UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM MBA EM GERÊNCIA DE PRODUÇÃO FABIANO DO NASCIMENTO ANÁLISE COMPARATIVA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE NOVOS PRODUTOS COM A UTILIZAÇÃO DA GESTÃO DE CUSTOS EM UMA EMPRESA DO RAMO CERÂMICO DE NOVA VENEZA, SC CRICIÚMA, ABRIL DE 2008. 1 FABIANO DO NASCIMENTO ANÁLISE COMPARATIVA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE NOVOS PRODUTOS COM A UTILIZAÇÃO DA GESTÃO DE PROJETOS EM UMA EMPRESA DO RAMO CERÂMICO DE NOVA VENEZA, SC. Monografia apresentada à Diretoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, para a obtenção do título de especialista em gerência de produção Orientador: Prof. Msc. Dino Gorini Neto CRICIÚMA, ABRIL DE 2008. 2 DEDICATÓRIA Ao meu pai Aldo, a minha mãe Maria de Lourdes, aos meus irmãos Fabrício e Fernando e em especial a minha esposa Nadjanara. 3 AGRADECIMENTOS • A Deus, por ter me dado persistência, capacidade e seriedade nesta longa caminhada. • Aos meus pais, aos meus irmãos, e a minha esposa, por serem o meu incondicional ponto de apoio em tudo. 4 "É melhor estar preparado para uma oportunidade e não ter nenhuma, do que ter uma oportunidade e não estar preparado". (Peter Drucker) 5 RESUMO Este trabalho pode ser resumido, em um estudo da influência da gestão de projetos em uma empresa do ramo cerâmico. Em particular, esse estudo baseia-se na comparação do custo de produção dos produtos de venda com a aplicação da gestão de projetos em relação ao projeto inicial implantado entre a empresa e o cliente. A metodologia empregada no relato deste trabalho é bibliográfica e quantitativa. Para abordar a gestão de projetos, inicialmente o trabalho descreve sobre a história dos custos, baseado no custo Kaisen desde a sua origem, seus conceitos, sua classificação, os princípios de custeio, margem de contribuição, preço de venda, ponto de equilíbrio, assim como conceitos de marketing, vendas e abordagem de produção, mostrando sua história e alguns conceitos de capacidade produtiva, por meio de citações de autores conhecidos, estas voltadas para a discussão de indicadores que interferem nos custos de produção, e a partir dessas citações foram alocados comentários em torno das mesmas. A análise dos resultados, trouxe as respostas das interferências dos agentes influenciadores de gestão. E para responder essas questões, foi aplicado o estudo de caso, formulando um cálculo baseado em todas as informações que a empresa possuía desde a produtividade do equipamento até o valor de venda negociado com o cliente, para efetivar o comparativo do custo de produção pós aplicação da gestão de projetos no setor produtivo. Palavras-chave: Produção; custo de produção; gestão de projetos. 6 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Comparativo do custo atual com o pós gestão de projetos (granilha).72 Gráfico 2: Comparativo do custo atual com o pós gestão de projetos (esmalte).74 Gráfico 3: Comparativo do custo atual com o pós gestão de projetos (granilha).77 7 LISTAS DE QUADROS Quadro 1 - Custo de fabricação........................................................................ 19 Quadro 2 - Custo gerencial............................................................................... 21 Quadro 3 - Custo total ...................................................................................... 25 Quadro 4 - Custo unitário ................................................................................. 25 Quadro 5 - Custo fixo........................................................................................ 26 Quadro 6 - Custos fixos totais .......................................................................... 27 Quadro 7 - Custos variáveis totais.................................................................... 28 Quadro 8 - Margem de contribuição unitária .................................................... 31 Quadro 9 - Preço de venda .............................................................................. 31 Quadro 10 - Ponto de equilíbrio em quantidades ............................................. 32 Quadro 11 - Ponto de equilíbrio em percentual ................................................ 32 Quadro 12 - Ponto de equilíbrio em valor de receita ........................................ 33 8 LISTAS DE TABELAS Tabela 1 - Necessidade de produção total ....................................................... 55 Tabela 2 - Capacidade produtiva por setor....................................................... 59 Tabela 3 - Despesas do setor de manutenção ................................................. 62 Tabela 4 - Despesas do setor de refratários..................................................... 62 Tabela 5 - Despesas do setor de combustíveis................................................ 65 Tabela 6 - Despesas do setor de energia elétrica ............................................ 66 Tabela 7 - Despesas do setor esferas .............................................................. 66 Tabela 8 - Despesas do setor mão de obra...................................................... 68 Tabela 9 - Custos por setor .............................................................................. 69 Tabela 10 - Matéria-prima para frita de granilha............................................... 70 Tabela 11 - Matéria-prima para frita de esmalte............................................... 72 Tabela 12 - Componentes finais de composição do esmalte ........................... 73 Tabela 13 - Matéria-prima para frita de engobe ............................................... 75 Tabela 14 - Componentes finais de composição do esmalte ........................... 76 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12 1.1 Justificativa ............................................................................................... 12 1.2 Tema .......................................................................................................... 14 1.3 Problema ................................................................................................... 15 2 OBJETIVOS .................................................................................................. 16 2.1 Objetivo geral............................................................................................ 16 2.2 Objetivos específicos............................................................................... 16 3 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 17 3.1 Custos ....................................................................................................... 17 3.1.1 Origem dos custos ................................................................................ 17 3.1.2 Conceito de custos................................................................................ 19 3.1.2.1 Custo de fabricação ........................................................................... 19 3.1.2.2 Custo gerencial................................................................................... 20 3.1.2.3 Receita ................................................................................................. 21 3.1.2.4 Gasto ................................................................................................... 21 3.1.2.5 Desembolso ........................................................................................ 21 3.1.2.6 Despesa ............................................................................................... 22 3.1.2.7 Perda.................................................................................................... 22 3.1.2.8 Desperdício ......................................................................................... 22 3.1.2.9 Investimento........................................................................................ 23 3.1.3 Classificação dos custos ...................................................................... 23 3.1.3.1 Custo Total .......................................................................................... 24 3.1.3.2 Custo unitários ................................................................................... 25 3.1.3.3 Custo fixos .......................................................................................... 26 3.1.3.4 Custo variável ..................................................................................... 27 3.1.3.5 Custo direto......................................................................................... 28 3.1.3.6 Custo indireto ..................................................................................... 29 3.1.4 Princípio do custeio .............................................................................. 29 3.1.4.1 Custeio por absorção integral ........................................................... 30 3.1.5 Margem de contribuição ....................................................................... 30 3.1.6 Preço de venda ...................................................................................... 31 10 3.1.7 Ponto de equilíbrio ................................................................................ 31 3.1.8 Custo Kaizen .......................................................................................... 33 3.2 Marketing................................................................................................... 34 3.2.1 Conceito de marketing .......................................................................... 34 3.3 Vendas....................................................................................................... 36 3.3.1 Conceito de vendas............................................................................... 36 3.4 Produção / capacidade produtiva ........................................................... 37 3.4.1 Histórico de capacidade produtiva ...................................................... 37 3.4.2 Conceito de capacidade produtiva ...................................................... 40 4 METODOLOGIA............................................................................................ 41 4.1 Abordagem metodológica ....................................................................... 41 4.2 Instrumento de levantamento de dados ................................................. 42 4.3 Caracterização da empresa ..................................................................... 42 5 ESTUDO DE CASO ...................................................................................... 43 5.1 Gestão de projetos ................................................................................... 43 5.2 Conceitualização de produtos................................................................. 43 5.3 Projeto inicial empresa / cliente .............................................................. 47 5.4 Cálculo de capacidade produtiva............................................................ 47 5.4.1 Distribuição de produção ..................................................................... 47 5.4.1.1 Necessidade de produção de granilha ............................................. 48 5.4.1.2 Necessidade de produção de esmalte.............................................. 50 5.4.1.3 Necessidade de produção de engobe .............................................. 52 5.5 Cálculo de despesas por setor................................................................ 59 5.5.1 Manutenção............................................................................................ 60 5.5.2 Refratários.............................................................................................. 62 5.5.3 Combustíveis ......................................................................................... 63 5.5.4 Energia elétrica ...................................................................................... 65 5.5.5 Esferas.................................................................................................... 66 5.5.6 Mão de obra............................................................................................ 67 5.6 Cálculo do preço de venda do produto/custo de produção ................. 69 5.6.1 Preço final da granilha .......................................................................... 70 5.6.2 Preço final do esmalte........................................................................... 72 5.6.3 Preço final do engobe ........................................................................... 75 6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 78 11 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 80 12 1 INTRODUÇÃO 1.1 JUSTIFICATIVA Possi (2004) descreve que atualmente, mudanças em diversos aspectos da vida humana seja ela na ordem cultural, política, social, econômica e tecnológica, está ocorrendo rapidamente, e essas mudanças, geralmente interagem ou pelo menos tentam interagir ao processo de produção ou ao gerenciamento da produção. Como conseqüência, gerenciar uma produção de forma eficiente nesses tempos de grandes mudanças é um dos grandes desafios de um gerente de fábrica. Cumprir tal papel requer do profissional, um conhecimento especial e uma adequada preparação, desenvolvendo habilidades e alcançando o nível de profissionalismo compatível com a função, buscando sempre o aprendizado de conceitos, técnicas e ferramentas, para executar a teoria com a prática. De acordo com Bornia (2002), as empresas estão inseridas num ambiente que se modifica continuamente. Ao acompanhar a direção das mudanças, verifica-se claramente que a competição tende a ficar cada vez mais acirrada. As empresas, para obterem os resultados esperados, podem adotar o gerenciamento de projetos, não tão somente como um novo setor da instituição, mas como uma forma de dar treinamento aos seus gerentes, agregando valores às experiências individuais. Segundo Possi (2004), o gerenciamento de projetos deve ser feito de forma profissional e conduzido por pessoal qualificado. Desta forma, a cultura de projetos nas organizações deve ser criada, a sua implantação deve ser realizada de forma sistemática e os seus princípios colocados em prática da maneira mais 13 adequada às necessidades das organizações. Para Possi (2004), as organizações só aprendem através de indivíduos que aprendem. O aprendizado individual não garante o aprendizado organizacional, mas sem ele não há como ocorrer o aprendizado organizacional, ou seja, a educação dos profissionais reflete no sucesso da organização. A competição na economia exige que empresas planejem e implementem sistemas de gestão para melhorar a qualidade de seus produtos, e hoje em particular as empresas do ramo cerâmico devem ser inovadores, no sentido de serem criativos, mostrarem novas tecnologias e apresentarem o novo. A satisfação e o interesse pelo produto é do cliente, e é ele quem dita as regras do mercado. Gestão de projetos é um termo que está crescendo continuamente nas empresas nos dias de hoje, termo que para muitos se equivale a gerenciamento de projetos ou administração de projetos. Para entendermos gestão de projetos devemos saber o significado de projetos. Possi (2004), afirma que projeto é uma iniciativa que é única sob alguma forma, seja no produto que gera, ou a necessidade de um cliente. No que se difere, por exemplo, numa empresa que produz lotes de produtos em série e a que produz produtos sob encomenda, a primeira está fazendo uma operação da própria empresa, enquanto que a segunda está inserindo um projeto. No dicionário Aurélio define a palavra projetos da seguinte forma: [...] 1. Plano, intento, desígnio. 2. Empresa, empreendimento. 3. Redação provisória de lei, etc. 4. Arquitetura: Plano geral de edificação. Como se pode observar a definição de projetos entende-se como um empreendimento. Bornia (2002) amplia esse conceito afirmando, que projeto deve possuir características próprias, contendo início e término definido, comandado por pessoas que buscam atingir os objetivos pré-estabelecidos, sejam eles prazo, custo 14 ou outras especificações. Neste mesmo raciocínio, Possi (2004), define gestão de projetos é a aplicação da metodologia, das habilidades, dos conhecimentos técnicos e a utilização de ferramentas que pratiquem as atividades de projeto, a fim de cumprir os requisitos e alcançar a meta principal. É pela gestão de projetos que os caminhos de mudanças se abrem para uma empresa, pois os negócios entre as empresas estão cada vez mais competitivos, por isso elas precisam urgentemente inovar, evitar perdas, desperdícios, aumentar a produtividade, ser eficientes, atualizar seu processo produtivo. A gestão de projetos visa aumentar as chances de sucesso de um projeto, diminui riscos e custos e proporciona satisfação entre os responsáveis do projeto. Para isso sugere-se adotar um modelo de gestão de projetos dentro da empresa, para ter uma visão mais aberta de como atuar no mercado, porque o cliente não se preocupa com a sua estrutura, como você vai operacionalizar, como você vai otimizar a produção para buscar a redução de custos, ele se preocupa somente em receber seu produto com qualidade, com preço competitivo e dentro de prazos estabelecidos. Conforme afirma Bornia (2002), atualmente apresenta-se um mercado competitivo com produtos de baixo preço, boa qualidade, diversidade de modelos à escolha do cliente, prazo de entrega curto. 1.2 TEMA Análise comparativa do custo de desenvolvimento de novos produtos com a utilização da gestão de projetos em relação ao aplicado atualmente em uma empresa do ramo cerâmico de Nova Veneza, SC. 15 1.3 PROBLEMA A gestão de projetos, pode ser uma ferramenta competitiva, que auxilia na redução dos custos e otimização nos lucros dos produtos de uma empresa do ramo cerâmico? 16 2 OBJETIVOS Com base nesta pergunta de pesquisa, foram definidos os seguintes objetivos. 2.1 Objetivo geral Propor um sistema de gestão de projetos no custo de produção em uma empresa do ramo cerâmico de Nova Veneza, SC, para o desenvolvimento de novos produtos. 2.2 Objetivos específicos 1)Estudar na literatura conceitos de gestão de projetos, custos, marketing, vendas, produção; 2)Verificar os custos atuais da empresa; 3)Propor gestão de projetos; 4)Implementar a gestão de projetos; 5)Mensurar o impacto da gestão de projetos nos custos da empresa; 6)Fazer um comparativo entre o custo de venda atual e o custo de venda pós aplicação da gestão de projetos. 17 3 REVISÃO DA LITERATURA Para executar uma gestão de projetos como uma ferramenta de vendas na empresa de cerâmica, exigiu uma abordagem nos seguintes assuntos: custos, marketing, vendas e produção. 3.1 Custos Neste item serão estudados assuntos que abordam os custos, como sua origem, seus conceitos, sua classificação, o princípio de custeio, a margem de contribuição, o preço de venda e o ponto de equilíbrio, assuntos estes que nos auxiliaram neste trabalho na parte de cálculo, para entendermos o porquê de sua aplicação. 3.1.1 Origem dos custos Dutra (2003) escreve que no desenvolvimento da civilização, o homem só utilizava bens naturais, como era encontrado na natureza ou com pequeno beneficiamento feito pelo próprio consumidor. Com o passar dos tempos o homem começou a extrair os bens da natureza e beneficiava-os surgindo o sistema de trocas. Essa forma de trabalho ganhou força e rapidamente criaram-se grandes empórios e empresas de navegação. Desta forma, Dutra (2003) comenta que surgiram novos comércios, como a oferta de metais preciosos, dando início ao mercantilismo, surgindo às primeiras indústrias. Nos anos de 1764 e 1769 com a descoberta da fiandeira de Hargreaves e 18 da máquina a vapor de James Watt, iniciou-se a mecanização da produção, com um grande crescimento, fazendo com que a mão-de-obra fosse substituída pela máquina, culminando com a revolução industrial. A partir deste momento Dutra (2003) afirma que houve a necessidade de fazer uma organização societária, e com o crescimento das empresas, com as descobertas de novas tecnologias, o aparecimento de sistemas complexos de produção, houve a necessidade de maior controle, principalmente na segurança nas aplicações de capital e na manutenção dos sistemas produtivos com apresentação de resultados positivo em suas operações. Segundo Dutra (2003), o sistema de cálculo de custo era simples somavam-se as remunerações como salários, lucro, juros, aluguel, taxa e impostos, de acordo com a participação de cada classe (operários, empresários, emprestadores e governo). Seguindo este mesmo raciocínio, Bornia (2002), diz que a avaliação dos custos surgiu com a revolução industrial, com a finalidade de levantar o custo dos produtos fabricados. Isso porque, antes da revolução, existiam apenas artesãos e empresas comerciais, e estas somente faziam avaliação do patrimônio e apuravam o resultado do período. Bornia (2002), afirma que o cálculo era feito da seguinte forma: o resultado era obtido pela subtração do custo da mercadoria vendida da receita obtida pela empresa. Deste lucro bruto, eram deduzidas despesas administrativa, comerciais e financeiras, incorridas com o funcionamento da empresa. Esse cálculo de custo era feito tanto para empresas comerciais, quanto para empresas industriais, diferenciava apenas a denominação passando de custo das mercadorias vendidas para custo dos produtos vendidos (CPV). 19 3.1.2 Conceitos de custos As definições e conceituações de custos entre os autores pouco se difere, porém é necessário observar o entendimento de cada um do assunto. Para Bornia (2002), custos é o valor dos insumos efetivamente utilizados, como materiais, trabalho humano, energia elétrica, combustíveis, máquinas e equipamentos, entre outros, utilizados na fabricação dos produtos da empresa. Para Dutra (2003), custo é a parte do gasto (insumos) utilizado na produção, independente se foi desembolsado ou não. É o somatório de todos os valores agregados ao bem desde sua aquisição até a sua comercialização. 3.1.2.1 Custo de fabricação Custo de fabricação, para Bornia (2002), Dutra (2003) e Santos (2005), é o valor dos insumos usados na fabricação dos produtos da empresa, como matériaprima (MP), mão-de-obra direta (MOD) e custos indiretos de fabricação (CIF), isto é, são custos indispensáveis a elaboração, abrangendo apenas os insumos utilizados no processo fabril. Desta forma Bornia (2002), define a fórmula do custo de fabricação, como sendo, matéria-prima (MP), mais mão-de-obra direta (MOD) mais custo indireto de fabricação (CIF), como demonstra o quadro 1. Custo de fabricação = MP + MOD + CIF Quadro 1 : Custo de fabricação Fonte : Bornia 2002 p. 39 Os autores Bornia (2002) e Dutra (2003), definem matéria-prima (MP), como sendo os materiais que serão utilizados diretamente na elaboração do produto 20 final. Dutra (2003) define matéria-prima, como o elemento que sofrerá transformação ou agregação durante um processo produtivo, surgindo assim um novo elemento, cujo esses elementos são adquiridos de outras empresas (fornecedores) ou até mesmo de fases anteriores de produção (beneficiamento). A definição de mão-de-obra direta (MOD), Bornia (2002), Dutra (2003) e Santos (2005), são unânimes em afirmar que é um elemento utilizado para transformar a matéria-prima em produto. Os custos de mão-de-obra direta (MOD) são aqueles relacionados com os trabalhados envolvidos diretamente no processo de produção. Porém os custos indiretos de fabricação (CIF), os autores acima citados, definem como sendo os custos que complementam uma atividade e são incorridos de forma indireta à produção. São todos os outros custos da fábrica como: mão-deobra indireta (supervisores), energia elétrica, limpeza da fábrica, materiais de consumo (óleos lubrificantes), telefone, água, manutenção de equipamentos, peças, depreciação entre outros. Dutra (2003) chama estes custos de gastos gerais (GG). 3.1.2.2 Custo gerencial Bornia (2002) define custo gerencial como sendo o valor dos insumos para fabricação de um produto ou realização de um serviço (custo industrial), mais as outras despesas decorrentes do funcionamento da empresa. Despesas estas que são conceituadas pelo autor, como sendo o valor dos insumos não relacionados com a fabricação do produto final, como as decorrentes das áreas administrativas, comerciais e financeiras, estas relacionadas à administração da empresa. Assim Bornia (2002), define a equação do custo de fabricação como a soma dos valores de matéria-prima (MP), mais mão-de-obra direta (MOD), mais os custos indiretos de 21 fabricação e ainda a soma das despesas, como mostra o quadro 2. Custo de fabricação = MP + MOD + CIF + Despesas Quadro 2 : Custo gerencial Fonte: Bornia 2002 p. 40 3.1.2.3 Receita Dutra (2003) define receita de um bem, como sendo o preço de venda multiplicado pela quantidade vendida deste bem. Quando a empresa comercializar mais de um bem ou serviço, a receita será o somatório das multiplicações do diferentes preços de venda pelas respectivas quantidades vendidas. 3.1.2.4 Gasto Conforme Dutra (2003), gasto é o valor assumido para obtenção de um bem ou serviço, independente de ser para utilização no processo produtivo ou não. De acordo com Bornia (2002), gasto é o valor dos insumos adquiridos pela empresa, sendo estes utilizados ou não no processo de fabricação. 3.1.2.5 Desembolso Bornia (2002) e Dutra (2003) definem desembolso como sendo o pagamento parcial ou total do bem ou serviço adquirido. É o pagamento do gasto. Ainda Dutra (2003, p. 33), reforça o conceito afirmando que “desembolsar é tirar do bolso, significa pagar ou quitar”. 22 3.1.2.6 Despesa Dutra (2003), diz que a despesa é o gasto que ocorre nas atividades não relacionadas à elaboração do bem ou serviço, são oriundos da administração da empresa e comercialização do bem produzido. Para Bornia (2002 p. 40), “despesa é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não identificados com a produção”. São esforços gerados fora do processo produtivo, relacionados à administração da empresa. Geralmente são divididas por despesas administrativas, comerciais e financeiras. 3.1.2.7 Perda Segundo Bornia (2002), perda é o consumo anormal de bens ou produtos, de forma não intencional decorrentes das atividades diárias da empresa. As perdas não são imbutidas no custo do produto, provocando assim um gasto desnecessário. Neste raciocínio, Dutra (2003 p. 33), afirma que “perda é um gasto involuntário e anormal que ocorre sem intenção de obtenção de receita”. Assim matérias-primas ou outros itens perdidos por acidentes (inundações, incêndio, outros) são considerados perda e não custo. 3.1.2.8 Desperdício Para Bornia (2002 p. 41), “Desperdício é o esforço econômico que não agrega valor ao produto da empresa nem serve para suportar diretamente o trabalho efetivo”. Este conceito está relacionado às ineficiências do processo. O autor sugere 23 separar o desperdício normal do anormal no processo produtivo, pois afirma que os desperdícios normais devem servir para avaliar e melhorar o sistema produtivo no longo prazo, já os desperdícios anormais podem ser eliminados numa avaliação e acompanhamento do processo, no curto prazo. 3.1.2.9 Investimento De acordo com Bornia (2002 p. 41), “Investimento é o valor dos insumos adquiridos pela empresa não utilizados no período, mas que poderão ser empregados em períodos futuros”. 3.1.3 Classificação dos custos Nesta seção, serão apresentadas as principais definições e classificações de custos descritas por Bornia, Dutra e Santos. Os autores enfatizam que há situações e atividades de diferentes naturezas, desta forma, dependendo do ramo de atividade, energia elétrica pode ser um custo variável ou fixo, assim como outros custos. O importante é a empresa ter claro e definido quais são seus custos e onde devem ser alocados, isto é, como devem ser classificados. Portanto para Dutra (2003), os custos são divididos em seis grupos conforme classificação pesquisada pelo autor, e a seqüência foi elaborada conforme o grau de importância de cada um. Quanto à natureza: simplesmente uma padronização dos títulos usados nas contas dos custos, títulos estes como matéria-prima, energia elétrica, mão de obra direta e indireta, manutenção, embalagens, entre outras; 24 Quanto à função: controle do custo de cada função, como o custo administrativo, de vendas e de produção; Quanto à contabilização: se subdivide em custos realizados, que são matérias-primas, materiais auxiliares, mão-de-obra, depreciações, sendo que estes são os integrantes dos produtos vendidos, enquanto que a outra subdivisão são os custos a realizar, no caso entram o imobilizado permanente, o diferido, as despesas antecipadas apropriáveis, os custos referentes às receitas antecipadas e os estoques; Quanto à apuração: se subdivide em custo direto, que é aquele que não necessita de recursos posteriormente e em custo indireto que necessita de ajustes posteriores, chamado rateio. Quanto à formação: se subdivide em três classes, os fixos chamados de custos de estrutura, não têm nível de atividade para ocorrer, os custos variáveis, que só ocorrem se houver atividade, e os custos mistos, que são constituídos por parcelas fixas e variáveis. Quanto à ocorrência: São os custos em função das fases de sua ocorrência, e podem ser custo básico, custo de transformação, custo direto ou primário, custos gerais ou indiretos, custo fabril e custo dos produtos vendidos. 3.1.3.1 Custo total Bornia (2002) sugere inicialmente diferenciar custo total do custo unitário. Custo total é o valor gasto num determinado período para se fabricar todos os produtos. Para Dutra (2003), o custo total é a soma de todos os custos, independente de sua natureza. 25 Assim, o quadro 3, mostra a equação definida por Dutra (2003), onde o custo total se dá com a soma dos custos fixos (CF) mais custos variáveis (CV), como : CT = CF + CV Quadro 3 : Custo total Fonte : Dutra 2003 p. 51 Em que: CT = Custo Total (Global) CF = Custo Fixo Total CV = Custo Variável Total 3.1.3.2 Custo unitário De acordo com Bornia (2002), o custo unitário é o valor gasto para a fabricação de uma unidade do produto, e que o custo unitário está diretamente ligado à eficiência da empresa, pois se a empresa trabalhar eficientemente, seu custo unitário será menor, devido à utilização de menos recursos para produção de seus itens. O quadro 4, mostra a fórmula do custo unitário, definida por Bornia (2002), onde este é encontrado através da divisão do custo total pela produção. Custo unitário = Custo total Produção Quadro 4 : Custo unitário Fonte : Bornia 2002 p. 41 26 3.1.3.3 Custo fixo Os autores Bornia (2002), Dutra (2003) e Santos (2005), afirmam que o custo fixo total independe do volume produzido. Estes custos não costumam alterar se produzir mais ou menos itens, são gastos que não estão relacionados à produção. Santos (2005) define algumas características do custo fixo, como: os custos fixos totais, quanto maior for o volume produzido ou vendido, menores serão os custos fixos unitários. De acordo com esta afirmação, os custos fixos unitariamente são variáveis, como mostra o quadro 5. Volume produzido/vendido CF unitário CF total 1 unidade R$ 120,00 R$ 120,00 2 unidades R$ 60,00 R$ 120,00 3 unidades R$ 40,00 R$ 120,00 Quadro 5 : Custo fixo Fonte: Santos (2005) Tendo em vista estas definições, as despesas administrativas e financeiras são consideradas custos fixos, pois não estão relacionadas a quantidade produzida ou vendida do produto. A representação gráfica do quadro 6, definida por Dutra (2003 p. 47), ilustra [...] “a não variação do custo fixo total em função da variação da quantidade produzida no período”. 27 Valor CF Quantidade Quadro 6 : Custos fixos totais (CF) Fonte : Dutra 2003 p. 47 3.1.3.4 Custo variável Em se tratando de custo variável, os autores pesquisados, Bornia (2002), e Dutra (2003), concordam entre si, quando afirmam que o custo variável ao contrário do custo fixo, está diretamente relacionado ao volume produzido, desta forma quanto maior for a produção, maior será o custo variável, por outro lado quanto menor for a produção, menor será o custo variável. Os autores citam como exemplos a matéria-prima, embalagem, energia elétrica, no caso da utilização de equipamentos para fabricação do produto, serviços de produção terceirizados, entre outros. Sendo assim, as despesas comerciais como frete e comissões, podem ser consideradas custos variáveis, pois irão incorrer somente se houver venda. Cabe salientar que os custos quanto a sua classificação estão ligados a atividade da empresa, por isso deve-se analisar caso a caso. Bornia (2002 p. 43) complementa dizendo que “A separação dos custos fixos e variáveis é o fundamento do que se denomina custos para a tomada de decisões, fornecendo muitos subsídios importantes para as decisões da empresa”. Dentro desta linha de raciocínio, Dutra (2003 p. 48), enfatiza a necessidade de se conhecer os custos da empresa e classificá-los de maneira correta, “[...] é necessária uma análise 28 minuciosa e criteriosa da forma como os custos ocorrem em cada processo para classificá-lo corretamente”. Ainda Dutra (2003 p. 49), define a representação gráfica do custo variável, onde demonstra que o “[...] custo variável total é ascendente a medida que a quantidade produzida aumenta”, como demonstra o quadro 7. Valor CV Quantidade Quadro 7 : Custos variáveis totais (CV) Fonte: Dutra 2003 p. 49 3.1.3.5 Custo direto Segundo os autores pesquisados, outra classificação importante para a tomada de decisão é a divisão de custos diretos e indiretos. Para Bornia (2002 p. 44), “Custo diretos são aqueles facilmente relacionados com as unidades de alocação de custos (produtos, processos, setores, clientes, etc.)”. O mesmo cita como exemplo a matéria-prima e a mão-de-obra direta. Enquanto Dutra (2003 p. 59) define custo direto ou primário, como sendo um custo exclusivo da elaboração de um bem ou serviço, “São os primeiro custos a ocorrer no processo de produção, razão da denominação primária”. 29 3.1.3.6 Custo indireto A definição do custo indireto para Dutra (2003 p. 59) é simples, o autor considera que os custos indiretos “[...] representam a soma de todos os custos ocorridos na produção e não classificáveis como material e mão-de-obra”. Desta forma, nesta classificação são considerados todos os demais custos. Bornia (2002), ainda cita outras classificações como custos relevantes e não-relevantes, custos fixos elimináveis e não-elimináveis, custos de oportunidade, custos desembolsados e custos de transformações. 3.1.4 Princípios de custeio Bornia (2002), afirma que um sistema pode ser visto sob dois pontos de vistas, um que norteia que direciona o tratamento das informações, denominado princípio, e outro que viabiliza a execução do que foi norteado (princípio), chamado de método. O princípio define quais informações serão utilizadas pelo sistema e o método determina como essas informações serão obtidas e como serão utilizadas, sempre visando atingir o objetivo do sistema. Uma das finalidades do sistema de custos, de acordo com Bornia (2002), é o auxílio ao controle, onde este permite controlar e acompanhar um determinado processo produtivo, definindo padrões e desempenho, possibilitando identificar possíveis variações ou falhas no processo, suas causas e conseqüentes ações corretivas para solucionar os problemas encontrados. Desta forma, com as comparações de resultados, através dos controles, segundo Bornia (2002 p. 54) é possível analisar os motivos das variações encontradas e buscar assim, “[...] soluções visando à melhoria do processo”. 30 Além do auxílio ao controle, o sistema de custos, tem como objetivo o auxílio à tomada de decisões, quando Bornia (2002 p. 54), afirma que “[...] as informações geradas pelo sistema de custos são utilizadas para apoiar o processo decisório da empresa”. 3.1.4.1 Custeio por absorção integral Bornia (2002) considera no custeio por absorção integral, ou total, todos os custos fixos e variáveis são alocados ao produto. Este princípio permite a avaliação dos estoques exigida pela contabilidade financeira para prestação de contas a agentes externos, como bancos, acionistas e governo. Dutra (2003), afirma que o custeio por absorção integral, também chamado de custeio pleno, é o mais utilizado para apuração de resultados e através dele é possível apurar os impostos, os dividendos a distribuir, pois todos os custos de produção variáveis e fixos, diretos e indiretos são alocados aos produtos. Ainda completa afirmando que este princípio sob o ponto de vista tecno-contábil é o mais utilizado, pois atende à legislação vigente. 3.1.5 Margem de contribuição A margem de contribuição de acordo com Bornia (2002) é a parte do preço de venda que sobra para pagar os custos fixos e as despesas fixas, gerando lucro por produto vendido. Com base nesta afirmação a margem de contribuição é formada pelo montante das vendas menos os custos variáveis unitários, conforme o quadro 8. 31 Margem de contribuição unitária = Preço - Custos variáveis unitários Quadro 8 : Margem de contribuição unitária Quadro 8 : Margem de contribuição Fonte : Bornia 2002 p. 72 3.1.6 Preço de venda Para Bornia (2002), num cenário tão competitivo, o mercado força a redução dos preços praticados, desta forma, quem dita o preço é o mercado e não mais a empresa. Nesta ótica da empresa moderna, como o preço de venda é fixado pelo mercado, a equação para determinar o lucro é demonstrada no quadro 9, onde este é obtido através da diferença entre preço e custo: Lucro = Preço - Custo Quadro 9 : Preço de venda Fonte : Bornia 2002 p. 60 Assim, o lucro é determinado em função do preço de venda (mercado) e do custo atingido pela empresa. Diante disto é fundamental trabalhar com os custos bastante ajustados de forma a tornar a empresa competitiva e que sobreviva neste ambiente concorrido. 3.1.7 Ponto de equilíbrio Tanto para Bornia (2002) quanto para Dutra (2003), o ponto de equilíbrio é o nível de vendas onde o lucro é zero. Neste momento a empresa está produzindo 32 e vendendo somente o necessário para que cubra os custos. Isto indica o mínimo que a empresa precisa gerar de receita para que não se tenha prejuízos. Para Dutra (2003 p.338), não existe um ponto de equilíbrio ideal, porém, deve ser o mais baixo possível, pois “[...] quanto menor ele for, maior será a segurança para que a empresa não entre na área de prejuízo”. O autor define algumas fórmulas para o cálculo do ponto de equilíbrio (E): Ponto de Equilíbrio em quantidades (Eq) é demonstrado no quadro 10, onde é obtido através da divisão do custo fixo total (CF) com o preço de venda unitário (p) menos o custo variável unitário (cv) : Eq = CF p - cv Quadro 10 : Ponto de equilíbrio em quantidades Fonte : Dutra 2003, p.338 Onde: CF = custo fixo total; p = preço de venda; cv = custo variável unitário; Ponto de Equilíbrio em percentual (E%) é definido por Dutra (2003), como sendo a divisão do custo fixo total (CF) com o total das vendas (RT) menos o custo variável total (CV), conforme mostra o quadro 11: E% = CF x 100 RT - CV Quadro 11 : Ponto de equilíbrio em percentual Fonte : Dutra 2003, p.338 33 Onde: RT = receita total ou vendas; CV = custo variável total; Ponto de Equilíbrio em valor de receita (E$) é demonstrado no quadro 12, onde Dutra (2003), afirma que o ponto de equilíbrio em receita é obtido através da divisão do custo fixo total (CF), sobre 1 menos o custo variável unitário dividido pelo preço unitário de venda: E$ = CF 1-cv ÷ p Quadro 12 : Ponto de equilíbrio em valor de receita Fonte : Dutra 2003, p.338 3.1.8 Custo Kaizen Custo Kaizen, disponível em www.professordilson.pro.br, afirma que essa ferramenta busca constantemente a redução de custo em todas as etapas do processo de manufatura, pois essa redução de custo ajuda a eliminar qualquer diferença entre lucros-alvo (lucros orçados) e os lucros estimados. Custo Kaizen é uma ferramenta que vem do termo japonês que significa como uma melhoria contínua do homem, porém ao transferir para as empresas resulta na melhoria continuada dos processos de produção buscando a perfeição do processo produtivo. Portanto, Kaizen significa não só melhoria continua mais também uma melhoria nos diversos aspectos da vida, ou seja, na vida profissional, social e pessoal. E essa melhoria quando aplicada nas empresas, atinge a todos por igual, 34 seja o gerente como os subordinados. 3.2 Marketing Neste item serão descritos alguns conceitos de marketing, conceitos que nos apresentam sua importância para uma venda bem sucedida. 3.2.1 Conceito de marketing Para Moreira (1989), o marketing pode ser uma filosofia empresarial, que parte da posição que a organização deve desenvolver suas estratégias a partir da avaliação do meio externo. Segundo Pombo, marketing é uma técnica de gestão empresarial que possui uma direção, um planejamento e uma gerência que permite qualquer empresário conduzir seus negócios dentro de um padrão de causa x efeito, objetivo x resultado. O gestor precisa ter o domínio, ou uma visão geral, do que a empresa é, do que ela é capaz, o que deseja do mercado, o que deseja dos seus produtos, onde pretende chegar, como encantar seus clientes, como enfrentar seus concorrentes. Se o gestor não souber fazer tudo isso, deverá contratar quem saiba fazer, ou aprender as técnicas (disponível em www.hps.infolink.com.br). Pombo confirma que o marketing é uma política da empresa com intuito de gerar a satisfação do cliente e o bem estar do consumidor a longo prazo. O marketing não quer vender mais, e sim que os clientes consumam mais os nossos produtos. Ele visa à satisfação do consumidor e é através dos veículos de mídia que levamos as mensagens das qualidades e benefícios que o nosso produto proporciona ao futuro consumidor. Enfim fazer um bom marketing é colocar o 35 produto certo, no mercado certo, pelo preço certo, na quantidade certa, na hora certa, para o consumidor certo, sabendo que irá receber na data certa, e promover uma satisfação do cliente certamente a longo prazo. A essa afirmação, entende-se que não só devemos fazer marketing para o produto, mas sim o próprio produto após anunciado deve-se “vender sozinho”. Kotler (1999, p.25-26), aponta um novo conceito de marketing, que consiste em “convidar o cliente a participar do projeto do produto. As novas empresas estão prontas para tornar seus produtos, serviços e condições mais flexíveis, fazendo uso de meios de comunicação mais direcionados, ou seja, faz-se uso de mais tecnologias, videoconferência, softwares, páginas na Internet, intranet e extranet. As empresas estão disponíveis sete dias por semana, 24 horas por dia, em linhas 0800, websites ou correio eletrônico, tudo isso para integrar suas atividades de marketing para transmitir uma mensagem mais coerente para os clientes”. Seguindo o mesmo raciocínio, Schewe e Hiam (2000, pp.35-38), apresentam um novo mix de marketing, composto em 7 valores: 1. Sensibilidade ao consumidor – Postura do empregado, atendimento ao cliente e resposta aos clientes. 2. Produto – Qualidade, confiabilidade e características do produto. 3.Conveniência do consumidor – Disponibilidade para o consumidor, conveniência do consumidor e vendas. 4. Serviço – Serviços pós-venda e conveniência do consumidor na obtenção de serviços. 5. Preço – Preços cobrados, condições da composição de preços e ofertas de preço. 6. Praça – Facilidade de acesso ao produtor, unidades de produção, termos de composição de preços e disponibilidade para o consumidor. 7. Promoção – Propaganda, publicidade, vendas, serviços de pré-venda e ofertas de preço. 36 Essa abordagem nos dá uma visão do que representa um programa de marketing. Ele envolve todos os setores dentro da organização, pois se o foco é o cliente, é preciso o empenho de todos para que o cliente se sinta sempre certo. Segundo Kotler (1998, p.37) o conceito de Marketing, assume que a chave para atingir as metas organizacionais consiste em ser mais eficaz do que os concorrentes para integrar as atividades de marketing, satisfazendo, assim as necessidades e desejos dos mercados alvos. Sucintamente, o Conceito de Marketing é a forma das empresas analisarem as necessidades de seus clientes e tomarem decisões para satisfazê-las, melhor que a concorrência. 3.3 Vendas Muitas vezes em uma empresa há um conflito de entendimento, entre marketing e venda, neste tópico serão apresentados conceitos de vendas que diferenciam um do outro. 3.3.1 Conceito Vendas Pode-se dizer que há uma diferença entre marketing e vendas. O marketing seria o planejamento da venda num determinado prazo, incluindo suas estratégias, planejamento da propaganda, levantamento das possibilidades de mercado, enquanto vendas é execução desse planejamento, ou seja, sua concretização. Portanto existe uma grande diferença entre o conceito de venda e marketing, como sintetiza Kotler (1998), venda foca a agressividade para alcançar o 37 resultado: vender. Que não é um processo natural como no caso do marketing O conceito de venda segundo Kotler (1998, pp.36), “assume que os consumidores, se deixados sozinhos, normalmente, não comprarão o suficiente dos produtos da organização. Assim a organização deve empregar um esforço agressivo de venda e de promoção.” Como se vê este conceito é bem diferente ao de marketing. Os resultados e conseqüências de uma “forma de venda” podem ser desastrosos, pois se o produto for “empurrado” ao consumidor e o mesmo não ficar satisfeito, a tendência é que ele devolva o produto ou que nunca mais compre, sem contar que esse cliente terá uma nova visão da empresa e poderá vir a falar mal dela. 3.4 Produção / Capacidade produtiva Neste item serão apresentados o histórico de produção e conceitos de capacidade produtiva. 3.4.1 Histórico de Produção O Conceito de Produção prevaleceu desde a Revolução Industrial até o fim da década de 1920. O conceito de produção era a idéia de que uma empresa deveria focar-se nos produtos que poderia produzir com maior eficiência, e a criação de produtos de baixo custo poderia por si só criar demanda por estes produtos. Porém havia sempre os questionamentos: Nós podemos produzir? E nós podemos produzir o suficiente? (disponível em www.aparece.com.br/produção). De acordo com Tubino (1993), à semelhança dos seres vivos, pode-se dizer que as empresas são organismos com vida própria (possuem até uma “cultura 38 interna”) em constante transformação (evolução das espécies), sujeitos às leis do mercado (da natureza). Quanto mais livre e dinâmico esse mercado for, mais forte e resistente essas empresas serão, pois terão de conviver diariamente com oportunidades e ameaças ao seu desempenho produtivo. Hradsky (1989), afirma que, para ter sucesso uma empresa precisa querer sobreviver e deve estar consciente de que, se não tomar nenhuma providência para melhorar seus produtos, muito provavelmente irá a falência. Para sobreviver, uma empresa precisa ter um plano, capacidade de segui-lo e acompanhamento eficaz para assegurar que este plano funcione. O processo sistemático de aperfeiçoamento da produtividade e da qualidade foi desenvolvido para atender a essa necessidade. Segundo Toledo (1987), a produtividade é a relação entre o que se produz e o que deveria ser produzido, relacionando a mão de obra direta utilizada para a execução de um trabalho e a mão de obra direta que deveria ser utilizada para conseguir o mesmo resultado. Ainda completa que a produtividade e a eficiência são resultantes do aproveitamento adequado dos elementos humanos disponíveis e do emprego da mão de obra especializada em tarefas específicas, da perfeita compreensão dos direitos e deveres de patrões e empregados, das boas relações entre trabalhadores e chefes. Oliveira (1990), da mesma forma que Toledo (1987), afirma a produtividade é a quantidade de bens ou serviços produzidos por um fator de produção, ou seja, é a relação entre produtos ou serviços e insumos. A produtividade é obtida através de índices obtidos da razão entre uma determinada quantidade física de produção e o tempo de duração do trabalho para realizá-la. 39 Mas para Grove (1983), conceito de produtividade nada mais é o produto dividido pelo trabalho necessário para gerá-lo, ou seja, para elevar a produtividade consiste em se fazer o que no momento se está fazendo, mas com maior rapidez. Isto pode ser conseguido pela reorganização da área de serviço ou simplesmente por trabalho mais árduo. Para Grove (1983), não há necessidade de mudarmos o trabalho que fazemos, basta adotarmos maneiras de fazê-lo mais rapidamente, conseguindo que mais atividades por empregado-hora ocorram, assim sendo, uma vez que a produção é proporcional à atividade que nela ocorre, conseguimos mais produto, ou produção, por hora. Reis (1984), conceitua que elevar a produtividade significa produzir mais com o mesmo consumo de recursos, ou seja, com o mesmo custo no que se refere à terra, materiais, tempo-máquina ou mão de obra, de modo que os recursos assim economizados possam ser alocados na produção de outros bens. Assim como Crepaldi (1988), que afirma que para elevar a produtividade deve-se produzir mais com o mínimo possível de empregados, ele conclui ainda que dentro da produtividade muitas das decisões e políticas de administração se dirigem para esta finalidade e, em particular, à nossa política de pessoal, já que se constituem nos planos de que dispõe para conseguir que os subordinados dêem produção. Grove (1983) salienta que existe outra maneira de aumentar a produtividade. Basta mudar a natureza do trabalho executado: o que fazer, não a rapidez com o que fazer, querer aumentar a razão entre produção e atividade, destarte elevando a primeira, mesmo que permaneça a mesma atividade por empregado-hora. Ou como diz o ditado, querer “trabalhar melhor, não mais”. 40 3.4.2 Conceito de capacidade produtiva Brito afirma que capacidade é o volume de saída que um sistema é capaz de atingir em um período específico de tempo, e quando tratarmos de capacidade pensamos em capacidade produtiva (disponível em www.cvlog.net). O termo capacidade produtiva nos traz a tona alguns questionamentos em torno do local de trabalho, pois sempre que necessitamos fazer uma ampliação, seja ela no maquinário ou no local de estocagem, por exemplo, devemos pensar em elaborar um planejamento estratégico de capacidade. Deve ser lembrado que capacidade produtiva passa por um processo produtivo e que este deve ser levado em conta a sua meta, que é produzir bem, com qualidade e sempre buscando a diminuição de custo. O conceito de capacidade está diretamente associado à utilização que se faz da estrutura de produção da empresa. Dessa forma, no caso de empresas multiprodutoras, haverá tantos níveis de atividade (que são gradações da capacidade total) quantas forem às combinações possíveis do “mix” de produtos, pois cada um dos produtos utiliza de forma mais ou menos diferenciada os meios de produção disponíveis (disponível em www.wwc.com.br/wwc/artigos). 41 4 METODOLOGIA Com intuito de analisar se a gestão de projetos, pode ser uma ferramenta competitiva, que auxilie na redução dos custos e otimização nos lucros dos produtos de uma empresa do ramo cerâmico, a metodologia utilizada se classifica uma pesquisa com caráter bibliográfico e quantitativo, pois discorre os fatos, a partir de comentários e conclusões retiradas de diversos autores e quantitativa, pois é uma pesquisa que é expressa em números, que tem o objetivo de trazer o conhecimento da interferência da gestão de projetos para uma empresa. De acordo com Ramos P.; Ramos M; Busnello (2003, p.25), “pesquisa bibliográfica é a pesquisa elaborada a partir de material já publicado, tais como livros, artigos de periódicos e materiais disponibilizados na Internet”. Já para Silva e Schappo (2001, pp.47), “a pesquisa bibliográfica [...] consiste em que o pesquisador que procura explicar um problema a partir de referências, tome conhecimento e analise as contribuições científicas ao assunto em questão”. Para Luciano (2001), diferentes metodologias requerem formas de coletas e de análise de dados, de maneira de atender aos objetivos da pesquisa. O princípio de que a metodologia e o referencial teórico devem estar interrelacionados e voltados ao alcance dos objetivos, é condição essencial para que um trabalho de pesquisa seja realizado com êxito. 4.1 Abordagem metodológica A abordagem metodológica foi quantitativa, uma vez que, busca-se 42 apreender e analisar conjunto de informações que fundamentam este estudo. A pesquisa quantitativa é um estudo estatístico que se destina a descrever as características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema de pesquisa. (disponível em www.propesquisa.com.br). A opção por método quantitativo é meramente operacional, e determinada pelo problema e objetivos da pesquisa. 4.2 Instrumento de levantamento de dados Para atender as necessidades desta pesquisa, foram utilizadas informações do setor de produção da empresa, como boletins diários de produção, pastas de procedimentos operacionais, desta forma a pesquisa foi documental, e por meios de conhecimentos produzidos, como livros, revistas técnicas, artigos científicos e o auxílio de informações contidas na Internet, realizando assim a pesquisa bibliográfica. 4.3 Caracterização da empresa A presente pesquisa se deu no período de fevereiro à abril de 2008, em uma empresa do ramo cerâmico, fundada em dezembro de 2006, localizada no distrito de Caravaggio, município de Nova Veneza, estado de Santa Catarina, atualmente conta com 40 colaboradores. 43 5 ESTUDO DE CASO 5.1 Gestão de projetos A iniciativa de criar projeto para averiguar os valores de vendas de três produtos desta empresa, partiu no momento em que houve necessidade de estudar a viabilidade de um projeto feito pela própria empresa com um cliente. Após finalizado alguns estudos sobre a venda de um mix de produtos para um cliente, alguns produtos de venda chamou a atenção do fato que ele possuía uma margem de contribuição interessante, porém havia condições de aprimorá-la. O projeto baseia-se em desenvolvimento de componentes para uso sobre o suporte cerâmico gerando piso ou revestimento cerâmico, numa produção estimada de piso de 100.000 m2/mês, a fim de otimizar o setor produtivo, buscando a redução de custos, calculando sua real capacidade produtiva e suas despesas. O alvo de estudo foram três produtos: uma granilha, um esmalte ou vidrado e um engobe. 5.2 Conceitualização dos produtos Para entender os objetos do estudo, serão conceituados os produtos envolvidos no processo. • Frita: Para Santos (1992), as fritas cerâmicas são materiais de natureza vítrea preparadas por fusão em fornos preparados para esse fim, em altas temperaturas 44 (em torno de 1.500 C), a partir de mistura de matérias-primas de natureza in natura como quartzo, feldspato ou por matérias-primas industrializadas. Durante o processo de fusão estas matérias-primas formam uma massa fundida de modo que ao passarem por um processo de resfriamento na água sofrem um choque térmico vitrificando e originando a frita propriamente dita. Neste mesmo raciocínio, Durán (2002), afirma que as fritas são produtos vítreos insolúveis obtidos a partir da fusão de uma mistura de matérias-primas, que são resfriadas rapidamente com o propósito de obter-se um material desintegrado e friável, quebradiço. Segundo Silveira (2005), as fritas são compostos vítreos que se obtém por fusão e posterior resfriamento rápido de misturas controladas de matériasprimas. De acordo com Norton (1973), a frita basicamente consiste em vidro que foi fundido, resfriado e moído. É usado na composição de vidrados. Diminui a toxicidade de elementos como do chumbo e a solubilidade dos fundentes alcalinos. Conforme Durán (2002), as fritas se caracterizam por possuírem alta homogeneidade e assim, destacam-se por terem a mesma composição e propriedades, como amolecimento, passando do estado viscoso ao fluido sem emissão de gases. • Engobe: Produto composto a base de fritas (vidros), produzidas em fornos cerâmicos em proporções variando de 20 a 40 % e o restante por matérias-primas como caulim, argilas, quartzo, que vão caracterizá-lo conforme a quantidade de cada componente, dando mais ou menos plasticidade, opacidade, expansão térmica, etc. Após a formação do engobe, essa camada sinterizada é aplicada sobre o suporte cerâmico para eliminação de defeitos ou proporcionar estética. 45 Em outras palavras o engobe tem funções de formar uma camada impermeável para evitar problemas devido à porosidade do suporte, como manchas de umidade, por exemplo, assim como fazer um acoplamento entre o suporte e o esmalte, evitando descolamento, não permitir o surgimento de curvaturas que irregularizam o revestimento, além disso, tem o poder de impedir o surgimento de “gretamento”, chamado assim quando surgem gretas no piso. E por fim tem a função de base para o piso por ser uma camada branca ou opaca, ele permitirá a colocação de esmaltes que serão aplicados sobre ele. Para Santos (1992), o engobe consiste numa mistura de argila líquida, óxidos e outros componentes que podem ser aplicados em uma peça antes da esmaltação. Utilizado em peças cruas (ponto de couro), mas podem também de acordo com alguns ceramistas serem aplicado em peças biscoitadas. Outra definição que se dá é que o engobe é formado por uma mistura de argilas, caulins e materiais não-plásticos como quartzo, feldspato, frita e outros. Possui uma função específica, de ser utilizado nos rolos dos fornos para evitar o acúmulo de sujeira nos rolos do forno, quanto na parte inferior das peças cerâmicas. Segundo Santos (1992), as razões mais importantes para a utilização de engobes com composições a partir de fritas são: homogeneidade da composição, utilização de matérias-primas fritadas reduz a temperatura e/ou tempo de queima e reduz a tendência à sedimentação de suspensões para a formação do vidrado. • Vidrado: Camada aplicada sobre o engobe para definir estética e atuar como impermeabilizante do suporte cerâmico. Os vidrados são obtidos a partir da mistura de fritas e outras matérias-primas. São utilizados em pisos, onde necessitam de características técnicas mais exigentes, como elevada resistência ao desgaste mecânico e ao ataque químico. 46 Portanto, os esmaltes ou vidrados servem para a decoração dos revestimentos cerâmicos, pois é sobre a aplicação do esmalte que é empregada a técnica da serigrafia, além de que se pode aplicar diferentes sistema de aplicação a seco, ou seja, aplicar o esmalte seco (na forma de pó, granilha ou aglomerado) sobre uma camada recém aplicada de esmalte base ainda úmido, para que as partículas secas se fixem sobre a superfície da peça, para que melhoram ainda mais o acabamento da superfície da peça, conferindo a rugosidade adequada para assegurar uma alta resistência ao deslizamento. • Granilha: Camada aplicada sobre o esmalte para melhorar resistência ao desgaste e proporcionar estética. As granilhas são pequenos grãos de frita que sofreram moagem até atingirem uma granulometria menor. Portanto, a granilha tem função de formar uma camada de micro partículas de vidro que permitam o aumento de resistência do revestimento, além de proporcionar segurança do produto, no sentido de que a granilha gera um aumento do coeficiente de atrito no piso evitando o deslizamento em sua superfície, além disso, proporciona uma melhora na estética, pois a granilha pode ser utilizada sob diversas cores. Para Durán (2002), as granilhas são constituídas por misturas de fritas cerâmicas moídas e classificados em intervalos estreitos de granulometria. Os aspectos estéticos que se adquire mediante combinação de fritas podem ser acentuados graças ao uso de granilhas da mesma frita, mas com granulometria distinta. O intervalo granulométrico de maior uso é de 1,30 á 2,50 mm. 47 5.3 Projeto inicial empresa / cliente Como contextualizado anteriormente, será feito uma comparação nos custos dos produtos obtidos na negociação entre a empresa e o cliente, em relação aos custos calculados na aplicação da gestão de projetos. Levando em consideração que esses valores são atuais, porém para efeito de atualizações monetárias, será tomado como base o valor do dólar de U$ 1 em R$1,70. Portanto os valores dos produtos negociados com o cliente foram os seguintes: * Granilha: Preço de venda – R$ 1,83 Margem de contribuição – 55% (já inclusa no preço) * Vidrado: Preço de venda – R$ 1,50 Margem de contribuição – 34% (já inclusa no preço) * Engobe: Preço de venda – R$ 1,33 Margem de contribuição – 27% (já inclusa no preço) 5.4 Cálculo de capacidade produtiva: O projeto inicia calculando a capacidade produtiva da fábrica, procurando principalmente reduzir ao máximo o número de equipamentos a serem utilizados, enxugando as despesas de produção. 5.4.1 Distribuição de produção Para calcular a capacidade produtiva de cada setor, é necessário saber 48 quais os setores que os três produtos vão envolver. 5.4.1.1 Necessidade de produção de granilha. Para atender a produção de 100.000 m² de piso ou revestimento cerâmico serão necessários135 g de granilha em cada peça com tamanho 20 x 30 cm (regra geral). Portanto: 20 x 30 cm - 600 cm² 100 x 100 cm - 10.000 cm² 135 g - x - 600 cm² 10.000 cm² (1 m²) x = 2.250 g Ou seja, serão usadas 2.250 g de granilha para cada metro quadrado de revestimento. Necessidade de granilha: 2.250 g/m² x 100.000 m² (produção estimada) 1.000 = 225.000 kg de granilha. Como o processo de moagem de frita no equipamento (granilhamento) é tão minucioso, ocorre um excesso de moagem, acarretando uma sobra em média de 20 % do produto em finos, que posteriormente serão reaproveitados. Portanto o rendimento normal de uma frita de granilha é de 80%, logo a produção de frita à secar e granilhar será de: 49 225.000 kg = 281.000 kg ou 281 toneladas de frita 0,8 A seguir será apresentado a composição de matérias-primas da frita para produzir a granilha, levando em consideração que na fusão dessa frita, o forno proporciona uma perda de matéria-prima ao fogo de 15% resultando num rendimento de 85%, ou seja: 281.000 kg (frita para granilhar e secar ) = 330.000 kg (matéria-prima a compostar) 0,85 (rendimento) Composição da frita: 45% quartzo moído = 148,5 ton 10% carbonato de sódio = 33 ton 1% óxido de zinco = 3,3 ton 12% ácido bórico = 39,6 ton 8% calcita = 26,4 ton 24% feldspato moído = 79,2 ton TOTAL = 330 ton ou 330.000 kg Leva-se em consideração que serão usados o quartzo e o feldspato moídos, no composto que após sofrer o processo de fusão nos fornos, formará a frita cujo este processo será agregado o custo de moagem dos dois materiais. Neste caso, a distribuição dos setores para produzir a granilha já foram obtidos, ou seja, a quantidade de granilha a produzir, a necessidade de moagem de material (quartzo e feldspato), o material a ser pesado na balança de compostagem para os fornos, a quantidade de frita à fundir e a necessidade de frita à secar . Esses valores serão agrupados as necessidades dos outros dois produtos 50 subseqüentes. 5.4.1.2 Necessidade de produção de esmalte (vidrado). Para atender a produção de 100.000 m² de piso ou revestimento cerâmico, serão necessários 35 g de esmalte em cada peça com tamanho 20 x 30 cm (regra geral). Portanto: 20 x 30 cm - 600 cm² 100 x 100 cm - 10.000 cm² 35 g - x - 600 cm² 10.000 cm² (1m²) x = 583,33 g Ou seja, serão usadas 583,33 g de vidrado para cada metro quadrado de revestimento. Necessidade de esmalte: 583,33 g/m² x 100.000 m² (produção estimada) 1.000 = 58.333 kg de esmalte. A seguir será apresentada a composição de matéria-prima para produzir o esmalte. Inicialmente será calculado o valor de matéria-prima para produzir a frita do esmalte, levando em consideração que este produto possui em sua composição 85% de frita (sem a necessidade de secar) com rendimento após fusão de 90%, 51 ou seja: 58.333 kg (esmalte) x 0,85 = 49.600 kg (frita presente no esmalte) Logo: 49.600kg (frita para fusão) = 55.100 kg (matéria-prima a compostar) 0,90 (rendimento) Composição da frita: 45% quartzo moído = 24,80 ton 10% carbonato de sódio = 5,51 ton 1% óxido de zinco = 0,55 ton 12% ácido bórico = 6,61 ton 8% calcita = 4,41 ton 24% feldspato moído = 13,22 ton TOTAL = 55,1 ton ou 55.100 kg Também se deve lembrar que serão usados o quartzo e o feldspato moídos, logo será agregado o custo de moagem dos dois materiais. Os demais componentes para formar o esmalte é o caulim com participação de 14,3% e o aditivo com 0,70 %, ou seja: Composição final do esmalte (58,33 ton): 85% frita = 49,6 ton (já calculado) 14,3% caulim = 8,33 ton 0,7% óxido de zinco = 0,4 ton Total = 58,33 ton ou 58.333 kg Essas 58,33 ton deverão ser embaladas para o cliente, em big bag's de 52 583,33 kg, utilizando a balança de compostagem. Portanto os setores que envolvem a produção do esmalte são: a balança de compostagem, tanto para a composição dos materiais para produzir a frita, como para embalar o próprio esmalte, além da moagem do quartzo e feldspato e os fornos. 5.4.1.3 Necessidade de produção de engobe. Para atender a produção de 100.000 m² de piso ou revestimento cerâmico serão necessários 30 g de engobe em cada peça com tamanho 20 x 30 cm (regra geral). Portanto: 20 x 30 cm - 600 cm² 100 x 100 cm - 10.000 cm² 30 g - x - 600 cm² 10.000 cm² (1m²) x = 500 g Ou seja, serão usadas 500 g de engobe para cada metro quadrado de revestimento. Necessidade de engobe: 500 g/m² x 100.000 m² (produção estimada) 1.000 = 50.000 kg de engobe. O processo parte da composição de matéria-prima para produzir o engobe. 53 Inicialmente será calculado o valor de matéria-prima para produzir a frita do engobe, levando em consideração que este produto possui em sua composição 40% de frita (seca e moída) com rendimento após fusão de 90%, ou seja: 50.000 kg (engobe) x 0,40 = 20.000 kg (frita presente no engobe) Logo: 20.000 kg (frita para fusão e secar) =22.300 kg (matéria-prima a compostar) 0,90 (rendimento) Composição da frita: 45% quartzo moído = 10,04 ton 10% carbonato de sódio = 2,23 ton 1% óxido de zinco = 0,22 ton 12% ácido bórico = 2,68 ton 8% calcita = 1,78 ton 24% feldspato moído = 5,35 ton TOTAL = 22,3 ton ou 22.300 kg Neste caso, também serão usados o quartzo e o feldspato moídos, para formar o composto da frita para que após a fusão torne-se a frita propriamente dita, assim com a própria frita que sofre o processo de moagem para ser usada na composição do engobe. Logo será agregado o custo de moagem dos três materiais. Os demais componentes para formar o engobe é a argila com participação de 20,0%, o feldspato moído com 10 %, a bentonita com 1%, o aditivo com 0,50 %, o quartzo moído com a participação de 20 % e o zircônio micronizado com 10 %, ou seja: 54 Composição final do engobe (50,00 ton): 40% frita = 20,0 ton (já calculado) 20,0% argila = 10,0 ton 10 % feldspato moído = 5,0 ton 1% bentonita = 0,5 ton 0,50 % aditivo = 0,25 ton 20 % quartzo moído = 10,0 ton 8,5 % zircônio = 4,25 ton Total = 50,00 ton ou 50.000 kg Essas 50,00 ton deverão ser embaladas para o cliente, em big bag's de 500,00 kg, utilizando a balança de compostagem. Logo os setores que envolvem a produção do engobe são: a balança de compostagem tanto para a composição da frita como a do engobe, os fornos, o setor de moagem de quartzo e feldspato utilizados tanto no composto da frita como na composição do engobe e a moagem da frita, na composição final do engobe. A tabela 1 apresenta o somatório das necessidades de produção dos setores envolvidos na produção dos três produtos, granilha, vidrado (esmalte) e engobe. 55 Tabela 1 - Necessidade de produção total Setores Produção Necessidade de Produção (ton) Pré-moído 316 Quartzo moído 193 Feldspato Moído 103 Frita Moída 20 Fornos 407 Granilheira 281 Secador 303 Bal. Compostagem 516 Totais Fonte: Do autor, 2008 1823 Após analisado as necessidades de produção, conforme quadro-resumo anterior, será calculada agora a capacidade máxima produtiva de cada setor, para vermos se supri a necessidade de produção solicitada. Moinhos pré-moídos: Necessidade de produção: 316 toneladas Quantidade de turnos: 2 Horas trabalhadas/turno/dia: 6 Dias trabalhados/mês: 22 Produtividade do equipamento: 375kg/h (média estimada estabelecida do equipamento) Portanto: 2 turnos x 6 horas x 22 dias x 375 kg/h = 99 toneladas/mês. Logo: Se a necessidade de projeto é de 316 toneladas, para alcançar essa meta o cálculo a seguir no aponta a quantidade de equipamentos a utilizar. 56 316 ton = 3,20 moinhos = 4 moinhos x 99 ton = 396 ton (Capacidade máxima) 99 ton A quantidade de operadores será definida pela quantidade de turnos. Como tem 2 turnos de 6 horas cada, aproximadamente 5 dias por semana, serão necessários 2 operadores e 1 foguista (este último não entra no cálculo de produtividade do equipamento), que poderá auxiliar em outros setores quando necessário. Ou seja, para o setor de moinhos pré-moído serão necessários operar com 4 moinhos e 3 operadores. Fornos: Necessidade de produção: 407 toneladas Quantidade de turnos: 4 Horas trabalhadas/turno/dia: 6 Dias trabalhados/mês: 30 Produtividade do equipamento: 290 kg/h (média estimada estabelecida do equipamento) Portanto: 4 turnos x 6 horas x 30 dias x 290 kg/h = 209 toneladas/mês. Logo: Se a necessidade de projeto é de 407 toneladas, para alcançar essa meta o cálculo a seguir no aponta a quantidade de equipamentos à utilizar. 407 ton = 1,94 fornos = 2 fornos x 209 ton = 418 ton (Capacidade máxima) 209 ton A quantidade de operadores será definida pela quantidade de turnos. Como tem 4 turnos de 6 horas cada, trabalhando 7 dias por semana, serão necessários 4 operadores e 1 foguista (este último não entra no cálculo de produtividade do equipamento), que fará a folga de turno quando necessário. Ou 57 seja, para o setor dos fornos serão necessários operar com 2 fornos e 5 operadores. Granilheiras: Necessidade de produção: 281 toneladas Quantidade de turnos: 3 Horas trabalhadas/turno/dia: 7 Dias trabalhados/mês: 30 Produtividade do equipamento: 240 kg/h(média estimada estabelecida do equipamento) Portanto: 3 turnos x 7 horas x 30 dias x 240 kg/h = 151 toneladas/mês. Logo: Se a necessidade de projeto é de 281 toneladas, para alcançar essa meta o cálculo a seguir no aponta a quantidade de equipamentos à utilizar. 281 ton = 1,86 granilheiras = 2 granilheiras x 151 ton = 302 ton (Capac. Máxima) 151 ton Novamente a quantidade de operadores será definida pela quantidade de turnos. Como tem 3 turnos de 7 horas cada, trabalhando 7 dias por semana, serão necessários 3 operadores e 1 foguista (este último não entra no cálculo de produtividade do equipamento), que fará a folga de turno quando necessário. Ou seja, para o setor dos fornos serão necessários operar com 2 granilheiras e 4 operadores. Secadores: Necessidade de produção: 303 toneladas Quantidade de turnos: 2 Horas trabalhadas/turno/dia: 6 58 Dias trabalhados/mês: 22 Produtividade do equipamento: 1500 kg/h (média estimada estabelecida do equipamento) Portanto: 2 turnos x 6 horas x 22 dias x 1500 kg/h = 396 toneladas/mês. Logo: Se a necessidade de projeto é de 303 toneladas, para alcançar essa meta o cálculo a seguir no aponta a quantidade de equipamentos à utilizar. 303 ton = 0,77 secador = 1 secador x 396 ton = 396 ton (Capacidade máxima) 396 ton A quantidade de operadores será definida pela quantidade de turnos. Como tem 2 turnos de 6 horas cada, trabalhando aproximadamente 5 dias por semana, serão necessários 2 operadores e 1 foguista (este último não entra no cálculo de produtividade do equipamento), que poderá auxiliar em outros setores quando necessário ou fará a folga de turno quando necessário. Ou seja, para o setor do secador serão necessários operar com 1 secador e 3 operadores. Balança de compostagem de matérias-primas: Necessidade de produção: 516 toneladas Quantidade de turnos: 2 Horas trabalhadas/turno/dia: 6 Dias trabalhados/mês: 30 Produtividade do equipamento: 1800 kg/h (média estimada estabelecida do equipamento) Portanto: 2 turnos x 6 horas x 30 dias x 1.800 kg/h = 648 toneladas/mês. Logo: Se a necessidade de projeto é de 516 toneladas, para alcançar essa meta o cálculo a seguir no aponta a quantidade de equipamentos à utilizar. 59 516 ton = 0,80 balança = 1 balança x 648 ton = 648 ton (Capacidade máxima) 648 ton A quantidade de operadores será definida pela quantidade de turnos. Como tem 2 turnos de 6 horas cada, trabalhando 7 dias por semana, serão necessários 2 operadores e 1 foguista (este último não entra no cálculo de produtividade do equipamento), que fará a folga de turno quando necessário. Ou seja, para o setor de pesagem de matéria-prima serão necessários operar com 1 balança e 3 operadores. Após análise feita de cada setor, foi visto que a capacidade produtiva efetiva está além da necessidade de produção sugerida, como podemos ver na tabela 2: Tabela 2 - Capacidade produtiva por setor Setores Produção Operários Turnos Período (Qt) (h) (dias) Produtividade (kg/h) Número de equipamentos Capacidade Produtiva (kg/h) Pré-moído 2 6 22 375 4 396 Fornos 4 6 30 290 2 418 Granilheiras 3 7 30 240 2 302 Secador 2 6 22 1500 1 396 Bal.Comp. 2 Fonte: Do autor, 2008 6 30 1800 1 648 5.5 Cálculo de despesas por setor. Neste item serão calculados os custos de produção de cada setor, utilizando os cálculos anteriores de capacidade produtiva. 60 5.5.1 Manutenção Manutenção é toda despesa que é aplicada em serviços nos equipamentos, sejam esses por manutenção preventiva ou corretiva. No projeto foi estimado um valor de R$ 3.000,00 de despesa fixa, cujo essa despesa será rateada entre os setores e será calculada por meio de sua produção realizada à produção total dos setores. Além disso, três setores da fábrica receberão em particular um aditivo para conter suas despesas (custo direto). São eles: – Pré-moído: Considera-se a troca de 4 válvulas rotativas / mês, num valor unitário de R$ 200,00, totalizando R$ 800,00. – Fornos: Realização de 2 Manutenções/mês em roscas alimentadoras / extratoras, sendo um valor unitário de R$ 350,00, totalizando R$ 700,00. – Granilheiras: Por se tratar de um equipamento mais sensível, serão programadas 4 revisões gerais / mês, a R$ 500,00 cada, totalizando R$ 2000,00. Moinhos pré-moido: 316 ton (produção realizada) x R$ 3.000,00 = R$ 520,00 (despesa fixa) 1823 ton (produção total) Portanto, a despesa com manutenção dos moinhos pré-moído será: R$ 520,00 (despesa fixa) + R$ 800,00 (despesa adicional) = R$ 1320,00. 61 Fornos: 407 ton (produção realizada) x R$ 3.000,00 = R$ 670,00 (despesa fixa) 1823 ton (produção total) Deste modo, a despesa com manutenção dos fornos será: R$ 670,00 (despesa fixa) + R$ 700,00 (despesa adicional) = R$ 1370,00 Granilheira: 281 ton (produção realizada) x R$ 3.000,00 = R$ 462,00 (despesa fixa) 1823 ton (produção total) Assim sendo, a despesa com manutenção das granilheiras será: R$ 462,00 (despesa fixa) + R$ 2.000,00 (despesa adicional) = R$ 2.462,00 Secador: 303 ton 1823 ton (produção realizada) x R$ 3.000,00 = R$ 498,00 (despesa fixa) (produção total) Logo, a despesa com manutenção do secador será: R$ 498,00 (despesa fixa) + R$ 0,00 (despesa adicional) = R$ 498,00 Balança de Compostagem: 516 ton (produção realizada) x R$ 3.000,00 = R$ 849,00 (despesa fixa) 1823 ton (produção total) Conseqüentemente, a despesa com manutenção da balança de compostagem será: R$ 849,00 (despesa fixa) + R$ 0,00 (despesa adicional) = R$ 849,00. 62 A tabela 3 mostra o resumo das despesas do setor de manutenção. Tabela 3 - Despesas do setor Manutenção MANUTENÇÃO(R$) DESPESAS DIRETAS RATEIO TOTAL Fonte: Do autor, 2008. PRÉMOIDO FORNOS GRANILHEIRA SECADOR BAL. COMP. TOTAIS 800 700 2000 - - 3500 520 670 462 498 849 2999 1320 1370 2462 498 849 6499 5.5.2 Refratários Refratários são materiais utilizados na construção dos fornos, composto por copo, bica, barragem, isolantes, mulita, tijolos refratários, blocos de encosto entre outros. A vida útil de um forno nas condições de operacionalização da fábrica é de aproximadamente 1.300 toneladas e seu custo médio é de R$ 80.000,00. Assim sendo o cálculo de consumo foi feito da seguinte maneira: R$ 80.000,00 (custo forno novo) X 407 ton (necessidade de produção) 1.300 ton (vida útil forno) Logo, o custo de produção mensal do setor refratários será de R$ 25.046,00, como mostra a tabela 4. Tabela 4 - Despesas do setor Refratários PRÉMOIDO FORNOS GRANILHEIRA SECADOR BAL. COMP. TOTAIS - 25.046 - - - 25.046 RATEIO - - - - - 0 TOTAL Fonte: Do autor, 2008. - 25.046 - - - 25.046 REFRATÁRIOS(R$) DESPESAS DIRETAS 63 5.5.3 Combustíveis Os combustíveis utilizados são o Metano e o Oxigênio, e esses dois produtos estão presentes em dois setores da fábrica, nos fornos e nos secadores de materiais. O cálculo de consumo de metano e oxigênio nos fornos são feitos da seguinte forma: – CH4 (metano) Condição de produção da frita em questão: 78 m³/h (Consumo efetivo do equipamento) - 290 kg/h (produção) Logo, para 407 ton ou 407.000 kg de produção, o número de horas de consumo de metano será a seguinte: 407.000 kg = 1403,50 h 290 kg/h Portanto: 1403,50 h x 78 m³/h = 109.469 m³ de metano x 0,775 R$/m³ (custo atual) = R$ 84.838,00 (custo do metano para produção de 407 ton de frita). – O2 (oxigênio) Condição de produção da frita em questão: 70 m³/h (Consumo efetivo do equipamento) - 290 kg/h (produção) Logo, para 407 ton ou 407.000 kg de produção, o numero de horas de consumo de oxigênio será a seguinte: 64 407.000 kg = 1403,50 h 290 kg/h Portanto: 1403,50 h x 70 m³/h = 98.241 m³ de oxigênio x 0,5962 R$/m³ (custo atual) = R$ 58.571,00 (custo do oxigênio para produção de 407 ton de frita). Então o consumo de combustíveis neste projeto será de 109.469 m³ de metano e 98.241 m³ de oxigênio, totalizando um valor de R$ 143.409,00. O cálculo de consumo de metano nos secadores é feito da seguinte forma: – CH4 (metano) Condição de secagem da frita em questão: 7,5 m³/h (Consumo efetivo do equipamento) - 1500 kg/h (produção) Logo, para 303 ton ou 303.000 kg de produção, o numero de horas de consumo de metano será a seguinte: 303.000 kg = 202,00 h 1.500 kg/h Portanto: 202,00 h x 7,5 m³/h = 1.515,00 m³ de metano x 0,775 R$/m³ (custo atual) = R$ 1.174,00 (custo do metano para secar 303 ton de material). A tabela 5 mostra o somatório das despesas com combustíveis de cada setor. 65 Tabela 5 - Despesas do setor Combustíveis PRÉCOMBUSTÍVEIS (R$) MOIDO FORNOS GRANILHEIRA SECADOR DESPESAS DIRETAS 143409 1174 RATEIO TOTAL Fonte: Do autor, 2008. BAL. COMP. TOTAIS - 144583 - - - - - 0 - 143409 - 1174 - 144583 5.5.4 Energia Elétrica O cálculo da energia elétrica é pela carga instalada de cada equipamento, cujo é medido em KW e devido às horas que trabalharão no projeto chegamos as seguintes informações de custos de energia elétrica da produção. – Pré-moído: 35 KW(carga instalada) x12 horas x22 dias x4 moinhos= 36.960 KW.h .: 36.960 KW.h x 0,1834 R$/KW.h = R$ 6.778,00 – Fornos: 12,5 KW (carga instalada) x 24 horas x 30 dias x 2 fornos = 36.000 KW.h .: 36.000 KW.h x 0,1834 R$/KW.h = R$ 6.602,00 – Granilheira: 7 KW (carga instalada) x21 horas x 30 dias x 2 moinhos = 8.820 KW.h .: 8.820 KW.h x 0,1834 R$/KW.h = R$ 1.618,00 – Secador: 5,5 KW (carga instalada) x 12 horas x 22 dias x 1 secador = 1.452 KW.h .: 1.452 KW.h x 0,1834 R$/KW.h = R$ 267,00 – Bal. Compost.: 2 KW(carga instalada) x12 horas x30 dias x 1 balança = 720 KW.h .: 720 KW.h x 0,1834 R$/KW.h = R$ 132,00 As despesas com energia elétrica dos setores descritos anteriormente, estão apresentadas na tabela 6. 66 ENERGIA ELÉTRICA (R$) DESPESAS DIRETAS RATEIO Tabela 6 - Despesas do setor Energia Elétrica PRÉMOIDO FORNOS 6778 6602 1618 - 6602 TOTAL 6778 Fonte: Do autor, 2008. BAL. COMP. TOTAIS 267 132 15397 - - - 0 1618 267 132 15397 GRANILHEIRA SECADOR 5.5.5 Esferas As esferas são responsáveis pela moagem executada nos moinhos e por se tratar de moagem, ocorrem os devidos desgastes e consequentemente deve haver uma reposição. Foi tomado como base um consumo médio de 50 kg de esferas para cada 25.000 kg de moagem na produção. Portanto: 375.000 kg (moagem projetada) = 15 reposições 25.000 kg .: 15 reposições x 50 kg = 750 kg de esferas .: 750 kg de esferas x 3,00 R$/kg = R$ 2.250,00 A tabela 7 mostra as despesas com esferas do setor de moagem. Tabela 7 - Despesas do setor Esferas ESFERAS (R$) DESPESAS DIRETAS RATEIO PRÉMOIDO FORNOS GRANILHEIRA SECADOR BAL. COMP. TOTAIS 2250 - - - - 2250 - - - - - 0 - - - - 2250 TOTAL 2250 Fonte: Do autor, 2008. 67 5.5.6 Mão de obra A distribuição da mão de obra no projeto foi primeiramente relacionado à quantidade necessária de operadores do tipo multifuncionais, para suprir os turnos a fim de alcançar a produção desejada. Os custos destes serão diretamente aplicados nos setores que cada operador está alocado. Os valores atribuídos para cada operador considerando os encargos sociais serão de R$ 1.500,00. Os custos indiretos de mão de obra já incluindo os encargos sociais ficarão por conta de 1 programador de produção no valor de R$ 4.000,00, 3 líderes de produção no valor total de R$ 10.500,00, 2 líderes de laboratório totalizando R$ 10.000,00, 4 operadores de laboratório, sendo 2 operadores no laboratório de controle de qualidade e 2 operadores no laboratório de pesquisa e desenvolvimento, no valor de R$ 6.000,00. O valor final destes custos indiretos é de R$ 30.500,00 que serão rateados no setores envolvidos no projeto, baseados na quantidade de operadores de cada setor em relação ao total de 18 operadores da produção. • Pré-moído: custo direto de mão de obra: 3 operadores x R$ 1.500,00 = R$ 4.500,00 custo indireto de mão de obra : 3/18 operadores x R$ 30.500,00 = R$ 5.083,00 custo total de mão de obra do setor: R$ 9.583,00 • Fornos: custo direto de mão de obra: 5 operadores x R$ 1.500,00 = R$ 7.500,00 custo indireto de mão de obra : 5/18 operadores x R$ 30.500,00 = R$ 8.473,00 custo total de mão de obra do setor: R$ 15.973,00 68 • Granilheira: custo direto de mão de obra: 4 operadores x R$ 1.500,00 = R$ 6.000,00 custo indireto de mão de obra : 4/18 operadores x R$ 30.500,00 = R$ 6778,00 custo total de mão de obra do setor: R$ 12.778,00 • Secador: custo direto de mão de obra: 3 operadores x R$ 1.500,00 = R$ 4.500,00 custo indireto de mão de obra : 3/18 operadores x R$ 30.500,00 = R$ 5.083,00 custo total de mão de obra do setor: R$ 9.583,00 • Balança de compostagem: custo direto de mão de obra: 3 operadores x R$ 1.500,00 = R$ 4.500,00 custo indireto de mão de obra : 3/18 operadores x R$ 30.500,00 = R$ 5.083,00 custo total de mão de obra do setor: R$ 9.583,00 As despesas com mão de obra de todos os setores da fábrica são apresentadas na tabela 8. Tabela 8 - Despesas do setor mão de obra MÃO DE OBRA (R$) DESPESAS DIRETAS PRÉMOIDO FORNOS GRANILHEIRA SECADOR BAL. COMP. TOTAIS 4500 7500 6000 4500 4500 27000 RATEIO 5083 8473 6778 5083 5083 30500 TOTAL 9583 Fonte: Do autor, 2008. 15973 12778 9583 9583 57500 Os custos finais de produção, ou seja, o valor em R$ por toneladas produzidas são mostradas na tabela 9. 69 Tabela 9 - Custos por setor C.P. (ton) N.P. (ton) MAN (R$) RF (R$) COMB. (R$) E.E. (R$) EF. (R$) M.O. (R$) Custo (R$/TON) Pré-moído (4) 396 316 1320 - - 6778 2250 9583 63 Qrz moído 236 193 806 - - 4139,7 1374,2 5852,9 25 Fdsp. Moído 120 103 430 - - 2209,3 733,4 3123,6 21 Frt. Moída 40 20 84 - - 429,0 142,4 606,5 18 Fornos (2) 418 407 1370 25046 143409 6602 - 15973 473 Granilheira (2) 302 281 2462 - - 1618 - 12778 60 Secador (1) 396 303 498 - 1174 267 - 9583 38 Bal. Comp.(1) 648 516 849 - - 132 - 9583 20 Totais: R$/ton 2160 Fonte: Do autor, 2008. 1823 6499 32560 144583 15397 2250 57500 Setores Produção Abreviaturas: CP – Capacidade Produtiva NP – Necessidade de Produção MAN – Manutenção RF – Refratários COMB – Combustíveis E.E. – Energia elétrica EF. – Esferas M. O. – Mão de obra 5.6 Cálculo do preço de venda do produto / Custo de produção. Será calculado o custo final do produto após aplicação do projeto e a comparação com o preço negociado com o cliente no projeto feito com o mesmo. Inicialmente será calculado o valor de moagem do quartzo e feldspato, que serão utilizados nos três produtos envolvidos no projeto. 70 Quartzo bruto Valor da M.P. in natura: R$ 50,00/ton Custo de produção (moagem): R$ 25,00/ton Valor final do quartzo moído: R$ 75,00/ton Feldspato bruto Valor da M.P. in natura: R$ 230,00/ton Custo de produção (moagem): R$ 21,00/ton Valor final do feldspato moído: R$ 251,00/ton 5.6.1 Preço final da granilha: Os valores das demais matérias-primas que não necessitam de moagem estão contidas na tabela a seguir. Será calculado o valor em reais das matérias-primas que serão utilizadas na produção das 330 toneladas de composto de frita, para obter o custo da matériaprima da frita para o granilhamento de 225 ton de granilha, como mostra a tabela 10. Tabela 10 - Matéria-prima para frita de granilha. Matéria-prima Quartzo moído* Carbonato de sódio Oxido de zinco Ácido bórico Calcita Feldspato moído* Totais Fonte: Do autor, 2008. Necessidade (ton) 148,5 33 3,3 39,6 26,4 79,2 330 Valor M.P. (R$) 75,00 870,00 5000,00 1490,00 120,00 251,00 - Total (R$) 11.137,50 28.710,00 16.500,00 59.004,00 3.168,00 19.879,20 138.398,7 Logo, o valor de matéria-prima para produzir 330.000 kg de composto de frita, originando 281.000 kg de frita para granilha será: 71 R$ 138.398,70 = 0,419 R$/kg 330.000 kg Custo final da Granilha: Custo da Matéria-prima: 0,419 R$/kg Custo de Produção (bal. compostagem): 0,02 R$/kg Custo de Produção (fusão): 0,473 R$/kg Custo de Produção (granilhamento): 0,06 R$/kg Custo total de produção da granilha: 0,972 R$/kg Margem de contribuição sobre o produto: 55% Preço final de venda da granilha: 1,51 R$/kg Valor de venda atual: 1,83 R$/kg Margem de contribuição sobre o produto: 55% Custo total de produção atual da granilha: 1,18 R$/kg Com a aplicação da gestão de projetos sobre o produto obteve-se uma redução nos custos de produção da granilha de 21,40%, como pode ser observada no gráfico 1. 72 Gráfico 1 : Comparativo do custo atual com o pós gestão de projetos (granilha) Cust o de producao - Granilha 2 Preco de venda (R $) 1,8 1,6 1,4 1,2 Margem 1 Cus to 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Cust o At ual Cust o G.P Cus tos Fonte: Do autor, 2008. 5.6.2 Preço final do esmalte (vidrado): O valor em reais das matérias-primas que serão utilizadas na produção das 55,1 toneladas de composto de frita, para obter o custo da matéria-prima da frita contida em 58,33 ton de esmalte será a demonstrada na tabela 11. Tabela 11- Matéria-prima para frita de esmalte. Matéria-prima Quartzo moído* Carbonato de sódio Oxido de zinco Ácido bórico Calcita Feldspato moído* Totais Fonte: Do autor, 2008. Necessidade (ton) 24,8 5,51 0,55 6,61 4,41 13,22 55,1 Valor M.P. (R$) 75,00 870,00 5000,00 1490,00 120,00 251,00 - Total (R$) 1860,00 4793,70 2750,00 9848,90 529,20 3318,22 23100,02 Logo o valor de matéria-prima para produzir 55.100 kg de composto de frita, originando 49.600 kg de frita para os 58.333 kg de esmalte será: 73 R$ 23.100,02 = 0,396 R$/kg 58.333 kg Os demais componentes para formar o esmalte é o caulim com participação de 14,3% e o aditivo com 0,70 %, ou seja: Composição final do esmalte (58,33 ton): 85% frita = 49,6 ton (já calculado) 14,3% caulim = 8,33 ton 0,7% óxido de zinco = 0,4 ton Total = 58,33 ton Na tabela 12 consta o somatório dos valores em reais dos componentes finais do esmalte. Tabela 12 - Componentes finais de composição do esmalte. Matéria-prima Caulim beneficiado Aditivo Totais Fonte: Do autor, 2008. Necessidade (ton) 8,33 0,4 8,73 Valor M.P. (R$) 380,00 10000,00 - Total (R$) 3165,40 4000,00 7165,40 O valor de matéria-prima da composição final do esmalte será: R$ 7.165,40 = 0,123 R$/kg 58.333 kg Logo, o valor de matéria-prima para produzir 58.333 kg de esmalte será de R$ 0,396/kg + R$ 0,123/kg, totalizando R$ 0,519/kg. 74 Custo final do Esmalte: Custo da Matéria-prima: 0,519 R$/kg Custo de Produção (bal. compostagem): 0,02 R$/kg Custo de Produção (fusão): 0,473 R$/kg Custo total de produção do esmalte: 1,01 R$/kg Margem de contribuição sobre o produto: 34% Preço final de venda do esmalte: 1,36 R$/kg Valor de venda atual: 1,50 R$/kg Margem de contribuição sobre o produto: 34% Custo total de produção atual do esmalte: 1,12 R$/kg Com a aplicação da gestão de projetos sobre o produto obteve-se uma redução dos custos de produção do esmalte em 10,83%, como pode ser observada no gráfico 2. Gráfico 2: Comparativo do custo atual com o pós gestão de projetos (esmalte). Preco de venda (R $) Cust o de producao - Vidrado 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 Margem Cus to Cust o At ual Cust o G.P Cus tos Fonte: do autor, 2008 75 5.6.3 Preço final do engobe: O valor em reais das matérias-primas que serão utilizadas na produção das 22,3 toneladas de composto de frita, que originarão 20 toneladas de frita contida em 50,00 ton de engobe será demonstrada na tabela 13: Tabela 13 - Matéria-prima para frita de engobe. Matéria-prima Quartzo moído* Carbonato de sódio Óxido de zinco Ácido bórico Calcita Feldspato moído* Totais Fonte: Do autor, 2008. Necessidade (ton) 10,04 2,23 0,22 2,68 1,78 5,35 22,3 Valor M.P. (R$) 75,00 870,00 5000,00 1490,00 120,00 251,00 - Total (R$) 753,00 1940,10 1100,00 3993,20 213,60 1342,85 9342,75 Logo o valor de matéria-prima para produzir 22.300 kg de composto de frita, originando 20.000 kg de frita para os 50.000 kg de engobe será: R$ 9.342,75 = 0,187 R$/kg 50.000 kg A frita utilizada no engobe sofre a secagem e o processo de moagem, portanto será adicionado esse custo de produção no produto final. Os demais componentes para formar o engobe é a argila com participação de 20,0%, o feldspato moído com 10 %, a bentonita com 1%, o aditivo com 0,50 %, o quartzo moído com a participação de 20 % e o zircônio micronizado com 10 %, ou seja: Composição final do engobe (50,00 ton): 40% frita = 20,0 ton (já calculado) 76 20,0% argila = 10,0 ton 10 % feldspato moído = 5,0 ton 1% bentonita = 0,5 ton 0,50 % aditivo = 0,25 ton 20 % quartzo moído = 10,0 ton 8,5 % zircônio = 4,25 ton Total = 50,00 ton Na tabela 14 consta o somatório dos valores em reais dos componentes finais do engobe. Tabela 14 - Componentes finais de composição do engobe Matéria-prima Argila Feldspato moído* Bentonita Aditivo Quartzo moído* Zircônio Totais Fonte: Do autor, 2008. Necessidade (ton) 10 5 0,5 0,25 10 4,25 30 Valor M.P. (R$) 170,00 251,00 920,00 2550,00 75,00 2360,00 - Total (R$) 1700,00 1255,00 460,00 637,50 750,00 10030,00 14832,50 Logo o valor de matéria-prima beneficiada para produzir 50.000 kg de engobe será: R$ 14.832,50 = 0,297 R$/kg 50.000 kg Então, o valor de matéria-prima para produzir 58.333 kg de esmalte será de R$ 0,187/kg + R$ 0,297/kg, totalizando R$ 0,483/kg. Custo final do Engobe: Custo da Matéria-prima: 0,483 R$/kg 77 Custo de Produção (bal. compostagem): 0,02 R$/kg Custo de Produção (fusão): 0,473 R$/kg Custo de Produção (secagem): 0,038 R$/kg Custo de Produção (moagem - frita): 0,018 R$/kg Custo total de produção do engobe: 1,03 R$/kg Margem de contribuição sobre o produto: 20% Preço final de venda do engobe: 1,24 R$/kg Valor de venda atual: 1,33 R$/kg Margem de contribuição sobre o produto: 20% Custo total de produção atual do engobe: 1,11 R$/kg Logo, com a aplicação da gestão de projetos sobre o produto obteve-se uma redução dos custos de produção do engobe em 11,51%, comparada no gráfico 3. Gráfico 3 : Comparativo do custo atual com o pós gestão de projetos (engobe). Cust o de producao - Engobe Preco de venda (R $) 1,4 1,3 1,2 1,1 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 Margem Cus to Cust o At ual Cust o G.P Cus tos Fonte: do autor, 2008. 78 6 CONCLUSÃO Fica evidente que, com as exigências do mercado e com o crescimento tecnológico dos centros, cria-se uma expectativa, de que se deve tratar os temas custo de produção, preço de venda, preço de compra, com mais empenho. As empresas necessitam de idéias inovadoras para se destacar entre os concorrentes, fazendo com que os seus produtos atendam as necessidades do cliente e com mínimo custo. Para essa questão, o uso do método aplicado neste trabalho, auxilia a resolver questões de ordem racional e organizacional dos envolvidos em gerenciamento de produção, e assim levá-los a um desempenho melhor em suas atividades. A confrontação dos resultados obtidos de custo de produção com os valores atuais de custos aplicados, trouxeram resultados satisfatórios, pois os gráficos de resultados de custo final tanto da granilha, do vidrado e do engobe, apresentaram redução do mesmo. Mesmo aplicando o custo atual, observa-se um aumento na margem de contribuição dos três produtos estudados com a aplicação da gestão no processo produtivo, e surpreendentemente manteve-se dentro do contexto do atual sistema produtivo e dos produtos fabricados, ou seja, apenas aprimorou-se o processo, o que está totalmente dentro da proposta da ferramenta de custo Kaizen. Não há dúvida que a utilização desse método em pequenas e médias empresas requer muito trabalho, porém as empresas podem mensurar o uso dessa ferramenta com outros métodos de redução de custos, formados principalmente de acordo com cada negócio e ambiente competitivo, pois o que importa é a melhoria 79 contínua nas atividades da empresa, aumentando a eficiência do uso do equipamento, priorizando os gargalos no fluxo de trabalho, tendo como resultado a redução de custos, de materiais e de mão-de-obra, à busca da excelência. Finalmente o trabalho concluiu com os objetivos. Houve a verificação dos custos da empresa e medição dos processo produtivos. A gestão de projetos foi útil para verificar as possibilidades existentes dentro da empresa no tocante a geração de idéias e solução de problemas o que realmente existiu. É importante salientar que a gestão dos custos associado a uma gestão de projetos de novos desenvolvimentos de produtos não está restrito apenas para novos produtos e sim com a utilização da filosofia Kaizen no sentido de melhorar continuamente todos os projetos já concebidos, gerando além da redução dos custos possíveis ganhos de qualidade final. Um fator interessante que deve ser abordado com o trabalho é a tendência de repassar preço para o cliente. O Kaizen pode tornar a empresa mais competitiva ao ser a guardiã de custos futuros, isto é, não necessariamente esta vantagem comparativa deve ser repassada para o cliente, mas sim mantida como fonte de vantagem competitiva para ser utilizada no momento ideal. 80 REFERÊNCIAS BORNIA, Antonio Cezar, Análise gerencial de custos em empresas modernas, 1. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. CREPALDI, José Carlos. A motivação e produtividade. Trabalho de pósgraduação, Criciúma, junho/1988. DURÁN, A. Introducción a los esmaltes cerãmicos. 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