Em 2011, a companhia tinha ficado em 66º lugar. O
primeiro posto deste ano ficou para a belga Umicore, que deve seu faturamento de U$ 19 bilhões à produção de tecnologias limpas, como
catalizadores que diminuem a poluição gerada pelos automóveis. Para fabricar produtos como esse, a Umicore utiliza cobre, zinco, cobalto
e metais preciosos a partir da recuperação (ou seja, reciclagem) de resíduos de equipamentos eletrônicos, conversores, baterias
recarregáveis e resíduos de fábricas de cobre e zinco.
Quando olhamos para a distribuição geográfica das empresas, o resultado é irônico: Estados Unidos e Canadá, países que hoje
estão fora do Protocolo de Kyoto (o documento da ONU que estabelece metas de redução de emissões de CO2 para as nações signatárias),
contam com o maior número de empresas no ranking, dez cada um. Em seguida aparecem Austrália, Reino Unido e França, com nove
cada, Alemanha, com sete empresas, e o Brasil, com cinco.
Além da Natura, as empresas brasileiras incluídas na lista são a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), na 43ª posição, a
mineradora Vale, na 49ª, Pão de Açúcar, em 74º lugar, e o Banco do Brasil, na última linha do ranking. Para poder ser avaliada pela comissão
julgadora, as empresas têm de ter um valor de mercado de no mínimo U$ 2 bilhões, até agosto do ano anterior (no caso, outubro de 2012).
Essa é a primeira linha de corte.
Além dela, a comissão avalia outros indicadores como a produtividade da companhia no uso de energia, de água, de geração de
resíduos, de emissões de carbono, o percentual de mulheres em postos de comando, segurança no trabalho, capacidade de inovação, relação
entre o salário dos CEOs (Chief Executive Officeer) e demais funcionários, capacidade de inovação e rotatividade dos funcionários na
empresa.
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----------------------------------------------------------------------TEMA DE REDAÇÃO 2 (Modelo que caiu na C.E.F.)
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