Braz et al.: Relação entre velocidade e jogos de futebol
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ORIGINAL PAPER (ARTIGO ORIGINAL)
RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES DA
VELOCIDADE NO PERÍODO
COMPETITIVO COM A
PARTICIPAÇÃO DE FUTEBOLISTAS
DURANTE OS JOGOS
RELATIONSHIP BETWEEN CHANGES IN SPEED DURING COMPETITIVE TRAINING PERIOD
AND THE PARTICIPATION OF SOCCER PLAYERS DURING MATCHES
1 Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Programa de Pós Graduação em Educação
Física, Piracicaba (SP), Brasil.
2 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Faculdade de Educação Física (FEF),
Departamento de Ciências do Esporte (DCE), Campinas (SP), Brasil.
3 Consultor Científico do Sport Club Corinthians Paulista, São Paulo (SP), Brasil
Endereço para correspondência:
Nome: Tiago Volpi Braz
Endereço: Rua São Gabriel, 737.
São Manoel, Americana/SP, Brasil.
CEP 13472-000.
Tel: (05519) 9272-3312
E-mail: [email protected]
Submitted for publication: Jan 2013
Accepted for publication: Jun 2013
RESUMO
BRAZ, T. V.; BORIN, J. P.; SPIGOLON, L. M. P.; CUNHA, S. A.; CAVAGLIERI, C. R.; GOMES, A. C.
Relação entre alterações da velocidade no período competitivo com a participação de futebolistas durante
os jogos. Brazilian Journal of Biomotricity. v. 7, n. 2, p. 77-89, 2013. O presente estudo busca relacionar as
alterações da velocidade no período competitivo com a participação de futebolistas durante os jogos.
Participaram 17 futebolistas (16,3 ± 0,4 anos, 70,2 ± 6,1 kg, 176 ± 6,4cm) de uma equipe juvenil paulista.
Avaliou-se a velocidade em 10m (V10m) e 30m (V30m) em dois momentos distintos: início e final das 17
semanas observadas. Na estatística descritiva utilizou-se medidas de centralidade e dispersão e, na
inferencial, teste de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos dados e correlação linear de Pearson
para relação entre as variáveis do estudo, adotando-se p<0,05. Encontrou-se forte correlação positiva do
percentual da diferença entre início-final para V10m (r = 0,811, r2 = 0,658, IC95% = 0,54 a 0,93, p<0,05) e
moderada negativa para V30m (r = -0,598, r2 = 0,350, IC95% = -0,84 a -0,17, p<0,05), com o percentual do
volume competitivo dos futebolistas da equipe. Conclui-se que a maior participação dos jogadores durante
as partidas implicou no desenvolvimento da variável V10m e diminuição para V30m; porém, o resultado
encontrado para a variável V30m provavelmente está condicionado ao conteúdo de treinamento aplicado,
Brazilian Journal of Biomotricity, v. 7, n. 2, p. 77-89, 2013 (ISSN 1981-6324)
Tiago Volpi Braz1, João Paulo Borin2, Leandro Mateus Pagoto Spigolon1, Sérgio Augusto Cunha2,
Cláudia Regina Cavaglieri2, Antônio Carlos Gomes3
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bem como pelo menor volume de ações motoras em que a V30m ocorre durante treinamentos com bola e a
própria atividade competitiva dos futebolistas quando comparada a V10m. Além disto, verificou-se
disparidade entre as sessões de treinamento aplicadas para os futebolistas que não participavam das
partidas com o estímulo ocasionado pelos jogos, o que dificulta a manutenção da estrutura organizativa de
preparação das equipes durante a temporada competitiva.
Palavras-Chaves: Futebol, velocidade, período competitivo, treinamento desportivo.
ABSTRACT
BRAZ, T. V.; BORIN, J. P.; SPIGOLON, L. M. P.; CUNHA, S. A.; CAVAGLIERI, C. R.; GOMES, A. C.
Relationship between changes in speed during competitive training period and the participation of soccer
players during matches. Brazilian Journal of Biomotricity. v. 7, n. 2, p. 77-89, 2013. This study seeks to relate
changes in velocity during competitive with the participation of soccer players during matches. Participants
were 17 soccer players (16,3 ± 0,4 years, 70,2 ± 6,1 kg, 176 ± 6,4 cm. We evaluated the speed at 10m
(V10m) and 30m (V30m) in two separate stages: beginning and end of 17 weeks observed. Descriptive
statistics we used measures of centrality and dispersion in inferential, Shapiro-Wilk test to verify the
normality of the data, Pearson correlation for the relationship between variables, with p<0,05. The results
show strong positive correlation between the percentage of difference between front-end for V10m (r =
0,811, r2 = 0,658, 95% CI = 0,54 to 0,93, p <0,05) and moderately negative for V30m (r = -0,598, r2 = 0,350,
95% CI = -0,84 to -0,17, p<0,05), with the percentage of the volume of competitive soccer team. From this it
follows that the greater participation of the players during the matches resulted in the development of
variable V10m and decreased for the variable V30m, but the result found for variable V30m probably
depends upon the content of training applied and by lower volume of motor actions in the V30m occurs
during training with the ball and very competitive activity of soccer players when compared to V10m.
Moreover, there was disparity between the training sessions applied to players who did not participate in
matches with the stimulus caused by the matches, making it difficult to maintain the organizational structure
of training of staff during the competitive season.
INTRODUÇÃO
Atualmente, a velocidade e suas diversas manifestações têm sido considerada imprescindível
para o desenvolvimento do desempenho dos futebolistas. É uma capacidade dependente
principalmente do sistema neuromuscular (CRONIN; HANSEN, 2006), tendo como característica o
recrutamento de unidades motoras fásicas peculiares das fibras de contração rápida, alta
frequência e velocidade de disparos dos impulsos nervosos na musculatura, além da estrutura
coordenativa do movimento exigir pouco tempo de execução (YOUNG et al., 2001). De acordo
com Verkhoshansky (2001), a velocidade é a principal capacidade biomotora responsável pelo
desempenho desportivo e, especialmente, pressupõem-se relações com a atividade motora do
futebol, já que trata-se de um desporto caracterizado por esforços intermitentes executados em
regime de velocidade (GOMES e SOUZA, 2008).
Estudos como os de Barros et al. (2007), Bradley et al. (2009) e Di Salvo et al. (2009) têm
mostrado que, com o aumento do número de ações motoras executadas em alta intensidade (< 23
km/h), principalmente sprints, durante as partidas, tem sido exigido do futebolista maior nível de
desempenho e, consequentemente, o aperfeiçoamento da capacidade de velocidade e suas
distintas manifestações para o treinamento (GOMES e SOUZA, 2008). Barros et al. (2007)
analisando 55 futebolistas profissionais brasileiros, reportaram valores de 437 ± 171m para sprints
(> 23 km/h), com decréscimo do 1º (231 ± 102m) para o 2º tempo de jogo (206 ± 91m), bem
como, diferenças entre as posições de jogo laterais (562m), zagueiros (352m), volantes (368m),
meias (457m) e atacantes (481m). Bradley et al. (2009) demonstraram em 370 futebolistas
profissionais da Inglaterra que os sprints ocorrem durante 33 ± 18s nos jogos, com distância
percorrida média de 255 ± 64m. Di Salvo et al. (2009) observaram 563 futebolistas em três
temporadas (2003/2004, 2004/2005, 2005/2006) da Premier League da Inglaterra, apresentando
valores para sprints de 222 ± 41m a 234 ± 53m, destacando que 68,8 ± 4,4% a 70 ± 3,6% dos
sprints executados nos jogos são precedidos por acelerações gradativas (>0,5s).
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Key-Words: Soccer; velocity, competitive season, sport training.
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Por conseguinte, nota-se que a atividade competitiva representa estímulo específico para o
desenvolvimento da velocidade dos futebolistas, o que supostamente, poderia influenciar as
respostas de indicadores funcionais de desempenho utilizados para monitoramento de períodos
de treinamento. De fato, Thiess et al. (2004) destacam que as competições têm como função
primordial promover e apoiar o desenvolvimento do rendimento dos desportistas. Nesta linha,
futebolistas profissionais brasileiros chegam a disputar 80 partidas por macrociclo de preparação,
podendo ocorrer variações conforme calendário da equipe ou dependendo dos resultados das
partidas e consequente classificação no campeonato. Em campeonatos da categoria Sub17 e
Sub20 de equipes brasileiras do estado de São Paulo, jovens futebolistas disputam de 30 a 40
jogos, de maneira, que tal número pode ser acrescido na medida do aumento de competições
secundárias ou propriamente de jogos amistosos. Possivelmente, o próprio conteúdo de
treinamento aplicado para os futebolistas de mesma equipe seja diferenciado em consequência
deste volume competitivo anual, já que nem todos atuam de maneira constante nos jogos.
Outros estudos têm demonstrado resultados de programas de treino para futebolistas
(KOTZAMANIDIS et al., 2005; CHRISTOU et al., 2006; IMPELLIZZERI et al., 2006; NUNEZ et al.,
2008; SPORIS et al., 2008; VENTURELLI, BISHOP e PETTENE, 2008), porém, não são
apresentadas evidências que expliquem a maneira como o volume competitivo da temporada
influencia as respostas do treinamento dos jogadores. A partir destes pressupostos, há
necessidade de verificar possíveis influências nas capacidades de desempenho durante a
sequência de microciclos de preparação, principalmente para a velocidade, já que é considerada
determinante para o futebol. Desta forma, o presente estudo busca relacionar as alterações da
velocidade no período competitivo com a participação de futebolistas durante os jogos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa de caráter correlacional, já que procurou-se entender a relação da
alteração da velocidade durante o período competitivo de treinamento com o volume competitivo
dos jogos. Os sujeitos da equipe investigada assinaram um termo de consentimento livre e
esclarecido, aprovado pelo Comitê de Ética Local, protocolo nº 43/08.
Amostra
A amostra foi composta por 17 futebolistas (16,3 ± 0,4 anos, 70,2 ± 6,1 kg, 176 ± 6,4cm) de uma
equipe masculina que participava do Campeonato Sub17 da Federação Paulista de Futebol em
2008, dos quais, todos tinham histórico de no mínimo um ano de treinamento sistematizado na
modalidade.
Desenho experimental
Os sujeitos foram analisados durante 17 semanas no período competitivo de treinamento. Foram
realizadas avaliações da velocidade em dois momentos distintos: no início e final das 17 semanas.
Foram observadas um total de 93 sessões de treinos. Além dos treinamentos, a equipe analisada
disputou 13 jogos oficiais e 2 não-oficiais no período competitivo. Cabe destacar que na semana
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Contudo, apesar de sua importância, não são encontrados estudos que considerem o conteúdo de
treinamento aplicado para futebolistas, relacionando com a participação em jogos durante a
temporada e, por consequência, possíveis respostas diferenciadas de indicadores de
desempenho. Por exemplo, Wong et al. (2010) observaram o efeito do treinamento de força em 51
futebolistas da categoria sub14. Wong et al. (2010) verificaram efeitos do treinamento intervalado
e força máxima em 39 futebolistas profissionais. Bravo et al. (2008) compararam o efeito do
treinamento intervalado com o método de repetição de sprints em 42 jogadores juniores. Hill-Haas
et al. (2009a) confrontaram as adaptações ocasionados por métodos de preparação gerais e
específicos em 19 jovens futebolistas australianos.
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11 não ocorreram treinamentos da equipe. O quadro 1 demonstra o desenho experimental do
estudo.
Quadro 1- Desenho experimental do estudo
Período
Competitivo
Semanas
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11*
12 13 14 15 16 17
Sessão de treino (n)
6
7
4
6
7
7
7
6
5
6
0
7
5
7
4
6
3
Avaliações
M1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
M2
Jogos Oficiais
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Paralisação
1
1
1
-
Jogos Não-Oficiais
1
1
-
-
-
-
-
-
-
-
Paralisação
-
-
-
-
Legenda:* Semana sem treinamento da equipe
Realizou-se o teste de velocidade em 10m (V10m) e 30m (V30m). A primeira distância representa
a capacidade de aceleração do futebolista e a segunda sua velocidade máxima, porém, ambas
são relativamente independentes (LITTLE, WILLIAMS, 2005), por isto a necessidade de observálas separadamente. A saída dos futebolistas no sprint ocorria a 0,3m anterior ao sistema de
fotocélulas, posicionando preferencialmente o pé dominante, conforme balizamentos descritos por
Young et al. (2001). Para a mensuração do tempo nos testes utilizou-se o sistema de fotocélulas
Velocity Test 6.0 CEFISE®. Cada sujeito realizou duas tentativas com intervalo de quatro a cinco
minutos de recuperação, considerando o melhor tempo alcançado. As medidas de velocidade
foram calculadas conforme a seguinte fórmula: Velocidade (m/s) = Distância Percorrida (m) ÷
Tempo (s). Para aplicação dos testes, foi padronizado o horário, condições ambientais,
avaliadores, vestimentas, local de realização e aquecimento. Todos os futebolistas da equipe já
possuíam conhecimento dos procedimentos adotados e familiarização com o teste utilizado.
Classificação do treinamento
Para classificação dos treinamentos, seguiu-se balizamentos descritos inicialmente por Gomes e
Souza (2008), em que caracteriza a predominância do sistema funcional (resistência aeróbia,
anaeróbia e especial) ou neuromuscular (coordenação motora, força, potência muscular,
velocidade e agilidade). A tabela 1 apresenta a descrição do sistema funcional e neuromuscular,
as capacidades biomotoras e meios e métodos utilizados nos treinamentos.
Tabela 1- Descrição dos meios e métodos utilizados para classificação do conteúdo de
treinamento conforme sistema funcional ou neuromuscular.
Sistema Funcional
i) resistência aeróbia: método contínuo com e sem variação de ritmo de baixa a moderada
intensidade, método intervalado extensivo com estímulos de duração maior que três
minutos;
ii) resistência anaeróbia: método intervalado, sprints repetidos com recuperação
incompleta (relação estímulo-pausa 1:1 ou 1:3) e corridas de alta intensidade (10s e 30s a
40s);
iv) resistência especial: treinamento em campo reduzido, treinamento coletivo,
treinamento tático e treinamento técnico global.
Sistema Neuromuscular
i) coordenação motora: exercícios de coordenação motora e treinamento técnico analítico,
ii) resistência de força: exercícios com pesos ou aparelhos de musculação com no mínimo
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Avaliação da Velocidade
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10 repetições, alta velocidade de execução, carga de 10 a 40% e 50 a 80% da máxima,
com recuperação menor que um minuto;
iii) força máxima: treinamentos com pesos ou em equipamentos de musculação com
cargas de alta magnitude (> 80%) número baixo de repetições (entre 1 e 8), com lenta
execução das repetições para os componentes neurais (1 a 3s) e musculares (4s a
6s), com intervalo entre séries de 2 a 6 minutos.
iv) potência muscular: treinamentos com pesos ou em equipamentos de musculação com
número baixo a moderado de repetições (entre 6 e 10), com rápida execução na fase
concêntrica e intervalo entre as séries > 3 minutos; corrida tracionada, saltos horizontais,
verticais, pliométricos, unilaterais e saltitos,
v) velocidade (a,b): a) capacidade de aceleração – método de repetição de sprints em
distâncias <20m com recuperação completa estímulo-recuperação 1:8, 1:10, 1:12, etc.); b)
velocidade máxima – método de repetição de sprints em distâncias >20m com recuperação
completa (; ambos utilizando corridas lineares, em aclive ou declive;
vi) agilidade: método de repetição de sprints com mudanças de direção, giros, frenagens,
com recuperação completa (estímulo-recuperação 1:8, 1:10, 1:12, etc.).
A partir disto, foi considerado o volume percentual dos meios e métodos de aperfeiçoamento das
capacidades biomotoras trabalhadas nas sessões de treinos no período observado (tabela 2).
Tabela 2- Distribuição percentual do volume das capacidades biomotoras trabalhadas durantes as
17 semanas observadas no período competitivo da equipe.
Sistema Neuromuscular (23,8%)
Resistência Resistência Resistência Resistência Coordenação Força Potência Velocidade Capacidade de
Agilidade
Aeróbia
Anaeróbia
Especial
de Força
Motora
Máxima Muscular
Máxima
Aceleração
2,6%
,9%
70,7%
9,4%
5,6%
0,0%
3,8%
1,6%
2,7%
0,7%
Contudo, cabe destacar que para os futebolistas que não participavam das partidas foram
ministradas sessões de treinamentos anteriores aos jogos da equipe. Tal fato ocorreu em 7 das 17
semanas do estudo, premissa não observada para as demais semanas. Estas sessões
apresentavam predominância do treinamento de resistência de força, seguido de exercícios
complementares de potência muscular e resistência aeróbia, conforme demonstra a tabela 3.
Tabela 3- Características das sessões de treinamentos ministradas aos futebolistas que não
participavam das partidas.
Parte principal
3 à 4 séries de 10 a 12 repetições, com intervalo de
recuperação de 15-30s entre as séries e 1min entre os
exercícios: cadeira flexora, cadeira extensora, leg press 45°,
Resistência
agachamento com barra livre, panturrilha no leg press
de Força
horizontal, supino reto na máquina, pulley costas, remada
baixa, peck deck invertido, rosca direta barra livre,
desenvolvimento posterior e extensão de cotovelos no pulley;
Potência 5 a 7 séries de 5-10 saltos verticais e 5-10 horizontais, com
Muscular 45s de recuperação entre as séries;
Exercícios
Complementares Resistência Corrida contínua com e sem variação de ritmo de baixa a
Aeróbia
moderada intensidade, com duração de 15 a 25 minutos.
Volume competitivo dos futebolistas
Durante as 17 semanas, a equipe analisada disputou 13 partidas oficiais do campeonato sub17 da
Federação Paulista de Futebol com 80 minutos de duração e duas partidas não-oficiais com
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Sistema Funcional (76,2%)
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duração de 80 e 90 minutos, caracterizando um volume competitivo total de 1210 minutos durante
o período analisado. Na tabela 4, pode ser verificada a participação dos futebolistas no volume de
competições disputadas durante o período competitivo observado.
Tabela 4- Participação dos futebolistas da equipe no volume de competições disputadas durante o
período competitivo.
Sujeitos
1
Participação no
Volume de
Competições (min)
Participação no
Volume de
Competições (%)
2
3
4
5
0 61 98 254 514
0
5
8,1
21
6
7
8
9
10
11
12
575
602
655
703
764
783 787 806
42,5 47,5 49,8 54,1 58,1 63,1 64,8
65
13
14
15
16
17
950 1063 1086 1094
66,6 78,5 87,9
89,8 90,4
Equipe
(n=17)
1210
minutos
100%
Os dados do estudo foram armazenados em banco computacional produzindo-se informações
tabulares e gráficas por meio do software Microsoft Excel 2007 for Windows® e pelo software
Statistical Package for Social Sciences versão 12.0 (SPSS 12.0). Foram utilizadas medidas de
centralidade e dispersão (valor mínimo e máximo, 1º e 3º quartil, mediana, média e desvio
padrão), bem como calculou-se o delta percentual da diferença entre início e final das 17 semanas
observadas para V10m (m/s) e V30m (m/s) para cada sujeito do estudo. A partir disto, verificouse sua relação com o volume competitivo disputado no período observado. Para isto, dada a
distribuição normal para cada grupo de dados verificados pelo teste de Shapiro-Wilk (n<50), foi
utilizada a correlação linear de Pearson, tanto para a variável V10m como V30m. Adotou-se
p<0,05 como nível de significância.
RESULTADOS
A partir dos dados coletados, na tabela 5 apresentam-se as medidas descritivas da velocidade
nas distâncias de 10m (V10m) e 30m (V30m) da equipe no início e final do período competitivo
observado.
Tabela 5- Medidas descritivas da velocidade (m/s) nas distâncias de 10m (V10m) e 30m (V30m)
no início e final do período competitivo.
Medida
V10m
V30m
Descritiva (m/s)
Início (m/s) Final (m/s) %Diferença
Início (m/s) Final (m/s) %Diferença
Valor Mínimo
4,59
4,46
-8,3
6,96
6,68
-6,0
1º Quartil
4,63
4,88
-3,1
7,09
6,86
-4,2
Mediana
4,85
5,10
1,8
7,21
7,04
-3,6
3º Quartil
5,03
5,41
8,6
7,39
7,25
-0,9
Valor Máximo
5,99
6,10
13,7
7,69
7,44
2,4
Média
4,96
5,10
2,9
7,25
7,05
-2,8
DP
0,4
0,4
6,7
0,2
0,2
2,3
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Análise Estatística
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Figura 1- Correlação linear de Pearson do percentual da diferença início-final para V10m com
percentual do volume competitivo dos futebolistas da equipe.
Por outro lado, na figura 2 é demonstrada a correlação linear de Pearson do percentual da
diferença início-final entre as 17 semanas para a variável V30m, com percentual do volume
competitivo dos futebolistas da equipe.
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Na figura 1 apresenta-se a correlação linear de Pearson do percentual da diferença início-final
entre as 17 semanas para a variável V10m, com percentual do volume competitivo dos
futebolistas da equipe.
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Figura 2- Correlação linear de Pearson do percentual da diferença início-final para V30m com
percentual do volume competitivo dos futebolistas da equipe.
Foi notada forte correlação positiva do percentual da diferença entre início-final para V10m (r =
0,811, r2 = 0,658, IC95% = 0,54 a 0,93, p<0,05) e moderada negativa para V30m (r = -0,598, r2 =
0,350, IC95% = -0,84 a -0,17, p<0,05), com o percentual do volume competitivo dos futebolistas
da equipe. Estes resultados sugerem que a maior participação dos futebolistas no volume
competitivo da equipe no período analisado relaciona-se com o aumento percentual no período
estudado para a variável V10m (figura 1), e diminuição para a variável V30m (figura 2), devido aos
valores das correlações encontradas.
DISCUSSÃO
A discussão do presente estudo pauta-se em dois principais direcionamentos: i) relação da
participação dos futebolistas durante os jogos com o percentual da diferença início-final entre as
17 semanas para as variáveis V10m e V30m e ii) diferenciação do conteúdo de treinamento dos
futebolistas atuantes e menos atuantes nas partidas, conforme percentual do volume competitivo
no período observado. A partir disto, os principais resultados apontam forte correlação positiva do
percentual da diferença entre início-final para V10m (r = 0,811) e moderada negativa para V30m (r
= -0,598), com o volume competitivo dos sujeitos durante os jogos. Por outro lado, foi verificado
que a característica da sessão de treinamento ministrada aos futebolistas que não participavam
das partidas (tabela 3) não se aproximava do estímulo vivenciado pelos jogadores durante os
jogos oficiais e não-oficiais da equipe no período observado.
Parece que os resultados encontrados para a variável V10m sustentam a especificidade das
adaptações ocasionadas pela atividade competitiva dos futebolistas para a velocidade, já que a
modalidade é caracterizada por deslocamentos curtos e acelerações com pequenas distâncias em
regime de velocidade, o que possivelmente implique na melhoria da capacidade de aceleração
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dos jogadores, principalmente no período competitivo de treinamento. De fato, durante as
partidas, a predominância de sprints ocorre em distâncias menores do que 20m (DI SALVO et al.,
2009). Em média, futebolistas realizam 100 sprints dos quais aproximadamente 65% não
excedem 16 metros (REILLY et al., 2000). Considerando que no período competitivo analisado os
sujeitos participavam de partidas oficiais com frequência de uma vez semanal, poderia esperar-se
que o próprio estímulo provocado pela atividade competitiva implicasse em efeito positivo para a
V10m, sobretudo para jovens futebolistas, já que apresentam maior reserva adaptativa em
consequência da sistematização do treinamento na modalidade (CHRISTOU et al., 2006;
VENTURELLI, BISHOP e PETTENE, 2008; WONG et al., 2010), como evidenciado pela
correlação encontrada na figura 1.
Já os treinamentos táticos têm por característica modelar situações de jogo e promover ações
individuais, setoriais e coletivas buscando desenvolvimento do nível de jogo na modalidade, seja
em relação aos adversários ou considerando as características dos jogadores da própria equipe.
Os treinamentos coletivos são realizados pelo confronto de duas equipes (titular e reserva) em
medidas de campos oficiais de futebol, não necessariamente envolvendo direcionamentos táticos
referenciados pelo treinador da equipe. Por outro lado, o treinamento técnico global envolve
situações de desenvolvimento de gestos técnicos dos futebolistas considerando oponentes e
sequência de ações do jogo. Por todo o exposto, torna-se importante entender que a capacidade
de aceleração em curto espaço de tempo em pequenas distâncias é essencial para o
desempenho na modalidade (CRONIN e HANSEN, 2006; HILL-HAAS et al., 2009a), estando
presente nas ações específicas do futebol. Era de se esperar, portanto, que a ênfase dada para o
treinamento da resistência especial e suas distintas metodologias de preparação implicasse nas
respostas encontradas para a variável V10m, como notado na tabela 5.
A partir disto, provavelmente o comportamento diferenciado das variáveis V10m e V30m nas 17
semanas observadas pode ser justificado pela especificidade dos treinamentos de resistência
especial realizados com bola, bem como pelo próprio volume de atividade competitiva dos
jogadores. De fato, ao ser analisado o conteúdo de treinamento ministrado a equipe, nota-se
predomínio do treinamento do tipo funcional em relação ao neuromuscular (tabela 2), o que
supostamente influencia negativamente o desempenho da velocidade dos futebolistas. Entretanto,
considerando os resultados encontrados para a variável V30m (r = - 0,598; figura 2), poderia
especular-se que a participação dos futebolistas no volume competitivo da equipe implicou em
diminuição do desempenho para velocidade máxima dos jogadores. Possivelmente, tal premissa
parece estar ligada a estrutura organizativa de preparação aplicada na equipe durante as 17
semanas observadas e, pelo fato, da V30m ser vivenciada em menor proporção por ações
específicas da modalidade. Porém, há necessidade de futuras pesquisas investigando tais
situações.
Outro ponto para explicação da correlação negativa encontrada para V30m estaria relacionado ao
valor do coeficiente de determinação (r2) encontrado para a diferença início-final das variáveis
V10m e V30m com o volume competitivo da equipe. De acordo com Thomas e Nelson (2007), o
coeficiente de determinação indica a porção da variância total em uma medida, que pode ser
explicada ou considerada pela variância em outra medida, sendo utilizado na interpretação da
significação de correlações. A partir disto, os resultados encontrados nas figuras 1 e 2 apontam
maior variação comum entre as variáveis V10m e volume competitivo dos futebolistas (r2 = 0,66;
Brazilian Journal of Biomotricity, v. 7, n. 2, p. 77-89, 2013 (ISSN 1981-6324)
Além disto, o conteúdo de preparação da equipe no período observado (tabela 2) demonstra
valores de 70,7% para o treinamento da resistência especial dos futebolistas, no qual envolve
treinamentos em campo reduzido, coletivos, táticos e técnico-global. Ocorre, também, que estes
treinamentos enfatizam ações específicas executadas pelos jogadores durante os jogos, como
deslocamentos curtos, acelerações, saltos, giros, mudanças rápidas de direção e paradas
bruscas. O treinamento em campo reduzido objetiva o desenvolvimento do controle da posse de
bola, respostas rápidas em conseqüência da dinâmica veloz do jogo, realizadas em alta
intensidade na procura da efetividade das ações executadas e no direcionamento dado pelo
treinador da equipe. Nesta linha, Hill-Haas et al. (2009b) demonstraram que os sprints realizados
em treinamentos de campo reduzido em média tem duração de 1,42 a 1,88s e distância de 6,3 a
9,2m, valores correspondentes com as características da variável V10m.
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Braz et al.: Relação entre velocidade e jogos de futebol
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66%), quando comparada a V30m (r2 = 0,35; 35%), o que demonstra maior associação dos
resultados da V10m com a participação dos jogadores durante as partidas.
Disto, há necessidade de entender que as variáveis controladas neste estudo (V10m e V30m) são
distintas manifestações da velocidade para futebolistas, exigindo particularidades diferentes
quanto a sistematização das sessões de treino, aspectos coordenativos, meios de preparação
específicos, distintos intervalos de recuperação e principalmente fatores relacionados a execução
de sprints destacados por Cronin e Hansen (2006) como, freqüência e amplitude de passadas,
tempo de contato com o solo, vetores de aplicação de velocidade (horizontal e vertical) e taxa de
produção de força inicial em deslocamentos de curta distância e consequente, manutenção
durante o movimento em maiores distâncias. Isto se justifica no estudo de Little e Williams (2005),
em que demonstraram que a capacidade de aceleração (V10m) e velocidade máxima (Sprint de
20m com aceleração prévia em 30m) são distintas manifestações da velocidade para futebolistas
profissionais, conclusões adotadas após consideração dos coeficientes de determinação
encontrados entre os testes (r2 = 0,39). O fato é que a capacidade de aceleração e velocidade
máxima são distintas manifestações da velocidade para futebolistas (CRONIN e HANSEN, 2006).
Para evitar tal disparidade, sugere-se que os estímulos empregados aos futebolistas com menor
participação nas partidas aproximem-se das ações executadas nos jogos. Com isto, a comissão
técnica conseguirá a manutenção da estrutura organizativa de preparação à longo prazo, evitando
disparidade entre os futebolistas da própria equipe. É importante para os treinadores terem a
disposição jogadores em plenas condições para substituírem os futebolistas que atuam
regularmente durante a temporada, já que há necessidade de manutenção de desempenho
durante todo o macrociclo de treinamento (BORIN et al., 2007; NUNEZ et al., 2008), comumente
tendo como duração 10 a 11 meses durante o ano (GOMES e SOUZA, 2008). De fato, equipes
com 15 a 20 jogadores de alto nível apresentam maior desempenho em competições de longa
duração (REILLY, 2005), que certamente são marcadas por adversidades como venda de
jogadores, lesões, suspensões, queda de desempenho, doenças, viagens longas, entre outros.
Considerando que o futebol é um desporto com extenso calendário competitivo e que cada equipe
conta com um grupo aproximadamente de 25 a 35 futebolistas, mesmo em categorias como Sub
17 e Sub 20, seria oportuno o desenvolvimento de desempenho dos jogadores da equipe
mantendo estrutura homogênea de preparação, situação não evidenciada no presente estudo. Em
consequência, sessões de treinamento que modelem a especificidade da atividade competitiva
dos futebolistas tornam-se imprescindíveis (BRAZ e BORIN, 2009), já que há necessidade de
especialização do desempenho em uma modalidade desportiva ao final da puberdade (GOMES e
SOUZA, 2008), o que justifica tal sistematização para os sujeitos analisados nesta pesquisa,
pertencentes a categoria Sub 17. Verkhoshansky (2001) afirma que o treinamento deve antecipar
constantemente, na dificuldade e variabilidade, de maneira repetitiva, as exigências específicas da
atividade competitiva, quanto ao condicionamento, a técnica, a tática e psiquicamente. Tal
situação não foi evidenciada no presente estudo (tabela 3), dada a estrutura de treinamento
adotada para os futebolistas que não participavam das partidas.
Além disto, constatou-se que em 10 das 17 semanas observadas não foram realizados sessões
de treinos para os jogadores que não participavam dos jogos, o que implica em três dias
consecutivos sem participação em treinamentos e sem qualquer estímulo específico a
modalidade. Aliada à carga específica ocasionada pelos jogos, este pode ser um fator ligado a
Brazilian Journal of Biomotricity, v. 7, n. 2, p. 77-89, 2013 (ISSN 1981-6324)
Por outro lado, a tabela 3 demonstra as características das sessões de treinamentos ministradas
aos jogadores que não participavam das partidas. Como pode ser notado, tais sessões não se
aproximavam das solicitações impostas pela atividade competitiva dos futebolistas. Ao observarse os meios e métodos de preparação utilizados verifica-se predomínio do treinamento de
resistência de força na parte principal, com exercícios complementares de potência muscular e
resistência aeróbia. Notoriamente, há distinção das cargas empregadas entre as sessões de
treinamento e os estímulos vivenciados durante os jogos. Com isto, é fato que o próprio conteúdo
de treinamento prescrito para os futebolistas de mesma equipe ocorra de maneira diferenciada, já
que durante a temporada competitiva alguns jogadores participam em maior proporção dos jogos,
como demonstrado na tabela 4 deste estudo.
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correlação positiva encontrada entre o percentual da diferença início-final da variável V10m (figura
1) com a participação dos jogadores no volume competitivo da equipe, já que a partir disto,
evidencia-se a competição como estímulo específico ao desenvolvimento da V10m, bem como
sua representatividade em relação ao volume de treinamento aplicado durante as 17 semanas.
Acerca disto, Ispirlidis et al. (2008) demonstraram que um simples jogo de futebol é capaz de
provocar queda de desempenho em indicadores neuromusculares (Squat Jump, Sprint 20m, 1RM)
e fisiológicos (Dano Muscular, Contagem de Leucócitos, CK, LDH, Cortisol e Citocina) após quatro
dias da participação na partida. Em conseqüência, há necessidade de entender que a maneira
como as comissões técnicas programam o período competitivo sofre influência direta do volume
de competições, principalmente centradas na recuperação pós-jogo dos futebolistas e, busca pela
homogeneidade do treinamento dos jogadores que não participam das partidas em relação aos
mais atuantes nos jogos. Neste sentido, os resultados do presente estudo justificam a premissa de
que o volume competitivo torna-se fator influente no desenvolvimento da velocidade dos
jogadores, principalmente em ações realizadas em pequenas distâncias e por breve período de
tempo, como é o caso da variável V10m, representativa da capacidade de aceleração dos
futebolistas.
APLICAÇÕES PRÁTICAS
A atividade competitiva de jogadores de futebol é caracterizada por manifestações da velocidade
motora, seja em sprints, mudanças de direção repentinas, paradas bruscas ou acelerações. O
presente estudo demonstrou que a maior participação dos futebolistas durante as partidas
implicam no desenvolvimento da variável V10m e diminuição para a variável V30m.
Estes achados confirmam que a atividade competitiva representa estímulo específico para o
desenvolvimento da capacidade de aceleração de futebolistas, não se confirmando para sprints
em maiores distâncias, como a V30m. Isto está condicionado ao conteúdo de treinamento
aplicado, bem como pelo menor volume de ações motoras em que a V30m ocorre durante
treinamentos com bola e a própria atividade competitiva dos futebolistas quando comparada a
V10m.
O conteúdo de treinamento analisado demonstrou disparidade entre as sessões de treinamento
aplicadas para os futebolistas que não participavam das partidas com o estímulo ocasionado
pelos jogos, o que dificulta a manutenção da estrutura organizativa de preparação das equipes
durante a temporada competitiva. Para os jogadores que não atuam, seria importante realizarem
sessões de treinamento similares a uma partida, já que se preparam em microciclos do período
competitivo com as mesmas características dos futebolistas mais atuantes.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a CAPES, ao CNPq, a PROSUP e a PIBIC pelas bolsas concedidas.
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Por outro lado, cabe destacar que não foram encontrados estudos que se atentassem para tais
situações em equipes de futebol, porém, considera-se tal entendimento de suma importância para
manutenção da estrutura organizativa de preparação dos futebolistas, bem como pela busca da
melhoria do desempenho. É fato que o volume competitivo disputado pelos jogadores influencia a
organização dos microciclos durante a temporada. Gomes e Souza (2008) entendem que a
organização dos treinos durante o período competitivo deve ser planejado para favorecer a
recuperação e supercompensação, permitindo assim, assegurar o melhor estado de prontidão
para o jogo e, consequentemente, para a melhora do rendimento durante a competição. A
preparação direta para jogos de futebol exige que o volume e intensidade de solicitação aos
jogadores seja reduzido anteriormente as partidas (ISPIRLIDIS et al., 2008) e posteriormente, há
necessidade de medidas regenerativas para recuperação dos futebolistas (REILLY, 2005).
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