Avaliação de cultivares de soja convencionais e Roundup Ready em
duas épocas de semeadura em
Ponta Grossa – PR
Diego Renan Cortadello da Silveira E-mail: [email protected]
Áurea Tomoko Matsumoto Kamikoga E-mail: [email protected]
Marcos Kazuyuki Kamikoga E-mail: [email protected]
José Maurício Terasawa E-mail: [email protected]
Cristiane Romanek E-mail: [email protected];
RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo geral avaliar diferentes cultivares de soja do grupo de
maturação super precoce, precoce e semi precoce, em relação a sua adaptação agronômica na região de Ponta
Grossa-PR em duas épocas de semeadura (08/11 e 23/11). Para tanto, foi conduzido um experimento de
competição de cultivares no ano agrícola 2006/2007, utilizando-se delineamento experimental em blocos
casualizados em arranjo fatorial. Foram avaliadas as seguintes cultivares: FTS-4157, M-SOY 5826, SPRING,
M-SOY 5942, V-MAX, M-SOY 6101, RB 501, RB 603, M-SOY 6600, CD-215, FTS-CAMPO MOURÃO RR,
CD-212 RR,CD-213 RR , CD-214 RR, BRS-257, BRS-213, BRS-230, BRS-242 RR, CD-202 e CD-201.
Durante o desenvolvimento das plantas foram avaliadas as seguintes variáveis: número de dias para o
florescimento (DPF), número de dias para a maturação (MAT), altura da planta, grau de acamamento das plantas
e produtividade de grãos. Com o atraso na semeadura ocorreu redução no período de dias para o florescimento
(DPF), maturação (MAT), altura de plantas, e produtividade de grãos em todas as cultivares avaliadas. As
cultivares BRS-242 RR, CD-214 RR e RB 501 foram as que mais sentiram a influência da época de semeadura,
reduzindo sua produtividade em 35,33%, 34,69% e 29,12%, respectivamente.
Palavras chaves: soja, época de semeadura, cultivares, caracteres agronômicos, produtividade.
1. Introdução
A soja (Glycine max (L.) Merrill), pertencente à família das Leguminosae e subfamília Fabaceae, é uma das culturas de maior importância econômica no mundo.
A produtividade da cultura é definida pela interação entre a planta, o ambiente e o
manejo. Altos rendimentos somente são obtidos quando as condições ambientais são
favoráveis em todos os estágios de crescimento (GILIOLI et al., 1995; MARTINS et al.,
1999). Dessa forma, a época de semeadura é um fator determinante para o sucesso na busca
de altas produtividades, alcançadas quando se conseguem justapor o desenvolvimento das
fases fenológicas da cultura, com a presença de ambiente climático favorável à expressão da
produtividade da cultivar em uso (OLIVEIRA, 2003).
A melhor época de semeadura depende, principalmente, da temperatura do solo para
a germinação, da temperatura do ar durante todo o ciclo da planta, do fotoperíodo após a
emergência e da umidade do solo na semeadura, na floração, na maturação e na colheita
(MIYASAKA & MEDINA, 1981).
A época de semeadura provoca alterações nos componentes da produção e nas
características agronômicas da soja, como altura de planta, altura de inserção da primeira
vagem, número de ramificações, diâmetro do caule e acamamento (EMBRAPA, 1996, citado
por MARTINS et al., 1999).
A avaliação dos genótipos em diferentes épocas de semeadura se faz necessária, uma
vez que a soja é fortemente afetada pelo fotoperíodo. Sendo assim, a recomendação de novos
genótipos deve ser precedida de sua avaliação em diferentes ambientes, sejam épocas ou
locais (DESTRO et al., 2001).
2. Revisão bibliográfica
2.1. Descrição da planta
A soja (Glycine max L. Merrill) é uma planta anual, geralmente de porte ereto,
ramificada, com um tipo de crescimento arbustivo e com folhas trifolioladas alternas. Os
folíolos são ovalados, ovais a lanceolado-elípticos. As flores são brancas ou roxas com
diversas tonalidades, localizadas em racemos curtos axilares e, ou, terminais, sobre pequenos
pedúnculos. As vagens são retas ou ligeiramente curvadas, contendo, cada uma, uma a quatro
sementes de forma ovalada ou subesférica. As cores do tegumento da semente variam de
amarelo-claro, verde-oliva ou marrom a preto-avermelhado. As sementes são geralmente
destinadas à indústria de óleo e farelo (SEDIYAMA et al 1999). A água constitui
aproximadamente 90% do peso da planta, atuando em, praticamente, todos os processos
fisiológicos e bioquímicos.
A necessidade de água na cultura da soja vai aumentando com o desenvolvimento da
planta, atingindo o máximo durante a floração-enchimento de grãos (7 a 8 mm/dia),
decrescendo após esse período (BERLATO et al.,1986).
A necessidade total de água na cultura da soja, para obtenção do máximo
rendimento, varia entre 450 a 800 mm/ciclo, dependendo das condições climáticas, do manejo
da cultura e da duração do ciclo (BERLATO et al, 1986).
O cultivo da soja desenvolve-se em várias localidades com diversas condições de
temperatura. As regiões onde a temperatura média do mês fica abaixo dos 20ºC são
consideradas impróprias para o cultivo da soja (Berlato, 1981). Em temperaturas muito
baixas ocorre aumento do período de germinação. A germinação da semente acontece a
temperaturas de 5ºC a 40ºC, porém, para que se tenha uma germinação rápida, a temperatura
deveria ficar em torno dos 30ºC (DELOUCHE, 1953 citado por MARION, 2004).
A floração somente é induzida quando ocorrem temperaturas acima de 13ºC. As
diferenças de data de floração, entre anos, apresentadas por uma cultivar semeada numa
mesma época, são devido às variações de temperatura (FARIAS, 1994). Assim, a floração
precoce ocorre, principalmente, em decorrência de temperaturas mais altas, podendo acarretar
diminuição na altura de planta. Esse problema pode se agravar se, paralelamente, houver
insuficiência hídrica e/ou fotoperiódica durante a fase de crescimento. Diferenças de data de
floração entre cultivares, numa mesma época de semeadura, são devido, principalmente, à
resposta diferencial das cultivares ao comprimento do dia. (TECNOLOGIAS, 2003).
Provavelmente, nenhuma prática cultural isolada é mais importante para a soja do
que a época de semeadura. A época de semeadura é definida por um conjunto de fatores
ambientais que reagem entre si e interagem com a planta, promovendo variações no
rendimento e afetando outras características agronômicas. As condições que mais afetam o
desenvolvimento da soja são as que envolvem variações dos fatores meteorológicos:
temperatura, umidade do solo e principalmente fotoperíodo (CÂMARA, 1991, citado por
PEIXOTO et al., 2000).
De acordo com Nakagawa et al. (1983), nos Estados brasileiros onde a soja é
cultivada tradicionalmente, a semeadura em novembro, de modo geral, tem propiciado os
melhores resultados de produtividade. Devido à resposta fotoperiódica, o atraso em relação a
essa época antecipa o florescimento, reduzindo o ciclo da cultura, principalmente para as
cultivares precoces (HARTWIG, 1954 citado por MEDINA et al.,1997). Conseqüentemente,
verifica-se a redução na altura final das plantas (TRAGNAGO & BONETTI, 1984), no
número de nós na planta (ABEL, 1961 citado por MEDINA et al., 1997) e no número de
vagens por planta (TRAGNAGO & BONETTI, 1984), resultando em menor produtividade
(NAKAGAWA et al., 1983).
Vários autores verificaram redução na altura das plantas de soja, devido à menor
duração do período vegetativo, relacionada a atrasos na semeadura (SEDIYAMA et al., 1972;
TRAGNAGO & BONETTI, 1984; MARCOS FILHO, 1986; Bhering, 1989; Câmara, 1991,
citados por Marchiori et. al., 1998).
2.3. Caracteres agrônomicos
As características agronômicas são aquelas usadas para descrever uma planta de
soja, bem como seu desenvolvimento. Dentre outras, podem se citar produção de grãos, dias
para o florescimento, altura de planta e conteúdo de proteínas e óleo. Essas características têm
sua expressão modificada pelas condições ambientais que variam entre estações, locais e
anos. Qualquer variação no ambiente pode resultar em um estresse na planta; temperaturas
extremamente altas, inadequada disponibilidade de nutrientes, danos causados por doenças ou
pragas, são tipos de estresse, ou seja, o ambiente determina a adaptabilidade das variedades de
soja (WHIGHAM & MINOR (1978), citados por MEDINA et al, 1997).
2.4. Cultivares
Semeadas em diferentes épocas, as cultivares expressam suas potencialidades em
relação às condições do ambiente, que mudam no espaço e no tempo. Como os genótipos
podem responder diferencialmente ao ambiente, as indicações da melhor época para cada
cultivar devem ser precedidas de ensaios regionalizados, conduzidos por mais de um ano
(BARROS et al., 2003; BHÉRING et al., 1991; QUEIROZ et al., 1998; URBEN FILHO &
SOUZA, 1993, citados por PELUZIO et al., 2006).
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Avaliar diferentes cultivares de soja do grupo de maturação super precoce, precoce e
semi precoce em duas épocas de semeadura, em relação a sua adaptação agronômica na região
de Ponta Grossa.
3.2. Objetivos Específicos
Avaliar as variáveis: altura, maturação, dias para o florescimento, acamamento e
produtividade;
4. Material e métodos
O experimento foi conduzido na área experimental da F.T. – Pesquisa e Sementes
Ltda., que está situada na Avenida Newton Slaviero, bairro Cará-Cará na cidade de Ponta
Grossa – PR.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com três repetições
em arranjo fatorial 20 x 2, proveniente de 20 cultivares de soja do grupo de maturação super
precoce, precoce e semi precoce e de duas épocas de semeadura, totalizando 120 parcelas
(TABELA 1).
As parcelas foram compostas de 4 linhas de 5,0 m de comprimento, com
espaçamento na entre linha de 0,5 m, sendo que a área útil foi constituída pelas duas linhas
centrais.
O experimento foi instalado sobre sistema de plantio direto, cuja cultura de inverno
foi aveia preta.
As semeaduras foram realizadas mecanicamente, utilizando uma semeadora de
parcela Semeato, modelo SHP 249, nos dias 08 e 23 de novembro de 2006, caracterizando as
duas épocas. A adubação de base, colocada no sulco de semeadura, constou de 250 kg.ha-1 da
formulação 0-20-20, utilizando densidade de 12 plantas por metro linear.
O controle de plantas daninhas foi realizado via aérea com os herbicidas Imazethapyr (100g
de i.a.ha-¹), Clethodim (96g do i.a.ha-1) e Chlorimuron (60g de i.a.ha-1) aplicados uma vez
durante o ciclo da cultura. As pragas da parte aérea foram controladas com aplicações via
aérea dos inseticidas metamidofós, 1,0 L.ha-1 (600 g.L-1), cipermetrina (200mL do produto
comercial.ha-1) e endossulfam 1,0 L.ha-1 (350 g L-1). Para o controle de doenças foi
utilizado uma mistura comercial do grupo das estrobilurinas (ingrediente ativo azoxistrobina)
e triazol (ingrediente ativo ciproconazol).
TABELA 01 – Cultivares de soja do grupo de maturação super precoce, precoce e semi precoce utilizadas no
experimento. Ponta Grossa - PR, 2008.
Cultivares
FTS - 4157
Grupo de maturação
Tipo de crescimento
Super precoce
Indeterminado
M-SOY 5826
SPRING
Super precoce
Super precoce
Indeterminado
Indeterminado
MSOY-5942
V-MAX
Super precoce
Super precoce
Indeterminado
Indeterminado
M-SOY 6101
RB 501
Precoce
Precoce
Indeterminado
Determinado
RB 603
M-SOY 6600
Precoce
Precoce
Determinado
Determinado
CD-215
C. MOURÃO RR
Precoce
Precoce
Determinado
Semi - determinado
CD-212 RR
CD-213 RR
Precoce
Precoce
Determinado
Determinado
CD-214 RR
BRS-257
Precoce
Semiprecoce
Determinado
Determinado
BRS-213
BRS-230
Precoce
Precoce
Determinado
Determinado
BRS-242 RR
CD-202
Semiprecoce
Precoce
Determinado
Determinado
CD-201
Semiprecoce
Determinado
As variáveis avaliadas foram:
• Altura: medida, em centímetros, na maturação fisiológica, do nível do solo até
o último nó vegetativo obtida em 10 plantas escolhidas ao acaso dentro da
parcela;
• Maturação (MAT): avaliado da emergência até a maturação fisiológica.
• Acamamento (AC): foi usado uma escala de notas visuais proposta por
Bernard et al., (1965), citado por Blank & Rezende (1998), atribuindo notas de
1 a 5 (1 = todas as plantas eretas, 2 = algumas plantas inclinadas ou
ligeiramente acamadas, 3 = todas as plantas moderadamente inclinadas ou 25 a
50% acamadas, 4 = todas as plantas severamente inclinadas ou 50 a 80%
acamadas e 5 = todas as plantas acamadas);
• Dias para o florescimento (DPF): avaliado da emergência ao início do
florescimento, estádio fenologicamente definido pela presença de 50% das
plantas com uma flor aberta e simbolizado por R1 na escala fenológica de Fehr
& Caviness (1977).
• Produtividade: rendimento obtido em kg.ha-1 referente à área útil de cada
parcela, corrigida para 13% de umidade.
A colheita foi realizada manualmente seguindo a ordem cronológica da maturação
fisiológica das cultivares analisadas. Foi realizada a trilha mecanizada das linhas centrais da
parcela para a obtenção do rendimento de grãos.
As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa ESTAT - Sistema
de Análises Estatísticas (1994), desenvolvido pelo Departamento de Ciências Exatas da
UNESP/FCAVJ. Em caso de significância estatística, as médias foram comparadas pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade.
5. Resultados e discussão
Dias para florescimento
Analisando a variável dias para o florescimento, verificou-se houve diferença
altamente significativa entre as cultivares e épocas de semeadura. Entretanto, não houve
interação entre cultivares e épocas de semeadura avaliados (TABELA 02), indicando que, o
DPF de uma cultivar não sofreu alteração significativa nas duas épocas de semeadura. A
média das cultivares na época 1 foi superior à época 2, observando-se que houve uma
antecipação de 3 dias no período para o florescimento, fato esse que corrobora com os
resultados obtidos por Silveira Neto et al. (2005), que verificaram que o atraso da semeadura,
em relação à época mais apropriada a cultura da soja, reduziu, principalmente, o número de
dias para o florescimento, conforme o ciclo da cultivar.
TABELA 02 – Resultados médios obtidos para a variável dias para o florescimento
(DPF). Ponta Grossa – PR, 2008.
DPF ( dias)
Média
Época 1
Época 2
FTS-4157
55,33*
52,33
53,83
1
g
g
h
M-SOY 5826
56,67
54,00
55,33
2
fg
fg
gh
SPRING
57,33
52,67
55,00
3
efg
g
h
MSOY-5942
58,67
56,00
57,33
4
def
ef
fg
V-MAX
58,67
56,00
57,33
5
def
ef
fg
M-SOY 6101
60,33
59,33 abcd
59,83
6
bcde
bcde
RB 501
62,67 ab
60,67 a
61,67 ab
7
RB 603
59,00
57,00
58,00
8
cdef
cdef
ef
M-SOY 6600
59,00
56,67
57,83
9
cdef
def
ef
CD-215
58,67
56,00
57,33
10
def
ef
fg
FTS-C. MOURÃO RR
61,33
60,33 ab
60,83 abc
11
bcd
CD-212 RR
59,00
56,33
57,67
12
cdef
def
ef
CD-213 RR
62,00 abc
60,00 abc
61,00 ab
13
CD-214 RR
62,67 ab
60,33 ab
61,50 ab
14
BRS-257
60,00
57,33
58,67
15
bcde
bcde
cdef
BRS-213
60,33
56,67
58,50
16
bcde
def
def
BRS-230
59,33
56,67
58,00
17
cdef
def
ef
BRS-242 RR
64,67 a
60,67 a
62,67 a
18
CD-202
59,00
57,67 abcde
58,33
19
cdef
ef
CD-201
61,00
60,33 ab
60,67 abcd
20
bcd
Média
59,78 A
57,35 B
CV %
1,79
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula (coluna) e maiúscula (linha) não diferem estatisticamente
pelo Teste de Tukey com 5% de significância.
Tratamento
Variedade
Na primeira época (08/11/2006), a cultivar BRS-242 RR, foi a que apresentou o
maior período de DPF, porém não diferindo significativamente das cultivares RB 501, CD214 RR e CD-213 RR. Por outro lado, a cultivar que apresentou o menor DPF foi a cultivar
FTS-4157, porém esta não diferiu significativamente das cultivares M-SOY 5826 e Spring;
este mesmo resultado foi obtido na segunda época de semeadura.
Já na segunda época de semeadura (23/11/2006), as cultivares RB 501 e BRS-242
RR obtiveram o maior DPF, porém não diferindo das cultivares FTS- Campo Mourão RR,
CD-214 RR, CD-201, CD-213 RR, M-SOY 6101 e CD-202.
Maturação (MAT)
Analisando estes dados, verificou-se que não houve interação significativa entre as
cultivares e épocas de semeadura avaliadas, isto é, as cultivares mantiveram uma tendência de
se comportarem de maneira similar, tanto na primeira, quanto na segunda época de
semeadura. Porém, em relação à média geral do ensaio, houve uma redução na MAT da
ordem de três dias, da primeira para a segunda época, fato este que também foi evidenciado
por Martins et al (1999).
Na primeira época a cultivar CD-214 RR, foi a que apresentou, numericamente,
maior número de dias da emergência até a maturação fisiológica, porém, não diferiu
significativamente das cultivares CD-213 RR, BRS-242 RR, BRS-257, CD-201, RB 501, RB
603, FTS- Campo Mourão RR, BRS-213, BRS-230, CD-202, M-SOY 6600 e CD-212 RR. A
cultivar que apresentou menor MAT foi a FTS-4157, entretanto esta não diferiu
significativamente das cultivares SPRING, M-SOY 5826 e V-MAX.
TABELA 03 – Resultados médios obtidos para o caráter maturação (MAT).
Ponta Grossa – PR, 2008.
Maturação (dias)
Média
Época 1
Época 2
FTS-4157
117,00*
f
114,00
d
115,50
1
g
M-SOY 5826
118,33
f
114,00
116,17
2
d
g
SPRING
120,00
f
117,67
118,83
3
c
fg
MSOY-5942
125,33
de
122,33
123,83
4
c
e
V-MAX
122,00
ef
121,33
121,67
5
c
ef
M-SOY 6101
131,00
bcd
129,00
130,00
6
b
d
RB 501
134,33
ab
128,67
131,50
7
b
bcd
RB 603
134,33
ab
132,67 ab
133,50 abcd
8
M-SOY 6600
132,67
abc
129,33
131,00
9
b
bcd
CD-215
126,67
cde
122,67
124,67
10
c
e
133,67
ab
130,33 ab
132,00 abcd
11
FTS-C. MOURÃO RR
CD-212 RR
132,00
abc
129,67 ab
130,83
12
bcd
CD-213 RR
137,00
ab
132,00 ab
134,50
13
cd
CD-214 RR
137,33
a
133,67 a
135,50 ab
14
BRS-257
135,33
ab
130,67 ab
133,00 a
15
BRS-213
133,00
ab
130,67 ab
131,83 abcd
16
BRS-230
133,00
ab
130,00 ab
131,50
17
bcd
BRS-242 RR
136,33
ab
132,33 ab
134,33 abc
18
CD-202
133,00
ab
131,67 ab
132,33 abcd
19
CD-201
134,67
ab
132,00 ab
133,33 abcd
20
Média
130,23
A
127,35 B
CV %
1,30
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula (coluna) e maiúscula (linha) não diferem estatisticamente
pelo Teste de Tukey com 5% de significância.
Tratamento
Variedade
Na segunda época, a cultivar CD-214 RR, foi a que apresentou novamente, maior
MAT, porém, não diferiu significativamente das cultivares RB 603, BRS-242 RR, CD-213
RR, CD-201, CD-202, BRS-257, BRS-213, FTS-Campo Mourão RR, BRS-230 e CD-212
RR. Novamente, a cultivar que apresentou menor MAT, foi a FTS-4157, entretanto esta não
diferiu significativamente da cultivar SPRING. O mesmo resultado foi obtido por Câmara et
al., (1998).
A cultivar CD-214 RR que foi a que apresentou maior MAT, também foi a que
apresentou maior DPF. As cultivares FTS-4157 e Spring obtiveram os menores valores de
DPF, sendo que a cultivar FTS-4157 também apresentou menor ciclo, resultados estes
também foram obtidos por Câmara et al., (1998), trabalhando com 18 linhagens e 2 cultivares,
onde o material que floresceu primeiro foi o que apresentou menor duração do ciclo e, o que
apresentou maior DPF, obteve maior ciclo.
Altura (ALT)
Para a variável altura de plantas (cm), encontrou-se interação significativa entre
cultivares e épocas de semeadura, mostrando que ocorreram diferenças significativas entre as
cultivares nas épocas avaliadas, sendo que a época 1 apresentou altura superior à época 2
(TABELA 04).
Analisando o comportamento das cultivares, observou-se que houve superioridade
significativa da cultivar M-SOY 6101 para altura final de plantas, em ambas as épocas,
porém, esta não diferiu significativamente das cultivares CD-215, CD-202, BRS-242 RR,
BRS-213, M-SOY-5942, CD-214 RR, CD-212 RR e FTS-Campo Mourão RR na primeira
época. Já na segunda época, não diferiu das cultivares CD-202, BRS-242 RR, CD-214 RR,
FTS-4157, CD-213 RR, FTS-Campo Mourão RR, CD-201, CD-212 RR, M-SOY 5826, MSOY 5942 e BRS-257.
TABELA 04 – Resultados médios obtidos para a variável altura de plantas (ALT). Ponta
Grossa - PR, 2008.
Altura (cm)
Média
Época 1
Época 2
FTS-4157
81,67* A bc
75,00 A abc
78,33 bcde
1
M-SOY 5826
81,67 A bc
71,67 A abcd
76,67 bcde
2
SPRING
70,00 A c
53,33 B ab
61,67
3
f
M-SOY-5942
86,67 A abc
70,00 B abcd
78,33 bcde
4
V-MAX
70,00 A c
65,00 A bcd
67,50
5
def
M-SOY 6101
101,67 A a
86,67 B a
94,17 a
6
RB 501
75,00 A bc
56,67 B cd
65,83
7
ef
RB 603
81,67 A bc
56,67 B cd
69,17
8
def
M-SOY 6600
80,00 A bc
63,33 B bcd
71,67
9
cdef
CD-215
93,33 A ab
65,00 B bcd
79,17 bcde
10
83,33 A abc
73,33 A abc
78,33 bcde
11
FTS-C. MOURÃO RR
CD-212 RR
85,00 A abc
71,67 B abcd
78,33 bcde
12
CD-213 RR
76,67 A bc
73,33 A abc
75,00 bcdef
13
CD-214 RR
85,00 A abc
75,00 A abc
80,00 bcd
14
BRS-257
76,67 A bc
70,00 A abcd
73,33 bcdef
15
BRS-213
90,00 A ab
65,00 B bcd
77,50 bcde
16
BRS-230
78,33 A bc
66,67 B bcd
72,50
17
cdef
BRS-242 RR
90,00 A ab
80,00 A ab
85,00 abc
18
CD-202
91,67 A ab
81,67 A ab
86,67 ab
19
CD-201
76,67 A bc
73,33 A abc
75,00
20
bcdef
Média
82,75 I A
69,67 I B
CV %
8,40
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula (coluna) e maiúscula (linha) não diferem estatisticamente
pelo Teste de Tukey com 5% de significância.
Tratamento
Variedade
Os menores valores de altura foram obtidos pelas cultivares Spring e V-MAX na
primeira época (70 cm nas duas cultivares), porém este resultado difere significativamente,
somente das cultivares M-SOY 6101, CD-215, CD-202, BRS-213 e BRS-242 RR. Na
segunda época, a cultivar Spring obteve novamente a menor altura, apresentando um valor de
53,33 cm.
Segundo Garcia et al., (2007), a altura mínima, para que não haja redução das perdas
de grãos na operação de colheita, deve ser acima de 60 cm. Portanto, para a semeadura das
cultivares Spring, RB 603 e RB 501, deve-se ter a máxima atenção para que sua semeadura
seja realizada dentro da melhor época recomendada, pois um atraso de poucos dias
comprometeu sua altura, conseqüentemente, diminuindo a eficiência da colheita, acarretando
uma menor produtividade de grãos por unidade de área.
Acamamento
Avaliando-se a variável acamamento de plantas, encontrou-se interação significativa
entre cultivares e épocas de semeaduras (TABELA 05).
TABELA 05 – Resultados médios obtidos para a variável acamamento de plantas. Ponta
Grossa – PR, 2008.
Acamamento
Média
Época 1
Época 2
FTS-4157
1,34
1
1,67*
A cdef
1,00
A c
efg
M-SOY 5826
1,00
2
1,00** A
f
1,00
A c
g
SPRING
1,00
3
1,00
A
f
1,00
A c
g
MSOY-5942
1,08
4
1,17
A
f
1,00
A c
fg
V-MAX
1,00
5
1,00
A
f
1,00
A c
g
M-SOY 6101
3,25
6
3,17
A abc
3,33
A ab
ab
RB 501
2,86
7
3,56
A ab
2,17
B bc
bcd
RB 603
1,92
8
2,83
A abcd
1,00
B c
defg
M-SOY 6600
1,17
9
1,33
A
ef
1,00
A c
fg
CD-215
1,25
10
1,50
A
def
1,00
A c
fg
FTS-C. MOURÃO RR
2,08
11
2,83
A abcde
1,33
B c
cdef
CD-212 RR
1,17
12
1,33
A
ef
1,00
A c
fg
CD-213 RR
2,67
13
3,83
Aa
1,50
B c
bcd
CD-214 RR
2,83
14
3,67
Aa
2,00
B bc
bcd
BRS-257
2,33
15
3,17
A abc
1,50
B c
bcde
BRS-213
1,50
16
2,00
A abcdef
1,00
B c
efg
BRS-230
2,00
17
3,00
A abcd
1,00
B c
cdefg
BRS-242 RR
4,08
18
3,83
Aa
4,33
Aa
a
CD-202
2,58
19
3,33
A ab
1,83
B bc
bcd
CD-201
3,08
20
4,50
Aa
1,67
B c
abc
Média
2,49
1,53
A
B
CV %
9,82
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula (coluna) e maiúscula (linha) não diferem estatisticamente pelo
Teste de Tukey com 5% de significância.
Tratamento
Variedade
** Dados transformados (
x + 0,5 ).
Os maiores valores de acamamento, na primeira época, ocorreram para as cultivares
CD-201, BRS-242 RR, CD-213 RR e CD-214 RR. Na segunda época, a cultivar BRS-242 RR
foi a que apresentou maior grau de acamamento, diferindo significativamente de todas as
outras cultivares, com exceção da cultivar M-SOY 6101.
O segundo maior grau de acamamento na primeira e o maior na segunda época
apresentado pela cultivar BRS-242 RR, pode ser explicado devido ao fato desta cultivar ter
sido semeada em altitude superior a 800 metros, onde ela se torna susceptível ao acamamento
(EMBRAPA, 2007), pois em altas altitudes as temperaturas são mais baixas, prolongando o
desenvolvimento vegetativo.
Os menores graus de acamamento ocorreram nas cultivares de menor ciclo, pois a
duração do período juvenil nestas é mais curto, fazendo com que a floração seja antecipada
em relação às demais cultivares.
Produtividade de grãos
A análise de variância, para a variável produtividade de grãos, revelou que houve
diferença significativa na interação cultivares x épocas de semeadura, indicando que
ocorreram diferenças no comportamento das cultivares avaliadas nas duas épocas (TABELA
06).
TABELA 06 – Resultados médios obtidos para a variável Produtividade de grãos com
Ponta Grossa – PR, 2008.
umidade corrigida para 13% (kg.ha-¹).
Produtividade (kg.ha-¹)
Média
Época 1
Época 2
FTS-4157
3423* A
2913 A c
3168
f
1
d
M-SOY 5826
4010 A cd
2837 B c
3423
2
ef
SPRING
4220 A bcd
3647 A abc
3933
3
cdef
MSOY-5942
4100 A cd
3943 A abc
4022
4
bcdef
V-MAX
4303 A bcd
4127 A abc
4215 abcde
5
M-SOY 6101
5180 A abc
4170 B abc
4675 abc
6
RB 501
4317 A bcd
3060 B bc
3688
7
def
RB 603
4607 A bcd
4103 A abc
4355 abcde
8
M-SOY 6600
5000 A abc
4683 A a
4842 abc
9
CD-215
4573 A bcd
4417 A a
4495 abcd
10
FTS-C. MOURÃO RR
5483 A ab
4570 B a
5027 a
11
CD-212 RR
5210 A abc
4463 B a
4837 abc
12
CD-213 RR
5220 A abc
4633 A a
4927 ab
13
CD-214 RR
6140 A a
4010 B abc
5075 a
14
BRS-257
4977 A abc
4007 B abc
4492 abcd
15
BRS-213
4987 A abc
4430 A a
4708 abc
16
BRS-230
5140 A abc
4690 A a
4915 ab
17
BRS-242 RR
5273 A abc
3410 B abc
4342 abcde
18
CD-202
5557 A ab
4190 B abc
4873 abc
19
CD-201
5130 A abc
4296 B ab
4713 abc
20
Média
4843 A
4030 B
CV%
10,19
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula (coluna) e maiúscula (linha) não diferem estatisticamente
pelo Teste de Tukey com 5% de significância.
Tratamento
Variedade
Observou-se que o retardamento da época de semeadura provocou redução na
produtividade de todas as cultivares, porém essa redução só foi estatisticamente significativa
nas cultivares FTS-Campo Mourão RR, CD-212 RR, CD-201, CD-202, M-SOY 6101, CD214 RR, BRS-257, M-SOY 5826, RB 501 e BRS-242 RR.
Na primeira época de semeadura a cultivar CD-214 RR alcançou a maior média de
produtividade (6140 kg.ha-¹) sem, contudo, diferir significativamente das cultivares CD-202
(5557 kg.ha-¹), FTS-Campo Mourão RR (5483 kg.ha-¹), BRS-242 RR (5273 kg.ha-¹), CD-213
RR (5220 kg.ha-¹), CD-212 RR (5210 kg.ha-¹), M-SOY 6101 (5180 kg.ha-¹), BRS-230 (5140
kg.ha-¹), CD-201 (5130 kg.ha-¹), M-SOY 6600 (5000 kg.ha-¹), BRS-213 (4987 kg.ha-¹) e BRS257 (4977 kg.ha-¹), enquanto a menor média foi registrada para a cultivar FTS-4157 (3423
kg.ha-¹).
A cultivar BRS-230 apresentou a maior produtividade na segunda época (4690 kg.ha¹), diferindo, no entanto, apenas das cultivares RB 501 (3060 kg.ha-1), FTS-4157 (2913 kg.ha1
) e M-SOY 5826 (2837 kg.ha-1).
6. Conclusões
Com o atraso na semeadura, ocorreu redução no período de dias para o florescimento
(DPF), maturação (MAT), altura de plantas e produtividade de grãos em todas as cultivares
avaliadas;
O grau de acamamento diminuiu para a maioria das cultivares avaliadas com o atraso
na semeadura;
As cultivares BRS-242 RR, CD-214 RR e RB 501 foram as que mais sentiram a
influência da época de semeadura, reduzindo sua produtividade em 35,33%, 34,69% e
29,12%, respectivamente.
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Avaliação de cultivares de soja convencional e Roundup Ready