Relação entre curvas de custo de período longo e de período curto – Nuno Moutinho Consideremos o mapa de isoquantas que descreve a produção no longo e curto prazo: K CT3PC CT3PL CT2 Linha de expansão de período longo • K3 K2 K1 • • • Linha de expansão de período curto Q3 Q2 • Q1 CT1PL L’1 L1 L2 CT1PC L3 L’3 L Admitindo que, no curto prazo, a empresa produz na dimensão K2 (quantidade utilizada do factor fixo = K2), então verifica-se que: Se a empresa produzir Q1, então o custo de produção é superior em período curto: CT1PC > CT1PL; Se a empresa produzir Q2, então o custo de produção é igual em período curto e em período longo: CT2PC = CT2PL= CT2 Se a empresa produzir Q3, então o custo de produção é superior em período curto: CT2PC > CT2PL Logo, existe um volume de produção para o qual CTPC = CTPL: volume de produção típico: Volume de produção típico: volume de produção que é obtido utilizando a dimensão mais adequada (a que garante o mínimo custo unitário para o produzir). Para o volume de produção típico, os custos de período curto e período longo são iguais e as linhas de expansão de curto e de longo prazo intersectam-se. Assim, o custo total de produção de curto prazo é sempre superior ao custo total de produção de longo prazo, excepto para o volume de produção típico, em que são iguais: CTpc CTpl. 1 Relação entre curvas de custo de período longo e de período curto – Nuno Moutinho € CTPC CTPL CT3PC CT3PL CT2PL = CT2PC CT1PC CT1PL Q1 Q2 Q3 Q Verifica-se ainda que: Se CTPC > CTPL, então CTPC/Q > CTPL/Q CmdPC > CmdPL O custo médio de curto prazo é sempre superior ao custo médio de longo prazo, excepto para o volume de produção típico, em que são iguais. Em Q2, as funções CTPC e CTPL têm a mesma inclinação Cmgcp = CmgPL Assim, o CTPL e CmdPL funcionam como funções envolventes do CTPC e CmdPC respectivamente. Essa conclusão é facilmente atingida se considerarmos uma situação em que o empresário apenas pode escolher entre 3 dimensões possíveis. No período longo, ele vai poder alterar a sua escolha da dimensão por forma a produzir cada volume de produção ao mais baixo custo unitário. Custo Médio Cmd pc1 Cmd pc2 Cmd pc3 Cmd pl A curva de custo médio de período longo (a cheio) é simplesmente o mais baixo “envelope” das curvas de curto prazo. Se forem contempladas todas as hipóteses de quantidades do factor fixo, através de variações infinitesimais do mesmo, a zona de altos e baixos transforma-se numa curva normalíssima em U. 2 Relação entre curvas de custo de período longo e de período curto – Nuno Moutinho Face ao exposto, para um dado volume de produção típico: CTPC é tangente ao CTPL CmdPC é tangente ao CmdPL CmgPC = CmgPL Não esquecer ainda que as funções custo marginal de período curto e de período longo intersectam respectivamente as funções Cmd de período curto e de período longo no mínimo destas. u.m. CMg(Q,K3) CTM(Q,K3) CTM(Q,K1) Cmdpl(Q) CMg(Q,K1) CTM(Q,K2) Cmgpl(Q) • • • • • CMg(Q,K2) 0 Q1 Q2 Q3 Q 3 Relação entre curvas de custo de período longo e de período curto – Nuno Moutinho Verifica-se então que o volume de produção Q2 corresponde à escala mínima eficiente (ou óptima), dado que corresponde ao mínimo do CmdPL. A dimensão de produção que permite produzir este volume de produção é a dimensão óptima de produção: K2 Verifica-se ainda que quando o volume de produção típico (Q1) ocorre à esquerda da escala mínima eficiente, o ponto de tangência ocorre na fase decrescente do CmdPL (economias de escala), pelo que, como o declive tem que ser o mesmo, o CmdPC terá que ser também decrescente. Consequentemente, para esse volume de produção típico: CmdPL(=CmdPC)>CmgPL(=CmgPC) Quando o volume de produção típico (Q3) ocorre à direita da escala mínima eficiente, o ponto de tangência ocorre na fase crescente do CmdPL (deseconomias de escala), pelo que, como o declive tem que ser o mesmo, o CmdPC terá que ser também crescente. Consequentemente: CmdPL(=CmdPC)<CmgPL(=CmgPC) Logo, o mínimo custo unitário de produzir um determinado produto (Volume de Produção Típico) numa dada dimensão não corresponde ao mínimo CmdCP dessa dimensão, a não ser que estejamos na dimensão óptima. Se, no curto prazo, o empresário produzir no mínimo do custo total médio, o empresário não está a produzir esse volume de produção ao mínimo custo possível, excepto se estiver na dimensão óptima. 4