A RELAÇÃO PRECOCE MÃE-FILHO
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Em todos os povos da Terra, a partir do nascimento,
a criança faz parte de uma família que é o núcleo
básico de qualquer sociedade.
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Nos primeiros tempos de vida, o universo social da
criança centra-se na figura da mãe e os cuidados
maternos não consistem simplesmente em
providenciar alimentos, agasalhos e cuidados de
higiene ao bebé.
A RELAÇÃO PRECOCE MÃE-FILHO
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Ainda antes do nascimento, mãe e bebé iniciam
uma relação. Ser mãe e ser pai são marcados
por uma relação simbólica, um jogo de fantasia:
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Será menino ou menina?
Como vai ser?
Com quem se parecerá?
Como será a nossa relação?
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Contributo da Psicologia do Desenvolvimento para a
compreensão da relação de vinculação mãe-bebé
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O bebé não é um ser indiferente e passivo, mas um
ser activo, desperto para o mundo envolvente.
Possui necessidades específicas que exigem ser
satisfeitas e capacidades à espera de serem
desenvolvidas.
Reage à dor, ao calor, ao frio, aos diferentes
sabores, distingue a claridade da escuridão,
consegue distinguir sons e emite vocalizações
variadas.
Contributo da Psicologia do Desenvolvimento para a
compreensão da relação de vinculação mãe-bebé
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Piaget apresenta o período sensório-motor como a
base de todo o desenvolvimento intelectual futuro.
Os esquemas de acção inatos transformam-se em
esquemas de pensamento.
Freud – a criança sente prazer e desprazer desde o
nascimento. As primeiras experiências afectivas
estruturam a personalidade e determinam o futuro
relacionamento emocional com as outras pessoas.
Contributo da Psicologia do Desenvolvimento para a
compreensão da relação de vinculação mãe-bebé
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Erikson defende que a confiança ou desconfiança
que sentimos nas relações interpessoais têm a sua
raiz nas experiências vividas durante os primeiros
meses de vida. Sentimos esperança ou não nos
relacionamentos sociais, consoante a forma como
somos acompanhados, em termos afectivos, nos
primeiros tempos de vida.
Contributo da Psicologia do Desenvolvimento para a
compreensão da relação de vinculação mãe-bebé
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Às necessidades fisiológicas juntam-se outras
(carinho, afecto), que, se não forem satisfeitas,
comprometem o desenvolvimento harmonioso da
personalidade individual – ao nível da aprendizagem,
da autoconfiança, das inter-relações pessoais.
Quanto mais forte e gratificante for o vínculo do filho
em relação à mãe, mais independente ele se torna,
em virtude da segurança que esse vínculo confere à
criança. É que uma vinculação bem estabelecida
significa segurança e confiança, sentimentos que
garantem ao bebé elevado grau de autonomia, sem o
que não se pode falar de sentido de liberdade.
Contributo da Psicologia do Desenvolvimento para
a compreensão da relação de vinculação mãe-bebé
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Contudo, não se pode encarar esta questão
numa perspectiva fatalista, determinista:
existem indivíduos que viveram uma
relação pouco compensadora com a mãe
e conseguiram superar essa situação,
através de pessoas de substituição.
Estudos sobre as consequências da ausência de
carinho/afecto
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RENÉ SPITZ - Crianças que desde os
primeiros meses de vida viveram em
orfanatos,
apresentavam
grandes
dificuldades no relacionamento interpessoal,
que oscilava entre a indiferença e a
necessidade de obter, a todo o custo, a
atenção dos outros.
O autor utilizou o termo hospitalismo para
designar a depressão vivida por estas
crianças.
Estudos sobre as consequências da ausência de
carinho/afecto
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Ana Freud - fez observações em infantários
fundados no tempo da guerra para acolher
os filhos das mulheres trabalhadoras cujos
maridos se tinham alistado em combate.
Apesar de bem cuidadas em termos de
alimentação e higiene, quase todas as
crianças
apresentavam
perturbações
emotivas e atraso no desenvolvimento, cujas
causas foram atribuídas à ausência de afecto
materno.
Estudos sobre as consequências da ausência de
carinho/afecto
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Bowlby - Observações em crianças de tenra
idade levaram-no a concluir que as crianças,
quando afastadas da família por períodos
superiores a três meses, vêm a sofrer de
perturbações que se desenvolvem por fases:
inicialmente, há uma fase de desespero. Em
seguida, surge irritação e cólera. Por último,
as crianças ficam indiferentes e apáticas.
Estudos sobre as consequências da ausência de
carinho/afecto
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Harlow - manteve macaquinhos bebés numa jaula vazia,
em completo isolamento, sem contacto com ninguém.
Quando o isolamento era superior a um ano, os animais
tornavam-se inadaptados, manifestando problemas
sociais e emocionais. Procurando afastar-se dos outros,
abraçavam-se ou mordiam-se e efectuavam movimentos
oscilantes como se estivessem num baloiço. Colocados
em contacto com outros macacos criados normalmente,
não brincavam, não os perseguiam, nem respondiam aos
seus ataques agressivos.
Estudos realizados sobre as consequências da
ausência de carinho/afecto
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Em idades futuras, os machos mostraram-se
impotentes em questões sexuais e inaptos
nas relações parentais. Alguns tornaram-se
sexualmente indiferentes e os que tentavam
acasalar, agarravam-se indiscriminadamente
a macacos de qualquer sexo, não
conseguindo qualquer tipo de relacionamento.
As fêmeas resistiam às solicitações dos
machos
normais
e,
fecundadas
artificialmente, não mostravam amor pelos
filhos, antes os maltratavam e mordiam.
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A relação precoce mãe