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SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL, UM NOVO DESAFIO PARA AS
EMPRESAS DO COREDE ALTO DO JACUÍ.
1. Enedina Maria Teixeira da Silva, docente do curso de Ciências Econômicas - Universidade de
Cruz Alta, – Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria - End.:
Rua Daltro Filho 102 – CEP: 98025.630 - Cruz Alta – RS – Brasil. Fone: 0xx55-3324-2785 – E-mail:
[email protected]
2. Silvia Regina Sasso Macagnan, docente do Curso de Ciências Econômicas - Universidade de
Cruz Alta, Mestre pela UNIJUÍ - End.: Travessa Oscar Pinto 65 – Cruz Alta – RS – Brasil. Fone:
0xx55-3321-1614 – E-mail: [email protected]
3. Adriano Christ Guma, discente do Curso de Ciências Econômicas - Universidade de Cruz Alta, –
End.: Rua Daltro Filho 102 – CEP: 98025.630 - Cruz Alta – RS – Brasil. Fone: 0xx55-3321-1614 – Email: [email protected]
4. Claudete Trevisan da Silva, Programa de Pós-Graduação em Administração – Universidade
Federal de Santa Maria, Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa
Maria e mestranda o Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de
Santa Maria - End.: Benjamin Constant 1160 apto. 406 – CEP: 97050.022 - Santa Maria – RS –
Brasil – Fone: 0xx55-3221-7250 – E-mail: [email protected]
RESUMO
Este estudo visa subsidiar os formuladores de políticas e tomadores de decisão e empresas, na
identificação de oportunidades de melhoria. Com o objetivo de identificar empresas que na intenção
de fortalecer sua atuação estejam adotando estratégias visando incrementar a eficiência dos
processos de gestão ambiental. A região avaliada é o COREDE Alto Jacuí, localizado no noroeste
do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Escolheu-se essa região por se destacar pela excelente
produtividade em grãos, o que a torna uma referência para qualquer investimento, que deverá ser
elaborado considerando um Sistema de Gestão Ambiental. Foram remetidos duzentos e setenta
questionários, para todas as indústrias constantes da base de dados das Associações Comerciais e
Industriais destes municípios. Obteve-se um retorno de 8,52%, de questionários que faz parte da
pesquisa analisada quantitativamente e apresentando-se os dados em gráficos e utilizando o
programa SPSS como ferramenta de trabalho. De acordo com os resultados apresentados e as
condições de realização da pesquisa, verifica-se algumas constatações: as indústrias não estão
realizando atividades relacionadas à proteção do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável,
nem mesmo para fortalecer sua atuação no mercado; existe um receio muito grande dos
empresários em responderem questões relacionadas a procedimentos de Gestão ambiental; as
razões que ainda levam algumas empresas a adoção de práticas de Gestão Ambiental são as
exigências legais e a redução de custos; não existe um eminente apoio e participação de órgãos
ambientais nas atividades das empresas, e o relacionamento com estes órgãos se estabelece por
conta do processo de licenciamento; existem sérios problemas quanto à fiscalização do
cumprimento da legislação e também constata-se a falta de aproximação de órgãos públicos como
difusores de sustentabilidade ambiental; com relação ao controle e monitoramento, os registros são
muito precários e um percentual muito pequeno de empresas do COREDE Alto Jacuí demonstra
algum conhecimento de iniciativas ambientais, e esta desinformação está vinculada à falta de
participação de entidades públicas, universidades, ONGs e demais instituições que possam levar
conhecimento ao empresário.
Palavras-chave: gestão ambiental, indústria, sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
Neste início de século as empresas e suas respectivas indústrias buscam a interação com
o social e meio ambiente nos quais estão inseridos, recebendo influências e influenciando o mesmo,
como aponta DONAIRE (1995, p.16) que “a empresa deve reconhecer que sua responsabilidade
para com a sociedade vai muito além de suas responsabilidades com os seus clientes”.
A conscientização e a exigência da sociedade sobre os impactos negativos resultantes das
atividades desenvolvidas pelas empresas tem feito com que as responsabilidades sociais e
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ambientais sejam vistas não só como um dever, mas também como um processo de sobrevivência
das empresas. De acordo com MAIMON (1995, p.8):
(...) a expansão do movimento ambientalista, que vem adquirindo uma
considerável experiência técnica e organização política, seja no endosso de
produtos ecológicos, na elaboração e avaliação dos EIAs/RIMAs, na assistência e
difusão de tecnologias alternativas, etc. desta forma, o movimento ambientalista
vem se profissionalizando, adicionando à antiga postura de denuncia, à formação
de recursos humanos e a implantação de projetos demonstrativos que privilegiam
o desenvolvimento sustentado.
Para caracterizar o desenvolvimento sustentado a empresa deve, conforme a visão de
VALLE (1995, p.8), “atender às necessidades da geração atual sem comprometer o direito das
futuras gerações atenderem a suas próprias necessidades”, mas quando fazemos um retrospecto e
estudamos as teorias aplicadas à administração das organizações, não observamos a preocupação
com o meio ambiente, mas somente a preocupação com a produtividade econômica.
Desde 1900 a ciência administrativa, através das teorias, procura desenvolver estudos para
explicar comportamentos e buscar aprimorar a arte do gerenciamento em prol de um objetivo
comum – produtividade. Dentro deste contexto este objetivo será alcançado pelo incremento da
produção e conseqüentemente incentivo ao consumo. No entanto, algumas teorias procuraram
enfatizar a questão dos trabalhadores, conciliando os objetivos das organizações com os interesses
dos indivíduos, procurando inserí-los como partes atuantes e interessadas no sistema.
Sendo assim, até a década de 1960 a busca pelo progresso levou nações, a crerem no
caráter quase que ilimitado da industrialização. A sua condição progressista dependia do nível
quantitativo de sua produção, sem levar em conta a qualidade e o tipo de distribuição social desta
produção. Desde a época da teoria de Taylor nunca houve uma preocupação dentro da ciência
administrativa com a distribuição da produção tecnológica de caráter sócio-econômico visando o
meio ambiente, já que os produtos gerados industrialmente não desaparecem após esgotarem o seu
uso. De acordo com as leis de conservação da matéria, todo produto gerado transforma-se com o
tempo em resíduo que será lançado ao meio ambiente.
A pobreza e a degradação do meio ambiente estão estreitamente relacionadas. Enquanto a
pobreza tem como resultado determinados tipos de pressão ambiental, as principais causas da
deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis de consumo e
produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de séria preocupação, tais padrões de
consumo e produção provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios. Ao mesmo tempo,
a sociedade precisa desenvolver formas eficazes de lidar com o problema da eliminação de um
volume cada vez maior de resíduos. O Poder Público juntamente com a indústria, as famílias e o
público em geral, devem envidar um esforço conjunto para reduzir a geração de resíduos e de
produtos.
Na abordagem destes problemas, RUPPENTHAL (2001, p. 54), coloca que:
(...) surgem nas sociedades, a partir da última década, uma vigorosa contestação
ambientalista que coloca em cheque o paradigma atual, fundamentado no
pensamento econômico neoclássico de acumulação de bens materiais, de alta
lucratividade e de dominação e degradação sócio-ambiental. Baseando-se na
observação da realidade e na percepção da necessidade de mudança nas
relações entre o homem e natureza propõe-se um novo modelo fundamentado
no equilíbrio entre a exploração dos recursos naturais e o desenvolvimento
econômico. No bojo deste movimento nasce o conceito de Desenvolvimento
Sustentável, introduzindo novos valores nas relações existentes até então e
propondo um progresso econômico baseado em tecnologias limpas e utilizando
racionalmente as fontes de matéria-prima.
Surge então, em detrimento da necessidade de mudanças, dentro das organizações o
Sistema de Gestão Ambiental. Conforme CUELLAR (2000, p.30)
Entenda-se por gestão ecológica a administração sistemática não mecanicista
que, utilizando-se da ferramenta de melhoria contínua, objetiva uma convivência
harmoniosa entre a sociedade e a natureza, aumentando a qualidade de vida da
3
população. A NBR ISO – International Organization for Standartization - 14001
(1996), Sistemas de gestão ambiental – Diretrizes gerais sobre princípios,
sistemas e técnicas de apoio, descreve os elementos de um SGA (Sistemas de
Gestão Ambiental) e apresenta orientação prática para sua implementação ou seu
aprimoramento. Além disso, orienta as organizações como efetivamente iniciar,
aprimorar e manter um sistema de gestão ambiental. Tal sistema é essencial para
capacitar uma organização a antecipar e entender seus objetivos ambientais e
assegurar o contínuo cumprimento das exigências nacionais e internacionais.
Neste sentido, CAMPUS (1996, p.11) coloca que “... a noção de meio ambiente como fator
restritivo deu lugar a noção de meio ambiente como parceiro”. E, ainda, “...o marketing ecológico
passou a ser o compromisso e obrigação das empresas que pretendem continuar ou tornar-se
modernas e competitivas”.
O sistema de gestão ambiental proporciona um processo para o alcance de melhorias
contínuas, sendo a prioridade e a meta a ser atingida, determinada pela empresa de acordo com
sua situação econômica e outras circunstâncias. Contudo, algumas melhorias no desempenho
ambiental podem ser esperadas, em função do sistema de gestão ambiental ser uma ferramenta
que permite à organização alcançar e sistematicamente controlar o nível de desempenho ambiental
por ela definido. Conforme VALLE (1995, p.42) “O estabelecimento e operação de um sistema de
gestão ambiental não irá, em si, necessariamente, resultar em uma redução imediata de impacto
ambiental”.
As empresas ao adotarem um Sistema de Gestão Ambiental, estabelecem uma boa relação
com a comunidade, reduzem os passivos e riscos ambientais.
Portanto, a Gestão Ambiental tornou-se neste início de século uma importante ferramenta de
modernização e competitividade para as empresas brasileiras. Qualidade e produtividade continuam
sendo fatores importantes para o sucesso em um mercado globalizado, porém não mais suficientes.
Outro atributo torna-se imprescindível, a competitividade. Um produto torna-se competitivo por
diminuição dos desperdícios e racionalidade no processo de produção. O melhor gerenciamento dos
insumos de produção como água, energia, trabalho e matérias-primas, resulta em eficiência para o
processo, competitividade para o produto, lucro para a empresa e benefício ao meio ambiente. Essa
metodologia de abordagem técnica, econômica e ambiental, aplicada a processos e produtos
consiste na produção mais limpa, hoje reconhecida mundialmente como um caminho para o
desenvolvimento sustentável.
Segundo KUPFER & HASENCLEVER ( 2002 p. 588 )
Embora a experiência brasileira, especialmente em alguns estados do sudeste e
sul, possa ser considerada como avançada se comparada com outros países
latino-americanos, o modelo de gestão resultou em avanços limitados no controle
da poluição e outras formas de degradação. Problemas importantes permanecem
sem solução e, se comparados com padrões de países desenvolvidos, os
indicadores de qualidade ambiental no Brasil ainda estão bastante abaixo do
satisfatório.
A ascensão das questões ambientais até o status de instrumento gerencial procura
suplementar a abordagem de comando e controle, que desde a sua introdução, há quase duas
décadas, vem sendo a única estratégia para garantir alguma qualidade ambiental no país.
Um Sistema de Gestão Ambiental corresponde a um conjunto inter-relacionado de políticas,
práticas e procedimentos organizacionais, técnicos e administrativos de uma empresa que objetiva
um melhor desempenho ambiental, bem como controle e redução dos seus impactos ambientais, o
que poderá ser constatado através de um diagnóstico da situação e práticas de desempenho
ambiental. Segundo ROVERE (2000) “Desempenho Ambiental consiste em resultados mensuráveis
da gestão de aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços de uma organização”.
A informação obtida nesta pesquisa servirá como suporte para ações decisórias,
considerando alguns pontos:
•
A disponibilidade de informações permite aos decisores conhecer a realidade local,
possibilitando desenvolver linhas de base para acompanhamento e monitoramento da
4
resposta geral da empresa ao desafio ambiental e, o que é mais importante, pode ser
usada para identificar as oportunidades de melhoria.
•
A informação servirá como suporte básico para a ação, sendo fator de dinamização e
aprimoramento do planejamento, na medida em que possibilita acompanhar, controlar e
avaliar a execução de planos, programas e projetos, eliminar as possíveis distorções e
se necessário, reorientar o esforço para atingir o resultado desejado.
•
A disponibilidade de informações oportunas permite aos decisores uma melhor e mais
ágil identificação de alternativas de alocação de recursos.
Dentro deste contexto o sistema de informações, resultado deste trabalho é visto como um
instrumento que além de agente gerador de dados é uma necessidade básica às ações de
planejamento para conhecer o que deve ser feito para assegurar comprometimento e definir a
Política Ambiental, ou revisar e aperfeiçoar a Política Ambiental.
A região a ser pesquisada é o COREDE Alto Jacuí, escolheu-se essa região por se destacar
pela excelente produtividade em grãos, o que a torna uma referência para qualquer investimento, e
este deverá ser elaborado considerando um Sistema de Gestão Ambiental.
Ainda como justificativa, há que se mencionar que um Sistema de Gestão Ambiental
constitui a estratégia para que o empresário, em um processo de melhoria contínua, identifique
oportunidades de melhorias que reduzam os impactos das atividades da empresa sobre o meio
ambiente, melhorando, simultaneamente, sua situação no mercado e suas possibilidades de
sucesso.
Entretanto, “As questões relativas à conservação ambiental ocupam hoje uma significativa
parcela dos investimentos e esforços administrativos de todos os segmentos da atividade
econômica”. REIS (1995).
Como objetivo da pesquisa tem-se, a identificação de empresas que na intenção de
fortalecer sua atuação estão adotando estratégias variadas visando incrementar a eficiência dos
processos de gestão ambiental e buscando reduzir os impactos ambientais associados à produção
de bens e seus serviços associados.
METODOLOGIA
No homem o desejo do saber é inato e é na busca incessante da verdade pelo
conhecimento que procuramos interpretações e respostas às interrogações sobre o sistema
universal.
Segundo Gil (2002, p.31), “ A ciência tem como objetivo fundamental proporcionar a
verdade acerca dos fatos. Nesse sentido, ela não se distingue de outras formas de conhecimento.
O que torna, porém, o conhecimento científico distinto dos demais é principalmente sua
demonstrabilidade ou verificabilidade.”
Para que um conhecimento seja considerado científico, é necessário identificar o método
que possibilitou esse conhecimento, portanto o método confere cientificidade à pesquisa.
Ainda de acordo com Gil (2002, p. 31), “ Etimologicamente, método significa caminho para
se chegar a um fim. Assim, método científico pode ser entendido como “caminho para se chegar à
verdade em ciência” ou como “o conjunto de procedimentos que ordenam o pensamento e
esclarecem acerca dos meios adequados para se chegar ao conhecimento”.
O estudo realizado segue estes procedimentos, sendo que o método de abordagem é o
dedutivo procurando demonstrar e justificar. O procedimento técnico foi o método observacional
por meio de interrogação – questionário.
Segundo Gil (2002), o método dedutivo parte do reconhecimento e chega a conclusões de
maneira formal em virtude de sua lógica.
A pesquisa tem por finalidade responder a indagações e questões que existem no
conhecimento humano, operacionalizando o método científico.
5
Assim, segundo Gil (2002, p.46) “pode-se definir pesquisa econômica como o processo que
visa mediante a utilização de métodos científicos, fornecer respostas para os problemas referentes
à produção, distribuição, acumulação e consumo de bens materiais”.
Para conhecer a contribuição científica sobre o assunto foi realizada uma pesquisa
bibliográfica e uma pesquisa aplicada, para investigar a relação entre as indústrias e a questão
ambiental.
Sem coleta de dados não existe pesquisa científica. Neste trabalho a unidade de
investigação foi empresas industriais, considerando-se indústria a empresa que modifica matériaprima. O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário com quinze perguntas enviadas
através de vale postal, para todas as indústrias do Corede Alto Jacuí, com retorno espontâneo.
Utilizou-se como base cadastral uma relação de indústrias com respectivo endereço fornecida
pelo COREDE Alto Jacuí, obtida junto a Associação Comercial e Industrial de cada município
integrante do referido COREDE.
Conforme Gil (2002, p. 137), “o questionário é uma técnica de coleta de dados que consiste
em um rol de questões propostas por escrito às pessoas que estão sendo pesquisadas”.
Os municípios do COREDE Alto Jacuí são os seguintes: Cruz Alta, Boa Vista do Cadeado,
Santa Bárbara do Sul, Saldanha Marinho, Colorado, Não-Me-Toque, Vitor Graef, Lagoa dos três
Cantos, Mormaço, Tapera, Selbach, Ibirubá, 15 de novembro, Alto Alegre, Espumoso, Campos
Borges, Fortaleza dos Valos, Boa Vista do Incra, Salto do Jacuí e Jacuizinho.
Figura 01 – Representação do COREDE Alto Jacuí no Rio Grande do Sul, Brasil
Fonte: FEE (2006)
Foram remetidos um total de 270 (duzentos e setenta) questionários, representando todo
o universo da pesquisa, e após trinta dias da remessa, foram realizadas ligações telefônicas para
as empresas que não haviam devolvido o questionário. Nova ligação foi feita para as empresas
que ainda não tinham remetido as respostas aos 75 dias. Para alguns questionários que voltaram
com justificativa do correio, verificamos o correto endereço, entramos em contato e fizemos nova
remessa aos 90 dias, portanto houve um forte apelo às empresas para retornarem a pesquisa e
mesmo assim obtivemos um baixo de retorno.
6
Algumas empresas que se fez contato telefônico obteve-se uma resposta negativa direta,
informando que não retornariam o questionário e não tinham interesse em participar da pesquisa.
O retorno de questionários que faz parte da pesquisa foi analisado quantitativamente e
apresentados em gráficos utilizando o programa SPSS como ferramenta de trabalho. A análise
quantitativa apresentada consiste em percentuais calculados em função do número de
questionários que retornaram, considerando as questões não respondidas.
Na análise dos resultados apresenta-se a caracterização das empresas que fazem parte
desta análise quanto ao porte, setor de atividade e localização.
Quanto ao porte utiliza-se a classificação do SEBRAE: microempresa até 19 empregados,
pequenas empresas de 20 a 99 empregados, médias empresas de 100 a 499 empregados e
grandes empresas acima de 500 empregados.
Na figura abaixo pode-se visualizar as etapas de elaboração do presente estudo/pesquisa.
Elaboração do projeto e aprovação
Identificação dos municípios do COREDE Alto Jacuí e das indústrias em cada município
Formulação do questionário e remessa por vale postal
Pesquisa Bibliográfica sobre o problema a ser tratado
Recebimento dos questionários
Cadastramento no SPSS
Análise dos resultados
Elaboração do relatório, artigo e remessa para publicação
Enviar resultados para a FAPERGS
Figura 02: Fluxograma da elaboração do estudo/pesquisa
RESULTADOS DA PESQUISA
O levantamento foi realizado entre março e julho de 2005, com abrangência nas indústrias
do COREDE Alto Jacuí.
Foram enviados 270 (duzentos e setenta) questionários, e após várias tentativas de obter
resposta, obteve-se um retorno de somente 23 (vinte e três) questionários. Na figura abaixo se
observa o percentual de retorno dos questionários enviados.
7
270
300
200
23
100
8,52
0
Número de
questionários
enviados
Número de
questionário
respondidos
% de respostas
recebidas
Figura 03 – Questionários enviados e percentual de retorno da pesquisa
Em alguns contatos telefônicos na tentativa de se obterem respostas ao questionário, várias
empresas informaram que não iriam responder ao questionário e outras afirmaram não ter
nenhuma prática de gestão ambiental, mas não iriam formalizar a resposta. Portanto fica claro o
receio que as empresas têm quando o tema é gestão ambiental, porque a maioria só cumpre a
legislação básica.
78
80
72
70
60
50
40
33,33
30
28,5
25
25
20
16,6
15
13
12
9
10
11
10
7
7
0
0
6
0
0
6
0
6
8,33
2
0
0
Número de questionários respondidos
Figura 04 – Remessa e retorno da pesquisa por localidade
Boa Vista do Cadeado
Saldanha Marinho
Selbach
Colorado
Quinze de Novembro
Fortaleza dos Valos
Tapera
Cruz Alta
Questionários remetidos
% de questionários respondidos
8
A figura acima representa o número de questionários remetidos, número de questionários
respondidos e o percentual de respostas obtidas por cidades pertencentes ao COREDE Alto
Jacuí, onde a pesquisa foi realizada. O maior número foi enviado para os municípios de Ibirubá e
Não-me-Toque, por possuírem um maior número de indústrias, mas por outro lado representam
baixos índices de devolução.
Verifica-se que o menor índice de questionários enviados foi para Boa Vista do Cadeado,
pois o município é pequeno e com o menor número de indústrias. Não foi enviado nenhum
questionário para o município de Boa Vista do Incra, porque não foi remetida lista de indústrias
desta localidade pela associação comercial e industrial local.
Não se obteve nenhum retorno da pesquisa em seis municípios do COREDE Alto Jacuí,
conforme figura acima.
De acordo com a metodologia, enviou-se questionários somente para indústrias com
cadastro na associação comercial e industrial e cuja lista foi encaminhada pelas associações para
o escritório do COREDE Alto Jacuí nesta localidade.
Na tabela abaixo verifica-se as cidades, e o número de empresas que responderam ao
questionário enviado.
Tabela 01 - Retorno de questionários
Município
Freqüência
%
Cruz Alta
3
13
Ibirubá
7
30
Lagoa dos Três Cantos
2
9
Não-me-Toque
6
26
Santa Bárbara do Sul
1
4
Tapera
2
9
Salto do Jacuí
2
9
Total
23
100
Tabela 02 - Setor / Atividade das Empresas que responderam a pesquisa
Setor
Freqüência
%
Produtos de matéria plástica
1
4
Metalúrgica
4
17
Mecânica
2
9
Construção civil
1
4
Mobiliário
2
9
Editorial e gráfica
3
13
Madeira
2
9
Bebidas
2
9
Energia
1
4
Não identificado
5
22
Total
23
100
Na tabela 02 encontra-se a totalidade de questionários respondidos e a classificação de
acordo com o setor/atividade da empresa, sendo bem significativo o número de empresas que não
informaram a sua atividade.
Tabela 03 - Classificação da indústria pelo número de empregados
Classificação
Freqüência
%
Até 19 empregados - Microempresa
12
52
De 20 até 99 empregados – Pequena Empresa
3
13
De 100 até 499 empregados – Média Empresa
2
9
Acima de 500 empregados – Grande Empresa
0
0
Não identificado
6
26
Total
23
100
De acordo com a tabela 03 verifica-se a predominância de microempresas na pesquisa, com
um percentual superior a 50%. Não se obteve retorno de nenhuma grande empresa, até mesmo
pela característica da região, sendo que encontram-se muito poucas empresas desse porte
também neste item, o número de empresas que não informaram a quantidade de empregados é
bem significativo em comparação ao número total da pesquisa.
9
Os dados a seguir representam somente a análise de 23 (vinte e três) questionários
respondidos. Este esclarecimento é pertinente já que os dados mostram que 43% das empresas
implementaram um Sistema de Gestão Ambiental, mas precisa ficar claro que são 43% de 23
(vinte e três) questionários respondidos de um total de 270 (duzentos e setenta) enviados. Então
não se pode afirmar que quase a metade das indústrias do COREDE Alto Jacuí possuem um
Sistema de Gestão Ambiental.
Tabela 04 - Empresas que desenvolvem algum tipo de procedimento de Gestão Ambiental
Freqüência
%
Sim
10
43,5
Não
13
56,5
Total
23
100
56,5
60
43,5
50
40
30
20
13
10
10
0
Sim
Não
Freqüência
%
Figura 05 - Empresas que desenvolvem algum tipo de procedimento de Gestão Ambiental
De acordo com os dados da tabela 04 e figura 05, verifica-se que somente dez empresas
no COREDE Alto Jacuí desenvolvem alguma metodologia de Gestão Ambiental. A região do
COREDE Alto Jacuí é caracterizada pela atividade principal no setor primário e, portanto existe
um potencial no setor secundário, que começa a ser explorado, surgindo então a preocupação
com as externalidades advindas desta exploração.
Tabela 05 – Procedimentos implementados na Gestão Ambiental
Procedimento de GA
a. Racionalização/Redução do uso de matéria-prima;
b. Substituição de fonte para reduzir os níveis de poluição;
c. Redução do uso de energia;
d.Redução do uso de água;
e.Mudanças na composição do produto para tornar seu uso menos
danoso à saúde humana e ao meio ambiente;
f.Mudanças no desenho do produto para tornar seu uso menos danoso à
saúde humana e ao meio ambiente;
g. Mudanças na embalagem do produto para tornar seu uso menos
danoso à saúde humana e ao meio ambiente;
h. Controle, recuperação ou reciclagem das descargas líquidas da
atividade industrial;
i. Controle ou recuperação dos gases e emissões gasosas da atividade
industrial;
j. Controle de ruídos e viubrações;
l. Disposição adequada de resíduos sólidos da atividade industrial;
Freqüência
6
%
6
1
6
6
3
10
60
60
30
2
20
2
20
7
70
1
10
6
6
60
60
10
m. Reciclagem ou aproveitamento de resíduos ou refugos;
n. Mudanças nos procedimentos de estocagem, transporte, e manuseio,
dos produtos ou materiais perigosos e suas embalagens;
o. Cursos ou treinamentos da mão-de-obra para a prática de Gestão
Ambiental;
p. Dar preferência a fornecedores e distribuidores que não têm uma
imagem ambiental negativa;
10
5
100
50
1
10
5
50
100
100
90
80
70
70
60
60
60
60
60
60
50
50
50
40
30
30
20
20
10
20
6
10
6
1
6
3
2
2
A
B
D
E
F
G
0
C
Freqüência
7
10
6
1
6
H
I
L
J
10
M
5
10
5
1
N
O
P.
%
Figura 06 - Procedimentos implementados na Gestão Ambiental
Observa-se com os dados da tabela e figura acima que das dez empresas que adotam
alguma prática de Gestão Ambiental, todas elas implementam a reciclagem ou o aproveitamento
de resíduos. Este procedimento atualmente é bastante difundido e trabalhado, pois seus
resultados quanto à competitividade pela redução de custos são rapidamente constatados.
Também em relação a outros procedimentos, este se realiza com baixos investimentos.
Os índices mais baixos referem-se a procedimentos que requerem mais investimentos. Os
índices de 70% e 60% estão ligados a procedimentos que vêm de encontro à redução de custos e
exigências legais.
De acordo com o baixo retorno que se obteve na pesquisa e as respostas obtidas neste
item analisado, constata-se que a preocupação com a competitividade das empresas do COREDE
Alto Jacuí não considera como prática competitiva o Sistema de Gestão Ambiental, refletindo a
falta de preocupação com o tema nos órgãos públicos, universidades e pessoas influentes na
região. Necessitando, portanto de discussões referentes ao assunto com os empresários,
sensibilizando-os para a problemática ambiental.
Tabela 06 - Razões para adoção de práticas de Gestão Ambiental
Razões para adoção de práticas de GA
a. Atender à exigência para licenciamento;
b. Atender a regulamentos ambientais apontados por fiscalização;
c. Reduzir custos;
d. Aumentar a competitividade dos produtos;
e. Atender a pressão de organização não-governamental
ambientalista;
f. Estar em conformidade com a política social da empresa;
g. Melhorar a imagem perante a sociedade;
h. Outras – Cidade limpa e preservação ambiental
Freqüência
8
4
8
6
1
%
80
40
80
60
10
6
7
1
60
70
10
11
80
80
80
70
70
60
60
60
50
40
40
30
20
10
8
8
4
10
7
6
1
0
A
10
6
B
C
D
1
E
F
Freqüência
G
H
%
Figura 07 - Razões para adoção de práticas de Gestão Ambiental
As informações da tabela e gráfico acima vêm confirmar os percentuais do item anterior,
pois o maior percentual, ou seja, 80% das dez empresas que adotam práticas de Gestão
Ambiental, o fazem para atender a legislação e para reduzir custos.
Portanto para estas
empresas a competitividade e a responsabilidade social, são quesitos ainda incipientes para
fundamentar práticas de Gestão Ambiental, mas a preocupação com a imagem da empresa
perante a sociedade é bem significativa, vislumbrando uma preocupação com o cliente.
Esta região conforme constata-se não explora um nicho de mercado que pode-se definir
como o consumidor consciente e responsável que preocupa-se com a ética empresarial.
Tabela 07 – Fonte das soluções ambientais
Fonte de recursos técnicos
a. Geralmente desenvolvidas no próprio estabelecimento
com seus técnicos;
b. Geralmente definidas em outros segmentos da empresa;
c. Utilizando consultoria;
d. Com apoio de técnicos dos órgãos ambientais;
Freqüência
8
%
67
2
2
4
17
17
33
67
70
60
50
40
33
30
17
20
10
17
8
2
4
2
0
a. No próprio
b. Em outros
estabelecim ento segm entos da
com seus
em presa;
técnicos;
Freqüência
Figura 08 - Fonte das soluções ambientais
c. Utilizando
consultoria;
%
d. Apoio de
técnicos de
órgãos
am bientais;
12
Neste item, duas empresas que não adotam nenhuma prática de Gestão Ambiental segundo
a pesquisa, responderam ao questionamento, verificando-se uma insegurança dos empresários
nas suas respostas. A maioria conforme a tabela e figura acima desenvolvem ações de solução
ambiental conforme a política da empresa, e por colaboradores internos.
Tabela 08 - Origem dos Equipamentos utilizados na empresa de acordo com o processo de
Gestão Ambiental
Origem
Freqüência
%
Mais de 50% de produtos fabricados no Brasil
9
39
Não sabe especificar
5
22
Não responderam
9
39
Total
23
100
39
39
40
35
30
22
25
20
15
9
9
10
5
5
0
Mais de 50% de produtos
fabricados no Brasil
Não sabe especificar
Freqüência
Não responderam
%
Figura 09 - Origem dos Equipamentos utilizados na empresa de acordo com o processo de
Gestão Ambiental
Do total de 23 empresas pesquisadas, 61% não responderam ou não sabem especificar a
origem dos equipamentos utilizados no processo de Gestão Ambiental. O percentual é bem
significativo e deduz-se que aqueles que não responderam não tem conhecimento da origem e,
portanto não existe a preocupação eminente com equipamentos menos poluentes para uso de
tecnologia limpa.
Tabela 09 – Responsáveis pela formulação dos procedimentos associados à Gestão
Ambiental
Formulação de procedimentos de GA
Freqüência
%
a. Na direção geral;
6
26
b. Na gerência de produção;
1
4
c. Por um técnico especialista;
3
13
d. Sem localização específica ou integrada com outras áreas;
1
4
e. Não adota procedimentos de gestão ambiental.
13
57
13
57
60
50
40
30
26
20
13
13
10
6
4
4
3
1
1
0
A
B
C
D
Freqüência
E
%
Figura 10 - Responsáveis pela formulação dos procedimentos associados à Gestão
Ambiental
Quanto ao item anterior, verifica-se que a formulação de procedimentos na maioria das
empresas que têm Sistema de Gestão Ambiental ocorre no âmbito da gerência, o que é positivo,
pois demonstra o envolvimento destes, já que os programas e projetos acontecem a partir do
envolvimento e comprometimento deste grupo. Mas por outro lado, de acordo com a metodologia
de um Sistema de Gestão Ambiental, deve existir um comitê que trabalhe em conjunto. Esta
opção não foi selecionada por nenhuma empresa. Então se questiona também a metodologia
usada por estas empresas e o que julgam ser um Sistema de Gestão Ambiental.
Tabela 10 - Fontes de investimento das Empresas para o processo de Gestão Ambiental
Freqüência
%
Fontes de financiamento para SGA
10
43
a. Recursos próprios;
3
13
b. Bancos governamentais;
2
9
c. Outras agências e programas governamentais (FINEP, por
exemplo);
1
4
d. Bancos privados nacionais;
3
13
e. Não realizará qualquer investimento ambiental.
8
35
f. Não respondeu
43
45
40
35
35
30
25
20
13
15
10
13
10
5
9
8
4
3
2
1
B
C
D
3
0
A
Freqüência
E
F
%
Figura 11 - Fontes de investimento das Empresas para o processo de Gestão Ambiental
14
Na tabela 10 e figura 11 verifica-se com otimismo que 43% das empresas que responderam
a pesquisa pretendem investir recursos próprios no Sistema de Gestão Ambiental, mas ainda 48%
conforme os itens E e F não possuem resposta positiva na definição dos investimentos.
Tabela 11 - Tipos de Registros de Controle e Monitoramento Ambiental
Registro de monitoramento ambiental
Freqüência
a. Descarga de esgotos e efluentes líquidos;
4
b. Geração de resíduos sólidos;
5
c. Emissão de efluentes gasosos;
1
d. Emissão de poeira de material particulado;
1
e. Perdas e refugos de materiais e de produto acabado;
2
f. emissão de ruídos e vibrações;
2
g. Não possui controle.
8
h. Não respondeu
7
%
17
22
4
4
9
9
35
30
35
35
30
30
25
22
20
17
15
9
10
5
4
5
4
9
8
7
4
1
1
C
D
2
2
E
F
0
A
B
Freqüência
G
H
%
Figura 12: Tipos de Registros de Controle e Monitoramento Ambiental
Para trabalhar com Sistema de Gestão é sine qua non trabalhar com controle, mas
conforme os dados da tabela 11 e figura 12, o total de empresas que informaram possuir um
Sistema de Gestão Ambiental não é igual ao número de respostas de empresas que possuem
monitoramento, portanto duas empresas que possuem procedimentos de Gestão Ambiental não
possuem monitoramento, ou não responderam, mas se o possuem porque não responder?
subentendendo-se que não possuem. Também se observa que 100% reciclam ou reaproveitam
seus resíduos, mas somente 50% destas e 20% do total possuem controle da geração de resíduo.
Já que o objetivo em 80% das empresas com procedimentos de Gestão Ambiental é a redução de
custos, se não existir controle na geração de resíduos não se pode avaliar o procedimento.
Portanto não só no processo de Gestão Ambiental, mas na gestão como um todo, algumas
empresas apresentam falhas no princípio de controle de seus processos.
Tabela 12 - Relacionamento da Empresa com Órgãos Ambientais
Relacionamento da empresa com órgãos ambientais
a. Fiscalização;
b. Licenciamento ambiental;
c. Acordos entre as partes (termo de compromisso ou ajuste de
conduta);
d. Medidas compensatórias;
e. Nenhum.
f. não responderam
Freqüência
5
7
1
%
22
30
4
1
6
8
4
26
35
15
35
35
30
30
26
25
22
20
15
10
5
7
8
6
5
4
4
1
1
0
A
B
D
C
Freqüência
F
E
%
Figura 13 - Relacionamento da Empresa com Órgãos Ambientais
Na tabela e figura acima se verifica que o relacionamento da empresa com órgãos
ambientes se restringe a fiscalização e licenciamento. Seis empresas que não adotam práticas de
Gestão Ambiental responderam que não têm nenhum relacionamento com órgãos ambientais,
observando-se novamente a dificuldade de responderem sobre o assunto, pois nestas condições,
então não possuem licenciamento e nem atendem a legislação. De oito empresas que não
responderam, sete não adotam práticas de Gestão Ambiental, e uma delas afirma adotar práticas
de Gestão Ambiental, o que parece contraditório, pois não responde questões quanto ao
relacionamento com órgãos ambientais, já que num Sistema de Gestão Ambiental é necessário no
mínimo cumprir a legislação. Verifica-se também o receio que as empresas têm de responderem
a questões referentes à Gestão Ambiental e exigências legais.
Tabela 13 - Situação da empresa em relação a Punição Ambiental
Situação da empresa
Freqüência
a. sim, mas não respondeu o motivo
1
b. Não foi punido;
14
c. Não responderam
8
Total
23
70
%
4
61
35
100
61
60
50
35
40
30
14
20
10
1
8
4
0
a. sim , m as não
respondeu o m otivo
b. Não foi punido;
Freqüência
c. Não responderam
%
Figura 14- Situação da empresa em relação a Punição Ambiental
16
No item a que se refere à tabela 13 e figura 14, encontra-se o maior contra-senso, pois
analisando as respostas anteriores onde se verifica que 35% das empresas entrevistadas não
atendem a legislação ambiental, 61% destas nunca foram punidas, levantando-se a outro fato de
discussão, que se refere à fiscalização do cumprimento da legislação ambiental nesta região.
Então, se faz crer que não é precária a fiscalização, e também as empresas correm sérios riscos
de inviabilidade econômica, caso venham a ser autuadas por ilegalidades em decorrência de
vícios de gestão.
Deve-se considerar também o fato de ser uma região onde o setor secundário está em
crescimento e, portanto como citado anteriormente deve-se estabelecer fóruns de discussões
sobre o assunto.
Tabela 14 - Razões que dificultam as soluções de Problemas Ambientais
Dificuldades na solução de problemas ambientais
Freqüência
a. Não dispor de informações sobre as soluções técnicas;
5
b. Não saber quanto custam estas soluções;
1
c. Não dispor de financiamento de instituições financeiras, de
3
pesquisa para implantar as soluções;
d. Não apresentar uma prioridade de gestão;
2
e. Não houve qualquer dificuldade.
5
f. Não respondeu
8
%
22
4
13
9
22
35
35
35
30
25
22
22
20
15
13
9
10
5
4
5
8
5
3
2
C
D
1
0
A
B
Freqüência
E
F
%
Figura 15 - Razões que dificultam as soluções de Problemas Ambientais
Conforme a tabela e figura acima, 50% das empresas que implementaram práticas de
Gestão Ambiental, responderam que não tiveram dificuldades significativas nas soluções
ambientais. Mas quando estas surgiram à maioria aponta como dificuldade o apoio de instituições,
sejam de informações como de apoio financeiro.
Tabela 15 - Principais problemas com o Licenciamento Ambiental
Principais problemas com o licenciamento ambiental
a. Dificuldade de identificar e atender aos critérios técnicos
exigidos;
b. Custo de preparação de estudos e projetos para apresentar ao
órgão ambiental;
c. Demora na análise dos pedidos de licenciamento;
d. Custos dos investimentos necessários para atender às
exigências do órgão ambiental para concessão da licença;
e. Não enfrentou qualquer problema;
f. Nunca precisou requerer uma licença ambiental.
g. Não respondeu
Freqüência
2
%
9
3
13
4
3
17
13
3
5
8
13
22
35
17
35
35
30
25
22
20
17
15
13
13
9
10
5
13
2
8
5
3
4
3
3
B
C
D
E
0
A
Freqüência
F
G
%
Figura 16 - Principais problemas com o Licenciamento Ambiental
De acordo com os dados da tabela 15 e figura 16, uma das empresas que respondeu não
ter requerido licenciamento pertence a grupo de atividade que segundo a resolução CONSEMA
05/98 está sujeita ao licenciamento ambiental no Rio Grande do Sul. Portanto este fato faz
novamente referência à fiscalização do cumprimento da legislação.
Os custos para atender as exigências e a demora na análise dos pedidos são os principais
problemas enfrentados quanto ao licenciamento ambiental.
Tabela 16 - Perspectivas futuras de Gestão Ambiental
Perspectivas de GA na empresa
a. Continuar a expansão do programa de controle ambiental;
b. Aperfeiçoar procedimentos de gestão ambiental;
c. Habilitação do estabelecimento para rotulagem ambiental;
d. Usar a imagem ambiental da empresa para fins de marketing
institucional;
e. Outras: -Reciclagem de água
f. Não existe qualquer objetivo ainda definido.
g. Não respondeu
Freqüência
4
7
1
4
%
17
30
4
17
1
5
8
4
22
35
35
35
30
30
25
22
20
17
17
15
10
5
8
7
4
4
4
4
1
5
1
0
A
B
C
D
Freqüência
Figura 17 - Perspectivas futuras de Gestão Ambiental
E
F
%
G
18
Na tabela 16 e figura 17 fica claro a falta de inclusão do Sistema de Gestão Ambiental de
forma significativa nas diretrizes da empresa, pois a soma dos itens F e G ultrapassam 50% sendo
estes, os itens que não trazem perspectivas para o Sistema de Gestão Ambiental, fato que
corrobora com preocupações citadas anteriormente.
Tabela 17 - Investimentos futuros em Gestão Ambiental
Investimento futuro no SGA
a. Sistema de tratamento e controle de descarga de esgotos e
efluentes líquidos;
b. Sistemas de disposição de resíduos sólidos;
c. Adoção de tecnologias ou procedimentos para reduzir ruídos;
d. Adoção de tecnologias ou procedimentos de conservação de
energia;
e. Adoção de tecnologias ou procedimentos de conservação ou
recuperação de água;
f. Adoção de tecnologias para melhoria do projeto, design e
embalagem do produto;
g. Cursos ou treinamento da mão-de-obra para gestão ambiental
(inclusive de certificação);
h. Não pretende realizar qualquer investimento ambiental neste
período;
i. Outros: Novas tecnologias
j. Não respondeu
Freqüência
3
%
13
5
4
1
22
17
4
3
13
3
13
4
17
4
17
1
8
4
35
35
35
30
25
22
20
17
15
17
13
13
17
13
10
5
8
5
3
4
4
3
3
4
4
1
4
1
0
A
B
C
D
E
F
G
Freqüência
H
I
J
%
Figura 18 - Investimentos futuros em Gestão Ambiental
Este item reforça a análise anterior, praticamente com os mesmos números nos itens H e
J, sendo que a resposta do item I é muito evasiva, não demonstrando uma verdadeira intenção.
Aqui observa-se uma grande preocupação com os resíduos, sendo que 100% das empresas que
adotam procedimentos de Gestão Ambiental trabalham com reaproveitamento de resíduos
conforme tabela 04 e figura 05.
Também na tabela 07 e figura 08 observa-se que 67% das soluções ambientais são
desenvolvidas por colaboradores da empresa, mas ainda conforme a tabela 05 e figura 06
somente 10%, ou seja, uma empresa dentre as que adotam procedimentos de Gestão Ambiental
oferece cursos e treinamento aos seus colaboradores e somente quatro empresas do total de 23
pretendem investir em cursos e treinamento. Portanto, qual será a qualificação interna para
implementar procedimentos de Gestão Ambiental ? Nesta situação, novamente o empresário
encontra-se equivocado na sua gestão.
19
Tabela 18 - Situação dos Certificados Ambientais
Posição da empresa quanto à certificação ambiental
a. Tem certificação ambiental;
b. Está em processo de certificação;
c. Tem um sistema de Gerenciamento Ambiental e não está
interessado em obter certificação;
d. Não tem um Sistema de Gerenciamento Ambiental e está
interessado em obter certificação;
e. Não tem um Sistema de Gerenciamento Ambiental e não
está interessado em obter certificação.
f. Não respondeu
Freqüência
3
2
1
%
13
9
4
4
17
4
17
9
39
39
40
30
20
17
13
10
17
9
9
3
2
1
A
B
C
4
4
4
D
E
0
Freqüência
F
%
Figura 19- Situação dos Certificados Ambientais
O índice de empresas que possuem interesse em certificação chega a quase 40%, o que
representa uma preocupação não somente com o objetivo do Sistema de Gestão Ambiental, mas
sim em atender a mercados que exigem a certificação.
Tabela 19 - Instrumentos Governamentais de Ação e Política Ambiental
Instrumentos importantes em GA
a. Assessorar empresas a implementarem procedimentos de gestão
ambiental e identificarem tecnologias ambientalmente adequadas;
b. Abolir os atuais mecanismos de controle e cobrar das empresas que
não cumprem o padrão ambiental definido, uma taxa ou imposto por nível
de carga de poluição ou uso de recursos naturais;
c. Divulgar cadastro de empresas com boas práticas ambientais;
d. Simplificar a regulamentação ambiental;
e. Criar incentivos fiscais para investimentos ambientais;
f. Investir na capacidade técnica e administrativa dos órgãos ambientais;
g. Ampliar as linhas de crédito subsidiado para investimentos ambientais.
h. não respondeu
Freqüência
6
%
26
1
4
1
4
3
1
4
8
4
17
13
4
17
35
35
35
30
26
25
20
17
17
15
10
13
8
6
5
4
4
1
1
B
C
4
3
4
4
1
0
A
Freqüência
D
E
F
G
%
Figura 20 - Instrumentos Governamentais de Ação e Política Ambiental
H
20
Este item vem de encontro a respostas encontradas em questionamentos anteriores, 26%
consideram importante a assessoria como forma de obter mais conhecimentos e novas
tecnologias, 17% consideram importante a simplificação da regulamentação ambiental, que pode
ser aplicada conjuntamente com a necessidade anterior. Os próximos percentuais significativos
referem-se a incentivos e apoio financeiro, sendo, portanto dois elementos que se complementam
na implementação de qualquer programa de inovação para o bem estar social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os resultados apresentados e as condições de realização da pesquisa,
constatou-se que:
• As indústrias do COREDE Alto Jacuí não estão realizando atividades relacionadas à
proteção do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, nem mesmo para
fortalecer sua atuação no mercado.
• Existe um receio muito grande dos empresários em responderem questões relacionadas
a procedimentos de Gestão ambiental.
• Devido ao baixo índice de retorno, não foi possível determinar incidência de resposta
por setores, observando-se a predominância de microempresas.
• As razões que ainda levam algumas empresas a adoção de práticas de Gestão
Ambiental são as exigências legais e a redução de custos.
• As soluções ambientais são geralmente formuladas dentro das próprias empresas, mas
sem indício de capacitação interna.
• Não existe um eminente apoio e participação de órgãos ambientais nas atividades das
empresas, e o relacionamento com estes órgãos se estabelece por conta do processo
de licenciamento.
• Existem sérios problemas quanto à fiscalização do cumprimento da legislação e também
a falta de aproximação do órgão público como difusor de sustentabilidade ambiental.
• A demora no processo e os custos dos investimentos exigidos são os principais
problemas enfrentados pelas empresas quanto ao licenciamento.
• É na direção geral que os procedimentos associados de gestão ambiental são
formulados, quando ocorrem.
• Com relação ao controle e monitoramento, os registros são muito precários.
• As empresas pesquisadas demonstram uma gama variada e significativa de
expectativas de apoio, com maior destaque para a implementação de procedimentos de
gestão ambiental e identificação de tecnologias adequadas.
• Um percentual muito pequeno de empresas do COREDE Alto Jacuí demonstra algum
conhecimento de iniciativas ambientais, e esta desinformação está vinculada à falta de
participação de entidades públicas, universidades, ONGs e demais instituições que
possam levar conhecimento ao empresário.
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