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nome foi alterado para o atual.
Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e
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Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes"
•
Jul/Ago, nQ 327, 57: 1·330, 2002
REVISTA DO INSTITUTO DE LATiCíNIOS
"CÂNDIDO TOSTES"
DAIRY JOURNAl
BIMONTHlY PUBllSHED BY THE
"CÂNDIDO TOSTES" .. DAIRY INSTITUTE
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS
Centro Tecnológico
Instituto de Laticínios "Cândido Tostes"
Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes"
Juiz de Fora (MG) .. Vai.
57 (327); 1 330 .. Jul/Ago de 2002
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..
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Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes"
•
Jul/Ago, nº 327, 57: 1·330, 2002
Governo do Estado de Minas Gerais
Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes"
•
Jul/Ago, nº 327, 57: 1·330, 2002
XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
Itamar Franco
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Paulino Cícero de Vasconcellos
COMISSÃO ORGANIZADORA
Coordenação Geral: Dr. Fernando Cruz Laender (Presidente da EPAMIG)
Secretário Executivo: Dr. Geraldo Alvim Dusi (Chefe do CT/ILCT - EPAMIG)
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais
Fernando Cruz Laender - Presidente
Marcelo Fideles Braga - Diretor de Operações T écnicas
COMISSÃO CIENTíFICA E DE RECEPÇÃO
Centro Tecnológico· Instituto de Laticínios Cândido Tostes
Coord. José Alberto Bastos Portugal e equipe
Comitê Gerencial
SECRETARIA GERAL
Geraldo Alvim Dusi - Chefe do CT /ILCT
Coord. Regina Célia Mancini e equipe
José Alberto Bastos Portugal - Seco Executivo Prog. Proc. Agroindustrial
Regina Célia Mancini - Coord. do Programa Ensino Leite e Derivados
José Lourenço Pereira Russi - Supervisor do Núcleo de Administração e Finanças
EXPOMAQ
Nelson Tenchini Macedo - Supervisor do Núcleo de Indústria e Comércio
Coord. José Lourenço Pereira Russi e equipe
Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes
EXPOLAC
Luiza Carvalhaes Albuquerque
Coord. Nelson Tenchini de Macedo e equipe
Corpo Revisor da Revista do ILCT
Célia Lucia Luces Fortes Ferreira
CORPO TÉCNICO DOS ANAIS DO
Daise Aparecida Rossi
Editoração Eletrônica
Edna Froeder Arcuri
�
José Alberto Bastos Portugal
�.
XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
Impressão
Geraldo Alvim Dusi
Luiz Ronaldo de Abreu
Braz dos Santos Neves
Luiza Carvalhaes de Albuquerque
-C� tc­
gráfica e editora
artes gráficas
(32) 3217-0283
Maria Cristina Drumond e Castro
Paulo Henrique Fonseca da Silva
Jornalista Responsável
Cristina T hielmann
GRÁFICA E EDITORA
(32) 3215-8988
Vania Lucia Alves Lacerda
Reg. Prof. 4.729/MG
Os trabalhos apresentados são de inteira responsabilidade de seus autores.
Danielle Braga Chelini Pereira
Edna Frõeder Arcuri (Embrapa Gado de Leite)
Eduardo Reis Peres Dutra
Fernando Antônio Resplande Magalhães
Heloíza Maria de Souza
José Alberto Bastos Portugal
Juiz de Fora, julho de 2002
José Roberto Ferreira (Embrapa Gado de Leite)
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS
• EPAMIG •
Marco Antônio Moreira Furtado (FFB/UFJF)
Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", n. 1 - 1946 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios "Cândido
Tostes", 1946.
v.
Adauto de Matos Lemos
Antônio Carlos Savino de Oliveira
Luiz Carlos Gonçalves Costa Júnior
Paulo Henrique Fonseca da Silva
Saridra Maria Pinto(Embrapa Gado de Leite)
Silmat Carla da Silva
ilust. 23 cm
n. 1-19 (1946-48), 27 cm, com nome de Felctiano, n. 20-73 (1948-57), 23 em, com o nome de Felctiano.
A partir de setembro de 1958, com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes".
1. Zootecnia - Brasil - Periódicos. 2. Laticínios - Brasil - Periódicos
1. Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed.
ISSN 0100-3674
CDU 636/637(81)(50)
Os trabalhos apresentados são de inteira responsabilidade de seus autores.
A Comissão Organizadora agradece a todos os funcionários do CT/ILCT e a todas
as pessoas que colaboraram direta ou indiretamente para a realização do
XIX Congresso Nacional de Laticínios.
Pág. II
Pág. III
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Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, n!! 327, 57: 1-330, 2002
Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes"
•
Jul/Ago, n!! 327, 57: 1-330, 2002
R ELAÇÃO D E PARTICIPANTES NA EXPOMAQ/2002
ABC Comércio e Representações Ltda
Importação e Exportação de Medidores Polimate Ltda
Analítica Ltda
Indústria de Máquinas Agrícola Tambrás
Analyser Comércio e Indústri a Ltda
André Lui z Li ma de Souza (ME) Casa Forte
Indústria e Comércio de Plásticos Fortuce Ltda
Indústria e Comércio de Plásticos S anta M aria Ltda
B asequímica Produtos Químicos Ltda
Injesul Plásticos Ind. e Com. Ltda
B iasinox Indústria e Comércio Ltda
J onhis Instrumentos de Medição Ltda
B KG Rotem Química do B rasil Ltda
Jorvic do Brasil Ltda
B orsatto Industrial Ltda.
Kerry do B rasil Ltda
Brasflow Indústria e Comércio Ltda
Brassel Com . , Importação e Exportação Ltda
Lacti Lab do Brasil Ltda
Lago Polpa Ind. e Com. de Prod. A limentícios Ltda
BV Representações Com. Imp. e Exportação Ltda
Laktron Indústria Metal úrgica Ltda
Cap Lab Comercial Ltda
LG - Com. Repres. e Assistência Técnica Ltda
Carl o s A .Wanderley e Fi l h o s Imp. Exp. Com. e Repr.
Ltda
Livenza Com. [mp. e Exportação Ltda
M adasa do B rasil Importação e Exportação Ltda
Chamfer I n d . e Com. Ferr. Prod. Plásticos Ltda
Marte Balanças e Aparelhos de Preci s ão Ltda
CHR H ansen Indústria e Comérci o Ltda
M atrix Ingedientes Com. e Rep. Ltda
Clariant Comercial S/A
Mecânica M artins Guedes Ltda
Clyrep Serviços Gráficos Ltda
Coalhobrás Ind. e Com. de Produtos Químicos Ltda
Mercocítrico Fermentações Ltda
MGE Comercial Ltda
Copan Diagnostics
MML Indústria e Comércio Ltda
M ódulo Metais Indús tria e Comércio Ltda
Cryovac Brasil Ltda
M ultidraw Eng. e Proj. Industriais e Ambientais Ltda
Conservas Ritter S/A Ind., Agrícola e Comercial
Danflow Indústria e Comércio Ltda
Mu-Mu Ali mentos Ltda
Danisco Cultor B rasil Ltda
NZMP (Brasil) Ltda
Delgo Metalúrgica Ltda
Desnate Ind e Com de Peças p/ Centrífugas Ltda.
Park Paper Etiquetas Ltda
Dinieper Indústri a Metalúrgica Ltda
Poly-Vac S/A
Panda Conexões Sanitárias Ltda
Dixie Toga S/A
Produtos Macalé Ltda.
DMOM M áquinas Ltda
Revi sta Indústria de Laticínios
Editora Dipemar - Rev. Leite e Derivados
Rhodia Brasil Ltda
Eliane Argamassas e Rejuntes Ltda
Robertet do B rasil Ltda
Embali I ndústria Plástica Ltda
Embrapa Empresa Brasileira Pesquisa Agropecuária
Secretaria Estado Agr., Peco e Abastecimento de MG
Emil - Empresa Mineira Ltda
Selovac Indústria e Comércio Ltda
SCS Comércio Importação e Exportação Ltda
Engefril Ind e Com Ltda
Sermatec Ltda
Etiquetadora Amaral Ltda
Servitel Telecomunicações Ltda
Fabo Bombas e Equipamentos Ltda
Shell Gas (LPG) B rasil S.A.
FIBRAV - Fibra de Vidro de Lambari
SILEMG - Sind. Ind. de Lat. e Prod. Deriv. do Est. de MG
Gemacon Comércio e Serviços Ltda
Spirax S arco Indústria e Comércio Ltda
Geraldo Rafael da Silva (Casa das Desnatadeiras)
Tecnomilk Ltda
Germinai Ind. e Com. de Prod. Químicos Ltda
Terom do Brasil
Globalfood S istemas, Ingred. Tecnol. p/Alimentos
Globo Inox Equipamentos Industriais Ltda
Tetra Pak Ltda
Laticínios Moedense Ltda Moeda MG
Coop. Agrop . Cas cavel Ltda COOPAVEL Cascavel PR
C o o p . Agro p . do Vale do P aracatu Ltda Paracatu - M G
Laticínios Vimilk - Perdões - M G
LaticÚlios Nata 1 0 Ind. e Com. Ltda - Barbacena - MG
Laticínios Maripá Ltda - Cruzeiro do Oeste - PR
Laticínios Cruzeiro do Oeste Ltda - Cruzeiro do
Oeste - PR
C o o p . de L a t i c í n i o s S el i ta - Cachoeira d o
Itapemirim - ES
Fundação Arthur Bernardes - Viçosa - MG
Cooperativa dos Produtores de Leite de Além
Paraíba Ltda Além Paraíba - MG
Nutrícia S/A Produtos Dietéticos e Nutricionais Caratinga - MG
Laticínios Tirolez Ltda Arapuã - MG
LACTOPLASA Ind. de Lat. do Planalto S.A.
Lages RS
Laticínios Boa Nata Ind. e Com. LTDA - Curral
Novo MG
Empreendimentos Agro p . R i o Bo nito Ltda
Curitiba - PR
Coop. de Laticínios de Promissão - Promissão SP
Laticín i o s Ponte Nova Ltda - Santa Rita de
Ibitipoca - MG
Laticínios Curral de Minas Ltda Oliveira - MG
Alvarenga e Cia Ltda - Perdões MG
Laticínios Boa Nata Ind. e Com. LTDA - S ão
Tiago - MG
Milênio Ind. e Com. de Alimentos Ltda Campo
Belo - MG
J.B. Martins Moreira Ltda - Rio Novo - MG
Agro Indústria Guarani Ltda - Guarani - MG
Laticínios Boa Nata Ind. e Com. LTDA - Pouso
Alto - MG
Coop. de Laticínios Campesina - Penápolis - SP
Laticínios Verde Campo Ltda - Lavras - MG
Cons ervatória Produtos A l i men t í c i o s Ltda Conservatória - RJ
Comercial de Laticínios de Natal - Natal - RN
CCAL Corlac - Santa Maria - RS
Indústrias Flórida Ltda - Juiz de Fora - MG
Camponesa Alimentos Ltda - Cruzília MG
Laticínios Bom Gosto Ltda - Tapej ara - RS
Coop . Agropecuári a Sudoeste de Minas Ltda
Passos MG
G o nçalves S a l l e s I n d . E C o m . S /A - S ão
Sebastião do Paraíso - MG
Lati cínios PJ Ltda - Ingaí - MG
Indústri a de Alimentos Ouro Verde Casi miro
Ltda - Casimiro de Abreu - RJ
Gilberto Vilela Oliveira M.E. Doces Campo
Redondo - Boa Esperança - MG
Fábrica de Laticínios Carrancas - Carrancas MG
Laticínios Cruziliense Ltda - Cruzíli a - MG
Laticínios Tirolez Ltda - Tiros - M G
C o o p . Agrop. de São João Nepomuceno - S ão
João Nepomuceno - MG
C o o p . Agro p . dos Prod ut ores de Leite de
Leopoldina Ltda - Leopoldina - MG
Ind.de Doces e Laticínios Nugovita Ltda São
Gonçalo do Pará
Laticínios Tânia Ind. E Com. Ltda - Guaraçaí - SP
Laticínios ITA - Itabirito - MG
Trevi Indústria Mecânica Ltda
Turbinave Ind. E Com. de Centrífugas Ltda
Greentech Cons. E informática S C Ltda.
Hexis Científica
Hinoxline INDÚSTRIA Metalúrgica Ltda
West Indústria, Comércio e Representação Ltda
Huhtamaki do B rasil Ltda
Westfalia Separator do Brasil Ltda
IATASHA Distribuidora & Representações Ltda
R ELAÇÃO D E PARTICIPANTES NA EXPOlAC/2002
U nipac Embalagens Ltda
York Refrigeration Ltda
Pág. IV
Pág. V
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Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - JullAgo, nl! 327, 57: 1-330, 2002
Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, n2 327, 57: 1-330, 2002
SUMÁRIO
INFLUÊNCIA DE SUBSTITUTOS DE GORDURA NAS CARACTER Í STICAS DO
IOGURTE PROBI Ó TICO ............. ........................................................................... ............................. ........... 1 3 3
AVALIAÇ Ã O DA MATURAÇ Ã O DO QUEIJO PRATO .
. .
.
136
USO DE SUBSTITUTOS DE GORDURA NO "FROZEN YOGURT" PROBIÓ TICO .......................... 1 40
1 42
ESTUDO COMPARATIVO DE EDULCORANTES EM IOGURTES PROBI Ó TICOS . . . .
AVALIAÇ Ã O DA ROTULAGEM DE LEITE E PRODUTOS L Á CTEOS COMERCIALIZADOS
NO MUNIC Í PIO DE VIÇOSA - MG ................................................................................. ............................ 1 4 5
AVALIAÇÃ O DO RENDIMENTO DA FABRICAÇ Ã O DE QUEIJOS PRODUZIDOS COM ADIÇÃ O
DE TRANSGLUTAMINASE
.
..
1 47
ESTUDO DA CINÉTICA D E ADSORÇ Ã O D E a-LACTOALBUMINA E �-LACTOGLOBULINA
EM RESINA DE TROCA I ÔNICA EM TANQUES AGITADOS .............................................................. 1 49
AVALIAÇÃ O DA DESSORÇ Ã O DE a-LACTOALBUMINA E �-LACTOGLOBULINA USANDO
CROMATOGRAFIA DE TROCA I ÔNICA DE ALTA RESOLUÇ Ã O ..................................................... 1 5 3
QUEIJO "MINAS" FRESCAL COMERCIALIZADO NA CIDADE DE JUIZ DE FORA E
REGI Ã O II - INCIDÊNCIA DE ESTAFILOCOCOS PRODUTORES DE COAGULASE .................... 1 5 7
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE Á GUAS DE NASCENTES E POÇOS UTILIZADAS POR
PEQUENAS INDÚ STRIAS DE LATIC ÍNIOS II - JUIZ DE FORA - MG
.
1 59
QUALIDADE SENSORIAL E MICROBIOLÓ GICA DO REQUEIJ ÃO TRADICIONAL E LIGHT . 1 6 0
AVALIAÇ Ã O D A QUALIDADE DE DIFERENTES MARCAS DE RICOTA COLONIAL ................. 1 6 2
AVALIAÇÃ O MICROBIOLÓ GICA DE DIFERENTES TIPOS DE QUEIJOS PRODUZIDOS EM
RODEIO - SC ..
.
.
. .
1 65
A VALI AÇ Ã O MICROBIOL Ó GICA E F Í SICO-QU Í MICA DE QUEIJO MINAS "FRESCAL"
COMERCIALIZADO EM FEIRA LIVRE DE VIÇOSA - MG .................................................................. 1 67
AVALIAÇ Ã O MICROBIOLÓ GICA DE LEITE CRU A GRANEL E LEITE PASTEURIZADO NA
REGIÃ O DE VIÇOSA - MG
. .
. .
.
.
. .
. . ... . 1 7 0
H Á BITOS DE CONSUMO DE LEITE E DERIVADOS NA CIDADE DE VIÇOSA - MG ................... 1 7 4
QUALIDADE DO IOGURTE COMERCIALIZADO EM VIÇOSA MG ............................................... 1 7 8
PERFIL MICROBIOLÓ GICO DE AMOSTRAS DE SORVETE COMERCIALIZADAS EM ALGUMAS
CIDADES MINEIRAS .................................. .......................................... ... ............................................... ........ 1 8 1
QUALIDADE MICROBIOLÓ GICA DE AMOSTRAS DE LEITE PASTEURIZADO COMERCIALIZADAS
EM ALGUMAS CIDADES MINEIRAS NO ANO DE 200 1 ................................ ...................................... 1 8 3
AVALIAÇ Ã O DA QUALIDADE MICROBIOLÓ GICA DE QUEIJOS RICOTA COMERCIALIZADOS
EM MINAS GERAIS ........................................................................................................................................ 1 8 6
ISOLAMENTO E ENUMERAÇÃO DE STAPHYLOCOCCUS SP EM QUEIJOS COM BAIXO TEOR
DE GORDURA COMERCIALIZADOS EM BELO HORIZONTE - MG ................................................ 1 8 8
CONSUMO DE LEITE INFORMAL: A PREFERÊNCIA DOS CONSUMIDORES
1 90
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE QUEIJO DOCE COM POLPA DE FRUTAS QUEIJO DOCE FRUTAS
.
.
. 1 93
.......... .. ......... ..................................................
PALESTRAS E COMUNICAÇÕES TÉCNICAS
PRODUÇÃ O DE QUEIJO TIPO COTTAGE POR ACIDIFICAÇ Ã O DIRETA r:o LEITE COM
Á CIDO L Á TICO COMO COADJUVANTE NO PROCESSO DE FERMENTAÇAO
.
1
TEOR DE CARBOIDRATOS E AMIDO EM DOCES DE LEITE COMERCIALIZADOS EM JUIZ
DE FORA
7
IMPLANTAÇÃ O DE BOAS PR Á TICAS DE FABRICAÇ Ã O EM UMA IND Ú STRIA DE
LATICÍNIOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
.
.
12
Ã
AVALIAÇ O SENSORIAL DE QUEIJOS USANDO O MODELO ETANA
.
17
ASPECTOS IMPORTANTES PARA O CONTROLE DO RENDIMENTO NA FABRICAÇÃ O DE
QUEIJOS ................... ................................................................................................................... , ....................... 27
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA FORMAÇ Ã O DE AMINAS BIOATIVAS POR
LACTOCOCCUS LACTlS SSP. CREMORIS E LACTOCOCCUS LACTlS SSP. LACTIS .......................... 4 0
AVALIAÇ Ã O DO USO DA REDUTASE PARA DETERMINAÇ Ã O DA QUALIDADE DO LEITE
COLETADO A GRANEL
.
.
.
47
DETERMINAÇ Ã O DA OXIDAÇ ÃO DE REQUEIJ Ã O CREMOSO PELO MÉTODO DE TBA
53
PESQUISA DE SALMONELLA SP, ESCHERICHIA COL!, L!STERIA SP E STA PHYLOCO CCUS SP.
E DETECÇÃ O DE ENTEROTOXINAS ESTAFILOC Ó CICAS EM QUEIJO TIPO COALHO ............ 6 0
A VALIAÇÃ O MICROBIOLÓ GICA D E QUEIJO MINAS ARTESANAL FRESCO E MATURADO
PRODUZIDO NA REGI ÃO DO SERRO - MG .............................................................................................. 6 6
INGREDIENTES INOVADORES FUNCIONAIS: TENDÊNCIAS .............................................................. 7 1
........................... .....
...............................................................................................................................................................
....... .......................... ...................................
...... ......................................
.............. ........................................................... ............................................ ..........
.........
IDENTIFICAÇ Ã O DE CONTAMINANTES BACTERIANOS NO LEITE CRU DE TANQUES DE
REFRIGERAÇ ÃO
.
.
.
.
..
83
TENDÊNCIAS E DEMANDAS TECNOLÓ GICAS EM ESTABILIZAÇ Ã O DE FERMENTADOS
89
EFEITO DE LEITE DESNATADO CONTENDO BIFIDOBACTERIUM BREVE NA
MODULAÇ Ã O DA MICROBIOTA INTESTINAL MURINA .................................................................... 92
ASPECTOS BIOQUÍMICOS E TECNOLÓ GICOS DA Á GUA COMO CONSTITUINTE DOS
PRODUTOS L Á CTEOS .................................................................................................................................. .. 98
IMPED Â NCIA ELÉ TRICA PARA A DETERMINAÇ ÃO DA QUALIDADE MICROBIANA DOS
ALIMENTOS .......... ............................................................................ ................................................... ........... 1 0 2
....... .......... ................... .............................................. .................
......................................
......
POSTER'S
MUSSARELA SEMI-FUNDIDA: UMA NOVA ALTERNATIVA DE PRODUÇ Ã O
.
1 07
Ã
Ã
UTILIZAÇ O DE FUMAÇA LÍQUIDA NO PROCESSO DE DEFUMAÇ O DO QUEIJO
PROVOLONE ....... ............................................................................................................................................ 1 1 0
ENRIQUECIMENTO NUTRICIONAL DE P Ã O DE FORMA COM SORO DE QUEIJO
.
.. 1 1 4
..................... .......
....... .........
SORO DE LEITE: CUSTOS DE EQUIPAMENTOS PARA O SEU PROCESSAMENTO .................... 1 1 7
AVALIAÇÃ O DA GESTÃ O DO CONTROLE DE QUALIDADE E SEGURANÇA ALIMENTAR
NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO CIRCUITO DO QUEIJO ................................................ 1 2 0
ALTERNATIVAS PARA FABRICAR QUEIJO COLONIAL ARTESANAL SEGURO PARA O
CONSUMIDOR .
. .
..
.
..
.
. 1 22
IDENTIFICAÇ Ã O DE PERIGOS E PONTOS CR Í TICOS DE CONTROLE NO PROCESSAMENTO
DE QUEIJO DE MANTEIGA .............................. .................. ............................................................. ........... 1 2 5
EFEITO DE PROCESSOS DE PASTEURIZAÇ ÃO APLICADOS EM LEITE DE CABRA NO
ESTADO DE PERNAMBUCO ............................................ ........................................................................... 1 2 8
. . .............. .. ................................................ . ............... ................. . ............. ......................
Pág. V I
.. ..... ... ..... ......
........................................................................................... ................... . ........
................................. ...........
..
.
................................................. ............. ............................. ..... .............................................
.............. ..... ......... ..... ........ ................ .............. ..... .........................
....
....
...............................
......................................................... .................... . . ........................ ..................... ..
......
DESENVOLVIMENTO DE UMA BEBIDA DE SORO DE QUEIJO, FORTIFICADA COM FERRO
1 96
CONTAGEM TOTAL DE MICRORGANISMOS MES ÓFILOS E DE PSICROTR ÓFICOS NO LEITE
.
1 98
CRU E PASTEURIZADO, TRANSPORTADO VIA LATÃ O OU GRANELIZADO
COMPARAÇ Ã O DE M ÉTODOS PARA MONITORAMENTO MICROBIOL Ó GICO EM LINHAS
DE PASTEURIZAÇÃO DE LEITE_ .......... ............................................................... ..................... ................. 202
AVALIAÇ Ã O DA QUALIDADE MICROBIOLÓ GICA DE DIFERENTES MARCAS DE LEITE UHT
(UAT) COMERCIALIZADAS NO MUNIC Í PIO DE VIÇOSA - MG, BRASIL ...................................... 206
VERIFICAÇÃO DOS REQUISITOS DO MANUAL DE BOAS PR Á TICAS DE FABRICAÇÃ O EM
UMA IND Ú STRIA DE LATIC Í NIOS
.
.
209
............. ...............
..... ................................................... ........................................... ......
Pág. VII
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Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, n2 327, 57: 1-330, 2002
DETERMINAÇÃ O DE UMIDADE NA RICOTTA: COMPARAÇÃ O DE DOIS MÉTODOS ...... . ..... 2 1 1
INCIDÊNCIA DE S. AUREUS EM AMOSTRAS DE LEITE CRU DE PROPRIEDADES RURAIS
DA REGIÃ O DE LONDRINA - PR ...................... .......................................... ....... ...... ................................. 2 1 3
CARACTERIZAÇÃ O FISICO-QU ÍMICA DOS QUEIJOS MINAS CURADO ADQUIRIDOS NO
COMÉRCIO DE BELO HORIZONTE - MG .......................... ............................................................. ........ 2 1 6
IDENTIFICAÇÃ O DOS ELEMENTOS METÁ LICOS DOS QUEIJOS MINAS DO SERRO E MINAS
DA SERRA DA CANASTRA ... ................................................................................................................. ...... 2 1 9
CINÉTICA DA FERMENTAÇÃ O ALCO ÓLICA EM UM SUCED Â NEO DO QUEFIR IOFIR® ...... 222
CARACTER ÍZAÇÃ O F ÍS ICO-QU Í MICA DE QUATRO TIPOS DE SORO DE QUEIJO .................... 225
PRESENÇA DE STAPHYLOCOCCUS SP ENTEROTOXIGÊNICO E DE ENTEROTOXINAS EM
QUEIJO RALADO .............................................. .................................... .......................................................... 2 2 7
FATORES LIMITANTES D O APROVEITAMENTO DO SORO D E QUEIJO ............................. . . . . .. . . . 2 3 0
LEVANTAMENTO DO U S O E DETECÇÃ O D E RESÍDUOS D E ANTIMICROB IANOS N O LEITE
PRODUZIDO NA REGIAO METROPOLITANA DE CURITIB A - PR ........................................ ........ 2 3 3
EVOLUÇÃ O D A FLORA MICROB IANA D O QUEIJO ZAMORANO (D.O) SOB CONDIÇÕES DE
MATURAÇÃ O ACELERADA .......... ......................................................................... .................................... 2 3 6
AVALIAÇÃ O SENSORIAL D E U M PRODUTO AN Á LOGO A O QUEIJO PECORINO ROMANO
UTILIZANDO-SE LEITE DE CABRA CONGELADO E COALHADA CONGELADA . ..................... 240
AVALIAÇÃO DAS CARACTER ÍSTICAS FÍ SICO-QUÍMICAS E VISCOSIDADE DE REQUEIJÃ O
CREMOSO TRADICIONAL E LIGHT COMERCIALIZADOS EM GOIÂ NIA GO ........................... 242
AVALIAÇÃO 00 DESEMPENHO DAS GÔNDOLAS ABERTAS E FECHADAS NO ACONDICIONAMENTO
DO LEITE PASTEURIZADO TIPO C COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE MEDIANEIRA - PR ...... 246
ESTUDO DAS CONDIÇÕES DE ABASTECIMENTO E COMERCIALIZAÇÃO E DAS CARACTERÍSTICAS
F ÍS ICO-QUÍMICAS DO QUEIJO DE COALHO COMERCIALIZADO EM ARACAJU SE ............. 2 5 0
AVALIAÇÃO FÍS ICO-QU ÍMICA E MICROBIOLÓ GICA D E REQUEIJ ÃO CREMOSO E M DIVERSAS
EMBALAGENS DURANTE A ESTOCAGEM A 4 E 1 0°C NA AUSÊNCIA DE LUZ ................... ....... 2 5 4
COMPARAÇÃO DE MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO D O TEOR D E GORDURA E M REQUEIJÃ O
CREMOSO TRADICIONAL E COM TEOR DE GORDURA REDUZIDO ............................................. 2 5 9
AVALIAÇÃ O COMPARATIVA DAS CARACTER ÍSTICAS D O REQUEIJÃO CREMOSO PRODUZIDO
COM MASSA OBTIDA POR ACIDIFICAÇÃO DIRETA A QUENTE E POR ULTRAFILTRAÇÃ O .... 2 6 2
AVALIAÇÃ O DAS CARACTER Í STICAS F Í SICO-QUÍMICAS E D O PERFIL D E TEXTURA DE
REQUEIJ ÃO CREMOSO LONGA VIDA EM COMPARAÇÃO COM UM PRODUTO TRADICIONAL
E UM PRODUTO COMERCIAL .......... .............. ...... ............................................................................ . ..... . .. 2 6 6
PROPRIEDADES FÍSICAS E COMPOSIÇÃO QUÍMICA E BIOQU ÍMICA DURANTE A MATURAÇÃ O
DE QUEIJO PRATO DE DIFERENTES ORIGENS ......................................................... ........................... 2 7 0
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE D O LEITE, DA ÁGUA E DOS PRODUTOS DE LIMPEZA UTILIZADOS
NA HIGIENIZAÇÃ O DOS EQUIPAMENTOS DE ORDENHA SEGUNDO O VOLUME DI Á RIO
DE PRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 2 7 4
AVALIAÇÃ O D A QUALIDADE D A Á GUA E DOS PROCEDIMENTOS D E HIGIENIZAÇÃ O DE
TANQUES DE EXPANS Ã O E SUA RELAÇÃO COM A QUALIDADE DO LEITE CRU
RESFRIADO ... .......................................... ............ . .. . ...................................... . .................... ................... ........... 2 7 8
AVALIAÇÃ O D A QUALIDADE D E LEITE PASTEURIZADO E UAT COMERCIALIZADOS EM
BELO HORIZONTE - MG QUANTO A ALGUNS INDICADORES DE SEGURANÇA
ALIMENTAR ...................... ................................................................................................................... ........... 2 8 1
CAMINH ÕES DE COLETA A GRANEL : MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO LEITE,
DA HIGIENIZAÇÃO DO MANGOTE E DA SUPERFÍ CIE DO CAMINH Ã O TANQUE . . . . .. . . . .......... 2 8 4
A VALIAÇÃ O D E CARACTER ÍSTICAS F Í SICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓ GICAS D E QUEIJO
MINAS FRESCAL LIGHT COMERCIALIZADO EM BELO HORIZONTE - MG .............................. 2 8 9
Pág. V III
Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" . Jul/Ago, n2 327, 57: 1-330, 2002
AVALIAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS F Í S ICO-QUÍMICAS DE QUEIJO COTTAGE E RICOTA
COMERCIALIZADOS EM BELO HORIZONTE - MG .......................... ............................................... . .. 2 9 1
AVALIAÇÃ O MICROB IOL Ó GICA E MONITORAMENTO D A PASTEURIZAÇÃ O D E LEITE
TIPO C BENEFICIADO EM MINAS GERAIS ....................... ..................... ......... ....................................... 294
SEGURANÇA ALIMENTAR DE LEITE PASTEURIZADO TIPO C BENEFICIADO EM MINAS
GERAIS AVALIADO POR PAR Â METROS MICROBIOLÓGICOS E FÍSICO-QUÍMICOS ............ ..... 297
PESQUISA DE COLIFORMES A 300C E COLIFORMES A 45°C EM QUEIJO TIPO MUSSARELA . . ... 3 0 1
INDICADORES HIGIÊNICO-SANIT Á RIOS DE PROCESSAMENTO DE IOGURTE, COALHADA
E CREME DE LEITE FABRICADOS EM MINAS GERAIS ................................................... . . . . . . . .. . ........ 3 0 4
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO LEITE CRU E DA HIGIENIZAÇÃ O D E TETOS,
EQUIPAMENTOS E UTENS Í LIOS .............................................................................................................. 3 0 7
COMPOSIÇÃ O F Í SICO-QU Í MICA E CONTAGEM D E CÉLULAS SOM Á TICAS D E LEITE DE
CABRA
311
Ó
Ê
Â
ÍDUOS
DE ANTIB I TICOS BETA-LACT MICOS NO LEITE CRU
OCORR NCIA DE RES
ENTREGUE À IND Ú STRIA NA REGI Ã O SUDESTE DO RIO GRANDE DO SUL ......................... . ... 3 1 3
VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADES EM LINHAS DE PROCESSAMENTO DE LEITE
PASTEURIZADO VISANDO A AVALIAÇÃ O DAS BOAS PR Á TICAS DE FABRICAÇÃ O ...... . ........ 3 1 6
AVALIAÇÃO SENSORIAL DE QUEIJO MINAS FRESCAL FAB RICADO COM Á CIDO L Á TICO,
Á CIDO L Á TICO E LACTOB ACILLUS ACIDOPHILUS E FERMENTO L Á TICO MESOFÍLICO
TIPO "O" ............... ......... ....................................... ........................................................................................... 3 1 9
COMPOSIÇÃO E PREDIÇÃ O DA ATIVIDADE H Í DRICA (Aa) DE MANTEIGA ................ ......... . ... 3 2 2
LIMPEZA E S ANITIZAÇÃ O D E V ÁLVULAS A PROVA DE MISTURA : CONTAMINAÇÃ O E
PONTOS DE AMOSTRAGEM PARA INS PEÇÃ O .................................................... ................................ 3 2 5
MINIUSINAS : UMA ALTERNATIVA D E AGREGAÇÃ O DE VALOR À PRODUÇÃ O LEITEIRA
NO DISTRITO FEDERAL ................................................... ..................................... ................................... ... 3 2 7
DEVELOPMENT O F CULTURES FOR DAIRY INDUSTRY: FROM BIOTECHNOLOGY TO PRODUCT
APLICAÇÃ O ........................................... .............................. .............................. ................................... ........ ... 3 2 9
...............................................................................................................................................................
Pág. IX
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
PALESTRAS E COMUNICAÇÕES TÉCNICAS
PRODUÇÃO D E Q U EIJO TIPO COTTAGE POR ACIDIFICAÇÃO DIRETA DO L EITE COM
ÁCIDO LÁTICO COMO COADJUVANTE NO PROCESSO DE FER M EN TAÇÃO
Manufacture of Cottage Cheese by Direct Acidification With Lactic Acid
G i u l l i ano Amara l Viana1 , Mauro Mansur Furtado2,
José Manoel M artins3
RFBUMO
o desenvolvimento
de novas tecnologias visando redução de tempo nos processos de
fabricação de alimentos, se faz necessário nos dias de hoje, onde tempo é fator determinante
da competitividade entre as indústrias , ou seja, aquela que produz mais rápido, atinge o
mercado mais rapidamente. A procura por queijos saudáveis e com níveis mais baixos de
gordura tem sido observada já há algum tempo em todo o mundo. O queijo Cottage é um
alimento de grande valor nutricional que pode ser incluído entre os chamados alimentos
"light", uma vez que tem apenas 4 % de gordura. No Brasi l, não é produzido em grande
escala, devido principalmente ao seu longo tempo de processamento. O presente trabalho
teve como objetivo principal a redução do tempo de processamento do queij o Cottage,
sem contudo alterar as características físico-químicas e organolépticas do produto final,
através da utilização do ácido lático como coadjuvante à fermentação lática normalmente
utilizada. Como objetivos secundários, procurou-se testar o processo de acidificação direta
do leite com ácido l ático no process amento industrial do queij o Cottage, determinação
dos parâmetros ideais para a coagulação do leite, caracterização físico-química do produto
final e avaliação da acei tação do produto por parte do consumi dor através de análises
sensoriais baseadas em escalas hedônica e de atitude. A acidificação direta, conjugada com
o proce s s o de fermentaç ão lática, proporcionou uma redução de 5 0 % n o tempo de
fermentação do queijo Cottage, que normalmente é de 1 6 horas, para 8 horas em média,
c o m a obten ção de um produto c o m caracte rís ticas o rgan o l é p t i c a s d e s ej áv e i s . As
determinações físico-químicas do produto, como acidez, pH, gordura, s al, umidade e teor
de proteína, não sofreram alterações quando comparadas aos parâmetros encontrados na
literatura. Com relação ao processo de fabricação, observou-se certa dificuldade de ajuste
do pH ideal do leite pelo método potenciométrico durante o processo de acidificação, e
foi proposta uma metodologia baseada no balanço de massa como substituto .
Palavras Chave: cottage-cheese, acidificação, ácido lático, fermentação mista.
1. INTROD U Ç Ã O
O Cottage é um queij o de mass a fresca,
fermentada, de sabor levemente ácido e salgado.
Apresenta-se com uma textura granulada, cujos
grãos s ão rodeados de creme de leite. Contém
cerca de 80% de umidade e um teor de gordura
1
2
3
na fai xa de 4% (25 % de gordura no extrato
seco), sendo portanto classificado como queijo
"magro". O processo de obtenção da massa, no
Brasil, é feito através da fermentação lática com
duração média de 16 horas para o obtenção do
Estudante de Tecnologi a de Laticínios , da Universidade Federal de Viçosa.
Professor d o Departamento de Tecnologia de Alimentos, da Universidade Federal de Viçosa.
B acharel em Tecnologia de Laticínios e Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos, pela Universidade
Federal de Viçosa.
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Pág. 1
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
coágulo no ponto ideal de corte . Isso significa
que o queijo começa a ser fabricado em um dia e
termina no outro . O produto final normalmente
é acondicionado em potes plásticos com tampa
e lacre, devendo ser mantido sob refrigeração,
em temperaturas de 2" C a 5 " C, o que possibilita
uma validade de até 30 dias . O processamento
tradicio nal d o queij o Cottage normalmente
demanda muito tempo , sendo visto como u m
p r o b l e m a em virt ude d o l o ngo período
necessário para a coagulação, inviabilizando uma
melhor utilização do equipamento para ou tros
queij o s . Por es te m o tiv o , as ind u s trias tem
interesse na redução de tempo de processamento
do queijo Cottage. Tendo em vista a crescente
entrada de p r o d u t o s l á cteos importad o s no
mercado brasileiro , principalmente em decor­
rência do MERCOSUL, é de grande importância
a implementação de novas tecnologias visando
a obtenção de produtos de qualidade, no menor
tempo possível de fabricação, diminuindo dessa
forma a utilização de mão de obra e gastos com
equipamentos, principalmente en ergia, man­
tendo o produto c o m petitivo em relação ao
mercado e atendendo as exigências de segurança
e qu alid ade para o cons umidor. O p rese nte
trabal ho tem como objetivo geral a diminuição
no tempo de process amento do queijo Cottage
sem alterar as características físico-químicas e
organolépticas do produto final e como objetivos
específicos verificar a viabilidade da utilização
do ácido l ático como coadjuvante à fermentação
lática, testar o proces so de acidificação direta
do leite c o m ácido l átic o , d eterminar o s
parâmetros ideais para a coagul ação d o leite,
analisar as caracte rís ticas físico qu ímicas e
organolépticas do produto e avaliar a aceitação
do produto por parte do consumidor através de
análises sensoriais.
valor d o pH ideal para a acidificação. Esta etapa
foi realizada utilizando-se 5 B équeres contendo
em cada um 1 ,5 litros de leite desnatado, a uma
temperatura de 1 0" C, aos quais foram adicio­
nados diferentes quantidades de ácido lático até
valores de pH pré-definidos (5,5; 5 , 6 ; 5 , 7 ; 5,8;
5 ,9 e 6,0 ). Em seguida foi adicionado 2% de
fermento lático mesofílico tipo "O" em cada
béquer e estes foram então incubados a uma
temperatura de 30"C. Após esta primeira etapa,
e de posse das informações necessárias, iniciou­
se a produção dos queijos, fazendo-se uso da técnica
de acidificação . No total foram realizad as três
produções em dias diferentes e os queijos foram
analisados no primeiro, quinto, décimo, vigésimo
e trigésimo dias após a data de fabricação.
2. METOD O L O G I A
Após a pasteurização do leite, seguiu-se as
etapas de acidificação, fermentação, corte da
massa, cozimento, lavagens , adição do dressing,
enformagem e estocagem.
O presente trabalho foi realizado na usina
pil o t o de Latic ínio s e nos l aboratórios d o
Departamento de Tecnologia d e Alimentos , d a
Universidade Federal d e Viçosa. O leite utilizado
foi fornecido pela Fundação Arthur B ernardes
(FUNARBE), sendo este desnatado e submetido
a pasteurização lenta (65" C / 30 minutos).
2. 1 . D e l i n e a m e n t o e x p e r i m e ntal
O exp erime nto foi iniciado com u ma
sim u l ação das c o n dições de fab ricação d o s
queijos, testando a acidificação do leite e m vários
níveis de p H , permitin do a determinação d o
2.2 Produção
Os queijos foram produzidos em tanques
com capacidade d e 200 litr o s , p reviamente
lavados e sanitizados (sol ução de 1 00 ppm de
hipoclorito de sódio) sendo utilizados 50 litros
de leite por fabricação. No total foram três dias
de fab ric ação, re s s altand o - s e que cada dia
re presentou uma repetição do experime n t o .
A fabricação se guiu a técnica m o dificada,
faze ndo-se uso da acidificação direta do l eite
com ácido lático como coadjuvante no processo
de fermentação lática. Utilizou-se leite desnatado,
fermento DVS (Direct-Vat-Set - direto ao leite)
liofilizado e com alta concentração de LactococCllS
lactis subsfJ. lactis e La ctococcus lactis subsfJ.
c remoris (R-704), fornecido pela Chr. Hansen
Indús tria e Comércio Limit ada, ácido l átic o
(PURAC, 85%) dil uído (400 ml para 5 litros de
solução), creme de leite e sal (NaCl).
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
pH pelo método potênciométrico, gordura pelo
método b u tirométrico de Gerber, d e n sidade
utilizando-se o termolactodensímetro e extrato
seco total (EST) pelo método indireto, utili­
zando-se a fórmula de FURTADO.
2.4.2. Durante o processamento: Acom­
panhamento do pH e acidez DORNIC do inÍCio da
fermentação até o momento do corte e rendimento
LlKg, medido antes da adição do dressing.
2.4.3. Creme: Determinação do teor de gor­
dura pelo método Kohler, para posterior padroni­
zação e preparo do dressing, segundo SILVA (1997 1).
2.4.4. Queij o : As análises de rotina dos
queijos e durante os dias de estocagem também
seguiram as recomendações de S ILVA ( 1 997 1) e
fo ram as s eguintes : U midade e Estrato Seco
Total , segundo procedimento gravimétrico em
e s t u fa a 1 0 5° C , p H p e l o método p otencio­
métrico, gordura empregando-se o butirômetro
de Van Gulik, teor de sal (NACl), acidez expressa
em % de ácido l ático, proteínas totais, frações
solúveis em pH 4,6 e em ácido tricloroacético a
24 % pelo método micro-Kjeldhal e pesquisa de
coliformes totais, pelo método de plaqueamento
em ágar vermelho violeta bile (VRB ), de acordo
com S ILVA ( 1 9972).
2.5. Análise s en s o r i a l
As análises sensoriais dos queijos foram
realizadas no Laboratório de Análises Sensoriais do
Departamento de Tecnologia de Alimentos, sendo
aplicados os seguintes testes : Teste de Aceitação
utilizando-se a Escala de Atitude (FACT) e Escala
Hedônica, segundo CHAVES ( 1 996).
2.3. Etapas da produção
2.4. Análises físico-químicas e microbiológicas
Foram realizadas análises do leite antes da
fabricação e durante o decorrer do processamento
até o momento do corte da coalhada. Os queijos
foram analisados no 1 ", 5°, I O", 20" e 30" dias
após a fabricação. As análises realizadas foram:
2. 4. 1. Leite: As análises físico-químicas do
leite seg uiram as re c o me n d aç ões de S I LVA
( 1 997 1 ) e foram as seguintes : Acidez DORNlC,
Os valores de pH 5 , 5 e 5,6 apresentaram
precipitação das proteínas l ogo no início do
aquecimento visando atin gir uma temperatu ra
de 30" C, temperatura esta utilizada durante a
fermentação . Os valores de pH 5,7 e 5 , 8 apre­
sentaram co agu l aç ão em 7 e 8 h o ras respec­
tivamente, sendo que o pH 5,8 foi considerado
o ideal pois apresenta uma margem de segurança
maior para o processo de acidificação quando
c o mparado com o pH 5 , 7 que e s t á muito
próximo dos val ores que apres entaram p reci­
pitação das proteínas. No pH do leite correspon­
dente a 5,8 (350 D), após 8 horas de fermentação,
a coal hada apres entou-se firme e com boa
elasticidade, características estas necessárias para
que se possa efetuar um bom corte da mas sa,
garan tindo a continuidade do processo e as
características desejadas para o queijo Cottage. Os
valores de pH 5 ,9 e 6,0 também apresentaram
boas características, mas levaram um tempo maior
para que ocorresse a formação do coágulo, quando
comparados com o pH 5,8. Durante o experimento
foi possível notar uma certa dificuldade em se
trabalhar com o método potenciométrico para a
acidificação do leite em grande escala de produção,
uma vez que depende da disponibilidade de um
aparelho para as medidas , podendo haver
co mprometimento de todo o processo caso o
aparelho não esteja aferido corretamente e levando
muito tempo para um aj uste exato do pH.
3. RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
Foram testados vários valores de pH para
a acidificaç ão do l eite como c oadj u vante no
proces s o d e fermentação, sendo que u m foi
considerado ideal. No quadro I são apresentados
os v a l o res t e s t a d o s de pH e os res pectivos
resultados.
pH
°D
Resultado
5,5
5,6
5,7
5,8
5 ,9
6,0
47
45
40
35
28
21
Precipitação das proteínas
Precipitação das proteínas
Coagulação e m 7 horas
Coagulação e m 8 horas
Coagulação e m 1 1 horas
Coagulação e m 1 2 horas
digitalizado por
3.1. Etapas da produção
3 . 1 . 1 . Acidificação do Leite
Diante da dificuldade de se acertar o pH do
leite no tanque pelo método potenciométrico ,
para o valor d e pH 5,8 pela adição gradativa d o
ácido lático, foi proposta uma outra metodologia
baseada na acidez DORNIC do l eite que nos
permite determinar com facilidade a quantidade
total de ácido a ser utilizado diretamente no
tanque, eliminando-se assim o tempo requerido
pelo outro méto d o ; a acidez do leite após a
acidificação deverá ser de 35° D, sendo que este
valor corresponde a um pH de aproximadamente
5,8. Utilizou-se um cálculo de balanço de massa
onde levou-se em consideração a acidez inicial
(normalmente 1 6" D 1 8 " D), o volume de leite
a ser acidificado, a acidez DORNIC do ácido
l ático diluído e a acidez a ser obtid a ( 3 5 " D ) .
Exemplo prátic o:
Volume de leite: 50 litros (VL)
Acidez inicial do leite : 1 6° D (AIL)
Acidez inicial do ácido lático diluído: 785° D (AIA)
Acidez desejada para a acidificação: 35° D (AD)
Volume de ácido diluído a ser utilizado: (VA)
arvoredoleite.org
3
ANAIS DO XIX CONGR ESSO NACION AL DE LATICÍN IOS
B alanço de massa
[(VL)x(AIL)] + [(VA)x(AIA)]
[(VL)+(VA)] (AD)
[50x I 6] + [VA x 785] [50 + VA] 35
VA 1 ,27 litros
=
=
=
o
leite não deve ser acidificado em tempe­
ratu ras superiores a 1 0° C para que não ocorra
coagulação pela ação do ácido j untamente com
calor. Valores de pH inferiores a 5,8 comprometem
a integridade da coalhada, prejudicando e mesmo
inviabilizando a continuidade no processamento
"
do queijo. O ácido deve ser adicion
maneira lenta e sob agitação constante para que
não se concentre em pontos específicos no interior
do tanque, distribuindo-se de maneira uniforme
pelo leite. É conveniente que o ácido sej a
adicionado pelas paredes do tanque, deixando-se
escorrer lentamente.
3. 1 . 2. Fermentação
O tempo de fe rmen tação, que normal mente d u ra em mé dia 1 6 h o ras (proce s s o
tradicio nal), foi reduzid o para 8 horas com o
uso da acidific ação direta como coadjuv ante da
fe rmentação lática, o u s ej a, obteve-se uma
redução de 5 0 % no tempo d e fe rmen tação,
mantendo-se as c aracterís ticas d e s ej adas de
firmeza e elasticidade da coalhada, necessárias
durante o proces s ament o do Cottage-Cheese.
Foi definido também que a p o rcentagem de
fermento lático a ser empregada para proceder­
se a fermentação deve ser de 2%. Após aj ustada
a acidez do leite p ar a 3 5 ° D, inicio u - s e o
aquecim e n t o até 3 0° C q u a n d o e n tão foi
adicionado 2% de fermento lático, em relação
ao volume de leite trabalhado, homogeneizando­
se bem. O leite foi mantido em completo repouso
à temperatura de 30°C, durante todo o tempo
necessário p ara que as bactérias do fermento
termin assem o proces s o de acidificação (6- 8
horas), ou seja, até que o pH do leite atingisse
4,6 4,7 (65 - 70" D). A coalhada foi cortada
quando apresentou uma textura homogênea e
ligeira separação de soro na superfície, de acordo
com M U N C K, 2000 . As d e m ais etapas de
produção, seguiram de acordo com as técnicas
já conhecidas para a fabricação desta variedade
de queijo, conforme observado no fluxograma
de produção a seguir:
Fluxograma de Produção
Leite desnatado, pasteurizado e resfriado a 1 0"C
t
Acidificação até 35" D (pH aproximadamente 5, 8)
t
Aquecimento até 30" C
t
Adição de 2% de cultura lática tipo "O"
t
Fermentação (6 a 8 horas) até 65" D - 70" D (pH 4, 6 - 4, 7 )
t
Corte da coalhada
t <- Iniciar o aquecime nto até 45°C - 50"C
Mexedura
t
Dessoragem total
t
I" Lavagem com água à temperatura ambiente
t
Dessoragem total
t
2" Lavagem com água à temperatura de 3"C - 4"C (gelada)
t
Dessoragem total
t
Lavagem final com água à temperatura de 3"C 4"C (gelada)
t
Drenagem total da água
t
Adição do dressing (Creme com 1 8% de gordura e 4% de sal)
t
Embalagem
t
Estocagem ( I "C - SOC )
t
Comercialização
Pág. 4
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
s olú veis em pH 4,6 e T C A 24 % fo ram
realizadas no 1 ", 5°, 1 0°, 20° e 30° dias após a
fabricação.
3.2. A n á lises
fís i c o - q u ím i cas do l e i t e
destinado à fab ricação dos qu eij os
Quadro 2 - Características físico-químicas do
leite.
3.4. 1 . Umidade e Extrato Seco Total (EST).
Determinações
Máximo
Mínimo
Médias
pH
Acidez Dornic (oD)
Gordura (%)
Densidade (g/m1)
EST (%)
6,96
17
0,5
1 ,036
9,85
6,56
16
0, 1 5
1,035
9 , 24
6,82
1 6,7
0,28
1 ,0353
9,50
3.3. A ná l i s e s
fís i c o - q u ím i cas
d u rante a fab ricação.
do
q u eij o
3.4.2. Gordura
D urante a fab ric ação fo ram realizadas
a n ális e s d e p H e acidez Dornic para acom­
panhamento do desenvolvimento da acidificação
da coalhada, j u ntamente com o monitoramento
da temperatura durante a fermentação, de acordo
com o Quadro 3 .
Q u a dro 3
•
M o nitoramento d o p ro ce s s o d e
fermentação, após a acidificação
do leite.
Tem p o de Fermentação u C
O
4
5
6
7
8 ( co rte)
31
30
31
30
30
30
(l D
pH
35
41
46
55
64
73
5,8
5,4
5,2
4,9
4, 8
4,6
C o m a u tilização d a acidific ação direta
como coadj uvan te à ferme ntação, o p roces so
iniciou-se já com um valor elevado de acidez
( 3 5° D e pH 5, 8 ) d o leite, c o n s eq uên cia d a
a d i ç ã o d o á c i d o , c o m o é d e m o n s t ra d o n o
quadro 3 , sendo que o restante d a acidez neces­
sário à coagulação foi produzida pelas bactérias
do ferme n t o lático, ati n gi n d o 6 5 °D - 7 00D
(pH 4,6 - 4,7 ) .
3.4. A n á l is e s
fís i c o - químicas
após a fab ricação
Como pode ser visto o p ro cess o de
acidificação n ão alterou significativamente o
teor de umidade e ES T dos queijos, s endo que
a pequena v ariaç ão e n c o ntrada não indicou
n e n h u m a alt e ra ç ã o nas carac t e r í s t i c a s do
q u eij o, p e r m a n e c e n d o d e n t r o dos p a d rõ e s
desejados . Os valores médios de umidade e EST
o b ti d o s foado
ram
d e de 8 0, 6 % e 1 9 , 5 % ,
ao leite
re s pectivam e n te .
do
q u eij o
A p ó s a fab ricação dos q u eij o s fo ram
avaliadas umidade, extrato seco total, teor de .
gordura, teor de s al, rendimento, acidez, p H,
teor de proteína total e compostos nitrogenados
solúveis em pH 4,6 e TCA 24 %, sendo que as
análises de acidez, pH e compostos nitrogenados
Como pode ser visto, o teor de gordura
dos queij os apresentou-se dentro dos p adrões
desejados. O valor médio de gordura nos queijos
foi de 3,9 %.
3.4.3. S a l (NaCl)
O teor de s al manteve-se d e n tro d o s
padrões desejados, sendo este o constituinte dos
queijos de menor variação, pois foi adicionado
j untamente com o dressing cuj o teor de sal é
calculado para 4%, que é um valor pré-fixado.
O valor médio de sal obtido para os queijos foi
de 1 ,25%.
3 . 4. 4. Rendimento
Segundo MUNCK (2000), o rendimento
L/Kg na fabricação do queijo Cottage encontra­
se na faixa de 4,0 a 4,5 litros de leite por Kg de
produto. O rendimento da fabricação dos queijos
apresentou um valor médio de 4,2 litros por Kg,
o que demonstra que o processo de acidificação
não alterou o rendimento deste tipo de queijo.
3 . 4.5. Acidez
O desenvolvimento da acidez ao longo do
tempo de estocagem, expressa em % de ácido
lático, durante 30 dias de estocagem, manteve­
se entre 0,23 e 0,26. Em média, a acidez dos
queijos manteve-se abaixo de 0,3 % ao longo de
30 dias de estocagem, o que pode ser considerado
uma boa característica, conferindo ao produto
um sabor mais s uave e contribuindo para uma
maior durabilidade do produto.
3 . 4. 6. pH
O pH dos queijos ao longo do período de
30 dias de estocagem, manteve-se entre 4, 85 e
4,7 1 . Em média os valores de pH mantiveram­
se den tro d o s p ad rões d es ej ad o s para esta
variedade de queijo.
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Pág.5
ANAIS D O XIX CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
3.4.7. Proteína total, nitrogênio solúvel em pH
4, 6 e 1litrogênio solúvel em TCA 24%
As análises de nitrogênio solúvel em pH
4,6 e TCA 24 % expressam os níveis de
proteólise dos queij o s e permitem av aliar o
tempo de validade do produto em função da
degradação dos compostos nitrogenados . A aná­
lise de Nitrogênio solúvel em pH 4,6 é utilizada
para avaliação do teor de peptídeos, já a análise
de Nitrogênio solúvel em TCA 24 % é utilizada
na avaliação do teor de aminoácidos, presentes
n o s q u eij o s . Os re s ultados das a n ális e s de
Nitrogênio solúvel em pH 4,6 e TCA 24 % estão
expressos na Figura 1.
Compostos Nitrogenados
%
mações referentes ao s supostos c o n s u midores
quanto a freqüên ci a e m que e s t e s e s t ariam
dispostos a consumir o produto e e outra visando
o grau de aceitação do queijo Cottage fabricado
de acordo com a tecnologia de acidificação
direta. Em cada análise fo ram u tilizados 50
provadores não treinados. No teste de aceitação
com o uso da escala de atitude (FACT), o queijo
C o t t age analis ado aprese n t o u u m a ó ti m a
aceitação p o r parte do consumidor estando este
disposto a consumir o produto freqüentemente,
de acordo com a classificação na es cala. No
teste de aceitação com o usp da escala hedônica,
o queij o Co ttage analis ado apresentou ó tima
aceitaç ão por p arte d o c o n s u mi d o r , o que
evidenciou a qualidade do produto final.
C o m e n t a d a d e P r o d u t o s L ác t e o s e de
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8:�
8:1
0,1
!!!!l% NS pH4,6
0, 1
êI % NS TCA 24 %
8'�
0'0
0;0
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LERAYER, A . L . S., et aI . N o v a Legislação
5
Figura 1
10
-
30
20
dias
Compostos nitrogenados.
Conforme mostra a Figura 1, entre o 20° e
3 0° dias de estocagem, oco rre u um aumento
ac e n t u a d o dos c o m p o s t o s nitroge n ad o s de
baixo peso molecular (peptídeos e aminoácidos)
em decorrência do aumento da proteólise . Com
base n a p ro d u ç ão destes compos tos pode-se
sugerir o prazo de validade desta variedade de
q u eij o c o m o sendo d e n o m áximo 30 dias .
D e p e n d e n d o das c o n dições de e s t o c agem e
comercialização do produto, este prazo poderá
ser reduzido para 20 dias . Com relação ao teor
d e proteína total nos queij o s , foi obtido um
valor médio de 11,00 %.
The main purpose of this investigation was
the reduction of Cottage-Cheese man ufacture
processing time, keeping t he p hisico-chemical
ch arac te ris tics e s e n s o ry prop erties of the
product, by using lactic acid helping the lactic
acid bacteria normally used in the process o The
direct lactic acid acidification ass ociated with
the lactic acid fermentation reduced the Cottage
Cheese fermen tatio n time by 5 0 % ( from 1 6
ho urs to 8 h o u rs ) . The p hisico-c hemical
detennin ations, such as titratable acidity, pH,
fat, salt, humidity and protein content remained
the same, as cited by the literature. Regarding
the man ufact ure p roces s , it w as obs erved a
certain degree of difficulty for the aj ustment of
the ideal milk p H u sing the p o ten ciometric
method d u rin g the acidific atio n p rocesso To
overc o me t his p roblem a new method ology
based on mass balance was proposed.
Key-words : Cottage-Cheese, acidification ,
lactic acid, fermentation .
O resultado da Contagem de Coliformes
Totais pelo método de plaqueamento em ágar
vermelho violeta bile (VRB) foi o mesmo para
as três pro d u ções . O valor médio obtido foi
menor do que 1 x 10 1 UFC / g de queijo analisado,
res ultado este que reflete as boas práticas de
higiene utilizadas durante a fabricação.
3.6. A n á l i s e s en s o ri a l
TEOR DE CARBOIDRATOS E AMI DO EM DOCES DE L EITE COMERCIA LIZADOS
EM JUIZ DE FORA
Sandra Elza Salomão ! , M arco Antônio Moreira Furtado2
RESUMO
Este trabalho teve como principal objetivo avaliar os teores de açúcares redutores,
açúcares não-redutore s e amido em amostras de doces de leite comercializados em Juiz de
Fora. Os teores de açúcares foram determinados pelo método de Fehling e o teor de amido
p o r p olarimetria. O açúcar é o ingredien te principal na elaboração do doce de leite.
Ingredientes como amido, cacau, frutas, polpas e outros ingredientes lácteos devem se
enquadrar nas normas específicas regulamenta das para sua formulação . Os teores médios
encontrados foram : 9 , 8 0 % de açú cares redutores, 3 8 ,4 1 % de aç úcares não-redutor es e
1 1 , 6 6 % de amid o . O s o matório desses v alores repre s e n t o u u m a p o rcentagem de
carboidrato s totais de 59,87%, bem próxima da composição média apresentada n o rótulo
dos produtos . Entretanto, os resultados encontrados para amido indicam que este ingrediente
está sendo utilizado em quantidades bem superiores ao permitido pela legislação vigente.
Foram realizadas 2 análises distintas dos
queijos, sendo uma visando a obtenção de inforPág. 6
'.
t,
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Thirteenth Edition , 19 8 0 .
1
2
Estudante do Curs o de Farmáci a e B ioquímica, B olsista de Treinamento Profissi onal/UFJE
Professor do Departamento de Alimentos e Tox icologia / Faculdade de Farmácia e B ioquímica /UFJE
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS
A N A I S D O X I X C O N G RESSO N A C I O N AL D E L AT i C í N I O S
1. INTRODU Ç Ã O
Com a introdução da n o v a legislação
( B RAS IL, 1 9 9 7 ) , permitiu - s e a adiç ão de
ingredientes anterio rmente proibidos n a
fo rmulaç ão d e doce de leite, entre e s t e s os
amiláceos (amid o s ou amidos mo dificad o s ) .
O efeito principal d a utilização dos amiláceos é
o aumento da vis cosidade em proporção direta
à q u an tidade u tilizada ( até certo p o n t o ) ,
promovendo melhorias n o re ndimento d a
fabricação e n a consistência do produto, uma
vez que pos sibilita maior retenção de água.
Também apresenta efeito benéfico auxiliando
no controle da cristalização da lactose, que gera
o defeito mais comum no produto, a arenosidade
( DOCE DE LEITE, 200 1 ) .
A legislação vigente não mencione o teor
máximo pe rmitido no p ro d u t o fin al, mas
somente a quantidade máxima que poderá ser
utilizada no volume leite destinado à fabricação
do d o c e . Entret anto, s abe-se que ao efeitos
d e s c ritos s ó aparecem q u a n d o o amido é
e n c o n trado no d o c e em teores acima de 1 %
(m/m), ou seja, I g por 1 00g do produto . O teor
permitido na fabricaç ão , segundo a Portaria
n ° 3 5 4 de 04/09/ 1 9 9 7 , do Ministério da
Agricultura e Abastecimento (B RASIL, 1 997),
é de 0,5% (m/v), ou seja, 0,5g1 I 00ml de leite.
Para avaliar o teor de açúcares redutores e
não redutores no presente trabalho foi utilizado
o método do Licor de Fehling, que se baseia na
redução dos íons cúpricos (solução de sulfato de
cobre) em íons cuprosos pelo açúcar redutor em
meio alcalino, à quente . O teor de amido foi
de termin ado p o r P olarimetria, que mede a
rotação ótica relacionada com a concentração .
2. MATERIAL E MÉTODOS
C o m o parte do objetivo do presen te
trabalho, foram selecionadas para análise apenas
amos t ras que c o n tinham amido em s u a
composição, perfazendo ' u m total d e 1 2 amostras
de doces de leite (tipo pastoso), adquiridas no
mercad o local. Os tes tes foram realizados no
Laborat ó rio de Pesquisa e m Alimen t o s da
Faculdade de Farmácia e B ioqu ímica, n a
Universidade Federal d e Juiz d e Fora.
Para escolha das metodologias analíticas a
serem utilizadas no presente trabalho, uma vasta
bibliografia foi c o n s ultada. Os m é t o d o s
selecionados também levaram em consideração
os recursos disponíveis no referido laboratório.
Foram e n t ã o s elecio n ad as as seguintes
metod ologias an alíticas para o s t e s tes
q u antitativ os de açúcares redutores, n ão ­
redutores e amido :
Cloramin a-T , c o n forme d e s crito p o r
PEREIRA (200 1 ) ;
Licor de Fehling, conforme descrito por
PEREIRA ( 1 9 8 0 ) ;
Polarime tria, s e g u n d o n o rmas d o
INS TITUTO ADOLFO LUTZ ( 1 9 8 5 ) .
•
•
•
Em seguida foram realizadas diversas
anális e s e m amos tras d e mel e s ol u ç õ e s
preparadas no próprio laboratório com variadas
concentrações de diferentes açúcares redutores,
não-redutores e amido.
D u rante os testes p reliminares foram
e n c o n trad o s problemas com o e m p rego do
método da Cloramina-T n a determinação de
alguns açúcares (especialmente a frutose), assim
como na determinação exata d o s açú cares
re d u t ores e não red u t ores com o uso de
Polarimetria. Estes re s ultad o s p reliminares
permitiram c o n cluir pela u tilização c o m o
métodos mais adequados o Licor de Fehling para
açúcares redutores e n ão r e d u t o res e a
P olarimetria p ara d e termin a ç ã o d e a m id o .
Os métodos empregado � são descritos à seguir.
2 . 1 . M étodo de Fehling
2. 1 . 1. Soluções e Reage1ltes
S olução "A" de Fehling (34,65 g/L de
s ulfato de c o b re p e n t a hid ratad o ,
adicionado d e 5 m L d e ácido sulfúrico R
por litro de solução)
- S olução "B " de Fehling ( l 5 0g de
hidróxido de sódio + 1 50g de tartarato
d u plo de s ó dio e p o t á s s i o , para u m
volume final d e I L d e solução)
Á cido Clorídrico p . a
Á cido Acético Glacial 1 +9
2. 1 . 2. Equipame1ltos
- Chapa elétrica.
2. 1 . 3. Descrição da T éc1lica Utilizada
Para açúcares redutores
- Pese, n u m béquer de 1 00ml, 1 0g da
amostra;
- adicione cerca de 20ml de água destilada
aque cid a, emulsione c o m auxílio de
bastão de vidro ;
t ran s fira q u antitativ amente para um
balão volu métrico de 1 00ml;
- faça duas lavagen s n o béquer, usando
cerca de 20ml de água destilada cada uma
e transfira para o balão ;
adicione, lentamente, e girando o balão,
ácido acético glacial I +9, até p reci­
pitação (cerca de I ml) ;
complete o volume do balão com água
destilada;
- homogeneize e filtre para um béquer de
2 5 0ml;
ponha o filtrado na bureta; e
gotej e - o s o bre o lic o r de Fehlin g,
fervente, até redução .
Para açúcares não redutores
- Ponha num erlenmeyer de 250ml, 50ml
do filtrado obtido anteriormente ;
adicione 50ml de água destilada e I ml
de ácido clorídrico;
ferva por lO minutos;
res frie em água corrente;
t ran s fira qu antitativamente p ara um
balão volumétrico de 1 00ml e complete
seu volume com as águas de lavagem do
erlen meyer;
homogeneize ;
ponha na bureta; e
goteje sobre o licor de Fehling, fervente,
até redução.
2.2. P o l ar i m e t r i a
2. 2. 1. Soluções e Reagentes
Álcool a 65°GL
- Solução de Lugol ( l g de iodo + 3g de iodeto
de potássio + água destilada q.s.p. 50ml)
- Solução de Cloreto de Cálcio 0, 1 N
- Á cido Acético 0 , 8 %
Carvão ativado granulado
- Diatomita
2. 2. 2. Equipame1ltos
Chapa elétrica
- Centrífuga
Polarímetro
2. 2.3. Descrição da téc1lica utilizada
-
-
2. 1 . 4. Cálculo do Resultado
Calcule a porcentagem de lactose p/v
(açúcar redutor) de acordo com o título
do licor de Fehling, que será:
t ítulo do licor x fator de red u ç ão d o
açúcar nOde g do açúcar que reduz I ml
do Fehling. O Fehling normal tem título
0,005, assim, no da lactose, tem-se:
0,005 x 1 ,39 0,00695 (lactose anidra)
Como se usam 1 0ml do licor de Fehling
(solução "A"), resulta:
1 0 x 0,00695 0,0695, concluindo que,
0,0695g de lactose reduz 1 0ml do licor
de Fehling.
-
=
-
=
-
=
-
- Calc ule a porcen tagem de s acarose
(açúcar n ão-red utor) de acordo com o
título do licor de Fehling, que será, como
descrito acima:
0,005 x 0,95 0, 00475 (sacarose)
Para 1 0ml do licor de Fehling:
lO x 0,00475 0,0475, concluindo que,
0,0475g de sacarose reduz 1 0ml do licor
de Fehling.
-
=
=
Para sacarose é calculado o valor após a hidrólise
da amostra, assim para saber o resultado de s àcarose,
tem-se que subtrair do valor aqui encontrado, o
valor de lactose encontrado anteriormente .
.
-
Pesar num tubo da centrífuga 1 0g da
amostra;
adicionar 1 0ml de álcool a 65% e agitar
com auxílio de um bastão de vidro ;
lavar o bastão de vidro com álc ool a
65% para que toda a amos tra fique no
tubo;
centrifugar à temperatura ambiente por
20 minuto s ;
sep arar a parte líquida d o t u b o num
béquer de 50ml;
adicionar I ml de lugol, para certificar
que todo o amido ficou na parte sólida
do tubo ;
à parte sólida do tubo adicionar 1 0ml de
água destilada, agitar;
transferir para um erlenmeyer de 250ml
com auxílio de 60ml de cloreto de cálcio,
à qual foram adicionados 2ml de ácido
acético a 0 , 8 % ;
aque ça, rapid ame n t e , a t é ebulição,
agitando freqü entemente;
mantenha em ebulição por 15 min utos;
evite carb o nização o u fo rmação de
espuma, deslo cando com auxílio de o
bastão de vidro, as partículas aderentes
às paredes do frasco;
esfrie, rapidamente, em água corrente;
t ra n s fira a s ol u ç ão para u m balão
volumétrico de 1 00ml, lavando cuidado­
s amente o fra s c o erle n meyer com
solução de cloreto de cálcio e transfe­
rin d o para o balão ( adici o n e , se
nece s s ário , uma gota de álcool para
des fazer a espuma) ;
co mplete o v olume com s ol u ç ão de
cloreto de cálcio ;
filtrar em papel de filtro , desprezando
os primeiros I Oml;
Pág. 8
Pág. 9
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
-
receba o restante do filtrad o n u m
erIen meyer d e 250ml ;
adicio n e carvão ativado gran ulad o ,
misture e aguarde 2 0 minutos;
montar a filtração n a seguinte ordem :
fu nil de vidro, fil t ro , algodão e
diatomita;
filtrar, recebendo o filtrado em frasco
seco ;
neste filtrado determine o amido por
Polarimetria, usando um tubo de l dm, e
faça 5 leituras de desvio polarimétrico.
2. 2. 4. Cálculo do Resultado
O teor de amido em % ( mim) pode ser
calculado por meio da fórmula abaixo :
A x 1 0000
203 x L x P
=
A
2O3
L
P
=
=
=
=
amido por cento p/p . onde:
valor médio de 5 leituras do desvio
pol arimétric o
rotação específica para o amido
c o m p rimento em dm do t u b o d o
polarímetro
na de g d a amostra u s ado na
determin ação
3. RES ULTAD O S E D I S C U S S Ã O
Os valores encontrados após análise são
apresentados na tabela I , a seguir.
C o mparan d o os resultados encon trad o s
podemos perceber que o s valores d e carboidratos
t o tai s fo ram b e m semelhan te s e n t re as 1 2
amos tras analis adas, en tretanto n ão repre­
s e n t aram exatamente o v alor in dicado n o s
rótulos d o s produtos .
Tabela 1
-
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
Para j ustificar estes res ultados, deve ser
levado e m conta que a maio ria d o s valores
apresentados nos rót u l o s para o teor de
carboidrato s não re p re s e n t a m e fetiv amente
resultados de análises. Estes são calculados por
dife re nça n o s o m atório geral d o s o u tr o s
componentes (a legislação referente à rotulagem
n utricion al permite assim o "cálcu lo" do teor
de carboidratos) ou simplesmente obtidos em
valores de literatura. Em ambos os casos, é de se
es perar que sej am apre s e n t a d o s v alores
incorret o s .
O teor médio d e amido encontrado nas 1 2
amostras foi de 1 1 ,66%, ficando bem acima do
valor esperado no produto fin al, se levado em
consideração o valor máximo permitido na elabo­
ração do produto (0,5 gl 1 00mL de leite) estabele­
cido pela legislação. Este fato demonstra a neces­
sidade de um controle mais rigoroso do produto
quanto à sua composição ou mesmo uma reava­
liação, por parte dos técnicos responsáveis pela
elaboração dos padrões de identidade na legislação,
do teor a ser estipulado no produto final.
Outros autores, como D A M IATE e t a I.
(200 1 ) , também con cluíram que o amido tem
sido usado em quantidades elevadas na fabricação
do doce de leite, com o objetivo de reduzir custos .
Os mesmos c o n d e n aram e s t a p rática e
c o n sid eraram fraude os t e o res e n c o n trad o s ,
acima do permitido pela legislação.
A metodologia u tilizada p ara a deter­
minação de açúcares redutores e não redutores
no p resente trab a l h o (Licor de Fehling) é
considerada por alguns autores como de difícil
desenvolvimento, por apresentar dificuldades na
determinação do p o n t o exato de viragem,
somado ao fato de ser uma titulação à quente.
Entretanto, é possível obter bons resultados com
Composição (% mim) de açúcares e amido das amostras analisadas .
Amostra
% açúcar
redutor
% açúcar não
redutor
% amido
% carboidratos
totais
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
1 1 ,85%
1 1 ,62%
1 1 ,8 1 %
1 1 ,73%
8,89%
1 3,26%
8,73%
8,99%
5,20%
6,57%
1 0,23%
8,73%
39,65%
39,3 1 %
37,09%
44, 1 5%
40,01 %
44,27%
35,72%
32,8 1 %
36,49%
27, 1 5%
3 8,67%
45,60%
5,60%
4,98%
9,44%
1 2,56%
9,65%
1 1 ,77%
1 3,80%
1 5,27%
1 2,8 1 %
1 5,52%
1 3,80%
1 4,78%
57, 1 0%
55,9 1 %
58,34%
68,44%
5 8,55%
69,30%
58,25%
57,07%
54,50%
49,24%
62,70%
69, 1 1 %
% carboidratos
apresentada no
rótulo do produto
-
55,00%
62,00%
-
o referido m é t o d o , man t e n d o - s e u m flu x o
constante d e titulação (sem retirar o erIenmeyer
do aquecimento), diminuindo assim os erros de
visualização do ponto final da titulação . Sem
dúvida, é fundamental uma experiência prévia e
bastante treinamento para sua correta utilização.
Composição de açúcares e amido das
g
110
e
5í
(.)
§
(.)
80,00%
60,00%
40,00%
20,00%
A
B
C
o
E
F
G
H
I
J
K
L
amostras
o %açúcar redutor Im %açúcar não-redutor O %amido
Figura 1
-
Composição de açúcares e amido
das amostras analisadas
S U M M ARY
The present work aims to determine the
content of carbohydrates in samples o f "d oce
de leite" commercialized in the city of Juiz de
F o r a . T h e c o n te n t s of re d u ci n g a n d n o n ­
red u cing s u gars were d e termined u s i n g the
Lane-Eynon (Fehling) method, and the starch
content was d e termined by polarimetry. The
s u gar is the p rincipal ingredient t o prep are
" d o c e de l e i t e " , a n d o t h e r i n g re die n t s as
s t arc h , c acao, fruits, p u l p and others d airy
ingredients must be included in specific rules
and regul ate y o u r fo rmul atio n . The average
results found in the present work were : 9 . 80%
of red u cing s ugars ; 3 8 . 4 1 % of non-reducing
sugars and 1 1 . 66% of starch. The sum of these
v al u e s r e p r e s e n t e d a p e r c e n tage of t o t a l
c a rb o h y d r a t e s o f 5 9 , 8 7 % , n e a r o f the
c o m p o sitio n presented i n p r o d u c t s label.
However, the res ults found for starch content
indicated that this ingredient has been used in
amount higher than the permitted by the legal
s tand ard (legisl atio n ) .
REFERÊNCIAS B I B L I O GRÁFICAS
DOCE DE LEITE : Um produto tradicional que ainda
pode ganhar mais mercado Indústria de Laticínios,
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c I o ramin a- T n a dete rminação d a lactose e
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de Laticínios Cândido Tostes , J uiz de Fora,
v. 39, n. 23 1 , p . 1 1 1 4, j an ./fev., 1 9 84.
-
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69,05%
69,05%
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
IMPLANTAÇÃO DE BOAS PRÁTI CAS DE FAB RICAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE
LATi CíNIOS NO ESTADO DO RIO G RANDE DO NORTE*
Good Manufactu ring Procedures implementaion in a dairy i ndustry of
Rio Grande do Norte state
Renata Ti eko Nassu 1 , Selene Oaiha Benevides2, M aria de Fáti ma Borges1 ,
Josiele Brilh ante Silva3, Antônio I ranaldo N u nes Leite4
RESUMO
Este trabalho objetivou relatar a experiência de implantação de B oas Práti cas de
Fabricação (BPFs) em uma indústria de laticínios no estado do Rio Grande do Norte, com
o intuito de garantir a qualidade e inocuidade dos produtos derivados do leite de modo a
torná-los seguros ao consumidor. O trabalho iniciou-se com a aplicação de um clzeck-list e
a elaboração de um plano de ação para a empresa. Foram realizadas antes e após treinamento
dos funcionários em B oas Práticas de Fabricação, avaliações higiênico-sanitárias das mãos
dos manipuladores, produto final, ambiente e superfícies . A qualidade da água, assim como
as condições de edificação, instalações, manutenção, armazenamento e distribuição, também
foram avali ado s . Concluiu-se que com a implementação de ações como formação de
equipe multidisc iplinar, trei namento dos fu ncionários e conscientização de todos os
colaboradores até a alta direção, grande parte das não conformidades observadas foi
sanada, porém sempre lembrando que a garantia de qualidade é um processo contínuo .
Palavras-chave : qualidade, B oas Práticas de Fabricação , laticínios, Rio Grande do
N o rte .
1 . I N T RO D U Ç Ã O
As B oas Práticas d e Fabricação (B PF) são
repre s e n tadas p o r um c o nj u nto de n ormas
empregadas em produtos, processos e serviços .
A sua implantação tem a intenção de melhorar
a qualidade e o poder competitivo dos produtos,
o atendimento à legislação, além de constituir
um pré-requisito à implantação do sistema de
Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
(APPCC), ferramenta que vem sendo ampla­
mente divulgada e utilizada. As Boas Práticas de
Fabricaç ão ( B PF ) , s ão req u i s i tos bás i c o s e
essenci ai s n a red ução dos pontos críticos de
c o n trole por c o n s ti t u írem a base h i g i ê n i c o ­
sanitária para implantação do sistema d e Análise
de Perigos e P o n t o s Crít i c o s de C o n t role
(APPCC) . Os aspectos que contemplam as B PF's
vão desde projetos de prédios e instalações, planos
de limpeza e sanifi cação dos processos até as
condições de armazenamento e distribuição. No
B rasil, as Condições Higiênico-Sanitárias e B oas
Práticas de Fabricação p ara estabeleci mentos
produtores/i nd ustrializadores de alimentos são
regulamentadas pelas Portarias nU 1 428 (26/ 1 1 /
9 3 ) (BRASIL, 1 993) e 326 (30/07/97) (BRASIL,
1 997) do Ministério da Saúde e n0368 de 04/09/97
(B RASIL, 1 997) do Ministério da Agricultura e
Abastecimen t o. Este trabalho objetivou relatar a
experiência de implantação de B oas Práticas de
Fabricação em uma indústria de laticínios, no estado
do Rio Grande do Norte.
A i mplan t ação de B o as Prát i c as de
Fabricação foi realizada seguindo-se as etapas
descritas abaixo :
Microbiologia e Parasitologia, B oas Práticas de
Fabricação, Higiene Pessoal, Limpeza e Sani­
ficação, Controle Integrado de Pragas e Auditoria
In terna. To dos os tre i n am e n t o s fo ram devi­
damente documentados.
2. 1 . C o m prom etimento d a direção
2.5. A n á lises m i c r o b i o l ó g i c as
Foi reali zada uma reunião com a direção
da empresa, para sensibilização em relação ao
programa de B o as Prát i c as de Fabri cação,
v i s an d o a fu t u ra i mplan tação d o s i stema de
APPCC. Com o comprometimento da direção
da e m p resa, defi n i u - s e o C o orden a d o r d o
programa e a equipe multidi sciplinar.
Para auxiliar na i mplantação das B o as
Práti cas de Fabricaç�o, fo ram realizadas as
análi ses des cri tas a s e g u i r, na o c a s i ã o da
aplicação do c h e ck- lis t , para se obter dados
anteriores ao p rograma, como d e p o i s do
treinamento dos funcionários e aplicaç ão dos
Procedimentos Padrão de Higiene Operacionais
( PPHO 's ) .
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.2. Aplicação de check-list
A p artir de um q u e s t i o n ário c o n t e n d o
aproximadamente duzentas perguntas, baseado
no material fornecido pelo Projeto N ac i o n al
APPCC - SENAIISEBRAE/CNI (2000), realizou-se
um diagnóstico para levantar a situação atual da
indú stria quanto as não conformidades, acom­
panhado de registros fotográficos, baseado nas
legislações vigentes do Ministério da Agricultura
(Portaria N° 3 6 8 de 04/09/97 ) e Ministério da
Saúde (Portaria N° 1 428 de 26/ 1 1 /93 e Portaria
N° 326 de 30/07/97). O check-list é dividido em
oito blocos, abordando os seguintes assuntos:
p r o d u ç ã o pri mária, proj e t o s e i n s talaç ões ,
controle das operações, manutenção, limpeza e
s a n i ficação, higiene p e s s oal, t ra n s p orte das
matérias primas, i nsumos, produtos químicos e
p ro d u t o s acab a d o s , i n fo rmações e avi s o s ao
c o n s u m i d o r através d o s rótulos, c o n trole
integrado de pragas e treinamentos/reciclagem
dos funcionários.
2.3. Elaboração do p lano de ação
A p ó s o levantamen t o das neces s i d ades
da indústria obtido através do diagnóstico, foi
elab o r a d o u m p l a n o de a ç ã o o n d e , c arac­
teri zada a não conformidade, foram sugeridas
correções e estabelecido o p razo para a sua
adequação.
2.4. C ap ac i t a ç ã o do p e s s o al/t r e i n a m e n t o
*
2
3
4
Apoio: Banco MundiallProdetab
Embrapa Agroindústri a Tropical, R. Ora. S ara Mesquita, 2 270 - Piei. Fortaleza
[email protected]
B olsista FUNCAP/Embrapa Agroindústri a Tropical.
Estagiária Embrapa Agroindústria Tropical.
M édico Veterinário.
CE. CEP
605 1 1 - 1 1 0.
e-mai l :
o próximo passo fo i a capacit a ç ão da
equ i p e mult i d i s ci pli n ar, d o s fu n c i o n ários
envolvidos em todas as etapas da produção e do
C o o rdenador, s e n s i bili zan d o - o s q u a n t o aos
conceitos de qualidade, B PF e APPCC. Foram
reali z a d o s tre i n amentos de N o ç õ e s de
2. 5 . 1 . Condi ç õe s a m b i entais: foram
avali adas as condições higiênico-s anitárias do
ambiente da área de produção através de análises
com placas (a ir samplimg ) , para determin ação
de bolores e le ved uras e c o ntagem t otal de
bactérias ae róbias m e s ó filas , s e g u i n d o as
recomendações do APHA ( 1 99 2 ) .
2. 5. 2. Análise da água: foram realizadas
análi ses da água da i n d ú stria, tanto a que é
fornecida pela rede de abastecimento local como
a forneci da pela própria indústria, seguindo as
recomendações do APHA ( 1 992).
2. 5 . 3 . E q u ipam entos,
s uperfícies: as an áli s e s s ã o
utensí lios
e
fe itas antes d o
processamento e ap ós a s anitização d o s equi­
pamentos e utensílios, utilizando-se o s istema
de bioluminescência por ATP.
2. 5. 4. Controle dos manip u ladores: a
avaliação das condições higiênico-sanitárias das
mãos dos manipuladores foi feita por meio da
determi n ação de E s t afi l o c o c o s c o agulase
pos itiva.
2. 5. 5. Análise d o s produtos acabados:
análises dos produtos foram realizadas no início
da implantação de B PF e após monitoramento
e treinamento com os funcionários, seguindo as
recomendações do APHA ( 1 9 92). As amostras
coletadas foram acondicionadas e transportadas
em cai xas i s o t é rmicas c o m gelo, pa ra o
laboratório de Microbiologia de Alimentos da
Embrapa Agro i n d ú s tria Tro p i cal/C N PAT. Os
produtos analisados foram queijo de manteiga e
manteiga da terra, e s c o p o do p roj e t o para
implantação do sistema APPCC para estes dois
p rodu tos.
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
2. 6. Elaboração dos Procedimentos Padrão
d e H i g i e n e O p e r ac i o n a l
Em p aralelo ao m o nitoramento e a
avaliação das condições higiênico-s anitárias,
foram elaborados os Procedimentos Padrões de
Higiene Operacional (PPHO ' s ) no qual foram
des critos todos os procedimentos operacionais
diários efetuados para assegurar ausência de riscos
de contamin ação direta p ara serem seguidos e
assim conseguir uma padronização na limpeza e
sanifi cação. Os procedimentos elaborados foram:
qualidade da água, condições de limpeza, prevenção
de contaminação cruzada, higienização das mãos
e instalações sanitárias, proteção dos alimentos,
armazenamento de produtos químicos, controle
da condição de saúde dos colaboradores e controle
de pragas. Neles foram abordados objetivo, quem
executa, as responsabilidades, o material neces­
sário, a periodicidade, o procedimento, as medidas
de controle, monitorização, ações corretivas,
verificação e registros.
2. 7. Elaboração do Manual de Boas Práticas
de Fabricação
O manual de Boas Práticas de Fabricação
englobou todos os dados da empresa, como todos
os p o n t o s relati v o s às B o as Práticas de
Fabricação, desde a admissão e treinamento de
fu ncion ário s , n o rmas de higie ne p e s s o al,
m o n i t o ramento d a s aú d e d o s fu ncion ários,
segurança do trabalho, instalações, edificações
e s aneamento, equipamen tos, normas de
Quadro 1
Q
A N A I S DO XIX C O N G R ES SO NACIONAL D E LAT i C í N I O S
higienização dos equipamento s , utensílios e
ambiente, controle integrado de pragas, dados
relativos ao processo e controle de qualidade, desde
a matéria-prima até o produto final, programas de
manutenção/calibração e controle no mercado.
O check-list aplicado apontou algumas não­
conformidad es, apresentadas na reunião com a
alta direção da empresa, e que ao longo do tempo
foram solucionadas , pois algumas já faziam parte
de planos da empresa para adequação .
Em relação às análises microbiológicas, nas
a n ális es realizadas no ambien t e da área de
processamento (Quadro 1 ) , observou-se baixas
c o n t ag ens p ara bactérias aeró b i as mes ó filas
( 6 1 , 5 4 % ) e b olores e leved uras ( 8 4 , 6 2 % ),
p rincipalmente após treinamento s/orientações
aos funcionários quanto a limpeza e sanificação,
através dos PPHO ' s para auxiliar a higienização
de equipamentos e ambiente.
A água da indústria foi analisada em dois
locais, n o reserv at ó rio d a i n d ú s t ria ( água
proveniente da rede de abastecimento da cidade)
e na torn eira da p ia do lab orat ó r i o ( água
p r o v e n i e n t e d o re s e r v a t ó ri o d a i n d ú s tria) .
Os resultado s (Quadro 2) mostraram que foi
enco ntrado um valor aci ma do p ermitido pela
legislação no primeiro período para coliformes
totais na torneira da pia do laboratório, mas o
problema foi s anado c o m u ma limpeza d o
reservatório e maior controle d a p otabilidade e
qualidade microbiológica da mesma.
Câmara leite
Câmara salga
Câmara secagem
Câmara iogurte
Câmara queiio embalado
Câmara análise microbiológica
Processamento leite
Processamento iogurte
Processamento mussarela
Processamento queijo coalho
Processamento queiio manteiga
Area de embalagem de queijos
Expedição manteiga da terra
Bolores e leveduras
Contagem total de
(UFC/placa)
bactérias aeróbias
mesófilas (UFC/placa)
Após
Antes do
Após
Antes do
treinamento treinamento treinamento treinamento
zero
03
03
04
zero
01
13
18
1 27
200
209
-
15
zero
zero
zero
zero
zero
215
54
10
38
16
07
07
zero
11
13
OI
zero
18
08
16
24
37
37
-
02
zero
zero
zero
zero
zero
08
02
OI
03
01
OI
zero
•
Análise da qualidade microbiológica da água do reservatório e da pia do Laboratório de
Microbiologia, tratadas com hipocIorito de sódio.
Local/
Água
3. RES ULTAD O S E D I S C U S S Ã O
Avaliação das condições do ambiente da área de processamento, para contagem total de
bactérias aeróbias mesófilas e bolores e leveduras .
AMBIENTE
Quadro 2
Torneira I Tratada
Reservatório I Tratada
Coliforrnes a 45°C
(Terrnotolerantes)
(NMP/100 rnL)
Coliforrnes a 35"C (Totais)
(NMP/lOO rnL)
coleta
1*
coleta
2*
Legislação**
Aus.
Aus.
Aus.
16
Aus.
Aus.
coleta
1*
9,2
Aus.
coleta
1*
Legislação
**
Aus.
AlI s.
Aus.
Aus.
Esclzericlzia coli
(NMP/lOO rnL)
coleta
1*
Aus.
Aus.
coleta
2*
Legislação
**
Au s.
Aus.
Au s.
Aus.
Aus. = Ausência
coleta I - antes do treinamento/coleta 2 - depois do treinamento
* * Legislação: Portaria M S nO I .469, de 29/1 2/2000
*
Os equipamentos, utensílios e superfícies
foram avaliados quanto à eficiência da limpeza
e sanificação (Quadro 3) e constato u-se que os
funcionários receberam treinamento adequado
e m relaç ão ao P P H O c o rres p o n den te, ao
observar que as avaliações estão na zona limpa.
A lg u n s equipame n t o s e u t e n s ílios fo ram
avaliados somente no último período por tratar­
se de novas aquisições da empresa.
Na avaliação das c o n dições higiê n i c o ­
s anitárias das m ã o s d o s mani p u ladores
Quadro 3
•
envolvidos n a área de produção da i nd ústria
(Q uadro 4) c o n s t ato u - s e q u e antes da
imple mentação das B PF, os mesmos
apresentaram contaminação com Estafilococos
coagulase p o s itiva, mas após o r i e n tação e
capacitação dos funcionários, a contaminação
foi red u zid a ; já p ara Colifo rmes a 4 5 ° C ,
verific o u - s e que d u rante o p eríodo de
implementação alguns manipuladores estavam
com as m ãos c o n t amin adas p o r estes
microrganis mos .
Avaliação da sanitização das superfícies, equipamentos e utensílios através do teste de
bioluminiscência (zona limpa O a 2,5 ; zona de alerta 2,6 a 3,0; zona suja 3 , 1 a 7,5).
=
=
EQUIPAMENTOS/SUPERFÍCIESIUTENSÍLIOS
Tanque inox
Mesa para queijos
Dessorador
Fôrma para mussarela
Fôrma para queijo manteiga
Tacho de queijo de manteiga
Tacho de manteiga da terra
Bujão de distribuição de manteiga da terra
Torneira do bujão
Liras
Prensa
Qtieijomat
Picadeira de massa
Moldadeira de mussarela
Tacho queijo mussarela
Tacho de queijo coalho
Tanque em inox para queijo coalho
Fôrma para queijo coalho
Tanque de coagulação da massa para queijo manteiga
Máquina à vácuo
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ZONA DE LIMPEZA
Antes do
Após o
treinamento
treinamento
1 ,9
3,9
2,0
4,7
2,6
2,4
2, 1
1 ,5
1 ,4
-
1 ,7
1 ,7
1 ,8
3,0
2,3
1,7
1 ,5
1 ,6
1 ,6
2,4
2,2
1,7
2,2
1 ,8
2,0
1 ,7
1 ,7
1 ,7
1 ,8
2,2
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I
l
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
Quadro 4
•
Avaliação das condições higiênico­
s anitárias das mãos dos manip u­
ladores da área de produção com
relação a Estafilococos coagulase
positiva e Coliformes a 45°C.
MANIPULADOR
Estafilococos coagulase positiva
(UFC/mão)
Após o
Antes do
treinamento
treinamento
10
1,3 x ! O"
< 10
2,2 x 10< 10
2,8 x 1 0
1
9,6 x
2
3
4
5
6
7
< 10
-
< 10
< 10
< 10
< 10
< 10
< 10
< 10
< 10
< 10
< 10
< 10
8
9
-
10
11
12
13
14
Os produtos acabados (Quadro 5), queijo
manteiga e a manteiga da terra foram avaliados
quanto às c o n dições higiênico-sanit árias e
constatou-se que em todas as coletas, as amostras
encontram-se dentro dos padrões da legislação
vigente.
ser se mpre reav alia d o , p oi s a garantia da
qualidade é um processo contínuo.
S UMMARY
This work aimed to tell the experience of
Good Man u facturing Practices (GMP) imple­
mentation in a dairy industry in Rio Grande do
Norte state, to guarantee quality and safety of
dairy products. A check list was applied and a
planning for correcting non-confo rmities was
d o n e . Employees were trai ne d in G o o d
Manufacturing Practices and before and after
this action, microbiological analysis were done
in handlers ' han d s , ambient and equip ment ' s
s u rface s . Water q u ality and ins tallatio n s .
maintenance, storage and distribution conditions
were also evaluated. It was concluded that actions
such as formation of a multidisciplinary team,
employees ' training and consciousness of all
collaborators including direction , great part of
non-conformities were corrected, but it must be
re membered that q u ality g u arantee is a
continuous process o
Key words : quality, Good Manufacturing
Practices, dairy products, Rio Grande do Norte
4. C O N C L U S Ã O
C o n clui-se que as não c o n fo rmidades
obs ervadas podem ser co rrigidas através de
cap acitação, motivação, conscien tização dos
fu ncion ários e p rin cipalmente c o mprome­
time nto d a dire ç ã o . C o m a elab o ração dos
PPHO 's , a implantação d as planilhas de
monitoramento de cada um deles e do Manual
de Boas Práticas de Fabricação, o programa deve
Quadro 5
•
Manteiga da Terra
Legislação pl Manteiga da
Terra *
Queijo de Manteiga
Legislação pl Queijo de
Manteiga *
Coliformes
a 35°C
(NMP/g)
< 0,3
102
BRASIL. M. S . Portaria N° 1 42 8 de 26/ l 1 l9 3 .
Regulamento Técnico para Inspeção S anitária
de Alimento s . Diário Oficial da União, seção
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Fabricação para Estabelecimentos Produtoresl
I n d u s trializadores d e Alime n t o s " . D i ár i o
Oficial da U n i ã o , de 3 0107/97 .
< 0,3
104
Coliformes
a 45°C
(NMP/g)
Bolores e
Leveduras
(UFC/g)
10
-
< 0,3
3,4 x 10.1
5 x 103
-
< 0,3
B R AS IL . M . A . A. Portaria N° 368 de 04/091
97 . Regulamento Técnico sobre as Condições
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Sensorial evaluation of cheese using the Etana model
REFERÊN CIAS BIBLIOGRÁFICAS
Análise microbiológica de queijo manteiga e manteiga da terra com relação a Coliformes
a 3 5°C, Coliformes a 45°C, B olores e Leved uras , Estafilococos coagulase positiva e
Sa lmone lla sp. (Resultado de 3 coletas )
Produtos
A N A I S DO X I X C O N G R ES S O N A C I O N A L D E L AT I C í N I O S
< 10-
Estafilicocos
coag. positiva
(UFC/g)
< 10L
102
< 10�
103
o resultado obtido através da média de três amostras para cada produto, em cada período.
* Instrução Normativa W 30, de 26/061200 1 .
Salmollella sp
(em 25g)
Ausência
Ana Lúcia Barretto Pennal, Fernando Leite Hoffm a n n l ,
Vincenzo BozzettF
RESUMO
A análise sensorial é usada para medir, analisar e interpretar reações produzidas pelas
características dos alimentos e materiais percebidos pelos órgãos da visão, olfato, gosto,
tato e audição. O modelo Etana é uma adaptação do diagrama de radar utilizado na análise
descritiva qualitativa, desenvolvido especialmente para avaliação sensorial de queijos,
c'ontendo 1 4 descritores em uma escala de 5 pontos . Neste trabalho, realizou-se a avaliação
sensorial de 1 8 diferentes tipos de queijos fabricados no B rasil, usando o modelo Etana.
A Mussarella, o queijo mais vendido no país , apresenta para os descritores os seguintes
valores : odor 1 ,0 ; aroma 1 ,0 ; doce 2,0 ; ácido 0,5; salgado 0,5 ; amargo 0,0; adstringente
0,0; picante 0,0; elasticidade 2,0; firmeza 2,0; friabilidade 0,0; adesividade 0,5 ; solubilidade
3,0 e umidade 3,0. Na ficha do modelo Etana constam informações sobre a região produtora
e a quantid ade produzida, informações sintéticas referentes à matéria prima utilizada,
tecnologia de tratamento da massa, tempo de maturação, características de forma (dimensões
e peso) e algumas anotações completam a descrição geral. Portanto este modelo, além de
aproximar o produto do consumidor potencial, oferece ainda a possibilidade de evidenciar
rapidamente os parâmetros sensoriais que valorizam o produto, facilitando a sua es colha.
Palavras-chave : queijos, avaliação sensorial, modelo Etana.
Inexiste
Ausência
Ausência
Professores Doutores do Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos - IBILCE - U N E S P. S ão J osé
do Rio Preto - S P. anal u c i a @ eta. ibilce.unesp.br
2 Especialista em Processos Lácteos, Via M anzoni, 2. 26030 - Casteldidone - CR - Itália. vincenet @ tin.it
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
1. INTRODU Ç Ã O
A a n álise s e n s o ri al é u m a medida
multidimensional e apresenta três vantagens
importantes : identifica a presença ou ausência
de diferenças perceptíveis; identifica e quantifica
as caracterís ti cas s e n soriais i m portan tes, de
forma rápida; identifica problemas particulares
que n ão pod eriam ser detectados por o u tros
p rocedimentos analíticos . Há divers os proce­
dimentos para a avaliação sensorial dos queijos
usando metodologia formalizada, estruturada e
c o d i fi c ada, s e n d o imp ortante c o n t i n uar a
d e s e n volver n o v o s m é t o d o s e re fi n ar o s
existentes. Uma das áreas mais promissoras estão
relacionadas ao con hecimento das percepções
humanas . A nova geração de técnicas de análise
sensorial é usada empiricamente e efetivamente
para e s t u d a r o c o m p o rtamento humano n a
degus tação de ali mentos em s i t uações reai s ,
verificando a aceitabili dade e preferência d o
consu midor (GIOMO, 2 0 0 I ) . Para a avaliação
sensorial dos queijos, há três fatores principais
envolvidos: aparência, textura e sabor. Devido
a complexidade dos parâmetros envolvidos na
análi se oral, é importante que cada propriedade
medida s ej a explicada através da d efi n i ç ã o
sensorial dos termo s, m a s também através de
cursos práticos de avaliação sens orial. Há di­
versas fases n o p r o ce s s o de degustação :
visualizar, tocar, morder e deformar a amostra
e reduzí-Ia em um bolo antes de engolir.
1 . 1 . Avaliação s e nsorial de queij os
C o m o pro grama FL A I R ( C O S T 9 0 2 ) ,
1 994, um grupo de estudiosos foi formado para
estudar a análise sensorial de queijos visando
melhorar a u n i formidade no trei namento do
p a i n el s e n s o r i al e desen volver um método
comum para caracterização de queijos duros e semi­
duros . Esta equipe avaliou 5 que ij o s com
denominação de origem protegida - DOP: o Comté
da França, o Parmigiano-Reggiano e o Fontina da
Itália, o Mahón da Espanha, e o Appenzeller da
Suíça. As dificuldades semânticas e sócio culturais
fo ram consi deradas e um guia fo i preparado
origi nalmente em Francês , traduzido para o
italiano, espanhol, alemão e i nglês.
1 . 1.1
-
Avaliação sensorial da textura
D i versos t i p o s de carac terís ti cas e s t ão
envolvidas na determinação prática da textura:
C a r a c te rís ticas d e s u p e rfície - as
s e n s aç õ e s v i s íveis ( além da cor, a presença
Pág. 1 8
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
eventual de gotículas d e água o u óleo, trincas,
fendas, grânulos, olhaduras , cristais) e táteis
(rugosidade e umidade na superfície) fornecem
uma informação inicial sobre a textura, baseada
na determin ação de u m a p orção ou fati a de
queijo.
Características mecânicas - elasticidade
(habili dade de uma s u bstância recup erar s u a
forma inicial e dimensões após s e r submetido à
pres s ã o ) ; fi rmeza ( res i s t ê n c i a a u m a dada
deformação) ; deformabilidade (capacidade das
ligações i nternas re s i s t i re m à defo rmação,
provocando deslocam e n t o s i n te r i o res do
material) ; fri abili dade (característica da subs­
tância ser re duzida facilmente em pedaç o s ) ;
adesividade (esforço necessário para prevalecer
sobre forças que mantêm duas superfícies em
c o n tato ) .
C aracterís ticas geométricas
refletem
o formato, o tamanho e a natureza das partículas
percebidas durante a mastigação e a percepção
da microestrutura (percepção no estágio fin al
da mastigação de grânulos arredondados e de
cristais ásperos).
O u t r a s c a r ac t e r ís ti c a s d e t e x t u r a
-
solubilidade (a sensação que se desenvolve quando
a amostra se derrete muito rap id amente n a
saliva) e a impressão d e umidade (percepção d o
g r a u d e u m i d ad e s e n t i d a n a bo ca) . O u t ros
descritores de textura são: fu ndente, plástico,
fibroso, crocante e mastigação ruidosa.
I m p r e s s õ es globais - síntese de várias
s e ns ações d u rante a av ali ação d o p r o d u t o
(estrito/co mpacto , gomoso, maci o , grumoso e
pene trante) .
1 . 1 . 2. Avaliação senso rial do odor, aroma,
gosto e sensações trigeminais
A avaliação do odor, aroma e gosto dos queijos
é muito difícil de ser caracterizada, sendo importante
uma metodologia sensorial i n tegrada e uma
termi nologia e s t r u t u rada de acordo com as
diferentes fases da degustação, usando produtos
de referência e seus descritores (AIR-CT94-2039,
1 997). A caracterização dos odores e aromas são
baseados na seleção de diferentes descritores, que
foram divididos em famílias (láctico, vegetal, floral,
frutado, tostado, animal, condimentado e outros) e
sub- famílias. Para melhor compreensão, a seguir,
estão as defin ições dos termos associados ao
comportamento do ali mento e a evolução d o
prod u t o na boca:
Odor - p ropriedade organoléptica perce­
b ível no queij o por meio d o órgão olfati v o ,
cheirando a s substância voláteis.
1 . 2. O modelo Etana para
s e n s o r i a l d e qu e ij os
Baseado nos resultados do FLAIR (COST
9 0 2 ) , 1 9 9 4 , e AIR C T 9 4 - 2 0 3 9 , 1 9 9 7 ,
B O ZZETTI, M ORARA & Z A N N O N I , 200 1 ,
desenvolveram o modelo chamado "Etana", criado
pela neces sidade comunicar a um p úbli co
heterogêneo as principais características sensoriais
de um queijo, a fim de facilitar a escolha entre os
vários outros disponíveis . O modelo toma o nome
do pastor e queijeiro Etana, que tornou-se o 1 3°
Rei de Kish, Cidade dos Sumérios, por volta dos
anos 2000 aC . Ao centro do modelo , Etana é
representado montado em uma águia, com a qual
s u biu ao céu para procurar a planta da Vida
(B OZZETT I, 2000 ) . O modelo tem o objetivo
inicial de descrever o perfil sensorial do queijo de
manei ra s i mples, usando um vocabulário
específico, num diagrama de radar, e numa segunda
etapa, fazer uma ligação entre o perfil sensorial
com um vocabulário comum do con sumidor,
melhorando a conheci mento das características
do queijo. Das características sensoriais citadas ante­
riormente, foram selecionados 14 parâmetros a fim
de simplificar a comunicação visual do diagrama de
radar. O diagrama contendo os 1 4 descritores em
uma escala de 5 pontos, oferece a possibilidade de
evidenciar rapidamente os parâmetros sensoriais
que valorizam o produto, facilitando a escolha
racional, e também, a quem se aproxima do produto
oferecido pela primeira vez. O modelo não se coloca
como padrão de referência de um único queijo, onde
são necessários parâmetros com maiores diversi­
ficações e peculiaridades do produto específico. A
fi cha do modelo Etan a tem como objetivo a
comparação dos diferentes tipos de queijos, a fim
de aproximá-lo do potencial consumidor.
propriedad e organolé p t i ca
percep tível por meio do retro- olfato antes da
deglutição . Este estímulo é levado pela nuvem
arom ática liberada pela masti gação e guiado
através do interior do nariz, pela respiração .
Aroma
Gosto sensação percebida pelos órgãos
gustativos, ass i m que é estimulado por certas
substâncias. Gosto doce (trata-se do gosto elementar
provocado pelas soluções aquosas de substâncias
como o sacarose ou frutose), gosto salgado (qualifica
o gosto elemen tar provocado pelas s oluções
aquosas de diferentes substâncias como o cloreto
de sódio), gosto ácido (qualifica o gosto elementar
provocado pelas soluções aquosas de substâncias
ácidas diluídas como ácido cítrico ou tartári co),
go s t o amargo ( q u ali fi c a o gosto elementar
provocado pelas soluções aquosas diluídas de
substâncias tais como quinino e cafeína) .
S ensações trigeminais - são sensações
orais percebidas durante a avaliação do produto.
Picante (qualifica a sensação que se manifesta
na boca como uma picada, podendo chegar até a
dor), adstringente (qualifica a sensação complexa
referente à contração da mucosa da boca que, por
exemplo, se produz com os taninos ou banana
verde), calor (qualifica um produto que provoca
uma sensação de aquecimento na cavidade bucal,
como àquela provocada pela pimenta malagueta),
refrescante (qualifica um produto que provoca uma
sensaç ão refrescante na cavi dade bucal como
àquela provocada pelo anis ou pela hortelã), outras
sensações (acre/azedo, metálico).
G os t o r es i d u a l - s e n s ação olfato gustativa que aparece ap ó s a eli m i n ação d o
produto e q u e difere d a s sensações percebidas
enquanto o produto encontrava-se na boca.
Persistência global
permanência da
sensação olfato - gustativa semelhante ou próxima
àq uela q ue foi percebida enquanto o produto
encontrava-se na boca e cuja duração pode ser medida.
Todos os descritores acima não são certa­
mente completos para descrever as centenas ou
milhares de combi nações estruturais e olfato - .
gustativas nos milhares dos queijos do mundo,
p o ré m rep re s e n tam uma base razoável p ara
melhorar, padronizar e valorizar a produção e o
consumo dos queijos.
avaliação
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Dezoito diferentes tipos de queijos produ­
zidos no B rasil (Camembert, Ementhal, Estepe,
Gorgon zola, Gouda, Mi nas Fre s c al, Minas
Padrão, Montanhês , M ussarela, M u s s arela de
B ú faia, Parme s ã o , Prat o , Provol o n e , Rei n o ,
Requeijão Cremoso, Requeijão Culinário, Ricota
e Serrano) foram submetidos à avaliação sensorial
das seguintes características : odor, aroma, doce,
ácido, salgado, amargo, adstringente, p icante,
elasticidade, firmeza, friabilidade, adesividade,
solubilidade e umidade, usando o modelo Etana.
A fi cha também o ferece informações sobre a
região e a quantidade produzida do queijo. Infor­
mações sin téticas referentes à matéria prima
u tilizada, t e c n ol o g i a , tempo de m a t u ração ,
digitalizado por
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arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
formas caracterís t i c as ( d i me n s õ e s e p e s o ) e
algumas anotações completam a descrição geral.
3. RESULTADOS
As Figuras de I a 6 mostram os resultados
o b t i d o s na avali ação s e n s o r i al d o s q u e ij o s
fabricados no B rasil. Interessante notar como o
m o d elo Etana facilita a v i s u al i zação das
características sensori ais dos queij os , também
sendo novidade, oferece ótimos resultados em
ocasião de feiras, tardes de provas e degustações
comparativas. Tem sido também utilizado para
apresentar variadas produções de uma mesma
i n d ú stria de lati c ín i o s , a fi m de valo rizar e
c o m p arar queij o s de i n teres se de n i c h o s de
mercado ( PENNA & B OZZETTI, 200 1 ) .
4 . C O N C LU S Ã O
A análise sensorial bem estruturada, porém
simplesmente comunicada ao potencial consumidor
com o modelo Etana proposto, poderia facilitar a
escolha de queijos para aquisição no mercado.
S U M M ARY
S e n s o ri al analy s i s i s used to meas u re,
analyze and interpret the reactions triggered by
the characteristics of food and of the materiais
perceived by the sensory organs of vision, smell,
taste, touch and hearing. The Etana model is an
ad aptat i o n of the radar d i agram used in the
q u alitative des criptive analy s i s , specially
developed for cheese sensorial analysi s . It has
1 4 descriptors on a 5-point scale. In this study
the sensorial analysis of 1 8 different types of
cheese manufactured in B razil was carried out
using the Etana model. Mozzarella, the type of
cheese most sold in the c o u n try, s ho w s the
following values for the descriptors : smell 1 .0 ;
aroma 1 .0; sweet 2.0; acid 0 . 5 ; salty 0 . 5 ; bitter
0.0; adstringent 0.0; pungent 0.0; elasticity 2.0;
A N A I S DO XIX C O N G R ESSO NACIONAL D E L AT i C í N I O S
firmn e s s 2 . 0 ; fri ability 0 . 0 ; adhe s i v i t y 0 . 5 ;
solubility 3.0 and humidity 3 .0. The Etana model
form presents information about the producing
region and the amount p roduced, s ummarized
information referri ng to the raw material used,
technology of mass treatment, maturation time,
shape characteristics (dimension and weight ) .
Some notes complement the general description.
Therefore, this model places the product closer
to the final consumer. lt also offers the possibility
of quickly evidencing the sensorial parameters that
make the product appreciated , which facilitates
consumer's choice.
Key word s : cheese, sensorial evaluation,
Etana mode ! .
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AIR-CT 94-2039 . BÉRODIER, F. , LAVANCHY,
P. , ZANNONI, M., CASALS, J., HERRERO, L.,
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Potenza, p . 7 6 - 8 8 . 200 1 .
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digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 2 1
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NOME DO QUEUO: Minas Freseal
QUANTIDADE PRODUZIDA: 26400 Ion.
ÁREA DE PRODUÇÃO:
NOME DO QUEUO: Gorgonzola
MATÉRIA PRlMA; Leite de vaca
NOME DO QUEUO: Gouda
QUANTIDADE PRODUZIDA: 1050 tono
ÁREA DE PRODUÇÃO:
TECNOLOGIA: Massa crua
ÁREA DE PRODUÇÃO:
PERÍODO DE MA11JRAÇÃO
Mln. 35 dias
• ESPESSURA:
8 a 10
30 a 60 dias
FORMAS CARACTERlSTICAS
em
•
DIÃMETRO: 10 a 20 em
•
• PESO
0,5 a 3,0 kg
NOTAS
FORMAS CARACTERlSTICAS
ESPESSURA: 1 5 a 1 B em
DIÃMETRO:
•
22 a 25 em
2,8 a 3,5 kg
20 em
' PESO 3 kg
NOTAS
Presença de Penlellllum roquelorU
na
ESPESSURA: 11 em
• DIÃMETRO:
NOTAS
PERFIL SENSORIAL
MATÉRIA PRIMA: Leite de vaca
TECNOLOGIA: Massa seml-cozlda
PERÍODO DE MATURAÇÃO
Fresco
FORMAS CARACTERlSTICAS
• PESO
QUANTIDADE PRODUZIDA: 1104 1on.
TECNOLOGIA: Massa crua
PERÍODO DE MATURAÇÃO
•
MATÉRIA PRIMA: Leite de vaca
Com olhaduras pequenas
parte Interna
PERFIL SENSORIAL
PERFlL SENSORIAL
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"Modelo Etana" de: V. Bozzetti, B. Morara, M. Zannoni
Figura 2
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"Modelo Etana" de:
V. Bozzetti, B. Moram, M. Zannoni
"Modelo Etanall de: V. Bozzetti, B. Morara. M. Zannoni
Resultados da avaliação sensorial dos queijos Gou da, Gorgonzola e Minas Fresca!.
NOME DO QUEUO: Minas Padrão
QUANTIDADE PRODUZIDA: 4800 tono
ÁREA DE PRODUÇÃO:
MATÉRIA PRIMA: Leite de vaca
NOME DO QUEIJO: Montanhês
NOME DO QUEUO: Mussarela búfala
QUANTIDADE PRODUZIDA: 500 ton,
ÁREA DE PRODUÇÃO:
MATÉRIA PRIMA: Leite de búlala e de vaca
QUANTIDADE PRODUZIDA: 2550 1on.
ÁREA DE PRODUÇÃO:
MATÉRIA PRIMA: Leite de vaca
TECNOLOGIA: Massa crua e prensada
TECNOLOGIA: Massa filada
TECNOLOGIA: Massa cozida e prensada
PERÍODO DE MATURAÇÃO
PERÍODO DE MATURAÇÃO
PERÍODO DE MATURAÇÃO
20 a 30 dias
Fresca
50 dias
FORMAS CARACTERlSTICAS
FORMAS CARACTERÍSTICAS
FORMAS CARACTERÍSTICAS
• DIÃMETRO:
• DIÃMETRO:
• ESPESSURA:
• DIÃMETRO:
7 em
15 em
• ESPESSURA:
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• PESO
NOTAS
NOTAS
6 a 8 em
0,1 a 0,15 kg
• ESPESSURA:
7,5 em
19,5
em
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Fonnato de bolinhas
PERFIL SENSORIAL
PERFIL SENSORIAL
PERFIL SENSORIAL
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NOME DO QUEUO: Parmesão
NOME DO QUEUO: Missarela (pizza)
QUANTIDADE PRODUZIDA: 19200 tono
ÁREA DE PRODUÇÃO:
MATÉRIA PRIMA: Leite de vaca
NOME DO QUEIJO:Pralo
QUANTIDADE PRODUZIDA: 11200010n. MATÉRIA PRIMA: Leile de vaca
ÁREA DE PRODUÇÃO:
TECNOLOGIA: Massa cozlda e prensada
QUANTIDADE PRODUZIDA: 79000 lon.
ÁREA DE PRODUÇÃO:
MATÉRIA PRIMA: Leite de vaca
TECNOLOGIA: Massa filada
TECNOLOGIA:Massa seml-cozida
PERÍODO DE MATURAÇÃO
PERÍODO DE MATURAÇÃO
Fresco
Mln. 25 dlas
FORMAS CARACTERÍSTICAS
FORMAS CARACTERÍSTICAS
e prensada
PERÍODO DE MATURAÇÃO
Mln. 180 dias
FORMAS CARACTERÍSTICAS
- ESPESSURA: 1 5 em
- PESO 4 a 8 em
NOTAS
• ESPESSURA:6
- ESPESSURA: 8 a 14 em
- DtÃMETRO: L = 15 a 28,4 em
- DIÂMETRO: 25 em
• DIÃMETItO:
- PESO 0,5 a 3,8 kg
leite seml-desno1ado
L = 13 x 27,5 em
- PESO 0,5 a 2,8 kg
NOTAS Gronde variabilidade
NOTAS
PERFIL SENSORIAL
a 15,5 em
de sabor e leldura
PERFIL SENSORIAL
PERFIL SENSORIAL
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"Modelo Etano"
de: V. Bozzctti, B. Moram, M. Zannoni
"Modelo Etana"
de: V. Bozzetti, B. Morara. M. Zannoni
"Modelo Etana"
de: V. Bozzetti, B. Mornra, M. Zannoni
Figura 4- Resultados da avaliação sensorial dos queijos Mussarela ( Pizza), Parmesão e Prato.
QUANTIDADE PRODUZIDA: 6000 tono
ÁREA DE PRODUÇÃO:
NOME DO QUEUO: Reino
NOME DO QUEDO: Requeijão cremoso
NOME DO QUEUO: Provelone
MATÉRIA PRIMA: Leite d. vaca
QUANTIDADE PRODUZIDA: 23400 tono
ÁREA DE PRODUÇÃO:
MATÉRIA PRIMA: Leite de vaca
QUANTIDADE PRODUZIDA: 2625 tono
ÁREA DE PRODUÇÃO:
MATÉRIA PRIMA: Leite de vaca
TECNOLOGIA: Massa filada e defumada
TECNOLOGIA: Massa fundida
TECNOLOGIA: Massa semf..c
. ozlda
PERÍODO DE MATURAÇÃO
PERÍODO DE MATURAÇÃO
PERÍODO DE MATURAÇÃO
e prensada
60 dias
Fresco
60 dias
FORMAS CARACTERÍSTICAS
FORMAS CARACTERÍSTICAS
FORMAS CARACTERÍSTICAS
- ESPESSURA: 9 a 11 em
- ESPESSURA:
- ESPESSURA: 15 em
- DIÃMETItO: 15 em
- DIÃMETItO: L= 20 a 50 em
- DIÃMETRO:
- PESO 0,5 a 100 kg
- PESO 0,25 kg
NOTAS
NOTAS
• PESO
. NOTAS
Esférico
Coagulação ácida
PERFIL SENSORIAL
PERFIL SENSORIAL
PERFIL SENSORIAL
1,8 kg
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de: V. Bozzetti, B. Moram, M. Zannoni
"Modelo Etana"
de: V. Bozzctti, B. Morara, M. Zannoni
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"Medeio Etano" de: V. Bozzctti, B. Morara, M. Zannoni
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Figura 5 - Resultados da avaliação sensorial dos queijos Provolone, Reino e Requeijão Cremoso .
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
ASPECTOS I M PORTANTES PARA O CONTROLE DO RENDIMENTO
NA FABRICAÇÃO DE QUEIJOS
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§
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o.
Important aspects for yield control in cheesemaking
Luciana Leal de Oliveira 1 , Sebastião César Cardoso Brandão 2
8
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E
u.
RESUMO
o controle
do rendimento na fabricação de queijos é um procedi mento de e xtrema
importância para a indústria de laticínios porque a ele está relacionada à viabilidade econômica
da produção dos diversos tipos de queijos. O conhecimento dos diversos fatores relacionados
direta ou i ndiretamente ao rendimento e a forma pela qual eles podem afetar o resultado
final da fabricação é fundamental, constituindo uma ferramenta i mportante que permite
muitas vezes ao profissional e nvolvido na produção a adoção de medidas preventivas e
corretivas que podem ser determinantes para o sucesso da fabricação de queijos.
Palavras-chave : rendimento, queijo.
1 . I N T RO D U Ç Ã O
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U m a forma simples de conceituar o rendi­
mento é considerá-lo como a quantidade máxima
de queijos que pode ser obtida a partir de um volume
determinado de leite (FURTADO, 1 99 1 ; SPREER,
1975), podendo-se a partir daí deduzir o consumo
específico de leite, ou seja, a quantidade necessária
de leite p ara elaborar 1 Kg de q u e ij o , n u ma
determinada fabricação (SPREER, 1 97 5 ) .
A determinação d o rendimento e a redução
das perdas durante o processo de fabricação são
fatores determi nantes p ara a viab ili zação da
produção de queijos (S PREER, 1 975). A compa­
q.l.ção e nt r e a d e t e r m i n ação do r e n d i mento
teórico e o rendime n to efetivo permite deter­
minar perdas que, na maioria das vezes, devem­
se a e rros de fabricação , cuj a correção é fácil
( V E I S SEY RE, 1 9 7 2 ) . P ara u m a e m p r e s a é
i mp ortante saber se o queij o obtido, além de
o fe r e c e r q u ali d a d e , corre s p o n d e q u an t i t a­
t ivamente a um rendimento econômico favo­
rável ( S P REER, 1 97 5 ) . A partir desta i n for­
mação p o d e - s e p r e v e r a m ão - d e - o bra e o
material necessário, permitindo o cálculo prévio
da rentabilidade da fabricação e o controle do
funcionamento da fábrica (VEISSEYRE, 1 972).
O rendimento a ser obtido numa determi­
nada fabricação e as perdas que possivelmente
poderão ocorrer são influenciados por uma série
I
outros fatores, como por exemplo a qualidade
d o l e i t e e dos i n g re d i e n t e s e m pregados no
proce s s o , os quais s ão determi nantes para a
formação da coalhada (FURTADO, 1 9 9 1 ) .
2. FATORES QUE AFETAM O RENDIMENTO
Segundo S PREER ( 1 975), D AVIS ( 1 965),
DUMAIS et a! . ( 1 99 1 ), VAN SLIKE e PRICE
( 1 9 4 9 ) e GREEN e G R A N D I S O N ( 1 9 9 3 ) o
rendimento da fab ricação de q u e ij o s depende
resumidamente dos seguintes fatore s :
•
•
•
•
da composição do lei te ;
tratame nto d a d o a o lei t e .d u rante o
processamento ;
das t é c n i cas e m p regadas para a
elaboração do queij o ;
da composição do queij o ; e
das p e rdas d u rante o p r o c e s s o d e
fabricação.
2 . 1 . Fatores que infl u e n ciam n a formação,
sinérise e fus ã o da c o a l h a d a
- C o m p o s i ç ã o d o l e i te : O r e n d i m e n t o
depende da composição do leite e da eficiência
de convers ão d o l e i t e em q u eij o (GREEN e
Doutoranda - Departamento de Tecnologia de Alimentos/UFV - Jleal @ alunos.ufv.br.
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE
GRANDISON, 1993 ) . Essa variável tem um papel
determinante sobre o rendimento da fabricação
devido principalmente à presença da proteína e
da gordura, as quais compõem fundamentalmente
a estrutura da coalhada e, conseqüentemente do
queijo (FURTADO, 2000).
Não se s abe ain d a ao certo c o m o as
mudanças na composição do leite afetam o seu
potencial para a fabricação de queijos, porque
muitos dados s ão c o n flitante s . Porém, os
principais fatores parecem ser a alta concen­
tração de caseína, baixos valores de pH e altas
concentrações de fos fato de cálcio micelar, e
entre esses fatores, o último é o mais difícil de
se determinar (GREEN e GRANDISON, 1993).
A gordura e a caseína perfazem um total
de 90% da porção sólida do queijo, formando
j unto com o sal a porção proeminente. Outros
compostos em menor proporção são os sais , o
cálcio , o fosfato, o ácido lático, o cloreto de
sódio, a albumina, a lactose e a água. Quanto
maior a proporção de gordura e caseína, maior
tenderá ser o rendimento (VAN SLIKE AND
PRICE, 1949 ) .
- P r o t e ín a s : o aumento d o t e o r d e
caseína d o leite contribui para o aumento
do rendimento da fabricação. Esse efeito
se deve, além do próprio aumento do
peso da p roteína retid a, ao aumento
c o n siderável da rete nção de água no
qu eij o (FURTA D O , 2000 ) . Quan t o
menor o teor d e caseína no leite, maior
a umidade no ex trato seco desengor­
durado do queij o p orque a caseína se
agrega mais lentamente em leites com
men or teor dessa proteína (GREEN e
G R A N D I S O N , 19 9 3 ) , favorec e n d o
também u m a maior perda d e caseína na
forma de finos no soro .
- Gordura : o aumento do teor de gordura
tende a p rovo car um aumento n o
rendimento da fabricação, e neste caso
a retenção de água que ocorre na massa
se deve a uma dimin uição da sinérise
ob servada nesta durante a sua elabo­
ração no tanque (FURTADO, 2000) . Um
maior teor de gordura no leite levará a
uma menor perda de s o ro p o r meios
físicos e a um maior teor de umidade no
extrato seco desengordurado do queijo
devido ao efeito inibidor da gordura na
sinérise. Os glóbulos de gordura, além de
limitarem a agregação de caseína, podem
atuar como um tampão bloqueando o
flu x o d e s o ro através dos canais da
c o alhad a (GREEN e GR A N D I S O N ,
19 9 3 ) .
- Minerais : o s d ois s ais que afetam a
coagulação e portanto o rendimento da
fabricação de queij o s são o cálcio e o
fo s fato inorgânico que c o m p õ e m a
micela de caseína. O cloreto de cálcio é
freqüentemente usado como aditivo na
fabricação de q ueij o s por melhorar a
co agulação, a firme za da coalhada e
facilitar a p e rda de s o ro (GREEN e
GRANDISON, 199 3 ) .
2 . 2 . Fato res q u e afetam d i r e t a m e n t e a
composição do leite e indiretamente o
r e n d i m e n t o do q u e ij o
- Alimentação : a alimentação d o animal
é o principal determinante da comp osição do
leite, influ enciando s u a habilidade p ara a
coagulação (GREEN e GRAN D I S O N , 19 9 3 ) .
Animais que recebem u m a alimentação defi­
ciente produzem leites com depressão dos níveis
de s ólidos não-gord uro s o s , sendo o nível de
proteínas o que mais sofre redução . A compo­
sição específica da ração animal pode afetar a
s íntese d o s divers o s c o m p o n e n t e s do leite,
principalmente da gordura. Leites contendo 19%
de ácido linoléico na composição da gordura,
resultante da alimentação do gado com óleo de
se m e n t e de giras s o l , p ro d u z i r a m q u eij o s
c o m textura e flavor p o bres (GREEN e
GRANDIS ON, 1993). Rações com baixos níveis
de fibras também levam a p rodução de leites
com menores teores de gordura, porém os níveis
de sólid os não-gord u ros os n ão são afetados
(JEN NES e PATTON , 197 6 ) .
A firmeza da coalhada é maior quando o
leite é proveniente de animais alimentados a
pasto em relação ao leite de animais alimentados
em e s t ábulo . Um mesmo e feito se o b serva
quando a quantidade de concentrado aumenta
na alimentação (GREEN e GRANDISON, 1993).
- Estações do ano : a influência do período
anual sobre a composição do leite resulta numa
c o mbinação de e feitos da dieta ( diferen tes
pastagens, rações) e da temperat ura ambiental
verificada em cada estação do ano, afetando as
propriedades coagulantes do leite e a qualidade
do queij o (GREEN e G R A N D I S O N , 19 9 3 ) .
Alguns trabalhos demonstraram que o conteúdo
de proteínas e de minerais são menores no verão
em relação ao inverno, porém o teor de cloretos
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
apresenta uma tendência inversa. Temperaturas
ambientais elevadas podem resultar na queda da
produção de leite e na alteração de s u a
composição, com aumento nos teores de gordura
e clo re t o s , diminuição d o s s ólid o s n ã o ­
gordurosos, nitrogênio total e lactose. B aixas
temp eraturas ambie ntais p o d e m causar um
aumento nos teo res de gordura, sólidos não­
gord urosos e nitrogênio , e no rmalmente não
apresentam efeito s obre o teor de cloretos e
lactose (JANESS e PATTON, 1976).
- E s t á g i o d e l a c t aç ã o : o período de
lactação de um animal que tem duração média
de 10 a 12 m e s es , exerce grande e feito n a
c o m p o sição d o leit e , s e n d o que as maiores
alterações o c orrem no início e n o fin al do
período de lactação. Estágios iniciais levam a
maiores alterações no leite pois os n íveis de
gordura, caseína, c álcio e fo s fato dimin uem
muito. Nos estágios finais da lactação o teor de
caseína e gord u ra se elevam muito , acom­
panhados por mudanças na composição mineral.
A qu antidade de p i as mina s ecretada também
au m e n t a e o c o rr e d e g r a d a ç ã o p a r c i al d a
p- caseína para y-caseína, proteases e peptonas .
A firmeza da coalhada tende a ser maior em
leites obtidos no início da lactação e diminui até
um n ível c o n s t ante em p o u c as s em a n as ,
paralelamente a uma diminuição dos teores de
caseína do leite. A taxa de sinérise da coalhada
aumenta d u ran te e s t e perío d o , talvez
relacionada à queda na concentração de gordura
do leite, tendendo a ser lenta em leites de final
de lactação, acompanhada por altos níveis de
umidade no queijo res ultante. A proporção de
caseínas e p roteínas do soro do leite também
variam no decorrer da lactação . No início e no
final de lactação o leite apresenta maior teor de
proteínas solúveis do que de caseínas e o teor de
gord ura e sólidos não-gord urosos tende a ser
menor após lactações s u ces sivas (GREEN e
GRANDISON, 199 3 ) .
- Raça : d e acordo com a raça do animal o
leite pode apresentar diferenças na composição,
principalmente com relação ao teor de gordura
e caseína. A variaç ão no teor destes s ólid os
influirá também na acidez titulável e no pH do
leite e do soro resultante da fabricação, uma vez
que os teores de fosfato e citrato de um leite
diferem entre si (FURTADO, 1990). O leite de .
vacas Ayrshire tendem a ser ricos em gordura,
porém os glóbulos são menores, por isso o leite
des tas vacas são c o n s iderad os b o n s p ara a
fabricação de queijos. Os leites de vacas da raça
Jersey e Guern sey não s ão muito u s ados n a
fab ricação d e queij o s , p o rque alé m de
apresen tarem alto perce n t u al de gord u ra,
apresentam glóbulo s muito grandes (GREEN e
GRANDISON, 1993).
- I n te r v a l o s e n t r e o rd e n h as : o s i n ­
tervalos observados entre ordenhas podem afetar
individualmente o leite, mas não afeta o leite de
mis tura. Estudos comprovaram que o teor de
gordura do leite aumenta continuamente durante
o processo de ordenha, sendo verific ado nos
primeiros jatos um teor mais baixo e nos últimos
j atos um teor mais alto de gord ura, mas não
foram verificadas alterações no teor de sólidos
n ão-gorduro s o s . Q u a n d o os intervalo s entre
ordenhas são desiguais e maiores a produção de
leite aumenta mas o c o n te ú d o de gord ura é
men or. De acordo c o m p ráticas u s u ai s de
ordenha o intervalo da noite é maior que o
intervalo diurno e o leite obtido pela man hã
tem menor teor de gordura que o leite da tarde.
A composição do leite também pode ser afetada
por excitação ou stress do animal (GREEN e
GRAN DISON, 1993).
- Va r i antes g e n é ti c as : as p r o p o rções
relativas d as caseínas n o leite s e devem a
variaç ões genéticas dentro de rebanhos indi­
viduais e podem existir diferenças significativas
na composição da caseína do leite de diferentes
vacas . Os fat ores genéticos influem e deter­
minam o tamanho das micelas de caseína, que
por sua vez influencia o tempo de coagulação,
pois quanto maior a micela, mais rápida será a
coagulação. A quantidade de fosfato de cálcio
coloidal influi no tamanho da micela. O leite de
búfalo, por ser rico em cálcio, fosfato e caseína,
apresenta micelas de maior tamanho que o leite
de vaca e coagula mais rápido, mas apesar dessa
rápida coagulação, a coalhada res ultante tem
dificuldade em reter umidade e os queijos tendem
a ser mais secos, pois as micelas menores são
mais hidratadas (FURTADO, 1991) . O melhora­
mento genético pode ser feito n ão só com a
finalidade de aumentar a produtividade dos animais
como também de melhorar as propriedades do
leite para a produção de queijos. Algumas pesquisas
foram feitas neste sentido e os animais testados
pass aram a secretar varian tes genéticas
determinadas de caseína e p-lactoglobulina, com
substituições somente de alguns aminoácidos,
diferenças estas que alteraram significativamente
as propried ades de c o agulação do leite e a
produção de queijos. (GREEN e GRANDISON,
1993 ) .
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
- Mamite : a mamite leva a mudanças na
c o m p o sição do leite s e c retad o . U m a alta
contagem de células somáticas diminui o teor de
sóli d o s t o tais no leite, p rincipalmente p ela
diminuição da lactose. O teor total de gordura é
pouco alterado (às vezes aumenta ou diminui,
devido à red u ção da produção total), mas a
composição das frações da gordura é alterada,
aumentando a quantidade de ácidos graxos livres.
No leite do animal infectado, as proporções de
proteínas 0'.' 1 ' 0'.'1' � e K-caseína e �-lactoglobulina
e a-lacto alb umina s ão reduzidas, e a maior
permeabilidade celular n a glândula mamária
permite um aumento dos n íveis de imu n o ­
globulinas e soro-albuminas, o que faz com que
o teor fin al de p roteínas totais se mantenha
inalterado . A permeabilidade celular também
afeta a composição mineral diminuindo os teores
de fosfato, o cálcio micelar e total, e potássio,
aumentando o teor de cloretos. Queijos produ­
zidos a partir de leite com altos níveis de contagem
de células somáticas ou leite de utilização industrial
misturado a leite mamítico tem sua qualidade e seu
rendimento alterados (BARBANO et aI ., 1 99 1 ) .
O tempo de co agulação tende a aumentar e a
firmeza da coalhada tende a diminuir em leites
mamíticos devido a alterações no pH (diminuição
da acidez e aumento do pH do leite que varia entre
6,9 e 7,2), redução na atividade do fermento lático,
podendo gerar maiores perdas de caseína e gordura
no soro d urante a coagulação (GREEN e
GRANDISON, 1 993). São também observadas uma
diminuição na capacidade de expulsão de soro e
uma alta retenção de umidade na massa, alongando
o tempo total de fabricação do queijo. Contagem
de células somáticas maiores que 2x 1 06/rnL indicam
Quadro 1
.
ANAIS DO X IX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
que enzimas proteolíticas (plasmina) podem estar
degrad ando a caseína, contrib uindo conse­
qüentemente para a diminuição do rendimento.
Com o tratamento da mamite o rendimento dos
queijos retoma a níveis normais e uma alternativa
sugerida para minimizar o problema, melhorando
o rendimento final, seria a adição de retentatos de
ultrafiltração preparados a partir de leites com
baixas contagens de células. Outro efeito associado
à mamite é a pres ença de compostos anti­
microbianos produzidos pelas células somáticas no
leite, os quais podem inibir a atividade de culturas
láticas utilizad as na produção de queij o s
(FURTADO, 2000) .
2.3. Fato res
t e c n o l ó g i c o s q u e afetam
rendimento
Os tratamentos ou process amentos dados
ao leite antes e durante a fabricação influirão
muito nas suas características, na sua habilidade
de ser convertido em queijo e conseqüentemente
no rendimento da fabricação. Assim, os fatores
que influem na formação, sinérise e fusão da
coalhada influenciarão também no rendimento
final do queijo. Um resumo destes fatores e seus
efeitos está apresentado no Qu adro 1 (GREEN
e GRANDISON, 1 993).
2. 3. 1. O processamento d o leite
A. E s t o c a g e m do l ei t e a fri o : a
esto cagem prolo ngada do leite cru a baixas
temperaturas (3-5°C/24-48 ho ras ) tem vários
e feit o s s o bre a s u as c arac terísticas físico­
qu ímicas e microbiológica. Algumas alterações
Fatores que afetam a formação, sinérise e fusão da coalhada.
Fatores
Formação
da coalhada
Sinérise
D
D
D
D
D
A
D
D
D
D
D
A
A
D
D
D
D
-
A
A
A
A
-
Tratamento do leite
Estocagem a frio
Crescimento de psicrotróficos
Homogeneização
Aumento da temperatura de pasteurização
Aumento do teor de gordura
Adição de cloreto de cálcio
Fusão da
coalhada
-
D
D
Modificações Cfuímicas da caseílla
B loqueio de NH2
Desfosforilação limitada da [3-caseína
Tratamento da coalhada
Abaixamento do pH
Aumento da temperatura
A
=
aumento; D
=
diminuição
o
s ão reversíveis e outras n ão , podendo afetar a
fabricação de queij o s e o rendimento (FUR­
TAD O , 1 9 9 1 ) .
Alterações físico-q uímicas : segundo
WAL S T R A e JENNES ( 1 9 8 7 ) , F U RTA D O
( 1 9 9 1 ) e GREEN & GRA N D I S ON ( 1 9 9 3 ) , as
principais modificações no leite cru mantido sob
refrigeração entre e 3 e 7°C por períodos entre
24-48 horas são :
- enfraquecimento das interações hidro­
fóbicas que unem as submicelas de caseína
e-dissociação parcial da �-caseína micelar
para a fase solúvel, que pode se solubilizar
na proporção de até 1 8 % do seu total,
levando a perdas de nitrogênio, gordura
e finos de coalhada;
- trans ferência de parte do cálcio e d o
fosfato micelar (coloidal), em torno de
1 0 % , p ara a fas e aqu o s a do leite,
aumentando a susceptibilidade do leite à
proteólis e ;
aumento da hidratação das caseínas;
- ligeira diminuição d o tamanh o das
micelas ( - 1 5 %) devido à variação dos
teores de �-caseína, cálcio e fosfato;
Essas alterações físico-químicas levam a
uma mudança no comportamento do leite e da
coalhada, ocorrendo um aumento no tempo de
coagulação do leite em 23 a 27% quando o leite
for mantid o res pectivamen te a 3°C por 24 ou
48 horas . A coalhada resultante deste leite será
menos firme, com maior dificuldade de expulsar
o soro, apresentando menor resistência ao corte,
o que aumentará a possibilidade de maior perda
de gordura e de finos de coalhada no soro, com
dimi nuição do rendimento e uma alteração n a
composição final do queijo (FURTADO, 2000) .
Quanto maior for o tempo de man utenção do
leite a baixas temperaturas, mais acentuados
serão os efeitos citados anteriormente e menor
a p o s sibilid ade de s e reverter es tes e feito s .
A reversão parcial o u total é possível quando o
leite é estocado por até 48 ho ras (GREEN e
GRANDISON, 1 99 3 ) .
•
A lterações microbiológicas : apes ar do
res friamen to diminuir c o n s ideravelmente as
chances de acidificação, durante a estocagem do
leite p o dem ocorrer proteólise e lipólise por
ação de enzimas produ zidas por mos . p sicro­
tróficos (de alta termoresistência), por enzimas
naturais do leite e/ou de células s o máticas .
Ao favorecer o crescimento de bactérias psicro-
tróficas, o resfriamento poderá contribuir para
alterações significativas das caracterís ticas do
leite, afetando diretamente o ren dimento da
fabricação de queijos (FURTADO, 2000; GREEN
e GRAN DISON, 1 99 3 ) . As proteases liberadas
p o r psicrotróficos são c ap azes de degradar
lentamente as caseínas � e K, o que ocasionará
um aumento na lib eração de peptídeos e
nitrogênio não-protéico na forma de amônia, e
também de finos de coalhad a no momento do
corte . A distrib uição d o tamanho das micelas
também pode ser alterada por estas enzimas .
E s s as alteraç ões p o d e m afetar tanto o
rendimento da fabricação do queij o quanto as
s u as características s e n s o riais ( F U RTA D O ,
2000 ) . As lipases produ zidas s ão capazes de
liberar certos ácidos graxos que poss uem ação
inibitória sobre as culturas láticas de uma forma
geral. Assim, se a pré-maturação for inibida o
ren dimento final do q u eij o s e rá afetado
(FURTA D O , 1 9 9 1 ) . Alteraç ões d a s c aracte­
rísticas sensoriais de queijos de longa maturação
pelo aparecimento de rancificação devido à ação
de lipases de psicrotróficos também j á foram
verificadas (FURTADO, 2000) .
B . C l a rificação do l e i t e : N o p rocesso
de clarificação do leite é perdida uma pequena
proporção de caseína ( 0 , 6 a 0 , 8 % ) que é
eliminada juntamente com as sujidades separadas
pela centrifugação, o que contribui pouco para
a diminuição do rendimento (FURTADO, 2000).
Os fatores que determinam o nível de perda
de proteínas por este processo são a quantidade
de lodo ej etado d urante a ej eção p arcial e o
tempo entre duas ej eções parciais (intervalos
de ej eção), a manutenção de uma taxa média
(0,05 e 0, 1 %) entre a quantidade de lodo sepa­
rada e a alimentação de leite cru, e o controle da
temp erat ura de operação (em torn o de 5 0°C)
(LEHMANN et aI . , 1 9 9 1 ) .
C . P a d r o n i z a ç ã o : M uit os países não
dispõem de legislação que determine a compo­
sição química de cada q ueij o , estabelecendo
teores mínimos d e g o r d u ra e máximos de
umidade. Em países industrializados os teores
máximo de umidade e mínimo de gord ura n o
extrato seco (GES) s ã o a s principai s caracte­
rís ticas controladas por lei, estabelecendo a
uniformidade do produto . Para que seja possível
se padronizar a composição química do queijo é
necessário se padronizar corretamente a compo­
sição do leite. A prática usual da padronização
somente da gordura é desaconselhável uma vez que
o rendimento é fundamentalmente influenciado
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Pág . 3 1
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
pela caseína, pois é o componente do leite que
mais afeta a retenção dos demais elementos na
coalhada. Assim, a padronização feita com base
na relação caseína/gordura é a forma mais exata
de se conseguir uma uniformidade na composição
fin al do q u eij o s , p rin cipalmente p o rq ue a
composição do leite pode sofrer variações de
acordo com a estação do ano, alimentação, etc.
(FURTADO, 1 99 1 ) .
D . H o m o g e n e i z a ç ã o do l e i t e : O pro­
ces s o d a h o m o geneização provoca uma
transferência das proteínas lácteas , principal­
mente da caseína micelar do plas ma p ara os
glóbulos do gordura recém-formados (WALSTRA
e JENNES, 1 98 7 ) . Os glóbulos de gordura ficam
menores e a exten s ão da área s uperficial total
d e p e n d e , até c e r t o p o n t o , da p r e s s ã o de
h o m o g e n eização (GREEN e GR A N D I S O N ,
1 99 3 ) . A nova superfície se torna coberta p or
p roteínas lácteas , a maior parte delas consti­
t u i n d o micelas e s u bmicelas d e c a s e í n a
(WALSTRA e JENNES , 1 9 8 7 ) . A homogenei­
zação a u m e n t a o rendimento da fabricação
p ela re dução d a perda de gordura n o s o ro e
a u m e n t o d a u midade fin al n o queij o . E s s e
último e fe i t o o c o r re p o r q u e a t a x a d e
agregação d a s c a s e í n a s é m e n o r d e v i d o à
redução da área total na s uperfície das micelas
ligadas ao glób ulo de gord u ra, re d u zi n d o a
q u a n t i d a d e de micelas dis p o n íveis p ara
interação, tornando a formação da coalhada e
s u a s i n é ri s e mais l e n t a s , a u m e n t a n d o o
c o n t e ú d o de á g u a n a m a s s a . Em c o alhadas
elab o radas a p artir d e leite c o n c e n t r a d o e
h o m o geneiza d o , a h abilid ade de fu s ão d as
partículas dimin ui, o que afeta a estrutura d o
queij o formado a partir dela. A formação d e
u m a r e d e p r o téic a m e n o s gro s s eira q u e a
n o rmal p o d e c o n t rib u i r p ara melh o r a r a
t e x t u r a d e q u eij o s fre s c o s (GREEN e
GRANDISON, 1 99 3 ) .
E . Trat a m e n t o t é r m i c o d o l e i te : a
pasteurização é o processo mais empregado para
leites que serão u tilizad os na fabricação d e
queij o s . O leite a o s e r pasteurizado sofre uma
diminuição na concentração de cálcio e fosfato
inorgânico solúvel, e um aumento de fosfato de
cálcio micelar insolúvel, que p ode ser parcial­
mente solubilizado por s ubseqüente estocagem
a frio, dependendo da intensidade do tratamento
térmico recebi d o (GREEN e GR A N D I S O N ,
1 9 9 3 ) . A pasteurização des n atura 2 a 3 % d e
soro-proteínas (FURTADO, 2000) e a �-Iacto­
globulina desnaturada p o s s ui uma tendência
natural de se agregar à K-caseína, passando a
fazer parte da coalhada, não mais sendo eliminada
com o s oro como ocorre normalmente com as
soro-proteínas . A K-caseína alterada se torna
pouco sensível à ação da quimosina, dificultando
a coagulação e as micelas de caseína permanecem
bastante e s t áveis e i n s e n s íveis ao c álcio
( WAL STRA e JENNES , 1 9 8 7 ) . O tempo de
flo c ulação inicial é ligeirame n t e re tardad o ,
aumentando aproximadamente 2 0 % e m relação
ao leite cru (FURTADO, 1 99 1 ) e o rendimento
é aumentado tanto pela maior massa protéica
n o fin al d a c o agulação, q u a n t o pel a maior
capacidade d e hidratação d a coalhada
(WALSTRA e JENNES, 1 98 7 ; FURTADO, 2000)
sendo a extensão desse aumento de rendimento
extremamente variável (DAV I S , 1 96 5 ) .
F. Ultrafiltração do leite : o processo d e
concentração do leite p o r ultrafiltração permite
incorporar proteínas n ão-desnaturadas à coa­
lhada pelo aprisionamento das mesmas na malha
p rotéica, a u m e n t a n d o o rendimen t o . U m a
menor quantidade de coalho é requerida para
formar o c o ág ulo , aumentad o os benefícios
econômicos . A utilização de leite ultrafiltrado
na fabricação de queijos resulta na formação de
uma rede pro téica gros seiramen te anormal a
medida em que se aumenta o fator de concen­
tração do leite. Interações protéicas mais fortes
para a fo rmação da rede estão a s s o ciadas à
reduzida capacidade de reter água. Experimentos
realizados comprovaram q Uf� a u midade d o s
sólidos não-gordurosos foi menor e m queij o s
feitos c o m leite concentrado por ultrafiltração,
devido à dificuldade da rede protéica em reter
umidade e gordura. No processo da ultrafiltração
a concentração e a proporção dos compostos
do leite na forma ligada e/ou livre, associados
às macro moléculas são alteradas e as proteínas
totais e as gord u ras são retidas. As pressões
elevadas aplic a d as n o p r o c e s s o q u e b ram
excessivamente os glóbulos de gordura, uma vez
que as membranas s ão permeáveis s o mente à
água, tornando-os mais susceptíveis a ação de
lipases, a não ser que elas sejam destruídas pelo
calor. As vitaminas e os s ais são parcialmente
retidos e a proporção desta retenção depende
do grau de ligaç ão · destes com as p ro teínas .
A concentração final de componentes solúveis
em água no retentato pode ser influenciada por
tratamentos adicio nais . A acidificação inicial
do leite irá dis sociar os s ais e as vitaminas,
podendo ser usada para redu zir a concentração
destes no retentato (GREEN e GRA N D I S O N ,
1 993).
A N A I S D O XIX C O NG RE SS O N ACIONAL D E L AT i C í N I O S
2 . 3.2. Processo d e fabricação d o queijo
A. Adição de água ao leite : Em alguns
tipos de queijos de massa semi-cozida pode-se
adicio n ar água ao leite antes da adição dos
demais ingredientes . Em geral adicion a-se 5 a
1 0% de água e desconta-se depois da quantidade
de água necessária no momento do aquecimento
da massa, que é de 1 5% . A finalidade da adição
de água ao leite é produzir um queijo mai.s macio,
de s ab o r mais s u ave, remover mais lact ose
reduzindo a taxa de acidificação e dimin uir a
velo cidade de e x p ulsão d o s o ro d u rante a
fabricação. Essa adição não deve ultrap as sar
1 5 % para evitar que a coalhada fique muito
mole, o que n o momento d o corte levaria a
perdas no soro e diminuição do rendimento
(FURTADO, 1 9 9 1 ) .
B . A dição de cloreto de cálci o : O clo­
reto de cálcio é empregado na fabricação de
queijos sob a forma de solução aquosa a 5 0%
para estimular a coagulação e a perda de soro.
Seu emprego é fu ndamental qu ando o leite é
pasteurizado devido à alteração do equilíbrio
salino, pela insolubilização de pequena fração
do cálcio que passa para o estado coloidal. A adição
do cloreto de cálcio ao leite co mplementa o
c álcio indispo nibilizado pelo tratamento
térmico (FURTADO, 1 99 1 ), levando ao aumento
no teor de c álcio ionizad o, cálcio c oloidal e
cálcio micelar, contrib uindo para a redução do
tempo de coagulação, aumento da firmeza da
coalhada e aumento do rendimento fin al do
queijo (FURTADO, 1 99 1 , WALSTRA e JENNES,
1 9 8 7 ) O b s e rva-se também um abaixame nto
ligeiro do pH do leite pela liberação de íons W ,
reagin d o c o m os fo s fatos d o leite tra n s fo r­
man d o-os em fo s fato tricálcico (GREEN e
GRANDISON, 1 99 3 ) .
C . A dição d e e n z i m as c o a g u l a n tes : a
escolha do tipo de coalho adequado no processo
de fabricação de determinado queijo é um fator
de grande importância p ara o c o n trole d o
rendimento da fabricação de queijos. O tipo de
coagulante in fluirá no tamanho e na estrutura
do coágulo (WALSTRA e JENNES, 1987). De acordo
com origem do coalho as proteases podem ser
dotadas de maior ou menor atividade proteolítica
(FU RTA D O , 2000 ) . O coalho mais u tilizado
para a fabricação de queijos é a renina bovina
extraída de estomago de bezerros, cujo princípio
ativo é a quimosina. Os coalhos bovinos sempre
possuem pequenas proporções de pepsina, que é
uma enzima mais proteolítica. A medida em que
a idade do be zerro avança a q ú antidade d e
quimosina diminui e n q u a n t o a de pepsina
aumenta (WALSTRA e JENNES , 1 9 87). A coa­
gulação com pepsina bovina leva a formação de
uma estrutura mais aberta causando uma menor
retenção de gordura na matriz protéica, levando
a maiores perdas de gordura durante a fabricação,
diminuindo a umidade e o rendimento (GREEN
e GRA N D I S O N , 1 9 9 3 ) . A q ui m o s i n a p ura,
presente nos coalhos obtidos pela fermentação
de microrganis mos conhecid os como coalhos
genéticos, é a enzima que apresenta melhor ação
coagulante, devido a sua alta especificidade,
pe rmitin do o mel h o r aproveita mento dos
componentes do leite na coalhada. A pepsina
s uína e as proteases ácidas de origem fúngica,
além de romper a K-caseína, continuam a degradar
rapidamente o re s t ante da cadeia peptídica
d u rante o processo de coagulação do leite
(FURTADO, 2000). A coalhada é formada mais
lentamente possui uma estrutura mais frágil e mais
:tberta, levando a uma redução do teor de gordura
e da retenção de água e o rendimento do queijo
será reduzido (GREEN e GRANDISON, 1 993).
D. Adição de ácido lático : o ácido lático
de uso industrial na forma de solução a 85%
no rmalme nte é utilizado em s u b s tituição à
cult ura lática tradicio n al na fab ricação de
queijos, sendo chamado de proces so de acidi­
ficação direta. A quantidade utilizada nunca deve
elevar a acidez do leite mais de 4°D para evitar
que a coalhada se torne excessivamente frágil e
as perdas sej am aumentadas e em m édia se
rec omenda entre 20 e 3 0 mL de ácido lático
i n d u s trial para cada 1 00 lit ros d e leite
(WOLFSCHOON-POMB O et aI ., 1 98 8 ) . A acidi­
ficação direta leva à formação de uma coalhada
com maior capacidade de retenção de umidade, o
que aumenta o rendimento final do queijo. Este
processo não influi de forma significativa nas perdas
dos elementos do leite no soro após o corte da
coalhada. O abaixamento lento do pH devido à
ausência das bactérias da cultura lática, reduz a
velocidade de solubilização do cálcio e diminui a
velocidade e a sinérise da massa (WOLFSCHOON­
POMBO et aI., 1 9 8 8 ; WALSTRA, 1 99 3 ) .
E. Adição de cultura l ática : a cultura
lática possibilita o desenvolvimento de acidez e
abaixame n t o do pH d u rante o p r o c e s s o de
elab oração do queij o . A concentração de íons
hidrogênio é o principal fator que influencia a
extensão da contração e fusão da coalhada e a
expulsão de soro do grão formado (WALSTRA
e JENNES, 1 9 8 7 ) . E s s a sin é rise a u menta à
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digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
medida que a acidez da massa aumenta e o pH do
meio dimin ui (EM M O N S e TUC KEY, 1 9 6 7 ;
WAL S T R A , 1 9 9 3 ) . O tipo d e cultura lática
utilizado pode desenvolver uma maior ou menor
quantidade de ácido lático e algumas delas com
capacidade para formar CO, trazem perdas no
rendimento devido à formaç io de bolhas de gás
que levam à ruptura das partículas de coalhada,
resultando na sua quebra excessiva, dificultando
a expulsão de soro nos processos de fabricação
s u b s e q ü e n tes . Para se c o n seguir u m a boa
drenagem do soro o rendimento deste tipo de
coalhada tende a ser menor devido à maior perda
de finos no processamento do queijo (EMMONS
e TUC KEY, 1 9 6 7 ) . A pré- maturação do leite
com cultura lática é um procedimento bastante
aplicado na fab ricação de diversos queij o s ,
facilitando a expulsão do soro dos grãos, fazendo
com que o queijo tenha a tendência a apresentar
um men o r teor de umidade ( GREEN e
GRANDISON, 1 99 3 ) .
F . A d i ç ã o d e concentrado p rotéico d e
s o r o : o u t ra p o s sibilid ade de aume n t ar o
rendimento da fabricação de queijos é a adição
de soro ultrafiltrado ao leite, a ser empregado
na elab o ração de queij o s . S e g u n d o e s t u d o s
realizados p o r BROWN e ERNSTROM ( 1 9 82),
a utilização de con centrado protéico de s oro
(40% de proteín as ) obtido por ultrafiltraç ão,
adicio n ad o ao leite da fabric ação, ele v o u o
rendimento médio em torno de 4 % . Q ueij o s
p r o d u zidos c o m c o n cen trado ultrafiltrado
apresentam um maior teor de umidade devido a
maior retenção de água pelas proteínas do soro.
Embora este método aumente o ren dimento,
cuid ad o s s ã o necessanos para evitar o
aparecimento de defeitos de flavor e textura,
p rincipalmente devido a uma maior umid ade
final no queijo (GREEN e GRANDISON, 1 993).
G . A di ção d e s a l ao leite : a adição .de
clo reto de sódio ao leite para proporcionar a
s alga do q ueij o atualmente não é muito
empregada, apesar de ser citada com freqüência
em livros de tecnologia. A adição de sal diminui
o pH e provoca um aumento nos níveis de cálcio
s ol ú v el, magnésio e fos fato (WA L S T R A e
JENNES, 1 9 8 7 ) . A coalhada é formada mais
lentamente e a sinérise é consideravelmente
inibid a. Entretanto o cloreto de sódio pode
aj u d ar a aumentar a reten ção de s o r o n a
coalhada, aumentado ligeiramente a umidade e ,
c o n seq üen temente, o rendimento ( G REEN e
GRANDISON, 1 993). Essa retenção de umidade
pode ser causada por dois motivos : pelo aumento
da proporção Na+2/Ca+2 e da força iônica do meio,
o riginando uma desintegração parcial das
micelas, diminuindo o seu tamanho, tornado-as
mais hidratadas e dificultando o process o de
coagulação ; e pela inibição parcial da renina,
atrasando o processo de coagulação e resultando
em uma coalhada mais úmida e frágil, com maiores
perdas de gordura no soro. O sal também inibe a
ação proteolítica do coalho principalmente sobre
a �-caseína (WALSTRA e JENNES, 1 987).
2. 3.3. T ratam entos da m a ssa e do q u e ijo
ela b o rado
A. Formação da coalhada : O rendimento
começa a ser definido quando a coalhada se
forma, ou seja, quando o leite é adicionado de
coalho e as micelas de caseína se agregam. Assim,
o aumento na firmeza da coalhada ocorre devido
ao aumento do número e da força de ligações
e n tre as micelas , s e n d o a es trutura do gel
relacio n ada ao seu p ro c e s s o de fo rmação
(GREEN e G R A N D I S O N , 1 9 9 3 ) . P ara a
coagulação do leite destinado a fabricação de
queijos dois processos podem ser empregados : a
acidificação e a adição de coalho, as quais dão
origem a dois tipos de coalhada, sendo respec­
tivamente a ácida e a enzimática. Cada uma delas
apresenta p ro prie dades e c o m p ortame n t o s
m u i t o disti n t o s q ue afetam diretamente o
rendimento da fabricação. A diferença b ásica
destes dois tipos d e coalhad a s ão a b ase d a
tecnologia utilizada para fabricar a s diferentes
variedades de queijos e determinam as carac­
terísticas individuais de cada um deles (DUMAIS
et aI ., 1 99 1 ) e o seu domínio dos processos de
c o agulação é e s s e n cial p ara o c o n trole da
fabricação e para a determinação do rendimento
(GREEN e GRANDISON, 1 993).
Coagulação Á cida: a coagulação da caseína
por acidificação ocorre pela perda de sua carga
elétrica quando ela atinge o seu ponto isoelétrico
em pH 4,6. A diminuição do pH pelo ácido (íon
H+) reduz a ionização negativa das micelas de
caseína até a sua neutralização. Em pH 5,2 a
20°C a solução coloidal já está bastante instável
e as micelas começam a se aglomerar e em pH 4,6
a sua carga elétrica está totalmente nula, o que
res ulta na s ua completa co agulação . Simulta­
n e amente ao aumento d a acid e z do m eio é
aumentada também à solubilidade dos minerais
e o fósforo e o cálcio coloidais estarão presentes
na micela de caseína na fase aquosa. Isso torna a
coalhada parcialmente desmineralizada, facili­
tando a expulsão do soro, que começa de forma
A N A I S DO XIX C O NG R ESSO N ACIONAL D E L AT i C í N I O S
expontânea e lenta, resultando em uma coalhada
muito úmida e frágil (DUMAS et aI . , 1 99 1 ).
A agregação incompleta da caseína confere uma
alta estabilidade da coalhada à fusão e a água
fortemente ligada à fase sólida impede a perda
de umidade (GREEN e GRANDISON, 1 99 3 ) .
As manipulações d a massa sevem ser realizadas
de forma cuidadosa e geralmente o aquecimento
é rec o me n dado d u rante a manipulação da
coalhada para se conseguir o endurecimento da
estrutura (DUMAIS et aI . , 1 99 1 ).
Coagulação Enzimática : é o método de
coagulação mais utilizado para a fabricação de
queij o s . Consiste na coagulação do complexo
caseínico pela transformação do fosfocaseinato
de c álcio s olúvel em para- fo s focaseinato de
cálcio por ação de enzimas coagulantes . Neste
processo a agregação da caseína não termina
com o corte da massa, mas continua durante a
fabricação , sendo esse efeito fundamental para
a con versão do leite em queij o . A c o alhada
obtida neste p rocesso não é des min eralizada
como a ant erior e o c o ág ulo apre s e n ta-se
compacto, fle xível, impermeável e contrátil,
s e n d o resis tente às interven ções mecânicas .
A coalhada perde soro com facilidade desde que
fatores como a temperatura do meio, o pH e a
intervenção mecânica sejam aplicados de forma
correta (DUMAIS et aI ., 1 99 1 ). Como a tempe­
ratura aumenta gradativamente d u rante o
processamento, as micelas de caseína se agregam
mais fácil e extensivamente, tornando a coalhada
grosseira, aumentando a tendência da perda de
gordura no soro (GREEN e GRANDISON, 1 993).
Como a formação da coalhada e a sinérise
são d ois aspectos baseados na agregação da
caseína, ambos são afetados da mesma forma
por fatores como o aumento da acidez do leite,
da temperatura de coagulação e da temperatura
de pasteurização, o teor de gordura do leite, o
teor de cloreto de cálcio adicionado, a estocagem
do leite a frio, o crescimento de psicrotróficos,
a homogeneização do leite, etc .
B. Corte e sinérise: Com o corte inicia-se
o processo de sinérise, que consiste na contração
da c o alhada c o m perda de s o ro ( G REEN e
GRANDISON, 1 993). Na sinérise ocorrem perdas
parciais dos componentes do leite ou da coalhada
no soro e minimizar as perdas possíveis de serem .
o b s ervadas n e s s a fas e é um d o s p rincipais
objetivos durante a fabricação para evitar quedas
no re ndimento ( F U RTA D O , 2 0 0 0 ) . Alguns
cuidados a serem observados nessa etapa são:
digitalizado por
- Determinação d o p o nto do corte:
juntamente com determinação da tempe­
ratura requerid a para o aquecimento e
quebra da coalhada, a determinação do
ponto do corte são passos importantes
na fabricação porque definem o rendi­
mento e a firmeza da coalhada. Os pro­
cessos de medição da firmeza da coalhada
utilizados pelas indústrias são empíricos
e muitas vezes depende da experiência
daquele que p ro d u z o queij o , s e n d o
econ ô micos e muitas v e z e s eficazes ,
apes ar d e serem p o uco rep rodutíveis.
Existem metodologias i n s tru mentais
disponíveis para essa determinação, mas
cada uma delas mede uma característica
determinada do gel e não o conj unto de
características que deve ser lev ado em
consideração para essa determinação, e
sua reprodutibilidade e repetibilidade são
questionadas (GREEN e GRANDISON,
1 993). Normalmente, ao se utilizar leite
de boa qualidade, uma cultura ativa e um
coalho de atividade c o n s t a n te, um
tempo médio de 45 minutos de coagu­
lação é a base para o corte, independente
do tipo de queijo fabricad o. Em queijos
elaborados sem a adição de coalho, o
pH desenvolvido na massa, sej a pela
adição de cultura lática ou ácido lático,
é o fator que determina o ren dimento
final da fabricação . A medição da acidez
titulável do s o ro é muito u s ada n o
controle do corte, p ois a s u a compo­
sição varia de acordo com a composição
do leite e com perdas durante a fabri­
cação . Essa determinação tem certas
limitações pois ela é apenas uma estima­
tiva do pH da coalhada e existem alguns
fatores que influenciam a relação entre
acidez e pH. Dentre eles os mais impor­
talHes são a comp osição do leite e o
tipo de ácido produzido pela cultura
lática empregada na fabricação (EMMONS
e TUCKEY, 1 967). A quantidade de ácido
liberado no soro depende do momento em
que se determina a acidez. A acidez no
momento d o corte varia entre 0, 1 6 a
0, 1 8% de ácido lático e diminui até o final
da fabricação, porque no ponto final a
quantidade de caseína é muito pequena e
o ácido tende a ficar retido na coalhada
(VAN SLIKE AND PRICE, 1 949).
- Dete rminação d o taman ho das partí­
culas : a uniformidade das partículas de
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arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
c o alh ada no m o me n t o do c o rte é de
extrema importância no processamento,
pois o tamanho do grão associado aos
tratamen t o s p o s t e riores aos quai s a
massa será s u bmetida, definirá s u a
velocidade de sinérise e , con seqüen­
temente, s u a u mi d ade e rendimento
(FURTADO, 2000) . Pequenas partículas
expulsam soro mais rapidamente durante
o cozimento da massa do que partículas
de maior taman ho, por isso partíc ulas
qu ebradas s ã o rígid as e are n o s a s
e n q u a n t o o ou tro t i p o de c o alhada é
s u ficie n t e m e n te firme ( E M M O N S e
T U C KE Y, 1 9 67 ) . Durante o corte a
água é perdida e os glóbulos de gordura
s ão pres o s e comprimid os na matriz
p rotéica. A quantidade de gordura no
soro diminui e o conteúdo de umidade
do queij o aumenta linearmente com o
aumento no tempo do corte. A perda de
gordura da coalhada macia é explicada pela
incapacidade de retenção desta na fraca
rede de coalhada e a retenção da umidade
é explicad a pela dific uldade que uma
coalhada com ligações muito rígidas tem
de formar ligações suficientes para expelir
a quantidade de soro necessária. Coalhadas
grosseiras possuem a tendência de prender
menos gordura em sua estrutura (GREEN
e GRANDISON, 1 993).
- Determinação do pH n o momento do
corte: todos o s tipos d e qu eij o s são
diferentes p elos seus valores de pH e
concentração de minerais e estes fatores
são controlados pela acidez e drenagem
de soro, d e termin ando a exte n s ão da
remoção de cálcio, fosfato inorgânico e
água. O pH da mas s a no momento do
corte influi muito na firmeza do grão e
c o n s e q ü e n t e m e n t e n o re n d im e n t o .
O co rte da mas sa e m valores d e p H
elev a d o s , ou s ej a, c o m um baixo
desen volvimento de acidez, leva a
obtenção de uma coalhada mais firme e
dimin ui o rendimento em c o n dições
n o rmais d e cozime n t o (GREEN e
GRANDISON, 1 993). Um corte precoce
da coalhada acarretará uma maior perda
de caseína e gordura no soro e diminuindo
o rendimento, enquanto um corte tardio
fará com que o queijo apresente um grau
de des mineralização alto , levan d o
t a m b é m a uma diminuição d o r e n ­
dimento. O p H do corte d e uma coalhada
obtida sem adição de coalho, somente
por acidificação direta ou por adição de
cultura lática, deve ser menor do que
quando se usa coalho , uma vez que as
partículas de co alhada s ão d e menor
tamanho e expele m s o ro mais rápido
que as p artículas de maior taman h o
(FURTADO, 1 99 1 ) . Se a coalhada resul­
tante for muito macia, o pH do corte
deve ser elevado. Se a coalhada resultante
for muito firme o pH do corte deve ser
diminuído. Assim, a determinação do pH
da massa é a forma mais precisa para se
saber o m o m e n t o ideal do corte.
Diferen ç as de 0, 1 u nidades de p H n o
momento do corte podem resultar numa
diferença de 1 % ou mais no conteúdo de
umidade da coalhada quando se mantém
os p ro cedime n t o s de c o zimento da
mas s a e lavagem inalterad o s , o que
significa uma diferença de 5% ou mais
no rendime n to final ( E M M O N S e
TUC KEY, 1 9 6 7 ) .
C . M ex e d u r a e c o z i m e n t o : N a fabri­
cação de queijos são identificados dois tipos de
mexedura. A agitação d a mas s a d u rante a
mexedura deve permitir uma transferên cia de
calor eficiente para o soro, sem quebrar demais
o grão no início do processo, nem permitir que
o grão se aglomere ou grude na parede do tanque
de fabricação devid o à superfície quente dos
mesmos (EMMONS e TUCKEY, 1 9 67). Tanto
a p rimeira q u a n t o a s e g u n d a mexed ura
influenciam o rendimento do queijo por deter­
minar a quantidade de água e de proteínas retidas
n o s grão s de c o alhada ( F U RTA D O , 1 9 9 1 ) .
Procedime n t o s in adeq u a d o s de mexe d u ra e
cozimento influem na qualidade da coalhada,
afetando a textura e o rendimento (EMMONS e
T U C KEY, 1 9 6 7 ) . A tempe rat u ra é o fat o r
determinante da umidade final do queijo e se o
proces s o de aquecime n t o fo r muito rápid o
ocorrerá a aglomeração da coalhada e a uma
capa relativ amente impermeável pode ser
formada tornando mole o interior dos grãos de
coalhada, impedindo que a umidade do grão saia
( E M M O N S e T U C KEY, 1 9 6 7 ; GREEN e
GRANDISON, 1 993). Estudos mostraram que a
temperatura crítica de cozimento varia de queijo
para queijo e, para um mesmo queijo, ela depende
também da comp osição, quantidade e tempe­
ratura de pasteu rização do leite empregado, do
tamanho do tanque, do tamanho das partículas
de coalhada, da quantidade de coalho utilizada e
do tipo de cultura lática empregado . A taxa de
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cozimento deve ser lenta e u niforme, p articu­
larmente d u rante o s es t ágios iniciais d o
cozimento e, após o corte, a coalhada deve ser
deixada em repouso por 1 5 minutos para permitir
a saída de soro formando partículas de coalhada
uniformes entre si em firmeza, desde a superfície
até o seu interior. A cultura lática c ontinua a
produzir ácido até a temperatura de 40-45°C e
pequenas mudanças na acidez ou pH do soro se
tornarão evidentes em altas temperaturas, p ois
o ácido continua se difundindo da coalhada para
o soro. O desenvolvimento de ácido durante o
cozimento deve ser controlado, evitand o uma
queda de pH muito lenta, o que tornaria o grão
mais mole devido à fraca e x p ulsão de soro
(EMMONS e TUCKEY, 1 967) .
D. L av a g e m : Alg u n s tipos de q u eij o s
exigem um processo d e retirada d e soro e adição
de água chamado de lavagem, que pode ser feito
com água quente (70-80°C) ou morna (40-45°C),
dependendo do tipo de queijo. Essa lavagem aj uda
no semi- cozimen t o da massa e dilui o s o ro,
forçando a saída de lactose do grão pela mudança
do equilíbrio osmótico, diminuindo conseqüen­
temente o teor de ácido lático, levando a uma
menor acidificação do queijo que tende a apresentar
um teor de umidade e um rendimento ligeiramente
mais elevados. Esse procedimento deve ser feito
cuidadosamente para que não haja perda de finos
no soro. A adição de sal à água de lavagem é outro
procedimento adotado em alguns cas o s . Esse
procedimento leva a uma alteração no equilíbrio
osmótico entre o soro e o grão, diminuindo a
expulsão de soro e provocando a solubilização do
cálcio formando o para-caseinato de sódio que é
mais hidratado, aumentando a maciez, a umidade
final do queijo, e o rendimento (FURTADO, 1 990).
Após a lavagem a coalhada é prensada até que
toda umidade livre seja removida. Um cuidado
especial com a água consiste em acidificá-la para
o caso de águas com alcalinidade, evitando o
amolecimento da coalhada pelo aumento de seu
pH (EMMONS e TUCKEY, 1 967).
está adequada em função do cozimento para cada
tipo de queijo. Como a firmeza e o conteúdo de
sólidos totais estão diretamente relacionados,
e s s a determinação i n flui dire tamente n o
rendimento d a coalhada. Após ter sido alcançado
o ponto ideal de firmeza, o soro deve ser drenado
até que desap areça da s u p erfície d o s grão s ,
deixando ainda um pouco de soro j unto à massa.
A completa remoção do soro tende a diminuir o
rendimento (EMMONS e TUC KEY, 1 967).
F. Maturação : A agregação das caseínas e
a perda de soro que ocorre durante a produção
d o q u eij o co ntinua n o s e s t ágio s i ni ciais da
maturaç ão. Este proce s s o le va a uma grande
compactação e fusão da coalhada com redução
dos níveis de umidade (GREEN e GRANDISON,
1 9 9 3 ) . A maturação do q u eij o c o n siste de
mudanças que vão ocorrendo na matriz protéica
em função da atuação de enzimas originárias do
coalho utilizado p ara obtenção da c o alhad a
durante o processo de fabricação e das enzimas
microbianas liberadas p ela cultura lática
empregada para cada tipo de queijo. A maturação
pode ser dividida basicamente em duas fases :
E. Ponto (fi r m e z a d o grão) : a deter­
minação correta do ponto final da fabricação é
um fator de fu ndamental importân cia p ara a
definição do rendimento, uma vez que ele regula
o teor de umidade final no queijo. Essa regulação
é feita pelo controle da umidade interna do grão
de c o alhada, definida empiricamente pela .
firmeza do grão no tempo final de processamento
do queijo no tanque de fabricação (FURTADO,
2000). U ma das tarefas mais difíceis é deter­
minar o momento em que a firmeza d o grão
oco rre a fo rmação de
peptídeos solúveis a p artir d o macro­
pep tídeo de caseína. As e n zimas que
mais atuam n e s t a fase são aquelas
provenientes do coalho, consistindo em
uma proteólise mais rápida.
Fase secllndária : ocorre proteólise mais
lenta dos peptídeos solúveis liberados na
fase primária, onde as enzimas liberadas
pelos microrgan is mos da cultura lática
exercem o papel principal (WALSTR A
e JENNES , 1 9 87).
- Fa s e primári a :
D u rante ambas as fas e s as reações
e n v olvidas n ão infl u e n c iam diretamente o
rendimento. O que ocorre durante a maturação
e que afeta o rendimento do queijo elaborado é a
perda de água como conseqüência da exposição
da superfície destes ao ar. Mesmo estando em
câmaras com umidade relativa controlada ocorre
uma evaporação normal da água contida nestes
queijos. Quanto menor a umidade relativa do ar,
maior será a perda de água do queijo e vice­
versa (DUM AIS et aI . , 1 99 1 ) .
G . E m b a l a ge m : a embalagem é u m
processo amplamente empregado pela indústria,
visando a proteção, conservação e apresentação
do produto durante o seu tempo de prateleira.
As embalagens n ormalm ente utilizadas para
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queijos podem ser latas de alumínio, p otes de
vidro, papel alumínio, caixas de papel-cartão,
pacotes plás ticos e pelíc ulas plás ticas imper­
meáveis termo-e n colhívei s . Dentre e s tas
em balage n s as d e mai o r u t ili zaç ão n o meio
industrial são as de película plástica impermeável
termo-encolhível. Por serem impermeáveis elas
impedem que a umidade do queijo seja perdida
para o ambiente, o que contribuirá para manter
o peso do queijo constante a partir do momento
em que o queij o fo r embalado. Neste caso o
efeito da evaporação não i rá contribuir para a
diminuição do rendimento final do queijo pronto
para o consumo. Alguns queijos, como os frescos
por exemplo, que não suportam a aplicação de
vácuo, são acondicionados em películas plásticas
s emi-permeávei s , q u e permitem a perda de
umidade para o ambiente. Apesar deste processo
ocorrer muito lentamente é um efeito que deve
ser lembrado (DUMAIS et aI., 1 99 1 ) .
2.3.4. Tipos de tanque utilizados no processamento
O tipo e tamanho do tanque podem influir
no re n d i me n t o da fabricação u m a vez q ue
determinarão a taxa de transmissão de calor e
os processos a ela relacionados. O processo de
aquecimento inicial do leite antes da adição de
coalho e o processo de aquecimento da mistura
de massa e soro podem variar em função do tipo
de tanque empregad o . Tanques que tendem a
aquecer-se rapidamente podem fav orecer uma
maior aderência da massa às paredes devido ao
excesso de calor acumulado nas superfícies quentes,
podendo favorecer também uma aglomeração e
fo rmação de u m a camada s u p erior ríg i d a e
interior mole nos grãos de coalhada, impedindo
a s aída d a umid ade, tornand o-a mais úmida
(EMMONS e TUC KEY, 1 967).
2 . 3 . 5. Composição d o queijo
A. Umida d e : é o fator mais expressivo
na determinação do rendimento da fabricação .
Quanto maior o teor de água em um queij o,
teo ri c amente maior será o re n d i m e n t o da
fabricação. A umidade no queijo varia conforme
os p ro c e d i m e n t o s de fabricação d i s cu t i d o s
anteriormente, o q u e traz uma falsa impressão
de aumento do rendimento no queijo pela maior
incorporação de água ao grão, pois, na realidade
a quantidade de sólidos aproveitada no processo
é p e q u e n a e a q u a n t i d ade de massa será
matemati camente menor, mesmo que a massa
final de queijo seja a mesma. A elevação do teor
de umidade do queijo para se conseguir um melhor
rendimento é limitada por alterações no queijo,
como aceleração da maturação e fo rmação de
s abores amarg os, result ando na red u ç ão da
validade de queij o s frescos e n a alteração da
consistência em queijos de massa filada e outros
de curta maturação . O teor de umi dade de um
queijo deve compatível com s uas características
fu n c i o n ai s e s e n s ori ais . A p ad r o n izaç ão d a
umidade n o extrato desengordurado do queijo é
uma forma de manter constante esta v ariável
tão importante na determinação do rendimento
(FURTA D O , 2 000) . Q u a n d o s e co m p ara o
rendimento de queijos elaborados a partir de leites
de procedências d i fere n tes é absolutame n te
necessário se saber o percentual de água do queijo
(VAN SLIKE ANO PR ICE, 1 949) .
B. Gordura: O s dois fatores que normal­
mente influem na qualidade de um queijo são o
teor de gord ura no extrato s e c o e o teor de
umidade nos sólidos não-gordurosos, os quais são
d etermi n a d o s pela relaç ão caseín a/gordura.
A gord ura exerce um efeito blo queador pois
dimi nui tanto o fluxo de sal quanto de água no
queijo pelo bloqueio dos poros da matriz protéica,
prevenindo o seu encolhimento . Assim, queij os
mais gord o s tendem a apre s e ntar um mai or
rendimento quando comparados a queij o s com
menores teores d e gordura (GREEN e
GRANDISON, 1 99 3 ) .
C. Proteínas :
a s proteínas, representadas
mais especifi c amente pelas caseínas, s ão os
componentes principais do queijo. Quanto maior
for a quantidade proteína transferida do leite
para o queij o durante o processo de fabricação
maior será o ren d i me n t o . Por i s s o , todos os
procedimentos possíveis de serem adotados para
maximizar esta transferência devem ser levados
em consideração para que o processo de fabri­
cação sej a cons iderado eficiente (EMMONS e
TUCKEY, 1 96 7 ; FURTADO, 2000) .
ANAIS D O X I X CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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M. M; MUNCK, A. V. Estudo da fabricação
d o queij o Minas fre s c a l com á ci d o · lático.
Informação pessoal, 1 9 8 8 .
•
•
•
S U MMARY
Yield control in cheese production is an
extremally imp ortant proced ure for the dairy
ind ustry because it is related to the economic
viability for the production of several types of
cheeses. The knowledge of several factors that
are directly or indirectly related to the yield,
and the form that they can affect the final result
of the production is fundamental, constituting
an important tool that allo ws the professional
i n v olved i n the producti o n, the ad o p t i o n o f
preventive a n d corrective measures that c a n be
decisive for the success of cheese production.
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INFLUÊN CIA DA TEMPERATURA NA FORMAÇÃO DE AMINAS BIOATIVAS POR
LACTOCOCCUS LACTlS SSP. CREMORIS E LACTOCOCCUS LACTlS SSP. LA CTlS*
I nfluence of temperature on bioactive amines formation by Lactococcus lactis ssp.
cremoris and Lactococcus lactis ssp. lactis
Wand i l m a C . Santos 1 , M arcelo R . Souza2, Mônica O . P. Cerq ueira2,
Mari a Beatriz A . GIÓria3
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da temperatura de incubação na
formação de aminas bioativas pela cultura láctica mais comumente utilizada na fabricação
de queijo Lactococclls lactis ssp. cremoris e La ctococcus lactis ssp. lactis. Leite em pó
recons tituído e es terilizado foi utilizad o no experimento. Análise quanto aos tipos e
teores de aminas no leite indicaram a presença de agmatina, espermidina, espermina e
cadaverina (64; 29 ; 9,57 e 3,77 Ilg/l 00 mL, respectivamente) . O leite foi inoculado com
1 % de cultura láctica e incubado a 20 e 32°C por até 24 horas. Periodicamente, amostras
foram coletadas e analis adas quanto ao pH, acidez e teores de dez aminas bio ativas .
Durante a fermentação, houve diminuição do pH e aumento da acidez. Os teores de aminas
presentes no leite mudaram com o tempo: houve diminuição dos teores de espermina,
espermidina e agmatina. À medida que o pH diminuiu, houve formação e ac úmulo de
aminas . Serotonina e histamina foram detectadas após 12 h e feniletilamina e triptamina
após 24 h. Com a temperatura mais elevada, houve maior velocidade na formação de
aminas e indu ção da formaç ão de tiramin a. Os res ultad os indicam que controlan do a
temperatura, é possível minimizar a formação de aminas bioativas.
Palavras chave : aminas bioativas, cultura láctica, temperatura, histamina.
-
1. INTRODU ÇÃO
Aminas bioativas são bases orgal11 cas de
baixo peso molecular, que podem ser classificadas
de acordo com a sua biosíntese em poliaminas e
biogênicas . As poliaminas desempenham papel
importante na síntese de proteínas e de ácidos
n u cléic os e na es tabilização de membran as,
sendo consideradas fatores de crescimento. As
biogênicas são formadas pela descarboxilação
de aminoácidos por enzimas microbianas (LIMA
& GL Ó RIA, 1 999).
A presença de aminas biogênias (histamina,
tiramina, triptamina, feniletilamina) em queijos
é indesej ável do ponto de vista toxicológico.
Queijos contendo teores elevados de histamina
têm sido responsáveis por surtos de intoxicação
*
2
3
Apoio:
histamínica nos Estados Unidos, França, Suíça e
Holanda, sendo incriminados os queijos dos tipos
Suíço, Gouda, Gruyere, dentre outros (TAYLOR,
1 9 8 6 ; B E A N et a! ., 1 9 9 7 ) . Os sinto mas
associad os a este tipo de intoxicação incluem
urticária, edema, inflamação localizada, náusea,
diarréia, dor abdominal, vômito e taquicardia.
A putrescina e a cadaverina, também encon­
tradas nos queijos, podem aumentar a toxicidade
da histamina, facilitando a passagem da mesma
através da barreira intes tinal (EDWA R D S &
SANDINE, 1 9 8 1 ) .
Queijos com teores elevados de tiramina
podem causar a "síndrome d o q ueijo" carac­
terizada por dor de cabeça, enxaqueca e algumas
CAPE S , FAPEMIG.
Aluna do Curso de Pós-Graduação em Ciência de Ali mentos, FA FAR, UFMG.
Professores Assistente e Adj unto, respectivamente, do Departamento de Tecnologia e Inspeção Produtos de
Origem Animal, Escola de Veterinária, UFMG.
Professor Adjunto do Departamento de Alim entos, Faculdade de Farmácia, UFMG, Av. Olegário M aciel 23 60,
B el o H orizonte, MG 3 0 1 80- 1 1 2 .
A N A I S D O X I X C O N G R ESSO N A C I O N AL D E LATiC í N I O S
vezes perspiração e vômito (DIAZ-CINCO et
a! ., 1 9 9 2 ) . Tais queij o s têm também causado
crise hipertensiva em pacientes tratados com
medicame ntos inibi dores d a mono- e diami­
noxid ase, enzimas responsáveis pelo metabo­
lismo das aminas. A triptamina e a feniletilamina
po dem também causar enxaqueca (CHANG et
aI., 1 9 8 5 ) .
N o B rasil não existem relato s d e into­
xicação por aminas, possivelmente pela falta
de registro de casos ou surtos ou até mesmo pela
s e melhança d o s sin t o m as o b s ervados c o m
aqueles de alergia ou d e toxinfecção alimentar.
Entretanto, estudos feitos por VALE & GLORIA
( 1 998) sobre a presença de 10 aminas bioativas
(histamina, tiramina, feniletilamina, serotonina,
triptamina, agmatin a, putres cina, cadaverina,
e s permidina e esp ermina) em amos tras d o s
diferen tes tip o s de queij o s dis p o n ívei s n o
mercado d e B elo Horizonte, MG, indicaram que
todas as aminas pesquisadas foram encontradas
em t o d o s os tipos de q ueij o s c o m p o u cas
exceções . Estes autores observaram ainda que
os níveis de histamina, tiramina e feniletilamina
detectados em alg umas amos tras de queij os
Ralado tipo Parmesão, Gouda, Mussarela, Prato,
Tilsit e Pro volo ne seriam cap azes de cau s ar
intoxicação histamínica, "síndrome do queijo"
e enxaqueca.
Os fatores que influenciam a formação das
aminas biogênicas incluem a disponibilidade de
aminoácidos, con dições favoráveis ao cre s ci­
mento de microorganismos e à produção e ação
de enzimas descarboxilases, como pH, concen­
tração d e s al, temp eratura, cofator piridoxal
fo s fato e o tempo de matu ração de q u eij os
(STRATTON et a! ., 1 99 1 ; GREIF et a!., 1 995).
Os microo rganis m o s d e s c arbo xilase­
positiv o s p o d e m fazer p arte d a p o p ulação
mic robiana a s s o ciada ao alim e n t o o u ser
introd uzidos por contaminação antes, durante
ou após o processamento. No caso de alimentos
e bebidas fermentados, a produção de aminas
pode ser devida a culturas adicionadas (GREIF
et a!., 1 99 5 ) . As culturas lácticas utilizadas na
p ro d u ç ão de q u e ij o s p o d e m c o n s tituir u m
importante p o n t o crítico d e c o n t role n a
prod ução de aminas bioativas . À despeito de
s u a i m p o r t â n c ia, p o u c o s e s t u d o s t ê m sido
des critos na literatura para a determinação do
potencial de formação de aminas por culturas
lácticas utilizando o leite como meio de
cres cimento.
Este trabalho teve como objetivo avaliar
a influência da temperatura de incubação na
formação de aminas bioativas pela cultura láctica
mais comumente utilizada na fabricação de queijo
- Lactococcus lactis ssp. cremoris e Lactococcus
lactis ssp. lactis.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2 . 1 . Material
Cultura láctica mista mesofílica homofer­
men tativa do tip o DV S, c o m p o s ta p o r
Lactococcus lac tis ssp c remo ris e LactococCLlS
lactis ssp lactis e leite em pó desnatado (quatro
lotes) foram adquiridos no mercado consumidor
de Belo Horizonte, MG.
O leite em pó foi reconstituído a 1 0% em
água destilada e esterilizado em auto clave a
1 1 0° C/ 1 0 min u t o s , s e n d o pos teriormente
resfriado à temperatura ambiente. Amostras de
leite foram retiradas p ara o c o n t role micro­
bioló gico e p ara p e s q uisa d a p re s e n ç a de
inibidores . Todas as análises fo ram feitas em
duplicata.
A cultura láctica c o n tendo L a c t o c o c C LlS
lactis ssp cremoris e LactococCLlS lactis ssp lactis
foi assepticamente adicionada a 1 L do leite em
pó des n atado rec o n stituído e esterilizado, e
levado à estufa B OD (FANEM, São Paulo, SP)
por 1 8 horas a 20°C para ativação. Amostras de
leite esterilizado foram inoculadas a 1 % v/v com
a cultura láctica ativada e mantidas a 20 e 32°C
por até 24 horas . Amostras foram retiradas nos
tempos O (imediatamente após a inoculação),
6, 1 2, 1 8 e 24 h para análises de pH, acidez
titulável, teor de aminas bioativas e para controle
do crescimento da cultura láctica. O experi­
mento foi repetido 4 vezes e todas as análises
foram feitas em duplicata.
2 . 2 . Métodos
2.2. 1 . Carga microbialla
Amostras de leite esterilizado utilizado para
ativação de cultura láctica e para posterior ino­
culação com cultura láctica mes ofílica homo­
fermen tativa foram analisadas com relação às
cargas de microo rganis m o s p sicrotróficos,
mesofílicos e termodúricos (APHA, 1 972).
Foram preparados os meios de cultura agar
para c o n tagem p ad rão ( P CA), o n d e foram
inoculados em placas 1,0 e O, I mL de leite para
as diluições de 1 0° e l O" , re spectivamente.
A s placas para contagem de microorganismos
psicrotróficos foram mantidas a 20 ± 1 °C por
24 horas e para microorganismos mesofílicos e
termodúricos a 36 ± 1 °C e 55 ± 1 °C por 48 horas,
respectivamente.
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2.2.2. Pesquisa de illibidores no leite
A pesquisa da presença de inibidores no
leite foi realizada através do método qualitativo
do cloreto trifeniltetrazólico - TTC (MAGALHÃES,
1 9 9 5 ) . Este s e bas eia na atuação da cultura
láctica s o b re o T TC, tran s fo rm a n d o - o e m
formazone que possui a c o r rósea, confirmando
assim que não há inibidores do crescimento
bacteriano no leite.
2.2.3. Determinação da acidez titulável e do pH
A acidez titulável, em graus Dornic (OD),
foi determinada por titulação com solução de
NaOH N/9 . O pH foi de terminado em
p oten ciô metro ( I AL, 1 9 8 5 ) .
2 . 2 . 4. Controle d e crescimento da c ultu ra
láctica
O c o n t role do cres cime n t o da c ultura
lác tic a foi realizado através d e esfregaço em
lâmin as de leite fermentado recolhido durante
as 24 horas de fermentação . As lâminas foram
imersas por I min uto em álcool etílico, xilol e
azul de metileno, consecutivamente (B IR, 1 978).
A leitura das lâminas foi feita em microscópio
óptico com aumento de 40 vezes.
1 5 mM, pH aj ustado para 4,9 c o m ácido acético
e B
aceto nitrila. As fas e s m ó veis fo ram
filtradas em membranas (47 mm de diâmetro e
0,45 11m de tamanho de poro) tipo HAWP para
solvente aquoso e HVWP para solvente orgânico
(Millipore Corp ., Milford, M A, EUA ) .
A solução deriv ante foi p re parada dis ­
solvendo-se 25 g de ácido bó ric o e 22 g de
hidróxido de potássio em 500 mL de água grau
cromatog rafia, pH aj u s tado p ara 1 0, 5 com
hidróxido de potássio. Foram adicionados a essa
s olução, 1 , 5 mL de B rij - 3 5 , 1 , 5 mL de
mercaptoetanol (Merck, Darmstadt, Alemanha)
e 0,2 g de o-ftalaldeído (Sigma, S t Louis, MO.
EUA) dissolvido em 3 mL de metanol (M erck,
Darmstadt, Alemanha). A solução derivante foi
filtrad a em membrana HAW P de 47 mm d e
diâmetro e 0, 45 11m d e tamanho d o p oro
(Millipore Corp., Milford, MA, EUA) e mantida
sob abrigo da luz.
As aminas bioativas foram identificadas
pelo tempo d e re tenção c o m p arado com o
pad rão e c o n firmado pela adição de solução
padrão contendo a amina suspeita à amostra.
O conteúdo de aminas foi calculado por meio de
curva padrão de solução padrão contendo 0,5 ;
4,0 e 7,0 Ilg/mL d e 1 0 aminas bioativas.
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
e
3 . 5 . Acidez do leite inoculado com cultura
láctica incubado a 20 e 32°C
As amo stras de leite utilizadas no expe­
rim e n t o apres e n t aram valore s de pH que
variaram de 6,67 a 6,84 e de acidez titulável de
1 5, 9 1 a 1 8,6°D. Os valores encontrados para
acidez estão de acordo com aqueles estabelecidos
pelo RIIS POA para leite adequado ao consumo
(BRASIL, 1 99 8 ) .
D a s dez aminas inves tigad as, apenas
cadaverina, agmatina, espermidina e espermina
foram encontradas no leite. As concentrações
mais elevadas foram observadas para a agmatina
(59 a 64 Ilg/1 00 rnL), seguida da espermidina (2 I a
29 Ilg/l00 rnL), espermina (6,85 a 9,57 Ilgll 00 rnL)
e cadaveri n a ( 3 , 1 2 a 3 , 7 7 Il g/ l 00 mL ) .
B AR D Ó CZ ( 1 9 9 3 ) investigou a presença de
e s permin a, e s pe rmidi n a e p u t res cina nas
a m o s t ras de leite, tendo e n c o n trad o b ai x o s
valores, d a ordem de 2 0 a 6 1 ; 1 5 a 4 4 e 8 , 8 2 Ilg/
1 00 mL, res pectivamente . S M IT H ( 1 9 8 0 - 8 1 )
reportou a p resença de putrescina, espermina,
espermidina e também de cadaverina em leite .
Segundo este autor, as três primeiras aminas
ocorrem em todos os organismos e, conseqüen­
temente, em todos os alimentos.
O s valores da acidez tit ulável d o leite
adicionado de cultura láctica e incubad o a 20 e
3 2°C estão descritos na Tabela 2 . Em ambas
temperaturas houve um aumento significativo
da acidez em função do tempo (p .$. 0,05) . Este
c o m p o rtamento era e s perado, vis t o que os
microorganismos utilizados eram homofermen­
tadores, sendo o produto final do metabolismo
o ácido láctico (WANDECK, 1 972).
Com relação à temperatura, o aumento da
acidez ocorreu de forma mais acelerada a 32°C
c o m p arado a 20°C. Estes res ultados são
coerentes c o m dados des critos n a literatura
clássica, em que uma maior temperatura implica
em c r e s c i m e n t o b ac t e ri a n o m a i s r á p i d o .
O crescimento a 32°C foi mais rápido e a partir
de 1 8 horas não houve diferença significativa
nos valores (p .$. 0,05) . Isto sugere que pode ter
ocorrido depleção de nutrientes, sendo esta mais
rápida a maiores temperaturas .
3 . 3 . C ar a c t e r ís ti c as
fís i c o - q u ím i cas
teores de a m i n as no l ei t e
Tabela 2 -
2. 2.5. Determinação do teor d e aminas bioativas
Amostras ( 1 8 mL) foram adicion adas de
2 mL de ácido clorídrico (HCl 5 N), agitadas por
5 minutos em vortex e centrifugadas a 1 0.000 x g
a 4°C p o r 20 min u t o s . Em s e guida, fo ram
filtradas em papel de filtro Whatman n. I e em
membrana de 0,45 11m. O filtrado foi injetado
e m cromatógrafo líquido de alta eficiên cia
c o n fo rme metodolo gia descrita por VALE &
GL Ó RIA ( 1 997).
O sistema d e cromatografia utilizado
consistiu em cromatógrafo líquido S himadzu
com inj e t o r a u t o mátic o ; d e tector es pectro­
fluorimétrico modelo RF-55 I a 340 e 445 nm
d e ex citação e e mis s ão, respe ctivamen t e ; e
u m a u n i d a d e d e c o n trole . Um s i s t e m a de
d e ri vação p ó s - c o l una foi m o n t a d o e n tre a
saída da coluna e o detector, sendo de 2 m de
c o m p rime n t o e 0 , 2 5 mm de diâmetro. Uma
bomba LC- I 0 A D ( S himadzu, Kioto, Japão)
b o mbeou a s olução derivante a um fluxo de
0,4 mUmi n .
Foi utilizada coluna mBondapak C R em fase
1
reversa d e 3 , 9 x 3 0 0 mm, 1 0 11 m (Waters,
Milford, MA, EUA), pré-coluna mB ondapak C R
1
( Waters ) e sistema gradie nte de eluiç ão em
ambien te a 2 1 ± 1 °C . A fase móvel e ra
constituída de dois solventes : A - tampão acetato
0, 2 M c o n t e n d o o c t a n o s ulfo n a t o de s ó d i o
2.2. 6. Análise estatística
O delineamento exp erimen tal foi em
blocos casualizados com parcelas subdivididas .
As amost ras foram sub me tid as a análise de
variância e as médias comparadas pelo teste t
de Fis her a 5 % de p robabilidade ( S A M PAIO,
1 998).
3 . RES U LTA D OS E D I S C U S S Ã O
3 . 1 . C o n ta gem t o t a l d e m i c r o o r g a n i s m os
no l e i t e
Os res ultad o s o b tid os n a av aliação d a
microbio ta psicrofílic a, mes o fílica e termo­
d ú ri c a d as dife re n t e s am o s t ra s de leite
reconstituído e esterilizado, estão indicados na
Tabela 1. Após o tratamento térmico, detectou­
s e uma baixa c o n t agem mic robian a . A s sim
sendo, os teores de aminas bioativas encon­
trad os no leite após o período de fermentação
s e riam o ri u n d o s p ri n c i p alm e n t e da c ul t u ra
láctica adicionada.
3.2. Pesquisa de inibid ores no l e i t e
O teste TTC indicou a a u s ê n cia de
inibidores de crescimento .
3 . 4 . C o nt r o l e d o c r e s c i m e n t o d a c u l t u r a
láctica em leite incubado a 2 0 e a 32°C
Tem p o
Através da leitura vis ual das lâminas em
m i c r o s c ó p i o ó p t i c o v e r i fic o u - s e q u e o
n úmero de cocos e de cadeias aumentou com
o d e c o r r e r do t e m p o p a ra a m b a s as
temperaturas investigadas . H o u ve influên cia
da t e m peratura no c re s c i m e n t o bacteriano .
Fix a n d o o t e m p o d e i n c u b ação, a cultura a
3 2 ° C a p re s e n t o u u m a m a i o r f o r m a ç ã o d e
cocos e de cadeias quando c o mp arad a à
c ultura incubada a 20°C .
Tabela 1
-
o
Acidez titulável do leite adi­
cio nado d e c ultura láctica e
incubado a 20 e 32°C
A cidez titulável e m °0 d a
amostra incubada a *
1 7, 05
1 9, 1 2
34, 3 0
72,20
82,73
6
12
18
24
1 6,64 tl x
54, 5 1 ey
7 6,34 hy
82,54 ay
8 5, 3 8
<Ix
<I x
ex
hx
ax
!IX
*Valores médios com uma mesma letra a,b,c,d em uma mesma
c o l u n a e x , y em u m a m e s m a l i n h a n ã o d i ferem
significativamente pelo teste t de Fischer (p � 0,05).
N ú mero de unidades formadoras de colônias encontradas nas diferentes amostras de
leite após esterilização .
Leite
Unidades Formadoras de Colônia UFC/mL por diluição
Psicrotróficos
A
B
C
D
Mesófilos
Termodúricos
10°
10-1
10 °
10- 1
10°
10-1
O
O
O
7
O
O
O
O
O
0,5
O
O
O
O
O
O
1
O
0,5
0.5
O
O
2,5
O
Valores médios de duplicata.
Pág. 42
Pág . 43
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
3 . 6 . pH d o l e ite i n o c u l a d o com c u l t u r a
l áctica e i n c u b a d o a 2 0 e 32"C
Os valores de pH do leite adicionado de
cultura láctica e in cubado a 20 e 3 2°C estão
descritos na Tabela 3 . Observa-se que os valores
tendem a dimin uir c o m o tempo e q u e a
diminuição foi mais rápida na temperatura mais
elevada. A partir de 12 horas , não foi observada
diferença significativa nos valores de pH. Este
fato s u gere que, ao se atingir um pH de 4,48
houve inibição do crescimento da cultura láctica.
De fat o , s e g u n d o F R A N C O ( 19 9 6 ) , a faixa
mínima o u limitante para o crescimento de
L. lactis é de 4,1 a 4,8. Desta forma, a partir de
12 horas de incubação a 32°C o meio tornou-se
desfavorável ao crescimento microbiano. J á a
20°C, apenas com 24 horas de fermentação o
pH atingiu o valor limitante ao crescimento.
Tabela 3
-
Tempo
( h o ra s )
O
6
12
18
24
Valores de pH no leite inoculado
com cultura láctica e incubado a
20 e 32°C
pH de amostras incubadas a*
20°C
6,75
6,59
5,68
4,75
ax
hx
dx
3 2" C
6,73
5 ,14
4,48
4,39
liX
h)'
c)'
cy
* Valores médios com uma mesma letra a, b, c, d, e, em uma
mesma coluna e x, y em uma mesma linha não diferem
significativamente pelo teste de t de Fischer (p :s; 0,05).
3 . 7 . Teo r e s d e a m i na s b i o a tivas n o l e i t e
i n o c u l a d o com c u l t u r a l á c tica e
incubado a 20 e a 32"C
Os tipos e teores médios de aminas bioativas
encontrados nas amostras adicionadas de cultura
láctica e incubados a 20 e 32°C estão descritos na
Tabela 4. Dentre as aminas pesquisadas apenas a
putrescina não foi detectada. No tempo zero, foram
encontradas as poliaminas cadaverina, agmatina,
espermidina e espermina, as mesmas encontradas
no leite antes da adição da cultura láctica. A pre­
sença de cadaverina, espermina, espermidina e
agmatina pode estar associada ao fato destas aminas
serem inerentes a todo e qualquer tipo de célula ou
tecido e ainda de exercerem papel importante como
fat o res de crescimento ( B A R D Ó CZ, 19 9 3 ) .
O tempo e a temperat ura d e incubação
influenciaram signific ativamente (p � 0,05) a
formação e o perfil das aminas bioativas.
Observ o u - s e aumento significativo n o s
teores d e cadaverina e d e espermina e m ambas
as temperaturas com o tempo , seguido de uma
redução em seus teores em 24 horas de incubação
(p � 0,05). Esta redução pode estar associada a
sua utilização como substrato no metabolismo
microbiano . Durante as primeiras seis horas de
incubaç ão a 3 2 ° C , houve um aumento signi­
ficativo na produção destas aminas comparado
a 20°C (p � 0,01), o que sugere que a temperatura
p o d e ter afetado o metaboli s m o da c ultura
láctic a.
A presença de agmatina no leite não foi
descrita na literatura, possivelmente pelo fato
de n ã o ter s i d o p e s q ui s a d a . Em t o d o s o s
te mpos, o s teores d e agmatin a a 20°C fo ram
m e n o res q u e a 3 2 °C (p < 0 , 0 5 ) . O teor de
agmatin a dimin uiu c o m o t e m p o , atingi n d o
um valor mínimo em 6 a 1 2 horas de incubação
e aume n t ando e m seguida. E s t a d imin uição
pode estar associad a à sua função como fator
d e crescime n t o , fo n te d e nitrogênio para a
s íntese protéica e c o n s e q ü e n te crescimento
(B AR DOCZ, 1993 ) .
A espermidina foi detectada n o leite e m
teores compatíveis c o m aqueles descritos por
BARD Ó CZ (1993). Houve redução no teor desta
amin a c o m o tempo de i n c ubação a 20°C,
atingindo um valor mínimo em 12 horas, porém
aumentando após este período. A variação do
teor de esp ermidina foi s e melhante àq uela
observada com a agmatina, ambas consideradas
fatores de crescimento (B ARDOCZ, 1993) . Esta
amina pode ter sido utilizada pela cultura láctica,
sendo sua concentração reduzida em uma fase
de maior crescimento, quando é requerida para
o crescimento. O acúmulo de espermidina com
o tempo p o d e s u gerir uma diminuição n o
crescimento, ou q u e a cultura láctica atingiu a
fase estacionária de desenvolvimento.
As aminas biogênicas n ão h aviam sido
detectadas no leite, entretanto surgiram durante
o processo de fermentação . A tiramina não foi
detectada no tempo zero e durante as 24 h de
i n c u b ação a 2 0° C . E n t re t a n t o , a 3 2 ° C foi
detectada a partir de 6 h.
Ta n t o o t e m p o q u a n t o a t e m p e r a t u ra
a fe t a r a m s i g n ifi c a ti v a m e n t e ( p .::;, 0 , 0 5 ) a
fo rmação de histamin a pela cult ura láctica.
A presença de his tamin a foi detectada a partir
de 12 h o ras q u a n d o o leite foi i n c u b ad o a
20°C e a partir de 18 horas a 3 2 ° C , o que
s u gere que a his tamin a seria u m metabólito
secundário da cultura. Os teores de histamina
em 24 horas d e inc ubação fo ram maiores a
3 2° C .
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS
Tabela 4
-
Tipos e teores médios de aminas bioativas em leite adicionado de cultura e incubado a 20 e 32°C
Temp1!
Tempo
ratura
horas
20 °C
32 °C
Teores de aminas bioativas (1:!:g{100 mL)
CAD
AGM
EPD
EPN
HIM
STN
TIM
FEN
TRM
O
3, [ 3
64,44
2 1 ,69
9,58
0,00
0,00
ax
hex
hx
ex
dx
0,00
0,00
hx
0,00
ax
hx
hx
6
2,94
2,60
24,90
1 1 ,46
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
hx
by
abex
hx
ex
dx
ax
hx
hx
12
8,41
6,24
12, 1 6
35,84
1 1 ,58
2 1 ,66
0,00
0,00
0,00
ax
hx
ex
ex
hy
ex
ax
hx
hx
18
6,59
14, 1 1
45,88
9,87
0,00
0,00
bx
ex
29,79
0,00
ax
me
4 1 ,3 1
bx
bx
ax
hx
hx
24
2,14
1 5,53
34,93
38,09
abx
ex
ax
ay
0,00
20, 1 6
bx
1 65,2
9,55
hx
2 1 ,03
ax
ax
ax
O
3,78
56,96
29,86
6,85
bex
ex
0,00
0,00
bx
0,00
0,00
ax
0,00
ex
dx
ex
bx
bx
6
9,03
29,91
1 3 ,22
23,06
ex
hy
4,78
0,00
bx
0,00
0,00
ay
0,00
12
6,76
1 3 ,74
70,88
abx
bx
ay
ex
cy
18
8,20
2 1 ,43
5 1 ,08
48,40
ay
56,92
20, 14
24
4,68
32,65
67,79
33,66
76,72
ax
bx
bx
bx
abx
ay
ay
bx
ex
dx
by
bx
bx
0,00
45,03
3,93
0,00
0,00
by
bx
bx
102,9
7,04
0,00
0,00
bx
bx
126,8
8,04
l 7,56
28,06
hy
ay
by
ax
ay
ay
ay
ay
CAD = cadaverina, AGM = agmatina, EPD espermidina, EPN = espermina, HIM histamina,
STN = serotonina, TIM = tiramina, FEN = feniletilamina, TRM = triptamina.
Valores médios com uma mesma letra a,b,c em função do tempo e x,y em função da temperatura não
diferem significativamente pelo teste de t de Fischer Cp :s; 0,05).
A serotonina foi detectada tanto a 20°C
q uanto a 3 2°C a p artir de 12 horas, tendo os
teores aumentado significativamente (p � 0,05)
a p artir d e 12 h o ras e m fu n ç ã o do t e mp o .
A p re s e nça d e feniletilamina e d e triptamina
foi detectada s omente a partir de 24 horas de
fermentação para ambas as temperaturas .
Os resultad o s obtidos p ara his tamina e
tiramina estão de acordo com os encontrados
por HAL Á SZ et aI . (1994) ou seja, que diversas
e s p é ci e s de L a c t o b a c i l l u s u tilizadas n a
indústria alimentícia s ã o capazes de pro duzir
aminas bioativ as . S e gu n d o S TR A U B e t a I .
( 1 9 9 5 ) , v árias e s p é ci e s d e L a c t o b a c i l l u s
apre s e n taram ativid ade histidina e tiro sina
des carbo xilase, s e n d o capazes de formar as
respectivas amin as .
Vários autores observaram que a formação
de aminas biogênicas ocorre em um estágio
avançado de fermentação . Segundo HAL Á SZ et
aI . ( 1 994), na fase es tacio nária do desenvol­
vimento de microo rganismo s , observa-se um
aumento de atividade descarboxilase. B A B U et
aI. (19 8 6 ) e CHANDER et aI. (19 89) compro­
v aram que L . c r e m o ri s e L. b u lg a r i c ll s - 5 2
produ ziram histamina, tiramina e triptamina
após 24 horas de incubação a 30 e 37°C, nC' pico
da fase log de crescimento.
Com relação ao e feit o d a t e m peratura
observou-se que os teores de cadaverina, esper­
midina e histamina foram signific ativamente
maiores a 32°C (p � 0,05), comparado a 20°C.
Observou-se ainda que a tiramina só foi formada
quando a incubação foi feita a 32°C. V ários
autores indicaram que em temperatu ras mais
elevadas ocorre um aumento na produção de
aminas ( J O O S TE N , 19 8 8 ; HAL Á S Z et aI. ,
1994) . Estes res ultad os s ugerem que para se
evitar a fo rmação ou minimizar os teores de
aminas formados, deve-se manter a temperatura
o mais baixo possível.
4 . CONCLUSÕES
Foi detectada a p resença d a s poliaminas
agmatina, espermidina, espermina e cadaverina
no leite. A cultura láctica mista de L. !actis ssp.
lactis e L. lactis ssp. cremoris foi capaz de alterar
o perfil e teores de aminas no leite.
Ho uve diminuição dos teores de cadave­
rina, agmatina, espermidina e espermina com o
tempo. Estas aminas podem ter sido utilizadas
como fonte de nitrogênio na fase de crescimento
acelerad o dos micro o rganis m o s . H o u v e pro­
d u ção e acú mulo das aminas biogê nicas .
Histamina e serotonina foram encontradas em
Pág. 44
digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 45
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
1 2 h oras de i n c ubação e fen i l e t i l a m i n a e
triptamina em 24 horas . Houve relação direta
da acidez titulável e inversa do pH na formação
destas amin as . A temperatura afetou significa­
t i vamente a produção de aminas, tendo s i d o
e n c o n trados mai ores teores de c adaveri n a,
e s perm i d i n a, h i s t a m i n a e sero t o n i n a n as
amostras incubadas a 32°C quando comparada
20°C. A formação de tiramina só ocorreu na
temperatura de 3 2°C. Para evitar ou minimizar
a formação de aminas biogênicas, deve-se manter
a temperatura o mais baixo possível.
S UM M A R Y
The o bj ec t i ve o f t h i s w ork w as t o
i n ve s t i gate the i n fl u ence o f i n c u b ati o n
temperature o n the fo rmat i o n o f b i oative
amines by the most comonly used starter lactic
bacteria in cheese manufacture - Lactococcus
lactis s sp . cremo ris e Lactococcus lactis ssp.
lactis. Reconstituted dry milk was sterilized and
used i the experiment. Its analysis for bioactive
ami nes i n d i c ated the presence of agmat i n e ,
spermidi ne, spermi ne a n d cadaveri ne ( 6 4 ; 2 9 ;
9 . 57 a n d 3 . 77 Ilgl l 00 m L , respectivel y ) . The
milk was inoculated with 1 % starter culture and
was incubated at 20 and 32°C for up to 24 hours.
PeriodicalIy samples were colected and anal ised
for p H , aci d i ty and bi oact i ve ami nes leveI s .
During fermentation, there was a decrease o n
p H values and a n increase in acidity. The leveIs
of aminas in the milk changed with time: there
was a decrease on spermine, s permi d i n e and
agmatine leveIs. À s the pH decreased, there was
fo rmat i o n and accumulation of amines.
Serotonine and histamine were detected after 12
hr and 2-phenylethylamine and tryptamine after
24 hr. At higher temperature, the formation of
amines occurred at higher speed and there was
formation of tyramine. The results indicated that
by c o n tro l i ng te mperature, it is p o s s i b l e to
minimize bioactive amines formation.
Key word s : b i oactive a m i n e s , s tarter
culture, temperature, h istamine.
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AVALIAÇÃO DO USO DA REDUTASE PARA DETERMINAÇÃO DA Q UALIDADE DO LEITE
COLETADO A G RANEL*
Assessment of the u se of redutase for the determination of refrig erated
bulk colected milk quality
Ana Cláudia Lopes Fontes l , Pau l a Rosa Schetino de Castro l ,
Sebastião César Cardoso Brandão2
RESUMO
o método
rápido industrial atualmente utilizado para a determin ação da qualidade
microbiológica do leite cru é ao Tempo de Redução do Azul de Metileno (TRAM ) , ou
redutase. Entretanto, a mudança da coleta de leite em latões para a coleta a granel tende
a alterar a proporção dos diferentes tipos de microrganismos no leite cru . Neste trabalho
foi aval i ada a viab i li dade de se contin uar a usar o TRAM como método ráp i d o para
determinação da qualidade bacteriológica do leite resfriado coletado a granel . Os resultados
dessas análises demonstraram que o coeficiente de determinação (R2) entre a população de
mesófilos e o TRAM para coleta em latões foi igual a 0,7977, enquanto que este coeficiente
de determinação para o leite resfriado coletado a granel foi baixo (R2 0,5685). O coefi ­
ciente d e determinação entre a população d e psicrotróficos e o TRAM foi também baixo
para o leite coletado a granel (R2 0,4649 ) . Desta forma concluímos que o TRAM não
deve ser usado para a determinação rápida industri al da qualidade do leite cru resfriado
coletad o a granel devido à sua baixa correlação com a população de mesófilos totai s .
A maior ocorrência d e psicrotró ficos na população do leite resfriado coletado a granel
interferiu negativamente no coeficiente de correlação entre a população de mesófilos e o
TRAM. As bactérias psicrotróficas apresentam menores atividades de redução do azul de
metileno do que as mesófilas, o que explica o menor coeficiente de correlação .
Palavras chaves : qualidade, leite cru, redutase, psicrotróficos, TRAM.
=
=
1. I N T RO D U Ç Ã O
A qual i d ade dos p r o d u t o s d e l at i cínios
depende basicamente da qualidade da sua matéria
pri ma, o leite. Por apresentar uma composição
rica em substratos faci lmente fermentáveis, o
leite, quando mantido à temperatura elevada,
*
2
torna-se um excelente meio para o desenvol­
v i mento bacteri ano. Essa matéria prima pode
conter grande quantidade de microrganismos, em
razão da falta de higiene e do crescimento rápido
de bactérias à temperatura elevada.
Parte de trabalho de projeto de iniciação científica PIB IC/CNPQ e FAPEM IG.
Estudantes do Curso de Tecnologia de L aticínios- Universidade Federal de Viç osa.
PhD, Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa.
Pág. 46
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
A temp eratura de armazenamento e
transporte do leite cru interfere diretamente na
c o n tagem to tal d e microrganis m o , e o
resfriamento imediato em tanques de expansão
e a coleta a granel em caminhões com tanque
i s o térmico tem tid o grande e n foque p ara
manutenção da qualidade do leite cru (S ILVA e
REI S , 1 9 97).
Nos últimos anos, a coleta de leite a granel
tem sido amplamente adotada em todo o B rasil.
N e s te sistema, o leite cru é armazenado em
tanques de expansão a 40 C por até 48 horas, o
que resolve o problema com os microrganismos
acidificantes, porém favorece os micror­
ganismos psicrotró ficos .
Q u a n d o o leite cru é imediatame n te
resfriado e mantido à temperatura de refrige­
ração, o aumento da contaminação microbiana
no tanque se deve, freqüentemente, ao cres ci­
mento de psicrotróficos , como Ps e u dol/1ollas,
Fla vobacterium e A lca ligenes spp (RICHTER
et aI. , 1 9 9 2 ) .
D e s s a forma, é importan te determinar a
concentração de bactérias no leite, para avaliar
sua qualidade antes do processamento. Diversos
s ã o os m é t o d o s p ara avaliar a qualidade
microbiológica de leite. Muitos deles permitem
uma avaliação exata e precisa, mas é de especial
importância observar o tempo gasto para obter
os resultad os e também o custo das análise s .
O número d e bactérias aeróbias mesófilas viáveis
em um alimento é um índice adequado para
avaliar a qualidade da matéria-prima utilizada, a
higiene da manipulação, a área de processamento
e as condições de transporte e estocagem.
Os divers o s métodos que p o d e m ser
utilizados para se determinar a concentração de
microrganismos n o leite são classificados nas
seguintes categorias :
M é t o d o s que es timam as u nidades
formadoras de colônias ;
M é t o d o s que es timam a atividade
bacteriana;
M é t o d o s de c o n tagem direta em
microscópio;
Outros métodos .
O método considerado oficial para análise
microbiológica do leite é a Contagem- Padrão
de Mesófilos Aeróbi os em Placas, internacio­
nalmente conhecido como SPC (S tandard Plate
Count) ou CPP (Contagem-Padrão em Placas) .
Apesar d e o C P P fornecer res ultados conside­
rados padrão para comp aração com qualquer
outro método de análise, ele é demorado e os
resultados são obtidos em 48 horas . O método
bastante utilizado, prin cipalmente nos países
•
•
•
s u bdesen volvid o s , é o T R A M (Te m p o d e
Redução d o Azul de Metile n o ) p o r fo rnecer
resultados rápidos e de baixo custo. O TRAM
constitui-se um método indireto bastante rápido
para se determinar a qualidade bacteriológica do
leite coletado em latões .
Os testes de redução de um corante pelos
microrganismos são baseados na capacidade de
certas en zimas bacterian as, (de sidro gen as e s ,
p ri n cipalmen te a flavin a), e m transferirem
hidrogênio de um substrato para determinados
re cep tores bioló gic o s , alteran d o as sim s u a
coloração inicial. Substâncias químicas como o
azul de me tile n o e a res azuri n a p o dem ser
utilizadas como receptores. D u rante a reação ,
estas substâncias são reduzidas , e a velocidade
de redução depende da quantidade ou da atividade
das enzimas . Quanto mais rápid a a redução,
maior o número de microrganismos na amos tra.
As correlações encontradas entre métodos de
redução e de contagem em placa não são exatas
(L Ü CK, 1 9 9 1 ) .
O princípio do teste está em se adicionar o
corante ao leite e medir a mudança de coloração
após a incubação. O período de tempo necessário
para a mudança ou descoloração do corante é
um índice da carga bacterioló gic a do leite
(L Ü CK, 1 9 9 1 ) .
Este trabalho propõe estudar a viabilidade
de se usar a redutase para determinar a qualidade
microbiológica de leite coletado a granel.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. C oleta e identificação das am ostras de
l e i t e cru
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
de m e s ó filo s aeróbios e p sicrotrófi c o s pelo
método CPP.
descoloração correspondente a 80% do volume
da amostra e anotou-se o horário fin al.
2 . 3 . C o ntagem da P o p u l a ção de Mes ófilos
e Ps icrotróficos
2 . 5 . A n ál i s e s e s t a tís t i c a s
Inocularam-se em profundidade alíquotas
de 1 e 0, 1 mL das amostras diluídas utilizando­
se meio de cultura PCA. Incubaram-se as placas
de Petri a 32°C por 48 horas para contagem da
população de mesófilos aeróbios e a 7"C por 1 O
dias para co n tagem da p o p ulação de p sicro­
tróficos ; procedendo-se a contagem do número
de u nidades fo rmad oras de colônias - UFC
(MARS HALL, 1 992). O resultado foi expresso
em UFC por mL de leite.
2 . 4 . Tes te de Redutase
I mediatamente após a coleta as amostras
de leite foram submetidas ao Teste da Redutase,
c o m o d e s c rito p o r D A B B A H et aI . ( 1 97 7 ) .
Adicionou-se o corante azul d e metileno a o leite
e observou-se o tempo requerido para o seu
descoramento.
Foram adicio nados 1 0mL da amostra de
leite com uma pipeta esterilizada a um tubo de
en s aio t a m b é m e s t e rilizado e iden tific ad o .
O p orta-tubos q u e contin ha a s amo stras , em
duplicata, foi transferido para um banho-maria
aquecido a 37°C. Foi transferido um mililitro da
s ol u ç ão de azul de metileno prep arad o
anteriormente, p ara cada t u b o , q u e fo ram
invertidos em seguida três vezes, para misturar
bem o c orante. O horário inicial foi anotado
neste p on t o . Foi o b s ervado o t e m p o de
Foram analisadas amostras de leite cru tipo
C de diversos produtores da região de Viçosa­
MG, c oletadas e m recipie ntes p reviamente
es terilizado s , em latões de leite e em tanque
isotérmico de coleta a granel, na plataforma de
recepção do Laticínios Escola do Departamento
de Tecnologia de Alimentos da UFV As amostras
foram devidamente identificadas e conservadas
sob refrigeração a 4°C até o instante das análises.
7,5
T .•·•·.··.·•·•·.•·.· ,{·.·.·. '; " " E(
;.
.H
H
As anális es de regre s s ão lin e ar fo ram
realizadas u tilizando-se o software Excel 7.0,
em que se pôde calcular o coeficiente de deter­
minação e a equação da reta e obter os gráficos
para as amostras analisadas .
3. RESULTA D O S E D I S CUS S Ã O
3 . 1 . C o m p a r a ç ã o e n t r e a p o p u l aç ã o d e
m e s ó filos e o T R A M em a m ostras de
l eite c o l e tadas e m latões
Os resultados e n c on trad o s p ara a
co rrelação da concentração da p o p ulação de
mes ófilos n o leite cru coletado e m latões ,
quando comparados com os resultados do TRAM,
permitiram calcular a equação de regressão linear
0,2508X + 7,0 1 97, (R" 0,7977),
dada por: Y
onde Y representa o Log UFC/mL da população
de mesófios e X o tempo da redução da coloração
do azul de metileno em horas (Figura 1 ) . Esta
equação parece adequada para d e s crever a
pop ulação de mes ófilos , dado que o valor de
0,7 977 para o coeficiente de determinaç ão é
c o n siderado razo ável , p ara o ex p e rimento
realizado. Estes resultados indicam que o TRAM
pode ser usado para determinar a concentração
de bactérias no leite coletado em latões com
raz oável correlação c o m a p o p ulação de
mesófilos . O TRAM é e s pecialmente útil na
determinação de qualidade do leite em latões
=
•.• •. } . .•• • .••.•.•....••...••.•. ..••
.
-
;. ....... .... ...•.........••. .•....•.. . ...•.•.•... ..... ..•..... ....•.•.....•. ;
• .
. .
.
..
..•
. .
2.2. Diluição das a m os tras
Diluíram-se alíquotas de I ml das amostras
de leite em garrafas de diluição contendo 99 mL
de tamp ão 0 , 3 M de fo s fato m o n oácido de
potássio P. A. pH 7,2 previamente es terilizadas
em auto c J ave a 1 2 1 "C p o r 1 5 min u t o s
(MARS HALL, 1 9 9 2 ) . Es tas amos tras diluídas
foram utilizadas para determinação quantitativa
2
4
6
8
Tempo(h)
Figura 1 ·
Resultados da Regressão Linear entre o Logaritmo da População de Mesófilos e o
Tempo de Redução do Azul de Metileno para Leite Coletado em Latões.
49
digitalizado por
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
porque ele tem custo baixo, é fácil de ser execu­
tado, não precisa de equipamentos complexos e
de pessoas especializadas, além de ser mais rápido
do que a contagem da população de mesófilos.
3 . 2 . C o m p a r a ç ã o e n t r e a p op u l a ç ã o d e
m es ófi los e o T R A M em a m ostras de
l e i t e c o l e t a d as a g r a n el
Os resultad o s e n c o n trados para a c o r­
relaç ão da c o n c e n tração d a p o p ulação de
mesófilos no leite cru coletado a granel, quando
comp arados com os resultados do TRAM, foi
y - 0,2929X + 6,665 1 , onde Y representa o
Log UFC/mL da população de mesófilos e X o
tempo da redução da coloração do azul de meti­
leno em horas . O coeficiente de determinação
calculado para esta equação foi R2 0 , 5 6 8 5 ,
valor b e m inferior ao enco ntrado para o leite
coletado em latões (Figu ra 2 ) . É interes s ante
notar que as equações que definem a correlação
entre a população de mesófilos e o TRAM são
diferentes da coleta a granel, quando comparado
c o m a c oleta em lat õ e s . Pôde-se verificar
também que algumas amostras de leite com
população de mesófilos bem próximas apresen­
taram valores bem di ferentes no TRA M . Por
exemplo, duas amostras de leite a granel com
população de mes ófilos de 1 , 3 8 x l 04 UFC/mL
apresentaram TRAM de 8 : 05 horas e de 5 : 3 0
horas . Outras duas amostras com população de
mesófilos bem próximas ( 1 ,47 x 1 04 e 1 ,60 x 1 04)
também apresentaram TRAM de 8 : 00 e 5 : 00
=
=
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O N AC I O N A L DE LAT i C í N I O S
horas . Esta falta de coerência entre o TRAM e
a contagem de mesófilos também foi observada
em outras amostras .
3.3. Comparação entre a população de
psicrotr óficos e o TRAM em am ostras
de leite coleta das a g r a n e l
Para verificar qual seria a influência da
p o pulação de p s icrotróficos n o T R A M , as
mes mas amos tras de leite coletadas a granel
também tive ram s u as p o p ulações de p s icro­
tróficos determinadas , além da população de
mesófilos. Nesse caso, a equação de regressão
linear encontrada foi Y - 0,3 1 9 8 X + 5,9933,
(R2 0,4649) onde Y representa o Log UFC/mL
da população de psicrotróficos e X o tempo da
redução da coloração do azul de metileno em
horas (Figura 3 ) . O coeficiente de determinação
calculado (R") foi muito baixo, refletindo uma
menor eficiência de associação da população de
p s icrotró ficos e o T R A M , mos trando uma
regressão de menor qualidade de aj u s te que
compromete a qualidade de predição de popu­
lação de psicrotrófcos em fu n ç ão d o temp o .
Como pode ser verificado na Figura 3 , para um
mesmo valor d e tempo exis t e m diferen tes
valores de população de psicrotróficos e com
variaç ões bem discre p a n te s . Por exem plo,
amostras de leite a granel apresentaram tempos
de red ução muito p róximos para amostras de
leite com p o p ulações muito dife rentes . Por
exemplo, uma amostra c o m p o p ulação de
=
9 , 5x I 05 apresentou TRAM de 4:40 h enquanto
outra com população de 5 , 6 5 x 1 02 apresentou
TRAM de 5 horas .
Q u a n d o se c o m p aram as equações de
re gres s ão linear p o d e-se verificar que a o
coeficiente de determinação foi diminuindo de
forma decrescente do ítem 3 . 1 para o 3 .3 . Este
coeficiente expressa o grau de aproximação dos
pontos em relação a reta.
Estes resultad os d e m o n stram que as
bactérias psicrotróficas apresentam menor ativi­
dade de redução do azul de metileno do que as
mesófilas, porque elas têm menor atividade de
desidrogen ase, q u ando c o mparado c o m as
bactérias láticas predominantes no leite coletado
a granel ( L Ü C K , 1 9 8 1 ) . O u t ro s fatores que
afetam a c o rrelação e n tre a p o p ulação de
mesófilos e o TRAM incluem: 1) devido ao fato
do consumo de oxigênio ser proporcional à massa
protoplasmática, as células maiores consomem
oxigênio mais rapid amente do que as células
menores ; 2) as várias e s pécies de bac térias
poss uem diferentes capacidades de red ução e
taxas de crescimento diferentes a 37\); 3) bactérias
consumem oxigênio durante toda a fase lag de
cre s cimen to ; assim, dete rmin ada amostra
mostrará um pequeno tempo de redução no fim
de sua fase mesmo que o número de bactérias
permaneça o mesmo; 4) o princípio bacterios­
tático não é de igual influência em vários leites
ou em várias espécies de bactérias ; 5) células
inativas por prolongada refrigeraç ão poderão
dem orar para atingir s u a taxa máxima de
crescimento do que células que não sofreram
esse tratamento; 6) outros constituintes do leite,
tão bem quan t o conj u n t o de células , podem
consumir oxigênio e influen ciar no tempo de
redução onde poucas bactérias estão presentes ;
7) as várias proporções de bactérias e células do
leite p rovenientes d a gordura que s e eleva
freq üentemente re s ulta em d ifere ntes e
demorados tempos de red ução, a inversão dos
tubos em intervalos de Y2 hora e 1 hora reduz as
discrepâncias devido a esse fator (HENDERSON,
1 97 1 ) . DAB B A H et aI . ( 1 9 7 7 ) também con­
cluíram que a falta de correlação entre o tempo
de red ução e a população de bactérias no leite
coletad o a granel pode ser devido a divers os
fatore s , incluindo r e s íd u o s de a n tibió tic os
utilizados na terapia de mastite.
4. C O N C L U S Ã O
Neste trabalho o coeficie n te de d eter­
minação da regressão linear entre o TRAM e a
pop ulação de mes ófilos do coletado a granel
(R2 0,5685) foi inferior ao apresentado para
o leite coletado em latões (R2 0,7977), o que
prej udica o seu uso como método rápido para
d e terminar a s u a qualidade micro biológic a .
O coeficiente d e determinação determinado para
a correlação entre o TRAM e a pop ulação de
=
=
....
-ê
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..J
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5,5
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5
7
6
Tempo (h)
8
9
10
10
Resultados da Regressão Linear entre o Logaritmo da População de Mesófilos e o
Tempo de Redução do Azul de Metileno para Leite Coletado a Granel.
Te m po ( h )
Figura 3
-
Res ultados da Regressão Linear entre o Logaritmo da População de Psicrotróficos e o
Tempo de Redução do Azul de Metileno para Leite Coletado a Granel.
Pág. 50
Pág . 5 1
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
b a c t é ri a s p s i c r o t r ó fi c a s foi ain d a me n o r
(R 2 0,4649), o que indica que quanto maior a
proporção de bactérias psicrotróficas no leite
cru menor a utilidade do TRAM para determinar
a sua qualidade microbiológica.
O resfriamento do leite cru, como no caso
da coleta a granel, modifica sua flora microbiana
em relação à coleta em latões, aumentando a
proporção d e b actérias psicrotró ficas n a
população total. Como n ã o se pode prever esta
proporção, a utilização do TRAM para deter­
minar com justiça a qualidade do leite cru, como
vin ha sendo realizado no caso da coleta em
lat õ e s , fica d e p e n d e n t e d a p o p ulação de
psicrotróficos existentes .
A contagem padrão em placas é o método
oficial, mas ele é caro, demorado e necessita de
laboratório especializad o . Dessa forma ou tro
método rápid o in d u s t rial para determinar a
p o p ulação de bac térias mesófilas no leite a
granel precisa ser d e s e n v olvid o para o s e u
pagamento pela qualidade.
=
S U M MA R Y
The industrial method used to determine
microbiological raw milk quality in Brazil is still
the M e t hyle ne Blue R e d u c tion Time , o u
red uctas e . However, t h e transition from cans
t o bulk milk c ollection modify the micro­
biological population in raw milk . This work
was done to study the viability to continue the
use of reductase to determine microbiological
q u ality fo r raw milk clas sific atio n . Res ults
demonstrated that the determination coefficient
(R 2) for the linear regression between total plate
count and reduction time was 0,7977 for milk
collected in cans o However the determination
coefficient was lower (R2 0 , 5 6 8 5 ) for bulk
milk samples. The determination coefficient was
even lower (R2 0,4649) for linear regression
between psicrotrofics population and reduction
time for bulk milk sample s . Therefore it was
concluded that the methylene reduction method
was not suitable to determine bulk milk quality
=
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACI ONAL D E LAT i C í N I O S
due to the low d e termination c o e fficie n t
between total plate c o u n t a n d red uction time.
The higher the p sicro trophic p o p ulati o n t � e
lower the correlation . Psicrothrophic bactena
have lower capacity to red uce methylene blue
than mesophilic bacteria, that explains the lower
determin ation coefficien t .
Key word s : quality, raw milk, redu ctase,
psicrotro fics , . TRAM
DETERM INAÇÃO DA OXI DAÇÃO DE REQUEIJÃO CREMOSO PELO MÉTODO DE TBA*
Determination of fat oxidation in requeijão cremoso by the tba method
VAN D EN D E R , A. G . F.1 , ALVES, R . M. V.2, S I LVA, A . T.3 , JA I M E , S . B .2 ,
J U N Q U E R , M . L .4 , S I LVA, V. M .s, ABUJAM RA, F.4
RESUMO
REFERÊNCIAS B I B L I O GRÁFICAS
o requeijão cremoso é um queijo fundido tipicamente brasileiro, com alto teor de
gord ura (mínimo de 55% de gordura no extrato seco), o que o torna passível de sofrer
oxidação durante a comercialização, uma vez que na venda a varejo o produto é exposto
à luz por um certo período de tempo.
A oxidação de gorduras é influenciada pela concentração de oxigênio, temperatura,
luz e pró-oxidantes . A oxidação de uma pequena parte de gordura é suficiente para que o
cons umidor detecte o aroma e sabor associados à alteração e, consequentemente, rejeite o
alim e n t o .
O monitoramento da oxidação d e óleos e gorduras é muito importante em qualquer
es tabelecimento que processe alimen t o s c o m teores mínimos de gordura, tanto n o
armazen amento c o m o n o p ro c e s s amento, etapas em q u e o s lip ídios p o d e m s o frer
transformações químicas de deterioração. Sendo assim, é importante que se possa dispor
de métodos objetivos para medir o estado de oxidação dos lipídios em alimentos.
A reação do ácido-2-tiobarbitúrico (TB A) com produtos de oxidação de lipídios
res ulta em u m pigmento rosa que pode ser determinado espec trofo t o me tricamente
res ultando no índice de TBA. Este índice tem sido usado para medir a oxidação em uma
grande variedade de produtos.
O objetivo deste trabalho consistiu em adaptar o método de TBA para o requeij ão
cremoso de modo a identificar as melhores condições para realizar a análise de TBA . Para
isso foram estudados alguns parâmetros importantes como o efeito do pH do material a
ser destilado e do volume de destilado a ser recolhido bem como o comprimento de onda
em que ocorre a maior absorção das substâncias reativas ao TB A.
U tilizou-se a mesma amostra de requeij ão para a realização de todas etapas do
experimento. Na faixa de valores de pH estudada, de 0.5 a 6 . 0, fixo u-se um volume de
destilado a ser recolhido (50mL) e o comprimento de onda igual a 532nm. Obteve-se um
valor de absorbância mais alto na faixa de pH de 0.5 a 2 . 0, o que é condizente com os
valores encontrados na literatura.
Estudou-se também o volume de destilado a ser recolhido : 40mL, 50mL ou 60mL;
para isso utilizou-se a faixa de pH já determinada (0.5 a 2.0) e o comprimento de onda de
532nm; o valor que propiciou maior sensibilidade do método foi de 50mL de destilado .
Finalmente, pela varredura d o s compriment os de onda e m uma faixa que variou de
400 a 600nm, constatou-s e um máximo de absorção da amostra a 532nm.
Portanto, as melhores condições determinada s para a realização da análise de TB A
para requeij ão cremoso foram : pH na faixa de 0,5 a 2 ,0, volume de destilad o 5 0 mL e
leitura de absorbância no compriment o de onda de 532nm.
Palavras-ch ave : requeijão cremos o ; oxidação ; TBA - ácido-2-tiob arbitúrico .
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*
2
3
4
5
Projeto financi ado pela FAPESP.
Pesquisador Científico
Centro de Pesquisa e Desenvolvi mento de Laticíni os - TECNOLAT - ITAL
adender@ ital. org.br.
Pesquisador C ientífico - Centro de Tecnologia de Embalagem - CETEA - ITAL.
Doutoranda em Tecnologia de Alimentos - Centro de Pesquisa e Desenvolvim ento
de Laticínios - TECNOLAT ITAL.
B olsista FAPES P - Centro de Pesquisa e Desenvolvim ento de Laticínios - TECNOLAT
ITAL.
B olsista PIBIC - CNPq Centro de Pesquisa e Desenvol vimento de Laticínios
- TECNOLAT - ITAL.
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digitalizado por
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Pág . 53
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
1 . INTRODUÇÃO
o requeijão cremoso é um tipo de queijo
fundido brasileiro de grande valor comercial
fabricado a partir de leite cru ou pasteurizado e
q u e apre s e n t a alta d u rabilidade devido ao
tratamento térmico a que é submetido durante
sua fabricação . Além disso, tem como caracte­
rística o s abor s u ave, o que o torna bastante
adequado para muitas aplicações culinárias.
A produção brasileira de requeijão cremoso
cresceu cerca de 8 5 % em 2000, c o mp ara­
tivamente a 1 9 90, sendo estimada que foram
comercializadas 3 1 7 5 6 t o n eladas em 200 1
(Datamark, 2002 ) .
Segundo a Portaria n a 3 5 9 , fixada p elo
Ministério da Agricultura e do Abastecimento,
requeijão cremoso é o produto obtido por fusão
de uma massa coalhada dessorada e lavada, obtida
por coagulação ácida e/ou enzimática do leite
com adição de creme de leite e/ou manteiga e/ou
gordura anidra de leite ou butteroil. Ainda de
acordo com esta Portaria, o requeijão cremoso
deve apre s e n t ar alg umas características
sensoriais essenciais como consistência untável,
textura cremosa, fina e lisa, cor característica,
odor característico, sabor à creme, levemen te
ácido e opcionalmente salgado. Além disso, deve
c o nter no mínimo 5 5 % de matéria gord a n o
ex trato s e c o e 6 5 % d e umidade n o m áximo
( B R A S I L , 1 9 9 7 ) . O requeij ão c re m o s o é ,
p ortanto, um produto de alto t e o r d e gordura
passível de sofrer reações de oxidação durante,
princip alme nte, as etapas de processamento,
armazenamento e dis tribuição .
A sensibilidade de produtos lácteos quando
expostos à luz natu ral e artificial depende das
características do produto como comp osição,
principalmente q u a n t o ao c o n te ú d o de
riboflavina (vitamina B , ) que age como fotos­
s e n s ibilizad o r , à pres en ç a de c o m p o s t o s de
enxofre, antioxidantes e metais pesados, como
também depende d a c o mp o sição d e gord u ra
(BOS SET et a i . , 1 99 5 ) .
A fo t o s s e n s ibilidade d e u m produto
também é afetada pela quantidade de oxigênio
disponível, pela temperatura e pela intensidade
e tempo de exposição à luz. No caso de queijos
proces sados (categoria em que se enq uadra o
requeijão cremo s o ) , o efeito mais importante
da luz é sobre as reações de oxidação de lipídios
(KRISTENSEN ; S KIB STED, 1 999).
A oxidação de lip ídios está as sociada à
reação do oxigênio com lipídios insaturados por
meio de dois mecanismos diferentes (NAWAR,
1 966) :
A uto-oxidação: mecanismo autocatalítico
de radicais livres em cadeia, principalmente entre
os ácidos grax os insaturados dos acilgliceróis
com o oxigênio atmosférico (oxigênio triplete) .
Dessa reação resultam aldeídos, cetonas, álcoois,
hid rocarb o n e t o s , e t c . re s p o n s áveis pelo
desenvolvimento de sabor e odor de ranço no
pro d u t o . A auto-oxid ação p o de o c o rrer na
ausência de luz, embora esta s ej a u m d o s
poss íveis catalisadores da reação . A reação s e
d á e m três etapas que se distinguem pelos produtos
formados e pelas alterações sensoriais que estes
causam no alimento em cada fase. Na primeira
etapa, a fase de indução ou iniciaç ão, não há
consumo de oxigênio nem alteração sensorial
do p ro d u t o , mas s ão fo rmados os p rimeiro s
radicais livres a partir do ácido graxo insaturado
na presença de catalisadores como luz, calor e
metais. Na segunda etapa, de propagação, inicia­
se a rápida alteração sensorial do produto, ocorre
alto c o n s u mo de oxigênio e fo rmação de
peróxid o s . Fin almente, na última etapa,
d e n o minada de terminação, o p ro d u t o j á se
encontra sensorialmente muito alterado, devido
às interações entre os radicais livres, levando à
formação de compostos estáveis, não radicais,
mas voláteis e responsáveis pela rancidez. Nesta
última etapa não há mais consumo de oxigênio.
Fotoxidação: mecanis mo alternativo que
ocorre q u a n d o ali me n t o s c o n te n d o fo t o s ­
sensibilizadores, como a riboflavina são expostos
à luz. Este mecanismo difere da reação de auto­
oxidação p o r n ão apresentar u m período de
indução, o u sej a, não ocorre a fo rmação de
radicais livres, uma vez que o ácido graxo reage
diretamente com o oxigênio singlete (formado
a partir do oxigênio triplete por meio de reações
fotoqu ímic as) formando o peróxido (etapa de
propagação da reação). Assim, quando ocorre a
fotoxid ação , a oxidação do produto é muito
rápida. No entanto, no caso específico de queijos
este mecanis mo de oxidação não é importante,
pois a riboflavina, s e n d o uma vitamina
hidrosolúvel, é quase que totalmente eliminada
na etapa de dessoragem.
O método de TB A (ácido-2-tiobarbitúrico)
vem sendo utilizado há mais de 40 anos para a
qua nti ficação de p r o d u t o s da oxidação,
principalmente em produtos cárneo s . O TBA
forma um complexo colorido com os produtos
de oxidação dos c o m p o s t o s d e gord uras
insaturadas , sendo esta reação a base para uma
grande aplicação para medida de deterioração
oxidativa de lipídios . A química da reação ainda
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO N AC I O NAL DE LAT I c í N I OS
n ão é completamen te conhecida, mas s abe-se
que o malonaldeído, que é um produto secundário
da oxidação de ácidos graxos poliinsaturados,
reage com o TB A fo rman d o c om p le x o s
coloridos com absorção máxima a 530-53 2nm.
Alguns fatores podem afetar a intensidade da
cor d o c o m plex o , c o m o o u tros p r o d u t o s da
oxidação de lipídios, também reativos ao TBA
e c o m o mesmo máximo de absorç ão d o
co mplexo m a iona lde ído - TBA . Por e s t a razão ,
deve-se usar o número de TBA para acompanhar
a oxidação de lipídios em geral, ao invés de
apenas quantificar o malonaldeído ( MELTON,
1 9 8 3 ; RHEE, 1 9 8 9 ) .
Existem divers os p ro cedimentos p ara o
teste de TBA, os quais têm sido usados em vários
aliment o s e p o dem ser dividid os em quatro
grupos (HOYLAN D ; TAYLOR, 1 99 1 ) :
1 . Tes te na amostra integral;
2 . Tes te no extrato aquo s o ou ácido da
amos tra ( D U N KLEY; JEN N I N G S ,
1951);
3 . Teste n o destilado (TARLADGIS e t ai,
1 960; SIDWELL e t a I 1 95 5 ) ;
4 . Teste na gordura extraída d a amostra.
E m b o ra os t e s te s feitos n a amos tra
integral o u n a gordura ex t raída p o s s am ser
apropriados para muitas amostras, o método da
destilação tem a vantagem de ser aplicado para
qualquer tipo de alimento, além de ser rápido e
reprodutivo (SIDWELL et ai 1 955). Uma grande
van tagem da des tilação c o n siste no fato d o
número d e TBA s e r obtido d e uma solução aquosa
clara, o que permite que o produto da reação de
coloração ro s a p o s s a ser medido c o m maior
e ficácia. A d es tilação red u z a ação de
i n terfe re n t e s , n otada nos procedimentos
utilizando amostras integrais o u extração da
gordura. Contudo, a principal desvantagem da
destilação é que ela é um método empírico, que
requer a c oleta de um v olume de d e s tilad o
específico (HOYLAN D ; TAYLOR, 1 99 1 ) .
Vários autores já estudaram o teste de TBA,
que continu a sendo aperfeiçoado. No trabalho
de DUNKLEY; JENNINGS ( 1 9 5 1 ) foi estudado
um procedimento para aplicação deste teste para
leite, com o objetivo de eliminar a interferência
da precipitação de proteínas, que reagem com
os compostos coloridos, alterando o resultado.
Além disso, foi estudada também a influência de ,
alguns fatores como pH da reação de mistura,
m é t o d o p ara medição da cor, en tre o u tros
parâmetros. A quantidade de cor desenvolvida e
extraída foi influenciada tanto pelo tipo de ácido
usado para acidificação, como pelo pH da reação
de mistura. A s olução de T B A foi feita com
ácido fosfórico p orque este ácido dispersou a
proteína precipitada de forma mais eficiente do
que outros ácidos. O reagente de TBA definido
pelos autores (solução de 0,025M de T B A em
ácido fosfórico) tamponou a reação de mistura
a um pH de aproximadamente 1 ,5 a 1 ,6 . Neste
método os compostos coloridos adsorvidos nas
proteínas foram extraídos por uma mistura 2 : 1
de álcool isoamílico e piridina e as medidas de
ab sorbân cia foram feitas no co mprimento de
o n d a de 5 3 5 n m . O s re s ultad o s ilu s t raram a
reprodutibilidade e aplicabilidade do método .
O t e s t e foi feito e m d u plicata e o s autores
correlacionaram a quantidade de cor avermelhada
com a intensidade do sabor/odor oxidado.
A análise de TB A d e s c rita por KING
( 1 9 62) usou a precipitação de proteína e teve
uma aplicação satisfatória para leite. O método
utiliza TCA (ácido tricloroacético - 1 9/mL) para
remover a proteína e a gordura, seguido de
filtração e adição ao filtrado de solução de TB A
em etanol 95% ( l ,4g/ l 00mL de etanol) . Esses
procedime n t o s tiveram como fin alid ade au­
mentar a formação da cor, após uma hora de
banho- maria a 60°C. A leitura de absorbância
foi feita a 532nm e o resultado da análise de
T B A teve boa co rrelação com os res ultados
obtidos em análise sensorial.
HONG et aI. ( 1 9 9 5 ) desenvolveram uma
metodologia p ara de terminar a oxid ação de
queijo tipo Cheddar armazenado sob ação da luz.
O método proposto consta em dissolver a gordura
extraída da amostra pelo método de J ARRETT
et a I . ( 1 9 8 2 ) . Os v alores de T B A foram
determinados usando o método de ASAKAWA ;
MATSUSHITA ( 1 9 7 9 ) .
O método d e ASAKAWA; MATSUSHITA
( 1 979) consiste em utilizar 2mL de solução de
T B A 0 , 3 6 % em água e 1 mL de TCA 3 5 % ,
adicionados à amostra n u m tubo de 20mL. A
mistura é então aquecida por 1 5 min utos em
banho de água fervente . Depois de resfriado,
são adicionados 1 mL de ácido acético glacial e
2mL de clorofórmio . A mis tura é agitada e
cen trifugada. A leitura de absorb â n cia d o
sobrenadante é lida a 532nm.
KRISTENSEN; S KI B S TED ( 1 999) estu­
daram a es tabilidade do queijo processado na
p r e s e n ç a d e luz e t e m p e r a t u ra c o nt rolada.
O n ú mero de c o m p o s t o s reativ o s ao T B A
( T B A R S ) foi u s a d o p a r a medir o s produtos
s e c u n d ários d a oxidação lipídica. A 6g de
amostra foram adicio nados 1 8 mL d e TBA a
0 , 6 7 % em ácido acético 5 0 % . D e p ois de
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
homogeneizada, a 6 m L da s u s p e n s ã o fo ram
adicionados 3 ,5mL de clorofórmio, misturados
por 5 minutos e centrifugados por 1 5 minutos .
A fase aquosa foi t ran s ferida e colocada em
banho de água a I OO°C por 10 minutos seguido
de resfriamento. Os resultados foram expressos
como u nidades de absorbância a 450nm (Abs
4 5 0 n m/g de queij o ) , c o mprimento de o n d a
referente aos pigmentos amarelos .
S IDWELL e t aI. ( 1 955) usaram a destilação
para extração dos produtos da oxidação do leite
em pó e pos terior reação colori métrica com
solução de TB A. Os autores utilizaram solução
de T B A 0 , 0 5 M e m ácido acético 9 0 % e o s
p ro d u t o s de coloração vermelha fo ram es ti­
mados es pectrofoto metricamente a 5 3 0 n m .
TARLADGIS et aI ( 1 960) também dispen­
saram o uso de s olven tes tóxicos e usaram a
des tilação, cuj o des tilado é obtido a partir da
hidrólise ácida de certa quantidade de amostra,
seguida de aquecimento para volatilização d o
mal o n aldeíd o . A meto dologia u tilizada para
produtos cárn e o s foi baseada na c o n s trução
d e uma c urva p a d rão u s a n d o - s e 1 , 1 " 3 , 3 ' ­
Tetrae t o xiprop ano (TEP) c uj a hidrólise de
1 moL gera 1 moI de malonaldeído. A análise é
feita p o r e s p e ctrofo t o metria de o n d e as
abs orbâncias a 538nm lidas são transformadas
e m mas s a de mal o n al d e í d o p o r v o l u m e d e
destilad o .
A maioria d o s autores enfatiza a impor­
tância de que a qu antificação de produtos de
oxidação reativos ao TBA seja comparada com
a an álise sensorial da amostra, feita por uma
equipe d e vid amente treinada, p ara que se
verifique se há uma relação entre o índice de
TB A ( método objetiv o) e o desenvolvimento
de sabor d e ran ç o n o p r o d u t o ( mé t o d o
s ubjetivo).
Deve-se ressaltar que este método objetivo
de quantificação do nível de oxidação de um
produto durante a estocagem é indicativo e deve
ser utilizado apenas para comparar amostras de
um m e s m o produ to, p o is a q u antidade d o s
compostos reativos ao TBA varia d e prod uto
para produto.
Este trabalho teve como objetivo adaptar
o método de TBA preconizado por TARLADGIS
e t a i ( 1 960) e S IDWELL e t a i ( 1 9 5 5 ) , para o
requeij ão cremoso estudando alguns parâmetros
importantes como pH do material a ser
destilado, volume de destilado a ser recolhido e
co mprimento de onda em que ocorre a maior
absorção d as s ub s t â n cias reativas ao T B A ,
visando selecionar a s melhores condições para
a análise.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2 . 1 . M a t erial
- Produto
Requeijão cremoso produzido p or coagu­
lação ácida a quente e avaliado sensorialmente
como apres e n t a n d o s ab o r/odor de ran ç o
acentuado.
Equipamentos
a) balança analítica com resolução de lO-4g
b) espectrofotô metro S himad zu mo delo
UVl601 BC
c) destilador
d) manta aquecedora
e) agitador magnético
f) balões d e fu n d o chato c o m boca
esmerilhada (250 mL) .
g) pipeta automática
h ) béquer 1 00 mL
i) pH-metro Micron al B 375
j ) pipetas volu métricas
1) proveta 1 00 mL
m) tubos de ensaio com rosca
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACI ONAL D E LAT I C í N I O S
O método consistiu basicamente em pesar
uma quantidade de requeijão que em seguida foi
s u bmetido à uma extração p o r destilação n a
presença de ácido forte. Os produtos da oxidação
recolhidos no destilado foram adicionados de
uma solução de TBA e colocad os em banho­
maria, produzindo um complexo de cor aver­
melhada. D e p ois de res friado à temp eratura
ambiente foi feita a leitura de absorbância em
espectrofotô metro, c álcula n d o - s e a seguir a
absorbância/g de amostra (Abs/g de amostra).
3. RESULTA D O S E D I S C U S S Ã O
Os res ultados obtidos no estudo do efeito
do pH estão representados na Figura 1 . A partir
destes dados, observa-se que o pH que propiciou
a máxima leitura no espectrofotômetro se situou
dentro da faixa de 0,5 a 2,0, sendo que o maior
valor de absorbância foi encontrado no pH em
t orno de 1 ,3 (3 mL de HCl 4N são suficientes
para que se chegue a esta faixa de pH antes da
destilação) . Esta faixa de pH é condizente com
os resultados obtidos por S IDWELL e t a i ( 1 955),
que obteve os maiores valores de absorbância na
faixa de pH 1 ,0 a 1 , 5 , tanto para leite em pó
oxidado c o mo para u m leite em p ó av aliad o
s e n s o rialmente e c o n siderado a p t o para
consumo. TARLADGIS e t a i ( 1 960) obtiveram
maior absorbância, para carnes, na faixa de pH
de 1 ,5 a 1 ,7 .
D e acordo c o m a Figura 2, o volume d e
destilado q u e propiciou a maio r leitura d e
absorbância lida no espectro fotômetro foi um
volume de 50mL de destilado, o que concorda com
os autores S IDWELL et ai ( 1 955), para leite em
pó e TARLADGIS et ai ( 1 960) , para carnes.
Efeito do pH: estudou-se a faixa de pH de
0,5 a 6,0. Para isso foi fixado um volume de
destilado a ser recolhido (50 mL) e o compri­
mento de onda de 532nm.
Volume do destilado: neste estudo foram
u tilizad os os volu mes de 40, 50 e 60mL e a
faixa de pH selecionada na etapa anterior e o
comprimento de onda de 5 3 2nm.
C omprim e nto de onda : realiz o u - s e a
varredura dos comprimentos de onda na faixa
de 400 a 600nm, utilizando-se o pH de extração
e o volume de des tilado selecionados nas duas
etapas anteriores .
- Reagentes
a) solução de HCl 4N
b) s o lução de T B A 0 , 0 2 M ( e m ácid o
acético 9 0 % )
c) solução B HT I : 1 ( e m etanol)
d) antiespumante
e) pérolas de vidro
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0,6
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.
.ffi 0 .4
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0,3
j
2.2. M étodo
No método utilizado neste estudo, partiu­
se c o m alg umas etapas fix as c o m o p e s o d a
amostra, a proporção d e destilado em relação à
solução de TBA, tempo no banho-maria para
ocorrer a reação entre o TB A e o destilado, uma
vez que estas já foram estudados pelos autores
citad os anteriormente, e també m numa etapa
preliminar deste trabalho . Além disso, utilizou­
se o antioxidante bu tilato de hidroxitolueno
(BHT) para previnir a oxidação durante o teste.
Assim, foi estudado o efeito dos seguintes
parâmetros no método de TBA para requeijão
cremoso: pH do material a ser destilado, volume
de des tilado a ser recolhido e comprimento de
onda em que oc orre a maior absorção das
substâncias reativas ao TB A . Utilizando-se a
mesma amostra de requeijão c remoso e a
metodologia básica adaptada dos métodos des­
critos por TARLADGIS e t a i ( 1 960) para carnes
e S IDWELL et ai ( 1 955) para leite em pó.
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0,2
0,1
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pH
Figura 1 - Influência do pH no valor de absorbância a 532nm/g amostra de requeijão cremoso.
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50
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VdlJTe OOstila:lo (rrL) a P atm e T= 25°C
I
I
Figura 2 - Influência de volume de destilado no valor de absorbância a 532nmlg amostra de requeijão cremoso.
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ANAIS D O XIX C O N G R ES S O NACIONAL D E LAT i C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
A absorção da coloração rósea proveniente
da oxidação do requeijão é mostrada na Figura
3 . Pela varredura dos c omprimentos de onda
e m u m a fai x a que variou de 400 a 6 0 0 n m,
constatou-se um máximo de absorção da amostra
a 532nm, que está de acordo com S IDWELL et
a I . ( 1 9 5 5), que utilizaram o comp rimento de
o n d a de 5 3 0n m p ara leite em pó, e c o m
TARLA DGIS e t a l . ( 1 9 60) que u tili zaram o
comprimento de onda de 540nm para produtos
cárneos .
C o m base em e s t u d o s prév i o s e n o s
resultados deste estudo, sugere-se que o método
p a d r o n i z a d o p ara requeij ão cremo s o deve
consistir em:
l e i t ura no e s p ec trofo t ô metro é feita
em triplicada. Adicionar mais 5 mL (com
pi peta automática) de solução de TBA
em cada um dos tubos . Seguir o mesmo
procedimento para o branco substituindo
o destilado por água destilada.
- Fe char os t u b o s e h o m o ge n e i zar as
amostras n o agitador de tubos magné­
tico . Depois colocar os tubos em banho­
maria fervente por 3 5 min para desen­
volvimento da cor. Em seguida, resfriar
os tubos até a temperatura ambiente em
banho de gelo. Fazer a leitura da
abs orbân cia no espectrofotômetro no
comprimento de onda de 532nm. As aná­
lises devem ser feitas em duplicata.
Pesar 20g de requeijão em balão de fundo
chato de 2 5 0 mL. A d i c i onar 2mL de
B HT, com p ipeta volumétrica, mais 1
gota de antiespumante com ajuda de uma
bagueta. Aquecer 93,5mL de água desti­
lada a 40°C e tran s ferir aproxi mada­
mente 60mL desta água destilada, com
aj uda de uma proveta, para o balão, e
homogeneizar a mistura com agitador
magnético por cerca de 2min. Usar o res­
tante da água destilada para lavar o imã.
- A fó rmula u s ad a p ara calc ular a
absorbância por grama de amostra foi
deduzida a partir das diluições e massa
de amostra pesada e está representada a
seguir:
Y
s
= 40,6 x ­
M
Onde:
Y = absorbância por grama de amostra
S = absorbância média das triplicatas lidas
M massa de amostra pesada
- Adicionar, com uma pipeta graduada, 6mL
de HCl 4N e algumas pérolas de vidro .
Colocar para destilar, até obter 50mL de
destilado em um béquer de 1 00mL, o
destilado não deve apresentar turbidez.
5. C O N C L U S Õ E S
As melhores condições determinadas para
a realização da análise de TBA para requeij ão
cremoso foram: pH na faixa de 0,5 a 2,0, volume
de destilado 50mL e leitura de absorbância no
comprimento de onda de 532nm.
- P i p e t ar c o m aj u d a de p i p e t a a u t o ­
máti ca, 5 mL d o des tiladoe tra n s ferir
p ara tubos d e e n s a i o c o m r o s c a,
le v an d o - s e e m c o n s i d e ra ç ã o q u e a
0,6
cu
'g
0,5
'cu
0,4
.2
0,3
-e
cu
(])
"
\:! 0,2
.3
'w
-.J
0,1
350
400
450
500
550
600
650
Comprimento d e onda (nm)
Figura 3
-
Curva de absorbância para compostos reativos ao TBA em requeij ão cremoso .
S UMMARY
"Requeijão cremoso" is a typical B razilian
high-fat processed cheese (minimum of 55% fat
on dry basis). The high fat content makes this
product particularly s u s ceptible to oxidation,
especially when exposed to light in retail display
counters for prolonged periods of time.
Oxidat i o n o f fats i s affected by fac tors
s u c h as oxygen c o n centrati o n , temperature,
light intensity and the presence of pro-oxidants.
Oxi dation o f o nly a smalI portion o f the fat
c o n t e n t i s e n o ug h to p r o d u c e o ff-fl av o rs
associated with fat alteration and, consequently,
causes consumer rejection.
Monitoring the oxidation of oils and fats
is very i mp o rtant i n any fo o d plant w h i c h
processes foods s ubject to minimum fat leveIs,
part i c ularly in t h o s e s t ages o f s t o ra ge and
process i n g d u ri n g which li pids may u n dergo
c hemical changes that cause product deteri o­
rat i o n . For that reason, the availab ility of
objective methods t o meas u re the degree of
oxidation of lipids contained i n food products
is of utmost importance.
The reac t i o n of 2 - t h i obarbi t u ri c acid
(TBA) with lipid oxidation products generates
a pink pigment, the concentration of which can
be determi ned s p ectrophotometricalIy and i s
expressed as the TB A indexo T h i s i nd ex h as
been increasingly used to measure the degree of
oxidation of a wide variety of foods .
T h e obj ective of t h i s s t u d y consi sted i n
adap t i n g t h e TB A method fo r " reque ij ão
cremoso" in order to identify the best conditions
and parameters to perform the TBA analysis.
F o r that p u rp ose, the e ffe c t o f i mp ortant
p arameters s uch as p H of the material to be
distilled and the distillate volume were studied
as well as the absorption s pectra of the color
p r o d u c e d w i t h TB A t o o b t a i n the o p t i m u m
wavelength.
The same sample of "requeijão" was used
in alI the steps of the experi ment. Within the
pH range investigated (0.5 to 6 . 0), the volume
of the distillate to be collected was set at 50mL
and wavelength at 532nm. Higher absorbancy
values were obtained within the 0.5 - 2 .0 pH
range, a fin d i ng which is compatible with the
values reported i n literature.
The amount of distilIate to be colIected
was also studied : 40mL, 50mL or 60mL, within
the previously determined pH range (0.5 to 2.0)
and at wavelength 532nm. Highest sensitivity
and repeatable accuracy were achieved with the
5 0mL distillate volume.
Finally, by scanning wavelengths across the
400 to 6 0 0 n m ran ge, m a x i m u m ab s o rbancy
values were achieved at 532nm.
Thus, the follo w i n g parameters were
identified as those that provide the best results
in determining the progression of lipid oxidation
reactions in " requeijão cremoso" as measured
by TB A analysis : pH in the range of 0,5 to 2,0,
d i s t illate volume of 5 0mL and readi ng o f
absorbancy at a wavelength of 532nm.
Key words : requeijão cremoso ; oxidation;
TBA - 2- thiobarbituric acid
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
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PESQUISA D E SALMONELLA SP, ESCHER/CHIA COL!, LlSTERIA SP E
STAPHYLOCOCCUS SP. E D ETECÇÃO DE ENTEROTOXINAS ESTAFILOCÓCICAS
EM QUEIJO TIPO COALHO
Assessment of Salmonella sp, Escherichia coli, Listeria sp and Staphylococcus sp
and detection of staphy/ococca enterotoxin in "coalho " type cheese
Luciana Siqueira Rapini 1 ; Leandro D . Feijó1 ; Jamaira F. Verasl , Kelly F. Nasci mento2;
Joaquim B. Amado3, Isabella P. do Couto3 ; Luis Simeão do Carmo4;
Maria Crisolita Cabral da Silva4; Mônica M .O . P.Cerqueiras·
1 . I N T R OD U Ç Ã O
O queij o t i p o coalho é tradicionalmente
p ro d u z i d o no n o r d e s t e d o B rasil, s e n d o
c o merc i alizado em p raias e consumido ap ós
submetido a um moderado tratamento térmico.
Os cuidados para se obter um produto de
boa q u al i d ad e mi crobiológica, i s e n t o de
contam i n ação com m i c ro rgan i s mos deteri o ­
rantes ou p atógenos, v ã o desde a obtenção d a
matéri a-prima, process amento, mani pulação,
estocagem e distribuição.
Destacam-se como agentes etiológicos de
t o x i n fe c ç õ e s ali mentares , Staphyl o c o c c u s
2
3
4
5
a u re llS, Sallllofle lla, Esche richia co Zi, Liste ria
Il/ O ll o c i to g e ll es ,
C l o s tridi u m p e lfri n g e n s ,
Baci lllls c e re u s , entre outros microrgan ismos
(Germano e t a i. 1 99 3 ) .
S abe-se que o s t rat ame n t o s térmicos
destroem a maioria dos microrganismos, porém
as enterotox i n a s p ro d u z i das pelos m e s m o s
apresen tam termoes tabili d ad e e permanecem
ati vas no alimento p o r u m lo ngo perío d o de
tempo Carmo e t ai. (200 1 ) , tornan d o - s e um
risco em potencial à saúde dos consumidore e
um problema de saúde pública.
Estudantes de Mestrado da Escola de Veterinária/UFMG. lusirapin i @ bol.com.br
Médica Veterinária.
Al unos de Graduação da Escola de Veterinária/UFMG.
Pesquisadores d a FUNED-Fundaç ão Ezequiel D i as
Professora da EV//UFMG. * orientadora pinho6 1 @ hotmail.com. DTIPOA/UFMG- Av. Presidente C arlos Luz,
6627 cepo 30 1 23,-970. B elo H orizonte-MG-Brasil..
ANAIS D O XIX C O N G R ES S O N A C I O N A L DE L ATiC í N I O S
A presença da Salmonella e da Escherichia
nos alimentos, cuj o habitat exclusivo é o
trato gastro i n t e s t i n al de a n i m a i s de s an gue
quente, indica p recárias condições higiênico­
s an i tárias d e fabricação/ma n i p ulaç ão d o
aliment o (S ilva e t a lo 200 1 ) . A contaminação
fecal por estes microrganismos pode ter ocorrido
antes do trat amento térmico e c o n s e q ü e n te
i neficiênc ia deste ou contami nação pós trata­
mento térmico . A s almonelose é caracterizada
por proces s o i n fe c c i o s o no trato gastro i n ­
testinal do consumidor, representando um grave
problema de saúde pública, porém a ocorrência
de i n feç ão vai depender de di vers o s fatores
predisponentes envolvidos (S ilva e t a i. 200 1 ) .
Vários s u rtos d e t o x i n fecção ali mentar as­
sociados à E . coZi patogênicas têm sido causados
pelo consumo de carne crua, lei te cru e seus
derivados (Quinto e t a lo 1 997).
Listeria sp. é normalmente encontrada no
meio ambiente sendo a s ilagem contaminada a
p ri n c i p al fo n te de c o n t ami nação p ara rumi­
nantes . Listeria monocytogenes é responsável
p or quadros de mastite, contaminando o leite
cru . As t o x i n as produzi das causam qu adros
neurotóxicos em h u m a n o s , sendo graves e m
mulheres gestantes . S urtos de listeriose humana
na A méri ca do Norte têm s i d o as s o c i ad o s a
p rodutos láticos contaminados resultando em
mortalidade de 33% (Marrakchi e t ai. 1 99 3 ) .
Segundo M outinho (200 1 ), a i ntoxicação
alimentar causada por toxinas pré-formadas de
Stap hylo c o c c us a u re u s é uma das princi p ais
causas de i n toxi cação ali mentar. O homem é
considerado a principal fonte de contaminação
de produtos s ubmetidos à pasteuri zação p o r
S . aure us, pois de 30 a 50 % das pessoas sadias
são p ortadoras destes . Estes mocrorganismos
são encontrados nas fossas nasais, em furúnculos
e feridas supurativas na pele.
Atualme n te s ão c o n he c i d o s 9 t i p o s de
enterotoxinas estafilocócicas que são : A, B , C I ,
C2, C 3 , D , E , G , H ( N i colau e t a l o 200 1 ) , I
(Jarraud et aL., 1 999), J (Ren et al. , 1 999) e K
(Orw i n e t a l. , 2 00 1 ) s e n d o p ro d u z i d as n o
alimento quando a contagem do microorganismo
é n o mínimo 1 06/g (Carmo et a i. 1 996).
Embora a legislação brasileira estabeleça
padrões apenas para Stap hylococcus coagulase
p o s i tiva vári o s trabalhos de pesq u i s a têm
demonstrado que algumas cepas de Staphylococcus
coagula se negativa podem ser p o tenciais .
produtoras de enterotoxinas. Valle ( 1 990) em um
estudo para isolar bactérias da pele e mucosa nasal
de manipulado res e do leite de úberes saudáveis
mostrou que 74% e 22% das cepas de
coZi
coagulase positiva e negativa,
respectivamente, eram enterotoxigênicas.
Considerando que o queij o tipo coalho é
amplamente c omerc ial izado e c o n s u mido nas
p raias norde sti n as , sendo caracterizado por
condições de obtenção da matéria-prima e proces­
samento variáveis, tendo seu processo de fabri­
cação (pasteurização) como fator desconhecido,
com man i pu lação em c o n d i ções h igienico­
sanitárias i nsatisfatórias e sua forma d e venda
( tabletes no espeto), e x p o s i ção à elevada
temperatura por longo período de tempo e sob
ausência de refrigeração, constata-se que o mesmo
pode t ornar- se um p otencial v e i c ulador de
toxinfecções para a população que o consome
em praias nordestinas.
Considerando estes aspectos, este trabalho
objetivou pesquisar Salmonella sp, Esclzerichia coZi,
Listeria sp, Staphylococcus sp e detectar toxinas
estafilo cócicas a partir de amos tras de queij o
coalho comercializadas em praias nordestinas.
Staphylo coccus
2. MATERIAIS E MÉTODOS
No presente estudo, foram coletadas 1 0
amostras d e queijo tipo coalho comercializadas
em p raias norde s t i n as . Tai s amos t ras foram
transportadas sob refrigeração até a Fundação
Ezequ iel D i as - FUNED - B elo Hori zonte MG, para Laboratório de Microbiologia de Ali­
mentos onde foram realizadas a pesquisa para
Sa lmonella sp, Listeria sp, Esche riclzia co/i e
Stap hylococcus s p .
As li nhagen s isoladas de Staphylococcus
s p fo ram tran s feridas p ara o L ab o ratório de
Enterotoxinas estafilocócicas - FUNED - MG
onde foi realizada a identificação das espécies e
a prova de p r o d u ç ã o de e n t eto t o x i nas
estafilocóci cas dos tipos A , B , C , D e TSST- I
(toxina da síndrome do choque tóxico) .
As análises microbiológicas de Salmonella
s p , de L i s te r i a s p , de Es c h e r i c h i a c o Zi, d e
Staphylo coccus sp, detecção de enterotoxinas
e stafiloc ó c i c as e a S e n s i b i l i d ade Ó t i m a em
Placas-OSP foram reali zadas segundo o Com­
pendium of Methods for The Microbi ological
Examination of Foods, (APHA, 1 99 2 ) . O Mé­
todo da M embrana s o bre Á gar foi realizado
segundo Hallender ( 1 9 65).
3 . RES ULTA D O S E D I S C U S S Ã O
Os res ultad os observados demonstraram
con taminações significati vas pelos diferentes
microrganismos. Listeria sp . não foi detectada
em nenhuma das amostras (Quadro . I ) .
60
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
-
Quadro 1
Qualidade microbiológica de queijos tipo coalho comercializadas em praias nordestinas.
Origem
Salvador
Salvador
Salvador
Salvador
Salvador
Maceió
Maceió
Maceió
Maceió
Maceió
Amostra
OI
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Listeria sp.
-
Salmonella sp.
-
-
-
+
Das dez amostras analisadas, Sa lmonella
foi isolada em duas amostras. Considerando­
se o R e gulame n t o Téc n i c o de I de n t i dade e
Qualidad e do Q ueij o tipo Coalho - RTIQ (não
publicado ainda oficialmente) e, baseando-se na
R e s ol u ç ão de 02/0 1 /200 1 da A N V I S A/MS
( B rasil, 200 1 ) sobre p adrões para queij o s de
média umidade, verifi co u - s e que 2 amos tras
( 2 0 % ) fo ram c o n s i d eradas i n s at i s fatórias
(Gráfico 1 ) .
-
Porcen tagem de amos t ras s at i s ­
fat órias e i ns a t i s fatórias para a
pres e n ç a de S almonella s p p e m
queijo t i p o coalho.
80%
o Satisfatório
20%
III lnsatisfatório
-
+
-
sp.
Gráfico 1
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O N AC IO N AL D E LAT i C í N I OS
I
E. coZi. foi isolada em apenas uma ( 1 0%)
das amostras analisadas . Embora não tenham
s i d o real i z a d a s as p r o v a s e s p e c ífi c as p ara
cara c t e r i z a ç ã o d e s t e m i c r o rg a n i s m o, v ale
res saltar a i mp ortância das cepas patogênicas
n o s s u r t o s de t o x i n fe c ç õ e s ali men tares ao
homem. A E. c o Z i toxi gên ica é clas s i fi cadas
em três categorias : enterotoxigênica (ETEC),
v e r o t o x i gê n i c a ( V TE C ) e n e c r o t o x i gê n i c a
(NTEC), sendo a primeira u m dos maiores grupos
dentre a E. c o Zi a causar diarréia. O sorotipo
0 1 57 : H7 da E. c o Zi ETEC causa n o homem a
colite hemorrágica e a síndrome urêmica hemo­
lítica, sendo a carne e o leite cru confirmados
como as fontes mais freqüentes de infeção em
d iversos s u rtos des tas sín dromes n o EUA e
Canadá ( Karmali et a lo 1 98 9 ) .
Q u i n t o e t a lo ( 1 9 9 7 ), p e s q u i s aram a
ocorrência da E. coZi toxigênica em queijo feito
a partir de leite cru e leite pasteurizado, i solou
E. coli.
-
-
-
+
+
foram produtoras de SEC e 1 4, 3 % produtora de
SEB . Nenhuma das cepas de Staphylo coccus sp
apresentou produção de toxina TSST- 1 .
+
G ráfi co 2
StavhvlocoCCllS spp
+
-
+
+
+
46%
40%
+
co
+
E. c o Z i ETEC, NTEC e V TEC s o m e n t e e m
queijos produzidos a partir do leite cru.
S ilva e t a i (200 1 ), pesquisaram mi cror­
gan i s mos em queij o m i n as fre scal fabricado
artes analmente e encontraram 9 1 , 3 %, 43,5 % e
3 1 , 6 % das amos tras em d e s a c ordo c o m o s
padrões estabelecidos na legislação brasileira para
S. aureus, Salmonella e E. coli respectivamente.
Cerqueira e t. aI ( 1 994) relataram um surto
epidêmico de toxinfecção alimentar envolvendo
queijo Minas Frescal fabricado artesanalmente.
A amostra de queijo apresentou Salmonella spp,
StapJzy l o c o c c u s a u re u s ( 4 , 1 x 1 06 UFC/g),
Coliformes t o t a i s e E. coZi e os s i n t o mas
ob servados foram náu seas, vômi tos, d iarréia,
febre, tremores, dores abdominais e fraqueza
muscular. Concluiu-se que a causa do surto foi a
associação da infeção por Sa lmone lla s pp, E.
coli e/ou toxinas estafilocócicas.
A con tagem d e Stap Jzylo c o c c u s sp. dos
queijos analisados variou de 4,7 x 1 04 a 2,0 x 1 07
UFC/g, sendo observada uma média de 4,9 x 1 06
UFC/g (desvio padrão de 0,8 8 ) e CV de 1 4,57%).
De acordo com o RTIQ de Queij o t i p o
Coalho e com a Resolução de 02/0 1 /200 1 d a
ANVISA/MS (B rasil, 200 1 ) para queijos d e média
umidade, observou-se que 1 00% das amos tras
apresentaram enu meração de Stap hylo c o c c u s
aureus acima do nível máximo permitido ( 1 03),
podendo causar riscos à saúde pública (Quadro 2).
De acordo com o Gráfico 2, das dez amostras
foram isoladas 50 cepas de Staphylococcus, sendo
46% S. aureus, 40% S. coagulase negativa e 14% S.
sp. Observou-se que em contagens de 1 04 UFC/g de
Staphylococcus sp. houve produção de enterotoxinas.
De acordo com o Gráfico 3, das cepas de
Stap lzy l o c o c c u s a u re u s , 2 1 , 7 % fo ram produ­
toras de enterotoxina SEC ; 3 9, 1 % de SEB, e
3 9, 1 % de ambas t o x i n as . Das cepas de S.
coagulase negati va, 5 5 % foram produtoras de
SEC, 1 0% produtoras de SEB, 20% de ambas as
t o x i n as e 5 % não apres e n t o u p r o d u ção de
toxina, enquanto que as cepas de S. s p , 85,7%
Gráfico 3
Porcentagem d e S taphy l o c o c c us
s p p i s olado d e 1 0 amo s tras de
queijo de coalho.
+
+
6 1 ,5% eram produtoras de SEA; 23, 1 % de SEB ;
7,7 % de SEC e 7,7% de SEA e SEB .
'ü
c:
<OI
:::1
t:r
OI
E!l Staphy/ococcus aureus
Eim Staphy/ococcus coagulase negativa
O Staphy/ococcus spp
.!
. .
A Resolução de 02/0 1 1200 1 da ANVISA/
MS ( B R A S I L 200 1 ) c o n s i d era o S. a u re u s ,
coagulase positiva, como a única cepa produtora
de enterotoxinas. Porém, a literatura tem demons­
trado que algumas cepas de Staphylo c o c c u s
co a g u l a s e n e g at i v a, c o m o S . ep i d e r m i t i s ,
S . xy lo s u s , S . w a rn e ri, S . s ap rop lzyti c u s, S.
haemolyticus, S. colznÍÍ, S. sciuri e S. lentus podem
ser p o tenciais produtoras de enterotoxinas
desencadeando surtos de intoxicação alimentar na
população (De Luca, 1 997).
Nicolau e t alo (200 1 ) analisaram amostras
de queijo tipo mussarella e detectaram S. aureus
em 58,2% das amostras. Das cepas de S. aureus
an alisadas, 9, 8 % apresentaram potencial p ara
produção de enterotoxinas, sendo que destas
Quadro 2
_
90
80
70
60
50
40
30
20
10
o
-
Distribu ição de enterotoxinas (%)
prod u z i das d e acordo c o m
Staphy l o c o c c u s s p p i s olad os d o
queijo d e coalho.
S. aureus Staphy/ococcus
coagulase -
I
I3 S E B
Plm S EC
D S E B & S EC
Staphy/ococcus sp
III n e n h u m a
Sena e t aI. ( 1 99 8) isolaram S. {w reus de
amostras de queij o tipo coalho e verifi caram
que 35% das cepas eram produtoras da toxina da
S índrome do Choque Tóxico (TS S T - 1 ) . Esta
síndrome caracteriza-se clinicamente por febre,
hipotensão, congestão de vários vasos e choque
letal. Associação da TSST -1 com a produção de
u m a ou mai s enteroto x i n as es t afilo c ó c i cas
detectadas a partir de cepas envolvidas em casos
d e mastite tem s i d o relatada na li te rat ura
(Card oso, 1 9 9 9 ) .
Contagem de Staphyloco c c us s p . e d etecção d e enterotoxinas em amostras de queij o
coalho comercializadas no Nordeste do B rasil.
Queijos de Salvador
Amostras
Contagens de StavhvlococclIs so.
OI
1 ,9x107 UFC/g
02
> 2,Ox l O UFC/g
03
4,6x 106 UFC/g
04
8,9x l O'UFC/g
05
1 ,33x 105 UFC/g
Amostra
06
07
08
09
Contagens de StavhvlococclIs SO.
> 2,Ox lO" UFC/g
4,7 x 1 04 UFC/g
"
> 2,Ox l O UFC/g
> 2,Ox lO" UFC/g
10
8,7x I O· UFC/g
Pools
Pool l
Pool 2
Pool 3
Pool l
Pool l
Pool 2
Pool 3
Pool 1
PooI I
PooI 2
Pool 3
Queijos de Maceio
Pools
Pool l
Pool l
PooI I
Pool 1
Pool 2
Pool l
PooI 2
Toxinas
SEC
SEC,SEB
Não produziu
SEC
SEC
SEB
SEB
SEC
SEC
SEC
SEC
Toxinas
SEC
SEC
SEB
SEB,SEC
SEB,SEC
SEC
SEB
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ANAIS DO XIX C O N G R ESSO N AC I O NAL DE LAT i C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
Vernozy-Rozand et a lo ( 1 996), relataram
a detecção de e n tero toxinas o riun das de
Staphylococcus coagulase negativa identificados
como S xy losus, S. simu lans, S. e q uorum e S.
lentus isoladas de queijo e leite de cabra.
Surtos oriundos de toxinas de Staphylococcus
coagulase negativa foram relatados por Omori
& Kato ( 1 9 5 9 ) no Japão e por B reckinridge
( 1 97 1 ) nos EUA, que is olaram a bactéria e a
enterotoxina na carne consumida, assim como
nas lesões secas de impetigo presentes nas mãos
de um manipulador.
Mariano et a l o (200 1 ) isolaram e identi­
ficaram cepas de S tap hy l o c o c c ll S sp entero­
t o xigênicas oriu n d as de leite capri n o e os
s o rotipos p r o d u z id o s . Foram is oladas 3 6
( 1 9,6%) bactérias enterotoxigênicas d o gênero
S taplzylococcus do leite, sendo 14 (38,8%) de S .
a u r e L/ S , u m a d e S . cap i tis (2 , 8 % ) , duas de S.
cohnii (5,4%), uma de S. chromogenes (2, 8 %),
cinco de S. lugdll n e n s is ( 1 3 ,7 % ) , uma de S.
h a e m o ly t i c u s ( 2 , 8 % ), cin c o de S. s i m u la n s
( 1 3 , 7 % ) , uma de S . cap rae (2, 8 %) , uma de S.
w a rn e ri ( 2 , 8 % ) e cinco de S. ep iderm idis
( 1 3 , 7 % ) , p r o d u zi n d o u m o u mais s o rotip o ,
isolados ou simultaneamente.
Carmo e t aI. (200 1 ), ao isolarem S. a ureus
em d ois s u rtos de intoxicação alimentar
envolvendo queijos Minas e leite cru . No queijo,
a contagem de S. a u re us variou de 2,4 x 1 03 a
2,0 x 1 08 UFC/g com cepas produtoras de SEC/
S E B /S E A .
No leite cru isolaram-se
Staphylo c o c c l/ S
c o agu las e negativo e m
contagens superiores a 2 , 0 x 1 08 UFC/g e cepas
produ toras de e nteroto xinas SEC e SEB . As
fontes de contaminação no primeiro surto foram
os manipuladores e no segu n d o , um caso de
mastite infecciosa.
4. C O N C L U S Õ ES
o queij o tipo coalho comercializad o em
praias do Nordeste apresenta-se impróprio para
o c o n s u m o , c o m ris c o poten cial de c a u s ar
intoxicação alimentar.
Faz-se necess ária a revisão urgente dos
padrões da legislação atual para Staphylococcus
sp, considerand o o Staphy lococcus c oagulase
negativa como capaz de produzir enterotoxinas .
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE QUEIJO M !NAS ARTESANAL FRESCO E MATURADO
PRODUZI DO NA REGIAO DO SERRO-MG
Microbiolog ical Evaluation of Fresh and Aged Artisanal Minas Cheese, Manufactured
in the Region of Serro-MG*
FAR IA , L . M . l , FONS ECA, L . M .2, CAB RAL, M . C .3,
F E R R E I RA, C . L . L . f4 , MACHADO, E . C . l
RESUMO
Este trabalho foi realizado durante os meses de outubro, novembro e dezembro de
200 1 e teve por objetivos avaliar a qualidade microbiógica do queijo Minas artesanal
produzido na região do Serro-MG e avaliar o efeito da maturação sobre a microbiota
contaminante. Trinta e três amostras de queijo Minas artesanal foram coletadas no CEASA­
MG e na região do Serro . Destas amostras, doze foram coletadas em duplicata a partir do
mesmo lote de fabricação e subdivididas para análise imediata e após um período de trinta
dias de maturação em câmara fria a 1 2DC. As amostras foram analisadas para Coliformes
a 30DC e 45DC, Staphylococcus coagulase positiva, Salmonella sp., Listeria monocytogenes
e Strep tococcus sp. Baseado no padrão da ANVISA (Resolução número 12 de 02 de janeiro
de 200 I ) , trinta e uma (94%) encontraram-se impróprias ao consumo humano, sendo a
principal contaminação devido a Staplzylo coccus coagulase postitivo . Em nenhuma das
amostras maturadas houve redução significativa do número de Staphylococcus coagulase
positivo. Nenhuma das amostras analisadas apresentaram contaminação por Salm one ��a
sp., Listeria monocytogenes ou Strepto coccus sp. Os resultados demonstram que o queIJO
Minas artesanal do Serro, da forma como está sendo produzido e comercializado, apresenta
risco à saúde do consumidor e que a maturação por trinta dias nestas condições experimentais
não res ulta em satisfatória redução da microbiota contaminante.
Palavras-chave: Queijo Minas artesanal, qualidade microbiológica, maturação.
1. I N T R OD U Ç Ã O
O consumo de leite e derivados lácteos é
expressivo no B rasil, sendo que o consumo de
queijo é de 2,3 quilos per capita ao ano. O estado
de Minas Gerais é o maior produtor de queijo do
Brasil, com cerca de 2 1 5 mil toneladas por ano,
o que corresponde a 50% da produção nacional
(MARTINS, 200 1 ) . De acordo com o Sindicato
das Indústrias Laticinistás do Estado de Minas
Gerais ( S ILEMG), existem 1 . 2 5 3 es tabele­
cimentos do gênero em Minas Gerais, gerando
cerca de 350 mil empregos diretos e cerca de 2
milhões de empregos indiretos, com faturamento
anual de 5,5 bilhões de reais e apresentando um
crescimento de 1 0% ao ano.
2
3
4
Dentre as variedades de queijos produzidos,
o tipo Minas destaca-se pela sua grande produção
e co mercialização, sendo que o seu consumo
representa 1 6% em relação às outras variedades
de queij o no B rasil (AB IC, 1 9 96, citado por
VILELA et ai, 2000).
Em Minas Gerais, a p roduç ão de queijo
Minas a partir de leite cru é uma atividade
tradicio nal de vários mu nicípio s , que exerce
grande imp o rtância p ara a e c o n o mia e
identidade sócio-cultural do Estado, além de ser
a principal atividade geradora de renda des tas
regiões (FURTA D O, 1 9 8 0 ) . O queij o Minas
artesanal é p ro d u zi d o em 5 1 9 d o s 8 2 3
Alunos d o Curso d e Pós-Graduação da Escola d e Veterinária da UFMG.
PhD, Professor do Departamento de Tecnolog i a e Inspeç ão de Produtos de Origem Animal d a Escola de
Veterinária d a UFMG .
Msc, Laboratório de Microbiologia de Alimentos da Fundação Ezequiel Dias.
PhD, Professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa.
ANAIS D O XIX C O N G R ES S O N A C I ONAL DE LAT i C í N I O S
municípios mineiros, n uma cadeia que reúne
aproximad amente 27 mil pequenos e médios
produtores . A pro dução mensal gira em torno
de 3 .600 toneladas, movimentando cerca de 1 0
milhões d e reais ( E M ATER, citada p o r
MARTINS, 200 1 ) . Segundo o Instituto Mineiro
de Agropecuária ( lMA), a atividade gera cerca
de 1 20 mil empregos diretos e cerca de 40 mil
empregos indiretos. A maior produção de queijo
Minas c o n c e n tra-se nas regiões mineiras d o
Serro, Serra do Salitre e Serra da Canastra, que
res p o n de m p o r 6 8 % de a t o d a a p r o d u ç ã o
mineira ( MARTINS, 200 1 ).
é o responsável pelas características sensoriais
t radicion ais e pec uliares do q ueij o Minas
artesanal, pois as culturas lácticas nele contidas
foram selecionadas ao longo de dezenas de anos,
variando entre regiões e até entre produtores da
mesma região (LEITE, 1 9 9 3 ) . Este processo
caseiro de fabricação pouco se alterou ao longo
do tempo, não acompan han do a c rescen te
demanda pela segurança higiênico-sanitária dos
alimentos por parte dos mercados consumidores
interno, ex tern o e dos órgãos fis c alizadores
oficiais. O seu cronograma de fabricação (FIG.
1 ), mantém as mesmas técnicas antigas que são
transmitidas de pai para filho na região do Serro.
Algumas mudanças em relação à metodologia
inicial referem-se basicamente ao tipo de coalho,
que antes era obtido de estômago de bezerros,
c ab ritos ou tatus e h oj e é i n d u s t rializad o
(FURTADO, 1 9 8 0 ) .
1 . 1 . A Região do S erro
O Serro é uma cidade histórica do Estado
de Minas Gerais e situa-se a 200 quilômetros ao
n o rd e s te de B elo H o rizonte, na região
denominada Alto Jequitinhon ha. A prática de
fabricação do queijo tipo Minas a partir de leite
cru é a principal atividade econômica e cultural
de todos os municípios da região do Serro, sendo
esta atividade responsável pela manutenção de
um significativo n úmero de homens do campo
em seu "habitat natural", evitando assim o sério
problema do êxodo rural (FURTADO, 1 9 80).
Somente a região do Serro produz cerca de
20 toneladas de queijo por mês, dos quais 50%
são comprados pela Cooperativa dos Produtores
R urais do S erro, o n de s ã o e mbalad os,
i de n ti fic ado s c o m o n ú mero d o produtor e
distribuídos para o varejo. O restante da produção
é vendido por intermediários ou diretamente no
Mercado C e n tral, em B elo Horiz o n t e .
( MARTINS, 200 1 ) .
1 .2. O rigem e Fabricação do Q ueij o Minas
A rtesanal
A o rigem d o queij o Minas artesanal
remonta ao século X V I I I, durante a chamada
"corrida do ouro" quando houve grande afluxo
de pessoas p ara o interior mineiro. Por esta
ocasião, o s p o rtugueses teriam iniciado a
fabricação de um queijo semelhante ao queijo
oriundo da S erra da Estrela em Portugal, que
torn o u -se a base para o desenvolvimento d o
produto mineiro (VARGAS, 1 99 8 ) .
O queijo Minas industrial é feito c o m leite
pasteurizado e com fermento láctico liofilizado
importado (FERREIRA et ai, 1 992). Já o queijo
'
Minas artesanal é fabricado a partir do leite cru
adicionado do "pingo". O "pingo" é uma porção
de soro fermentado originado do dessoramento
dos queijos da produção do dia anterior. O pingo
Figura 1
- Cronograma de fabricação do queijo
Minas artes anal .
O queijo Minas artesanal é um produto de
coagulação enzimática, de massa crua, moldado
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
em forma cilíndrica de diâmetro cerca de duas
vezes superior a sua altura que pesa cerca de um
quilograma. Pode ser encontrado fre sco (Minas
frescal), semi curado (meia cura) ou curado, de
acordo c o m o tempo de matu ração a que é
submetid o . O tipo meia cura apresenta crosta
branco- amarelada e gosto levemente ácido e
ligeiramente amargo, res ultante do início do
processo proteolítico (FERREIRA et aI, 1 992).
Este tip o de queij o normalmente é acondicio­
nado em embalagens de sacos plásticos, fechados
com fecho metálico ou simplesmente amarrados
com um nó, sem o uso de vácuo (HOFFMAN et
aI, 1 995 citado por VILELA et aI, 200 1 ) .
1 . 3 . A s p ectos h i g i ê n i c o - s a n i t á rios
saúde pública
e
de
O leite cru pode ser importante veículo · de
agentes patogênicos . Portanto, o queijo Minas
artesanal pode representar sérios riscos à saúde
humana, uma vez que a matéria-prima utilizada
para sua fabricação não é submetida a nenhum
tipo de tratamento para eliminação de micror­
ganismos pato gênicos . Além dis so, o método
rudimentar de fabric ação, excess o de mani­
p u lação ao qual é s u b m e t i d o e p re c árias
c o n dições de dis trib uição e co mercialização
fav o r e c e m a c o n t a m i n a ç ã o por micror­
ganis m o s p at o g ê n ic o s . A área d e c o m e r­
cialização é ampla, atingin do todo o S udeste
b r a s ileiro e o u tras regiõ e s d o t e rrit ó rio
nacional, agravando o risco para a saúde pública
(SEBRAE, 1 99 7 ) .
A qualid ade microbiológica de q ueij o s
artesanais de t o d o o país v e m s e n d o alvo d e
constante monitoramento p o r parte d o s órgãos
de inspeção . A maioria dos resultados obtidos
demons tram a con taminação de grande parte
das amostras analisadas, confirmando o risco
que o consumo destes queijos representa à saúde
da população.
O número de notificações de toxinfecções
de origem alimentar vem aumentando em todo
o mundo. Este fato é decorrente de fatores, tais
como distribuição globalizada, aumento da escala
de produ ção, aumento do n ú mero de pess oas
susceptíveis, tais como idosos (aumento da idade
da pop ulação m u n d ial) e i m u n o - d eprimido s ,
melho ria n o s m é t o d o s d ia g n ó s ticos e de
investigaç ão, etc. Este quadro i nternacional
confere à seg urança sanitária de um produto
alimentício u m " s t atus" cada v e z maior,
p rincip almente à medida q u e o mercado
consumidor se conscientiza dos riscos que os
mesmos podem trazer à saúde.
1 .4 . L egis lação
A comercialização de queijos feitos a partir
de leite cru é permitida e regularizada pelo
Serviço de Inspeção Federal desde 1 952, através
do Regulamento da I n s peção I n d u s trial de
Produtos de Origem Animal (RIIS POA) . Neste
regulamento é autorizado o comércio de queijo
fabricado a partir de leite cru, desde que subme­
tido a um tempo mínimo de sessenta dias de
maturação e m e n t re p o s t o s , basean d o - s e n a
hipótese d e que após este período a microbiota
patogênica seria totalmente eliminada.
Este período de matu ração de 60 dias é
c o n siderado lo n go pelos p r o d u tores e
comerciantes de queijo que alegam alto custo de
armazen amento e perda d as c aracterísticas
sensoriais tradicionais do produto . Logo, o queijo
Minas artesan al u s u alme n te é v e n dido c o m
poucos dias d e fabricação, praticamente fresco,
s e n d o p o s s ível a vis u aliz ação de grande
quantidade de soro nas embalagens dos mesmos.
Recentemente, foi s ancionada p elo
Governo Estadual de Minas Gerais, a Lei número
1 4 . 1 8 5 de 3 1 de j aneiro de 2002, que dispõe
sobre o processo de produção do queijo Minas
artes a n al e dá o u t ras p rovidên cias ( M IN A S
GERAIS, 2002). Além deste fato, o queijo Minas
foi re centemente tombado p elo I n s tituto
Es tad ual d o Patrimônio Histórico e Artís tico
(IEPHA-MG), sendo co nsiderado desde o seu
processo de fabricação até o p ro d u to fin al,
Patrimônio Cultural do Estado de Minas Gerais . .
O presente trabalho foi realizado com o
objetivo de verificar a qualidade microbiológica
do queij o Minas arte s a n al , fre s c o e após
maturação d e trin ta dias e m câmara fria, e
determinar se ocorre alteração da microbiota
con taminante pelo processo de maturaç ão.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2 . 1 . Coleta de amos tras
Doze amostras de queijo Minas artesanal
foram obtidas em duplicata (2 amostras de cada
lote do mesmo produtor, representando um total
de 24 s u b am o s tras) n o C E A S A da Região
Metrop olit ana de belo H orizonte e trans p o r­
tadas sob refrigeração ao laboratório piloto do
Departamento de Te cn ologia e I n s pe ç ão de
Produtos de Origem Animal (DTIPOA) da Escola
de Veterin ária da UFMG, o n d e foram
identificadas e s ubdividas : doze subamos tras
foram armazenadas em câmara fria a 1 2°C por
30 dias e as outras doze subamostras, j untamente
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO NACI ONAL DE LAT i C í N I O S
com mais vinte e uma amostras de queijo Minas
artesanal fresco, foram imediatamente analisadas
no Laboratório de Microbiologia de Alimentos da
Fundação Ezequiel Dias-FUNED e nos Laboratórios
do DTIPOA/Escola de Veterinária da UFMG.
Destas últimas vinte e uma amostras, quinze foram
obtidas diretamente dos Municípios do Serro e de
Sabinópolis, quando foi realizado u m levanta­
mento das condições de produção das queijarias.
2.2. Maturaç ã o
Os queijos foram maturados em câmara fria
a 1 2°C, da forma como são comercializados,
com reves time n t o de p olietile n o d e b aixa
densidade, em sistema de aerobiose, com registro
constante da umidade relativa do ar. Após trinta
dias de armaze n ame n t o os q u eij o s fo ram
transp ortados sob refrigeração para o
Laboratório de Microbiologia da FUNED onde
foram analisados imediatamente.
2.3. A n á l i s es m i cr o b i o l ó gicas
To d o s o s meios d e cultura, reagentes,
vidrarias e outros utilizados foram gentilmente
c e didos pela F U N E D . As anális e s foram
realizadas com assepsia, utilizando chama dentro
de capelas de fluxo laminar, seguindo os mesmos
protocolos oficiais de rotina do Laboratório .
As análises realizadas foram: Coliformes a
30 e a 4 5 °C ( me t o d o lo gia do n ú mero m ais
provável de microrganismos em um grama da
amostra) ; Stap hy l o c o c c u s coagulase p ositiva
( c o ntagem e m placa s ) d e ac ordo com o
B ac teriological A n alytical Manual (FDA/
CFS AN,200 l ) , e presença de Salmone lla sp. ,
Liste ria monocytogenes e Streptococcus sp.
3 . RES U LTA D O S E D I S C U S S Ã O
B aseado no padrão da ANVISA (Resolução
n0 1 2 de 2 de j an eiro de 2 00 1 ) , trinta e uma
amostras (94%) de queijos frescos apresentaram­
se impróprias ao consumo humano.
Em Goiás, NICOLAU et aI. (200 1 ) pesqui­
saram 29 amostras de queijos Minas produzidos
em laticínios do Estado, encontran d o 5 8 , 6 %
d e s t a s impróprias p ara o c o n s u m o . N A S C I ­
MENTO e t a! . (200 1 ) t rabalh aram c o m
dezessete amostras de queijo coalho da região
metropolitana de Fortaleza, das quais 94, 1 % .
estavam fora dos padrões vigentes .
A presença de coliformes indica a qualidade
higiê n ic o - s a ni t á ria d e ficie n t e do p ro d u t o .
D a s trinta e três amostras de queij o s Minas
artesanais frescos, sete amostras apresentaram
coliformes a 30°C acima de 1 04 coliformes/g. As
amos tras de q ueij o s maturados ap resentaram
redução da contagem de coliformes a 3 0°C em
seis amostras (50%), sendo que em quatro destas
amostras as contagens foram reduzidas de acima
de 1 04 para menos que 5x 1 03 coliformes/g.
Dezes seis amostras (48, 5 % ) dos queij o s
frescos apresentaram Coliformes a 4SOC acima
de 5x 1 03/g. Das doze amostras de queijos matu­
rados, sete amostras (58,3%) tiveram o número
mais provável de coliformes reduzido em relação
ao queijo fresco.
Trinta e uma amostras (94%) dos queijos
frescos apresentaram contagens de Staphylococcus
coagulase positiva acima de 1 03 UFC/g, sendo
que quatorze amostras (42,4%) apresentaram
contagens acima de 5 x 1 05 UFC/g. A estes níveis
de contaminação já existe a possibilidade de
produção de enterotoxinas.
Das doze amostras de queijo Minas matu­
rad os por trinta dias, oito amostras ( 6 6 ,7 % )
apresentaram c o ntagens d e Stap hy l o c o c c u s
coagulase p ositivo acima de 1 03 UFC/g. Duas
d e s tas amos tras ( 1 6 , 7 % ) apre s e n taram c o n ­
tagens de Stap hy lo c o c c us coagulase positiva
acima de 5 x I 05 UFC/g. Nenhuma amostra que
tenha apre s e n tado c o ntagem elev ad a de
Staphylococcus coagulase positiva teve a popu­
lação reduzida a níveis menores que 1 03 UFC/g
após a maturação de 30 dias . Contrariamente,
quatro amostras (33,3%) tiveram suas contagens
aumentadas após a maturação.
Pesquisando a contagem de Staphylococcus
coagulas e p o sitiv o , V ILELA et a! . (20 0 1 )
encontraram 1 5,7% de amostras impróprias para
o consumo, entre 70 amostras de queijo Minas
frescal obtidas de pequenos laticínios de Juiz de
Fora e região. As contagens de Staphylococcus
sp. encontraram-se acima de 1 03 UFC por grama
de queij o . Os mesmos autores citaram vários
trabalhos como o de S ILVA e CASTRO ( 1 995),
que descreveram u m s u rt o e n v ol v e n d o 1 5
pessoas por consumo de queijo Minas, nos quais
foram encontrados Staphylo coccus sp. e outros
microrganismos patogênico s . FILHO e FI L HO
(2000), analis aram 8 0 queij o s , dos quais 40
apresentaram-se impróprios para o consumo,
enquanto CERQUEIRA et a! . ( 1 9 9 7 ) , encon­
traram 4 3 , 3 % das amostras de q u eij o Minas
curado com contagem de Staphylococcus sp. de
1 0" a 1 06 UFC por grama.
Nenhuma amostra de queijo Minas, fresco
ou maturad o , apre s e n t o u c o n tamin ação p o r
L i s t e ria m o n o cy to g e n e s , Sa l m o n e lla s p . o u
Streptococcus s p .
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
4. C ON C L U S Õ E S
•
•
•
Os resultados demonstram que o queijo
Minas artesanal analisado, nas condições
em que e s t á s e n d o fab ricado e/ou
comercializado apresenta risco à s aude
do consumidor, por apresentar elevada
contaminação microbiológica.
A maturação por trinta dias realizada
nas condições deste experimento não
elimin a satis fatoriamente a microbiota
c o ntaminante.
N o vas pes quisas testando fo rmas
alternativas de maturação e ou produção
devem s e r realizad as p ara atender a
se gurança higiênico-sanitária e esta­
belecer uma legis lação compatível .
SUMMARY
T his work was done d uring O c to ber,
N o vember a n d December o f 200 1 and the
objectives were to eval uate the microbiological
quality of artisan Minas cheese, manufactured
in the region of S erro-MG and to evaluate the
e ffec t of agi n g in the microbial q u ality.
Thirt y - t h ree s a m p l e s were c o l l ected and
immediately analyzed for counting of total
coliforms, faecal co liforms, Staphylo c o c c u s
coagul ase p o sitive, Salmone lla sp., Liste ria
monocytogenes, and Streptococcus sp. From these
thirty samples, twelve samples were collected and
sub-sampled into twenty-four. Twelve sub-samples
were immediately analyzed and the twelve
remaining samples were cold stored at 1 2°C for a
period of thirty days. Data showed a total of 94%
of samples in disagreement with brazilian Standard
n0 1 2 fro m A N V I S A (Agên cia N acional de
Vigilância S anitária) , with Staphylo c o c c us
coagulase positive as the maj o r contaminant.
There was n o significant red uction of
Staphylococcus in the aged samples. There were
no s amples contaminated by Sa lmoll e lla s p . ,
Listeri a m O ll o cytogenes or Streptococcus s p .
Results s howed that artisanal Minas cheese, as
manufactured and retailed, is not a safe product
for human consumption, and the aging for thirty
d ay s , as d o n e in t his exp erime n t , d o e s n o t
decrease t h e microbial counting.
Keywords: Minas cheese, artisanal cheese,
microbial quality, aging
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS
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INGR EDIENTES INOVADORES FUNCIONAIS: TENDÊNCIAS
Priscila Ming1
PROPRIEDADES BENÉFICAS À SAÚDE DAS
PROTEÍNAS DE SORO E FRAÇÕES DE SORO
Os p r o d u t o s de s o ro fa b r i c a do s n o s
Estados Unidos são conhecidos p o r s e u elevado
valor n utricional e propriedades funcionais em
uma ampla gama de produtos a limentícios. Há
crescente e v i dência de que p rodu tos de s o ro
dos E UA c on têm uma varieda de de fa tores e
c ompostos c ap a z e s de g e ra r um i mp a c to
favorável sobre a saúde e ajudar na prevenção
de doenças. A lém disso, o soro e componen tes
de soro fabricados nos E UA estão sendo cada
vez m a i s u s ados nas indús trias de p rodu tos
fa rmacêutic os, cosméticos e agrícolas.
Novas á r e as de
produ tos de s oro
desenvolvimento
para
A indústria de alimentos continua se
esforçando p ara oferecer produtos novos e
inovadores para satisfazer as neces sidades do
cons umidor. A conscientização crescente dos
consumidores da importância de alimentos ao
mesmo tempo nutritivos e saudáveis motivou os
pesquisadores a concentrar boa parte de seus
esforços no estudo dos efeitos do soro e de suas
frações sobre a saúde. Há cada vez mais evidências
de que o soro contém uma variedade de fatores e
compostos capazes de gerar um impacto favorável
sobre a saúde e de ajudar na prevenção de doenças.
Informações mais recentes, sobretudo nas áreas
de probióticos, p rebióticos e virulência viral,
indicam que há um bom potencial para a produção
de alimentos e cosméticos funcionais e saudáveis
desenvolvidos especialmente para combater tanto
doenças crônicas quanto doenças contagiosas. Esta
breve revisão bibliográfica põe em destaque
algumas das propriedades benéficas à saúde do soro
e frações do soro e aponta áreas promissoras para
o desenvolvimento de produtos de soro.
Propriedades N u t r i c i o n ais G e ra i s
O soro é uma fonte confiável de grande
número de minerais, carboidratos e proteínas de
alta qualidade e valor biológico. Os produtos de
soro podem ser subdivididos em várias categorias
(ver a descrição e a composição de Produtos de
Soro no Manual de Referência para Produtos de
S oro dos EUA, p ublicado pela U S DEC) . Esta
s e ç ão trata de algumas d as p r o p riedades
nutricionais e benéficas à saúde das proteínas e
dos demais componentes do soro, inclusive os
menos con hecidos ou que são encontrados em
apenas pequenas quantidades (também chamados
de proteínas e componentes secundárias).
C o m p os i ç ã o das p ro t e ínas d o l e i te
As p r o teínas e n c o n tradas no leite
pertencem a duas grandes classes : caseínas e
proteínas do soro.
Concentração das principais proteínas do leite*
Proteína
Concentração (g/l)
% Aproximada
Proteína Total
Caseínas
alfa-caseína
beta- easeína
delta- easeína
gamma- easeína
Proteínas do soro
beta-Iaetoglobulina
alja-Iaetalbumina
proteose peptonas
proteínas do sangue
albumina sériea
imunoglobulinas
24-28
15-19
9- 1 1
3-4
1-2
5-7
2-4
1 - 1 .5
0.6- 1 . 8
1 .4- 1 .6
0. 1.-0.4
0.6- 1 .0
80
42
25
9
4
20
1 00
*Fennema, 0. 1 965. Food Chemistry. 2nd Edition. MareeI Dekker Inc. , New York, NY, p. 796.
Engenheira de Alimentos da US Dairy Export Council.
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
As p ri n cipais proteínas do s o ro s ã o a
[3-lactoglobulina e a a-lactalbumina; as proteínas
secundárias do soro incluem as proteose-peptonas,
as proteínas do sangue e a lactoferrina.
As proteínas de soro são de fácil digestão e
seu perfil de aminoácidos essenciais atende ou
s u p era t o d as as e xigências qualitativas e
quantitativas estabelecidas pela Organização de
Alimentos e Agricultura/ Organização M undial
de S aúde (Food and Agriculture Organization/
World Health Organization (FAO/WHO) . H á
muito reconhecidas c o m o fontes protéicas de
alta qualidade, as proteínas individuais fabricadas
n o s EUA t a m b é m se c aracte riz am p el o
conjunto d o s atributos funcionais e nutricionais
que devem ser levados em consideração pelas
pessoas responsáveis pelo desenvolvimento de
p ro d u t o s . O d e s e n volvime n t o e o aperfei­
ç o a m e n t o das t e c n ologias d e s e p aração e
p u rificação permitiram aprofu n d ar os c o n h ­
ecimentos sobre os efeitos imunomodulatórias
das p ro teínas i n d ivid u ais do s o r o . A ni m ais
alimentados com rações elaboradas com soro
como fo nte principal de proteína resis tiram
muito melhor ao câncer in d u zido por s u b s ­
tâncias químicas d o q u e animais alimen tados
com soja ou caseína. Existe uma relaç ão direta
entre as características funcionais e n utricionais
das proteínas de soro e sua estrutura e funções
biológicas . Cada tipo de proteína possui várias
destas características .
A [3 -lac t o glob ulina re presenta aproxi­
madamente 50% d o teor total de proteína de
soro de leite bovino . Esta proteína liga cálcio e
zin c o e s u a seqüê ncia apre s e n t a h o molo gia
seqüencial parcial com determinadas proteínas
capazes de ligar retin o ! . A cadeia de [3-lacto­
globulina possui vários pontos de ligação para
minerais, vitaminas liposolúveis e lipídios . Estes
p o n t o s de ligação p o d e m ser u s a d o s p ara
incorp o rar c o m p o s t o s lip o fílicos desej áveis
como tocoferol e Vitamina A em produtos com
baixo teor de gordura.
A a-lact alb u mina repres enta aproxi­
madamente 25% do teor total de proteínas do
s o r o d e leite b o v in o . S etenta p orcento da
proteína en contrada em leite humano têm as
mesmas características da proteína de soro, e a
a-lact alb umina repres enta 4 1 % dis s o . A
a-lactalbumina representa portanto 28% do teor
total de proteína do leite humano. A adição de
a-lactalbumina tem sido ardorosamente defen­
dido como forma de " h u m anizar" fórmulas
infan tis e criar outros produtos para pess oas
que c o n s o mem ou podem ingerir apenas
quantidades limitadas de proteína.
A albumina sérica e as imunoglobulinas são
proteínas introduzidas no leite pelo organismo
dos animais e que podem ser recuperadas . Estas
d u a s proteínas s ão c o nsideradas proteínas
menores ou secundários por estarem presentes
em quantidades muito pequenas. A albumina sérica
liga ácidos graxos e outras moléculas pequenas.
As imunoglobulinas incluem IgG 1 , IgG2, IgA e
IgM e es tas pro teínas reforçam a imu nidade
passiva de crianças e outros consumidores. As
imunoglobulinas são encontradas no colostro em
concentrações maiores do que em leite comum.
A lactoferrina and a lactopero;;<:idase s ão
duas outras proteínas do soro. A lactoferrina é
uma proteína capaz de ligar e transportar ferro
e promove a ab sorção de ferro sem p rovocar
constipação em crianças pequenas , como ocorre
com os s uplementos inorgânicos de ferro. Por '
estas razões, a lactoferrina é amplamente usado
no Japão, na Coréia e em outros países asiáticos
em fó rmulas in fantis . A lact o fe rrin a ain d a
poss ui outras características, incluindo efeitos
antioxidantes, fo rtalecimento d o sistema
imunológico e efeitos anti-câncer. A lactoferrina
também é uma substância imunomoduladora e é
o principal fator da resistência a doenças não­
específicas da glând ula mamária . M ai s
importante ain d a , depois que a lact o fe rrin a
liberou o ferro deixando-o disponível para ser
ab s o rvido p elo o rganis m o , a p roteína p o d e
então passar a ligar o ferro livre presente n o
trato digestivo. Esta capacidade d e ligar o ferro
inibe o d e s e n volvim e n t o de micro flora
indesejável e promove a atividade da micro flora
desejável no trato intestinal mediante a inibição
de enterobactérias p atogênic a s . A atividade
bacteriostática da lactoferrina está senso estuda
visando o uso potencial da s u b s tância ' c o mo
c o n s ervante. A lactofe rricina, um peptídeo
b ásico deriv ado da lact o ferri n a , protege o
organismo contra o crescimento e a proliferação
de microrganis mos intestinais patogênicos .
A lac to p eroxidase é u m a e n zima que
degrada o peróxido d e hid rogênio . E s te
componente nutracêutico do leite e de produtos
de s o ro é uma e n zima com p ro p riedades
antibacterianas . A lactop ero xid ase tem sido
objeto de vários estudos visando sua utilização
como meio de controlar o desenvolvimento qa
acidez e mudanças de pH durante a estocagem
refrigerada de iogurte37 A lactoperoxidase também
está sendo estudada quanto à possibilidade de ser
utilizad a como conservan te n atura! . Em com­
binação com ou tros conservante s , a lactope­
roxidase é usada como ingrediente em pasta de
dente para combater cáries.
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACI ONAL D E LAT i C í N I O S
O glicomacropeptídeo (GM P ) , a p orção
glic olis ada de caseín o macropeptídeo (CMP),
está presente em soro doce após a degradação
da a-caseína e a precipitação da caseína pela
renina. Esta proteína já não é mais encontrada
no soro ácido que se forma quando as caseínas
são p re cipitadas p ela redu ção do pH a 4 . 6 .
O glicomacropeptídeo pode suprimir o apetite
es timulando o p âncreas a liberar o hormônio
cholecistokinina (CCK). Além disso, o glicoma­
cropeptídeo altera a produ ção de pigmen tos
pelos melanócitos, atua como prebiótico e tem
atuação i m u n o m o d uladora. A atividade
fisiológica de GMP depende d o grau de
glicolisação.
Pro teínas e p e p tídeos d o soro bio ativos
o Japão e a Eu ropa fo ra m os pioneiros
no uso de soro como fonte de muitos compostos
com prop riedades m e dicina is. Várias fun ções
ou a tividades fisiológicas têm sido descobe rtas
ou a tri b u ídas às p r o t e ín a s e a o s p ep tíd e o s
secundários d o soro. Estes componentes podem
aumentar a prote ção passiva contra ÍI�fecçljes;
modular pro cessos digestivos e meta bólicos; e
a t u a r c o m o fa to r e s de c re s c im e n to p a ra
dife rentes tipos de células, tecidos e órgãos.
Os componentes do s oro com p o tencial
para serem u s ad o s em p r o d u t o s c o merciais
incluem a a-Iactalbumina, a Beta-lactoglobulina,
a albumina sérica bovina, as imunoglobulinas, a
lactoferrina e a lactoperoxidase. Muitos destes
componentes p ossuem atividade biológica que
pode ser aproveitada com grandes vantagens em
produtos n utracêuticos ou antimicro bian o s ,
sobretudo substâncias resultantes d a degradação
ou digestão das proteínas do leite definidos como
peptídeos bioativ o s , tai s como as exorfinas
(casomorfinas), os fosfopeptídeos e os imuno­
peptídeos . As seqüências dos peptídeos bioativos
encontram-se em estado inativo quando inseridas
na cadeia p olipeptídica da p roteína de s o ro
intacta. Estes peptídeo s , liberad os d u rante a
digestão intestinal das proteínas de soro, podem
estar envolvidos n a reg ulação da e n trada de
n u trie ntes e i n fluenciar o metabolis mo p o s ­
pandrial através a estimulação d e hormônios.
Os benefícios terapêuticos das proteínas
de soro também podem ser resultado da produção
de peptídeos bioativos durante a fermentação .
Em um estudo no qual proteínas do leite foram
'
separados e fermentados, a a-Iactalbumina inibiu
a divisão de células da cultura láctea, ao passo
que os p eptídeos p ro venientes de caseína
fermentada não apresentaram o mesmo efeito .
A redução da proliferação d e células causada por
este tipo de peptídeo bioativo pode ser uma das
explicações para a relação que se acredita existir
e ntre o c o n s u m o de i o g urte e a red ução da
incidência de câncer do cólon . Em outro estudo,
análise do crescimento de células identificou a
presença de fat o re s de c re s ci m e n t o de
fibroblastos em frações de soro parcialmente
p u rificad a s . O u t ro c o m p o n e n t e bioativo
detectado n o soro é o fator de crescime n t o
n e u rotrópico prosaposina. A p r o s aposina,
substância precursora das proteínas que ativam
o esfingolipídios (as saposinas A, B, C and D),
não era associada aos glóbulos de gordura, às
micelas de caseína, aos fragmentos de membrana
ou às células somáticas, tendo sido localizada
exclu sivamente no soro. A p ro babilidade da
prosaposina contida no leite bovino beneficiar
nutricionalmente as pessoas que consomem leite
de vaca ganha força levando-se em consideração
o fato de que apenas uma parte de seu segmento
s ap o sina C é necess ária p ara a atividade
ne urotrópic a.
Maiores e s forços de p e s q u i s a serão
necessários para comprovar muitos dos efeitos
demonstrados in vitro. No entanto, o fato que
os efeitos já tenham sido documentados in vitro
reforça o potencial para o desenvolvimento de
produtos destinados aos mercados de agricultura
e biotecnologia. Suplementos de crescimento e
peptídeos metab olicamente ativos podem ser
usados para controlar ou alterar o crescimento
de culturas bacterianas ou qualidades de produção.
Tais compostos também p o derão ser usad o s
como reagentes e m laboratórios d e pesquisa o u
como componentes d e kits para testes clínicos/
diagnósticos. Deve ser con siderado também o
aproveitamento dos efeitos saudáveis do soro e
dos componentes do s o ro para c o n s u midores
não-humanos tais como culturas de fermento
ou tip o s e s p ecífi c o s d e célula . Provou-se
também que os peptídeos bio ativo s possuem
capacidade de introduzir propriedades benéficas
à saúde em produtos não-alimentícios tais como
cosméticos e produtos farmacêuticos.
S upressão de a p e t i t e
O glic o m acropeptídeo é um p o dero s o
estimulante d e CCK, um hormônio supressor d o
apetite que desempenha vários papéis na função
gastrointestinal, inclui n d o a re gulação da
ingestão de alimentos. Além de ser um regulador
da ingestão de alimen t o s , a CCK estimula a
contração da vesícula biliar e a motilidade do
intestin o , regula o e s v aziame n t o g á s trico e
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
estimula a liberação de enzimas pelo pâncreas .
Em animais, um aumento da p ro d u ção e
liberação de CCK é seguido por uma grande
redução na quantidade de alimentos ingerido s .
O consumo d e altas doses de proteína leva ao
aumento da produção de CCK liberada até que a
lib eração de protease pancre ática ( p rinci­
palmen te trip sina) sej a c o m p at ível c o m a
quantidade de proteína ingerida. A ingestão de
soro e caseína por 6 voluntários saudáveis causou
um grande aumento na liberação de CCK (J.L.
Maubois - conforme comunicado por W. B rink,
1 997 International Whey Conference, Chicago,
IL) . A caseína co ntém uma concen tração de
GMP mais elevado do que soro, embora apenas
o soro parece influenciar a produção e liberação
de CCK. Pesquisas sobre os efeitos de GMP e
C C K p o d eriam levar à u tilização de c ertas
proteínas do leite como s upressor do apetite e/
ou suplemento dietético.
Fis i o l o g i a dos ossos
Além de conterem minerais que favorecem
o crescimento ósseo, descobriu-se recentemente
que a proteín a de s oro c o ntém também uma
fração ativ a que e s tim u la a p roliferação e
diferenciação de osteoblastos (células forma­
doras de osso) cultivados em laboratório. Se o
intestino absorver estes componentes, os mes­
mos podem desempenhar um papel importante
na formação de ossos no homem.
Val o r t e r a p ê u t i c o em c r i a nças e p es s o as
idosas
A s proteínas d o s o ro s ão amplamente
usados em nutrição infantil na forma de fórmulas
contendo quantidades predominantes de s oro,
bem como na forma de hidrolizados de proteína
de soro para crianças que sofrem de intolerância
à proteína do leite de vaca. Uma área ativa de
pesquisa é a que estuda a formação de seqüências
peptídicas durante a digestão, bem como seus
efeitos sobre a secreção de enterohormônios e
o fortalecimento do sistema imunológico. Várias
o u tras moléc ulas bioativas, t ais c o m o o s
polipeptídeos pluripotentes chamados citokinas
que interferem no sistema autocrine/paracrine,
s ã o e n c o n tradas no leit e . Tais c o m p o s t o s
constituem objetivos adicionais para purificação
e u s o em fó rmulas infan tis . Concluiu -se ser
preferível incorporar um complexo pro téico à
base de pro teína de s o ro a um c omplexo
composto p redominantemente por caseína n a
dieta d e recém-nascidos que nascerem c o m peso
muito baixo. Isto se deve provavelmente ao fato
da ingestão da proteína de soro diminuir o risco
de acidose metab ólic a e s e u s e feito s p oten­
cialmente advers os. Outro estudo mostrou que
uma fórmula c o n te n d o hidrolizado d e s o r o
c o n s titui u m a altern ativa aceitável para
fórmulas elaboradas com hidrolizado de soj a ou
de caseína, destinadas a crianças menores de 6
meses cujo sistema gastrointestinal apresenta
intolerância a fó rmulas i n fantis c o n t e n d o
quantidades predominantes d e leite de vaca e/ou
proteína de soro .
Res tauração ou es timulação do sistema
intestinal de pessoas idosos. Uma bebida à base
de s o ro ferme ntado p o r L a c t o b acillus -GG
administrado a residentes de um asilo para idosos
que se queixavam de problemas com a defecação
parece ser capaz de normalizar a con sis tên cia
das fe zes d e s s as p e s s o as, n ã o t e n d o sido
observados alterações significativas em termos
de freqüência fecal, peso e pH das fezes . Efeitos
terap ê u ticos adicio n ais serão discutidos nas
seções que tratam d e p ro d u tos probióticos e
prebióticos.
E s t i m u l a ç ã o d o s i s t e m a i m u n o l ó gi c o
O sistema imunológico desempenha um
p apel central n a p ro t e ç ão c o n t ra i n fecções
causadas por bactérias, vírus, parasitas e fungos
e também no c o mbate ao câncer. Q u alquer
deficiência do sistema imunológico pode expor
um indivíduo a um maior ris c o de c o n trair
infeções ou podem agravar a doença. O sistema
imunológico emprega tanto respostas específicas
quan to respostas n ão-específicas para propor­
cionar p roteção c o ntra d o e n ças . Os c o m p o ­
nentes não-específicos dos sistema de defesa
imunológico do organismo (hospedeiro) incluem
barreiras fisio-químicas tais como a pele, o muco,
a lis o zima, co mplementos e interferons, bem
c o m o células as s as si n as n at u rais e células
fagó citas (imu nidade celular), tais c o m o
neutrófilos e monócitos/macrofagos. Respostas
imunológicas específicas são intermediadas por
anticorpos (IgA, IgG, IgM, IgD e IgE) produzidos
por limfócitos do tipo B (imunidade humoral),
enquanto os limfócitos do tipo T produzem as
células T -auxiliador, T -s upressor e limfócitos
c y t otóxic o s (imunidade intermediada p o r
células) .
São insuficientes o s dados e conhecimentos
cien tíficos existentes sobre o efeito de leite
bovino ou de seus componentes sobre o sistema
i m u n ológico h u mano, apes ar d as células
imunoco mpetentes possuírem receptores p ara
A N A I S DO XIX C O N G R ES S O N A C I O N A L DE L ATi C í N I O S
proteínas do leite e peptídeos. Pesquisas básicas
nesta área poderiam dar origem a uma série de
produtos i n o v ad ores . U m a característica
aparentemente importante das proteínas do leite
é a elevada c o n c entração de cis teína, uma
substância da qual se acredita que limita a taxa
de síntese de GSH . Acredita-se que os efeitos
m o d uladores das p ro t e ín as de s o r o s o bre a
p r o d u ç ão da GS H es tej am n a o rigem das
propriedades i m u n ológicas e algu mas das
propriedades antioxidantes das proteína de soro.
Em animais, rações enriquecidas com proteínas
de soro melhoraram o desempenho imunológico,
bem como o c asion aram u m aumento das
concentrações de GSH no baço, mas estes efeitos
foram atenuados dep ois que os animais foram
tratados com um inibidor de GSH. Estudos com
animais também demo n s traram que c o n cen­
trados de proteínas de soro administrados por
meio da alimentação potencializam as respostas
humorais e intermediadas por células do sistema
imunológico .
en zimas (liso zima, lactoperoxid ase), a lacto­
ferrina, a casocidina, a is racidin a o u caseína
macropeptídeos encontrados n o soro também
pode interferir na redução de cargas oxidantes
geradas por inflamações . As imunoglobulinas
participam da defesa passiva do organismo dos
j ovens e resistem, em parte, à degradação no
lúmen intestinal. A lactoferricina, um peptídeo
separado da lactoferrina pela pepsina, exerce in
v itro efeitos antibacterianos que são eficazes
tanto contra bactérias quanto contra leveduras,
uma propriedade relacionada com a capacidade
da substância de ligar ferro . A lactoferricina
também possui atividade antimicrobiana que é
con seqüência de uma interação direta entre a
lactoferricina e a superfície da bactéria. A lacto­
ferrina liga ferro e fornece os meios tanto para
c riar fo rmas e s t áveis de ferro q u a n t o para
eliminar ferro livre que poderia catalisar reações
oxidantes . A d minis t radas p o r meio da
alimentação, a proteína de soro, a lactoferrina
e s o ro multifermentado tiveram t o d o s bom
desempenho como inibidores de tensão oxidante
em ratos, mesmo a baixos níveis de Vitamina E
alimentar.
Propriedades antioxidantes
A capacidade das p ro teínas de s o ro de
melhorar as defesas antioxidantes do organismo
e reduzir a carga de oxidantes está surgindo como
uma das mais promissoras contribuições para a
saúde em geral. Atualmente, acredita-se que
exista uma ligação entre a virulência viral e a
p as s agem de formas n ã o - virulen t as p o r
organismos c o m status an tioxidante c o mpro­
metido . Isto é especialmente verdade n o caso
de alguns países asiáticos onde homens, porcos
e aves convivem em estreita proximidade, o
que cria condições ideais para reco mbinação
viral e ntre as espécies e convers ão a formas
virule n tas . V árias pesquisas d e m o n s t raram
rep etidas vezes que s elênio e Vitamina E
impedem a c onversão de vírus em gen o tipos
virulentos . Este efeito é n ão-específico porque
parece estar relacionado com uma suscetibilidade
maior a oxidantes ou a uma baixa capacidade de
defesa con tra o xidantes, o que faz c o m que
fatores que agem como antioxidantes o u que
red u ze m a geração d e oxidantes biológicos
possam produzir efeito protetor. Do p o n to de
vista nutricional, os produtos de soro favorecem
e stabelec imen t o de ligações ativas e n tre a
lactoferrina e metais, promovem o crescimento
de microbiota desejável e saudável e melhoram
o status de GSH .
E m b o r a agindo d e fo rma i n direta, a
imunidade pas siva contra infecções no lúmen
intestinal proporcion ada pelas imunoglob ulinas,
A tivida des anticarc i n o g ê n i c as
Estudos epidemiológicos indicaram que
p e s s o as que c o n s u me m leite regularmente
correm menor ris co de câncer do cólon e reto
do que as pessoas que nunca consomem leite.
C álcio e vitamina D, principalmen te quando
provenientes de leite, foram identificados como
s u bstâncias que fo rnecem proteção c o ntra o
câncer colorectal . Em um estudo recente, 3 0
gramas d e um concentrado d e proteína d e soro
( Immunocal) foi administrado diariamente via
alimentação a 7 pacientes com carcimona no
peito, pâncreas ou fígado. Os tecidos normais e
os cancero s o s tiveram respostas diferentes à
ingestão do concentrado de proteína de soro em
temos de s tatus de GS H . As elevadas
concentrações iniciais de GSH nos limfócitos
do sangue, as quais refletiram altos n íveis de
GSH nos tu mores, se normalizaram em 2 dos
pacientes que apresentaram sinais de regressão
d o t u m o r. Estes re s ult ados indicam que o
concentrado de proteína de soro pode ser capaz
de retirar todo GSH do interior das células do
t u m o r , tornando-as mais vuln eráv eis à
quimioterapia. E s t u d o s epidemiológicos e
experimentais s ugerem que prod utos lácteos
podem exercer um e feito inibidor s o b re o
desenvolvimento de diversos tipos de câncer.
Exp erime n t o s realizados c o m roedores
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS
i nd i c aram q u e a at i v i d ade anti-tumor d o s
produtos lácteos se deve à fração protéica do
leite e mais especificamente às proteínas do soro.
AIDS/HIV. O isolado de proteína de soro é
tido em t ão alta conta pela profi s s ão médica
que é usado no tratamento de pacientes de AIDS/
HIV. O soro aumenta níveis deficientes de GSH
e p ortanto fornece de fo rma i n d i reta uma
substância antioxidante extremamente i mpor­
tante envolvida na manutenção da i ntegridade
fu ncional e estrutural de tecido muscu lar que
danos causados por reações oxidantes durante
exercícios físicos ou que ocorrem com o avanço
da idade. O vírus da AIDS/HIV precisa de baixos
níveis de GS H p ara se rep l i car e existe uma
rel aç ão antagonística entre o vírus e o GS H ,
isto é, baixos níveis de GS H celular permite ao
vírus se multiplicar, ao passo que altos níveis de
GSH reduz drasticamente a replicação do vírus.
Nas c é l u l as c uj o s tatus d e G S H havia s i d o
melhorado após a i ngestão d e concentrado de
proteína de soro h o u v e uma d i m i n u i ç ão
s u b s tancial da at i v i d ad e v i ral . Quanto mais
elevado o nível de GS H nos limfócitos (células
do sistema imunológico) de pacientes de A IDS/
HIV, maior sua sobrevida.
C álcio e O u tros Minerais no S o r o
Soro e concentrados d e minerais d e soro
selo p ri m orosas fon tes de cálcio, magnés i o e
fósfo ro . P o r exemp l o , o t e o r de c á l c i o ,
m ag n és i o e fósfo ro expresso e m mg p o r 1 00
gramas de soro do ce em pó é de 796, 1 76 and
932, respectivamente, e o te o r destes m in erais
em soro ácido em pó é de 2. 054, 1 99 and 1 . 348
mg11 00g. O soro com teo r reduzido de lactose
também é uma boa fon te de cálcio, contendo
conce n trações a cima de 800 mg11 00g .
Em comparação, a Organização Mundial
da Saúde (OMS/ WHO) recomenda para homens
adultos a ingestão diária de 500 mg de cálcio e
300 mg de magnésio. Na indústria de alimentos,
ingredientes de soro dos EUA podem ser incor­
porados a produtos fortificados, aumentando o
teor de n utrientes minerais do produto final.
Alimentos l ácteos s ão uma boa fonte de
minerais bioativos e importantes sobretudo para
crianças e j o vens em fase de cresci mento ; no
entan t o , a i n teração com ou tros n utrientes é
um fator importante. "B iodisponibilidade" é o
termo usado para indicar a diferença entre o
teor de nutrientes de um alimento e quanto disso
o o rgan i s m o d e fato c o n s e g u e apro veitar.
E m b o ra o l e i t e e s u p lementos d e c á l c i o
diminuem a absorção d e ferro, o ferro acumulado
no organ i s mo não é afetado pelo consumo de
altas doses de cálcio.
O cálcio é amplamente reconhecido como
importante não s o mente p ara os o s s o s , mas
também tem s i d o a p o n t a d o c o m o um fato r
s i gn ificativo p ara o tratamento de v á r i o s
distúrbios, tais como hipertensão, preeclampsia,
o sín drome da pré-menstruação e câncer do
cólon.
Hipertens ão
Enquanto a res trição ao s ó d i o t e m s i d o
h i s tori c amente as s o c i ada ao c o n tr o l e da
hipertensão, há outras evidências que s ugerem
que o consumo de quanti dades adequadas de
outros minerais deveria estar na base das dietas
recomendadas para as pessoas que sofrem da
d o e n ç a . A a u s ê n c i a de c ál c i o , p o t ás s i o e
magnésio, devido ao baixo consumo de produtos
lácteos, frutas e legumes, pode ser um indicador
melhor e mais c o n fi ável da p re d i s p o s i ção à
condição de hi pertenso do que o consumo de
sal. Na verdade, o recente estudo "Dietas para o
Tratamento da Hipertensão" (trad ução livre de
Dietary App roaches to S top Hyp erten s i o n
(DASH» concluiu que a pressão arterial d e pessoas
cujo consumo de produtos lácteos era inferior às
quantidades di árias atualmente reco mendadas
abaixou depois que as quantidades recomendadas
haviam sido introduzidas em sua dieta.
Probióticos e Prebióticos
Atual men te vêm sendo d e s e n v o l v i d o s
p r o d u t o s i n o v ad o res q u e c o mb i n am u m a
variedade d e elementos, tais como probióticos,
imunoglobulinas e prebióticos, para finalidades '
bem específicas. Outros produtos probióticos
têm s i d o c i t a d o s como sendo e fi cazes para
reduzir o nível de colesterol .
A l i m e n t o s ferm e n t a d o s são uma p arte
importante da maioria das d ietas s audáveis e
constituem uma via de aces s o p ara mi cróbi os
que se es tabelecem no intestino. A definição
geralmente aceita de uma s ubstância probiótica
(para humanos) descreve este produto como um
suplemento alimentar contendo microrganismos
vivos que produz efeitos benéficos no organismo
humano (o hospedeiro) através da melhora do
equilíbrio microbiano do intesti n o . Por outro
l ad o , um p r o d u t o p reb i ót i c o p r o d u z efe i t o s
benéficos n o hospedeiro ao e s t i m u l ar seleti­
vamente o crescimento e/ou a atividade de um
ou de um número limitado de bactérias natural­
mente presentes ou i ntro d uzidas no c ó l o n , o
que também leva a uma mel hora do estado de
s aúde do ho s p e d e i ro . Os p robi ó t i c o s e
prebióticos estão sendo cada vez mais usados
em conj unto com o objetivo de obter o q ue é
chamado de efeito simbiôtico. Até pouco tempo
atrás, foi na área dos produtos lácteos onde houve
a maior parte das inovações no uso de probióticos
e prebióticos. No entanto, os prebióticos estão
começando a serem usados em escala crescente
também em o u tras áreas , notadamente e m
p r o d u t o s de p a n i fi c aç ã o . F o r a m p u b l i cados
recentemente v árias re v i s ões b i b l i o gráfi cas
detalhadas a respeito de probióticos, prebióticos
e o desenvolv i mento de alimentos funcionais
que devem ser c on s u l tados para obter
i n formações mais detal h adas . U m d e s s e s
trabalhos q u e merece s e r destacado é a revisão
publicada por Naidu et aI. que trata d e uma
ampl a variedade de assuntos, desde ecologia
micro b i o l ó g i c a d o i n te s t i n o até n u merosos
efeitos biológicos (antimicrobianos, fisiológicos,
suplementares , imunomodulatórios, anti-tumor),
além de ap l i caç õ e s c l ín i cas e a l i m e ntares,
produção de c u l t u ras p r o b i ó t i cas e t ó p i c o s
relaci o n ados c o m segurança alimentar. Este
trabalho de revisão também identifica o tipo de
dados de pesquisa que devem ser usados para
embasar alegadas qualidades benéficas à saúde e
lançar um produto com s ucesso no mercad o .
O grande número d e listas d e cepas bacterianas,
características, aplicações e usos, além de mais
de 490 referên c i as fazem deste trabalho uma
fonte de informação i ndi spensável.
Os probióticos mais usados em produtos
lácteos são os lactobacilos e as bifidobactérias,
e é o impacto des tes microrganismos sobre a
composição da microflora que constitui a base
para o c o n c e i t o p ro b i ó t i c o . Os ben efí c i o s
potenciais à saúde proporcionados pelo consumo
de probióticos é impressionante e incl ui: maior
res i stência a doenças i n fecciosas, sobretudo
doenças do intestino; menor duração de diarréia;
d i m i n u i ção da p re s s ã o arteri al ; red u ç ã o da
concentração de colesterol no soro do sangue ;
menor sensibilidade a alergias ; estimulação dos
leucócitos periféricos do sangue; modulação da
e x p re s s ão d o s genes da c i t o k i n a ; efeitos
coadjuvantes ; regressão de tumores ; e redução
n a produção d e carc i n o g ê n i c o s e c o-carc i ­
nogênicos . Um d o s efeitos mais fundamentais
de p r o d u t o s l ácteos fe rme ntados é a maior
to lerância à l actose através da i ntrodução de
cepas que metab o l i zam l ac t o s e . Efeitos '
i d e n t i fi c a d o s mais rece n te mente i n c l u e m a
supressão de infecção causada por Helicobacter
pylori e, portanto, possíveis efeitos anti-úlcera
e anti-cancer. Enquanto os benefícios de cepas
probi óti cas específicas são bem conhecidos em
função de numerosos testes clínicos realizados,
os mecanismos moleculares que estão na base
das propri e d ades p r o b i ó t i c a s p e rmanecem
envoltos em c o n trové rs i a . Tai s mecan i smos
devem ser esclarecidos para validar alegados
efeitos benéficos à saúde mencionados no rotulo
de produto s . As caracterís ticas c o n s i derad as
d e s ej áv e i s p ara cepas p r o b i ó t i cas i n c l u e m :
1 ) origem h u m a no ; 2 ) perte n c e r à b i o t a
intestinal normal ; 3 ) res istência a processos e
fatores d i gesti v o s , tai s c o m o p H , enzimas
digestivas, peristalse (aderência) , sais biliares,
mu danças de dieta e respos tas i m u n ol ógicas
localizadas ; 4) estabilidade durante a fabricação
e a estocagem do prod u t o ; e 5) produção de
efeitos que promovem a saúde em geral. É estas
última caracterís tica que confere o título de
"probiótico" à cepa.
As características da c u l tura devem ser
cui dadosamente avali adas para cada apl icação
específica, uma vez que alguns efeitos probió­
ticos podem ser obtidos apenas quando compo­
nentes intercelulares bioativos são liberados após
o rompi mento da membrana microbiana pel os
sais biliares . Com o rompimento da membrana
mi crob iana, componentes in tracelulares bené­
ficos são liberados e colocados à disposição do
l ú men i n t e s t i n al . I s t o permi te o d e s e n v o l ­
v i mento de es tratégias d i ferentes para obter
efei tos diferentes e o uso de combin ações de
mi cró b ios com caracterís ti cas diferentes pode
ser a mel hor maneira de ati ngir este obj etivo
em muitos casos. Além disso, diferentes etapas
de processamento podem alterar o metabolismo
da cultura e , também, a produção de fatores
desejáveis (e indesejáveis). Em algumas situações,
os melhores efeitos podem ser obti dos com a
adição das culturas após determinadas etapas de
processame n t o , c o m o p o r exemp l o aque­
cimento. Cada uma dessas considerações deixa
cl ara a nece s s i dade prática de i n formações
detalhadas sobre os mecanismos envolvidos nos
efe i t o s s o b re a saúde pa ra p o s s i b i l i tar o
de s e n v o l v i m e n t o de metas de p r o d u ç ão e
programas de controle de qualidade confiáveis .
P r e h i ó t icos
O c o n c e i t o prebi ó t i c o ass ume que a
fe rmen tação de forma específi ca de compo­
nentes n ão-v ivos de a l i mentos n o cólon por
bactérias end ógenas i n terfere fav oravelmente
n a s a ú d e . Q u a l q u e r a l i me n t o q u e e n tra n o
i n tes t i n o gro s s o é p ro b i ó t i c o e m p o tenci a l .
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No entanto, para ser eficaz, a seletividade da
fermen tação é e s s e n c i al . Até o presente
momento, o maior sucesso tem s ido alcançado
c o m oligo s acarídeos n ão-d i gerív ei s . Por
exemplo, vários dados d e m o n s traram que
fru c t o o l i g o s ac aríd e o s (FOS ) e galactooli­
gosacarídeos, apesar de res istentes à digestão,
são fe rme n tados d e fo rma es pecífi c a p o r
b i fi d o bactérias. E s t u d o s d e ali m e n t ação
controlada demonstraram que a ingestão destes
prebióticos faz com que as bifidobactérias se
tornam p re d o m i n an tes n as fe zes . E s t u d o s
recentes i ndicaram q u e u m a dose d e 4 gramas de
FOS por dia é prebiótica. A lactose encontrada
em p r o d u to s de s o ro é uma precursora
importante de vári os compostos prebió ti c o s .
P o r exemplo, galactooligosacarídeos podem ser
produzidos como resultado de uma reação de
transgalactosilação que ocorre quando a lactose
é h i d rolizada p o r ação e n z i máti ca. Estes
oli gosacarídeos são típicos representan tes de
uma categoria de substâncias conhecidos como
GRAS (sigla em inglês para Generally Recognized
As S afe (GR A S ) ou s ub s t ân ci as geralmente
c o n s i derados s e g u r o s ) . S u a i n clusão n e s t a
categoria se baseia em d u as caracterís t i c as :
I ) trata-se de constituintes do leite e 2) podem
ser produzidos a partir de lactose ingerida por
bactérias i ntesti n ai s re s i dentes. Atualmen te,
sete tipos de oligosacarídeos foram licenciadas
como Alimento Para Uso Medicinal ( tradução
li v re p ar a F o o d fo r S p e c i fi e d Heal t h U s e
(FOSHU» pelo Ministério da Saúde e do Bem­
Estar do Japão, i ncluindo fructooligosacarídeos,
galactooligosacarídeos, lac to sucrose, xylooli­
gosacarídeos, oligosacarídeos de soj a, raffinose
e isomaltooligosacarídeos. De um total de 69
itens que foram licenci adas como FOS HU , 40
s ão produtos c ontendo estes oligosacarídeos.
Além dos fat o re s d e c re s ci m e n t o d e b i fi ­
d o b a c t é r i a s , o s e fe i t o s fu n c i o n a i s d e
oligosacarídeos indigestíveis sobre a absorção
d e c ál c i o fo ram o b s ervad o s e m a n i m a i s de
laboratório. O uso de combinações de FOS com
B. longum ou galactooligos acarídeos com B.
breve está sendo usado para estudar a redução
do r i s c o de c âncer d o cólon em ani mais de
laboratóri o s .
O s carboidratos d o soro são atualmente os
preb i ó t i c o s m el h o r c o m p ree n d i d o s , p o rém,
s abe-se q u e e m d e te r m i n adas s i t u aç õ e s as
p r o t e í n a s e o s p e p t íd e o s d o s o ro também
poss uem funções prebióticas . As proteínas dos
s o ro p odem ser particularmente eficazes em
situações em que as atividades n utricionais e
i ntestinais do hospedeiro s ão comprometidos,
como ocorre por exemplo durante o tratamento
de câncer.
Atualmente vêm s e n d o d es e n v o lv i d o s
p r o d u t o s i n ov ad ores q u e c o m b i n am u m a
variedade de elementos, tais como probióticos,
imunoglobulinas e prebióticos, para finalidades
bem específicas .65 Outros produtos probióticos
têm s i d o c i t a d o s como s e n d o e fi c azes p ara
reduzir o nível de colesterol. Os efeitos de uma
mistura probiótica de Baci llus, Lactobacillus,
Strep tococcus, Clostridiulll, Saccha romyces and
Candida sobre o metabolismo de lipídios foram
comparados c o m os e fe i t o s p r o d u z i d o s p o r
e p o r S. fa e c a lis, re s p e c ­
tiv amente. De forma semelhante, ensaios c o m
r a t o s alimentados c o m u m a d i eta c o n te n d o
colesterol em combinação com leite integral,
ou i og u rte i n tegral , ou i o g u rte i n tegral
fortificado com produtos de soro ou io gurtes
contendo bifi d obactérias e s u plementado de
forma semelhante demons traram que iogurtes
com b i fi d obactérias e i o g u rt e s i n tegrais
fo rtifi c a d o s c o m proteínas d o s o ro p o d e m
red uzir o teor total d e colesterol , b e m c o m o o
teor de c ho le s t e rol-L D L . Neste e n s a i o , o s
seguintes produtos foram usados para fortificar
iogurte: leite em pó desnatado, soro condensado
ou soro condensado com lactose hidrolizad o .
Quan do organ i s m o s de L. a c i dop h i l u s o u S.
fa e ca lis foram ad ministrados em combinaç ão
com farelo de arroz como p arte de uma dieta
enriquecida com gord ura e colesterol, a síntese
d e colesterol no fígado d i m i n u i u ao mesmo
tempo que a perda de sterol intestinal aumentou
4 semanas após o início do experimento, sendo
que o efeito líquido foi uma redução dos níveis
de colesterol no sangue. Lactobacillus reuteri
contém uma enzima ativa c hamada hidrolase
que degrada sais biliares e este microrganismo
p ode red u z i r d e forma s i gn i ficativa tan t o o
nível total de colesterol quanto a concentração
de colesterol-LDL. Du Toi t et aI. alimentaram
mini-porcos durante 5 semanas com cepas de
L a c t o b a c i l l u s c o m ele v a d a at i v i d ad e d e
hidrolase degradadora d e sais biliares. O s animais
haviam c o n s u m i d o uma d i e t a com elevados
teores de gordura e de colesterol durante 1 7
semanas. O s níveis de colesterol n o soro haviam
baixados 3 semanas após o i nício da
ali mentação probiótica, concomitante com um
aumento d o t e o r d e u m i d a d e d as fe zes e
c o n tagens m a i s ele v ad as de L a c t o b a c i l l u s .
Triglicerídeos, pH e o número de bactérias de
ácido láctico nas fezes não foram afetados de
fo rma s i g n i fi c a t i v a pela s u pleme n t aç ã o
probiótica.
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ANAI S DO X I X C O N G R ES S O N A C I O N A L DE L AT I CÍ N I O S
IDENTIFICAÇÃO DE CONTAMI NANTES BACTERIANOS NO LEITE CRU
DE TANQUES DE REFRIG ERAÇÃO
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Identification of bacterial contaminants of bulk tank milk
M aria Aparecida V. P. Brito 1 José Renaldi Feitosa Brito 1 José Alberto Bastos Portugal2
f
f
RESUMO
Neste trabalho o leite total (leite do tanque) de doze rebanhos leiteiros foi avaliado
por meio da contagem total de bactérias, da contagem de bactérias p s icrotrófi cas, de
termodúricas, de coliformes totais, de patógenos contagiosos da mastite (Staphylo coccus
allrellS e Streptococcus agalactiae) e da contagem de células somáticas, com o objetivo de
i denti fi car as prováveis causas de altas contagens de bactérias do leite cru . Amostras
mensais consecutivas do leite total de doze rebanhos, coletadas nos tanques de refrigeração
foram examinadas durante o período de um ano, sendo 12 amostras de sete rebanhos, oito
de um, cinco de dois e quatro de outros dois . As médias geométricas das contagens totais
de bactérias obtidas para três rebanhos foram maiores do que 1 ,0 x 1 0ó ufc/ml; para os
demais, fo i abaixo de 6,5 x 1 05 u fc/ml. Dez reb anhos apres entaram con tage n s de
m i c r o rgan i s mos p s i cro trófi c o s > 3 0 . 000 u fc/ml e nove apresentaram c o n tage n s de
coliformes > 1 . 000 NMP/mI. Dez rebanhos apresentaram contagens de microrgan is mos
termodúricos > 1 . 500 ufc/ml. Foi is olado S. aurellS do leite de dez rebanhos e de d o is
destes, também S. agalactiae. Estes agentes da mastite são contagiosos, isto é, passam de
uma vaca para outra, principalmente durante a ordenha. Os procedimentos de desinfecção
das tetas após a ordenha e manutenção da ordenhadeira são importantes para o controle.
As contagens elevadas de microrganismos psicrotróficos, termodúricos e coliformes do
leite cru estão relaci onadas a defi ciências n as práticas de higiene da ordenha e falhas
crônicas ou persistentes na limpeza e santificação do tanque e equipamentos de ordenha.
Os resultados obtidos indicam que, embora a contagem global de bactérias da maioria
(9/ 1 2) dos rebanhos atendesse às exigências da legislação, o alto número de microrganismos
p s i c rotrófi c os, term o d ú r i c o s e de coliformes, ap onta p ara defi c i ê n c i as s é ri a s n o s
procedimentos de ordenha e de limpeza d o s equipamentos d e ordenha e armazenamento
do leite. Indica igualmente que a refrigeração do leite na propriedade não é suficiente para
manter a qualidade microbiológica do leite, o que demandará mais esforços no sentido de
melhorar as condições higiênicas dos rebanhos.
1 . INTRO D U Ç Ã O
•
•
U m a medida importante para o padrão de
quali dade do leite é o n ível de contaminação
microbiana do leite cru. Por ser um alimento de
composição complexa e alta atividade de água,
o leite é uma excelente fonte de nutrientes para
a proliferação de microrganismos deterioradores
(HEESCHEN, 1 9 86). As enzimas produzidas por
estes m i crorgani s mos causam a hidróli se da
lac t o s e, proteínas e gordu ra, alteração das
2
propriedades físico-químicas e aparecimento de
sabor e odor indesejáveis, tanto no leite fluido,
como nos derivados (FUHRMANN, 1 9 86).
A avaliação da qualidade microbiológica
d o le ite é fe i t a, geralmente, p o r mei o da
c o n tagem t o tal de bactérias ( M A R S H ALL,
1 992). Em diversos países existem limites legais
para este parâmetro e são dados incentivos para
redução dos li mites estabeleci d o s . Apesar do
Pesquisador, Embrapa G ado de Leite. Rua Eugênio do Nascimento, 6 1 0, B airro Dom B osco, C E P : 36038-330,
Juiz de Fora, MG.
Professor, EPAMIGI I nstituto de Laticínios Cândido Tostes, Rua Tenente Freitas, 1 1 6 , Bairro S anta Terezinha,
36045 -560 Juiz de Fora, MG.
Pág. 82
Pág. 83
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
método empregado ser padronizado e apresentar
alta repeti bili dade, não permite identificar os
diferentes grupos de microrganismos presentes
na amos tra, c o m o por e x e m p l o , patógenos
contagiosos da mastite (Staphylococcus a ll re ll S
o u Strep to c o c C llS a g a l a c t ia e ) , c o l i fo rmes ,
bactérias term o d ú ricas e/o u p s i cro tró fi c a s .
B actérias p s i c rotrófi cas, c o m u me n te e n c o n ­
t r a d a s n o leite c o m o c o ntaminante, t ê m se
tornado um problema com o uso do resfriamento
para c o n s ervação do l e i t e . Gêneros d e s tas
bactérias que sobrevivem à pasteuri zação são
cau s a imp ortante de red ução do temp o de
prateleira do leite pasteurizado (S0RHAUG &
STEPANIAK, 1 997, FUHRMANN, 1 9 8 6 ) .
U m conjunto d e testes tem sido empregado
para monitorar o leite do tanque em alguns países
com a finalidade de identificar problemas rela­
cionados com mastite ou com contami naç ão
microbiana do leite e deficiências de higiene
(GUTER B OC K & B LACKMER, 1 9 84, FUHR­
MANN, 1 9 86, MURPHY, 1 997) . Estes incluem,
além da contagem total de bactérias, a contagem
total de bactérias p s i crotrófi c a s , de termo­
d úricas, dos coliformes e a detecção de agentes
contagiosos da mastite (s. aureus e S. agalactiae)
(M ARS HALL, 1 9 92, MURPHY, 1 9 97) . A de­
tecção destes grupos permi te obter informações
mais precisas sobre as condições sanitárias de
produção e são identificados problemas de higiene
que não são normalmente detectados somente com
a contagem total de bactérias do tanque.
Neste trab alho um c o nj u nto de t e s tes
microbiológicos e a contagem de cél ulas somá­
ticas foi aplicado à mesma amostra de leite com
o objetivo de identificar as prováveis causas de
altas contagens de bactérias do leite cru . Para
i s s o , foram analis adas mensalmente amostras
do leite total do tanque de refrigeração de doze
rebanhos, num período de doze meses.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Foram coletadas amostras d o leite total
( l eite d o tanq ue) de d o ze rebanhos leiteiros,
localizados em sete municípios da Zona da Mata
do Estado de Minas Gerais. Em onze rebanhos a
ordenha era mecânica e em um era manual. Todas
as propriedades possuíam tanque para refrigeração
do leite, com capacidade variando entre 550 a
3.000 litros. Todos forneciam leite para a mesma
cooperativa e a coleta, feita em caminhão com
tanque isotérmico, era a cada dois dias.
As amostras de leite fo ram c o l etadas
mensalmente compreendendo setembro de 2000
a agosto de 200 I . As amostras foram retiradas
da p arte s u peri o r e c e n tral do tanque de
refrigeraç ã o , ap ó s t é r m i n o da agitação
programada, com auxílio de um coletor de aço
i n o x i dáve l , e s téri l . Para os ex ames micro­
biológicos, foram colocadas em frascos estéreis,
e para a contagem de células somáticas (CCS ),
em frascos contendo bronopol® como cons er­
vante. Imedi atamente após a coleta, os frascos
foram acondicionados em caixa isotérmica tipo
"cooler" contendo gelo reciclável, e levadas ao
l ab orató rio p ara proces s a me n t o . D urante o
período do trabalho, três rebanhos pararam de
fo rnecer o l e i te para a c o operativa e d o i s
pararam de p ro d u zi r. D e s t e m o d o , d e s e te
rebanhos foram obtidas doze amostras, de um
rebanho, oito, de dois, cinco e de outros dois,
quatro amostras mensai s .
P ara os e x ames m i c ro b i o l ó g i c o s , a s
amos tras d e l e i te fo ram d i l u ídas e m água
fosfatada de acordo com MARSHALL ( 1 992).
Os segui ntes exames foram realizados:
- Presença de patógenos contagi osos da
mastite: as diluições foram inoculadas nos
meios de cultura ágar sal manitol e ágar
TKT, seletivos para S. a u re u s e S.
agalactiae, respectivamente. Após incu­
bação de 48 horas, as colônias com carac­
terísticas destes agentes foram identificadas
de acordo com BRITO et aI. ( 1 998).
- Contagem total de bactérias (contagem
padrão) : as diluições foram incorporadas
ao ágar (plate count agar) fundido a 4045°C e incubadas a 3 2± I °C por 48 ± 3
horas, segundo MARSHALL ( 1 992).
- C o n t agem total d e bactérias p s i cro­
tróficas: foi fei ta de acordo com IDF
S tandard 1 3 2A ( 1 99 1 ) , com inc ubação
a 21 ± 1 °C durante 25 ± I hora, em plate
count agar contendo O, I % de leite em
pó desnatado livre de inibidores (Difco).
- C o n t agem t otal d e bacté r i as termo­
dúricas : um volume de 5,0 ml da amostra
foi transferido para um tubo de ensaio
com tampa de rosca e incubado a 62, 8°C
durante 30 minutos, em banho- maria,
com agitação . Após incubação o tubo
fo i resfriado e m b anho de ge l o . Em
s e g u i d a , a a m o s t ra fo i d i l u íd a e
proce s s ad a de m o d o s e me l h ante à
contagem padrão (MARS HALL, 1 992).
- Contagem total de coliformes foi feita
pelo p rocedimento de tubos múltiplos.
Cada u m a de três d i l u i ç õ e s de cada
amostra foi inoculada em conju ntos de
cinco tubos contendo caldo Lauri l Sul­
fato, de acordo com MARSHALL ( 1 992) .
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO N AC I O NAL DE L AT i C í N I O S
Após incubação a 35°C durante 24 horas,
tubos que apresentavam gás foram
transferidos para caldo verde brilhante e
incubados por 48 horas a 35°C .
As contagens de células somáticas foram
fei tas em equi pamento eletrônico, de acordo
com as normas d a Federação Internacional de
Lat i c í n i o s ( lD F, 1 9 9 5 ) e as recomendações
contid as n o manual d o fabricante d o equipa­
mento ( B e n t l e y Combi S ys tem O p erato r ' s
Manual, 1 994) .
3. RESULTA D O S E D I S C U S S Ã O
Os resultados das contagens bacterianas e
de células somáticas são apresentados em médias
geométricas . As médias geométricas das con­
tagens totais de bactérias, contagens de bactérias
psicrotróficas, de termodúricas e de coliformes
dos 1 2 rebanhos são apresentados na Tabela 1 . .
O s reb a n h o s fo ram o r d e n ad o s d e m o d o
decrescente, de acordo com a contagem total
de bactérias. Abaixo do valor obtido para as
médias geométricas é dado o menor e o maior
valor enco n trad o . O n ú mero de amo stras
mensais consecuti vas obti das de cada rebanho
está relacionado na última coluna.
Como pode s er o b s e rvad o , as médias
geométricas das contagens totais foram abaixo
de 6,5 x 1 05 ufc/ml em nove rebanhos e acima
de 1 ,0 x 1 06 ufc/ml, em três . No rebanho n° I , a
contagem total de bactérias foi acima de 1 ,0 x 1 06
u fc/ml d u r a n t e t o d o s o s d o z e m e s e s
a m o s t r a d o s . N o reb anho 2 s o m e n t e d u as
amostras foram abaixo de 1 ,0 x 1 06 ufc/ml e no
3 , somente uma das quatro amostras coletadas
fo i ab ai x o . Estas contagens estão acima das
novas normas a serem instituíd as pela Portaria
56 do M i n i s tério da Agricul tura, Pecu ári a e
Abastecimento ( a i n d a n ão p u b l i c ad a ) , que
es tabelece a con tagem p adrão máxima para
organismos mesófilos de 1 ,0 x 1 06 ufc/ml.
Tabela 1 - Média geométrica d as contagens totai s de bactérias , de bactéri as psicrotróficas, de
termodúricas e de coliformes totais de doze rebanhos em amostras mensais do leite do
tanque de refrigeração. Abaixo d as médias geométricas são apresentados o s valores
máximos e mínimos encontrados.
Reb.
Contagem padrão
(ufdml)
Psicrotróficos
(ufdmI)
Termodúricos
(ufdml)
Coliformes
NMP/mI
NU amostras
analisadas
4.720.000
1 .330.000
140.000
>4.800
12
( l , 8 x l 06-2,7x1 07)
2
3 . 1 00.000
(6,7xl 05-9,3 x l 07)
1 .900.000
(6,Ox105-6,5x106)
4
650.000
(2, 8x 1 05-6,4x106)
633.000
(3,6xl (J�- 1 ,5x106)
6
450.000
(2,Oxl 05-6.5 x 1 05)
390.000
(7,6x 1 04-2,5x106)
380.000
(5,3 x I 04-3,4x1 06)
1 90.000
( l ,4x 1 04- 1 ,8 x 1 06)
10
1 30.000
(5,5x1 04-7,6x1 05)
I I
1 20.000
(2,Oxl04-9,4xlOS)
12
4 1 .000
( 1 ,5xl 04-2,2xl 05)
(8,Ox1 04-2, l x l 07)
1 .700.000
(9,3xl 04_1 ,8xl 08)
304.000
(8,4xl 04-3,3 x l 06)
( l ,6x l 04-4,9xl05)
(2,4xl 0�->1 ,6x104)
>5.500
12
1 9.000
1 .400
4
(2,6 x l OJ-5,2x105)
(3,3x1 02-5,4xlOJ)
2.400
(2,5x102- 1 ,3 x 1 04)
1 52.000
35.000
(2,8x l 04- 1 ,9 1 06)
( l ,2x l 02-3,6x104)
( l .3 x l Ol-> 1 , 6x 1 04)
>2.400
595.000
1 9.800
1 .400
( l ,6x 1 05-4,1 x l 06)
( l ,3x 1 04-2,5x104)
(3,4x 1 02-5,4xl0l)
87.000
3 8.000
1 .300
( 1 ,9x l 04-6,5x1 04)
(9,Ox 1 02 -6,8xl 03)
(4,9x 1 02-2,4xlOl)
3 1 0.000
(3,8x 1 04-2,1 X 1 06)
2.000
>2.200
(2,9x 1 02-1 ,2x1 04)
(4,OxlOl->1 ,6xl 04)
1 84.000
140.000
>2.300
(2,8xl 04- 1 .9x l 06)
( I ,Ox1 01-3,6x 1 04)
(2,3 x l 02-> 1 ,6xl 04)
1 09.000
670
> 1 .000
(9,2x l OJ- l ,7 x l 06)
(7,2x1 02-2,5x l OJ)
( I , l x 1 02-> 1 ,6xl04)
1 5.000
260.000
> 1 .400
(5.3xl OJ-3,2x104)
(9.0x 1 02-6,8x I Ol)
(4,9x1 02-> 1 .6x l 0J)
390.000
6.200
(5.2xl 03-5,6xl (J�)
(9. 9x1 02-2,1 x 1 04)
6.800
830
(8,5xl 02-6,4x1 04)
(4.2xl 02-3 ,Ox103)
Pág. 84
12
(2, 3 x 1 02-> 1 ,6x I 04)
630
04
05
12
12
12
05
08
(8,Oxl 0 1 - 1 ,3xl OJ)
1 20
12
(2,Oxl01-3,5xlOJ)
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
Nos rebanhos no. 4, 5, 7, 8 e 9, apesar da
média ser ab aixo de 1 ,0 x 1 06 ufc/ml, foram
observados picos acima deste valor. Elevações
súbitas na contagem total de bactérias tem sido
' observada por outros pesquisadores . HAYES et
aI . (200 1 ) estudaram as causas de 20 dessas
s i t uações e veri fic aram que fo ram cau s adas
p r i n c i p a l mente p o r Es c lz e ri c h i a c o li e
Strep tococcus uberis. Nos casos anal isados, a
fonte de E. c o l i foi o amb iente, enqu anto S.
uberis pode ser o ambiente ou mastite subclínica
das vacas . Dependendo do número de vacas
infectadas , este organismo pode influenciar as
elevações d as contagens totais de bactéria no
leite do tanque, porque p odem ser elimi nados
em altos números pela glândula mamária.
Os resultados das contagens totais encon­
trados indicam deficiências nos procedimentos
de higiene da ordenha dos rebanhos. Quando se
o b s e rvam as c o n tage n s totais de bactérias
psicrotróficas, de termodúricas e de coliformes,
é possível indicar as possíveis causas das altas
c o n tagens t o t ai s . C o n t agens e l evadas de
microrganismos psicrotróficos estão associadas
a l i mpeza i n adequada d o s e q u i p amentos de
ordenha, resfriamento lento do leite, ordenha
de vacas com tetas suj as ou defi ciências nos
procedi mentos de higienização do úbere antes
'
da ordenha e qualidade não satisfatória da água
( G UTERBOCK & BLACKMER, 1 9 84, RYAN
et aI . , 1 9 8 4 , FUHRMANN, 1 9 8 6 , M U R P H Y,
1 9 9 7 ) . C o ntagens s ati s fatórias de mi cror­
ganismos psicrotróficos adotadas em d iversos
programas de qualidade do leite são menores ou
iguais a 5 . 000 ufc/ml ; contagens médias entre
5 . 000 e 3 0 . 000 ufc/ml e elevadas, acima de
3 0 . 00 0 u fc/ml ( B R AY & S HEARER, 1 9 9 6 ;
M U R P H Y, 1 9 9 7 ) . C o n s i d eran d o - s e e s s e s
valores, so mente dois rebanhos apresentaram
contagens abai xo de 30 .000 ufc/mI. Isso indica
a necessidade de implementação ou revisão das
práti cas de hi giene de ordenha adotadas pelos
p r o d u tores . E s s a n e c e s s i dade é também
evidenciada pelas altas contagens de coliformes,
indicadores de contaminação do ambiente e com
resíduos de fezes . Acima de 1 . 000 ufc/mI é
indicativo de deficiências de higiene (BRAY &
S HEARER, 1 996, MURPHY, 1 997).
C o n t ag e n s d e b a c té ri as term o d ú ri c as
acima d e 1 . 000 ufc/ml são indicativas de falhas
c r ô n i cas e" p e rs i s t e n t e s n a l i m p e z a d o s
equipamentos de ordenha ou ordenha de vacas
com tetas sujas com solo (B RAY & SHEARER,
1 9 96, MURPHY, 1 99 7 ) . S omente os rebanhos
nú meros 9 e 1 2 apresentaram n íveis ab aixo
deste valor.
Os principais microrganismos da mastite
que influenciam a contagem total de bactérias
d o s reb a n h o s são do gên �ro Strep to c o c c u s .
Glândulas infectadas pelas espécies S. agalactiae
e S. llberis, eliminam números elevados destas
bactérias por mililitro de leite, enquanto o número
de Staphylococcus a u re us apresenta flutuação,
podendo ser elevado ou pequeno (BRAMLEY et
aI . 1 984, JEFFREY & WILSON, 1 9 87).
A i n c l u s ão d a c o n t age m d e c é l u las
somáticas como parte d a anál i s e do leite d o
tanque é essencial para aval iação da mastite
s u bclínica no rebanho ( FU R H M A N N , 1 9 8 6 ) .
Níveis acima d e 200.000/ml são sugestivos de
mastite s ubclínica nos ani mais ( B R AMLEY et
aI. 1 996). As médias geométricas das CCS e dos
isolamentos de S. aga lactiae e S. a llreus, feitos
em oito amostras, são apresentados na Tabela 2.
Os resultados das CCS são apresentados na ordem
decrescente de acordo com as contagens obtidas .
Na primeira coluna é apresentada a numeração
dos rebanhos conforme apresentados na Tabela
1 . Nas amostras dos rebanhos 6 e 1 0, não foi
feito o isolamento de S. a u reus e S. agalactiae
( N ) . Isolou-se S. a ll reus do leite do tanque de
dez rebanhos e S. aga lactiae de dois. Somente
dois rebanhos apresentaram médias geométricas
das contagens acima de 1 .000.000/mI . Este é o
limite regulatório proposto pela Portaria 56 para
o leite refrigerado. Dentre os dois rebanhos com
CCS acima de 1 .000.000/ml, somente um deles
apre s e n t o u ele vadas c o n tagens t o t a i s de
bactérias . No rebanho 7, com média geométrica
de 1 . 900. 000/ml no período de doze meses, a
contagem total poderia estar sendo influenciada
pela presença de S. agala ctiae em sete das oito
amostras analisadas . Por outro l ado, rebanhos
com altas contagens de células apresentaram
baixas c o n tage n s totais de bac téri a s . E s s e
re s u l tado e s t á de ac o r d o c o m o s re l atos de
l iteratura que mos tram que, com exceção de
bactérias do gênero StreptococCllS, em geral , os
patógenos da mastite não são responsáveis por
elevações na contagem total de bactérias do leite
do tanque JEFFREY & WILSON, 1 9 87).
4. CONCLUSÃO
O s resultados obtidos indicam que, embora
a contagem global de bactérias da maioria dos
rebanhos atenda às exigências da legislação, o
alto número de microrganismos psicrotró ficos,
termod úri c o s e de c o l i fo rm e s , a p o n t a p ara
deficiências sérias nos procedimentos de ordenha
e de l impeza d o s equipamentos de ordenha e
armazenamento do leite. Indica igualmente que
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO NACIONAL D E LAT i C í N I O S
Tabela 2
-
Relação entre contagem de células somáticas e presença de Staplzylococcus a u reus e
no leite do tanque.
Strep tococcus agalactiae
Rebs.
ccs
S. aureus
S. agalactiae
7
1 . 900.000
8/8 1
7/8
1 . 600.000
6/6
0/6
904.000
N2
N
760.000
6/8
4/8
630.000
3/4
0/4
2
527.000
3/8
0/8
5
5 2 1 .000
4/4
0/4
12
4 8 7 . 000
8/8
0/8
10
403.000
N
N
4
302.000
3/8
0/8
1 1
252.000
6/8
0/8
1 70.000
6/8
0/8
6
I Número de isolamentos sobre o número de amostras examinadas.
2 N : análise não realizada.
a refrigeração do leite na p ropriedade não é
suficiente para manter a qualidade microbiológica
do leite, o que deman d ará mais esforços n o
sentido de melhorar a s condições higiênicas dos
rebanhos .
SUMMARY
I n this work bulk tank milk s amp les of
twelve dairy herds were evaluated by means of
s t a n d ard p l ate c o u n t , p s ychrotro p h i c ,
thermoduric a n d coliform counts, presence of
contagious mastitis organi sms (Staphylo coccus
a u re u s an d S t rep to c o c c u s a g a la c t i a e ) and
so matic cell counts, i n order to i dentify the
potential sources of high bacteria counts in raw
milk. M i l k samples were col lected monthly,
during a period of twelve months . From seven
herds, 12 samples were obtained, from oue herd,
eight, fro m two herds, five and fro m another
two, fo ur s amples . The geometric means of
standard plate counts found for three herds were
higher than 1 ,0 x 1 06 ufc/ml ; for the other herds
were below 6 . 5 x 1 05 cfu/mI. Ten herds had,
psychrotrophic counts >30,000 cfu/ml and nine
had coliform counts > 1 ,000 cfu/mI . Ten herds
had thermo d uric c o u n t s > I , 5 00 c fu/ml . S.
a u reus was isol ated from ten herds, in two of
them S. agalactiae was
aure us and S. agalactiae
aIs o i solated . B oth S.
are considered mastitis
contagious pathogens and are transmitted from
cow to cow, especially during milking time.
Procedures such as t e at d i s i n fe c t i o n after
milking and mai ntenance o f the m i lk i n g
equ i p ment a r e i m p o rtant p o i n ts o f their
c o ntroI . The high c o u nt s o f p s y c hro trophic,
thermoduric and coliform bacteria in raw milk
are related to poor hygienic practices during
milking time and chronic or persistent cleaning
fai lu re of the m i l k i n g s y s t e m . The res u l t s
indicated that, although the majority of the herds
( 9 / 1 2 ) presented s t an d ard p l ate c o u n t s i n
accordance with the regulatory standard, the high
c o u n t s of p s y chrotro p h i c , therm o d u ri c and
coliform bacteria pointed at hygiene deficiencies
at milking and cleaning fai lure of the milking
system. It also indicated besides cooling milk in
the farm, hygienic procedures are important to
have milk with high microbiological quality.
A GRADECIMENTOS
Os autores agradecem a colaboração de Éder
Sebastião dos Reis da Embrapa Gado de Leite, de
Eloá Corrêa de Souza, do Instituto de Laticínios
Cân d i d o Tos tes e de M i c h e l l e L u cas Vale ,
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A N A I S DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL D E L ATi C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
estagiária do Laboratório de Microbiologia do
Leite da Embrapa Gado de Leite, pela cola­
boração na coleta das amostras .
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•
•
•
•
TENDÊNCIAS E DEMANDAS TECNOLÓGICAS EM ESTABILIZAÇÃO D E FERMENTADOS
Trends and Technical Demands for Fermented Products Stabilization
Ana Esth er Alves Nicol au 1 , Soren Olsen2
O i og u rt e é um p r o d u t o origi n ário da
Bulgária, de grande valor nutritivo e de signi­
ficativa i mp ortância comercial à i n d ústria de
alimentos. Possui variações em todo o mundo,
sendo normalmente classificados em três grandes
categorias: firme, batido ou bebível .
Muitos s ão os fatores que influenciam a
qualidade do produto final . Do ponto de vista
dos ingredientes, pode-se citar o teor de sólidos
da form u l ação, a c u ltura láctea e o s e s tabi ­
l izantes . Em relação a o processo, destacam-se
as etapas de h o m ogeneização, tratamento
térmico e as condições de resfriamento e envase
do produto.
O s e s t ab i l i zantes exercem d i ferentes
funções no iogurte, como a redução ou elimi­
nação do risco de sinerese, aumento de visco­
sidade do produto final, melhora na cremosidade
e até mesmo otimização de custos, à medida que
permitem a redução de gordura e/ou s ólidos no
produto final .
Vários fatores devem ser considerados na
definição do estabilizante a ser utilizado, como
por exemplo, as exigências do mercado local e a
legislação. Os estabilizantes mais apropriados
para uso em i o g u rte s ã o : pectina, p ro teínas
lácteas, gel atina e amido modificado. As prin­
c i p a i s caracterís t i c as d e cada uma de stas
matérias-pri mas neste tipo de ap l i cação,
encontram-se indicadas a seguir:
O a m i d o c o n fere ao i o gurte u m a boa
viscosidade e corpo. Tanto para o iogurte batido
quanto para o iogurte firme, o amido deve ser
es tável a b a i x o s p H s , u m a v e z q u e será
adicionado ao produto antes d a fermentação.
Em iogurtes batidos, a maior parte dos amidos
pode ser u t i l i zada e m altas d o s agens s e m
problemas d e formação de gel . Como o coágulo
é quebrado após a fermentação, é importante que
o amido seja também resistente à agitação, de modo
a conferir cremosidade ao produto final. Além
disso, o amido utilizado na fabricação de iogurte
não pode apresentar retro gradação excessiva, o
que causaria sinerese no produto final.
Gelatina
P r oteínas L á c teas
A gelatina é um agente gelificante que atua
como espessante quando aplicada em pequenas
quantidades. Por esta razão, um cuidado especial
deve ser t o m a d o em relação à d o s agem de
aplicação da mesma em iogurtes, a fim de evitar­
se a gelifi c aç ão do produto final. E m países
tropi c ai s , c o m c o n d i ções p recárias de refri ­
geração, uma perda na viscosidade do i ogurte
será observada em temperaturas acima de 1 520°C, quando a gelat i n a começa a fun dir-se.
E m relação à estrutura, e s t e h i d r o c o l ó i de ·
As proteínas lácteas conferem ao iogurte
uma boa v i s c o s i d ad e mas apre s entam a
desvantagem de serem efetivas somente em altas
dosagens . Além disso, perdas de cremosidade
podem ser observadas com o uso de certos tipos
de proteínas .
1
2
p romove uma textura c remosa, c o m brilho e
com boa resistência à s inerese.
Pectina
A p e c t i n a promove ao i o g u rte u m a
estrutura cremosa, aumentando a viscosidade de
iogurtes batidos . Em iogurtes firmes, promove
u m s i gn i fi c a t i v o aumento na força d o ge l .
Contudo, a quantidade máxima d e pectina a ser
utilizada é limitada, uma vez que um excesso da
mesma terá i nfl uência d i reta na fermentação,
deixando a textura do produto final arenosa.
Amido
É importante lembrar que cada um destes
estab i l i zantes apre s en t am van tagens e
desvantagens em s e u u s o . P ara u m mel hor
entendi mento do p orque o s e s t ab i l izantes
Engenheira de Alimentos e Coordenadora de Aplicação da Danisco B rasil Ltda.
M aster of S c i ence (MSc) in D ai ry TechnoIogy e Gerente de Aplic aç ão S enior da D anisco Denmark Limited.
Pág . 89
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
i nfluenciam de maneira diferente na reologia e
nas característi cas sen s orias do i ogurte, a
microestrutura de um iogurte foi examinada através
de um micros cópio SEM ( s c a n n ing e le c tron
microscopy), conforme é indicado a seguir:
Uma base sem gordura foi utilizada a fim
de eliminar-se o efeito da mesma na estrutura
do i ogurte. Os mi crográfi cos most ram que o
iogurte consiste em uma rede arenosa composta
de p artículas de caseína. Es tas p artíc u l as de
caseína estão interligadas em blocos e/ou cadeias,
formando u m a rede c o m e s p aços v a z i o s o u
poros . A fase aquosa é retida n o s poros e, quando
isto não ocorre, tem-se o fenômeno da sinerese.
0% gordura iogurte com 2%
LPD (Referência)
Referência + proteína láctea
Referência + gelatina
A força d as ligações entre as partículas,
bem como o tipo de agregação e interação entre
as proteínas l ácteas ou os i n gred i e n tes
funcionai s , afetam d iretamente a cremosidade,
a estabilidade e a viscosidade do produto final .
To d o s e s tes p arâmetros s ã o i m p ortantes
propriedades no caso de iogurtes.
Dentre as principais tendências na linha de
produtos fermentados, têm-se os produtos fun­
cionais (probióticos, fibras , cereai s , vitaminas,
cálcio etc), orgânicos, produtos premillm (pedaços
de fruta, frutas exóticas etc), produtos líquidos
com baixa viscosidade e apelo de refrescância e
produtos SEM adição de gelatina ("ge latin free").
e
Relativamente pouco mouthfeel
e
Consistência aguada
o
Rede de proteínas aberta com poros grandes
o
Agregados médios
o
Tendência à separação de soro
o
Aumento de viscosidade se comparado ao padrão
e
Textura arenosa
•
Grandes agregados
o
Rede protéica relativamente fraca e fácil de quebrar
o
Menor tendência à separação de soro
•
Textura cremosa e brilhante, quase geificada
•
Rede protéica compacta e fechada
li
Pequenos poros
.. Muito pouca tendência à separação de fases
Referência + pectina
.. Aparência relativamente brilhante
li
Textura levemente arenosa
Como visto anteriormente, a gelatina é
um dos ingredientes mais utilizados na fabricação
de i o gurtes . No e n t a n t o , rece n t e mente, a
gelatina tem s i d o alvo de cres centes re ações
. negativas por parte dos consumidores . Questões
rel igiosas e grupos de consumi dores como os
vegetarianos c on tribuem com este p an orama.
Na Europa, a gelatina tem sido constantemente
envolvida em discussões acerca da doença da vaca­
louca, B SE (bovine spongiform encephalopathy).
A possibilidade de que produtos alimentícios de
origem bovina estej am associados ao B SE tem
gerado sérias q uestões a respeito do risco de
contaminaç ã o da d o e n ç a Creutzfel d t-Jak o b .
Finalmente, o c o n s tante a u m e n t o de p reços
desta matéri a-prima faz c o m que a i n d ústria
láctea busque alternativas para a substituição da
mesma no desenvolvimento de iogurtes de baixo
conteúdo ou sem adição de gordura - uma tarefa
bastante difíc i l , sem a utili zação de sis temas
estabilizantes ta ilor-made.
D u rante o s e s t u d o s d e s u b s t i t u i ç ão de
gelatina em iogurtes, um outro ponto foi larga­
mente estudado: a interação entre os cultivos e
os e s t ab i l i zante s . Um i m p ortante aspecto
relacionado a isto é a produção dos Exo Polis­
sacarídeos (EPS ) pelas culturas, especialmente
quando os EPS são produzidos durante o processo
de fermentação, e o tipo de EPS produzido.
Sabe-se que no iogurte, as ligações entre as
caseínas ocorrem via EPS e os estabíli zantes .
Durante a fermentação, a formação prévia de EPS
ocorre pelo St. therm em um pH relativamente
alto, entre 6 . 7 - 5 . 5 , conferindo ao iogurte uma
textura longa. Ao contrário, a segunda formação
de EPS ocorre em pHs abaixo de 5 .6, pelo Lb.
bulgariclls, dando ao iogurte uma textura curta.
Otimizando a primeira formação de EPS, a textura
do produto final apresenta-se menos arenosa.
A s s i m , além do uso de s i stemas estabi­
lizantes especialmente preparados para este fim
e culturas adequadas, a questão da s ubstituição
de gelatina em formulações de iogurte pode ser
bem equac i o nada com uma o t i m i z ação de
processo e aj ustes individuais de cada formulação.
S U M M A RY
Nutritional and health benefits lie behind
the steady growth in yogurt consumption in most
parts of the world. B ut, w hile consumers demand
produ cts with a reduced fat content, they are
not prepared to compromise on quality. In other
word s , they expect the s ame creaminess and
body as on full-fat products. Consumers are also
becoming more aware of the additives used in the
products they consume, not to mention the
additives ' origino Finally, constant price reduction
requirements are also noticed worldwide.
In res ponse to these devel opments, the
d a i ry i n d u s try today l o o ks i ncreas i n gl y fo r
i n n o v ative s t ab i l i zers s o l u t i o n s , s p e c i al l y
fo c u s i n g o n gelat i n - free s y s t e m s , when
developing low or non-fat yogurt - an objective
difficult to fulfill without the use of tailor-made
stabilizer blends.
The experience obtained in working with
i mp l ementing gel ati n - free s o l u t i o n s clear1y
shows that the optimum res ult is only obtained
by looking at two parameters : total formulation
and production conditions.
During this presentation, the influence of
different stabilizers and starter cultures on the
microstructure of yogurt i s examined. Special
attention i s also paid to gelatine replacement
w h i l e main tai n i ng the y o g u rt ' s d e s i rab le
organ o l e p t i c propert i e s . C o n s i d e ri n g that
process also affect the final product quality, the
main s teps are al s o d i s c u s s e d i n c l u d i n g
homogenizat i o n , heat t reatment, c o o l i n g and
fil l i ng conditions. Finally, new trends for the
fermented industry are also presented.
.. Rede protéica relativamente fraca
.. Agregados médios
.. Menor tendência à sinerese que o padrão
Referência + amido modificado
li
Maior mouthfeel que o padrão
li
Mouthfeel relativamente seco ("pesado")
•
Agregados pequenos
o
Rede protéica relativamente fechada
+
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+
+
+
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
EFEITO DE LEITE D ESNATADO CONTENDO BIFIDOBACTERIUM BREVE NA
MODULAÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL MURINA
Effect of skimmilk containing Bifidobacterium breve in the murine intestinal
microbiota modulation
Elisa Tesh i m a 1 , Célia L . L . F. Ferreira2, Ferlando L . S antos3
RFSUMO
Existe grande interesse no conhecimento das interações entre dieta e microbiota
intesti nal. Lactobacilos e bactérias bífidas são reconhecidamente os grupos microbianos
mais pesquisados quanto aos efeitos benéficos que podem inferir à saúde humana e animal.
Os Lactobacilos atuam princi palmente no intestino delgado ao pas s o q ue as bactérias
bífidas no i ntestino grosso. Esses grupos bacterianos têm sido veiculados num grande
n úmero de alimento s , p rincipalmente nos de origem láctea. Alimentos que carreiam
microrgani s mo de origem intestinal são denominados probióticos, aos quai s um grande
n úmero de funções s ão inferidas, sendo o controle de diarréi as e o bal anceamento da
microbiota intestinal as mais citadas, entre outras . Embora tenha sido crescente o número
de alimentos probióticos, p o ucas s ão as es tirpes efeti vamente aval i ad as quanto aos
benefícios inferidos . O propósito deste trabalho foi eluci dar os efeitos de leite desnatado
adicionado de um "pool" de estirpes probióticas de Bzfidobacte rium breve (B. bre ve) na
modulação de diferentes grupos da microbiota intestinal . Vinte ratas adultas da raça Wistar
constituíram cada um dos tratamentos : i) controle (dieta AIN-93) e lI) teste ( dieta AIN93 + O, l mL de leite desnatado contendo log 8 UFC/mL de um "pool" ativo do microrganismo
probiótico). Após 28 dias de administração, avaliou-se o conteúdo cecal e colônico dos
animais para diferentes grupos microbianos, em meios apropriados . O grupo que consumiu
a dieta adicionada de probióticos apresentou maiores concentrações (P<O,0 1 ) de bactérias
bífidas no ceco (Log 8,28 UFC/g) e cólon (Log 8,49 UFC/g) quando comparados ao grupo
controle que apresentou Log 6 , 5 5 e 7,06 UFC/g no ceco e cólon, respectivamente. As
concentrações de anaeróbios e aeróbios totais n ão foram afetadas ( P>0,05 ) em ambos
segmentos intestinais. A presença de Escherichia coZi foi menor no ceco (P<O,Ol ) e cólon
( P<0,05) dos animais que receberam o probiótico. Os res ultados desta experimentação
sugerem que o consumo de leite contendo "pool" de estirpes probióticas de B. breve pode
ser benéfico por melhorar o perfil microbiano intestinal.
Palavras-chave: Bzfidobacterium bre ve, leite desnatado, microbiota, ratas.
L INTRODUÇÃO
A comuni d ade microbiana que habita o
trato g a s tro i n t e s t i n al de um i n d i v í d u o é
caracterizada p o r sua densid ade populacional
e l e v ad a, d iv e r s i dade amp la e i n terações
c o m p l ex as ( M A C K IE e t aI . , 1 9 9 9 ) . Esses
organismos e s uas atividades metabólicas não
2
3
são inertes ao hospedeiro, podendo promover
impactos positivos e negativos na saúde humana
(MITS UOKA, 1 99 6 ) .
As bactérias benéficas, como lactobacilos
e bifidobacteria, protegem o hospedeiro contra
infecções por patógenos exógenos, inibindo o
Professor Adj u nto, D. Sc. , Uni versidade Estadual de Feira de S antana, Departamento de Tecnologia, Feira de
S antana B ahia, 4403 1 -580.
Professor Titular, PhD, Univers idade Federal de Viçosa, Departamento de Tecnologi a d e Alimentos, Viçosa M inas Gerais , 3 657 1 -000.
D ou torando em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Tecnologia
de Alimentos,
ANAIS D O XIX C O N G R ESSO NACIONAL DE LATiC í N I O S
cres cimento desses m i c ro rgan i s m o s pela
produção de ácidos orgânicos, particularmente
ácidos graxos de cadeia curta (NAIDU et aI.,
1 999; SANDERS , 1 999). Além disso, compostos
. produzidos p or algumas bactérias benéficas,
p o d e m e s t i m u l ar o s i s tema i mu n o l ó gi c o d o
hospedeiro (MITSUOKA, 1 990). Por outro lado,
as bactérias nocivas podem formar compostos
tóxicos, que prejudicam o intestino diretamente
e 'são também parcialmente absorvidos, contri­
buindo ao longo da vida do hospedeiro para o
proces so de envelhecimento, c âncer e outros
problemas geriátri cos ( M IT S U O K A , 1 9 9 2 ) .
Portan t o , é i m po rtante que a s i n terações d a
m i c r o b i o t a i nt e s t i nal s ej am c o n t ro l a d as e
mantidas de maneira otimizada, isto é, com a
pred o m i n â n c i a de bactérias b e néficas e m
detrimento de bactérias p u t re fati v a s e
patogênicas.
O c o n h e c i mento atual d a m i crobiota
intestinal e s uas interações, tem conduzido ao
desenvolvimento de estratégias d ietéticas que
servem para manter ou melhorar a microbiota
gastrointestinal normal (GOMES e MALCATA,
1 9 9 9 ) . Pro b i ó t i c o s , que s ão defi n i d o s como
s u p lementos ali mentares contendo bacté rias
viáveis de origem i ntestinal (FULLER , 1 9 89),
têm sido utilizados para mudar a composição da
microbiota intestinal . Geralmente são produtos
lácteos fermentados ou não, contendo bifido­
bacteria e/ou lactobacilos .
Embora m u i t o s p r o d u t o s p ro b i ó t i c o s
estejam disponíveis no mercado, poucas estirpes
de bactérias foram aval iadas quanto ao s e u
potencial de atividade funcional e conseqüente
benefícios à saúde. Portanto, esse trabalho teve
como o bj e t i v o aval i ar os e feitos de l e i te
desnatado adicionado de um "pool" de estirpes
probióticas de B ifidobacterium breve (B. breve)
na modulação de diferentes grupos da microbiota
i ntestinal murina.
2.2. Preparo do leite bifi dus
Após a ativação, cada estirpe foi cultivada
em 5mL de caldo TPY a 37°CI24h, sob condições
de anaerobiose. As culturas foram centrifugadas
a 2 .750 x g por 1 5 minutos, a 4°C. O peIlet foi
lavado duas vezes com tampão fosfato, pH=7,2.
Após a ú l t i m a l avagem, o s o brenadante fo i
descartado e o "pool" concentrad o de estirpes
de B. breve foi ressuspendido em 7 mL de LDR
1 0% esterilizado . Uma alíquota de O, I mL foi
reti rada p ara contage m de células v i áveis de
bifidobacteria em ágar TPY. O leite bífidus foi
produzido em quantidade suficiente para 5 dias
de alimentação, divididos em volumes diários e
acondicionados sob refrigeração (5°C ) .
2 . 3 . Animais e dieta
Foram utilizados 20 ratas da raça Wistar
em i dade adulta. Os animais foram pesados e
divididos em grupos de 1 0, de maneira que a
média de peso i ni c i al entre os grupos fo sse
homogênea. As ratas foram alocadas em gaiolas
individuais e a temperatura foi controlada para
25°C ± 5, mantendo-se ciclos de claro e escuro
de 1 2 horas . Os animais foram mantidos com
12 ± 2g de d ieta por dia e água desti lada a d
l i b i t u tn d u rant e 2 8 d i as e s ubmet i d os aos
segui ntes tratamentos :
- Controle - Dieta A IN-93G ( REEVES et
aI . , 1 9 9 3 )
- Probiótico - D ieta AIN-9 3 G + O , I mL
do leite desnatado contendo B . breve
( - 1 08 UFC/mL) .
O consumo alimentar foi avaliado diaria­
mente nos dois tratamentos e o peso corpóreo
dos animai s foi avaliado semanalmente.
2.4. Procedimento d e retirada dos ó rgãos
2. MATERIAL E MÉTODOS
2 . 1 . Fonte e m anutenção das cultur as
Nesta experimentação foram utilizadas 1 4
estirpes d e B ifidoba c terium breve resistentes a
s a i s b i l i ares e s u c o gástrico, pertencentes à
Coleção de Culturas da Universidade Federal de
Viçosa, Viçosa MG. Essa culturas são mantidas
congeladas a -80°C em caldo TPY (Tripticase .
P h y t o n e Yea s t ) c o m 1 0 % ( v/v) de g l i ceroI .
Antes do uso, cada estirpe foi ativada em caldo
TPY, a 37°C/24h em j arra de anaerobiose, por
Após o período de 28 dias de alimentação
com a dieta teste, os ratos foram s ubmetidos a
um jej u m de 1 2 horas . Posteriormente foram
s acrificados por asfixia empregand o - s e C0 1 .
Realizou-se uma i n c i s ão ab d o m i n al e foram
retirados o ceco e cólon proximal (5cm a partir
do ceco), com as extremi dades d e v i d amente
atadas . Os órgãos foram l avados com solução
salina estéril, acondicionados em sacos plásticos
estéreis e pesados .
O conteúdo cecal e colônico foi retirado e
1 9 foi adicionado em 9 mL de água peptonada
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
8 0 , 1 9 ; c i s teína, 0 , 5 g ; g l i cerol, 1 0g ; ág u a
d e s t i lada, 1 00 0 m L ) . A a m o s t r a d i l uída fo i
congelada imediatamente em nitrogênio líquido
e acondicionada a - 8 0·C (Bio-Freezer - Forma
Scientific) para posterior análise microbiológica.
A p ó s a ret i r a d a do c o n te ú d o cecal para
plaqueamento, o restante do conteúdo foi diluído
com água destOada e o pH foi determinado em
p H me tro .
2 . 5 . C on t a g e m b a c t e r i a n a
cecal e colônico
do
conteúdo
Foram realizadas contagens dos seguintes
grupos bacterianos no conteúdo cecaI e co Iônico,
nos respectivos meios de cultura:
B actérias anaeróbias totai s : Á gar B H I
( B rai n Heart Infu s i o n - D IFCO) com
a d i ç ão de 5% de s angue de carneiro
desfibrinado no momento de preparo das
placas com meio s ólido.
- B actérias aer ó b i as ou anaeróbias
fac u l t at i vas t o t ai s : Á gar BHI ( B rai n
Heart Infusion - DIFCO) sem adição de
sangue.
Es c h e ri c lz i a c o Z i : Á gar M acCo nkey
Sorbitol ( D IFCO).
Lactobacillus ssp. : Á gar LAMVAB, de
acordo com HARTEMINK et aI . ( 1 997).
- B ifi do b a c t e ri u 11l s sp . : Á ga.r R B , de
acordo com HARTEMINK et aI. ( 1 996).
As amostras foram submetidas a diluições
decimais, e uma alíquota de 0, 1 mL foi plaqueada
à s uperfície d o s meios de cultura. As placas
invertid as foram i ncubadas em aerobiose ( E.
coZi, aeróbios totais e Lactobacilos) ou anaero­
biose (anaeróbios totais e B ifidobacteria), por um
período de 24 a 48h e 72 a 96h, respectivamente.
2 . 6 . Avaliação da toxicidade p o r índice de
peso dos ó r gãos
Foram retirados o coração , ri n s , baço e
fígado. Os órgãos foram lavados com sol ução
salina estéril e pesad o s . Com o peso de cada
órgão fo i determ i n a d o o índice d e p e s o d o
coração, rins, baço e fígado, obtido pela seguinte
fórmula: peso do órgão (mg)/peso corpóreo do
animal (g), segundo ZHOU et aI . (2000) .
2 . 7 . A ná l i s e es tatís ti c a
Os dados foram analisados pelo teste t, ao
nível de 5% de probabilidade.
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO N A C I O N A L D E LAT i C í N I O S
12
3 . RESULTA D O S E D I S C U S S Ã O
3 . 1 . Efe i t o n o c o ns u m o a l i m e n tar, g a n h o
de p e s o e pH d o ceco
10
O consumo alime ntar, ganho d e peso e
c o n vers ão ali mentar d o s animais em cada
tratamento estão apresentados no Quadro 1. Os
animais d o trat amento c o m pro b i ó t i c o não
apresentaram d i ferença significativa (P>0,05)
no consumo alimentar, ganho de peso e pH cecal
quando comparados com o grupo controle.
2
Quadro 1
-
Ganho de peso, consumo alimentar
e pH do conteúdo cecal de ratas
aliment adas com l e i te bifi d u s e
dieta controle a •
Peso inicial (g)
Consumo alimentar (g/dia)
Ganho de peso (g/dia)
pH do conteúdo cecal
ControleI
Leite Bifidusl
229 ± 1 7,5
1 0,83 + 0,38
0, 8 1 ± 0,29
7,24 ± 0,32
229 ± 1 6.3
1 0,93 + 0,53
0,70 ± 0,28
6,85 ± 0,32
Totais
o Controle
13 Leite Bifidus
Bifido bacteri
o
Figura 1
-
Concentração bacteriana no conteúdo cecal (média ± DP) de ratas alimentadas com leite
bifidus e d ieta controle. *Diferença significativa ao nível de 1 % de probabilidade.
12
o Controle
13 Leite Bifidus
10
�
E. coli
8
�6
Cl
valores são média ± DP, n = 1 0
a Não houve diferença significativa entre os animais que
receberam leite bifidus e dieta controle (P > 0.05).
l OS
.3
4
2
3 . 2 . Efe i t o n a c o m p o s i ç ã o da m i c r o b i o t a
intestinal
Os níveis d e anaeró b i o s totais, b i fi d o ­
bacteria, aeróbios totais , lactobacilos e E. coli
do conteúdo do ceco e cólon, de animais alimen­
t a d o s c o m pro b i ó t i c o e d o s que receberam
s o mente a d ieta base, e s t ão apresentados na
Figura 1 e 2 , respectivamente .
A administração de leite bifidus resu ltou
e m conce ntração mais elevada ( P < O , O 1 ) de
bifidobacteria no ceco e cólon de ratas quando
comparado ao grupo controle. Já os níveis de
anaeróbios e aeróbios totais não foram afetados
pelo tratamento com probiótico, em ambos os
segmentos intestinais. Os níveis de lactobacilos
foram menores (P<O,O I ) no cólon dos animais
alimentados com probiótico quando comparados
com o grupo controle, enquanto que no ceco os
níveis foram s i m i l ares . O n ú mero m é d i o de
unidades formadoras de colônias (UFC/g) de E.
c o Zi fo i menor no ceco ( P<O , O l ) e c ó l o n
(P<0,05) d o s animais que receberam probiótico.
Os res u l t a d o s d e s s a ex peri mentação
sugerem que o consumo de leite bifidus, contendo
os novos iso lados de B . b re v e , podem alterar
beneficamente a composição da microbiota do
ceco e c ó l o n , aumentando os n ú meros de
Anaerobios
o
Figura 2
-
Concentração bacteriana no conteúdo colônico (média ± DP) de ratas alimentadas com
leite bifidus e dieta controle. *Diferença significativa ao nível de I % de probabilidade;
* * Diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade
bifidobacteria e diminuindo os níveis de E. coZi.
Embora o n úmero de bifi dobacteria tenha sido
aumentado em ambos os segmentos intestinais,
o s níveis d e anaeró b i o s totais n ã o fo ram
e l e v a d o s n a m e s m a p r o p o rç ã o l o g arítmica,
s ugeri n d o u m a p re d o m i n ân c i a d e bactérias
b ífi d as e m d et r i m e n t o d e o u tros gêneros
anaeróbi o s .
Segundo FULLER ( 1 999), a estimulação
de u m grupo de organismos pode ser responsável
pela inibição do crescimento de outros grupos
bacterianos na microbiota intestinal. A predo­
m i n â n c i a d e b i fi d o bacteria, e m fu n ç ão da
administração d e bactéri as bífidas exógenas,
aumenta a p r o d u ç ã o de acetato e l ac tato,
diminuindo o p H intestinal e conseqüentemente
i n i b i n d o o c r e s c i mento de bactérias p o ten- .
cialmente patogênicas e putrefativas (GIBSON
e R O B E RF R O I D , 1 9 9 5 ) . P o r o u tro l a d o , o
mecanismo de i nibição p ode ser i ndependente
da diminuição do pH, uma vez que GIB SON e
WANG ( 1 994) verificaram in vitro, a capaci­
dade de bifidobacteria inibir o crescimento de E.
co/i e CZostridium pe l:fringens, em p H 7,0.
Em ratos gnotob i ó ti c o s , YAM AZAKI et
aI. ( 1 9 8 2 ) verifi c aram q u e nos ani mai s
m o n o as s o c i a d o s c o m b ifid obacteria a c o l o ­
nização d e E . coZi não foi observada, e a redução
significativa do pH intestinal não foi verificada.
O mesmo efeito antagonístico de bifi dobacteria
no cresc i mento de E. c o Zi foi obse rvado por
ITOH e FRETER ( 1 989) e FAURE et aI . ( 1 982),
i n d e p e n d e n t e d a red u ç ã o d e pH i n t e s t i n a l .
O s res ultados obtidos nessa experimentação
c o rroboram com os r e s u l t a d o s verifi c ados
anteriormente, uma vez que não foi observado
redução significativa do pH intestinal . Possivel­
mente os ác i d o s o rg â n i c o s ( l B R A H I M e
B EZKOROVA I N Y, 1 9 9 3 ) e fatores protéicos
(FUJ IWA R A e t aI . , 1 9 9 7 ) p r o d u z i d o s p o r
bifi dobacteria podem estar agindo em conjunto,
para interferir na ligação de E. co/i ao epitélio
Pág . 95
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
i nt e s t i nal e c o n s eq üentemente red u z i n do o
número desses organismos no trato intestinal .
Embora as b actérias do gênero
L a c to b a c i llus sej am desej áveis n o intestino,
verifi c o u - s e nessa experi mentação q u e a
administração de leite bifidus diminuiu seus níveis
no cólon dos animais. A reduzida disponibilidade
de n u trientes fermentáve i s p o r l actobaci l o s
nesse nicho ecológico, o aumento d o s níveis de
bifi d obacteria e a competição p o r substratos
podem j ustificar os resultados observados.
Os dados obtidos nes s a experimentação
s ugerem que níveis elevados de bifi dobacteria
podem ser obtidos com o consumo de probiótico,
bem como a red ução dos níveis de E. coli no
t rato i n t e s t i n a l . Na s i t u aç ão atual e m que
verifica-se um aumento de organismos resis­
tentes a anti bióti c o s , e conseqüentemente os
casos de diarréias nosocomiais, a utilização de
um produto desta natureza pode auxil i ar no
restabelecimento da microbiota intestinal, para
que se estabeleça o efeito barreira, bem como a
estimulação do sistema imune do hospedeiro.
Dados fornecidos pela Organização Mun­
dial da Saúde em 1 999, indicam que as diarréias
matam a cada ano, de 3 a 4 milhões de crianças,
s obretudo na Africa, Á s i a e A mérica Latina,
representando um dos principais problemas de
saúde pública dos países em desenvolvimento.
Entre crianças de até 5 anos de idade, as sim
como entre idosos e indivíd uos debilitados por
o ut ras d o enças , a d i arréi a pode ter e fe i t o
devastador e levar à morte e m poucos dias. Além
disso, pesquisas recentes confirmam que certos
tipos de diarréia causadas por linhagens pato­
gênicas de Escherichia coli podem comprometer
de forma irreversível o desenvolvimento físico
e mental de crianças, sobretudo daquelas que
enfrentam algum tipo de desnutrição, quadro
comum em diversas regiões do B rasil.
O tratamento de diarréia com antibiótico
não é recomendado, já que a elevada incidência
de bactérias resistentes diminui sua efetividade.
A abord agem curativa baseada na terapia de
reidratação oral pode contribuir para a red ução
da mortali d ade. No entanto, uma abord agem
preventiva baseada n o consumo de probiótico
talvez represente uma alternativa mais eficaz
p ara a errad i c ação d as d i arréi as infecciosas .
O probiótico possui a capacidade d e modular
bene fi c amente a compo s i ç ã o da mi crobi ota,
podendo estabelecer uma resistência à coloni­
zação por patógenos causadores de d iarréia.
Portanto, o desenvolvimento de produtos dessa
natureza e a sua inclusão na dieta oferecida às
crianças em crec h e s , e s c o l as e h o s p i tais
ANAI S DO XIX C O N G R ESSO N A C I O NAL D E LAT i C í N I OS
poderiam auxiliar na redu ção significativa da
incidência de diarréia e da mortalidade infantil.
3.3. Efeito no índice de p es o d o s órgãos
Os índices de peso do baço, fígado, coração
e rins dos animais do grupo controle e probiótico
foram determinados e encontram-se apresen­
tados no Quadro 2.
Quadro 2
-
Í ndice de peso dos órgãos de ratas
ali mentadas c o m leite bifi d us e
dieta controle".
de peso d o s órgãos
Baço
Fígado
Coração
Rins
Ceco
(g/l OOg de peso corpóreo)'
Controle
Leite Bifidus
1 ,72 ± 0, 1 8
4,29 ± 0,36
1 ,9 1 ± 0, 1 3
2, 1 3 ± 0, 1 3
1 ,69 ± O, I I
4,44 ± 0,29
1 ,89 ± 0, 1 3
2, 1 4 ± 0, 1 0
, O s valores são média ± DP, n = 1 0.
Não houve diferença significativa entre o s animais que
receberam leite bifidus e dieta controle (P > 0.05).
a
Bactérias láticas em geral e bifidobacteria
são culturas consideradas seguras para o consumo
humano (DONOHUE e SALMINEN, 1 996), mas
a avaliação da segurança de novos isolados, antes
da i n corporação d e s s e s mi crorgan i s m o s e m
produtos alimentícios, t e m s ido muito recomen­
dada (ISHIB ASHI e YAMAZAKI, 200 1 ) .
A infectividade e patogenicidade são dois
comp onentes i m p ortantes nos e s t u d o s de
segurança de bactérias probi óticas e uma das
maneiras indiretas de se verificar algum tipo de
infecção nos órgãos é a ocorrência de espleno­
megalia ou hepatomegalia (ZHOU et aI. , 2000),
que pode ser correlaci onado com o índice de
peso dos órgãos.
Nesta experimentação verificou-se que não
houve diferença (P>0,05) no índice de peso do baço,
fígado, coração e rins entre os animais do grupo
controle e probiótico. Esses resultados sugerem que
os novos isolados de B. breve, administrados aos
animais d u rante 28 d i as , não apresentaram
propriedades invasivas e nem infectivas.
4. C O N C L U S Ã O
A administração diária de leite desnatado
contendo B. breve, por um período de 28 dias,
aumentou s i g n i fi c ativam e n te o s n ívei s de
bifidobacteria n o ceco e cólon de ratos , com
concomitante redução dos níveis de E . co{i . Essa
m o d u l ação i n t e s t i n a l , c o m o au men t o d e
bactérias benéfi cas e red u ção de patógenos,
s u gere q u e o c o n s u m o d e leite d e s natado
contendo "pool" de estirpes p robióticas de B .
.
breve pode ser benéfica à saúde humana.
SUM MARY
N owaday s , there i s s o me i nterest i n the
g u t ' s m i cr o b i o t a c o m p o s i t i o n mani p u l a t i o n
towards a more s al u t ary one, i ncreasi n g t h e
numbers a n d activities of bacterial groups such
as bifi dob acteri a and lactobacil l i . One of the
approaches t o i ncrease the n u mber o f these
organisms i s through the oral administration of
live, benefi c i aI microbes, termed probiotics.
Dairy products are the most common carriers
of probiotic organisms, mainly in the form of
fl u i d m i l k , y o g u r t or fe rmented m i l k . The
purpose of this study was to elucidate the effects
of sweet b i fi d u s m i l k i n c e c al and c o l o n i c
microbiota leveIs in rats. Twenty female adults
Wistar rats were randomly assi gned to one of
two treatments : 1 ) control diet (AIN-93 diet
for rodents) or 2) control diet + sweet bifidus
milk (log 8 cfu/ml). The d uration of the study
was 2 8 days. The cecal and colonic contend
were analyzed for total anaerobes, bifidobacteria,
t otal aero bes , l actobac i l l i and E. c o li u s i n g
selective and n o n s e l e c t i v e me d i a . T h e
consumption of sweet bifi d us m i l k resulted i n
higher bifidobacteria leveIs in cecum and colon
when compared to control group (P<O,O I ) . The
total anaerobes and aerobes leveIs were not
affected ( P>0,05) by the treat ment i n both
segments of the gut. The numbers of E . coli were
lower in cecum (P<O,O l ) and the colon (P<0,05)
of probiotic fed animais. Inversely, the numbers
of lactobacilli were lower ( P<0,05) in the colon
but not in the cecum . It i s s uggested that the
consumption o f sweet bifi d u s milk may be
beneficiaI in improving gastrointestinal health.
Key word s : Bifidoba c te rium breve, milk,
microbiota, rat s .
A GRADECIMENTOS
Os autores do presente trabalho agradecem
o ap o i o fi n an ce i ro receb i d o do C N Pq e d a
FAPEMI G .
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2. BIOSS Í NTESE DO LEITE
S ão necessários 3 a 4 kg água para cada
. litro de leite produzido. A água do leite provém
das vesículas golgienses, a partir da difusão da
l actose p ara o interior d as v e s íc u l a s . Nesta
migração, a água é incorporada por osmose.
Em razão desta relação entre a síntese de
lactose e a ocorrência da água no leite, discute­
s e sobre a influência da síntese da lactose sobre
o volume de leite produzido. Isto porque, sendo
a concentração de l actose pouco variável no
leite, quanto maior a capacidade do animal em
produzir l actose, maior deve ser o volume de
leite produzido.
Paulo H enrique Fonseca da Si lva 1
RFSUMO
o objetivo
deste artigo é apresentar aspectos bioquímicos e tecnológico s relacionado s
à água como constituinte dos produtos l ácteos. S ão abordados fenômenos e mecanismo s
pelos quais a água afeta outros constituinte s e as propriedad es tecnológicas do leite. São
d i s c u t i d o s aspectos de b i o s s íntese, ati vi dade de água, conce ntração, congelame nto,
evaporaçã o, dessecação , reconstitui ção, recombinação e uItrafi ltração.
Palavras-ch ave: Leite, água, bioquímica , biossíntese , atividade de água, concentraç ão,
congelame nto, evaporaçã o, dessecaçã o, reconstitu ição, recombinação e u ltrafi ltração
.
1 . Á GUA
a) C o n s t i t u c i o n a l
Corresponde à água localizada no interior
da molécula protéica, em regiões específicas ou
em delgadas regiões intersticiais.
D
.
moléculas de água, particularmente devido às
pontes de hidrogênio e à geometria molecular. A
forma em "V" da molécula de água e a natureza
polarizada da ligação oxigênio-hidrogênio resulta
em uma distribuição assimétrica de cargas que
produz forças atrativas intermoleculares.
Professor e pesquisado r da EPAMIG/CT/ILCT. D outorando em Ciência
dos Alimentos pela Universida de
Federal de Lavras MG. E-maiI: phfsilva@ aol. com.
Em ali mentos , a atividade é diferente da
concentração, em razão dos diferentes p oten­
ciais de ionização dos sais presentes . A atividade
de água é expressa como u ma fração , tendo a
água pura o valor i g u a l a 1 ( u m ) . Em u m
comportamento termodi nâmico ideal, a ativi­
dade de água de uma solução é i gual à fração
molar da água, conforme abaixo representado.
Aw
mols de água
mols de água + mols de soluto
Há l i m itações à ap l i c ação da fórm u l a
acima, sendo a atividade de água geralmente
menor que a calculada. O valor também varia
com a temperatura, sendo tanto maior quanto
mai s elevada for a temperatura. No Quadro 1
s ão apresentados valores de ati vi dade de água
para alguns produtos lácteos .
Q uadro 1 - Atividade de água aproxi mada de
alguns produtos lácteos à tempe­
ratura ambiente.
b) I nterfa c i a l
Corresponde à água localizada na interface
água-proteína ou bem próxima a ela e pode ser
dividida em:
Vicinal : uma ou d uas camadas de água
adj acentes à molécula de proteína
Multicamada: próximas poucas camadas
de água além da água vicinal
Leite
Leite condensado
Leite em pó desnatado
Manteiga (2% sal)
M ai oria dos queijos
c) Em volume
Fonte: adaptado de WASLTRA & J ENNESS ( 1 984).
•
•
•
•
A água é composta por 1 1 , 1 % de hidrogênio
e 8 8,9% de oxigênio. Apresenta ponto de fusão de
O DC (1 atm ou 1 0 1 .325 Pa), ponto de ebulição de
1 00 DC ( 1 atm ou 10 1 .325 Pa) e densidade igual a
I g/mL (3,98 C ) Estas propriedades sugerem a
oco rrênc i a de alta força de atração entre as
4. ATIVIDADE DE ÁGUA (Aw OU Aa)
3. ÁGUA LIGADA A C ONSTITUINTES
Existem vários critérios para definição das
i nterações ente a água e c o n s t i t u i n te s d o s
alimentos, princi p al mente a s p ro teínas . Uma
classificação para a água l igada a constituintes
(protéicos) é descrita abaixo.
ASPECTOS BIOQuíMICOS E TECNOLÓGICOS DA ÁG UA COMO CONSTITUINTE DOS
PRODUTOS LÁCTEOS
maior é a retenção de águ a pelas moléculas
protéicas, p e l a i m o b i l izaç ão d a á g u a p o r
grup ame n t o s hi drofó b i c o s e x p o s t o s p e l a
d e s naturação .
Livre : apresenta propriedades s imilares
à água n o rmal ou s o l uções s al i nas
diluídas
Aprisionada: fisicamente aprisionada, de
forma similar à que ocorre em géis.
A água l igada aos c o n s t i tu i n te s tem
comportamento diferenciado, pois não congela,
não atua c o m o s o l ve n t e , "não" atua c o m o
reagente, mas provoca diminuição da atividade
de água.
As micelas de caseína retém, aproxima­
damente, 3,3 g água / g de proteína. Quando da .
formação de coágulos, a água sofre retenção no
gel, mantendo outros constituintes dissolvidos.
A s s o r o -p roteínas são s e n s ív e i s à
d e s n at uração térmi ca e q u a n d o i s t o o c orre,
Produto
Umidade ( % m/m)
87
27
1 ,5
16
3 6 a 55
Aw
0,993
0,830
0,020
0,920
0,940 a 0,980
A atividade de água tem destacada impor­
t â n c i a no contro l e do d e s e n v o l v i mento de
microrganismos em alimento s . Os fungos são
capazes de crescer em valores de 0,6 1 a 0,96,
enquanto as bactérias necess itam de atividade
de água entre 0,75 e 0,97 .
S . P R O D U T O S C O N C ENTRA D O S
A retirada de água do leite, c o m a elabo­
ração de produtos concentrados permite alcançar
o aumento da vida útil e a diminuição do volume,
de interesse tecnológico e econômico.
A concentração d o leite pode se dar por
congelamento, evaporação , dessecação, adição
de sóli dos ou u ltrafi ltração .
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
Com a concentração, vários efeitos podem
ser observados nas propriedades do leite, como
o aumento nas i nterações , na c o n d u t i v i dade
e l é trica, n a d en s i d ade na v i s c o s i d a d e , na
molalidade e na força iôni ca. Por outro lado,
diminuem a ionização, o teor de cálcio iônico,
o pH e a atividade de água.
6. CONGELAMENTO
o leite congelado p ode apresentar-se sem
al teraçõ e s c o n s i deráve i s m i c ro b i o l óg i cas e
e n z i m át i cas . Entre tan t o , é p o s s ível o c orrem
autoxi d ação l i pídica, insolubil ização de pro­
teínas, desequilíbrio salino e danos à membrana
do glóbulo de gordura.
A crioscopia é uma propriedade coligativa
importante para a avaliação da qualidade do leite.
O p o n t o de co ngelamento do l e i te s i tua-se
próximo a -0,550oH ou -0,53 1 °C . Em geral , as
depress ões do ponto de congelamento ( D PC)
do leite causadas pela lactose e pelos sais são de
0 , 2 9 6 °C e 0 , 1 1 9 c C , res p e c t i v amen t e , cor­
respondendo, em conj unto, de 75 a 80% da DPC
leite. Uma curva característica de crioscopia é
apresentada na Figura 1 .
"plateau"
1
Alguns efeitos da evaporação podem ser
citados, como a eliminação de gases e compostos
voláteis, possíveis danos à membrana do glóbulo
de gordu ra, i n s o l u b i l i zação de p ro teínas e
cristalização da lactose.
8. D ES S E C A Ç Ã O
A dessecação em laticínios usualmente se
dá pela atomização em câmaras de secagem tipo
"spray-dryer" . O leite concentrado é aspergido
na c âmara c o m o g o t as m e n o res q u e 1 00
micrômetros de diâmetro. Estima-se que um litro
de leite concentrado , após atomizado, perfaça
uma área de 60 a 80m2•
As gotas de leite concentrado entram em
contato com o ar quente na câmara de secagem e
são, rapidamente, convertidas em partículas de
leite em pó, pela retirada de água. Estas partículas
têm de 5 a 1 00 micrômetros de diâmetro.
Um efeito importante da retirada rápida de
água é a mudança na estrutura d a lactose para
amorfa, o que favorece a aglomeração das partí­
culas de pó. Pode, também, haver ruptura e coales­
cência da gordura e desnaturação de proteínas.
Todos os produtos têm, a qualquer tem­
peratura, uma relação característica de atividade
de água e teor de água. Graficamente, se ilustra na
Figura 2 as curvas ou isotermas que representam a
dessecaç ão contínua de um produto ú m i d o
(desadsorção) e a incorporação de água p o r um
produto seco (adsorção) , com seus efeitos
diferenciados sobre a atividade de água.
�
super- /'"
resfriamento
liberação do calor
latente de fusão
desadsorção
-
A evaporação corresponde à eli minação
de água por ebulição . No caso do processamento
do l e i t e , ad o t a- s e a evap oração a pressão
red uzida, pois se obtêm a retirada de água em
m e n o r temperatura, o c a s i o n an d o menores
alterações n os constituintes e nas propriedades
do leite.
A .ultrafiltração é um método de separação
por meio de membranas de permeabilidade seletiva,
empregando gradiente de pressão, que permite a
retenção de partículas coloidais e macromoléculas
e a permeação de moléculas menores. Um fator
limitante p ara o gí- au de concentração é a
viscosidade do produto d urante a ultrafi ltração .
O retentado é ric o em proteínas e tende a
apresentar conformação e propriedades funcionais
inalteradas em relação às proteínas originais. São
várias as aplicações em laticínios, como em leites
fermentados, queijos, leites concentrados, concen­
trados e isolados protéicos de soro.
1 1 . L I M I TA Ç ÕE S À C O M P O S I Ç Ã O D O
LEITE
a) Pressão osmótica
Curva característica de crioscopia
do leite.
7 . E VA P O R A Ç Ã O
10. ULTRAFILTRAÇÃO
A c o m p o s i ção d o leite é l i mi t ada, e m
t e r m o s fís i c o - q u ími c o s , p o r t r ê s fatores
apresentados abaixo.
Tempo
Figura 1
Para a obtenção de produtos finais de boa
aceitação pelos consumi dores, s ão importantes
as propriedades de molhabilidade, dispersibilidade
e solubilidade do leite em pó empregado.
A rehidratação de um leite em pó formado
por partículas pequenas é difícil e requer agitação
intensa para d i s persar o p ó . Para melhorar a
dispersão, é necessário obter-se partículas maiores,
por aglomeração espontânea ou forçada.
.
A instantaneização é uma fase particular
no process amento de leite em pó que afeta a
reconstituição e a recombinação. Nesta etapa,
·0 leite em pó sofre aglomeração das partículas,
aj uste no teor de umidade e, geralmente, uma
lecitinação . O conj unto destas ações confere ao
leite em p ó i n s t an tâneo b oas capac i d ades de
molhar, dispersar e solubilizar, pelas partículas
aglomeradas que promovem contato com a água
e a lecitina que atua como emulsificante.
Figura 2
-
Atividade de água
R e p re s e n tação d as i s o termas d e
sorção .
9. RECONSTITUIÇÃO E RECOMBINAÇÃO
Em tecnologia de laticínios, é usual referir­
se a reconstituição com sendo a adição de água
ao leite em pó i n t egral , e n q u a n t o q ue a
recombin ação refe re - s e à a d i ção de á g u a e
gordura anidra ao leite em pó desnatado.
O leite deve ser mantido com a mesma
c o n ce ntração m o l al d o sangue (0,3 m o l al ) ,
fazendo com sej am iso-osmóticos.
b) S olubilidade dos s ais d e cálcio
O leite apresenta-se s aturado em fosfato
de cálcio (O, l mmol/L) e tem alta concentração
de citrato de cálcio (6,5 mmol/L) .
c) Ponto de fusão da gordura
O ponto de fusão da gordura do leite situa­
se na faixa de 37 a 40°C, o que favorece a sua
d igestibilidade.
Nestes fatores, a água desempenha papel
primordial nos dois primeiros, pois interfere na
concentração e nas propriedades dos solutos no
leite. Desta forma, a águ a é um c o n s titu inte
determinante para a composição e o volume do
leite produzido.
SUMMARY
The objective of this article i s to present
biochemical and technol ogical aspects related
t o the w ater as c o n s t i t u e n t o f the d ai ry
p r o d u cts . P h e n o m e n a a n d m e c h an i s m s are
approached by the which the water affects other
constituent and the technological p ro perties
of the milk. Milk synthes is, activity of water,
c o n ce ntrat i o n , freezi n g , evaporat i o n , dehy­
drati o n , reconstitution and u ltrafi ltration are
discussed.
Key-word s : M i l k , w ater, b i o c hemistry,
milk synthesis, activity of water, concentration,
free z i n g , evaporat i o n , d e h y d rat i o n , re c o n s ­
titution a n d u ltrafiltration.
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ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL DE LATiC í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
I MPEDÂNCIA ELÉTRICA PARA A DETER MI NAÇÃO DA QUALIDADE
MICROBIANA DOS ALIMENTOS
Ruth Firslenherg . Eden 1 , Marno Markarian Caetano2
1 . INTROD U Ç Ã O
M i c ro b i o l o g i a p o r i mpedância é uma
metodologia ráp i d a p ara a monit o ração das
atividades microbianas mediante a impedância
elétrica. Impedância é uma resistência ao fluxo
de uma c orrente alternada atravé s de um
material c o n d u t o r, p o r e x e m p l o , o meio de
,
cultura. E uma associ ação composta p o r uma
combinação vetorial e um elemento condutivo
e u m elemento capaciti vo . As reações q ue
resultam a i mpedância e seus comp onentes são
devidos aos crescimentos microbianos, e pode
ser medido semeando um meio de cultivo em um
equipado com dois eletrodos de aço inox . A maior
parte da solução iônica pode ser caracterizada
mediante um elemento condutivo, um modelo
pareci d o a um condensador ap l icado em u ma
zona de interface entre o eletrodo e uma solução.
P o r exemp l o , e m uma moni toração de
cres cimento microbiano, as medi ções de uma
c o n d u tâ n c i a p o d e m i n d i c ar trocas q ue se
encontram do interior da solução, ao passo que
as medidas de capacitância podem associarse a
trocas na p roximi dade dos dois eletrodos.
2.2.
Qualidade das curvas de impedância
A adição de certos íons na solução procede
às reações de impedância mais fortes que as
ou tras s o l u ç õ es . Portan t o , a l g u n s m e i o s
produzem sinais de impedância mais claros que
ou tros . C o m o c o n s e q ü ê n c i a d i s t o , foram
desenvo lvidos os meios especialmente para a
realização da impedância, onde produzem curvas
de i mp e d â n c i a mais c l a ras q u e os m e i o s
t rad i c i o n ai s . P a r a d e fi n i r uma c u rv a d e
i mp e d ân c i a boa, é n e c e s s a n o re l atar a
importância das partes da curva de impedância.
Partes da curva de impedância:
-Derivação : Descreve a alteração relativa
da curva de impedância durante a fase da linha
basal. Em cas o ideal, a derivaç ão é zero, na
prática o s inal normalI:n ent� deriva para cima
ou para bai x o . A d e n v açao se mede e m %
alteração/hora.
.Inclinação : É o segmento ativo da curva
onde começa o ponto de aceleração da curva de
impedância. Uma parte deste segmento é linear
e : por exemplo, a curva se define como alteração
rel ativa.
oTempo de d e t e c ç ã o (DT) : D e fine-se
como o ponto do fim da l inha basal e também
chamado de p t o . de inflexão, onde se inicia a
aceleração .
As curvas caracterizadas por uma derivação
mínima e uma inclinação máxima produzem um
desvio mais distinto e minimizam as diferenças
de tempo de detecção c a l c u l a d o p e l o s os
observad ores . A figura 7.5 comp ara alguma
curvas onde nas quais é d ifícil encontrar o ponto
de detecção para uma curva de boa qualidade. As
curvas de boa qualidade se obtém mediante um
desenho apropriado do meio.
2.3. Escolha entre Capacitância e Condutância
Ambos os s inais tem res ultados úteis para
a m o n i t oração do cre s c i mento microbian o ,
quando se utilizam eletrodos de aço inoxidável.
tempo de
estabilização
2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESEN­
VOLVIMENTO DA METODOLOGIA D E
IMPED Â NCIA
tempo de
detecção
Em meios de baixa condutância, tais como o
PCA é indicado a condutância. Em meios mais
c o n d u ti v o s , t a i s c o m o B H I , as tro cas de
con d u tânc i a d e v i do ao c re s c im e n t o m i cro­
b i o l ó gi c o s ã o menore s q u e n as trocas de
capaci tância. Os meios de alta condutividade,
as trocas de capacitância é um i ndicador mais
claro de crescimento microbiológi c o . O cres­
cimento de leveduras produzem grandes trocas
de capacitância, as mostras de trocas de condu­
tância s ão m u i t o s p e q u eno s . A l é m d i s t o ,
amostras c o m crescimento de algumas leveduras
e bolores produzem um aumento de condutância,
e o u t ras se a s s o c i a m a u m a d i m i n u i ção de
cond utância, a qual faz a forma d a c urva de
c o n d u tâ n c i a ser i mperceptíve l . O s i n al de
capacitância obtido em meios com leveduras e
bolores sempre aumenta.
2.4.
Minimização dos tempos d e geração
Os efeitos dos tempos de geração em relação
entre o Tempo de Detecção (DT) e UFCs em placas
se mostra na figo 7.6. A figura ilu stra que para
obter uma melhor correlação poss ível entre o
método de contagem em p laca e o Tempo de
Detecção, os tempos de gerações de todos os
microrganismos estudados devem se aproximar no
máximo possível abaixo das condições experi­
mentais empregadas. Por exemplo, no desenvol­
vimento de uma metodologia para uma estimativa
�
� ------'_-.
,
duas
acelerações
derivação
M é t o d o d e i m p e d â n c i a se baseia na
detecção da atividade metabólica em um meio
de c u l t i v o , enquanto i s t o , a met o d o l o g i a de
con tagem em placa depende da produ ção de
bi omassa vis ível . Por exempl o , o método de
i mp e d â n c i a p o d e c o n s i derar - s e um m é t o d o
d i n â m i c o fre nte à meto d o l o g i a e s tática de
con tagem e m p l aca. A conseqüênc i a desta
d i ferença b á s i c a , nos proced i me n t o s de
preparação e c o n d i ções d e cres c i mento,
util izados em métodos de contagem de p laca
p o der ser i n apropriados p ara o u s o de
impedância.
1
2
tempo (h)
o Te m p o de e s t a b il i z a ç ã o : Trat a-se d o
período de t e m p o d e p o i s d a col o c ação d a
amostra n o incubador e antes d e s e estabelecer à
l i n ha bas a l . D e p e n d e d a d i ferença d a
temperatura entre a amostra e o i ncubador, o
v o l ume da amo s tra e as p ro priedades
eletroquímicas do meio.
oLinha b a s a l : É a regi ão d a curva de
i mp e d â n c i a en tre o final d o perío d o d e
estabilização e o início da fase d e aceleração.
Bactomatic, Inc. Princeton, New Jersey.
Adaptação do texto. marno.caetano @sa.biomerieux.com
curva com
ruídos
Figura 7.5
-
aceleração
i n icial
Comparação de uma boa curva de impedância (centro) com quatro curvas de difícil
definição do ponto de detecção.
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ANAIS DO XIX CONGRE SSO NACIONA L DE LATICíNI OS
1 0·
tempo de geração
1 06
1 0'
1 02
tempo de detecção (h)
Figura 7.6 - Efeitos do tempo de geração Inibidores .
i mpedimétrica de contagem de microrganismos,
deverá procurar minimizar as diferenças entre as
técnicas . Elegendo uma temperatura, pH e
concentrações
de
inibidores/es timul an tes
apropriados, é possível minimizar as técnicas.
A impedância depende de uma cinética de
crescimento microbiano. Por exemplo, os n íveis
de inibidores de que possivelmente não afetam
o método de contagem em placa podem afetar o
ensaio de impedância ou prolongar a fase de
estabilização ou aumentar os tempos de geração.
Se os níveis de inibidor de um produto não são
constantes, sua presença pode resultar em uma
má correlação entre DT e UFC . Em tais casos
pode ser necessário um procedimento de diluição
ou separação. Não obstante, esta sensibili dade
fren te aos inibidores pode considerar-se também
uma vantagem no método de impedância quando
se d e s ej a p rever a d u ração de con servação,
detectar os n íveis de inibidores ou estudar a
cinética de crescimento microbiano.
2.5. Tempo
Sendo o tempo um parâmetro medido em
u m ensaio d e impedância, todo temp o trans ­
corrido a p artir d e u m a mistura de alimentos
com meio de cultura deve ser contabilizada. Pode
afetar o p r o c e d i mento de p reparação d as
amostras em um ensaio de impedância.
2.6. P r o g n ó s ti c o s em S h e l f- l ife
O método de impedância mede a atividade
metab ó l i c a e conseq üentemente, i ncorpora o
efeito do n úmero de micro rg an i s m o s e s u as
atividades metabólicas. Por isto, parece ser uma
ferramenta mais apta para prever a duração de
c o n s ervaçã o . O e n s ai o de i mp e d ân c i a, p ara
prever a duração de conservação, normalmente
inclui um p as s o de p ré-incubação, no qual o
p r o d u t o se e n c u b a c o m u m d il uente/m e i o
( prop orção 1 : I ) c o m u m a temperatura l i g e i ­
ramente elevad a. E s t e p as s o é utilizado p ara
permitir o c re s c i me n t o d o s m i c ro rgan i s m o s
s u s ce p t ívei s d e p ro vo c ar a deterioração d o
produto, portanto, o p as s o d a pré-i ncubação
vem seguido por uma diluição anterior em um
meio de cul tura de monitoração da impedância.
O ensaio desenvolvido para o teste de shelf-life
de l e i te pas teurizado se c o rrelaciona c o m a
menor d uração de conservação do produto com
qualquer método tradicional, resultados similares
são obtidos p ara queij o fre s c o . A tu a l mente,
estão se desenvolvendo ensaios p ara prever a
quali d ade de pro dutos com c u l ti vos dian te a
medição da atividade dos microrganismos gram
negativos presentes no produto acabado.
Tod o s os testes impedi métri cos p o d e m
prever a duração de conservação do produto em
um prazo de 48 horas .
ANAIS D O XIX C O N G R ESSO N ACIONAL DE LAT i C í N I O S
apropriado para este propósito. Nas p rovas de
esteril idade, é menos importante minimizar as
diferenças em tempos de geração de população
. microbiana. No desenvolvimento do ensaio de
impedância é neces sári o identificar um mei o
que a s s eg u re a d e t e c ç ã o de t o d o s o s
m i crorgan i s m o s q u e p o d e m aparecer n o
produto. Portanto, se deve determinar o tempo
m á x i m o n e c e s s ário de m o n i toração d e
i � p e d â n c i a . Q u al q uer detecção i n d i c a u m a
contamin ação n o prod uto . S ão padronizados
p ro t o c o l o s p ara detectar a c o ntaminação de
bactéri a e m p r o d u t o s l á c t i c o s U H T, p ara
detectar c o n t a m i n ação por l e v e d u r as ou
bactérias l á c t i c as d e s u c o s d e furt as c o m
tratamento UHT e s ucos de frutas envasados
em baixas c o n d i ções assépticas . Tod o s estes
p ro c e d i m e n t o s i n c l u e m u m p as s o de p r é ­
encubação, no qual a mostra é incubada c o m o u
s e m adição de meio a u m a temperatura ambiente
ou a temperatura desej ad a p ara a captura dos
mi c ro rgan i s m o s d e s ej ad o s . E s te p as s o vem
seguido por uma transferência de volume para
os pocinhos dos módulos, onde se monitoram
a i m p e d â n c i a . N ormal m e n te , o t e m p o t o tal
necessário para estas provas é 48 horas .
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impedimetric detection of yeasts in foods . Food
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•
2.7. Provas de esterilidade em Produtos UHT
Com a introdução de novos produtos UHT
n o mercad o , es pecial mente com embal agens
assépticas, existe uma necessidade de se verificar
a ausência de micro rganismos viáveis em um
vol ume determi nado (normalmente grande) do
produto. O ensaio de impedância pode ser muito
digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 1 05
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO NACIONAL DE LATi C í N I OS
POSTER'S
M USSARELA SEMI-FUNDIDA: UMA NOVA ALTERNATIVA DE PRODUÇÃO*
Semi·Melted Mozzarella: A New Production Alternative
José Manoel Marti ns1 ; Mauro M. Furtado2 ; Giul iano A. Viana3 •
RESUMO
A tecnologia de produção da M ussarela semi-fundida, adaptada da metodologia de
fabricação do queij o "Doble Crema" (origem colombiana), foi usada com o objetivo de
produzir um queijo que atingisse características semelhantes à Mussarela tradicional . Foram
realizados dois tratamentos : um tradicional (T 1 ) fermentação na massa e um modificado
(T2)
fermentaç ão no leite, utilizando cultura lática meso fílica tipo "O". D urante a
fabricação, promoveu-se mudanças na s al ga e na fil agem dos queij o s , o que origi nou
variações físico-químicas entre os dois tratamentos.
Palavras -chave : Mus sarela, Doble Crema, propriedades funcionai s , aci d i fi cação,
fil agem.
1 . INTROD U Ç Ã O
2. MATERIAL E MÉTODOS
As mudanças rápidas que tem ocorrido na
i n d ú s tria q u eij eira, têm s i d o n o i mp o rtante
segmento p r o d u t o r d e M u s s are l a , q u e está
passando por uma forte mu dança de conceito
mercadológico, cujo nível de exigência vai muito
além d a s i m p l e s caracterí s t i c a de um b o m
fati amento. N o entanto , a M u s s are la ain d a é
fabricada de maneira tradicional, muitas vezes
com leite cru e/ou ácido, com soro-fermento ou
sem o emprego de fermentos lácteos adequados,
mesmo quando é fabri cada com leite pasteu­
ri zado . Devi do a es tas i mp r u dências , alguns
defeitos podem aparecer no queij o Mus sarela
relacionados às suas propriedades funcionai s ,
como escurecimento não-enzimático, liberação
de gordura ("oiling-off') , pouca elasticidade e
derretimento, formação de bolhas ("blistering")
e deficiência na fatiabilidade. Devido à neces­
sidade de se aprimorar a tecnologia de fabricação
do queijo Mussarela, o presente trabalho buscou
desenvolver uma nova alternativa de produção
deste queij o , baseada na fabricação do queij o
"Doble Crema", p o r ser u m queijo d e massa filada
e de tecnologia bastante simples.
A s fab ri cações e anál i ses dos queij os
Mussarela foram realizadas na Usina Piloto de
Laticínios e nos laboratórios do Departamento
de Tecnologia de Alimentos , respectivamente,
situados no Campus da Universidade Federal de
Viçosa. O leite uti l izado no presente trabalho
foi fornecido pela Fundação Arthur B ernardes
(FUNARBE) .
*
2
3
2.1 . Fabricação do queij o Mussarela
A fab ri cação d o q ue ij o M u s s arel a
tradicional foi baseada na metodologia utilizada
p o r FURTAD O ( 1 9 9 7 ) e a M u s s arela s e m i ­
fundida foi baseada na tecnologia de fabricação
do queij o " D o ble Crema", u t i l i zada p o r
JARAMILO e t aI . ( 1 9 9 9 ) , de a c o r d o com o s
obj et i v o s d o t rabal h o . F o r a real i z adas 5
repetições, utilizando-se 1 5 0 litros de leite em
cada repetição, para cada um dos tratamentos,
em tanques de camisa dupla de capaci dade de
200 litros. Para os dois tratamentos , utilizou-se
fermento lático do tipo DVS, R - 704 CHR.
HANSEN, composto por bactérias mesofílicas
Apoio Financeiro: CAPES.
Mestre em Ciência e Tecnologia dos Alimentos - UFY.
B acharel em Tecnologia de Laticínios UFY.
Professor Adj unto - Departamento de Tecnologia de Alimentos
digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 1 07
ANAIS DO XIX CONGRE SSO NACIONA L DE LATiCíNI OS
ssp . lactis e Lactococcus
em dosagem recomendada
pelo fabricante. Os outros ingredientes utilizados
d urante a fabricação foram coalho animal e
cloreto de cálcio . Após a fabricação, os queijos
foram acondicionados em embalagem cry-o-vac
e levados à câmara fria a uma temperatura de
1 0°C, para análises posteriores. Os fluxogramas
de fabricação dos dois tipos de queijo Mussarela
encontram-se na figura 1 .
( L a c to c o c c u s lactis
lactis ssp. cremoris ) ,
filagem realizada em tacho de vapor indireto e
s al ga feita d iretamente na massa, logo após a
d e s s o rage m . O q uadro ab a i x o m o s t ra a
composi ção fís i c o - química d o s d o i s q u e ij o s
Mussarela.
Quadro 1 - Valores médios e desvio-padrão das
anál i s e s de u m i d a d e , gord ura,
gordura no extrato seco (GES), sal
e proteína total (PT) d o s queij o s
Mussarela.
3 . RESULTA D O S E DIS C U S S Ã O
Os queijos foram avaliados aos 5, 1 5, 25 e
3 5 dias apó s fabricação, para determinação de
.
aCI d e z , p H , n i trogê n i o s o l ú vel a p H 4 , 6 e
nitrogênio solúvel em TCA 1 2 %, propriedades
fun c i onais de " o i l i ng-off" , derretimento por
d i âmetro, elasticidade e escureci mento não­
enzimático, a n ál i se s e n s orial e anál i s e
microb i o l ó g i ca de c o l i fo rmes totais . A nova
tecnologia diferiu do tratamento tradicional em
alguns pontos i mp o rtantes do p rocessamento
como fermentação no leite, temperaturas mais
elevadas d urante a fase de filagem e mexedura,
ANAIS D O XIX C O N G R ESSO N AC IONAL D E LAT i C í N I OS
Aná lis es
TI
T2
Umidade (%)
Gordura (%)
GES (%)
S al (%)
PT (%)
46,28 ( 1 ,4243)
25,55 ( 1 , 1 5 1 1 )
47,56 ( 1 ,9694)
1 ,40 (0,2 1 2 1 )
22,0 1 ( 1 ,5432)
46,08 ( 1 ,5975)
25, 15 ( 1 , 1 1 24)
46,65 ( 1 ,8 834)
1 , 8 3 (0,2 3 3 5 )
24,75 ( 1 ,4 1 06)
Dados de cinco repetições.
Observou-se que a Mussarela semi-fundida
apresentou composição fís i c o -química seme­
lhante à Mussarela tradicional, com exceção do
Processamento tradicional
Processamento modificado
teor de sal e proteína t o tal que fo ram mais
elevados. Houve um ligeiro decréscimo da % de
ácido lático em função dos dias analisados para
os d o i s tratamen t o s . No entanto, não houve
variação d o p H em nenhum d o s tratamentos
apl i c a d o s d urante o s d i as d e e s t ab i l i z ação .
O índice de maturação aumentou com o decorrer
do tempo, para os dois tratamentos, porém, com
menos expressão para o tratamento modificado.
A profundidade de proteólise também aumentou
durante o período de estabilização e não indicou
diferença ( P > 0,05) entre os dois tratamentos .
Dentre as propriedades funcionais anali sadas,
não houve diferença ( P > 0,05) entre os dois
tratamentos p ara " o i l i n g-off" e derre ti mento
por diâmetro. A elasticidade da massa dos queijos
atingiu as determinações impostas pelo teste,
porém, a M u s s arela semi-fund ida apresentou
estiramento mai s frágil, com fios se rompendo
mais facilmente que a Mussarela tradicional .
O índice L * demonstro u não haver d i ferença
(P > 0,05) entre as médias dos dois tratamentos.
A análise sensorial indicou não haver diferença
(P > 0,05) entre os dois tratamentos , a partir
do 1 50. dia de e s t ab i l i zaç ão . A ausência de
coliformes totais após 35 de fabricação indicou
que a M u s s arela s e m i - fu n d i d a p o s s u i ótima
capaci dade de conservação.
4. CONCLUSÃO
Adição d e ingredientes
Ponto e dessoragem
A fabricação da Mussarela semi-fu ndida,
proporcionou uma red ução de 80% no uso do
fermento lático e 20% no uso do coalho, o que
proporci on ará u m a re d u ç ão d o s c u s t o s de
fabricação das indústrias de laticínios. A técnica
é simples e rápida, porém, não muito indicada
para grandes indústrias devi do ao espaço ocupado
pelo leite durante a sua fermentação. A padro­
nização d a acidez do leite é p onto crítico de
fabricação para se atingir a acidez desejada na
mas s a antes d a fil agem. Apesar de ser uma
técnica ráp i da, hoj e já existem no mercad o,
fermentos láticos m o d i fi c a d o s cap azes de ·
fermentarem a massa da Mussarela em apenas
uma hora, t ornan d o ainda mais ráp i d o o seu
proces s amento.
SUMM ARY
Nota: AL
ácido lático
Figura 1 - Fluxo?rama de fabricação dos queijos Mussare
la.
The technology o f production o f semi­
melted Mozzarel la, adapted from methodology ·
of " D o b l e Crema" cheese p r o d u c t i o n fro m
Colômbia, was u sed ·with t h e main objective t o
p r o d u c e a c h e e s e s i mi l ar t o the trad i ti o nal
M o zz arel l a c hee s e . Tw o t reat ments were
accomplished, a traditional (T 1 ) - fermentation
in the curd and a modified (T2) - fermentation
in milk, using mesofilic starter culture in both
treatments . Changes p ro mo t e d d u r i n g the
manufacture process of salting and stretching
originated vari ations between treatments.
Key-word s : M o zzarel la, D o b l e Crema,
fu nctional properties, acidi fication, stretching.
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ANAIS DO XIX CONGR ESSO NACION AL DE LATiCíN IOS
C o l e t â n e a do i n s t i tu to t e c n o l ó g i c o de
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1 2 . VALLE, l .L . E . , LEIT Ã O, M . F. F. D e s m i ­
neralização., pH e acidez durante a fermentação./
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL DE LAT i C í N I OS
acidificação. do. queijo. Mussarela produzido. pelas
tecno.lo.gias tradicio.nal e de acidificação. direta.
C o l et â n e a do I ns ti tu to Tec n o l ó g i c o de
A l i m e n t o s de C a m p i n a s , Campi nas , v. 2 5 ,
n . 1 , p . 59-66, 1 99 5 .
UTILIZAÇÃO DE FUMAÇA LíQUIDA NO PROCESSO DE DEFUMAÇÃO
DO QUEIJO PROVOLONE*
The Use of Lquid Smoke in lhe Manufacture of Provolone Cheese
M aurilio Lopes Marti n s 1 , Mauro Mansur Furtado2
RESUMO
, . Queijo. P!o.vo.lo.n e fo.i elabo.r ado. utiliza ndo.-se do.is méto.d o.s de defum ação.: a defuma
ão.
cla� s Ic � , atraves de fumaça produ zida pe la co.mbu stão.
de serragem de madeira, e a defuma ão.
.
,
artI �I c I � 1, emp regan do.-se a fumaç a lIquid
a. O o.bjeti vo. princi pal deste trabal ho. fo.i a
ava! � açao. do.s I. mp � cto.s d s d�i tipo.s de defum
ação. so.bre o. co.rp o., textura e sabo.r do.
�
�
qU �IJo. Provo. lo.ne, vlsa do. slmph fl cação. do. pro.ces
so. de pro.du ção.. Os queijo. s fo.ram avalia do.s
�
.
apo.S 7, 27, 47 e 67 dias de fabnc
ação., tendo. s ido. realiza das. as seguin tes determ inaçõe
s:
pH" go.rd � ra extrato. seco. to.tal, clo.ret o. de sódio.,
sal na umidade, nitro.g ênio. to.tal nitrogênio.
:
so.l � vel, Illdlce s de matur a ão. (exten são. e pro.fun
didade ) e ácido.s graxo. s vo.lát; is. Após o.
�
.
per� o.d � de 60 dias
o.S quelJo. s fo.ram s ubmet ido.s à anális e senso.rial
para avaliação. de sua
ac� taçao.. Os resultado.s o.btido.s indicaram que o.
pro.ces so. de defumação. do. queijo. Pro.vo. lo.ne
Utl - � ando. fu maça líquid a não. pro.vo. co.u al teraçõ
es significativ as, excet o. quant o. ao.
ren lment o. , quand o. co.mp arado. co.m o. pro.ce
sso. tradic io.nal de defum ação. .
.
Palav ras-ch aves : Pro.vo. lo.ne, fumaç a l íquida ,
pro.ce ssame nto. .
�
t
�
1 . INTRODUÇÃO
O Pro.vo.lo.ne é um queijo. d e massa filada
o.riginário. do. S u l da Itál ia, sendo. atualmente
difu�dido. em um grande número. de países. No.
B rasIl, o. Pro.vo.lo.ne apresenta o. peso. variando.
de ? , 5 a 1 00 q u i l o. s , co.r amare l o. - p ardo.,
A . dura e textura fechada. O sabo.r e
co.nsls tencla
aro. m a sã o. fo.rtes e p i c antes no. caso. d o.
P ro. v o. l o. ne maturado. (FURTA D O & NETO
1 9 9 4 ) . De aco.rdo. c o. m as e s tatís t i cas d �
Asso.ciação. B rasileira da Indústria de Queijo.s o.
P r o. v o. l o. n e , j u n tamen te c o. m a M u s s are l a
Parmesão., Prato., Minas e Requeijão. são. o. S tipo.;
*
2
�
:
de queijo.s mais co.nsumido.s no. B rasil (S ILVA,
1 994) . Sua defumação. é no.rmalmente realizada
a partir do. q � into. dia de fabricação., após a salga
e requer c U i d ad o. e s p e c i a l , p o. i s quan d o. mal
co.nduzida pro.vo.ca a defo.rmação. do.s queij o. s .
O pro.cesso. d e defumação. tem duração. média de
24 a 48 ho.r�s, dependendo. do. tamanho. do. queijo.,
da co.r desejada e principalmente do. defumado.r.
A defumação. pro.vo.ca mo.dificações na co.r, no.
s abo.r e co.ntribui para a fo.rmação. da cro.s ta,
apresentando. um efeito. inibido.r co.m relação. a
po.ssíveis co.ntaminações (FURTADO & NETO,
Apo.io. Financ eiro.: PIBIC/CNPq .
st dante e Pós-G raduaç ão. em Micro bio.lo.g
ia Agríc o.la, da Unive rsidad e Feder al de
Viço.s a ·
ro esso.r o. Depar tamen to. de Tecno. lo.gia
de Alime nto.s, da Unive rsidad e Feder al
de Viço.s a.
�
1 994) . O pro.ces so. de defu mação. trad icio.nal ,
atra vés d a co.mbustão. da madeira, i mplica em
uma s érie de co.nseqüências uma vez que esta
pro.duz substâncias vo.láteis que co.nferem sabo.res
. e o. d o.res i n c o. n ven ientes ao. p ro. d u t o. , e s p e ­
cial mente devido. a o. t i p o. da madeira utilizada,
além de s u b s tâncias p o. tenci a l mente carci­
no.gênicas que são. pro.duzidas (EVANGELISTA,
1 992). Os pro.blemas co.mumente o.casi o.nado.s
pela defu mação. habitual do. queij o. P·ro.vo.lo.ne
são. a presença de s ubstâncias po.tencial mente
carcino.gênicas devido. à fumaça, tempo. lo.ngo.
de defumação., custo.s elevado.s na co.nstrução. do.
defumado.r e perda d e re n d i me n t o. , c a s o. as
i n s talações não. s ej am bem d i men s i o.nadas .
Visando. co.ibir o.S malefício.s da fumaça po.de-se
reco.rrer ao. uso. da fumaça líquida. O emprego. da
fumaça líquida além de sanar o. inco.nveniente
da presença de substâncias indesejáveis resulta
e m um m é t o. d o. i n d u s trial barato. q u ando.
co.mparado. à defumação. clássica, uma vez que
re d u z perdas no. p ro. c e s s o. de defu mação.,
minimiza o.S custo.s co.m o.bras de defu mado.r e
acelera o. p ro.ces so. de defu mação.. O o.bjetivo.
pri n c i p al d e s te trabal h o. fo. i a avaliação. do.s
impacto.s do.s do.is tipo.s de defumação. so.bre o.
co.rpo., textura e sabo.r do. queij o. Pro.vo.lo.ne,
visando. simplificação. do. pro.cesso. de pro.dução.
e o.btenção. de um queij o. isento. de substâncias
po.tencialmente carcino.gênicas .
2. MATERIAL E MÉTODOS
O presente experimento. fo.i realizado. no.
Labo.ratório. de Pesquisa de Leite e Derivado.s e
Usina P i l o. to. de Laticín i o. s , do. Dep artamento.
de Tecno.lo.gia de A l i mento.s da Uni versi d ade
Federal de Viço.sa (UFV). Para a fabricação. do.
queij o. Pro.vo.lo.ne utilizo.u-se do.is pro.cesso.s de
fabricação. : elabo.ração. do. queijo. mediante o. uso.
de fumaça líquida em sua defumação. (Tratamento.
1 ) e a elabo.ração. do. queijo. mediante o. uso. de
defumação. clássica (Tratamento. 2 ) , ambo.s de
aco.rdo. co.m a tecno.lo.gia descrita po.r .FURTADO
& NETO ( 1 9 9 4 ) . Neste trab a l h o. , fo.ram
pro.duzido.s queijo.s de 0 , 5 , 1 ,0 e 2,5 quilo.s e
realizadas três repetições de amb o.s pro.cesso.s
de fabri cação. . A defu mação. do.s queij o. s em
fumaça líquida fo.i reali zada po.r i mers ão. do.s
pro.duto.s na fumaça, à temperatura ambiente,
p o.ssibilitando. a sua defumação. unifo.rme. Para
a defu mação. do.s queijo.s utilizando. o. méto.do.
clássico., estes fo.ram defu mado.s co.m fumaça
pro.duzida a partir da co.mbustão. de serragem,
permanecendo. na câmara de defumação. po.r um
perío.do. d e 1 2 ho.ras . A s avaliações fís i c o. -
qUlmlcas d o. s queij o.s fo.ram reali zadas após 7 ,
2 7 , 4 7 e 6 7 dias da fabricação., sendo. realizadas
as seguintes determinações : pH (KOSIKOWSKI,
1 977), go.rdura (KOSIKOWSKI, 1 977), clo.reto.
de sódio. (KOSIKOWSKI, 1 977), sal na umidade
( K O S I KO W S K I , 1 9 7 7 ) , n i tro. g ê n i o. t o. t a1
( G R I PON et a I , 1 9 7 5 ) , n i tro.gê n i o. s o. lúvel
(GR IPON e t aI, 1 97 5 ) , índ i c e de extensão. e
pro.fu n d i d ad e de maturação. ( F U RTA DO e
PARTRIDGE, 1 9 8 8 ) e determinação. de ácido.s
grax o. s v o. l át e i s ( C A B O N I , 1 9 9 0 ) . Após o.
perío.do. de 60 dias de maturação., o.S queij o. s
fo.ram submetido.s à análise senso.rial para avaliar
sua aceitação., empregando.-se escala hedônica
de 9 po.nto.s, variando. de �'go.stei extremamente"
a "desgo.stei extremamente", co.nfo.rme indicado.
po.r C H AVES e S PR OE S S E R ( 1 9 9 3 ) . Os 5 0
pro.vado.res n ão. treinado.s fo.ram selecio.nado.s
ao. acaso. para ass i nalarem sua preferência em
ficha apro.priada. A classificação. do.s j ulgado.res
na es cala fo.i transfo.rmada em esco.res para a
análise de preferência.
3. RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
3 . 1 . C o m p o s i ç ã o fís i c o - q uím i c a
A partir d o. s principais parâmetro.s físico.­
químico.s do. queijo. Pro.vo.lo.ne defumado. utili­
zando. fumaça líquida e pelo. pro.cesso. tradicio.nal,
fo.i o.bservado. um aumento. médio. de 3 , 1 % no.
teo.r de go.rd ura livre devido., pro.vavelmente, a
diminuição. da umidade no. deco.rrer da maturação.
pro.po.rcio.nando. uma maio.r co.ncentração. deste
co.mpo.nente no. final do. experimento.. Po.r serem
de tamanho.s d i ferentes e permanecerem p o. r
tempo.s distinto.s n a salmo.ura o.S queijo.s apresen­
taram diferentes co.ncentrações de · cl o.reto. de
s ó d i o. . O teo.r de sal na umidade ( N aCl/H 2 0 )
aumento.u no. deco.rrer d a maturação. e m co.nse­
qüência da perda de umidade, verificando.-se
também que o. sal demo.ro.u mais tempo. para
difundir e atingir o. interio.r do.s queijo.s de maio.r
tamanho. d e v i d o. e s te s apresentarem meno.r
superfície de co.ntato. . Po.de-se verificar que no.
perío.do. de 67 dias de maturação. , h o.uve uma
eVo.lução. no.rmal do. p H do.s queijo.s elabo.rado.s
pelo. méto.do. tradicio.nal, já no.s defu mado.s em
fumaça líquida ho.uve uma pequena diminuição.
c o. m p o. s terio.r neutrali zação. de s u b s tâncias
respo.nsáveis pela acidificação. e eVo.lução. po.uco.
acentuada do. pH. To.das as médias do.s valo.res
de pH após 67 dias de maturação. estão. próximas
de 5 ,60 5,70, demo.nstrando. que ho.uve uma
bo.a capacidade pro.teo.lítica, co.m liberação. de
co.mpo.sto.s aminado.s que tendem a neutralizar a
Pág. 1 1 0
digitalizado por
Pág . 1 1 1
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
acidez natural da massa do queijo. As figuras 1 e
2 m ? stram que os queijos defumados em fumaça
,
lIqUida
apresentaram maior acidez volátil (2,3 e
2, 1 mL de NaOH 0,05 mol/L para queijos de 0,5
Kg e 2,5 Kg, respectivamente, com 27 dias de
maturação e 2 , 1 5 e 1 , 4 1 mL de N aO H 0 , 0 5
m ol/L p ara queij o s d e 0 , 5 Kg e 2 , 5 K g ,
.
respectIvamente, c o m 67 dias de maturação) do
que o s q u e ij o s defu m ad o s pelo p ro c es s o
tradicional ( 1 ,0 e 0 , 9 m L d e NaOH 0,05 mol/L
para queijos de 0,5 Kg e 2,5 Kg, respectivamente,
com 27 d ias de maturação e 0,96 e 0,8 mL de
NaOH �,05 mollL para queijos de 0,5 Kg e 2,5 Kg,
respectivamente, com 67 d i as de maturação),
provavel mente em conseqüência dos mesmos
apresentarem maior teor d e umi dade, menor
c o n ce n tração d e NaCl/H,O, proporci o n ando
ma � or atuação d a l i pase é conseqüentemente
maI O r l i p ó l i s e . Observ o u - s e um aumento da
acid � z volátil no início da maturação e diminuição
no fm al da maturação nos d o i s tratamen tos .
A Figura 1 mostra que os queijos defumados pelo
processo tradicional apresentaram perdas mais
acentuad as de umidade devida p rinci palmente
ao aque � imento da câmara de defumação, que
prop orcl onou a l iberação d e água e perda de
.
rendImento do queijo. Já os queijos defumados
em fumaça líquida não apresentaram perdas de
.
u m I d ad e t ão s i gn i ficativa quanto os queij o s
defumados pelo processo tradicional, devido os
m e s m o s serem i mersos na fumaça líqu i d a à
temperatura ambiente.
dura nte o períod o de 67 d i as de maturaç ã o .
.
As figuras 2 e 3 representam a evolução do índice
de extensão da maturação (%NS/NT) e as figuras
4 e 5 representam a e v o l u ç ão do í n d i c e d e
pro �u n d i d ad e d a maturação ( % N N P/ N T ) d o
.
queIJo Provolone defumado e m fumaça líquida e
pelo proce s s o trad i c i o n a l , res p e c t i v a m e n t e .
A exte n s ão e a p r o fu n d i d a d e d a maturação
representam a atuação das enzimas do coalho e
do fermento lático l iberando, respectivamente,
peptídeos de maior peso molecular e peptídeos
de baixo peso molecular e aminoácidos, sendo
todos resultantes da degradação protéica. Os queijos
menores apresentaram índices de extensão e
profu n d i d ade da maturação mai or, p ro v a ­
velmente devido a maior s uperfície específica
p r o p o r c i o n a n d o c o n s e q ü en temente maior
p roteólise.
� 15
.:g
.�
9,95
10
�
�
"E
cf
0,5 Kg
1 ,0 Kg
2,5 Kg
Peso dos queijos
1:1 Defumação utilizando fumaça líquida
11 Defumação pelo processo tradicional
•
Figura 1
3 .2 . Frações n i tr o g e n ad as
ANAIS D O XIX C O N G R ESSO NACIONAL DE LATiC í N I O S
As figuras 2, 3 , 4 e 5 indicam os efeitos
dos tratamentos usados na proteólise dos queijos
Perdas de u m i d a d e ao fi n a l d a
maturação d o q u e ij o P r o v o l o n e
defumado p e l o processo tradicional
e em fumaça líquida (valores médios
de 3 repetições) .
,&
o
'rl.
�
�
12
� 10
.a
8
�
�
cu
ai
'C
�
�
cu
'C
QJ
6
0,32
0,36
§
0,3
o -l--""'-====---r-
'rl.
1 2 ,29
14
o
'� 1 2
12
� 10
�
�
��
C1l
14
.a 1 0
C1l
8
E
.:g
o
'm
6
2
0,2
0,13
�
0,26
+-------�67
UJ
8
6
4
2
0 , 1 6 0 , 1 3 0,38
.
=-__
0 +----....=
67
Perrodo de maturação - dias
11 0,5 quilo
Figura 2
•
Cll ,0 quilo
Período de maturação - dias
1:1 2 ,5 quilo
Evolução do índice de extensão da
maturação do q ue ij o Pro v o l o n e
defumado e m fumaça líquida
11 0,5 quilo
Figura 3
-
8 1 ,0 quilo
0 2 ,5 quilo
Evolução do índice de extensão da
maturação d o q ueij o P r o v o l o n e
defumado pelo processo tradicional.
6
67
�
2
0,38
11 0,5 quilo
Figura 4
-
m 1 ,0 quilo
0,35
67
Período de maturação - dias
lIll O,5 quilo
1:1 2 ,5 quilo
Evolução do índ ice de profundidade
da maturação do queijo Provolone
defumado em fumaça líquida.
0,33
0 +----====--,--
Período de maturação - dias
Figura 5
-
El l ,O quilo
02,5 quilo
Evolução do índice de profundidade
da maturação do queijo Provolone
defumado pelo processo trad icional.
3 . 3 . Ava l i a ç ã o s ensorial
SUMMARY
A p o n t u ação média obtida n o t e s te de
aceitação variou de 7 a 8, para os queijos de 0,5
quilo e 1 quilo defumados em fumaça líquida e
pelo proce s s o tradicional , e também para os
queijos de 2,5 quilos defu mados pelo processo
tradicional, o que equivale a "gostei modera­
damente" e "gostei muito". Para os queijos de
2 , 5 q u i l o s d e fu mados e m fu maça l íq u i d a a
pontuação média variou de 6 a 7, o que equivale
a "gostei l i ge iramente" e "gos tei moderada­
mente". Dessa forma, os resultados d o teste de
aceitação mostraram que os j ulgadores detec­
taram como mínima a diferença entre os queijos.
Isto demonstra que o sabor do queijo Provolone
defumado com fumaça líquida foi semelhante
ao s ab o r d aq u e l e d e fu ma d o p e l o p r o c e s s o
tradicional .
Provolone Cheese was elaborated using two
smoking methods: the classic smoking, through
smoke produced by the combustion of wood and
the artificial smoking, using artificial liquid smoke.
The main objective of this investigation was the
eval uation of the i mp acts of the two s moking
methods on body, texture and fIavour of Provolone
cheese, in o rder to s i m p l i fy the manufacture
processo Cheeses were evaluated at 7, 27, 47 and
67 days of age. The following determinations were
accomplished : pH, fat, total dry matter, sodium
chloride, salt in the humidity, total nitrogen, soluble
nitrogen, ripening indexes (extension and depth)
and volatile free fat acids. After 60 days of ripening
cheeses were submitted to the sensorial analysis for
evaluation of their acceptance. The results indicated
that the use of liquid smoke process did not cause
any s ignificant difference, except for yield, as
compared to the classic smoking processo
Key- w o rd s : Pro v o l o n e , liquid smoke,
manufacturing proces s o
4. CONCLUSÃO
o
8
�
4
'õ
4
2
12
10
O s resultados, físico-químicos e sensoriais
obtidos indicaram que o processo de defumação
do queijo Provolone utilizando fumaça líquida
não p rovocou alterações signifi cativas, exceto
quanto ao rendimento, quando comparado com
processo tradicional de defumação. A aplicação
de fumaça líquida no processo de defumação do
queijo Provolone acelerou o processo de fabri­
cação, d i m i n u i u a perd a de ren d i mento, não
influenciou a maturação dos queijos (os índices
de maturação são praticamente os mesmos nos
dois tratamentos) e apresentou maior produção
de a c i d e z v o l át i l . Portan t o , a u t i l i zação de
fumaça líquida poderá se constituir numa nova
opção para o processo de fabricação do queijo
P ro v o l o n e .
Pág. 1 1 2
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'
.
um quilo de farinha de trigo especial ( 1 00%),
6 % de açúcar cri s tal, 5% de gordura vegetal
hidrogenada, 3 % de fermento biológico fresco,
2% de sal e 60% de água. Foram testadas outras
quatro formulações, nas quais parte da água foi
s ub s t ituída p o r s oro de q ue ij o s u b m e t i d o a
tratamento térmico de 6 5 ° C , por 30 minutos,
nas concentrações de 1 5, 30, 40 e 50% . Inicial­
mente, fez-se a mistura da farinha com açúcar e
gordura para, em seguida, adicionar-se a maior
p arte dos c o m p onentes l í q u i d o s ( água ou
água+soro) . Após a incorporação destes, fez-se
a adição do fermento e, p o r ú l t i m o , fo i
adicionado o sal . Tod o o proces so de mistura
dos ingredientes foi manual . Após esta etapa, a
massa fo i d i v i d i d a e m p orções d e , apro x i ­
madamente, 8 0 0 g , q u e fo ram b o l e adas e
submetidas a um descanso de 1 0 minutos. Em
seguida, fez-se a abertura da massa em cilindro
manual até que esta se tornasse lisa e elástica,
para que fosse modelada e enformada. A fermen­
tação final foi realizada em estufa a 35 °C, por
90 minutos. Após o término da fermentação, a
mas sa foi transferida p ara o forno doméstico,
em chama alta, por 4 0 minutos (25 minutos
com a forma tampada e 15 minutos sem tampa).
de produto de panificação, o pão-de-forma. Este
o c u p a a terc e i ra p o s i ção na preferê n c i a d o
consumidor brasileiro e um d o s fatores que mais
l i m i t a a s u a c o m p ra é o p re ç o ( A s s o c i ação
. B rasileira das Indústrias de Panificação, 2002).
O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma
formulação de pão-de-forma na qual a água é
parcialmente substituída por soro de queijo, em
nívei s que permitam a obtenção de um produto
final de boa qual idade nutricional e sensorial.
2. MATERIAL E MÉTOD OS
•
ENRIQUECIMENTO N UTRICIONAL DE PÃO DE FORMA COM SORO DE QUEIJO*
Nutritional enrichment of pan bread with whey
Janeeyre F. M a ciel l , José V. S antos2, Paulo Bonomo1 , Sérgio H . Saraiva 1 ,
Renata C . F. Bonomo2, Biano A. M . N eto3
Foram avaliadas, inicialmente, as caracte­
rísticas mi crobi ol ó gi cas e físico-químicas do
soro, uma vez que o leite utilizado no proces­
samento do queijo mussarela não é pasteurizado,
no laticínio do qual as amostras foram obtidas .
O soro também foi avaliado após ser submetido
a tratamento térmico de 65°C, por 30 minutos,
seguido por resfriamento rápido a 30°C.
2. 1 . A n á li s e s m icrobi o l ó gicas
RESUMO
Uma forma de aprovei tar o s oro de queij o , uma excelent e fonte de proteínas
.
e
ca, � clo, e ao mesm � tempo me� h rar os aspectos nutricion ais de um produto
de panificaç ão
�
fOI testada por melO da subst ltUlÇãO de parte do ingredien te água por soro
de queijo. De
.
aco �? o c � � os resultado s obtIdos
nas análises microbio lógicas verificou -se que o soro de
qU � I�o utt!tzado no p re ent trabalho necessita de um tratamen to térmico
� �
prévio à sua
adl çao no produto, dev ldo a presença de coliform es fecais . Das concentr
ações de soro
t e s tad � s a de 3 0 % fO I. a que proporc ionou as melhore s caracter ísticas
s e n s oriais e
.'
tecnolog lcas, como estrutura de miolo mais aberta e macia e melhor crescime
nto da massa
na ferment ação .
1 . I N T RO D U Ç Ã O
O soro d e queijo é um subproduto derivado
da elab oração do queij o . Possui cor amarelo­
esverdeada e cuj o s abor ligeiramente ácido ou
doce e composição variam com a qualidade do
leite utilizado e com o tipo de queijo do qual foi
originado ( Madrid et aI. , 1 99 5 ) . S eu conteúdo
de p roteínas é de aproximadamente 6-9 g/L, as
quais são muito conhecidas pelo elevado valor
nutricional e p el as propriedades funcionais que
exercem nos produtos ali mentares . De acordo
com a legislação do MERCOSUL são permitidos
o uso de soros lácteos e concentrados protéicos
de s o r o c o m o i ngredientes o p c i onais em
formulações de alimentos, o que não só permite
ao fab ricante re d u z i r o c u s to t otal d o s
ingredientes como também melhorar a qualidade
n utrici onal do produto, s obretudo no cas o de
proteínas e c á l c i o ( U S DE C N EW S , 1 9 9 9 ) .
N o municíp i o d e Itapetinga- B A , a produção
mensal de s oro proven i e n t e d o q u e ij o t i p o
mussarela é de aproximadamente 270.000 L, o s
q u ai s s ão d e s t i n a d o s q u a s e n a i n tegra à
ali mentação de s u ín o s . D i ante d e s s e fat o
d e c i d i u - s e es tudar n o v as fo rmas para �
aproveitamento d e s s a excelente fo n te de
proteínas e cálcio no processamento de um tipo
* Órgãos financiadores: Universidade Estadual do Sudoeste da B ahia - UES B .
1 Departamento d e Estudos � ásicos e Instrumentais UES B , C E P 45700-000, Itapetinga
2 Departamento de TecnologIa Rural e Animal U ES B , CEP 45700-000, Itapetinga BA,
-
_
Amostras de soro foram coletadas sema­
nalmente, durante o período de novembro de 2001
a março de 2002, em um laticínio produtor de
queijo mussarela, no município de Itapetinga-Ba.
Foram analisadas 20 amostras do soro recém­
coletado e do soro submetido a tratamento térmico.
Foi registrada a temperatura das amostras, durante
a coleta e antes da análise em laboratório. Todas
as amostras foram coletadas em frascos este­
rilizados, acondicionadas e m reci pientes i s o ­
térmicos e transportadas i mediatamente para o
laboratório, onde foram submetidas às seguintes
análises microbiológicas: determinação do Número
Mais Provável (NMP) de coliformes totais e fecais.
A metodologia adotada foi a recomendada pela
American Public Health Association, 1 992.
B A , B R.
B R.
Os p ães - de-forma com e sem adi ção de
soro foram avaliados p or 200 provadores não­
treinados, utilizando-se a escala hedônica de sete
p o n to s .
2 . 5 . A n á l i s e e s t a tís t i c a
O s resultados obtidos na avaliação sensorial
dos dois tipos de pães foram submetidos ao teste
t - S t u d ent para c o m p aração das m é d i as e a
d i s tr i b u i ç ã o de fre q ü ê n c i a de n otas d o s
consumidores n a escala hedônica.
2.2. D e te r m i n a ç ã o d o p H e d a a c i d e z em
graus D or n i c
A p ó s a ho mogenei zação d e 2 5 mL de
amostra fo i fei t a a l e i tura d o p H e m p o ten­
ciômetro Quimis. A acidez foi determinada por
titulação da amostra, com solução Dornic, até o
ap are c i me n t o de col oração levemente rósea
persistente (Laboratório Nacional de Referência
Animal, 1 9 8 1 ) .
2.3. Elaboração do pão-de-forma
_
2.4. Avaliação sensorial dos p ã es
O pão-de-forma, sem a adição de soro, foi
obtido por utilização da seguinte formul ação :
3. RESULTAD O S E D I S CU S S Ã O
3 . 1 . A n á l i s e s m ic r o b i o l ó gicas
q u ím i c a s
e
fís i c o ­
O número de coliformes totais e fecais nas
amostras de soro de queijo recém-coletado foi
igual ou s uperior a 1 1 0 0 N M P/mL . No soro
s u bmeti d o a t ratamento térm i c o , o s valores
o b t i d o s fo ram men o res que 3 N M P/mL .
Portanto , por meio destes resultados, verifica­
se que o soro de queij o obtido a partir de leite
não pasteurizado neces s ita de u m tratamento
térmico prévio à sua adição no produto devido à
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
presença de c o l i fo rmes fecais que, além de
representar riscos à s aúde, pode i nterferir no
d e s en v o l v i me n t o d as leved uras d u rante a
fermentação. Os res ultados das médias de pH e
acidez foram 5,7 e 1 7 °Dornic, respectivamente.
3 . 2 . Avaliação s e nsorial dos p ães
As formulações que tiveram s ubstituídos
40 e 50% do volume total de água por s oro de
queij o resu ltaram n u m produto final volume
red uzido e, conseqüentemente, com estrutura
d e m i o l o mai s fe c h a d a , d i feren c i an d o - s e
bastante do p roduto obtido s e m adição de soro.
Por essa razão, esses dois produtos não foram
s ub metidos à análise sensorial. Na formulação
com substituição de 1 5%, verificou-se pequena
variação em relação ao pão sem adição de soro,
entretanto esse volume contribui muito pouco
p ara o e n r i q u e c i m e n t o n u t ri c i o n a l d o p ã o .
O b s ervo u - s e a i n d a q u e n a fo r m u l ação c o m
s ubstituição d e 3 0 % , essa variação também foi
pequena, e por essa razão submeteu-se à análise
sensorial apenas o p ão obtido a p artir dessa
formulação e o controle (sem s ubstituição da
água).
C o n s i d eran d o q u e 9 0 , 5 % e 9 0 , 0 % dos
p r o v a d o re s atri b u íram v a l o re s e n t re g o s t e i
m o deradamen te e g o s tei ex tremame nte p ara
o pão convencional e p ara o p ão com adição
d e s o ro, re s p e c t i v amente , e s s e s res u l t a d o s
s ugerem a v i ab i l i d ade d e s s e i ngre d i e n te na
formulação d o p ão d e forma. A s m é d i as d o
pão c o n v e n c i o n a l e d o p ã o c o m s o ro foram
5 , 6 8 e 5 , 7 4 , res p ecti vamente, não havendo,
p o rtan t o , d i fe re n ç a s i gn i ficativa ( p
0,57)
entre elas. O Quadro 1 apresenta a distribuição
de freqüênci a das notas dos consumi dores na
escala hedônica.
=
Quadro 1
•
D i s tr i b u i ç ã o d e freq ü ê n c i a das
notas dos provadores .
E s c a l a P ã o c o n v e n c i o n a l Pão com
hedônica
soro ( % )
(%)
I
2
3
4
5
6
7
0,0
0,0
2,5
7,0
26,5
48,0
1 6,0
4 . C ON CL U S Ã O
A adição d e 3 0 % de s oro de queij o n a
formulação do p ão-de-forma, além d e promover
uma mel h o r i a n a q u al i d ad e n u t ri ci o na l d o
produto, oferecer a o consumidor a opção d e um
novo produto com sabor agradável e preço mais
acessível.
S U M M ARY
A form of to use the whey, a good source
of protein and calcium, and at the same time to
i mprove the n utrit ional aspects of the b read
industry product, was tested by the s ubstitution
of part of the water by the whey. In agreement
with the results obtained in the microbiological
analyses, was verified that the whey needs of a
previ o u s thermal t reatment to its add i ti o n i n
the product. O f the tested whey concentrations,
the one of 3 0 % p r o v i d e d the s e n s o r i al and
technological best characteristics, as more open
and soft structure crumb and better mass growth
in the fermentation.
Key word s : pan bread, whey, n utritional
enrichment.
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L A B O R AT Ó R I O N A C I O N A L D E REFE­
R Ê N C I A A N I M A L . M é t o d o s a n a l ít i cos
oficiais para controle de produtos de origem
a n i m a l e s e u s i n gr e d i en t e s . I I - m é t o d o s
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Nacional de Defesa Agropecuária. 1 9 8 1 .
MADRID, A . ; CENZANO, 1 . ; V ICENTE, J . M .
N u e v o man u al d e i n d u s tri as a l i men tari as '
Madri d : , 1 99 5 . 599p.
USDEC NEWS. O uso de produto de s oro em
0,0
0,0
3,0
7,0
29,0
35,5
25,5
SORO DE LEITE: CUSTOS DE EQUIPAMENTOS PARA O SEU PROCESSAMENTO
Whey milk: Costs of equipaments for its processing
José Mauro Giroto 1 , Urivald Pawlowsky2
RESUMO
o soro
ando
de leite é um líquido claro originado durante a fabricação de queijo apresent
s é
proteína
das
cia
importân
A
ntes.
compone
proteína s e lactose como seus p ri ncipais
vez pode ser fonte de
devido ao fato de possuire m alto valor biológic o . A lactose por sua
como compon e nte
materia l energéti co p ara d iversos proce s s o s biotecno lógicos bem
industri al, o
líquido
resíduo
o
Enquant
utilizado na indústria farmacê utica e alimentí cia.
l actea,
bebida
ricota,
de
cação
fabri
A
dor.
i
u
l
o
p
agente
otente
p
um
é
te
i
s o ro de l e
m
constitue
sólido
estado
o
para
ação
transform
e
ntes
concentr ação, separaçã o dos compone
o aprovei tamento
algumas alternati vas para o seu aproveit amento. No Estado do Paraná,
de bebida láctea
do soro de leite enquanto compone nte alimentí cio tem sido na produção
os investimentos
analisa
trabalho
Este
e.
totalidad
e transformado em pó, porém não em sua
pó desminer alizado
em
soro
pó,
em
soro
de
produção
a
para
entos
equipam
em
ios
necessár
das indú strias do
e p roteínas e lactose em pó comp arad o com a capacida de ins talada
s forneced oras dos
Estado neste processa mento. O resultado da pequisa j unto a empresa
1 2 ,7 ; 1 3 ,9 e 1 4,4
equipam entos revelou a necess i d ade de investim entos da ordem de
de 200 mil Lld .
volume
ao
citada
ordem
na
produtos
milhões de reais para cada um dos
indicou que do total
O resultado da pequisa da capacida de instalada de recebime nto de leite
de capaci dade
de 1 53 indústria s , apenas cinco empresa s teriam condi ções em termos
teriam de buscar
instalada de, individua lmente utilizar-s e destas tecnolog ias e as demais
necessid ade de
mecanism os de união p ara a sua utilizaçã o . O trabalho conclui haver
de leite nos
oro
s
do
tamento
aprovei
o
para
entos
grandes i nvestime ntos em equipam
maioria das
produtos e na escala consider ada o que pode estar inviabiliz ando na grande
O trabalho
io.
alimentíc
produto
enquanto
mento
aproveita
seu
o
s
indústria s de laticínio
para avaliar o
sugere estudos mais detalhado s sobre o parque industria l lácteo do Estado
a que o soro
seu potencial tendo em vista a importân cia nutricion al, ambienta l e econômic
.
sociedade
a
e
s
indústria
as
ores,
de leite represent a para os consumid
1. INTROD U Ç Ã O
Na industri al i zação do le ite, o p rocesso
d e p ro d u ç ão d e q u e ij o p e l o s m é t o d o s
tradicion ais p os s u i caracterí stica i mportant e,
pois não convertem cem por cento da matéria­
prima leite, originand o dessa forma um outro
produto denomina do soro de leite. O soro de
l e i t e é um l í qu i d o c l ar o d e cor amarelad a,
represent ando entre 80 e 9 5 % do volume total
do leite utilizado na produção de queijo e contem
aprox imadamen te 5 5 % dos seus nutriente s na
forma dos seguintes componen tes : água 93-94%,
lactose 4,5-5%, proteínas solúveis 0, 6-0, 8% e
sais mineriais 0,6- 1 ,0%. O soro de leite contem
ainda quantidades c o n s ideráv e i s de ou tros
componentes como o ácido lático, ácido cítrico,
c o m p o s t o s n i trogen ados n ão p r o t é i c o s e
vitaminas do grupo B (Veisseyre, 1 98 8 ; Dumais
e t aI , 1 9 9 1 ; U S DEC , 1 9 9 7 ) . A l actose e
p ro teínas s o l úveis são os componentes mais
i m p o rtan tes d o ponto de vista n u t ricional,
tecnológico e ambiental . As proteínas possuem
alto valor nutricio nal e a lactose é fon te de
i o gu r t es e p r o d u to s l á c te o s ferm e n t a d os .
The U . S . Dairy Export Council, v.2, n.2, outubro
de 1 9 99.
•
•
Eng. Químico (UEM, 1 986), Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos (UFPR, 200 1 ). Centro Federal de
Educação Tecnológica do Paraná. Av. M onteiro Lobato, s/n, Cx. P. 20, 84000-260 Ponta Grossa, Paraná.
giroto @pg.c efetp r.br
2 Eng. Químico (UFPR, 1965), M estre em Ciência (COPPE, 1967) e Doutor em Ciência (Ph . D . , S tate University
of New York, 1 972). Professor Titular de Engenharia Ambiental da UFPR e ex-Diretor da S urehma. Consultor
da Organização Pan-Americana de S aúde, de Indústrias e de Ó rgãos Governamentais .
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A N A I S DO XIX C O N G R ES S O N A C I ON A L DE L AT i C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
materi al energé t i c o p ara d i versos proces s o s
biotecnológicos e c o m o componente utilizad o
na indústria farmacêutica e alimentícia (Costa,
1 9 9 5 ; G on z á l e z S i s o , 1 9 9 6 ; U S D E C , 1 9 9 7 ;
Ferreira, 1 99 7 ) .
O soro d e leite quando considerado resíduo
l í q u i d o i n d u s trial e despej ad o j u nto c o m os
demais res í d u o s l í q u i d o s d as i n d ú s trias de
l at i cín i o s , p o d e s i gn i fi c ar a d u p l i c ação do
s i s te ma de tratamento por possuir DBO entre
2 5 . 00 0 e 6 0 . 000 m g/L ( Papa, 2000, Primo,
200 1 ) . Dentre as técnicas para s ua valorização
enquanto produto alimentício, o soro de leite
pode ser utilizado na fabricação de ricota, bebida
l áctea, ser concentrado, tran sformado em pó,
obtenção de seus componentes, sendo que para
cada alternativa deve ser p recedida de uma
análise técnica e econômica ( U S DEC , 1 9 9 7 ;
Richards , 1 997 ; Machado, 200 1 ; Primo 200 1 ) .
N a C o m u n i d ade E c o n ô m i c a Européia,
aproximadamente 45% do soro de leite gerado
tem s i d o u t i l i zado na forma líquida, 3 0 % na
forma de soro de leite em pó, 1 5% como lactose
e derivados desta e 1 0% usado na produção de
proteína concentrada. Os Estados U n i d o s da
América são os maiores produtores mundial de
soro em pó e derivados (González Siso, 1 996;
Dallas, 1 999). No B rasil, entre os anos de 1 995
e 2000, houve u m aumento c o n s i d erável na
importação desse derivado lác teo passando de
9,6 p ara 43 , 1 mil t , o que trans formado em
valores financeiros corresponde a um desem­
bolso de 5, 1 para 28,5 milhões de dólares (Primo,
200 1 ) . No Estado do Paraná, no ano de 1 999,
do soro de leite gerado no conjunto das indústrias
de laticínios, 4,8% foi utilizado na produção de
bebida láctea e 1 9,6% na produção de soro de
leite em pó, o que corresponde a uma utilização
de apenas 2 4 , 4 % do t o t a l , tendo ainda em
volume uma quantidade de 1 9 8,4 milhões de litros
que pode ser aproveitado enquanto comp onente
ali mentício ( Gi roto,200 1 ) .
Tabela 1
-
O objetivo deste trab alho foi aval i ar os
investimentos neces s ários nas tecnol ogias de
evaporação, secagem e processos de membranas
e c o mp arar c o m a capaci dade i n s talada das
indústrias de laticínios do Estado do Paraná para
utilização destas tecnologias na obtenção de soro
e derivados em pó para fins alimentícios.
2. MET O D O L O G I A
Foram contatadas empresas fornecedoras
de t e c n o l o gias de e v a p o ração, s e c agem e
p roces s o s de membranas , para obtenção dos
dados de v o l u mes d o s pro ces s o s e d o s
investimentos nestas tecnologias . Na Secretaria
de Estado da Agri cul tura e Abastecimento do
Paraná, obteve-se os dados das indústrias privadas
e cooperativas de laticínios.
A ou B
C + (A ou B )
D + (A ou B)
Nas empresas fornecedoras de tecnologias
os dados relativos aos volumes foram: 200 mil Lld
para evaporação e secagem e 1 00 mil Lld para
os proce s s o s de membran a s . Os d a d o s de
investimentos nestas tecnologias foram conver­
tidos em moeda nacional . Na Tabela I é apresen­
tado a si mulação de investimentos necessários
para a obtenção de soro de leite e derivados em
pó utilizando-se os volumes e investimentos a
partir da informações das empresas .
Os dados relativos à indústria de laticínios
do Estado foram analisados e estratificados para
avaliação da capaci d ad e i n s talada de
recebimento de leite com obj etivo de comparar
com os volumes estabeleci dos pelas empresas
fo rnecedoras d e t e c n o l o g i a para o proces­
s amento d o s o ro de l e i t e . N a Tabela 2 é
apresentado o número de indústrias p rivadas e
c o o p erati v a s de acordo c o m a variação da
capacidade instalada de recebimento de leite para
os laticínios do Estado do Paraná.
Equipam entos
T i p o de Produtos
I n v e s t i m en t o s ( R $ )
Evaporação e secagem
(NF) + evaporação
e secagem
(UF + OR) + evaporação
e secagem
Soro em p ó
Soro em pó
desmi neralizado
Proteína e Lactose
em pó
1 2 .675 .000,00
Fonte: Empresas fornecedoras - NF: Nanofiltração, UF: Ultrafiltração e O R : Osmose Reversa.
-
Capacidade instal ada, n ú mero de indústrias privadas e cooperativas de laticínios do
Estado do Paraná.
Capacidade instalada
(1000 L/d)
0, 1 I-I 40
41 I-I 80
81 I-I 1 20
1 2 1 I-I 1 60
1 6 1 I-I 200
20 1 I-I 240
24 1 I-I 2 8 0
2 8 1 I-I 3 2 0
> 32 1
N ú m e r o de indústrias
privadas
N ú m ero d e
cooperativas
Total de
i n dú s tr i as
1 22
17
3
2
2
1
1
124
19
4
1
5
3
1 3 .923 . 1 76,00
1 4.430 .000,00
10
143
4. DISCUSSÃO
3 . RESULTA D O S
Empresas fornecedoras, equipamentos, tipos de p rodutos e i nvestimento neces s ário
para a produção de soro de leite e derivados em pó.
for n e c edoras
Tabela 2
N a Tab e l a I cons tata-se q u e o s inves­
timentos p ara a produção de s oro e derivados
em pó são valores consideráveis e que quanto
maior a e s p e c i a l i zação d o p r o d u t o a ser
produzido maior é o i nvestimento necessário.
N ão se levou em conta a redução d o volume
após a separação no processo de membrana,
porém em estudos de viabilidade econômica esta
c o n s i d eração se faz nece s s ário, p o i s caso
c ontrári o , o v o l u me i n i c i al d e soro deve ser
reavaliado .
Da Tabela 2 observa-se que do total de 1 53
indústrias de laticínios do Estado, 1 24 possuem
capacidade instalada até 40 mil Lld, 19 indústrias
possuem capacidade variando entre 4 1 e 80 mil
Lld, 4 indústrias possuem capacidade variando
entre 8 1 e 1 20 mil Lld, uma empre s a p o s s u i
capacidade entre 1 2 1 e 1 60 Mil Lld e apenas 5
empresas poss uem capacidade de recebimento
de leite acima de 1 60 mil Lld.
Estes dados demonstram que a maioria das
empresas do Estado possuem pequena capacidade
comparado com o volume necessário . de soro de
leite para ser processado quer por processos de
membranas, quer por processos de evaporação
e secagem. Os investimentos necessários para o
processamento do soro de leite pelas tecnologias
avali adas pode res tringir o seu uso na grande
maioria das indústrias de laticínios do Estado.
5. C O N C L U S Ã O
O u s o d a s tecno l o gi as aval i ad as p e l as
indústrias de laticínios do Estado, estaria restrito
a apenas cinco empresas a partir da análise da
153
capacidade instalada, porém sem ter e m conta a
quantidade de queijo individualmente produzido
em cada uma delas . É necessário buscar formas
alternativas p ara o aproveitamento do soro de
leite, tendo em vista ser as pequenas empresas
em maior n ú mero . S ugere - s e a formação de
conglomerados industriais, englobando tanto as
pequenas q uanto as grandes empresas, o que
p roporcionaria u m diferencial competitivo do
conj unto das i n d ú s trias d o E s t ad o . O ap ro­
veitamento do soro de leite pelas indústrias de
laticínios de u ma forma geral pode contribuir
com maior qualidade n utricional aos produtos
das demais i n d ú s t r i as a l i m e n t í c i a s , o q u e
atenderia a dois aspectos b ásicos q u e r sejam:
atender a expectativa d o s c o n s u m i d o res por
p rodutos de maior valor agregado bem como
na redução de importação deste derivado lácteo.
Quanto às indústrias de laticínio do Estado, é
n e ce s s ário e s t u d o s m a i s d e t a l h a d o s e q u e
e n v.o l v a m t o d a a c a d e i a , p art i c u l armente
q u anto a p ro d u ç ã o d e q ue ij o , pois o
aproveitamento d o s o ro d e l e i te e n q u a n t o
p r o d u t o a l i mentíci o p o s s u i i m p ortân c i a
nutricional, econômica e ambiental.
SUMM ARY
This p ap er aimed t o e v a l u at e the
investiment costs for the production p owdered
cheese whey. The capacities of the equipaments
and the whey production rates of Paraná State
were compared. Only about five companies have
the necessary minimum daily whey productors.
The smaller dairies wold have to work fogeter
and ship the whey to central plants. Key Words :
whey milk, i nvestiment, technology, costs
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
REFERÊNCIAS B IBLIO GRÁFICAS
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ANAIS DO XIX C O N G R ES S O N A C I O NAL DE LATiC í N I O S
importante à m o dern i zação d as ativi dades
produtivas, comerciais e financeiras. Outro fator
que contribui para a evasão fiscal é a tributação
elevada, vigente no Estado de M inas Gerais,
' cobrada das micro e pequenas empresas. Na maioria
das vezes torna-se i nviável para as mesmas a
manutenção de preços competitivos em relação
às empresas com maior economia de escala.
Dessa forma, a reorganização do serviço
de inspeção oficial e de vigilância sanitária no
país, com o objetivo de coibir da melhor forma
possível a comercialização de produtos l ácteos
clandestinos e também garantir efetivamente a
qualidade dos produtos oficialmente i nspecio­
nados garantirá um novo padrão de qualidade
para o leite brasi leiro (FONSECA, 2002).
Esta pesquisa tem por objetivo a avaliação
da gestão segundo aspectos rel ac i onados ao
controle de qualidade e segurança alimentar com
base nas l e gi s l ações v i gentes, bem c o m o ,
apresentar os principais órgãos responsáveis pela
fiscalização das micro e pequenas empresas de
laticínios da micro-região do Vale do Rio Pomba,
localizada na Zona da Mata Mineira denominada
Circuito do Queijo.
2. M E T O D O L O GIA
AVALIAÇÃO DA GESTÃO D O CONTROLE D E QUALIDADE E SEG URANÇA ALIMENTAR
NAS MICRO E PEQUENAS EMPR ESAS DO CIRCUITO DO QUEIJO
Quality control management and food safety evaluation in micro and small firms of
Circuito do Queijo
Maure n M iyaji1 , Cláudio Furtado Soares2
A coleta de dados da pesquisa foi realizada
com uma metodologia conhecida como s u rvey
amostrai (MOSER e KALTON, 1 972), mediante
a u t i l i zação de q u e s t i o nári o . O p t o u - s e p o r
entrevistar e vis itar a s empresas de l aticínios
c o m v o l ume acima de 400 l i tros d i ários de
matéri a-pri m a receb i d a , total izan d o 39 em­
presas na região. Os resultados foram analisados
pela estatíst i c a descritiva com o auxílio dos
s oft w a r e s M i cr o s o ft Excel 97 e S t a t i s t i c a l
Package fo r the Social Sciellses (SPS S ) .
3. RESULTA D O S
1 . INTROD U Ç Ã O
V ários e s t u d o s revelam que o s c o n s u ­
m i dores t ê m apresentado, atualmente, mai or
exigência e m relação aos produtos i n d u s tria­
l izados. Essas exigências abrangem caracterís­
ticas do produto que irão s atisfazer as neces­
sidades dos consumidores , mas antes de tudo,
a s p e c t o s re l a c i o n a d o s à man i p u l aç ã o d o s
mesmos .
1
2
De acordo c o m TOLEDO ( 1 9 9 7 ) segu­
rança e quali dade são duas dimens ões insepa­
ráveis em todas as fases da cadeia agro alimentar
que d ependem da c o n s c i e nti zação e d a
capacitação para aplicação de B oas Práticas de
Fabricação (BPF) e de higiene.
O mercado informal consiste em sonegação
fi s c a l e c l an d e s t i n i d ad e s e n d o o b s t á c u l o
M estranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFY.
DS em Engenharia de Prod ução, Professor Adjunto 1 UFY.
Dentre os programas de qualidade mencio­
nados o mais conhecido é B oas Práti cas de
Fabricação (68%). Um percentual considerável de
empresas (28 %) disse não possuir conhecimento
de nenhum dos programas e apenas 1 2 % das
empresas afirmaram poss uir um programa de
qualidade implantado. Destas, todas citaram as BPF.
O a c o m p an hamento da quali d a d e d o s
produtos acabados é realizado, principalmente,
por i ns peção vis u al em 7 6 % dos cas os e por
experimen t a ç ão p o r lote de p r o d u t o s ou
degustação em 40%.
Em apro ximadamente 56% das e mpresas
existe um l aboratório p ara análises de rotina.
N as demais empresas as análises são realizadas
em instituições como UFV, ILCT, EAFRP, UF1F
e EMB RAPA ou em l aticínios p róximos.
Com relação à freqüência de l impeza de
equipamentos e instalações, 52% das empresas
fazem a limpeza dos equipamentos e 64% a das
instalações diariamente.
Apenas 1 6 % das e mpresas p o s s uem um
sistema de tratamento de efluentes e o principal
motivo de não possuir tal sistema seria o custo
em 48% empresas e a falta de necess idade do
t ratamento ( 44 % ) , uma vez que o soro é
destinado para a alimentaç ão animal em 92%
dos casos e ricota em 40% .
Das empresas en trev i s t a d a s , 8 4 % são
fi s c ali zadas p e l o s órgãos re s p o n s áv e i s , 8%
estavam em processo de legalização e apenas
8% não possuíam registro . Daquelas fiscalizadas,
3 6 % são regi stradas no S I F, 5 2 % no I M A e
apenas 4% no SIM.
4. C O N C LU S Õ E S
Durante as entrevistas e visitas aos laticínios
percebeu-se que a higiene e o controle de qualidade
são fatores pouco observados pelas empresas. Em
muitas delas, as instalações e equipamentos se
encontravam visivelmente i nadequados s ob o
p o n t o de v i s t a s a n i t ári o . Da mesma forma,
práticas consideradas básicas para a higienização
de manipuladores, como lavar botas e mãos com
detergentes próprios antes el e entrar na indústria,
e a utilização de uniformes adequados foram
observadas em poucas empresas .
A maior parte das empresas mencionou
que a extensa lista de exigências dos órgãos de
fi s c a l i zação seria um fator negat i v o que
inviabili zaria as ati v i d ades de m ui tas delas .
N o entanto, a flexibilização das normas e padrões
de qualidade, como muitas empresas sugeriram,
não seria a melhor estratégia para continuarem
atuando. Os produtos seriam nivelados por uma
qualidade inferior, objetivo contrário ao preten­
dido pelo programa, que seria relacionar o produto
do Circuito do Queijo a um produto confiável e de
qualidade assegurada. Assim, faz-se necessário um
trabalho de intensa c onscientização de empre­
s ários e fu n c i o n ári o s , i mp l an t aç ã o de B PF,
acompanhamento de técni cos, além da fisca­
lização de órgãos competentes .
SUMMARY
This s tudy acco m p l i s hed an analysis of
micro and small dairy firms located in Circuito
do Queij o fo c u s i ng the q u a l i t y control
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ANAIS DO XIX CONGRESS O NACIONAL DE LATiCíNIOS
m an agement and food s afety. The data were
obtained by secondary sources and interviews based
on a semi-structured s urvey applied to the 3 9
industries which daily volume o f processed milk
were above 400 liters. Approximately 64% of the
firms filled in the survey. The results of this work
indicate the hygiene and the quality control are
not important factors for many firms due to their
structure, equipment and manufacturing. This firms
need technical support, i ntense awareness o f
entrepreneurs and employees, B PF implemen­
tation and competent agencies fiscalization .
Keyword s : Circuito do Queij o , quality
control, food safety, dairy firms .
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFI CAS
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Tecnológico ILCT, 200 1 . p. 1 07 - 1 50 .
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G e s t ã o A groindus t ri a l . S ão P au l o : GEPA I ,
Atlas, 1 9 97 . p . 437-48 7 .
•
ALTERNATIVAS PARA FAB RICAR QUEIJO COLONIAL ARTESANAL
SEGURO PARA O CONSUMIDOR*
Options to Produce handmade Colonial cheese safe for the consumer
Á lva ro Ed uardo López D íaz1
RESUMO
Foram c omparad os equipam entos c omerci alizados no Rio G rande d o
S u l para
fabricaçã o de queijo com pasteuriza ção lenta no próprio tanque de elaboraçã o,
com sistemas
de aquecime nto por fornalhas , elétrico, e com aquecime nto por circulaçã o
de água quente
e, a eficiênci a destes no controle da flora microbiana do leite cru. Os res
ultados, foram
avaliado s c o m anál ises microbio lógicas antes e depois do tratamen to
térmico em 40
elaboraç ões . No aquecime nto elétrico e fornalha , houve elevação da acidez
titulável
devido ao longo tempo gasto para atingir a temperatu ra de inibição de crescime
nto, isto
não ocorreu no aquecime nto por circulaçã o de água quente pela rapidez
do mesmo. Nos
três sistemas houve 1 00% de eliminaç ão de patogêni cos. A qualidad e microbi
ológica de
queij os Co lonia l fabricado s com leite cru e pas teurizado , foi anal isada
no l aboratór io
microbio lógico da Escola Agrotécn ica Federal de Bento Gonçalve s RS, mostrand o que
1 00% dos queijos elaborad os com leite cru eram imprópri os para consumo
e, os elaborad os
com leite pasteuriz ado no tanque tinham padrões microbio lógicos dentro
das normas . Foi
sugerida a adequaçã o da tecnolog ia de fabricação para atender as expectat
ivas do consumi dor
referido às caracter ís ticas de: textu ra abe rta, s abor e aroma, com
uso de fermen tos,
manejo da coalhada antes da enforma gem, e prensage m.
Palavras chave: Queij o ; queij o colonial ; queij o artesanal .
*
Proj eto SEB RAE/ATUAS ERRA de capacitaç ão de Agroindú
strias de laticínios .
Tecn ól og o em Laticínio s pelo I . E.L. (Uruguai ) e Especiali sta em Alimento
s pela Universid ade de Caxias do
S ul-RS E.mail: alvaro @ netu. unisinos. br
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O N A C I O N A L D E L AT i C í N I O S
1 . I N T R O DU Ç Ã O
O q u eij o C o l o n i al artesanal a l é m de
representar uma fonte de renda para pequenos
l at i cí n i o s d o setor, é um alimento p o ten­
cial mente p e r i g o s o à s aúde d o c o n s u m i d o r
dev ido a contami nações p o r mi crorganismos
patogên i c o s oriundos d a gl ând u l a mamária
(Estafilococus a u r e us), manuseio excessivo e
falta de higiene ( Co Zifo rm e s totais e . E. coli) ,
somado ao curto período entre a fabricação e a
venda. O consumidor, prefere o queijo "colonial"
p o r pensar q u e é mais " s a d i o " e p ro d u z i d o
"naturalmente", i gnorando q u e , o exces so d e
o l h ad u ras e s ab o r " a z e di n h o " , p r o v ê e m de
contaminações, especialmente por Col�fo rllle s .
2 . M ATERIAL
2. 1 . E q u i p a m e n t os
Foram u t i l i zados tanques c o m c a m i s a
dupla, aquecida p o r : G L P c o m fornalhas, circu­
l ação d e água q u e nte e m c i r c u i t o fechado
(camisa, aqueced o r de serpentina, cami s a) e
elétrico com duas resistências de 2000 wats .
2.2. Matéria-prima e p r o du tos
Leite cru, integral, e resfri ado a tempe­
ratura de 7 a 1 0° C . Queijo, 10 amostras de queijo
fabricado com leite pasteurizado e 10 amostras
de queijo colonial adquirido no mercad o .
2.3. Laboratório
As análises microbiológicas do leite cru, e
pasteurizado, foram feitas com método Triteste
no m o me n t o da fabri cação, as anál i s e s d o s
q u e ij o s , foram real i zadas n o l ab o ratório
m i c rob i o l ó g i c o , u t i l i zando método ráp i d o
Silllp la te , para Co l�fo rm e s e Esclz e richia coZi.
A acidez, foi acompanhada pelo método Dornic.
l e n t a e r e s fri amen t o , foi i n t ro d u z i d o n o v o
K i t p a ra n o v a a m o s t r ag e m . O s k i t s i n o ­
c u l ados fo ram i n c u bados a 3 4/37° C p o r 2 4
h o ra s .
3.2. Controle de acidez
A evolução da acidez foi acompanhada
p e l o m é t o d o D o r n i c , faze n d o - s e t i t u l aç õ e s
d urante da pasteurização em intervalo s de 1 0
minutos até atingir temperatura letal e, do soro
no co rte .
3 . 3 . Fabricação
Foram feitas 40 elaborações, de 1 00 litros
cada uma, o leite foi p as teurizado em forma
lenta no tanque, a 650 C por 30 min e resfriado
a 3 5 ° C, foi ad icionado ferme n t o , e c o a l h o
para coagular e m 40 m i n u to s . A p ó s o corte,
a c o a l h a d a foi a q u e c i d a até 3 8 / 3 9 ° C , e
agitado até o ponto, depois do dessorado foi
aberta a massa e colocada em formas. Os queijos
fo ram p re n s a d o s com p e s o d e 1 . 2 kg/p o F
p o r d u a s h o r a s , c o m u m a v i ra d a i n te rme­
diária. A salga foi em salmoura a 1 0/ 1 20 C, com
1 8 a 1 9° Bé, por 10 horas/Kg. Os queijos foram
m a t u ra d o s a 1 0/ 1 2° C e 8 5 % d e U R A p o r
1 0 dias .
3 . 4 . A n á l i s e s m ic r o b i o l ó g i c a s
Foram anal isados 10 amostras d e queij o
fabricado c o m leite pasteurizado e 1 0 c o m leite
cru, e preparadas diluições 1 0-2, 1 0-3, 1 0-\ 1 0-5 com
água peptonada, em duplicado, utilizando placas
e meio Simplate para Co Ziforllles totais e E. coZi,
e incubadas a temperatura de 3 5/37° C por 24
h o r a s . A c o ntagem do NMP foi fei t a sob
incidência de luz Ultravioleta, para E. coZi, com
luz normal para Co Zifo rllle s tota is e, calculada
média aritmética.
4 . RES ULTAD O S E D I S C U S S Ã O
2.4. C o a l h o e ferm entos
Foi u t i l i zado coalho d e vitelo força
1 :90 .000 ( B V ) e fermento heterofermentativo
tipo uso direto (Wiesby) .
3 . MÉTODOS
3.1. Análise m icrobi o l ó g i ca do l e i te
Foi i ntroduzido no leite cru o Kit
c o m e r c i a l d e T r i t e s t e , a p ó s p as t e u r i z a ç ã o
4 . 1 . S is te m as d e a q u e c i m e n t o
O s i stema de c i r c u l ação e m circuito
fechado, elevou a temperatura do leite à 65° C
em 35 minutos (Gráfico I ) sem sofrer elevação
da acidez inicial, o aquecimento a fogo direto,
demorou de 40 a 50 minutos, com leve elevação
da acidez inicial, o sistema elétrico, atingiu a
temperatura de pasteurização em 275 minutos
(2° C cada 1 0 minutos) e muita elevação de
acidez. (Gráfico 2)
Pág. 1 22
Pág . 1 23
digitalizado por
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
ANAIS DO X I X C O N G RESSO N A C I O N A L DE L ATiC í N I O S
Eficiência de aquecimento
De
4. 2. 3. Avaliação sensorial
Os q ueijos apresentaram, textura aberta,
com olhadura mecânica, s abor lácteo e aroma
delicado.
80 1=�o/=0--���--==�'=ry�"�"""��-�-�
60 i�r7������--��i
40
20
5 . C ON C L U S Õ E S
100
200
300
O s três sistemas controlam os patogênicos
no regime 65° Cf 30 mino O sistema por circulação
de água quente, é mais rápido, há menor elevação
de acidez e, economiza tempo e energia. Os queijos
produzidos com leite cru na região, não são aptos
para cons u mo . A p as teurização no tanque de
fabricação e B oas Práticas de Fabricação, fornecem
produtos seguros ao consumidor.
min
Gráfico 1 - Tempo gasto em minutos para atingir 65° C .
Evoluçao d a Acidez (oD)
25 T " " "" ' " '' �'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''.= •....•.......:......••.•.••.............•... •. =•..,.....
,
t=����t=�==���������
1 5 ����==��==��----�����
. . • ...............•..•
20
-+- Recirculação
-1lIl- Fornalha
1 0 t-�------�--������----�----�
o +-��T-���----�----���-r--��
50
1 00
1 50
250
200
SUMMARY
--:*- Eletrico
5 t-__�--����--���----��--��
300
Gráfico 2 - Evolução da acidez ( D) do início de aquecimento até o corte.
0
4 . 2 . Ava l i a ç õ es m icrobiológicas
4.2. 1 Leite cru
x
4. 2.2 Resultados microbiológicos dos queijos
A s contagens d e Co Ufo rm e s e E. c o lí d o
q u e ij o c o m l e i te p a s te u ri zado n o tanque,
ficaram dentro dos padrões e m vigência e, os
queijos com leite cru, ficaram impróprios para
o consumo (Tabela 1 ) .
pasteurizado
Embora utili zando sistema lento e aberto
de pas teurização, o controle de patogênicos foi
total e, diminuiu a < 1 02 a contagem de mesófilos.
(Figura 1 )
As the "Colonial ' cheese i s a important
source o f nutrients i t must be produced with
appro p r i ated t e c h n o l o g y t o be s afe fo r the
cons umer healt h . In this work, were s t udied
different heating systems t o pasteurize milk in
the process ing tank and the . verification of the
effectiveness on pathogen b acteria present in
the raw milk, were compared the microbiological
Figura 1 - Resultados de pasteurização lenta em tanque aberto d e fabricação d e queijo avaliado com
q u al it y of cheese p r o d u c e d w i t h low
pasteurization system and cheese produced with
raw mi lk, and if the p r oduction of "Colonial"
cheese with pasteuri zed m i l k added of
heterofermentati ve starters would be attend the
consumer expectative in reference t o fl avor,
taste and texture. It may be concluded that : All
heating systems were efficient to control pathogen
bacteria, the quickest and economical was the
circulation of hot water in dose circuit, further to
avoid acidity development; all "Colonial" cheese
analy zed p roduced with raw m i l k were
inappropriate to consumption because of the high
contamination with Coliforms and Eschericlzia coZi.
The properly produced cheese show s : a l ittle
incidence of contaminants, open texture with
mechanical eyes and clean flavor and taste.
REFERÊN CIAS B I B L I O GRÁFI C A S
E PA M I G , Q u e ij os n a F a z e n d a , São Pau l o ,
1988.
Fonte Comunicações e Editora, Nova Legis­
lação de Prod.Lácteos, S ão Paulo, 1 9 9 8 .
FURTADO , M . M . , Principais Probl e m as dos
Queij os : Causas e Prevenção, S ão Paulo 1 999.
I DENTIFICAÇÃO D E PERIGOS E PONTOS CRíTICOS D E CONTROLE NO
PROCESSAMENTO DE QUEIJO D E MANTEIGA*
kit Triteste (Grandiosidade de UFC's avaliada com gabarito).
Identification of Criticai Control Points in "Manteiga Cheese" Processing
Microrganismos
Mesófilos
E. Coli
S.allrells
Leite cru
1 06 UFC's (3')
1 05 UFC's (2' )
1 03 UFC's ( 1 ' )
1 0- UFC's (3)
1 0° UFC's (2)
1 0° UFC's ( 1 )
Tabela 1 - NPM/g de queijo de Colifo rmes totais e E. coli . (Método Simplate)
Amostra
N2
Fabricado cf leite cru
Coliformes totais
1
2
3
4
S
6
7
8
9
10
2.5 x 1 04
3.5 x 1 0
8 .0 X 10.1
7.4 x l O'
9 .4 X 1 06
7.3 X 1 06
7.38 X l O'
4. 1 4 x 1 03
7.38 X l O'
2.98 X 1 06
E. Coli
1 .32 X 1 04
4. 1 4 x 1 0°
4.0 x 1 0'
9.4 x 10'
7.38 x 1 0°
4.80 x l O"
3 .92 X l O'
4.0 x 1 0'
2.0 x l O:l
4.6 x 1 0'
Fabricado c/leite pasteurizado
Coliformes totais
5.0 x 1 0'
< 1 .0 x 1 08.0 X 1 02
2.0 x 106.0 x 1 02.0 x 1 0.1
4.0 X 1 02
1 .2 X 1 02
8 .0 x 102
3 . 1 2 x 1 0'
Renata Ti eko Nassu1 , Selene Daiha Benevides2, Josiele Brilhante Silva3,
Antônio I ranaldo N u nes Leite4
Leite Pasteurizado
E. Coli
1 . 1 2 x 1 0< 1 .0 x 10< 1 .0 x l ar
1 .32 x l O< 1 .0 x 10< 1 .0 X 1 02
< 1 .0 x 1 02.48 x 1 01 . 1 2 x 1 02.76 x 1 0-
Q ueij o de manteiga, t ambém conhecido
como "Requeij ão do Nordeste", é um produto
amplamente consumido no Nordeste e fabricado
principalmente nos estados do Rio Grande do
N o r t e , P araíba e Pernamb u c o . S e g u n d o
VENTURA ( 1 9 8 7) a tecnologia de fabricação
deste produto apresenta grande variabilidade,
possuindo em comum as etapas de coagulação
d o l e i t e d e s n at a d o , d e s s o ragem da mas s a,
acidificação e lavagem da mesma com água e/ou
leite, salga, fu são da massa com manteiga da
terra, moldagem o u enformagem. O produto é
geral mente apre s e n t a d o em formato de
p aralelepípedo, entre 2 , 0 a 1 0, 0 kg. É cons i ­
derado um queijo d e média até alta umidade, isto
é até 54,9 % e possui 25 a 55% de teor de gordura
nos sólidos totais (GST) (BRASIL, 200 1 ) . A falta
de cri téri os de quali dade e padroni zação no
*
Apoio: Banco MundiallProdetab.
Embrapa Agroindústria Tropical, R. Dra. Sara M úquita, 2270 Pici. Fortaleza - CE. CEP 605 1 1 - 1 1 0 . e-mail:
[email protected]
2 Bolsista FUNCAPfEmbrapa Agroindústria Tropical.
3 Estagiária Embrapa Agroindústria Tropical.
4 Médico Veterinário.
PAgo 1 24
PAg o 1 25
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ANAIS D O X I X C O N G R ES S O N ACIONAL D E L AT i C í N I OS
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
sistema de produção levam ao mercado produtos
com problemas de garantia de qualidade. O queijo
de manteiga, na maioria das vezes, é produzido
artesanalmente, sem nenhum cuidado higiênico
sanitário, levando a um produto final de baixa
quali dade. Em virtude d a falta de controle de
q u a l i d a d e e da n ão i m p l an t aç ão d e s te s
procedimentos, estes produtos comercializados
apresentam problemas de segurança alimentar.
O M i n i s té r i o da S aú d e , através da p ortaria
n° 1 42 8 de 26/ 1 1 /93 (BRASIL, 1 993), objetiva
aval iar a eficácia e efetividade dos processos,
instalações, assim como dos controles utilizados
na p r o d u ç ã o armazenamen t o , tran s p o rte,
d i s tr i b u i ção, c o merc i al i zação e consumo de
alimentos, p reconizando o s istema de Análise
de Peri g o s e Pontos Críticos d e C o n trole
(APPCC) para proteger a saúde do consumidor.
Com a implementação deste sistema, é possível
conhecer todos os riscos em potencial durante
o processamento de laticínios, enfatizando toda
a cadeia alimentar, com objetivo de atingir os
Padrões de I d en t i d ad e e Q u a l i d ad e ( P I Q ' s )
previstos e atender a legislação sanitária. Para
garantir a qualidade e inocuidade dos alimentos
de modo a torná-los seguros ao cons u midor, o
sistema APPCC é uma ferramenta que vem sendo
amplamente divulgada e utilizada. Este trabalho
obj e t i v o u i d e n t i fi c ar os P o n t o s de C o ntrole
(PC ' s ) e Pontos Críti cos de Controle (PCC 's )
n o processamento de queijo d e manteiga e m uma
indústria de laticínios no estado do Rio Grande
do Norte.
O process amento do queij o de manteiga
foi acompanhado, sendo elaborado o fluxograma
da fabricação do queijo de manteiga (Figura 1 ),
o b s ervado cada etapa d o proce s s amento e
identificados os Pontos Críticos de Controle
( P C C ' s ) , com seus l i mites crític o s , medidas
preventivas, monitorização e ações c orretivas,
segundo CNI/SENAI/SEB RAE (2000) .
Na Tabela 1 , estão descritos os PCC 's do
processamento de queijo de manteiga, os perigos
(físicos, químicos ou microbiológicos), medidas
preventivas, limite crítico, monitorização, ação
corretiva e registro . Como principais PCC 's no
p r o c e s s amento d e s t e p ro d u t o , fo ram i de n t i ­
fi cados o leite c r u , a fusão da mass a e o
resfriamento antes da etapa de embalagem. Pontos
de Controle ( P C ' s ) tais como, a adi ç ão de
ingredientes, dessoragem, enformagem, embalagem
e armazenamento, além da higienização de
equipamentos foram observados e dependem da
correta i mp lementação das B oas Práticas de
Fabricação na p l anta de processamento para a
garantia da qualidade do produto final .
Leite cru
J,
PCCl (Q,B)
Creme
J,
Agitação
J,
Adição de ácido lático
J,
Agitação rápida
J,
Coagulação
J,
Dessoragem
J,--------3>-> Soro
Massa
J,
PCC2 (B)
Fusão da massa
J,
Dessoragem
J,
Adição de cloreto de sódio
J,
Agitação mecânica
J,
Adição de citrato de sódio
J,
Agi tação mecânica
J,
Adição de leite/soro
J,
Adição de bicarbonato de sódio
J,
Agitação mecânica
J,
Adição de manteiga da terra
J,
Agitação mecânica
J,
Enformagem
J,
Resfriamento
J,
Embalagem
J,
Armazenamento
PCC - Ponto Crítico de Controle; B - B iológico;
Q - Químico
Figura 1
-
Fluxograma de produção de queij o
de manteiga.
SUMMARY
" Manteiga cheese" is a typical product of
N o rtheast o f B razil e very c o n s u med in this
regi o n . Its p ro c e s s i ng c h arac teri s t i c s and
h y g i e n i c c o n d i t i o n s , l ead t o p r o d u c t
microbiological contamination, becoming a risk
to consumers ' health. Identification of Control
Points (CP) and CriticaI Contro l Points (CCP)
are very important to guarantee product quality.
.This work aimed to identify CriticaI Control
Points of " manteiga cheese" . The main CriticaI
Control Points of this product is the raw milk,
the milk fat storage and fusion step. ControI Points
as equipments sanitization, personal hygiene of
handlers and packaging material quaIity guarantee
must be controlled with the correct imple­
mentation of Good Manufacturing Practices.
Key words : " manteiga" c heese, HACCP,
quaIity.
co
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digitalizado por
arvoredoleite.org
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EFEITO DE PROCESSOS DE PASTEURIZAÇÃO APLICADOS EM LEITE DE CABRA NO
ESTADO DE PERNAMB UCO
The effects of pasteurization as applied to goats milk from
the state of Pernambuco
Silva, A . M . C . 1 ; Albuquerque, S . S . M .C2 ; Bisconti ni, T, M , B.3
RESUMO
o nordeste
brasileiro detém cerca de 93 % do rebanho nacional de caprinos e dada a
i mp o tência da inserção do leite caprino na alimentaçã o de pess oas alérgicas ao leite
bovino, pessoas idosas, doentes ou covalescent es, foi desenvolvid a a presente pesquisa em
duas propriedade s do Estado de Pernambuc o, p rodutoras de leite caprino, visando avaliar
a qualidade deste leite submetido a dois diferentes processos de pasteurizaç ão. Foi coletada
amostra do leite in natura e pasteurizad o, não levando em consideração estágio ou número
de lactação dos animais e realizadas análises físico-quím icas permitiram definir os seguintes
valores médios para os leites caprino pasteurizad o das propriedad es I e 11, respectivam ente:
proteín as 2 , 9 9 % e 2,94%; lipídios 3 , 8 % e 3 , 2 % ; lactose 4,24% e 4,43 % ; extrato seco
total 1 1 ,9 6 % e 1 0, 8 0 % ; cinza 0,74% e 0,76 % ; extrato s eco desengord urado, 8 , 1 8 %
e
7 , 6 3 % ; d e n s idade 1 , 0 3 2 7 g/cm3 e 1 , 0 3 3 9 g/c m 3 ; ac idez 1 3 , 5 6°0 e 1 4, 2 6°0 ; ín d i c
e
crioscópic o - O ,5 6 ° C e -0,5rC. Dentre estes resultad o s , apenas o t e o r de cin zas n ã
o
d i feriu e s t at i s t i c amente ( p < 0 , 0 5 ) e n t r e as d u a s proprieda des . Q uanto ao aspecto
microbioló gico, a pasteurizaç ão da Propriedad e I demonstro u uma eficácias de 96,44%
em
relação a redução da contagem de microrgani smos mesófilos, enquanto que na Propriedad
e
11, a eficácia observada foi de 95,30%. Concluindo -se que as condições
de processam ento,
em especial o congelame nto de uma p arte do leite in n a t u ra , interfere na qual i d ade
microbioló gica do leite pasteurizad o e não atendem as recomenda ções da legislação vigente.
ANAI S DO XIX C O N G R ES S O NACI ONAL DE LAT i C í N I O S
localizadas em B rej o da M ad re de D e u s ( I ) ,
Município d o Agreste d e Pernambuco e n o Curado
( 1 1 ) , Região Metropolitana do Recife , em dois
momentos, antes e depois da pasteurização, ou
seja, leite i n natura ou cru (N), e pasteurizado (P) .
Na Propriedade 1 1 , também fo i c oletado leite
congelado in n a tura, armazenado entre uma
ordenha e a pasteurização subsequente C.
1 . INTROD U Ç Ã O
No nordeste brasileiro, a cabra v e m sendo
uma excelente alternativa para rompimento dos
. obstáculos naturais enfrentados pelos agricultores
nordestinos, pois além de deter extraordinária
capacidade de adaptação às intempéries e adver­
sidades c l i m áticas , apresenta reconhecida
eficiência produtiva, apesar de uma combinação
de fatores favoráveis, dentre os quais, subnutrição
da espécie, doenças que apresentam, dificuldades e
limitações das condições de manejo dos animais
(Bahia, 1 99 8 , B eltrão Filho, 1 999).
Além de ser bastante difundido, o leite é o
mais perfeito e completo alimento para crianças,
sob o ponto de v i s ta nutricional, e o mais
importante para os adultos. Quanto à inserção do
leite de cabra na alimentação humana, as vantagens
são inúmeras , como o baixo teor de colesterol,
alto valor protéico, alta digestibilidade e presença
de ácidos graxos saturados (Busani e Oliveira,
1 98 9 ) . O leite caprino é ainda altamente reco­
mendado para pessoas idosas, d oentes, cova­
lescentes e crianças , e es pecialmente para
indivíduos alérgicos ao leite da vaca (Silva, 1 998).
Dentre os vários p rocessos tecnológicos
para beneficiamento do leite de cabra, o mais
u t i l i zado é a p a s teurização, que assegura a
destruição da fl o ra p at ó ge n a e x i s tente,
garan t i n d o a i no c u i d ad e , c o n s ervando s u as
características organolépticas e nutritivas (Silva
et aI, 1 99). A pasteurização pode ser obtida por
d o i s proces s o s : pasteurizaç ã o lenta ou p o r
batelada e pasteuri zação ráp i d a o u d e fl u x o
contínuo. A pasteurização lenta ou p o r batelada
é a mais utilizada para o leite de cabra, devido a
seu fornecimento não ser contínuo e em grande
escala, sendo em geral este leite beneficiado pelo
pequeno produtor em condições artesanai s .
Diante da escassez d e conhecimentos cientí­
ficos recentes e atualizados acerca das caracte­
rísticas físico-químicas e microbiológicas do leite
caprino pasteurizado artesanalmente em Pernam­
buco, o presente estudo foi desenvolvido no intuito
de subsidiar informações técnico-científicas sobre
o efeito e a eficácia da pasteurização no leite caprino
em usinas de beneficiamento deste Estado, o que
faz contribuir para a melhoria da qualidade do
produto e uma maior segurança do consumidor.
2.2. A n á li s e F ís ic o - q u ím i cas
Para efeito da caracterização da compo­
s i ção fís i co -q u ím i c a dos l e i t e s i n n a t u ra e
pausteurizad o , foram real i zadas as seguintes
análi ses fís i c o-químicas : teores de p roteínas
( método de Kjelhahl, (AOAC, 99 1 . 20, 9 9 1 .23
1 9 9 8 » ) , l i p íd e o s (Método Gerber, segundo
Adolfo Lutz ( 1 9 9 8 » , l actose (AOAC ( 1 99 8 ) ,
extrato seco desengordurado (AOAC, 990.2 1 ,
1 9 9 8 ) , ac i d e z e í n d i c e cri o s c ó p i co ( A O A C
947 .05, 1 9 9 8 e A O A C , 990.22, 1 99 8 ) , densi ­
dade (segundo Adolfo L u t z ( 1 99 8 » . Tod os as
determinações foram realizadas em duplicata.
2 . 3 . A n ál i s e s m icrob i o l ógicas
Foram real i zadas as s e g u i n tes análises
microbiológicas :
a) C o n t a gem t o t a l de Mes ófi los
Foi realizada contagem total de mesófilos
utilizando filme seco reidratável descartável com meio
de cultura específico (Petrifilm AC) expressando o
resultado em UFC/ml (AOAC, 986.33, 1 998).
b) Contagem de coliformes totais e fecais
Foi real i zada c o n t agem de c o l i formes
totais e fecais utilizando filme seco reidratável
des cartável c o m meio de c u l t ura e s p e c ífi c o
(Petrifilm EC) expressando o resultado e m UFC/ml
(AOAC, 99 1 . 1 4, 1 99 8 ) .
c ) Pesquisa de Salmonella
Foi real i zada p e s q u i s a da p re s ença d e
uti l izando teste imunoenz imático
ELFA (Enzyme Linked I m m u n o F l u orescent
A s s ay ) através d a u t i l i z ação d o kit V ID A S
Sa l m o n e lla ( S L M ) A s s ay, e x p re s s ando o
re s u l tado em presen ça/a u s ê n c i a em 25 ml
(AOAC, 967 . 2 5 , 9 9 6 . 0 8 , 1 9 9 8 ) .
Salmonella,
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2 . 4 . A n á lises Estatísticas
1
2
3
Química Industrial, Mestre em nutriç ão, depto. De Nutrição da UFPE.
Professora do Departamento de Engenharia Química da UFPE.
Professora do D ep artamento de Nutrição d a UFPE.
2 . 1 . C ol e t a e identifica ç ã o das a m ostras
Foram coletadas amostras de leite caprino
produzidos em duas unidades de processamento
Os resultados das análises microbiológicas
foram submetdos aos calculos de média e desvio
p adrão . Para os res ultados das anál i ses físico-
Pág. 1 28
digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 1 29
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
qUlmlcas, foram realizados cálculos de média e
desvio padrão e apl icado o programa Statistica
Soft for Windows ( 1 996) para análise de Variância
(ANOVA) a 5% de probabilidade e verificação
da existência de diferenças significativas entre
os res ultados das amostras , aplicando o teste de'
Tukey ao mesmo nível de significância.
1 9 9 5 ) observ o u - s e que de modo geral estes
val ores foram i n feri ores e/ou s u p eriores aos
encontrados nesta pesqui sa.
Estes res u l t a d o s p o de m ser d e v i d o s a
fatores como raça, influência da estação do ano,
fatores genética d o s a n i m a i s ou es tági o de
l actação d a s fêmeas , não s e n d o p o s s ível
especificar a influência de cada um, já que não
foram enfocados vari áveis na pesquisa.
A determinação da peroxidase é um dos
parâmetros de controle da eficiência da pasteu­
rização, desta forma observou-se que todas as
amos t ras de l e i t e s p as te u r i z a d o s das d u a s
propriedades permaneceram dentro d o s p adrões
exigidos pela legislação, ou seja, todas as análises
apresentaram resultados positivos, demostrando
que não houve falha no processamento do leite,
sendo decid ida a relação tempo/temperatura de
cada tipo de pasteurização
3 . RES ULTAD O S E DIS C U S S Ã O
3 . 1 . A n ál i s e s F ís i c o - q u ím i cas
A tabela 1 apresenta os resultados médios
dos parâmetros físico-químicos obtidos dos leites
in natura e pasteurizado da propriedade I e dos
leites in natu ra, congelado in na tura e pasteu­
rizado d a p ro priedade 1 1 . Estes r e s u l tados
demonstram que ocorre variações significativas
nas d u a s p ro priedades c o m relação aos
parâmetros realizados ; apenas o teor de cinzas
não diferiu estatisticamente (0<0,05 ) .
Comparando os res ultados obtidos c o m os
citados por diversos autores (Pereira e t a i, 1 997 ;
Andrade et ai, 1 9 8 2 ; B rito,2000; Gomes et ai,
1 997 ; Prata e t a i, 1 99 8 ; Queiroga, 1 99 5 ; B enedir
e Carvalho, 1 99 6 ; Carvalho, 1 99 8 ; B onassi e t
a i , 1 99 7 ; B oechat e Funarin, 1 99 2 ; Tanezini ,
Tabela 1
-
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O N ACIONAL DE LAT i C í N I O S
3.2
Efeito d a p as te u r i z a ç ã o
a n á l is es m i c ro b i o l ó g i cas
s ob r e
as
Os resultados das análises microbiológicas
das am o s tras de l e i t e caprino in n a t u ra ,
congelado in natura e pasteurizado das proprie­
dades I e II estão apresentados na tabela 2.
Valores médios das análise físico químicas dos leites caprinos das Propriedades I e lI.
ProEriedade I
Análises
Proteína
LiEídios
Lactose
Extrato Seco Total
Cinzas
Extrato Seco
Desengordurado
Densidade
Acidez
Indice CrioscóEico
ProEriedade II
Congelado
in natura
Pasteurizado
Pasteurizado
2,67*b
2,94 Ba
3,1 a
3,2 Ba
3,95*b
4,43 Ba
1 0,21 **a
1 0,80 Ba
0,70*b
0,76 Aa
In natura
Pasteurizado
In natura
3,02
3,9*
4,22
12,03
0,77
2,99A
3,8 A
4,24 A
1 1 ,96 A
0,74 A
2,97 a
3,0 a
4,36 a
10,97* a
0,77 a
8, 1 8
8, 1 8 A
7,95 ac
7,07*b
7,62 Bbc
1 ,03 1 4
1 3 ,64
-0,56
1,0327 A
1 3,56 A
-0,56 A
1 ,0332 a
1 2,67 a
-0,56 a
1,0307*b
1 3 ,95 a
-0,63*b
1 ,0339 Ba
14,26 Ba
-0,57 Ba
Asterisco n a mesma linha representam diferença s i g n i ficativa (p«l,05), entre os leites in nalllra
das duas propriedades.
Letras m a i úsculas d i ferentes n a mesma l i n h a representam s i g n i ficativa (p<O.05 ) , entre os leites
pasteurizados das duas propriedades.
Letras m i n úsculas diferentes n a mes m a l i n h a representam significativa (p<O . 0 5 ) , entre os leites in
nafllra e pasteurizado da Propriedade lI.
Tabela 2 - Percentual de amostras acima do padrão da legislação para as análises microbiológicas.
Análises
Microbiológicas
Contagem total
Coliformes total
Coliformes fecais
Pesquisa de Salmonella
Propriedade 11
Propriedade I
NI Leite
in natura
1 00
o
PI Leite
C I Leite
pasteurizado congelado
54,5
27,3
O
O
NU
PII Leite
in n a t u r a p a s t e u r i z a d o
1 00
1 00
o
O
42 , 9
42 , 9
1 4,3
O
C o m relação à contagem de mesófi l o s ,
conclui-se que 1 00% d a s amostras do leite i n
n a t u ra das d u as p r o p riedades ( N I e N I I )
apresentaram-se fora d o padrão estipulado pela
, legislação ( S ão Paulo, 1 9 8 9 ) , para contagem
microbiana total. A contagem de mesófilos após
pasteurização foram: 54,4% das amostras PI fora
do padrão e 42. 9 % das amostras PII acima do
valor padrão, res ultados estes s uperiores aos
en contrados por Silva ( 1 999), que obteve 1 1 , 1 %
e 2 , 5 % das amostras de duas marcas de leite
caprino pasteurizado acima de valores máximos
permitido (4 x 1 04 UFC/ml), quando analisou
cinco marcas comercializadas em Recife - Pe.
Entretanto Franco (2000) registrou apenas uma
amostra ( 8 , 3 3 % ) das d oze analisadas de leite
cap rino pasteuri zado, fo ra d o s padrões p ara
contagem total de mesófilos.
O p ad rão para co ntagem de c o l i formes
totais no leite p asteurizado (máximo de 2/ml)
foi superado por 27,3% das amostras PI e 42,9%
das amostras PII. Valores estes superiores aos
detectados por S ilva ( 1 999), que obteve 1 1 %
das amostras de uma marca das cinco analisadas
do leite caprino pasteurizado, fora dos padrões
para esta contagem.
O res ultado encontrado para contagem de
coliformes fecais de 1 4, 3 % das amostras de PII
fora do padrão p revisto na legislação (O/ml ).
Franco ( 2 0 0 0 ) encon trou d u as amos tras
( 1 6,67%) de leite de cabra pasteurizado fora dos
padrões p ara contagem de coliformes totais e
fecais . S ilva ( 1 999) encontrou 37,5% e 44,4%
das amostras de duas marcas de leite caprino
pasteurizado dentre as cinco analisadas, fora dos
padrões para contagem de coliformes fecais.
Nenhuma das amostras analisadas de leite
caprino in n a t u ra , congelado ou pasteurizado
das propriedades I e 1 1 apresentaram evidência
d a presença de Sa l m o n e lla , rati fi c ando os
resultados de Carvalho ( 1 998), Franco (2000) e
Queiroga ( 1 995). Os resultados obtidos estão de
acordo com os padrões da legislação, que é de
ausência/25ml.
N a propriedade I, as amostras d e leite
caprino foram submetidas a pasteurização lenta
(65°C/3 0 min) e na propriedade II ao processo
de pasteurização rápida (72°C/ 1 5s).
Conclui-se que altas contagens encontradas
podem ser devido à exi s tência de falha na
higienização dos equipamentos de contato direto
com o leite, nas condições do estábulo e da sala de.
ordenha, na preparação do animal e do ordenhador
para a ordenha, na rapidez da remoção do leite do
estábulo, no beneficiamento ou na manutenção da
temperatura indicada para o produto.
4 . C ON C L U S Ã O
Nas condições e m que foram realizadas as
an álises da p resente pesquisa, os resultados
permitem concluir:
- Os leites caprinos in na tura apresentam
composição físico-química semelhantes
para os parâmetros : proteína, l actose,
cin zas e extrato seco desengordurad o,
densidade, acidez e índice cri oscópico
nas propriedades I e lI, independente
das condi ções de raça, alimentação e
localização geográfica.
As modificações detectadas nos teores
de proteínas, lactose, extrato seco total,
cin zas , extrato seco desengordurado,
densidade e ídice crioscópico do leite in
na tura da propried ade I I não infl uen­
ci aram no r e s u l tado fi nal d o leite
pasteuri zado e m re l ação ao leite i n
da mesma p rorp riedade,
n a tu ra
entretanto i n fl uenc i aram s i g n i fi ca­
ti vamente q u a n d o c o mp arad o com o
leite pasteurizado da outra propriedade.
- A constatação de contagens superiores
aos padrões vigentes para mesófilos e
coliformes totais no leite pasteuri zado
prod u z i d o na propriedade I , e para
mespofilos, coliformes totais e fecais
no leite da propriedade 11, indicam que
as condiç ões de proces samento com­
prometem o l e i t e pro d u z i d o nessas
localidades.
S U M M A RY
The Northeast of B razil withholds about
93% of national caprine herd and regarding the
i m p o rtance of goat m i l k in the i n t ake b y
consumers which are al lergic to b o v i n e milk,
elder ones, sick or covalescet people, the present
research was developed in two Properties of the
S tate of Pernamb uco, which produce caprine
milk, aiming to evaluate the quality of this milk
s ub mitted to two d i fferent p r o c e s s e s of
pasteuri z ati o n . I t w as c o l lected raw and
p asteuri zed milk s am p l e s , n o t t ak i n g into
consideration period of number of l actation of
the animaI s . The physi cal-chemical determi­
nations allowed to define the following average
values for pasteurized goat milk of Properties I
and 11, respectivily: proteins 2,99% and 2,94%;
fat 3,8% and 3,2%; lactose 4,24% and 4,43 % ;
total dry extract 1 1 ,96% and 1 0,80%; ash 0,74%
and 0,76%; density 1,0327 g/cm3 and 1 ,0339 g/cm3;
Pág . 1 3 1
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digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
acidity 1 3 , 56°D and 1 4,26°D ; crioscopic index
0,56°C and 0,57°C. Amongst these results, only
the ash did not di ffer significantily (p<0,05)
between the t w o properti e s . Regard i n g the
microbi ol ogical aspects, the pasteurizati on of
Property I demonstrated 96,44% effectiveness,
w h i le i n Property 1 1 , i t was o b s e rved
effectiveness of 9 5 , 3 0 % . Concluding that the
conditi o ns of the p roces s ing, p articulary the
freez i n g o f p art o f raw m i lk, act on the
microbiological quality of the pausteurized milk,
not areeing with legislation standards.
Key - words: goat milk, microbi uological
analysis, pasteurization.
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ANAIS D O X I X C O N G R ESSO N ACIONAL D E L AT i C í N I O S
INFLUÊN CIA DE SUBSTITUTOS D E GORDURA NAS CARACTERíSTICAS
DO IOGURTE PROBIÓTICO*
I nfluence of fat replacers on characteristics of probiotic yogurt
Livia Polachini de Castro1 ,2, M árcia Vannucci Si lva Pin h eiro l ,
Fernando Leite Hoffmann 1, Ana Lúcia Barretto Penna 1
RESUMO
A gordura é responsável pela cremosidade e maciez do alimento, sendo muito difícil
s ubstituí-la. Os alimentos formulados com substitutos de gordura são uma alternativa para
aqueles com alto teor lipídico. O objetivo deste trabalho foi estudar a i n fl uência de
s ubstitutos de gordura nas características físico-químicas e microbiológicas do iogurte
natural probiótico. Foram preparadas seis formulações de iogurtes probióticos, sendo uma
delas isenta de gordura e as remanescentes acrescidas de 3 % de gordura láctea ou dos
seguintes s ubstitutos de gordura: celulose microcristalina, amido modificado, concentrado
protéico de soro 35% e 80%. Os produtos elaborados apresentaram 4, 1 9 a 4,35 de valores
de p H ; 1 29,08 a 1 69 , 63°D de acidez titulável ; 1 9 ,03 a 22,86% de sólidos totai s ; 0,00 a
3 , 5 0 % de gordura; 0 , 3 6 a > 2 3 , 00cm de es c o rriment o ; co ntagem de La c t o b a c i llus
acidoplzilus variável de 6,4 ' 1 0 1 5 a 6,2 ' 1 0 1 7 e a de bifidobactérias de 2, 1 ' 1 0 17 e I , I 1 0 1 8 •
C o m base n o s resultados obtidos, pode-se concluir que é possível utilizar esses substitutos
de gordura sem alterar de forma significati va as característi cas do iogurte probiótico
elaborado .
Palavras chave: iogurte, substitutos d e gordura, bactérias probióticas .
'
1 . INTROD U Ç Ã O
O i o gurte é c o n s i derado um a l i mento
promotor d a s a ú d e tanto p o r s e u valor
n u tri c i o n al q u anto p o r c o nter m a i s d e 1 07
bactérias ácido lácticas vivas por mL de produto
( L I N , 1 9 9 5 ) . O s u perior valor nutrici onal é
atribuído ao baixo teor de gordura ou utilização
de leite desnatado como matéri a-pri ma e aos
n o v o s c o m p o nen tes formad o s na d i ge s t ão e
produzidos pelas bactérias (CHEN et a i. , 1 999).
A gordura, res p o n s ável pela cremos i d ad e e
maciez do alimento na boca, também contribui
na aparência, palatabilidade e lubrificação dos
al imento s , a l é m d e aumentar a s e n s ação de
saciedade durante as refeições (AKOH, 1 99 8 ) .
I ogurtes c o m baixo conteúdo ou s e m gordura,
com pouco ou sem açúcar, ou enriquecidos com
fi b ras e o u tros c o m p o nentes , têm ganho
p o p u l ar i d ad e nos ú l t i m o s anos devido à
crescente demanda p o r p r o d u t o s d e bai xas
*
calorias. É muito difícil substituir a função das
gorduras nos alimentos, mas é para isso que os
substitutos de gordura são usados (GIESE, 1 996).
EIes representam uma variedade de espécies
químicas com diversas propriedades funcionais
e sensoriais e efeitos fi s i o lógico s . Alimentos
form u l a d o s c o m e s s es s u b s t i t u t o s s ão uma
alternativa agradável para ali mentos com alto
teor de gordura (AKOH, 1 99 8 ) . Os s ubstitutos
de gordura devem i nt eragir com os c o mpo­
nentes do sabor como a gordura o faz, obtendo­
se um perfil de sabor aceitável para o produto
com pouca ou nenhuma gordura (REINECCIUS,
1 995).
2 . MATERIAL E MÉTODOS
Na preparação do iogurte, o leite em pó
des natad o , a ap roxi madamente 1 4 %, fo i
Apoio Financeiro: FAPESP.
Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos - IBILCE
2 Autor responsável. E-mai1: liviapolachini@ hotmail.com
1
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digitalizado por
UNESP.
arvoredoleite.org
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
reconstituído em água a 40°C e dividido em seis
l o tes . Um d o s l o t e s n ão foi for t i fi c ado
(controle) e os remanescentes, acrescidos de 3%
de gordura láctea ou dos seguintes substitutos de
gordura: celulose microcristalina, amido modi­
ficado, concentrado protéico de soro - CPS 35%
e 80%. O teor de açúcar foi fi xado em 5% para
os s e i s l o t e s . A m i s t u r a foi aqu e c i d a s o b
a g i t aç ã o a 8 5 - 9 0° C p o r 5 m i n u t o s , s e n d o
resfriad a até atingir 42°C para receber 2 % de
c u l tura láctica m i s t a do t i p o D V S c o n tendo
Strep t o c o c c u s s a l i v a r i ll s s sp. th e rm op h i Lus,
La c t o b a c i l l u s d e l b r u e c k i i s sp . b u lg a ri c u s ,
La ctoba c i llus a c idop h i l u s e B i fidobactérias ,
s e n d o , p o s te ri o rm e n t e i n c u b a d a a 42°C . A
fermentação d o i o gurte fo i rea l i zada até se
obter u m pH p r ó x i m o a 4 , 5 . Ter m i n a d a a
fe rm e n t a ç ã o , real i z o u - s e u m res fri ame n t o
i ni ci al até 20°C e a quebra do coágulo p o r 30
segundos com agitador mecânico. Os iogurtes
fo ram armaze n a d o s em refri gerad o r à
t e m p eratu ra de 5 ° C . As s e g u i n t e s a n á l i s e s
fís i c o - q u ím i c as e m i crob i o l ó g i c a s foram
real i z ad a s : v a l o r d e pH, e m p otenci ô metro
d i g i t a l ; a c i d e z t i t u l áv e l ( I N S T I T UTO
ADOLFO LUTZ, 1 976) ; gordura, pelo método
de G e r b e r ( C A S E , B R A D L E Y J R . &
W I LL I A M S , 1 9 8 5 ) ; s ó l i d o s t o t a i s ( C A S E ,
B RA DLEY JR. & WILLIAMS , 1 9 8 5 ) ;
es corrimento, e m consistômetro de B ostwick;
contagem de L a c to b a c i l l u s a c i doplz i l ll S e de
B i fidobactéria (CHR . HANSEN, 1 999).
3 . RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
Os res ul tados dos valores de p H , acidez
titulável , gordura, sólidos totais, escorrimento
e contagem de Lactobacillus a c idoplzilus e de
bifidobactérias estão apresentados na Tabela 1 .
Os valores de p H variaram de 4, 1 9 a 4,40, sendo
superiores aos observados por SOUZA ( 1 99 1 ),
LOPEZ et a l. ( 1 9 93), TEIXEIRA et a I. (2000)
e PENNA, OLIVEIRA & B ARUFFALDI ( 1 994),
no entanto, foram s i m i l ares aos obtidos por
VAFIADIS ( 1 995), que encontrou para iogurtes
batidos um pH fi nal entre 4 , 2 e 4 , 6 . Foram
e n c o n t rados val ores d e acidez t i t u l áv e l ,
s ignifi cativamente diferentes, q u e variaram d e
1 2 9 , 0 8 a 1 6 9 , 6 3 ° D ( 1 , 2 9 a 1 , 6 9 % d e áci d o
l áctico). Esses valores estão u m pouco acima da
faixa estabelecida pela legislação, que varia de
0,6 a 1 , 50g de ácido lácticol l OOg de produto
( B R A S IL, 1 9 9 7 ) , que c orresponde a valores
e n t re 6 0 e 1 5 00D, entretanto atendem à
Federação Internacional de Laticínios ( I DF,
1 990), que estabelece um mínimo de 0,7% de
ácido l á c t i c o p ara o i og u rte na sua fas e de
comercialização. O ' NEIL, KLEYN & H ARE
( 1 9 7 9 ) encontraram valores que v ari aram de
1 ,20% a 1 ,76% de ácido l áctico para o iogurte
natural . As amostras variaram de 0,00 a 3,50%
de gordura, mostran do u ma diferença signifi ­
cativa entre a s amostras . O valor obtido para o
i ogurte elaborado com gordura está acima do
es perad o , visto q ue fo i ad i c i o n ad o 3 , 0 % de
gord ura, calculado a partir d o creme de leite
c o merc i al c o ntendo 25% d e g o r d ura. A l é m
disso, pode ter ocorrido a evaporação da água
d u rante o tratame n t o t é r m i c o do l e i t e ,
concentrand o , d e s s a fo rma, os i ngred i e ntes
presentes na formulação, contribuindo para o
res ultado obtido. O teor de sólidos totais variou
d e 1 9 , 0 3 a 2 2 , 8 6 % , s e n d o e s t e s v al o res
próx i m o s ao s obt i d o s p o r TEIXEIRA e t a l.
( 2 0 0 0 ) , de 1 2 , 1 8 a 2 1 , 2 0 % . Em relação ao
e s c o rri m e n t o , t o d a s a s a m o s t ras d i fe ri ram
significativamente entre s i . A concentração de
3 % de gordura tornou o iogurte muito pouco
consi s tente, enquanto a mesma concentração
de amido modificado tornou-o excessivamente
fi rme. S o me n t e o l o te c o n t r o l e apre s e n t o u
v a l o res p r ó x i m o s ao s i o g u rt e s c o me rc i a i s
aval i ad o s p o r PEN N A , O L I V E I R A &
B A R UFFA L D I ( 1 9 9 4 ) . As c o n t agens d as
bactéri as p ro b i ó t i c as L. a c i doplz i l u s e d e
bifid obactérias variaram, respectivamente, d e
6 , 4 x 1 015 a 6,2 x 1 0 17 e de 2, 1 x 1 0 17 a 1 , 1 x
1 0 1 8 . O d e s e n v o l v i mento do L. a c i dop lz i l u s
manteve- s e c o n s t a n t e , e x c e t o n o l o t e
fo r t i fi c ad o c o m a m i d o m o d i fi c a d o , o q u a l
obteve a menor contagem, fazendo c o m q u e se
d i fere n c i as s e s i g n i fi c at i v am e n t e d o s l o t e s
res tan tes . Q u anto ao d e s e n v o l v i me n t o d a s
bifidobactérias, houve u m a pequena diminuição
n o seu c re s c i me n t o , s e n d o que n o l o t e
fo rti fi c a d o c o m C P S 8 0 % , a c o ntagem fo i
s ignificativamente igual ao controle. Em estudo
similar, verificou-se que substitutos de gordura
na c o n c entração de 1 , 5 % não afe taram a
atividade metabólica das bactérias da cultura do
iogurte tradicional, mantendo alta a contagem
( B ARRANTES & TAMIME, 1 99 2 ) . CHEN e t
a I. ( 1 999) veri ficaram que somente B. b �fidum
pode ser repetidamente e facilmente identificada
nas fezes de indivíduos que ingeriram iogurte
contendo uma m i s tura de L. b u lg a r i c u s ,
Streptococcus th e rm op h i l u s , L. a c idoplzilus e
B. b ifidum.
ANAIS D O XIX C O N G R ESSO N ACIONAL DE LATICÍNIOS
Tabela 1 -
Caracterização físico-química e microbiológica dos iogurtes elaborad os com 3 % de
substitutos de gordura.
Análises
Controle
Gordura
Celulose
Amido
CPS 35 %
CPS 80 %
pH
4,24 ± O,O l c
4,25 ± O,OOc
4, 1 9 ± 0,0 I c
4,35 ± 0,03ab
4,32 ± 0,04b
4,40 ± 0,04a
Acidez titulável
1 29,33 ±
1 56,7 1 ±
eD)
Gordura (%)
1 69,63 ±
1 29,08 ±
1 53,27 ±
1 40, 6 1 ±
0,30"
O, l l a
0,80e
O,72c
1 ,00d
0,83b
0,06 ± 0,06bC
3 ,50 ± O,OOa
0,00 ± O,OOe
0, 1 0 ± O,OOb
0,00 ± O,OOc
0,00 ± O,OOe
Sólidos totais
1 9,03 ± O,O l c
22,86 ± 0 , 1 1 a
2 1 ,29 ± O, l Od
22,79 ± 0,08a
22,37 ± 0, 1 5b
2 1 ,95 ± 0, 1 8"
7,40 ± 0,26b
23,00 ± O,OOa
5,73 ± 0,2 1 e
0,36 ± O , l l r
4,33 ± 0,06d
2,80 ± 0,20"
4,7 X 1 0 17 a
5,9 X l 017 a
6,2 X 1 017 a
6,4
1 0 15 b
5,8 X 1 017 a
4,9 X 1 017 a
1 , 1 X 1018 a
4,2 X 1 O l 7 b
4 , 8 X 1 Ol7 b
2,4 X 1 OI7 h
2 , 1 X 1 0 l7 b
8,2 X 1 017 a
(%)
Escorrimento
(em)
L. acidoplzilllS
(UFC/mL)
Bifidobactérias
x
abcdef - letras iguais indicam que não há diferença significativa entre as amostras;
comparação válida apenas na mesma linha.
4. C O N C L U S Õ E S
Os iogurtes preparados com substitutos de
gordura atenderam aos p adrões estabelecidos
pelo Regul amento Técnico d e I d e n t i dade e
Qualidade de Leites Fermentados, demonstrando
que é possível utilizar estes substitutos de gordura
na p re p aração de i o g urtes p rob i ó ti c o s s e m
prej uízos n a s características físico-químicas e
m i crobi o l ó g i c a s . O amido m o d i fi c a d o , n a
concentração de 3 % , resultou em um produto
exces s ivamente firme, sendo que nenhum dos
s ubstitutos testados inibiu o cres cimento das
bactérias l ácticas probióticas .
S U M M ARY
Fat i s res p o n s i b l e for c reami n e s s and
m o u t h feel o f fo o d and is very d i ffi c u l t to
replace. Foods designed with fat repl acers are
an alternative to those with high lipid content.
The a i m of t h i s res earch was to. s t u d y the
influence of fat replacers on physicochemical
and mi crob i o l o g i cal characteri s t i c s o f plain
probiotic yogurt. Six formulations of probiotic
y ogurt were p repared, one o f them being fat
free. To the other ones 3% lactic fat or one of
the foI l o w i n g fat replacers were adde d :
microcrystaIlin ceIlulose, modified s tarch, and
3 5 % and 8 0 % whey protein con cen trate . .
M a n u factured p r o d u c t s s ho w e d p H values
ranging fro m 4 . 1 9 to 4.35. T itratable acidity
ranged fro m 1 2 9 . 0 8 to 1 6 9 . 63°D . Total s o l ids
varied from 1 9 . 03 to 2 2 . 8 6 % . Fat ranged from
0.00 to 3 . 5 % fat. Consistency varied from 0.36
to > 23 cm. L. ac idoplzilus count varied from
6 .4 x 1 0 15 to 6 . 2 x 1 0 17 and B ifido b a cterium
count ranged from 2. 1 x 1 0 17 to 1 . 1 X 1 018. Based
on the results obtained, it is possible to conclude
that these fat rep l acers may be used without
significantly altering the manufactured probiotic
yogurt characteristics.
Key words: yogurt, fat replacers, probiotic
bacteri a .
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AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO DO QUEIJO PRATO*
Prato cheese ripening evaluation
Tatiana D ias Leite 1 , J u l iana Pitarel/o l , Ana Lúcia Barretto Penna2
RESUMO
o queij o
tipo Prato é um dos queijos mais p opulares do B rasil sendo um dos mais
apreciados e o segundo mais consumido no país . É um queijo maturado que se obtém por
coagulação do leite por meio de c oalho e/o u outras enzimas coagulantes apropriadas,
complementad a ou não pela ação de bactérias lácticas específicas. A maturação é um fator
de grande importância na composição final e nas características sensoriais do produto, e seu
acompanhamento permite definir o momento ideal de lançamento do queijo no mercado. Este
trabalho teve como objetivo avaliar a composição centesimal e os índices de maturação de
nove diferentes marcas comerciais de queijo Prato e compará-lo com um queijo Prato preparado
em laboratório . Os produtos apresentaram de 0, 1 5 a 1 ,62% de acidez titulável, 3 8 , 1 6 a
46, 1 6% de umidade, 43,99 a 53,83% de gordura no extrato seco, 3 ,25 a 4,94% de cinzas,
20,46 a 26, 1 9 % de proteína. Os índices de profundidade e extensão da maturação variaram de
3 , 8 1 a 23 , 6 1 e 7,06 a 1 5,29, respectivam ente. Estes resu ltados demonstrara m a grande
variabilidad e apresentada pelos queijos disponíveis no mercad o . Estas variações estão
relacionadas com a matéria-prim a, coadj uvantes técnicos (cultura, coalho), condições de
processo (coagulação, salga, maturação) adotadas pelas indústrias fabricantes, resultando,
conseqüentemente, em produtos com características de sabor e textura completamente distintas.
Palavras chaves : queij o Prato, composição centesimal, maturação.
*
Auxílio Financeiro: CNPq/PIBIC e FAPESP.
1 Alunas do Curso de Engenharia de Alimentos UNESP - S ão José do Rio Preto. E-mail: [email protected]
m.br
2 Prof. Assistente Doutor do Departamento de Engenharia e Tecnologia
de Alimentos - UNESP - São José do Rio Preto.
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACI ONAL DE LATi C í N I O S
1 . I N T R O DU Ç Ã O
D e acordo c o m a defi n i ç ão l e g al
(MERCOSUL, 1 997), o queijo Prato é um queijo
. maturado que se obtém por coagulação do leite
por meio d o c o a l h o e/o u o u tras e n z i mas
coagulantes apropriadas, complementada ou não
pela ação de bactérias lácticas específicas. É clas­
sificado como gordo (45-59,9% de gordura no
extrato seco) e de média umidade (3 6-46%) e
deverá apresentar as seguintes características
sensoriai s : consistência semi dura ou elástica;
textura compacta, l i sa, fechada, com alguns
o l h o s arre d o n d a d o s e/ou algumas o l h a d u ras
mecân i cas ; cor amarelada ou amarel o-palha;
s ab o r e o d o r c aracterís t i c o s e com algumas
olhaduras pequenas, bem d istribuídas, ou sem
olhaduras ( S ILVA, 1 99 8 ) . Praticamente todo o
queijo Prato fabricado no Brasil é comercializado
em embalagem a v á c u o . A e mbalagem v i s a,
p r i n c i p al mente, proteger o s queij o s contra
invasão de microorganismos e a perda de umidade
por evaporação na s u perfície externa, prote­
gen d o os q u e ij o s d u rante a maturação e
armazenamento, além de servir como e mba­
l agem defi n i t i v a p ara a co merc i a l i zação
(OLIVEIRA, 1 9 8 6 ) . A mat u ração é definida
como sendo o período em que os queij o s são
deixados em "condições especiais" visando dar
o p ortu n i d ad e à o c o rrên c i a de m o d i fi cações
bioquímicas, físicas e microbiológicas, a fim de
tran s fo rmar a mas s a i n s í p i d a e s e m forma
definida do início, em um produto rico em aroma
e sabor e com textura, consistência e coloração
próprias (SILVA, 1 99 8 ; CARVALHO & S ILVA,
1 9 9 3 ) . Dentre esses fen ô menos bioquímicos
complexos podemos des tacar a p roteóli s e e a
l i p ó l i s e . O q ueij o prato é b a s i camente
p roteolítico, onde a proteólise é o fenômeno
mais importante na maturação e que influencia
as suas características de textura e sabor (SILVA,
1 9 9 8 ) . A exte n s ão e o t i p o de e s t o cagem,
temperatura, compos ição do queij o (especial­
mente umidade e concentração de sal), tipos de
atividade enzi m ática, micro organ i s m o s p re­
sentes, bem como mudanças físicas e químicas
que ocorrem durante a maturação determinam a
qualidade sensorial dos queijos (S ILVA, 1 99 8 ) .
As mudanças durante a proteólise s ã o designadas
pelos substantivos "Extensão" e "Profundidade"
(WOLFS CHOON-POMB O, 1 98 3 ) . O índice de
exten s ão da maturação (IEM) é um fator de .
grande importância na composição final e na
qual i d ade do produto, caracterizando-se pela
quantidade de substâncias nitrogenadas solúveis
na fase aquosa dos queijos, produzidas a partir
da degradação da caseína por ação do coalho e
acumu ladas durante o proces s o de maturação .
Este índice aumenta com o avanço da maturação
( S ILVA, 1 9 9 8 ) . O índice de p rofund i d ade da
maturação (IPM) tem a finalidade de se verificar
a fo rmação de s u b s tân c i as de b a i x o p e s o
molecular acu m u l adas d u rante o p e r í o d o d e
matu ração d e v i d o p r i n c i p a l m e n te à ação
proteolítica das enzimas microbianas sobre os
compostos nitrogenados oriundos da degradação
da caseína. C o m p o s t o s c aracterís t i c o s desta
degradação são os aminoácidos, oligopeptídeos,
aminas e outros compostos (S ILVA, 1 99 8 ) .
2. MATERIAL E MÉTODOS
Queijos prato de nove diferentes marcas
comerciais identificados pelas letras A, B, C, D,
E, F, G, H, I, e um elaborado em l aboratório
identificado pela letra J, foram s ub metidos às
seguintes análises :
Pág. 1 36
2 . 1 . Acidez
A acidez foi determinada por titulação com
N aOH O, I N, sendo expressa em porcentagem
de ácido láctico (INSTITUTO ADOLFO LUTZ,
1 985).
2.2. Gordura
A porcentagem de gordura foi determinada
pelo método de Gerber - Van Gulik (INSTITUTO
ADOLFO LUTZ, 1 9 8 5 ) .
2.3. Extrato S eco
O teor d o ex trato seco t o tal foi
determinado pela secagem em estufa a vácuo
por 24 horas a 7 0°C, conforme recomendado
pela American Public Health Association (CASE,
BRADLEY Jr. & WILLIAMS, 1 9 8 5 ) .
2 . 4 . Gordura no Extrato Seco
O teor de gordura no extrato seco (GES )
fo i determinado pela relação entre o teor de
gordura e o teor de extrato seco total (S ILVA,
1 998).
2 . 5 . Nitrogênio total (NT)
O teor de nitrogênio foi determinado pelo
método de Kj eldah l . O teor de proteína total
(PT) foi calculado multiplicando-se o valor do
nitrogênio total por 6,38 (AOAC, 1 9 9 7 ) .
Pág . 1 37
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ANAIS DO XIX C O N G R ES S O N AC I O N A L D E LAT i C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
2.6. Nitrogênio solúvel em pH 4,6 (NS-pH 4,6)
o teor de nitrogênio solúvel dos queijos
foi d eterminado pela dosagem d o ni trogêni o
total no fi l trado o b t i d o após prec i p i tação
isoelétrica das caseínas (S ILVA e t aI. , 1 997).
2.7. N i t r o g ê n i o s o l ú v e l e m T C A 1 2 % ou
nitrogênio n ã o p rotéico (NNP)
o teor d e n i trogê n i o não p ro t é i c o fo i
determinado pela dosagem de nitrogênio total no
filtrado obtido após precipitação da totalidade das
proteínas em presença do ácido tricloroacético
(TCA) a 12 % (S ILVA et ai. , 1 997).
2.8. Índice d e extensão da m aturação
Este índice foi obtido pela relação entre os
teores de nitrogênio solúvel em pH 4,6 e nitrogênio
total (WOLFS CHOON-POMBO, 1 9 8 3 ) .
2 . 9 . Í ndice de p rofundidade da m aturação
Este índice foi obtido pela relação entre os
teores de nitrogênio solúvel em TCA 1 2% e nitro­
gênio total (WOLFSCHOON-POMB O, 1 9 83).
2 . 1 0 . C in z a s
o teor d e c i n zas fo i determ i n a d o p o r
i nc i neração em mufl a à 5 5 0°C ( I N S TITUTO
ADOLFO L UTZ, 1 9 8 5 ) .
3 . RESULTA D O S E D I S C U S S ÕES
A caracteri zação fís i c o -q u ímica e ava­
liação da maturação das amostras de queijo prato
esta apresentada na Tabela 1 .
Os valores para a acidez variaram de 0, 1 5%
( a m o stra I) a 1 , 6 2 % (amos tra J ) , s e n d o a
amostra p reparada em laboratório a de maior
acidez, no entanto, n ão há n e n h u m v a l o r
estabelecido pela legislação brasileira. Os teores
de umidade dos queijos oscilaram entre 3 8 , 1 6%
(amostra C) a 46, 1 6% (amostra I), com exceção
das amostras I e J, os valores estão dentro da
faixa estabelecida pela legislação do MERCOSUL,
1 997, que é de 36 a 46%. Os queijos analisados
apresentaram variações de 43,99% (amostra I)
a 5 3 , 8 3 % ( am o s tra F) p ara o teor de GES .
A legislação do MERCOSUL, 1 997, determina
que o queijo Prato deve possuir de 45 a 59,9% de
GES , desta forma todos os queij os atenderam a
legislação com exceção da amostra L Os teores
de cinzas variaram de 3,25% (amostra B) a 4,94%
(amostra D), semelhantes aos obtidos por VAN
DENDER et al. , 1 986 que estão na faixa de 2, 1 a
5,3% (média de 3 ,5%). MENDES , 1 997, afirma
que um queijo semiduro (queijo Prato) possui em
sua composição média cerca de 23 % a 26% de
proteína. Nestas anál i ses observou-se que os
queijos apresentaram v ariações en tre 20,46%
(amos tra F) e 26, 1 9 % (amostra D ) . Apenas as
amostras D, F, G e J apresentaram valores
ligeiramente inferiores ou ligeiramente superiores
aos descritos por MENDES , 1 997. Para queijos
com 18 a 82 dias de maturação os IBM variaram
de 7 ,06 a 1 5 ,29%, semel hantes aos obtidos por
S ILVA , 1 9 9 8 ( 6 , 3 8 a 1 5 , 3 7 % ) e p o r
WOLFSCHOON-POMBO, 1 983 ( 1 1 ,9 a 1 4,0%),
demonstrando condi ções similares de ação do
coalho. Os IPM vari aram de 3 , 8 1 a 2 3 , 6 1 %,
enquanto S ILVA, 1 99 8 , obteve de 1 ,93 a 9,57%
para 40 dias de maturação e WOLFS CHOON­
POMB O, 1 9 8 3 , de 82,6 a 92,4% aos 35 dias de
maturação. Isto demonstra que os queijos foram
elaborados com culturas lácticas que apresentavam
diferentes atividades proteolíticas , contribuindo
para maior ou menor degradação da p roteína.
De uma maneira geral as variações existentes
entre os produtos comerciais e o elaborado em
Tabela 1 - Caracterização físico-química de amostras de
Amostras
A
B
C
D
E
F
G
H
Dias de Maturação
18
33
36
36
42
53
53
80
ACIDEZ %
UMIDADE %
GES %
o
J
82
30
0,76
0,69
0,47
0,56
0,6 1
1,\0
1,15
0,49
0, 1 5
1 ,62
4 1 ,07
42,30
3 8, 1 6
43,40
3 9, 7 1
4 1 ,43
4 1 ,55
40,06
4 6, 1 6
46,04
53,03
50,84
50, 1 3
4 8, 1 6
47,77
53,83
50,47
49,63
43,99
50,96
CINZAS %
3,65
3,25
4,5 1
4,94
4,08
4,50
3,44
4,12
4,33
4.02
NT %
3,85
4,00
3,94
4,1 1
4,00
3 .2 1
3,60
3 ,99
3,81
3,22
PT %
24,58
25,53
25, 1 3
26, 1 9
25,5 1
20,46
22,95
25,46
24,33
20,54
NS-pH 4,6 %
0,34
0,44
0,29
0,29
0,34
0,26
0,34
0,6 1
0,33
0,42
NNP %
0,2 1
0,22
0,15
0, 1 6
0,24
0, 1 6
0,85
0,28
0,3 1
0,22
IPM
IEM
5,45
5,50
3,8 1
3,89
6,00
4,98
23, 6 1
7,02
8,14
6,83
8,83
1 1 ,00
7,36
7,06
8,50
8,\0
9,44
1 5,29
8,66
1 3,04
l ab oratório p o dem estar relacionadas com a
matéria-pri ma, c oadjuvantes técnicos (cultura
láctica e coal h o ) , condi ções de proces so
(coagulação, s al ga, maturação) adotadas pelas
indústrias fabricantes , res ul tando, conseqüen­
temente, em produtos com características de sabor
e textura completamente distintas.
4. C O N C L U S Õ E S
Os q u e ij o s t i p o p rato d i s p o níve i s no
mercado apresentam grande v ariab i l i dade de
maturação, relacionadas à qualidade da matéria­
prima, dos coadj u vantes técnicos utilizados e
do proces s o de fabr i c a ç ã o , res u ltando
conseqüentemente e m características d iversas
de sabor, aroma e textura.
S U M MARY
Prato cheese i s one o f the most popular
cheeses in B razil. It is one of the most enjoyable
and the s e c o n d one more c o n s u me d in the
country. It ' s a ripened cheese, which is obtained
by milk coagulation with rennet and/or other
suitable coagulating enzymes supplemented or
not b y s p e c i fi c l ac t i c bacteria act i o n . The
ripening is a great importance factor on final
composition and sensorial characteristics of the
product, and its control allows defining the ideal
moment to p u t cheese on the market. This
research ai med to carry out the compos itional
analys i s and the prote o l y s i s indices o f nine
different trademarks cheese and compare it with a
Prato cheese prepared in laboratory. The products
s howed fro m 0 . 1 5 to 1 . 62% titratable acidity,
3 8 . 1 6 to 46 . 1 6% moisture, 43 .99 to 5 3 . 8 3 % fat
in matter, 3 .25 to 4.94% ash, 20.46 to 26. 1 9 %
protein . The depth and extens ion i n d i ces of
ripening ranged from 3 . 8 1 to 23 .6 1 and 7 .06 to
1 5 .29, respectively. The results s howed a great
variability presented by the available cheese in
the market. These variations are related to raw
material, added substances (starter culture, rennet),
process conditions (coagulation, salting, ripening)
used by manufacture i n d us tries, res u lting
consequently, in products with flavor and texture
characteristics completely distinct.
Key w o rd s : Prato cheese, centesi mal
composition, ripening.
•
REFERÊN CIAS B I B L I O GRÁF I C A S
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1 983.
•
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
USO DE SUBSTITUTOS DE GORDURA NO "FROZEN VOG URT" PROBIÓTICO
The use of fat replacers on probiotic frozen yogurt
Paula Olhê Broislerl , Ana Carolina Bossi Mari usso l ,
A n a Lúcia Barretto Penna2
RESUMO
o "frozen yogurt" é uma sobremesa láctea congelada, elaborada com iogurte, açúcar,
espessantes, estabilizantes, emulsificantes, s uco ou polpa de fruta e água, permitindo a
manutenção da estrutura esponjosa durante o processo de congelamento. Neste trabalho,
o objetivo foi estudar a influência do uso de 1 %, 2% e 3% de dois substitutos de gordura
(celulose microcristalina e concentrado protéico de soro - CPS) nas características físico­
químicas e sensoriais dos "frozens yogurts" fermentados por Streptococcus sa thermophilus,
Lactobacillus de lbru e ckii ssp b u lgaricus, La ctobacillus acidoplzilus e bifidobactérias.
O s p r o d u t o s apres entaram val o res de pH entre 4, 1 9 a 4 , 6 9 ; 1 5 , 8 3 a 2 3 , 3 3 c m de
es corrimento ; 2 8 , 1 6 a 3 5 , 7 8°D de acidez titulável; 0,62 a 2,58% de proteínas ; 1 8 ,74 a
24, 1 3% de sólidos totais, 2,34 a 4,00% de açúcares redutores, 8 ,65 a 1 0,78% de açúcares
totais, com características semelhantes aos produtos integrais . A aceitabilidade sensorial
d o s p ro d u t o s apresentou m é d i as que vari aram entre 5 ( i n d i ferente) a 7 ( g o s te i
moderad amente) , sendo considerados melhores os produtos elaborados com CPS . Isto
demonstra que é possível elaborar uma sobremesa láctea nutriti va, com s ubstitutos de
gordura e com boa aceitabilidade sensorial .
Palavras-chave : "frozen yogurt", s ubstitutos de gordura, probióticos.
ANAIS DO X I X C O N G R ES S O N A C I O NAL D E LAT i C í N I O S
Um dos lotes não foi fortifi cado (controle), e
os re man e s ce n te s fo ram acre s c i d o s d o s
substitutos de gordura (Concentrado Pro téico
de S oro (CPS) o u Cel u l o s e M i crocri stalina),
conforme o experimento, em níveis de 1 ,0 ; 2,0
e 3,0 %. A seguir essa mistura foi aquec ida até
8 5 ° C e man t i d a p o r 30 m i n u to s em banho
termostatizado sendo em seguida resfriada em
banho de água e gelo até atingir 42°C, p ara
receber a cultura l áctica mista composta por
L a c to b a c i ll u s de lbru e c k i i s sp b u lg a r i c u s e
Strep t o c o c c u s t h e rm op lz i l u s , L a c to b a c i l l u s
a cidoplz ilus e B ifidoba c te r i u m . O produto foi
incubado a 42°C, até obter-se o valor de p H
próximo a 4,5. Terminada a fermentação, fez-se
um res fri amento i ni ci al até 20°C, aproxi­
madamente, e a quebra do coágulo durante 30
segundos usando-se um agitador mecânico, e
efetuou-se o resfriamento final em banho de água
e gelo. O iogurte foi armazenado em refrigerador
à temperatura de 5°C, aproximadamente.
P r e p a r a ç ã o d a c a ld a : Em 1 5 00mL de
água foram acrescidos : 3g de carragena; 1 ,5g de
goma-guar; 1 , 5g de carboximetilcelulose; 1 ,5g
de xantana; 1 63 ,5g de maltodextrina; 2,25g de
aromatizante; 1 959 de açúcar e 84g de polpa de
morango.
1. I N T R OD U Ç Ã O
o
"Frozen y ogurt" é u m produto
semelhante aos sorvetes em seu estado físico e
se c aracteriza p o r apresen tar um s ab o r
l ev e mente ác i d o , p roveniente d o i o gurte,
j u n tamente com a refres c â n c i a d o s o rvete.
É c l as s i fi c a d o c o m o u m produto l ácteo
originário da fermentação do leite desnatad o,
homogeneizado e pasteurizado, através da adição
de Lactobaci lllls delbrll e ckii ssp b u lgaricus e
Strep to c o c c u s s a li v a r i u s s sp t h e rm op h i l u s ,
c o m u m a todo proce s s o fermentativo
(WHITEHEAD e t al. , 1 99 3 ) . Considerado uma
sobremesa nutritiva, o " frozen yogurt" possui
e m sua c o m p o s i ç ão alto teor d e proteínas,
v i t a m i n as , s ai s mi nerai s , todos e s tes
provenien tes d o l e i te, açúcar, e s p es s an t e s ,
estabilizantes, emulsificantes (carragena, goma­
guar, goma xantana, soro em pó) suco ou polpa
de fruta e água, permi tindo a manutenção da
e s tr u t u ra e s p onj o s a d u rante o p roces s o de
c o n ge l amen t o ( W H I TEHEAD e t a l. , 1 9 9 3 ) .
O c o n s u m o d e s ta s obremesa l áctea vem
aumentando, devido à importância do consumo
d e alimentos fu n c i o n a i s , que a u x i l i am na
manu tenção d a boa s a ú d e , res u ltando no
cresci mento d o consumo d o "Frozen yogurt"
em todas as faixas etárias, p rincipal mente as
crian ças . A j u s t i fi c at i v a para maior
aceitabil idade do "Frozen Yogurt" em relação
ao iogurte, está na alta acidez deste último, fator
atenuado neste produto pela diferença em seu
proces so de fabricação . Conseqüentemente, a
ingestão do "frozen yogurt", pelas crianças, lhes
confere benefícios à saúde e desenvolvimento
(LEE & WH ITE, 1 9 9 3 ) .
2. MATERIAL E MÉTODOS
2. 1 . Prep a r a ç ã o e a v a l i a ç ã o d o "fr o z e n
y o g u rt"
Preparação do "Frozen yogurt": A calda
foi misturada em 600 ml de iogurte e transferida
para o equipamento apropriado para a batedura
e congelamento inicial do produto, durante 30
minutos, res ultando em um produto final com
boa consistência e, possibilitando obter durante
o c o n ge l amento fin a l , u m a caracterís t i c a
cremosa e aerada. No produto final foram feitas
as d etermi nações d e : v al o r de p H ; a c i d ez
titulável (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 1 976);
teor de sólidos totais (CASE, B R A DLEY JR . ,
WILL I A N S , 1 9 8 5 ) ; t e o r de gord ura ( C A SE,
B R A DLEY J R . , WILL I A N S , 1 9 8 5 ) ; teor de
Tabela 1 Experimentos
Alunas do Curso de Engenharia de Alimentos - UNESP - São José do Rio Preto - SP. [email protected].
2 Prof. Assistente Doutor do Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos - UNESP - São José do Rio
Preto - SP.
3 . RESULTADOS E D I S C U S S Õ E S
Os resultados das análises físico-químicas
realizadas nos "frozen yogurts" elaborados com
1 %, 2 % e 3% de celulose microcristalina e de
concentrad o protéico de soro, e do controle,
encontram-se na Tabela 1 . Os valores de pH
variaram de 4, 1 9 a 4,69. Observou-se pequenas
variações entre as amos t ras . H U B ER &
ROWLEY, 1 9 8 8 , citam valores de pH na faixa
de 5 , 5 a 6 , 5 , s u p e ri ores aos o b t i d o s e m
l aboratóri o . De acordo c o m a s especificações
de DAVE & S H AH, 1 9 9 8 , o "frozen yogurt"
deve apresentar teor de gordura de 3 , 8 % para o
p r o d u t o i n tegra l . Entretan t o , H U B ER &
ROWLEY, 1 9 8 8 , relatam como ideal o teor de
gordura de 4% para este produto. No entanto,
neste experimento, u t i l i z o u - s e o leite em p ó
desnatado e s ubstitutos de gordura, resultando
em um produto sem gordura. Os teores de sólidos
t o t a i s v ari aram d e 1 8 , 7 6 a 24, 1 3 % . Estes
res ul t ad os s ã o l i ge iramente i n feri o res aos
descritos por HUBER & ROWLEY, 1 9 8 8 , que
citam valores entre 2 1 ,9 a 27,75 % de sólidos
totais. Os resultados médios para a aceitabilidade
geral do p ro d u t o v ari aram de 5 , 1 6 ( 1 % de
celulose) a 7,38 (3% de CPS), que corresponde
respecti vamente a i n d i ferente e gostei l igei ­
ramente. Percebeu - s e ain da, u m a mai o r
preferê n c i a p e l o " frozen y o gurt" c o ntendo
concentrado protéico de soro, que proporcionou
maior cremos idade, em relação à celulose.
4. CONCLUSÃO
É possível utilizar o s substitutos d e gordura
testados obtend o - s e p r o d u t o s c o m carac­
terísticas semelhantes aos produtos tradicionais,
propiciando ao produto uma boa ap arência e
Resultados médios das análises d e p H , consistência, acidez titulável, teores d e proteína,
açúcares redutores e açúcares totais e de umidade.
Sólidos Totais
Consistência
Acidez Titulável
Proteína
Açúcares
Açúcares
(em)
(" D)
(%)
redutores ( % )
Totais ( % )
(%)
4,54 ± O,06
23,33 ±-O,29
30,75 ± 0,86
1 ,59 ±O,02
2,80 ± O, 1 5
8,65 ± O, 1 1
1 8,76 ± 1 ,20
I % CPS
4,69 ± 0,27
2 1 ,47 ± O,06
34,67 ± I , 1 1
O,62 ± O,06
4,00 ± O,20
8,67 ± 0,58
1 8,74 ± O,06
2% CPS
4,25 ± 0,006
20, 8 3 ± O,76
29,79 ± 0,05
1 , 32 ±-O,20
2,70 ± 1 ,66
10,78 ± 0,95
22,56 ± 0,97
Base
Preparação do i o g u rt e : O leite em p ó
des natado foi reconsti tuído e m á g u a a 40°C,
aquecido a 60°C e dividido em iguais p orções .
p ro teínas ( A O A C , 1 9 9 0 ) e determin ação da
consistência.
pH
3 % CPS
4,59 ± 0,015
1 5, 8 3 ± 0,29
33,56 ± 0, 1 0
2 , 5 1 ± 0,Q7
2,91 ± 0,08
9, 1 0 ± O,06
23,98 ± 0,06
1% celulose
4,64 ± 0,007
1 9,76 ± 0, 1 5
28, 1 6 ± 1 ,50
0,76 ± 0,06
3,73 ± 0,55
9, 1 8 ± 0, 1 5
20,55 ± 0,37
2% celulose
4, 1 9 ± 0,006
1 8,40 ± 0,36
33,06 ± 0,Q7
1 ,58 ± 0,20
2,70 ± 0,20
1 0,68 ± 1 ,05
2 1 ,09 ± O,66
3 % celulose
4,58 ± 0,01
17,60 ± 0, 1 4
35,78 ± 1 ,98
2,58 ± 0,09
2,34 ± 1 ,30
9,74 ± 1 ,76
24, 1 3 ± 0,20
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digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
atrativi dade, além de propiciar a red ução da
i ngestão de gord uras , t raze n d o , c o m i s s o ,
benefícios à saúde.
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO N A C I O N AL D E L AT i C í N I O S
Key words : "frozen yogurt", fat substitutes,
probiotics.
REFERÊNCIAS B I B L I O GRÁFICAS
SUMMARY
The frozen yogurt is a frozen milk dessert,
p ro d u c e d w i t h y og urt, s ug ar, t h i ckeners,
s t abi l i zers, e mu l s i fi e r s , j u ice o r fru i t p u l p ,
allowing spongy s tructure maintenance during
the frozen proces s o The aim of this work, was
the study the influence of using two fat replacers
(microcry s tal l ine cel l u l o s e and whey p rotein
WPC) i n 1 % , 2 % and 3 %
c o n c en trate
conten t s , i n p h y s i c o - chemical and s e n s orial
y ogurts"
"fro zens
of
c h aracter i s t i cs
fermentated b y Strep t o c o c c /,/ s th e rm op lz i lus,
L a c t o b a c i l l u s de lb r u e c k i i s sp b u lg a r i c us ,
Lac tobacillus a cidop hilus and Bifidobacte riu m .
The products presented p H values between 4, 1 9
and 4 , 6 9 ; 1 5 , 8 3 t o 2 3 , 3 3 c m o f consi s tency ;
2 8 , 1 6 to 3 5 , 7 8 °D ti tratab le acid i t y ; 0 , 6 2 to
2,58% proteins ; 1 8 ,74 to 24, 1 3 % total solids,
2,34 to 4,00% reducing sugars, 8 ,65 to 1 0,78%
total s ugar, with characteri stics similar to the
whole products. The sensorial acceptability of
products showed numbers ranging 5 (neither like
nor dislike) to 7 (like moderately), the products
made with WPC were considered the best ones.
This is show that it i s possible to el aborate a
frozen milk dessert with fat replacers and with
good sensorial acceptability.
AOAC - A S S OC I AT I O N O F O FF I C I A L
ANALYTICAL CHEM I S T S . R I C H A R D S O N
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Products Journal, V. 28, n. 3, p. 2 1 -22, 1 993.
•
Com o aumento da necessidade de reduzir a quantidade de açúcar em produtos alimentícios,
os ali mentos com s u b s t i t u t o s d e açú c ar gan haram atenção especial do c o n s u m i d o r.
A descoberta de um grande número de novos adoçantes durante a última década fez com
que fo s se m desen v o l v i d o s novos produtos l ivres de aç ú cares , part i c u larmente p ara
diabéticos, pessoas que usam dieta.s especiais e para obesos. Neste trabalho pretendeu-se
estudar o s e feitos dos edul corantes e m i og urtes prob i ó ti c o s . O s resultados o b t i d o s
demonstraram q u e é possível elaborar um iogurte probiótico c o m esses edulcorantes sem
afetar a viabilidade dos microrganismos probióticos e com boa aceitabilidade sensorial .
Palavras- chave : adoçantes , probióticos, i ogurtes.
1 . I N T R O DU Ç Ã O
A tualmente, os consumidores estão modi­
ficando seus hábitos alimentares, com redução
de quantidade de gordura, açúcar, sal, colesterol
e de certos aditivos . Está havendo um ráp i d o
crescimento do mercado de alimentos e bebidas
dietéticas (TAMIME e t a I . , 1 994), como conse­
qüência da descoberta de um grande número de
novos adoçantes (OZDEMIR & S ADIKOGLU,
1 9 9 8 ) . Os i o gurtes d e s n atados ou s e m i ­
des n at a d o s s e g u i n d o e s t a t e n d ê n c i a , vêm
ganhando popularidade (MISTRY & HASSAN,
1 9 9 2 ) . O i o g u rt e tra d i c i onal tem m u i tas
características importantes, mas não contém as
culturas probióticas para benefícios específicos
para a s a ú d e . Desta fo rma, a adição de
m i c ro rgan i s m o s p robi ó t i c o s ( l actobac i l o s e
bifi dobactérias ) pode res u l tar em um produto
com extraordinário valor terapêutico (TAMIME
& ROBINSON, 1 99 1 ) . O objetivo deste trabalho
foi estudar o efeito do tipo de eduIcorante nas
características físico-químicas , microbiológicas
e sensoriais de iogurtes p robióticos.
2. M ATERIAL E MÉTODOS
ESTUDO COMPARATIVO DE EDULCORANTES EM IOGURTES PROBIÓTICOS*
Para a preparação do produto, leite em pó
desn atado foi reconstituído a 1 4% de sólidos
totais e dividido em 5 porções; um deles não foi
fo r t i fi c a d o ( c o n t r o l e ) , o s d e m a i s foram
acrescidos de 5 % de açúcar o u edu1corantes
A comparative study of sweeteners in probiotic yogu rts
M árcia Vannucci Silva Pinheirol a , Lívia Polach i n i de Castrol ,
Fernando Leite Hoffmann 1 , Ana Lúcia Barretto Penna 1
Tabela 1
RE5UMO
Tratamentos
? s p robi ? tic ? s atua� beneficamen te ao produzir enzi mas que aj udam o n o s s o
o �ga � � s m ? a d Igenr os alImentos , produzem vitaminas do complexo B e em c a s o s d e
dIarrela aj udam a neutralizar os microorganis mos patogênicos responsáveis p o r infecções .
*
a
Auxílio Financeiro: FAPESP.
Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos - IB ILCE - UNESP Rua Cristóvão Colombo
'
,
1 5054-000 S ão José do Rio Preto - S P.
rmlaura @ b arretos.com.br - Autor responsável.
-
(aspartame, aspartame + sacarina, sucralose) em
quantidade correspondente a 5% de açúcar, e
acrescido de 2% de polidextrose. A mistura foi
aquecida a 85 °CI20min., e em seguida resfriada
para receber 2% de c u l tura l á c t i c a m i s t a
c o n tendo
th e rm o p h i l u s ,
Strepto c o c c u s
L a c t o b a c i l / u s de lbru e c k i i ssp b u lg a r i c u s ,
Lactobacillus acidophilus e bifidobactérias. Foi
feita a incubação a 42°C por temp o s uficiente
para o valor de p H ati ngir apro x i madamente
4,5. O produto foi resfriado e embalado . Após
24h foram feitas as determinações dos teores de
acidez (INSTITUTO AD OLFO LUTZ, 1 976),
de gordura, de sólidos totais (CASE, B RADLEY
J R . & W ILLIA M S , 1 9 8 5 ) , de p roteínas
(AOAC, 1 990), e as contagens de bifidobactérias
e de L. acidophilus (CHR. HANSEN, 1 999). Um
painel de 50 provadores não treinados realizou
a avaliação sensorial dos atributos aparência e
cor, consistência, sabor e aroma e aceitabilidade
geral (MORAES, 1 9 8 3 ) .
3 . RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
A Tabela 1 mos tra os res u l t a d o s das
avaliações físico-químicas e microbiológicas dos
i o g urtes p ro b i ó t i c o s e l ab orad o s c o m o s
diferentes tipos d e edulcorantes .
O tempo de fementação vari ou de 285 a
3 3 0 m i n para os i og u rtes c o nt ro l e e com
Características físico-químicas e microbiológicas dos iogurtes probióticos.
Tempo (min)
Valor de pU
Acidez °D
Gordura %
Fermentação
-
Proteína %
Bífidobactérias
L. acidophilus
UFC/mL
UFC/mL
1 3,38 ± O,93
5,62 ± O, 1 8
3,6 x 1 017
3,6
X
2, 7
X
1017
Controle
330
4,5 1 ± 0,01
134,31 ± 1 ,45
Açúcar
500
4,05 ± 0,04
1 17,27 ± 2,29
O,OO± O,OO
1 8. 83 ± 0,78
5,58 ± 0,23
4,7
295
4,5 1 ± 0,01
127,71 ± 2,35
0;00 ± 0,00
1 5,86 ± 0, 1 8
5,42 ± 0.02
5,9 x 1 0\7
4, 7 X 10\9
+
300
4,49 ± 0,02
1 1 9,72 ± O, 1 2
0,00 ± 0,00
1 6,04± 0,03
5,55 ± O,29
6,9 x 1 0\9
2, 6
X
10\9
Sucralose
285
4,41 ± 0,01
129,83 ± 1,73
O,OO ± 0,00
16,09± O,09
5,49 ± 0,20
8,9
3,1
X
1 0\9
Aspartame
? 265 .
0, 1 0 ± 0,00
Sólidos
Totais %
Aspartame
sacarina
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ANAIS DO XIX C O N G R ESSO N AC I ON A L D E L ATi C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
edulcorantes e foi de 500 mino para o iogurte
c o m açúcar, c uj a presença i ni b i u o d e s en ­
volvimento da c u l tura l áctica, p rolongando a
fermentação. A variação do pH foi de 4,05 a
4,5 1 , no entanto, KURMANN ( 1 977) considera
adeq u a d o s v al o res p r ó x i m o s a 4 , 5 , p o i s em
valores inferiores, pode haver rejeição por parte
dos consumido res e favorecer a contração do
coágu l o , devido à redu ç ão da hi dratação das
proteínas , causando dessoramento. Valores de
pH maio res de 4,6 favorecem a separação do
s o ro p orque o gel não fo i s u fi c i e ntemente
formado (B RAND Ã O, 1 995). A acidez titulável
variou de 1 1 7 , 2 7 a 1 3 4, 3 P D, atendendo ao
estabelecido pela legislação brasileira em vigor,
que é de 60 a 1 500D (BRASIL, 1 997). Quando o
i ogurte foi elaborado com açúcar obteve-se
menor valor de acidez, por ou tro lado, com a
adi ção de s u cral o s e o bteve-se maior acidez
t i t u l áv e l . O teor d e g o r d ura d o i o g u rte
manteve-se na faixa de 0,00 a 0, 1 0%, sendo o
produto classificado como des natado. Segundo
ROB INSON & TAMIME ( 1 975) e B RAND Ã O
( 1 9 9 5 ) p ara e s te t i p o de produto, o teor d e
gordura deve ser no máximo 0,5%. O s teores de
p r ot e ín a v ari aram e n t re 5 ,42 a 5 , 5 8 % ,
semelhantes aos encontrados por BARRANTES
et a i. ( 1 9 9 4 ) . Os t e o re s de s ó l i d o s totais
v ari aram entre 1 3 , 3 8 % (con trole) a 1 8 , 8 3 %
(com açúcar). O teor e o tipo d e sólidos usados
na e l ab o ração da base do i og u rte es tão
diretamente rel acionados com a consistência,
cremos idade, sabor e aroma do iogurte. A con­
tagem dos microrganismos p robióticos variou
d e 3,6 x 1 0 1 7 a 6,9 x 1 0 1 9 UFC/mL p ara as
bifidobactérias e 3,6 x 1 0 17 a 4,7 x 1 0 1 9 UFC/mL
para L. a cidoplzilus, muito s uperiores ao valor
mínimo estabelecido pela legislação brasileira
em vigor, que é de 1 06 para a bifidobactérias e
1 07 UFC/mL para o L. a c idoplzilus ( B R A S IL,
1 997). Estas elevadas contagens mostraram que
os edul corantes n ão afetaram a ativi dade dos
probióticos, no entanto, pode ocorrer p erda da
viabi l i d ade d e 2 a 3 ciclos logarítmicos dos
mi crorgan i s m o s probi ó t i c o s d u rante a
estocagem ( D AV E & S HA H , 1 99 7 ; V I N DE­
ROLA, B AILO & REINHEIMER, 2000) . Além
disso, o nível de perda de viabilidade depende do
tipo de iogurte (firme ou líquido, semi-desnatado
ou i ntegral) e da c u l tu ra l áctica u t i l i zada
( V I N DEROLA , B A ILO & REINHEI MER
2000) . Na avaliação sensorial , a resp osta d o �
consumidores variou de desgostei ligeiramente
a gostei moderadamente. O iogurte elaborado
com açúcar foi o que obteve as maiores notas e
fo i l i ge i ramente s u perior ao elaborado com
P á g . 1 44
as p artame + s acarina, d e m o n s tran d o q ue o s
diferentes tipos de edul corantes n ã o afetaram
negativamente a qualidade sensorial do produto.
4. C O N C L U S Ã O
É possível elaborar um iogurte probiótico
com os e d u l c o rantes t e s t a d o s sem afetar as
características físico-químicas e a viabilidade dos
microrganismos probióticos e com boa aceita­
bilidade sensorial.
S U M M A RY
Probiotics act beneficially because they
produce enzymes that help the body digest food,
they produce B -complex vitamins and, in cases
of diarrhea, they help in the neutrali zation of
pathogenic m i croorgan i s ms res p o n s i b l e fo r
infections . Due to the increasing need to reduce
the amount of s ugar in foo d products, fo ods
w i t h s u gar s ub s ti t u t e s have gained s p e c i al
attention from the cons u mer. The discovery of
a great number of new s weeteners in the l as t
decade h as enabled t h e devel op ment o f new
s ugar-free products, p arti c ul arly for d i abetic
patients , people on special diets and for the
obese. This research has aimed at studying the
effects of sweeteners on probiotic yogurts . The
results obtained show that it is possible to use
t h o s e s weeteners in the prep arat i o n of a
p r o b i o t i c y o g u rt that has g o o d s e n s o ri al
acceptability without affecting the p rob iotic
microorganism viabi lity.
Key w o rd s : s w eeteners , p r o b i o t i c s ,
yogurts .
CHR. HANSEN. Method for counting prpbiotic
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2000.
•
•
•
AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM DE LEI � E E PRODUTOS LÁCTEOS
COMERCIALIZADOS NO M UNICIPIO DE ViÇOSA · MG
Labelling evaluation of milk and milk products commercialized in Viçosa · MG
Luciana Leal de Oliveira 1 , Cláudia Lúcia d e Oliveira Pinto2, Elisângela Faria de Assis 3,
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OZDE M I R , M . , S A D I K O G L U , H. C h arac­
terization of rheological properties of systems
containing s ugar substitutes and carrageen an.
Fabrício de Freitas N unes 3, Sônia Maria d e Freitas3,
Ad riana Sati l Dias 3, Sheila M ara da Silva Rocha 4
1 . I N T R OD U Ç Ã O
O rótulo d e uma embalagem é o meio pelo
qual o consumidor tem acesso às informações
básicas de um produto, tanto em relação às suas
c aracterís t i c a s n u tr i c i o n a i s quanto a dados
composi cionais e i nd icativos d a qualidad e e
segurança do s diversos produtos lácteos (ABIA
1 9 9 1 ; A B I A , 1 9 9 6 ; s . a. , 1 9 9 4 ; s . a . , 1 9 8 9 ;
1
2
3
4
RIBEIRO, 1 996). Assim, uma rotulagem correta
é de extrema importância para o consumidor e
para a garan t i a da q u a l i dade d o produto
(GRACIANO et aI. , 2000).
Alguns produtos l ácteos encon trados no
mercado apresentam uma variação muito grande
em relação à rotulagem, p ri n c i p al mente em
Doutoranda - Departamento de Tecnologia de Alimentos/UFV - lleal @ alunos. ufv.br.
Pesquisadora Empresa de Pe s qui s a Agropecuári a d e M i n as Gerai s/EPAM I G .
Tecnólogos em Laticínios - Departamento de Tecnologia de Alimentos/UFY.
Estudante - Tecnologia de Laticínios - Departamento de Tecnologia de Alimentos/UFY.
Pág. 1 45
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
relação às informações obrigatórias básicas de
um rótulo (MOSQUIM, 2000; S ILVEIRA, 1 999;
RODRIGUES , 1 994). O objetivo deste trabalho
foi realizar um levantamento das irregularidades
mais freq üentes observadas nos r ó t u l o s das
embalagens dos produtos lácteos comercializados
na região de V i ç o s a , c o mp aran d o os d ad o s
encontrados c o m a legislação vigente e m relação
às i n formações bási cas e c o m p l e mentares
(BRASIL, 1 96 9 ; B RA S IL, 2000) para auxiliar
no c o ntrole e i n s peção dos produtos l ác teos
produzidos e comercializados na região .
2. MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no município de
Viçosa-MG, onde foram visitad os um total de
2 0 es tabelecimentos comerciais no período de
outubro a dezembro de 200 I . A avali ação da
rotulagem foi feita por meio de fichas contendo
as informações obrigatórias a serem apresentadas
em um rótulo, que foram confrontadas com as
informações encontradas nos produtos avaliados .
Um t o tal de 1 8 5 p r o d u t o s de marcas
diferentes tiveram sua rotulagem avaliada, entre
eles: leite pasteurizado (2 unidades), leite UHT
(4 unidades), leite em pó (34 unidades), iogurte
( 7 2 u n i d ades ) , os queij o s M i n as frescal ( 5
unidades ) , Minas padrão (9 unidade s ) , Minas
artesanal ( 8 unidades ) , Cottage (2 unidades),
q u e ij o ralado ( 1 2 u n i d ad es ) , req ueij ã o (4
unidades) , manteiga ( 1 5 unidades), doce de leite
em pasta (9 unidades) e em barra (9 unidades).
Cada um dos produtos teve o seu rótulo
avali ad o quanto às i nformações obrigatórias
c o n t i das n o p ainel p ri n c i p al e n o p ainel
s e c u n d ári o , d e acordo c o m as no rmas de
r o t u l agem v i gentes no p a ís , e u m a relação
percentual de c oncordância com essas normas
foi estabelecida.
3 . RES ULTAD O S E D I S C U S S Ã O
De acordo com a aval i ação realizada, a
maioria dos produtos apresentaram informações
o b ri gatórias adequadas c o m o ex i g i d o p e l a
legislação. O s produtos que apresentaram maior
irregularidade na rotulagem foram o queijo Minas
artesanal, a manteiga e o doce de leite em barra.
A falta de i nformações no painel secun­
dário foi mai s comum que no painel principal.
A ausência de informações obrigatórias no painel
p r i n c i p al d o s p r o d u t o s avaliados ( 5 % ) se
c o n s t i t u i u o problema mai s grave devi d o à
i m p o s s i b i l i dade de identifi c aç ão do produto
quanto à sua denominação (8%), marca (6%) e
conteúdo l íq u i d o ( 6 % ) . Painéis s e c u ndários
incompletos constituíram o principal problema
nos rótulos avali ados ( 1 4%) e, com relação às
informações conti d as nestes painé i s , os pro­
bl emas mais graves o b s e rv a d o s fo ram os
relativos à ausência da data de fabricação ou
prazo de validade do p roduto ( 1 2 % ) , ausência
da lista de ingredientes ( 1 2 %), da composição
centes imal (48 % ) , da decl aração n u tricional
normal ( 4 7 % ) e c o m p l e men tar d o p r o d u t o
( 7 6 % ) , ausência da razão social d o estabele­
cimento industrial onde o produto foi elaborado
( 1 0%), bem como a ausência de registro do produto
nos órgãos de vigilância e inspeção competentes
( 1 4%) e, finalmente, a ausência de serviços de
atendimento ao consumidor ( 1 4%).
A ausência de informações obrigatórias e
complementares no ró tulo de um produto, ou
mesmo a ausência completa d a r o t u l agem,
prej u dicam gravemente o consumidor, uma vez
que dificulta ou torna impossível o conhecimento
do produto, a segurança de seu consumo e o
estabeleci mento de uma ponte de contato entre
este consumidor e o estabelecimento produtor em
casos de neces s i dade . O prej uízo também é
verificado para a indústria, uma vez que dados como
número de lote e data de validade, funcionam como
proteção par ao fabricante. Quando ocorre algum
problema acidental na fabricação, o número do
lote permite a identificação do produto e s ua
retirada do mercado.
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO N A C I O N AL DE L ATi C í N I O S
basic information. A larger control of labelling
as w e l I as an e n l i gh te n m e n t w ork of the
consumers and manufacturers are necessary to
assure the quality and security of dairy products.
Key-words: Labelling, dairy products.
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS
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de Alimentação . Compêndio da legislação de
C o ns o l i d a ç ã o d a s N o r m a s e
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do consumidor. Reunião de 30. 1 0 . 1 996. 14p .
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JORGE, L . I . F. ; S ILVA, M . L . P. Ava liação
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Paulo, Ed. Parma. 1 996.
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Embrapa Agroindústria de Alimentos. Rio de
Janeiro, Documentos, 3 3 . Março, 1 99 9 . 39 p .
9. SILVEIRA, N. V. V. Legislação de Alimentos:
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Anais do X I V Congresso Brasileiro de Ciên­
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, NATIONAL RESEARCH CONCIL,
1 I.
Recommended dietary allowances. Washington,
D.C., Nacional Academic Press, 1 9 89.
__
_
•
4. C O N C L U S Ã O
_
_
_
•
•
AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DA FABRICAÇÃO DE QUEIJOS PRODUZIDOS COM
ADiÇÃO DE TRANSGLUTAMINASE*
U m m a i o r controle d a r o t u l agem d o s
produtos lácteos comercializados na regi ão de
Viçosa é necessário, bem como um trabalho de
esclarecimento dos consumid ores e dos fabri­
cantes da regi ão. Esse esclarecimento é indis­
pensável para que os consumidores exij am e
garantam seu direito a uma informação adequada
a respeito dos alimentos que estão consumindo,
garantindo assim a qualidade e a segurança dos
produtos lácteos.
Vield evaluation of cheese produced with transglutaminase
Luciana Leal de Oliveira 1, Mauro Mansur Fu rtado 2
Sebastião César Cardoso 8randão3
RESUMO
A enzima transglutaminase tem despertado interesse na indústria láctea internacional
pelo seu potencial em aumentar o rendimento tecnológico da fabricação de queijos, dev!? o
a uma maior retenção de água e possivelmente de proteínas solúveis na estrutura do queiJO.
Este trabalho avaliou o efeito da adição de uma determinada quantidade desta enzima ao
leite destinado à fabricação de queijo Minas frescal, observando as possíveis variações no
rendimento tecnológico e suas prováveis causas.
Palavras chave : Rendimento, transglu taminase.
SUMMARY
Labelling i s extremally important for the
c o n s umer because it gives n u tr i t i o n a l and
c o m p o s i ti on al i n format i o n s about p ro d u cts .
This work was carrie d o u t to e v al u at e the
labell ing of dairy products co mmercial ized in
Viçosa-MG. A total of 1 85 products of different
marks were eval uated in 20 c o m mercial
establishments. The most common problem of
labelling was related to the absence of obligatory
b ra s i l e i ra . Revis t a H i g i e n e
Alimentar, v. 1 4, n. 73, p. 2 1 -27. Junho, 2000.
6. M O S Q U I M , M. C. R o t u la g e m . S I LE M G
Notícias. Informativo do Sindicato da Indústria
a l i m e n tíc i a
*
1
2
3
Ó rgão Financiador: CAPES
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
Doutoranda - Departamento de Tecnologia de Alimentos/UFV - lIeal @ alunos. ufv.br.
Professor Adj unto - Departamento de Tecnologia de Alimentos/UFY.
Professor Titular - Departamento de Tecnologia de Alimentos/UFY.
Pág . 1 47
Pág. 1 46
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
1 . INTRODU Ç Ã O
A enzima transglutaminase obtida a partir
de fu n g o s vem s e n d o c o n s i derada i n t erna­
cional mente como um ingrediente inovador na
i n d ú s t r i a d e a l i m e n t o s (ZH U e t al . I 9 9 5 ) ,
t o rnando p o s s ível a u n i ão d e p roteínas que
normalmente não possuem condições de ligação
e um maior aprisionamento de água na estrutura
protéica (AJINOMOTO, s . d . ) .
N a i nd ú s tria l áctea e l a t e m despertado
interesse pelo seu potencial de possibilitar um
aumento s i g n i ficativo d o re nd imento tecno­
lógico da fabricação de queijos, devido a uma
maior retenção de água na estrutura protéica e
também por um possível efeito de retenção de
p ro teínas do s o ro ( I K U R A et al . , 1 9 8 1 ,
KURAISHI et aI . , 1 9 97, HAN et aI. 2000).
A tranglutaminas e é capaz de induzir a
formação de ligações cruzadas entre proteínas e
peptídeos, fazendo a transferência de grupa­
mentos acil e introduzindo l igações covalentes
e n t re estes e também entre várias aminas
primárias e moléculas de água (MILO, 2000 e
ZHU et aI ., 1 995 e IKURA et aI . , 1 9 8 1 ) . Esse
e fe i t o c o m p r o v adamente apresentaria bene­
fícios à indústria láctea por possibilitar um maior
aproveitamento do leite durante o processo de
fabricação de queijos.
O objetivo des te trabalho foi de aval iar
experimentalmente o efeito da utilização da TG
sobre o rendi mento da fabricação de queijos,
determinando se este efeito seria o resultado de
um aumento na i n c o rp o ração de prote ínas
s o l ú ve i s à c oal hada o u d e u m aumento d a
retenção d e umidade na rede protéica. O queijo
escolhido para a avaliação inicial deste efeito
fo i o M i n as Fre s c a l , d e v i d o à fac i l i d ade de
reprodução das s uas condições de fabricação em
l aboratóri o .
2. MATERIAIS E MÉTODOS
o
procedimento de elaboração do queij o
Minas frescal foi realizado experimentalmente
em laboratório até o momento da determinação
do p o n t o de enformagem, s e g u n d o t é c n i c a
descrita por FURTADO e LO URENÇO-NETO
( 1 994), empregando-se 2 unidades da enzima
por grama d e cas eína c o n t i d a no leite da
fabricação, c o n fo rme dados s ugeri d o s e m
l iteratura ( v e r referênci a). Foram aval i ados 4
tratamen t o s , s e n d o um tratamento c o n trole,
sem adição da mesma e três tratamentos com a
adição da enzima, constituídos por três diferentes
ordens de a d i ç ã o da e n z i ma ao l e it e : TG
adicionada ao leite mantido a 5°C por 4 horas
antes da coagu l ação, TG adici onada ao leite
i mediatamente antes d a c o ag u l aç ã o , TG
ad icionada ao leite i me d i atamente depois d o
corte da massa. Foram feitas quatro repetições
por tratamen t o .
Para avali ar os aspectos tecn ológicos d a
fabricação foram analisados o leite empregado
na fabricação, o soro e a massa obtidos após a
coagulação . O leite da fabricação foi padronizado
para uma relação caseína/gordura de 0,74. Além
das análises composicionais do leite, massa e
s oro ( PEREIRA et aI . , 200 1 ) , foram também
re al i z a d a s a d e t e r m i n a ç ã o q u a n t i t a t i v a de
a-Iactoalbumina e p-Iactoglobulina no soro por
CLAE u t i l i za n d o - s e c o l u n a de fas e reversa
(ZU N IGA, 2000) e a estimativa do rendimento
tecnológico p ara cada tratamento.
O ex perimento fo i p l anej ad o como u m
delineamento e m blocos casualizados e o s dados
obtidos foram submetidos à análise de variância.
As méd i as d o s tratam e n t o s e l ab o rad o s c o m
adição da enzima foram comparadas àquelas d o
tratamento controle p o r meio do teste d e Dunnet
e também foram comparadas entre si por meio
do teste de Tukey.
3. RESULTA D O S E D I S C U S S Ã O
A N A I S DO X I X C O N G R ESSO N AC I O NAL D E LATiC í N I O S
C h e m . , v.45, n . l l , p . 2 5 8 7 -2592, 1 9 8 1 .
The enzyme transglutaminase has been
waking up i nterest i n the i nternational dairy
.i n d u s try for i t s p otenti al i n i n c reas i n g the
technological yield of cheesemaking, due to a
retention of water and soluble proteins in the
cheese structure. This work studied the effect
of the ad d i t i o n of a certain amount of t h i s
enzyme t o the m i l k fo r pro d u ct i on o f M i n as
frescal, observing p o s s i b l e v ari at i o n s i n the
technological yield and its probable causes.
Key-words : Yield, transglutaminase .
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS
1 . A J I N O M O T O . P rop r i e da d e s básicas da
transglutaminase. B oletim técnico; s . d .
2 . FURTADO, M . M . ; LOURENÇO NETO, J .
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p a ra a p ro du ção i n d u s t ri a l de q u e ijos. S ão
Pau l o : Dipemar, 1 994. 1 1 8p .
3 . H A N , X . Q . ; S PRADLIN, J. E. Process fo r
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6.093 . 424. Kraft Foods Inc., 2000.
4. IKURA, K.; YOSHIKAWA, M.; SASAKI, R.;
CHIBA, H . In corpora tion of amino a cids into
Os resultados indicaram que a utilização da
enzima na proporção de 2 unidades por grama
de caseína nas ordens de adição avaliadas, não
foi capaz de alterar o rendimento tecnológico
da fa bri c a ç ão em re l aç ã o ao tratame nto
controle. O tratamento o n d e a e n z i m a fo i
adicionada 4 horas antes da fabricação favoreceu
uma maior perda de p-Iactoglobulina no s oro
e m relação aos demais tratamen t o s , e fe i t o
obs ervado na a n á l i s e de cromatografi a p e l o
aumento do teor' desta proteína no s oro obtido
após a coagulação.
•
5. KURAISHI, C . ; SAKAMOTO, J . ; SOEDA, T.
produ cing
P r o c e s s fo r
t ra n s g l u ta m i n a s e . U n i t e d
cheese
u s ing
S t ates Patent, n°
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7. PEREIRA, D. B . C.; S ILVA, P. H. F. ; COSTA
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Analíticos. Templo Gráfica e Editora Ltda. Juiz
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8. ZHU, Y. ; RINZEMA, A . ; TRAMPER, J . ; BOL,
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9 . Z U N I G A , A . G . ; FER R E I R A , R . C . ;
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ca ção de proteínas do s o ro de q u e ijo através
de c r o m a to g rafia líq u i da de fa s e re v e rs a .
Revista do Instituto d e L a t i cínios
C â n d i d o Tos t e s , v. 5 4 , n. 3 1 6 , p. 1 7 - 2 1 ,
2 0 0 0.
•
•
•
•
•
ESTUDO DA CINÉTICA DE ADSORÇÃO DE a-LACTOALBUMINA E
�-LACTOG LOBULlNA EM R ESINA DE TROCA IÔNICA EM TANQUES AGITADOS*
Kinetic study of a-Iactoalbumin and �-Iact oglobulin adsorption in ion
exchange resin in agited bath
Renata C. F. Bonomo1 , Luis A. M i n i m2, Rafael C . I . Fontan3,
Jane S . R. Coim bra2, Sergio H. Saraiva1
4. C O N C L U S Ã O
A partir dos resultados apresentados pode­
se co n c l u i r q u e , na q u a n t i d a d e t e s t a d a , a
transgl utaminase não fo i capaz de provo car
o a u m e n t o do re n d i me n t o t e c n o l ó g i c o no
p r o c e s s o d e fab r i c a ç ã o do q u e i j o M i n a s .
A s s i m , s uj e re-se q u e n o v a s p r o p o r ç õ e s d a
e n z i m a e m r e l a ç ão à q u a n t i d ad e i n i c i a l d e
caseína no leite sej am avaliadas, bem como
seus e fe i t o s s o bre as p ro p ri e d a d e s fi s i c o ­
químicas , sensoriais e reológicas e m diversos
tipos de queijos e a viabilidade econômica de
seu emprego.
food proteins by transglutaminase. A gric. BioI.
S U M M ARY
RESUMO
N o presente estudo foram realizados experimentos em banho fi nito e simulações
computacionais, com a finalidade de obter os parâmetros necessários para o projeto de
processos de separação e purificação das proteínas a-Iactoalbumina e p-Iactoglobulina.
Verificou-se que o modelo de transferência de massa com difusão nos poros, representou
adequadamente os resultados obtidos experimentalmente.
*
2
3
Orgãos Financi adores: C NPq/PADCT III, Fapemig, Capes.
Trabalho realizado no Laboratório de Processos de Separação/Departamento de Tecnologia de Alimentos
(DTA)/Universidade Federal de Viçosa (UFV) M G - Brasil .
Professores da UESB/B A .
Professores do DTA/UFV/MG.
Aluno Engenharia de Alimentos/ UFV/MG. e-mail lminim @ mail .ufv. br
Pág. 1 48
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
1. I N T R O D U Ç Ã O
A N A I S D O XIX C O N G R ESSO NACIONAL D E L AT i C í N I OS
A n á lise de Proteínas
A cromatografia é um poderoso método
de separação, pois pode promover, facilmente,
a separação indivi dual de vários componentes
de uma mistura, sob condições experimentais,
em que as duas fases de um sistema estão sempre
p r O X l mas do e q u i l íbri o , dada a rápida
trans ferê n c i a de massa ( G U IO C H O N e t aI . ,
1 994). Atualmente, process os d e adsorção s ão
definidos como o enriquecimento de um ou mais
c o m p o n e n t e s em u m a r e g i ã o i n t e r fa c i a l .
O s processos cromatográficos formam a parte
central de muitas operações de puri ficação de
proteína. Entre estes, a cromatografia de troca
i ô n i c a baseada n as d i ferenças d e carga na
superfície é geralmente um método confi ável .
As operações de purificação incluem passos de
ad s o rç ã o , l avagem, e l u i ç ã o e regeneração
(HABBAB A e Ü LGEN, 1 997). O uso de modelos
matemáti c o s p ara d e s c rever fen ô menos
existentes em engenharia objetiva a redução de
custos e aumento da rapidez de obtenção dos
resultados. O emprego de métodos matemáticos
para s i m u lação e análise de processos é uma
t é c n i c a de p ot e n c i al rec o n he c i d o , mas s ó
recentemente despertou maior interesse, devido
ao aparecimento de métodos matemáticos mais
s o fi s t icados e, principal mente, ao desenvol­
vimento de computadores que permitem a solução
de p roblemas em tempo rel ativamente curto.
No presente estudo, a-lactoalbumina (a-la) e
p-lactoglobulina (P-lg) presentes no soro de queijo
foram escolhidas como as proteínas modelo e as
c i n é t i cas de ads o rção das p ro teínas foram
estudadas para experimentos em banho finito e
simulações computacionais com a finalidade de
obter os parâmetros necessários para o projeto
de processos. Foi empregado um modelo similar
ao proposto p o r H O R S TM A N N e C H A S E
( 1 9 89 ) , no estudo da adsorção de proteínas em
resinas trocadoras de íons. Este modelo inclui a
transferência de massa na partícula, a difusão nos
poros e a taxa de reação na superfície da partícula.
Os testes para determinação da cinética de
adsorção foram conduzidos em tanques agitados,
utilizando-se os valores de p H e força iônica
previamente selecionados. Foram colocados 40 mL
de sol ução do isolado protéico (fração em peso
1 %), prev i amente anal i s ad a por CLAE, em
um béquer de 1 00 mL, e deixada sob agitação
p o r 1 0 m i n u t o s . P o s t e ri o r m e n t e , fo ram
a d i c i o n a d o s ao s i s t e m a 30 mL de s o l u ç ã o
tampão contendo 3 g de adsorvente,
previamente condicionados. E m seguida, foram
c o l etadas alíquotas de 0 , 5 mL em fi l t r o s
serin gas , e m i n terv a l o s d e t e m p o s preesta­
beleci d o s . As alíqu otas foram anal i sadas por
CLAE, de acordo com a metodologia descrita
anteriormente. To d os os ex peri mentos foram
realizados em duplicatas .
2. MATERIAL E MÉTODOS
Estimação d o s p a râm etros
M a te r i a l
O s model o s adi men s i o n a i s para a fase
líquida e para a partícula são, respectivamente,
As proteínas utilizadas foram a-la ( Massa
molar 14200 Daltons) e f}-lg (Massa molar 32000
Daltons) , presentes em uma solução de isolado
p ro t é i c o d e s oro d e q u e ij o em p ó . A re sina
utilizada foi a Accel Plus QMA (Waters®), um
adsorvente aniônico com grupo de troca iônica
amino q uaternário .
=
=
No presente trabalho, as proteínas a-la e
p-lg foram quantificadas simultaneamente por
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)
em fase reversa. Todas as soluções e amostras
foram filtradas em filtro de membrana de acetato
de celulose de 0,2 mm (DURAPOR) . Amostras
de proteínas de 20 ).lL foram injetadas em uma
coluna de fase reversa (C- 1 8, 25 cm - Shimadzu®),
equilibrada com uma solução de cloreto de sódio
0, 1 5 M, pH 2,5 (solução A) e aceotnitrila 1 00%
(solução B ) . As proteínas foram eluídas com um
gradiente formado pelas soluções A e B, com
uma vazão de 1 ,0 mL/min . O tempo de eluição
foi de 33 min, com a absorbância medida a 2 1 0
11m em detector d e feixes d e diodo (Shimadzu®),
e a coluna mantida à 40°C. A integração dos
picos foi realizada por meio de um controlador
SCL- I 0AVP (Shimadzu O ) . As concentrações de
cada proteína foram determinadas pelas das áreas
d o s s e u s p i cos p o r mei o de u m a c u rv a de
calibração.
D e terminação das cinéticas de adsorção em
tanque a g i t a d o
de,;
d1:
1: = 0
=
_
3v
V
B( e*b
- e* )
P
(1)
1: = 0 =
=0
1': =1 =
e;
1: > 0
r
0
3 . RESULTA D O S E D I S C U S S Ã O
(4)
Vr*
ae; = 0
a/
ae; B( e* - e* )
a/
b
(5)
P
e m q u e v ( m L ) é o v o l u m e d e a d s o rv e n t e ;
V (mL) , o volume de líquido da fase externa;
R (m), o raio d a partícula; kf, o coeficiente de
transferência de massa (m/s), Ep é a porosidade
da partícula; Cp a concentração de proteína no
'
interior da p artícula ( mg/mL ) ; q Ol ' a concen­
tração de p roteína na fase sólida (mg/g ) ; P r , a
densidade da p artícula (g/mL ) ; C h , a concen­
tração d e p roteína na fas e líquida ( mg/mL ) ;
Co' a concentração inicial d e proteína (mg/mL);
Dcr' o coeficiente de difusão intrapartícula (m2/s);
t , a variável temporal (s); e r, a variável espacial (m).
O modelo adimensional de adsorção em
tanques agitados, em conj unto com as respec­
tivas condições iniciai s e condições de contorno
(Equações 1 a 5), solucionado usando o método
de diferenças finitas centradas no espaço e um
p a s s o à fre n t e no t e m p o . E s s e s i stema de
equações foi resolvido pelo método de Gauss­
Sidel. Os valores de kf e DC f foram estimados por
meio d e u m p ro grama em Fort ran u s ando o
método de programação quadrática s uces siva
(rotina D NCONF-IMSL).
=
Q uadro 1 - Val ores calculados para os coeficientes de transferê ncia de massa no fi l me ( k r) e
difusão nos poros do adsorvente (D Cf)' referentes aos ensaios de adsorção em tanques
agitado s .
(mg/mL)
(2)
O comportamento cinético das proteínas
de a-la e p-lg, presentes em uma solução de soro
de queij o b o v i n o , foi estud ado p or meio de
experimentos real i zados em tanques agitados .
A Figura 1 mostra os resultados experimentais
para a adsorção simultânea de a-la e p-lg, para
uma concen tração i n i c i al de 3 . 0 5 mg/mL e
9 . 57 mg/mL, respectivamente. Observa-se uma
elevada taxa de adsorção nos 5 minutos iniciais
d o p roce s s o , e apro x i madamente após este
perío d o p o u c a variação d a concen tração foi
evidenciada. Este resultado indica que o sistema
atinge rapidamente o equilíbrio . O rendimento
de adsorçào , definido como a rel aç ão entre a
quantidade de proteína adsorvida e a quantidade
de proteína total na solução inicial, foi de 45%
e 1 5 %, para as proteínas p-Ig e a-la, respec­
tivamente . Estes res u l tados ind icam a maior
capacidade de adsorção da proteína p-Ig quando
comparada com a proteína a-la, provavelmente
dev ido à maior h i drofob i c i d ade da s egunda.
N o Quadro 1 são apresentados os parâmetros de
transferên cia de massa kr e D o[ . A o rdem de
grandeza do valor estimado para Def é maior
que aquele obtido por HAB B AB A e Ü LGEN
( 1 9 97), para B S A (D cr 1 . 09x l O- l l m2/seg),
tal v e z d e v i d o à d i fe r e n ç a de m as s a m o l ar
( B S A 66 KDa) entre as proteínas e também à
estrutura elipsóide do BSA, que pode dificultar a
penetração e a difusão do composto nos poros
da p artíc u l a . De acordo c o m H A B B A B A e
Ü LGEN ( 1 9 9 7 ) , e m b a i x as c o n c e n tr a ç õ e s
i niciais de adsorvato, a adsorção n ã o e s t á em
níveis de capacidade máxima do ad s o rvente,
razão pela qual o mecani s mo de interação é,
p rovavelmente, men o s c o mplexo (principal­
m e n te q u a n d o s e t r ab a l h a com m i s t u ra s ) .
Em concentrações elevadas, os efeitos do não­
e q u i l íb ri o , c o m o a i n teração p ro teína­
proteína, e o u tros efei t o s n ão - i de ai s , como
i m p e d i me n t o e s t é r i c o , p o d e m ser m u i t o
s i gn i fi c at i v o s , v i s t o q u e p o d e m p ro v o c ar a
redução de kj' dado o aumento da concentração
inicial.
a-lactoalbumi na
p-lactoglobulina
3,05
9,47
P á g . 1 50
k f (m/s)
D e f (m 2/s)
2.48x 1
7 , 90x l O - 6
3,37x l O- l O
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O N AC I O NAL DE LATiC í N I O S
1 .0 e-------�
0.9
AVALIAÇÃO DA D ESSORÇÃO D E (X-LACTOALB UMINA E �·LACTOGLOB ULlNA
USANDO CROMATOGRAFIA D E TROCA IÔNICA D E ALTA RESOLUÇÃO*
(l
��-Q----�----�---- ----�
0.8 •
Desorption of (X-Lactalbumin and �· Lactoglobulin of Whey Using High
Performance lon Exchange Chromatography
0.7
o
o
Õ
0.6 "
•
Abraham D. G i raldo-Zunigal , Jane S. Reis Coi m bra2,
0.5
L u ís A M i ni m2, Val éria . P. R M i ni m 2
0.4
RFBUMO
0.3
No presente trabalho foi desenvolvido um procedimento em escala semi-preprativa
para o isolamento das proteínas do soro de queijo a-lactoalbumina (a-Ia) e �-lactoglobulina
(�-lg) . Para tanto foi utilizado o sistema AKTA purifier®, equipado com a coluna HR 1 0/ 1 0
empacotada com a resina trocadora d e ânions AcceIl Plus QMA® . O s resultados mostraram
que houve uma adsorção seletiva de a-Ia e b-lg (35,05% a-Ia e 6 1 ,08 % de �-lg) . Para a
dessorção das proteínas foram testadas diferentes sol uções tampão como fases móveis,
assim como diversos tipos de gradientes. Nesta etapa foram obtidas várias frações contendo
a-la e �-lg em diferentes proporções . O emprego de acetato de sódio e água levou à
obtenção de duas frações, a primeira contendo 35,5 1 % de a-Ia e 63% de �-lg e a segunda
9,92% de a-la e 85,65% de �-lg.
0.2
0.1
0.0
o
10
50
40
30
20
Tempo (min)
Figura 1 - Ads orção de a-la e �-lg na resina Accel Plus QMA ®: comparação entre os valores
experimentais e calculados pelo modelo
4. C O N C L US Õ E S
Uma das maiores vantagens da modelagem
matemática é o seu uso para predizer os efeitos
das mudanças nos vários parâmetros do sistema
na performance de um sistema particular por meio
de simulações, o que permite uma redução de custo
e tempo operacional. O coeficiente de difusão nos
poros (Dcf) ' ( 1 ,67 x 1 0- 1 0 e 3,37 x 1 0- 1 0) m2/s para
a-la e �-lg, respectivamente, foi de ordem de
grandeza maior que os observados para B SA, na
mesma resina. O modelo de transferência de massa
c o m difu s ão nos p oros represento u , adequa­
damente, os resultados obtidos experimentalmente.
S UM M A RY
In the present s t u d y experi ments were
p e rfo rmed in fi n i te bath and c o m p u tati o n al
simulations to obtain the necessary parameters
to process separation design and purification of
•
( o -7
�-lg e o
-7
a-Ia).
a-Iactoalbumin and j3-lactoglobulin proteins . It
has been verified that the fitted parameters by
using the mass transfer model with diffusion into
the p o r o u s is i n g o o d agreement w i t h the
experimental data.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1. I N T R O DU ÇÃ O
A a - I a c t o a l b u m i n a ( a - l a ) e a � - l ac t o ­
globulina (�-lg) são a s proteínas presentes e m
maior quantidade no soro d e queijo e constituem
cerca d e 7 0 % d o conteúdo protéico t otal do
soro (MORR e HA, 1 993). A a-la é uma fonte
p r o t é i c a adequada para a formul ação de
alimentos infantis devido ao seu elevado valor
nutricional, alta digestibilidade e baixo potencial
alergênico quando comparada com a �-lg. A �-lg é
também de grande valor nutritivo e pode ser
usada para a fortificação de bebidas e sucos de
fru t a s , d e v i d o a sua grande s o l u b i l i dade e
estab i l i dade . Preparad o s enzi máticos h i dro­
l isados com �-lg são usados como suplemento
para convalescentes, já que muitos peptídeos da
j3-lg p odem s er ab sorv i d o s d i retamente p e l o
intestino (GRASSELLI e t a I , 1 997). Devido à s
características destas proteínas, vários estudos
têm sido feitos a fim de isolá-las ou purificá-las
(YOSHIDA, 1 99 0 ; YE et aI, 2000 ; GIRALDO
ZUNIGA, 2000, FERREIRA, 200 1 ) . Um outro
elemento a considerar para a recuperação destas
proteínas é a elevação da produção de soro no
B rasil, aproximadamente 3 milhões de toneladas
em 200 1 , gerando em torno de 240 mil kg de
p ro te ínas ( A N UALPEC , 200 1 ) . Nas ú l ti mas
décadas, tem aumentado o i n tere s s e nas
separações por meio de técnicas cromatográficas
devido, dentre outros, ao desenvolvimento da
indústria biotecnológica e às necessidades das
indústrias farmacêutica e química por produtos
com alto grau de p u reza (GER B ER D I N G e
B YERS , 1 998). A cromatografia de troca iônica
satisfaz este req u i s i t o além de c o n s ervar as
características naturais dos compostos separados
(NIVEN, 1 995). Neste estudo foi desenvolvido
uma técnica, em escala semi-preparativa, para
o fracionamento das proteínas do soro de queijo,
especifi c amente da a-Ia e � - l g , na qual fo i
empregada a resina de troca aniônica Accell Plus
QMA ® p a r a a d s o rç ã o d a s p ro t e í n a s a l v o .
A eluição dessas proteínas d o trocador aniônico
levou à obten ç ão de frações c o m d i ferentes
composições de a-la e �-lg.
•
*
1
2
Agradecimentos: ao CNPq/PADCT I1I, Fapemig e ao PEC/PG pelo apoio financeiro.
Laboratório de Processos de Separação/Departamento de Tecnologia de Alimentos (DTA)/Universidade Federal
de Viçosa (UFV) MG Brasil
Estudante de Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos / DTA - UFV - Bolsista do PEC/PG.
Professores do DTA/UFV.
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
2. M ATERIAL E MÉTODOS
2 . 1 . Equipamento
o eq u i p amento u t i l i z ado no presente
trabalho fo i o s i stema c romatográfico à KTA
purifier® (Pharmacia, Sweden), compostos por
du as bombas d osadoras, um mis turador, uma
válvula de injeção , um detector, controlador de
pH, sistema de controle e um coletor de frações .
O s i s te ma foi monitorado via software
UNICORN®. A coluna empregada foi a HR 1 0/1 O
( 1 cm de di âmetro x 1 0 cm de comprimento)
( Pharmacia), empacotada com a resina AcceIl
Plus Qma® (Waters) , composta com grupos de
t roca ani ô n i c a ( amino quaternári o ) qu imica­
mente l igados à matriz. Este grupo apresenta
tamanho nominal de partículas na faixa de 371lm
a 55 mm e tamanho de poros de 500 Á .
2 . 2 . A c on d i c i o n a m e n t o d o S oro de Qu eijo
e Adsorção das Proteínas
Para a adsorção das proteínas foi empre­
gada a condição determinada como ótima por
FERREIRA (200 I) em uma coluna de menores
proporções (0,5cm de diâmetro x 0,35 cm de
c o mpri ment o ) : u m a s o l u ção d e I % ( fração
mássica) de isolado protéico de soro em pó, IPS
Tabela 1
.
1
2
3
-
3
4
2 . 3 . C ondições de D essorção das Pro teínas
Após a lavagem da col una, as p roteínas
foram dessorvidas usando diferentes tipos de sais
e de gradientes de força iônica. As Tabelas I e 2
mostram as fases móveis A e B e as p rogra­
mações dos gradientes utilizadas .
2 . 4 . Análise das Frações Eluídas na Dessorção
Para cada tipo de sal e de gradiente, as
fraç ões recolhidas no coletor foram fi ltradas
(acetato de celulose de 0,4 Ilm) e quantificadas,
em dupli cata, p or cromatografi a de exclusão
molecular (CEM) usando também o s i stema
à KTA purifier®, com coluna Superdex® HR 75/30
(Pharmacia), eluição isocrática, fase móvel com­
posta por tampão fosfato pH 7 + NaCI 0,05 M,
Fase Móvel A
F a s e Móvel B
Tampão Tris-HCL 0,05M pH 7 , 6
Tampão Tri s-HCL 0 , 0 5 M pH 7 , 6
NaCI 1 M
+
A
Programação dos gradientes usados na dessorção das proteínas .
. Número
2
(Davisco Foods, U S A ) , preparada em tampão
Tri s - H CL 0 , 0 5 M e p H 7 , 6 e fi l trada e m
me mebrana de acetato de c e l u l o s e (0,4 m m ) .
As amos tras fo rma i nj e tadas u s an d o u m
"S uperI o op" (Pharmacia) de 200 m L . A p ó s a
saturação da coluna, esta foi l avada com água
deionizada, filtrada e degaseificada, para retirada
do material não adsorvido. O tempo de saturação
e l avagem da c o l u n a foi d e term i n a d o
experimentalmente.
Sais empregados na dessorção das proteínas usando gradiente.
Sistema
Tabela 2
ANAI S DO XIX C O N G R ES S O N A C I O NAL DE LAT i C í N I O S
G r a d i e n te
Início com 90% de A e 1 0% de B, 65% de A e 35% de B após 37 minutos, 100%B
e O%A após 85 min, 1 00%A e O%B após 1 22 mino
Início com 90% de A e 1 0% de B, 72% de A e 28% de B após 57 minutos, 61 % de
A e 39% de B após 1 09 minutos, 40% de A e 60% de B após 1 53 minutos, 0% de
A e 1 00% de B após 1 90 minutos, 1 00% de A e 0% de B após 2 1 9 mino
Início com 95% de A e 5% de B , 90% de A e 1 0% de B após 15 minutos, 85% de
A e 1 5% de B após 29 minutos, 80% de A e 20% de B após 44 minutos, 75% de A
e 25% de B após 59 minutos, 70% de A e 30% de B após 87 min, 65% de A e 35%
de B após 95 minutos, 60% de A e 40% de B após 203 min, 55% de A e 45% de B
após 2 1 0 minutos, 50% de A e 50% de B após 2 1 7 min, 40% de A e 60% de B após 223
minutos, 0% de A e 1 00% de B após 230 min, 1 00% de A e 0% de B após 260 mino
Início com 90% de A e 1 0% de B (pH 5), 65% de A e 35% de B (pH 4) após 47
minutos, 0% de A e 1 00% de B após 1 72 minutos, 1 00% de A e O % de B após 2 1 5
minutos .
vazão da fase móvel de 1 mL/min, temperatura
ambiente (28°C), volume de injeção de 1 00 IlL
e comprimento de onda de 2 1 0 nm. Os regentes
empregados foram de grau analítico e a água
d eionizada, filtrada e degaseificada.
diversas proporções de a-la e �-Ig das frações
dess orvidas nas diferentes condições testadas .
Na maioria dos casos, a eluição das frações foi
conduzida em em baixas concentrações de sal, o
que é uma vantagem pois poderá ser eliminada do
processamento uma etapa para retirada de sal.
3 . RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
Na atual pesquisa foi observada, além da
adsorção da a-Ia e da �-Ig, a adsorção de traços
da albumina de soro bovino (B SA) na coluna ao
ser usada uma solução de NaCI 1 M na etapa de
dessorção, para obter uma única fração protéica.
A quantificação foi feita por CEM.
3.1. Dessorção e Fracionamento das Proteínas
A saturação foi atingida após a passagem
de 40 mL da solução de 1 % de IPS através da
coluna, como apresentado na Figura 1 para a a-la.
A curva de ruptura foi construída com os teores
protéicos do eluente na saída da coluna obtidos
p o r cromat o grafi a l íq u i d a de fase re versa
(HPLC-RP; GIRALDO-ZU N IGA et aI . , 2000).
As amostras foram coletados em intervalos de
1 mino Na eluição foram empregados gradientes
de força iônica do tipo "passo" ou "degrau",
que p odem ser facilmente escalonados (HAHN
e t aI . , 1 9 9 8 ) . A Figura 2 aprese nta, p ara
ilustração, um dos cromatograma obtidos com a
aplicação dos diferentes tipos de sais e gradientes
na dessorção .
3.2. A n álise das Frações D ess orvidas
As fraç ões anal i s adas p o r CEM foram
compostas por a-la e �-lg, o que demonstra uma
certa capacidade desta condição para separação
das d uas prote ínas . A Tabela 3 apresenta as
20
10
Figura 1
-
30
50
40
Tempo (min)
70
60
Curva de ruptura para a a-la. Vazão:
1 mL/min .
N a tentativa de obter frações de a-Ia e
�-lg mais puras, utilizou-se uma combinação de
gradientes de pH e força i ônica (gradiente 4).
Foi empregado pH 5 para desorver as proteínas
com pl acima de 5, em seguida a força iônica foi
a u mentada e o p H d i m i n u í d o p ara 4, para
d e s orver as p ro teínas c o m pl ac i m a d e 4.
O s res ultados nestas condições assemelharam­
se àqueles obtidos sem utilizar o gradiente de
p H . D u as frações fo ram o b t i das , sendo a
p r i me i ra c o m p o s t a p or 1 9 , 4 8 % de a-la e
7 1 ,35% de �-Ig e a segunda fração por 1 2,59 %
de a-Ia e 78,4 % de �-lg. Na literatura foram
relatados estudos referentes ao isolame nto destas
pro teín as c o m frações c o m 7 3 % e 9 2 % de
mAU
Fração 1
Curva de Ru ptura
3000
f Fração 2
MO
2000
40
1000
20
50
Figura 2
-
100
150
200
250
mio
Cromatograma obtido utilizando o sistema 1 e o gradiente número 1 .
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ANAIS D O XIX C O N G R ESSO N AC I ONAL D E LAT I c í N I OS
Tabela 3 - Conteúdo de a-Ia e p-Ig nas diferentes frações obtidas .
1
1
2
2
2
3
3
2
3
1
2
3
1
2
35,3
74,5
26,2
1 4,5
36,73
35,5 1
20,94
43,7
40,64
82,33
27,92
40,7 1
9 ,92
2 1 ,6 1
20,2
48,03
°
52,4
33, 1
1 2,3
24,09
39,2
6,27
0*
1 3 ,22
1 2, 1
°
62, 1
1 5,84
73,4
82,3
63,05
63,0
79,0
54,2
55,7
1 1 ,32
65,4
5 8,95
85,65
7 1 ,53
70,8
5 1 ,7 1
99,9
46,9
64,8
79,5
72,47
5 8,59
93,7
1 00*
85,49
82, 1 8
1 00
F: fração; * : no sistema 1 e gradiente 3, entre as 8 frações obtidas F5, F6, F7 e F8 foram compostas por 1 00 de p-Ig.
pureza de a-Ia, usando volumes de amostras de
500 mL que são muito inferiores aos empregados
neste trabalho (MANJI et al. , 1 98 5 e G URGEL
et a1 . ,200 1 ) . A utilização de vol umes maiores
levou a res ultados comparáveis com os deste
trabalho, o u sej a frações contendo diferentes
percentuais de a-Ia e p-Ig (GERBERDING et
al . , 1 99 8 e HANH et al. , 1 99 8 )
4. CONCLUSÃO
A cromatografi a de troca i ônica usando
diferentes tipos de gradientes, mostrou-se efetiva
na separação parcial de a-Ia e p-lg do soro de
queijo.. Foram obtidas frações contendo a-la e
p-lg em proporções factíveis de uso na indústria
de alimentos como por exemplo para aumentar
a geleificação, rigidez ou viscoelasticidade dos
géis, como s ubstituto das proteínas individuais.
As frações contendo p-lg pura ou em concen­
trações e l ev a d as , p o d e m ser u t i l i zada em
produtos como bebidas energéticas e na clari­
ficação de bebi das dentre outras aplicações,
devido a sua alta digestibilidade e solubilidade.
SUMMARY
In the present work a semi-preparative
í o n - e x c h ange c h romatographic process was
developed for the isolation of a-Ia e p-lg. The
experiments were c arri e d o u t in an A KTA
purifier® system using a HR 1 0/ 1 O column packed
with Accell Plus QMA ® anion exchange resin.
D i fferent s o l u t i o n s as mobile p h as e s and
different types of gradients were tested in the
protein desorption experi men t s . The res u l t s
s howed a selective adsorption of a-la and p-lg
(3 5,05 % a-Ia, 6 1 ,08 % of P-Ig, and 3,86 % of
B S A ) . D e s o rpted fra c t i o n s w i t h d i fferent
contends of a-la and p-lg were obtained in the
different conditions. The use of sodium acetate
and water as mobile phase, for example, led to
two fractions in which one of them presented
35,5 1 % of a-la and 63 % of p-Ig and the other
one 9 ,92 % of a-Ia and 85,65 % of p-lg.
Keyword s : A n i o n exc hange chromato­
graphy, alfalactalbuin, betalactoglobulin
GURGEL, P. v., CARBONELL, R.G., SWAISGOOD,
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•
M íriam Aparecida Pi nto Vilela\ Patricia Rodrigues Rezende1
Josete Amadeu Almeida2, Leandra Medeiros3
RESUMO
o obj etivo
deste trabalho foi avaliar as condi ções higiênico-s anitárias d o queijo
"Minas" frescal produzido e comercializado por pequenos laticínios da cidade de Juiz de
Fora e região. Estudo foi conduzido no sentido da contagem de células viáveis, avaliação
da expres s ão das col ônias em ágar " B aird-Parker" ( B P) e identificação bioquímica de
l i nhagens de Staphy lo c o c c us s p . , através da produ ção da coagulase. P ara tal , foram
anali sadas 34 amostras de queijo "Minas" frescal durante o ano de 200 1 . Os res ultados
obtidos evidenciaram que um total de 2 amostras (5,88%) apresentaram cepas produtoras
de coagulase, porém em número inferior a 5x I 02UFC/g, indicando que estavam dentro dos
padrões b rasileiros vigentes (RDC n0 1 2, 200 1 ) . O restante das amostras apresentaram
ausência de estafilococos produtores de coagulase em .25 g.
p o l i e t i l e n o g l i co l - s a l : s ep a r a ç ã o de a - I a c ­
toalbum i n a e p - Ia c t o g l o b u l i n a d o s o r o de
q u e ij o e h id r o d i n â m i c a em u m extrator
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SUMMARY
The present work intended to evaluate the safety quality of "Minas" cheese produced
and marketed from small dairy plants of Juiz de Fora and region. The study was conducted
in the sense of the viable cells count in Baird-Parker agar and biochemistry identification
of Staphylococcus sp. For that, 34 samples of "Minas frescal" cheese collected in 200 1
were analysed. The results s howed that 02 samples ( 5 , 8 8 % ) had counting <5x l 02UFC/g
indicating that these were in according to the official standards legislation (B RAS IL,
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Aluna do c urso de Farmácia e B ioquímica/UFJF.
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PEQUENAS I NDÚSTRIAS DE LATiCíNIOS 11 JUIZ DE FORA · MG
a
" Microbiological quality of rising and well waters in small dairy plant 1 1Juiz de Fora, M G "
M íriam Aparecida Pi nto Vilela1 , Patricia Rodrigues Rezende1 ,
Josete Amadeu Almeida2, Juliana Ávi l a2
RESUMO
o presente
trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológica de águas
de nascentes e poços utilizadas por pequenas indústrias de laticínios da cidade de Juiz de
Fora, M G . Para isso, foram analisadas 30 amostras coletadas durante o anos de 1 999,
2000 e 200 1 . A análise microbiológica constituiu-se da determinação d o N úmero Mais
Provável de coliformes totai s , cuj a p resença, segundo a legislaç ão v igente ( B R A S IL,
2000), é indicativa de contaminação . Os res ultados obtidoS mostraram que 17 amostras
(56,66%) apresentaram índice condenatórios para coliformes totais , ou seja, presença em
1 00mL; destas, 8 8 ,23 % não sofreram nenhum tratamento de desinfecção .
SUMMARY
The present work intended to evaluate the microbiological quality of rising and well
waters used by small dairy plant of the Juiz de Fora, MG. For that, 30 samples collected
during the years of 1 999, 2000 and 200 1 were analyzed. The microbiological analysis was
performed for the determination of the Most Probable Number (NMP) of total coliforms,
whose presence, accordi ng to the official legislation (BRASIL, 2000), is indicative of the
contamination. The results s howed that 17 samples (56,66%) were above the offi c i al
s tandards for total colifo rms . Of these s amples, 8 8 ,23% didn ' t s uffer any disinfection
treatmen t .
..
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•
+
Q UALIDADE. S ENSORIAL E MICROBIOLÓGICA DO REQUEIJÃO TRADICIONAL E L1GHT
Sensorial and microbiological quality of trad itional & light " requeijão*"
Alberto Fi l h o Castro l , Michelle Melo Prestesl , Luciana Ribeiro1e2,
U lisses I mianovsky3, Mercedes Gabriela Ratto Reiter4
1. I N T R O DU Ç Ã O
O Mercado B rasileiro de requeij ão vem
apresentando crescimento nos últimos anos, no
ano passado a produção foi de 35 mil toneladas,
u m mercado que s o ma U S $ 1 6 1 mil hões .
O requeijão cremoso é um produto genuinamente
bras i l e i r o , p e rtencente à c l a s s e de q u eij os
proces s a d o s o u fun d i d o s , s u a c o n s i s tê n c i a
permi te s e r e s p a l h a d o c o m u m a fac a à
temperatura ambiente . Característica que pode
ser devido à ausência de uma matriz protéica
rígi d a c o m o res u l tado da fo rte agi tação e
homogeneização a qual é submetido durante o
*
2
3
4
processamento ( V É LEZRUIZ, e t a I. , 1 9 9 7 ) .
O tratamento mecân i c o é nece s s ário para
hidratar as p ro te ínas que, j u ntamente com o
tratamento térmico, tipo de coágulo, conteúdo
d e gord ura e sais fu ndente s , pH e tempo de
cozimento da massa, determinarão a textura do
produto final, reconhecida c omo um dos seus
atributos de qualidade. A composição básica do
requeij ão cremoso típico consiste em: 5 8 -60%
de água, 24-27% de gordura, 9 - 1 1 % de proteína,
1 -2% de carboidratos e 1 - 1 ,5% de NaCI, segundo
as normas vigente s . A l e g i s l ação também
Processed creamed cheese.
Acadêmicos Engenharia Química/FURB.
B olsista Lab. Análise S ensorial. IPT/FURB .
Ac adêmico Ciências Bi ológicas/FURB .
Profa. Depto Ciências Naturais, Coordenadora Labs. M icrobiologia, Microscopia e Análise Sensorial . IPT/
FURB . Instituto de Pesquisas Tecnológicas/ Universidade Regional de B lu menau.
ANAIS D O XIX C O N G R ESSO N A C I O N A L D E L AT i C í N I O S
apresenta considerações quanto à consistência,
text u ra, p e s o , crosta, o l h ad u ras e c o r
(FOODBASE, 1 996). O requeijão apresenta u m
alto teor d e gordura, m a s a literatura aponta a
. umidade e quantia de extrato seco desengor­
durado como fatores que mais afetam a firmeza
do q ue ij o fu n d i d o , o q u e fac i l i t a e l ab o rar
produtos com teor reduzido de gordura (liglz t)
e c o n s i s t ê n c i a semel h a n te aos trad i c i o n a i s .
E x i s t e m n o rm a s p ara a c l as s i fi c aç ã o de
R e q u e ij ã o , que v i s am a d e q u ar o p r o d u t o
bras i leiro ao mercado extern o . Tai s normas,
e s t i p u l ad as p e l o m i n i s té r i o d a agri c u l tu ra,
também as fi s c ali za, u m a vez que p ro d u t o s
p reparad os com s ubs tâncias diferentes apre­
sentam caracterís ticas d i s ti nt as . O p resente
trabalho avaliou a qualidade microbiológica e a
p re ferência do requeij ão tradici onal vers us o
ligIa de quatro marcas comerciais , com objetivo
d e l evantar p arâmetros c o n s i d erad o s i mp o r­
tantes pelos c o n s u mi d ores , que des crevam a
qualidade do produto.
A PA R Ê N C IA
3
CREMOSIDAD
OR
ê]"
A
-mli- B
-Â- C
-*-" D
A - Vale Tradicional
B - Danone Tradicional
Gráfico 1
.
c - Nestlé Light
D - Parmalat Light
Teste do Perfil de Características .
N o gráfi c o 1 , p o d e - s e o b s ervar que as
amostras B e D foram preferidas n o Tes te do
Perfil de Características. J á a amostra A fugiu
d o "padrão" no atributo s abor e a amostra C
fugiu do "padrão" nos atributos s abor e odor.
O gráfico 2, mostra o quanto o provador gostou ou
desgostou de cada amostra numa escala de 1 a 9.
2. M ATERIAIS E MÉTODOS
As amostras foram adquiridas em super­
mercados e conservadas sob refrigeração até a
real i zação dos testes de degustação e mi cro­
b i o l ó gic o s . A Anál i s e S e n s o rial fo i feita de
acordo com ANZALDUA-MORALES ( 1 994),
através da Escala Hedônica com pessoas não
treinadas e, com 1 7 pessoas treinadas utilizando
o Perfi l de Características . As amostras foram
tratadas individualmente . Os microrgan i s mos
pesquisados foram de acordo com a Resolução
R D C n01 2 de 1 2/0 1 /200 1 , sendo presença de
bactérias do grupo coliforme de origem fecal
p e l o N M P/g e, p es q u i s a de Sa lm o n e lla e
Staphylo c o c c u s a u r e u s . Es tas análises foram
feitas de acordo com a APHA ( 1 992).
3 . RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
N o s res u l tados da E s c al a H e d ô n i ca
constatou-se que a marca C recebeu nota máxima
de 6 por 1 7% dos degustadores. Já as marcas A ,
B e D receberam nota 8 em 4 1 % , 3 5 % e 47%
re s p e c t i vamen t e . A amos tra D ( P armal at)
apesar de ser Light, teve melhor aceitação, pois
não apresentou mudança em seu corpo. O Perfil
de Características ( 1 a 5) mostrou excelência,
nota 5, em todos os atributos de odor, aparência, .
cremosid ade, cor e sabor n as marcas B e D .
A amo stra A o bteve pontuaç ão 4 apenas em
relação ao s abor e a amostra C (LigIa) teve a
mesma nota nos atributos de sabor e odor.
C
A
MARCAS
Gráfico 2
•
o
Teste da Escala Hedônica.
N o gráfi co 2 , p o d e - s e o b s ervar que as
amostra A , B e D obtiveram nota 8 . Sendo que a
amostra A na escala de 1 -9 obteve a nota 8 em
4 1 %. A amostra B obteve a nota 8 em 35%. Já
a amostra C obteve a nota 6 em 17% e a amostra
D obteve a nota 8 em 4 7 % . Os resultados das
análises mi cro b i o l ó g i c a s , real i zadas p e l o
I n s t i t u t o d e Pesqu i s as Te c n o l ó g i c a s , foram
a u s ê n c i a d e m i c rorgan i s m o s e m t o d as as
amostras em questão .
4. CONCLUSÃO
Os teste sensoriais utilizados mostraram
ser válidos para a determinação da p referência
entre as várias marcas de requeij ão anali sadas .
E nt re as a m o s t ras aval i ad a s , o requeij ão D
( Parmal at LigIa) foi o que mais se d estacou,
apesar de ser LigIa, ele não apresentou mudança
no corpo de modo geral como alguns produtos.
Pode-se observar que os produtos die t/light já
estão atingindo quali dade compatível com os
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
trad i cionai s , sendo agora ape nas questão de
vencer o preconceito de "serem ruins" simples­
mente p o r c a u s a d e um ró t u l o . O s dados
confirmaram que quando as amostras tradicionais
e lights servidas às pessoas não treinadas, apenas
c i tando " R e q u eij ã o " , mesmo a amostra B
(Danone, tradicional) obtendo notas máxi mas
iguai s as da D, a preferência foi da D , amostra
Lig h t .
S UMMARY
The fo I l o w i n g worked evaluated the
processed cream cheese in B razil, analysing it
sensorially and microbiologically in order to
establish the leveI o f preference o f the light
cream c heese versus the traditional one. The
res u l t s o f the m i crobi o l o g i c a l l y eval u at i o n
s howed the absence o f mi crorgal1 i s ms i n a l l
samples and also that both were equal in quality.
Na interesting aspect was that whether it was
n o t mentioned the d i ffere nce between b o t h
t y p e s , tas ters w o u l d p refe r the l i g h t cream
cheese.
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20 0 1 .
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE DIFERENTES MARCAS DE RICOTA COLONIAL*
Quality evaluation of different marks of cottage cheese
Fernando Bac h m a n n 1 , Cristi na Gerasi menk02,
N euza Aparecida Cavalherj3, M ercedes Gabriela R. Reiter4
1 . i N T RO D U Ç Ã O
No decorrer d o ú l t i m o s éculo ocorreram
os maiores avanços na microbiologia e ciências
a ela relacionadas, como a química. Os processos
antes i n c o mpreend i d o s envolvidos na tran s ­
formação e produção de alimentos começaram
a serem entendidos, poss ibil itando efetuar um
melhor controle n a fabri cação de al i mentos
melhorando a qualidade e, até mesmo fazendo
novos tipos de alimentos (www.madeira.edu.pt.).
To d o s o s al i mentos , de origem ani mal ou
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO NACIONAL DE LAT i C í N I O S
i n d i v i d u al mente o u em c o mbi nação ( P i n t o ,
1 996). As doenças de origem alimentar podem
ser provocadas por di versos mi crorgan i smos
como bactérias, bolores, leveduras, protozoários
.e vírus. As bactérias, devido a sua diversidade e
patogenia constituem, de longe, o grupo mais
i mp ortante e mais vulgarmente assoc iado às
doenças transmi ti das pelos alimentos e, foi o
foco deste trabalho juntamente com contagem
de bolores e leveduras . Atualmente, outros males
c o m o as d oen ças c ard íacas e a obesi dade,
consideradas um problema mundial, estão cada
vez mais freqüentes, o que vem obrigando a
população a recorrer a alimentos mais saudáveis,
como os "lights". Em relação aos queijos, uma
o p ç ão p o d e s e r o cons u mo d o s c h amados
"coloniais", como a ricota. Estes, vêm ganhando
um mercado significativo devido principalmente
a s u as característi cas "não i ndus triali zadas".
Além de possuírem um número mais reduzido de
calori as e colestero l , por s erem de fi nalidade
"lights", é imprescindível que possuam além de
uma ótima qualidade, passar obrigatoriamente
p e l o controle m i c ro b i o l ó g i c o e, ter carac­
terísticas físico-químicas padronizadas. Para este
controle pode-se usar produtos, como Petrifilm
da 3M, que utiliza filmes plásticos e papel que se
re cobre m entre si, sendo um deles, c o m os
ingredientes necessários para a identificação dos
m i crorgan i s m o s ( A l l i s ter et a l . , 1 9 9 5 ) . Na
atual idade este método vem sendo considerado
altamente aceitável se comparado aos trad i ­
cionais de contagem em pl aca de Petri (lAY,
1 9 9 4 ) . O p resente t rabalho visou veri fi c ar a
qual i d ade microbiológica e fís ico-química de
r i c o t a t i p o c o l o n i al de marcas variadas
comercializadas na regi ão de B l u menau - SC,
com base na legislação vigente.
2. M E T O D O L O G I A
vegetal, frescos ou processados, incluindo a água,
p o d e m v e i c u l ar d i vers o s mi crorgan i s m o s
patogênicos, causadores d e diversas perturbações
de ordem fi s i o l ó gicas n as p e s s oas q u e o s
consomem. A ex pressão " doenças de origem
alimentar" é vulgar e tradicionalmente utilizada
para d e s i gn ar um quadro s i n t o m a t o l ó g i c o ,
caracterizado p o r um conj unto de perturbações
gástricas, envolvendo vômitos, diarréia, febres
e d ores abdominai s , q u e p o d e m o c o rrer
* Órgão financiador: Hexis Científica Ltda./3M do Brasil.
Estudante Ciências Biológicas/FURB ; 2Técnica Laboratório Físico-Química IPT/FURB; 3 Bióloga Laboratório
Microbiologia/IPT/FURB ; 4Prof' Depto Ciências Naturais, Chefe Laboratórios Microbiologia, Microscopia e
Análise Sensorial IPT.Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Universidade Regional de Blumenau. FURB .
P ara re a l i zação deste trabal ho foram
aval i adas quatro marcas d e ricota c o l o n i al
produzidas na região de B1umenau - Se. As amostras
foram adquiridas em "uma" das feiras livres e
em "um" dos supermercados da cidade. No total
foram analisadas 1 2 amostras de cada, as quais
fo ram adq u i r i d as e m 3 etapas . As análises
microbiológicas foram realizadas no Laboratório
de Microbiologia do bloco O do Camp u s I da
FURB. Para realização das análises foram utilizadas
placas Petrifilm (APHA, 1 992) cedidas pela Hexis .
Científica Ltda. e a 3 M do B ras i l . Os micro­
organismos pesquisados foram: con tagem de
bol ores e levedu ras, co ntagem de aeróbi o s ,
colifo rmes totais e fecais e, Stlzaplzylococcus
As diluições seriadas das amostras foram
de 1 0-2 até 1 0-7• As analises físico-químicas foram
realizadas nos Laboratórios de Ensaios de Físico­
Química do 1PT. Foram determinados os valores
de protídios, l ipídios, glicídios , fibras , cinzas,
umidade e calorias. As determinações foram de
acordo com a meto dol ogia utilizada pelo
laboratório Adolfo Lutz ( 1 985).
cu/reus.
3 . RESULTADOS E D I S C U S S Õ E S
Foi observado que os valores de bolores e
leveduras variaram de 1 x 1 07 a 2,4 x 1 07 ufc/g.
A média para Staphylococcus ílure us, foi de 3,3
x 1 04 ufc/g e, a contagem de aeróbios foi de 1 ,73
x 1 05 ufc/g. Os coliformes totais apresentaram
uma variação de 8 x 1 02 a 1 ,33 x 1 04 ufc/g. Já a
E. coli o resultado foi de 4 x 1 03 a 6 x 1 03 ufc/g.
Nas análises físico-químicas foram obtidos
os seguintes resultados : os carboidratos variaram
de 2,82 a 6,04%, os lipídeos de 0, 1 3 a 3,04%,
os pro tídeo s de 1 5 , 1 3 a 24,5 5 % . A u mi dade
variou de 67,65% a 77, 83% e já as cinzas , apenas
variaram de 0,87 a,097 % . As calorias variaram
de 84,34 a 1 2 8 ,9 3 Kcall l OOg.
4. C O N C LU S Õ E S
P ara a c o n c l u s ã o d e s t e t r ab a l h o , fo i
uti lizada como base a Resolução RDC n° 1 2,
de j aneiro de 200 1 da Agên c i a N ac i o n al de
Vi g i l ân c i a S a n i tári a q u e reg u l a m e n t a os
padrões micro b i o l ó g i c o s p ara os a l i me n t o s .
P o rt a n t o , c o m b a s e n e s s a res o l u ç ão fo i
concl uído que a fabricação de ricotas coloniais
n a região d e B l u m e n a u deveria s o frer uma
m a i o r fi s c a l i z a ç ã o por parte d o s ó r g ã o s
c o m p e te n t e s p o i s , a c o n t a m i n aç ã o p or
microrganismos como S tap hylo c o c c u s a u re us
podem trazer problemas s érios de s aúde para
o c o n s u m i d o r. A l e m do S. íl u re u s , h o u v e
p re s e n ç a de E. c o / i , o q u e i n d i c a além de
contaminação fe cal, não apta para c o nsumo
h u m a n o . S ã o n e c e s s á r i a s e n t ão , ações que
vi sem a melhoria d o p rod uto fi nal o ferecido
ao consumid or.
S UMMARY
Thro ugho ut hi story, men have discovered
many diffe re nt ways to modify and preserve
their food. This way, we ended up discovering,
by chance or coincidentally, that a product such
as milk could originate another one like cheese,
for example. Cheese is one of the oldest kinds
of hand made food registered in the h istory of
Pág. 1 62
digitalizado por
arvoredoleite.org
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ANAIS DO XIX CONGR ESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
humanity. Its origin seems to have been in Asia,
even though it is admitted that its use in human
nutrition dates from about 4000 years ago . In
Brazil, cheese started being manufactured around
1 5 3 6 , when the fi rst cattle arrived in o u r
country. The present work is aimed a t verifying
t he q u a l i t y of the c o l o n i al c o ttage cheese
produced and sold in the region of B lumenau
city, in S anta Catari na, B razi l , in rel ation to
microbiological and physical-chemical aspects,
based on the present law. The samples were
obtained at t he c i ty ' s s treet markets and
s u p ermarkets and i m me d i at e l y taken t o the
laboratories, in their original packages . Three
repetitions were taken for each brand of cheese.
The microbiological analyses were done inside
s o m e 3 M Petrifi l m p l ates . The researched
mi croorgan i s ms w ere mold and yeast,
Staphylo c o c c u s a u re u s , count o f aerob ic
o rgan i s m s , total c o l i formes and Es c h e ri c h i a
colí . The dilutions varied from 1 0-2 to 1 0-7• The
physical-chemical analyses were taken in the
C hemi cal Tes t s Laboratories fro m IPT
( lnstitute for Technologi cal Research) for the
determination of protides, lipids, glicides, ashes,
staple fibres , humidity and caloric value. The
results obtained for mold and yeast varied from
1 x 1 0 7 to 2 , 4 x 1 07 u fc/g . The average o f
Staphylococcus a urellS was 3 .3 x 1 04 ufc/g and
of aer o b i c o rgan i s ms was 1 . 7 3 x 1 05 u fc/g .
Finally, for total coliformes the res ults varied
between 8 x 1 02 and 1 ,3 3 x 1 04 ufc/g and for E.
colí, 4x l 03 to 6x l 03 ufc/g. The res ults of the
physical-chemical analyses were 2.82 to 6.04%
for carbohydrates, 0. 1 3 to 3 .04% for l ipids and
1 5 . 1 3 to 24. 5 5 % fo r p ro t i des . The humidity
v aried from 6 7 . 6 5 % to 77.83% and o the ashes
kept more constant val ues, with a variation of
o n l y 0 . 8 7 t O . 0 97 % . Calories vari ed between
8 4 . 3 4 and 1 2 8 . 9 3 Kcal/ I OOg. B ased on those
res u l t s , the concl u s i o n was that none of the
products fit the requirements of the present law,
RDC n O l 2 fro m J a n u ary, 200 1 , s h o w i n g
characteristics below t h e desired standard o f
quali ty, since a l i of t h e m h a d a h igh or l i mit
value
fo r
mi cro o rgan i s ms
such
as
Stlzaphylo c o c c llS a ll re u s , total coliformes and
Esclz e richia c o l í . In rel ation to the physical­
chemical anal y s e s , the re s u l t s were not
consi dered acceptable as well, for the reason
that the products did not show a good correlation
in their c o m p o s i t i o n , p r e s e n t i n g a l ac k o f
standardization for each type and among them.
Those res ults demonstrate that the co mpetent
authorities need to act in order to improve the
quality of those products so that the acquisition .
of better q u a l i t y ones by the c u s to me r i s
guaranteed .
Keyword s : colonial cheese, microbiology.
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ANAIS D O XIX C O N G R ES S O N AC I O N A L D E LAT i C í N I O S
AVALIAÇÃO M ICROBIOLÓGICA DE DIFERENTES TIPOS DE Q U EIJOS
PRODUZIDOS EM RODEIO, SC
Microbiological evaluation of d ifferent cheese types produced i n Rodeio, SC
H arriet-Volkmann1e2, U lisses I mi anovsky1 , N eusa Aparecida Cavalh erj3,
Natalie M arian M eisen3, M ercedes Gabriela Ratto Reiter
1. I N T R O DU Ç Ã O
O leite é u m a emulsão d e glóbulos graxos,
estabilizada por substâncias albuminóides num
soro que contém em s o lução l actose, matérias
proté icas, sais minerais e orgânicos e pequenas
quantidades de produtos como lecitina, uréia,
aminoácidos, ácido cítrico, ácido l ático, ácido
acéti c o , á l c o o l , l actocro m o , v i tami n a s , en­
z i m as , e t c . ( B E H M E R , 1 9 8 4 ) . J á e m 1 9 24,
FLE I S C H M A N N c i t av a que a mé d i a dos
principais comp onentes do leite, de diferentes
raças bovinas, era de 87,5% de água, 3 ,6% de
matéria gorda, 3 , 0 % de caseína, 0 , 6 % de
a l b u m i n a , 4 , 6 % de l ac t o s e e, 0 , 7 % de sais
minerai s . O leite é um alimento completo, não
só p ara ani m ai s s u peri ores, como p ara
microrganismos, sendo raríssimos os que ali não
cresçam (BEHMER, 1 984). Assim, o leite nunca
é abs o lutamente estéril e, p ortanto, há razão
para admitir-se uma flora normal , mesmo para
l e i t e s pasteurizados ( D E METE R , 1 97 1 ;
B EH M E R , 1 9 8 4 ) . Entret anto , sob p o n t o de
vista bacteri o l ó gi c o , todo e qualquer germe
encontrado no leite constitui uma anormalidade,
princi palmente no leite pasteurizado. Mesmo
um p equeno n ú mero que por ventura caia no
leite, repro d u z - s e ativam e n te ( B E H MER,
1 9 8 4 ) . Segundo HOB B S ( 1 9 9 3 ) , o leite é um
meio i deal para o crescimento bacteriano e as
formas de contaminação são numerosas. Muitos
fatores p odem propiciar, prevenir ou l imitar o
crescimento de microbiano em alimentos , onde
os mais importantes são : A w ' pH e temperatura
(FORS YTHE, 2002). Deste modo, como todos
os microorganismos provêm de contaminações,
não pode-se chamar de ocorrência normal uma
2
3
4
contami nação que é evitada, ou deve-se evitar
( B EHMER, 1 9 8 4 ) . O l e i te j á p o de estar
perigosamente contaminado quando ordenhado
da vaca. Infecções no úbere das v acas, como
masti tes, p o d em c o n d u z i r à e xc reção de
m i croorga n i s m o s re s p o n s áv e i s por i n t o x i ­
c a ç õ e s ali mentare s , c o m o Strep to c o c c u s ,
S tap hylo c o c c u s , Campy l o b a c te r e também
Sa lmonella no leite. Stap hylococcllS sp. podem
ser isolados do úbere de vacas, cabras e ovelhas .
Da maioria das amostras de leite cru, podem ser
i s o l ad o s m i cro organ i s m o s , o m e s m o p o d e
ocorrer em p r o d u t o s l ácteos não t ratados o u
aquecidos parcialmente (HOB BS, 1 993). A fabri­
cação do queijo nasceu com a domesticação de
animais produt ores de leite (BEHMER, 1 9 84),
sendo sem dúvida uma das modalidades mais
antigas de industrialização do leite ( S PREER,
1 9 7 5 ) . Segundo V E I S S EYRE ( 1 9 8 0 ) , Como
muitas vezes o leite ordenhado não era total­
mente consumido na hora, ele era armazenado
para consumo posterior. Este excedente muitas
vezes sofria a ação de bactérias lácticas, vindo a
fermentar. Aprendeu-se com o tempo que o soro
e a coalhada res u ltantes eram perfei tamente
aproveitáveis. Assim, após a salga, obteve-se o
queijo primitivo (BEHMER, 1 9 84). Descobertas
arqueológicas mostram que este tipo de alimento
já era elab orado entre 3 0 0 0 e 4000 a . C .
( S A L I N A S , 2 0 0 2 ) . 0 p resente trab a l h o teve
como objetivo avaliar a qualidade microbiológica
de dez diferentes tipos de queij o s : Crescenza,
Cacciota redonda, Cacciota quadrada, Frescal com
orégano, Fres cal branco, Scamo rza defumada,
Trentino, Provololle, Ricota e Nostrano.
Estudantes Ciências Biológicas /FURB.
M onitora M icrobiologia.
B iólogas Labs. Microbiologia II PT.
Prof' Depto. Ciências Naturais, Chefe Labs. Microbiologia e Análise S ensorial/IPT-FURB. Instituto Pesquisas
Tecnológicas. Universidade Regional B l u menau.
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ANAIS D O X I X C O N G R ES S O N AC I O N A L D E L AT i C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
2. MATERIAL E MÉTODOS
As amostras, de aproximadamente 5 00 g
cada, foram coletadas e encaminhadas i media­
tamente ao L aboratório de M i crobiologia do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas da FURB, em
sacos plásticos apropriados e acondicionadas em
caixa de isopor, sendo mantidas sob refrigeração
até o momento das análises. Os microrganismos
pesquisados foram contagem total , coliformes e
E. colí, S. aureus, Sa!monella e bolores e leveduras
seguindo a metodologia do Standard Methods for
the Examinatiol1 of Foods (APHA, 1 992).
3 . RESULTAD O E DISCUSÃO
Os resultados obtidos foram ausência de
Sa!monella/25g em todos os tipos de queijos. Em
rel ação aos Staphy!ocOCCllS, os valores foram
incontáveis, mas a suspeita de S. aureus, apesar de ter
apresentado ufc típicas no meio B P, os testes da
coagulase foram negativos em todas as amostras.
Isto pode i ndicar p resença de outra espécie de
estafilococos não patogênica, a qual também deve
ser dada atenção. As contagens totais de bactérias
revelaram-se incontáveis nos Frescal com orégano e
no Frescal branco, nos o utros variaram de
incon tável a 1 , 3 5 x l 07 u fc/g no Crescenz a , a
9,42x 1 06 ufc/g na Cacciota redonda, a 290 ufc/g
na Cacciota quadrada, a 84 ufc/g no Scamorza
defumada, a 7,96x l 04 ufc/g no Trentino, a 14 ufcl
g no Provo!mle, a 1 23 ufc/g na Ricota e a 1 1 ufcl
g no Nostrano. Nas contagens de fungos os valores
foram incontáveis no Frescal branco e na Ricota e,
também oscilaram de incontáveis a 1 ,25x l 07 ufc/g
no Cresc enza , a 1 , 3 6x l 07 u fc/g na Ca cciota
redonda, a 1 ,52x 1 06 ufc/g na Cacciota quadrada, a
5 1 ufc/g no Scamorza defumada, a 1 60 ufc/g no
Trentino, a 6 ufc/g no Provo!olle, a 1 ,3x 1 07 ufc/g
no Frescal com orégano e, a 33 ufc/g no Nostrallo.
Foi confirmado, em níveis de > 1 1 00 NMP/g de
coliformes totais todas as amostras exceto nos
Tre n tino, Scam o rza defumada, P rovo!one e no
Nostrano. Em relação aos coliformes fecais, os
resultados confirmaram presença de Escherichia
coZi em todas as amostras. Com os resultados encon­
trados pode-se observar a necessidade de levar aos
produtores informações claras e soluções fáceis para
melhorar as condições de processamento dos queijos.
4. CONCLUSÃO
A realização d e trabalhos, e m parceria com
p r o d u t o res rurai s , que v i s e m a avaliação e
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA E FíSICO-QuíMICA DE QUEIJO M INAS " FR ESCAL"
COMERCIALIZADO EM FEIRA LIVRE DE ViÇOSA - M G
melhoria da qualidade, além de concientizar os
pequenos produtores da necessidade de melhores
condições de produção, esta os aproximando da
Universidade para novas parcerias, inclusive em
outra areas. Isto, além de beneficiar o produtor,
d i m i n u i n d o as perdas , o c o n s u m i d o r , p e l as
melhorias na q u al i d ade, p ad ro n i zação e
segurança d o s alimento s , · cria c o n d i ç õ e s de
pesquisa para os alunos.
Physical-Chemical a n d Microbiological Evaluation o f " Frescal M i nas Cheese"
Commercialized I n lhe Free Market In Viçosa, M inas Gerais State, Brazil
M aria da Penha P íccolo Ramos1 , José Ivo Ribeiro Júnior2, Cláudia Ap. de Oliveira e S ilva3
Fabiana de Olivei ra M arti ns3 , S h e i l a Mara d a Si lva Rocha3
Ana Clarissa dos Santos Pires3, Juliana C . Sampaio Riguei ra3
SUMMARY
Walkíria Wendt Antunes3, Milene T. das D ores3
The present work wanted to eval uate the
microbiological quality o f different types of
cheese . Samples o f approximati ly 5 00g were
c o l Ie c ted and i m m e d i atel y taken t o the
laboratories, in appropiate plastic bags, arranged
in termic boxes, kept under refrigeration up to
the moment of anal y s e s . The re searched
microrgan i s m were aerobic count, coliforms ,
Esc h e richia. c o Zi , S. a u re u s , Salm o n e lla and
mold and yeats . The res ults were absence of
Sa ! m o n e lla
i n alI kinds o f cheese.
Staphy!ococcus were uncountable, while > 1 1 00
NMP/g were confirmed for total coliforms , and
Esc h e richia c o li were present in al l s amples .
Trough those results it i s i mp l i c i t the urgent
need to take to the producers, clear information
and easy ways of solving the problem of low
higyne c o n d i t i o n s , i n order to i m p rove the
cheese making process and, consequently, the
final quality of the product.
RFSUMO
o queijo
Minas "Frescal" é de fácil processamento e muito comercializado em feiras
livres . O alto consumo desse queijo no B rasil gera necessidade de serem feitas análises para
se verificar a qualidade do mesmo. Para tanto foram coletadas, aleatoriamente, em feira
l ivre na cidadê de Viçosa - MG 12 amostras destes queijos e estas foram acondicionadas em
u ma caixa de isopor e encaminhadas para o Laboratório de Microbio logia do Leite e
Derivados do DTA/UFV. As amostras foram avaliadas quanto ao Número Mais Provável
( N M P ) d e c o l i formes t ot a i s e fe c ai s , p re s e n ç a e n ú mero de c o l ô n i as ( UFC/g) de
StapJzylococcllS aureus, valores de pH e percentuais de umidade. Constatou-se que 1 00%
das amostras se encontravam dentro dos padrões para u midade, sendo 5 2 , 5 3 % (p/p) o
valor médio encontrado. O pH médio observado foi 6,34. Constatou-se um valor médio de
1 ,4 x 1 02 NMP/g para coliformes fecais, logo 1 00% das amostras apresentaram número
mais provável de coliformes fecais acima dos padrões estabelecidos pela ANVISA na
resolução RDC n° 12 de 12 de janeiro de 200 1 , cujo valor máximo permitido é 1 02 NMPI
g. Em 2 5 % das amostras analisadas presumiu-se a presença de Staphylo coccus a u re u s ,
cujo número médio de colônias foi 1 ,56 x 1 06 UFC/g. Com base nesses resultados, reforça­
se a necessidade de uma fiscaliz ação mais eficiente dos órgãos competentes (SIM, IMA ou
S IF) em relação a esses produtos, que são amplamente comercializados sem a averiguação
das características que conferem ao p roduto sua qualidade. Contudo, o monitoramento
constante da fabricação e comercialização desse tipo de queijo é de fundamental importância
para que a qualidade do produto e a segurança alimentar dos consumidores sejam garantidos .
Palavras -chave : coliformes, umidade, p H , Stap hylococcus a ll re ll S , queij o M i nas
"Frescal".
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1. I N T R O DU Ç Ã O
O Queij o Minas "Frescal" caracteriza-se
por possuir mas s a de consistência mole, não­
c o z ida, l i geiramente comp actada e com alta
u midade. Trata-se, como o próprio nome diz,
de u m queijo fresco para rápido consumo e com
curto prazo de v a l i d a d e . Por apresentar
proces s amento s i mp l e s , breve perío d o de
matu ração e alto rend i me n t o , este q ue ij o é
bastante produzido em todo B ras i l , tanto em
fábricas de pequeno e médio porte quanto nas
grandes unidades . Estas características o torna
2
3
um dos queijos mais populares, sendo consumido
p o r p e s s oas d e camadas s o c i ai s d i s t intas,
acompanhando variadas refeições (FURTADO,
1 99 9 ) . Grande parte dos queijos disponíveis à
p o p u l ação bras i le i ra s ã o p ro v e n i e n tes de
fazendas que o processam no mesmo local onde
o leite é ordenhado. Raramente este leite recebe
algum tratamento térmico que possa diminuir
sua carga microbiana (BEHMER, 1 984) . Apesar
do alto consumo e de alguns avanços no proces­
s amento, um fator relevante é a utili zação de
Professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos / UFY.
Professor do Departamento de Informática / UFY.
Alun as de gradu ação do c urso de Tecnologia de Laticínios / UFY.
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Pág. 1 66
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
l e i t e cru n ã o - i n s p e c i onado, o que é u m
verdadeiro risco p ara a saúde pública. D ados
alarmantes mostram que 46% de toda a produção
brasileira de leite é comercializada sem qualquer
tipo de fiscal ização oficial (PANETTA, 2000)
e neste contexto os maiores representantes são
os Queij os Mi nas "Frescal", visto que exigem
pouca tecnologia de fabricação e alta aceitação
(ALMEIDA FILHO, 1 9 9 9 ) . Condições higiê­
nicas inadequadas durante ordenha e elaboração
do queijo devem ser e l i min adas p ara que a
c o n tami nação s ej a man t i d a s o b re controle.
Fatores como transporte e armazenamento são
fu ndamentais para determi nação da v i d a ú ti l
deste t i p o de queijo (FURTADO, 1 999).
Com base nessas informações e análises
realizadas, este estudo teve como objetivo traçar
o perfi l mi crobi ol ógico e fís i c o -químico d o
Queijo Minas "Frescal" comercializado na Feira
Livre de Viçosa, M G . e de compará- l o com
padrão exigido pela Legislação Federal.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Doze amostras de queij o Minas "Frescal '
foram adquiridas, aleatoriamente, em Feira Livre
na cidade de Viçosa, MG.
As amostras pesavam em média 600,Og e
estavam envolvidas por uma embalagem plástica
sem qualquer t i p o de identifi cação quanto à
origem, conteúdo e prazo de validade. Após o
acondicionamento em caixas de material i sotér­
mico, as mesmas foram imediatamente transpor­
tadas ao Laboratório de Microbiologia de Leite
e Derivados do Departamento de Tecnologia de
Alimentos da Universidade Federal de Viçosa,
onde foram realizadas as análises microbiológicas :
d eterminação do N ú mero Mais Provável de
Coliformes Totais e de Coliformes Fecais pela
Tabela 1
-
A N A I S DO XIX C O N G R ES S O N AC I ON A L DE L ATiCíN I O S
técnica dos tubos múltiplos confo rme a
metodologia preconizada pelo Ministério da Agri­
cultura ( 1 992) ; a contagem de Staphylo coccus
aureus através do plaqueamento em meio Baird
Parker, seguida dos testes confirmativos de catalase
e coagulase; e quanto às análises físico-químicas:
determinação de pH atravé s do p H metro e a
umidade através do método gravimétrico.
3 . RES ULTA D O S E D I S C U S S Ã O
Os n í v e i s de c o l i fo rmes totais e fecais
foram maiores que o limite de tolerância ( l 02/g)
em todas as amostras, o que provavelmente é
conseqüência da forma de fabricação (item 1 ) .
D e acordo com o item 2 , observou-se con­
tagem de Staphyloccocus aureus acima dos padrões
em todas as amostras, porém apenas três amostras
apresentaram resultados positivos comuns para os
testes confirmativos de catalase e coagulase.
Os valores de pH obtidos não apresentaram
variação significativa (item 3), e os valores para
umidade e n c o n tram-se no p adrão ( i te m 4 ) ,
considerando-se que o Queij o Minas "Fres cal"
enquadra-se na categoria de muita alta umidade
pela Portaria 45 1 do Ministério da Agricultura
e do Abastecimento (maior que 55%).
Almeida e Filho (2002) em trabalho reali­
zado no município de Cuiabá, MT, constatou que
1 0% de amostras analisadas de queij o Minas
"Frescal" se encontravam na condição de "produto
i mp rórp i o p ara o consumo, e potencialmente
capaz de causar toxinfecção alimentar".
As anál i s e s efetuadas neste e s t u d o
evidenciaram a ocorrência d e falhas n o controle
da qualidade microbiológica dos queijos elaborado
pelos produtores que comercializam em Feira
Livre de Viçosa. Já no aspecto físico-químico os
valores obtidos foram aceitáveis (Tabela l ) .
Resultados das análises microbiológicas e físico-químicas em amostras de Queijo Minas
"Frescal", comercializado em feira livre de Viçosa, MG.
Amostra
Item 1
Coliformes totais
e fecais (NMP/g)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
> 1 ,40x 1 02
> 1 ,40x 1 02
> 1 ,40x 102
> 1 ,40x 102
> 1 ,40x102
> 1 ,40x 1 02
> 1 ,40x102
> 1 ,40x 102
> 1 ,40x 102
> 1 ,40x 102
> 1 ,40x 1 02
> 1 ,40x 102
Item2
StaphylococcllS
allrellS (UFC/g)
1 ,8 3 x l 0"
1 ,50x l 06
9,84x l O)
6,34x lO'
>6,5 x 1 06
2,00x lO"
7 , 1 5 x lO'
2,03 x l O'
1 ,08x l O"
4,36x 1 06
l , lOx 1 06
7,97xlO'
Item 3
Catalase
Item4
Coagulase
Item 5
pH
Item 6
Umidade (%)
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Positivo
Positivo
Positivo
6,40
6,30
6,47
6,34
6,32
6,5 1
6,30
6,02
5,95
6,64
6,53
6,30
57,57
5 1 ,52
5 5 ,9 3
50, 1 6
5 1 ,3 8
56,33
5 1 ,80
52 , 1 1
52,03
50,83
46,77
53 ,93
4. CONCLUSÃO
Os res ultados d e s t e trabalho permitem
afirmar que todas as amos tras encontram-se
,impróprias para o consumo humano, pois as
mes mas apresentaram n ív e i s d e c o l i formes
acima do padrão, indicando portanto condições
higiênicas insatisfatórias .
Das doze amostras analisadas, sugere-se que
três contenham Staphylo c o c c u s a u re u s p oten­
c i al mente capaz de causar t o x infecções
alimentares .
Contudo, deve-se enfatizar a importância
da ação fiscalizadora dos setores de produtos de
origem animal j unto dos pequenos produtores
de leite e deri vados, no sentido de verificar o
c u mp r i mento das no rmas rel ativas às B o as
Práticas de Fabricação e, periodicamente, avaliar
a qualidade dos produtos através da realização
de análises laboratoriais.
SUMMARY
The " fres cal M i n as cheese" i s o f easy
processing and very much co mmercialized in
free markets. The high consumption of this kind
of cheese in B razil brings on the necessity to
have analysis made in order to verify its quality.
For this, 1 2 samples of "frescal minas cheese"
were randomly collected in a free market in the
city of Viçosa - MG, Brazil and were placed in a
ice box and taken to the Laboratory of M i l k
and D airy Pro d u cts M i c r o b i o l o g y fro m the
Department of Food Technology at the Federal
U n i ve r s i t y of Vi ç o s a . The s am p l e s were
evaluated regarding the the most likely number
of t o tal and fecal c o l i forms, p res e n c e and
number of colonies (UFC/g) of Stap hylococcus
a u reus, pH values and humidity percentage . It
was veri fied that 1 00% of the samples were
within the patterns for humidity, being 52.53%
( p/p ) the average value fo u n d . The observed
average pH was 6 .34. Regarding microbiological
analysis, it was verified an average value of 1 .4
x 1 02 N MP/g for fecal coliforms . Thus, 1 00%
of the s amples presented a more líkely number
of fecal coliforms above the patters establíshed
by the A N V I S A i n the reso l ution RDC- 1 2 of
January 2, 200 1 , in which the maximum value
allowed is 1 02 NMP/g. In 25% of the analyzed
s amples it w as verified t he pres ence o f
Staphyl o c o c c ll s coagu l a s e p o s i ti v e , w h i c h
average number of colonies w a s of 1 . 5 6 x 1 06
UFC/g. B ased on these re s u l t s , we s h o u l d
emphasize the nece s s i t y o f a m o r e e ffi cient
inspection from the competent institution (SIM,
IMA or S IF), regarding these products that are
widely commerciali zed without verifying the
characteristics that give the product its quality.
The l ack of interest from inspection regarding
the commerc i al i zation o f the " frescal Minas
cheese" in the free market may cause serious
damages to the population such as the occurrence
of i n fecti o n s or i n t o x i c a t i o n s by the
consu mption of this food of inferior quality as
weIl as the inhibition o f the consumpti on of
this class of product, which might damage its
i mage i n the market . H owever, the constant
monitoring of the making and commercialization
of t h i s k i n d of cheese is of fu n d amental
importance in order to have the product quality
as well as the safety in consuming it guaranteed
for its consumers .
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFI C A S
ALMEIDA FILHO, E . S . Caracterís ticas
mi crob i o l ó gi cas de q u e ij o M i n as " fres cal " ,
produzido artes analmente e comerciali zado n o
Município de Poços d e Caldas-MG.Jaboticabal .
60p. Dis sertação de mestrado - Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias - UNES P, 1 999.
ALMEIDA FILHO, E.S. Perfil Microbiológico
de queij o Tipo Minas "Frescal", de p rodução
artes anal e i n s pecionada, c o mercializado no
muni cípi o de Cuiabá,MT. Higiene Alimentar,
S ão Paulo,v. 1 6, p. 5 1 -56, Jan/Fev-2002.
B HEMER, M .L . A . Tecnologia do Leite. 1 3 '
ed. São Paulo. Nobel, 320p, 1 9 84.
PANETTA, J.C. Clandestinidade ameaça cadeia
produtiva de alimento s . Higiene A l i m en tar,
v. 1 4, p . 3 , 2000.
FU RTADO, M . M . Principais problemas dos
q u e ij o s :
c au s a s
e
p re v en ç ã o .
Fonte
Com uni cações e Editora, S ão Pau l o - B ras i l ,
1 999.
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE L EITE CRU A G RANEL E L EITE PASTEURIZADO
NA REGIÃO DE ViÇOSA M G
m
Micro biological Evaluation O f Raw A n d Refrigerated Pasteu rized Milk
In lhe Region Of ViÇOS8j MG
Maria da P e n h a Píccolo Ramos l , Mauro M a n s u r Furtado1
José Ivo Ribeiro Júnior2, Elisa Sialino M ü l ler3
J uliano Gomide de Souza3, Silvânia Alves Ladei ra3
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo veri ficar a qualidade microbiológica de leite cru
coletado a granel e leite pasteurizado tipo C na região de Viçosa. Vinte e oito amostras
foram anali sadas no l aboratório de Microbiologia do Leite e Derivados do Departamento
de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa imediatamente após sua
chegada ao laticínios para leite cru e após a embalagem para leite pasteurizado. Para leite
cru e pasteurizado foram feitas a contagem de mesófilos aeróbios, contagem de coliformes
totais e fecais através da técnica dos tubos m ú l t i p l o s ( N M P/ml ) , determi nação d e
Staphylococcus coagulase positiva e contagem total d e psicrotróficos para leite pasteu �izado,
APHA 1992. Das amostras de leite cru resfriado tipo C, 92,8% apresentaram creSCImento
de coliformes a 32°C, 8 5 , 7 % apresentaram crescimento de coliformes a 45°C, 7 8 , 5 %
apresentaram crescimento d e Stap hylococcus coagu lase positiva e 1 0 0 % apresentar � m
crescimento de bactérias mesófilas aeróbias na proporção de 1 04• Das amostras de leIte
pasteurizado tipo C, 7 , 1 % apresentaram crescimento de coliformes a 32°C e a mesma
p o rcentagem d e Staphylo c o c c u s coagulase p o s i t i v a . N e n h u m a amos tra apresento u
crescimento de coliformes a 45°C, 1 00% apresentaram crescimento de bactérias mesófilas
aeróbias na proporção de 1 04 e 1 4, 2 9 % apresentaram crescimento de p s icrotrófi c o s .
A granelização d o leite tem contribuído d e forma significativa para a melhoria da qualidade
da matéria prima, porém enquanto a refrigeração do leite na fonte de produção, diminui
consideravel mente as chances de acidificação, por outro lado aumenta as chances d o
crescimento de bactérias psicrotróficas q u e podem causar diversos problemas no leite e
em queijos, reduzindo a vida de prateleira do produto. De acordo com os padrões exigidos
pela ANVISA, Resolução RDC- 1 2 (02/0 1 /200 1 ) sobre Regulamentos Técnicos e Padrões
Microbiológicos para Alimentos, as análises microbiológicas para leite pasteurizado se
restringem a Coliformes a 45°C/mL e Salm o n e lla sp/25mL. Contudo é i mportante o
monitoramento de outros microrganismos que podem estar presentes no leite e derivados,
pois a segurança alimentar dos consumidores e a busca incessante pela qualidade devem se
tornar prioridades na indústria laticinista.
Palavras-chave : Leite cru, granelização, microbiologia
1. I N T R O D U Ç Ã O
o p r o d u t o alimentício leite t e m sido
c o n s i d erado c o m o o a l i mento h u mano mais
próximo d a perfeição por apresentar, dentre
o u tras caracterís t i ca s , um excelente valor
nutritivo devido p rincipalmente ao seu teor de
proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, sais
minerais e água. Por esta razão, ele também é
um excelente mei o d e c u l tura p o d e n d o ser
facilmente contaminado por muitos e/ou vários
grupos de microrganismos (HOFFMANN et aI
1 9 9 9 ) . A contaminaç ão d o leite altera a s u a
qualidade e tal alimento pode agir como veículo
ANAIS DO X I X C O N G R ES S O N A C I O N AL DE L ATiC í N I O S
de microrganismos patogên i c o s , promovendo
doenças infecciosas ou intoxicações alimentares,
colocando em ri sco a saúde do consumidor e
podendo levar à condenação do leite. O número
'de s ubprod utos produzidos a p artir do leite é
bastante acen t u a d o d e m o n s tran d o q u e t a i s
alimentos apresentam u m a posição de destaque
em toda a economia mundial (FRANCON et al .).
O leite deve ser obtido de forma higiênica, de
mo d o a ameniz ar a p ro l i feração d e micror­
ganismos e desta forma garantir a qualidade do
prod uto. Um grande aliado neste controle é a
coleta a granel, que vem aumentando nos últimos
anos . O leite sendo obtido a partir de ordenha
h i g i ê n i c a e armazenado e m tanque de
resfriamento também devidamente higienizado
é tran s portado e m caminhões c o m tanques
isotérmicos e tem sua microbiota sensivelmente
redu zida, o que garante uma matéria-prima de
m e l h o r qual i dade p ara a obtenção de s e u s
derivad o s . Segund o FU RTADO 1 9 99, a coleta
de leite a granel tem se tornado cada vez mais
popular, pois racionaliza o processo de captação
do leite j unto ao p rodutor, simplifi cand o-o e
reduzindo os custos. Enquanto a refrigeração do
l e i t e n a fo nte d e produ ç ão d i m i n u i
consideravelmente a s chances de acidificação,
aumenta, p o r o u tro l a d o , as chances de
c re s c i mento d e bac téri as p s i cro trófi c as que
podem causar diversos problemas no leite e no
queijo. Ou seja, o resfriamento de um leite de
m á q u a l i dade bacteri o l ó g i c a p o d e p r o v o c ar
graves conseqüências para a indústria de queijos,
em particular para aquelas que produzem queijos
de l o n g a maturação . A fl o ra p s i crotrófi c a
c o n s i s te bas i c amente em b actérias gram­
negat i vas
gêneros
aos
p e rtencentes
P s e u d o m o ll a s , A c hromobacter, A lca lige n e , e
En t e ro b a c t e r . Estes m i c ro rgan i s m o s são
destruídos pela pasteuri zação do leite, porém
p o de m p ro d u z i r e n z i m a s , como l i p a s e s e
proteas e s , q u e apresentam elevada termor­
re s i s tê n c i a . Devido a este p robl ema c o m
m i c ro rgani s m o s p s i crotróficos e c o m o u tros
m icrorgan i s m o s n o c i v o s à s aú d e h umana, o
presente trabalho visa a avaliação microbiológica
do leite cru coletado a granel e leite pasteurizado
na região de Viçosa, sendo realizadas análises
para a detecção de coliformes totais e fecais (E.
coZi), Staphylococcus a u re us e microrganismos
p s i crotrófi c o s .
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2
3
DeptO de Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Viçosa - DTA/UFY.
DeptO de Informática - Universidade Federal de Viçosa - DPIIUFV.
Alunos do 8 ° período do curso de Tecnologia de Laticínios - Universidade Federal de Viçosa DTA/UFY.
Leite e Derivados do D e p artamento de
Te c n o l o g i a d e A l i me n t o s d a U n i versi dade
Federal de Viçosa. As amostras de leite cru foram
anal isadas imediatamente após sua chegada ao
laticínio e após o envase para l e i t e pasteu­
rizado. Foram feitos as anál ises de mesófilos
aeróbios, psicrotróficos, n úmero mais provável
de coliformes totais e fecais e Staphylococcus
a u re us (lCMSF, 1 97 8 ) , APHA ( 1 992). Para as
caracterís t i cas aval i ad a s foram r e a l i zadas
distribuições de freqüências em 5 intervalos de
classes com exceção para as bactérias mesófilas
cuj as médias foram comparadas pelo teste t a
1 % de probabilidade.
3. RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
o Coliformes
T ot ais
Im Coliformes
Fecais
5
4
Classes
Figura 1
-
Porcentagens de cinco intervalos de
classes de coliformes totais (NMP/ml)
e de coliformes fecais (NMP/ml) de
leite cru coletado a granel e incubado a
35°C/24 h e 44,5°C/48 h (classe 1
0-30, classe 2 30-60, classe 3
60-90, classe 4 90- 1 20 e classe 5
1 2 0- 1 5 0 N M P/ml ) .
=
=
=
=
=
1 00
�
Vl
,8
c
«\)
:::l
O"
J:
90
80
70
60
50
40
30
Fecais
20
10
O
O
0,3
Coliforrres (NMP/mI)
Figura 2
As análises de leite cru e pasteurizado foram
executadas no Laboratório de Microbiologia do
Pág. 1 70
-
Porcentagens de co liformes totais
( N M P/ml ) e de colifo rmes fecais
( N M P/ml) d e leite pasteurizado e
incubado a 35°C/24 h e 44,5 °C/48h.
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
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10
O
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50
40
30
20
J:
10
O -'--=.l..-�=--==----'-""",",4
Classes
Figura 3
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL DE LAT i C í N I O S
•
Porcentagens de cinco intervalos de
classes de S. a u re ll S ( UFC/ml) de
leite cru coletado a granel ( cl as se
1 0-400, classe 2 400-800, classe
3 800- 1 200, classe 4 1 200- 1 600
e classe 5
1 600-2000 UFC/ml) .
=
Figura 4
O
•
=
=
S . aureus (UFClmI)
10
•
Porcentagens de S. a u r e ll S ( UFCI
ml) de leite pasteurizado incubado a
3 5 ° C/48 h .
=
=
--. 50
� 40
30
,;3
20
: :;1
l lO
0
29764
30000
.�
}1
u
e.
5
4
2
�
Classes
•
22000
14000
10764
10000
Leite Cru
Figura 5
•
Porcentagens de cinco intervalos de
classes de bactérias psi crotró fi cas
(UFC/ml) de leite pasteurizado incu­
bado à temperatura de r c por 8
dias (classe I O, classe 2 1 - 1 000,
classe 3
1 000-2000, classe 4
2000-4000 e classe 5 4000-8000
UFC/ml ) .
=
=
=
=
=
Figura 6
•
Figura 3 Observa-se que 78,57% das amos­
tras tiveram crescimento de até 8 x 1 02 UFC/mL e
apenas 2 1 , 4 3 % das a m o s tras t i veram um
crescimento acima desse valor o que também
terá uma redução significativa com a p as teu­
rização como mostra o quadro a seguir (Figura
4 ) . D as amos tras que apre s e n t aram o c re s ­
cimento dos microrganismos, foram feitos o s
testes de coagulase e catalase e os resu ltados
fo ram res p e c t i v amente d e 3 5 , 7 % e 1 4 , 2 8 %
confirmando a presença d e S . a ll reus.
Figura 4 A porcentagem de amostras de
leite p asteuri zado indicando a presença de S.
a u re us coagulase positiva foi de 7 , 1 4% .
26000
ê 1 8000
e
'o
..1.-=0'----""'0.0.1--'-"='---"'-'""----'='--
de coliformes totais de 14 amostras analisadas,
uma foi classificada como " produto em condição
insatisfatória" e outra como " produto impróprio
para consumo " . Para o número mais p rovável
de coliformes fecais de 14 amostras analisadas,
'
4 amostras foram classificadas como "produtos
em condições higiênico-sanitárias insatisfatórias
e apenas uma fo i classificada como " produto
i naceitável para o consumo diret o " .
Leite Pasteurizado
M é d i a s d o n úmero de bactérias
mesófilas (UFC/ml) encontradas em
leite cru coletado a granel e em leite
pasteuri zad o . Médias seguidas por
letras diferentes, diferem entre si
pelo teste t (P < 0,0 1 ) .
•
Figura 5
De acordo c o m a fi gura 5 ,
observa- se q u e 5 0 , 0 % das amos tras de l e i te
pasteurizado não apresentaram crescimento de
bactérias psicrotróficas. O gênero Pseudomonas
é c o n s i derado o mais i mp o rtante dentre os
p s i c ro trófi c o s , p od e n d o ser encontrad o e m
aproximadamente 1 0% da microbiota d o leite
recém-ordenhado, sendo que sob condições de
refrigeração este gênero rapidamente predomina
sobre a microbiota tanto do leite cru como do
leite pasteurizado (SANTOS et aI . , 200 1 ) .
•
.
Observa-se que 7 8 , 5 7 % das
amostras de leite cru coletado a granel tiveram
um crescimento de até 30 NMP/ml e restando
apenas 2 1 ,43 % das amostras com crescimento
acima deste valor (Figura 1 ) . Das amo s tras
positivas para coliformes fecais foram feitos os
testes bioquímicos (lNVIC) para confi rmação
da E. colí e o resultado foi que 7, 1 4% tiveram
resultado positivo. B ATALHA, 2000, ao realizar
um estudo das características do leite produzido
na região serrana do estado de Santa Catarina,
quanto à pesquisa de coliformes totais verificou
que 1 7 % das amostras estavam livres; 63% conta­
minadas na faixa de I ,5x 1 02 a 4,3x 1 04 UFC/mL;
1 9% continham de 1 , l x 1 05 a 9,3x 1 05 UFC/mL e
3 , 3 % apresentaram contaminação na faixa de
l , l x l 06 UFC/mL. N o caso de c o l i formes de
Figura 1
origem fecal 72,5% das amostras estavam livres
ou c o m c on t agens m u i t o baixas e 2 7 , 5 %
apresentaram d e 1 , 5x l 02 a 9,3x l 04 UFC/mL.
•
Figura 2 Com a pasteurização, a redução
de coliformes fecais foi 1 00% e de coliformes
totais foi aproximadamente 1 00% (Figura 2), a
redução de coliformes totais é praticamente de
1 00%, o que é esperado, para um leite que sofreu
o processo de pasteurização. De acordo com a
resolução RDC n° 12 de 2 de janeiro de 200 1 da
ANVISA, as amostras anal isadas apresentam-se
dentro do padrão exigido para coliformes. Em
p e s q u i s a s o bre a m i c ro b i o l o g i a d o leite
pasteurizado tipo " C " comercializado na região
de São José do Rio Preto - S P, HOFFMANN et
aI ., ( 1 999) verificou que o número mais provável
Figura 6 A granelização contribuiu para
uma maior redução da microbiota do leite cru .
Em seu trabalho, CARVALHO, 2000, citou em
uma pesquisa realizada na Carolina d o Norte
( U S A ) os res u l tados d as contagens totais de
mesófi los com incubação a 3 2°C apresentaram­
se dentro dos padrões. Nas condições brasileiras,
o n d e há d efi c i ênc ias h i gi ê n i c as , tanto n o
manuseio do leite como n a limpeza dos utensílios
e equipamen t o s , e fal has na refri geração, as
contagens microbianas são geralmente elevadas.
4. CONCLUSÃO
O s d a d o s s u gerem u m a red u ç ã o da
microbiota do leite cru com o processo de coleta
a granel. É p recis o um programa de cons cien­
tização dos envolvidos em todas as etapas do
p r o c e s s o , d e s d e a a l i mentaç ão do ani mal ,
ordenha até à gôn d o l a do estab e l e c i mento
comercial izad or. E é certo que a graneli zação
fav o rece p ara o c o n t r o l e d e s s a m i crobiota
porque, ao manter o leite refrigerado l ogo após
a ordenha, reduz consideravel mente o desen­
v o l v i mento dos m i crorgan i s mo s . Porém, é
p re c i s o estar atento p ara o cres ci mento de
m icrorgan i s m o s p s i crotróficos que s ão favo­
recidos com a refrigeração do leite e com uma
má higienizaç ão do tanque e da ordenhadeira, e
para combatê-los é precisa investir em higiene
pessoal e boas práticas de fabricação .
SUMM ARY
This paper as the purpose of verifying the
microbiological quality of raw milk collected in
a tank and type C pasteurized milk in the region
of Vi çosa, Minas Gerais , B razi l . Twenty eight
samples were analyzed in Laboratory of Milk
and Dairy Pro d u cts M i c ro b i o l o g y fro m the
Department of Food Technology at the Federal
U n iversity of Viçosa, i m m e d i at e l y after i t s
arrival at t h e dairy products s e c t i o n for raw
milk and after the pas teurized milk p acking .
For raw as well as pasteurized milk counting of
aerobic mes ophylic, total and fecal coliforms
was done through the technique of muItiple tubes
( N M P/ml ) . Determinat i o n of S tap hy l o c o c c u s
coagu l ase p o s i t i v e and total c o u nt i n g o f
p s ychrotro p h i c fo r pasteurized m i l k ( A PH A
1 9 92) was also done. From .the samples of
refrigerated raw type C milk, 92 . 8 % presented
growth of coliforms at 32°C ; 8 5 . 7 % p resented
growth of coliforms at 45°C ; 7 5 . 5 % presented
growth of Staphyolcoccus coagulase positive and
1 00% presented growth of aerobic mesophylic
microorganisms in the p rop ortion o f 1 04 and
1 4 . 2 9 % presented growth o f p s y c hrotrophic
Collecting the milk in a tank has contributed in
a significant way to the quality improvement
o f raw mat eri al . H o wever, w h i le the
refrigeration of milk i n the production source
decreases c o n s i derably the c h an ces o f
ac i d i ficat i o n , i t i ncreases the c h ances o f
psicrotroficas bacteria which can cause several
problems in the milk and cheese such as rancidity
and u n d e s i rable fI av o r s . A c c o rd i n g to the
patterns required by the ANVISA, Resolution
RDC- 1 2 (01 102/200 1 ) about Technical Rules and
M i cr o b i o l o g i c a l Pattern s fo r F o o d , the
microbiological analysis for pasteurized milk are
limited to the coliforms at 45°C and Salmonella
sp/25mL. However, it is i mportant to monitor
o ther microorgani sms that might be p resent in
Pág . 1 73
Pág. 1 72
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
the milk and its products, because consumers
food s afety and the nonstop search for quality
should become priorities in the dairy industry.
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFI CAS
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Methods for Foods. Compendium of Methods
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Foods. Washington: APHA. 1 992.
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de Laticínios . Vol ume 5 5 . N° 3 1 5 . 2000.
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2sd ed., 1 97 8
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1 5.
W
8 2 . 200 1 .
HÁB ITOS D E CONSUMO D E LEITE E DERIVADOS N A CIDADE D E ViÇOSA · MG
Consumer's Habit Related to Milk And Products In Viçosa, MG
P a u l a Rosa Schetin o d e Castro 1 , Luciana M e l l o Gug liotta 1
M aria da Penha Píccolo Ramos 2, José Ivo Ribeiro Júnior3
RESUMO
Desde o princípio da civilização humana, o leite tem s ido considerado um alimento
básico para crianças e um complemento indispensável na dieta dos adultos. Os profissionais
da área referem-se a ele como sendo o alimento natural mais completo de mais fácil
digestão . O leite e seus derivados s ão alimentos altamente nutri tivos devido à grande
quantidade de nutrientes essenciais ao organi smo humano. Indispensável para todas as
idades, é um alimento puro, saudável, nutritivo e rico em proteínas e aminoácidos, vitaminas
como A, B , B2, fósforo e principalmente cálcio. Nota-se no mercado mundial uma crescente
preocupação com a nutrição e o consumo de alimentos saudáveis. Há também um aumento
da demanda por alimentos de conveniência e hábitos de consumo influenciados cada vez
mais por jovens e crianças. Os consumidores estão cada vez mais exigentes, e é interessante
observar o crescimento no mercado de produtos Light e D iet e dos probiótico s , esses
apresentando u m crescimento excepcional nas duas úl timas décadas . Dessa forma, os
objetivos do trabalho foram averiguar os hábitos alimentares, preferências e conhecimentos
2
3
Alunas do 6 ° Período do Curso de Tecnologia de Laticínios/ Universidade Federal de Viçosa.
Prof. do Departamento de Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Viçosa.
Prof. do Departamento de Informática - Universidade Federal de Viçosa.
ANAIS DO XIX C O N G RESSO N AC I O N A L DE LAT i C í N I O S
da população de Viçosa em relação a produtos lácteos, já que esses são de grande importância
na dieta humana. Na presente pesquisa foram realizadas 1 00 entrevistas em supermercados,
padarias e lojas especializadas junto aos consumidores no ato d a compra" �erificando =se 0
.
.
produto mais consumido, a faixa etária de consumo, o nível salanal da famlha, a preferencla
dos consumidores e a freqüência de consumo dos produtos lácteos. Os res ultados apontam
o leite como o produto mais consumido, sendo seu uso diário pela maioria dos entrevistados.
Já o u tros produtos tais como i ogurte, queij o , s ão consumidos em menor freqüência
(quinzenalmente, mensalmente e eventualmente) . Quanto à preferência o iogurte fo � o
mais c itado p e l o p ú b l i c o j ovem, p o ré m o requ eij ão e o q u e ij o apresen taram maiOr
.
percentagem entre os entrevistados. N a pesquisa foi observada a falta d � conheclmento
dos consumi d ores na d i s t i nç ão d o que são produtos l ácteos, s uas variedades e s e u s
benefícios. A grande maioria do público não sabia a diferença entre iogurte e bebida láctea,
margarina e manteiga. Também é notável que o preço é um dos fatores determinantes na
escolha do produto.
Palavras-chaves : Produto lácteo, consumidor, hábitos de consumo.
1. I N T RO D U Ç Ã O
Desde o princípio da civilização humana o
leite tem sido considerado um alimento básico
para crianças e um complemento indispensável
na d ieta dos adulto s . Os profissionais da área
referem-se a ele como sendo o alimento natural
mais completo de fácil digestão (Behmer, 1 984) .
O leite e seus derivados são alimentos altamente
nutritivos devido à grande quantidade de nutrientes
essenciais ao organismo humano. Indispensável
p ara todas as i d ad e s , é um ali mento p u r o ,
saudável, nutritivo e rico principalmente cálcio.
Nota-se no mercado mundial uma crescente
preocupação com a nutri ção e o consumo de
alimentos s a u d áve i s . Os p ri nc i p ai s aspectos
observados hoje são :
Hábitos d e consumo : demanda cada vez
mais influenciada por crianças e jovens ;
o Conveniência: demanda cada vez maior
p o r a l i mentos que forneçam maior
praticidade e facilidade;
S a ú d e : crescente p re o c u p aç ão c o m a
nutrição tem aumentado a demanda de
alimentos saudáveis ;
Embora seja essencial para crianças até os
1 2 anos , é um erro pensar que o leite n ão é
importante na fase adulta. Estudos provam que
o s e u c on s umo d i ário red u z a incidência de
o s t e o s p o r o s e . A l é m d a s u a i m p o rtância
nutricional, o leite desempenha u m relevante
papel s o ci al , p r i n c i p almente na geração de
empregos (lactea brasil ,2002 ) .
O s c o n s u mi d ores e s tão c a d a vez mais
exigentes , o que tem aumentado a qualidade ·
(dev i d o à c o n c orrê n c i a) e p ri n c i p al mente a
variedade dos tipos de produtos .É interessante
observar o cresci mento no mercad o de p ro­
d u t o s D i e t e L i g h t e dos Probi ó ti c o s . C o m
e
d i versos efeit o s benéfi c o s à s a ú d e , comp ro­
vados cientifi camente, a categoria de l ácteos
com probi óticos já tem u m grande consumo
em diversos p aíses .
A pesquisa teve como objetivos averiguar
os hábitos ali mentares , p referência e conhe­
cimento da população de Viçosa em relação a
Produtos Lácteos, já que esses s ão de grande
importância na dieta humana.
2. MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada em supermercados,
p a d ar i as e l oj as e s p e c i a l i zadas , j u nto aos
consumidores no ato da compra, sendo a amostra
representat i v a do mercado l o c a l . Foram
entrevistados 1 00 consumi dores.
Foram reali zados as seguintes perguntas ,
com os seus respectivos objetivos:
e
Pág. 1 74
digitalizado por
1) Idade: rel ac i o n ar o s p ro d ut o s mais
consumidos dentro de certa faixa etária.
2) Qual o Produto mais Consumido: veri­
ficar quais produtos faze m parte
(representam a maior porcentagem) dos
hábitos alimentares dos consumidores.
3) Frequ ê n c i a d e C o n s u mo : aval i ar a
as siduidade em que os produtos são
cons u m idos ( d i ariamente, s emanal­
mente, quinzenalmente, mens almente
e eventualmente).
4 ) Qual o Lácteo Preferido: levando em
conta que nem sempre as pessoas podem
consumir o que mais gostam, por motivos
principalmente financeiro s .
5 ) N í v e l S a l ar i al : p ara relacio nar a
situação financeira com o consumo.
arvoredoleite.org
Pág . 1 75
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
3. RES ULTA D O S E D I S C U S S Ã O
Na presente pesquisa foi constatado que o
Leite apresentou maior percentagem de consumo,
sendo seu uso diário pela maioria dos entrevistados.
O Iogurte foi o segundo produto l ác teo mais
cons umido, ficando o queij o como o terceiro.
O Iogurte apresentour uma freqüência de consumo
quinzenal e o Queijo uma freqüência de consumo
semanal , pela mai ori a dos entrevi s tad o s . No
entanto, o consumo de Iogurte e Queijo ficou muito
abaixo do consumo de Leite (Gráficos 1 , 2 e 3).
Quanto à preferência, o Iogurte apresentou
maior percentagem (32%), sendo o produto mais
consumido pelo público j ovem (até 25 ano s ) .
Seguindo a ordem de preferência o Leite ficou
em segundo l ugar com uma percentagem de 20%.
O Q ueij o e o Requeijão também apresentaram
uma preferência notória por parte dos entre­
vistados, com uma percentagem de 1 8 % e 1 5%
respectivamente. Sendo o consumo de Queijo,
maior em pessoas com idade acima de 50 anos.
Foi observada a falta de conhecimento dos
consumidores na distinção do que são produtos
lácteos, suas variedades e seus benefícios. Muitos
entrevistados citaram a Margarina como sendo
um produto l ácteo, a Aveia também chegou a
ser citada. Não houve a distinção por parte dos
consumidores entre B ebida Láctea e Iogurte e
e n t re M argar i n a e Manteiga. H o u v e u m a
confusão e m relação a estes produtos p o r parte
dos entrevistados que os consideraram iguais.
Quanto aos Lácteos Probióticos observou­
se uma grande falta de conhecimento por parte
dos consumidores . A maiori a das pessoas não
conhece esses produtos e seus benefícios.
É notável que o preço é um fator determinante
na escolha do produto. Isto fi cou evidente no
consumo de produtos Lácteos Light e Diet, bastante
reduzidos devido basicamente ao preço.
Dos entrevistados, 9 5 % responderam que
possuem faixa s al arial de O a 5 s alários e 5 %
c o m renda mensal d e 6 a 1 0 salários. Não foram
observadas pessoas com rendas de 1 1 a 1 5 e de
1 6 a 20 salários.
4. C ON CL U S Ã O
N a pesquisa foi constatado que praticamente
todos os entrevistados p os s ue m um ou mais
produtos lácteos incluídos em sua dieta. Isso é de
extrema importância devido aos fatores já citados.
O mercado de lácteos tem sido prej udicado
devido a questões econômicas, dado à falta de
con cordância entre o produto consumido e o
produto que gostaria de consumir. Alguns entrevis-
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO NACIONAL DE L AT i C í N I O S
tados citaram sua atual situação de desemprego
como fator limitante do seu consumo de lácteos.
Existe ainda muita desinformação sobre os
produtos lácteos e suas diferenças . Mais infor­
mações e publicidade por parte das indús trias,
comércio e pesquisadores da área contribuiriam
para o esclarecimento do público consumidor.
Percentagem de Consumo
· 7 1 ,80%
80,00 %
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00 %
�
êi
�
90
80
70
60
50
40
30
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%
%
%
%
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IIJ L e i t e
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F re q u ê n c ia d e C o n su m o
..L...l=-----L::ll---l.;;�_._J..:.C"___.J.;;;;; "-
Gráfico 3 - Freqüência de Consumo de Produtos Lácteos .
o f healthy food. There is also a n increase in the
demand for convenience food and consumption
hab i t s i n fI u enced m o re and more b y y o u n g
p e o p l e and c h i l d re n . The c o n s u mers h ave
become more and more d eman ding and i t is
interesting to observe the growth in the market
for L i g h t and D i e t p r o d u c t s as w e l l as the
p robiotics p ro d u c t s , the l atter presenting an
exceptional growth in the last two decades .
Thus, the purposes of this paper were to check
the feeding habits, preferences and knowledge
in the p o p u l at i on o f Vi ç o s a regarding dairy
products , s ince those are of great importance
for the human diet. In the present research 1 00
interviews were done in supermarkets, bakeries
and s p e c i a l i z e d s t o re s t o gether w i t h the
consumers when they were buying something,
observing the product that was consumed, the
consumption age range, the famiIy income levei,
the consumers preference and the frequency of
c o n s u m p t i o n o f d ai ry p ro d u c t s . The res u l t s
point milk a s the most consumed product, used
on a daily bas i s b y most of the i nterv i ewed
people. Other products, such as yogurt, cheese
are cons u med i n a smaIler frequency (every
fi fteen d ay s , m o n t h l y o r o c c as i o n aI l y ) .
Gráfico 1- Percentagem de Consumo.
Preferência dos consumidores
35%
30%
25 %
20%
15%
10%
5%
F r e q u ê n c ia p e r c e n t u a l d e c o n s u m o d e P r o d u t o s L á c te o s
13 32 %
20%
El 18 %
8 15 %
0 % ����-.�L,�I����='
Gráfico 2 - Preferência dos Consumidores em
R e l aç ão à de p r o d u t o s l ácteo s .
Variedade de Produtos Lácteos.
SUMMARY
Since the beginning of human civilization,
milk has been considered a basic nourishment
for children and an essential complement in the
adults diet. The professionals in the area refer
to it as b e i n g the m o s t c o m p lete n at ural
nourishment with the easiest digestion. Mild and
its products are highly nutritious due to the great
amount of e s s e n t i a l n u trients to the h u man
organ i s m o Essential t o alI age s , it i s a p ure,
heal thy, n ut r i ti o u s and rich in proteins and
amino acids kind of food. It has vitamins s uch
as A, B , B2, phosphorus and speciaIIy caIcium.
It is observed in the worId market an increasing
worry regarding nutrition and the consumption
I
Regarding the preference, the yogurt w as the
most mentioned product by the young people;
however cream cheese and cheese p resented
h i g h e r p e r c e n t age a m o n g the i n te r v i ew e d
p e o p l e . In t h i s research i t was n o t i c e d the
l ac k o f k n o w l e d ge a m o n g the c o n s u mers
regarding what was dairy products, its varieties
and benefits. The great maj ority of the public
didn't know the difference between yogurt and
o thers products, margarine and butter. It was
a l s o n o t i c e d t h at p r i c e i s o n e o f the
d e t e r m i n i n g fa c t o rs w h en c h o o s i n g the
product.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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leite.São Paulo: Nobel, 1 984. 1 3°-ed . 1 2-55 pg.
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de maio de 2002] .
+
Pág. 1 76
digitalizado por
Pág . 1 77
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
QUALI DADE DO IOGURTE COMERCIALIZADO EM VIÇOSAaMG.
Quality of cow's milk yogurt produced and comercialized in the region of viçosa, MG.
M aria d a P e n h a P íccolo R a m o s - M .8 . 1 , J o s é Ivo Ri beiro Júnior - 0 . 8.2
Edgard Fernandes Cateri nger3, Ricardo A Paes Ribeiro3
RESUMO
o consumo
de iogurte vem aumentando devido ao seu alto valor nutritivo, constituindo
uma rica fonte de proteína, cálcio, fósforo, vitaminas e carboidratos, associado às suas
características sens oriai s . Este trabalho visou avaliar os parâmetros microbi ológicos e
físico-químicos de iogurtes de morango e coco, comercializados em feira livre na cidade de
Viçosa, MG. Foram analisadas 12 amostras, sendo 6 de iogurte de morango e 6 de iogurte
de coco, de duas marcas diferentes . Em nenhuma das amostras foi encontrada a presença
de coliformes totais e fecais . Os resultados obtidos indicaram boa qualidade do produto,
tanto microbiológica como físico-química, atendendo aos padrões vigentes da Resolução
RDC - 1 2 de 02 de Janeiro de 200 1 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, (ANVISA) .
Palavras-chave : Iogurte, coliformes , gordura, acidez titulável
1 . INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Entende-se por iogurte, Yogurt ou Yoghurt,
o p r o d u t o ad i c i onado ou não de o u tras
substâncias alimentícias, obtido pela coagulação
e diminuição do pH do leite ou leite recons­
tituído, adicionado ou não de outros derivados
l ác te o s , m e d i ante a adi ção d e c u l t uras de
Streptococcus salivarius s ubsp. thermop h i lus e
As amostras foram adquiridas em feira livre
na ci dade de Vi ç o s a , M G c o n s t i t u íd as de 6
amostras de iogurte de morango e 6 amostras de
iogurte de coco, de duas marcas diferentes.
O tran s p o rte d as amostras foi feito em
caixa térmi ca c o m gelo até o l ab o ratório de
M i cro b i o l o g i a d o Leite e Deri v a d o s do
Departamento de Tecnologia de Alimentos na
Universidade Federal de Viçosa, onde realizou­
se as seguintes análises :
L a c t o b a c i l l u s d e lb r u e ck i i s u b sp. b u lg a r i c u s ,
podendo ser adicionado outras bactérias láticas,
sendo que no final estas bactérias devem estar
v i v a s , p o i s exercem certos benefíc i o s ao
organismo (ANDRADE, 200 1 ) . O iogurte é um
produto de excelentes qualidades sensoriais, com
bastante diversifi cação no mercado e d e boa
aceitabilidade, graças á sua imagem saudável e
nutritiva. O consumo do iogurte resulta em uma
série de benefícios à saúde humana, tais como,
redução da incidência de intolerância à lactose,
de d oenças gastrintes t i n ai s , ação c o nt ra
m icrorganismos i n desej áveis ou patogênicos,
al é m d o s t e o re s c o n s i deráv e i s d e p roteína,
fósforo, carboidratos e vitaminas . Portanto, o
o bj et i v o d e s te trab a l h o é avaliar t an t o os
parâmetros fís ico-químicos, como os microbio­
l ó g i c o s dos i ogurtes d e m o rango e de coco
c omerci alizados e m Viçosa, os quais fo ram
adquiridos no comércio varej ista local .
1
2
3
2 . 1 . A n á l i s e s F ís ic o - q u ím i cas
Teor de gordura : utilizou-se o método de
Gerber, considerando que a amostra foi diluída,
o resultado final é multiplicado por dois. Uma
vez que foi feita duplicata de cada amostra, o
resultado foi obtido pela média dos res ultados
(LANARA, 1 9 8 1 )
Acidez titulável : 5g da amostra de iogurte
de coco foi titulado com solução de NaOH O, I N
fator de correção 1 ,0 1 9, até o ponto de viragem
da fen o l ftaleína ( p H 8 , 3 ) , q u e é obs ervado
através da mudança de coloração do meio. Para
o iogurte de morango foi usada uma alíquota de
20g titulada com a solução de NaOH O, I N fator
Professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Uni versidade Federal de Viçosa.
Professor do Departamento de Informática da Universidade Federal de Viçosa.
A lunos do curso de Tecnologia de Laticínios da Universidade Federal de Viçosa.
LATiCíNIOS
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O N AC I O NAL D E �
�--�----------------
de correção 1 ,0 1 9 na presença de fenolftaleína
e c o m o a u x íl i o de um p otenci ô metro para
identifi car o p onto de v i ragem do i n d i c ador
(LANARA, 1 9 8 1 ) .
2.2. A n álises M i c r o b i o lógicas
Coliformes Totais: nesta análise utilizou­
se a técnica d o número mais provável (NMP),
onde foram feitas três diluições para cada amostra
( 1 00, 1 0-1e 1 0-2) em caldo verde bril hante bile,
em u m período de incubação de 37°C por 48
horas ( ICMSF, 1 97 8 ) .
3 . RESULTA D O S E D I S C U S S Ã O :
3 . 1 . A ná l i s e s F ís ic o - químicas
Foram analisados os teores de gord ura e
acidez titulável de 1 2 amostras de iogurte, sendo
6 amos tras de i o gurte sabor morango e 6
amostras de iogurte sabor coco. Os res ultados
médios obtidos estão demonstrados nas tabelas
1 e 2. O teor de gordura do iogurte de morango
vario u de 2,4 a 2 , 8 g/ l OOg tendo como valor
médio de 2,58 g/ 1 OOg o qual está fora do padrão
estabelecido pela legi s l ação, p orém os leites
fermentados c o m agregados, açucarados e/ou
s aborizados p o derão ter conteúdo de matéria
gorda inferior. O iogurte de coco apresentou teor
de gordura variando entre 2,2 e 2,6 g/l OOg tendo
como valor médio 2,40 g/l OOg o qual está está
Tabela 1 .
fora do p ad rão es tabelecido pela legislação,
p orém os leites fermentados c o m agregados,
açucarados e/ou s ab o rizados p o d e rão ter
conteúdo de matéria gorda inferior. A acidez
titulável média do iogurte s abor morango foi de
0 , 5 8 % ácido l át i c o ( 0 , 5 7 a 0, 6 1 ) , a acidez
titulável do iogurte sabor coco foi 0,77 % ácido
lático (0,76 a O, 80).
3 .2. A n álises M i c r ob i o l ó gicas
Foi detectada formação de gás no caldo
verde brilhante bile 3 5°C/48 hs em apenas um
tubo da diluição 1 0° do iogurte sabor morango
( 5 , 5 6 % dos tubos), mas não foi confi rmada a
presença de coliforme fecal em caldo EC devido
a ausência de gás quando incubado a 45°C/48hs.
As amos tras de i o g u rt e s abor c o c o não
apresentou formação de gás em 1 00% dos tubos
contendo caldo verde brilhante bile a 3 5°C/48hs,
o que indica ausência total de coliformes.
4 . C ON CL U S Õ E S
Os res u l t a d o s méd i o s d a s anál ises
microbiológicas observados estão de acordo com
a resolução 12 RDC de 02 de janeiro de 200 1 da
Agên c i a N a c i o nal de Vigi l ân c i a S an i t ári a
(ANVISA), as análises físico-químicas estão de
acordo c o m a l e g i s l aç ão ( N orma F IL I 1 6A :
1 997) para matéria gorda, uma vez que o s leites
fermentados c o m agregad o s , açucarado s e/ou
Valores méd ios encontrad os de gordura (%), acidez titulável (expressa em % de ácido
lático), coliformes totais (NMP/mL), coliformes fecais (NMP/mL) em amostras de
iogurte sabor morango.
Amostras de
iogurte sabor
morango (valores
médios)
Gordura
( %)
Acidez titulável
(% de ácido
lático)
Coliformes
Totais
(NMPIrnL)
Coliformes
Fecais
(NMP/rnL)
I
2.5
0.59
<I
<I
2
2.4
0.57
<I
<I
3
2.8
0.59
<I
<I
4
2.8
0.57
<1
<1
5
2.6
0.59
<1
<1
6
2.4
0.6 1
<1
<1
MEDIA
2.58
0.58
<1
<1
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
Tabela 2
m
ANAIS D O XIX C O N G RESSO N AC I O N AL D E LATiCíNI O S
Valores médios encontrados de gordura (%), acidez titulável (expressa em % de ácido
lático), coliformes totais ( NMP/mL) , coliformes fecais (NMP/mL) em amo stras de
iogurte sabor coco
of 02/0 1 1200 1 ) . The consu mer c o n s iders t h e
yogurt a dairy product highly nutritious a s well
as practical to be consumed, which can be tasted
by people of any age and in any place. Thus,
. the dairy i ndustry, together with the competent
institutions of commercialization and inspection
should put together efforts to make s ure that
products with quality as well as credibility are
elaborated in order to p lease c l i e n t s and
con s u mers .
Comercializado na Grande Belo Horizonte-MG,
Revista Indústria de L aticínios, ano 6, n033-
Mai/Jun 200 1 , p . 63-65.
APHA.
S ta n d ar d
m e th o ds
for
the
e x a m i n a t i o n of d a i r y p r o du cts . 1 6 e d . ,
Acidez
Amostras de Gordura (%)
Titulável ( %
iogurte sabor
de ácido
coco(valores
lático)
médios)
Coliformes
Totais
Coliformes
Fecais
1
2.3
0.77
<1
<I
2
2.5
0.76
<1
<1
3
2.4
0.76
<1
<1
4
2.6
0.78
<I
<
5
2.2
0.76
<I
<1
6
2.4
0.80
<1
<1
PERFI L MICROBIOLÓGI CO D E AMOSTRAS D E SORVETE COMERCIALIZADAS EM
ALGUMAS CIDADES MINEI RAS
MEDIA
2.40
0.77
<I
<1
Microbiologieal profile of ice eream eommereialized in some eities of M inas Gerais
(NMP/mL)
(NMP/mL)
I
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFI CAS
ANDRADE, P. V. D ; GARCIA, T. R ; PENNA,
C. F. A. M; SOUZA, M. R. Avaliação da Qualidade
de I og u rt e de Leite de Cabra Prod u z i d o e
Washington: APHA, 1 992, 646 p .
I C M S F. M i c r o r g n i s m o s d e l o s a l i m e n to s :
técnicas de a n á lisis m i crob i l o g i c o . v. 1 , 2
ed., Zaragoza: Acribia, 1 9 82, 43 1 p .
NORMA F I L 1 1 6 A : 1 9 8 7 . C o n t e n i d o de
Materia Grasa
NORMA FIL 1 5 1 : 1 99 1 . Yogur. Extrato Seco
MÉTODOS analíticos para controle de produtos
de ori gem animal e s e u s i n gre d i e n t e s . l I .
Métodos físicos e químicos. B rasília: LANARA,
1981.
Eduardo Arrudas Ornelas1a, Fabiano Fiuza Rangel2a, Alessand ra Abrão Rezende3a,
s ab orizados poderão ter conteúdo de matéria
gorda inferior a estipulada pela legislação, e de
acordo com a legislação para aci dez titulável
( Norma FIL I 50: 1 99 l ) uma vez que as amostras
haviam sido fabricadas no mesmo dia da análise.
Dentro do contexto de segurança alimentar, a
q u a li d a d e d o s i o g u rtes c o merc i al i zad os no
comércio varej ista de Viçosa, MG não oferecem
ris c o s à s aúde de quem os consome, pois os
p arâmetros m i crobi o l ó g i c o s i n d i c ad ores de
higiene d u rante o p ro c e s s o d e fabri cação
atendem as normas vigentes.
S U MM A RY
With t h i s paper we h ad the p u rpose o f
evalua ting s o m e y o gurt b r a n d s w h i c h are
commercialized in a free market in the city of
V i ç o s a , M i n as Gerai s , B razi l . For s u c h , 1 2
samples o f two distinct brands with the flavors
of strawberry and coconut were collected. They
were collected in thermal boxes containing ice
and taken to the laboratory of Microbiology of
Milk and Dairy Products from the Department
of Food Technology at the Federal Univers ity
of Viçosa. The following microbiological analysis
were c o n d u cted ( A P H A , 1 9 9 2 ) : fat matter,
acidity and coliforms at 45°C by the technique
of the m u l t i p le tubes ( N M P ; mL ) . For the
samples of yogurt of strawberry and coconut
flavors, a number of coliforms that were found
was <1 N M P/mL . In the p h y s i c al - c h e m i cal
anal y s i s (LANARA, 1 9 8 1 ) , the s a mp l e s of
yogurt coconut flavor presented an average of
2 .4g of lacto fat per 1 00 grams of sample. On
the s am p l e s o f y o g u rt s trawb erry fl avor,
however, an average o f 2 . 6g o f lacto fat per
1 00 grams of sample was found. The physical­
chemical requirements regarding lacto fat for whole
y ogurt is w i thin a range of 3 . 0 - 5 . 9 gI I 00g.
However, products with e ither s weetened or
fl avored aggregates might p resent fat and
proteins under the specified amount. Regarding
the acidity requirement, the samples of coconut
presented an average of 0,58g of lactic acid per
1 00g o f s am p l e , whereas the s am p l e s o f
strawberry flavor presented a n average o f 0.77g
o f l actic aci d per 1 00g of sample, w here t he
pattern, according to the FIL 1 50 : 1 99 1 i s of
0.6 - 1 . 5 (g of lactic acidI I OOg). The absence
of coliforms at 45°C indicated that the criteria
for hygiene and sanitification were correctly
adopted , regarding both the obtainment of raw
material as well as in the product proces s ing,
being w i t h i n the mi crobi o l o g i c al p atterns
demanded by the ANVISA (Resolution RDC 1 2
Eronilda Castro Pena4a, Maria Crisolita Cabral da Silva5a
RESUMO
Foram analisadas 45 amostras de sorvete, no período de janeiro de 2000 a dezembro
de 200 1 , provenientes do Programa de Vigilância Sanitária da Secretari a de Estado da
S aúde de Minas Gerais - PROGVISA. As amostras foram encaminhadas ao Serviço de
Microbiologia de Alimentos e Água do Instituto Octávio Magalhães onde foram submetidas
às seguintes análises microbiológicas: coliformes a 3 5°C (NMP/mL), coliformes a 45°C
( N M P/mL), Estafilococos coagulase positiva ( UFC/mL) e Pesquis a de Sa lmone lla sp
segundo a legislação vigente : RDC nO 1 2/200 1 - ANVISA. A análise dos resultados revelaram
um percentual de 3 3 , 3 % de amostras em desacordo com os padrões legais vigentes. Do
total de amostras condenadas 22,2% apresentaram coliformes a 35°C, 1 1 , 1 % apresentaram
c o l i formes a 45°C e 8 , 8 % , apresentaram Estafi l ococos coagu lase p os it i v a . N ão fo i
e n c o ntrada S a lm o n e lla sp em nenhuma d as amos tras anal i s ad as . Os res u l t ad o s
d e m o n s traram elevada contam i n ação p o r m i c rorgan i s m o s , p o d e n d o i n d i c ar fal has
h i g i ê n i c o s s an itárias n o process amento desses s o rvet e s . A p re s e n ç a d o patógeno
Estafilococos coagulase positiva p ode levar o produto a produzir doença provocada por
alimento. Medidas criteriosas de fabricação, armazenamento, distribuição e comercialização
devem ser adotadas a fim de minimizar os riscos à população.
Palavras-chave: S orvete, perfil microbiológico
2
3
4
5
a
Biólogo, Bolsista de Aperfeiçoamento Profissional.
Aluno em graduação de Medicina Veterinária UFMG Bolsista de Iniciação Científica.
Aluno em graduação de Biologia UFMG Bolsista de Iniciação Científica.
B ióloga.
Farmacêutica, Mestre em Medicina Veterinária
Serviço de Microbiologia de Alimentos e Á gua, DBTM - 10M - Fundação Ezequiel Dias. Rua Conde Pereira
Carneiro, 80 Belo Horizonte Minas Gerais CEP 305 1 0-0 1 0 microali @funed.mg.gov.br
Pág. 1 80
Pág . 1 8 1
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ANAIS D O XIX C O N G R ES S O N AC I O N A L DE LAT I C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
1 . I N T RO D U Ç Ã O
É muito difícil es tabelecer a origem do
Sorvete, j á que o conceito d o produto sofreu
s ucess ivas modificações, decorrentes do avanço
tecnológico, da massificação do seu consumo e
das exigências dos consumidores. No século I, a
corte do Imperador Nero, recebeu vinhos e s ucos
de frutas congeladas, com gelo e neve ; levados
pelos corredores das montanhas.
O S orvete deve ter evol uído de bebidas e
sucos de frutas geladas, populares no período
medieval . Marco Pólo, no século XIII, retornou
à I t á l i a de s u a fam o s a v i agem ao Oriente,
trazendo várias receitas de sobremesas geladas,
s aboreadas com m u i to s u ces s o , já por lo ngo
tempo, nos países asiáticos. A partir da Idade
Média, a arte d e mani p u l ação deste produto
espalhou-se pela França, Alemanha e Inglaterra.
O S orvete veio p ara a América com os
colonizadores ingleses e, implantou-se indus­
trialmente, no ano de 1 8 5 1 , por J acob Fussel
nas cidades de B altimore e Maryland (EUA).
Como se pode observar, o S orvete inicialmente
não era um produto lácteo e sim, um produto à
base de frutas . Com o tempo, o e mprego de
ingredientes à base de leite foi se ampliando e
tornando-se constituinte básico das formulações.
Um grande avanço aconteceu com o desco­
brimento do abaixamento do p onto de conge­
l amento das s o l uções s al inas : utilizava-se um
recipiente rodeado por uma mistura de gelo, água
e s a l . Era p o s s ível então, congelar bebidas e
líquidos em geral dando l ugar aos primeiros
S orvetes de textura mais cremosa.
fo r m i c ro b i o lo g i ca l exa m i na t i o n of fo o ds
(APHA,200 1 )
3 . RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
D o total d e amostras condenadas 33,3% ( 1 5/
4 5 ) se apresentaram da seguinte forma 5 3 %
coliformes a 35°C, 26% apresentaram coliformes
a 45°C e 2 I %, apresentaram Estafi l ococos
coagulase positiva. Não foi encontrada Salmonella
sp em nenhuma das amostras analisadas
Gráfico 1
-
Perfil microbiológico de amostras
de s orvete c o merc i a l i zadas e m
algumas cidades mineiras .
II Coliformes a 35°C
D Estafilococos coagulase +
o Coliformes a 45°C
As análises dos res ultados revel aram um
percentual de 33,3% de amostras em desacordo
com a legi s l ação v igente : RDC n° 1 21200 1 ANVISA
G ráfico 2
-
SUMMARY
There have been analyzed 45 ice cream
samples , in a p eriod between j anuary 2000 and
december 2 00 1 , material originally from the
Health Vigilance Program of the S tate B u reau
o f Helth o f M i n as Gerai s - PROGV I S A . The
s a m p l e s were l ead to the fo o d and w ater
microbiology service of the Octávio Magalhães
Institute, where they were submit to the following
microbiology analysis: coliformes at 35° C (NMP/
rnL), coliformes at 45°C (NMP/rnL), estafilococos
coagulase positive (UFC/mL) and Salmonella sp
research according to the legislation in effect: RDC
n° 1 2/200 1 - ANVISA. The analisys of the results
had disclosed that a percentage of 33,3% were in
disagreement with the legal standards in effect.
Of the total of convicted s amples 22,2% had
p resented coliformes at 3 5°C, 1 1 , 1 % had
p resented coliformesat 45 °C and 8 , 8 % had
p re sented p o s i tive estafi l ococos coag ulase.
Salmone lla s p w as not fou nd i n none of the
analyzed samples. The results had shown to high
contamination by microorganisms, being able to
indicate hygienical flaws in the processing of these
•
Amostras de s o rvete aprov adas/
con denadas c o merci aliz adas em
algumas cidades mineiras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APHA -AMER I C A N P U B L I C H EALT H
A S S OCIATION, AGENG Y COMMITTEE O N
M ICROB IOLOGICAL METHODS F O R FOOD.
Compen d i u m
of
Methods
fo r
the
mi crobiological examination o f fo o d i> . 4 ed.
Was hignton : Varl Van derzant, D o n F.
S p l ittstoesser, 200 1 .
BRASIL 200 1 . Agência N acional de Vigilância
Sanitária. Resolução RDC n° 12 de 2 janeiro
de 200 1 . Aprova o regulamento técnico sobre
padrões microbi ológicos para alimento s . [on
l ine] disponível na i nternet via URL : http ://
www.anvisa.gov. br/legis/resol/ 1 2_0 1 rdc .html
•
•
•
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE AMOSTRAS DE L EITE PASTEURIZADO
COMERCIALIZADAS EM ALGUMAS CIDADES MINEI RAS NO ANO DE 2001
Microbiological quality of pasteurized milk sold in some cities of
M inas Gerais in 2001
2. M ATERIAIS E MÉTODOS
Através do p rograma de monitoramento
d a q u a l i d ad e m i crobi o l ó g i c a de p r o d u t o s
destinados a o consumo, os Serviços d e Vigilância
S anitária dos municípios mineiros, atravé s do
PROGVISA ( Programa de Vigilância S anitária
da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais)
c o l e t aram d i fe r e n t e s a m o s tras de s o rv e t e .
As amostras foram encaminhadas a o Serviço de
M icrobiologia de Alimentos e Á gua D B T M 1 0 M - Fundação Ezeq uiel D i as, onde fo ram
s ub metidas às seguintes análises: coliformes a
3 5°C ( NMP/mL), coliformes a 45°C (NMP/mL),
Estafilococos coagu l ase positiva ( UFC/mL) e
Pesquisa de Salmone lla sp em 25g da amostra,
segundo os níveis de tolerância estabelecidos pela
Legi s l aç ão v igente RDC nO 1 2/200 1 A N V I S A
( B R A S IL,200 1 ) . As meto dol ogias de anál ise
foram as descritas pelo Compendium of metlzods
•
ice creams . The presence of the o rgan i s m
estafi lococos coagulase positi ve m a y take the
procuct to p roduce illness provoked b y foo d .
Critiri o u s measures of manufacture, storage,
d i s t ri b u t i o n and c o mmerc i al i zati o n m u s t be
adopted in order to minimize the risks oh the
pop ulation.
Key-Words : Ice cream, micro b i o logical
profi l e
Eduardo Arrudas Ornelas1a, Fabiano Fiuza Rangel2a , Karine Queiroz da Silva3a,
Eronilda Castro Pena4a, Maria Crisolita Cabral da Silva5a
4. CONCLUSÕES
Os resultados obtidos demonstraram uma
qualidade higiênico-sanitária que oferece risco à
s aúde da p o p u l ação h u mana, d e v i d o a alta
percentagem de amostras de sorvete fora dos
p ad rões microbi ológicos legais vigentes . Os
res u l tados i n dicam a nece s s i d ade de se aliar
e s forços na p ro d u ç ã o , armazenamento e
distribuição das amostras de sorvete analisadas,
com mai or atenção das autoridades s anitárias
c ompeten tes . Tai s e s fo r ç o s d e v e m i n c l u i r,
também, a c o n s c i enti zação d o s empres ários
sobre a necess idade e benefícios da adoção das
boas Práticas de Fabricação para a garantia da
qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor
RESUMO
Através do Programa de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de
Minas Gerais, PROGVISA, foram analisadas 46 amostras de leite pasteurizado, no período
de j aneiro a dezembro de 200 1 , com o objetivo de avaliar as características microbiológicas
do produto. As amostras foram encaminhadas ao Serviço de Microbiologia de Alimentos
e Á gua do Instituto Octávio Magalhães e submetidas às seguintes análises: (NMP/mL) de
coliformes a 3 5°C, (NMP/mL) de coliformes a 45°C e presença de Salmonella sp, segundo
2
3
4
5
a
Biólogo, Bolsista de Aperfeiçoamento Profissional.
Aluno de graduação em Medicina Veterinária UFMG -Bolsista de Iniciação Científica.
Bacharel em Tecnologia de Laticínios, Bolsista de Aperfeiçoamento Profissional.
Bióloga.
Farmacêutica, Mestre em Medicina Veterinária.
Serviço de Microbiologia de Alimentos e Á gua, DATAM - 10M - Fundação Ezequiel Dias . Rua Conde Pereira
Carneiro, 80 Belo Horizonte Minas Gerais CEP 305 1 0-0 1 0 [email protected]
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
a legislação vigente : RDC na 1 2/200 1 da ANVISA. Das 46 amos tras analisadas, 1 3 %
apresentaram-se em desacordo com os padrões legais vigentes . Do total de amo stras
condenadas, 1 00% foram por coliformes a 3 5°C e 45°C . Não foi encontrada Sa lmone lla
sp em nenhuma das amostra. Os resultados indicaram uma má qualidade microbiológica do
leite pasteurizado comercializado em algumas cidades de Minas Gerais. Estes dados podem
ser devido a fal has higiênico-sanitárias no p rocess amento do leite pasteurizad o . S ão
necess árias a adoção e/o u correção das medidas de boas práticas de fabricação antes,
durante e após o processamento a fim de garantir uma qualidade desejável para tal produto
de grande importância na alimentação humana.
Palavras-chave : Leite pasteurizado, qualidade microbiológica,
A N A I S DO XIX C O N G RESSO NACIONAL D E LATiC í N I O S
Do total de amostras condenadas, 1 00%
foram por coliformes a 3 5°C e 45°C. N ão foi
e n c o ntrada S a l m o n e lla sp em nenhuma das
amostra (Gráfico 02) . Segundo Doyle et aI, entre
os coliformes fecais, embora a maioria das cepas
de Escherichia coli não sejam perigosas para a
saúde pública, um s ubgrupo denominado de E.
colí enteropatogênica pode causar d oença ao
homem (DOYLE, 1 9 9 1 ) .
4 . C ON C L U S Õ E S
1. I N T R O D U Ç Ã O
Segundo FONSECA(2000), o resfriamento
do l e i t e na fazenda e a gran e l i z ação d o
trans p o rte s ão fen ômenos i rrevers ívei s , n o
entanto, não se pode perder a referência de que
essa transformação do setor foi desencadeada
p e l o merc ado e capitali zação pela i n i ciativa
privada, pois antes de mais nada, o resfriamento
e a granelização do leite fazem parte de uma
es tratégia d e l o gística, redução de c u s tos e
melhoria da qualidade da matéria prima, fatores
esses fundamentais para manutenção da compe­
titividade das indústrias de laticínios.
Segundo S ILVA & AB REU(200 1 ), para que
se tenha um l eite c o m b o n s res u l tados
mi crobi o l ó g i c o s , embora não ampl amente
praticada, a p remissa de que o leite p ara ser
refrigerado deve ser p roveniente d e an imais
sadios, ordenhado e manipulado sob condições
higiênicas . Isto porque a refrigeração objetiva
preservar a l g u n s p arâmetros de q u a l i dade
microbiológica do produto, em particular aqueles
que p o s s am ser controlados p o r uma menor
m u l t i p li c ação de mi crorgan i smos mes ó fi l o s ,
como a acidez. Por outro lado, vê-se acumulada
preocupação com outros agentes da microbiota
contaminante do leite e a sua qualidade higiênica
s an itári a.
45°C e presença de Sa lmo n e lla sp em 25 mL,
segundo os níveis de tolerância estabelecidos pela
Legi slação vigente RDC n0 1 2/200 1 A N V I S A
( B R A S IL,200 l ) . As meto dol ogias de an álise
foram as descritas pelo Compendium of methods
fo r m i cro b i o lo g i c a l exa m i n a ti o n of fo o ds
(APHA, 200 1 ) .
3 . RES ULTAD O S E D I S C U S S Ã O
Do total de amostras analis adas 1 3 % (6/
46) . enco ntravam-se fora dos p adrões mi cro­
biológicos estabelecidos pela RDC na 1 2/200 I
ANVISA (BRASIL, 200 1 ) .(Gráfico 1 )
Gráfico 1
-
2. MATERIAL E MÉTODOS
A través d o p rograma de monitoramento
da q u al i dade m i crobi o l ó g i c a de p r o d u t o s
destinados a o consumo, os Serviços d e Vigilância
S anitária dos muni cípios mineiros, através do
PROGVISA ( Programa de Vigilância Sanitária
da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais)
coletaram diferentes amostras de sorvete. As
amostras foram encami nhadas ao Serviço de
Microbiologia de Alimentos e Á gua DATAM 1 0 M - Fundação Ezequiel Dias, onde foram
submetidas às seguintes análises : (NMP/mL) de
coliformes a 35°C, (NMP/mL) de coliformes a
Perfil microbiológico d e amostras
de l e i te p asteuri zado co mercia­
l i z adas e m algumas c i dades
mineiras .
Os res u ltados apresentados neste estudo
p odem ser devido a falhas higiênico-san itárias
no p ro ces s amento do leite pasteurizad o . S ão
necessárias a adoção e/ou correção das medidas
de boas práticas de fabricação antes, durante e
apó s o process amento a fim de garantir uma
qual idade desej ável para tal produto de grande
importância na alimentação humana. Verifica­
se a nece s s i d ade de i n tervenção dos ó rgãos
fiscalizadores de alimentos do Estado de Minas
Gerais no sentido de orientar os produtores e
comerciantes de leite pasteurizado a produzirem
e acondicionarem estes produtos de forma a
garantir sua qualidade sanitária.
ANVISA. From the 46 samples analysed, 1 3 %
presented itself in disaccordance to the patterns
of the legislation in vigour. From the total of
samples condemned, 1 00 % happened due t o
coliforms of 3 5°C a n d 4 5 ° C . I t has not been
found salmonella sp in any of the samples . The
results indicated a bad microbiological quality of
the pasteurized milk commercialysed in some cities
of Minas Gerais. This data may have occured due
to hygienic-sanitary falts during the processment
of pasteurized milk. It is necessary the adoption
and/or correcti ons of the criterion of good
fabrication practice before, during and after the
p rocess ment to guarantee a good quality for a
product so important for h uman health.
REFERÊNCIAS BIBLIO GRÁFIC A S
S U MM A R Y
T h r o u gt t h e " Pro grama de Vi g i l ân c i a
Sanitária da Secretaria de Estado da S aúde" of
M i n as Gerai s , PRO G V I S A , there have been
analysed 46 samples of pasteurized milk, during
the peri o d o f Jan uary t o December of 200 1 ,
w i t h the o bj ec t i v e o f appraize/value the
microbiological characteristics of this product.
The samples have being brought to the "Serviço
de Microbiologia de Alimentos e Á gua" of the
"Instituto Octávio Magall hães" and s ub mi ted
t o the fo l l o w i n g anal y s i s : ( N M P/mL) of
coliforms of 3 5°C, (NMP/mL) of coliforms of
45°C and presence of S a lmonella sp, according
t o legi s l at i on in vigour: RDC na 1 2/200 1 of
•
Gráfico 2
-
A P H A - A M E R I C A N P U B L I C H EALT H
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Amostras condenadas e seu perfil
microbio lógi c o .
Pág. 1 84
Pág . 1 85
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE Q UEIJOS R ICOTA
COMERCIALIZADOS EM M INAS G ERAIS
Evaluation of microbiological quality of ricotta cheeses sold in M inas Gerais
Fabiano Fiuza Rangel1 , Eduardo Arrudas Ornelas2,
M aria Crisolita Cabral d a Silva3
RESUMO
A N A I S DO X I X C O N G R ESSO N AC I O N A L D E L ATiC í N I O S
higiênico-sanitária torna-se muito importante .
S o ma-se a e s tes a s p e c t o s o fat o de q u e o s
microrganismos c on taminantes também apre­
sentam aç ões d eletérias s o bre o s q u e ij o s ,
alterando s uas características organolépticas .
Consi derando estes aspecto s , o trab alho
teve como objetivo avali ar as características
mi crob i o l ó gi cas de q u e ij o s r i c o ta c o mer­
cial izados em Minas Gerais .
2. MATERIAL E MÉTODOS
Devido à ocorrência de surtos de intoxicação alimentar envolvendo derivados lácteos,
torna-se muito importante a avaliação da qualidade higiênico-sanitária destes produtos.
A fabricação de ricota é uma das formas mais simples e econômicas de aproveitamento do
soro proveniente de vários tipos de queijos, obtendo-se um produto de fácil comercialização
e de baixo custo. A ricota fresca é considerada um dos produtos que apresenta melhores
condições p ara o desenvolvi mento e cres ci mento de microrgan i s m o s . N e s te estudo,
amostras de queijo ricota, provenientes do Programa de Vigilância Sanitária da Secretaria
de Estado da Saúde de Minas Gerais (PROGVISA), foram avaliadas quanto às características
microbiológicas. Em desacordo com os padrões legais vigentes, estavam 45% das amostras,
sendo todas com valores de NMP de coliformes a 45°C superiores aos previstos . Os outros
p �râmetros analisad o s : Staphylococcus coagulase p os itiva, Salmonella sp e Liste ria sp
nao foram detectadas em nenhuma amostra. Os resu ltados microbiológicos encontrados
servem de alerta para a importância do controle higiênico e sanitário não só da etapa de
produção do queijo, mas sim de todas as etapas de obtenção do leite (matéria-prima) e seu
p rocessamento.
Palavras-chave : queijo ricota, qualidade microbi ológica
Foram analisadas 60 amostras de queij os
ricota, provenientes do Programa de Vigilância
S anitária da Secretari a de Estado da S aúde de
Minas Gerais (PROGVISA). As amostras foram
coletas em diversas cidades mineiras e enviadas
ao l aboratório de Microbiologia de Alimentos
da FUNED, sob refrigeração. Para avali ação da
qualidade microbiológica, as amostras de queijo
foram submetidas à pesquisa de Salmonella sp,
Listeria sp, número mais provável de coliformes
fec a i s e e n u meração de Staphylo c o c c u s sp,
s e g u n d o C o mp e n d i u l1l of l1l e th o ds for
microbiological exal1lination of fo ods (APHA,
200 1 ) . Realizou-se essas análises no período de
j aneiro a dezembro de 200 1 .
3 . RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
1. I N T R O DU Ç Ã O
Originário d a região Mediterrânea e S u l da
Itália, ricota é o nome usado para o produto
o b t i d o pela p re c i p i tação d e p roteínas p o r
aquecimento e acidificação, sendo a matéria­
prima o s oro de queij o , leite fresco ou acidi­
ficado, ou a mistura destes . (MODLER, 1 989).
Nos p aíses d a A mérica Latina, segundo
M ODLER ( 1 9 8 9 ) a r i c o t a também é deno­
minada como queijo blanco .
A ricota fresca, por apresentar alto teor
de umidade, fácil dessoro durante o transporte e
difíci l acondicionamento em condições higiê­
n i c as , é ex tremamente problemática com
relação a sua conservação, por isso, recomenda­
se a sua fabricação nas proximidades dos centros
de consumo ( PA NETTA, 1 9 75).
A i ngestão de q u e ij o s e m c o n d i ções
i nadequadas d e consumo pode trazer graves
1
2
3
A� �nos de gra? u ação em Medicina Veterinária, UFMG.
conseqüências para a população, sendo portanto
um problema de saúde pública. V ário s são os
relatos de i n t o x i cação a l i me n t ar d e v i d o ao
consumo de queijos (PEREIRA, 1 99 1 ) .
Estudando a contaminação microbiana em
ricota fresca e salgada, FADDA ( 1 9 8 9 ) obteve
os seguintes resultados : ausência de Escherichia
co/i nas amostras de ricota fresca e a presença
em 3 das 5 amostras de ricota salgada analisadas.
A fabricação de ricota é uma das formas mais
simples e econômica de aproveitamento do soro
provenientes de vários tipos de queijos.
Sendo a ricota fresca considerada um dos
produtos que apresenta melhores condições para
o desenvolvimento e cres ci mento de mi cror­
ganismos e freqüentemente relacionada c o m
surtos d e toxinfecções alimentares e consumidos
e m l arga e s cala, a aval i ação da q u al i dade
B olsista de Iniciação Científica.
B lOlogo. B olSIsta de Aperfeiçoamento Profi ssional.
Farma�êuti � a. Mestre em Medicina Veterinária. Divisão de Alimentos, Toxicologia e Medicamentos da Fundação
EzeqUIel DIas (FUNED).
Os resultados das análises microbiológicas
demonstraram que das 60 amostras de queijos,
27 (45%) apresentaram-se em desacordo com
os padrões legai s v igente s , sendo to das com
valores de NMP de coliformes a 45°C superiores
aos previstos, conforme i lustrado na Figura 1 .
positivas
negativas
45%
Figura 1 - Percentual de amostras de queij os
fora dos padrões estabelecidos para
este alimento na Resol ução N° 1 2200 1 /ANVISA.
SAKATE ( 1 99 8 ) anali sando ricota fresca
no Mercado Central de Belo Horizonte, obteve
resu ltados inferiores aos relatos neste trabalho,
c o m 1 0 % d as a m o s t ras i m p ró p ri as p ara o
'
consumo. Este achado pode se j u stificar pela
maior u mi dade, característica desses queij o s ,
e pela m a i o r necessi dade de manipulaç ão da
mas s a .
4 . CONCLUSÕES
Os res ultados obtidos demonstraram uma
qualidade higiênico-sanitária que oferece risco à
s aúde da p o p u l aç ão h u mana, d e v i d o a alta
percentagem de amos tras d e queij o fora dos
padrões microbiológicos legais vigentes . Estes
achados servem de alerta para a importância do
controle higiênico e sanitário não só da etapa
de produção do queijo, mas sim de todas as etapas
de obtenção do leite ( m atéri a-prima) e s e u
processamento.
SUMMARY
D u e t o o c c u rrence o f m i l k derived o f
alimentary poisoning i nvolving t h e evaluation
of the hygienic-sanitary quality of these products
beco mes very i mp ortant . Ricotta manufacture
it 's a s imple and economic form of uti lization
of whey m i l k at d i fferent t y p e s of cheese,
obtaining a product o f market eas y and low
p r i c e . Fre s h r i c o tta i s c o n s i dering one of
p r o d u c t s t h at has b etter con d i ti o n fo r
devel opment and increase of microorganisms.
In this s t u d y, s am p l e s o f cheese ricotta,
proceeding fro m the P rogram o f S an i tary
Monitoring of the State Secretary of the Health
of M i n as G erai s ( P R O G V I S A ) , h ad been
evaluated how much t o the m i c r o b i o logical
c h aracteri s t i c s . In d i s agree ment w i t h the
effective legal standards they were 45% of the
samples, being all with values of NMP of superior
coliforms 45°C to the foreseen ones. The other
analyzed p arameters : c o agu l a s e p o s i tive
Staphylo coccllS, Salmone lla s p and Liste ria sp
had not been detected in no .sample. The found
mi crobiological resuJts not only serve of alert
for the importance of the hygienic and sanitary
control of the stage of production of the cheese,
but yes of alI the stages of attainment of milk
(raw material) and its processing.
K e y - w o rd s : R i c o tt a cheese, micro­
biological quality
REFERÊNCIAS B I B L I OGRÁFIC A S
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Committee
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TEOR DE GORDURA COMERCIALIZADOS EM B ELO HORIZONTE · MG
Enumeration of Staphy/ococcus sp in low fat cheeses sold in Belo Horizonte-MG
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SOUZA, M . R .2, C E RQ U E I RA, M . M .O . P.2
RESUMO
Os queijos estão freqüentemente relacionados com surtos de toxinfecções alimentares.
D entre os microrgan i s mos envolvidos em i ntoxicações e na produ ção de metabólitos
capazes de causar tais enfermidades, bactérias do gênero Staphylococcus têm sido uma das
m a i s c o mu mente rel acio nad as . E s te e s t u d o teve c o m o obj e t i v o i s o l ar e e n u me rar
Staphylococcus sp em queij os com baixo teor de gordura (ricota, Minas frescal " light" e
c o t tage) c o merc i a l i zados em B el o Horizonte. Das 60 amostras anal i s ad a s , 7 0 %
apresentaram-se contamin adas com 1 02 a 1 0H U F C de Stap hy l o c o c c u s p o r grama de
queijo, com valor médio de 1 05UFC/g. Contagens de 1 05 a 1 0ó representaram 54, 8 % das
amostras e 7, 1 % apresentaram > 1 07UFC/g. Os queijos com maiores percentuais de amostras
contaminadas foram a ricota 1 8/20 (90%) e cottage 1 5/20 (75%), seguido do queijo Minas
frescal " light", 09/20 (45%). Colônias típicas e atípicas foram identificadas por meio do
teste de coagulase e apenas duas amostras apresentaram Staphylococcus coagulase positiva.
Observou-se alta freqüência de amostras apresentando Staphylococcus coagulase negativa,
o que não reduz o risco de p rodução de enterotoxinas . Os res ultados indicam falhas
higiênico-sanitária s no processamento desses queijos, bem como a necessidade de adoção
de boas práticas de fabricação e criteriosa distribuição e comercialização desses derivados
l ácteos .
Palavras-chave: Staphylococcus sp ; queijos c o m baixo teor d e gordura.
2
3
Alunos de graduação em M edicina Veterinária, UFMG. Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de
Origem Animal/Escola de Veterinári a-UFMG. Av. Antônio Carlos, 6627, C.P: 567, CEP 3 1 270-901 , Belo
H ori zo nte- M G . E -m ail : ffiuz a @ hotm ail . c om
Professores do DTIPOA/EV/UFMG.
Divisão de Alimentos, Toxicologia Ambiental e Medic amentos/Fundação Ezequiel Dias.
ANAIS D O XIX C O N G R ES S O NACIONAL DE L AT i C í N I O S
Foram analisadas 6 0 amostras de queijos
ri cota, Minas fres cal " l i ght" e cottage (20 de
cada tipo) ; todos com bai x o teor de gord ura.
Os queijos foram coletados em s upermercados
de B e l o Horizonte-MG e, em seguida, trans­
p o rt adas ao l ab oratório de M i crobio lo g i a de
Alimentos da FUNED, sob refrigeração. Os mé­
todos utilizados para as análises microbiológicas
das amostras obedeceram às orientações APHA
( 2 0 0 1 ) . Para o i s o l amento e enu meração de
Staphylo co c c u s sp, foram contadas col ô n i as
típicas e atípicas de cada placa. A seguir, algumas
cinco destas colônias foram s ubmetidas ao teste
de coagulase l ivre, sendo considerados como
resultados positivos, coagulase 4+, 3+, 2+ e 1 +.
Os res ultados obtidos foram expressos em UFC
de S taphylo c o c c u s sp p o r grama do produto
(APHA, 200 1 ) .
c o merc i a l i zad o s em B e l o H or i z o n t e - M G
contaminadas.
A alta freqüência de Staphylo c o c c u s s p
observada neste estudo sugere contaminação d o
queijo pós-processamento, uma vez que eram todos
queijos industrializados e portanto, provavelmente
pasteurizad o s . Condições de temperaturas
inadequadas e mesmo de higiene deficiente durante
a manufatura e armazenagem destes produtos
também poderiam justificar estes achados.
As con tagens d e Stap h y l o c o c c ll S s p
variaram d e 1 02 a 1 08UFC/g, com u m valor médio
de 1 05UFC/g. As contagens abaixo de 1 05UFC/g
representaram 3 8 , 1 % das amostras ( 1 6/42), de
1 05 a 1 0óUFC/g corres ponderam a 54, 8 % (23/
42) e em 7, I % dos queijos analisados (3/42) a
c o n tagem fo i s uperi o r a 1 0óUFC/ g . Estes
resultados combinam com os dados descritos por
CARMO & BERGDOLL ( 1 990) que em estudo
re ali zado no p erío d o de 1 9 8 5 a 1 9 9 0 ,
observaram q u e 84,8% dos queij o s analisados
apresentaram contagens v arian d o d e 1 0ó a
1 08UFC/g . As co ntagens de S tap h y l o c o c c u s
coagulase positiva foram observadas em apenas
duas amostra de queijo: cottage e Minas frescal
" light " . As o utras 58 amos tras apresentaram
Staphylococcus coagulase negativa. Apesar da alta
freqüência de amostras positivas para S. coagulase
negativa, estudos tem demonstrado que cepas de
Staphylococcus sp coagul ase negativa, isoladas
de queijo são p o t e n c i a l m e n te c a p azes de
produzir enterotoxinas ( SENA et aI . , 1 99 8 ) .
Comp aran d o - s e o s d i ferentes t i p o s de
queij o observa-se a ricota e o c ot tage apre­
sentaram maior número de amostras positivas,
representando 90% e 75%, respectivamente. Já
o q u e ij o M i n as fres c a l " l ight " teve 45% de
amos tras contaminadas . Este achado pode se
justificar pela maior umidade, característica desses
queijos, e pela maior necessidade de manipulação
da massa, no que diz respeito à ricota. Os menores
valores observados para os queijos Minas "light"
p o dem se j u st i ficar p e l o processamento do
mesmo, que implica em menor manipulação da
massa por ser mais automatizado.
3 . RESULTA D O S E D I S C U S S Ã O
4 . C ON C LU S Õ E S
Os resultados das análises microbiológicas
demonstraram que das 60 amostras de queijos
com baixo teor de gordura, 42 (70%) apresen­
taram-se contami nadas com Staphylo c o cc u s , .
enquanto 3 0 % apresentaram-se negativas p ara
este m i c rorgan i s m o . Do mes mo m o d o ,
C E R Q U E I R A e t aI . ( 1 9 9 4 b ) e n c o ntraram
4 3 , 3 3 % de amos tras de q ueij o M inas frescal
O s res u ltados obtidos d e m o n s t raram a
ocorrência de falhas higiênico-sanitárias durante
o process amento d o s q u e ij o s , i n d i c ando a
nece s s i d ade de rev i s ão de procedi mentos e
orientação sanitária para os manipuladores, bem
como a adoção das boas Práticas de Fabricação
p ara a garan t i a da q u a l i d a d e d o s p ro d u t o s
oferecidos a o consumidor.
1 . INTRODUÇÃO
N o B rasil, vários trab al hos indicaram a
p re s e n ç a de Stap hy l o c o c c u s s p em q u e ij o s ,
. inclusive amostras associ adas à ocorrência de
s urtos de intoxicação alimentar (SANTOS el aI.,
1 9 8 1 ; CERQUEIRA et aI . , 1 9 9 4 ; CARMO et
aI., 1 994). De acordo com os dados da Fundação
Ezeq u i e l , de 3 4 1 amos t ras de a l i mentos
envolvidos em s urtos de toxinfecção alimentar,
analisados no período de dezemb ro de 1 9 8 5 a
dezembro de 1 990, 1 06 foram de queijo Minas
( C A R M O e t aI . , 1 9 9 4 ) . G O N ÇA LV E S &
FRANCO ( 1 9 9 6 ) , anali s ando 30 amostras de
q u e ij o M i nas fres cal c o mercializados no
município de Niterói, RJ, verificaram que 50%
das amos tras es tavam c o n t aminadas c o m S .
a u reus, com contagens variando de 5,0 x 1 0 a
1 ,2 x l OóUFC/g.
Considerando estes achados, o trabalho teve
como objetivo o isolamento e a enumeração de
Staphylococcus sp em queijos com baixo teor de
gordura (ricota, Minas frescal l ight e cottage)
comercializados na cidade de Belo Horizonte-MG.
2. MATERIAL E MÉTODOS
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
S UM M A R Y
The objective of this work was to isolate
and enumerate S taphylo c o c c us sp in low fat
cheeses (ricotta, Iight Minas frescal and cottage)
s o l d in B el o H o r i z o n t e . A mong 60 s amples
analyzed, 70% were contaminated with 1 02 to
1 08CFU of Staphylococcus per gram of cheese,
mean value of 1 05 CFU/g. Counts from 1 05 to
1 06 CFU/g represented 54, 8 % of s amples and
7, 1 % showed > 1 07CFU/g. The cheeses showing
the highest samples' percentage were ricotta 1 8/
20 ( 9 0 % ) and cottage 1 5/20 ( 7 5 % ) , fol l owed
b y l i g h t M i n as fre s c a l 9 / 2 0 ( 4 5 % ) . O n l y
t w o s am p l e s s ho w e d coagulase p o s i ti v e
Staphylococcus . It was observed high frequency
of s a m p l e s s h owed c oagu lase negative
Stap hy l o c o c c u s , not red u c i n g the r i s k t o
produce enterotoxins . T h e results p o i n t out to
the hygienic fail ures in the processing of these
cheeses , as well the necessity o f adoption o f
g o o d m an u fact ured practices a n d c arefu l l y
distribution of these products.
Key- word s : Stap hylococcus sp, low fat
cheeses .
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Fabiano Ferrei ra d a Silva2, S érgio Henriques Saraiva2, Aila Riany d e B rito3,
Fernanda Miguel Couto3, Karla Alves S antos3
RESUMO
D uzentos e vinte questionários foram realizados, na cidade de Itapetinga/B A, junto
a consumidores de leite, a fim de se avaliar a preferência pelo consumo de leite informal.
5 8 , 64% dos entrevistados consomem o leite cru, sem tratamentos indus trias prévios,
sendo indicadas como as principais razões de compra o preço d o produto associ ado à
facilidade de entrega.
Palavras -chave : consumo, leite informal , preferência.
* Projeto financiado pela Universidade Es.tadual do Sudoeste da Bahia.
Professores do Departamento de Tecnologia Rural e Animal - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Cx Postal 77 - CEP: 45.700-000 - Itapetinga/BA e-mail: iramferrao@ hotmail.com
2 Coordenador Regional da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia - Itapetinga/BA.
3 Alunas do Curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual do Sudoeste da B ahia.
1 . INTRO D U Ç Ã O
O B rasil é um d o s maiores produtores d e
leite do mundo, ocupando o sexto l ugar, tendo
produzido cerca de 21 bilhões de l itros de leite
no ano de 200 1 , sendo que aproximadamente
1 2 b i l h ões d e l i tros foram proces s a d o s s o b
Inspeção Ofi c i al e 9 b i l hões de l itros foram
vendidos e ou consumidos como leite in natura ,
sem nenhum tipo de Inspeção.
V ários estudos têm apontad o o mercado
i n fo rmal como um dos e ntraves p ara a
modernização do sistema agroindustrial do leite
no B ras i l , afetando n e gativamente a s u a
c o m p e t i t i v i d a d e . E s te mercado tem d u as
origen s : a evasão fiscal e o leite clandestino,
sem i nspeç ão higiênico-sanitária. O p ri meiro
gera problemas d e concorrência d e s l e al e o
segundo agrega riscos à saúde pública (FARINA
et aI . , 2000) .
O l e i t e i n fo rm a l é u m p r o d u t o
tran s p ortado e m re c i p ientes i n adequad o s ,
mantido à temperatura ambiente, manipulado
pelo v e n d e d o r sem c o n d i ç õ e s h i gi ê n i cas
apropriadas, não sendo inspecionado por qualquer
órgão de fiscalização, seja ele federal, estadual ou
municipal (FARINA et aI., 2000, RIOS , 2000).
Segundo BELOTI (200 1 ), este tipo de leite
é proveniente de animais sem qualquer controle
sanitário e é vendido pelo próprio produtor ou
p o r d i s tri b u i d ores , categoria s i ng u l ar n e s t a
cadeia. O distribuidor é um atravessador, pegando
o leite dos produtores e entregando diretamente
nos domicílios, sendo que alguns possuem pontos
de venda em padarias e mercearias.
Recente pesquisa reali zada pela Empresa
de Consultoria Rios Estudos & Projetos (2000)
mostra que o consumidor estimula o desenvol­
vimento do mercado informal, pois acredita que
o produto seja puro e natural, além de mais barato
(binômio qualidade e preço). Esse resultado mostra
a nece s s i d ad e de ações de esclarecimento
direcionadas para estes consumidores, a fim de
informá-los sobre os riscos a que estão expostos.
C o n s i deran d o - s e os a s p e c t o s acima
men cion ados , o p resente trabalho teve como
objetivo avaliar a preferência dos consumidores
de leite em relação ao consumo de leite informal
em Itapetinga/B ahia.
2. M ATERIAL E MÉTODOS
Foram realizados questionários semi-estru­
t u rad o s , e m entrev istas d i retas j u nto a 2 2 0
consumidores , no Município de Itapetinga/BA,
em 1 0 bairros diferentes, quanto à localização e
classes sociais. A técnica de abordagem utilizada
foi a de comunicação, ou sej a, a coleta direta
dos d ados i n d i v i d u almente, por ser ela um
instrumento de maior fi delidade às atitudes e
c o m p ortamento do p ró p r i o e n t re v i s tado
(SUGANO et aI ., 1 999). Os roteiros de entrevista
foram padronizados, seguindo-se a mesma ordem
das questões, bem como as mesmas opções de
respostas a todos os entrevistados.
A c ol e t a de dados fo i rea l i zada por
estudantes de graduação do Curso de Engenharia
de A l i mentos da U n i ve r s i dade E s t a d u al d o
S udoeste da B ahia, s ub metidos a treinamento
prévio e participação em estudo piloto e sob a
supervisão da equipe responsável pela pesquisa.
O programa EPIINFO 6.0 (DEAN , 1 995)
foi utilizado para processar os dados coletados,
para criação de um banco de dados dos entrevistados
e para a realização das análises estatísticas.
3 . RES ULTAD O S E D I S C US S Ã O
A p ó s a realização dos questionários, os
consumidores entrevistados foram divididos em
três grup o s : consumo s o mente d e l e i te
i n d u strializad o ( 4 1 , 3 6 % ) , cons u mo de l e i te
industrializado e de leite cru e consumo somente
de leite cru , constituindo-se os d o i s últimos
grupos o enfoque da discussão, totalizando 1 29
entrevi s tas ( 5 8 , 64% ) .
O nível d e escolaridade que prevaleceu foi
o 1 0 grau completo (3 1 ,78%), seguido do 2° grau
c o mpleto ( 3 1 ,00%), analfabetos (20, 9 3 %) , 1 0
grau i ncompleto (6,9 8 % ) , 2 0 grau i ncomp leto
( 3 , 8 8 %), superior completo ( 3 , 8 8 % ) e s uperior
incompleto ( 1 ,55%). Somando-se os analfabetos,
os que têm 10 grau incompleto e completo, temos
59,69% dos entrevistados, o que nos revela um
b a i x o índice de i n s tr u ç ão , e x p o n d o o s
entrevistados a todas a s conseqüências à s quais
este status os condiciona.
O s p r i n c i p a i s m e i o s d e c o m u n i cação
c i tados como os mais u t i l i z a d o s pelos
entrevistados foram a televisão e o rádio, sendo
o telejornal e as novelas os programas de maior
preferência. Somente 3 3 , 3 3 % têm o hábito de
ler revista e jornal, apon t ando para um baixo
grau de informações educativas .
O consumidor de leite informal é, em sua
maioria, de baixa re n d a , s e n d o a mai o r
representatividade para a s rendas familiares de
2 a 5 salários mínimos (30,23%) e até I salário
mínimo ( 1 9 , 3 8 % ) .
Indagad os s obre a s principais razões de
c o n s u mo do leite i nformal , os consumidores
apontaram o preço (média de R$ 0,50/litro) como
Pág. 1 90
Pág . 1 91
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ANAIS DO X I X C O N G R ESSO NACIONAL DE LAT I C í NI O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
o principal determinante de compra. As j usti­
ficativas mais freqüentes, citadas pelos mesmos,
foram: é mais barato, facilidade de entrega na porta
de casa, produção própria, por preferência, é um
leite gordo e bom. Os relatos dos consumidores
ilustram e reforçam os dados obtidos:
" Comp ro p o rq u e não tenho um m e rcado
p e rto . . . " ; "Se tem, p ra q u ê c o mp ra r ? " ;
" Co mpro p o r p refe rên cia, a m a i o ria compra
esse leite ". " Fui criado com esse leite, não gosto
do de saquin h o " .
Com relação aos procedimentos adotados
para a conservação do produto, 6 1 ,24% coam,
57,36% guardam na geladeira e 96,9% fervem
o l e i t e antes do c o n s u m o . Estes re s u l tados
i n d i c am uma p reocu pação dos consumidores
por p ráti cas que possam garantir uma melhor
qualidade do produto, principal mente quando
analisamos que 8 8 , 3 7 % acreditam ser o leite
um transmissor de doenças .
N o e n t a n t o , e n c o n tramos aqui uma
contradição quando observamos que 75,97% não
vêem neste produto nenhuma d e s v an t agem.
Entre o s que vêem alguma d e s v an tagem ,
rep resentada p o r 2 4 , 0 3 % d o s entre v i s tados,
observamos alguns relatos que nos reportam a
i nd agações s obre as des vantagens q u e os
consumidores apontaram:
"Porque o gado é v a c in ado e o l e i te é
tirado para consumo " ; "Esse leite é mais fraco,
ralo, esve rdea do " ; "O le ite vem em ba lde de
a lu m ín io " .
Alguns dos resultados obtidos pela Empresa
de Consultoria Rios Estudos & Projetos (2000),
diferem dos o bservados neste trabalho, como o
percentual de consumidores que não vêem neste
p r o d u t o n e n h u m a desvantagem ( 6 6 , 3 0 % ) ,
5 , 8 0 % acreditam q u e o leite p o d e transmitir
doenças e a renda familiar dos entrevistados se
concentrou na faixa de 3 a 6 salários mais baixa.
4. C O N C LU S Ã O
Observ o u - s e q u e a p referê n c i a d o s
consumidores entrevistados p e l o leite informal
tem o preço e a praticidade como as principais
razões de escolha. Tal fato é bastante alarmante
visto que os entrevistados demonstraram que o �
+
+
+
+
aspectos higiênico-sanitários têm p o uca
infl uência sobre sua decisão . O conhecimento
destas razões é de fundamental importância para
se implementar ações educativas voltadas para
a conscienti zação dos consumidores s obre os
riscos do leite informal, buscando uma redução
de seu consumo.
CARACTERIZAÇÃO FíSICO-QuíMICA E S ENSORIAL DE QUEIJO DOCE COM POLPA DE
FRUTAS · QUEIJO DOCE FRUTAS
Characterization physic chemical and sensorial of the sweet cheese with
pulp of fruit cheese sweet fruit
•
F EN I MA N , C. M . 1 ; M U C E L l N , C. A. 2 ; KAT8U D A, M . 8 . 2
SUMMARY
RFSUMO
Two hundred twenty questions forms were
realized on, at Itapetinga city, B ahia state, to
avali ate their p re ference fo r i n formal m i l k
c o n s u mp ti o n . 5 8 , 64 % o f t he i n terviewd
consume raw milk, without previous industrial
treatments, and the main reasons of buying are
tha product p rice, associated to easy delivery.
Key words : consumption, informal milk,
preference
Esse artigo tem como temática caracteriza r um novo produto alimentício , o Queij o
Doce Frutas . Abordará apenas o s res ultados obtidos d e queij os elab orados c o m calda
das
constituída de 1 0% de sacarose. O Queijo Doce Frutas é um produto lácteo que difere
e
variedades de queijos existentes no mercado consumido r. Caracteriz a-se pelo sabor doce
adicionado de polpa de frutas, podendo ser utilizado na culinária. Esse produto é elaborado
nal.
a p artir de alterações das etapas bási cas de p rocess amento do queij o convencio
nos
O estudo consistiu na avaliação fís ico-químic a e sensorial d o queij o doce frutas,
2°C.
1
de
a
temperatur
à
dias
10
e
8
6,
4,
,
O
maturação
de
tempos
Palavras chaves : Queijo doce, polpa de frutas , análises físico-q uímicas , análise
sensorial, maturação .
REFERÊNCIAS B I B L I O GRÁF I C A S
B EL O T I ,
V . L e i t e c l a n d es t i n o : q u e m t e m
l o b o m a u ? [ o n l i n e] h t t p :/
m i l k p o i n t . c o m . b r//e s p ac o a berto/
espaco_artigo . as p . 08/07/200 1 . 1 0 : 54.
DEA N , A. G. e t a!. EPIINFO, a w o r d
do
medo
processing, d a t e b a s e and s tatistics p ogram
fo r e p i d e m i o l o gy on m i c r o c o m p u ters .
Georgia: USD, 1 99 5 version 6 . 02.
E M PRES A d e C o n s u l t o ri a Rios E s t u d o s &
Proj e to s . O c o n s u m o do l e i t e i n fo r m a l n o
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Horizonte. Anais. . . B elo Horizonte: Associação
B rasileira de Administração Rural, 1 999, V. 3 ,
p . 276-294.
+
+
1 . INTRODUÇÃO
São várias as suposições sobre a verdadeira
origem do queijo e não se pode precisar a data
de s e u s urgimento. Referênc i as ao al i mento
queijo, são encontradas no Velho Testamento e
e m d e s c r i ç õ e s d e Ho mero e A r i s t ó teles n a
Grécia. O queijo era um alimento básico na dieta
ali mentar d o s s o l d a d o s roman o s . (QUEIJO,
1 9 9 9 a) .
A legislação d e alimentos e bebidas contidas
no Compêndio Mercosul (ABIA, 1 99 7 ) define
queij o como produto fresco ou maturado obtido
p or s ep aração p arcial de s oro do leite ou do
l e i t e rec o n s t i t u í d o , ou d e s o r o s l ác te o s ,
coagulados por ação física, do coalho, d e enzimas
específicas, de bactérias específicas e de ácidos
orgânic o s . Pode ser agregado d e s ubstâncias
alimentícias, especiarias; condimentos, aditivos
e s p e c i fi c amente i n d i c a d o s , s ubs tâncias aro­
matizantes e corantes .
No B rasil, o consumo per capita de queijo
em 1 9 9 9 não u ltrapas s o u a média de 3 Kg,
c o n s u m o médio i n feri or aos p aíses v i z i n hos
deste continente. Na Argentina o consumo p e r
capita de queijos atingiu nesse mesmo ano cerca
+
2
Pág. 1 92
de 1 1 , 6 Kg e Venezuela com média de 2,8 Kg.
Os consumidores dos países pertencente a União
Européia e América do Norte, apresentam média
de consumo per capita s uperior a 14 Kg e 8 Kg
respectivamente. Segundo IB GE o consumo de
q u e ij o s cre s c e u 1 3 , 7 8 % entre 1 9 8 7 e 1 9 97 .
Embora no B rasi l o consumo de queij o tenha
aumentado c o n s i d erave l mente nas ú lt imas
décadas , esses dados i n dicam que o mercado
consumidor do queijo é um setor p otencial que
merece ser exp l o rad o , com abe rt u ra p ara
ino vação e d iversifi c ação . ( Q UEIJO, 1 9 99b;
S U PE R M E R C A D O
2002;
MODERNO,
CONSUMO, 2002).
Essa p e s q u i s a teve como temát i ca
caracteri zar u m novo produto a l i ment íci o, o
Q u e ij o D o c e Frutas, e l ab o rad o c o m 3
c o m p o s ições de caldas, que c o n s ti t u e m os
tratamentos em estudo. Neste artigo ab ordará
apenas os r e s u l t ad o s o b t i d o s d e queij o s
elaborados com calda con stituída de 1 0 % d e
sacarose. O Queijo Doce Frutas é um produto
lácteo que d i fere das v ariedades d e q u e ij o s
existentes n o mercado consumidor. Caracteriza-
Aluna d o Curso de Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos d a ESALQ - S P, egressa do Centro Federal
de Educaç ão Tecnológica do Paraná - CEFET/PR. cmfenima@ esalq.usp.br
Prof. M estre, Pror'. do Curso de Tecnologia de Alimentos do Centro Federal de Educaç ão Tecnológica do
Paraná CEFET/PR. marly @ md .cefetpr.br
Pág . 1 93
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A N AI S DO X I X C O N G R ES S O N A C I O N AL DE L AT i C í N I OS
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
se pelo s abor doce e adicionado de polpa de
fru t as , p o d e n d o ser u t i l i zado na c u l i n ária,
pri ncipalmente no setor de sobremesas.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
E s s e produto foi e l aborado a partir de
alterações das etapas básicas de processamento
do queij o convencional . Ci ta-se a ad i ç ão de
polpa de frutas sabor coco e cultura láctica de
iogurte antes da coagulação, imersão da massa
do queijo em calda de açúcar ao invés da salga,
seguido de enformagem, prensagem e embalagem
a vácuo. O estudo consistiu na avaliação físico­
química e sensorial do queij o doce frutas, nos
tempos d e maturação O , 4, 6 , 8 e 1 0 d i as à
temperatura d e 1 2° C . Foram e l aborados 1 0
u n i d ades experimentais s e n d o as a n á l i s e s
realizadas e m triplicata. Entre a s análises físico­
químicas realizadas para o tratamento com 1 0%
de s acaro s e , c i t a - s e p H , acidez t i t u l ável e
umidade. Os procedimentos de análises foram
re a l i z ados de acordo c o m os m é t o d o s
preconizados por S ILVA, e t a i. ( 1 997).
Para a avali ação sens orial adotou-se o
método de escala Hedônica ( MOR I, 1 987), com
a utilização de 30 provadores que, avaliaram o
produto em laboratório de Análise Sensorial .do
CEFET/PR. As amos tras foram c o rtadas em
cubos d e 1 c m de ares ta , e refri geradas a
temp eratura de 8°C, em c o p o s p l á s t i c o s
devi d amente codificados. As escalas p ara as
notas atribuídas para cada amostra variavam de
9 (gostei muitíssimo) a 1 (desgostei muitíssimo).
Os dados obtidos foram submetidos a uma
análise de variância e teste de F seguido de análise
de resíduos .
3 . RESULTA D O S E DIS C U S S Ã O
Com os dados obtidos das análises de pH,
Acidez Titulável e Umidade se obteve a média
dessas variáveis, apresentadas na Tabela 1 .
Realizou-se análises de variância seguido
de testes de hipóteses, teste F para as variáveis
Tabela 1
Variáveis
-
em estudo. Como resultado, obteve-se ao nível
de 5% de significância que, entre os tempos de
maturação, as méd i as da variável pH são
estatisticamente diferentes . O teste de Tukey,
demonstrou que as médias dessa variável para os
tempos 6, 8 e 1 0, apresen tara m - s e e s t ati s ­
ticamente iguais. O que permite observar que a
partir do 6° dia o queijo apresentou o pH estável,
aproxi madamente o v a l o r e s t i mado p ara o
q u eij o s M i n a s Padrão ( Q UE I J O M I N A S . . . ,
1 997). Para a variável Acidez Titulável, o teste
F também i n d i c o u d i ferença es tatís t i c a ao
mesmo nível, sendo que pelo teste de Tukey se
obteve igualdade de média apenas para os tempos
6 e 8, ou sej a, o produto apresentou o teor de
acidez titulável estável neste período, demons­
trando um acréscimo s ignificativo no 1 0° dia Tabela 1 .
De acordo com a classificação do Padrão
de Identidade e Qualidade (LERAYER , e t a i. ,
1 998), o queijo doce frutas pode ser classificado
como de média umidade, geralmente conhecido
como queijos semiduros, se s ituando entre 36,0
a 45,9% Tabela 1. O teor médio de umidade
deste produto se encontra abaixo dos l i m i tes
estimados para o queijo minas padrão, apresen­
tando c o n s i s tê n c i a firme, col oração b ranca,
algumas olhaduras irregulares, sabor da polpa de
fruta e baixa acidez. S u a massa apresentou-se
macia, p o ré m bas tante quebradiça, s e m
apresentar fl e x i b i l i d a d e . Q u anto a variável
u m i d ad e , o s re s u l tados do teste F e Tukey
indicaram que apenas o temp o 10 foi estati s­
ticamente diferente dos tempos O, 4 e 6, o qual
demonstrou que o produto desidratou ao longo
do tempo de maturação .
Como res ultado da análi s e sensorial, os
conceitos emitidos pelos provadores implicaram
nas média 6,8, 6,3, 6, 1 , 6,2 e 6,4 para os tempos
O, 4, 6, 8 e 1 0 respectivamente. A média dos
conceitos de todos os tempos de maturação não
apresentaram diferença estatística ao nível de
5% de significância, sendo a média geral 6,4 o
que corresponde a "gostei ligeiramente". Embora
os res ul tad os tenham demonstrado uma certa
Médias das variávesi pH, acidez titulavel e umidade nos tempos de maturação
e 1 0 dias .
Tempos
pH
Acidez titulável (% ácido
lático)
Umidade (%)
Tempo O
6,3 1a
0, 1 8d
44,37a
O,
Cheese Sweet Fruits in the O, 4, 6, 8 and 1 0 days
of maturation at 1 2°C.
Key words: Sweet cheese, pulp of the fruit,
physic chemicals analysis, sensorial analysis,
maturation.
4. C ON C L U S Õ E S
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Através d o s resultados físico-químicos, o
q u e ij o d o c e fru tas apre s e ntou u m c o mp o r ­
tamento de p H s i m i l ar ao queij o t i p o m i nas
padrão, ou seja, o novo produto é caracterizado
c o m o q ue ij o de massa crua, c o m algu mas
alterações na textura e no sabor. Devido à adição
de calda a base de sacarose na massa do queijo,
possivelmente i nterferiu nas atividades bacte­
rianas, o que atras ou aparentemente o desen­
v o l v i me n t o d a acidez n o 8 ° d i a. Embora o
prod uto tenha s i d o embalado a vácuo h o u ve
redução do teor de umidade, o qual foi observado
um acúmulo de cald a na p eriferi a do queij o .
O resultado da avaliação sensorial demonstrou
que o produto apresentou boa aceitação até o 6°
dia de maturação, acima desse período houve
rejeição do mesmo devido ao s abor ácido ter
sido acentuado em combinação com açúcar.
DAS
B R A S IL E I R A
A S S OCIAÇÃO
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S UM M A RY
This article has as theme to characterize
the new food product, the Cheese Sweet Fruits.
It w i l l approach only the res ults obtained of
cheese made w ith 1 0% of syrup of s ugar. The
Cheese Sweet Fru i t is a milky p roduct witch
differs of the varieties of existent cheese in the
consuming market. It is characterized by the
sweet taste and added of pulp of fruit, and it can
be used in the cookery. This product is obtained
by a production process that involves alterations
in the b a s i c s tages of the production of the
conventional cheese. The study consisted of the
physiochemical and sensorial evaluation of the
4, 6, 8
Médias das variáveis segundo dos tempos de matura ão
Tempo 4
Tempo 6
Tempo 8
Tempo 10
5,39b
0,46"
0,64"
0,65°
5, 1 2"
5,14"
0,83a
44,42a
44,68a
42,23ao
40,90"
5, 1 8c
c o n s t â n c i a n o s c o n c e i t o s atrib uído s p e l o s
provadores, os tempos que apresentaram melhor
aceitação foram entre o 4° e o 6° dia, a partir do
tempo 8 os provad ores demonstraram menor
preferência pelo produto .
•
a, b, c e d - médias seguidas de letras iguais não apresentam diferença mínima signicativa no nível de 5 %.
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P á g . 1 95
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
DESENVO LVIM ENTO DE UMA B EB I DA DE SORO DE Q U EIJO, FORTIFICADA COM FERRO
Development of an iron fortified cheese whey beverage
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL D E LAT i C í N I O S
Tabela 1 - Resultados das analises físico-químicas .
Valor de
Gordura
Proteínas
Cinzas
Ferro
Vit. A
Vit. D
Sólidos Totais
pH
%
%
%
Mg/IOOrnL
ER
rncg
%
A
3,45
0,70
0,87
0,23
2,26
B
3,52
0,63
1 ,04
0,25
2,64
C
5,50
0,70
0,98
0,23
3,08
1 8 ,27
D
5,54
0,65
0,89
0,26
1 ,2 8
1 7,59
E
5,44
0,60
0,96
0,25
1 ,90
Exp
Sônia M aria Cardia Gomes Lim a 1 , Ana Lúcia Barretto Penna2, Fernando Leite Hoffm ann2
RESUMO
Este trabalho teve como proposta a elaboração de uma bebida de s oro de queij o ,
fortificada c o m ferro, destinada a programas d e intervenção nutricional, c o m a finalidade
de prevenir a anemia ferropriva. A necessidade do controle deste tipo de anemia deve ser
determinada pela magnitude do problema e pelos seus efeitos na qualidade de vida, morbidade
e mortalidade. Considerando a grande dificuldade da população brasileira em ter acesso a
uma alimentação que garanta o atendimento de suas necessidades nutricionais, a fortificação
de alimentos com ferro, se apresenta como uma alternativa de intervenção para prevenir
a anemia carenciaI . Os produtos foram elaborados a partir de soro de queijo, pasteurizado
a 8 0° C, adicionados de açúcar ( 1 3 ou 1 6 %), corante, aromatizante e fontes de ferro
(sulfato ferroso, ferro amino quelato ou ferro amino quelato acrescido de vitaminas A e
D), com valores de pH de 3,5 ou 5,5. A avaliação da qualidade da bebida foi obtida através
de análises físico-químicas e sensoriais. As bebidas preparadas apresentaram valores de pH
de 3 ,45 a 5 , 54, 0,60 a 0,70% de gordura, 0 , 8 7 a 1 ,04% de p roteína, 0,23 a 0,26% de
cinzas, 1 7,59 a 20, 89% de sólidos totais e ótima aceitabilidade sensorial , demonstrando
ser o soro um adequado veículo alimentar para a suplementação com ferro.
Palavras-chaves : Soro de Queijo, Ferro, Fortificação, Bebida Láctea.
1 . INTRODUÇÃO
Pela dificuldade da população brasileira ter
ace s s o a u m a ali mentação que garanta o
atendimento a s uas necessidades nutricionais, a
fortifi cação de alimentos com ferro se coloca
como uma a l ternativa d e i n terven ç ã o para
prevenir a anemia ferropriva (S AMPEI e t a i . ,
2000). A biodisponibilidade e o custo acessível
do soro aumentam a viabilidade de sua utilização
em formulações de produtos com finalidade de
s u p l ementação n u tri c i o nal da p o p u l ação
(SANTOS E FERREIRA, 200 1 ). Neste trabalho,
o obj e t i v o fo i de for m u l ar e avaliar as
características físico-químicas e sens oriais de
bebidas l ácteas de soro de queijo, fortificadas
c o m ferro, p ara u s o em p rogramas de
i n tervenção n u t r i c i o n a l , c o m fi n a l i dade
p reventiva da anemia ferropriva.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O soro obtido do processo de fabricação
do q u e ij o M i nas Fre s c a l , fo i fi l trado e
2
pasteurizado a 80°C. Adicionou-se: 1 3 % ou 1 6%
de açúcar, 0 , 07% d e aro matizante s ab o r
morango, 0 , 0 5 % de c oran te verme l h o , áci d o
láctico para corrigir o valor d e pH para 3,5 ou
5,5, e 35mg/L de sulfato ferroso ou ferro amino
quelato ou ferro amino quel ato com vitaminas
A e D, conforme o experimento. O produto foi
re s friado e embal a d o . A p ó s 48 ho ras d e
re frigeração foram real izadas as s e g u i n t e s
análises físico-químicas : sólidos totais, gordura,
proteínas, cinzas, ferro, vitaminas A e D e valor
de p H . As bebi d as foram s u bmetidas a u ma
avaliação sensorial (aceitabilidade geral) por um
grupo de 5 0 crianças p ré-escolares com idades
entre 4 e 6 anos, utilizando uma escala hedônica
facial de 3 p ontos.
3. RES U LTA D O S E D I S C U S S Ã O
A Tabela I apresenta os res u ltados das
análises fís i c o -químicas das bebidas l ácteas
forti ficadas .
Aluna do C urso de Pós Graduaç ão em Engenharia e Ciência de Alimentos - Departamento de Engenharia e
Tecnologia de Alimentos - UNESP, Rua Cristóvão Colombo, 2265. 1 5054-000 S ão José do Rio Preto - S P.
E-mail: sonialima@ westnet.com.br
Professores D outores do Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos.
Os valores de pH das amostras variaram de
3 , 4 5 e 5 , 54 , de acordo c o m o e s tabel e c i d o
i n i c i al mente n o delineamento experimental .
O teor de gordura das bebidas variou de 0,36 a
0,7%, valores considerados normais para este
tipo de produto e próximos ao descrito por CAL­
VIDAL ( 1 979) e ALMEIDA e t a i. ( 1 999). Nos
experimentos de A a D foi adicionado 1 3 % de
açúcar e no experimento E, a adição foi de 1 6%,
obtendo-se sólidos totais variando de 1 7 ,59 a
20, 8 9 % , próximo ao valor recomendado pela
USDEC ( 1 997) para bebida esportiva elaborada
a base de soro de queij o , de I 8 %. Os teores de
proteínas na bebida variaram de 0, 87 a 1 ,04%,
semelhantes aos obtidos por ALMEIDA e t a i.
( 1 9 9 9 ) , M A R CO A N T O N I O & R I C H A R D S
( 1 998). A s bebidas apresentaram d e 0,23 a 0,26%
de cinzas, sendo de 1 ,28 a 3,08 mg/1 00 mL de
ferro, atendendo de 12 a 30% das recomendações
deste mineral para crianças em idade pré-escolar,
segundo a NRC ( 1 989). Os valores encontrados
para as vitaminas A e D, de 23,26 a 24,07 ER e
de 1 , 67 a 1 , 74, respectiv amente, contribuem
para maior ingestão destas vitaminas, uma vez
que o s oro, por ser desengordurado, apresenta
baixos teores destas vitaminas lipossolúveis .
Observou-se menor aceitação das bebidas
com sabor mais ácido, cujo valor de pH era 3 ,50
e 3,52. No entanto, as bebidas das formulações
c o m v a l o r de p H 5 , 5 , t i veram ó t i m a acei ­
tabi l i d a d e s e n s o r i a l p e l o s p r é - e s c o l ar e s .
A s bebidas elaboradas com 1 6% e com 1 3 % de
açú car apresentaram res ultados semelh an tes , '
demonstrando que esta variação não interferiu
na acei t ação . Veri fi c o u - s e també m q u e os
diferentes compostos de ferro não prejudicaram
as características sensoriai s .
Pág. 1 96
1 8,85
23,26
24,07
1 ,74
1 ,67
1 9,27
20,89
4 . C ON C L U S Ã O
A s bebidas anal i s ad as apresen taram
características físico-químicas adequadas, bem
como ótima aceitabilidade sensorial, demons ­
trando q u e o s o ro é u m adequado veíc u l o
a l i mentar p ara a s u p l e mentação c o m ferro,
p o dendo ser u t i l i z a d o e m pro gramas d e
intervenção nutricional para controle da anemia
ferropriva.
SUMMARY
This pap er had as a goal the elaboration
o f an iron for t i fied c he e s e whey b e verage,
all ocated to nutritional i ntervention p rograms,
with the p urpose to prevent iron anemia. The
control necess i ty of this kind of anemia must
be determined by the problem extension and by
its effects in !ife qual ity, and considering the
great difficulty of the B razilian population in
get ting a n o u ri s hm e n t that g u arantees i t s
n utritional necessities, t h e fortification of iron
food, shows up as an i ntervention alternati ve
to prevent anemia. The products were elaborated
from a cheese whey, pasteurization at 80°C, sugar
added ( 1 3 or 1 6%), coloring, aromatizing and
i ron sources (sulfate ferrous, i ron amino acid
chel ate or iron amino acid chelate added with
v itamins A and D), w i�h pH val ues o f 3.5 or
5.5. The evaluation of the beverage quality was
obtained through sensorial and physics-chemical
analyses. The prepared beverages showed values
of pH from 3 .45 to 5 . 54, from 0.60 to 0.70%
o f fat from 0.87 to 1 .04 % of protein, 0.23 to
0.26% of ash, 1 7 .59 to 20. 8 9 % of total solids
and a great sensorial acceptability, so the cheese
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ANAIS DO XIX C O N G R ESSO N AC I ON AL DE LAT i C í N I OS
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
w hey has been showing to be an appropriate
nutritional tool for iron supply.
K e y - w o rd s :
Cheese
Whey,
Iron,
Fortification, Lactic beverage.
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS
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M AT S U O , T. , CAB ALLERO-C Ó RDOB A, G .
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CAL-VIDA L , 1 . U ltrafiltração d e soro lácteo e
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MARCOANTONIO, L . P. , R ICHARDS , S . P. S .
Avaliação d a aceitabilidade d e uma bebida láctea
à base de s oro, desti nado ao público infantil.
•
X V I C on g r e s s o B ra s i l e i r o de C i ê n c i a e
Te c n o l o g i a de A li m en t o s , R i o de J a n e i ro ,
1 99 8 . Anais [CD-ROM] .
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-
M a n u a l d e Refe r ê n c i a para P r o d u tos de
Soro dos E.U.A. Arlington: USDEC, 1 997.
•
CONTAGEM TOTAL DE MICRORGANISMOS M ESÓFILOS E DE PSICROTRÓFI COS NO
LEITE CRU E PASTEURIZADO, TRANSPORTADO VIA LATÃO OU GRANELlZADO
Total count of mesophiles ans Psichrotrophic microorganisms in raw and pasteurized
milk transported refrigerated and not refrigerated
Veridiana de Carvalho Antunes l , William M oreira Siqueira J unior2, Pedro Paulo Valente2,
Ana Paula Barros l , Catari na Beatriz Cairo Conde2, Rúbia Rosal , Michele Corrêa Bertoldi2,
Claudéty Saraival , Célia Lúcia d e Luces Fortes Ferreira3
RESUMO
o l e i te
p ro d u z i d o de maneira h igiêni ca, o seu man u se i o e tran s p orte s ã o o s
determinantes d a qualidade do produto que chega à mesa d o consumidor. A refrigeração d o
leite a partir d a ordenha e assim transportado, constitui u m a das práticas d e rotina cada
vez mais enfatizada e exigida pelos órgãos oficiais. Níveis acima de Log 6,0 ufc/g de
psicrotróficos são geralmente responsáveis por s abor amargo em queijos e aumento de
viscosidade nos leites UAT. Essa situação é faci lmente estabelecida quando, à estocagem
nos tanques de refrigeraçao na fazenda, suas enzimas, que, sendo termoresistentes, não são
totalmente i nativadas quando segue-se além do transporte nestas condições um período
longo de estocagem refrigerada na indústria antes do seu processamento. O presente trabalho
1 Bacharelandos em Tecnologia de Laticínios.
2 Engenharia de Alimentos.
3 Prof.Titular - PhD, Departamento de Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa, Minas Gerais.
3 65 70.000,
teve como objetivo verificar a contagem total de mesófilos e psicrotróficos em leite cru
e pasteurizado originado de coleta via latões e granelizado refrigerado. A mostras de latões
de diferentes produtores da região e do leite granelizado foram avaliadas para contagem
total de mesófilos (incubados a 32-3 5"C/48 horas) e contagem de psicrotróficos (TC/ 1 O
dias), antes e após a pasteurização (65"C/30 minutos) . Toda a experimentação foi repetida
7 vezes em ocasiões diferentes. Observou-se uma diferença de tres ciclos logaritmos entre
as amostras mesofílicas do leite cru e aquelas pasteurizadas nas amostras coletadas por
ambos os processos. Essas determinações foram Log 7,23/4,69 ufc/ml no leite de latão cru
e pasteurizado e Log 6 ,26/3 , 1 5 u fc/ml nas amostras de leite coletado a granel cru e
p asteuri zado res pecti v ament e . Verifi c o u - s e uma d i ferença de cinco e q u atro c i c l os
l ogarítm i c o s entre as determi nações p s i c rotrófi c a s fei t as n as mes mas amo s tras,
encontrando-se os valores Log 6,60/ 1 ,62 ufc/ml e Log 5,28/1 ,08 ufc/mI. respectivamente.
O número elevado de psicrotróficos nas amostras cruas sugere a possibilidade de produção
por esse grupo microbiano de enzimas termoresistentes, proteases e lipases, capazes de
diminuir a vida de prateleira dos produtos processados com esta materia prima.
Palavras Chave: contagem de mesófilos, psicrotróficos, leite cru, leite granelizado.
1. I N T RO D U Ç Ã O
O sistema d e coleta a granel do leite está
sendo impl antad o no país, e deverá modificar
os presentes patamares de qualidade neste setor.
A obrigatoriedade da granel i zação deverá ser
escalonada nas diversas regiões do país, sendo
que existe uma p revisão para j u lho/2002 nas
regiões sul! s udeste e centroeste(MINISTÉ RIO
D A A G R IC U LT U R A , 1 9 9 9 ) . S abe-se que a
prát i c a d a gran e l i zação de um leite de m á
qualidade pode trazer consequências desastrosas
p ara os p ro d u to s o ri g i n a d o s d e s s e i n s u m o .
O s principais p roblemas t ê m c o m o origem a
ação metab ó l i c a de bactérias p s icrotróficas,
grupo de natureza mesofílica, mas que, indepen­
dentemente de de as temperatura ó t i m a de
crescimento adaptou-se e cresce a temperaturas
de refrigeração. Sua principal característica é a
intensa atividade proteolítica e l ipolítica de suas
enzimas que são termoresistentes .O leite ao ser
armazendo a temperaturas próximas de 4°C ,
controla o c res c i mento d o s m i c rorgan i s m o s
mesofílicos. O resfriamento reduz de maneira
s i gni fi c a t i v a a mu l t i p l i c ação d o s m icror­
ganismos, diminuindo a sua acidificação. Micror­
gan i s m o s meso fílicos crescem bem a tempe­
raturas de 3 5°C, e s ão o s responsáveis pelo
p roces s o de acidificação. A refrigeração na
fazenda, por si só, no entanto, não garante um
leite de boa qualidade. É preciso que o leite cru,
seja produzido higienicamente para garantir uma
contagem microbiana baixa pois, a cadeia do .
frio tem a função de manter esta contagem nos
níveis iniciai s , e as sim a qualidade da matéria
p r i m a . Q u a n t o m a i s t e m p o um l e i t e r u i m ,
c o m u m a c o ntagem e l e v a d a é man t i d o s o b
r e fr i g eração ( 7 - 1 O°C . ) , mai o r s e rão a s
possibilidades d e serem produzidos queijos com
s abor amargo e com p ouco rendimento, leite
UAT/UHT viscoso, para citar alguns problemas .
Microrganismos psicrotróficos crescem bem a
7 °C . C o m p õ e m e s t e gru p o , b ac térias Gram
negativas e sendo as Gram positivas em menor
quantidade (COUSIN, 1 9 82), formadoras ou não
d e e s p o r o s , a l é m d e m o fo s , l e v e d u ras e
geralmente não acidificam. Assim, os testes de
al i zaro l e re d utase, p a s s a m a não ter tanto
s i g n i fi c ad o . O s p s i cro trófi c o s i n c l uem
m i c rorgan i s m o s s ap ró fi to s e p a t o g ê n i c o s .
Pertencem a este grup o espécies d o s gêneros
P s e u do m o n a s , A c h r o m o b a c t e r , B a c i l l u s ,
F la v o b a c t e r i u lll , A l c a l i g e n e s , A e r o m o n a s ,
Pro teus, Xan to lllonas, Esch erichia, e Liste ria ,
( WA S H AN et aI., 1 9 7 7 ) entre o ut ras . Esses
microrganismos estão presentes na água, poeira,
em superfícies mal higienizadas, nas pastagens,
u t e n s íl i o s e e q u i p a m e n t o s d e o r d e n h a mal
hi gienizados.
O objetivo deste trabalho foi verifi car a
contagem total de mesófi los e de psicrotróficos
no leite cru e pasteuri zad o, trans p ortad o via
latão ou em transporte refrigerado(granelizado) .
2. MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório
de C u l t u ras Láticas, ' e na p l anta p i l ô t o de
l at i c ín i o s , Departamento de Tec n o l ogia de
Alimentos, Universidade Federal de Viçosa. Toda
a experimentação fo i repetida 07 v e ze s , em
ocasiões diferentes .
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ANAIS DO XIX C O N G R ES S O N A C I O NAL DE LAT i C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGR ESSO NACION AL DE LATiCíN IOS
2 . 1 . C o le t a das A m os tras
As amostras foram obtidas na p lataforma
da planta p i loto de laticínios do Departamento
de Tecnologia de Alimentos, da Universidade
Federal de Viçosa. Durante os meses de março
e abril de 2002. Foram co letados de maneira
assep tica em frascos Erlemeyers, cinco litros do
leite granelizado, no tanque de pesagem. Dessa
amostra, 1 00 mL foram transferidos para frasco
estéril com tampa rosquead a e i mediatamente
enviado para o laboratório. O restante foi mantido
sob refrigeração até o momento da pasteurização.
As amostras do leite trasnportado via latão foram
obtidas cinco l atões originados de d i ferentes
produtores ( l litro de cada latão). Após a mistura
das cinco amostras, 1 00 roL foram envidos para o
l aboratório para an álises, e o restante foi
submetido ao processo de pasteurização.
2.2. Tratamento Térmico das A m ostras
As amostras de leite recebidas na plataforma
nos latões ou granelizada, após retirada de 1 00 roL
para avaliação da matéria prima crua, foram ambas
submetidas ao mesmo tempo ao processo lento de
pasteurização, em banho maria, nas fermenteiras .
Após o tratamento térmico de 65°C/30 minutos,
procedeu-se ao resfriamento e amostras foram
encaminhadas para o laboratório para análises.
2 . 3 . D e t e r m i n a ç ão de Mes ofi l o s a e ró b i os
totais e Psicrotróficos
A determinação de mes ó fi } o s aeró b i o s
totais (32-35°C/48h) e d e psicrotróficos (7°C/ 1 O
dias), foi feita empregando-se metodologia aceita
internacionalmente, plaqueando-se em agar padrão
as diluiçoes decimais , em duplicatas para cada
diluição . Os resultados foram indicados como
unidades formadores de colônias por ml (ufc/mL).
2 . 4 . A n álise dos dados
Os dados foram avaliados por meio da análise
descritiva dos logarítmos das médias das contagens.
3. RES ULTAD OS E D I S C U S S Ã O
3 . 1 . C o n tagem total d e m e s ófil o s em l e i t e
cru e e m leite pasteurizado transportado
e m l a t õ es e g r a n e l i z a d o
As contagem de mesófilos aeróbios totais
em leite transportado em latões e granelizado cru
e após a pasteurização encontram-se na tabela 0 1 .
Pág. 200
Tabela 1 -
Contagem de m i crorgan i s m o s
mes ó fi l o s e m l e i t e tran sportado
em latõe s , e em leite graneli zado
cru e após pasteurização a 65"C por
1 5 minutos.
Tip o de
Transp orte
Lat ão
Granel
L o g ufc/mL
L e ite
L e i te
Cru
Pasteurizado
7,23
6,26
4,69
3, 1 5
O l e i t e cru tran s p o rtado e m l at õ e s
apre s e n t o u mais d e 1 0 000 000 d e m i cror­
ganism os aeróbi os mesofílicos, e portan to, acima
dos valore s que estão sendo precon izados pela
legis l ação a p art ir dei próxim o mês de j u lho
MINIS TÉ RIO DA AGRIC ULTU RA, 1 999). Essa
portar ia estabe lece o l im i te máxim o da CPP
(contagem padrão em placas) em 1 000 000 ufc/roL
para o leite cru resfria do a partir de 1 /07/20 02
nas regiõe s s ul/sud este/ce ntro-o este. Obser vou­
se uma diferen ça de tres ciclos logarit mos entre
as amostr as mesofílicas do leite cru e aquel as
pasteu rizada s nas amostr as coletad as por ambos
os proces sos. Essas determ inaçõe s foram Log
7 , 2 3 /4 , 6 9 ufc/m l no l e i te de l atão cru e
pasteu rizad o e Log 6 , 26/3 , 1 5 u fc/ml nas
amost ras d e leite c o letado a grane l cru e
pasteu rizado res p e c t i v ament e. A m i crob i o ta
mesofi lica no leite além de micror ganism os dos
gêner os E s c herich i a e S tap h y l o c o c c u s , é
consti tuída també m de bactér i as l áticas c o m
c aracte rísti cas ac i d i fi cante s . A n at u reza
mesofí lica da maiori a de seus consti tiuinte s e a
ausênc ia de refrige ração duran te o transp orte
fav orece m a s ua m u l t i p l icação . Nesta expe­
rimen tação observ ou-se u m acrésc imo de um
ciclo l ogarit mico entre as contag ens d o leite
tran s p ortado em l at õ e s em c o m p aração ao
pro d u to origin ado da mesma bacia l e i te ira,
transpo rtado sob refrige ração. O fato de o leite
refrige rado ter atingi do os p atama res p reco ­
nizado s na legislação e ainda assim origina do de
uma matéria prima considerada fora dos padrõe s,
é indica tivo de que estes padrõe s podem ainda
ser mais rígido s ao se implan tar técnic as para
obtenç ão h igiênic a do leite.
3.2. C o n ta g e m de p s i c r o t r ófi cos e m l e i te
c r u e p a s t e u r i z a d o t r a n s p o r t a d o em
l at õ es e g r a n e l i z a d o
As contagem de m icrorganismos p s i cro­
tróficos em leite cru transportado em l atões e
grane l i zado antes e após a p a s t e uri zação
encontram-se na tabel a 02. Verificou-se uma
diferença de cinco e quatro ciclos logarítmicos
entre as determinações psicrotróficas feitas nas
mes mas amostras , encontrando-se os valores
Log 6,60/ 1 ,62 ufc/ml e Log 5 , 2 81 1 ,08 ufc/mI,
respectivamente. O número elevado de psicro­
tróficos nas amostras cruas sugere a possibilidade
de p ro d u ção de enzimas termore s i s tentes,
proteases e l ipases , capazes de diminuir a vida
de prateleira dos produtos processados com esta
materi a p rima.
Tabela 2 -
Tipo de
Transporte
Latão
Granel
Contagem de microrganismos psi­
crotróficos em leite tran sp ortad o
em latões, e em leite graneli zado
cru e após pasteurização a 65°C por
1 5 minutos.
Log ufc/mL
L e i te
Leite
Pasteurizado
Cru
6,60
1 ,62
1
M i crorga n i s m o s p s i crotrófi c o s repre­
sentam cerca de 1 0% da microbiota do leite cru.
N e s t a experimen tação verifi ca-se que e s ta
percentagem representa 23%. Em condições de
refrigeração durante o transporte e estocagem,
m u l t i p l i ca m - s e mais rap i d amente do que a
microbiota mesofílica, passando a predominar.
Em leite obtido em condições inadequadas, pode
representar de 70-75% de toda a microbiota do
l e i t e ( T H O M A S & T HO M A S , 1 9 7 3 ; C O X ,
1 9 9 3 ) . A l ém d as enzi mas termore s i tentes
produzidas pelos microrganismos psicrotróficos
no leite cru, entre os microrganismos deste grupo
há os resistentes ao processo de pasteurização
que podem continuar este p rocesso no leite e
em seus derivados, amplificando o seu efeito
deletér i o . Entre as e s p é c i e s p s i crotrófi c as
term o d ú ri c as é c o m um a preseça do gênero
Bacillus. As espécies B. cereus, B. lichen�formis,
e B. c o a g ll la n s c res cem m e l h o r no leite
(STA D HOULDER S , 1 97 5 ) sendo que as mais
termo res i s tente são B . s ll b ti li s , segu i d a de
B. lichenifo rmis e B . c e r e u s . Este últ i mo tem
sido s i s tematicamente encontrad o em tanques
de estocagem.
Está estabelecido atualmente que o leite
ao chegar na indústri a não poderá estar acima
<t e 1 0° C . Se, n o entanto, e s s e l e i te não foi
p r o d u z i d o h i g i ê n i c a m e n t e e m an t i d o em
tor n o d e 4 - 5 ° C , d i fi c i l m e n t e o c o rrerão as
m u d anças dos p at amares d e q u a l i d ade hoj e
observados .
4. CONCLUSÃO
A qual idade do leite para s e r mel horada
p re c i s a cen trar- s e n u m rebanho s a d i o e na
educação do produtor. No momento em que se
tenha um rebanho sadio, um produtor consciente
das técni cas adequadas do man u s e i o para
obtenção de um prod uto higiênico, com baixa
carga microbiana e com c o n d i ç õ es d e ser
re s friado i m e d i atamente após ter sido
ordenhado , e a s s i m tran s p o rtado, p o d e-se
garantir uma mudança nos patamares atuais de
quali dade da ind ústria de laticín i o s . I mporta
lembrar ainda que m u i t o s p r o d u t ores
permanecem impedidos de implementarem esta
prática, devido ti falta de eletrificação e devido
ao sis tema viário p recári o . A obrigatoriedade
da implantação desta p rática precisa p ortanto
ser revi sta, e as institui ções govern amentais
necessitam rever, com urgência, as necessidades
destes produtores .
S UMMARY
Milk higienically produced, its handling and
transportation, are the the steps responsible for
the quality of the p r o d u c t that reaches the
consumer table . The refrigeration o f the milk
fro m the m il k i n g an d through the trans­
p ortation, consti tutes staple ro utine p ractices
and reinforced by official rules . Val ues above
log 6 , 0 ufc/mL o f p s i c h ro trophs i n the raw
material are generally responsible for defects in
dairy products s u ch as bi tter fl avor and low
efficiency in the cheese production, and gelation
of UHT milk in the period of 6- 1 0 weeks . In
t h i s work it was eval uated the raw m i l k
transported with a n d without refri geration in
the region of Viçosa, Minas gerais. Samples from
b u l k tank(re frigerated ) and fro m d i fferent
properties were col lected at the pl at aform of
the p i l o t p l a n t and d e termined fo r total
mesophile and p s i chrophiles mi crorgnais m s .
The s ame d e termi nat i o n s were made i n t h e
samples after pasteurization a t 65°C/30 minutes.
The complete experimentation was repeated
seven ti mes along the months o f M arch and
April of 2002. Mesophile counts for the raw
and pasteurized samples milk were respectively
l o g 7 , 23/4 , 6 9 an d 6 , 2 6 /3 , 1 5 ufc/mL for non
refrigerated and refrigerated samp l e s . The
psichrophile for raw and pasteurized milk were
respectively log 6,06/3 , 1 5 and 5,28/l ,08 ufc/ml
Pág . 201
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
for non refrigerated and refrigerated s amples .
The high nu mbers of psichrophiles in the raw
milk s ugested the possibility of s uch microbial
group to have produced heat resistant proteases
and l ipases w h i c h c o u l d generate d i fferente
t y p e s o f d a i ry defects . I t is imp ortant to
emphasyze that the refrigeration by itself does
not guarantee the high quality of dairy products .
To achieve h i g h q u a l i t y d ai ry p r o d u c t s i t
necessary to reinforce the health's care of the
animaI s , its management and guarantee the
owner's levei of information at the production
l e v e I in order t o achieve a h y g i e n i c m i l k
p roduction.
Key words : mes ophilles, p s i chrotrophs ,
counts, raw milk, refrigerated
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COMPARAÇÃO DE M ÉTODOS PARA MONITORAMENTO M ICROBIOlÓGICO EM LINHAS
DE PASTEURIZAÇÃO DE lEITE*
Comparison of methods for the microbiological monitoring of criticai control points
in milk pasteurization tin es
Luiz Carlos Ferrei ra! , Célia Alencar de Moraes2, M agdala AlencarTei xei ra3,
Sebastião César Cardoso Brandão4, Cláudia Lúcia de Oliveira Pi nto5
RESUMO
Métodos rápidos e econômicos para contagem total de bactérias mesófi las e para
contagem de Gram-negativos foram comparados com métodos convenci onais . Verificou­
se que o método de plaqueamento por gotas para contagem de bactérias mesófilas aeróbias
em ágar nutriente não apresentou diferenças signifi cativas quando comparado com o
método convencional de espalhamento em s uperfície. A utilização de gotas de volumes
* Apoio Financeiro: CAPES.
I Luiz Carlos Ferreira - Prof. Escola Agrotécnica Federal de Januária (EAFJ).
2 Célia Alencar de Moraes Profa. Adjunta DMB UFV MG. E-mail: camoraes@ mail. ufv.br
3 Magdala Alencar Teixeira Profa. Titular Aposentada Associada - DMB UFY.
4 Sebastião César Brandão - Pro f. Titular DTA - UFY.
5 Cláudia Lúcia de Oliveira Pinto Pesquisadora CTZM/EPAMIG Viçosa, MG.
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O N A C I O N A L DE LAT i C í N I O S
diferentes, 0,01 e 0,025 mL, não apresentou diferenças s ignificativas nos res u l tados
obtidos. Foi comprovada uma maior economia de meios de cultura e redução nos tempos
de plaqueamento e incubação no método de plaqueamento por gotas . Veri ficou-se um
gasto de meios de cultura no método de plaqueamento por gotas de até 30 vezes menor,
dependendo do volume de gotas utilizadas, em relação ao método convencional . O tempo
de p laqueamento foi reduzido cinco vezes e o tempo de incubação até quatro vezes
dependendo do meio utilizado . Na comparação entre os métodos de NMP (Número Mais
Provável ) por estrias em ágar VRB (Violet Red B ile) e espalhamento em superfície em
ágar VRB para contagem de Gram-negativos, os resultados não apresentaram diferenças
significativas . No entanto, verificou-se no método de NMP por estrias em V RB uma
economia de meios de cultura e uma redução no tempo de análise. Comparando com o
métod o de N M P convencional, ob serva-se economia de até três vezes nos meios de
cultura no método de NMP por estrias e, o tempo de incubação foi reduzido em 10 horas.
Os métodos de plaqueamento por gotas e de NMP por estrias em VRB foram recomendados
para contagem de bactérias mesófilas e contagem de Gram-negativos, respectivamente,
no monitoramento dos pontos críticos de controle em linhas de pasteurização de leite.
Palavras-chave: monitoramento microbiológico; métodos microbio lógicos
1. I N T R OD U Ç Ã O
N o s últimos anos, diversas tecnol ogias de
proces s amento/p r o d u ç ã o de alimentos vêm
sendo desen v o l vi d as consi derando a questão
"segurança al i mentar" . Danos à saúde pública
o c a s i onados por negligência por p arte d o s
produtores de alimentos levam a conseqüências
q ue resultam em ações j u d i ciais de custos na
maioria das vezes s u p eri ores aos c u s t o s de
i m p l an tação d e u m s i stema d e garan t i a de
q u a l i d ad e como o HACCP ( A MFES , 1 9 9 3 ;
VAIL, 1 994; CASWELL & HO OKER . , 1 9 9 6 ;
B UZB Y e t aI ., 2000) . Sabe-se hoje que a garantia
de s egurança p or inspeção não é efi c iente e
prática o suficiente para atender as necessidades
da indústria de alimentos (INTERNATIONAL. .. IAMFES, 1 99 2 ) . Os métodos microbio lógicos
convencionais são em sua maioria complexos e
consomem grande parte do tempo nas etapas de
enriquecimento (FENG, 1 996). Van der ZEE &
l O S ( 1 9 9 7 ) afi rmam que razões econômicas
p odem determi nar se os métodos alternativos
d e v e m ser u s ad o s rotinei ramente . Procedi­
mentos que demandam grande quantidade de
reagentes, vi drarias e especialmente trabalho
impossibilitam a sua utilização em grande escala.
PETTIPHER ( 1 9 8 1 ) relacionou como métodos
rápidos, de aplicação em laticínios, os testes de
re d u ção do c o rante, i mp e d ância, b i o l u m i ­
n e s c ê n c i a , m i c ro c a l o ri mentria, med i d a de
metabólitos bacterianos, fi ltração, microscopia
e contagem em placa automati zada e miniatu­
'
rizada. U m dos méto d o s de p l aqueamento
m i ni aturizado é aq uele p o r meio de gotas
(NORRIS & RIB B ONS , 1 969, AMERICAN ... APHA ( 1 992), S ILVA et al . , 1 997 & lAHNEL
e t al . , 1 9 9 9 ) . O m é t o d o d e mi cro gotas foi
desenvolvido inicialmente por Miles e Misra em
1 9 3 8 sendo m u i to ú t i l q u a n d o um n ú mero
elevado de análises de é realizado e quando a
densi dade da p o p u l aç ão não é precis amente
conhecida (NORRIS & R IB B ONS, 1 969). Esse
método é s e m e l h ante ao m é t o d o de espa­
l h amento e m s u p e rfíc i e ( A P H A , 1 9 9 2 ) .
N O R R I S & R I B B O N S ( 1 9 6 9 ) afirmam que,
como o método depende de diluições com o uso
de gotas padronizadas, este é menos preciso do
que os convencionais, considerando as diferenças
de tensão superficial dos vários fluidos o que
influencia no tamanho das gotas . Portanto esse
método não é recomendado para amos tras de
alimento com contagem inferior a 3 .000 UFC/g
( A P H A , 1 9 9 2 ) . C o m o m u i t o s d o s métodos
p r o p o s t o s p ara o m o n i t oramento m i crob i o ­
lógico dependem d e equipamentos dispendiosos,
esse trabal ho teve como objetivo determinar
uma metodologia simplificada e de menor custo
destinada ao monitoramento microbiológico de
l inhas de pasteuri zação de leite fact ível para
indústrias de pequeno porte.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Essa pesquisa foi realizada no Laboratório
de M i c ro b i o l o g i a I n d u s trial do N ú c l eo de
B i otecno l o g i a A p l i c ada a Agropecuária
(B IOAGRO), da Universidade Federal de Viçosa.
Métodos rápidos e econômicos para a contagem
de bac térias mes ófilas e para a contagem de
bac térias G ram-negat i v as fo ram c o m p arado s
c o m o s m é t o d o s c o n v e n c i o n a i s . Foram
Pág. 202
Pág . 203
digitalizado por
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
utilizados cinco gêneros de bactérias, com base
em sua relevância na i n dústria de laticínios,
represen tad o s p o r q u atro bactérias G ram­
negativas (Salmone lla typ h i s u i s , Escheríchia
coli K 1 2, Enterobacter aerogenes ATCC 1 3048,
Pseudomonas a e ruginosa ATCC 1 0 1 45) e uma
bac téri a G ram - p o s i tiva formadora d e esp oro
(Bacillus c e re u s ATCC 49064) . As culturas de
S. typhisuis, E. coli foram usadas para a avaliação
do c res c i mento de Gram-negat i v o s em ágar
nutriente e no meio seletivo V RB A (Violet Red
B ile Agar-Oxoid). Todas as culturas foram usadas
p ara a determinaç ão do n ú mero de mi cror­
ganismos pelo método d e p l aqueamento por
gotas. A cultura de E. colí foi usada para testar o
método do N ú mero Mais Provável (NMP) por
estrias em V RB A . O crescimento das bactérias
Gram-negativas em ágar nutriente e em VRBA
foi realizado, em três repetições, pela técnica
de espalhamento em superfície (APHA, 1 992),
após repicagem das culturas em 5 mL de leite
pasteurizado tipo C e incubação a 3rC, por 24
horas . O resultado foi expresso em UFC/mL de
leite e as médi as das contagens obtidas foram
comparadas com o auxílio do Sistema de Análises
Estatísticas e Genéticas (SAEG), da UFV, por
mei o d o teste F, a 5 % de probabilidade. Para
av aliar o método de p l aq ueamento por gotas
( N O R R I S & R I B B ON S , 1 9 69 ; A P H A , 1 9 9 2 )
foram realizados testes de alterações no volume
das g o t as u s adas no p l aq ueamento sendo o
método c o m p arado c o m os procedimentos
convencionais de contagem de microrganismos
e m amos tras d e l e i t e pas t e uri zado ( A PHA,
1 9 92) . Paralel amente foram fei tos c o n troles
para cada cultura empregando-se o método de
e s p al hamento e m s u perfí c i e ( A P H A , 1 9 9 2 ) .
Foram feitas adaptações no vol ume d e gotas
para 0,0 1 e 0,025 flL. A média das contagens
obti das foram comparadas com o auxílio do
programas estatístico S AEG da UFV, por meio
do teste F, a 5% de probabilidade. Comparou-se
a economia de meios de cultura e redução do
tempo de p l aq ueamento e de i n c u b aç ão d o
método de plaqueamento por gotas em relação
ao método convencional . Para a determinação
do NMP pelo método de plaqueamento por gotas
utilizaram-se culturas de E. coli, aplicando-se
os fundamentos do método do NMP. Os resul­
tados foram comparados com o método conven­
c i o n a i do N M P em c a l d o Verde B ri l hante
( A P H A , 1 9 9 2 ) . A s gotas que apre s e n taram
somente uma colônia foram consideradas como
negativas . O NMP de colônias na amostra foi
c a l c u l a d o c o m base na tabel a do N M P de
WOOMER ( 1 9 94). No método de estrias foram
u t i li zadas t rês amos tras de 1 , 0 l i tro de leite
pasteurizado tipo C . Para cada amostra foram
realizadas três diluições decimais que foram em
seguida pré-incubadas por seis horas , a 3 7 ° C .
A p ó s a pré-incubação foram feitas três estrias
de cada diluição na superfície de placas contendo
VRBA, com incubação a 3rC, por oito horas .
As placas foram divididas em seis setores e em
cada setor foi feita uma estria de uma determinada
diluição . Para determinação do NMP, observou­
se o número de estrias positivas. O resultado foi
expresso em NMP de Gram-negativos por mL
de l e i t e . O m é t o d o c o n v e n c i o n a l de e s pa­
lhamento em superfície, em VRBA, foi utilizado
c o m o c o n t ro l e p ara co m p aração c o m o s
resultados obtidos.
3 . RES ULTA D O S E D I S C U S S Ã O
Constatou-se q u e o método d e micro gotas
para contagem de bactérias mesófilas aeróbias
em ágar n utriente não apresentou diferen ças
significativas quando comparado com o método
convencional de espal hamento em superfície.
Comprovou-se uma maior economia de meios
de c u l tura e a re d u ç ã o nos t e m p o s de p l a ­
queam e n to e d e i n c u b ação n o mét o d o de
microgotas . O consumo de meio de cultura foi
até 30 vezes menor, dependendo do volume da
microgota, em relação ao método convencional .
O tempo de plaqu eamento foi reduzido cinco
vezes e o t e m p o d e i n c u b a ç ã o até q u a t r o
veze s , d e p e n d e n d o d o m e i o empregado . N a
contagem d e Gram-negativos e m V R B A , não
fo ram c o n s t a d as d i fe r e n ç a s s i g n i fi c a t i v as
e n t r e o s m é t o d o s de N M P ( N ú m e r o M a i s
Prováve l ) p o r e s trias e o m é t o d o d e e s p a ­
l h ame n t o e m s u p e rfíc i e . E n t retant o , c o n s ­
tat o u - s e n o método d e N M P p o r e s t r i a s e m
V R B A uma e c o n o m i a de meios de cultura e
u m a re d u ç ã o n o t e m p o d e an á l i s e . C o m ­
p aran d o c o m o m é t o d o d e N M P c o n v e n ­
cionai , observou-se u m a economia d e até três
v e z e s d o s m e i o s d e c u l t u r a no m é t o d o de
NMP por estrias e, o tempo de incubação foi
red uzido em 1 0 horas .
4 . C ON C L U S Ã O
Com base n o s res ultados, os métodos de
plaqueamento por microgo tas e de NMP por
estrias em VRBA foram recomendados para a
contagem de bactérias mesófilas e contagem de
Gram-negativos, respectivamente, no monito­
ramento de pontos críticos de controle em l inhas
de pasteurização de leite.
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL D E LAT i C í N I O S
S U M M ARY
B US B Y, J . C . ; R O B E RT S , T. ; L I N , J . C . T. ;
M ac D O N A L D , J . M . B ac t e r i a l fo o db o r n e
S imp l e, quick and economic methods for
counting mesophilic aerobic bacteria and for
Gram negative bacteria were compared with tlie
.
standard methods. Microdrop plating was found
to be equivalent to the spread plate method for
counting mesophilic aerobic bacteria. Different
volume drops, 0,0 1 mL and 0,025 mL, yielded
s i gn i ficantly s i mi l ar res u l t s . The microdrop
method s i gn i fi c antly reduces expenses w i t h
c u l t u re media u p t o t h i rt y fo l d , and a l s o
diminishes the time needed for plating and for
incubation, five fold and four fold, respectively.
The method of Most Probable N umber (MPN)
for Gram negative bacteria, with incubation of
·
milk aliquotes prior to streaking on Violet Red
B ile (VRB) agar, was in good agreement with
c o l ony counts o u V R B p l atc s , and with the
standard NMP p erformed with l iq u i d media.
H o wever, the i n cubation t i me, i n the fi rst
method, was reduced by 1 0 hours and up to three
times Iess media were consumed. For time and
cost efficiency, the microdrop method is suggested
for monitoring points where total counts are
relevant and the MPN method, with streaking on
VRB agar after direct incubation of milk, can be
recommended when Gram negative are being
monitored in milk processing plants .
Key word s : microbiologi cal monitoring;
microbiological methods
d i s e as e : m e di c a i c o s ts a n d p r o d u c tivity
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Pág. 204
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE DI FERENTES MARCAS DE LEITE
UHT (UAT) COMERCIALIZADAS NO MUNiCíPIO DE ViÇOSA · MG, B RASIL
Evaluation of the Microbiological Quality of Different B rands of UHT Milk
Marketed i n the City of Viçosa · MG, Brazil
Cláudia Lúcia de Olivei ra Pinto1 , Mauri lio Lopes M artins2,
Elzimar Daniela M. Wellareo3, Edna Froeder Arcuri4
RESUMO
Essa pesquisa teve como objetivo avaliar a conformidad e de diferentes marcas de
leite UHT (UAT) integral comercializa das no município de Viçosa-MG diante dos Padrões
de Identidade e Qualidade vigentes . Fo ram avaliadas nove marcas de leite UHT, em 3
repetições, nos meses de outubro e novembro de 200 1 . As marcas foram analisadas , após
incubação a 37°C, por sete dias, quanto à contagem de microrganism os aeróbios mesófilos,
contagem de esporos após tratamento térmico a 80°C por 10 minutos, teste estabilidade
ao etanol 6 8 %, teste de cocção, aspecto, cor, sabor e odor. Dentre as marcas analisadas,
3 3 , 3 3 % apresentaram -se em desacordo com a legislação vigente com relação ao p adrão
estabelecido para microrganism os aeróbios mesófilos ( 1 00 UFC/mL) sendo que a contagem
de esporos, do gênero Bac illus, nes sas marcas foi de aproxi madamente 1 03 UFC/mL.
Todas as marcas atenderam ao p adrão quanto ao teste de estabilidade ao alizarol 68% e
não coagularam frente ao teste de cocção . Observou-se que as marcas em descordo com os
padrões microbiológ icos apresentaram alterações negativas nas característic as sensoriais
(odor e sabor). Por meio dos resultados obtidos verifica-se a necessidade da implementa ção
d as B o as Práti c a s de Pro d u ção nas divers as etapas da cadeia p r o d u t i v a do l e i t e ,
especialme nte na obtenção da matéria-pri ma. A l é m disso, deve-se considerar de s u m a
importânci a a aval iação freqüente da eficiência d o s procedimen tos de higienizaçã o em
todas as etapas da cadeia prod utiva do leite e do binômio tempo/temp eratura.
Palavras-c have : Leite UHT, qualidade microbioló gica.
1 . I N T RO D U Ç Ã O
O l e i t e fl u i d o d i s p o n ível no mercado
brasileiro inclui o leite pasteurizado, o leite UHT
e o l e i te fla v o rizad o . En tre 1 9 9 0 e 1 9 9 9 , o
consumo de leite UHT (Ultra High Temperature)
ou U AT ( U ltra A l t a Temperatura) ou l e i te
"longa vida" cresceu de 1 84 milhões de litros/
ano para 3 ,5 bilhões . Neste período, o consumo
d e l e i t e t i p o "C" co merc i al i zado e m s acos
plásticos caiu de 4,0 bilhões de l itros/ano para
2,0 bilhões (LEITE BRASIL, 2000). A crescente
conquista de mercado do leite UHT pode ser
atribuída ao tipo de embalagem, que é percebida
pelo consumidor como s uperior em relação às
e m b a l agens p l á s t i c as , v i d a ú t i l p r o l o ngada,
2
3
4
adequado ao abastecimento das regiões do país
onde a d i s tr i b u i ç ã o e, e s p e c i almente a
refri geração são defi c ie n t e s . O trat amento
térmico U H T red u z a p r o b ab i l i dade de
sobrevivência de microrganismos classificando
o p ro d u t o c o m o "comerc i almente e s téri l " .
Portanto, os programas p ara segurança desse
tipo d e p r o d u t o d i ferem c o n s i deravelmente
daqueles para produtos p asteurizados pois, a
maioria dos defeitos que limitam a aceitabilidade
d o s p ro d u to s UHT, a p ó s l o n g o tempo de
estocagem, resulta de alterações físicas, químicas
e e n z i m áti cas . Fal has d u rante o p ro c e s s o ,
e s p e c i almente de a s s e p s i a, p o d e m também
Farm acêutica-M S em Microbi ologia Agrícola - EPAM IG/CTZM lViçosa
- MG. cluci a @ mail. ufv.br.
Estudante de Pós-Gradu ação em Microbiol ogia Agrícola, da Universid
ade Federal de Viçosa.
Estudante do C urso de Tecnologi a de Laticínios - UFY.
Engenheir a de Al imentos -Doutora em Ciência e Tecnologia de Ali mentos
EMB RAPA, Juiz de Fora, MG.
ANAIS D O XIX C O N G R ES S O N AC IONAL DE LATiC í N I O S
determinar alterações de origem microbiana que
podem ser detectadas por meio da realização do
teste de esterilidade (B RAS IL, 1 997). A seleção
de uma matéria-prima de alta qualidade micro­
biológica e o p ro cedimento tecn ológico ade­
quado garantem e podem aumentar a vida de
prateleira do leite UHT (ADAMS, et aI. , 1 976 e
CELESTINO, et aI . , 1 9 9 7 ) . A crescente p ro­
dução e cons umo d o leite U HT no B rasil tem
despertado, nos ú ltimos anos, o i nteresse da
comunidade cientifica p ara pesqu isas relacio­
nadas à q u al i d ade d o l e i te c ru destinado ao
processamento UHT (CARVALHO & LUCHESE,
2000) e do produto acabado (ZACARCHENCO,
et aI . , 2000; A N D R IOLI, et aI . , 200 1 ) . Esse
trabalho teve como objetivo aval iar a confor­
midade de diferentes marcas de leite UHT (UAT)
i ntegral, c o merci a l i z a d as no m u n i c í p i o de
Viç o s a-MG, com os Padrões de Identidade e
Quali dade exigidos por Portaria específica do
Ministério da Agricultura e do Abastecimento
(B RASIL, 1 997).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Essa pesquisa foi realizada no Laboratório
de Controle M i c robi ol ógico de A l i mentos e
Á guas e de Fitossanidade da EPAMIG/CTZM Viç o s a-MG . Foram anal i s adas, n o s meses de
outubro e novembro de 200 1 , nove marcas de
leite U HT, c o d i ficadas de O 1 a 09, e m três
repeti ções . Uma marca p roveniente d o estado
d e G o i ás , u m a d o e s t a d o d o Paraná e , s e te
marcas do estado de Minas Gerai s . As marcas
foram anal isadas, após incubação a 37°C, por
sete dias, quanto à contagem de microrganismos
aeróbios mesófilos (BRASIL, 1 999), contagem
de esporos após tratamento térmico a 80°C por
10 minutos de acordo com a metodologia descrita
por S ILVA (200 1 ), teste estabilidade ao etanol
68%, teste de cocção e as características aspecto,
cor, sabor e odor, segu indo-se met o d o l ogias
oficiais (BRASIL, 1 98 1 ; B RASIL, 1 997).
3 . RES ULTA D O S E D I S C U S S Ã O
Dentre as marcas an a l i s ad as , aquelas
codificadas como 05, 08 e 09 (33,33%) apresen­
taram, respectivamente, contagens de microrga­
nismos aeróbios mesófilos de 2, 1 4 x 1 03 UFC/mL,
1 , 5 2 x 1 03 U FC/mL e 1 , 5 8 x 1 03 UFC/mL,
portanto acima do limite máximo especificado ·
pela legislação vigente ( 1 00 UFC/mL). Nessas
mes mas marcas a c o n t agem d e e s p o r o s fo i
de 2 , 0 1 x 1 03 UFC/mL , 1 , 3 0 x 1 03 UFC/mL,
1 ,46 x 1 03 UFC/mL, respectivamente. As culturas
i s o l adas das amos tras contaminadas apresen­
taram caracterís ticas cul turais e morfol ógicas
típicas do gênero B a c i l l u s . Resultados seme­
l hantes foram o b t i d o s por C A RVA LHO &
LUCHESE (2000) e ZACARCHENCO et ai . ,
(2000) para contagem de esporos em amostras
de leite UHT. As espécies d o gênero Bacillus
possuem grande i mp ortância p ara a indú stria
láctea por produzirem enzimas proteolíticas e
lipolíticas responsáveis por alterações no leite
e derivados, incluindo a gelificação do leite UHT,
aparecimento de "off flavors", coagulação doce
e s abor amargo ( Meer, 1 9 9 1 c i tado p o r
S0RHAUG & STEPANIAK, 1 997). Além disso,
es pécies desse gênero são c ap azes d e formar
b i o fi l mes e m s u perfíc i e s de u t e n s í l i o s e
equipamentos deficientemente h igienizados as
quais oferecem condições ótimas p ara a espo­
rulação (Meer, 1 99 1 citado por CARVALHO &
LUCHESE, 2 0 0 0 ; A KU T S U et aI . , 20 0 1 ) .
Considerando que o habitat de esporos do gênero
B a c i llus c o n s t i t u i o s o l o e p as tage n s , a s u a
presença no leite cru pode s e r rel acionada com
condições deficientes de limpeza e sanificação
desde a etapa de obtenção do leite. Constatou­
se que as marcas em descordo co m os padrões
microbiológicos apresentaram alterações nega­
t i v as nas c aracterís t i c as s e n s o r i a i s (odor e
sabor). Tod as as marcas atenderam ao padrão
quando submetidas ao teste de estabil idade ao
alizarol 6 8 % e não coagularam frente ao teste
de cocção .
4. CONCLUSÃO
Por meio d o s resultados obtidos verifica­
se a necessi dade d a implementaç ão d as B o as
Práticas de Produção n as d iversas etapas da
cadeia produtiva d o leite, e s p e c i a l mente na
obtenção da matéria-prima. Além disso, deve­
se considerar de suma importância a avaliação da
efi ciência dos procedimentos de higienização
indu strial e d o binômio temp o/temperatura.
Verifica-se a necessidade de legislação específica
para o leite cru destinado ao processamento UHT.
SUMMARY
This research was carried out to evaluate
if the different brands of UHT milk marketed
in the city of Vi çosa, State of Minas Gerais ,
B razil were i n conformity with the actual Standards
of Identify and Quality. Nine brands of UHT milk
were evaluated, with three replications, in October
and November 200 1 . After incubation to 37°C,
the follow brands ' analyses were made, during
Pág. 206
digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 207
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
seven d ay s : n u mber of mes o p h y l l aerobic
microorganisms, number of spores after thermic
treatment to 8 0°C for 1 0 minutes, stability test
to 6 8 % ethan o l , cooking test, aspect, c o l o r,
taste and s mel l . A mong the analyzed b rands,
3 3 , 3 3 % s howed dis agreement with the actual
legislation, in relation the established standard of
mesophyll aerobic microorganisms ( 1 00 CFU/ml).
In the s ame bran d s , B a c i ll u s s p ores were
approximately 1 03 CFU/ml . All brands attended
to standards of the 6 8 % ethanol stability test
and they weren ' t coagulating i n the cooking
test. The marks disagreement with the actual
s tandards sho wed negative al terations i n the
sensorial characteristics (taste and smell) . The
necessity o f the implementation of Production
Good Practices, especially in obtainment of raw
material, was verified towards the found results .
B e s i de s , o t h er i m p ortant aspects need be
consi dered, as the frequent eval uation of the
healthy effi cient methods i n all stages of the
milk chain productive and the binomial time/
temperature .
Key word s : UHT milk, microbiological
quality.
REFERÊNC I A S BIBLIO GRÁFICAS
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Effect of psychrotrophic bacteria from raw milk
on milk protei ns na s tab ility of milk proteins
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Laticínios "Cândido Tos tes", J u i z de Fora,
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B RA S IL , M i n i s tério d a Agri c u l tura e d o
Abasteci mento. S ecretaria Nacional d e Defesa
•
Agropecu ári a. Laboratório N a c i o n a l de
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L A N A R A . M é t o d os
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A N AI S D O X I X C O N G R ES S O N A C I O N A L D E L AT i C í N I O S
VERIFICAÇÃO DOS R EQUISITOS DO MANUAL D E BOAS PRÁTICAS D E FAB RICAÇÃO
EM UMA INDÚSTRIA DE LATiCíNIOS
Checking lhe requirements of good practices for production manual
in a dairy industry
B RA S IL , M i n i s tério d a A g ri c u l t ura, d o
Abastecimento .
S ecretaria
de
D efes a
Agropecuári a . Dep artamento d e Inspeção de
Pro d u t o s d e Origem A n i mal . Reg u l amento
Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade
do Leite U HT. R e g u l a m e n t os T é c n i cos d e
J u liana Tam ara RuppeP , José Mauro Gi roto2
RESUMO
As B oas Práticas de Fabricação são um conj unto de normas que visam, por meio da
obrigatoried ade, à obtenção de alimentos com qualidade, proporciona ndo segurança ao
consumidor . A sua impl antação na i ndústria de alimentos e, particularm ente, no setor
lácteo é de grande importância, tendo em vista a perecibilidad e desses produtos . Utilizou­
se, como referencial teóri co, o M an ual de B oas Práti cas de Fabricação, editado pela
SB CTA/PROFI QUA e a Portaria n° 326/97 do Ministério da Saúde. Pesquisou-se em uma
empresa de l aticínios do estado do Paraná para verificar o quanto a mesma atende aos
requisitos da norma de B oas Práticas de Fabricação. Utilizou-se uma pesquisa estruturada,
através da qual foram analisados vários requisitos. A referida empresa atende somente
48,92% dos 1 84 itens de que precisaria para alcançar os conceitos de qualidade e segurança
alimentar.
Identidade e Qualidade do Leite e Produtos
Lácteos . B rasília. P. 1 1 7 - 1 20, 1 9 97.
B R A S IL , M i n i s tério d a Agri c u l t ura, d o
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20 0 1 .
S fRHAUG, T. ; STEPANIA K, L. Psychrotrophs
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térmi c o . C i ê n ci a e Tec n o l o g i a d e A l i ­
m en tos, v . 2 0 , n. 3 , Campinas, set-dez, 2000.
•
1. I N T R O DU ÇÃ O
As B oas Práticas d e Fabricação (B PF) o u
( G M P ) s ão
representadas por um conj unto de normas que
estabelecem conceitos e procedimentos visando
a promo ção e certifi cação d a q u a l i d ade em
termos d e serv i ç o s , proces s o s e p r o d u t o s .
(Lopes Jr, 1 9 9 9 ) . Os principais benefícios da
aplicação das B PF (Boas Práticas de Fabricação)
são: a obtenção de ali mentos mais seguros, a
redução dos custos decorrentes do recolhimento
do p roduto no mercado, de destruição ou de
reprocessamento do produto final, redução do
número de análises no p roduto final, a maior
s atisfação do consumidor com a qualidade do
produto, a maior motivação e produtividade dos
fu n c i onári o s , a m e l h o ri a d o ambiente de
trab a l h o , ou s ej a, mais l i m p o e seguro, o
atendimento à legi s l aç ão v igente, nacional e
internacional . (Lopes Jr, 1 99 9 ) .
D e acordo c o m G i o rdano ( 2 00 1 ) , as
e mpresas q u e não adotarem proce s s o s de
aperfei çoamento c o n t ín u o , v o l t a d o s à
otimização de processos e a satisfação de seus
c l i e n te s pela red ução de ri s c o s , v ão perder
c o mpetitivi dade e tenderão a desap arecer d o "
G o o d Ma n ufa c t u ring Pra c t i c e s
mercad o . S e g u rança e q u a l i d ad e s ã o du as
di mensões inseparáveis e m todas as fases da
cadeia agro alimentar. A qualidade e a segurança
de um alimento, requerem mais do que l e i s
s e veras e rigorosas ações d e i n s peção
g o vern amen tal , dependem d a c u l t u ra e do
conhecimento de todos, ao longo da cadeia, no
sentido de prevenção e da prática da melhoria
contínua, tendo em vista o consumidor final. É
fu n d amental o e s forço v o l untário de iden­
tificação das causas de problemas de segurança e
a t o m ada de ações c orretivas e preventivas
pertinentes . (Toledo, 200 1 )
N o E s t ad o d o Paraná h á 2 7 9 es tabe­
l ec i mentos l ácteos i n s t a l ad o s . Deste total ,
e x i s tem 7 0 U s i n as de B e nefi c i a m e n t o , 1 5 3
Indústrias de Laticín i o s e 5 6 Entrep ostos de
R e s friame n t o . Dentre as U s i n as de B e nefi ­
ciamento, aquelas c o m recepção entre 1 . 00 1 e
3 . 000 Lldia, representam 1 7 , 1 4 % d o total de
usinas no Paraná. Este trabalho, foi realizado
em uma Usina de Beneficiamento de leite com
capacidade de recebi mento de leite de 2. 000
litros/dia produzindo leite tipo "C", s ituada na
região oeste do Estado .
•
1
2
Acadêmica do C urso S uperior de Tecnologia em Alimentos, CEFET - PR, Unidade de Ponta Grossa.
Professor do CEFET - PR Unidade de Ponta Grossa.
Pág. 209
Pág. 208
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS D O XIX C O N G R ESSO N A C I O N A L D E L AT i C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Foi utili zada uma pesquisa estruturada,
utili zando-se do manual de B oas Práticas de
Fabricação da SB CTA (S ociedade B rasileira de
C i ê n c i a e Tec n o l o g i a em A l i me n t o s ) , na
Portaria 3 26/97- MS e 3 6 8/97 - MA. No total
foram anal isados 1 8 4 requisitos do manua! . 3 .
RES ULTADOS Na tabela 1 , é apresentado em
percentual o atendimentos por item ao total de
requisitos do manual de B PF (B oas Práticas de
Fabricação) aval iados.
Tabela 1 -
I.
I.I
2.
3.
3. I
3.2
3.3
3 .4
3.5
3.6
3.7
Percentagem de atendimento em
relação ao total de requisitos do
manual de B PF - 200 1 .
I te m
do manual
Res u l t a d o
(%)
Pessoal
3,8 1 %
Ves ti menta
1 , 09%
Edifícios e Instalações
1 9,57%
Produção
1 0,33%
Operação
Equipamentos e Utensílios
2, 1 7%
3 , 80%
Limpeza e Sanitização
1 ,63%
Codificação
Armazenamento e Di stribuição 5 , 44%
Controle de Pragas
0 , 54%
Garantia e Controle de Qualidade 0, 54%
TOTAL
4 8 , 92 %
4. CONCLUSÃO
C o n c l u i - s e q u e a empresa atende e m
4 8 , 9 2 % d o t otal d e req u i s i tos e x i g i d o s n o
Manual de B oas Práticas de Fabricação, Este
res u ltado p o d e i n d i c ar incertezas q u anto a
qualidade e segurança alimentar preconi zadas
pela Portaria 3 26/97-MS E 3 6 8/97- M A e no
referido manual. As Us inas de beneficiamento
de leite e em particular aquelas de pequeno porte,
devem atentar para os requisitos de segurança e
q u a l i d ad e j á q u e rep resen tam u m n ú mero
significativo dentro do total de usinas no Paraná,
p o i s podem co mprometer a s aúde dos consu­
midores d e uma cidade ou uma região i nteira
onde atuam. Estudos devem ser realizados para
a identificação da situação de atendi mento à
legislação pelas demais indústrias de alimentos
d e uma fo rma geral e às de l at i c ín i o s em
particular, p ara que se p ossa a p artir destes,
buscar mecanismos de adequação à legislação em
•
Pág. 2 1 0
DETERMINAÇÃO D E UMIDADE NA R/COTTA: COMPARAÇÃO D E DOIS M ÉTODOS*
vigor e garantir padrões mIm mos d e quaiidade
que atendam a expectativa dos consu midores .
Moisture d etermination in ricotta: Two methods comparison
SUMMARY
Z . T. C.Leite 1 , D . S . Vaitsman2, P. B . Dutra2, A.Guedes3
The Good Manufacturing Practices are a
group of rights that lead , and consists o f a
obrigation to have foods with quality for safe final.
Have gotten it using the requirements of good
manufacturing practices by S B CTA/PROFIQUA
and the dairy area represents great i mportance,
based on the fact of these products . There was a
research in a Dairy industry state of ParanalBrazil
to check how much the same industry answered
the requirements of good manufacturing practices
of producti on. The dairy i n d u s try ar�
corresponding j ust 48,92% ( 1 84 ali over) that
would need to get quality and safe food.
REFERÊNCIAS B I B L I O GRÁFICAS
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B ATALHA, M.O. Gestão Agroindustrial. v . I .
2" edição. São Paulo. Ed . Atlas S . A . , 200 1 .
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo comparar o percentua l de umidade na rico tta
através das an álises gravimétr ica clássica e termograv imétrica. O estudo co mparativo
eve � tual
para diferentes setores de uma mesma rico tta permitiu veri fic � r tamb � m u � a
atraves de
mlllerms
nutnentes
de
migração
a
com
ricotta
da
umidade
de
teores
dos
relação
de
seu soro resid ual . Em função do tamanho da ricotta. adotou-se critérios na tomada
ratados
amostra que garantisse m a reprodutib ilidade dos resultados . Os dados obtidos foram �
dIferença
estatistica mente pela análise de variância fator único (ANOVA) , e apresentaram
estatística , ao nível de 95%, entre as duas técnicas empregad as.
1. I N T R O D U Ç Ã O
A ricotta é um tipo especial de queijo obtida
pela fl oculação da albumina p resente no soro
retirado do p rocesso de fabricação de queijos
em geral. O tamanho médio da ricotta comercial
util izada neste trabalho é de 5,0 cm de raio e
altura, coloração branca, consistência cremosa,
produzida e coletada na Queijaria Suíça na cidade
de Nova Friburgo/RJ (QSNF). Na produção da
rico tta. o rendimento pode ser aumentado pela
adição de um percent u al conhecido de leite
pasteurizado ao soro utilizado na sua fabricação.
Optou-se por realizar este trabalho conj unto de
natureza técnica-científi ca com a participação
da UFRJ e QSNF, conceituada instituiç ão na
produção de diferentes tipos de queijos, como
uma n o v a o p o rt u n i dade de i n teração
uni versidade-empresa.
utilizando-se uma sonda, construída em aço inox,
de forma cilíndrica, com 1 cm de diâmetro e 1 1 em
de comprimento especialmente desenhada para
esta experiência. A tomada destas amostras foi
real izada em intervalos regul ares, a partir do
ponto de referência, em qualquer direção radial
com distâncias de 0,0, 1 , 5 ; 2,0; 3 , 0 e 4,5 cm.
Cada uma destas cinco amostras cilíndricas foram
divididas em três porções, no sentido vertical,
em distâncias aproximadas de 1 ,6 ; 3,2 e 4,8 em,
a p artir d a extre midade i n ferior da s o nda,
totalizando-se assim, quinze amostras .
2. M E T O D O L O GI A DE T R A B A L H O E
RESULTAD O S
2 . 1 . A m os tr agem
Em fu n ç ã o d o tamanho d a r i c o tta
p r o d u z i d a na Q S N F ad o t o u - s e critérios de
amostragem visando garantir a reprodutibilidade
d o s res u l t ad o s . Ela fo i s e t o ri zada em cinco
pontos incluindo-se o seu centro, considerando­
se este como ponto de referência (distância 0,0
cm). Amostras foram colhidas nos cinco pontos
*
2
3
2 . 2 . Determinação da perda de umidade por
gravim etria clássica com m o dificações
(AGC)
N e s t a determi n aç ã o o c o rre perda de
umidade pelo aquecimento da amostra em estufa.
A amostra de rico tta. c o m mas s a pesada
exatamente até décimo de mg, foi colocada em
pesa-filtro previamente pesado contendo areia
classificada por peneiras, que havia s ido lavada
anteri o rmente c o m á g u a t ri - d e s t i l ada até
ausência de cloreto s e seca na mesma tempe­
ratura do experimento. O conj unto rico tta/areia
foi aquecido até peso constante n u m total de
três horas na temperatura média de 1 0YC. Na
tabela I estão indicados os res ultados da perda
de umidade obtidos por esta técnica.
Apoio: Programa de Pós-graduaçã o/DQA / IQ /UFRJ e Q ueijaria S uiça de Nova Friburgo.
Prof. Adj unto / MSc/ DQA / I Q/ UFRJ .
Prof. Adjunto / DSc/DQA/ IQ/ UFRJ.
Mestre Queij eiro / Queij ari a Suíça de Nov a Friburgo (QS NF) .
Pág . 2 1 1
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ANAIS DO X I X C O N G R ES S O N A C I ONAL DE LAT i C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
2 . 3 . Determinação da perda de umidade por
a n á l i s e term o gr a v i m é t r i c a (TGA)
Nesta determinação foi efetuado o aque­
cimento controlado da amostra de rico tta, com
massa média de 1 5 mg, de cada uma das três
porções, n a fai x a de 25° a 1 3 0°C e taxa de
aquecimento de J OoCI minuto utilizando-se um
A n al i s a d o r Te rmogravi métrico S h i madzu,
atmosfera de nitrogênio com fluxo de 20 mL!
min u t o . Neste t i p o de equipamento, o forn o,
contendo no seu interior um receptáculo para
amos tra, é l i gado a uma balança de preci s ão
acoplada a um microcomputador. As perdas de
massa da amostra são acompanhadas d urante a
variação de temperatura programada. Na tabela
2 e s t ão i n d i cados os res ul t ad o s de perda de
umidade obtidos pela termogravimetria.
3 . DISCUSSÃO
DE
R E S ULTA D O S
E S TATÍS TI C O S E C O N CLUS Ã O
o
tratamento estatístico, pela ANOVA, dos
percen t u a i s d e u m i d ad e m o s t ro u que e x i s te
d i ferença es tatística en tre as d u as t é c n i cas
empregadas . I s t o era naturalmente es perado
v i s t o q u e as c o n d i ç õ e s experimentais são
co mpletamente d i ferente s , pri ncipal mente na
grav i me t r i a c l á s s i ca o n d e não e x i s te um
acompanhamento da perda de massa em função
da temperatura. Por outro lado, examinando-se
os resultados setorial mente, observa-se que no
sentido vertical não existe diferença estatística
significativa ao nível de 9 5 % . É interessante
observar que os resu ltados estatísticos de cada
Tabela 1
-
Porcentagem d e umidade n a ricotta
�
técnica são i dênti cos . Comparando-se as três
l âm i n as rad i a i s que representam as p artes
superior, meio e inferior da ricotta observou-se
que só apresentaram dife renças es tatísticas a
lâmina s uperior com a i n feri o r. Isto também
ocorreu isoladamente nas duas técnicas . Estes
res ultados evidenciam não ocorrer mi gração
significativa do soro residual através da ricotta.
Curiosamente, a camada superior apresentou em
relação às o u tras d u a s um teor de u m i d ade
ligeiramente s uperior. Diante destes res ultados,
fica provavelmente descartada a possibi lidade
de alteração do teor de nutrientes minerais após
o processo de floculação da albumina.
0,0 - 1 ,6 em
74,78%
73 , 1 9 %
73,56%
74,69%
73,91 %
1,6 - 3 ,2 e m
73,72%
73 , 1 2 %
72,68%
72,73%
73,97%
3.2 - 4,8 em
73,78%
72,50%
72,30%
72,9 1 %
71 ,85%
Vertical
é o alimento nat u ral mais completo, p o i s contém t o d o s o s n u trientes
necessários à dieta humana nas proporções adequadas . Por outro lad o , é um excelente
meio nutritivo para o crescimento de muitas bactérias, sendo S. allrellS uma das de maior
importância econômica e para a saúde pública, pois sua proliferação em níveis de 1 05UFC/mL
p o s s i b i l i t a a produção de enterotoxinas termo estáveis c uj a ingestão p o derá levar à
intoxi cação alimentar. S u a presença no al imento i nd ica man i p u l ação sob condi ções
higiênicas precárias, j á que se tratam de cocos Gram positivos que estão espalhados no
ambiente, ar, água, animais, homem. No presente trabalho, investigou-se a contaminação
por S. allrellS em leite cru provenientes de tanques de res fri amento de expansão de
propriedades rurais da região de Londrina (PR). Realizaram-se diluições da amostra para a
contagem dos microrganismos em Á gar Manitol Salgado (Oxoid O ) e a catalase, coagulase
e D Nase foram as provas utilizadas para identificação bioquímica. Das 20 propriedades,
em 13 (65%) detectaram-se a presença da bactéria, sendo que, das 60 amostras analisadas,
em 21 (35%) encontraram-se S. allrellS em contagens superiores a 1 02UFC/mL. Com este
levantamento, verificou-se que as condições higiênico-sanitária s da ordenha devem ser
constantemente monitoradas e pesquisas posteri ores são necessárias para possibilitar a
eliminação do perigo.
Palavras-chave: leite cru, StaphylococcllS allrellS , contaminacão.
1. INTRODU Ç Ã O
Porcentagem de umidade
0,0
em
TGA.
1,5
em
2,0 em
3,0 em
5,0
em
Vertical
0.0 - 1 ,6 cm
68,66%
7 1 ,76%
72,85%
72,4 1 %
7 1 ,30%
1 ,6 - 3,2 cm
69,25%
70,55%
69,88%
69,08%
67,24%
3 ,2 - 4,8 cm
69,45%
68,3 1 %
69,08%
67,24%
67,93%
Pág. 2 1 2
RESUMO
o l e i te
AGC.
5,0 em
�
TAKAHAS H ll , Helena 1 , M I G L l O RANZN,
Lúcia H. S . , G Ó M EZ2, Raúl J . H . C . .
Juiz de Fora/MG.
2 . Vaitsman, D . S . , Cienfuego s , F. A nálise
instrumental. 1 .ed. Rio de Janeiro : Interciência,
200 0 . 5 2 4 p .
3,O ern
•
I ncidence of S. aureus i n raw milk samples collected from farms of Londrina area
1 . Pereira, D . B. C . et a! . Fisíco-química d o
l e i t e e d e r i v a d o s I m étodos a n a l í t i c o s . 2e.
2,0 em
Limited, London, 1 99 2 . 1 63 p .
INCIDÊN CIA DE S. A UREUS EM AMOSTRAS DE LEITE CRU DE PROPRIEDADES
RURAIS DA R EGIÃO DE LONDRINA (PR)
REFERÊN CIAS BIBLIOGRÁFICAS
-
4. M i ller, J . C . , M i l l er, J . N . S ta tistics for
a n a l y t i c a l c h e m is try. 2 e d . , E l l i s H o rwood
•
The moisture determination in rico tta was
studied by classical gravimetric analysis and
thermograv imetry in di fferents points of the
same s ample.
S tatistical treat ment was carried out by
analysis of variance (ANOVA) and showed statistical
difference at leveI of 95% between two techniques.
Keyword s : moi sture, ricotta, gravimetric
analysis, thermogravimetry
1,5 em
-
1 9 8 6 . 6 1 p.
SUMMARY
0,0 em
Tabela 2
3 . O l i v e i ra . J . S . Q u e ij o : fu n d a m e ntos t e c ­
n o l ó g i c o s . 2 e d . Campi nas : l cone I U n i camp,
Dentre os alimentos considerados de alto
v a l o r b i ol ó g i c o , o leite o c u p a um l u gar de
destaque. No entanto, o leite cru ou processado
é um bem conhecido veículo de muitas bactérias
p at o g ê n i c as . ( B ER G D OLL, 1 9 7 9 , apud
ADES IYUN, WEB B & RAHAMAN, 1 995)
U m dos principais patógenos que podem
ser encontrado no l e i te é o Staphy loc o c c ll S
2
que pode se multiplicar e produzir toxinas .
I n t o x i c ação estafi l o c ó c i c a a l i mentar é uma
d oença cosmopolita causada pela i ngestão de
enterotoxinas pré-formadas no ali mento p o r
algu mas c e p as d e S. a ll re ll S . (O L I V E I R A &
HIROOKA, 1 9 99)
Células de S . allrellS são imóveis, Gram­
positivos, esféricas e usualmente arranj adas em
allrellS
Mestranda em Ciência de Alimentos. Centro de Ciências Agrárias - Universidade Estadual de Londrina.
Professores do Depto de Tecnologia de Alimentos e Medicamentos . Centro de Ciências Agrárias Universidade
Estadual de Londrina, C aixa Postal 600 1 , Londrina, PR, CEP 8605 1 -990.
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ANAI S DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL DE LATiC í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
cachos irregulares, nuclease termo- resi s tente,
catalase e c o ag u l ase p o s i ti v o s , anaeró b i o s
fac u l tat i v o s , fermentam o man i t o l e ou tros
açúcares formando ácido, mas não gás . Formam
colônias que parecem lisas, circulares e convexas
nas pl acas de ágar. (DOHNALEK & MARTH,
1 989)
O s es tafi l oc o c o s e s tão d i fu n d i d o s n a
natureza. Eles podem ser encontrados n o ar, no
poeira, no homem e nos animai s . O principal
reservatório no organismo humano é a pele e a
cavidade nasal. (SU & WONG, 1 997)
Enterotoxinas estafilocócicas são um grupo
de p ro teínas de cadeia s imples de baixo peso
molecular (26.900 a 29 .600 Da) produzidas por
algumas espécies de estafilococos, principalmente
S. aureus , que, quando ingeridas, podem causar
gastroenterite. (SU & WONG, 1 997)
O problema da presença da bactéria no leite
é que quando atinge níveis entre 1 05 - 1 0óUFC/
mL (lARIA, 1 99 1 ) podem produzir toxinas em
quantidades suficientes para causar intoxicação.
O o bj et i v o d o t rab a l h o fo i verificar a
incidência de S. aureus no leite cru da região de
L o n d r i n a ( P R ) que p o s teriormente são
destinados à produção de derivados tais como
queij o e leite em pó.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2 . 1 . C o l e t a d a s A m ostras
D urante o perío do de novembro/200 1 a
marco/2002 foram coletadas 60 amostras de leite
cru de tanques de resfriamento de expansão de 20
propriedades rurais da região de Londrina (PR).
Para cada amostra foi coletado cerca de
400mL utilizando-se conchas e frascos estéreis
que, imediatamente, foram acondicionadas em
caixas i s o térmicas conten d o cubos de gelo e
tran s p o rtadas p ara o l ab oratório de M i cro­
b i o l ogia d o Departamento de Tec n o l ogia de
Alimentos e Medicamentos, Centro de Ciências
Agrárias, Universidade Estadual de Londrina.
2.2. Pesquisa de S. aureus
Para a pesquisa e contagem de S. aureus ,
as amos tras foram d i l u ídas em s o lu ç ã o de
p e p t o n a a 0 . 1 % . D e p o s i t o u - s e 0 . 1 mL n a
s up erfície do ágar M a n i t o l S al gado (Oxoid),
sendo o inóculo espalhado em toda a superfície
do meio, através de alça de Drigalsky estéril .
A p ó s a incubação a 3 7°C, p o r 24 a 4 8 horas,
real i z o u - s e a con tagem de c o l ô n i as típicas,
c o l o c arão d e Gram e as p rovas b i o q u ímicas
catal ase, DNase e coagulase (LAN CETTE &
TAT I N I , 1 9 9 2 ) .
3 . RESULTADOS E D I S C U S S Ã O
Das 20 propriedades pesqu isadas, em 1 3
(65 % ) detectaram-se a presença d e S. aureus,
sendo que, das 60 amostras analisadas, em 2 1
(36%) encontraram-se a bactéria e m contagens
superiores a 1 02UFC/mL.
A tabela 1 mostra a variação do número de
S. aureus encontradas no leite cru .
Tabela 1 -
Variação do número de S. a u reus
encontradas em amostras de leite cru
Variação do núm ero
de S. aureus
30 - 3 ,0 x 1 02 UFC/mL
3 , 1 x 1 02 - 3,0 X 1 03 UFC/mL
3 , 1 x 1 03 3 ,0 x I ()4 UFC/mL
x 1 05 UFC/mL
3 , 1 x 1 04
Número
de amostras
1 (4, 8 % )
9 (42,9%)
9 (42,9%)
2
Entre as amostras positivas, a maior parte
delas 85,8% apresentaram contagens de S. aureus
en tre 3 , 1 x 1 02UFC/mL a 3 , 0 x 1 04 UFC/mL.
Estes níveis de contaminação não são consi­
derados elevados, uma vez que 1 05UFC/mL ou
mais por g ou mL d e a l i me n t o p o deria ter
s i gn i ficado e p i d e m i o l ó g i c o para o c as i o n ar
intoxicação alimentar. ( lARIA, 1 99 1 ) . Porém,
1 03 a 1 04UFC/mL j á significam risco à saúde
pública. (ICMSF, 1 98 3 ) . Segundo YI-Cheng Su
et aI. ( 1 997), a simples presença de S. aureus
n o ali mento i n d i c a um alto p o t e n c i al p ara
produção de enterotoxinas que poderia causar
uma intoxicação alimentar.
A alta incidência de S. aureus nas amostras
de leite cru pode ser uma das conseqüências, entre
vários fatores, da mastite bovina, pois a bactéria
é a agente mais freqüen te mente i s olado
(JABLONSKY & BOHACH, 1 9 97). É possível
que as condições higiênico- san itárias insatis­
fatórias dos locais onde foram feitas as ordenhas
também tenham favo re c i d o a contami nação,
pois a presença de S . aureus geralmente indicam
man i p u l aç ã o e c o n d i ç õ e s s a n i t árias não­
s atisfatóri as .
A incidência de S. aureus em leite cru em
outras pesquisas GOMES & GALLO, ( 1 995) e
B RYSTOM et a I . ( 2 0 0 1 ) fo ram, re s p e c t i ­
vamente, s u p erior e i n fe ri o r ao d o p resente
e s t u d o . C o n fo r me c i tado anteri o rmente por
IARIA ( 1 9 9 I ) , níveis de 1 05 - 1 0óUFC/mL de
S. aureus podem causar intoxicação alimentar
p e l a formação d e toxina es tafi l o c ó c i c a . Por
o u tr o lado, p o d e - s e v e r i fi c ar q u e o leite é
u m v e íc u l o p ar a S. a u r e u s , a s s i m s e n d o ,
dever-se-ia pesquisar a incidência das
e n t e r o t o x i n a s e s t a fi l o c ó c i c a s q u e r e p r e ­
sentam o maior p roblema, do ponto de vista
da s aúde p ública.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4. CONCLUSÃO
O s resultados obtidos n o presente trabalho
permit e m c o n c l u i r q u e , em 2 1 ( 3 5 % ) das
amos tras d e leite cru , houve o isolamento de
Staphy lococcus a ureus e das 20 propriedades
rurais onde foram reali zadas as coletas, em 1 3
(65%) detectaram-se a bactéria.
A alta incidência de S. aureus nas amostras
analisadas bem como a elevada porcentagem de
fazendas q u e apresentaram a bactéria é
preocupante.
S U M M A RY
Milk contens alI the nutrients necessary
for the human diet in appropriate proportions,
s o it is the m o s t c o m p lete natura l foo d .
Nevertheless, it i s an excelent nutrition medium
for the growth of many types of bacteria being
S. a u re u s o n e o f the m o s t i mp o rtant for
e c o n o m y and p u b l i c health, because i t s
p ro l i ferati o n ( l 05CFU/mL) enable t h e
production of thermostable enterotoxins, which
ingestion cause food poisoning. S. a ureus are
Gram p o s i t ive c o c c u s and are spread in the
environment, air, water, animaIs and man, hence
the presence of this bacterium in food indicates
bad h y g i e n i c c o n d i t i o n s d ur i n g the
manipulation. The p urpose of this work was to
i n v e s t i g at e the contami n a t i o n o f raw milk
c o l lected fro m c o o l e r tanks o f farms o f
Londrin a area. T h e s amples were d i l u ted for
microorganisms counting in S alt Manitol Agar
(Oxoid O ) and the biochemical i dentifi c ation
tests used were catalase, coagulase and DNase.
From 20 farms visited, 1 3 presented S. aureus
i n the milk, and 2 1 ( 3 5 % ) out of 60 s amples
analy s e d presented m o re than 1 02CFU/mL.
Through this s tu d y, i t was verifi e d that the
s an it ary c o n d i t i o n s o f milking must be
constantly monitored and more researches are
necessary to eliminate this hazard .
K e y - w o rd s : raw m i l k , Staphy loc o c c u s
a u reus , c ontamination
•
•
A DES IYUN, A . A . ;WEB B , L . & RAHAMAN,
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•
Pág . 2 1 5
Pág. 214
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
ANAIS D O X I X C O N G R ES S O N A C I ON A L D E L ATiC í N I O S
CARACTERIZAÇÃO FISICO-QuíMICA DOS Q U EIJOS MINAS CURADO ADQUIRIDOS N O
COMÉRCIO DE B ELO HORIZONTE-MG
Physicochemical characterization of Minas cured cheese acquired in the market
of Belo Horizonte-MG
Fátima A . Oliveira ! , Lúcia H. E . S . Laboissiêre2, Accácia J . G. Perei ra3
•
1. I N T R O D U Ç Ã O
Entende-se p o r queij o M i nas curado, o
produto obtido do leite integral ou padronizado,
p as t e u r i z a d o , de mas s a crua, prensado
mecanicamente e maturado p o r 20 d i as
( B R A S I L , 1 9 8 0 ) . O q u e ij o M i nas c u rado é
bastante utilizado na produção de pão de queijo,
em v i rt u d e do s e u s ab o r p i c ante, aroma
amanteigado moderado e consistência semi-dura.
Contudo, continua a ser p roduzido de forma
artesanal, com leite cru, prensado manualmente
e submetido à salga seca. Este queijo tem sido
comerciali zado com 7 a 14 dias de maturação,
i n i c i a n d o - s e e s t a maturação nos p on t o s de
produção e continuando nos postos de venda,
em condição ambiente, ou sej a, sem controle
da temperatura e da umidade relativa. As dife­
renças observadas entre os diversos produtores,
quanto à forma de fabricação deste queijo e a
fal ta de c o n tr o l e no p r o c e s s o d e s a l g a e
condição de maturação, afetam tanto a compo­
s i ç ão fís i co-química dos queij o s , como s uas
características o rganolépti cas ( s abor, aroma,
corp o e textura) .
Este t rabal ho obj e t i v o u traçar o perfil
físico-químico dos queijos Minas curado comer­
cializados no comércio de Belo Horizonte - MG.
•
•
2
3
A m o s t r as : fo ram adqu i r i d o s n o co­
mércio de Belo Horizonte 9 (nove) lotes
d i s t i n t o s do q u e ij o M i nas c urado,
oriundos de diversas regiões d o estado
de Minas Gerais, em diferentes períodos
do ano de 1 996.
fo i reti rada uma cunha (FIL, 1 9 8 5 ) , a
q u a l fo i t ri t u r a d a e m m u l t i p ro c e s ­
s ad or, e obtida u m a alíquota entre 1 00
e 200 g.
A n á l i s es : fo ram determinados o s
teores d e umidade (AOAC, 1 995); extrato
seco total (FIL, 1 982); resíduo mineral fixo
(AOAC, 1 9 9 5 ) ; c loretos em N aCl
(AOAC, 1 9 9 5 ) ; l i p ídeos ( I AL , 1 98 5 ) ;
proteínas totais (AOAC, 1 995); proteínas
solúveis (KOSIKOWSKI, 1 970) ; acidez
titulável (AOAC, 1 995) e pH (lAL, 1 9 85).
3 . RES ULTA D O S E D I S C US S Ã O
O s dados d a análi s e d e 9 ( n o v e ) l otes
distintos de queij o s adquiridos em diferentes
períodos, no ano de 1 996, no comércio de B elo
Horizonte s ão apresentados na Tabela 1 .
•
2. MATERIAL E MÉTODOS
•
Amos tragem : de cada queij o coletado
•
a
para estes parâmetros, revelam a falta
de uniformidade da salga seca em função
da quantidade de sal empregada, o que
p o d e i n terferir n as caracterí s t i c as
organolépticas, no desenvolvimento da
flora láctica, assim como no teor final
de umidade dos queij o s , afetando s ua
textura.
Lipídios : seu teor é infl uenciado pela
composição do leite e pela forma como
a massa é tratada no tanque (ex. corte
antes do ponto), afetando o rendimento
final, o sabor e a textura do queijo.
a v ar i a ç ã o
Proteínas
totais :
o b s e r v a d a p o d e refl e t i r a fo rma d e
t r a t a m e n t o d a m as s a d u ra n t e a
fabricação dos queij o s . Uma agitação
mais v i o lenta e/ou corte d o coágulo
a n t e s d o ponto ac arretam perda d e
p ro teínas p ara o soro .
•
•
4. C O N C L U S Õ E S
•
P r o teínas s o l ú v eis e Í n d i ce d e
m a tu r a ç ã o : a s p ro t e ín as s o l ú v e i s
indicam o grau de maturação do queijo.
O í n d i c e d e m a t u r a ç ã o , o u s ej a , a
proporção de material protéico solubi­
l i zado durànte a proteólise, foi obtido
p e l a r e l a ç ã o [ ( p r o te í n a s s o l ú v e i s/
pro teínas totais ) x 1 00] . Os resu l tados
d e m o n stram uma maturação hetero­
gênea dos q u e ij o s , e m fu n ç ã o d as
d i ferenças de temperatura e u m i d ade
relati v a d o s l o c a i s de produ ção e
v e n d a d o s q u e ij o s , as s i m c o m o e m
virtude d a i d ade do
q u e ij o
(comerc ializados entre 7 e 1 4 dias de
idade).
Acidez tituláve l : p or serem p rensados
manualmente, o s q u e ij o s recé m­
fabricados apresentam uma retenção de
soro desuniforme variando, assim, o teor
de ácido l á c t i c o p ro d u z i d o p e l as
bactérias lácticas.
pH: o p H é o p arâmetro que menos
varia durante a produção de queijo, em
virtude do poder tamponante d o leite.
Exi ste uma grande v ariação na com­
posição físico-química do queij o Minas
curado comerc i al i zado em B e l o Hori­
zonte, de acordo com a a m o s tragem
reali zada em d i ferentes períodos n o s
anos de 1 996 e 1 997.
Os resultados demonstram a necessidade
da p adroni zação d o s p r o c e d i mentos
tecnológicos para a produção do queijo
Minas curado, visando a obtenção de um
produto de qualidade uniforme.
SUMMARY
Cured Minas cheese i s frequently used in
the production of "cheese roIl", due to its spicy
fl avor, b u ttered aro ma and s e m i -hard
consistence. It lacks uniform physico-chemical
and organoleptic properties, which hi nders its
s t andardizat i o n . Nine d i fferent lots of cured
Umidade : A umidade dos queijos variou
de 3 1 , 3 5 % a 47 , 5 5 % . A s fl u tu aç õe s
observadas podem s e r atribuídas à falta
de p ad r o n i zação tanto d os proce­
dimentos de fabricação do queijo, como
por exemplo, o teor de acidificação e o
tamanho d o s grân u l o s ; t e m p o de
agitação e o teor de sal; as s i m como
pelas condições de maturação em virtude
das variações da temperatura e umidade
relativa.
Resíduo m i n e r a l fixo e t e o r d e
cloretos (NaC l ) : os elevados v al ores
dos coeficientes de variação observados
B ióloga, SENAI.
Professora assistente, FAFAR/UFMG Iheslab @hotmail.com
Professora adj u nto, FAFAR/UFMG acaciaj u @ dedalus. lcc. ufmg.br
Dep �rtamento de Alimentos Faculdade de Farmácia d a UFMG CP 689, alm @ farmacia.ufmg.br - Av. Olegário
M aciel 2360, CEP 3 0 1 80- 1 1 2 Belo Horizonte - MG.
Tabela 1 -
Análise físico-química dos queijos Minas curado coletados no comércio de B elo
H orizonte.
Base seca
Base úmida
8,30 ± 1 ,66
Lipídios
(%)
Proteínas totais
(%)
Proteínas solúveis
(%)
2,34 ± 0,69
29,40
4,00 ± 1 ,4 3
35,80
32,47 ± 5,74
1 7,66
54, 8 8 ± 1 0,29
1 8,75
20,00 ± 4,7 1
23,5 8
33,40 ± 5,73
1 7, 1 7
0,47 ± 0, 1 6
33,88
0,86 ± 0,30
34,53
0,24 ± 0, 1 4
57,0 1
0,40 ±0,21
53,06
5, 1 8 ± 0,34
6,63
I - Média ± desvio padrão de três determinações de nove lotes distintos de queijo.
2 - Coeficiente de variação = (desvio padrão/média) x 1 00
3 - Índice de maturação = (proteínas solúveis/proteínas totais) x 1 00.
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
cheese type "Canas tra" were acquired in the
market of Belo Horizonte, coming from several
areas in the state of Minas Gerais , in different
p eri o d s , in 1 9 9 6 . At the l aboratory each
collected cheese was sampled by taking a wedged
portion. From each sample grated in a blender
an aliquot between 1 00 and 200g was taken and
s u b mitted to the fol l o w i ng determi n at i o n s :
m o i s t ure c o n t e n t ; t o t al dry extrac t ; fi xed
mineral residue (ash) ; chloride (as NaCl) ; lipids;
total protein ; s o l uble protein ; tritrable acidity
and pH. The analysis showed a wide variation in
the proximate cheeses Mines cured marketed in
Belo Horizonte it showed wide variation in the
centesi mal c o m p o s i t i o n , with the fo l l owing
mean values: moisture 40, 5 5 % ; l ipids 32,47 % ;
c h loride 2 , 3 4 % ; aci d i ty 0 , 2 4 % a n d p H 5 , 1 8 .
Total protein content showed a vari ation from
1 4 , 2 3 % to 27 , 0 3 % . T h i s di fference reflects
v ari o u s mas s treatments d u ring cheese
p ro d u ct i o n , as fo r i n s t ance ; a m ore v i olent
agitation or early cutting the curd may induce
larger protein loss in the whey. Soluble proteins,
determined by extraction with SHARP solution,
are an i n d i c at o r o f the cheese maturat i o n
degree . Its v a l u e s varied between 0,34% and
0,65%, demonstrating that cheeses are sold with
d i fferent maturation degrees , as their curing
process o ccurs i n ambient conditions i n the
market. Cheeses were matured between 7 to 1 4
d a y s , a s i n formed b y m o s t o f t h e d e alers .
M aturat i o n i n dex for the an a l y ze d cheeses ,
which is related to the proportion of solubilized
proteinaceous material during the proteolysis,
varied fro m 2 , 2 1 % t o 3 , 3 1 % , refl e c t i n g a
heterogeneous maturat i o n . H i gh v ari ation i n
cheese composition parameters indicates l ack
o f h o m ogeneity in technological proced ures
A N A I S DO XIX C O N G R ES S O NACI ONAL D E LATi C í N I O S
adopted b y cured Minas cheese producers, which
w o rk i n a hand - m ad e way c o m p ro m i s i n g
uniform product quality.
Key-word : cured Minas cheese, proximate
composition, physicochemical characterization.
IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS METÁLICOS DOS QUEIJOS MINAS DO SERRO E
MINAS DA SERRA DA CANASTRA
Identification of metallic elements of the cheeses: "Minas d o Serro" and
"Minas da Serra da Canastra"
REFERÊN CIAS BIBLIO GRÁFICAS
Ad riana R . Reis l , Otacílio L. Vargas2, N ETT03, Elias M . , Accácia J . G . Pereira4
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VEIS SEYRE, R. Lactologia tecnica. Zaragoza:
Acribia, 1 9 8 8 . 643p.
1. I N T R O DU Ç Ã O
A produção de queij o Minas d o S erro e
Minas da Serra da Canastra no B rasil, data do
s é c u l o X V I I I . M u i to s p aíses d e s e n v o l v i d o s
como a França, elaboraram l e i s protegendo a
produção e comercialização de queijos nacionais
típicos, produzidos artesanalmente e, em muitos
casos, com a utilização de leite não pasteurizado.
Estes queijos passaram a ter os benefícios da
denominação de acordo c o m a origem
( " Apellation d ' Origine Controlée" - A . O . C . ) .
A d e s i gn aç ão d e a c o r d o c o m a o r i g e m é
c o n ferida a cert o s pro d u t o s que apresentam
atri b u t o s d e q u a l i d ad e c o n feri d o s pela s ua
localização geográfica, compreendendo fatores
n at u rai s ( c o m o c l i m a , s o l o , v e g e t a ç ã o ) e
humanos (FR A N Ç A , 1 97 8 ) . N o B ra s i l , não
existe u m a m e t o d o l o g i a q u e v i ab i l i ze a
diferenciação de autenticidade quanto à origem
para os queij o s artesanais ( PEREIRA, 1 9 80 ) .
Muitos fabricantes d e queijos utilizam os nomes
de regiões tradicionais em produção queijeira,
como o S erro e a Canastra, p ara vender seus
produtos no mercado.
Este trabalho teve como objetivo avaliar
a presença de elementos metálicos nos queijos
Minas do Serro e Minas da Serra da Canastra,
b u s cando encontrar um elemento diferenciador
que fosse característico de uma determinada região
a fim de tornar possível o estabelecimento de um
padrão de identidade para cada queijo.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Para avali ação da presença de elementos
metálicos nos queijos Minas do Serro e Minas da
1
2
3
4
Serra da Canastra foram coletadas amostras de
solo, capim,água, ração, sal mineral, leite e queijo
que foram submetidas à análise de Fluorescência
de Raios X. Após a investigação preliminar de
todas as amos tras foram determinados
quantitativamente, todos os elementos metálicos
encontrados, mesmo que sua presença não tenha
s id o detectada no q ueij o pela análise de
Fluorescência de Raios X. A absorção atômica foi
a técnica utilizada para quantificação da maioria
dos metais encontrados, excetuando-se o sódio e
o potássio que foram analisados por fotometria de
chama e o fósforo que foi ana l i s ad o por
colorimetria seguindo o método do molibdova­
nadato de amônio segundo IAL ( 1 9 8 5 ) . Foram
também determinadas a umidade e o pH dos queijos
pelos métodos descritos pela AOAC ( 1 975).
3 . RES ULTAD O S E D I S C U S S Ã O
Os re s u l t a d o s o b t i d o s p ara as deter­
minações de pH e umidade dos queijos Minas do
S erro e Minas da Serra da Canastra foram de
5,35 e 54, 8 5 % para o queij o Minas do Serro e
5,6 1 e 47, 8 1 % para o queijo Minas da Serra da
Canastra. O queij o Minas do Serro apresentou
maior teor de umidade e pH mais baixo que o
queijo Minas Serra da Canastra. Estes resultados
foram submetidos ao teste t com P>0,05 sendo
significativamente diferentes . A varredura de
F l u o rescên c i a de rai o s X p ara c a d a matriz
analisada é mostrada na Tabela I .
Os elementos bário, cobalto e nióbio não
foram detectados em nenhuma matriz da região
da Serra da Canastra. O bári o ap areceu como
Engenheira Química, sanear [email protected]
Instituto de Laticínios Cândido Tostes EPAMIG -' Juiz de Fora - MG.
Professore adjunto, FAFAR/UFMG.
Professore adjunto, FAFAR/UFMG - [email protected]
Departamento de Alimentos Faculdade de Farmácia da UFMG CP 689, alm @farmacia.ufmg.br - Av. Olegário
M aciel 2360, CEP 301 80- 1 1 2 - Belo Horizonte - MG.
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
4. CONCLUSÕES
elemento traço na água do S erro p odendo ser
c aracterís t i c o desta reg i ão enquanto que o
cobalto e o n i ó b i o foram detectad o s no s al
mineral , o que não caracterizaria a região de
orige m . Ob serva- s e q u e , mesmo tendo s i d o
encontradas algumas diferenças c o m relação a
presença e faixa de concentração dos elementos
detectados nas amostras, o perfil dos dois tipos
d e queij o s , pela técn i c a u t i l i zada, foi muito
similar, tendo se diferenciado apenas pela faixa
de concentração do elemento zinco.
A determinação quantitativa dos elementos
metál i c o s e n c o n trad os em todas as matrizes
estudadas foi realizada nos queijos. Os elementos
A I , B a , C o , N b , N i , C o , R b , S i , Ti e Zr
apresentaram-se abaixo do limite de detecção
da técnica de absorção atômica. Os resultados
e n c o n trad o s p ara os demais elementos é
apresentado na Tabela 2.
Os res ultados encontrados estão coerentes
com aqueles encontrados por ANTILLA ( 1 974),
CONI e t a li ( 1 995) e FAVRETTO ( 1 990).
Tabela 1
-
S UMMARY
As anál ises de Fl uorescência d e R aios X
real izadas em todas as matrizes e n v o l v i d as
n o c i c l o d e o b t e n ç ã o d e s t e s q u e ij o s
apre s e n taram a l g u m a s d i ferenças q u a n t o a
p r e s e n ç a e fai x a d e c o n c e n t r a ç ã o d o s
elementos detectad os : Por estas análises
conclui-se q u e o elemento bário é o provável
. elemento d i ferenciador entre as duas regiões
sendo que este não foi detectado em nenhuma
matriz da região da S erra da Canastra, tendo
sido detectados nas amostras de água da região
d o S erro .
Em base seca, o queijo Minas do S erro
apresentou os teores de fe rro ( 1 3 , 8 2 p p m ) , .
c obre ( 1 , 5 1 p p m ) e es trô n c i o ( 1 0 , 0 2 p p m )
s i gn i fi c ati vamente s u peri ores
(5% de
probab i l i d ad e p e l o t e s t e t ) q ue os t e o res
encontrados para o queij o M inas da S erra da
Canastra (7,03 ppm para Fe, 1 ,20 ppm para Cu
e 7,93 para Sr) .
Resultados das análises de Raios X das amostras de solo, capim, água, ração, sal mineral,
leite e queijo da Serra da Canastra (CAN) e do Serro (SE) .
Maiores
Predominantes
Matrizes
SE
CAN
CAN
Al, Fe, Si
K, Ti
p, S i
AI, Fe, K
Ca,
Solo
Traços
Menores
K,
SE
SE
CAN
Ca, p, Sr,
Si, Al,
Zr
Fe, Ti
Capim
Si, Ca, K
Água
Si
Ração
Na
Sal mineral
Leite
Queijo
Si, K, Ca
K, Mg
Ca, Na, P
Ca, Na, P
Ca,
Na, P, Ca
Na, P, Ca
K, P
Zr, Ni, Rb, Cu
Mg, Rb,
Mn, Mg, Rb,
Sr, Zn
Ti, Ni, Zn, Cu
Fe
CU, Ni, Ti
Ba, Ti, Zn
K, P, Ca, Na,
P, Zn
Al, Fe, Mg,
Al, Fc, Ti,
Si
Zn
Zn
CU, M n
Mg
Al, Mg, Si
Fe, Al, Mg
Fc,
Zn, K, Mn
Cu
Cu, Sr, Nb, Co
Na, Mg
Na, Mg
Si
Cu, Fc, Rb, Fe, Rb, Zn, Sr,
K, Mg
K, Mg
Al, Ca, Fe,
Ca, K, P
Ca, K, P
Al, Fe, P
Ca
SE
CAN
Al, Mg
Zn
K, Zn
Zn
Ti
Cu, Fe
Cu, Fc, Zn
The cheeses "Minas do Serro" and " Mi nas
da Serra da Canastra" are traditional products
' obtained from the coagulation of raw cow milk.
The occurrence o f metallic ele ments in milk is
d irectly related to the feeding o f herd and to
the technology employed i n their production.
The aim of this work was determine the presence
and content of the constituent metallic elements
present in the constituent metallic elements of
the cheeses " Minas do S erro " and " Mi nas da
S erra da Can astra" through the analysis in alI
matrix involved in the cycle of obtaining these
cheeses, looking for a differentiating element
among the involved areas in a way to guarantee
the authenticity of each product. The res ults
obtained fro m the physical -chemical analysis
o f those cheeses lead to a conclusion that the
cheese " Minas do Serro" presents a higher leveI
of humidity (54,83 g%) and it is more acid (pH
5 , 1 6) than the other one. The eval u ation of
the presence of the metall i c elements in the
m atrix invol ved i n the obtaining cycIe (soil,
gras s , water, rat i o n , m i neral salt, m i l k and
cheese) i n d i c ates the e l e ment bari u m as the
possible differentiating element between the two
areas . The quan tification of the elements Ca,
Na, P, K, Mg, Zn, Fe, Cu, Mn and Sr in the
c heeses i n d i cate s o m e d i fferences in that
calcium (0,66 g%), magnesium (277, 6 5 ppm)
and zinc (32,37 ppm) were higher for the cheese
" Minas da Serra da Canastra" in a humid base
and the leveis of iron ( 1 3,82 ppm), cupper ( 1 ,5 1
p p m ) and strontium ( 1 0 , 02 p p m ) were more
elevated for the cheese "Minas do Serro " , in a
dry base. The elements AI, B a, Co, Nb, Ni, Co,
=
Rb, Si, Ti e Zr in the cheeses were evaluated and
alI presented l ower leveIs, below the limit of
detection for the t e c h n i q u e of the atomic
absorption.
Key w o rd s : met a l l i c e l e m en t s , atomic
absorption ; X-ray fl u ores cence; col orimetric
an alysis, " Minas do Serro " cheese, " M inas da
Serra da Canastra" cheese
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFI C A S
ANTILA, D a i ry S e i . A b s tr. , v. 36, p . 6 64,
1 974. Apud : JARRET, W. D . A review of the
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FAV RETTO, L.G. I n v e s t i ga t i o n o f trace
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IAL ( Instituto Adolfo Lutz) Normas Analíticas
do Instituto Adolfo Lutz - métodos químicos e
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Paulo : IAL, 1 9 85, v. l , 5 3 3 p .
PEREIRA, A .J . G . Fabricação de queij os . Belo
Horizonte: CETEC, 1 9 80. 7p. (apostila)
Predominantes: supenores a 1 0% ; maIOres: entre I e 1 0% ; menores: entre 0, 1 e I %; traços: Infenores a 0, 1 % .
Tabela 2
•
Resul tados encontrad os na determinação quantitativa dos elementos metálicos nos
queijos Minas do Serro e Minas da Serra da Canastra.
Parâmetro
Cálcio
Cobre
Estrôncio
Ferro
Fósforo
Magnésio
Manganês
Potássio
Sódio
Zinco
Médias seguidas
Serro
Canastra
S
X {��m2
c.v. (%2
S
X {��m2
C.v. {%2
1 4,85
1 2.807,94·
2.055,69
1 . 889,52
1 6,05
1 2.725,65"
0,30
1 5, 1 1
1 ,5 1 "
0, 1 8
1 9,86
1 ,20h
10,02"
2,48
3 1 ,3 1
2,96
29,56
7,93b
1 3 ,82"
1 3,58
52, 1 3
3,66
98 ,3 1
7,03h
26.489,44"
20,78
5.379,26
4.983,08
20,3 1
23.985,08"
100,52
1 6,40
535,32"
87,78
1 8,78
535,28"
0,90'
0,43
37, 1 3
0,29
47,89
0,78"
2.2 1 8 ,68"
533,84
26,38
478 ,38
24,06
1 .8 1 3,49"
2 1 .02 1 ,07'
6.42 1 ,89
22,68
3 . 8 1 0,28
30,55
1 6.799,4 1 h
55,06'
1 2,98
35,82
23,58
22,28
62, 1 9·
por letras diferentes na mesma linha indicam teores significativamente diferentes CP > 0,05; teste t).
•
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
ANAIS D O XIX C O N G R ES S O N AC I O N A L DE LAT i C íN I O S
CINÉTICA DA FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA EM UM SUCEDÂNEO DO QUEFIR 10FIR®
•
Tabela!
-
Acompanhamento da fermentação alcoólica dos lotes preparados com O, I 5 e 0,25% de
durante 1 4 dias a 7°C ( 1 ) .
S. cerevisiae
Kinetics of alcoholic fermentation i n a succedaneu m of kefir iofirn,
•
M ayra M esquiari l , Evelyn S . Ol iveira2, Lúcia H . E . S, S . Laboissiêre3, Accácia J . G . Perei ra4
1. I N T RO D U Ç Ã O
o
quefir é um leite fermentado de sabor
áci d o s u ave, efervescente, com b a i x o teor
alcoólico, de consistência cremosa, obtido pela
fermentação ácido-alcoólica do leite pelos grãos
de quefir. No processo tradicional de fabricação,
o c u l t i v o d o s grãos é d e morad o , e x i gi n d o
c o n d ições laboratori ais adequ adas e pess oal
qual ificado. A manutenção da qualidade dos grãos
é complexa p orque a composição da micro flora
d o s mesmos v aria, n ão apenas de fonte p ara
fo nte, mas t a mbém fl u t u a c o n s tantemente
d u rante a propagação dos grão s , tornando-se
então desbalanceada, afetando a qualidade do
p roduto final.
O obj e t i v o geral deste trab a l h o fo i
determinar os p arâmetros tecnológicos mai s
significativos p ara a obtenção de um produto
l ácteo d e caracterís t i cas fís i c o -qu ímicas e
sensoriais similares às do quefir, obtido a partir
de uma c u lt ura bal anceada de S trep toco ccus
s a livari u s subsp therm ophilus e Lactobacillus
delbrue ckii s ubsp b u lgaricus e de uma cultura
p u ra de Sa c c h a romyces c e revisae, no qual a
fermentação lática foi seguida pela fermentação
alcoólica. Os principais p arâmetros cinéticos
determinados foram a evolução da acidez e do
p H , assim como a p rodução de etanol e CO,d urante a fermentação.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados os seguintes ingredientes :
a ç ú c ar refi n ad o c o m u m , leite d e s natado
e s te ri l i zado ( U H T ) , l e i te e m pó desnatado,
gelatina em p ó incolor adquiridos no comércio
de Belo Horizonte, utilizando-se a mesma marca
em todos os l otes . Foram usadas as seguintes
culturas : lática filante, liofilizada para iogurte
D V S - YC 1 8 0 , c o n s t i t u íd a de La c t o b a c i ll u s
-
2
3
4
e Strepto c o c c u s t h e rm o p h i l u s ,
adquirida da Christian Hansen (Copen hague ) ;
liofilizada e constituída de Sa ccha romyces
c e re v i s a e , a d q u i r i d a da F l e i s h mann R o y al .
A ev o l u ç ã o d a fer mentação al c o ó l i c a fo i
acompanhada p o r m e i o d a d o s agem de p H ,
acidez titulável e CO, . O etanol foi analisado
p e l o método enzi m á t i c o , u s an d o - s e o kit
B ioquant-Etanol ( MERCK) . As dosagens foram
efetuadas nos seguintes i nterval os de temp o :
0 8 , 1 6, 24, 40, 60, 84 e 240 horas . A produção
de CO, fo i d e te rm i n ad a p o r an á l i s e t i t u ­
l ométric a, segundo metodologia descrita p o r
B ARRÉRE e t al. ( l 97 8 ) . O ajuste d o s resultados
das determinações de pH, acidez titulável e teor
de CO, ao m o d e l o c i n é t i c o fo i fei t o p e l o
m é t o d õ d e regre s s ão l i n e ar c o m b a s e n o s
mínimos quadrados, utilizando-se o "software"
Micros oft Excel.
b u lg a r i c u s
-
3 . RES ULTA D O S E D I S C U S S Ã O
Dois lotes de iofir, preparados a partir de
inóculos com concentrações de 0, 1 5 e 0,25%
de S . cerevisiae, foram mantidos a 7° C visando
e s t u dar o c o m p o rtamento da l e v e d u r a s o b
temperatura de refrigeração, sendo analisados
por um período de 14 dias nos i ntervalos pré­
fixados. Os resultados, média de dois acompa­
nhamentos , são apresentados na Tabela 1 .
A produção máxima de CO, dos lotes com
0,25% de S. cerevisiae mantidos à temperatúra de
refrigeração (7°C) ocorreu com 98 horas (4!l. dia)
de fermentação, alcançando 3 ,6 ± 0, 1 1 gCO,/L.
A partir deste ponto, a produção de CO,- começ ou
a decl inar, ati ngindo, no final d o p erío d o , a
concentração de 2 , 8 ± 0,06 gCO,/L.
Foi observada redução nos valores de pH
d urante o período anal i s ado, apresentando no
Médica Veterinária, IMA.
Professora adj unto, FAFAR/UFMG evelyn @ farmacia. ufmg.br
Professora assi stente, FAFAR/UFMG Iheslab @ hotmail.com
Professora adj unto, FAFAR/UFMG acaciaj u @ dedalus.Icc.ufmg.br
Teor de COz (g1L)
Tempo
(dias)
0,00
Acidez titulável ('D)
pH
0,15%
0,25%
0,15%
0,25%
0,15 %
0,25%
0,00 ± 0,00
O,OO ± O,OO
4,62 ± 0,0l
4,59 ± 0,01
69,50 ± 0,83
70,07 ± 3,35
n,94 ± 6,86
0, 1 7
0, 1 6 ± 0,00
0,27 ± 0,07
4,42 ± 0,08
4,39 ± 0,01
75,03 ± 0,44
0,33
0,44 ± O,OO
0,43 ± 0,05
4,39 ± 0, 1 O
4,30 ± O,OO
78,26 ± 0, 4 1
73,26 ± 7, 1 8
0,50
0,54 ± 0,02
0,63 ± 0,02
4,32 ± 0,08
4,28 ± 0,01
79,43 ± 0,83
76, 1 3 ± 7,82
0,67
0,66 ± 0, 1 1
1 ,04 ± 0,05
4,28 ± 0,09
4,20 ± 0,01
84,20 ± 0, 1 3
85,07 ± 5,27
0,83
0,84 ± 0,01
1 , 3 1 ± 0,05
4,26 ± 0,09
4, 17 ± 0,01
84,69 ± 0,41
86,66 ± 4,63
1,00
1 , 1 8 ± 0,05
l ,n ± 0,06
4,22 ± 0,07
4, 1 4 ± 0,01
85,27 ± 1 ,09
88,74 ± 4,79
1 ,33
1 ,23 ± 0,07
2, 1 7 ± 0,07
4,24 ± 0,08
4, 1 3 ± 0,00
87,03 ± 0,41
92,41 ± 3,67
94,64 ± 3,35
1,67
1 ,28 ± 0, 1 4
2,88 ± 0,04
4, 1 9 ± 0,09
4, 1 O ± 0,01
90, 1 7 ± 0,42
2,00
1 ,34 ± 0,09
2,88 ± O, I O
4, 1 9 ± 0, 1 0
4,08 ± 0,01
89,00 ± 1 , 25
94,01 ± 3,36
2,50
1 ,50 ± 0, 1 2
2,32 ± 0,06
4, 1 8 ± 0, 1 O
4,06 ± 0,01
86,35 ± 0,00
94,8 1 ± 5 , 1 0
3,00
1,54 ± 0,02
3,34 ± 0,06
4, 14 ± 0, 1 O
4,04 ± 0,01
84,95 ± 1,03
1 0 1 ,35 ± 0,80
3,50
l ,n ± 0,05
3,n ± 0,04
4, 1 4 ± 0, 1 O
4,00 ± 0,01
86,35 ± O,OO
1 0 1 ,83 ± 2,56
4,00
1 ,26 ± 0,34
3,58 ± 0, 1 1
4, 1 3 ± 0, 1 2
3,98 ± 0,01
88,41 ± 0,42
103,26 ± 1 ,44
7,00
1 ,75 ± 0, 1 2
2,65 ± 0,04
4, 1 2 ± 0, 1 3
3,97 ± 0,01
89,58 ± 0,83
1 08,05 ± 3,67
10,00
1 ,62 ± 0, 1 3
2,99 ± 0,09
4,09 ± 0, 1 4
3,95 ± 0, 0 1
88,70 ± 0,42
1 07,89 ± 2,87
4,04 ± 0, 1 6
3,93 ± 0,01
90, 1 7 ± 0,42
1 1 2,20 ± 5,27
14,00
( 1 ) Média d e dois acompanhamentos.
1 ll 1 C l O
o valor 4,59 ± 0, 0 1 e no final o v alor
3 ,9 3 ± 0,0 1 . Inicialmente o inóculo com 0, 1 5%
de S. cerevisiae apresentou acidez titulável de
6 9 , 5 0 ± O , 8 3°D e apó s 3 3 6 horas o valor de
90, 1 7 ± O,42°D.
As concentrações de CO, e os val ores da
acidez titulável para o inócul õ p reparado com
0,25% de S. cerevisiae mantiveram-se superiores
aos do in óculo com 0, 1 5% em todos os tempos
de análise a 7°C.
Os d a d o s referentes à fermen t ação
alcoólica s ão apresentados na Tabela 2 .
Tabela 2
"
Pro d u ção d e e t a n o 1 n o s l o te s
preparados c o m 0 , 1 5 % de S.
c e re v isiae mantidos a 7°C durante
1 4 dias .
Tempo
H o r a s D i as
8
16
24
40
60
84
240
0,33
0,67
1 ,00
1 ,67
2,50
3,50
1 0,00
Teor de etanol
(g/L)
0, 1 6
0,54
0, 8 5
1 ,3 3
1 ,64
1 ,79
1 ,97
±
±
±
±
±
±
±
0,0 1
0,09
0,03
0,00
0,0 1
0,03
0,02
CV
(%)
0,08
0, 1 7
0 , 04
0,00
0,0 1
0,0 1
0,0 1
A produção de etanol foi crescente até 3 ,50
d i as d e fermentação , e a p artir daí tendeu à
Pág. 222
digitalizado por
e s t ab i l i zação atingi n d o aos 1 0 d i a s de
fermentação a concentração de 1 ,97 ± 0,02 g
etanol /L de amostra.
Na Tabela 3 são apresentadas as equações
de ajuste polinomial de segunda assim como as
equações lineares de zero, primeira e segunda ordens,
com seus respectivos coeficientes de correlação,
obtidas do estudo da cinética das reações.
Os aj ustes aos modelos cinéticos de zero,
primeira e segunda ordens apresentaram baixos
coeficientes de correlação, o que s ugere que a
cinética desta fermentação é mai s c o mp lexa,
necessitando-se de u m modelo mais elaborado
para descrevê-la. A produção de etanol pode ser
adequadamente representada por uma polinomial
de segunda ordem, apresentada na Tabela 3 .
A produção d e etanol no iofir é s imilar à
do quefir, no qual a fermentação alcoólica só
começa a se evidenciar após um certo período
d e i ncubação, de 24 a 48 horas , sendo que a
concentração de etanol apresenta um pico que
s e mantém constante a p artir de 2-3 d i as de
i n c ubação ( ME R I N & R O S E N T H A L , 1 9 8 6 ;
U DEN & A S S IS -LOPES, 1 95 5 ) . N o quefir, as
maiores alterações quími cas ocorrem durante
o pri meiro dia de fermentação, com aumento
c o n s i derável nos t e o res de á c i d o s v o l á te i s ,
compos tos de n i trogênio e C O " e n quanto o
t e o r de e t a n o l s e m a n t é m red u z i d o ,
evidenciando-se aumento na s ua concentração
após 42 horas de incubação.
Pág . 223
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL DE LAT i C í N I OS
Tabela 3 - Equações de aj uste para a produção de etanol nos lotes de iofir preparados
CARACTERíZAÇÃO FíSICO-QuíMICA DE QUATRO TIPOS DE SORO DE QUEIJO
com 0, 1 5 % de S. cerevisiae mantidos a 7°C durante 14 dias.
Ajuste
Equação
Polinomial de segunda ordem
0,9629
Ordem zero
Primeira ordem
Segunda ordem
y= 0, 1 525x + 0,7568
y= 0,0703x - 0,2321
y= 0,2741 x + 2,4374
0,7493
0,6055
0,4452
4 . C O N C LU S Õ E S
o
o
o
as c o n centrações de CO, e acidez
titulável para o inóculo pre p arado com
0,25% de S. ce revisiae mantiveram-se
superiores ao inóculo com 0, 1 5 % de S.
cerevisiae em todos os tempos de análise
a 7 °C
em rel ação ao p H , seu valor foi mais
elevado nas amos tras preparadas com
0, 1 5 % de S. c e revisiae no in óculo do
q u e nas amo s tras p re p aradas com
0,25%, em todos os períodos de análise.
a produção de etanol no iofir preparado
com 0, 1 5 % de S. cerevisiae no inóculo
começou a ser evidenciada após 24 horas
de i nc ubação e se manteve constante
após 2-3 dias de incubação, atingindo o
valor d e 1 , 97 ± 0,02 g etano l / L de
amos tra.
SUMMARY
One o f the m o s t studied and p r o d u ced
kinds of fermented milk i s kefir. This product
s ho w s s o ft a c i d fl avor, e ffervescence, l o w
alcoholic content and creamy consistence, a s a
result of acid-alcoholic fermentation of milk
by a complex s imbiotic culture composed by
l actobacillus and yeast present in kefir grains.
The main tenan ce o f these mi crorgan i s m s is
d i ffi c u l t , o r i g i n at i n g th i s research fo r the
production of a succedaneum (I0FIR "') from pure
balanced cultures of Streptococcus thermophilus,
Lactobacillus b u lg a ri c u s and Sa c cha romyces
c e re v i s a e , in w h i c h lactic fermentation w as
fo l l o w e d b y a l c o h o l i c fermentat i o n . T he
alcoholic fermentation in IOFIR'" was monitored
by determination of ethanol, pH, titrable acidity
Physico-chemical characterization of four types of cheese whey
r
y== -0,054x1 + O,7272x + 0,0895
and CO • Samples were collected in pre-fi xed
2
time periods
during 14 days for the analysis of
ethan o l , CO" titrabl e a c i d i t y and p H . CO, .
p r o d u c ti o n , res p o n s i b l e for the p r o d u c t
e fferv es cence, was determined by titrati o n
analysis and ethanol production b y a n enzymatic
method. CO, and titrable acidity values for the
i n o c u l u m prepared w i t h 0 , 2 5 % of y east
concentrati on were higher compared to those
for the 0, 1 5 % of yeast inoculum at 7 °C. Two
p repared l o t s w i t h 0 , 1 5 % and 0 , 2 5 % y e ast
inoculum were s imilar i n relation to p H and
titrable acidity, at 20 °C during 14 days. Ethanol
production increased up to the fo urth d ay of
fermentation, and stabilized, reaching after 1 0
days values o f 1 , 97 ± 0 , 0 2 g ethan o l/ L i n
samples . The kinetics o f ethanol concentration
presented l o wer corre l a t i o n c o e ffi c ients to
zero, first and second order models, suggesting
a more complex fermentation kinetics, hence
the need of a more elaborated model to describe
i t . Ethan o l p r o d u c t i o n may be adequ ate l y
rep resented by a second order p o ly no mial as
y = - 0 , 054x2 + 0 , 7 2 7 2 x + 0 , 0 8 9 5 , w i t h a
correlation coefficient r2 = 0,9629.
Key-word s : kefir, fermented m i l k ,
alcoholic fermentation .
REFERÊN CIAS BIBLIOGRÁFICAS
B AR R É RE, C . ; D U CA S SE , M . ; V I T NE , C . ;
VIDAL,M. & TALLEC, C . Dosage d u CO,- dans
le vins. Vigne et Vins, v. 273, p . 3 1 -3 8 , 1 97 8 .
MERIN, U . ; ROSENTHAL, 1 . ' Production o f
kefir fro m U H T m i l k . M i l c h wi s s e n s ch aft,
v.4 I , n.7, p . 3 9 5 - 3 9 6 , 1 9 8 6 .
UDEN, N . ; ASSIS-LOPES , L. Sobre a s leveduras
do quefir. B oletim Pecuário, v. 2 3 , p. 3 -27,
1 955.
Ivana M . C . Siqueira l , M arcelo R. Souza2,
M ônica M .O . P. Cerq uei ra2, M. Beatriz Abreu Glória3
1. I N T R O DU Ç Ã O
2. MATERIAL E MÉTODOS
O soro é um subproduto da indústria d e
leite, resultante d a fabricação de queijos, que se
separa do coágulo durante a fabricação, retendo
55% dos nutrientes do leite. Cada litro de leite
dá origem a 0,6 a 0,9 L de soro (ZALL, 1 979;
POSANO et aI . , 1 992).
No B rasil, a disponibilidade de soro tem
aumentado s i g n i fi c at i vamente . Entretanto, o
seu aproveitamento está aquém do desej ável .
Da p r o d u ç ã o de 1 ,7 8 m i l hões t e m 1 9 8 6 ,
somente 278,20 m i l toneladas foram utilizadas
para fins alimentícios, visando principalmente
à produção de soro em pó, para consumo humano
e animal (S IPA , 1 9 86). Portanto, 1 ,6 8 milhões
de tonel adas de s o r o d e i x aram d e ser
aproveitad o s , sendo des cartad o s e causando
sérios problemas de poluição ambiental, por ser
um resíduo com alta concentração de matéria
o rgân i c a, rep re s entada p ri n c i p al mente p o r
lactose e proteína. Estes impõem um alto valor
de demanda bioquímica de oxigênio às plantas
de tratamento de águas res iduais, variando de
30000 a 60000 mg/L (ZALL, 1 979; B RAND Ã O,
1 994) . Além disto, deve-se ressaltar que a lei
federal n. 9605 de 13 de fevereiro de 1 998, que
d i sp õe s o bre as atividades l e s i v as ao m e i o
ambiente, obriga os l aticínios a tratarem seus
efluentes industriais. Neste contexto, u m maior
aprove itamento do s o r o p o deria ter u m
importante reflexo.
De forma a implementar ações de incor­
p oração tecnológica para reduzir os problemas
ambientais, agregar valor ao produto e aumentar
fontes de renda, são necessários dados sobre o perfil
físico-químico deste produto. Este trabalho teve
corno objetivo determinar o perfil físico-químico
do soro proveniente dos principais tipos de queijo
produzidos em Minas Gerais.
2 . 1 . Material
2
•
•
3
Amostras de quatro tipos de soro de queijos,
dentre eles, Prato, Mussarela, Minas frescal e Minas
padrão, produzidos em 8 laticínios de Minas Gerais,
em abril e maio de 2000, foram incluídas neste
estudo. As amostras foram coletadas assepti­
camente n o s l aticínios, logo após o corte do
coágulo, mexedura e aquecimento e transportadas
em embalagens isotérmicas aos laboratórios da
UFMG para as análises físico-químicas.
2.2. Méto dos
As amostras de soro foram submetidas às análises
físico-químicas : acidez titulável, pH, índice
crioscópico, densidade, teores de umidade, proteína,
gordura, extrato seco total, extrato seco desen­
gordurado e lactose. Todas as análises foram feitas em
duplicata segundo metodologia descrita por LANARA
( 1 9 8 1 ), exceto densidade e lactose. A densidade foi
determinada pela fórmula de Fleischmann. A lactose
foi determinada por cromatografia líquida de alta
e ficiência (CONRAD & PALMER, 1 97 6 )
utilizando coluna Shim-pack CLC-NH, ( 1 50 x 4
mm), fase móvel acetonitrila: água (75:25) a 0,7
mLlmin e detector refratométrico diferencial.
O delineamento utilizado foi o de blocos
ao acaso, com 4 tratamentos (tipos de queijos)
de 8 industrias. Os resultados foram submetidos
à análise de variância e as médias comparadas
pelo teste t de Student a 5% de probabilidade
( S AM PAIO, 1 9 9 8 ) .
3 . RES ULTAD O S E D I S C US S Ã O
As c aracterís t i c as fís i c o - q u ím i c as d a s
amostras de s oro de queij os anali s ad as estão
Escola de Nutrição, B arbacena, MO.
Dep artamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal, Escola de Veterinária, UFMO, Belo
Horizonte, MO.
D e partame nt o de Alimentos, Faculdade d e Farmácia, UFMO, Av. Olegári o Maciel 2360 lab 3 1 9, B. Lourdes,
Belo H orizonte, M O 301 80- 1 1 2.
Pág. 224
digitalizado por
Pág . 225
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
indicadas na Tabela 1 . Foi observada grande
variação nos resultados obti dos para amostras
de um mesmo tipo de s oro, o que sugere uma
falta de p ad r o n i zação d o s p r o c e d i mentos
adotados na produção de queijo pelas diferentes
indústrias .
Os resultados obtidos para o soro de queijo
M inas frescal são semelhantes aos observados
por CHIAPPINI & SANTOS ( 1 995). Os valores
obtidos para os soros dos queijos Prato e Minas
p ad r ã o t a m b é m s ão s e m e l h antes a o s
e n c o n trad o s p o r F U RTA D O & P O M B O
( 1 979), entretanto, o s teores d e gordura foram
mai o res e os de l actose menore s . Dentre o s
fatores q u e podem favorecer a perda de gordura
no s oro, tem-se a falta de p adronização dos
teores de gordura no l eite, aguagem do leite,
uso de substâncias conservadoras ( formalina,
b i c ro mato d e p o t ás s i o ) e r e l a ç ã o c a s e ín a/
gordura no leite muito pequena (FURTADO &
P O M B O , 1 9 7 9 ) . Por o utro l ad o , os menores
teores de l actose p od e m es tar as s o c i ad o s à
Tabela 1
-
ANAIS D O XIX C O N G R ES S O NACIONAL DE LAT i C í N I O S
técnica de detecção mais seletivas e sensível
utilizada neste estudo.
Não foi observada diferença s ignificativa
entre os soros de diferentes tipos de queijo com
relação as características físico-químicas, exceto
p ara o ín dice cri o s c ó p i c o , que fo i maior no
soro de queij o Prato comparado ao de queij o
Minas fresca!.
A presença de teores elevados de sólidos
no soro de queij o i ndica deficiência no processo
d e p r o d u ç ã o . Q u anto m a i o r o ex trato s e c o
total, menor a rentabilidade do soro de queij o
e l imite no aproveitamento do soro de queij o
d e v i d o a presença d e fi l o s d a mas sa, o q u e
demonstra perda no p rocess amento, p erda no
r e n d i m e n t o d a m a s s a , e c o n s e q ü e n t e mente ·
perda econômica.
4 . C O N C LU S Õ E S
N ão fo i o b s e r v a d a d i fe r e n ç a s i g n i ­
ficati va entre s oros dos queij o s Prato, M inas
Características físico-químicas de quatro tipos de soro de
Parâmetro
Valores médios ± desvio padrão (mínimo - máximo)
Minas frescal
Minas padrão
Prato
Mussarela
pH
6,3 1 ± 0, 1 4
(6, 1 0 - 6,50)
6,23 ± 0,32
(5,52 - 6,45)
6,35 ± 0,08
(6,28 - 6,47)
6, 1 6 ± 0,48
(5,06 - 6,54)
Acidez titulável
(OD)
1 1 ,68 ± 2, 1 9
(8,0 1 5,0)
1 1 ,76 ± 3,3 1
(9,0 - 1 1 ,9)
1 1 ,43 ± 0,65
(1 0,2 - 1 2,2)
1 2,2 1 ± 2,49
(9,5 - 1 6,5)
1 ,0221 ± 0,0047
1 ,0 1 64 - 1 ,03 1 2
1 ,0 1 90 ± 0,0032
1 ,0 1 40 - 1 ,0228
1 ,02 1 2 ± 0,0039
1 ,0263 - 1 ,0263
1 ,0204 ± 0,0028
1 ,0 1 65 - 1 ,0248
Densidade
Fleishmam (g/mL)
frescal, M inas padrão e M u s s arela quanto as
características físico-químicas, exceto quanto
ao índice c ri o s c ó p i c o . O s teores de s ó l i d o s
encontrados n o soro indicam uma perda d e 63 kg
, de sólidos totais por tonelada de soro descartado
pela indústria queijeira, dos quais 14 kg seriam de
proteína, 27 kg de lactose e 8 kg de gordura.
S UM M A RY
The o bj ective of t h i s w o rk was to
determine the physico-chemical characteristics
of whey from different types of cheese. Samples
of 4 kinds of cheese whey ( ' Prato ' , ' Mi n as
fresca! ' , ' Minas padrão ' and M ozzarella) were
obtained from industries in the state of Minas
Gerais , B razil, in April and May of 2000. p H
v a l u e s v aried fro m 6 . 1 6 to 6 . 3 5 a n d t h e
ti tratab l e a c i d i t y fro m 1 1 . 43 to 1 2 . 2 1 ° D .
Moisture content varied fro m 9 3 . 3 2 to 94.24
g/l OO mL, fat content ranged from 0.65 to 0.80
gl I OO mL, non-fat solids from 5 . 1 1 to 5 . 9 3 g/
1 00 mL, protein from 1 .24 to 1 .48 g/ 1 00 mL
and l actose fro m 2 . 6 1 to 2 . 9 9 g/ l 00 mL .
Density varied fro m 1 . 0 1 9 0 to 1 . 022 1 g/mL.
The cri o s c o p i c index v ari ed fro m 0 . 4 5 8 6 to
0.670 1 °H . No significant difference (t test, p >
0.05) was observed among types of cheese whey
except for crioscopic index, which was higher
for ' Prato ' whey compared to 'Minas frescal ' .
Key w o rd s : cheese whey, composition,
acidity, density, crioscopy.
b
-0,5 1 3 ± 0,063·
(-0,41 7 - -0,575)
-0,670 ± 0,240"
(-0,538 - - 1 ,226)
b
-0,480 ± 0, I 37"
(-0, 1 62 - -0,568)
Umidade
93,32 ± 1 ,25
(9 1 ,00 - 95,03)
94,24 ± 1 ,05
(93,06 - 95,72)
93,54 ± 1 , 1 3
(92,2 1 - 95,73)
93,64 ± 0,79
(92,69 - 94,76)
Extrato seco
total (gl100 mL)
6,68 ± 1 ,25
(4,97 - 9,00)
5,76 ± 1 ,05
(4,28 6,94)
6,46 ± 1 , 1 3
(4,27 - 7,79)
6,36 ± 0,79
(5,24 - 7,3 1 )
Gordura
0,75 ± 0,40
(0,40 - 1 ,70)
0,66 ± 0,37
(0,30 - 1 ,30)
0,80 ± 0,25
(0,50 - 1 ,20)
0,86 0,5 1
(0,30 - 1 ,90)
1. I N T R O DU Ç Ã O
Extrato seco desengordo (glI OO mL)
5,93 ± 1 ,23
(4,46 - 8,30)
5 , 1 1 ± 0,85
(3,78 - 6,09)
5,66 ± 1 ,02
3,77 - 6,99
5,51 ± 0,70
(4,50 - 6,5 1 )
Dentre os microrganismos envolvidos e m
i nt o x i c aç õ e s a l i mentares e n a pro d u ção de
Proteína
1 ,25 ± 0,33
(0,70 - 1 ,66)
1 ,28 ± 0,45
(0,70 - 2,03)
1 ,49 ± 0,47
( 1 , 1 4 - 2,46)
1 ,43 ± 0,54
(0,87 - 2,55)
Lactose
2,76 ± 0,52
(2,2 1 - 3,37)
2,90 ± 0,49
(2,04 - 4, 1 7)
(gll OO mL)
2,29 ± 1 , 1 3
(glIOO mL»
(0,07 - 3,47)
Diferentes sobrescritos na mesma linha indicam diferença estatística significativa (p< 0,05, teste de t).
2,99 ± 0,52
(2,00 - 3,55)
o controle de produ tos de origem animal e
s eu s i n gr e d i e ntes . 1 1 . M é t o d o s fís ic os e
químicos. B rasília, 1 9 8 1 .
POSANO, E . H . G . ; PINTO, M . F. ; C A S TRO­
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W a s te
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PRESENÇA DE STAPHYLOCOCCUS S P ENTEROTOXIGÊNICO E D E
ENTEROTOXINAS EM QUEIJO RALADO
b
-0,459 ± 0,200
(-0, 1 34 - -0,770)
(gl100 mL)
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LANARA - Métodos a nalíticos oficiais para
•
Índice crioscópico
(OH)
(gl1 00 mL)
REFERÊN CIAS B IB L I O G RÁFI C A S
Presence of enterotoxigenic staphylococcus sp and of enterotoxins in g rated cheese
E. Flávia PimenteP , Ricardo S. Dias2, Luiz S. Carmo2, M aria Beatriz A. Glória3
1
2
3
metabólitos capazes de causar enfermidades no
homem, bactérias d o gênero S tap h y l o c o c c u s
Aluna do Curso de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos, FAFAR, UFMG .
P e s q u is a dor Laboratório de Enterotoxinas Estafilocócicas, Fundação Ezequiel Di a s.
Professor Adjunto, Departamento de Alimentos, Faculdade de Farm ácia, UFMG. Av. Olegário M aciel 2360
Lab. 3 1 9 Belo Horizonte, M G 3 0 1 80- 1 1 2.
,
Pág. 226
Pág . 227
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
têm se d es tacado (GENEGE OR G I S , 1 9 8 9 ) .
Algumas cepas destas produzem enterotoxinas
termoestáveis e resi stentes à enzimas proteo­
l íticas como tri p s ina, quimotripsina, renina e
papaína (BERGDOLL, 1 9 89). As enterotoxinas
estafi l ocóci cas s ão exoproteínas que, quando
i ngeri d as , causam gastrenterite com manifes­
tação 2 a 3 horas após a ingestão . Os sintomas
são vômito, diarréia, dores abdominais e náusea
( S U D H A K A R , 1 9 8 8 ) . Atualmente, s ão 9 os
diferentes tipos de enterotoxinas i dentificadas
(CARMO et aI . , 200 1 ) .
O Staplzy l o co c c u s p o d e m u l ti p l i car- se
rapidamente em muitos alimentos. No entanto,
o leite e produtos derivados, como o queijo, são
os mais comumente implicados em surtos. Entre
os anos de 1 992 e 1 994 foram notifi cados 2 1
surtos de toxinfecção alimentar provocados pela
ingestão de queijos em B elo Horizonte, com 239
pessoas expostas sendo que 92% apresentaram
s i ntomas c aracterís t i c o s de i n t o x i cação
e s tafi lo c ó c i c a . D en tre as amos tras de queij o
incriminadas, 8 6 % c o n t i n ham S . a u re u s e m
contagens d e 1 05 a 1 09 UFC/g d o produto (DIAS
et aI . , 1 99 5 ) .
Embora Staphylococcus coagulase positiva
seja a mais envolvida em surtos de intoxicação
alimentar, algumas espécies de Staphylococcus
coagulase negativa ( S. hyic us, S. epi de rm idis,
S. xylos u s , S. w a rn e ri, S. saprophyticus e S.
lentus) podem também ser a causa de surtos de
toxinfecção ou gastrenterites (VALLE et aI . ,
1 990).
Este trabalho teve como obj etivo isol ar,
identificar e testar a capacidade de produção de
enterotoxinas por cepas de Staphylo coccus sp
de q u e ij o ralado e avaliar a presença d e
enterotoxinas pré-formadas neste produto.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2 . 1 . Material
Amostras de queij o ralado ( 1 8 marcas, 5
de cada l o t e ) c o m d e n o m i nação d e origem
certi fi cad a pelo Serviço de Inspeção Federal
fo ram adquiridas ao acaso no p erío d o de
dezembro de 1 999 a maio de 200 1 no mercado
consumidor de B elo Horizonte, MG.
2 . 2 . Métodos
A s amos tras foram analisadas q uanto a
p rese n ç a de S tap hy l o c o c c u s s p . Os m i c ror­
ganismos i s olados foram s ubmetidos a testes
b ioqu ímicos de coagulase, termonuclease,
m a n i t o l , m a l t o s e e c a p a c i d a d e de l i s a r
h e m á c i a s d e c a r n e i r o ( VA N D E R Z A N T &
S PLITTS OES S E R , 1 9 9 2 ) . As c e p a s que
apresentaram caracte rís t i cas b i o q u í m i c a s
idênticas foram agrupadas e testadas quanto ao
p oten c i al de produção de enterotoxinas p e l o
Método d e Membrana sobre Agar c o m detecção
por imunodifusão em gel - Sensibilidade Ó tima
em Placas - OSP (ROB B INS et aI . , 1 974). As
amos t ras d e q ue ij o r a l a d o fo ram t ambém
analisadas quanto a presença de enterotoxinas
p ré fo rmadas p o r e x t ração e t e s t e d e O S P
(ROB B INS e t aI . , 1 974).
3 . RESU LTAD O S E D I S C U S S Ã O
Das amostras anal i s ad a s , 1 1 % apresen­
taram 1 02 UFC/g de Stap hylococcus sp e 1 1 %
apresentaram contagem de 1 03 UFC/g. To das
as colônias de Staphylococcus sp foram carac­
terizadas c o m o c o a g u l a s e negat i v a . S en d o
assim, es tas amostras estão de acordo c o m a
atual legislação que regulamenta somente a con­
tagem de S tap hylo c o c c u s coagulase p os it i va
( B RASIL, 200 1 ) .
B aseado na caracterização b i o q u í m i c a
foram i s o l adas 1 02 cepas s e n d o 7 % i denti­
fi c ad a s c o m o S . ep i d e r m i d i s , 6 % c o m o S .
schle(fe ri e 8 7 % como S. coagulase negativa.
Das 7 cepas de S. epi derm idis e das 8 9 cepas
de S . c o a g u l as e n e g at i v a s , ap e n as 1 e 5
produziram entero t o x i n a do t i p o D , respec­
t i v a men te . A s c e p a s d e S . s c h l e ife r i n ã o
produziram enterotoxi nas .
Dentre as amostras analisadas, 72% con­
tinham enterotoxinas, estando, portanto, inade­
quadas ao cons umo (Tabela I ) . Foi detectada a
presença de enterotoxina do tipo B em 56% das
amostras e dos tipos C e D em 22%. Estes resultados
indicam que um grande percentual das amostras
(72%) constitui fonte de toxinas pré-formadas
podendo causar danos à saúde.
4. C O N C L U S Õ E S
Os resultados obtidos demonstram a baixa
qualidade de queijos ralados, relacionada com a
maté ri a - p r i m a u t i l i zad a na s u a fab r i c a ç ã o .
A Portaria 3 5 7 ( B R A S IL , 1 9 9 7 ) p r e v ê a
proibição da utilização de queijos não aptos para
o consumo humano na elaboração de queij o
ralado. Entretanto, não define qual critério deve
ser utilizado. Sugere-se a adoção da pesquisa de
enterotoxinas na matéri a prima como critério
de sua aptidão ao consumo, visando garantir a
qualidade de queijos ralados no país .
ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL D E LAT i C í N I O S
Tabela 1
-
Q u e ij o
were detected in 56, 22 and 22% of the samples,
respectively. This demonstrates the bad quality of
the raw material used which could represent health
risk. Cheese s amples that wilI be used as raw
material for grated cheese production, s hould be
analyzed for the presence of enterotoxins.
Keywords : Stap hy l o c o c c u s s p , ente­
rotoxins, grated cheese .
D istribuição de enterotoxinas em
amostras de queijo ralado
Enterotoxinas estafi locócicas
Marca
A
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
Q
R
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
B
C
D
+
+
+
nd
nd
nd
nd
+
+
+
+
nd
nd
+
nd
nd
nd
nd
+
+
nd
+
+
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
+
+
REFERÊNCIAS B I B L I O GRÁFI C A S
nd
nd
nd
nd
nd
Foodborne B acterial Pathogens. New York :
+
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
nd
+
+
+
A, B, C, D - enterotoxinas, nd (não detectado-limite de
detecção 500 ng/mL).
SUMMARY
The objective of this work was to evaluate
the quality of grated cheese with respect . to the
presence of Stap hy l o c o c c u s sp and o f
enterotoxins. A total of 1 8 brands (5 s amples
of each) were p urchased at grocery s tores in
Belo Horizonte, MG, B razi l , fro m December
1 9 9 9 u n t i l May 2 00 1 . The m i croorgan i s m s
detected were s ubmitted t o biochemical tests .
S trains w ith similar characteristics were grouped
in p o o l s and the p o t e n t i al fo r enterot o x i n
production was investigated by t h e membrane
o v e r agar technique w i t h detection by gel
immunodiffusion - Optimum Sensitivity Plate .
The grated cheese samples were also analyzed
for the p resence of p re-formed enterotoxins .
22 % o f the samples were co ntaminated with
1 02 to 1 03 CFU/g of atypical colonies . The 1 02
strains isolated were identified as S. epidermidis
(7%), S. schleiferi (6%) and coagulase-negative
s tr ai n s ( 8 7 % ) . A mong S. epide rm i di s and
c o a g u l ase-negative s t rai n s , only 1 and 5,
res p e c t i v e l y, produced S tap hylo c o c i c c a l ·
enterotoxin D . The S . enterotoxins B , C and D
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Pãg. 228
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arvoredoleite.org
Pãg . 229
ANAIS D O XIX C O N G R ES S O N AC IONAL D E LATiC í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
FATOR ES LIMITANTES DO APROVEITAMENTO DO SORO DE Q U EIJO
factors limiting cheese whey utilization
Flávia B . Custód i o ! , Karine H. Theodoro ! , Mateus M . F. Santos2, Ivana M .C . Siqueira3,
Mônica M . O . P. Cerq uei ra4, Marcelo R . de Souza4, M. Beatriz A . G ló ri as
1 . INTRODUÇÃO
A disponibilidade de soro tem aumentado
significativamente no B ras i l . Em 1 99 9 foram
p r o d u z i d as 3 50000 t de queij o , gerand o 3 , 5
milhões t de s oro (REV ILLION e t aI . , 2000).
D e s t e t o t a l , u m p e q u e n o p e r c e n t u al foi
industrializado v isando à produção de soro em
p ó , s e n d o o restante u t i l i zado para alimen­
tação animal ou, na maioria das vezes, lançado
em cursos de água. Ao ser descartado, além do
d e s p erdício de n utriente s , o s o ro apresenta
alto p o d e r p o l ue n t e ( B R A ND Ã O , 1 9 9 4 ) .
S en d o a s s i m , e x i s te u m i nteres s e no desen­
v o l v i me n t o d e prod utos e p roces s o s p ara o
aproveitamento d o s oro na forma de p ó o u
como bebida l áctea.
O aproveitamento d o s oro no B rasil tem
como um dos principais empecil hos, o fato de
ser v i s t o c o m o rej ei t o , receb e n d o as s i m
tratamento i n adequad o , fac i l itando a conta­
minação e o crescimento microbiano (POSANO
et aI. , 1 992). Como conseqüência, pode ocorrer
a formação de metabólitos, dentre eles, as aminas
biogênicas. O estudo destas aminas é de interesse
p e l o p o s s ív e l ris c o t o x i c o l ó g i c o e pela
possibilidade de estarem relacionadas às más
c o n d i çõ e s h i g i ê n i c o - s an i tárias d u rante a
produção (LIMA & GL Ó RIA, 1 999).
Pode também ocorrer o acúmulo de outras
s ub s t ân c i as i n d e s ej á v e i s , c o m o n i trat o ,
n i t r i t o , c l o re t o d e s ó d i o e i n i b i d o re s . O
n i trato e n i trito são adicionad o s ao leite na
fabri cação de alguns tipos de queijo para inibir
clostrídios, responsáveis pelo estufamento tardio
(FURTADO, 1 99 1 ). Alguns p roblemas à saúde
humana do uso destes aditivos são a interação
do n itrito c o m a hemoglobina, red u z i n d o a
c ap ac i d a d e de tran s p o rte de o x i gên i o , e a
2
3
4
5
formação de nitrosaminas, que têm p otencial
carcinogênico (TOLEDO, 1 99 6 ) . A adição de
cloreto de sódio no queij o é feita para conferir
gosto característico, favorecer a dessoragem,
participar na formação da casca e inibir culturas
que p o de m p ro v o c a r d e feito n o s queij o s .
Entretan to, u m e x c e s s o p o d e alterar a s
características sensoriais do soro, limitando seu
uso a produtos salgados . Conservadores como o
peróxido de hidrogênio, res íd uos de antibió­
ticos, carrapaticidas e res íduos de pestici das
p o d e m e s tar p re s e n t e s n o s o ro e , q u a n d o
ingeridos, podem causar risco à saúde humana
(FURTA D O , 1 9 9 1 ) .
Este trabalho teve como objetivo deter­
minar os teores de aminas biogênicas, nitrato,
nitrito, NaCl e a presença de inibidores em soros
de queijos de diferentes laticínios do estado de
Minas Gerais.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2 . 1 . M a t er i a l
Foram coletadas 32 amostras de 4 tipos de
soro de queij o : Prato, Mussarela, Minas Padrão
e Minas Frescal, produzidos em 8 laticínios do
estado de Minas Gerais , no período de abril a
maio de 2 0 0 0 . As anál i s e s fo ram fei t as e m
duplicata.
O s t e o re s d e a m i n as b i o g ê n i c a s
detectado s nas amostras e s t ão i n d i cados na
Tab e l a 2. Foram d e t e c t a d a s p u t re s c i n a e
cadaveri n a n o s 4 t i p o s d e s o ro an a l i s ad o s .
Tiramina foi encontrada em , t o d o s o s t i p o s ,
exceto no soro de queij o Prato. A h i stamina
não fo i e n c o n trad a nos s o r o s d e q u e ij o s
Muss arela e Minas padrão . Não foi detectada
a presença de tri ptamina e de fenileti lamina.
O s o ro d e q u e i j o M u s s are l a fo i o que
apresentou maior teor total méd io de aminas
(0, 1 8 mg/ l 00 mL) .
E m todos o s tipos d e soro foi detectada
a p resença de i ni b i d o re s . O s oro com maior
p e r c e n t u a l d e a m o s t r a s p o s i t i v a s fo i o d e
q u e ij o M u s s arela ( 5 0 % ) , s e g u i d o d o Prato
( 3 8 %) e dos soros de queijos M inas fres cal e
M inas padrão (25 % ) . A presença de inibidores
no leite pode reduzir o rendimento da massa e
p ro m o v e r res i s t ê n c i a a an t i b i ó t i c o s p e l a
i ngestão do s oro .
nitrIto ( OLIVEIRA et aI . , 1 99 5 ) . O N aCI foi
determ i n ad o p o r t i t u l a ç ã o c o m A g N 0 3
(LANARA, 1 9 8 1 ) e a pesquisa de inibidores foi
fe i t a p e l o méto d o q u a l i t at i v o d o c l oreto
trifeniltetrazólico (NEAL & CALBERT, 1 995).
P ara a análise de aminas biogênicas, as
amostras foram centrifugadas e filtradas. As aminas
foram quantifi c adas p o r CLAE - par i ô n i c o
(VALE & GL Ó RIA, 1 9 9 8 ) , util i zando coluna
I-lBondapak C IS' s i stema gradiente de eluição
(tampão acetato e octanossulfonato de sódio:
ac e t o n i tr i l a ) , d e r i v a ç ã o p ó s - c o l u n a c o m
o -ftalaldeído e detecção fluorimétrica.
Os resultados obtidos foram submetidos à
análise de variância e as médias comparadas pelo
teste t de Student a 5% de probabilidade.
.
3. RESULTA D O S
O s teores d e n itrato e n i trito d e s ó d i o
enco ntrados n as amostras estão i n d i cados na
Tab e l a 1 . O n i tr a t o e s t a v a p r e s e n t e e m
q u an t i d ades m aiores q u e o s n i trito s , o que
c o n firma a preferência d e adição d o nitrato
com a fi n a l i d ad e d e s e obter uma proteção
mais duradoura (OLIVEIRA et aI . , 1 99 5 ) . Dos
l a t i c ín i o s i n c l u íd o s neste e s t u d o , 50% não
u t i l i zaram nitrato na fabricação d o s queij o s
o u o fi zeram e m pequena qu antidade. Desta
fo r m a , m e s m o s e n d o p e rm i t i d o p e l a
l e g i s l a ç ã o , a l g u m a s i n d ú s tr i a s n ã o e s t ã o
adicionando nitrato n a fabricação de queij o ,
s u geri n d o q u e e s te s e r i a t e c n o l o g i c amente
d i spensável .
Os teores de c l o reto de s ó d i o e s t ão
indicados na Tabela I . Estes s ão coerentes com
os processos de obtenção dos queijos, ou seja,
geralmente a salga dos queijos Minas frescal e
Mussarela é feita na massa antes do processo de
dessoragem, o que aumenta a p orcentagem de
sal no soro destes queijos.
4 . C ON C LU S Õ E S
Os s o ro s apres entaram c o n c e n trações
consideráveis de substâncias indesej áveis . Assim
sendo, o seu aproveitamento deve estar limitado
à ausência ou redução destas para garantir a sua
inocuidade à saúde humana.
SUMMARY
The obj ective o f t h i s w o rk was to
i n vest i gate the presence of n i trate, n i trite,
sodium chloride, biogenic amines and growth
i n hibitors i n 4 types o f cheese whey from 8
industries from the state of Minas Gerai s, in
April and May o f 2000. The mean leveIs o f
sodium nitrite varied from 0 . 0 5 in Prato whey
to 1 .36 mg/L in Mozzarella whey. The leveIs of
s o d i u m nitrate ranged from 1 4 . 4 6 i n M i n as
2.2. M é t o d o s
A d eterminação d o nItrIto foi feita por
espectrofotometria a 5 3 8 nm ap ós reação de
d i azotação com N - n aft i l e t i l e n o d i a m i n a e
s u l fan i l am i d a em m e i o á c i d o . O n i trato fo i
red u z i d o c o m c á d m i o e d e t e r m i n a d o c o m o
Alunos d e Mestrado e m Ciência d e Alimentos, Faculdade d e Farmácia, UFMG.
Bolsista de Iniciação Científica, Faculdade de Farmácia, UFMG.
Professor. Escola de Nutrição, Barbacena, MG.
Professor, Escola de Veterinária, UFMG.
Professor, Faculdade de Farmácia, UFMG. Av. Olegário Maciel 2360 Lab. 3 1 9, Belo Horizonte, MG 30 1 80- 1 1 2.
Tab e la 1
-
Teores de nitrato, nitrito e cloreto de sódio em soro de diferentes tipos de queijo.
Teores médios (mínimo - máximo)
Tipos
Prato
Mussarela
Minas padrão
Minas frescal
6,04
(0, 1 1 - 1 5,56)
0,005
(nd-O,02)
4,4 1
(0, 1 3 1 9,53 )
0, 1 4
(nd-l ,05)
0,95
(0,40- 1 ,70)
5,60
(0, 1 5- 1 3 ,8 8 )
0,005
(nd-O,02)
0,73
(0,40- 1 ,00)
1 ,45
(0,05 - 9.04)
0,01
(nd-0,05)
1 ,24
(0,55-2,75 )
soro
Nitrato de sódio
(mglL)
Nitrito de sódio
(mg/L)
Cloreto de sódio
(g/lOO roL)
nd
=
0,88
(050- 1 , 1 5 )
não detectado, valores menores
que 0,02
mg/1 00 mL.
P ág. 230
Pág . 231
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
ANAIS DO XIX C O N GR ES S O N A C I O N A L D E LATiC í N I O S
Tabela 2. Teores de aminas biogênicas em soro de diferentes tipos de queijo.
Tipos
soro
Prato
Mussarela
Minas padrão
Minas fresca I
nd
=
Teores médios de aminas bioativas em mg/lOO mL (mínimo
LEVANTAMENTO DO USO E DETECÇÃO DE R ESíDUOS D E ANTIM I CROBIANOS NO
L EITE PRODUZIDO NA R EGIAO M ETROPOLITANA D E CURITIBA-PR*
máximo)
Putrescina
Cadaverina
Tiramina
Histamina
Total
0,0 1
(nd-O,05)
0,02
(nd-O,08)
0,02
(nd-O,08)
0,02
(nd-O,09)
0,0 1
(nd-O,08)
0, 1 3
(nd-O,44)
0,02
(nd-O, 1 3 )
0,0 1
(nd-O,07)
nd
nd
0,0 1
(nd-O,07)
0,0 1
(nd-O,04)
0,0 1
(nd-O,02)
0,0 1
(nd-O,05)
0,00
(nd-O,03)
nd
0,03
(nd-O, 1 3 )
0, 1 8
(nd-O,56)
0,05
(nd-O, 1 8)
0,04
(nd-O, 1 2)
não detectado, valores menores que 0,02 mg/1 00 mL.
frescal whey to 60.44 mg/L in Prato whey. The
mean leveIs of NaCI varied from 0.73 in Minas
p ad rão whey to 1 .24 gll 00 mL M inas frescal
whey. Putrescine and cadaverine were found in
every type of whey analyze d . Tyramine and
histamine were detected in every type, except
in Prato and in MozzarelIa and Minas padrão,
respectively. The presence o f inhibitors was
observed i n every type of cheese whey, with
h i gher percentage o f p o s i t i v e res p o n s e s in
Mozzarella (50%).
Keywords : cheese w he y, n itrate, nitrite,
biogenic amines, inhibitors, sodium chloride.
REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS
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,
Survey of the use e d etection of antibiotic residues in milk produced i n the
. metropolitan area of Curitiba P R B razil
•
Márcia O . Lopes l , Carla N. M. Carraro2, Darci R . d a Veiga3,
Lys M ary B . Candido4, F.º Josué FurtadoS
1. I N T RO D U Ç Ã O
A u t i l i zação de m e d i camentos ant i m i ­
crobianos para o tratamento e p revenção de
mastites e i nfecções do trato repro d utivo de
vacas leiteiras, com administração por qualquer
via, pode ocasionar resíduos no leite e derivados.
A i n c i d ê n c i a d e res íd u o s no l e i te ac arreta
problemas no n ív e l d e s aú d e p ú b l i c a , de
tecnologia, no controle de qualidade e sobre o
meio ambiente. Na área de saúde pública os riscos
são rel aci onados aos aspecto s toxicológicos,
microbiológicos e imunopatológicos. Os aspectos
toxicológicos referem-se às ações carcinogênicas
ou mutagênicas que causam dano irreversível ao
DNA celular. Os aspectos microbiológicos estão
relacionados a ação desses resíduos sobre os
microrganismos do ambiente e da flora intestinal,
aumentando o número de bactérias resistentes .
Quanto aos aspectos i munopatológicos, estão
as reações de hipersensibilidade aos antibióticos,
com ênfase e s p ec i a l à penici l i na e m c o n s u ­
midores sensíveis que podem desenvolver quadro
alérgico. Este trabalho objetivou identificar os
riscos associados ao uso de antimicrobianos em
vacas leiteiras e veri ficar a incidência desses
resíduos no leite.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O levantamento fo i realizado durante o
perío d o de j an e i ro a maio de 200 1 em 8 0
p ro p ri e d ad e s l e i te i r a s d a R e g i ã o M et r o ­
p o l i t ana d e C u r i t i b a ( R M C ) , defi n i d a s p o r
amos tragem proporci onal, que cons iderou a
produção leiteira e o número de prod utores .
•
*
I
2
3
4
5
F o i a p l i c a d o um q u e s t i o n ár i o e c o l e t ad as
q u atro amo s tras d e l e i te de t a n q u e d a s
propriedades, em i ntervalos variad o s . As aná­
l i s e s fo ram real i z a d a s no L a b o r a t ó r i o d o
Programa de Análise de Rebanhos Leiteiro s
do Paraná com o kit c o merc ial C h a rm Fa rm
Test - VIAL, que se baseia na inibição de crescimento
bacteriano (Ba cillus stearo th e rm op h i l u s v ar.
c a l i do la c ts ) .
3. RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
Os produtores foram agrupados segundo
volume de produção leiteira em quatro grupos:
com produção até 200 Lldia, de 20 1 a 400, de
40 1 a 8 00 e acima de 8 0 0 Lldia.
A mastite foi a doença mais s ignificativa
em vacas lei tei ras . A i dentifi c ação no trata­
mento foi realizada e m 1 5 , 0 % das proprie­
dades e o regi stro de dados em 3 1 , 2 % , de
forma incomp leta. A maioria dos produtores
q u e não i d e n t i fi c aram os a n i m a i s e m
tratamento n ã o registraram os dados (96,4%)
(Gráfico 1 ) .
O ant i m i c robiano mai s uti l i zado fo i a
peni c i l i n a associada c o m 24, 7 % , seguida de
aminogl icosídeo associado, oxitetraci c l ina e
pirli micina (gráfico 2 ) . Ob servou-se o uso de
p ro dutos proi b i d o s p ara vacas l ac tantes e m
3 6 , 3 % das propriedades . Q u a n t o a d o s agem
apl icada pelos p rodutore s , fo i ob servado em
4 5 , 6 % a s u perdosagem, e m 3 0 , 1 % uso de
m e d i camentos n ão autori zad o s p ara v acas
l actan tes , 1 4 , 7 % segu i ram a bula e 9 , 6 %
Parte integrante da dissertação d e mestrado d a I a autora.
Professora do Departamento de S aúde Pública UFPRI Secretaria de S aúde do Paraná.
Professora do Departamento de Nutrição - CCBS - PUCPR.
Químico responsável pelo laboratório da APCB RH/PARLPR Curitiba PRo
Professora Dep artamento de Nutrição UFPR.
Hexis Científica.
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ANAI S DO X I X C O N G R ES S O NACIONAL D E LAT i C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
praticaram s ubdosagem (Gráfico 3 ) . O período
de carência não foi respeitado em 1 6, 8 % dos
casos (Gráfico 4) .
I
D ldentifica
13Não Identifica
1
foi demonstrad a diferença significativa, entre
tanto produtores que não respeitaram o período
de carência apresentaram probabilidade limítrofe
(Gráfico 8 ) .
50,0
40,0
%
%
96,4
Uso não
recomendado
24,6%
Respeitou
53,9%
Não prevista
4,8%
%
Alé200
Registra
Gráfico 1
•
I
p < 0.0001
I
Gráfico 7
Não Registra
Registro do tratamento dos animais
em relação à i den-ti fi c ação d o s
animais em tratamento.
24,7
Não respeitou
Gráfico 4
•
Avaliação da carência utilizada.
D Positivo
D Negativo
I
%
•
Gráfico 2
Uso não
recomendado
30,1%
Aninqjicosldoo D»taroc:icfim
Associa:lo
Pirfirricina
Tilosim
Antimicrobianos mai s uti l i zados
em vacas lactantes .
Seguiu a bula
14,7%
Gráfico 5
•
Propriedades c o m p re s e n ç a de
anti microbianos.
250
li)
�
Sub Dosagem
9,6%
Gráfico 3
•
Super
Dosagem
45,6%
Avaliação da dosagem aplicada.
Foram detectados resíduos antimicrobianos
em 75% das propriedades pesquisadas (Gráfico
5 ) . Em 2 5 , 6 % das 3 2 0 amostras anal i s adas
houve presença de resíduos antimicrobianos
( G rá fi c o 6 ) . A i n c i dê n c i a de resíduos
ant i mi cr o b i a n o s não apresentou d i ferença
s ignificativa em relação ao volume de produção
( G rá fi c o 7 ) . Na anál i s e c om p arat i v a entre
fatores de risco com incidência de resíduos não
401 · 800
1 p =0,8169 1
Mais de 800
Percentual de amostras p o sitivas
e negativas para antimicrobianos,
em relação ao volume de produção.
Não Utilizou
G ráfico 8
a
Respeitou
I p = 0,0875 1
Não Respeitou
Carência utili zada em relação à
avaliação antimicrobi ana.
16,8%
I
PErici!ina
Assccia:la
-
201 - 400
:c
§
�
ê
..:
200
1 50
1 00
50
Positivo
Gráfico 6
•
Negativo
Incidência de antimicrobianos nas
3 20 amostras anali sadas.
4. C ON C L U S Ã O
a o corrên cia de resíd u o s antimicrobianos no
produto final ao consumidor acarretando conse­
qüentes riscos à saúde pública.
S U M M A RY
It was carried out a survey, from January
to M a y of 2 00 1 , in 80 d a i ry farms of the
Metropolitan Area of Curitiba - PR, B razil, to
identify the factors of risk related to the use of
antibiotics i n dairy cows . In 25,6% of the 320
analy zed s am p l e s was detected presence o f
antimicrobial residues. The study o f the factors
of ri s k d e m o n s trated that, i n 8 5 , 0 % of the
farms , the veterinary attendance is occasional ;
4 1 , 3 % of the p ro ducers discard the milk j ust
from the treated quarter of the udder; the milk
containing antibiotic residues is used in 82,5%
o f the properties for feed i n g o f cal v e s . The
identification of the animal in treatment is made
in 1 5 , 0 % of the propert i e s and the d ata
registration in 3 1 ,2%, but in an incomplete way.
Mastitis was the most s ignificant disease, with
7 0 , 4 % o f the cases , and the m o s t u s e d
antimicrobi al w a s t h e penicillin associated i n
24,7%, fol lowed by associated aminoglycosides,
o x y te tracy c l i n e and p i r l i m y c i n . In the
evaluation of the use o f antimicrobials, 36,3%
o f the properties used forbidden products for
cows during lactation. About the applied dosage
by the producers , it was observed superdosage
in 45,6%; the use of non authorized medicines
fo r c o w s d u r i n g l actat i o n in 3 0 , 1 % ; 1 4, 7 %
fol lowed the instructions and 9,6% practiced
s u b d o s age. The w i t h d rawal peri o d was not
respected in 1 6, 8 % of the cases .
Key w o rd s : m i l k quality, antibiotics
residues in milk, public health.
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Concluiu-se q u e o exp res s ivo índice d e
amostras p o s i t i v as , b e m c o m o a o c o rrência
de fal has no uso de medicamentos, propici am
Pág . 235
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
EVOLUÇÃO DA FLORA MICROSIANA DO QUEIJO ZAMORANO (0.0) SOB CONDIÇÕES
DE MATURAÇÃO ACELERADA
Evolution of the microbial flora in cheese Zamorano (0.0) under
acccelerated ripening conditions
Rosane E . Ferrazza Nardes1 , Mauro Mansur Furtado2,
José M . Fresno3, M aria E. Tornadij o3
RFSUMO
o objetivo
deste trabalho consistiu no estudo da evolução da microbiota do queij o
Zamorano elaborado a partir de leite pasteurizad o de ovelhas na p rovíncia de Zamora
(Espanha) durante o período de 1 80 dias em que ficou sob diferentes temperatura s de
maturação, visando aceleração de sua maturação. Foram elaborados 5 lotes (A, B, C, D e
E) de q ueij o Zamorano D . O . os quais foram s ubmeti d o s a d i ferentes c o n d i ções de
temperatura de maturação . A contagem total de mesófilos foi similar em todos os lotes
durante os dois primeiros meses de maturação (I OR UFC/g), decrescendo a partir daí até o
final da maturação. As contagens de lactococos se mantiveram constantes em todos os
lotes ( 1 06 UFC/g) durante os 2 primeiros meses, diminuindo em 2 unidades logarítmicas
para os lotes B e C e em 3 unidades para os l otes D e E, com relação ao controle (lote A).
A s contagens de l actobacilos foram muito diferentes entre os lotes. Os l otes D e E
apresentara m valores de 2 a 3 unidades logarítmica s superiores aos dos lotes A, B e C .
Micrococca ceae e enterococos foram observados unicamente n o s lotes E e
D durante o
primeiro mês de maturação. Não foram observadas contagens de mofos e leveduras nos
lotes examinados . As contagens de Enterobacte riaceae foram similares em todos os lotes
desaparecen do durante o primeiro mês de maturação, com exceção para os lotes B e C. '
Palavras chave: Queijo de leite de ovelha, aceleração da maturação, microbiolog ia.
1. I N T R O DU Ç Ã O
o queijo Zamorano é elaborado a partir de
leite de ovelha das raças Churra e Castellana na
província de Zamora, Espanha. É aprovado pelo
Conselho Regulador de Denominação de Origem
( D . O . ) , s e gu n d o M . A . P. A . , d e s d e 1 9 9 3 .
C aracteriza-se p o r apresentar u m a forma
cilíndrica com altura e diâmetro inferiores a 14
e 24 cm, respectivamente, e um peso em torno
de 3 Kg no final da maturação. A casca é dura
b e m defi n i d a, massa firme c o mpacta de cor
variável de branco a marfim amarelada, podendo
apresentar olhos pequenos distribuídos na massa
do queijo. Seu aroma e sabor são bastante intensos
e p e rs i s tentes ao palad ar. O trabal h o s o bre
maturação acelerada do queij o Zamoran o
torn o u - s e de i ntere s s e em v i rtude do prazo
mínimo exigido pelo Conselho Regulador ser de
1 00 dias para sua comercialização. Na prática,
para se conseguir um produto de qual i d ade é
freqüentemente comercializado após um período
de maturação que oscila entre oito meses a um
ano, o que representa sob o p o nto d e v i s t a
e c o n ô m i c o u m problema i m p o rtante, d e v i d o
uma imobilização d e capital durante este tempo,
tornando o preço de venda muito elevado, sendo
deste modo pouco competitivo. Isto j ustifica a
neces s idade de um processo que viabil ize a
diminuição do tempo de maturação mantendo a
qualidade do queijo. Neste caso, especificamente,
foram utilizadas modifi cações na temperatura
Apoio Financeiro: CAPES
Estudante de Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos, da Universidade Federal de Viçosa
(MO) e
Professora da UFPel (RS).
2 Professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos, da Universidade Federal de Viçosa
(MO).
3 Professores do Departamento de Higiene y Tecnologia de los Alimentos,
da Universidade de León, Espanha.
ANAIS D O XIX C O N G R ES S O N A C I O NA L DE L AT i C í N I OS
de maturaç ão, p o r ser um método s i mp l e s e
e c o n ô m i c o , c o m o obj e t i v o de acelerar os
process os bioquímicos que ocorrem d urante o
período de maturação, apresentando ainda como
vantagem a não incorporação adicional de agente
externo a massa do queijo que sob o ponto de
vista legal seria aceito e adequad o segundo o
Conselho Regulador. O estudo da flora micro­
biana do queij o Zamorano é importante p ara
verificar a influencia e o comportam e nto dos
m i crorg an i s m o s d u rante a maturação em
diferentes temperaturas ao longo de 1 80 dias .
2. MATERIAIS E MÉTODOS
No presente trabalho foram elaborados 5
lotes (A, B, C, D e E) de queijos Zamorano D.O.
com leite paste u ri zado d e ovelha. U m a vez
incorporados os cultivos iniciadores mesofílicos
"O" ( 1 % ) , p ro cedeu-se a coagul ação a uma
temperatura de 32°C acres centando d o s es de
coalho animal (25 ml de coalho líquido ovino
de força 1/1 0000) de forma que a coagulação se
processasse em um tempo de 3 5 a 40 minutos .
Após este período a coal hada foi submetida a
um corte intenso até obter um tamanho de grão
de arro z ou m i l h o , s e g u i d o de agitação e
aqueci mento da massa a uma temperatura de
36°C até que os grãos de coalhada adquirissem a
consistência desej ada. O soro foi eliminado e a
massa transferida para recipientes cilíndricos
onde os queij o s fo ram s u bmetidos a u m
prensagem c o m prensas pneumáticas durante 5
horas. Em seguida os queij os foram retirados
dos moldes e i ntroduzidos na salmo ura (20°
B aumé e temperatura d e 1 00C) o n d e perma­
neceram por 24 horas . Por último, os queij os
foram transferidos para as câmaras de maturação
com uma umi dade re lativa de 8 5 - 9 0 % e sob
diferentes cond ições de temperatura. As con­
dições de temperatura empregadas na maturação
acelerada dos queij os em cada lote do expe­
rimento, os tempos de coleta das amostras para
estudo [leite e queijos de 1 dia (coalhada sem
s al g a ) , 7, 1 5 , 30, 60, 1 2 0 e 1 8 0 d i as] , s ão
mostradas no esquema da Figura 1 .
As amostras foram obtidas a partir de 50 g
de queijo com 200 ml de uma solução estéril de
citrato de s ó d i o a 2 % , m a n t i d a a 4 0 - 4 5°C .
A seguir, durante 3 minutos homogeneizou-se
as amostras de queij o s em um Sto macher 400
L ab B l e n d e r re s u l t a n d o as s i m n a d i l u i ç ão
1 / 5 . A p a rt i r d e s t a s o l u ç ã o fo i p re p arada
dil uições decimais sucessivas, mis turando-se
10 m l da dil uição previa com 90 ml de água
de peptona estéril a 0, 1 % . Em cada etapa do
ex perimento fo ram anal i s ad o s os s e g u i n tes
gru pos microbian o s : F l o ra aeróbia mes ófi l a
total em P C A ( O x o i d ) i ncubando a 3 0°C/4 8
h . ; Flora aeróbia p s i crotró fica total em PCA
(Oxoid) incubando a 7°C/ l O dias ; Lactococos
em agar M 1 7 ( B i okar) i ncubando a 3 0°C1 l 8
h ; Lacto bac i l o s e m agar R O G O S A ( O x o i d )
i ncubando a 30°C/5 dias ; Mic ro coccaceae e m
MSA ( O x o i d ) i ncubando a 3 0°C/48 h;
Entero c o c o s em KAA ( O x o i d ) i n c u b ando a
3 7°C/24 h ; Enteroba c te r i a c e a e em V R B G A
(Oxoid) incubando a 3rC1 l 8 - 24 h ; M o fos e
leveduras em OGYEA ( O x o i d ) i nc u b ando a
22°/5 d ías .
Temperatura de maturação
*1
dia
* 7 dias
* 15 dias
* 30 dias
* 60 dias
*
120 dias
* 1 80 dias
Figura 1
-
Diagrama das condiçoes experimetais de maturaçao do queijo Zamorano.
Pág. 236
digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 237
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
3. RES ULTA D OS E D I S CUSSÕES
As c ontagens da flora aeróbica mesófila
total (Figura 2 ) foram s imilares e m todos os
l otes d u rante o s dois p ri meiros meses de
maturação ( l 08ufc/g) . Neste m o mento se
observou um decréscimo das contagens em todos
os lotes, até o final da maturação, sendo muito
acentuado no lote E.
A c o ntagem em M 1 7 (Figura 3) s e
mantiveram constantes em todos os lotes ( 1 06
ufc/g) durante os 2 primeiros meses, diminuindo
A N A I S DO X I X C O N G R ES S O N A C I O N AL D E L AT i C í N I O S
9,0
8,5
8,0
7,5
em duas unidades logaritimicas para os lotes B ,
C e em 3 uni dades p ara os lotes D e E c o m
relação a o controle. As contagens em ROGOS A
(Figura 4) foram muito diferentes entre os lotes
A, B e C e os lotes D e E durante os primeiros 2
meses de maturação do queij o . Os lotes D e E
apresentaram valores 2 a 3 unidades logaríti­
micas superiores as dos lotes A, B e C. Ao final
da maturação, as contagens em ROGOS A foram
muito similares em todos os lotes estudado s ,
s e n d o que o controle, lote A e l o te C fo ram
ligeiramente inferiores ao resto.
7,0
6 ,5
6,0
5,5
5,0
O'l
0 4,5
44,0
:::J
O'l
3,5
�
3,0
2,5
2,0
1 ,5
1 ,0
0,5
0,0
-0,5
9,5
9,0
8,5
�
�
.r
Figura 4
8 ,0
7,5
7,0
--
6 ,5
- -1:1 -
6 ,0
5,5
Figura 2
-
15
7
30
60
120
180
-0-
B
C
D
E
Evolução da contagem da flora aeróbica mesofílica total durante a maturação do queij o
Zamorano submetido a diferentes condições de temperatura.
�
.r
-
1
Dias de maTuração
�
Figura 3
le iTe
A
1 0 ,0
9,5
9 ,0
8 ,5
8 ,0
7,5
7,0
6 ,5
6 ,0
5 ,5
5 ,0
4,5
4,0
3 ,5
3 ,0
V
-o- -IJ -
-
tr-
-e -
l eite
.. ./
./
,,/
-.-'
./
S
C
D
7
15
30
Dias d e maturação
60
120
180
Evolução da contagem de lactococos em M 1 7 durante a maturação do queijo Zamorano
s ub metido a diferentes condições de temperatura.
Quanto à contagem p ara Micrococcaceae
e enterococos apenas ap areceram contagens
nos l otes D e E d u rante o primeiro mês de
m a t u r a ç ã o , d e s ap a re c e n d o a p a r t i r d e s te
m o me n t o . A s c o n t agens p ara m o fo s e
leved uras e m O G YE A res u l taram n u l as e m
todos o s lotes e s t u d ad o s . A c o ntagem p ara
coliformes em meio de VRBGA foi similar em
todos os lotes, desap arecendo no primeiro mês
maturaç ã o , e x ceto nos l o t e s D e E que
d e s ap ar e c e ram nos d o i s meses após a
fabricação do queijo.
tr--
..
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..
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B
D
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leite
A
C
E
7
15
30
Dias de maturação
60
120
180
Evolução da contagem de Lactobacil/us em ROGOSA durante a maturação do queij o
Zamorano submetido a diferentes condições de temperatura.
4. C ON C L U S Õ E S
Os queij o s ana l i s ados quanto às carac­
terísticas m icrobi ol ógi cas apresentaram uma
flora ácida lática compatível com os períodos
d e maturação em que foram sub metid o s ,
demonstrand o o cresc imento inicial mente d e
flora l actococica e, com a d i minui ção desta,
observou-se u m aumento d a fl ora d e l acto­
b a c i l l o s . A presença d o s m i crorgan i s mos
analisados em condições de diferentes tempe­
raturas de maturação influenciou na proteólise
dos queijos em função dos tratamentos em que
foram submetidos os diferentes lotes .
S UMMARY
A
E
-
iI--
/
Zamorano cheese l abeled D . O . , i s ela­
borated from pasteurized milk of Churra and/
or Castellana s heeps in Zamora county, S pain.
T h i s research aimed at e v a l u at i n g the
m icrobiota of the five l ots o f the Zamorano
D . O . cheese (A, B, C, D and E) subjected to
different ripening temperatures to accelerate
its ripening over a 1 8 0-day peri o d . The total
aerobic mesophilic bacteria were similar in alI
l ot s o v e r the fi rst two m o n t h s of c h e e s e
ripening ( 1 08 UFC/g), when it began t o decrease
until the end of ripening. The counting of the
lactococci remained constant in alI lots ( 1 06
UFC/g) during the first 2 months, then s howing
a decrease of 2 log units in lots B and C, as well
as a decrease of 3 log units in lots D and E, in
relation to the c ontro l (1ot A ) . The counting
of the l actobaci l l i were quite different among
the lots. The lots D and E presented values of
P á g . 238
digitalizado por
2 to 3 l ogarithmic units higher than the lots
A, B and C . Microco ccaceae and enterococci
were observed only in lots E and D during the
first month of cheese ripening, when they began
to disappear. No moulds and yeasts were observed
in the examined lots . The c o u nting o f
Ellterobacteriaceae were quite similar i n alI lots,
and these microorganisms disappeared over the
first month of cheese ripening, except for lots
B and C.
Key words : ewes ' milk cheese, accelerated
ripening, microbiology.
REFERÊN CIAS B I B L I O GRÁFI C A S
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arvoredoleite.org
Pág. 239
ANAIS DO XIX CONGRE SSO NACIONA L DE LATiCíNI OS
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1 9 93 p o r la que se aprueba el reglamento de
la denominación de ori gen "Queso Zamorano"
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A N A I S DO XIX C O N G R ES S O N A C I ON A L D E L ATi C í N I O S
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cheese. Egyptian J. Dairy Sei., 25, 1 49- 1 56.
+
+
+
AVALIAÇÃO SENSORIAL DE UM PRODUTO ANÁLOGO AO QUEIJO P ECORINO ROMANO
UTILIZANDO-SE LEITE DE CAB RA CONG ELADO E COALHADA CONGELADA*
Sensory evaluation of a similar product to the peco ri no romano cheese
made with frozen goat milk and frozen curd
Roberto Abdallah Curj 1 , I sm�el Antonio Bonassi2,
Paulo Roberto Curi3
1 . I N T R O DU Ç Ã O
Atualmente, g r a n d e p arte d a produção
m u n d i al d e l eite é destinada à fabricaç ão de
queijos. Como a fabricação dos queijos de leite de
c abra é b a s i camente artes anal , houve o
desenvolvimento de mais de 400 v ariedades,
sendo algumas destas em combinação com leite
de vaca, ovelha e ou búfala (Singh et a i. , 1 992).
Os diversos tipos de queijo compreendem
algumas etapas comuns em sua fabricação. Entre
as etapas, ou mesmo d urante elas, p ode haver
variação relativas a tempo de descanso da massa,
tempo de mexeduras, diferenças de temperaturas,
tempo de dessoragem e, também, diferenças na
condição de maturação. Esses fatores determi­
n arão a textura, aroma e s abor dos queij o s ,
determinando suas diferenças e características .
D e acordo c o m Alb uq uerque & Castro
( 1 9 9 6 ) o P e c o r i n o R o m ano é u m q u e ij o de
origem italiana sendo que, em princíp i o , não
apresentava tamaQho definido, principal mente
p orque era de fabricação estritamente familiar.
Adquiriu fama pela suas características definidas
referentes à mas s a d u ra e u n i forme, aroma
atraente e s abor p icante.
O objetivo do trabal ho foi reali zar uma
avaliação sensorial de um produto análogo ao
queijo Pecorino Romano utilizando-se leite de
cabra congelado e coalhada congelada.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Para a elaboração dos queijos foi utilizado
leite de cabra da raça Parda Alpina proveniente
da Fazenda Experimental Lageado - U NESP.
Após a pasteurização o leite foi dividido
e m cinco p arte s , que c o n s t i t u íram os trata­
mentos a seguir especificados : Tratamento 1
queijos elaborados sem congelamento do leite e
da coal h ada, (S . C . ) ; Tratamento 2 - queij o s
elaborados c o m congelamento lento da coalhada
obtida, ( C .L . C . ) ; Tratamento 3 - queij o s
elaborados com congelamento rápido d a coalhada
obtida, utilizando-se nitrogênio líquido, (C.R.c.);
Tratamento 4 - queij o s e l aborados após o
congelamento ráp i d o d o l e i t e , u t i l i z a n d o - s e
n itrogênio l íq u i d o , ( C . R . L . ) ; Tratamento 5
queijos elaborados após o congelamento lento do
leite, (C.L.L.).O ensaio foi realizado com queijos
_
_
* Órgão Financiador: FAPESP.
Aluno do Curso de Pós-Graduação em Agronomia - Á re a de Concent
Faculdade de Ciências Agronômicas Campus de Botucatu - UNESP; ração em "Energia na Agricultura"­
E-mail do aluno: curi @laser.c om.br
2 P r of. Titular Aposentado (Voluntário) do Departam
ento de Gestão e Tecnolo gia Agroindustrial - Faculdad e de
Ci ênci as Agronô micas UNESP, Caixa Postal 2 7 7 , CEPo 1 8
6 0 3 - 9 7 0 - B otuc atu
SP, E - m ai l :
[email protected]
3 Prof. Titular Aposent ado da Faculdad e de Medicin
a Veteriná ria e Zoot ecnia - Campus de B ot uc a t u UNESP.
_
distribuídos em quatro blocos com os cinco
tratamentos anteriormente especificados.
Foi uti l i zada cultura lática termofíli c a
D V S -500U (Direct Vat S e t ) constituída pelas
espécies : S trep tococcus sa livari us subespécie
the rmop h i l u s ( S t ) , L a c to b a c i l l u s delbrue ckii
s ub e s p é c i e b u lg a r i c u s (Lb) e L a c t o b a c i l l u s
helveticus e, também, coalho líquido produzido
por uma cepa de Aspergillus niger varo awamori,
poder coagulante l : 3000.
Foi seguida a meto dologia indicada em
Albuquerque & Castro ( 1 996) para o queijo tipo
Pecorino Romano, com as devidas adaptações
necess árias ao desenvolvimento proposto.
As análises sensoriais dos queijos elabo­
rados foram cond uzidas conforme Institute of
Food Te chnologis ts ( 1 9 8 1 ) e Meilgaard e t a lo
( 1 990). Os testes foram realizados utilizando­
se escala não estruturada de nove centímetros,
c o n fo rme M e i l gaard e t a i. ( 1 9 9 0 ) . Foram
utilizados dez provadores que avaliaram cada um
dos 5 tratamento s .
A aval i ação e s tatís t i c a fo i e fetuada
utilizando-se Análise de Variância para experi­
mento em blocos aleatorizados. (Curi, 1 99 8 ) .
melhor desempenho com médias i nteress antes
para aroma, sabor, sabor ácido, s abor estranho,
textura, buracos mecânicos e ou em cabeça de
alfinete e para escala hedônica. Apresentand o
médias baixas para sabor picante e consistência.
O pior desempenho foi o do tratamento 3
ainda assim com resultados médios que não o
desqual ificaram totalmente.
S U MMARY
The aim of this work was to accomplish
sensory evaluation of a similar product to the
Pecorino Romano cheese made with frozen goat
milk and fro zen curd. The experi mental l ine
was estab l i s hed to verify the e ffect of s l o w
freezing a n d quick freezing of g o a t milk and
c u rd i n the s e n s ory c haracteri s t i c s o f the
p r o d u ct, u s i ng the fo l l o w i n g treatments :
Treatment 1 - cheese made w ithout milk and
curd free zing, ( N . F. ) ; Treatment 2 - cheese
made with slow freezing of the obtained curd,
(S.F.C.); Treatment 3 - cheese made with quick
free z i n g o f the obtai ned c urd , u s i n g l i q u i d
nitrogen, (Q.F. C . ) ; Treatment 4 - cheese made
after q u i c k freezing of m i l k , u s i n g l i q u i d
nitrogen, (Q.F. M . ) ; Treatment 5 - cheese made
after slow freezing of milk, (S .F.M.). The sensory
evaluation was performed after a 2 month period
of cheese ripening by a panel composed by 1 0
tasters . The res ults have indicated that there
was a significant statistic difference among the
treatments when s u b m i tted to a sensory
eval uati o n after chees e ripen i n g . For the
analyzed attribute group it is possibly to consider
that the treatment 4 h ad the best performance
3 . RESULTA D O S E D I S C U S S Ã O
O s valores méd ios obtidos, logo após a
maturação dos queijos, para aroma, sabor, sabor
p i cante, s abor ácido, s abor estranho , cons i s ­
tência, textura, presença de buracos mecânicos
e ou e m cabeça de alfinete e para a es cala
hedônica, estão na Tabela 1 .
Para o conj unto dos atributos analisados
pode-se considerar que o tratamento 4 teve o
Tabela 1 - Média dos valores obtidos na avali ação sensorial efetuada logo após a maturação dos
queijos para todos os tratamentos .
TI
T2
T3
T4
T5
Buracos mecânicos e/ou em
de alfinete
6 , 12ab
5,92a
4,45a
3,3 1 ab
I ,S3b
3,36a
3,50ab
5,S6ab
5,O l ab
3,30bc
3,03ab
2,55ab
3,56a
4,24a
5,4Sb
4, l l b
3 , 1 2c
2,99ab
3,65a
3,76a
4,4Sa
6,24a
5,SOa
4, I Sa
3,39a
1 ,57b
2,93a
2,S4b
6,29a
5,9 1 a
3,94ab
2,S2b
1 ,24b
4, I Sa
3 ,37ab
2,53bc
3,90ab
5,55a
I,Slc
2,60bc
Escala Hedônica
6,35a
5,42ab
4,42b
6,70a
6,35a
Atributo Sensorial
Aroma
Sabor
Sabor Picante
Sabor Acido
Sabor Estranho
Consistência
Textura
7
�
T I -Queijos elaborados sem congelamento do leite e da coalhada, (S.C.); 2-Queijos elabora os co� congelame� to l : n�o
.
da coalhada obtida, (C.L.C.); T3-Queijos elaborados com congelamento rapldo da c ? alhada obt� da, u:I1 lza�do -se nItrogenI
.
.
.
líquido, (C. R . C . ) ; T4-Queijos elaborados com congelamento rápido do leite, � tIhzand� -s � nItro �enIo hqUl O,
. L. ) ,
.
e T5-Queijos elaborados com congelamento lento d o leite, (C.L. L.). Letras diferentes Indicam diferenças SignIficativas
entre tratamentos pelo teste de Tukey (p<O,05).
� ��.R
Pág. 240
digitalizado por
�
arvoredoleite.org
Pág . 241
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
with interesting average for aroma, flavor, acid
flavor, strange flavor, texture, mechanic holes
and o r in pin head and for hed onic s c al e . It
s howed low average for p iquant fl avor and
c o n s i s tence. The worst perfo rmance was for
treatment 3 b u t the medi um res u l t s d i d not
disqualify it totally.
Keywords : goat ' s milk, cheese, frozen goat
milk, frozen curd.
REFERÊNCIAS B IB LIOGRÁFICAS
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D o l e i t e ao q u e ij o de cabra: a h i s tória, a
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S c i e n c e . v . 45, n. 1 1 , p. 5 7 2 - 5 8 7 , 1 9 9 2 .
A GRADECIMENTOS
À Fun dação d e A m p aro à Pes q u i s a d o
Estado de S ão Paulo (FAPESP).
À Chr. Hansen pelo fo rn e c i m e n t o das
culturas láticas.
•
AVALIAÇÃO DAS CARACTERíSTICAS FíSICO-QuíMICAS E VISCOSIDADE DE
REQUEIJÃO CREMOSO TRADICIONAL E LlGHT COMERCIALIZADOS EM GOIÂNIA, GO
Evaluation of the Physical-Chemical and Sliminess Characteristics i n
U Requeijão Cremoso" Traditional a n d Ligth Market of Goiânia, GO
Ana M aria da Silva Rabêl01 D a n i e l a da Silva Rabêl o 1 , C elso J o s é d e Moura2,
H e nriq ueta Merçon Vieirà Rolim2, Antônio M arcos Rodrigues Monteiro3
1. I N T R O D U Ç Ã O
N o s últimos anos, o consumo d e derivados
lácteos vem cres cendo de forma significativa.
Isso se deve a inúmeros fatores dentre estes a
grande varied ade de produtos ex i s tentes n o
mercado p o r um "custo relativamente" acessível
a maior p arte da p o p ulação. Dessa forma, o
req ueij ão c remoso tornou-se um componente
diário da dieta de muitas pessoas, pois além de
s aboroso nutritivo.
1
2
3
A N A I S DO XIX C O NG R ESSO NACIONAL DE L ATiCíNIOS
Requeijão Cremoso é o produto obtido pela
fus ão de massa coal hada, dessorada e l av ada,
obtida por coagulação ácida e/ou enzimática do
leite, com adição de gordura Láctea. No mercado,
p ode se encontrar requeij ão sob a forma tradi­
cional, ou sej a u m produto cremoso com alto
teor gordura ( 5 5 % no E S ) e umi dade de 65%
( B rasi l , 1 9 9 7 ) . A l é m d e s s a apresen tação e n ­
contra-se o p roduto n a forma ligth, o u seja com
Estudantes do Curso de Engenahria de Alimentos da Universidade Federal de Goiás.
Professores do Curso de Engenahria de Alimentos da Universidade Federal de Goiás.
Químico Bolsista do CNPq.
.
baixo teor de gordura. Produtos Ligth são aqueles
que apresentam um teor reduzido em até 30%
de um de seus componentes comparado com a
forma tradicional.
Os queijos processados ou fundidos podem
ser caracteri zados segundo a sua composição,
principalmente quanto ao conteúdo de umidade
e gordura, e valor de pH, o que resulta em queijos
de diferentes consistências (Rapacci, 1 99 8 apud
Caric ' & Kaláb, 1 9 87).
Dentre as características dos queijos fun­
didos a umidade é a que mais influencia a firmeza
do produto final . Isto ocorre porque o conteúdo
de água e s t á d i retamente rel aci o n ad o ao de
extrato seco desengordurado (Rappacci, 1 99 8 ) .
A busca pela redução do teor d e gordura leva a
necessidade de se utilizar algum produto para
s u b s t i t u i r a gordura reti rada mantendo as
c aracterís t i c a s do p ro d u t o p r ó x i m o às d o
tradicional . Esses p r o d u t o s normalmente s ã o
h i d r o c o l ó i d e s o u c o n cen trados p r o t é i c o s de
soro . Quanto maior a quantidade concentrado
de soro em p ó adicionado em formulações dos
queij o s processados mai or será a fi rmeza do
p r o d u t o ( R ap p a c c i , 1 9 9 8 ap u d G u p t a &
Reu ter, 1 9 9 2 ) . A gordura adicionada à massa
exerce m a i o r i n fl u ê n c i a s o bre a s c arac­
teríst i c a s d e u n t u o s i d ade e espalhab i l i dade.
O pH normal para queijos processados situa-se
entre 5,0 a 6,5, porém queijos com pH acima de
6,3 resulta em queijos pastosos e macios porém,
com maior risco de problemas microbiológicos
(Rappacci, 1 99 8 ) .
A atividade d e água (Aw ) é o parâmetro
que mede a d i s p o n i b i l i dade de água em u m
alimento, assim há uma estreita relação entre a
água livre nos alimentos e sua conservação, pois
os microorganismos utilizam desta água para seu
metabolismos e multiplicação (Franco, 1 9 9 5 ) .
Isso mostra a i mportância da utilização dessa
anál i s e e m s i s t emas d e m o n i toramento de
qualidade na indústria de alimentos.
A p ro d u ç ão de requeij ã o cre m o s o tem
aumentado de forma s ignifi cativa nos ú ltimos
anos , sendo encontrados no mercado uma grande
variedade de marcas . Porém o que se observa é
lima variação muito grande das características
do requeijão entre as diferentes marca e mesmo
entre diferentes lotes da mesma marca (Carvalho
et aI . 1 9 9 2 ) . Em função dessas diferenças de
características observadas em requeijão cremoso
o presente trabalho teve como objetivos : Avaliar.
as características físico-químicas e reológicas de
requeij ão cremo so trad ici onal e ligth comer­
cializados em Goiânia GO; Comparar os requeijão
cremos o tradicional com os Ligth.
2. MATERIAL DE MÉTODO
Para a reali z aç ão d e s te trabalho foram
identificadas, no comércio de Goiânia, marcas
de requeij ão que d i s p unham do produto nas
fo rmas tradic i o n al e l i g t h . Foram u t i l i zad as
requeijão de nove marcas diferentes e coletados
um pote de cada marca e tipo ( trad icio nal e
ligth ) . As amostras foram coletadas e acondi­
cionadas em caixas isotérmicas e transportadas
para os laboratórios de Tecnologia de Alimentos
da Universidade Federal de Goiás. Foram feitas
três coletas, uma a cada 60 dias de setembro de
200 1 a fevereiro de 2002.
2 . 1 . A n ál i s es r e a l i z a d as
Foi determinado pH ; umidade; gordura;
gordura no extrato seco; segundo AOAC ( 1 995) ;
atividade de água usando aparelho eletrônico
Aqualab e v i s c o s i d ad e com v i s c o s ímetro de
B rookfield com acessório para produtos de alta
viscosi dade util izando 200 mL de amos tra, a
uma temperatura de 30,6 °C e velocidade de 200
rpm durante 30 segundos.
3 . RESULTA D O S E D I S C U S S Õ E S
3 . 1 . Avaliação do p H
Os resul tados d as an á l i s e s d e p H dos
requeijões tradicionais apresentaram valores em
t orno de 5 , 77 para marcas diferentes, que é
consi derado normal p ara requeij ão cremo s o .
Embora tenha apresentado extremos de 4, 8 5
para o menor valor e 6,28 para o maior. A va­
riação do pH dentro da mesma marca, mas em
lotes diferentes, foi menos acentuada do que entre
diferentes marcas, a exceção daquela em que
apresentou u m extremo i n ferior de 4 , 8 5 e o
valor máximo dessa marca de 5 , 9 9 , demons ­
tran d o que p o d e ter o c o rri d o uma fal ha de
controle de p rocesso naquele lote e o mes mo
fo i dis tribuído ao mercado. O fat o de p H se
apresentar com variação baixa pode ser devido
ao fato de que o controle do pH além de interferir
no s abor e até na reo logia do produto é uma
forma de controle microbiológico, fato de grande
preocupação de todas as indústrias, e ainda é um
parâmetro de fácil controle. O pH do requeijão
l igth foi sempre maio r do que os tradicionais
em todas as marcas apresentando uma média de
5,92 e com extremos de 5,65 e 6,06. Esse pH
maior d o req u e ij ão L i g t h é e x p l i cado p e l o
processo de produção, q u e a o retirar gordura e
a d i c i o nar ingred i entes p ara c o m p e n s ar as
Pág. 242
digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 243
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
características do requeijão, redunda em uma maior
retenção de água e portanto a diluição da acidez,
elevando o pH. A variação dentro da mesma marca
de requeijão ligth foi menor do que no tradicional
o que pode ser devido ao fato de os produtos ligth
atenderem a nichos de mercado mais exigentes os
fabri cantes se preocupam mais em manter o
padrão desse produto .
3 . 2 . Avaliação da Gordura no Extrato Seco
(G.E.S.)
Os resultados de gordura no extrato seco
(GES ) para os requeij ões tradicionais comer­
cializados em Goiânia apresentaram dentro do
e s p e c i fi c a d o pela legis lação fed eral que
estabelece um teor mínimo de 55% de gordura
no extrato seco, a exceção de urna marca que
apresentou-se com apenas 1 8 ,08%. Embora os
produtos se aprestaram dentro da exigência legal
os resultados mostraram uma grande vari ação
p ara os requeij ões trad i c i o nais , tanto entre
marcas quanto d entre das marcas e l o tes
diferentes. Variação dentro da Marca B 55,76 a
7 8 , 8 0 % ; marca C de 5 8 , 1 1 a 76, 8 9 % ; marca F
de 52,03 a 6 1 , 8 3 %, nas demais a variação foi
em menor intensidade.
Para o s requ eij ões l i g t h s , corno e ra
esperad o, foi verificado valor menor de GES
co mparado ao produto trad i c i onal ( v ariando
entre 3 0 e 50%), mas também foi encontrada
grande variação da GES entre e dentro das
mesmas marcas , demonstrando também neste
p ro d u t o a fal t a de p ad ro n i z a ç ã o . H o u ve
t a m b é m o s c i l aç ã o d o t e o r d e g o rd u ra n o
extrato seco dentro d e urna mesma marca l igth
por exemplo a amostra CL vario u de 4 1 , 3 5 a
6 0 , 9 5 % ; a a m o s tra EL v a ri o u de 4 6 , 5 4 a
57,76%; para a amostra HL variou de 34,95 a
49, 8 3 % , essa grande variação dentro da mesma
marca confirma o caso d o produto tradicional
que o fabricante não tem um sistema produtivo
que l he garanta p a d r o n i zação ou m e s m o o
d e s c as o c o m e s s e a s p e c t o u m a v e z q u e o
consumidor nem sempre p ercebe a d i ferença
que o p r o d u t o venha a apresentar en tre os
d i ferentes lotes .
3 . 3 . Avaliação da viscosidade
A v iscosidade j untamente com a cor urna
das c aracterís t i c as de um requeij ão que é
imedi atamente percebida pelo consumidor ao
util izar o requeijão. No presente trabalho esta
foi uma das características que apresentou maior
variação, sendo esta perceptível aos olhos, onde
encontrou-se requeij ão praticamente de corte e
outros que fluíam como um iogurte.
Para o requeijão tradicional, a viscosidade
apresentou uma variação de 6 1 87 a 1 43 90cP e
dentro da mesma maracá encontra-se variação
de 7 1 25 a 8724cP. Observou-se ainda que os
p ro d utos trad i c i onal apresentaram mais cre­
mosos e espalmável do que os produtos l igths
que se apresentaram mais estavam com aspecto
de liga, fi lamentosa. Essa características pode
ser d e v i d o aos s u b s tituto s e mp regados e a
aspe cto s de p ro c e s s amento u s a d o p o r cada
fabricante. Os valores d a vis cos idade p ara os
requeij ões l i g t h v ariaram den tro d a mes ma
amostra desde 4830 a 3 3 420cP, e o utras com
uma menor variação por exemplo de 22 1 20 a
3 3 040 c P. Em t o d as as marcas v i s c o s i d ade
apresentou-se maior nos produtos l igth do que
nos produtos trad i cionai s , esse fato p o de ser
devido ao uso do substituto da gordura que tem a
capacidade de reter uma maior quantidade de
água ligada, isso é confirmado pela análise de
u mi d ade que nesses p r o d u t o s fo ram sempre
maiores que o tradicional.
3.4. Atividade de água e umidade
A umidade j untamente com a atividade de
água dos alimentos é decisiva na conservação de
alimentos pois quanto maior a umidade e/ou a
atividade água maior a disponibilidade de água
para uso microbiano e reações de deterioração
s. A avaliação da umidade e atividade de água
d o s requeij ões c o mercializados em G o i â n i a
mostraram q u e todos atendem a legislação, que
permite u m i dade máxima de 6 5 % , e foi a
avaliação que apresentou urna menor variação
entre as marcas e dentro da mesma marca. Para
as marcas de requeij ão tradicionais a umidade
variou de 62, 1 2 a 6 3 , 1 0% para a marca A; de
6 1 ,4 1 a 6 1 ,95% para a marca B ; 62,52 a 62,93%
para a amostra H. A menor variação da umidade
pode ser devido a facilidade que apresenta em
ser controlada durante o processo, e ainda que a
redução significa aumento de custo de produção
Para os requeij ões l igth observou-se um
aumento em torno de 1 0 % na umi dade e m
relação aos tradicionais d e todas a s marcas. Para
as amostras AL, B L , HL l igth os valores das
u mi dades as variações de u m i d ad e foram
respecti v amente : 7 2 , 9 2 a 7 4 , 0 2 % ; 6 7 , 9 0 a
6 9 , 3 7 % ; 74, 1 5 a 74, 8 9 % .
A atividade d e água (Aw ) d o s requeij ões
tradi cionais não apresentou grande v ariações
en tre marcas : 0 , 9 8 4 ; 0 , 9 8 4 ; 0 , 9 8 6 ; 0 , 9 8 5 ;
0,98 1 ; 0,98 8 ; 0,979 ; 0,9 8 2 ; 0,984 e dentro da
A N A I S DO XIX C O N G R ESSO NACIONAL DE L AT i C í N I OS
mesma marca as variações não foram expres­
sivas . Da mes ma forma para os requeijões l igth
a variação não foi expressiva dentro da mesma
marca e relativ amente pequena entre as
diferentes marcas, 0,97 8 ; 0 , 9 8 5 ; 0 , 9 8 6 ; 0 , 9 8 6 ;
0 , 9 8 2 ; 0 , 9 8 6 ; 0, 9 8 5 ; 0, 9 8 3 ; 0 , 9 8 3 . É impor­
tante observar que embora a u m i dade d o
req ueij ã o ligth sej a em torno de 1 0% maior a
atividade de água se mantém p rati camente a
mesma isso possivelmente seja devido ao efeito
de retenção de água promovido pelos substitutos
de gordura. Essa observação é importante sob o
ponto de vista de rentabilidade para a indústria
p o i s produz c o m características próximas ao
produto tradicional com um maior rendimento
e a mesma estabilidade a deterioração microbiana
em função da manutenção da atividade muito
próxima à do produto tradicional.
4. C O N C L U S Õ E S
Do presente trabalho pode-se concluir que:
" Os requeijões comercializado em Goiânia
GO apresentam uma grande variação de
composição e características reológicas
en tre marcas d i ferentes de d entro de
diferentes lotes da mesma marca.
O requeijão cremoso ligth tem cerca de
1 0 % a mai s de água agregada que o
requeijão cremoso tradicional, mas com
u ma ati v i dade de água prat i camente
igual.
o
SUMMARY
T h i s w o rk had fo r obj ect check the
c haracteri s t i c s p h y s i c al - c he mi c a l and the
sliminess of the "requeijão cremoso" traditional
and l ight of diferents mark market of Goiânia
and c o m p are the "requ e ij ão cremoso"
trad itional with l ight. The s amples analysed
were taken by two supermarket in Goiânia, the
S epte mber/200 I at Febru ary/2002, have been
three colets of nine diferents marks of "requeijão
cremoso" trad i t i o n al e s and i t s res p e cti ves
samples lights. The analyses physical-chemical
were realized: moisture, pH, fat, fat in the extract
dry by method AOAC ( 1 9 9 5 ) ; w ater aCtlVlty
( Aw ) , determined b y e letro n i c a l apparatu s
(Aqualab) and sliminess by eletronical apparatus
of B rookfield. Ali the results for moisture of
s amples tra d i t i o n al were agreement with
legislation, in the balance 57 ,43 of 65% out of
the diferents marks. The samples lights had been
about 1 0% over them the traditionales, but of
the water activity w e re the s ame . Its very
important because this analyse make the control
microbiology. The values met pH the s amples
lights and traditionales the sames and diferents
markes varioused the 5 ,62-6,2 1 . The fat in the
extract dry of the samples traditional varioused
the 59,4 1 -7 1 ,24%, for the samples l ights 4 1 ,7852,74% among diferents marks. The sliminess
were the other c haracteri s t i c that ex ten ded
variation among al l s ample anal y s ed . S o the
samples of the "Requeijão Cremoso" failed the
standardization.
Key- word s : "requeij ão cre m o s o " tradi ­
tio nal e n d l i ght, anal y s e p h y s i c al - c hemical,
s liminess, reologycal.
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Laticínios, ano 3, n ° 1 6, p . 7 6 - 8 0 , julho/agosto
ou 1 99 8 .
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Pág. 244
digitalizado por
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DAS GÔNDOLAS AB ERTAS E FECHADAS NO
ACONDICIONAMENTO DO LEITE PASTEURIZADO TIPO C COMERCIALIZADOS
NA CIDADE DE MEDIANEIRA·PR
Valuation of profile of the closed and open cooler shelves i n concerning
pasteurized milk c kind sold in medianeira city
Katsuda, M . S . I , Soutier, F.2, Wil ci eski , G. A. 2, Ueno, C.r. 3
RESUMO
o leite pasteurizado é conhecido pelo seu alto grau de perecibilidade, pois da mesma
forma que é considerado um alimento com alto valor nutricional, também oferece substratos
ideais p ara o desenvolvi mento de mi crorgan i s mo s . A refri geração é um dos fatores
primordiais p ara a conservação de alimentos perecívei s , c uj o l i mite estimado pelas
literaturas, para os produtos lácteos, é em torno de 7°C. A vida útil do leite pasteurizado
não depende apenas da qualidade intrínseca do produto, mas também de todos os segmentos
da cadeia de frio, ou seja, a responsabilidade abrange desde os distribuidores de leite até os
p ontos de vendas . B as e ad o neste contexto, o estudo teve a fi nal i d ad e de avaliar o
desempenho das gôndolas abertas e fechadas de estabelecimentos não climatizados no
acondicionamento do leite tipo C, adotando como parâmetro indicativo a temperatura no
interior das gônd ó las. O estudo também inclui a influência desse parâmetro sobre a qualidade
microbiológica do leite. Os dados obtidos foram submetidos a análise descritiva, de variância
e teste de F, também foram reali zados os testes comparativos de média de Tukey. Os
resultados demonstraram que a gôndola fechada apresentou temperaturas de refrigeração
dentro dos limites aceitáveis para os produtos lácteos, em torno de 5,4°e, enquanto que a
gôndola aberta apresentou temperatura média em torno de 9°C. A qualidade microbiológica
do leite acondicionado na gôndola fechada apresentou dentro dos limites aceitáveis de
c o n s u m o , enquanto p ara a gôndola aberta houve incidência de desenvolvimento de
coliformes em uma das repetições do estudo, porém não ocorreu em níveis preocupantes,
pois foi detectado no último dia de validade do leite. Através deste estudo pode-se concluir
que, a gônd o l a fechada o fereceu maior segurança na manutenção da temperatura de
acondicionamento para leite pasteurizado, devido à estabil idade que este equipamento
p roporcionou diante das variações de temperaturas ocasi onadas nos estabelecimentos
comerciais que não apresentavam ambientes cl imatizados.
Palavras chaves : Leite pasteurizado, gôndola aberta, gôndola fechada, refrigeração
1 . I N T R O DU Ç Ã O
O leite tem s i d o c o n s i d erado c o m o o
alimento humano "mais próximo da perfeição".
Seu valor nutritivo é devido aos seus principais
c o n s t i t u intes , mas o l e i te também é um
excelente substrato p ara desenvolvimento de
bactérias . A partir desses fatos, pode-se avali ar
a i m p o rtância d o s m i c ro rgan i s m o s do leite.
( PELeZAR e t a i , 1 972)
2
3
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO NACIONAL DE L AT i C í N I O S
da flora total do leite, o que torna susceptível a
acidificar, caso o leite não sej a conservado a
baixa temperatura. (S Á , 1 9 90; MADRID et ai,
1 9 9 6 ; PANETA , 2002)
Em u m p aís onde a temperatura média se
encontra em torno de 2 8°C, o leite pasteurizado
acondicionado sob refrigeração com temperatura
m á x i m a de 1 0°C apre sen tam um prazo de
validade média de 2 dias (entre os leites tipo B e
C ) . L iteraturas reg i s t ram que se o l e i te
pasteurizado for acond i c i o n ado na fai x a de
temperatura entre 4,4 - 7 ,2°e o tempo de vida
útil d o p ro d u t o pode s e e s tender p ara u ma
semana, caso a matéria-prima apresente qualidades
satisfatórias. (OLIVEIRA, 1 999; FRAZIER, 1 993;
S Á , 1 990)
2 . MATERIAL E MÉTODOS
O leite utilizado para realizar o estudo foi
o leite tipo C, pasteurizado, embalado em sacos
pl ásti cos de p o l ietileno d e baixa densi dade,
aco n d i c i o n ad o s obri gatoriamente sob refri­
geração. O leite tipo C foi produzido por uma
indústria l aticinista na região , reconhecida no
mercado pela garantia da qualidade.
Foram adotadas dois tipos de gôndolas, uma
aberta e outra fechada, cada uma instalada em
u m s up ermercado de cada bairro . A Gôndola
abert a apresentava 1 0 , 8 m d e compri mento,
0,82m de l argura e 1 ,96m de altura. Enquanto
que a Gôndola fechada apresentava 3 compar­
ti mentos de acesso, com p ortas do tipo abre­
fecha, com 2 , 64m de comp ri mento, 0 , 6 5 m de
largura e 2,09m de altura. Ambos equipamentos
apre s entavam o termô metro i n d i ca d o r de
temperatura interna.
O estudo foi realizado no período de 5 a
20 de fevereiro de 2002, período mais quente
3 . RESULTAD O S E D I S C U S S Ã O
3 . 1 . Avaliação d a Estabilidade d a G ôndola
durante o d i a
O estudo consistiu na coleta de temperatura
em três períodos do dia, manhã (em torno de
8 : 00 hs), tarde (por volta das 1 2 :00 hs) e final
do turno (entre 1 7 :30 às 1 8 : 00 hs) d urante 1 3
dias. A gôndola aberta (Figura 1 ) apresentou
temperatura média pela manhã de 9, 1 7°C com
desvio padrão de 0,93°e, enquanto nos períodos
12
O processo de pasteurização tem o objetivo
de eliminar as formas vegetativas de bactérias
patogênicas e a maioria das bactérias saprófitas
não p atogêni c a s , i m p o rtantes p e l a s u a
capacidade e m alterar o l eite, s e m modifi car
sensivelmente as características físico-químicas
e nutricionais do leite. Porém, sua eficiência é
limitada, não ultrapassando 99% da eliminação
Engenheira Química, Mestre em Ciência de Alimentos , Professora do Curso de Tecnologia em Alimentos /
CEFET/ M edianeira - PRo marly @ md.cefetpr.br
Tecnólogas em Alimentos / CEFET/ M edianeira - PRo
Farmacêutico-Bi oquímico, Mestre em M icrobiologia, Professor do Curso de Tecnologia em Alimentos /
CEFET/ M edianeira - PRo claudio @ md.cefetpr.br
na cidade de M e d i an ei ra- P R . A p e s q u i s a
consistiu no monitoramento da temperatura nos
diferentes pontos das gôndolas durante 1 3 dias,
efetuando a coleta de dados três vezes ao dia,
onde cada d i a caracterizava uma repeti ção .
O s p ro c e d i mentos d o experimento foram
realizados em dois supermercados, cada um com
um tipo de gôndola (aberta e fechada). Para
aval i ar as c o n d i ções de refrigeração foram
efetuadas análises microbiológicas das amostras
de leite pasteurizado de cada gôndola durante o
prazo de validade do produto (4 dias ) , uma no
primeiro dia, ou seja, logo que o produto chegava
no estabeleci mento e o utra no quarto dia de
acond i c i o n amento d o leite. Os p arâmetros
microbiológicos avaliados nas amostras de leite
pasteuri zado c o n s i st iram em c o n t agem d e
m e s ó fi l os aerób i o s , c o l i formes a 3 5°C e
coliformes a 45°C as análises foram realizadas
de acordo c o m a meto d o l o g i a d e s c rita p o r
LANARA ( 1 9 8 1 ) . Todas essas análises foram
efetu adas em du as repetições, ou sej a, foram
realizados para dois lotes de leite pasteurizado .
O registro da temperatura das gôndolas foi
realizado de acordo com a metodologia descrita
por MACEDO (2000 ) .
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Figura 1
-
2
3
4
5
6 7 8 9
dias
10 1 1 12 1 3
Variação de temperatura durante o dia da Gôndola Aberta.
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digitalizado por
êl manhã
o tarde
I!ill noite
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
da tarde e final de expediente foi de 8 , 8 9°C e
8 ,92°C com desvio p adrão de 0,74°C e 0,62°C
respectiv amente . Embora as temperaturas da
Gôndola aberta durante o dia tenha apresentado
um Coefi ciente de Vari ação (CV) máximo de
1 0, 1 4% , os p eríodos n ão demonstraram dife­
rença estatística ao nível de 5 % de significância.
Para a gôndola fechada (Figura 2), a média
de temperatura para o período da manhã, tarde
e final de expediente foram de 5,63°C, 5 ,2 1 oC e
5,49°C com desvio-padrão de 1 ,7 1 °C, 0,53°C e
0,8 1 °C respecti vamente. Analisando os valores
do desvio padrão das temp eraturas registradas
deste equipamento apresentou um CV máximo
de 30,4 % , comp rovado no período da manhã.
O que pode ser explicado pela maior freqüência
d o s c o n s u m i d ores neste perío d o . A p e s ar da
o s c i l ação d o s v al o res da temperatura, n ão
apresentaram diferença s ignifi cativa no nível
de 5% entre os períodos.
ANAIS D O XIX C O N G R ESSO N ACIONAL D E LAT i C í N I O S
3 . 2. C o m p aração do D e s e m p e n h o entre as
G ôndolas Aberta e Fechada
A Figura 3 demonstra que ao longo dos
treze dias de estudo a gôndola aberta apresentou­
se com temperaturas bem mais elevadas, se
c omp arad o c o m a fechada, i s t o d e v i d o seu
contato direto c o m o ambiente externo, que
apresenta temp eratu ras e levadas , o correndo
então, uma absorção d e calor d o ambiente
fazendo c o m que o corra a elevação da tem­
peratura da gôndola aberta. Na gôndola fechada
as temperaturas se apresentaram mais baixas e
com mai ores oscilações que a gôndola aberta
mesmo estando isolada do ambiente externo pela
porta, i s s o ocorre u p rovavel mente dev ido ao .
abre-fecha das portas da gôndola, durante período
em que o estabelecimento estava em funcio­
namento. Observou-se também que as tempe­
ratu ras mais elevadas d a g ô n d o l a fechada
12
Ô
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10
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Figura 2
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7
dias
8
9
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12 13
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o tarde
D noite
Variação de temperatura durante o dia da Gôndola Fechada.
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4. C O N C L US Ã O
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5
6
7
Dias
Figura 3
-
ocorreram no período da manhã e no final da
tarde, i sso se deve provavelmente ao hábito da
população local de fazer compras nestes horários.
A temperatura das g ô n d o l as aberta e
.fechada apresentou muito diferente entre s i e
grandes variações no intervalo de temperatura
para a gôndola aberta. A gôndola aberta nos
primeiros dias apresentou temperaturas médias
em torno de 9 a 1 0°C, ou seja, acima dos limites
e s t i mados p o r alguns autores p ara · aco n d i ­
cionamento de leite d e consumo, o qual deveria
se encontrar no intervalo de 4 a 7°C. A gôndola
fechada, já apresentou -se entre 4° a 8°C, mais
baixa se comparada com a gôndola aberta, pois
não h á tan t o co nt ato com o meio externo,
p o ré m é s u s ce ptível a o s c i l aç õ e s devido a
abertura da câmara c o m freqüência p e l o
consumidor.
S egundo a R DC 1 2/0 1 1200 1 exige-se um
c o n trole ri goro s o de c o l i fo rmes p ara o l e i te
pasteurizado, esses valores obrigam que o leite
tenha uma qualidade microbiológica satisfatória
na s aída do l at i c í n i o e também t o d a a
manutenção da cadeia do frio , p o i s qu alquer
descuido pode proporcionar condições para que
o produto se deteri ore . A s s i m , optou-se p o r
fazer análises microbiológicas do leite (mesófilos
e coliformes) logo no primeiro dia na gôndola e
no quarto dia (último dia de prazo de validade
descrito na e mbalagem) . Após as análises, os
resultados d o primeiro dia demonstraram que
t o d o s o s l o te s encon travam-se dentro d o s
parâmetros e x i g i d o s p o r l e i , en tretanto, o s
resultados do quarto d i a demonstraram q u e e m
algu mas das u n i d ades anali s adas o s valores
apresentavam-se acima do permitido. Em vista
disso, tanto os pontos de venda e os laticínios
p l anej am a q u a n t i d ad e d e l e i t e a ser
comercializado em um dia, praticamente elimi­
nando o risco do consumidor adquirir um produto
com qualidade comprometida. As amostras, para
não serem c omercializadas em um p razo de
quatro dias, foram mantidas nas gôndolas , mas
em s aquinhos vazados para que o consumidor
não levasse o produto.
8
9
10
11
12
13
-11- Gond . .Aberta
-.Ir- Gond. Fechada
Evolução da Temperatura das Gôndolas aberta e fechada durante 1 3 dias de estudo.
O s dados obtidos nas gôndolas (aberta e
fechad a) demonstraram que o desempenho de
ambas apre s e n t am algumas defi c i ê n c i as no
quesito temperatura ideal (4-7°C), recomendado ·
p o r l i teratura, p orém t rata- s e de u m fat o
i n c o n s tante, p o i s no d e co rrer d o s regi stros,
existem pontos onde a temperatura está dentro
d o exigido. O s v al ores regi strado s aci m a do
permit i d o o c o rre d e v i d o ao abr e - fe c h a das
portas (gôndola fechada) e da variação térmica
do ambiente (gôndola aberta). O estudo também
demonstrou que, mesmo com essas variações, o
leite manteve sua qual idade no p ri meiro dia,
( perí odo em que é comerciali zado, apesar da
embalagem apresentar uma data de validade de
quatro dias após a fabricação), porém, isso não
assegura que o leite possa ser mantido a tempe­
raturas s uperi ores ou ter o p razo de val idade
prorrogad o .
SUMMARY
The pasteurized milk is known for its high
leveI of perishableness, because in the same way
that is considered a food with a high nutritional
leveI, it also offers ideal substrate for microor­
gani sm development. The refrigeration is one
of the p ri me fac tors to the peri s h ab le fo o d
con servat i o n , w h i c h l i m it s es teemed by t h e
literatures, for milky products, is around 7°C .
T h e useful life of pasteurized m i l k depend o n
only o f the inherent product quality, b u t also o f
alI s e g m e n t s o f the c o l d chain, t h a t i s , the
res p o n s ab i l it y includes s i nce t h e m i l k
distributors until the selling places . B ased in this
context, this study had the purpose of evaluating
the c10sed and open cooler shelves performance
of not a c c l i mati zed es tab l i s h m e n t in the
concerning pasteurized milk C kind, having as a
mark p arameter the temperature i n s i de the
cooler shelves. This study encloses the influence
of t h i s p arameter of m i l k m i c ro b i o l ogycal
quality. The got data w ere s ub m i t t e d to a
descriptive analysis, analysis of variance and
test of F, were accomplished Tukey comparing
tests of average. The results showed that closed
cooler shelve had refrigeration temperatures
among acceptable limits for milky products,
around 5,4°C, while the open cooler s helve had
an average temperature around 9°C. The milk
microbiologycal quality concerning in the c10sed
c o o ler s he l ve showed among the acceptable
l imits of use, while to the open cooler s helve
t he re w as an i n c i d en c e o f c o l i fo rm s deve­
lopment in one of the repetitions of the s tudy,
however it does not happen in worrying leveIs,
because it was noticed in the last day validity of
milk. Through this study we can conclude that,
the closed cooler s helve o ffered more s afet y
maintenance of concerning t o pasteurized milk,
due to the stability that this equipment provided
through the temperature change o c c u rred i n
c o mmerc i a l p laces w h i c h d i d n o t s how
accli matized environment.
Pág. 248
digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 249
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
Keyword s : Pasteurized milk, open cooler
shelve, closed cooler shelve, refrigeration.
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520 p.
•
•
ESTUDO DAS CONDiÇÕES DE ABASTECIMENTO E COMERCIALIZAÇÃO E DAS
CARACTERíSTICAS FíSICO-QuíMICAS DO QUEIJO DE COALHO
COMERCIALIZADO EM ARACAJU/SE*
Study of lhe conditions of supplying and commercialization and of the features
physicist-chemistries of the coalh o cheese commercialized in Aracaju/S E
I ri n éi a Rosa do N ascimento1 , E l isangela Santos Si lva2, Fabiana Ferreira Felix2
RFSUMO
o queij o
de coalho é um produto fabricado com tecnologia regional, de grande
aceitação , encontrando-se arraigado aos hábitos alimentares das populações em diversos
Estados da Região Nordeste do B rasil. Apesar da clandestinidad e do setor queijeiro no
Estado de S ergipe, esse tipo de queij o pode ser adquirido com faci lidade em diferentes
p ontos de comerciali zação em Aracaj u , sem que haj a uma maior preoc upação com a
integridade do produto. Em virtude do sistema artesanal de fabricação do queijo de coalho,
associado as formas precárias de abastecimento e comercializaçã o, na capital sergipana é
possível encontrar produtos com diferentes características relacionadas à qualidade. Diante
desse quadro, o presente trabalho teve como objetivo estudar as condições de abastecimento
e comercializaç ão e as características físico-química s do queij o de coalho comercializad o
nos principai s pontos de venda em Aracaju. Para o levantamento de dados referentes às
condições de abasteciment o e c o mercialização do queij o de coalho foram apl i cados
questi o n ár i o s em fe i ras l iv re s , abordando o s seguin tes aspecto s : abaste c i mento/
comercializa ção e qualidade do produto. Para a avaliação da qualidade físico-químic a
foram realizadas 3 (três) coletas semanais de amostras de queijo de coalho nos pontos de
* Trabalho financiado pela Prefeitura d o M unicípio de Aracaj u Convênio UFS.
1 Prof.a M.Sc. D epartamen to de Engenharia Agronômica - Universidade Federal de S ergipe.
2 Bolsista P MA/UFS aluna do curso d e En gen haria Agronômica - Universidade Federal de Sergipe.
,
ANAIS DO XIX C O N G R ESSO N AC IONAL DE LAT i C í N I O S
maior comercialização . As amostras foram coletadas e acondicionado sob refrigeração na
temperatura de 6 a 8°C, por um p eríodo de 24 a 48 horas . Após foram enviadas para o
Laboratório de Defesa Agropecuária da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de
Sergipe - EMDAGRO, onde foram realizadas as provas físico-químicas de acidez (ácido
láctico), l ipídeos (gordura) e umidade de acordo com LANARA ( 1 9 8 1 ) . Os resultados para
acidez titulável expressa em p orcentagem de ácido láctico apresentou variação de 0,6 1 a
2,5 1 %, com valor médio de 1 ,29%. O teor de lipídeos apresentou uma maior variação de
1 3 ,22 a 5 1 ,30%, com média de 2 8 ,60%, enquanto que a umidade variou entre 3 6 , 9 0 a
49,86%, com valor médio de 44,9 1 % .
P al avras chaves : queij o d e coalh o , abasteci mento/c o merc i a l i z aç ã o , segurança
ali mentar.
1 . INTRODUÇÃO
D e ntre o s p r o d u t o s l ácteos reg i o n a i s
produzidos na Região Nordeste do país, o queijo
de c o a l h o apresenta um maior v o l u me d e
fabricação e d e consumo. No Estado d e Sergipe,
a produção de queijo de coalho concentra-se na
região semi-árida, ao Noroeste do Estado . Em
geral, a fabricação desse tipo de queijo é de forma
'arte s a n a l , u t i l i za n d o t e c n o l o gi a r eg i o n a l .
A p ro d u ç ã o o c o rre e m p equenas u n i dades
i nfo rmais d e p roces s amento d e l e ite, c o m
instalações precárias para a produção. De acordo
c o m S ILVA e N A S C I M E N TO ( 2 00 1 ) , as
condições de fabricação dos queijos encontradas
no semi-árido sergipano, influenciam sobrema­
neira na qualidade dos p rodutos e favorecem
ocorrência de alterações p or diferentes agentes
de c ontami nação . Embora s ej a fabri cado em
condições adversas, com riscos à saúde pública,
CERD A N e CARVALHO FILHO ( 1 9 9 8) , res­
saltam a preferência do consumidor aracajuano
ao queijo de coalho artesanal, quando comparado
ao queij o de coalho industrializad o . Devido a
grande aceitação e procura p or diferentes tipos
de consumidores, é possível encontrar o queij o
d e c o a l h o e m d iversos p o ntos formais o u
i n fo rmais d e v e n d a s e m Aracaj u/SE ( N A S ­
CIMENTO e MENEZES, 200 1 ) . A dinâmica da
comercialização do queij o de coalho e demais
produtos lácteos artesanais, vem sendo alvo das
atenções das Instituições Públicas locais, tendo
em v ista, a v u lnerab i lidade desses p ro d utos .
A s s i m , na d é c a d a d e 9 0 , a s ad m i n i s trações
m u n i c ip a i s i mp l antaram um Proj eto que
d eterm i n av a a instalação d e barracas padro­
n izadas nas áreas mais centrais e e m o utros
pontos de grande circulação na cidade, para a
comercialização do queijo de coalho, e outros
derivados do leite. O Projeto determinava que
os produtos fossem comercializados com preços
i n fe ri o res em relação aos praticados n o s
mercados oficiais, assim como a fiscalização das
condições de higiene ( S OUTO, 1 9 9 8 ) . Entre­
tanto, os principais pontos de comercialização
de queijo de coalho na Capital Sergipana, são as
fei ras l i v r e s , o n d e o queij o d e coalho é
comercializado sem grandes preocupação com a
h i giene e c o m a qual i d ad e fís i c o - q u ímica e
,
microbiológica (FELIX, 2002). Considerando a
importância sócio-econômica do setor queijeiro
p ara S ergipe, com destaque para o queij o de
coalho, o presente trabalho teve como objetivo
o estudo das c o n d i ç õ e s d e abaste c i mento/
comerciali zação e das caracterís ticas fís ico­
químicas do queijo de coalho comercializado nos
principais pontos de venda de Aracaju.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Município de
Aracaju/SE, no período de julho de 200 1 a março
de 2002. Para o levantamento de dados refe­
rentes às condições de abastecimento e comer­
cialização do queij o de coalho foram aplicados
questionários nas 22 feiras livres da capital, com
c o merciali zação de derivados de l e i te, o
equivalente a 1 00%. O questionários abordaram
os segui ntes aspectos : abas teci mento/co mer­
c i a l i zação e q u a l i d ad e d o p roduto . Para a
avali ação da qual i d ade fís ico-química foram
realizadas 3 (três) coletas semanais de amostras
de queij o de coalho nos 4 (quatro) p ontos de
maior c o merciali zação da capital sergipana,
segundo FEL I X (2002 ) . A s amostras foram
coletadas e acondicionado sob refrigeração na
temperatura de 6 a 8°C, por um período de 24 a
48 horas . Após foram enviadas para o Labo­
ratório de Defesa Agropecuária da Empresa de
Desenvo lvimento Agropecuário de S e rgipe EMDAGRO, onde foram realizadas as provas
físico-químicas de acidez (ácido láctico), lipídeos
(gordura) e relação umidade/proteína de acordo
com LANARA ( 1 9 8 1 ) .
Pág. 250
digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 251
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
3. RESULTA D O S E D I S C U S S Ã O
3 . 1 . Abastecimento e comercialização do
q u eij o d e c o a l h o
Nas feiras l i vres d o e s tu d o foram
encontrados diferentes tipos de feirantes, quanto
à aqu i s iç ão do queij o de coalho que comer­
cial izam, possibilitando a seguinte classificação :
(a) fei rantes que fabricam derivados do leite
( 1 9, 3 5 % ) ; (b) feirantes que adquirem produtos
d iretamente do fabricante e/ou nas fabriquetas
(25, 80%) ; (c) feirantes que adquirem o produto
através dos atravessadores (54, 8 5 % ) . Os resul­
tados apresentados pela pesquisa revelaram que
o maior vo lume de queij o de coalho chega às
feiras livres de Aracaju por meio de fornecedores
ou atrav e s s ad o re s , que o p eram na cadeia
produtiva do leite em Sergipe. O queijo de coalho,
geralmente, é adquirido pelos atravessad ores
diretamente nas fabriquetas ou nas feiras livres
de municípios produtores de derivados do leite,
locali zados ao Noroeste do Estado. Os comer­
ciantes e/ou fabricantes de derivados do leite,
que p o s s uem tran s p orte própri o , real i zam
trans ações com pequenos comerciantes de
estabelecimentos fixos o u não, a exempl o de
proprietários de panificadoras , de mercearias,
de l anchonetes e outros feirantes . O p roduto é
transportado até Aracaj u em caminhonetes ou
em veículos particulares armazenados em caixas
pl ásticas e/o u envasados em bolsas p l ásticas,
i s e n t o s d e q u al q uer tipo d e tratamentos de
conservação. Nas feiras livres do estudo, circula
um volume médio de 1 32, 1 5 kg/feira de queij o
de coalho para venda, enquanto que, o volume
médio de co mercial i zação registrado nesses
pontos foi de 84,43kg/feira. Em geral, o volume
do produto adquirido p ara venda n ão é
comercializado em urna única feira livre. O queijo
de coalho é direcionado para outras feiras livres
ou comercializado em bancas de ruas, possibi­
l itando a ocorrência de diferentes circuitos de
comercialização (Figura l ) .
ANAI S D O XIX C O N G R ES S O N AC I O N A L DE LAT i C í N I O S
Os re s u ltados d e m o s traram que as
condi ções gerais encontradas nas feiras l ivres
não permitem a adoção de práticas adequadas de
con servação e armazenament o , bem como a
implantação de práticas mais rígidas de higiene
na comercialização . A ráp i d a circulação dos
produtos, d a fabricação até o consumo, e as
práti cas d e c o n servação u ti l izadas p e l o s
feirantes, como o uso de s al moura d e baixa
concentração, e as l avagen s d iári as , ameniza
temporari amente o s r i s c o s de ocorrênci a de
alterações indesej áveis. O produto era comer­
cializado em barracas cobertas e forradas com
material p l ástico de cor branca. A p es ar d o s
cuid ados com envase dos queij o s em bol sas
p l ásti cas , en c o ntrav am - s e ainda s uj e i t o s as
contaminações. A manipulação do produto , em
geral, é feita com uma proteção plástica, p orém,
1 00% dos feirantes não util izavam vestimentas
adequadas (aventais, jalecos, bonés, luvas, etc .)
que garantiriam uma maior higiene d urante a
co merci ali zação . Quanto ao armazenamento,
e m todas as fe iras, o q u e ij o d e c o al h o era
encontrado em caixas plásticas junto às barracas.
A percepção de quali dade, respons ável pela
acei tação dos p rodutos pelo consumid or, era
baseada em aspectos sensoriais corno a cor, teor
de s al , textura e sabor. A depender do tipo de
consumidor uma dessas características passava
a ser determ i n ante n o momento da es colha.
Essas oco rrências fazem com que o comércio
seja abastecido por produtos bem diversificados .
3 . 2 . C a r a c te r ís t i c a s fís ic o - q u ím i c as
queij o d e c o a l h o
do
Os resultados das análises físico-químicas
das amostras de queijo de coalho são visualizados
na Tabela 1 .
Apesar d a inexistência de procedimentos
de padroni zação p ara o q u e ij o de c o a l h o , a
análise da acidez t i tu l ável e x p res s a e m
p o rcentagem d e ác i d o láctico apresentou
variação de 0,6 1 a 2,5 1 % , com valor médio de
Tabela 1 - Análises físico-químicas das amostras de queijo de coalho coletadas nos pontos de maior
comercialização de Aracaj u/SE.
Pontos de venda
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
Média
Acidez
( % ác. láctico)
I
... Atravessador� Feirante
t T 'B�nêâl; <le�
Figura 1 - Principal circuito de comercialização do queijo de coalho. Aracaju/SE.
(%)
1 ,52
Umidade
(%)
26,40
0,98
1 ,75
0,90
28,41
43,53
. 42,33
29,36
30,22
46,14
47,65
1,29
28,60
44,91
1 ,29%. Essa ocorrência pode ser devido a falta
de padronização do leite utilizado e/ou da técnica
de fabricação . O v alor médio encontrado foi
s u p erior a 42 , 5 4 % da média enco ntrada por
L Ü BECK et aI . (200 1 ), para acidez titulável em
amo stras de queij o t i p o colonial . O teor de
l i p íd e o s apresentou urna maior variação d e
l 3,22 a 5 1 ,30%, c o m média de 28,60% . O teor
e gordura encontrado nas amostras queij o de
coalho permite c l as s i fi c a - l o e m s e m i -gordo
( A N T U N E S , 1 9 9 7 ) . O teor d e gordu ra n o
produto é influenciado pela composição do leite
e pelo tratamento da massa no tanque. Ressalta­
se que, se o corte é efetuado antes do p onto,
pode haver perda de gordura para o soro, com
possibili dades de afetar no rendimento final .
A i n d a, p o d erá i n terferi r nas característi cas
s e n s o ri a s d o q u e ij o , c o r, s ab o r e textura
( O L I VE I R A , 2000 ) . A u mi d ade e n c o n trada
variou de 36,90 a 49,86%, com valor médio de
44,9 1 %. O resultado encontrado foi superior ao
apresentado por L Ü BECK et aI . (200 1 ), 39,37%
de umidade em queijo colonial . A ampl itude de
v ariação pode ser j us ti fi c ada pela falta de
p adroni zação d as etapas d e fabricação d o s
queijos artesanais, tendo em vista que, a umidade
do queij o e s t á rel acionada ao nível de
dessoramento, a forma de salga e as condições
de maturação . Quanto maior a umidade mais
passível de alterações.
4 . C ON C L US Ã O
Fabricante
Análises físico-químicas
Gordura
A s condições precárias d e abastecimento/
comercialização de queijo de coalho em Aracaju/
SE, não são fatores limitantes para o consumo
do produto. A grande aceitabilidade do queijo de
coalho faz com que aumente os pontos informais '
de venda na c ap i tal serg i p an a . A fal t a de
padronização quanto as características físico­
químicas do produto, interfere no processo de
fabricação, d i fi c u ltando a obtenção d e u m
produto de q u al i d ad e u n i fo rme . A i n d a , as
c o n d i ç õ e s d e comerc i a l i zação p o d e m ser
consideradas como um dos fatores de alterações
indesejáveis no queijo de coalho.
SUMMARY
The curdle cheese is a p r o d u c t manu­
factured with regio nal t e c h n o l o gy, o f great
acceptance, meeting i n the alimentary habits
o f the p o p u l at i o n s i n d i verse S t at e s o f the
N o rtheast Region o f B razi l . D e s pite the
clandestinily of the sector cheesemaker in the
S tate of Sergipe, this type of cheese can be
acqui red with easiness in different p oints of
commercialization in Aracaj u , without that it
has a bigger concern w ith the i ntegrity of the
p r o d u c t . In v i rtue o f the art i s an s y stem of
manufacture of the curdle cheese, ass ociate the
p recari ous fo rms of s u p p l y i ng and c o mmer­
cialization, in the Aracaju are pos sible to find
products with different characteristi c s related
to the quality. Ahead of this picture, the present
work had as objective to study the c onditions
o f supplying and c o m merciali zation and the
c h aracteri s t i c s p h y s i ci s t - c h e m i s tr i e s o f the
curdle .cheese commercialized in the main points
of s ale in Aracaj u . For the refe rri n g data­
collecting to the conditions of supplying and
c o mmercial i zati on o f the c ur d l e cheese
questionnaires i n free fairs had been applied,
approaching the following aspects : supplying/
commercialization and product quality. For the
evaluation of the quality physicist�chemistry 3
(three) weekly collections of samples of curdle
cheese had been carrie d through i n the points
of bigger commerciali zation. The samples had
been c o l lected and c o n d i t i o n e d under
refrigeration in the temperature of 6-8°C, for a
period of 24 the 48 hours. After they had been
sent for the Laboratory of Farming Defense of
the C o mpany o f Far m i n g D e v e l o p ment of
P ág. 252
digitalizado por
arvoredoleite.org
Pág . 253
ANA I S DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL DE L ATiCíNIOS
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
Sergipe - EMDAGRO, where the tests had been
carried through physicist-chemistries of acidity
(acid . l ácti c o ) , l i p i d s ( fat) and h u m i d i t y i n
accordance with LANARA ( 1 9 8 1 ) . The results
for express acidity in percentage of acid láctico
presented variation of 0,6 1 -2.5 1 %, with average
value of 1 ,2 9 % . The text of l ipídeos presented
a b i gger vari atio n of 1 3 , 2 2 - 5 1 . 3 0 % , w i t h
average o f 2 8 , 6 0 % , while t h a t the humi d i ty
v aried it enters 3 6, 9 0- 49 . 8 6 % , with average
value of 44,9 1 % .
Words key s : curdle cheese, s u p p l y i ng/
commerci alizati on, ali men tary sec uri ty.
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M o n o g rafia (Trab a l h o d e G ra d u a ç ã o ) Departamento de Engenhari a Agronômi ca,
Universidade Federal de Sergipe.
•
AVALIAÇÃO FíSICO-QuíMICA E MICROBIOLÓGICA DE REQUEIJÃO CREMOSO EM
DIVERSAS EMBALAGENS DURANTE A ESTOCAG EM A 4 E 1 0DC NA
AUSÊNCIA DE LUZ*
1 . I N T RO D U Ç Ã O
N o mercado podem ser encontrados vários
t i p o s de e m b a l agens uti l i zadas no ac o n d i ­
cionamento de requeijão e ainda existem outros
tipos de embalagem com grande p otencial de
utilização para o produto em questão. A imple­
mentação de novas alternativas de embalagens
para esta c l a s s e d e p r o d u t o s , e ntretanto, é
l imitada pois não se dispõe de estudos específicos
que indiquem como é a estabilidade do produto
ao longo da estocagem e quais os principais
fatores que interferem em sua vida útil, seja em
função da embalagem, temperatura de estocagem
e ausência ou presença de luz. Assim, no presente
estudo avaliou-se a estabilidade do requeij ão
cremoso acondicionado em cinco diferentes tipos
de embalagens , determinando-se periodicamente
as p ri ncipais características físi co-químicas e
microbiológicas do produto ao longo da esto­
cagem refrigerada (4±2 ° C/7 5 ± 1 0 % U R e a
1 0±2°C/60±5%UR) e na ausência de luz, por um
,período de 1 80 dias .
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2 . 1 . Produto e Embalagens
O requeijão cremoso foi produzido na planta
do TECNOLAT/ITAL a partir de massa obtida
por acid ificação direta e a quente d o leite,
calculando-se a formul ação de acordo com
FERNANDES ( 1 9 8 1 ). As principais características
dos cinco tipos de embalagem estudados estão
ilustradas na Figura I e descritas na Tabela 1 .
2.2. Estudo d e
estocagem
estabilidade
d u r a n te
a
Após a produção do requeijão, enchimento
e fechamento das embalagens, os produtos foram
estocados a 4 ± 2°C /65-85%UR e 1 0 ± 2°C/ 5575%UR, na ausência de l uz. As amostras foram
retiradas q u i n ze n al mente até 9 0 d i as d e
estocagem e mensal mente após este período
até completarem 1 8 0 dias de estocagem, para
avali ação do produto quanto às características
fís i c o - q u í m i c as ( p H , e x trato s e c o total,
g o rd u ra, gordura n o e xtrato seco, p roteína
total, n itrogên i o solúvel em pH4,6, índice de
proteólise, índice de TB A e ativ idade de água)
e microbiológicas (contagem de microrganismos
p s i crotrófi co s e mes ó fi l o s , m i c rorgan i s mo s
e s p o rogên i c o s aeró b i c o s p s i crotrófi c o s ,
mesófilos e termófi los, bactérias esporogênicas
anaeróbicas psicrotróficas e mesófilas, bolores
e leveduras) .
Análises físico-químicas e microbiológicas:
O pH foi determinado em potenc i ô metro pH­
M etro M icronal B 375. O extrato seco total
(EST) fo i d eterm i n a d o de acordo com
I N TE R N AT I O N A L D A I RY FED E R AT I O N
( 1 982) e a gordura p e l o método d e Gerber-van
G u l i k ( I N S T ITUTO ADOLFO LUTZ, 1 9 8 5 ) ,
utilizando-se estes valores n o cálculo d o teor de
gordura no extrato seco (GES ) . O nitrogênio
total foi determinado pelo méto d o o ficial de
Kj eldahl e a p ro t e í n a t o t a l fo i c a l c u l a d a
multipli cando-se este valor p o r 6 , 3 8
( l NTERNAT I O N A L D A I RY FEDERATION,
1 9 6 4 ) . O n i trogê n i o s o l ú vel (Ns) foi deter­
mi nado de acordo com VA KALER IS ; PRICE
( 1 959), a atividade de água em u m higrômetro
baseado em psicrometria de marca Decagon Aqualab e o índice de TB A por mei o de uma
a d ap t a ç ã o d o s m é t o d o s d e s c r i t o s p o r
TARLADGIS e t a i. , ( 1 960) e KRISTENSEN ;
S K I B S TE D ( 1 9 9 9 ) . E s s a s d et e rm i n aç õ e s
fo ram fe itas e m d u p l i cata e m uma amostra
c o m p o s t a d e três u n i d ades d e cada t i p o de
embal agem/temp eratura de es t o c agem, para
cada p eríodo aval iado.
A s d e t e r m i n aç õ e s d e m i c r o rgan i s mos
p s i crotrófi c o s , c o l i fo rmes totais e fecai s ,
Physical-chemical and microbiological evaluation of Requeijão cremoso in d ifferent
packages during storage at 4 and 1 0DC in the absence of light
VAN D E N D E R, A. G . F. l , ALVES, R . M. V.2, JAI M E , S . B . M .2, M O R E N O, I . 1 ,
S I LVA, V . M . D A 3 , J U N Q U E R , M . 4
Trabalho financiado pela Fapesp.
Pesquisadora científica - Tecnolat - ITAL.
Pesquisadora científica - Cetea ITAL.
Bolsista CNPq.
4 Bolsista Fapesp.
*
1
2
3
Figura 1 - Embalagens d e requeijão avaliadas no estudo.
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ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
ANAI S DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL DE LAT i C í N I OS
Tabela 1 - Principais características das embalagens avaliadas e sistemas de fechamento .
TP02
Embalagem!
Peso líquido de
requeijão
Descrição
VAF
Copo de vidro de 275mL de volume total, com tampa acravada
de folha-de-flandres tipo fácil abertura de 67mm de diâmetro
nominal, fixada com vácuo interno de 1 6,8 a 1 7,5pol Hg
TPVA
(cm3(CNTP)/
embaI./dia)
(g água/embaI./dia)
<0,001
<0,00 1
0,42
0,005
0,0 1 3
0,0 1 4
2,00
0,0 1 3
250g
VS
1 80g
Pote PP
260g
B. Coex
Copo de vidro de 208mL de volume total, com terminação
especial de 67mm de diâmetro nominal onde foi aplicado
adesivo Volan, termos selado por condução com selo à base de
folha de alumínio e sobretampa plástica
Pote plástico de 322mL de volume total, termoformado de PP
de 1 00mm de diâmetro nominal, não pigmentado e
termosselado por condução com selo à base de folha de
alumínio e sobretampa plástica
Bisnaga plástica Coextrusada (Coex) de 27 1 rnL de volume total
e 50mm de diâmetro no corpo, composta de PEBDPEAD/EVOH/PEB D-PEAD, pigmentada d e branco
1 80g
B. PE
1 80g
Bisnaga plástica de PE de 27 1 rnL de volume total e 50mm de
diâmetro no corpo, composta de uma blenda PEBD-PEAD,
pigmentada de branco
TPVA taxa de permeabilidade ao vapor d'água a 3 8°C / 90%UR; TP02 - taxa de permeabilidade ao oxigênio a 23°C/ a
secol I atm; - TP0 2 e TPVA do VAF não puderam ser determinadas devido tampa ser fixada principal mente pelo vácu o ;
PP = polipropileno; P E B D = polietileno de baixa densidade; PEAD = polietileno de alta densidade; E V O H = copolímero
de etileno e álcool vinílico.
bactéri as e s p orogem cas aeró b i as ( p s i c r o ­
tróficas, mesófi las e termófi las) e de bolores e
l e ve d uras foram real i z adas de a c o r d o c o m
M A R S H A L L ( 1 9 9 2 ) . A s bactéri as e s p o r o ­
gênicas anaeróbias (psicrotróficas e mesófilas)
foram determinadas de acordo com B ERGERE;
S IVELA, 1 990. As análises microbiológicas, em
c ada perío d o aval i ad o , foram feitas e m uma
unidade de cada tipo de embalagem/temperatura
de estocagem.
3 . RES ULTAD O S E D I S C U S S Ã O
3 . 1 . Caracterização
físico- química
e
microbiológica dos requeij ões com 1 dia
de fabricação
As características físico-químicas do pro­
d uto logo após o process amento e acondicio­
namento nos cinco tipos de embalagens apre­
sentadas na Tabela 2 indicam condições seme­
lhantes de produtos nas diversas embalagens. Por
o utro lado, a caracterização microbiológica do
produto nas cinco embalagens c o mprovou a
efi ci ê n c i a d o tratamento térm i c o apl i cado à
massa de requeijão uma vez que durante as etapas
de fusão e cozimento o número dos diferentes
grup o s de m i c rorgan i s m o s examinados foi
reduzido em 99%.
3 . 2 . A n ál i s e s fís ic o - q u í m i c as a o l o n g o da
e s t o ca g e m
Foram observadas variações de p H entre
5 , 8 2 a 6, 1 0. Não era esperada a ocorrência de
acidificação do produto devido às características
do processo de obtenção da massa por meio de
adição direta de ácido ao leite aquecido e ao
tratamento térmico a que o req u eij ão fo i
s ubmetido durante o proce s s o de fabricação .
Além destes dois fatores, pode-se citar também
o efeito protetor que os polifosfatos exercem
sobre os queijos fundidos, enfatizado por diversos
autores em trabalhos publicados sobre o assunto
(BERGER e t a I. , 1 989). Durante a estocagem, o
EST dos requeijões variou de 3 3 , 5 1 a 36,96 %,
ao passo que a atividade de água variou de 0,987
a 0,993. A não tendência de redução da atividade
de água do requeijão cremoso, bem como a não
ten d ê n c i a d e aumento do extrato s e c o e m
porcentagem indicam que todas a s cinco opções
d e embalagem e s t u dadas atendem às carac­
terísticas d e barreira ao vapor d ' água p ara o
produto em questão, nas condições do estudo.
As variações observadas nos teores de gord ura
(20, 1 2 a 23,53 %), GES (58,99 a 66,82%) e Pt
(9,3 1 a 1 1 ,7 8 %) do requeij ão cremoso acondi­
cionado nas diferentes embalagens, ao longo da
estocagem nas duas temperaturas são resultantes
verifi c ad o d e s e n v o l v i mento s i stemático de
m i crorgan i s m o s que p u d e s s e m p ro mover
qualquer tipo de alteração dos produtos nas cinco
embalagens durante os 1 80 dias de estocagem
n as duas temperaturas avali ad as (4 e 1 00C) .
Mesmo em condições adequadas de pH (5,82 a
6, 1 0) e de oxigênio (2 1 % ) , as bactéri as espo­
rogênicas aeróbias detectadas esporadicamente
não foram capazes de se d e s e n v o l v e r n o s
produtos d a s cinco embal agens provavelmente
por não terem sido relacionadas com espécies
p s icrotróficas ( MORENO e t a I. , 1 99 9 ) , o que
reduziu as chances de deterioração d o produto,
além d o e fe i t o protetor dos p o l i fo s fatos j á
mencionado anteriormente.
das variações inerentes ao processo e também
decorrentes dos métodos de análise utilizados.
Os baixos teores de nitrogênio solúvel em pH4,6
apresentados pelas amostras de requeij ão de 1
. dia (0,08 a 0, 1 0% ) confi rmaram os res u ltados
obti d o s para p r o d u t o s semel hantes p o r
R A PA C C I ( 1 9 9 7 ) , quando os autores i nves­
tigaram o p o s s ível efeito pepti zante dos s ai s
fu ndentes s o b re as p roteínas da m a s s a n a
fabricação de requeij ão cremoso. Ao longo d a
estocagem refrigerada os teores de Ns variaram
dentro de u ma pequena faixa (0,04 a 0 , 1 9 % ) ,
indicando q u e o produto não sofreu proteólise
durante este perío d o . O índice de · p roteóli s e
c al c u l ad o p ara as a m o s tras ao l o n g o d a
estocagem apresentou v al ores baixos até 1 50
dias (2,4 a 7,6%) e aumentou ligeiramente aos
1 80 dias (valor máximo de 1 1 ,8 % ) no produto
das embalagens p l ás t i c a s , c o n fi rmando a
estabilidade do sistema protéico do produto nas
c o n d i ções e s t u d adas . O s valores obti d o s na
determinação dos comp ostos reativos ao TBA
podem ser vistos na Figura 2. Os resultados do
índice de TBA se situaram na faixa de 0,0 1 5 a
0,078 (A 532/g amostra) . De modo geral, houve
um l i geiro aumento d o s v al ores ao l ongo d o
tempo, mais acentuado nas embalagens plásticas
do que no vidro, mostrando uma leve tendência
de aumento da oxidação do produto após 1 2 0
d i as d e esto cagem n a s e mbalagen s p l ásticas,
confirmando o que foi constatado nas análises
sensoriais (ALVES et ai. , 2002).
4. C O N C LU S Õ E S
De maneira geral , não foram observadas
alterações microbiológicas no requeijão cremoso
acondicionado nos cinco tipos de e mbalagens
indicando condições adequadas de p rocesso e
fechamento das embalagens em estudo. Também
não se observaram alterações físico-químicas
uma vez que as variações ocorridas na maioria
dos ensaios foram consideradas normais para
requeij ão cremo s o . Qu anto ao índice de
proteólise, este indicou estabilidade do sistema
protéico do produto em todas as embalagens até
1 50 dias de estocagem e até 1 80 dias no copo de
VA F. Os res u l tados de T B A l i d o s a 5 3 2 n m
mostraram que, na ausência de luz, até 1 20 dias
de estocagem a 1 0°C e 1 50 dias a 4°C, a oxidação
do produto é pouco p erceptível, confirmando
dados obtidos por análi se sensorial p ublicados
anteri ormente, e i ndepende d o tipo d e emba­
lagem em que o produto é acondicionado. A partir
de 1 50 dias de estocagem a 1 0°C e 1 80 dias a
3.3. A ná l i s es m i c r o b i o l ógicas ao l o n g o da
estocagem
Indepen dente d o s d i ferentes n ív e i s d e
barreira ao oxigênio d a s embalagens, n ã o foi
Tabela 2
-
Caracterização físico-química do requeij ão cremoso logo após o acondicionamento do
produto nas embalagens .
Tipo de embalagem
Característica
VAF
VS
Pote PP
B.COEX
B.PE
pH
5,85
5,85
5,84
5,82
5,82
EST (%)
35,99
35,62
35,41
35,54
35, 1 3
Gordura (%)
2 1 ,68
22,76
20, 89
22,29
2 1 ,9 8
GES (%)
60,24
65,68
58,99
62,72
62,57
VAF (Vidro Abre Fácil); VS ( vidro Selado); Pote PP (Pote Polipropileno); B .Coex (Bisnaga Coextrusada); B.PE (Bisnaga
Polietileno)
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ANAIS DO XIX C O N G R ES S O NACIONAL DE LAT i C í N I O S
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS
4 ° C , a o x i dação do p roduto acentua-se nas
embalagens plásticas, principalmente na bisnaga
PE e pote de PP. Assim, sob refrigeração e na
ausência de luz, todas as embalagens em estudo
foram consideradas adequadas para conservar as
propriedades de requeij ão cremoso p or até 1 20
dias a 1 0 ° C . E ntretan to, p ara p eríodos de
estocagem entre 120 e 1 80 dias, observou-se uma
melhor preservação da qualidade do produto no
copo de v i dro abre-fácil ( VAF ) . No mercado
nacional, este tipo de prod uto normalmente
apresenta períodos de vida útil de até 60 dias o
que foi plenamente ati ngido pelo produto nas
cinco embalagens estudadas . Qualquer uma das
embalagens avaliadas pode ser selecionada com
base em outros critérios como disponibilidade,
custo e conveniência.
SUMMARY
" Requeijão cremoso", a genuine B razilian
product, is a s mo o t h and c reamy p rocessed
cheese obtained by cooking a blend of fres h
c h e e s e c u rd , e m u l s i fy i n g s a l t s , w ater a n d
cream. The p r o d u c t i s typically marketed i n
g l as s p a c k a g e s , a l t h o u g h o t h e r p ac k a g i n g
s ystems c o u l d be used . H owever, no data are
a v a i l ab l e on the s t ab i l i t y of the p ac k e d
product n o r on t h e factors that affect i t s shelf­
life d uring storage. The objective of this study
w as t o e v a l uate the s t ab i l i t y o f " requeij ão
cremos o " p acked in five different containers :
( 1 ) glass cups with an easy-open tinplate cap,
(2 and 3) glass and p l astic ( P P ) c u p s h eat­
sealed with aluminum foi l/sealant and (4 and
5) two different p lastic squeeze tubes, one with
oxygen barrier properties ( coextruded LDPE-
0,08
0,07 +---L�r_
__l
----;'
.,----,--,
:§ O,06
� � 0,05
«
(a)
i �0,04 +--�at-Íi--, ,-�"
i
-_l
"""_:::;.-L----:::d:,
." M
..5 S.0,03
0,02 +-'�..::--.,-p:.=--0.Q1
H D P E/E V O H/L D PE - H D PE ) a n d t h e o t h e r
w i t h o u t o x ygen b arri er p r o p erti e s ( L D PE­
H D PE ) . Packages were stored at 4±2°C and
1 0±2°C for 6 months at dark conditions . The
stab i l i ty o f " requeij ã o " w as determ i n e d by
physical-chemical and microbiological analysis
of the product. N o signifi c ant c hanges were
fo u n d in the p h y s i c a l - c he mi c a l a n d
microbiol ogi cal characteristics of " requeij ão
c re m o s o " . In the a b s e n c e o f l i g h t , fat
oxidation reactions proceed at an extremely
low rate i n the p roduct o f the fi ve p ackage
types until 1 20 days. However, after 1 20 days
and u p t o 1 8 0 d a y s s t o ra g e , the ke e p i n g
quality of t h e product i n t h e glass cup with
eas y - o p e n c 1 0 s ure s y s te m ( VAF) r e m a i n e d
fai r l y c o n s t ant a n d d i d n o t u n d e r g o
detri mental changes w h i c h s tarted to affect
the p r o d u c t c o n tained i n the other p ac kage
types studied.
Key-words : Requeij ão cremos o, package,
p h y s ical-c hemi cal anal y s i s , microbiol ogi cal
analysis.
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50
100
150
Figura 2
•
I
'H'�"'" VAF
--- VS
P r o c e s s a m e nto d e r e q u eij ã o c r e m o s o e
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0,08
COMPARAÇÃO DE M ÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA EM
REQUEIJÃO CREMOSO TRADICIONAL E COM TEOR D E GORDURA R EDUZIDO
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Tempo de estocagem a 10. C (dias)
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200
--"'- Pote PP
0,Q2 ����l'!..-�kI--"------- _1
0,01 +-----_1
50
150
100
200
Comparative study of methods to d etermine the fat content of traditional and
reduced fat requeijão cremoso
Adriana Torres Si lva 1 , Ariene G . F. Van Dender2, Fernanda Abujamra3,
E l iane R. P. Silva4, Rosemary Sabino5
__
Tempo de estocagem a 42 C (dias)
-- B. Coex
--*- B. PE
I
Variação do índice de TBA do requeijão cremoso estocado a 1 0°C (a) e 4°C (b).
2
3
4
5
Doutoranda em Tecnologia de Alimentos Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Laticínios TECNOLAT­
ITAL, atorres @ ital.org.br
Pesquisador Científico VI - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Laticínios - TECNOLAT-ITAL,
adender@ ital. org.br
Aluna Engenharia de Alimentos FEA UNICAMP.
Técnica em Tecnologia de Alimentos S ENAI - Campinas.
Assistente de Pesquisa - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Laticínios - TECNOLAT-ITAL.
Pág . 259
Pág. 258
digitalizado por
arvoredoleite.org
ANAIS DO XIX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo comparar o método de M ojonn ier com o método
usual de Gerber-van Gulik para determinação do teor de lipídios em requeijão cremoso e
em requeij ão cremoso "light" . A necessidade deste estudo surgi u devido a dificuldades
técnicas encontradas para se determinar o teor de gordura pelo 
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corte da massa