Material apresentado
no encontro do dia 27/04/2013
CULTURA E TRANSCENDÊNCIA
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UM POUCO DE MEMÓRIA
Dia 21 de março, 19h, uma noite agradável, chegamos, um grande grupo, para mais uma
reunião promovida pelos dirigentes do Colégio São Vicente de Paulo – CSVP. Nela seria apresentada
a proposta de atualização do Projeto Político Pedagógico do CSVP. Muitos reencontros,
cumprimentos e conversas triviais, enquanto aguardávamos o início dos informes, a apresentação da
proposta. Até este momento, tudo tal como esperado...
As falas discorrem, as imagens provocam, as idéias inquietam... A apresentação esperada se
transforma em convite ao engajamento, ao início de uma trajetória... Para alguns, um convite a uma
grande aventura, um inusitado desafio: a construção coletiva do projeto político pedagógico do
CSVP!
E aqui estamos! Não nos apresentando, mas sim nos presentificando! Sem aligeiramentos, ao
contrário, nos detendo para dar lugar ao aprofundamento! Sem silêncios (salvo os de reflexão!), ao
contrário, dando lugar ao diálogo! Presentificamo-nos para tomar parte da história do CSVP, onde
trabalhamos, onde estudamos, ao qual confiamos a formação escolar de nossos filhos! E se manifeste
quem não carrega em si as memórias da sensação do trabalho cumprido, das brincadeiras de criança e
dos amigos de turma, da alegria de percebermos a felicidade de nossos filhos quando os observamos
no pátio do CSVP! Assim, nos damos conta da importância deste convite: as marcas deste projeto se
estenderão por vidas inteiras no entrelaçamento de trajetórias: nossas, como equipe; da instituição,
como espaço escolar; das gerações que por aqui passarem, como alunos e familiares. Damo-nos
conta, portanto, da coragem do desafio e da oportunidade única, da qual estamos protagonizando.
No mais, desejamos um excelente início de caminhada para todos! Nos encontramos a seguir,
convidando os demais grupos a compartilhar nosso olhar sobre a cultura e a transcendência e seu
enredamento nas múltiplas dimensões em que se expressam em nossos tempos – do indivíduo (eu e o
outro); das instituições (em especial, esta escola e as famílias); e da sociedade de forma mais
ampliada.
CULTURA E TRANSCENDÊNCIA
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Por um lado, vejo, em mim, a cultura que é minha e com a qual me reconheço e sou reconhecido;
ao mesmo tempo, vejo oportunidades de convívio e troca.
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Por um lado, vejo, em mim, que sou mudança e permanência; ao mesmo tempo, vejo que algo em
mim é árvore, algo é estação.
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Por um lado, vejo, em mim, que sou quem sou, que sempre estou; ao mesmo tempo, vejo que
algo em mim é solitário, algo quer comunhão.
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Por um lado, vejo, em mim, que sou o que sei e que sou o que ignoro; ao mesmo tempo, vejo que
algo em mim é sábio, algo anseia formação.
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Por um lado, vejo, em mim, que sou o único e o último; ao mesmo tempo, sou apenas mais um.
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Por um lado, vejo, no outro, a cultura do culto ao corpo; ao mesmo tempo, vejo esforços para
uma vida mais saudável.
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Por um lado, vejo, no outro, a cultura narcísica; ao mesmo tempo, vejo a cultura da alteridade.
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Por um lado, vejo, nas relações familiares, a cultura do divórcio e da dispersão família; ao mesmo
tempo, vejo a possibilidade de construção de famílias complexas, não convencionais, nas quais, o
que importa, são os laços de afeto.
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Por um lado, vejo, nesta escola, a cultura da alegria e do acolhimento vicentinos; ao mesmo
tempo, vejo dificuldades de comunicação e manifestações de fé acanhadas.
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Por um lado, vejo, nesta escola, a cultura da conexão e desconexão super valorizadas; ao mesmo
tempo, vejo os murais e corais.
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Por um lado, vejo, nesta escola, as tradições pastorais vicentinas; ao mesmo tempo, vejo o
desconhecimento das suas 5 Virtudes.
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Por um lado, vejo, na sociedade, a cultura da pluralidade das identidades; ao mesmo tempo, vejo
intolerância e violência nas relações.
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Por um lado, vejo, na sociedade, a cultura da vertigem tecnológica; ao mesmo tempo, vejo os
avanços das vivências virtuais com efeitos reais.
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Por um lado, vejo, na sociedade, a cultura das transformações aceleradas; ao mesmo tempo, vejo
que alguns valores devem permanecer.
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Por um lado, vejo, na sociedade, a cultura do individualismo; ao mesmo tempo, vejo esforços
pelo respeito às diferenças.
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Por um lado, vejo, na sociedade, a cultura da inovação para o consumo; ao mesmo tempo, vejo a
necessidade da cultura do cuidado.
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Por um lado, vejo, na sociedade, a cultura fragmentada; ao mesmo tempo, vejo que é também
diversificada.
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Por um lado, vejo, na sociedade, a cultura que é dispersiva e imediata; ao mesmo tempo, que
convive com a que lembra e inventa.
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Por fim, vejo, na sociedade, a cultura do excesso de valores; ao mesmo tempo, vejo a cultura da
escolha como possibilidade.
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