Revista da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica Ano III Nº 5 - Outubro de 2012 A Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade: Oportunidades e Desafios para os Órgãos Federais. O Emprego de Parcerias Público-Privadas em Projetos de Defesa. O Gerenciamento de Riscos Corporativos nas Organizações. EXPEDIENTE COMANDANTE DA AERONÁUTICA Ten Brig Ar Juniti Saito SECRETÁRIO DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA Ten Brig Ar Antonio Franciscangelis Neto VICE-SECRETÁRIO DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA Maj Brig Ar José Pompeu dos Magalhães Brasil Filho CONSELHO EDITORIAL Maj Brig Ar José Pompeu dos Magalhães Brasil Filho Cel Av Geraldo Ignachiti Filho REVISÃO Cel Av Geraldo Ignachiti Filho 1º Ten Ped Luciana Cristina Furlan CAPA E LOGOMARCA Hildegarde de Souza Macedo A Revista $EIVA é produzida e distribuída pela Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA), com o fito de divulgar e estimular ideias e trabalhos relativos à Execução Orçamentária, à Administração Financeira, à Contabilidade, ao Controle Interno e aos Contratos e Convênios. Toda matéria publicada por $EIVA constitui opinião pessoal dos seus autores, não expressando a posição da SEFA ou de qualquer outro escalão do Comando da Aeronáutica (COMAER). Nenhuma modificação em normas ou procedimentos é autorizada com base nos assuntos divulgados. A reprodução, total ou parcial, é permitida somente no âmbito do COMAER, desde que citada sua origem. As colaborações serão muito bem acolhidas, devendo-se enviar os originais ou mídias para o seguinte endereço: SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA INSTITUTO DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA - IEFA. ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS, BLOCO M, EDIFÍCIO ANEXO SEGUNDO ANDAR, BRASÍLIA – DF, CEP 70045-900 TEL: 61-3962-1409 / 61-3962-1531 EMAIL – [email protected] Sumário 30 41 46 37 49 04 | Mensagem do Comandante da Aeronáutica. 05 |Editorial. Espaço Entrevista 06 | Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo. A Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA) 11 | Missão, Visão de Futuro e Valores da SEFA. 12 | Estandarte e Distintivo. 13 | Breve Histórico de Sua Evolução. 17 | Homenagem aos que nos conduziram. 26 | Dica de Leitura Os livros: “Guia Prático do SIASG” e “O Brigadeiro Eduardo Gomes, trajetória de um herói”. 27 | SEFA em Flashes. Artigos 29 | Graduado, Praça e Servidor-Padrão. 30 | A Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade: Oportunidades e Desafios para os Órgãos Federais. 37 | O emprego de Parcerias Público-Privadas em Projetos de Defesa. 41 | O Gerenciamento de Riscos Corporativos nas Organizações. 46 | Educação a Distância, Tecnologia da Informação e Uma Nova Pedagogia Crítico-Reflexiva. 49 | Auditoria Operacional, Potencialização da Gestão. 52 | Secretaria em Imagens. Mensagem do Comandante da Aeronáutica antecessores e atuais integrantes dessa eminente Instituição. São eles os verdadeiros baluartes que compõem a equipe que trabalha perenemente a fim de proteger e contribuir com os interesses maiores do COMAER. Pessoas capazes de enfrentar os desafios diários e atender às especificidades dos serviços relativos à Contabilidade, à Administração Financeira, aos Contratos e Convênios e à Gestão Patrimonial. Nessa instigante trajetória, o inestimável apoio e a constante interação com os diversos Órgãos Federais, desde o seu nascimento, buscando sempre a excelência no desenvolvimento e na melhoria dos sistemas governamentais, deixam um magnífico exemplo de profissionalismo e maturidade na gestão dos recursos públicos. Trabalhando em perfeita sinergia, atores anônimos, fortemente comprometidos, fazem de suas vidas uma eterna busca do completo atendimento às necessidades das diversas Organizações da Aeronáutica, nos mais diversos rincões do imenso Brasil, pautando suas ações nos lídimos Princípios Administrativos da Legalidade e da Transparência. Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito Comandante da Aeronáutica A oportuna ideia de centralizar em um único órgão as crescentes e necessárias demandas pelo controle financeiro-contábil e pela Auditoria no âmbito do Ministério da Aeronáutica foi concretizada, em 13 de outubro de 1972, com a criação da portentosa Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. Nessa inolvidável data em que a SEFA completa 40 anos de valorosos serviços prestados à Aeronáutica e à Nação brasileira, tenho a grata satisfação de dirigir-me aos leitores da jovem Revista $eiva e, em especial, ao seleto efetivo dessa importante Organização. A esse distinto grupo, apraz-me expressar a satisfação e o orgulho de liderar abnegados homens e mulheres que dedicam os seus melhores serviços em prol do bom andamento dos assuntos econômico-financeiros do Comando da Aeronáutica. Hoje, a SEFA acumula uma lista de gloriosos feitos e realizações que somente podem ser mensurados se compreendermos o real valor, a persistência, o profissionalismo e a dedicação dos virtuosos Caros companheiros da SEFA! No transcurso de seus 40 anos, gostaria de parabenizar todos os militares e civis, do passado e do presente, que ajudaram a construir uma história repleta de sucesso e continuam a escrever belas páginas em prol do engrandecimento da Força Aérea Brasileira. Mantenham o espírito aguerrido que sempre permeou e continua a impulsionar os seus integrantes, emoldurado no sentimento do dever cumprido e no inexcedível amor à Pátria. Que cada ação continue a ter como principal objetivo o irrestrito apoio às Unidades Gestoras que vestem o nosso azul, trabalhando de forma silenciosa e idônea na invulgar arte da Administração Financeira e Contábil dos recursos colocados sob a responsabilidade do Comando da Aeronáutica. Por fim, tenham a certeza de que a dedicação de ontem e o profissionalismo do presente constituem o alicerce e a garantia da manutenção do elevado nível de prestação de serviço, projetando para o futuro o mesmo êxito que ora presenciamos. Parabéns! 04 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Editorial Tenente-Brigadeiro-do-Ar Antonio Franciscangelis Neto Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica. Mais um número da Revista $eiva é concretizado com a Edição Histórica comemorativa aos 40 anos de criação da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica, oportunidade em que, também, lançamos o Selo e o Carimbo comemorativos à tão marcante data. Nesta especial edição, registramos alguns dos pilares da estrutura da Secretaria, destacando a sua Missão, farol para a labuta diária; a Visão de Futuro, base para o planejamento estratégico; e os Valores que refletem o caráter da Instituição, regras de conduta e aspirações. Nesse sentido, ao destacar as simbologias do Estandarte e do Distintivo da SEFA, renova-se o compromisso de honrar as tradições, expressas em formas e cores que sintetizam os desígnios e os atributos da Organização. Apresentamos, ainda, um breve histórico dos quarenta anos de trabalho profícuo e da evolução da estrutura da Secretaria até a atualidade, produzido pelo Capitão Reformado Ivan Muniz de Mesquita, militar que há 36 anos labuta na Organização. Por meio de pesquisa realizada nos Livros Históricos da Secretaria, destacamos trechos de Ordens do Dia relativos aos aniversários passados da SEFA e às despedidas de Ex-Secretários, que ressaltam os valores e as ações implementadas para superar os desafios de então. Nele, também, fundamentam-se a dinâmica orçamentária estabelecida através dos anos, orientação segura para a atual e para as futuras gerações de membros da Secretaria, aos quais prestamos o nosso reconhecimento pela ajuda na construção das bases de uma Instituição profundamente respeitada, não apenas no seio da Força Aérea Brasileira, mas, também, nas mais diversas esferas governamentais. $eiva publica, ainda, os Artigos dos colaboradores, dentro do objetivo permanente de otimizar a gestão das Organizações Militares do Comando da Aeronáutica, destacando: as oportunidades e os desafios para os Órgãos Federais em consequência da convergência às Normas Internacionais de Contabilidade; a aplicação de Parcerias Público-Privadas em projetos de defesa; uma análise do Gerenciamento de Riscos Corporativos nas Organizações; uma reflexão sobre o Ensino a Distância e a Tecnologia da Informação e da Comunicação; e como a Auditoria Operacional pode contribuir para esse objetivo. Por fim, parabenizamos e enaltecermos todos os integrantes e ex-integrantes pelos 40 anos de silencioso e abnegado trabalho, que fizeram da SEFA uma Organização de Excelência, desejando, ainda, que a rosa dos ventos de seu distintivo continue a guiar as ações na rota de conquistas e glórias. ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 05 ESPAÇO ENTREVISTA | Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo é natural de Florânia - RN. Ingressou na Força Aérea Brasileira em 1º de março de 1967. Foi promovido ao atual posto em 31 de março de 2009. Possui 6000 horas de voo, sendo 1800 na Aviação de Caça. É líder de Esquadrilha da Aviação de Caça e Piloto Operacional de Transporte Aéreo. Dentre várias funções exercidas, podem-se destacar: Oficial de Informações e de Estatística, Chefe de Inspetoria, das Seções de Doutrina e Instrução e Comandante das Esquadrilhas Espadas e Ouros do 1º/4º Grupo de Aviação, Base Aérea de Fortaleza; Assistente do Comandante da Escola de Oficiais Especialistas da Aeronáutica e Chefe do Destacamento Regional de Aviação Civil, em Curitiba; Adjunto da Seção de Instrução do 1º/2º Grupo de Transporte, Base Aérea do Galeão; Adjunto da Seção de Operações do Comando de Transporte Aéreo - COMTA; Instrutor da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica; Oficial do Gabinete do Ministro da Aeronáutica, no qual exerceu os cargos de Chefe do Cerimonial, da Seção de Relações Públicas, Adjunto da Assessoria Parlamentar, Assistente do Chefe do Gabinete e Assistente-Secretário do Ministro de Estado da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Sócrates da Costa Monteiro; Comandante do Grupo de Transporte Especial; Chefe da Comissão de Implantação do Sistema de Proteção da Amazônia, na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; Chefe de Gabinete da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica; Chefe da Comissão Aeronáutica Brasileira, em Washington; Chefe da Seção de Planejamento Logístico do Estado-Maior da Aeronáutica; Chefe Revista $EIVA - Inicialmente, a Revista $EIVA sente-se honrada com a participação de Vossa Excelência, especialmente, por ser o idealizador desta Publicação, bem como pelo momento histórico em que se comemora o aniversário de 40 anos da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA). A experiência à frente de im- Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica do Subdepartamento de Desenvolvimento e Programas; Presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate; Chefe da Assessoria Parlamentar do Comandante da Aeronáutica; Comandante do Quarto Comando Aéreo Regional, em São Paulo; Chefe do Gabinete do Comandante da Aeronáutica; Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica. Atualmente, é o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica. portantes Organizações do Comando da Aeronáutica, especialmente desta Secretaria e do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Órgão de Direção-Geral do Comando da Aeronáutica (COMAER) - que estuda e encaminha soluções com vistas ao preparo para o emprego eficaz do poder aeroespacial, visando a garantir a soberania do espaço aéreo brasileiro - permite ao Senhor identificar, nas ações e prioridades atuais do EMAER, a busca desses objetivos? Ten Brig Ar Azevedo: Seguramente. Mas, antes de ater-me ao tema da questão, quero manifestar a alegria que me trouxe o convite para participar do Espaço Entrevista, porquanto este veículo de comunicação, há quatro anos, 06 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo representava apenas um sonho e, hoje, é motivo de regozijo saber que se transformou em uma realidade consolidada. Congratulações a todos que devotam suas energias para o sucesso de $EIVA. Voltando ao assunto central, quando se examinam as presentes ações do Comando, com foco na preparação da Força para sua missão precípua - defender e garantir a soberania dos espaços sobrejacentes ao nosso território e áreas de interesse - constata-se que estão na direção correta. Basta observar o enorme esforço que vem sendo despendido, desde a década de 90, para fortalecer os meios materiais - os grandes Projetos de aquisição (A-29 Super Tucano, o F-X2 em franco andamento, C-105 Amazonas, CH-60 Black Hawk, H-36 Caracal, AH-2 Sabre, CARAVAN), de modernização (P-3AM ORION, C-130 Hércules, C-95 Bandeirante, F–5M, A-1M, H-50), de recuperação e construção de instalações (a exemplo do Centro de Instrução e Adaptação de Oficiais da Aeronáutica - CIAAR), ademais agregando-se importantes investimentos destinados aos Próprios Nacionais Residenciais em apoio direto ao bem estar das famílias - dentre tantos outros. Do mesmo modo, medidas relevantes estão sendo implementadas nas áreas de formação, em especial no tocante aos aspectos de liderança, aprimorando e capacitando o magnífico universo dos profissionais, homens e mulheres, que integram com orgulho e muito gosto nossas fileiras. Desse conjunto harmonioso, deriva sim a identificação de que estamos no rumo certo, com apoio atento e constante dos órgãos governamentais, visando a construir soluções efetivas que nos assegurem condições propícias para prover plena segurança de controle e de defesa nos céus que emolduram o Brasil. Revista $EIVA - A grande amplitude e a singular diversidade dos assuntos tratados pelo EMAER atestam claramente a relevância de sua presença no dia a dia do Comando da Aeronáutica. O gerenciamento das missões de ensino; o apurado trato das questões inerentes ao relacionamento internacional; as análises e decisões sobre o emprego operacional da Força; a administração da logística, crucial elo nas ações militares; o delineamento orçamentário e o planejamento estratégico compõem o arcabouço de atividades do EMAER. Nesse contexto, pode-se afirmar que a atual estrutura do EMAER atende às demandas prioritárias da Força? Ten Brig Ar Azevedo: O Estado-Maior da Aeronáutica, por sua característica de ser um organismo de Direção-Geral, configura-se, realmente, como “sui generis”, porque a atuação permeia toda a estrutura do Comando da Aeronáutica: seja no campo administrativo, seja no plano operacional, ou nas matérias específicas de ensino, da ciência e tecnologia, da logística, da saúde, de assuntos externos, dos planejamentos orçamentários e dos projetos estratégicos de longa maturação. As seis Subchefias, coordenadas pela Vice-Chefia, apoiados por um efetivo Gabinete, que compõem o arcabouço regimental desta Organização, conduzidas sob a liderança de brilhantes Oficiais-Generais, “dão conta do recado” com louvor, conseguindo atender - de maneira ponderada, estudando em profundidade as questões, ouvindo e debatendo com os setores interessados - às complexas demandas submetidas aos exames pertinentes. Por outro lado, há toda uma carga de trabalho rotineiro que pressupõe res- | ESPAÇO ENTREVISTA postas tempestivas, quase sempre imediatas, a exemplo das “autorizações de sobrevoo”, dos pedidos de ajudas humanitárias, dentro e fora do Brasil, das emissões de pareceres que envolvem aspectos jurídicos sobre matérias de alto interesse da Força, neste caso, sempre contando com prestimoso suporte e subsídios da Consultoria Jurídica–Adjunta do Comando da Aeronáutica, a quem sempre rendemos homenagens. Tenho muita satisfação em atestar que o Estado-Maior da Aeronáutica reúne as melhores capacidades para responder à altura o que dele é esperado no âmbito da Alta Administração da Força. Revista $EIVA - No contexto econômico-financeiro do COMAER, a interação sinérgica entre o EMAER e a SEFA é traduzida numa política de sucesso, em que os recursos orçamentários são priorizados e controlados, buscando a sua otimização. Quais ações podem ser destacadas para esse sucesso? Ten Brig Ar Azevedo: Interessante verificar como o aprendizado, que advém da constante busca do aprimoramento, fruto da boa experiência, em conjunção com a política de continuidade administrativa, traço marcante na História do Comando da Aeronáutica, vêm rendendo maravilhosos frutos em nossa trajetória. Assim é que, até a década de 90, as atividades de planejamento e execução orçamentárias eram desempenhadas, ambas, dentro da estrutura da SEFA. Como disse, a experiência, no correr do tempo, consolidou o entendimento da conveniência de que as tarefas afetas ao Planejamento estariam mais bem colocadas no órgão que, por vocação e destinação regimental, incorporasse tal responsabilidade. Daí a razão pela ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 07 ESPAÇO ENTREVISTA | Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo qual, em perfeita harmonia, os trabalhos atinentes a essa esfera foram alocados a 5ª Subchefia, instituída no âmbito do Estado-Maior, à época, com tal objetivo. Hoje, transcorridos mais de dez anos, pode-se confirmar o acerto daquela decisão, porquanto fortaleceu as relevantes e necessárias interações com os órgãos de economia e finanças externos, além de facultar a aplicação de mecanismos precisos para a elaboração do Plano de Ação Anual do Comando, com especial atenção aos temas prioritários, bem como para o exercício eficaz do acompanhamento e controle da execução, em estreita colaboração com a Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. Revista $EIVA - O Governo Federal reservou parte do orçamento para custear o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), dando prioridade aos projetos afins nas mais diversas áreas. Dada a importância estratégica dos projetos do Comando da Aeronáutica, coordenados e priorizados pelo EMAER, o Senhor entende que a criação do PAC, voltado para Projetos Estratégicos de Defesa, pode assegurar fluxo financeiro consistente para o bom andamento e o êxito desses projetos? Ten Brig Ar Azevedo: O Programa de Aceleração do Crescimento tem por objetivo incrementar a atividade da economia do País, voltando-se para áreas específicas, em particular àquelas de cunho social, buscando, primordialmente, reduzir assimetrias nesse campo. Projetos estratégicos de defesa podem vir a ser objeto de análise dentro da ótica do PAC, conquanto representem investimentos que redundem na sustentação de empregos, nes- te caso de alta qualificação, cujos produtos tragam benefícios ao desenvolvimento do País. Numa primeira visão, os projetos KC - 390 (produção ora em curso, a cargo da EMBRAER, de uma nova aeronave de transporte e reabastecimento em voo, - com características duais - civil e militar) e o H-XBR (fabricação pela Helibras, no Brasil, de um helicóptero de grande porte, o EC-725, que já está sendo empregado pelas três Forças) são passíveis de exame pelos organismos que controlam as ações do PAC. Contudo, nesse cenário, vale salientar que os órgãos responsáveis pela confecção dos orçamentos da União, aí incluindo-se os Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e Fazenda, por intermédio das Secretarias de Orçamento Federal e do Tesouro Nacional, a Casa Civil da Presidência da República, o Ministério da Defesa e o Congresso Nacional, por meio da Comissão Mista do Orçamento, têm tido muito zelo com o andamento dos projetos estratégicos das Forças Armadas. De qualquer forma, atualmente, torna-se clara a percepção da sociedade de que o assunto defesa é responsabilidade de todos, exigindo, antes de tudo, apoio político para a consolidação da base industrial nacional de defesa, propulsora também do desenvolvimento sustentado, em proveito dos interesses do País. Revista $EIVA - O planejamento e a coordenação da aplicação dos recursos do COMAER é uma tarefa complexa, demandando atuação coordenada, precisa e oportuna, visando a racionalizar alocação dos recursos disponíveis. Nesse sentido, pode-se entender que o Plano Estratégico Militar da Aeronáutica é o reflexo de parte significativa desse trabalho? Ten Brig Ar Azevedo: Certamente. Nada mais adequado à aplicação racional dos recursos do que um bom planejamento. O Plano Estratégico Militar da Aeronáutica é o resultado de um formidável trabalho que teve início nos primórdios da década de 90 (já citei essa década umas três vezes, significando que foi uma fase de importantes evoluções, bastando lembrar a criação do Ministério da Defesa). A visão era, e continua a sê-lo, delinear, com a máxima precisão, a Força Aérea em todos os seus quadrantes. Naquela época, os idealizadores, que merecem grande apreço pela bela iniciativa, miravam o ainda distante alvorecer do século XXI; hoje, o Plano espraia-se pelos longes dos anos 2035. Mas o espírito continua o mesmo: definir necessidades, estabelecer prioridades, construir alternativas, determinar procedimentos que viabilizem os meios (recursos materiais e gestão de pessoas) para a consecução das metas atinentes ao Comando da Aeronáutica, sempre acompanhando a dinâmica da evolução tecnológica. Revista $EIVA - Observa-se a evolução dos recursos orçamentários destinados ao Comando da Aeronáutica nos últimos anos, bem assim um incremento da execução orçamentária. Pode-se afirmar que há uma sincronia de propósitos entre o Executivo e as ações do COMAER, refletindo-se na destinação de recursos compatíveis com as demandas dos projetos em andamento? Ten Brig Ar Azevedo: Como já foi possível afirmar, a relação profissional entre os órgãos da esfera governamental e o Comando da Aeronáutica ocorre no mais alto nível de consideração, entendimento e respeito mútuo. Os 08 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo números confirmam o sincronismo existente entre todos, quando são tratadas as demandas decorrentes dos programas e projetos, especificamente concernentes aos investimentos ora em andamento, entretanto cabendo ressaltar também os assuntos relativos às questões do custeio. Neste último e importante tópico, referimo–nos à vida das organizações, que representam o dia a dia, as contas dos serviços públicos, os compromissos com a manutenção das instalações, da comida nos refeitórios, do combustível e peças de reposição das aeronaves, dos armamentos e munições - compondo, em conjunto, instrumentos essenciais para o desempenho de nossas atividades finalísticas, a defesa da Pátria, e subsidiárias, estas correspondendo a um amplo leque de atuação em proveito da sociedade brasileira. Revista $EIVA - A concepção e o aprimoramento das matrizes doutrinárias que inspiram e norteiam os integrantes da Aeronáutica, em busca de seu objetivo de construir uma Força Aérea moderna e eficaz, que faça frente às novas realidades, têm sido o grande desafio do EMAER na atualidade. A Força Aérea é uma Arma Técnica que necessita estar atualizada. Dentro desse conceito, quais projetos ou ações estão sendo implementados pelo EMAER no sentido de buscar excelência nas ações? Ten Brig Ar Azevedo: A meta de alcançar “excelência nas ações”, - a condição plena para o desempenho da Missão da Força Aérea, “garantir a soberania do espaço aéreo, com vistas à defesa da Pátria”, coaduna-se com o desiderato da Visão desta Instituição, que propugna por um “estado futuro ambicioso”, mas de todo exequível por meio do esforço de todos - eis um compromisso perfeitamente identificado na Doutrina Básica da Força Aérea. Este documento, cuja 5ª Edição foi recentemente (junho de 2012) aprovada pelo Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica, estabelece propósitos, define rumos, determina procedimentos, enfim, expõe orientações norteadoras para o cumprimento das nossas obrigações constitucionais, sempre com foco nos interesses maiores do Estado brasileiro. Portanto, a Doutrina em vigor, no mesmo diapasão de outros documentos relevantes, a Política, a Estratégia, os Planos, que dão vida à Instituição, assegura-nos a certeza de que - seguindo a trilha dos antecessores, desde Alberto Santos-Dumont, lembrando de Eduardo Gomes, Nero Moura, Casemiro Montenegro Filho - as ações de comando em curso contribuem decisivamente para a edificação de uma Força Aérea moderna, capacitada, que não se acomoda com os êxitos, renova-se e re-energiza-se nos momentos adversos, segue seu grande destino, perfeitamente inserida no seio da sociedade que é, em última análise, sua razão de ser. Revista $EIVA - O EMAER é o órgão do Comando da Aeronáutica responsável pela coordenação dos trabalhos dos Adidos Aeronáuticos nos diversos países. Esse é um trabalho importante de diplomacia no campo militar, estreitando os laços de amizade, cooperação e profissionalismo entre esses atores. Quais experiências positivas podem ser destacadas nessa interação? Ten Brig Ar Azevedo: Nesse vasto e multifacetado campo de atividades, está consagrado entre as Forças Armadas de países amigos o exercício de traba- | ESPAÇO ENTREVISTA lhos denominados “Encontros Bilaterais”. Em tais eventos, os Chefes dos Estados-Maiores de ambas as Forças em questão presidem reuniões nas quais se estabelecem procedimentos conjuntos. Ali, aprovam-se intercâmbios nas mais diversas áreas - de tripulações operacionais, de instrutores de voo, de cursos, de eventos dedicados à saúde, à logística, além dos aspectos políticos e estratégicos inerentes ao nível dos interlocutores. Eis um robusto instrumento de entendimento no campo militar, altamente proveitoso para a aproximação entre Nações, gerando valioso enriquecimento profissional e profundos conhecimentos pessoais, que resultam em cooperação responsável e produtiva, resguardando-se os interesses mútuos. O Estado-Maior da Aeronáutica possui uma estrutura muito bem preparada, na 2ª Subchefia, para o desempenho dessa atividade, alicerçada em longa experiência desenvolvida no correr de sua rica História de construção de sólidos laços nas relações entre Forças Aéreas amigas. Revista $EIVA - Os sítios aeroportuários jurisdicionados ao COMAER são áreas de grande interesse econômico, atraindo a especulação imobiliária e investimentos em serviços e em apoio às atividades aeroportuárias. Nesse contexto, a atuação do EMAER é fundamental na utilização desse patrimônio. Qual a visão do EMAER quanto a essa relevante questão? Ten Brig Ar Azevedo: Este é um ponto muito interessante e de alta relevância. Para ilustrá-lo, cabe lembrar que o Comando da Aeronáutica tem sob sua jurisdição um expressivo patrimônio de Área da União: são aquelas onde se encontram as Es- ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 09 ESPAÇO ENTREVISTA | Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo colas, os Centros de Pesquisas e de Lançamento, as Bases Aéreas, os Parques de Material, os Depósitos, os Hospitais, os Campos de Provas e Treinamento, a Administração, os Aeródromos de desdobramento, dentre tantos outros, cujo propósito é permitir o pleno exercício de suas atribuições. A 4ª Subchefia do Estado-Maior incorpora, entre suas tarefas, a de gerenciar esse Patrimônio institucional, interagindo com os órgãos afins, em primeiro plano, a Secretaria de Patrimônio da União e seus organismos regionais, por intermédio dos Comandos Aéreos Regionais, mas também, nesse contexto, destacando-se a Secretaria de Aviação Civil e a Agência Nacional de Aviação civil, porque estes entes têm responsabilidades, como organismos reguladores, que dizem respeito ao uso correto da infraestrutura aeroportuária, em especial no caso dos aeródromos e aeroportos, eventualmente, compartilhados. Assim é que, no âmbito dessa matéria, conforma-se um trabalho contínuo para resguardar os interesses do Comando da Aeronáutica, construindo-se mecanismos que possam atender às demandas externas, quando legítimas e no interesse da sociedade, como um todo. Revista $EIVA - Dentro do arcabouço doutrinário de aplicação do Poder Aeroespacial, o EMAER, diuturnamente, aplica seus esforços no sentido de aprofundar-se nos temas relevantes do Comando da Aeronáutica. Esses temas têm resultado em iniciativas e mudanças de expressivo valor, contribuindo para o cumprimento eficaz da Missão da Força Aérea Brasileira que, cada dia mais, se destaca no cenário internacional como uma Força altamente treinada e à altura da grandeza do Brasil. Nesse sentido, que ações relativas à Gestão do Conhecimento estão sendo implementadas para preservar e transmitir esses conhecimentos? Ten Brig Ar Azevedo: Esta indagação remete-nos à reflexão sobre a importância de as organizações adotarem procedimentos que as permitam, ao longo do tempo, preservar e usufruir do conhecimento adquirido e, por ela lapidado, no âmbito dos seus afazeres. Assim, de modo semelhante ao que vem sendo perseguido pela SEFA, ou seja, exercer suas tarefas em ambiente que privilegia a Gestão dos Processos, o Estado-Maior também busca desenvolver mecanismos que proporcionem condições de cuidado com o conhecimento, sobretudo compartilhando-o, no tempo e no espaço, evitando-se o enclausuramento do saber. Em reuniões rotineiras semanais, ou sempre que questões mais complexas se impõem, todos os setores encontram-se em Reuniões presididas pelo Chefe, para tratar de Ensino, de Pessoal e Legislação, das Relações Externas e Inteligência, de Operações e Doutrina, de Logística, de Patrimônio, de Mobilização e Catalogação (a propósito, integra a estrutura organizacional do Estado-Maior o CECAT - Centro de Catalogação, responsável pela essencial atividade da acurada catalogação de material), do Planejamento Orçamentário e do Planejamento Estratégico da Força. O propósito é, como se fora um corte em clivagem, discutir, examinar em detalhe e deliberar sobre matérias que interferem profundamente na vida do Comando da Aeronáutica. Nesse contexto, discutem-se desde simples, peculiaridades, como aqueles próprios do Manual de Uniformes, recentemente re-editado em acompanhamento natural da evolução, a exemplo do advento das mulheres em nossos Quadros, até matérias de alta complexidade, como, por exemplo, elaboração de Requisitos Operacionais, que resultam das Necessidades Operacionais identificadas em todas as áreas do Comando, demandantes de ações tempestivas para atender ao inexorável evoluir da Força de Combate, “as asas protegem os céus do Brasil”. Eis a importância da Gestão do Conhecimento para o Estado-Maior. Revista $EIVA - Enfim, $eiva abre o espaço para as considerações finais junto aos leitores. Ten Brig Ar Azevedo: A esta altura, tão somente cabem palavras de agradecimentos pelo gentil convite, bem assim por toda paciência e cortesia dos leitores que me brindaram com suas atenções. Completo o pensamento congratulando-me com todos os integrantes da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica pelo brilhantismo do trabalho produzido, em especial no Instituto de Economia e Finanças da Aeronáutica (IEFA), responsável pela beleza que é esta Revista - $EIVA, que passou a configurar-se como guardiã do vasto conhecimento dessa Organização e, em benfazejo paradoxo, abrindo-o a quem quiser sorvê-lo, através das largas portas da Biblioteca Tenente-Brigadeiro-do-Ar João Camarão Telles Ribeiro, em justíssima homenagem a um Comandante que, desde os bancos escolares da Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena, nos ensinou a perseguir os caminhos da retidão e da liderança e a cultivar o saber. Parabéns pelos 40 anos de imensuráveis realizações e conquistas. Vida longa à SEFA e aos seus abnegados integrantes de ontem, de hoje e de todo o sempre! 10 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica Missão Gerenciar as atividades financeiras, contábeis e patrimoniais, com vistas à aplicação eficiente, eficaz, legal e econômica dos recursos alocados à Aeronáutica, contribuindo para o cumprimento da Missão do COMAER. Visão Ser reconhecida, no âmbito nacional, como uma Organização de excelência na gestão financeira, contábil, patrimonial e dos recursos públicos . Valores Ética Eficiência Legalidade Excelência Transparência Comprometimento com a Instituição Valorização e capacitação profissional ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 11 Estandarte da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica O Estandarte da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica foi aprovado pela Portaria nº 34/3SC2, de 22 de outubro de 1998, do Estado-Maior da Aeronáutica, tendo a seguinte descrição heráldica: Estandarte terçado em faixas, com a primeira faixa em jalne (amarelo), simbolizando a luz, a constância, o poder e a sabedoria, carregando em si o Emblema da Organização nas suas cores, próximo à haste do mastro. A segunda faixa apresenta-se em blau (azul celeste), representando o céu, simbolizando a justiça, o zelo, a retidão no dever e a dignidade. A terceira faixa apresenta-se sinopla (verde-escuro), cujo simbolismo é a liberdade, a força, a precisão e a honra, características, também, dos integrantes da Organização, criada em 13 de outubro de 1972. Contornam o Estandarte, nos seus três bordos livres, franjas em prata (branco). Emblema Designativo da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica A Portaria nº 022/SEFA, de 13 de outubro de 1998, aprovou o Emblema Designativo da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica, tendo a seguinte descrição heráldica: Escudo português com o che- fe em blau (azul cerúleo), tendo em si, em prata (branco), a sigla “SEFA”, Organização criada em 13 de outubro de 1972. Campo partido em pala e dividido em faixas. À destra da pala, apresenta-se em jalne (amarelo), o símbolo do Comando da Aeronáutica, contornado por quatro estrelas em prata (branco). Todo o conjunto lembra alguns atributos da insígnia do Secretário de Economia e Finanças. A sinistra apresenta-se em sinopla (verde-escuro), e nela inserem-se duas setas em jalne (amarelo), em sentidos opostos e em perspectiva, representando as atividades da Administração Orçamentária e Financeira. Entre as setas, encontra-se uma moeda em jalne (amarelo), estampando, na face anterior, um caduceu (cetro de Mercúrio). A moeda simboliza a atividade econômica e o caduceu, a atividade Contábil. O esmalte verde simboliza a fertilidade do solo nacional, sobre o qual se assentam as bases do controle econômico-financeiro. A faixa apresenta-se em blau (azul cerúleo), lembrando o céu, onde se encontra uma rosa-dos-ventos em jalne (amarelo) e sable (preto), caracterizando a atividade de Auditoria, na missão de verificar e orientar, percorrendo os quatro cantos cardeais. Contorna o escudo um filete em prata (branco). 12 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • SEFA, BREVE HISTÓRICO DE SUA EVOLUÇÃO Ivan Muniz de Mesquita* Assessor Jurídico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica A Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA), anteriormente denominada Secretaria-Geral da Aeronáutica (SGA), originou-se da fusão da Inspetoria-Geral da Aeronáutica, pertencente ao Estado-Maior da Aeronáutica e da Comissão Gerencial de Fundos Especiais (COGEFE), subordinada diretamente ao Ministro da Aeronáutica. A COGEFE tinha por finalidade o planejamento, a administração e a aplicação de recursos dos Fundos Aeronáutico, Aeroviário e de Saúde, enquanto que a Inspetoria-Geral tinha por missão principal fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros, orçamentários e extraorçamentários1 do então Ministério da Aeronáutica. A Secretaria-Geral da Aeronáutica, SGA – foi criada pelo Decreto nº 71.245, de 13 de outubro de 1972 e teve seu regulamento aprovado pelo Decreto nº 71.730, de 18 de janeiro de 1973, a qual, dois anos mais tarde, teve sua denominação alterada para a atual, ou seja, Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA), conforme consta do Decreto nº 75.355, de 5 de fevereiro de 1975, denominação pela qual é conhecida até os dias atuais. Ainda no dia 5 de fevereiro de 1975, pelo Decreto nº 75.354/75, foram criadas as Secretarias Regionais de Economia e Finanças da Aeronáutica, atualmente denominados Serviços Regionais de Economia e Finanças – SEREF’s - hoje num total de sete, os quais têm sede, respectivamente, nas cidades de Belém, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Manaus, com atuação na área geográfica jurisdicionada ao respectivo Comando Aéreo Regional - COMAR. Esclareça-se que o Decreto nº 91.082, de 12 de março de 1985, revogou, equivocadamente, o Decreto nº 75.355, de 5 de fevereiro de 1975, quando deveria ter revogado o de número 75.354, da mesma data, que trata dos SEREF´s, conforme Diário Oficial da União de 20/02/1975, Seção 1, página 2087 (Retificação)2. Os Serviços Regionais de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEREF’s) têm por finalidade a coordenação regional das atividades de administração financeira, contabilidade e auditoria, no âmbito dos respectivos Comandos Aéreos Regionais, estando, sistemicamente, vinculados à Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica3 e subordinados administrativamente ao respectivo Comando Aéreo Regional (COMAR). Os SEREF’s constituem-se em uma espécie de ”braço longo da SEFA”, controlando e inspecionando as Unidades jurisdicionadas, reportando-se à SEFA, nos assuntos de natureza sistêmica, por meio de relatórios periódicos previstos nas Instruções do Comando da Aeronáutica (ICA)4. Por se constituírem em um elo do Sistema de Controle, quando julgado necessário pelo Órgão Cen- * O autor é Capitão Reformado do Quadro de Oficiais de Administração da Aeronáutica, formado pela antiga Escola de Oficiais Especializados e de Infantaria de Guarda – Curitiba – PR, ex-chefe da antiga Divisão Administrativa da SEFA (hoje, GABSEFA). Atualmente, é Assessor da Assessoria de Normas e Assuntos Jurídicos da SEFA (ANAJ). 1 Na época, os recursos dos Fundos não eram orçamentados, ou seja, eram contabilizados separadamente; portanto, não compunham o Orçamento Geral da União (OGU). 2Cf. http://www2.camara.gov.br/legin/decret/19770-1979/decreto 75354-5-fevereiro-1975-4. Acessado em 25/08/2010. 3 Decreto nº 75.355, de fevereiro de 1975. 4 Cf. ICA 174-1/2007 - Anexo BBB ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 13 tral de Controle Interno da Aeronáutica (SEFA), os SEREF’s podem participar de Equipes de Auditorias da SEFA, principalmente, em Unidades das suas respectivas jurisdições. CONSTITUIÇÃO ORIGINAL DA ANTIGA SGA Nos termos do Art. 4º do seu primeiro regulamento - Decreto nº 71.730, de 18 de janeiro de 1973 – a Secretaria-Geral da Aeronáutica (SGA) apresentava a seguinte constituição: Secretário-Geral; Subsecretaria de Administração Financeira; Subsecretaria de Contabilidade; Auditoria; Assistente Jurídico; Seção Administrativa; e Secretaria do Conselho Superior de Economia e Finanças da Aeronáutica. O Decreto nº 71.730/73, que aprovou o primeiro Regulamento da SEFA, previa que o Secretário-Geral deveria ser Oficial-General do Corpo de Oficiais da Aeronáutica, da Ativa, do Posto de Major-Brigadeiro5, e que os Subsecretários seriam Oficiais-Generais do Posto de Brigadeiro. A AMPLIAÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DA SEFA A partir de 1983, a Auditoria, que tinha um status de Divisão, foi elevada ao nível de Subsecretaria, com a denominação de Subsecretaria de Auditoria (SUAUD), diretamente subordinada ao Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica. Em 03 de agosto de 1987, pela Portaria nº 687/GC-3, a estrutura da SEFA foi significativamente ampliada, com a criação da Subsecretaria de Planejamento e Contratos (SUPLAN), que se originou da Divisão de Planejamento do Estado-Maior da Aeronáutica e da Divisão de Contratos e Convênios da própria SEFA, tendo por atribuições principais a elaboração do planejamento orçamentário, eco- nômico e financeiro do Ministério da Aeronáutica, o acompanhamento de sua execução, bem como a manutenção do registro e do controle dos contratos e convênios firmados pelo Ministério da Aeronáutica, inclusive aqueles relativos a financiamentos externos. Tal situação perdurou até o ano de 2000, quando, por decisão do Exmo. Sr. Comandante da Aeronáutica, foi desativada a SUPLAN, tendo, em consequência, o Planejamento Orçamentário voltado para o âmbito do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), e a Divisão de Contratos e Convênios passado a ser subordinada à Subsecretaria de Administração Financeira (SUFIN)6. Em 2008, a SEFA voltou, novamente, a contar com a Subsecretaria de Planejamento e Contratos (SUPLAN), conforme Decreto S/Nº, datado de 13 de março de 2008, publicado no DOU nº 51, de 14 de março de 2008, a qual tinha como atribuições, dentre outras, a coordenação e o acompanhamento da execução orçamentária, a manutenção do registro, do controle e do acompanhamento dos contratos e convênios firmados pelo Comando da Aeronáutica, inclusive aqueles relativos a financiamentos externos. A Portaria nº 131/GC3, de 4 de março de 2010, que aprova o novo Regulamento da SEFA, incluiu, na sua estrutura organizacional, uma Vice-Secretaria (VISEFA) e criou a Subsecretaria de Contratos e Convênios (SUCONV)7. Dessa forma, o Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica, além da Vice-Secretaria, conta com quatro Subsecretarias8, com as seguintes atribuições: - Subsecretaria de Administração Financeira (SUFIN)9: a programação e execução financeira; o controle, a administração e a aplicação dos recursos do Fundo Aeronáutico; a descentralização de créditos; e o acompanhamento da execução do Plano de Ação. - Subsecretaria de Contabilidade (SUCONT)10: o acompanhamento contábil da execução orçamentária, financeira e patrimonial das Unidades Gestoras; o acompanhamento da situação econômico-financeira das entidades 5 Atualmente o Chefe da SEFA é Oficial General do posto de Tenente-Brigadeiro-do-Ar, seu Vice-Secretário é um Major-Brigadeiro-do-Ar e os Subsecretários são Brigadeiros. 6 Cf. Portaria nº 66/GC3, de 9 de fevereiro de 2000. 7 Portaria nº 4/SEFA, de 30 de abril de 2010. 8 DOU nº 51, de 14 de março de 2009. 9 Cf. Art. 7º da Portaria nº 66/GC3, de 9 de fevereiro de 2000. 10 Ibidem, Art. 8º da Portaria nº 66/GC3, de 5 de fevereiro de 2000. 14 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • vinculadas; e a coordenação das atividades de Contabilidade de Custos, no âmbito do Comando da Aeronáutica. - Subsecretaria de Auditoria (SUAUD)11: o cumprimento do Plano Anual de Auditoria; o acompanhamento e a avaliação de gestão relacionados ao desempenho das Unidades Gestoras e das entidades vinculadas, bem como a verificação da exatidão e da suficiência dos dados referentes à admissão de pessoal e à concessões de reformas, aposentadorias e pensões, no âmbito do Comando da Aeronáutica. - Subsecretaria de Contratos e Convênios (SUCONV)12: analisar, coordenar e controlar contratos, convênios e acordos ou ajustes de interesse da Aeronáutica, conforme dispõe o Regulamento da SEFA e o respectivo Regimento Interno. No final dos anos 80, início da década de 90, outros órgãos de menor porte foram criados, alterados e/ou ativados como, por exemplo, a antiga Seção Administrativa, posteriormente transformada em Divisão Administrativa, que foi substituída pelo atual Gabinete do Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica (GABSEFA). Tal alteração foi proposta durante a gestão do autor à frente àquela Divisão, tendo o referido autor a honra de chefiá-la por mais de cinco anos. Posteriormente, foram criadas outras Divisões, subordinadas ao GABSEFA, como a de Apoio e a de Recursos Humanos (extintas), a Administrativa, na sua acepção atual. As antigas Assessorias Jurídica (AJUR) e de Normas (ANOR) foram aglutinadas, dando origem à atual Assessoria de Normas e Assuntos Jurídicos (ANAJ)13, subordinada diretamente ao Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA). Estão subordinadas, também, ao Secretário, a Assessoria Especial e Econômica (AESP), a Assessoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (ASTIC), bem como as Seções de Controle Interno (SCI), de Comunicação Social (SCS) e de Inteligência (SINT). A Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica – SEFA é a Organização do Comando da Aeronáutica (COMAER), prevista no Decreto nº 6.834, de 30 de abril de 2009, alterado pelo Decreto Nº 7.809, de 20 de setembro de 2012, que tem por finalidade desempenhar as atividades de execução orçamentária, administração financeira e contabilidade, relativas aos recursos de qualquer natureza do COMAER, interagindo com o Sistema de Administração Financeira Federal e de Contabilidade Federal do Poder Executivo Federal nos assuntos concernentes ao Comando da Aeronáutica. Há de se notar que, do ponto de vista da sua estrutura organizacional, a SEFA cresceu muito ao longo da sua profícua trajetória, tornando-se uma Organização de escol pela qualidade dos serviços que presta às Organizações do COMAER, graças à excelência e ao profissionalismo de seus componentes. Como é de reconhecimento do público usuário dos serviços desta Organização, vale enfatizar que a Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica tem cumprido com eficiência e eficácia as suas atribuições, desde a sua criação, nunca deixando de apoiar todas as Unidades Gestoras da Aeronáutica, fato este reconhecido não só pelas altas autoridades da Força Aérea Brasileira, mas, também, pelos Ministérios da área econômica do Governo Federal. ESTRUTURA BÁSICA ATUAL DA SEFA Em decorrência das mudanças verificadas ao longo da existência da SEFA, a sua estrutura foi influenciada pela dinâmica organizacional imposta e pelo acréscimo das atribuições que lhe foram confiadas, fatos que geraram as necessárias adaptações das carências de recursos humanos e dos meios materiais imprescindíveis para atender à atividade-fim da Organização. Em consequência, aquela constituição originária, estabelecida no seu primeiro Regulamento, teve que ser ampliada. Ou seja, além do Secretário da SEFA, esta dispõe, atualmente, dos seguintes órgãos, digamos, de STAFF: POSIÇÃO INSTITUCIONAL E MISSÃO BÁSICA DA SEFA 11 Veja-se o Art. 9º da Portaria nº 66/GC3, de 5 de fevereiro de 2000. 12 Cf. Portaria nº 4/SEFA, de 30 de abril de 2010. 13 Cf. Portaria nº 4/SEFA, de 30 de junho de 2010, que aprova o Regimento Interno da SEFA. ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 15 Vice-Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica (VISEFA); Subsecretaria de Contabilidade (SUCONT); Subsecretaria de Administração Financeira (SUFIN); Subsecretaria de Auditoria (SUAUD)14, que, de acordo com Decreto Nº 7.809, de 20 de setembro de 2012, se transformará no Centro de Controle Interno do COMAER, unidade setorial da Secretaria de Controle Interno do Ministério da Defesa, que compete planejar, dirigir, coordenar e executar as atividades de controle interno, no âmbito do Comando da Aeronáutica; Subsecretaria de Contratos e Convênios (SUCONV); Gabinete do Secretário (GABSEFA); Assessoria de Normas e Assuntos Jurídicos (ANAJ); Assessoria Especial e Econômica (AESPE); Assessoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (ASTIC); Instituto de Economia e Finanças da Aeronáutica (IEFA); Seção de Comunicação Social (SCS); Seção de Controle Interno (SCI); e Seção de Inteligência (SINT). CONCLUSÃO É relevante ressaltar que a Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica surgiu no contexto do “Brasil Grande” dos anos 70, cresceu em estrutura e importância para a consecução dos objetivos do Ministério/ Comando da Aeronáutica, principalmente no que concerne ao cumprimento de sua Missão primordial que é: desempenhar as atividades de execução orçamentária, administração financeira e contabilidade, relativas aos recursos de qualquer natureza do COMAER, interagindo com os Sistemas de Administração Financeira Federal e de Contabilidade Federal, do Poder Executivo Federal, nos assuntos concernentes ao Comando da Aeronáutica, contribuindo para o cumprimento da Missão do Comando da Aeronáutica, no esforço conjunto hodierno de construção desse grande Brasil. Como se pode observar, a SEFA é uma Organi- zação dinâmica e atuante que, sob o comando dos Oficiais-Generais abaixo mencionados e a colaboração de todos os seus antigos e novos integrantes, tem executado, executa e sempre executará com eficiência, o importante papel que lhe é atribuído, em prol da Força Aérea Brasileira, de modo a possibilitar o cumprimento da destinação constitucional da Aeronáutica, como Força Armada. A SEFA teve como primeiro Chefe o Major-Brigadeiro-do-Ar Sylvio Gomes Pires, de saudosa memória. A ele seguiram-se, até o momento (2012), mais de dez Secretários de Economia e Finanças da Aeronáutica, conforme relação mencionada a seguir, onde constam os nomes de todos os Secretários, bem como os respectivos períodos de gestão de cada um deles à frente desta importante Organização da Aeronáutica. Desde a sua criação, ocuparam o cargo de Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica os Excelentíssimos Senhores: Maj Brig do Ar Sylvio Gomes Pires - 25 Abr 1973 a 02 Dez 1975; Brig Eng Josué Rubens Mil-Homens Costa – Interino - 02 Dez 1975 a 25 Nov 1976; Maj Brig Eng Josué Rubens Mil-Homens Costa - 25 Nov 1976 a 09 Abr 1981; Maj Brig do Ar Fred Dália Hofmann - 09 Abr 1981 a 08 Abr 1983; Brig do Ar Tabyra de Braz Coutinho – Interino - 08 Abr 1983 a 02 Ago 1983; Maj Brig do Ar Tabyra de Braz Coutinho 02 Ago 1983 a 03 Dez 1985; Ten Brig do Ar Fred Dália Hofmann - 03 Dez 1985 a 24 Set 1987; Ten Brig do Ar Lélio Viana Lôbo - 24 Set 1987 a 17 Ago 1989; Ten Brig do Ar Murillo Santos - 17 Ago 1989 a 06 Abr 1990; Maj Brig do Ar José Elislande Bayo de Barros - 06 Abr 1990 a 12 Abr 1991; Ten Brig do Ar Mauro Jose Miranda Gandra - 12 Abr 1991 a 07 Ago 1992; Ten Brig do Ar João Felippe Sampaio de Lacerda Júnior - 07 Ago 1992 a 04 Abr 1995; Ten Brig do Ar Egon Reinisch - 04 Abr 1995 a 09 Dez 1996; Ten Brig do Ar Marcus Herndl - 09 Dez 1996 a 15 Abr 1999; Ten Brig do Ar Fernando de Almeida Vasconcellos - 15 Abr 1999 a 07 Ago 2001; Maj Brig do Ar Neimar Dieguez Barreiro - 07 Ago 2001 a 24 Nov 2005; Ten Brig do Ar Neimar Dieguez Barreiro - 25 Nov 2005 a 08 Abr 2009; Ten Brig do Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo - 08 Abr 2009 a 20 Abr 2012. Atualmente, comanda esta Organização o Ten Brig do Ar Antonio Franciscangelis Neto, tendo assumido o referido cargo em 20 de abril de 2012. Brasília, 21 de setembro de 2012. 14O Decreto nº 7.809, de 20 de setembro de 2012, alterou o de nº 6.834, de 30 de abril de 2009, que versa sobre a estrutura regimental do COMAER, para instituir o Centro de Controle Interno da Aeronáutica em substiuição à atual Subsecretaria de Auditoria da Aeronáutica (SUAUD). 16 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Homenagem aos que nos conduziram O seu legado é a nossa história antes do seu encaminhamento ao Tribunal de Contas da União, estabelecendo importante marco das ações institucionais de Controle Interno da Secretaria. Durante o período que esteve à frente da Secretaria, capitaneou iniciativas que elevaram o nome e as responsabilidades da Instituição, deixando registrado, nas páginas da História da Secretaria e da Aeronáutica, sua marcante passagem como primeiro Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica. Em 02 de dezembro de 1975, passou o cargo de Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica ao Brigadeiro-Engenheiro Josué Rubens Mil-Homens Costa, deixando a Secretaria para assumir, logo em seguida, já como Tenente-Brigadeiro-do-Ar, o cargo de Diretor-Geral do Departamento de Aviação Civil. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. Major-Brigadeiro-do-Ar Sylvio Gomes Pires 25/04/73 - 04/12/75 O Major-Brigadeiro-do-Ar Sylvio Gomes Pires foi nomeado para o Cargo de Secretário-Geral da Aeronáutica após deixar o Cargo de Diretor de Administração do Pessoal. A sua História profissional no período, à frente da Secretaria-Geral da Aeronáutica, confunde-se com a própria História da Secretaria, estabelecendo as bases para suportar os futuros encargos e responsabilidades desta grandiosa e importante Instituição. A Secretaria-Geral da Aeronáutica foi criada pelo Decreto nº 71.245, de 13 de outubro de 1972, tendo a sua denominação alterada para Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica, pelo Decreto nº 75.354, de 05 de fevereiro de 1975, com a Missão de Superintender, no âmbito do então Ministério da Aeronáutica, as atividades de programação financeira, administração financeira, contabilidade, auditoria e a de integrar, como Órgão Setorial, os sistemas correspondentes da Administração Federal. Pelo Decreto nº 71.246, de 13 de outubro de 1972, foi criado o Conselho Superior de Economia e Finanças (CONSEFA), destinado a assessorar o Ministro da Aeronáutica nos assuntos econômico-financeiros, nas atividades de Planejamento, Orçamentação, Administração Financeira, na Administração do Fundo Aeronáutico e de outros Fundos Especiais. Antevendo a necessidade de centralizar os assuntos do Setor de Economia e Finanças da Aeronáutica, cumpriu a Missão de estabelecer as bases normativas para suportar as demandas cada vez mais crescentes para o Setor. De acordo com a Portaria GM6, de 09 de julho de 1973, por delegação de competência, recebe a tarefa de emitir pronunciamento sobre as Tomadas de Contas dos Ordenadores de Despesa e demais Agentes da Administração, Major-Brigadeiro-Engenheiro Josué Rubens Mil-Homens Costa 04/12/75 - 09/04/81 Discurso Histórico de Despedida da SEFA e da Aeronáutica (09/04/81) “Ainda nos recordamos quando fomos movimentados para o Estado-Maior da Aeronáutica, no nascimento do Plano Plurianual, para os primeiros contatos com a área financeira. Há mais de doze anos, já surgiam ideias novas, capazes de sensibilizar as autoridades, diante do então contínuo e acentuado declínio dos recursos próprios do Ministério da Aeronáutica. Designado, posteriormente, para a tarefa de criação do ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 17 Homenagem aos que nos conduziram Conselho Geral de Economia e Finanças (COGEFE), a ele nos dedicamos com afinco e denodo, juntamente com outros companheiros, na missão precípua de captar mais e auxiliar a Administração na execução de seus grandes projetos. Aquela Comissão foi o germe da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA), tanto na identificação de problemas e áreas suscetíveis de aperfeiçoamento, quanto na revolução de formas de palavras, onde a agilidade do trato e a imediata decisão foram fatores preponderantes. Na criação da SEFA, ampliaram-se os horizontes. A ela contribuíram de forma preponderante: as atividades de Contabilidade, com seus elevados objetivos de tudo registrar, classificar contas e servir de base segura e importante elo ao Sistema Federal; a Auditoria, com sua árdua e difícil missão de fiscalizar, emprestando a esta um nobre sentido de auxiliar e orientar as Organizações, na busca do melhor caminho, dentro da complexa legislação aplicável; a Administração Financeira tentando melhor administrar a escassez de recursos, diante das crescentes necessidades das Organizações Militares. Acreditamos que a SEFA não decepcionou, pois tem realizado o seu propósito de obter recursos financeiros para a Aeronáutica, assistindo às Organizações Militares e Empresas vinculadas, e oferecido tranquilidade à Administração Superior. Dela saímos certo de que não há horizonte fechado ao esforço e à inteligência humana. Procuramos no nosso trabalho desenvolver o amor pelas coisas da FAB, nunca lhes emprestamos indiferença, pois os maus podem tornar-se bons, enquanto que dos indiferentes nunca se extrairá bondade. Por trinta e quatro anos de serviço ativo, aprendemos com mestres, superiores e subordinados, dos quais jamais nos esqueceremos. Ficam, também, na lembrança os companheiros que o destino antecipadamente levou. Ao encerrar nossa carreira militar, temos as mãos vazias de riquezas materiais. Entretanto, estamos certos que a prática das virtudes primordiais é muitíssimo importante e estas a FAB nos ensinou: • a Honra, sem o que a vida militar não teria significado; • a Bondade, sem a qual a melhor inteligência e o maior poder militar poderiam tornar-se agentes funestos e destruidores; • o Amor à Verdade e à Justiça, sem o que não poderia haver uma caserna segura e feliz; • a Coragem e a Generosidade, porque coragem é a força do coração e a crença de que a decisão não pode ser retardada, e esta, sem generosidade, não teria significado humano; • a Diligência, que é a constância e atenção no labor, Prontidão e Zelo, qualidades sem as quais a atividade se dispersaria em trabalho inútil e, finalmente • a Liberdade e a Disciplina, que não se controvertem, ao contrário, equilibram-se e completam-se, porque, sem Liberdade, é licença a desordem”. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. Major-Brigadeiro-do-Ar Fred Dália Hofmann 09/04/81 - 08/04/83 e Tenente-Brigadeiro-do-Ar Fred Dália Hofmann 03/12/85 - 24/09/87 Discurso Histórico da 1ª Despedida da SEFA (08/04/83) “O que mais gratifica um profissional é o resíduo de ensinamento que sempre adquire no desempenho de suas atribuições. A vida profissional no Ministério da Aeronáutica oferece aos seus servidores, quer civis ou militares, campos heterogêneos de atuação que proporcionam, àqueles que por eles passam, atos e fatos em dosagens adequadas para conhecer continuamente, mais aprimorado para o desempenho das funções relevantes em sua estrutura. Sem sombra de dúvidas, hoje ao transmitir as responsabilidades da SEFA, posso assegurar que neste Órgão angariei a maior soma de ensinamentos diversificados da Administração em todos os seus aspectos. Os processos de acompanhamento contábil, de Administração Financeira e de Auditoria são como espelhos a refletir, com presteza e verdade, a pulsação administrativa das diferentes Organizações do Ministério. A análise conjunta do cotidiano desses setores, mostra-nos a imagem sempre atual de nossos administradores e de como eles veem, continuamente, evidenciando uma evolução positiva nos seus sistemas de acompanhamento e controle do patrimônio, dos recursos financeiros e dos meios de pessoal de que dispõem. A excepcional ideia de colocar em um só órgão o controle financeiro-contábil e a Auditoria ensejou ao administrador da Aeronáutica a possibilidade de, com sua visão global, poder, de maneira mais segura e adequada, empregar os recursos postos à sua disposição. Para isso, é justo que se reconheça, como imperativos maiores: a clareza, a pontualidade e a veracidade das informações a serem ofe- 18 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Homenagem aos que nos conduziram recidas. Elas não poderiam ter essas qualificações se não fossem trabalhadas, analisadas e descortinadas por uma equipe do mais alto gabarito. Foi uma equipe desse jaez que encontrei quando cheguei à SEFA. com os ensinamentos dos anos de labuta e a orientação segura dos meus antecessores, Majores-Brigadeiros Sílvio Gomes Pires e Josué Rubens Mil-Homens Costa, pude, nos anos da minha gestão, superar os difíceis e continuados períodos de crise econômica pelos quais, ainda, atravessa a Nação. Perseverança, honestidade de propósito, proficiência, criatividade e dedicação estiveram sempre presentes nas ações de todos os que compuseram o efetivo da SEFA. A todos, deixo o meu mais profundo reconhecimento e os meus melhores agradecimentos por tudo que fizeram para possibilitar o exercício da Missão que me foi confiada. Ressalto que todo esse esforço não teria qualquer sucesso se a Secretaria a e da área econômico-financeira do Governo a compreensão dos seus problemas e o atendimento sempre cortês e com a devida presteza de suas pretensões”. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. entendo ser do Ministro e do Alto-Comando da Aeronáutica. Busquei sempre a justiça. Jamais me preocupei em compor a imagem de simpático ou agradável. Procurei tratar com seriedade a coisa pública. E, ao passar o cargo de Secretário, posso dizer, com orgulho e envaidecido, que não fiz nem recebi favores pessoais. Agradeço a confiança das autoridades que me designaram para tão importante cargo, que nele me mantiveram, e cujo indispensável apoio, estimulado pela compreensão, jamais me faltou. Agradeço às autoridades da área econômico-financeira, e aos seus assessores, o tratamento, o apoio e a compreensão que dedicaram a mim e aos meus auxiliares nas frequentes negociações em busca de aporte de recursos financeiros para o Ministério da Aeronáutica. Agradeço o acato e a compreensão dos Agentes Diretores das diversas Organizações Administrativas do Ministério da Aeronáutica, os quais souberam administrar com sobriedade recursos escassos para necessidades abundantes. Agradeço, por último, mas não com menor empenho, a cooperação que tive dos meus assessores. Do soldado mais moderno ao Oficial General mais antigo, passando pelos Civis competentes e prestimosos. Cada um contribuiu com a parcela de esforço anônimo, mas consciente da enorme responsabilidade que lhe pesava sobre os ombros: a de que à SEFA lhe é negado o direito de errar. Dada à complexidade, cada vez maior, dos assuntos econômico-financeiros, impõe-se a necessidade de maior interação no âmbito do sistema. Daí a tendência de crescimento da SEFA, com a absorção de novos e maiores encargos. Ao entregar os destinos da SEFA ao Tenente-Brigadeiro-do-Ar Hofmann, eu o faço confiante e feliz pela certeza de que estarão em mãos seguras, apontando para um futuro promissor”. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. Major-Brigadeiro-do-Ar Tabyra de Braz Coutinho 08/04/83 - 03/12/85 Discurso Histórico de Despedida da SEFA (03/12/85) “O desempenho do cargo de Secretário de Economia e Finanças foi, antes de tudo, uma tarefa extremamente gratificante. Não chegou a ser árdua, nem penosa, graças à compreensão e ao apoio das autoridades e à dedicação da equipe que comandei, a qual jamais mediu esforço ou mesmo sacrifício para o cumprimento das obrigações impostas pelos serviços. A minha gestão foi concebida e orientada no sentido de dar às atividades da SEFA um cunho eminentemente técnico. Aqui não se faz política, atribuição que Tenente-Brigadeiro-do-Ar Lélio Viana Lôbo 24/09/87 - 17/08/89 ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 19 Homenagem aos que nos conduziram Discurso Histórico de Despedida da SEFA (17/08/89) “Em nosso Ministério, sedimentamos, em trabalho árduo, o funcionamento, em todas as nossas Unidades Gestoras, em número de 100, do Sistema Integrado de Administração Financeira – SIAFI que, realmente, tem se constituído em valioso instrumento gerencial, promovendo simplificação e integração dos procedimentos, maior velocidade na condução das ações financeiras e, acima de tudo, uma grande transparência na gestão dos recursos, acoplado ao SIAFI. Estamos iniciando a implantação de um novo sistema – o SIDOR, Sistema Integrado de Dados Orçamentários, que representa um importante avanço no processo orçamentário. Desejamos ressaltar o elevado nível de entendimento que mantivemos sempre com a Secretaria de Orçamento e Finanças da SEPLAN, com a Secretaria do Tesouro Nacional, com o Tribunal de Contas da União e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, além de outros órgãos da área econômica federal, que foram essenciais para o desempenho das atividades da SEFA, num período em que as restrições orçamentárias e as dificuldades financeiras foram uma constante, além de um significativo volume de mutações em toda a legislação específica. Todo esse contexto levou-nos à revisão e à atualização de métodos e processos, com novos conceitos e filosofias de trabalho. Estamos muito avançados nesse processo de transição, buscando nos adequar-nos, o mais rapidamente possível, às novas condições; fizemos muito, mas há um longo caminho a percorrer, sobretudo no que concerne à conscientização dos gestores. Vivemos tempos difíceis, que exigiram e que continuam a exigir de todos nós muito trabalho, muita dedicação, muita pertinácia e, acima de tudo, muito profissionalismo na administração de recursos tão escassos. Não menos importante é o trabalho coordenado e harmonioso com o Estado-Maior da Aeronáutica e com os Órgãos Setoriais. Aos companheiros da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica, das Secretarias Regionais de Economia e Finanças e das Comissões Aeronáuticas no exterior, os verdadeiros artífices de todo trabalho realizado, os nossos mais profundos agradecimentos”. O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Murillo Santos assumiu o cargo de Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica em substituição ao Tenente-Brigadeiro-do-Ar Lélio Viana Lôbo, no dia 17 de agosto de 1989, permanecendo na Secretaria por um breve período de oito meses. Sua gestão à frente da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica foi marcada por mudanças significativas nos campos político e econômico do País, necessitando de permanente interação e estreitamento de laços com os demais órgãos do Governo Federal, na busca contínua por recursos para atender as demandas cada vez mais crescentes do então Ministério da Aeronáutica. Em 06 de abril de 1990, transmitiu o cargo de Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica ao Major-Brigadeiro-do-Ar José Elislande Bayo de Barros, sendo indicado para assumir o cargo de Comandante-Geral de Apoio. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. Tenente-Brigadeiro-do-Ar Murillo Santos 17/08/89 - 06/04/90 20 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Homenagem aos que nos conduziram Tenente-Brigadeiro-do-Ar José Elislande Bayo de Barros 06/04/90 - 12/04/91 Tenente-Brigadeiro-do-Ar Mauro José Miranda Gandra 15/04/91 - 07/08/92 Ordem do Dia Histórica, alusiva ao 18º Aniversário da SEFA (13/10/90) SEFA – A Intendência Estratégica da Aeronáutica “Hoje, 13 de outubro de 1990, a nossa Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica completa dezoito anos de existência. Foi um período de grandes embates, no qual aqueles que nos antecederam buscaram, pelo seu trabalho e dedicação, colocar esta Secretaria no elevado nível em que ela se encontra, como Órgão responsável que é, pela condução das ações econômicas e financeiras do Ministério da Aeronáutica. Nesta data, mercê de enormes dificuldades que a conjuntura nos impõe, verificamos, com orgulho, que a abnegação e o alto grau de profissionalismo dos componentes da SEFA permitem que a nossa Missão seja cumprida de maneira a minimizar os impactos de uma situação economicamente adversa. Assim, companheiros de labuta, militares e civis, não serão pelas dificuldades que o nosso ânimo se abater-se-á, posto que, pelo contrário, são as tais dificuldades que aguçam o nosso denodo e a nossa criatividade. Nesse sentido, cientes de que há ainda um longo caminho a percorrer, na busca incessante de nossa maior eficiência, em meio à crise, prosseguimos no caminho que visa ao melhor desempenho das ações de nossa competência. Parabéns, Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica”. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. “Para um Oficial Aviador, assumir o cargo de Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica pode representar um desafio, mas, sobretudo, motivo de grande apreensão. Afinal, trata-se de função burocrático-administrativa, na qual o titular é o responsável final pela macro gestão econômica e financeira do Comando da Aeronáutica, assim como, pelas atividades de auditoria interna de toda a Organização. Causa espécie, ainda, às pessoas menos afeitas aos meandros da organização administrativa castrense, ver um Tenente-Brigadeiro-do-Ar exercendo tal cargo. No meu caso, o Cargo de Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica, como outros cargos de igual responsabilidade, representava um grande desafio, mas não me trazia grande apreensão. Por já haver chefiado a Comissão Aeronáutica Brasileira na Europa – CABE, na cidade de Londres, organização encarregada das compras do Comando da Aeronáutica nas empresas sediadas na região europeia, cheguei ao cargo, relativamente à vontade. A CABE, além de suas atividades de procura e compra de material aeronáutico, é a responsável pela gestão de grandes somas de recursos financeiros, em variados países europeus, lidando, portanto, com vasta gama de moedas. Na SEFA, o titular conta com a expertise de equipe altamente especializada, cabendo-lhe, tão somente, dar o toque de sensibilidade para as questões de natureza aeronáutico-militar, e com as quais o grupo de especialistas não estivesse totalmente familiarizado. Considere-se que o Secretário é o elo com o Alto-Comando da Aeronáutica. Como fato marcante de minha gestão, lembro-me da negociação com o Ministro da Economia de então, Embaixador Marcílio Marques Moreira, hoje, meu amigo pessoal. ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 21 Homenagem aos que nos conduziram Tratava-se do relending de US$ 400 milhões para a EMBRAER, recursos que, embora não resolvessem os problemas financeiros da empresa, eram absolutamente necessários para que ela continuasse a honrar os seus compromissos naquele ano de 1991. Creio que, decorrente desta importantíssima negociação veio-me a ideia de cunhar a expressão: SEFA – A INTENDÊNCIA ESTRATÉGICA DA AERONÁUTICA, título deste breve e despretensioso artigo”. Rio de Janeiro, agosto de 2012. • Estímulo aos nossos oficiais a aprimorarem-se na arte de bem administrar, proporcionando-lhes cursos de extensão acadêmica, tanto no Brasil como no exterior. O tempo talvez não tenha sido suficiente para atingirmos, na sua plenitude, os nossos objetivos. Temos, porém, a consciência tranquila de havermos tentado o máximo dentro da nossa capacidade. Apesar dos enormes obstáculos que certamente ainda teremos de vencer, vejo hoje que estamos adentrando novos caminhos, onde o desânimo, o pessimismo e a tristeza deram lugar ao entusiasmo, ao otimismo e a alegria”. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. Tenente-Brigadeiro-do-Ar João Felipe Sampaio de Lacerda Junior 07/08/92 - 04/04/95 Discurso Histórico de Despedida da SEFA (04/04/95) “Ao assumirmos a Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica, entendíamos que a luta seria árdua e que qualquer insucesso de nossa equipe agravaria, em muito, o futuro já pouco promissor. Sabíamos que o otimismo poderia não ser a solução, porém tinhamos a certeza de que o pessimismo, este sim, poderia agravar, ainda mais, a nossa já difícil situação. Baseado nessa premissa é que norteamos as metas que deveriam conduzir os futuros passos da SEFA, quais sejam: • Motivação dos agentes responsáveis pela administração, por meio de palestras e conferências, para o gerenciamento eficiente e eficaz dos bens públicos; • Reformulação dos programas de auditoria, tornando-os instrumento de real valor não só do Controle Interno, mas, principalmente, no processo de aprendizagem dos ordenadores de despesas e seus auxiliares; • Incentivo aos nossos agentes públicos a não só abolirem o desperdício, como também, através de orientações, visando ao reaproveitamento racional das disponibilidades das Organizações Militares na geração de recursos financeiros para a sua própria utilização; e Tenente-Brigadeiro-do-Ar Egon Reinisch 04/04/1995 - 09/12/1996 Mensagem alusiva aos 40 anos da SEFA “No momento em que a Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica completa 40 anos de dedicação à Força Aérea Brasileira e ao País, agradeço a oportunidade que me é concedida de escrever algumas linhas, e o faço com grata satisfação, como registro do período que passei à frente dessa valorosa Instituição. Inicialmente, gostaria de ressaltar que as dificuldades foram bastante significativas, pois, após décadas de convivência com elevadas taxas de inflação, que impediam um planejamento econômico-financeiro duradouro, a Economia brasileira começou a reaprender a lidar com uma unidade monetária de grande estabilidade. Tratou-se de um processo penoso e da maior complexidade: haveria de se mudar hábitos, conceitos, mentalidades e cultura inflacionária arraigados por gerações. Este rearranjo na estrutura econômica nacional provocou desequilíbrios na distribuição dos escassos recursos da União, privilegiando, por vezes, algumas áreas em detrimento de outras. 22 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Homenagem aos que nos conduziram Foram consequências naturais do processo de reorganização das contas públicas, em que a Nação ainda estava por definir suas prioridades maiores, na superação dos óbices mais evidentes. Apesar de a Administração Econômico-Financeira da Aeronáutica ter sido muito difícil e arduamente trabalhosa, podemos afirmar que foi, também, gratificante, pois, além de me proporcionar uma notável experiência em área na qual nós aviadores somos pouco afeitos, apresentou aspectos definitivamente positivos, tais como: • O estreitamento dos laços com o Tribunal de Contas da União; • A convivência diuturna com a excelente, ética e profissional equipe da SEFA; • O emprego correto dos recursos por nossas Organizações Militares, levando a bom termo a Missão; • O inestimável apoio dos integrantes do Alto-Comando da Aeronáutica, os quais facilitaram sobremaneira o cumprimento da missão da SEFA, dignos de minha gratidão e perene amizade; • A oportunidade da inserção de todos os recursos do Fundo Aeronáutico no Sistema de Administração Financeira (SIAFI); • A viabilização, com o trabalho incansável do Comandante do VI COMAR e o apoio profissional do alto escalão da SEFA, da concretização do Projeto do Gama, empreendimento habitacional de mais de duas mil residências, em área ociosa do Ministério da Aeronáutica, localizada no Sítio do Gama, em Brasília, destinadas aos militares e civis da Aeronáutica, com o apoio financeiro do Banco Real. Processo iniciado quando tive a honra de comandar o VI COMAR, e hoje, uma inconteste realidade; e • As orientações seguras e os estímulos dos Ministros Mauro José Miranda Gandra e Lélio Viana Lobo. Mas a SEFA não é só Orçamento, Créditos e Numerário. Esta é apenas a parte mais laboriosa e estressante de nossa Secretaria, por depender de outros órgãos da Administração Federal. A SEFA é, também, o Órgão Central de Controle da Aeronáutica e, por consequência, tem uma visão abrangente e pormenorizada dos problemas das Organizações da Aeronáutica, buscando corrigi-los e dar-lhes soluções adequadas. A SEFA firmou-se, outrossim, ao longo dos anos, como Centro de excelência, conhecimento e disseminação nas áreas de Economia, Finanças, Auditoria e Contabilidade e de toda a extensa Legislação pertinente à Administração Pública, em especial, da Aeronáutica. Por toda essa variedade de atribuições e competências, do mais alto nível, parabenizo os militares e civis da nossa SEFA que, irmanados em um desafio incessante e árduo, propiciaram os resultados obtidos em seus 40 anos. Conclamo a todos que nela labutam a continuarem a dar o máximo de si, como sempre o fizeram, para prestar o ade- quado assessoramento econômico-financeiro ao Comando da Aeronáutica, que lhe permita, cada vez melhor, cumprir sua nobre Missão. Que possam as dificuldades atuais embasar o advento de dias melhores para a Força Aérea Brasileira”. Rio de Janeiro, junho de 2012. Tenente-Brigadeiro-do-Ar Marcus Herndl 09/12/96 - 15/04/09 Discurso Histórico de Despedida da SEFA (15/04/99) “Os sonhos, as esperanças e os desejos de uma Força Aérea melhor equipada e adestrada, compatível com as dimensões e potencialidades de nosso País, transitam pela longa avenida do dever ser, uma via ainda em projeto. Somos obrigados, então, a utilizar uma bem mais modesta, a do poder ser. Ligando as duas, com uma capacidade atual bem reduzida, uma ponte denominada orçamento, onde por vezes, os sinais de tráfego, conhecidos por crédito e numerário, não estão sincronizados com o fluxo das nossas necessidades. Ocorrências periódicas inesperadas e imprevisíveis no espaço econômico no qual trafegamos, na forma de legislações limitantes, constituem-se verdadeiras lombadas restritoras, que tanto confinam o trajeto da execução da nossa Missão, trajeto dos mais complexos, pois envolve a manutenção da soberania do espaço aéreo brasileiro, a garantia da segurança e da proteção ao voo a quem nele viaja e o cumprimento das diversas missões constitucionais e complementares que nos são atribuídas. As incertezas atuais de um mundo globalizado e sem fronteiras econômicas têm lançado o Brasil na busca de uma estabilidade mais consistente após a recente crise que vivenciamos. Como consequência, as significativas reduções orçamentárias, notadamente nas áreas de projetos e atividades para onde migram obrigações e no grupo de Despesa de Pessoal e Encargos Sociais, forçaram uma grande reformulação do planejamento do Ministério da Aeronáutica, ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 23 Homenagem aos que nos conduziram postergando várias de suas metas prioritárias e reduzindo a realização de suas atividades básicas. Todos esses fatos influenciaram, sobremodo, a concepção e o gerenciamento econômico do Ministério da Aeronáutica, exigindo atualização permanente e uma maior precisão no seu direcionamento e controle. Esse é o intricado cenário no qual atua a SEFA como órgão de Direção Setorial do Ministério da Aeronáutica em sua ação de Planejamento Orçamentário, Administração Econômico-Financeira, Contabilidade e Auditoria, o que, em síntese, significa a transformação das metas e das necessidades da Aeronáutica em realidade possível, consoante à conjuntura econômica e à Política de Economia e Finanças traçada pelo Ministério”. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. Aérea que precisava crescer e modernizar-se para continuar cumprindo a sua Missão Constitucional. Apesar da tensão existente em alguns setores, decorrente das dificuldades em atender a um sem número de demandas com recursos cada vez mais escassos, era excepcional o ambiente de companheirismo, responsabilidade e espírito de corpo que caracterizava o grupo de excelentes profissionais selecionados para servir nessa Organização de escol. No ano seguinte, o nosso Comandante conseguiu sensibilizar o Presidente da República acerca das graves carências, as quais passava a nossa Força Aérea Brasileira, tendo sido aprovado, em julho de 1999, o Programa de Fortalecimento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. As reuniões e as tratativas com representantes dos Ministérios envolvidos logo tiveram início, bem como a seleção, pelo Estado-Maior da Aeronáutica, (EMAER), dos equipamentos que atenderiam aos requisitos estabelecidos pelo Comando-Geral do Ar (COMGAR), atual Comando-Geral de Operações Aéreas. Ocorreram, também, os encontros com as instituições financeiras interessadas no financiamento das aquisições e os passos seguintes que levaram à autorização, pelo Senado, de um financiamento externo. Em 2001, foram adquiridos, com recursos disponíveis, dez C-130 (Hércules) da Força Aérea Italiana. Posteriormente, foi dado sequenciamento, pelas Administrações seguintes, às providências citadas no parágrafo anterior, o que redundou na fabricação dos A-29 (ALX), na aquisição dos P-3A (Orion) e dos C-105 (Amazonas) e na expectativa de modernização dos F-5 (Tiger II) e dos A-1 (AMX). No momento em que a SEFA comemora 40 anos, gostaria de parabenizar a todos aqueles que ajudaram a construir e que continuam a labutar nesta exemplar Instituição da Força Aérea Brasileira: Parabéns SEFA!” Rio de Janeiro, agosto de 2012. Tenente-Brigadeiro-do-Ar Fernando Almeida de Vasconcellos 15/04/99 - 07/08/01 A SEFA na Virada do Milênio “A minha assunção da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA) ocorreu no dia 15 de abril de 1999. Já no final do mesmo mês, numa sexta-feira, realizou-se a reunião de confraternização na qual eram comemorados promoções e aniversários do efetivo da Secretaria. Poucos minutos antes do seu início, a tensão pairava no ar, pois ainda não havia a autorização e a liberação dos recursos necessários, pelos órgãos governamentais responsáveis, para fazer face ao pagamento do pessoal daquele mês. Preocupava-me a perspectiva de ter que avisar ao Ministro da Aeronáutica (o Ministério da Defesa ainda não existia) que ocorreria atraso no referido pagamento. Recebi naquele momento a notícia de que os recursos haviam sido liberados, graças às intensas negociações de um dos nossos representantes, junto aos órgãos responsáveis. Foram dias marcados por intensas negociações e muito esforço, em que a busca por recursos sempre foi uma preocupação maior para atender às demandas de uma Força Major-Brigadeiro-do-Ar Neimar Dieguez Barreiro 07/08/01 - 24/11/05 Tenente-Brigadeiro-do-Ar Neimar Dieguez Barreiro 24/11/05 - 08/04/09 24 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Homenagem aos que nos conduziram Ordem do Dia Histórica, alusiva ao 35º Aniversário da SEFA “O culto às tradições é a essência da valorização da História de um povo. Cataloga os fatos mais marcantes ocorridos, de geração em geração. É a base que sustenta e traz à tona o que existe de mais sublime aos que valorizam a tradição: reviver tudo o que passou e reverenciar a memória daqueles que a viveram, para que o passado se faça presente e a História seja sempre lembrada em todos os momentos importantes de nossas vidas, para que nada se dissipe no tempo, e os laços de comprometimento que interligam passado e presente jamais se dissipem. Neste instante, sugiro a todos que reflitam, ainda que por alguns instantes, sobre o muito que foi realizado nesses trinta e cinco anos de existência da nossa Secretaria, coroada de glórias e sucessos sem medida, e que não podemos deixar de enaltecer esses feitos, cultuando os nossos valores individuais, potencializando em nossas mentes e corações o passado, para que este se mostre presente, impulsionando-nos a prosseguir nessa caminhada. Percebemos que, em nossas vidas, os percalços e as dificuldades são permanentes e sempre haverão de existir. Os percalços e as dificuldades que surgiram, ao longo desses trinta e cinco anos, foram superados com muita luta e extrema determinação, agregando uma vontade sem par de fazer o melhor a cada dia, numa rotina de superação que só os que por aqui passaram puderam sentir e tornaram-se atores desse processo. E foi desta forma que a Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica pautou suas ações, agindo rotineiramente em seu máximo esforço, desenvolvendo suas atribuições com excelência e qualidade, superando todos os desafios, transpondo todos os obstáculos que se antepuseram. Convém salientar, entretanto, que nenhuma Instituição consegue sobreviver, ao longo de sua História, sem que conte com pessoas que se doem por uma causa. Refiro-me aos profissionais que se dedicam diuturnamente para que as tarefas sejam realizadas com a máxima eficiência. Tenho plena convicção de que nada poderia ser feito sem o espírito de corpo que reina entre nós. Essa harmonia de ações entre todos os setores de nossa Secretaria possibilita-a crescer e a realizar, numa demonstração inconteste de sincronia e consonância, uma integração poucas vezes vista na História de nossas Organizações. E é com um misto de orgulho e satisfação que me encontro diante de todos vocês. Sentimentos sinceros envolvem-nos neste momento de alegria e de entusiasmo. O orgulho de estar aqui, graças ao Divino, e de poder estar comandando tão seleto grupo de valorosas pessoas, homens e mulheres, uma plêiade de profissionais abnegados e conscientes de seus deveres. A satisfação é pela certeza de que estamos cumprindo com o nosso ideal, primando por realizar o melhor, permanecendo inarredáveis de nossos objetivos de ajudar a nossa Força Aérea. Rogo ao Criador que continue iluminando os nossos caminhos. Parabéns Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica”. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo 08/04/09 - 20/04/12 Ordem do Dia Histórica, alusiva ao 39º Aniversário da SEFA “Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 20 de janeiro de 1941, nascia a Força Aérea Brasileira. Trinta e um anos depois, era instituída a Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica, fruto de diretriz ministerial que objetivava estabelecer mecanismos gerenciais das atividades de finanças, além de viabilizar a interação dos setores de Contabilidade e Controle com os Órgãos correspondentes da Administração Federal. Relembrando o passado, encontramos desde sempre esta Secretaria a cuidar eficientemente dos interesses da Aeronáutica nos importantes afazeres do planejamento e da execução orçamentária, razão pela qual rendemos o mais profundo reconhecimento aos nossos antecessores, aqueles que, nessas quase quatro décadas, atuaram com competência, honestidade de propósitos e criatividade, visando a atender às demandas da Aeronáutica. Hoje, com espírito fraterno, reunimo-nos para manifestar apreço aos que se doaram com desprendimento e abnegação, deixando-nos herança luminosa que nos impulsiona no presente. Movidos por este sentimento, a SEFA e todos os seus integrantes continuam a desempenhar papel relevante no contexto da missão do Comando da Aeronáutica: ao prover suporte creditício-financeiro às Organizações da Força, ao assessorá-las quanto à correta utilização e aplicação dos recursos disponíveis e, em especial, ao compartilhar conhecimentos para a estruturação de projetos de grande vulto, vitais para a perpetuidade da Força Aérea no seio do Estado brasileiro. Em um mundo sem as tradicionais fronteiras, que se globaliza quase sem limites, mormente nos campos da Economia, do conhecimento e da tecnologia, no qual a Era da Informação transmudou as inter-relações entre as pessoas e ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 25 Homenagem aos que nos conduziram as sociedades organizadas, a dimensão das atividades afetas à SEFA impõe o emprego de rotinas e processos criativos. A meta deve ser a promoção da eficiência e da eficácia nas ações, visando a alcançar resultados práticos e efetivos em proveito do bem comum. Assim, com o pensamento voltado para o futuro, imprimindo continuidade à obra dos que nos precederam, prosseguimos investindo, por meio do Instituto de Economia e Finanças da Aeronáutica, no aprimoramento da capacitação, na especialização profissional, na motivação e na valorização dos homens e mulheres que, ao doarem suas energias, dão vida a esta Instituição. O foco que nos anima é poder atuar tempestivamente ante as complexas tarefas atribuídas, contando, para isso, com o indispensável apoio do Estado-Maior da Aeronáutica, dos Comandos-Gerais e Departamentos, Órgãos da Estrutura do Comando da Aeronáutica, agregando-se, ademais, todos os organismos externos, de quem recebemos sinérgicas atenções. Nesse cenário, com alegria, enalteço e agradeço o convívio salutar e as enriquecedoras interações com as Secretarias de Orçamento Federal e do Tesouro Nacional, respectivamente, vinculadas aos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Fazenda. Também destaco o papel da Secretaria de Coordenação e Relações Institucionais do Ministério da Defesa, cuja atuação serena, inteligente e objetiva produz convergências sempre positivas entre as Forças Coirmãs, a quem rendo respeito e elevadas homenagens. Neste ensejo, compete-me, com raro contentamento, unir-me a todos que nos brindam com suas presenças para expressar congratulações aos Graduado, Praça e Civil-Padrão da SEFA neste ano de 2011, bem assim aos novos Membros Honorários da Força Aérea e aos militares que receberam Comendas pelos bons serviços prestados ao Comando da Aeronáutica. Que Deus fortaleça em nossos corações a chama do entusiasmo, traço marcante dos “Cavaleiros do Século do Aço”, de modo a prosseguirmos resolutos na desafiadora empreitada de construir uma Força Aérea coesa, capaz, para enfrentar as assimetrias do presente, e exuberante em seus Valores, características imprescindíveis às instituições que se dedicam à edificação de um Brasil mais justo, forte e soberano”. Fonte: Livro Histórico da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica. Dica de Leitura Nesse espaço, a Revista $EIVA aponta bibliografias que merecem destaque. Inicialmente, o livro “O Brigadeiro Eduardo Gomes, trajetória de um herói”, de Cosme Degenar Drumond, publicado pela Editora de Cultura, 2011. “Trabalho, em que o cuidado e o zelo são encontrados a cada linha, extrai-se um exemplo de vida transparente, farol para as gerações atuais”. (prefácio, p. 14.) “A Força Aérea Brasileira, no seu pioneirismo, na sua preocupação de unir e integrar, na sua vocação de servir, é o espelho da própria vida de Eduardo Gomes, vida que ilumina outras vidas, vida que honra o viver” (p. 290). Também cabe registrar o livro “Guia Prático do SIASG”, de autoria do Major-Intendente Alexandre Werneck Pfaltzgraff. Uma abordagem específica do Sistema, com o objetivo de demonstrar aos gestores públicos o passoa-passo para a divulgação das compras governamentais, por meio de licitações tradicionais, bem como o posterior acompanhamento da contratação, desde o registro dos contratos no SIASG. 26 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • SEFA em Flashes Centro de Controle Interno da Aeronáutica Atendendo à recomendação do Tribunal de Contas da União contida no Relatório do Acórdão nº 1.704/2009-TCU - Plenário, que tratou de levantamento de natureza operacional realizado como parte dos trabalhos do Tema de Maior Significância (TMS) nº 9 – Governança no Setor Público –, em conformidade com o Plano de Fiscalização 2008/2009, aprovado pelo Plenário do TCU (Ata nº 09, de 26/3/2008), o governo emitiu, em 20 de setembro de 2012, o Decreto nº 7.809, estabelecendo uma nova Estrutura Regimental para o Comando da Aeronáutica, que já passou a vigorar a contar do dia 5 de outubro próximo passado. Assim, com base no Relatório do Acórdão, que estabelecia: “III – Achados, Determinações e Recomendações a) Independência dos órgãos e unidades de controle interno e objetividade dos auditores A unidade de controle deve ser vinculada ao dirigente máximo do órgão como forma de garantir um maior grau de independência para efetuar seus trabalhos. Evita-se, assim, que os trabalhos e resultados da auditoria interna sejam influenciados pelos próprios gestores do órgão;” e “9.2. recomendar ao dirigente ou órgão colegiado máximo das unidades jurisdicionadas a seguir indicadas, com base no inciso III do art. 250 do RI/TCU, que reposicionem hierarquicamente seu órgão/unidade de controle interno para que este lhe seja diretamente subordinado: Ministério da Defesa – Comando da Mari- nha; Ministério da Defesa – Comando do Exército; Ministério da Defesa – Comando da Aeronáutica;” O decreto cria uma nova Organização Militar no Comando da Aeronáutica, denominada Centro de Controle Interno da Aeronáutica, unidade setorial de Controle Interno do Ministério da Defesa, “a quem compete planejar, dirigir, coordenar e executar as atividades de controle interno no âmbito do COMAER”; e complementa: “O Centro de Controle Interno da Aeronáutica, como unidade setorial do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo federal, sujeita-se à supervisão técnica e orientação normativa da Secretaria de Controle Interno do Ministério da Defesa, sem prejuízo da subordinação administrativa ao Comando da Aeronáutica”. Como consequência, passam a ser de competência da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica, organização do COMAER que “interage com o Sistema de Administração Financeira Federal e de Contabilidade Federal do Poder Executivo Federal nos assuntos concernentes ao Comando da Aeronáutica”, “superintender e realizar as atividades de execução orçamentária, administração financeira e contabilidade, relativas aos recursos de qualquer natureza do Comando da Aeronáutica”. Com isso, deixa de existir, na estrutura organizacional da SEFA, a Subsecretaria de Auditoria, que passa a compor o embrião da nova organização de assessoria direta e imediata ao Comandante da Aeronáutica, dedicada exclusivamente às ações de controle interno no âmbito do Comando da Aeronáutica. Selo e Carimbo comemorativos dos 40 anos da SEFA No dia 13 de outubro, a Secretaria de Economia Finanças da Aeronáutica comemora 40 anos de criação, oportunidade em que estão sendo lançados o Selo e o Carimbo comemorativos alusivos à data. ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 27 SEFA em Flashes Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica e Universidade do Minho, Uma Parceria de Sucesso A Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica (SEFA) firmou, em 2010, um Protocolo de Cooperação Cultural e Científica com a Universidade do Minho (Uminho), localizada na histórica Cidade de Braga, Portugal. Decorridos dois anos, o Presidente da Escola de Economia e Gestão convidou a Secretaria para uma Jornada de Trabalho SEFA-Uminho, no período de 25 a 28 de Junho, do presente ano, de forma a propiciar uma reflexão sobre o Protocolo e a identificação de novas formas de aprofundar a cooperação. Sob a eficiente coordenação da Profa. Estela Vieira, responsável pelas relações institucionais entre a Uminho e a SEFA, a visita da comitiva da SEFA às instalações da Universidade iniciou-se pela Reitoria da Uminho, onde foi gentilmente recebida por seu Reitor, o Prof. Dr. António M. Cunha. Na ocasião, foi apresentada uma palestra sobre a SEFA e o IEFA e os mestrandos da SEFA, Coronel-Intendente Ayrton Rubens Ferreira Porto, Tenente-Coronel-Intendente Diógenes Lima Neto e Major-Intendente Giovanni Magliano Júnior apresentaram aos presentes uma prévia dos trabalhos finais de suas teses de mestrado. Outro ponto a destacar foi a visita da Comitiva da SEFA à Escola de Engenharia da Uminho (EEUM), localizada no Campus de Azurém Guimarães, onde foi recebida pelo Presidente da Escola de Engenharia da Uminho (EEUM), Prof. Dr. Paulo Pereira, que, com maestria, proferiu uma palestra abrangente sobre a EEUM, em que destacou a Visão da EEUM: “Uma Escola para a Sociedade”. Escola de Engenharia da Uminho em Guimarães Reitoria da Uminho A comitiva da SEFA/Uminho Na Escola de Economia e Gestão da Uminho, o Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Antonio Franciscangelis Neto, o Coronel-Aviador Geraldo Ignachiti Filho, Diretor do Instituto de Economia e Finanças da Aeronáutica (IEFA), o Tenente-Coronel-Intendente Marcelo Gomes Meirelles, detentor do Prêmio “Bolsa de Estudo por Mérito 2008/2009”, da Uminho, e o Capitão-Especialista Cléber Luiz Alves Vieira foram recebidos pelo seu Presidente, Prof. Dr. Manuel da Rocha Armada, e pelos Professores orientadores dos Mestrados, Prof. Dr. Joaquim Filipe Araújo (Mestrado em Gestão), Profa. Dra. Lídia Oliveira (Mestrado em Contabilidade), Profa. Dra. Gina Maria Gaio dos Santos (Mestrado em Estudos de Gestão), Prof. Dr. António Fernando Freitas Tavares (Mestrado em Administração e Políticas Públicas) e Prof. Dr. Francisco Carballo (Mestrado em Comércio Internacional). Desta forma, a SEFA registra, nas páginas de sua Revista $eiva, os agradecimentos pela gentil acolhida de sua comitiva e parabeniza a Universidade do Minho e seus Professores, pelo empenho, dedicação e profissionalismo com que recebem os alunos brasileiros na Escola de Economia e Gestão, contribuindo, de forma significativa, para o desenvolvimento da capacitação profissional de nosso efetivo e, consequentemente, para a evolução da Secretaria, em sua permanente busca pelo “reconhecimento, no âmbito nacional, como uma organização de excelência na gestão financeira, contábil e patrimonial, dos recursos públiocos”. (Visão de Futuro da Organização). Castelo de Guimarães, berço de Portugal! 28 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • GALERIA DO GRADUADO-PADRÃO, DESTAQUE MILITAR E SERVIDOR-PADRÃO Na atualidade, o verdadeiro capital das instituições é representado pelas pessoas que a integram, cujos conhecimentos e experiências compartilhados, traduzem-se em enriquecimento para o conjunto, fortalecendo-o e preparando-o para enfrentar a dinâmica dos desafios inerentes ao seu desenvolvimento. É nesse sentido que a Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica destaca, para o período compreendido entre outubro de 2012 e setembro de 2013, como reconhecimento por suas qualidades e méritos, compondo a Galeria do Graduado-Padrão, Destaque Militar e Servidor-Padrão da SEFA, a SO SAD Sirlete de Paula Souza Moreira, o CB SAD Rodrigo William Oliveira Silva e o Servidor Civil Fábio José de Oliveira. Parabéns a todos! “O homem que consagra suas horas com infatigável empenho e honroso objetivo traça luminosamente o seu destino”. (Edward Young) SO SAD SIRLETE CB SAD WILLIAM CV FABIO Natural de Araguaína - TO Natural de Brasília - DF Natural de Brasília - DF Data de Praça 12 de Março de 1990 Data de Praça 01 de Agosto de 2005 Servidor da Aeronáutica Desde 01 de Março de 1983 Apresentação na Sefa 14 de Julho de 2005 Apresentação na Sefa 08 de Julho de 2008 Apresentação na Sefa 26 de Abril de 1995 ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 29 artigo A Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade: oportunidades e desafios para os Órgãos Federais Coronel-Intendente Alexandre Velloso Guimarães Chefe da Divisão de Análise e Procedimentos Contábeis da SEFA Major-Intendente Nelson Barreto Costa Chefe da Seção de Procedimentos Contábeis da SEFA Os Órgãos da Administração Federal vivenciam, na atualidade, um processo de importância histórica no campo da Contabilidade e, por consequência, da Gestão do Setor Público, representado pela iniciativa de convergência das normas contábeis nacionais aos padrões internacionalmente aceitos, documentados nas International Public Sector Accounting Standards (IPSAS). De forma análoga ao verificado com os Padrões de Contabilidade do segmento privado brasileiro, os quais vivenciaram o processo de convergência às Normas Internacionais, consubstanciadas nas International Financial Reporting Standards (IFRS), a adoção das práticas e dos padrões de Contabilidade aplicados ao Setor Público objetiva estabelecer condições de comparabilidade das demonstrações contábeis do segmento público nacional com as de outros países. Com isso, estará assegurado um nível adequado de informações gerais, permitindo, também, o fortalecimento da Contabilidade como Ciência, que tem no patrimônio das entidades o seu principal objeto de estudo. No caso brasileiro, o movimento de convergência contábil congregou os esforços de vários segmentos, com destaque para a atuação da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Órgão Central do Sistema de Contabilidade Federal, e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Entidade emissora das Normas de Contabilidade no Brasil e reguladora da profissão contábil. Esse amplo processo de convergência envolveu, em 2008, a edição, por parte do Conselho Federal de Contabilidade, de dez Normas Contábeis dedicadas ao ordenamento técnico da Contabilidade do Setor Público (NBC-T 16.1 a NBC-T 16.10), as quais foram complementadas, em 2011, por mais uma, especialmente voltada para sistemas de custos. Nesse contexto, usando da competência estabelecida pela Lei 4.320/64, e abordando relevantes aspectos da própria Lei, até então, pouco explorados, a Secretaria do Tesouro Nacional editou o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), que já conta com cinco edições. Ao diferenciar as vertentes orçamentária, patrimonial e fiscal da Contabilidade, com base em um novo Plano de Contas Nacional, o MCASP abriu caminho para a construção de demonstrações contábeis consolidadas, em nível nacional, bem como para o incremento da capacidade informativa da Contabilidade do Setor Público, a partir da adoção do regime pleno de competência. Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional Ainda que a implementação do novo Plano de Contas não esteja concretizada, relevantes avanços foram atingidos, com destaque para a introdução do registro da depreciação dos itens do ativo imobilizado, medida essencial para a qualidade das informações sobre o estado patrimonial das entidades e suas variações. Diante dessa perspectiva de grandes transformações, um questionamento importante refere-se ao papel dos diversos órgãos da Administração Pública, em especial, da Esfera Federal, no processo de mudança. De que maneira a atuação da STN, no tocante à implementação das Normas e do novo Plano de Contas, será capaz, por si só, de proporcionar aos diversos órgãos 30 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • artigo os benefícios advindos da utilização da Contabilidade como ferramenta de gestão? Isto torna oportuna a reflexão sobre os desafios a serem enfrentados, afetos às mudanças internas no âmbito dos diversos órgãos, a fim de que as transformações em curso, no nível das normas e dos sistemas, reflitam, em cada segmento, os resultados esperados. Para tanto, mostra-se relevante, como ponto de partida, abordar os aspectos que compõem o legado da Contabilidade do Setor Público até o presente. O Legado da Contabilidade no Setor Público No Brasil, a Contabilidade aplicada ao Setor Público tem as suas raízes relacionadas à criação do Erário Régio, atual Ministério da Fazenda, por meio do Alvará de 28 de julho de 1808, do Príncipe Regente D. João VI, ainda no período colonial. Naquela ocasião, em função do método de escrituração adotado, ficou patente a preocupação de evidenciar as entradas e as saídas de valores dos cofres públicos (receitas e despesas), e a posterior comprovação dos seus movimentos e saldos no final de cada semestre, com vistas a demonstrar as disponibilidades financeiras da Coroa. Apesar de o orçamento público surgir no ordenamento jurídico brasileiro como peça formal, apenas em 1824, na nossa primeira Carta Magna (GIACOMONI, 2003), observa-se, desde a sua origem, o viés estritamente orçamentário adotado pela Contabilidade Pública no Brasil. Outro símbolo da Contabilidade aplicada ao Setor Público no Brasil, o Decreto nº 4.536, de 28 de janeiro de 1922, que organizou o Código de Contabilidade da União, manteve a ênfase nos registros relacionados ao controle de todas as operações que envolviam o orçamento. Observa-se que informações relevantes acerca do patrimônio não eram evidenciadas e a Contabilidade Pública brasileira sedimentava-se como ferramenta de viabilização da execução orçamentária. Mais adiante, foi editada a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, considerada, até os dias atuais, um marco normativo das Finanças Públicas brasileiras. Incorporando um título dedicado especificamente à Contabilidade, essa norma menciona que os seus serviços, além de permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, deverão evidenciar a composição patrimonial, além de gerar informações acerca dos custos, mesmo que limitado aos serviços industriais. A Lei passou a incorporar, no seu rol de demonstrativos, a Demonstração das Variações Patrimoniais, como forma de comprovar as alterações verificadas no patrimônio, provenientes ou não da execução orçamentária. Em que pese essa modernização na norma contábil, a percepção é de que seu foco permanecia privilegiando o registro das operações orçamentárias, deixando em segundo plano o exame das operações com reflexo no patrimônio público. Os conceitos de receita e de despesa continuaram vinculados à ideia de ingressos e dispêndios orçamentários, independente dos seus efeitos no patrimônio das entidades, indo de encontro à teoria contábil, em particular, a um de seus princípios fundamentais, o da competência. A Contabilidade Patrimonial, essência da Ciência Contábil, ficava, de certa forma, enfraquecida na esfera pública e amarrada aos aspectos legais da Lei Orçamentária. Mais tarde, em 1986, com a criação da STN e o desenvolvimento dos meios de Tecnologia da Informação, as operações realizadas ganharam o suporte de um sistema computacional, o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), que, além de automatizar os registros contábeis, padronizou os lançamentos realizados pelos diversos Órgãos da Esfera Federal, por meio da implementação de um Plano de Contas único. Destaca-se que a automação dos registros contábeis só foi possível por meio da criação de códigos no SIAFI, denominados eventos, que traziam consigo as regras de débitos e créditos nas diversas contas contábeis, de acordo com o ato registrado no sistema. Com uso obrigatório em toda a área federal, o SIAFI, além de agilizar o processo de geração de informações, tornou-as seguras e tempestivas, reduzindo o gap criado entre o avanço tecnológico e as operações contábeis no segmento público. À luz dos fatos ocorridos, o legado deixado pela Contabilidade Pública Federal, ao longo de sua história, influenciou diretamente nas atividades desempenhadas por seus profissionais, bem como na relevância e na aplicação das informações geradas. A criação do SIAFI trouxe mudanças significativas na atuação dos profissionais de Contabilidade da área pública. Até então, o papel do contador público ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 31 artigo limitava-se em analisar os fatos ocorridos e traduzi-los em lançamentos contábeis, em consonância com o disposto na norma, bem como preparar os diversos demonstrativos, referentes ao exercício financeiro findo. A automação dos registros contábeis, proporcionada pelo SIAFI, trouxe o contabilista para um novo patamar de atuação. Ao contrário do que se aventava à época, que o profissional seria substituído pelo sistema, criou-se a oportunidade para que o elemento humano desempenhasse atividades mais relevantes. Seu trabalho iria além do simples registro contábil e da preparação dos demonstrativos, passando a interpretar os dados apresentados, transformando-os em informações úteis e relevantes para o processo decisório. O novo contabilista deixaria de registrar e passaria a informar, primando pela qualidade. Para tanto, deveria adquirir novas expertises. Com o SIAFI, passou-se a exigir do profissional de Contabilidade o conhecimento da informação desde a sua origem, para que tivesse a capacidade de pesquisá-la, analisá-la e interpretá-la. Também com o advento da automatização e a consequente padronização de rotinas, as informações passaram a ser tempestivas e oportunas e o processo de consolidação das contas, mais seguro. Contudo, as informações geradas não perderam o enfoque predominantemente orçamentário. Como fonte de conhecimentos que, por natureza, são relevantes para o processo decisório, a Contabilidade permaneceu, conforme mencionado, adstrita ao registro e ao controle de operações de receita e despesa sob a ótica orçamentária, deixando, com isso, de permitir a exploração mais ampla do seu potencial como ferramenta de gestão. Tal retrospecto indica que, a despeito dos importantes avanços já concretizados, o processo de convergência da Contabilidade às Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, e o consequente posicionamento da Contabilidade como Ciência da Informação representam um efetivo desafio. O Desafio da Mudança Conforme mencionado, o movimento de convergência busca o resgate da Contabilidade como Ciência, voltada para o suporte decisório de alto nível. Isto significa que os serviços e, por conseguinte, os profissionais da Contabilidade deverão expandir o escopo de atuação para além dos aspectos legais relacionados com a execução orçamentária da receita e da despesa, direcionando esforços para a estruturação de processos relacionados com as necessidades gerenciais dos órgãos e entidades. Nesse sentido, os últimos avanços na área de sistemas traduzem uma contribuição essencial. A implementação de ferramentas de execução orçamentária, como o Subsistema Contas a Pagar e a Receber (CPR) do SIAFI e, mais recentemente, a sua versão web, precursora do novo SIAFI, vem permitindo que as rotinas de registros contábeis de operações tipicamente orçamentárias sejam realizadas de forma mais amigável, dispensando o conhecimento técnico a respeito de eventos ou de roteiros contábeis. Dessa forma, os profissionais de Contabilidade, antes fortemente absorvidos com as práticas de registro dessas operações, ganham liberdade para se dedicar a atividades ligadas ao tratamento gerencial da informação contábil. De igual relevância são alguns conceitos recentemente trazidos para a Contabilidade do Setor Público, como o do Resultado Econômico, evidenciado na NBC T 16.6, sob a forma da Demonstração do Resultado Econômico (DRE), os quais abrem caminho para a discussão, no segmento público, de aspectos ligados ao resultado da gestão, até então subvalorizados. Nessa mesma linha, a NBC T 16.11 forneceu a base regulamentar para a implementação de um Sistema de Informações de Custos no Setor Público, voltado para: a) mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços, programas, projetos, atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da entidade; b)apoiar a avaliação de resultados e desempenhos, permitindo a comparação entre os custos da entidade com os custos de outras entidades públicas, estimulando a melhoria do desempenho dessas entidades; c)apoiar a tomada de decisão em processos, tais como comprar ou alugar, produzir internamente ou terceirizar determinado bem ou serviço; d)apoiar as funções de planejamento e orçamento, fornecendo informações que permitam projeções mais aderentes à realidade, com base em custos incorridos e projetados; e e)apoiar programas de redução de custos e de melhoria da qualidade do gasto. Esse conjunto de iniciativas denota, de forma inequívoca, a visão estabelecida pela Contabilidade do Setor Público, que busca o seu posicionamento como Ciência focada no resultado e na qualidade dos processos e, por conseguinte, da gestão. 32 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • artigo Entretanto, é necessário reconhecer que, em complemento às mencionadas conquistas já obtidas no âmbito do Sistema de Contabilidade Federal, o objetivo maior de reformular o papel da Contabilidade demanda uma revisão crítica das funções e dos serviços afetos à Contabilidade dentro dos diversos órgãos do Poder Executivo Federal. Afinal, foram décadas com a predominância da abordagem quase que exclusivamente orçamentária da Contabilidade, com inevitável reflexo na formação profissional de toda uma geração de servidores. Tal revisão configura-se como um passo importante, a fim de que a nova abordagem encontre, em cada órgão, um arcabouço de estrutura organizacional e um arranjo de processos ligados à Contabilidade, que viabilizem o desejado foco gerencial. Esse trabalho de realinhamento, que pode ser considerado o ato de “repensar” o Setor ou a Área de Contabilidade, torna necessária a reflexão sobre os processos tipicamente relacionados com a função contábil nos diversos órgãos e em como articular e entender esses processos nessa nova ordem. A Nova Contabilidade sob a Ótica de Processos no Nível Setorial Na Administração Federal, a área de Contabilidade e os seus serviços apresentam-se estruturados de diferentes maneiras. Nesse sentido, tomando-se por base o papel e as atribuições das unidades de coordenação, denominadas Unidades Setoriais de Contabilidade, verifica-se que, a despeito da diversidade de estruturas e níveis de maturidade, os seguintes processos, sob denominações também variadas, compõem o macroprocesso Gestão da Informação Contábil: a) Orientação normativa - processo voltado para a elaboração e a disseminação de regras de procedimentos contábeis aplicados ao respectivo órgão, com base nas normas emanadas do Órgão Central do Sistema (STN); b)Suporte da execução contábil ou atendimento aos usuários - processo dedicado ao apoio das unidades gestoras e de seus agentes no tocante às rotinas de escrituração, com uso de sistemas de informações contábeis; c)Monitoramento e controle da execução contábil - processo que, a partir da utilização de roteiros de acompanhamento e de equações, supervisiona a conformidade dos registros e das operações, a fim de garantir a plena ade- rência às Normas e aos Princípios de Contabilidade; e d)Análise de demonstrações e elaboração de informações gerenciais - processo dedicado ao exame das demonstrações contábeis do órgão/entidade, com vistas à formulação de notas explicativas e à construção de índices ou coeficientes de análise, e que também se destina à elaboração de informações de natureza gerencial, para suporte do processo decisório de alto nível. A figura 1, a seguir, ilustra a interação entre esses processos, no âmbito de uma Unidade Setorial de Contabilidade. Fig 1. Macroprocesso Gestão Contábil Verifica-se que o macroprocesso Gestão Contábil envolve uma sequência lógica de processos, cuja ordenação guarda semelhança com alguns aspectos do tradicional ciclo PDCA (plan, do, check, act), relativo à realização de melhorias contínuas. Nessa sequência, pode-se visualizar a dependência existente entre o processo de análise de demonstrações contábeis e de elaboração de informações gerenciais e os seus antecessores, evidenciando que a qualidade e o êxito desse processo são fortemente influenciados pela consistência e acurácia dos anteriores. Assim, ao realizar uma orientação normativa consistente, a Unidade Setorial estabelece as condições para que o suporte da execução seja bem sucedido, proporcionando uma melhor qualidade dos registros, que será refletida nos resultados do processo de monitoramento e controle, o qual deve permitir a identificação e a correção de eventuais discrepâncias em tempo. O bom desempenho desses três processos, por sua vez, deverá garantir uma base de dados correta para o sistema de informações contábeis, cujos saldos e movimentos, ao refletirem a verdade das operações de natureza orçamentária, das que envolvam modificações quantitativas ou qualitativas no patrimônio, bem como daquelas com potencial para alterações no patrimônio, possibilitarão a construção de demonstrativos que, efetivamente, alicercem o processo decisório de alto nível. ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 33 artigo O desafio inicial consiste em observar esse macroprocesso em perspectiva e reconhecer que o cliente ou usuário da informação contábil, aquele que se situa junto à saída do processo de análise de demonstrações e elaboração de informações gerenciais precisa ser foco de atenção prioritária. Na prática, isto significa deslocar o centro de gravidade das atividades de registro e de controle para aquelas ligadas à análise e à produção de informações estruturadas, associadas aos interesses gerenciais do nível decisor. A figura a seguir ilustra o arranjo dos processos envolvidos na gestão da informação contábil, posicionando as funções de análise e de produção de informações gerenciais de maneira diferenciada. Fig 2. Macroprocesso Gestão Contábil Esse novo arranjo evidencia que o processo de análise de demonstrações contábeis e de produção de informações gerenciais ocupa posição central. Ao ser inserido, de maneira privilegiada, no ambiente em que operam os demais processos, suas atividades beneficiam-se da qualidade e da oportunidade dos registros, proporcionadas por estes processos. Como na maioria dos processos organizacionais, a análise de demonstrações e a produção de informações gerenciais dependem fortemente dos insumos, recursos humanos e tecnologia para o seu desempenho. Os Recursos Humanos da Nova Contabilidade No caso dos recursos humanos, o êxito da nova abordagem da Contabilidade dependerá, em grande parte, do preparo dos profissionais e de sua experiência, do seu adequado posicionamento na estrutura dos órgãos e entidades, além da sua capacidade de interlocução com a esfera decisória do órgão. No que tange ao preparo profissional, é importante ressaltar que as atividades de análise de demonstrações e de elaboração de informações gerenciais exigem sólidos conhecimentos sobre o Plano de Contas, a dinâmica dos Registros Contábeis das operações do órgão, além de um considerável know-how sobre as regras de negócio do órgão e sua estratégia. Tudo isso, sem ignorar a necessidade de domínio das plataformas ou sistemas contábeis, ferramentas para a coleta das informações. Nesse cenário, convém salientar que caberá ao profissional da Contabilidade interpretar as necessidades informacionais do nível decisório e desvendar, na esfera dos sistemas de informações contábeis, a melhor maneira de coletar, estruturar e apresentar as informações, as quais devem ser relevantes, objetivas, completas e, ao mesmo tempo, tão sintéticas quanto possível. A prática demonstra que gerentes de alto nível usualmente não têm familiaridade com a terminologia contábil e com as minúcias inerentes às diversas classificações orçamentárias e financeiras. Dessa forma, esperar que as demandas informacionais cheguem completas e detalhadas ao setor da Contabilidade significaria reduzir o profissional da Contabilidade ao papel de extrator de dados. Seu conhecimento e sua experiência sobre as operações do órgão devem ser capazes de fazê-lo antecipar as necessidades, explorando, com profundidade, os sistemas e a base de dados. Conclui-se, portanto, que os profissionais da Contabilidade Gerencial devem acumular conhecimento e experiência, sendo recomendável que tenham atuado em todos os processos envolvidos na gestão contábil, a fim de assegurar a precisão das informações e a qualidade das análises. Outro aspecto relevante diz respeito à capacidade de interlocução com o nível decisorial, algo que, além da experiência, tende a depender do grau de senioridade do profissional da Contabilidade. O exercício da Contabilidade Gerencial exige que o seu profissional participe das iniciativas estratégicas da organização, como responsável por um relevante processo de gestão, que subsidiará com informações as decisões do nível estratégico. Conforme mencionado, informações destinadas ao nível executivo devem ser sintéticas e estruturadas. Para tanto, a capacidade de exposição do profissional da Contabilidade é essencial para a valorização das informações. Não parece razoável esperar que um gerente de alto nível tenha que identificar, por si, os pontos relevantes de uma planilha com dados con- 34 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • artigo tábeis detalhados e não estruturados. Assim, quando se afirma que a Contabilidade é a Ciência destinada à produção de informações, cabe observar que o elo crítico dessa importante função é o elemento humano, responsável pela entrega da informação, o produto contábil. pretação e na análise dos dados produzidos, mas também na tarefa de validação dos conceitos e das informações apresentadas nesses sistemas, garantindo que correspondam aos itens adequados do Plano de Contas. Na prática, trata-se da tarefa de estabelecer as conexões corretas entre as informações desejadas e os saldos e movimentos existentes na plataforma contábil, em geral, pouco amigáveis para não especialistas. Mais uma vez, o foco do profissional da Contabilidade migra dos registros para a produção de informações gerenciais, neste último caso, atuando como certificador da qualidade e da exatidão das informações ofertadas pelos sistemas de informações internos. Conclusão Os Sistemas de Informações Contábeis no Nível Setorial Ao abordarmos a qualidade e a disponibilidade das informações contábeis para o nível gerencial, a atenção dispensada aos recursos humanos também se aplica aos sistemas de informações. No plano federal, em que pese a existência de opções para pesquisas gerenciais de informações contábeis nos próprios sistemas estruturantes, como é o caso do SIAFI Gerencial, a utilização de tais ferramentas exige certa bagagem de conhecimentos específicos para a realização de pesquisas. Assim, diversos órgãos vêm dedicando esforços no desenvolvimento de sistema de informações gerenciais, que recebem a designação genérica de infrasigs e visam ao atendimento de necessidades específicas de cada órgão ou entidade. No caso destes sistemas, é de grande importância que os profissionais da Contabilidade atuem na dimensão adequada. Em se tratando de sistemas que utilizem dados provenientes de bancos como o do SIAFI, a atuação do profissional da Contabilidade mostra-se relevante não apenas na inter- O processo de transformação da Contabilidade do Setor Público, alicerçado na convergência aos Padrões Internacionais de Contabilidade, representa uma grande oportunidade para que os órgãos e entidades da área pública passem a usufruir o rico potencial informativo armazenado nas plataformas contábeis. O marco estruturante e normativo, de responsabilidade do Órgão Central do Sistema de Contabilidade Federal, a STN, foi estabelecido, com o valioso apoio do Conselho Federal de Contabilidade, resultando na edição das Normas Brasileiras de Contabilidade dedicadas ao Setor Público e no lançamento do MCASP. No futuro próximo, vivenciaremos a mudança mais aguardada, com a migração de todos os órgãos e entidades para o novo Plano de Contas da União, que garantirá a desejada segregação dos registros dedicados ao planejamento e ao controle da execução do orçamento daqueles afetos às variações do patrimônio, permitindo a tão almejada adesão ao regime de competência para o registro de despesas e receitas. Tais iniciativas abrem caminho, no setor público, para o crescimento da Contabilidade como Ciência, cujo objetivo maior reside no provimento de informações dedicadas ao processo decisório nas organizações. Entretanto, para ser efetivo, esse novo posicionamento da Contabilidade depende de ações específicas no âmbito dos próprios órgãos do segmento público, de ordem estrutural, aliadas a uma necessária mudança de cultura por parte dos profissionais da Contabilidade. ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 35 artigo Conforme abordado, essa transformação cultural demanda o reconhecimento de que os tradicionais processos da gestão contábil, ligados à normatização, ao registro e ao monitoramento e controle, ainda que essenciais, devem voltar-se para a garantia de informações confiáveis, oportunas e adequadas às necessidades dos clientes da Contabilidade, neste caso, os tomadores de decisão. A esta visão processual, com foco no cliente, é preciso agregar uma importante adaptação dos recursos humanos da Contabilidade, realizando, inclusive, uma realocação de profissionais experientes e preparados para as tarefas de produção e de análise de informações contábeis. Tais profissionais devem estar posicionados como participantes da condução estratégica da organização, especificamente como provedores de informações capazes de proporcionar solidez e segurança ao processo decisório. Também no que tange aos sistemas de informações contábeis e, em especial, no caso dos infrasigs, uma mudança de postura é essencial. Neste caso, os profissionais da Contabilidade não se deve limitar às tarefas básicas de extração de informações, mas sim assumir a responsabilidade pela certificação da qualidade e consistência das informações geradas pelos sistemas, a partir de seus conhecimentos sobre o Plano de Contas, as operações contábeis e a dinâmica patrimonial. Pode-se concluir, dessa forma, que importantes passos foram dados em direção à implementação de uma nova Contabilidade, restando, contudo, o enfrentamento de significativos desafios, sobretudo, no plano interno dos órgãos e entidades, para que a Ciência Contábil, na esfera pública, possa firmar-se, cada vez mais, como uma Ciência dedicada à gestão e imprescindível para a condução das organizações públicas contemporâneas. Referências BRASIL. Alvará de Criação do Erário Régio, 28 jun. 1808. disponível em: <http://200anos. fazenda.gov.br/historia-do-mf/alvara-de-criacao-do-erario-regio>. Acesso em: 19 ago. 2012. ______. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC 1.128/08. Aprova a NBC T 16-1 Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação. Disponível em: <http://www.cfc.org. br>. Acesso em: 19 ago. 2012. ______. Decreto no 4.536, de 28 jan. 1922. Organiza o Código de Contabilidade da União. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103694/decreto-4536-22>. Acesso em: 19 ago. 2012. ______. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP). Disponível em: <http://www.tesouro. fazenda.gov.br/legislacao/download/ contabilidade/Parte_Geral_Introducao_MCASP.pdf.>. Acesso em: 19 ago. 2012. GIACOMONI, James. Orçamento Público, 12 ed. São Paulo: Atlas, 2003. INTERNATIONAL FEDERATION OF ACCOUNTANTS. International Public Sector Accounting Standards. Disponível em: http://www.ifac.org/ public-sector. Acesso em: 19 ago. 2012. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2000. REIS, Heraldo da Costa. A Lei 4.320 Comentada e a Lei de Responsabilidade Fiscal. 33 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. 36 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • O emprego de Parcerias Público-Privadas em projetos de defesa Tenente-Coronel-Intendente Marcelo Gomes Meirelles Chefe da Seção de Estruturação de Operações de Crédito da SEFA Mestre em Administrasção Pública A Força Aérea Brasileira (FAB) sofre constantemente fortes restrições na execução de seus projetos de defesa, decorrentes da limitação orçamentária que se manifesta nos contingenciamentos anuais, numa situação de enorme desafio aos administradores da Força por apresentar dificuldades ao cumprimento da Missão constitucional de manter a soberania do espaço aéreo nacional, com vistas à defesa da pátria. As dificuldades econômico-financeiras públicas levam o governo brasileiro a um constante controle da execução fiscal e da execução orçamentária anual, fortes restrições de execução orçamentária e importantes reflexos nos projetos e nas políticas públicas e que, representam, em última análise, acentuado impacto nos projetos de defesa. Como uma alternativa para a realização de políticas públicas, com maior possibilidade de planejamento das ações, o governo brasileiro inseriu a Parceria Público-Privada no âmbito da Administração Pública, uma forma de limitar o endividamento público e permitir a participação da iniciativa privada na implementação de políticas públicas. Nesse contexto de baixa capacidade financeira dos Estados e de busca pela redução dos seus encargos, o caminho natural passou pelas privatizações e concessões ao setor privado em todo o mundo, conforme evidenciado nos trabalhos de Savas (1982), Stiglitz (1998) e Spiller e Tommasi (2003), entre outros. Ocorre que a privaização emprega-se em situações em que o domínio do bem é transferido para o privado e concessões aplicam-se a serviços públicos em que o fluxo financeiro necessário ao equilíbrio do projeto pode ser atingido unicamente com o pagamento dos usuários, como por exemplo, rodovias, aeroportos e portos. Para os casos em que é necessária a participação do setor público no fluxo financeiro, por meio de pagamentos, surgiu a estrutura das Parcerias Público-Privadas. Os países precursores na utilização desta alternativa de gestão pública foram Estados Unidos e Inglaterra, porém o fizeram em uma estrutura legal bastante distinta do caso brasileiro, o que gerou a necessidade de adaptação do modelo à realidade na- cional. Nesta adaptação, ficou evidenciada a busca pela participação de parceiros privados junto ao setor público, inicialmente numa conformação próxima da utilizada nos projetos de project finance, modalidade em que o financiamento do projeto está baseado essencialmente na capacidade financeira resultante deste mesmo projeto e no qual, os riscos e retornos são colocados em evidência. (BONOMI; MALVESSI, 2008). Conceituação de Parceria Público-Privada (PPP) De maneira incisiva, a PPP não pode ser confundida com outra forma de acordo de vontades entre parceiros, portanto, sendo muito distinto seu emprego de conceitos como Termos de Parceria, Convênios, Acordos com OSCIP, OS ou outra figura decorrente de acordo de vontades. A PPP é um mecanismo de união entre os setores público e privado, numa parceria de longo prazo, em que se configura a transferência de conhecimento entre os setores e no qual se verifica o acesso a recursos privados pelo parceiro público, sendo que a propriedade do bem continua com o poder público e os riscos, custos e benefícios são partilhados. De forma geral, as PPP possuem três características principais: o partilhamento de riscos, o longo prazo dos contratos e o desejo de atingir um resultado de política pública. ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 37 Parceria Público-Privada no cenário internacional O termo PPP começou a ser empregado, no Reino Unido, para designar uma estrutura em que a propriedade do ativo relacionado com o serviço é compartilhada pelos setores público e privado e tem sido a maior fonte de investimento em serviços públicos naquela nação, com mais de 500 acordos assinados e mais de 50 bilhões de libras esterlinas investidos desde 1992, num resultado que consagrou o conceito e levou a sua prática para países como Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia e Portugal. Mais importante do que considerar a quantidade de parcerias, é constatar a avaliação do seu emprego, o que pode ser verificado numa análise de Ghobadian et al. (2004), segundo a qual, em média, os projetos executados por meio de PPP apontam as seguintes características: à tarifa cobrada dos usuários. A segunda, um contrato de prestação de serviços em que a Administração Pública é a responsável pela indenização integral ao parceiro privado. Diante disso, pode-se concluir uma importante diferenciação entre o modelo brasileiro e o consagrado na experiência internacional, pois, enquanto neste, a PPP é gênero abrangente que se divide em conceitos menores, no caso brasileiro, apresenta-se como uma forma de concessão. A Lei 11.079/04 estabelece que todo contrato de PPP deve possuir cláusulas obrigatórias, muitas delas resultantes de críticas verificadas na experiência internacional, conforme citado acima, sendo as principais: a) Prazo de vigência; b) Penalidades aplicáveis ao inadimplemento contratual; c) Repartição de riscos; • um custo 17% inferior ao chamado Custo do Setor Público (PSC); d) Formas de remuneração e atualização dos valores contratuais; • um percentual de 89% dos projetos entregues no prazo; e) Mecanismos para preservação da atualidade da prestação de serviços; f) Garantias prestadas pelo parceiro privado; e • todos os contratos realizados de acordo com o orçamento público previsto; g)Compartilhamento dos ganhos econômicos decorrentes da redução de riscos de financiamento. • sem nenhuma alteração nos parâmetros dos projetos; e • percepção dos gerentes de que 77% dos casos atingiram suas expectativas. Outro fator importante para a modalidade é o limite mínimo do valor do contrato, estabelecido em R$ 20.000.000,00, aspecto importante por permitir um fluxo financeiro que possibilite abater os elevados custos de contratação. Também se mostra como relevante o prazo permitido para a vigência contratual de, no mínimo, 5 anos e, no máximo, 35 anos, permitindo um prazo mais longo para a contratação e planejamento mais adequado para a viabilidade econômico financeira. Outro diferenciador da modalidade da PPP, em relação às contratações tradicionais, é o fato de os parceiros privados serem remunerados após a realização do investimento, o que, segundo Zimler e Almeida (2006), se torna a característica de maior relevância, ao permitir que o Estado promova a execução de obras e serviços públicos sem dispêndios iniciais. Ainda segundo os autores, esta possibilidade evita a figura dos “elefantes brancos”, ou seja, obras parcialmente realizadas, que representam gastos públicos que não ofertam serviços à população. Levantamentos realizados na Inglaterra, pelo órgão de controle interno daquele país, indicam que os contratos de PPP têm um percentual de 80% de realização de obras nos prazos e orçamentos previstos, enquanto as contratações tradicionais indicam uma taxa de 30% numa comparação importante entre as duas formas de execução. O fato é que, diante dos resultados verificados na experiência internacional, a utilização da PPP acabou por repercutir no Brasil, levando à aprovação da Lei 11.079/04, que regula o emprego do modelo no país, porém com a inserção de importantes diferenciações, que são frutos das críticas e dos aspectos positivos identificados na experiência internacional, conforme será demonstrado a seguir. A Parceria Público-Privada no Brasil A utilização de Parcerias Público-Privadas no Brasil, em âmbito federal, deu-se a partir da promulgação da Lei Federal 11.079, em 30 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004), que instituiu as normas gerais para a licitação e contratação de PPP na Administração Pública e definiu juridicamente Parceria Público-Privada como “uma modalidade de contrato de concessão”. O conceito legal brasileiro define Parceria Público-Privada como um contrato administrativo de concessão, empregado nas modalidades patrocinada ou administrativa. A primeira, quando envolve uma contraprestação pecuniária do parceiro público ao privado em complemento 38 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Existem outros importantes aspectos a citar: a obrigatoriedade de que a escolha dos parceiros privados seja feita por concorrência pública; a realização de consulta pública para comprovação de vantagens pretendidas na adoção da Parceria Público-Privada; a exigência de constituição de Sociedade de Propósito Específico (SPE) pelo parceiro privado vencedor; e a apresentação de garantias de proposta e de execução do contrato pelo parceiro privado. Outro aspecto relevante diz respeito à garantia prestada pelo setor público, o que é uma inovação. Num projeto realizado na modalidade Parceria Público-Privada, o contratado efetua vultuosos investimentos na infraetrutura inicial e qualquer falta de pagamento de contraprestação pública compromete o equilíbrio do fluxo financeiro, colocando em risco a existência da empresa, o que representa um risco ao privado. Nesse contexto, o risco de que ocorra restrição orçamentária, com limitação de pagamento, torna-se elemento crucial na elaboração da estrutura de uma Parceria Público-Privada e gera a exigência de apresentação de garantias públicas relativas à contraprestação das parcelas futuras. A garantia pública representa uma novidade nos contratos administrativos e pode ser utilizada por diversos meios previstos na Lei, desde a utilização do Fundo Garantidor até o emprego de receitas vinculadas, sendo a sua escolha definida em cada projeto. Por fim, é possível afirmar que a estrutura legal brasileira procurou atingir todas as principais críticas internacionais ao modelo de PPP, permitindo uma modelagem mais restritiva, porém, mais segura na implantação. Aspectos relevantes do uso da PPP em projetos de defesa. Num projeto de defesa implementado na modalidade de PPP, a estruturação das garantias públicas permite a redução do risco político e, por consequência, a execução dos contratos de acordo com o planejamento orçamentário. Além disso, a gestão de recursos humanos pode representar um fator positivo em alguns projetos, na medida em que permite que se utilize profissionais especializados para a realização de determinados serviços, sem dispender efetivos militares para atividades que não estão ligadas diretamente à missão constitucional da Força. Por exemplo, na Real Força Aérea, do Reino Unido, os serviços de manutenção de imóveis, de veículos e de aeronaves são objetos de contratos de PPP. Também merece destaque a divisão de riscos na realização de contratos, como, por exemplo, na gestão de estoques de suprimentos para manutenção de aeronaves. É conhecido que a Força Aérea Brasileira (FAB) possui um elevado valor imobilizado em suprimentos de aeronaves, convivendo com crônicas faltas de reposição em razão das limitações orçamentárias. Num cenário em que a manutenção seja realizada por meio de PPP, os dispêndios orçamentários passam a ocorrer unicamente quando da realização do serviço, ficando a gestão dos estoques e os seus riscos decorrentes a cargo do parceiro privado. Este aspecto certamente resulta em redução de valores imobilizados e melhor emprego dos recursos orçamentários. Os custos de transação também se mostram menores nos projetos de PPP, por conta de um número menor de contratos a serem negociados e fiscalizados, além da redução da incerteza dos eventos futuros decorrentes do prazo maior de contratação. Nesse sentido, os contratantes têm maior segurança com relação ao cumprimento do contrato, o que reduz os custos negociais. Outro importante fator decorrente do prazo e relacionado com os custos de transação numa PPP diz respeito ao incentivo à implementação de uma indústria de defesa nacional. Por exemplo, no segmento de manutenção de aeronaves na atualidade, os potenciais parceiros privados não possuem estímulo ao investimento numa estrutura que permita a realização de serviços, uma vez que os contratos de manutenção tem prazo negocial longo e prazo de execução limitado por lei a um ano. Assim sendo, não existe uma segurança quanto ao fluxo financeiro que permita a recuperação dos valores investidos. Por outro lado, num projeto de manutenção executado por meio de uma PPP, os valores investidos podem ser recuperados por meio do fluxo financeiro das contraprestações, ao longo do tempo de contrato. Associe-se ainda a possibilidade de redução nos custos financeiros das empresas contratadas, uma vez que a taxa de risco em eventuais financiamentos obtidos pelas empresas será reduzida, diante da recuperação dos recursos, por meio dos contratos de PPP. Neste cenário, os agentes financeiros estarão financiando operações que possuem retorno assegurado em contrato, o que é diferente do risco de um financiamento para uma fábri- ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 39 ca que terá que negociar os serviços ou materiais após a sua efetivação. A somatória destes diferentes fatores leva a um custo menor para os serviços prestados na forma de PPP, ao longo do contrato. Assim, é possível avaliar que o uso da PPP para projetos de defesa representa importantes vantagens na execução dos projetos: redução de custos de aquisição, redução dos custos de transação, melhor gestão de risco, de recursos materiais, de recursos humanos e redução significativa do risco político. Porém, é importante ressaltar que a PPP não pode ser considerada como uma panacéia para todas as situações, uma vez que sua utilização deve ser precedida de uma série de cuidados na elaboração, tais como: dimensionamento adequado dos riscos, elaboração de estudos técnicos e de demanda, análise da viabilidade econômico-financeira, estrutura jurídica e elaboração do Termo de Referência para a realização do Processo de Manifestação de Interesse. Além disso, existe um processo extenso, envolvendo várias aprovações de órgão externos ao COMAER e que resulta num prazo de, aproximadamente, 2 (dois) anos entre o seu início e a efetivação do contrato. Por fim, o acompanhamento e a fiscalização dos contratos implicam num envolvimento profundo das unidades gestoras na consecução da política pública pretendida, porém num novo foco, com ênfase no resultado final pretendido e não mais a realização de obras ou serviços. No sentido de regulamentar o emprego da modalidade de Parceria Público-Privada em projetos de defesa, no âmbito do Comando da Aeronáutica, foi emitida a Portaria 196/GC-3, de 19 de abril de 2012, regulando a Sistemática de implementação de PPP, que resultou na edição da Instrução do Comando da Aeronáutica - ICA 175-3, ambas definindo as atribuições das unidades do COMAER em processos que empreguem esta modalidade. Estas legislações representam um importante marco legal para que as vantagens da modalidade PPP possam ser utilizadas e representem maiores possibilidades de execução dos projetos de defesa. Conclusão Diante das limitações orçamentárias e financeiras que envolvem a execução de projetos de defesa, a utilização da modalidade Parceria Público-Privada pode tornar-se um importante aliado no emprego dos recursos disponibilizados ao COMAER e na implementação dos projetos de defesa executados pela Força Aérea Brasileira. Nesse sentido, torna-se imprescindível conhecer as vantagens e limitações da modalidade, bem como as pre- visões legais, de maneira a embasar projetos que possam ser realizados por meio de PPP. Conhecendo os limites e respeitando os passos necessários, certamente a execução de projetos por meio da Parceria Público Privada pode trazer grandes vantagens para a Força Aérea Brasileira, contribuindo para uma ação cada vez mais efetiva e permitindo o cumprimento da sua destinação constitucional. Referências BONOMI, C. A. e MALVESSI, O. Project Finance no Brasil - Fundamentos e Estudo de Casos. 3a ed. São Paulo: Atlas. 2008. BRASIL. Lei 11.079, de 30 de Dezembro de 2004. Institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Legislativo, Brasília, DF, 31 dez. 2004. Seção 1, p. 6. DI PIETRO, M. S. Z. Parcerias na Administração Pública. 7a ed. São Paulo: Atlas, 2009. GIACOMINI, J. Orçamento Público. 13 a ed. São Paulo: Atlas, 2005. GHOBADIAN, A et al. Future of Public Private Partnership. in Ghobadian et al. (Editores). Public Private Partnership - Policy and Experience. 1a ed. New York: Palgrave Macmillian, 2004. HAGAR, T. “An Examination of the Private Finance Initiative - Has the PFI initiative Assisted in Investment in our Public Service or has it been an Expansive Diversion?”. 1a ed. New York: Palgrave Macmillan, 2004. HODGE, G. “Public Private Partnerships: a Policy for all Seasons?” in Hodge, G. e Greve, C. The Challenge of Public Private Partnership. 1a ed. Cheltenham: Edward Elgar, 2005. RIBEIRO, M. P.; PRADO, L. N. Comentários à Lei de PPP (Fundamentos Econômicos - Jurídicos). 1a ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2007. ZIMLER, B.; ALMEIDA, G. H. R. O Controle Externo das Concessões Públicas e das Parcerias Público-Privadas. 1a ed. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2005. 40 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • O Gerenciamento de Riscos Corporativos nas Organizações Tenente-Coronel-Intendente Marco Aurélio de Souza Mestrando em Administração Pública pela Universidade do Minho Os órgãos de auditoria vêm observando a mudança internacional de como os controles internos devem agir para aumentar sua eficácia. O conhecimento do que é recomendado por órgãos internacionais e nacionais, ou seja, as melhores práticas para os controles internos das instituições levam à necessidade de conhecer os processos para analisá-los e compará-los com essas práticas. O gerenciamento de riscos é a prática reconhecida atualmente e utiliza-se da análise dos processos existentes nas instituições. O Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO) é o Órgão internacional referência em gerenciamento de riscos, publicando estudo sobre a melhor forma de realizá-lo. Esse estudo influenciou outros órgãos e tornou-se modelo na forma de gerenciar riscos pelas instituições. A Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI) elaborou diretrizes para consolidar o sistema de controle interno, baseando-se na obra daquele Comitê. O Tribunal de Contas da União (TCU) demonstra, na publicação de suas diretrizes normativas, sua adequação à metodologia COSO quando solicita informações das instituições sobre diversos componentes definidos nas diretrizes da INTOSAI e no próprio modelo COSO. Nesse contexto, a metodologia do COSO é o marco da forma de realizar o gerenciamento de riscos para os controles internos. Os controles internos, por sua vez, na realização de suas funções, promovem a implantação desse novo paradigma, trazendo maior confiabilidade na apresentação de resultados, promovendo, as- sim, o alcance dos objetivos e metas estabelecidos pelas instituições. A metodologia COSO, criada por meio de estudos realizados pelo próprio Comitê, definiu oito componentes principais que se inter-relacionam, promovendo o gerenciamento de riscos. Esses componentes são definidos e descritos, neste trabalho, de forma clara e objetiva, a fim de proporcionar maior entendimento sobre o assunto. Portanto, a importância desse trabalho pauta-se no esclarecimento do que vem a ser a metodologia COSO e sua influência na condução da gestão realizada pelas Unidades do Comando da Aeronáutica. 1.1 Gerenciamento de Riscos 1. O gerenciamento de riscos pode ser entendido como todo o conhecimento, métodos, processos organizados, ações práticas e melhoradas continuamente para reduzir os prejuízos e aumentar os benefícios, no alcance dos objetivos e metas estratégicas. (BARALDI, 2011, p. 7). Para o COSO, o gerenciamento de riscos é um processo conduzido em uma organização pelo conselho de administração, diretoria e demais empregados, aplicado no estabelecimento de estratégias, formuladas para identificar em toda a organização eventos em potencial, capazes de afetá-la, e administrar os riscos de modo a mantê-los compatíveis com o apetite a risco da organização e possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos. (COSO, 2007,p. 4). Em ambas as definições, pode-se intuir que gerenciamento de riscos é um processo que visa a conhecer os riscos inerentes, minimizando seus efeitos, a fim de garantir a possibilidade de sucesso de um Referencial Teórico Atualmente, a preocupação das empresas em gerenciar riscos envolvidos com suas atividades pode ser considerada uma nova ordem mundial. Apesar desse movimento, é necessário definir risco para melhor entendimento da importância de gerenciá-lo. Conforme definição encontrada no dicionário Aurélio (1999), risco é uma situação em que há probabilidades mais ou menos previsíveis de perda ou ganho. Por Baraldi (2011, p. 6), é tudo que impede uma empresa de ganhar e/ou que faz perder. Tomando-se por base as definições, considera-se como risco todo evento que impede uma empresa privada ou pública de alcançar seus objetivos. Perante o exposto, o gerenciamento de riscos é de grande importância para qualquer empresa, a fim de que esta possa alcançar seus objetivos, minimizando as possíveis perdas. Visando ao alcance de metas estabelecidas, a identificação dos riscos tornou-se fator preponderante para o sucesso de qualquer instituição. Nessa temática, é oportuno definir o que se entende por gerenciamento de riscos. ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 41 empreendimento ou mesmo da empresa. Essa finalidade prevista na definição fez o gerenciamento de riscos ser apontado pelo COSO como forma de: adequar o risco com a estratégia adotada; fortalecer as decisões em resposta aos riscos; reduzir as surpresas e prejuízos operacionais; identificar e administrar riscos múltiplos e entre empreendimentos; aproveitar oportunidades; e otimizar o capital. (COSO, 2007,p. 3). Assim, o gerenciamento de riscos alcançou importância internacional, por meio do COSO, tornando-se uma ferramenta importante para guiar as empresas ao alcance de suas metas e objetivos. 1.2 Importância da Metodologia COSO O COSO é uma entidade sem fins lucrativos, dedicada à melhoria dos relatórios financeiros por meio da ética, efetividade dos controles internos e governança corporativa. (REGO et al, 2007,p. 3). Trabalhou para criar um mecanismo a fim de evitar escândalos financeiros tais como os ocorridos no final da década de 1990 e no ano de 2000. (BARALDI, 2011, p 35). Esse mecanismo ficou conhecido como Metodologia COSO. A primeira publicação, em 1992, conhecida como COSO I, tem seu foco nos controles internos das organizações e a segunda, COSO II, emitida em 2004, amplia seu alcance, focando no gerenciamento de riscos. (COSO, 2007, prefácio e BARALDI, 2011, p 35). Essas publicações tornaram-se referência mundial para estudo e aplicação dos controles internos. (REGO et al, 2007,p. 3). O Instituto de Auditores Internos (IIA) ratificou o trabalho realizado pelo comitê, inserindo, em sua Norma Internacional, a necessidade do auditor interno possuir conhecimento técnico para avaliar risco. (IIA, 2010, p.4). A Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superio- res (INTOSAI) citou, na definição de controle interno, que este deve ser estruturado para enfrentar os riscos. (INTOSAI, 2007, p. 19). O Tribunal de Contas da União, na sua instrução normativa 63/2010, que estabelece normas de organização e de apresentação dos relatórios de gestão e das peças complementares componentes dos processos de contas da Administração Pública federal, definiu o exame de desempenho como capacidade do controle interno minimizar os riscos. Ainda, na sua decisão normativa TCU nº 107/2010, incluiu a informação sobre o funcionamento do sistema de controle interno da unidade, destacando-se o aspecto de avaliação de risco para constituição dos relatórios de gestão das unidades jurisdicionadas. Dessa forma, a metodologia COSO tornou-se de grande importância internacional e nacional para todo os órgãos de controle interno, demonstrando a importância do seu conhecimento pelas instituições. 1.3 Metodologia COSO A metodologia COSO objetiva a melhor forma de gerenciar riscos mediante o inter-relacionamento entre oito componentes, a saber: o ambiente interno, a fixação de objetivos, a identificação de eventos, a avaliação de riscos, a resposta ao risco, as atividades de controle, as informações/comunicações e o monitoramento. (COSO, 2007, p. 6). 1.3.1 Ambiente Interno O COSO traduz ambiente interno como o tom da organização que fornece a base pela qual os riscos são identificados e abordados pelo seu pessoal, inclusive a filosofia de gerenciamento de riscos, o apetite a riscos, a integridade e os valores éticos, além do ambiente que estão. Segundo Baraldi (2010, p. 115), ambiente interno é a cultura, os valores da organização e a filosofia da alta administração. O ambiente influen- cia toda a organização criando comportamentos. Ações administrativas, treinamentos, capacitações, fatores psicológicos, entre outros, determinam o ambiente interno de uma organização. Assim, o ambiente interno deve ser compreendido como a integração entre vários aspectos, sendo eles: a governança corporativa, a filosofia da alta administração, o compromisso com a competência, os recursos humanos e a estrutura organizacional. A “governança corporativa” se compõe de três pilares: os objetivos e metas da empresa, a força de trabalho e os controles existentes. Os objetivos e metas de uma empresa devem estar alinhados com a missão da empresa. A força de trabalho deve saber quais são os objetivos a serem alcançados e quais as respectivas atribuições e responsabilidades. Os controles existentes devem produzir indicadores que tornem a avaliação da governança eficaz e eficiente. Outro aspecto do ambiente interno é a “filosofia da alta administração” que trata da forma que a organização lida com os riscos. Essa filosofia é visualizada pelo valor dado pela administração aos objetivos, aos seus riscos e aos controles empregados pela direção da administração. O “compromisso com a competência” é o foco na capacitação necessária para a ocupação das diversas funções na empresa. Entende-se como a pessoa certa, habilidades e conhecimentos, no local certo. A qualidade do pessoal deve ser bem explorada, facilitando o alcance dos objetivos e metas escolhidos. Os “recursos humanos” limitam-se às tarefas de capacitação, de treinamento e atualização da força de trabalho. A administração é a responsável por criar e manter a qualidade do seu pessoal. É uma atividade que renova os conhecimentos e mantém motivados os seus recursos humanos. Quanto à “estrutura organizacional”, esse aspecto tem grande 42 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • importância no relacionamento com o fluxo de informações da empresa. A estrutura facilita ou não o trâmite de informações entre os diversos setores administrativos. Portanto, esses aspectos que compõem o ambiente interno determinam o êxito de qualquer empreendimento. (COSO, 2007, p.27). 1.3.2 Fixação de Objetivos Toda instituição é criada com uma missão, motivo de sua existência. Com base na missão, a alta administração fixa os objetivos a serem alcançados a fim de cumprir a missão. O COSO classifica os objetivos definidos em estratégicos, operacionais, de comunicação e de conformidade. Os objetivos estratégicos são metas de nível geral alinhados à missão empresarial. Os objetivos operacionais são determinados após a definição dos objetivos estratégicos e estão relacionados com a eficiência e eficácia das operações da empresa. Os objetivos de comunicação relacionam-se com a confiabilidade dos relatórios emitidos e os objetivos de conformidade, com o cumprimento das legislações existentes. Somente após a definição dos objetivos, a administração torna-se capaz de levantar as possíveis causas que podem afetar o cumprimento dos objetivos determinados. (COSO, 2007, p.37). Portanto, a fixação de objetivos é um componente importante para o gerenciamento de riscos, bem como um fator preponderante para a identificação dos possíveis eventos influenciadores do alcance dos objetivos. 1.3.3 Identificação de Eventos As ocorrências que afetam a realização de objetivos de uma empresa, positiva ou negativamente, são definidas, pelo COSO, como eventos. Se afeta positivamente, o evento é considerado pela administração como uma oportunidade. Porém, se afeta negativamente, esse tipo de evento é um risco para a empresa. (COSO, 2007). A identificação de eventos só pode ocorrer após a definição dos objetivos estabelecidos pela administração e deve ser realizada sem a avaliação do grau de impacto que estes podem provocar. Assim, a administração pode listar todos os eventos possíveis de influenciar os resultados da empresa, independentemente do impacto provocado. Qualquer evento, ao ocorrer, acarreta na presença de outros eventos de maior ou menor impacto. Este tipo de ocorrência é conhecida como interdependência de eventos e pode ser identificada como um efeito cascata de eventos. É importante conhecer a interdependência dos eventos, a fim de que a administração possa identificá-los e direcionar o gerenciamento de riscos da empresa. (COSO, 2007). Dessa forma, levantados os possíveis eventos e seus inter-relacionamentos, é necessário avaliar o grau de interferência no alcance dos objetivos, para associar cada evento ao seu potencial de impacto na realização dos objetivos. 1.3.4 Avaliação de Riscos Fatores internos e externos afetam o alcance dos objetivos das instituições. Esses fatores, também conhecidos como eventos, são identificados como riscos e avaliados por meio de duas perspectivas: a probabilidade de ocorrência do evento e o grau de impacto na realização dos objetivos. A ocorrência de um evento possui um grau de incerteza na avaliação de riscos. A probabilidade quantifica esse grau de incerteza da ocorrência. Caso a probabilidade de um evento ocorrer for falta, a administração gerenciará o risco inerente ou residual, com certa atitude, a fim de evitar possíveis danos ou minimizá-los. É importante saber que risco inerente, conforme o COSO (2007, p.54), é aquele que a administração não adota medidas de controle que possam minimizar ou eliminar suas reações. O COSO, ainda, define como risco residual aquele que permanece após a adoção de medidas pela administração. Assim, a probabilidade é uma das formas de avaliação dos riscos. Outra forma de avaliar riscos é a perspectiva do grau de impacto quando um evento ocorre. O grau de impacto é a repercussão que gera um evento, ou seja, como afeta a realização dos objetivos. Dessa forma, a avaliação de risco pode determinar a importância de um risco em relação ao impacto que um evento causa. Concluindo, a avaliação de riscos é realizada por meio da estimativa de ocorrência de um determinado evento e seu impacto, determinando como a administração deve responder ao risco em sua ocorrência. 1.3.5 Resposta ao Risco A administração pode, em relação à ocorrência de um potencial evento, evitá-lo, reduzi-lo, compartilhá-lo ou aceitá-lo. Para o COSO (2007), estas ações são as possíveis respostas ao gerenciamento de riscos. Ao adotar qualquer uma das três primeiras ações já citadas, entende-se que a administração adotou uma série de providências quanto à ocorrência de um evento. Com relação a evitar ou reduzir a probabilidade ou o impacto de um evento, a ideia é clara, ao passo que a compartilhar, nem tanto. Compartilhar um risco entende-se quando a administração realiza seguro ou terceiriza uma atividade. Em relação à aceitação do risco, o entendimento é a não adoção de medidas de gerência. Assim, a administração define qual ação a ser adotada em relação a um evento em potencial, criando determinados controles. 1.3.6 Atividades de Controle Entende-se como atividade de controle a medida adotada para evi- ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 43 tar, reduzir ou compartilhar a ocorrência de um evento. Conforme Armando (2009, p.40), a atividade de controle é a resposta aos riscos. É a ação da administração na detecção de riscos, antecipando-se. Como atividades, destacam-se: os controles físicos, os indicadores de desempenho, o processamento das informações e a segregação de funções. O controle físico compara a quantidade de um material com a escrituração existente. Os indicadores de desempenho são índices que, em conjunto, identificam e corrigem o planejamento da administração. O processamento da informação é entendido pela presença das devidas autorizações necessárias para o fluxo de um processo. A segregação de funções relaciona-se com a redução de risco de fraude e de erro. Assim, as atividades de controle são as medidas tomadas pela administração para reduzir riscos. não se restringe ao conhecimento das responsabilidades de cada indivíduo. Por Armando (2009, p.43), a comunicação também deve verificar se os recursos humanos identificam, nos seus superiores, o desejo de conhecer os problemas da empresa para resolvê-los com eficiência. Nota-se, portanto, que o fluxo de informações e que a comunicação entre os recursos humanos são de extrema importância para a melhoria de processos. 1.3.7 Informações e Comunicações É um processo que avalia continuamente a qualidade do desempenho dos controles internos. Segundo Azevedo (2009, p. 27), monitoramento indica se os controles internos são adequados e efetivos. Ainda, cita que controle adequado é aquele que apresenta os componentes da metodologia COSO funcionando. Então, por meio do monitoramento das atividades de uma empresa, é possível avaliar se o gerenciamento de riscos está eficaz. As informações relacionam-se com as atividades da empresa. Toda atividade de uma empresa produz informação. Por meio desta, é possível avaliar, monitorar, planejar, coordenar, ou seja, gerenciar riscos. Segundo Armando (2009, p.43), as informações devem ser fornecidas a fim de proporcionar um eficiente processo decisório. A comunicação relaciona-se com os recursos humanos. É necessária para que as pessoas saibam suas atribuições. Por meio da comunicação, a administração promove a melhoria dos processos. A comunicação 1.3.8Monitoramento 2 A Metodologia e sua influência nas Unidades do COMAER A Administração Pública deve sustentar suas ações no alcance da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade do cumprimento de suas metas e objetivos estratégicos. Para isso, as Unidades devem realizar todo ano o planejamento de suas ações alinhadas às metas e aos objetivos necessários ao cumprimento de sua missão. Realizado o planejamento e para acompanhamento do cumprimento de todas as ações planejadas, a administração deve mapear seus processos, avaliar os riscos inerentes para criar controles que identifiquem a ocorrência de eventos e indicadores que demonstrem a real situação do cumprimento das metas e objetivos estabelecidos. Porém, para que todo esse esforço tenha resultado, é necessário que a administração tenha boa comunicação interna entre os vários níveis da organização e registro de todas as discrepâncias que venham a ocorrer durante o desenvolvimento do processo. Enfim, ao realizar todos os atos acima descritos, as Unidades do Comando da Aeronáutica estarão implantando uma nova forma de trabalho, conforme previsto pela metodologia COSO, e, dessa forma, obtendo controle sobre todos os seus processos e dados necessários à 44 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • confecção dos seus respectivos relatórios de Gestão. 3Conclusão Após percorridos os tópicos anteriores, pode-se concluir que as organizações, ao gerenciar seus riscos, adotando a Metodologia COSO, estarão empreendendo esforços no sentido de atingir seus objetivos, mitigar os riscos inerentes às suas atividades, demonstrando comprometimento com a gestão, permitindo eliminar ou diminuir os prejuízos e facilitando o trâmite de informações necessárias à confecção dos relatórios de gestão. 4Referências ARMANDO, R. A. V. A interrelação dos trabalhos realizados pela Secretaria de Controle Interno da Câmara dos Deputados com os componentes da metodologia utilizada pelo Committee of Sponsoring Organization (Coso).2009, 52 f. Monografia (especialização) – Escola da AGU, da Advocacia-Geral da União, Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor), da Câmara dos Deputados, Secretaria Federal de Controle Interno (SFC), da Controladoria Geral da União e Instituto Serzedello Corrêa (ISC), do Tribunal de Contas da União, Curso de Especialização em Auditoria Interna e Controle Governamental, 2009. Disponível no site: < http://bd.camara.gov.br/bd/handle/ bdcamara/3786>. Acesso em: 25/05/2011. AZEVEDO,M.T. A avaliação dos controles internos no âmbito das Auditorias de Natureza Operacionais, realizadas pelo Tribunal de Contas da União, destacando a abordagem dos componentes do COSO. 2009, 49 f. Monografia (especialização) – Escola da AGU, da Advocacia-Geral da União, Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor), da Câmara dos Deputados, Secretaria Federal de Controle Interno (SFC), da Controladoria Geral da União e Instituto Serzedello Corrêa (ISC), do Tribunal de Contas da União, Curso de Especialização em Auditoria Interna e Controle Governamental. Disponível no site: <http://www2.camara.gov.br/responsabilidade-social/edulegislativa/ educacao-legislativa-1/posgraduacao/arquivos/publicacoes/banco-de-projetos/projetos-dos-cursos-aicg-prp-op-ip-pl-1a-edicao/especializacao-em-auditoria-interna-e-controle/Mayalu%20Tameirao%20de%20 Azevedo.pdf> Acesso em: 25/05/2011. BARALDI, Paulo. Gerenciamento de riscos empresariais: a gestão de oportunidades, a avaliação de riscos e a criação de controles internos nas decisões empresariais. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. BRASIL. Comando da Aeronáutica. Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento. ICA 174-1: controle interno nas unidades gestoras.Brasília, DF, 2007 A presente discussão não esgota o tema, mas ressalta que os passos apresentados servirão para melhoria substancial do desempenho da gestão das organizações e no levantamento das informações necessárias à confecção dos relatórios de gestão. (______). Tribunal de Contas da União. Decisão Normativa n° 107, de 2010. Dispõe acerca das unidades jurisdicionadas cujos responsáveis devem apresentar relatório de gestão referente ao exercício de 2010, especificando a organização, a forma, os conteúdos e os prazos de apresentação, nos termos do art. 3º da Instrução Normativa TCU nº 63, de 1º de setembro de 2010.Brasília, DF, 2010 Disponível no site: <http://www.tcu.gov.br/Consultas/Juris/Docs/judoc/ DN/20110404/DNT2010-107. doc> Acesso em: 13/06/2011. (______). Tribunal de Contas da União. Instrução Normativa n° 63, de 2010. Estabelece normas de organização e de apresentação dos relatórios de gestão e das peças complementares que constituirão os processos de contas da administração pública federal, para julgamento do Tribunal de Contas da União, nos termos do art. 7º da Lei nº 8.443, de 1992.Brasília, DF, 2010. Disponível no site: <http://www.tcu.gov.br/Consultas/Juris/Docs/judoc/IN/ 20100903/INT2010-063. rtf> Acesso em: 13/06/2011. COMITE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMISION – COSO. Internal control - Integrated framework. COSO, 2007. FERREIRA, Aurélio B. Hollanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. IIA. Normas Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria Interna. Disponível no site: <www. iiabrasil.org.br/new/images/down/IPPF2011/ IPPF_ Normas_01_11.pdf>. Acesso em:13/06/2011. INTOSAI. Diretrizes para as Normas de Controle Interno do Setor Público. Tradução do Tribunal de Contas do Estado da Bahia. Disponível no site: <http:// www.tce.ba.gov.br/files/publicacoes/serie_traducoes/ intosai_diretrizes_p_controle_interno.pdf> REGO, A.M.P. et al. A Utilização do C.O.S.O. Na Controladoria: Um Estudo No Brasil. Bahia. Disponível no site: <www.infinitaweb.com.br/albruni/artigos/a0704_ IntCustos_COSO.pdf>. Acesso em:13/03/2011. ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 45 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO E UMA NOVA PEDAGOGIA CRÍTICO-REFLEXIVA 1º Ten Ped Luciana Cristina Furlan Chefe da Divisão de Ensino do Instituto de Economia e Finanças da Aeronáutica Pós-Graduada em EaD pela UnB ciais por meio dos quais o conhecimento é construído”. Portanto, o objetivo desse trabalho é reunir opiniões de alguns autores sobre o referido tema e mostrar, conforme muitos especialistas afirmam, que 1.INTRODUÇÃO O presente ensaio aborda alguns aspectos da Educação a Distância e as implicações das Tecnologias de Informação e de Comunicação no processo de ensino-aprendizagem. As diversas técnicas, estratégias, recursos, tecnologias, mídias disponíveis, hoje, nesse mundo globalizado, são ferramentas que contribuem para o sucesso da disseminação do conhecimento em diversos campos, mas, se não estiver atrelada a uma pedagogia de base que oriente a utilização desses meios, poderá não atingir o objetivo que de fato se espera. Segundo Belloni (1999, apud Carvalho1), “[...] tudo depende da pedagogia de base que inspira e orienta estas atividades: a inovação ocorre muito mais nas metodologias e estratégias de ensino do que no uso puro e simples de aparelhos eletrônicos”. Já Burt e Keynes (1997, apud Vargas) encontraram autores “que defendem a necessidade de considerar tanto a capacidade das mídias como a dos métodos que as empregam, uma vez que elas interagem com os processos cognitivos e so- (...) os avanços das TIC´s poderão revolucionar a pedagogia do século XXI, da mesma forma que a inovação de Gutemberg revolucionou a educação a partir do século XV (HOLMBERG apud BELLONI, 1999, p. 55). Entretanto, essas tecnologias não substituirão de imediato as atuais, mas provocarão mudanças profundas na forma como se constitui a dinâmica do ensino (CARVALHO1, p.1). modernizarem suas práticas educacionais a fim de atenderem a uma demanda que aspira por oportunidades de acesso à aprendizagem. Segundo o então Ministro da Educação Paulo Renato de Souza (1999, apud Sales): O papel da Educação, numa sociedade em constante processo de transformação, vem sendo abordado por educadores, empresários e outros segmentos interessados em refletir sobre os desafios que se impõem ao nosso país, para que se possa atingir um grau de competitividade e modernidade compatível com as exigências do mundo atual. Para Ribeiro (1977, apud Sales), que discute o problema em âmbito mundial, a crise da Educação, iniciada na segunda metade do século XX, foi provocada, principalmente, pelas seguintes causas: 2.DESENVOLVIMENTO O Brasil vivencia significativas mudanças no âmbito da educação. Estas mudanças fazem com que haja mobilizações integradas e urgentes das organizações públicas e privadas no sentido de adequarem e _ a expansão mais que proporcional da população em idade escolar; _ o despertar de todos os povos para significação e a importância da Educação no aperfeiçoamento tecnológico e no progresso das nações; _ a compreensão, por parte das camadas mais humildes das populações, para a importância da educação como fator de mobilidade social vertical ascendente, na sociedade. Diante desse contexto, a Educação a Distância surge como uma 1 CARVALHO, Kassandra Brito de. Mestranda em Educação (Unicamp-SP). Especialista em Tecnologias Interativas Aplicadas à Educação pela PUC-SP. Pedagoga e Orientadora Educacional pela Universidade São Marcos. Professora de Informática das Faculdades Cathedral, em Boa Vista – Roraima. 46 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • das alternativas para suprir essa carência pela qual o mundo está passando. Por meio das Tecnologias de Informação e de Comunicação, qualquer indivíduo, interessado em aperfeiçoar-se e encontrando uma instituição pública ou privada que ofereça, com efetividade, esta modalidade de ensino, é capaz de alcançar seus objetivos, realizando-se pessoal e profissionalmente. Para isso, professores, alunos e administradores devem assumir uma postura cultural de aceitação às mudanças, procurar conhecer profundamente as tecnologias e mídias apresentadas, adequá-las à nova realidade, projetar um novo modelo educacional e atualizar o conteúdo programático. Assim, não só o receptor das informações ganha em qualidade de instrução, mas, principalmente, a empresa que estará investindo em profissionais qualificados e preparados para vencer todos os obstáculos, bem como contribuir para o sucesso da instituição. nova realidade e oferecer, aos seus receptores, oportunidades de aperfeiçoamento e desenvolvimento de competências múltiplas no trabalho em equipe, na capacidade de aprender e de adaptar-se a situações novas para, consequentemente, atingir as metas desejadas. Porém, toda mudança gera uma adaptação e, nem sempre, as pessoas estão abertas a essas mudanças por estarem condicionadas a métodos tradicionais de aprendizagem. Segundo Hall (2001, apud Sales), estas são algumas das preocupações a serem consideradas ao adotar uma estratégia de aprendizado eletrônico: • Se a empresa não possui acesso à Banda Larga, o acesso é mais lento e a interatividade é menor. • Os recursos de áudio e vídeo podem não ser possíveis na rede. • Alguns cursos não são apropriados ao ensino por rede ou só são eficazes se combinados com treinamento conduzido por instrutor. • Os usuários precisam ser razoavelmente auto-orientados ou estar bastante motivados. A seguir, serão abordadas algumas implicações das Tecnologias de Informação e de Comunicação no processo de ensino-aprendizagem. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO – TICs As instituições, portanto, buscando ofertar um ensino de qualidade que atenda às expectativas de sua clientela, têm de se adequar à Com o avanço e a inserção cada vez mais marcante e acentuada das Tecnologias de Informação e de Comunicação em nosso meio, po- demos, enquanto educadores, fazer uso de diversas mídias para a efetivação de um trabalho educacional eficaz e eficiente. Mas, para isso, devemos romper as barreiras do tradicional e conhecer profundamente cada uma dessas tecnologias e adequá-las à cada situação de ensino. É imprescindível uma seleção criteriosa dessas mídias para que se atinja um resultado satisfatório. Segundo Belloni (2001 apud Carvalho), As TIC, ao mesmo tempo em que fazem grandes potencialidades de criação de novas formas mais performáticas de mediatização, acrescentam muita complexidade ao processo de mediatização do ensino/aprendizagem, pois há grandes dificuldades na apropriação destas técnicas no campo educacional e em sua “domesticação” para utilização pedagógica. Suas características essenciais simulação, virtualidade, acessibilidade à superabundância e extrema diversidade de informações - são totalmente novas e demandam concepções metodológicas muito diferentes daquelas das metodologias tradicionais de ensino, baseadas num discurso científico linear, cartesiano e positivista. Sua utilização com fins educativos exige mudanças radicais nos modos de compreender o ensino e a didática. Alguns autores, ainda, como Dutton e Lievrouw (1982, apud MOORE; KEARSLEY, 1996), citados por Vargas, ressaltam que a seleção das mídias deve ser centrada no conteúdo em vez de estar centrada na tecnologia e que, portanto, as mídias podem ser escolhidas conforme o tipo de tarefa a ser abordada. Além disso, deve-se levar em conta também os tipos de comunicação mais adequada (one-way, two-way), os objetivos da organização, a clientela, a localização geográfica, os custos, a complexidade e taxionomia de aprendiza- ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 47 gem (cognitiva, afetiva e psicomotora). Mediatizar, na perspectiva do processo educacional, significa, segundo Belloni (2001 apud Neder2): (...) conceber metodologias de ensino e estratégias de utilização de materiais de ensino/aprendizagem que potencializem ao máximo as possibilidades de aprendizagem autônoma. Isso inclui desde a seleção e elaboração de conteúdos, a criação de metodologias de ensino e de estudo, centradas no discente, voltadas para a formação da autonomia, a seleção dos meios mais adequados e a produção de materiais, até a criação de estratégias de utilização de materiais e de acompanhamento do estudante, de modo a assegurar a interação do estudante com o sistema de ensino. 3.CONCLUSÃO Como se tem observado, as novas Tecnologias de Informação e da Comunicação surgem de forma explosiva, fazendo com que as Empresas, Instituições Públicas e Privadas conscientizem-se da necessidade de adequarem-se, modernizando suas estruturas e formas de disseminação do conhecimento, de treinamento de seus profissionais, para que logrem sucesso em suas empreitadas. Hoje, para preservar-se no mundo dos negócios, empresários e profissionais das diversas áreas devem buscar continuamente o aperfeiçoamento que os possibilitará de concorrerem, de forma acirrada, ao mercado vigente de trabalho. nova pedagogia, dialética e interativa, favorecida e potencializada pelas redes telemáticas, orienta-se numa perspectiva de desenvolvimento da capacidade crítico-reflexiva do homem, numa interação social que atenda às necessidades emergentes da nossa sociedade e que de certa forma proponha ações mais justas e democráticas. (CARVALHO, p. 2) 4.Referências Muitas organizações estão vivenciando um processo de migração para um novo modelo de treinamento e desenvolvimento de pessoal mais adequado à nova Era do Conhecimento, apoiando-se no uso das Universidades Corporativas ou demais alternativas para organização e difusão da informação e da aprendizagem. É claro que toda mudança gera certo transtorno e que, na maioria das vezes, haverá aspectos vantajosos e desvantajosos na implantação de uma nova metodologia. A realidade vivenciada atualmente mostra-nos que a educação não mais se acaba na escola tradicional. Pelo contrário, é imprescindível que o indivíduo alicerce seu conhecimento ao longo de sua vida. Os educadores, de agora em diante, devem adequar a sua “pedagogia” às novas tendências tecnológicas, fazendo uso de mídias que correspondam com o conteúdo de suas atividades e aos objetivos propostos. A perspectiva das TIC´s é para que as múltiplas linguagens, em suas múltiplas vozes, amplifiquem os espaços educativos, constituindo um universo em constante processo de interação e transformação social. A ação comunicativa de uma CARVALHO, Kassandra Brito de. Implicações das TIC´s na Educação. Disponível em: <http://www.profala.com/arteducesp59.htm>. Acesso em 04 agosto 2008. VARGAS, Miramar Ramos Maia. UNIVERSIDADE Corporativa: diferentes modelos de configuração. Perspectivas Atuais e Futuras da EaD. Unidade 1. Disciplina: Fundamentos de EaD. Texto 8 da Biblioteca Virtual. Pós-Graduação em Educação a Distância. Brasília: CEAD/UnB. ______. Seleção de Mídias. Política Atual de Mídias para a EaD no Brasil. Unidade 5. Disciplina: Mediatização em Educação a Distância. Texto da Biblioteca Virtual. Pós-Graduação em Educação a Distância. Brasília: CEAD/UnB. SALES, R. B. C. Gestão do conhecimento como vantagem competitiva: o surgimento das Universidades Corporativa. 2002, 165 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. NEDER, Maria Lucia Cavalli. Educação a Distância na universidade do século XXI. PGM 2. Texto 3. Cursos de graduação a distância: questões pedagógicas e de gestão. Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/ edu/tetxt2_3.htm>. acesso em 04 agosto 2008. 2 NEDER, Maria Lucia Cavalli. Professora do Departamento de Teorias e Fundamentos da Educação do Instituto de Educação e membro do Núcleo de Educação Aberta e a Distância – NEAD, da Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT, com publicações e produções de software educativo para cursos de EAD. [email protected] 48 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Auditoria Operacional, potencialização da gestão Coronel-Aviador Geraldo Ignachiti Filho Diretor do Instituto de Economia e Finanças da Aeronáutica Os Governos e as Instituições enfrentam, na atualidade, grandes desafios no sentido de obter melhores resultados e de dar transparências aos seus gastos. Nesse sentido, buscam aprimorar suas formas de controle, melhorar seus processos, modernizar procedimentos e ferramentas gerenciais, objetivando mensurar o exato resultado de suas ações, fazendo com que o tema dos resultados ocupe lugar de destaque não só nas organizações privadas, mas, também, nas organizações públicas. A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 70 e 71, conferiu ao Tribunal de Contas da União a função de mensurar a gestão da Administração Pública, julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal, e as contas daqueles que derem causa à perda, ao extravio ou a outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público. Esta respeitável Instituição, o TCU, possui papel relevante, pois defende os interesses dos cidadãos, na medida em que analisa o desempenho da Administração Pública e indica alternativas de melhorias. Para efetivar este controle, o Tribunal utiliza-se de diversas ferramentas, destacando-se, nesta oportunidade, as Auditorias Operacionais ou Performance Audit. Associado ao conceito de resultados na Administração Pública está o conceito de transparência que, nos últimos tempos, apresenta papel de destaque, sendo um instrumento que permite verificar as atividades realizadas e os resultados efetivamente alcançados. O Estado Brasileiro busca conhecer e controlar onde, como e quando os recursos públicos descentralizados são aplicados e gastos, aferindo e mensurando se as metas e os objetivos planejados e propostos estão sendo concretizados. Nesse diapasão, o Comando da Aeronáutica busca, constantemente, o aperfeiçoamento das suas ferramentas de controle, visando a alcançar resultados mais expressivos de suas Organizações, pois o foco nos resultados sempre foi um objetivo permanente da Administração Castrense. A mensuração dos resultados não é tarefa simples, pois envolve inúmeros e complexos elementos. Diante desse desafio, visando a auxiliar as instituições, a Auditoria Operacional apresenta-se como avançado instrumento de gestão. Reforça, ainda, a ideia de que o gestor público deve buscar e operar novas ferramentas para otimizar os resultados em um cenário orçamentário cada vez mais restritivo, controlado e transparente. Serviu como norte para estas considerações os métodos e técnicas aplicados pelo Tribunal de Contas da União, especialmente, pelo acúmulo de experiência na realização das Auditorias Operacionais. É importante destacar que muitos dos conceitos e práticas utilizados na Auditoria Operacional são oriundos da iniciativa privada, aplicados na Administração Pública, estabelecendo novas bases entre as relações dos gestores públicos e a sociedade. Nesse contexto, importa destacar que este tema, complexo e atual, não pode ser esgotado em apenas uma discussão. Nesta oportunidade, ao se destacar suas características, busca-se conhecer um pouco mais sobre esta ferramenta moderna de gestão. As considerações aqui apresentadas estão de acordo com os padrões de Auditoria Operacional adotados pela Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI). Este trabalho tem, ainda, como objetivo, incentivar as instituições no aprofundamento do tema, especialmente, os seus setores de controle interno, na compreensão, orientação, preparação e realização das Auditorias Operacionais, pois estas ressaltam a ideia de integração entre os Controles Internos e Externos. Segundo a INTOSAI, Auditoria Operacional é o exa- ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 49 me independente e objetivo da economicidade, da eficiência, da eficácia e da efetividade das organizações, dos programas e atividades governamentais, com a finalidade de promover o aperfeiçoamento da gestão pública. De acordo com o Governement Audit Office - GAO, dos EUA: “Auditoria Operacional é um exame objetivo e sistemático de evidências, com o propósito de fornecer uma avaliação independente do desempenho de uma organização, programa, atividade ou função governamental, de maneira a fornecer informações que aperfeiçoem a responsabilização dos agentes públicos e facilitem a tomada de decisão por parte dos agentes com responsabilidade de supervisionar ou iniciar ações corretivas”. As Auditorias Operacionais possuem características específicas que as distinguem das demais auditorias tradicionais. Enquanto a auditoria de regularidade compreende auditoria financeira, de controles internos e da legalidade dos atos administrativos, com padrões relativamente fixos, as operacionais, devido à variedade e complexidade das questões tratadas, possuem maior flexibilidade na escolha do processo de realização da auditoria, requerendo do auditor conhecimento, flexibilidade, experiência e capacidade analítica. As especificidades de algumas áreas prospectadas na Auditoria Operacional necessitam de conhecimento especializado, como é o caso das áreas de Saúde, Meio Ambiente, Segurança e Ciência e Tecnologia. Nas auditorias de regularidade, as conclusões assumem a forma de relato conciso e de formato padronizado sobre demonstrativos financeiros e sobre conformidade das transações com leis e regulamentos, ou sobre temas como a inadequação dos controles internos, atos ilegais ou fraude. Nas Auditorias Operacionais, o relatório trata da economicidade e da eficiência na aquisição e aplicação dos recursos, assim como da eficácia e da efetividade dos resultados alcançados. Tais relatórios podem variar consideravelmente em escopo e natureza, informando, por exemplo, sobre a adequada aplicação dos recursos, sobre o impacto de políticas e programas e recomendando mudanças destinadas a aperfeiçoar a gestão. (ISSAI 400/2-3, 2001). Pela natureza, as auditorias operacionais são mais abertas a julgamentos e interpretações e seus relatórios, consequentemente, são mais analíticos e argumentativos. (ISSAI 3000/1.2, 2004). Em um mesmo trabalho, as Auditorias Operacionais podem examinar uma ou mais das principais dimensões de análise e suas inter-relações. Objetivando buscar uma melhor compreensão do tema, faz-se necessário conhecer os conceitos que norteiam as Auditorias Operacionais. Em primeiro plano, o conceito de economicidade, que é a minimização dos custos dos recursos utilizados na consecução de uma atividade, sem comprometimento dos padrões de qualidade. (ISSAI 3000,1.5, 2004). Refere-se à capacidade de uma instituição gerir adequadamente os recursos financeiros colocados a sua disposição. Nessa construção de ideias, eficiência é definida como a relação entre os produtos, bens e serviços, gerados por uma atividade e os custos dos insumos empregados para produzi-los, em um determinado período de tempo, mantidos os padrões de qualidade. Essa dimensão refere-se ao esforço do processo de transformação de insumos em produtos. A eficiência pode ser medida calculando-se e comparando-se o custo unitário da produção de um bem ou serviço. Portanto, podemos considerar que o conceito de eficiência está relacionado ao de economicidade. Ainda nessa discussão, eficácia é o grau de alcance das metas programadas em um determinado período de tempo, independente dos custos implicados. Este conceito diz respeito à capacidade da gestão de prover bens e serviços de acordo com o estabelecido no planejamento das ações. Não se pode precisar a eficácia para metas subestimadas durante a fase do seu estabelecimento, bem como, ainda, é necessário levar em consideração, os contingenciamentos orçamentários impostos à gestão. Por fim, efetividade pode ser entendida como o alcance dos resultados pretendidos, a médio e longo prazo. Refere-se aos resultados de um programa sobre a população-alvo, e os objetivos pretendidos, traduzidos pelos objetivos finalísticos da intervenção. Quando se fala de Auditoria Operacional, outras dimensões podem ser verificadas, pois a sua flexibilidade permite prospectar aspectos relacionados à qualidade dos serviços, atendimento das necessidades dos beneficiários de determinado programa. Nesse sentido, interessa destacar que os investimentos devem ser carreados para setores onde há maior vulnerabilidade, falta de apoio de saúde, falta de saneamento ou falhas na segurança. Nesse aspecto, pode-se destacar a importância da prospecção do cenário da instituição. Para um melhor desempenho das Auditorias Operacionais, em função da sua flexibilidade, variedade e complexidade, buscando excelência nos trabalhos, deve-se utilizar as experiências e as orientações do Tribunal de Contas da União, facilitando os trabalhos. Outro ponto de fundamental importância nas Auditorias Operacionais a ser considerado é o fato de que há a necessidade de uma atitude pró-ativa e 50 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • colaborativa do auditado, pois o objetivo maior é a melhoria da gestão. Sendo assim, a atitude do auditado possibilita a identificação das áreas essenciais e de relevância que interessam ser prospectadas e mensuradas. Nesse aspecto colaborativo, o primeiro passo é a seleção do objeto, dentro dos critérios e do escopo estabelecidos que, depois de prospectado, permitirá potencializar a gestão, possibilitando que a sociedade e os órgãos de auditoria conheçam o desempenho da instituição. Este processo de seleção deve estar de acordo com as orientações estratégicas da instituição e seus programas de trabalho, priorizando e focando de acordo com os recursos e a importância dos processos, ou seja, focando os processos finalísticos. Em seguida, deve-se iniciar o planejamento, visando a construir o projeto de auditoria, estabelecendo os critérios, delineando os objetivos do trabalho, as questões de auditoria, os procedimentos e os resultados esperados. O principal critério de seleção é a capacidade da auditoria agregar valor, ou seja, produzir novos conhecimentos e perspectivas, por meio de sua contribuição para a avaliação e a melhoria da gestão pública, focando especialmente na materialidade, relevância e vulnerabilidade. Na fase de execução, realiza-se a coleta e a análise das informações, dos achados de auditoria que comporão o relatório de auditoria com as observações e recomendações. Na fase seguinte, monitoramento das ações, destina-se a acompanhar as providências adotadas pelo auditado em resposta às recomendações e determinações dos auditores. Esta etapa possui potencial para contribuir, de forma cabal, para o aperfeiçoamento da gestão, especialmente, na aferição e na mensuração dos benefícios alcançados, decorrentes da implementação das recomendações. A auditoria é um processo de investigação sistemática. Em seu ciclo, sempre teremos o planejamento, a obtenção e análise das evidências e divulgação dos resultados e o monitoramento das ações corretivas. Auditoria Operacional é uma ferramenta de gestão ainda nova no ceio da Administração Pública, portanto seus conceitos e procedimentos estão em evolução. Por fim, pode-se concluir que a Auditoria Operacional está focada nos resultados da gestão, sendo uma ferramenta de controle que contribui para o desenvolvimento de uma cultura de disciplina nas organizações, permitindo identificar falhas ou óbices na gestão e, o mais importante, corrigi-las. Ressalta-se, nessa oportunidade, que a Auditoria Operacional não se aplica à substituição das ferramentas tradicionais de prestação de contas, de fiscalização, mas busca, sim, a sua complementação, permanecendo vinculada aos limites legais. Merece destaque, ainda, a aproximação cooperativa promovida pela Auditoria Operacional, entre o auditado e o auditor, unificando esforços dos órgãos de controle e das organizações públicas auditadas. Por fim, faz-se necessário destacar que o tema é de extrema relevância para o Comando da Aeronáutica na busca permanente por melhores resultados no que se refere aos benefícios auferidos na gestão dos recursos públicos sob sua administração, contribuindo para a manutenção da soberania do espaço aéreo brasileiro. Referências BRASIL. Tribunal de Contas da União. Manual de Auditoria Operacional. 3ª ed. Brasília: TCU, Secretaria de Fiscalização e Avaliação de Programas de Governo (Seprog). 2010. Governement Accoutability Office (GAO). Governement Auditing Standards. Washinton, 2007. International Organization of Supreme Audit Institutions (Intonsai). Auditing standards Basic Principles in Government Auditing. (ISSAI 100). Viena, 2001. ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 51 O NOSSO COMANDANTE, 2012 TRANSMISSÃO DE CARGO, VISEFA 2012 TRANSMISSÃO DE CARGO SUCONT 50 ANOS DE DEDICAÇÃO A UNIÃO FAZ A FORÇA TRANSMISSÃO DE CARGO SUFIN 52 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 39º ANIVERSÁRIO DA SEFA CAPACITAÇÃO CURSO SIASG SET 2012 CURSO DE SIAFI AGO 2012 DESPEDIDA DA SEFA DESPEDIDA DA SEFA 1981 AUDIÊNCIA ATENTA HONRA A QUEM MERECE! ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 53 DIA DAS MÃES ESTANDARTE DA SEFA DIA INTERNACIONAL DA MULHER EXPERIÊNCIA E CONHECIMENTO FUNCINALISMO CIVIL GALERIA 1º SECRETÁRIO INAUGURAÇÃO DA BIBLIOTECA DA SEFA HOMENAGEM DA FUMAÇA 56 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • EXPERIÊNCIA E UNIÃO MEDALHA DO PACIFICADOR O CERIMONIAL IMPECÁVEL OFICIAL TRANSMISSÃO DE CARGO DA SEFA 1983 TRANSMISSÃO DE CARGO DA SEFA 1989 SAUDADE! DONA LUZIA 2009 TRANSMISSÃO DE CARGO DA SEFA 1996