ENCONTROS
“TEMAS EM REFLEXÃO”
Charles Guimarães Filho
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INTRODUÇÃO
Num livro da Messiânica intitulado “Explicação sobre a
Teoria de Purificação Okada” apregoa para “não discriminar em
razão de raça, religião, princípio político, sexo, idade, deficiência,
etc.”. Logo, se pode intuir que temas relacionados aos assuntos
enunciados acima sejam complexos, fundamentais e
controvertidos desde as épocas mais recente até as de todos os
tempos, os quais merecem reflexão nesses encontros de duas
horas em todas as terceira 3ª feiras do mês no ano de 2015.
Encontros “Temas em Reflexão” tem como objetivo o de
procurar esclarecer estes temas a fim de contribuir na mudança
de ideal, social e pessoal e assim colaborar na edificação de
cidades celestiais em prol da construção do paraíso terrestre.
A metodologia é a de: exposição de um desses temas
pelo palestrante em cerca de uma hora; na outra hora restante
ele responde às dúvidas dos presentes no local ou que estejam
inscritos no site mencionado acima.
Os seus nove conteúdos temáticos são: 1-Raça é estímulo
ao racismo; 2-Religião é ópio do povo; 3-Sufrágio Universal é
engodo; 4-Homossexual é destino; 5-Terceira Idade é egoísta; 6Vírus da AIDS é de origem conhecida; 7-Muçulmano é
incivilizado; 8- Corrupção é desenvolvida pela passividade; 9Economia do Futuro é a do Izunomê; 10-Casamento gay é
vontade humana.
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ÍNDICE
01-Raça é estímulo ao racismo
02- Religião é ópio do povo
03-Princípio da Democracia é engodo
04-Homossexual é destino
05-Terceira Idade é poço de ignorância
06-Vírus da AIDS é de origem conhecida
07-Muçulmano é incivilizado
08-Corrupção é desenvolvida pela passividade
09-Economia do Futuro é a do Izunomê
10-Casamento gay é vontade humana
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RAÇA
É ESTÍMULO AO RACISMO
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TEMA
• Racismo
Na primeira metade do século XX, surgiu o conceito de
raça superior proveniente da ideologia nazista, que sustenta que
os povos germânicos e nórdicos representam um ideal de "raça
pura". Ele deriva da teoria racial do Século XIX, que postulou
uma hierarquia de raças onde os bosquímanos da África e os
aborígenes da Austrália encontravam-se no ponto mais inferior,
enquanto os europeus do norte encontravam-se no topo.
Dificilmente algum geneticista atual daria crédito a tal modelo
hierárquico de raças — a partir dos quais são construídas as
políticas de higiene racial — mas tal conceito ainda existe,
principalmente entre os supremacistas brancos.
O surgimento dos Movimentos negros ocorreu
fortemente na segunda metade do século XX. O marco fundador
destes foi atribuído ao movimento Black Power lançado nos EUA
em 1960 o qual difundiu o conceito de negritude à diáspora
caribenha e sul americana. No Brasil o movimento negro se
revelou na década de 70 com as iniciativas políticas e culturais as
quais valorizavam a negritude e promoviam a consciência negra.
Por esta época se percebeu que durante a montagem do
sistema escravista moderno, no qual milhões de africanos foram
transferidos compulsoriamente para as Américas para o trabalho
escravo, fortaleceu-se o conceito de uma "raça negra",
superpondo-se a toda uma grande quantidade diferenças étnicas
que existiam na África, e que ainda existem hoje. Os africanos
nas sociedades que precederam o moderno sistema escravista,
não se viam como "negros”.
Na África, os africanos enxergavam-se a partir de
identidades étnicas diferenciadas, e não de uma única "raça
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negra", um conceito que para eles não existia. Os interesses do
tráfico levavam os comerciantes a motivar a diferença étnica na
ponta africana do tráfico negreiro, pois os comerciantes de
escravos conseguiam escravos das guerras intertribais, nas quais
as tribos vencedoras vendiam os indivíduos pertencentes às
tribos vencidas. Mas, ao mesmo tempo, na ponta final do
processo de escravização, quando o escravo deveria ser vendido
nas Américas e incorporado ao trabalho no sistema colonial, já
interessava aos comerciantes e senhores de engenhos - ou ao
sistema escravista, de modo geral - criar uma categoria única
para os "negros" africanos, inclusive misturando africanos
procedentes das várias etnias de modo a que não se
concentrassem em um mesmo local indivíduos pertencentes a
uma mesma etnia de origem na África, pois os vínculos de
identidade poderiam favorecer as revoltas. Percebe-se,
portanto, que a construção da ideia de "negro", à altura da
montagem do sistema escravista, foi um processo complexo,
que recobriu, embora sem eliminá-las totalmente, as etnias
africanas de origem.
O conceito de raças humanas também foi usado pelos
regimes coloniais e pelo apartheid (na África do Sul), para
perpetuar a submissão dos colonizados.
Em 2001 foi articulado o plano de ação contra o racismo,
discriminação social e xenofobia, articulado na África do Sul,
Durbam, que teve suma importância na difusão de propostas
afirmativas em outros países.
No Brasil em 2003, foi sancionada a lei 10.639 com o
caráter de política de educação. Esta vincula à rede de ensino a
abordagem da História da África e da Cultura afro-brasileira, a
fim de desmistificar as abordagens eurocêntricas sobre o negro
africano e sobre o afro-brasileiro. Em 2011 a lei foi modificada
incluindo o ensino das culturas indígenas brasileiras.
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• Exemplo atual
James Watson, distinguido com o Nobel da Medicina em
1962, pela descoberta da estrutura molecular do ADN, defende a
teoria de que há diferenças de inteligência entre brancos e
negros: "Os negros são menos inteligentes que os brancos". Para
o cientista, de 79 anos, "toda a nossa política social é baseada no
fato da inteligência dos africanos ser igual à nossa, embora todas
as experiências nos digam que não é bem assim". Para
completar a sua teoria, acrescenta que "embora desejasse que
todos fossemos iguais, quem tem de lidar com empregados
negros sabe que tal não é verdade".
Definir inteligência é complicado: além do raciocínio
lógico, há outras características, como a capacidade musical, que
também podem ser consideradas como inteligência.
Inventado no início do século passado, o teste de QI
(quociente de inteligência) pretendendo medir a capacidade
mental das pessoas. Mas os críticos dizem que ele só considera o
raciocínio lógico-matemático, pequena parcela da inteligência.
Criada na década de 1950, a Teoria das Habilidades
Cognitivas diz que o homem tem 10 subtipos de inteligência,
embora derivados de uma capacidade geral. É o primeiro ataque
à noção de raciocínio lógico como sinônimo de inteligência.
No fim dos anos 80, o pesquisador americano Howard
Gardner classificou a inteligência em oito habilidades: lógicomatemática, linguística, musical, físico-cinestésica, espacial,
naturalista, existencial e inteligências pessoais.
Desenvolvida pelo psicólogo Daniel Goleman no fim dos
anos 90, a Teoria da Inteligência Emocional usa testes para
medir o quociente de inteligência emocional (QE). Os críticos
argumentam que o QE só mede variações de personalidade.
Na década de 1990, cientistas americanos descobrem
que as pessoas mais ricas tendem a se sair melhor nos testes de
QI. A conclusão: o teste era bom só para indicar que uma boa
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educação está relacionada às oportunidades propiciadas pelo
nível econômico.
• Classificações de raças
Além da baseada em características físicas sempre
houveram outras, mais relacionadas com a cultura,
principalmente a religião dos "outros", como os mouros ou
"infiéis", como os europeus denominavam os muçulmanos, ou
os judeus.
De uma maneira geral, os gregos consideravam bárbaros
todos os povos que não falassem sua língua nem professassem
seus valores, enquanto os egípcios inferiorizavam os hebreus,
escravizando-os e tinham deles opiniões pouco lisonjeiras, mas
sem fazer referências a características físicas.
Cada um de nós é único, e sabemos disso por que
podemos identificar perfeitamente um indivíduo por seu código
genético, a não ser que tenha um gêmeo idêntico. Mas, em se
tratando de grupos, sabe-se que as diferenças físicas não
escondem diferenças genéticas. As populações da África Central
e da Papua-Nova Guiné, parecidos fisicamente, pois viveram no
mesmo tipo de meio ambiente, tem os patrimônios genéticos
mais diferenciados no mundo. Assim, não existem genes raciais.
Os métodos genéticos para estudar populações humanas
deixaram de ser utilizados. Vários investigadores demonstraram
que a distância genética é fortemente associada à distância
geográfica entre as populações por bom tempo, esta associação
torna-se mais forte se tivermos em conta as migrações entre
continentes ao longo de toda a história da humanidade.
Em 1950, retomando uma ideia da Antiguidade grecoromana, a UNESCO usa o conceito de etnia para classificar os
homens com base em fatores comuns – ancestralidade, religião,
cultura ou idioma – em vez de usar como base apenas a
aparência física, como fazem os defensores da ideia de raça.
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Nos anos 50, com a descoberta das influências do
ambiente na constituição pessoal, ganha força o conceito de
população – um grupo que compartilha traços culturais, não
importando a aparência física ou ancestralidade. É o critério
mais aceito hoje.
• Conceito clássico
Classificação de grupos humanos por seus traços físicos
hereditários como cor de pele, tipo de cabelo, etc. sem nenhuma
discriminação baseada na suposta inferioridade de certas raças,
ou seja, sem nenhuma vinculação com o racismo.
Estes fenótipos seriam provenientes das interações entre
informações hereditárias de um organismo contidas em seu
genoma mais o ambiente, bem como discrepâncias em destino.
Variação fenotípica é um pré-requisito fundamental para
a evolução por seleção natural, senão vejamos.
Na sua longa evolução até atingir a sua forma humana
final, nosso ancestral foi se adaptando fisicamente às condições
ambientais. Perdeu os pelos do corpo porque começou a fazer
longas caminhadas e precisava esfriar o corpo. Sem pelo, ficou
com o corpo exposto e as células que produziam melanina se
espalharam por toda a pele. A mudança na coloração da pele foi
descoberta em 1991 aos estudos que mostravam que pessoas de
pele clara expostas à forte luz solar tinham níveis muito baixos
de folato. Como a deficiência dessa substância em mulheres
grávidas pode levar a graves problemas de coluna em seus filhos,
e como ele é essencial em atividades que envolvam a
proliferação rápida de células, tais como a produção de
espermatozoides, a antropóloga concluiu que nos ambientes
próximos à linha do Equador, a pele negra era uma boa forma de
manter o nível de folato no corpo, garantindo assim a
descendência sadia. Para provar suas teorias a respeito de cor da
pele foi usado um satélite da NASA e criou um mapa de padrões
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de radiação ultravioleta em nosso planeta, mostrando que o
homem evoluiu com diferentes cores de pele para se adaptar
aos diferentes meio-ambientes.
Assim, o homem saiu da África e chegou à Ásia, e de lá foi
para a Oceania, a Europa e por fim para a América. Nas regiões
menos ensolaradas, a pele negra começou a bloquear demais os
raios ultravioletas, sabidamente nocivos, mas essencial para a
formação da vitamina D, necessária para manter o sistema
imunológico e desenvolver os ossos. Por isso, as populações que
migraram para regiões menos ensolaradas desenvolveram uma
pele mais clara para aumentar a absorção de raios ultravioleta.
Portanto, a diferença de coloração da pele, da mais clara até a
mais escura, indicaria simplesmente que a evolução do homem
procurou encontrar uma forma de regular nutriente.
Ao se espalhar pelo mundo, os humanos só tinham uma
arma para enfrentar uma grande variedade de ambientes: sua
aparência. Para enfrentar o calor excessivo, a altura ajuda a
evaporar o suor, como é o caso dos quenianos. O cabelo
encarapinhado ajuda a reter o suor no couro cabeludo e a
resfriá-lo; o oposto vale para as populações das regiões mais
frias do planeta. O corpo e a cabeça dos mongóis, que se
desenvolveram por lá, tendem a ser arredondado para guardar
calor, o nariz, pequeno para não congelar, com narinas estreitas
para aquecer o ar que chega aos pulmões, e os olhos, alongados
e protegidos do vento por dobras de pele.
• Empregado na história
Os egípcios classificavam os seres humanos somente com
base na cor de pele: vermelho- egípcios, amarela- asiático,
branco- populações do norte, preta- populações subsaarianas
(corresponde à chamada África negra, assim denominada pela
predominância nessa região de povos de pele escura).
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A primeira classificação dos homens em raças foi a "Nova
divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a
habitam", publicada em 1684. No século XIX, vários naturalistas
publicaram estudos sobre as "raças humanas". Nessa época, as
"raças humanas" distinguiam-se não só pela cor da pele, mas
também pelo tipo facial (principalmente a forma dos lábios,
olhos e nariz), perfil craniano e textura e cor do cabelo.
Tradicionalmente, os seres humanos foram divididos em
três ou cinco grandes grupos de linhagem (dependendo de
interpretação), mas a denominação de cada um – pelo motivo
indicado – tem variado ao longo do tempo:
Mongoloide (raça amarela): povos do leste e sudeste
asiático, Oceania (malaios e polinésios) e continente americano
(esquimós e ameríndios);
Caucasoide (raça branca): povos de todo o continente
europeu, norte da África e parte do continente asiático (Oriente
Médio e norte do Subcontinente Indiano);
Negroide (raça negra): povos da África Subsaariana.
Os outros dois grupos de linhagem humana seriam:
Australoide: sul da Índia (drávidas), negritos das Ilhas
Andaman (Oceano Índico) e das Filipinas, aborígenes de PapuaNova Guiné e da Austrália e povos melanésios da Oceania.
Capoide: tribos Khoisan (extremo sul do continente
africano).
Apesar de poderem ser considerados como dois grupos
distintos de linhagem humana, australoides e capoides também
podem ser considerados como negroides, de acordo com essa
mesma classificação tradicional.
O geógrafo Aroldo de Azevedo classificou as "raças" no
Brasil como sendo: branco, o europeu imigrado para o Brasil;
negro da terra, o índio, dividido em várias nações; mulato,
oriundo do cruzamento do branco com o negro; caboclo,
oriundo do cruzamento do branco com o índio; cafuzo, oriundo
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do cruzamento do índio com o negro; cabra: oriundo do
cruzamento do mulato com o negro.
No Censo Demográfico Brasileiro em 2010 são
empregadas segundo a cor ou raça as cinco categorias utilizadas
nas pesquisas, pela ordem em que figuram no questionário:
branca, preta, amarela, parda e indígena.
Atualmente, só nos Estados Unidos se usa uma
classificação da sua população em raças, alegadamente para
proteger os direitos das minorias. No Brasil persiste o uso do
termo na política, quando se pede "igualdade racial" ou na
legislação quando se fala em "preconceito de raça", como a lei
nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que instituiu, no Brasil, o
“Estatuto da Igualdade Racial”.
• Exemplo atual
Dos últimos 38 recordistas mundiais nos 100 metros
rasos, 28 são atletas negros. Cientistas acham terem encontrado
as razões pelas quais eles foram mais rápidos.
Estudo feito mostra que há diferença entre negros,
asiáticos e brancos na questão do comprimento dos braços e
pernas e que o centro de gravidade do corpo dos negros seria
mais alto, dando mais estabilidade na corrida.
Desde 1968 os recordes na prova de 100 metros rasos
foram quebrados por atletas negros. Isso aconteceria pela
diferença que cada raça tem na sua estrutura física – então o
atleta poderia ser africano, brasileiro, jamaicano, canadense ou
alemão: se ele for afrodescendente, independente de sua
cultura, ele terá mais chances de ser mais rápido por seu físico.
Os negros tendem a ter membros mais longos, mas com
uma circunferência menor. Isso afetaria o centro de gravidade
de seus corpos, que seria mais alto do que se comparado com
um branco ou asiático da mesma altura.
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Segundo os pesquisadores, as diferenças são pequenas e
não as notamos apenas no olhar: foi só medindo e comparando
os membros de atletas que chegaram a essas conclusões.
O estudo analisou as medidas de soldados de 17 nações
diferentes. Como os militares medem a maior parte do corpo de
seus recrutas com exatidão, eles são uma fonte confiável. Depois
fizeram as comparações e perceberam que as pessoas mais
rápidas possuem membros longos, centro de gravidade mais
alta, e que essas características são mais comuns em negros.
Em contraste, os brancos possuem o tórax mais largo,
tendo a vantagem em esportes aquáticos.
• Noção que incentiva
O termo raça, como visto, foi introduzido no século XVII e
atingiu seu auge no século XIX, a partir da metade do século XX
ele caiu em desuso e levado ao racismo. Deste modo, a
concepção de que raça é um conceito que irmana é inútil e
inconveniente, muito do superficial, dispensável e
inquestionável, em outras palavras: nada de complexo,
fundamental e controvertido.
Por outro lado, o que se pergunta, nos dias de hoje, é:
pode-se interessar por raças humanas sem ser estimulado ou até
mesmo tachado de discriminação baseada na suposta
inferioridade de certas raças? Acreditamos que sim e essa é a
nossa tarefa, para isso vamos a ...
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REFLEXÃO
Mesmo com Pierre Darlu, geneticista no Laboratório de
Epidemiologia Genética de Paris, dizendo que “todas as
classificações tentadas até hoje tiveram como ponto comum a
ocultação do caráter evolutivo do homem”, vamos tentar que
não seja assim.
O Messias Meishu-Sama entre 1926 a 1945 viveu no
Japão nas seguintes circunstâncias.
Hiroito, com a morte do pai, em 1926, assumiu o trono
como imperador e inaugurou uma nova era, a era Showa. De
acordo com a Constituição Japonesa de 1889, o imperador era
considerado uma divindade encarnada e detinha, como tal,
poderes absolutos. Tal condição é baseada em uma crença do
xintoísmo segundo a qual os integrantes da Família Imperial
Japonesa são descendentes do deus sol Amaterasu.
O período de reinado de Hiroito anterior à Segunda
Guerra Mundial é marcado pelo ultranacionalismo e
imperialismo japonês. Em 1931 o Japão invadiu a Manchúria e,
seis anos depois, o restante da China. Há documentos que
mostram que o imperador japonês autorizou o uso de armas
químicas (gás tóxico) contra os chineses, contrariando uma
resolução da Liga das Nações que condenava a prática.
Durante a Segunda Guerra, o Japão se aliou à Alemanha e
à Itália, formando o Eixo. Em 1941 o Exército japonês atacou de
surpresa a esquadra americana em Pearl Harbor, no Havaí. Nas
batalhas, ficaram conhecidos os pilotos kamikazes, que
cometiam suicídio arremetendo a aeronave contra embarcações
inimigas. Hiroíto também incentivou o suicídio entre civis, para
evitar que fossem capturados pelos americanos. O imperador
garantiu que os cidadãos que cometessem suicídio, para evitar
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serem feitos prisioneiros, estariam no mesmo patamar espiritual
que os soldados mortos em batalhas.
Pois bem, Meishu-Sama elaborou o livro “Terapia
Espiritual” em 1936 onde aconteciam os Jogos Olímpicos de
Verão na Alemanha e a ditadura de Adolf Hitler que criava as
premissas de seu caráter racista e militarista.
Nesta época em que ele escreveu tal livro ainda não tinha
o nome religioso de Meishu-Sama e nem era considerado o
Messias, era apenas o fundador Mokiti Okada que havia criado a
instituição religiosa Igreja Messiânica Mundial em 1935 e sofria
intensas perseguições e prisões. Eis o que ele diz:
“Tudo que existe no Universo tem por fundamento o Sol,
a Lua e a Terra, ou seja, todas as coisas recebem as propriedades
do fogo, da água e do solo, não havendo uma única exceção.
Vejamos: Chinesa = Terapia do Solo; Ocidental = Terapia
da Lua; Japonesa = Terapia do Sol.
A Medicina Chinesa é a Terapia do Solo e tem por base o
estômago. Por isso, baseia-se em remédios feitos de ervas, raízes
e cascas de árvores, que provêm do solo, e tenta curar através
delas, além de dieta alimentar. O solo é o produtor das coisas
materiais e o estômago é o órgão exclusivo das coisas materiais,
de modo que há perfeita correspondência entre ambos.
A Medicina Ocidental é a Terapia da Lua, correspondendo
à Noite, e tem por base o pulmão. É grande, portanto, o seu
interesse pelas doenças pulmonares, e daí a importância que dá
ao ar, como todos sabem.
A Terapia Japonesa, que nasceu agora, é a Terapia do Sol
e corresponde ao Dia. É uma terapia com base no coração, que
tendia a ser negligenciado pelas terapias existentes até hoje, e
tem a energia espiritual como elemento principal.
Ao conjunto formado pelos três órgãos - estômago,
pulmão e coração - denominamos Trilogia dos Órgãos Internos.
Separados em termos de mundos, fica:
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Estômago
=
Solo =
Mundo Material
Pulmão
=
Lua
=
Mundo Atmosférico
Coração
=
Sol
=
Mundo Espiritual”
E mais adiante afirma algo muito enigmático para muitos:
“Solo =
Raça Negra
Lua
=
Raça Branca
Sol
=
Raça Amarela”
Em 1949, Meishu-Sama ensinou que “O homem depende
de seu pensamento”:
Mas, o que é o pensamento para ele?
Nesse mesmo ano ele explicitou no ensinamento “Os
japoneses e as doenças psíquicas”:
“Analisando o pensamento humano, diremos que ele é
constituído de razão, sentimento e vontade, os quais levem o
homem à ação. A função da parte frontal do cérebro é comandar
a razão, e a da parte posterior é comandar os sentimentos.
Como prova disso, o amplo desenvolvimento da parte
frontal da cabeça, nas pessoas de raça branca, indica a riqueza
da razão; ao contrário, as de raça amarela possuem a parte
frontal estreita e a parte posterior desenvolvida, indicando a
riqueza dos sentimentos. Todos sabem que a raça branca é a
mais racional, e a raça amarela a mais emotiva. A razão e o
sentimento estão sempre em luta dentro do homem. Se a razão
vencer, não há falhas, mas a pessoa torna-se fria; se o vencedor
for o sentimento, os instintos ficam em liberdade, o que é
perigoso. O ideal é os dois se harmonizarem e a pessoa não
pender para um só lado, mas geralmente isso não acontece. Para
o sentimento ou a razão se expressam em ação, seja grande ou
pequena, necessita-se da vontade (raça negra), a qual provém de
uma função situada em determinado ponto da zona umbilical.
Essa é a origem de todas as ações, e a união dos três elementos razão, sentimento e vontade - constitui a trilogia do
pensamento.”
Em suma:
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Raça Negra =
Vontade
=
Solo =
MM
Raça Branca =
Razão
=
Lua
=
MA
Raça Amarela =
Sentimento =
Sol
=
ME
Provavelmente alguns vão achar que estamos
começando a discriminação. Entre estes alguns estão certos no
seu julgamento, pois estamos percebendo diferenças e quem
assim não o faz tem como antônimo a confusão. Outros estão
errados ao acreditar que estamos afastando ou tratando mal por
características étnicas, o que é puro preconceito.
Talvez estes preconceituosos confundam razão com
inteligência e a tenham esta como algo máximo, desconhecendo
o que Meishu-Sama ensinou em 1949 no ensinamento “As cinco
inteligências”:
“Há vários tipos de inteligência. Formam uma escada de
cinco degraus, na seguinte ordem: Divina, sagrada, superior,
ardilosa e calculista.”
E para quem tenha alguma dúvida:
“Analisemos, a seguir, a inteligência calculista. Todos a
consideram uma inteligência superficial; seu sucesso é
passageiro, resultando sempre em derrota, e os que dela se
utilizam perdem a confiança dos outros.
A inteligência ardilosa pode ser considerada como
perversidade - é a inteligência do mal. Milhares de pessoas a
empregam, quase sempre pertencentes ás classes dirigentes e
intelectuais. Assim, é impossível a sociedade melhorar. Tão logo
essa espécie de inteligência seja erradicada do Universo, surgirá
uma sociedade sadia e países magníficos.”
Para estes racistas talvez se a razão não estivesse com a
Raça Branca não haveria problema nenhum.
A raça é um conceito que obedece a diversos parâmetros
para classificar diferentes populações de uma mesma espécie
biológica de acordo com suas características fenotípicas
provenientes da genética, ambiente e discrepâncias em destino.
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Por exemplo, é comum falar-se das raças de cães cuja
importante discrepância em destino foi à domesticação. Com o
passar do tempo, os cachorros assumiram papéis cada vez mais
específicos na vida do homem: especializaram-se em diversos
sistemas de caça, guarda e pastoreio de rebanhos, tração de
trenós, e ainda em atividades de combate contra outros animais.
Podemos considerar que a nos dias de hoje, cerca de trezentas
diferentes raças de cachorros que são reconhecidas
internacionalmente. E ninguém nega e nem se importa que a
raça canina mais inteligente do mundo é o Border Collie, que a
mais dócil é Spitz Alemão Anão, e a mais perigosa é o Ptibull.
Mas, continuemos na tentativa de cumprir a nossa tarefa.
Conforme o que Meishu-Sama ensinou o ser humano não
é um ser apenas racional, ele é um ser pensante, isto é, racional,
sentimental e volitivo, que depende da constituição da união das
raças para ter ações harmoniosas ou conflituosas, equilibradas
ou desproporcionais, enfim positivas ou negativas. Para que
sejam positivas é necessária razão sábia espiritualista,
sentimento amoroso altruístico e vontade forte agradecida.
Assim, como para que sejam negativas é preciso razão ignorante
materialista, sentimento irado egoísta e vontade insaciável
ingrata. Obviamente que esses são os extremos, existindo uma
série de pensamentos que estão entre esses extremos.
Certamente que deve haver várias dúvidas no que foi dito
como o do por que da raça branca ser predominantemente mais
racional do que as outras, o que não quer dizer que as outras
não sejam racionais, e nem que ser racional é sempre positivo
(lembrar que o ignorante raciocina) ou que seja mais positivo do
que os demais (observar que parece até que o sentimento é o
mais significativo). Mas, tentemos a explicação.
O homem quando saiu de seu lugar de nascimento, a
África oriental, ele se propagou através de todo o mundo antigo,
isto é, África, Europa e Ásia. Mas o norte da Europa foi
inteiramente recoberto por glaciares levando a um “derivado
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genético” o homem de Neandertal que para sobreviver a essas
intempéries deve ter tido que raciocinar muito. Se estes se interfecundaram com o Cro-magnon ou o Homo sapiens talvez não
seja o mais importante, o mais significativo é que a Europa
estando praticamente na zona temperada os que lá habitaram
sem o avanço tecnológico atual deve ter raciocinado
intensamente para se abrigar do clima como o da baixa
temperatura e nevasca.
Meishu-Sama faz algumas considerações sobre a raça
branca.
“Juízo Final”, 1950:
“Pouco
tempo
depois,
começou
a
chover
ininterruptamente. Uns dizem que choveu durante quarenta
dias; outros dizem que cem. O certo é que foi um longo período
de fortes chuvas. As águas subiam cada vez mais, inundando as
casas; apenas o cume das montanhas ficava de fora. Os homens
tentavam entrar na arca ou refugiar-se nas montanhas, mas os
animais ferozes e as cobras venenosas, querendo salvar-se,
faziam o mesmo. Como a arca possuía tampa, ninguém
conseguiu entrar. Famintos, os animais devoraram todos os
homens; salvaram-se apenas as oito pessoas que estavam na
arca. Elas são consideradas antepassados da raça branca.”
“Nova Civilização de 3/3 - Cristo, o protagonista principal
do controle sobre o mal”:
“Foi graças ao cristianismo que a sociedade dos povos de
raça branca não se tornou um mundo dominado por Satanás e
conseguiu alcançar o maravilhoso progresso que se vê nos dias
de hoje. Trata-se, pois, de um legado do amor cristão. Pelo
exposto, creio que os leitores puderam compreender o
significado do aparecimento do cristianismo.”
“A Criação da Civilização”, capítulo XVII – Nutrição,
década de 40:
“As carnes animais estimulam a vontade de competir, que
pode transformar-se em vontade de lutar. Isto é claramente
23
observável na história das raças brancas. Graças ao espírito
competitivo foi que a raça branca desenvolveu a cultura que hoje
conhecemos. Por outro lado, entretanto, o espírito de luta tem
dado margem a guerras intermináveis. Tem havido muito mais
guerras entre os países civilizados do Ocidente do que entre os
países do Oriente.”
“A Outra Face da Doença – O homem é um poço de
saúde, 1950:
“Costuma-se dizer que determinados alimentos são
nutritivos e que outros não o são, mas isso também é um erro.
Apesar de existir alguma diferença, dependendo do clima e das
características da região, todos os alimentos são produzidos de
maneira adequada às pessoas aí nascidas. Os indivíduos de raça
amarela alimentam-se de arroz, e os de raça branca, de trigo.”
Mas, como procurar um meio de atestar a predominância
da razão para a raça branca?
Tomando-se o Prêmio Nobel como uma referência aos
avanços científicos e/ou culturais, isto é, um conjunto de
prêmios internacionais anuais concedidos para pessoas que
fizeram contribuições relevantes para a humanidade em Física,
Química, Fisiologia ou Medicina, Ciências Econômicas, Literatura,
e Paz por comitês suecos e noruegueses. A vontade do inventor
sueco Alfred Nobel estabeleceu os prêmios em 1895.
Até o momento foram distribuídos 1214 prêmios sendo
que 883 em ciências e 331 em cultura onde 128 em literatura e
103 em paz.
Existem 191 países assim distribuídos pelos continentes:
África = 53; Europa = 46; Ásia = 44; América = 34; Oceania = 14.
Para se ter uma ideia geral da distribuição desses prêmios
se aloca, grosso modo, a raça negra na África, a amarela na Ásia
e a branca na Europa e na América (apenas Estados Unidos e
Canadá).
Observa-se na ciência (predominância da razão) que:
24
Em apenas dez países, sendo oito europeus e os dois
americanos, se detém 608 prêmios Nobel em ciências, ou seja,
quase 70%: Estados Unidos = 307, Reino Unido = 94, Alemanha =
87, Suíça = 20, Rússia = 19, Países Baixos = 18, Canadá = 18,
Suécia = 17, Áustria = 15, Itália = 13;
Juntando Ásia e África se detém apenas a 33, isto é, não
chegando a 4%. Ásia teve 29, isto é, 3%: Japão = 17, China = 5,
índia = 5, Taiwan = 1, Paquistão = 1. A África teve apenas 4, isto
é, 0,4%: África do Sul = 3, Egito = 1.
Com isso se volta a insistir que não se está privilegiando a
ciência em relação à literatura e a paz, ou a arte em geral. Aliás,
diga-se de passagem, que o cientista Stephen Hawking disse:
“(...) desenvolvimento da inteligência artificial completa pode
significar o fim da raça humana”.
Meishu-Sama no seu ensinamento “O paraíso é o mundo
da arte” diz:
“Costumo dizer que o Paraíso é o Mundo da Arte, mas
isso não deixa de ser um conceito bastante resumido.
Naturalmente, o aperfeiçoamento da Arte é desejável, seja a
pintura, a escultura, a música, as artes cênicas, a dança, a
literatura, a arquitetura, etc.; entretanto, para se poder falar em
Paraíso, é preciso que todas as artes estejam reunidas, ou
melhor, que tudo seja artístico.”
Por isso é dito no livro de ensinamentos “Evangelho do
Céu, volume 3 - Reino Divino”:
“Para entendê-la melhor, basta pensar um pouco no
desenvolvimento da civilização. Desde tempos imemoráveis, têm
aparecido na raça humana personalidades altamente capazes
que jamais mediram esforços para colocar em prática ideias
grandiosas em benefício do progresso.”
Como não levar em conta Desmond Tutu e Nelson
Mandela em prol da libertação da África do Sul, ganhadores do
prêmio Nobel pela paz em 1984 e 1993, respectivamente.
25
O evolucionismo permite dizer que não somos
descendentes dos macacos, mas sim seus primos ou até que
somos um tipo de macaco. Algo como embora 98% dos genes
dos chimpanzés se assemelha com os dos homens, não somos
descendentes de nossos irmãos, mas compartilhamos com eles
ancestrais comuns (nossos pais).
Chegando ao reino hominal, no caráter evolutivo do
homem enquanto raças, diríamos que elas são irmãs
descendentes da espécie humana ou simplesmente raça
humana. Desse ponto de vista, raça é um conceito irmanador
que está longe em ser estimulo ao racismo.
Desfazendo qualquer dúvida: qualquer ser humano de
qualquer raça é primo do macaco ou um tipo dele.
Meishu-Sama aponta que no final todos têm mesmo fim:
No ensinamento “A existência do Mundo Espiritual” em
1949, ele ensina que:
“Quando o corpo carnal se torna inútil, por velhice,
doença, perda de sangue, etc., o espírito o abandona e dirige-se
ao Mundo Espiritual, onde passa a viver. Esse fenômeno é
idêntico no mundo inteiro, seja qual for a raça.”
Aponta também que as pessoas têm que aprimorar e que
existem várias formas.
No ensinamento “Ás vezes Deus faz uso da palavra de
pessoas humildes para comunicar a sua vontade”, em 1953:
“É como sempre digo: na maioria dos casos, é melhor
perder. Nas discussões e coisas dessa natureza, deve-se perder,
Isso é uma das formas de aprimoramento. É algo penoso ouvir
atentamente a mentira do outro, mas isso também é um
aprimoramento para conseguir ser calmo e tolerante. Esse é o
aprimoramento verdadeiramente eficaz.”
Gostaríamos de concluir com uma indagação: ao
reencarnar numa determinada raça com sua predominância não
seria um tipo de aprimoramento algo necessário à evolução
humana?
26
RELIGIÃO
É ÓPIO DO POVO
27
28
TEMA
A intolerância religiosa pode ser oriunda da ideologia ou
política em termos irracionais, sem nenhuma cientificidade ou
indicativa de progresso, que ocasiona prisões ilegais,
espancamentos, torturas, execução injustificada, negação de
benefícios e de direitos e liberdades civis, podendo também
implicar em confisco de bens e destruição de propriedades, ou
incitamento ao ódio, entre outras coisas.
Exemplo de intolerância religiosa pode ser vista: desde a
Antiguidade com a perseguição dos primeiros cristãos pelos
judeus e pagãos; passando pelo século XX quando os nazistas
perseguiram milhões de judeus e outras etnias não apenas
devido à sua raça, mas especificamente em retaliação contra os
seus ideais religiosos; até os dias de hoje com o conflito entre
muçulmanos e não muçulmanos, localizado em Darfur no oeste
do Sudão, onde se estima que tenham morrido 400.000 pessoas.
Mas, outra coisa é a intolerância religiosa ser originária
de ideologia ou política racional, científica e progressista, que
leva à encarceramentos justos, negação de explorações e
confisco de privilégios.
Exemplo é aquela embasada na expressão "A religião é o
ópio do povo" que é uma citação da “Crítica da Filosofia do
Direito de Hegel” feita por Karl Marx, obra publicada em 1844.
Apesar de Marx não ter sido o primeiro a utilizar a expressão,
pois citações similares são encontradas em textos do século
XVIII, a autoria é com frequência atribuída a ele.
A comparação da religião com o ópio já tinha aparecido,
por exemplo, em escritos de Kant, Feuerbach, Moses Hess e
Heinrich Heine. Este último, em 1840, escreveu: “Bendita seja
uma religião, que derrama no amargo cálice da humanidade
sofredora algumas doces e soporíferas gotas de ópio espiritual,
29
algumas gotas de amor, fé e esperança.” Moses Hesse, num
ensaio publicado na Suíça em 1843, também utilizou a mesma
ideia: “A religião pode fazer suportável [...] a infeliz consciência
de servidão... de igual forma o ópio é de boa ajuda em
angustiantes doenças.”
A frase de Marx em seu contexto imediato é o seguinte:
“A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a
expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A
religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo
sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio
do povo.
A abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos
homens é a exigência da sua felicidade real. O apelo para que
abandonem as ilusões a respeito da sua condição é o apelo para
abandonarem uma condição que precisa de ilusões. A crítica da
religião é, pois, o germe da crítica do vale de lágrimas, do qual a
religião é a auréola.
A crítica arrancou as flores imaginárias dos grilhões, não
para que o homem os suporte sem fantasias ou consolo, mas
para que lance fora os grilhões e a flor viva brote. A crítica da
religião liberta o homem da ilusão, de modo que pense, atue e
configure a sua realidade como homem que perdeu as ilusões e
reconquistou a razão, a fim de que ele gire em torno de si
mesmo e, assim, em volta do seu verdadeiro sol. A religião é
apenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele
não circula em torno de si mesmo.
Consequentemente, a tarefa da história, depois que o
outro mundo da verdade se desvaneceu, é estabelecer a
verdade deste mundo. A tarefa imediata da filosofia, que está a
serviço da história, é desmascarar a auto-alienação humana nas
suas formas não sagradas, agora que ela foi desmascarada na
sua forma sagrada. A crítica do céu transforma-se deste modo
em crítica da terra, a crítica da religião em crítica do direito, e a
crítica da teologia em crítica da política."
30
Algumas religiões retrucam tal afirmativa dizendo que
uma religião equilibrada e sadia não tem como ser um ópio, será
sim saúde para o homem na sua individualidade e na sua vida
social. Mas, não negam a existência de religiões que realmente
são narcóticos, provocando anestesia, dormência, euforia,
dependência física e intelectual, neurose e desequilíbrio. Mas,
lembram que também existem filosofias, ideologias e políticas
enquadradas como ópio, como o nazismo e o próprio
comunismo que devido a sua fé no ateísmo prenderam e
executaram muitos cristãos.
Assim, “Religião é ópio do povo” tem sido um tema
complexo, fundamental e controvertido não só para religião,
mas também para a filosofia, ideologia e política, há um bom
tempo.
Como os messiânicos têm raciocinado a respeito deste
tema? Esse é o momento de procurar pensá-lo mais
profundamente.
31
REFLEXÃO
Nestes 24 anos como messiânico me atrevo em dizer que
possivelmente parte dos seguidores do Messias Meishu-Sama
nunca tenha discorrido ou ouvido falar sobre este assunto numa
conversa ou num trabalho, alguns talvez apenas negue ou rejeite
tal enunciado sem nenhum argumento, outros que afirmam com
muita convicção que religião e política não se misturam, ou seja,
religião é religião, enquanto, política é política.
Entretanto, quando se estuda os ensinamentos do
fundador da messiânica, o Messias Meishu-Sama, pode-se
começar a ficar um pouco em duvida e assim se conjecturar três
pontos para serem ponderados.
Quando o Messias diz que “Religião e a Arte têm de
caminhar tal como as rodas de um carro.” Pode-se imaginar se
Religião e Política têm de caminhar juntas.
Quando Meishu-Sama concorda que “A dúvida é o
princípio da crença”. Pode-se depreender que os messiânicos
devam largar as suas opiniões e certezas sem nenhuma
fundamentação no Fundador da Messiânica e que deixem de
serem apenas devotos seguidores de rituais e superem os seus
medos de perderem privilégios e seguranças apenas materiais, e
passem a conhecer e praticar os ensinamentos.
Apresenta-se para observações elementos da pilha de
problemas a serem enfrentados.
32
• Religião e Política também têm de caminhar juntas
“Religião e Política” em 25 de janeiro de 1949:
“Apesar de haver uma estreita relação entre Religião e
Política, é estranho que isso não tenha despertado muito
interesse. Na realidade, até o término da Segunda Guerra
Mundial, a Política, longe de apreciar a participação da Religião,
vivia oprimindo-a. Desde a Antiguidade este fenômeno se fez
notar em vários lugares, registrando-se não poucos casos da
quase extinção de religiões devido à violência das perseguições.
No entanto, por mais que a Religião tente realizar o seu objetivo,
que é a construção de um Mundo Ideal, para incrementar a
felicidade do homem, torna-se evidente que ela jamais atingirá
essa meta se a Política não for justa. Sendo assim, uma Política
escrupulosa requer políticos íntegros e, para preencherem essa
condição eles devem ser dotados de religiosidade.
No Japão - desconheço a situação no estrangeiro - um
erro no qual os políticos têm inclinação para incorrer é a
corrupção. Pode-se dizer que isso acontece porque eles são
escravos do materialismo, cuja origem está na falta de
religiosidade. É desejável o aparecimento de políticos dotados de
espírito religioso, pois só assim poderemos alimentar esperanças
quanto ao futuro, aguardando o bom desenrolar dos destinos da
Nação. No que se refere à construção de um novo Japão, é
necessário, sobretudo, incutir espírito religioso nos políticos, para
que seja realizada uma Política arraigada no senso religioso.
Atualmente o povo vive criticando, e com razão, a
degeneração da Política, as fraudes eleitorais, a prevaricação
dos funcionários públicos, a degradação dos educadores, etc. Os
próprios políticos, os órgãos competentes e o povo empenhamse com unhas e dentes na solução purificadora dos problemas
dessa lamacenta sociedade. Infelizmente, na prevenção do
crime, conta-se apenas com a força da Lei, mas esta não atinge o
âmago da questão, pois a causa dos crimes está no interior do
33
homem, ou seja, na sua alma. Purificar a alma é o método
verdadeiramente eficaz. Estou convicto de que isso só poderá ser
conseguido através de uma Fé verdadeira.”
Religião e seitas” em 25 de janeiro de 1949:
“Para evitar tais dificuldades, pregarei a doutrina por um
novo método, de modo que ela possa ser facilmente assimilada
pelas pessoas. Pretendo, ainda, do ponto de vista da Religião,
publicar, gradativamente, interpretações novas sobre Política,
Economia, Educação, Arte, etc.”
“A verdadeira religião “daijo”, em janeiro de 1954:
“(...) está próximo o advento do Paraíso Terrestre, que é o
objetivo de Deus. A condição básica para a sua concretização é
(...) desenvolver uma superatividade cultural que abranja todos
os setores: Religião, Ciência, Política, Economia, Arte, etc.”
“Transição da Noite para o dia” em 5 de fevereiro de
1947:
“Há um trecho na Bíblia que diz que seria pregado o
Evangelho do Paraíso ao mundo inteiro e depois viria o fim. Que
quer dizer isso? Acredito firmemente que essa missão será
cumprida pelos meus Ensinamentos, um livro intitulado “A
Criação da Civilização”. Meu objetivo é esclarecer que a
civilização atual não é a verdadeira civilização e que, nesta, a
Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc. serão bem
diferentes.
• Conhecer e praticar os ensinamentos
“Religião Pragmática” em 30 de maio de 1951:
“O pragamtismo, doutrina sustentada inicialmente por
Charles Sanders Peirce, famoso filósofo americano (1839-1914),
chegou a ser uma filosofia de âmbito mundial, propagada por
William james, que hoje é considerado seu criador. Dizem que
pragmatismo significa utilidade prática; creio, entretanto, ser
mais adequado aplicar o termo “ativismo”.
34
Acho desnecessário falar muito a respeito, porque se
trata de uma teoria conhecida por todos aqueles que se
interessam pela Filosofia. O que desejo falar agora, é sobre o
pragmatismo religioso. Já me referi uma vez a esse tema, mas
torno a abordá-lo, para melhor compreensão.
Quando falamos em ativismo religioso, temos a
impressão de que todas as religiões estejam praticando ações de
Fé. Todos conhecem propagandas por escrito, sermões verbais,
orações, cultos, rituais religiosos, ascetismo e mortificações;
infelizmente, porém, as religiões ainda não atingiram a vida
prática. Em verdade, não passam de cultura mental.
O pragmatismo filosófico introduz a Filosofia na vida
prática, acentuando, neste ponto, o caráter americano. Pretendo
fazer o mesmo, com uma diferença: fundir a Religião e a vida
prática, tornando-as íntimas e inseparáveis. Deixemos, pois, de
ostentar virtudes, de isolar-nos, de ser teóricos como foram até
hoje os religiosos, e sejamos iguais às pessoas comuns. Para
tanto, é preciso que eliminemos toda afetação religiosa e
procedamos sempre de acordo com o senso comum, a ponto de
tornar a Fé imperceptível aos outros. Isso vem a ser a
apropriação completa da Fé.
Com essa explicação, creio que puderam entender o que
vem a ser ativismo religioso.”
“Benefícios materiais” em novembro de 1950
“Se fizerem uma profunda análise da Igreja Messiânica
Mundial, compreenderão que ela não só é de caráter popular
como teórico. Podemos dizer mesmo que é uma Ultra-Religião,
inédita para a humanidade. E não é só isso. O que defendemos
não se restringe apenas à Religião. Nosso objetivo é dar a mais
alta diretriz ao campo da Medicina, da Agricultura, da Arte, da
Educação, da Economia, da Política, enfim, a tudo quanto diz
respeito ao homem. Em suma: queremos colocar a teoria em
prática, de maneira que a Fé seja vivida no nosso dia-a-dia.”
35
“Sejam sempre homens do presente” em 11 de outubro
de 1950:
“O homem deve progredir e elevar-se continuamente,
sobretudo aqueles que possuem fé. Entretanto, quando tocamos
em assuntos religiosos, as pessoas costumam julgar-nos
antiquados e conservadores. Não podemos negar que essa é
uma tendência dos fiéis em geral; porém, com os messiânicos,
dá-se justamente o contrário, ou melhor, eles devem esforçar-se
para ser o contrário.
Observemos a Natureza. Ela procura renovar-se e
progredir constantemente, sem um minuto de interrupção. O
número de seres humanos aumenta de ano para ano. As terras
vão sendo exploradas todos os anos. Vemos maiores e melhores
vias de transportes – obras cuja construção demonstra crescente
arrojo arquitetônicio – e maquinarias cada vez mais perfeitas. As
ervas e as árvores crescem em direção ao Céu. Tudo isso mostra
que nada regride.
Ora, se tudo continua evoluindo, é natural que os homens
também devam evoluir continuamente, seguindo o exemplo da
Natureza. Nesse sentido, eu mesmo faço esforço para elevar-me
e progredir cada vez mais; este mês, mais do que no mês
anterior; este ano, mais do que no ano passado.
Mas progredir somente na parte material, isto é, nos
negócios, na profissão e na posição social, não passa de algo
sem base, algo demasiado superficial, como uma planta sem
raiz. É indispensável o progresso de espírito, isto é, a elevação da
individualidade. Portanto, devemos prosseguir passo a passo,
pacientemente, visando à perfeição, principalmente no que se
refere à espiritualidade. Com a elevação gradual do espírito, a
personalidade também florescerá e, sem dúvida alguma, essa
atitude de contínuo progresso conquistará a confiança do
próximo, facilitará os empreendimentos e tornará a pessoa feliz.
Os jovens da atualidade talvez encarem estas palavras
como moral antiquada e já superada; entretanto, é pondo em
36
ação tais palavras que as criaturas poderão, verdadeiramente,
ficar atualizadas. Os homens que não pensam e não agem assim,
desejando evoluir apenas materialmente, ficam estacionados.
Não progridem nem são progressistas. Parecem-me
antiquadíssimos, observados deste ponto de vista. Seus
pensamentos e assuntos são sempre os mesmos, não
apresentam nada de especial. Palestrar com essas pessoas não
me desperta nenhum interesse, pois elas se limitam a assuntos
triviais, não falando de Religião, de Política, de Filosofia e muito
menos de Arte.
O ideal seria que todos os fiéis da nossa Igreja se
interessassem em progredir e elevar-se cada vez mais. Como
visamos a corrigir a civilização errônea e construir um mundo
ideal, os messiânicos devem procurar, nesta época de transição
do mundo, ser sempre homens atualizados, vivendo em sintonia
com o século XXI, que se aproxima.
Eis o sentido do meu costumeiro conselho: sejam homens
do presente.”
“Religião teórica e religião prática” em 20 de abril de
1949:
“A tais religiões, que destoam da realidade, dou o
nome de religiões teóricas.
Assim sendo, se pretende salvar de verdade os
concidadãos, a teoria apenas não basta. É preciso, custe o que
custar, lançar-se de frente ao dia-a-dia do povo e nele ser
absorvido, a ponto de que fé e cotidiano se igualem. A isto
chamo de religião prática. Qual seria essa linha de ação?
Citemos o exemplo da carestia oriunda da inflação, uma das
dificuldades cruciais do Japão de hoje, e a sua causa, que se
acha na política alimentar do governo; há ainda outras
implicações que a ela se relacionam, como a questão
trabalhista, a prevenção da criminalidade, o saneamento dos
círculos políticos, a questão da tuberculose e tantas outras.
Tem-se, na realidade, uma pilha de problemas a exigir urgente
37
solução. Pretendo dissecá-los através do afiado bisturi da
crítica religiosa, resolvendo-os por meio da prática aplicada na
vida.”
• Elementos problemáticos a serem enfrentados
“O hábito da mentira” em 5 de setembro de 1951:
“Entre as várias espécies de hábitos, existe um, pouco
percebido, que é o da mentira. O homem moderno mente
demais, baseando-se na idéia errônea de que está bem sucedido.
A maioria, acostumada a esse mau hábito, nem seuqer toma
consciência de que está mentindo. Quando isso ocorre com os
meus subalternos, costumo chamar-lhes a atenção, mas muitos
deles parecem ter perdido a noção da diferença entre a verdade
e a mentira. Só percebem haver mentido e pedem desculpas
depois de eu lhes ministrar uma lição bem clara a respeito. O
hábito faz com que o povo moderno se perca, incapaz de
distinguir os limites entre a mentira e a verdade.
Deixarei de lado as mentiras inconseqüentes, que não
merecem análise especial, para cuidar das maiores, mais graves,
por serem conscientes e premeditadas. Entre elas, começaremos
por analisar as mentiras proferidas pelos políticos. Estes, muitas
vezes, são censurados por deixarem de cumprir as promessas de
uma boa política e planejamento, feitas durante pomposas
propagandas eleitorais. Há, também, muitos parlamentares que
desprezam os compromissos assumidos com os seus eleitores,
julgando essa atitude perfeitamente normal. Existem educadores
cujos atos contradizem a grandeza de suas palavras, e é comum
os jornais publicarem artigos de caráter duvidoso. As
propagandas exageradas não constituem exceção.
Os impostos representam o maior problema. É uma
competição de mentiras, entre fiscais e contribuintes, de caráter
sumamente complicado e desagradável. Há médicos que
mentem, dando esperanças a pacientes incuráveis. Também
38
desaprovo os bonzos que fazem uso freqüente das “mentiras de
ocasião”. As conhecidas táticas empregadas pelos comerciantes
são mentiras aceitas pelo público. Com estas variedades, embora
resumidas, podemos afirmar que o mundo é um complexo de
mentiras.
Talvez achem incrível o fato de um promotor mentir, mas
isso acontece de vez em quando. A prova se evidencia no notável
esforço que o Ministério Público vem empregando, baseado em
suposições, para criar criminosos, desde a ocorrência de um caso
até o julgamento final. Sempre que isso se repete, penso
insistentemente no motivo de tanto interesse em culpar cidadãos
inocentes. É realmente um enigma, para o qual não existe
explicação. A profissão de promotor exige a condenação de um
criminoso, mas a condenação de um inocente foge ao nosso
raciocínio. É difícil saber prontamente se um suspeito é ou não
responsável por um crime, mas creio ser possível distinguir o
branco do preto, após uma breve investigação.
O desejo de mentir parte do pensamento otimista
segundo o qual é impossível a mentira vir à luz. A teoria da
inexistência de Deus favorece o argumento de que a mentira
perfeita é sinal de inteligência - o que constitui um erro
gravíssimo, existência de Deus é uma realidade, e a mentira,
mesmo bem pregada, é passageira, estando sempre sujeita a ser
descoberta. Isso acarreta um grande prejuízo a quem mente,
porque, contrariando seu objetivo primordial, a pessoa se expões
à vergonha de ter o seu crédito destruído e ser-lhe imposto um
castigo. O mentiroso pensa que Deus não existe, simplesmente
porque Ele é invisível. Neste ponto, iguala-se aos selvagens, que
não acreditam na existência do ar porque não o vêem. Pobre
homem civilizado, completamente mergulhado no hábito da
mentira!”
“A civilização selvagem" em 25/03/53.
“Em seguida, falarei sobre a falta de racionalidade na
sociedade atual. Olhando exteriormente, todos os países têm
39
leis, organização política e econômica, sistema social, etc.; estão
constituídos de forma extremamente satisfatória pela Ciência e
pela inteligência humana, mas as características selvagens dos
homens que os administram manifestam-se em todos os lugares.
Uma vez retirada à máscara, a irracionalidade aparece numa
quantidade exorbitante e assustadora. Na política, por exemplo,
observando o estado da Assembleia, pode-se perceber que a
linguagem e as atitudes abusivas não parecem adequadas a uma
reunião de pessoas de alto nível. O tumulto é tão insuportável,
que a gente tem a impressão de estar vendo uma multidão de
velhacos. O regime parlamentar está constituído de forma bem
racional, mas também é destruído pelas características
selvagens dos seus componentes. Os membros dos partidos
políticos pensam em primeiro lugar no seu próprio beneficio, em
segundo lugar no beneficio do partido, e em terceiro lugar é que
vão pensar no beneficio dos cidadãos. É um assunto
problemático, pois essas pessoas se vangloriam, dizendo-se
representantes do povo no Congresso.”
“Aura” em 5 de fevereiro de 1947:
“(...) se a política de uma nação é ruim, é porque a aura
de seus governantes é fina, assim como também a do povo, que
sofre as consequências dessa má política.”
“Encosto espiritual”:
“Hoje, muito se fala em desmoralização das opiniões,
aumento da criminalidade e degradação política. Todos esses
assuntos têm estreita relação com as doenças mentais, cujas
causas estão na parte física e, ao mesmo tempo, relacionadas ao
fenômeno do encosto espiritual.”
“Instinto e abstinência” em 24 de dezembro de 1952:
“Com a política e as ideias contemporâneas ocorre o
mesmo. Os erros nascem das posições definidas – esquerda ou
direita, capitalismo ou comunismo. Com essa definição, está se
estabelecendo um limite e, decorrências disso, os choques serão
inevitáveis.”
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“Sunao”:
“Quando eu falo a jornalistas desse país [Estados Unidos
da América do Norte] sobre a finalidade da Messiânica e a
construção do Tijyotengoku (Reino do Céu na Terra) em Hakone
e Atami, ouvem tudo e concordam com as minhas ideias sem
contestação. Pelo mesmo motivo, possuem também poucos
partidos políticos, cujo número não passa de dois ou três. Já,
neste aspecto, os japoneses são bem diferentes dos anglosaxões. Mais divergentes, criam oposição a tudo; eis por que no
Japão existem muitas religiões e um número bem maior de
facções políticas.”
“Ódio ao mal” em 25 de fevereiro de 1951:
“Na política, que sempre funciona muito mal, o
descalabro é evidente. A maioria dos políticos e funcionários
públicos é corrupta. Ex-dirigentes de sociedades são denunciados
por escândalos de suborno e prevaricação. A onda de crimes
avoluma-se dia a dia. Segundo a opinião geral, surge dar fim à
delinquência juvenil, evitando-se, dessa forma, um negro futuro
para o Japão e para o mundo.”
“Elo Espiritual” em 25 de outubro de 1949:
“(...) se for homem público, como prefeito de uma cidade,
governador de estado, primeiro-ministro, presidente, imperador,
etc., tem elos espirituais com todos aqueles que estão sob sua
administração ou governo. Quanto mais elevada à posição do
homem, maior se torna o número de seus elos espirituais. Sendo
assim, a personalidade de um líder tem que ser nobre, porque, se
no seu espírito houver impurezas, isso se refletirá nocivamente
sobre grande número de pessoas, atuando sobre o pensamento
delas. O primeiro-ministro de um país, por exemplo, deve ser um
homem de grande personalidade; além de muita sabedoria, deve
ter muita sinceridade. Caso contrário, o pensamento do povo se
deteriora, a moral relaxa, e o número de criminosos torna-se
cada vez maior.”
“Sinceridade” em 25 de janeiro de 1949:
41
“Só a sinceridade é capaz de resolver os problemas dos
indivíduos, do país e do mundo. A deficiência política resulta da
falta de sinceridade. A pobreza material e a corrupção moral
também têm a mesma origem. Enfim, todos os problemas são
gerados pela falta de sinceridade. Religião, Educação e Arte que
não se alicerçam na sinceridade, passam a representar meras
formas sem conteúdo.
Homens, a chave de todos os problemas está na
sinceridade.”
No livro “Pão Nosso de Cada Dia”:
Os problemas de uma país não são solucionados
Porque falta sinceridade
Aqueles que o administram.
Está chegando o momento
De surgirem, neste mundo, pessoas sinceras,
Mesmo sem nome e nem posição.”
42
PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA
É ENGODO
43
TEMA
A legitimidade da democracia não parece ser contestada
por ninguém nos dias de hoje. Mas o mesmo não acontece com
seu exercício. Há pouca inconsistência lógica nos princípios
políticos, embora a inconsistência seja gritante quando se tenta
aplicá-los ao caso concreto.
Um desses princípios mais conhecido é o citado por
Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos, posto que
ocupou de 4 de março de 1861 até seu assassinato em 15 de
abril de 186:
“A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o
povo.”
Mas, o que é democracia, governo e povo?
Democracia é um regime político em que todos os
cidadãos elegíveis participam igualmente no governo (poder de
regrar uma sociedade política) através do sufrágio universal, isto
é, do direito de voto a todos os indivíduos considerados
intelectualmente maduros (em geral os adultos).
Já povo é, usualmente, concebido como um conjunto de
indivíduos que, num dado momento histórico, constitui uma
nação. Se, por vezes, esta coincide com a totalidade de um
território a ela associada, como normalmente acontece, é
também o conjunto dos cidadãos de um país.
Mais tarde, Lincoln diria: “Quase todos os homens são
capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o
caráter de um homem, dê-lhe poder.”. Então é possível
conjecturar, por exemplo, a honestidade e sinceridade dos
governantes do executivo, legislativo e judiciário, bem como se
eles vão conseguir aplicar o princípio da democracia na
sociedade. Ou se isso que serve de base a um regime político
44
não é praticamente um artifício para atrair e enganar o povo, um
chamariz através de voto.
Os pensadores italianos do século XX Vilfredo Pareto e
Gaetano Mosca (independentemente) argumentaram que a
democracia era ilusória, e servia apenas para mascarar a
realidade da regra de elite. Na verdade, eles argumentaram que
a oligarquia da elite é a lei inflexível da natureza humana, em
grande parte devido à apatia e divisão das massas (em oposição
à unidade, a iniciativa e a unidade das elites), e que as
instituições democráticas não fariam mais do que mudar o
exercício do poder de opressão à manipulação. Como Louis
Brandeis uma vez profetizou, "Podemos ter democracia ou
podemos ter riqueza concentrada nas mãos de uns poucos, mas
não podemos ter as duas coisas”.
Hoje todos os partidos políticos no Canadá são cautelosos
sobre as críticas de alto nível de imigração, porque, como
observou The Globe and Mail, "no início de 1990, o antigo
Partido da Reforma foi marcado como 'racista' por sugerir que os
níveis de imigração deveriam ser reduzidos de 250.000 a
150.000." Como o professor de Economia Don J. DeVoretz
destacou: "Em uma democracia liberal como o Canadá, o
seguinte paradoxo persiste. Mesmo que a maioria dos
entrevistados respondendo sim à pergunta: 'Há muitas
imigrantes chegando a cada ano?' Números de imigrantes
continuam a subir até que um conjunto crítico de custos
econômicos apareça'".
Alguns acham que a democracia é o regime ideal. Outros
que não se encontrou alternativa melhor já que as outras opções
como ditadura, absolutismo e autoritarismo são desastrosas. Há
os que tentam aperfeiçoá-la desde adjetivando-a de direta e
indireta, ou até os que sugerem que ninguém pode ser reeleito,
inclusive o partido para que não haja perpetuação no poder.
Ainda tem os que defendem a invalidação de partidos com
45
ideologias como fascismo, nazismo, comunismo, capitalismo,
anarquismo e populismo.
No que se seguem todos os citados trechos entre aspas
são de autoria do Messias Meishu-Sama, não se citará a fonte
para não sobrecarregar o texto.
46
REFLEXÃO
• Existem princípios inferiores e superiores.
“Até as pregações religiosas caem no exagero, mas na
realidade, estão apenas transmitindo princípios inferiores. Por
exemplo, há volumes de oitenta e quatro mil sutras, que mesmo
assim, quase nada transmitem. Se pudessem ser comparados a
metais, corresponderiam ao ferro.
(...) Mesmo em conversas, nota-se que são raras as
pessoas capazes de tocar no ponto fundamental de um assunto,
e a maioria delas fica só girando em torno do tema, falando
exageradamente. Inclusive, percebo esse problema entre os
japoneses que, por terem vivido quase três séculos sob o domínio
do Feudalismo - regime que lhes ensinou a mentir - não têm
condições de expor apenas o ponto focal de uma conversa.”
“Atualmente, há um esforço conjunto de países em prol
da educação, bem como a firme atuação de outros órgãos que
visam ao desenvolvimento correto do pensamento e a mudanças
no coração do povo. Entretanto, caso não se consiga erradicar,
na própria raiz, as ideias ateístas, será como pegar água com um
escorredor. E mesmo uma inteligência superior, caso esteja
unicamente voltada a princípios materialistas, obviamente, vai
fazer uso muito mais do lado do mal. Daí também a razão do
aumento dos crimes de natureza intelectual, à medida que a
civilização progride.
Por isso, venho alertando os que dominam o poder: não
há mais cabimento em se cultivar tamanha ignorância!”
“Mas de que modo será possível a anulação de tanta
maldade? O recurso para isso consiste em se manter bem clara a
ideia de que o princípio básico para se obter uma vida
47
harmoniosa e feliz na Terra é despertar nos homens (...) a crença
na existência de Deus.”
Lógica Divina: o mesmo que "princípio divino que rege o
Universo".
“Lei de Causa e Efeito: princípio universal preconizado no
seguinte provérbio: "cada um colhe o que planta". Então, de
acordo com essa lógica, toda ação - boa ou má - tem,
inevitavelmente, suas consequências.
Nuvens Espirituais: "máculas que recobrem a alma do ser
humano (centelha divina) geradas pela violação dos princípios da
Lei Divina, isto é, princípio estabelecido por Deus no momento
da criação que através dele o Universo se movimenta e evolui. É
inviolável e imutável.". Seu processo assemelha-se ao que ocorre
no plano físico quando, muitas vezes, nuvens recobrem os raios
solares, impedindo-os de iluminara Terra. De forma idêntica,
quando alguém possui nuvens espirituais, perde a capacidade de
discernir entre o Bem e o Mal, o certo e o errado, por falta de
Luz para isso.”
“Então, o ponto mais importante consiste em não se
rotular os acontecimentos segundo o princípio shojo (limitante
em demasia) - tão característico do pensamento humano -, que
cria suas próprias razões, aceitando-as como verdade
incontestável, prática que acaba por nos levar a cometer graves
erros.”
“Mesmo que uma grande purificação venha a ocorrer,
tudo o que houver de bom permanecerá, devido ao Princípio de
Continuidade na Natureza, e esse conhecimento tem de ser parte
integrante de nosso ser. (...) O ser humano é o agente
responsável por essa construção e, por isso, deverá selar um
compromisso com o progresso, mesmo porque não é nada bom
mantermo-nos estacionados num mesmo ponto.”
48
• Intelecto do político seja orientado pelo teísmo e inteligência
de alto nível.
“Kan-chi é a inteligência maldosa, muito comum entre os
intelectuais e as classes dirigentes, razão por que a sociedade
não pode melhorar. Somente com a aniquilação desse Tie
maligno poderá surgir uma sociedade pura e alegre e uma nação
digna. Mas haverá algum meio de aniquilá-lo? Não é difícil,
desde que o Tie maldoso seja radicalmente destruído. Isto,
porém, é impossível sem uma poderosa atividade religiosa que
consiga despertar a crença na existência de Deus.”
“Se vocês observarem bem atentamente, notarão que as
reuniões dos deputados no Congresso duram muitas horas e eles
não conseguem chegar a um resultado satisfatório. Assim
acontece porque os homens em geral têm a cabeça cheia de
nuvens, criadas pelas toxinas dos muitos remédios que tomaram.
(...)
No decorrer das discussões, o clima assemelha-se ao de
uma briga em que cada qual defende ardorosamente a sua
opinião, julgando ser a única verdadeira. (...) Diante desse
comportamento, torna-se difícil elogiar a cabeça dos políticos
atuais, que ficam perdendo tempo, fazendo um esforço
desnecessário e prolongando inutilmente o período de
funcionamento do Congresso.
Muito me admira como os deputados têm tanto tempo a
perder. Penso mesmo que eles gostam dessas contendas
intermináveis; não imaginam que, agindo assim, estão
prejudicando o povo. Por isso, é muito importante nos dias de
hoje, cada um se preocupar um pouco mais com o
aprimoramento de sua maneira de pensar.”
49
• A nação e sua gente devem se nortear pela prática da
verdade, virtude e beleza.
“Em qualquer circunstância, entretanto, o objetivo de
Deus Supremo continua sendo a criação do mundo ideal, pleno
de Verdade, Virtude e Beleza. E para concretizar o Seu plano, o
Criador vem preparando todas as condições até que o tempo
adequado se faça presente.
Por sua vez, a humanidade precisa reconhecer que o
momento já está chegando; cada pessoa deve, portanto,
começar uma revolução dentro de si mesma.”
• Democracia ainda é fraca.
“Não sou o único, entretanto, a pensar que a democracia
ainda não criou raízes firmes. Muitos resquícios de feudalismo
ainda subsistem em várias camadas da sociedade japonesa.”
“Os membros dos partidos políticos pensam em primeiro
lugar no seu próprio beneficio, em segundo lugar no beneficio do
partido, e em terceiro lugar é que vão pensar no beneficio dos
cidadãos. É um assunto problemático, pois essas pessoas se
vangloriam, dizendo-se representantes do povo no Congresso.”
• A prática do princípio da democracia e a gestão na condução
de nação se assemelha na atualidade a tapeação de meninos.
"Ao examinar todas as facetas da civilização
contemporânea, não posso deixar de pensar na medicina mo
num engodo para crianças. O mesmo digo quanto à política (...)
parecem obra de uma criança travessa do primário.”
50
• O fascismo e o nazismo são liderados por Satanás.
“A História registrou a passagem de muitos desses heróis
e grandes homens. Temporariamente, foram bem sucedidos,
mas todos, sem exceção, acabaram malogrando. Observando-os
sob o ponto de vista espiritual, vemos que foram todos possuídos
por uma grande entidade do reino demoníaco. O interessante é
que, de início, tudo lhes corre bem, mas, a certo ponto,
infalivelmente malogram. O espírito encostado então se afasta
imediatamente. O Kaiser, Mussolini e Hitler constituem exemplos
relevantes. Após o malogro, ficaram como que abobalhados,
parecendo outra pessoa. Isto sempre acontece após o
afastamento de um grande espírito diabólico.”
O comunismo é um movimento político-social místico
egoísta que impõe idéias.
“Tenho certeza de que um dia [o comunismo] vai
sucumbir por se tratar de um movimento político-social repleto
de impurezas. Não está enraizado, na sua estrutura, o desejo de
fazer a maioria das pessoas felizes ou de contribuir de verdade
para o progresso do mundo. Seus dirigentes não medem as
consequências quando matam pessoas inocentes, visando
apenas a benefícios próprios. Em determinadas circunstâncias,
agem como se fossem grandes disciplinadores, mas, de fato, só
querem impor as próprias ideias. Então, quando organizações
dessa ordem chegam ao fim, é certo que prevaleceu a justiça.”
• O capitalismo é um materialismo apegado à exploração
desmesurada.
“Como resultado da exploração dos capitalistas, dos
fazendeiros e de outras pessoas que fazem o que bem entendem
em nome de seus próprios interesses, os trabalhadores, sem
alternativa, para se autodefenderem, acabam enfrentando-os
em movimentos de grupo. Nesse sentido, não será exagero dizer
51
que os próprios capitalistas e fazendeiros é que geram o
comunismo; ou seja, eles lutam contra um fantasma criado pôr
eles mesmos.”
“Através da Revelação Divina visualizei esse país (Estados
Unidos) e, num futuro próximo ele se encontrará frente a
grandes problemas, podendo ser considerados sem
precedentes.”
• O anarquismo é algo fora do limite
“Após a guerra, estabeleceu-se a democracia no Japão, e
assim nos libertamos do despotismo. Isso foi muito bom; pena é
que se tenha ido além dos limites e chegado à situação presente,
ou seja, a uma sociedade predisposta à anarquia.”
• O populismo é manutenção do poder por meio de mandato
democrático-autoritário e política social assistencialista.
“(...) existem os desempregados, viúvas, etc., que vivem
na dependência da ajuda do governo, dos serviços sociais e da
assistência de instituições. Onde quer que se observe, parece que
nada é possível sem a ajuda de terceiros; consequentemente,
não podemos deixar de ficar espantados com o caráter
dependente dos japoneses.
Nos Estados Unidos, a situação é muito diferente.
Entende-se isto analisando a história de sua formação. No
começo do século XVII, centenas de puritanos da Inglaterra
emigraram para a América sem levar quase nada. Desbravaram
as montanhas e os campos desabitados e, com sacrifício e
esforço, conseguiram construir, em pouco mais de duzentos
anos, a nação civilizada que vemos atualmente. Por isso, é
natural que haja uma diferença tão grande entre o pensamento
dos americanos e o pensamento dos japoneses. Os americanos
não tinham em quem se apoiar, mesmo que quisessem; não
52
havia quem os ajudasse, além deles próprios. Por maiores que
fossem as dificuldades, só dependiam de si mesmos. O único
recurso era produzir algo a partir do nada com a própria força. É
por esse motivo que sinto realmente uma grande admiração
pelos americanos.
Se o povo japonês, pelas críticas que tem sofrido,
pretende reconstruir este país, precisa, antes de tudo, seguir o
espírito desbravador do povo americano. Estou certo de que a
introdução desse pensamento é muito mais eficaz que a
introdução de capital. É o método fundamental, pois está
baseado na Verdade de que o espírito domina a matéria.
Entretanto, podemos dizer que, entre os intelectuais do Japão,
quase ninguém percebe isso. Mesmo nos órgãos de
comunicação, o que se faz é incentivar o espírito de dependência.
Talvez eu esteja exagerando, mas essa característica é própria
dos pedintes acovardados, que compram a compaixão das
pessoas. Além disso, quando alguém não atende suas exigências
conforme eles desejam, os japoneses reclamam, queixam-se,
revoltam-se e, por fim, com a ajuda de terceiros, tentam até
derrubar esse alguém. Parecem não perceber que, em
conseqüência disso, também estão derrubando a si próprios.
Com efeito, não há tolice igual. Pode-se até dizer que, com essa
atitude, não só se torna difícil reconstruir o Japão, mas até
mesmo manter a situação atual.
Quase sempre fazem-se greves como único meio de
resolver os problemas existentes entre empregados e
empregadores. Talvez seja algo inevitável, mas, pensando bem,
o que pode acontecer é o seguinte: quanto mais se faz greve,
mais a empresa regride, e o resultado é a diminuição da receita
e, logicamente, do salário dos empregados. É o mesmo que a
pessoa apertar o seu próprio pescoço.
Quando se leva em conta essa situação, apesar de os
grandes capitalistas serem um tanto indesejáveis na conjuntura
atual, chega-se à conclusão de que, se não surgir um grande
53
número de médios capitalistas, será quase impossível pensar-se
no êxito dos empreendimentos. Esta é a necessidade imediata
para os dias atuais.”
“Aos políticos, cabe esquecerem-se de si próprios, pondo
a felicidade do povo acima de tudo e erigindo-se como exemplos
de boa conduta. O povo também deve praticar boas ações e
esforçar-se constantemente para desenvolver sua inteligência.
Sabemos que serão mais felizes aqueles que praticarem maior
número de ações louváveis."
“Este princípio também se aplica ao país e à sociedade. O
maior problema é o conflito existente no setor industrial, entre
patrões e operários. A administração da produção efetuada por
estes últimos é o que há de mais reprovável, porque se afasta
completamente da ordem.”
“O desrespeito à Lei não trará boas consequências,
mesmo num regime democrático.”
“Pelo exposto, a Política também precisará estar
estruturada em três camadas, para uma boa atuação. Se assim
não for, haverá distúrbios e incompreensão, o que gerará
conflitos (...) a classe média, entre o povo, tem a função de
harmonizar as classes alta e baixa.”
E o que se vê privilegiar os ricos há ponto de se ver a
notável desigualdade social, dar migalhas para os menos
favorecidos para obtenção de votos e sufocar a classe média
inclusive com impostos.
• Regimes democráticos têm ocultado dominação, exploração
e hegemonia.
“Na política, que sempre funciona muito mal, o
descalabro é evidente. A maioria dos políticos e funcionários
públicos é corrupta. Ex-dirigentes de sociedades são denunciados
por escândalos de suborno e prevaricação. A onda de crimes
avoluma-se dia a dia. Segundo a opinião geral, surge dar fim à
54
delinquência juvenil, evitando-se, dessa forma, um negro futuro
para o Japão e para o mundo.
Essas observações que fiz cuidadosamente demonstram
que o mal não é odiado.
Os funcionários públicos conservam o autoritarismo
feudal. Esfriam-se as relações entre familiares e aumenta a crise
entre os educando, por ter-se abraçado a democracia de
maneira deturpada. A bela capa da democracia oculta à
exploração dos impostos e o sofrimento do povo sob a opressão
do poder burocrático.
O número de problemas desagradáveis é tal, que se torna
difícil relacioná-los.
A causa de tudo isto é uma generalizada despreocupação
quanto ao sentido de justiça, acrescida do egoísmo de muitas
criaturas, erroneamente consideradas “experientes”. Todavia,
examinando os fatos, vemos que a sociedade atual não poderia
possuir outras características. Chega a ser lógico.
Em todas as épocas, os jovens possuem vigoroso senso de
justiça e ódio ao mal. Ao deixarem os bancos escolares, no
entanto, enfrentam uma realidade tão inesperada, que golpeia
todas as suas convicções, dissolve seus velhos ideais e exige a
reformulação de seus valores, para que eles adquiram a
chamada “experiência da vida”. Qualquer manifestação do
espírito de justiça cria mal-entendidos, suscita antipatia de
superiores hierárquicos e dificulta-lhes o sucesso na profissão.
Qualquer intenção de justiça é considerada como pedantismo ou
inexperiência. A essa altura, o sentimento de justiça é posto de
lado, num canto do coração, sendo substituído pelo “senso
prático”. Considera-se, então, que o jovem se aprimorou na arte
de viver em sociedade.
Não digo que isto seja propriamente mau; contudo, o
aumento de pessoas acomodadas afrouxa a estrutura da
sociedade e facilita o aparecimento de corruptos e criminosos. A
nossa realidade social torna patente o que acabo de afirmar.”
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• Felizmente, ladrão não é necessário no Mundo Ideal.
“Deus construiu este mundo de tal forma que todas as
coisas sujas fossem limpas. Por conseguinte, conseguir entender
isso, realmente, é o ponto de vista amplo. Porém, não se deve
falar muito sobre esse assunto porque, senão, acabarão
pensando que o ladrão também é necessário. Podem interpretar
erroneamente, logo, essas coisas devem ser compreendidas
internamente.”
• Esperteza e fraude são o que comanda as eleições.
“No caso das eleições é a mesma coisa. Realmente, as leis
e o controle são extremamente rigorosos e minuciosos, mas isso
é apenas na aparência; na realidade, é considerado esperto
aquele que consegue ludibriar a lei.”
“Atualmente o povo vive criticando, e com razão, a
degeneração da Política, as fraudes eleitorais, a prevaricação
dos funcionários públicos, a degradação dos educadores, etc..”
• Quando os sistemas e regimes vão maus é devido o governo e
o povo terem aura debilitada.
“Quando a política de um país vai mal, com certeza, seus
dirigentes e representantes, bem como o povo, que sofre as
consequências da má administração, têm aura fina. É um
processo inevitável.”
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• Variedade de partidos e doutrina arcaica impede a
disponibilidade à verdade e a harmonia.
“De modo especial entre os japoneses, tal hábito tornouse comum. Na verdade, é um indício de que a maioria segue
inconscientemente a linha da inversão da verdade.
(...) Já, neste aspecto, os japoneses são bem diferentes
dos anglo-saxões. Mais divergentes, criam oposição a tudo; eis
por que no Japão existem muitas religiões e um número bem
maior de facções políticas.”
• A revolução cultural do Messias é atacada pelos políticos
diante de uma ralé enganada.
“Criar o Mundo de Miroku é transformar o mundo
infernal em paradisíaco. Por isso, ocorrerá uma grande revolução
jamais vista desde o início da humanidade. Não há nenhuma
revolução tão grande como esta e, ao mesmo tempo, tão fácil de
ser realizada.”
“Há tempo, estou alertando para a chegada de um
período de terror. Agora sinto que está próximo. O povo,
contudo, ainda não percebeu as mudanças que começam a
ocorrer.”
“Os políticos do Japão, por exemplo, quando entram em
contato com a Messiânica, julgam-na extremamente
supersticiosa e lançam críticas através da impressa falada e
escrita. Há, inclusive, alguns grupos que proíbem as pessoas de
se aproximarem de nós. Por sua vez, o povo, enganado, não
consegue compreender a verdade por nós divulgada; fica receoso
e não faz referência alguma à Messiânica.
Então, observando mais atentamente os fatos, podemos
perceber que a maioria dos intelectuais, embora sem querer,
impede a criação da nova cultura.
Essa mesma atitude está presente tanto no Oriente
57
quanto no Ocidente. Que o digam todos os precursores de ideias
revolucionárias!
(...) quando se propõem preceitos altamente inovadores
sugerindo mudanças nas posturas preestabelecidas, seus autores
são vítimas de perseguições e ataques cruéis, chegando, muitas
vezes, a fatalidades irreversíveis. Foi o que aconteceu com Jesus,
Sócrates, Galileu, Copérnico, Lutero, além de outros.
Imaginem, então, os Ensinamentos da Messiânica! São
conceitos bem mais revolucionários que os dos meus
predecessores. Estão dois séculos à frente dos conhecimentos
vigentes.”
• Cargos e postos são ocupados por apegados, ardilosos e
criminosos.
“Muitos políticos, por exemplo, deixam de afastar-se da
vida pública no momento oportuno, devido exatamente ao
excesso de apego a uma posição de destaque. Chegam, por isso,
às vezes, a situações deploráveis.”
“(...) o problema não envolve apenas as pessoas das
classes inferiores; ele vem de cima, começando por ministros,
políticos, deputados e funcionários públicos, e atingindo até
famosos empresários. Podemos dizer que poucas são as pessoas
que não cometem crimes. Acontece que os criminosos que se
mostram abertamente como tal, são apenas uma parte;
costuma-se mesmo dizer que os que foram agarrados pelas
malhas da lei não tiveram sorte, o que prova a existência de
muitos crimes submersos, que não vêm à tona.”
• Dirigentes e representantes do público têm que possuir
caráter elevado e grande sabedoria.
“O mesmo se pode dizer das personalidades públicas,
como chefes de Estado, ministros, governadores, prefeitos,
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senadores e deputados, os quais têm ligações com o povo que
governam, ou ao qual representam. Quanto mais alta for a
posição ocupada por alguém, maior o número de elos espirituais
existentes. Por isso, os dirigentes devem ter um caráter nobre
para poderem exercer condignamente a sua função na
sociedade.”
• O extremismo partidário é prejudicial ao país e o povo, a
solução é o método ‘Izunomê’.
“Em síntese, 'lzunome' significa 'princípio imparcial', isto
é, manter-se sempre no centro. Não é 'Shojo' nem 'Daijo': é Shojo
e Daijo simultaneamente, ou seja, significa não tender aos
extremos, nem decidir-se de maneira impensada.
Naturalmente não podemos fugir à decisão de
determinadas questões, mas a dificuldade está no julgamento. O
espírito de ‘lzunome' assemelha-se à arte culinária: o alimento
deve ser temperado na justa medida - nem doce, nem salgado.
Assemelha-se também ao clima - nem quente, nem frio. É o clima
agradável da primavera e do outono. Se os homens adotassem
esse espírito e agissem de acordo com ele, seriam estimados por
todos e tudo lhes correria bem.
Entretanto, os homens de hoje mostram acentuada
tendência ao radicalismo. Temos melhor exemplo na Política. Os
políticos professam princípios radicais, denominando-os de
partido direitista ou esquerdista. Como esses pensamentos estão
associados à obstinação, eles vivem em conflitos. E tudo isso
prejudica grandemente o país e o povo.
O método 'lzunome' deveria ser adotado na Política;
contudo, há pouca probabilidade de aparecerem políticos ou
partidos que tenham consciência disso. A guerra origina-se,
também, do choque gerado pela imposição de princípios
extremistas.”
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• Ativismo político sem “ismos” e democracia é uma
necessidade de todos.
“Não se trata de comunismo, nem tampouco de
socialismo, capitalismo ou democracia. Nascerá (...) a
manifestação de uma profunda Administração de Deus.”
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HOMOSSEXUAL
É DESTINO
61
62
TEMA
• Homossexual
É alguém que: sente atração sexual por um ser do mesmo
sexo (homos = mesmo; sexus = sexo); está sob a condição da
homossexualidade, ou seja, de um modo de ser; pratica o
homossexualismo, isto é, maneira de pensar e proceder.
Homossexualidade é uma das quatro principais
categorias de orientação sexual, juntamente com a
heterossexualidade, a bissexualidade e a assexualidade.
Enquanto orientação sexual, ela se refere a padrão duradouro de
experiências sexuais, afetivas e românticas principalmente ou
exclusivamente entre pessoas do mesmo sexo.
O primeiro registro de uma união homossexual da
história foi o de Khnumhotep e Niankhkhnum que foram
serventes confidentes do rei Niuserré do Egito durante a V
dinastia - cerca de 2400 a.C. O par é retratado durante um beijo
na mais íntima pose na arte egípcia, e na tumba são mostrados
se abraçando e de mãos dadas.
Em culturas influenciadas pelas religiões abraâmicas, a lei
e a igreja estabeleciam a sodomia como uma transgressão
contra a lei divina ou um crime contra a natureza. A condenação
do sexo anal entre homens, no entanto, é anterior à crença
cristã. Muitas figuras históricas, como Sócrates, tiveram termos
como homossexual ou bissexual aplicados a eles. No entanto, o
homossexualismo esteve presente em todos os continentes.
Ao longo da história da humanidade, os aspectos
individuais da homossexualidade foram admirados, tolerados ou
condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas
diversas culturas e épocas em que ocorreram. Quando
admirados, esses aspectos eram entendidos como uma maneira
63
de melhorar a sociedade; quando condenados, eram
considerados um pecado ou algum tipo de doença, sendo, em
alguns casos, proibidos por lei.
Antigamente conhecida por nomes como "pecado
nefando" ou "terceiro sexo", só em 1869, na Alemanha, o amor
entre pessoas do mesmo sexo recebeu o nome científico de
"homossexualismo". O médico, seu criador, que seria ele próprio
homossexual, visava apresentar a atração pelo mesmo sexo
como inata, portanto natural e não adquirida, para assim afastar
a culpa por sua prática. Tal intenção lhe valeu a simpatia do
mundo científico progressista da época. Na verdade, o tiro saiu
pela culatra, pois o conceito científico foi englobado pela
psiquiatria. Com isso, o amor entre pessoas do mesmo sexo
deixou de ser matéria de pecado para tornar-se doença e,
portanto, passível de tratamentos. Sua condenação transferiu-se
da esfera da religião para a ciência, de modo que os padres
foram substituídos pelos médicos como seus algozes.
Desde meados do século XX a homossexualidade tem
sido gradualmente desclassificada como doença e
descriminalizada em quase todos os países desenvolvidos e na
maioria do mundo ocidental.
Atualmente, as principais organizações internacionais de
saúde (incluindo as de psicologia) afirmam que ser homossexual
ou bissexual é uma característica compatível com uma saúde
mental e um ajustamento social completamente normal; tais
instituições médicas também não recomendam que as pessoas
tentem alterar a sua orientação sexual.
Desde 1973 a homossexualidade não é mais classificada
como um transtorno pela Associação Americana de Psiquiatria.
Em 1975, a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo
procedimento ao deixar de considerar a homossexualidade uma
doença.
No Brasil, em 1984, a Associação Brasileira de Psiquiatria
(ABP) posicionou-se contra a discriminação e considerou a
64
homossexualidade algo que não prejudica a sociedade. Em 1985,
a ABP foi seguida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), que
deixou de considerar a homossexualidade um desvio sexual e,
em 1999, estabeleceu regras para a atuação dos psicólogos em
relação às questões de orientação sexual, declarando que "a
homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem
perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e
serviços que proponham tratamento e/ou cura da
homossexualidade.
No dia 17 de maio de 1990, a Assembleia-geral da
Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da
sua lista de doenças mentais, a Classificação Internacional de
Doenças. Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a
considerar a discriminação contra os homossexuais uma violação
aos direitos humanos.
Entretanto, o estatuto jurídico das relações
homossexuais ainda varia muito de país para país. Enquanto em
alguns países o casamento entre pessoas do mesmo sexo é
legalizado, em outros, certos comportamentos homossexuais
são crimes com penalidades severas, incluindo a pena de morte
(o Irã condena homossexuais ao enforcamento, enquanto a
Arábia Saudita os apedreja).
A prevalência da homossexualidade entre os humanos é
difícil de determinar com precisão; na sociedade ocidental
moderna, os principais estudos indicam uma prevalência de 2% a
13% de indivíduos homossexuais na população, enquanto outros
estudos sugerem que aproximadamente 22% da população
apresente algum grau de tendência homossexual.
• Genética e/ou comportamento?
A religião foi a primeira área do conhecimento humano a
apresentar argumentos em relação ao homossexualismo. Mais
tarde, com o desenvolvimento científico, vieram basicamente a
65
psicologia comportamental e a biologia genética. Isso não quer
dizer que não existiram outras áreas envolvidas neste tema
como ambiente, neurociência, sexologia, antropologia,
sociologia, demografia e direito.
Grosso modo se pode dizer que existem os que acham
que os homossexuais já nascem assim. Outros, ao contrário,
dizem que a conjunção do ambiente social com a figura
dominadora do genitor do sexo oposto é que são decisivos na
expressão da homossexualidade masculina ou feminina.
Como separar o patrimônio genético herdado
involuntariamente de nossos antepassados da influência do
meio foi uma discussão que monopolizou o estudo do
comportamento humano durante pelo menos dois terços do
século XX.
Os defensores da origem genética da homossexualidade
usam como argumento os trabalhos que encontraram maior
prevalência de homossexualidade em irmãos gêmeos
univitelinos criados por famílias diferentes sem nenhum contato
pessoal.
Porém as evidências suportam a afirmação que “ninguém
nasce gay”, pois como negar que a figura excessivamente
protetora da mãe, aliada à do pai pusilânime, seja comum a
muitos homens homossexuais? Ou que uma ligação forte com o
pai tenha influência na definição da sexualidade da filha?
Mais tarde, com os avanços dos métodos de neuroimagem, alguns autores procuraram diferenças na morfologia do
cérebro que explicassem o comportamento homossexual. Os
que defendem a influência do meio têm ojeriza aos argumentos
genéticos, para eles, o comportamento humano é de tal
complexidade que fica ridículo limitá-lo à bioquímica da
expressão de meia dúzia de genes.
Alguns consideram essa discussão antiquada. Tão inútil
insistir nela como discutir se a música escutada ao longe vem do
piano ou do pianista.
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A propriedade mais importante do sistema nervoso
central é sua plasticidade. Dos pais se herda o formato da rede
de neurônios trazida ao mundo. No decorrer da vida, entretanto,
os sucessivos impactos do ambiente provocam tamanha
alteração plástica na arquitetura dessa rede primitiva que ela se
torna absolutamente irreconhecível e original.
Ainda que existam irmãos geneticamente iguais, jamais
se podem evitar as diferenças dos estímulos que moldarão a
estrutura microscópica de seus sistemas nervosos. Da mesma
forma, mesmo que o oposto fosse possível – garantir estímulos
ambientais idênticos para dois recém-nascidos diferentes –
nunca se obteria duas pessoas iguais por causa das diferenças na
constituição de sua circuitaria de neurônios. Por isso, é
impossível existirem dois habitantes na Terra com a mesma
forma de agir e de pensar.
Tapando o olho esquerdo de um recém-nascido por 30
dias, a visão daquele olho jamais se desenvolverá em sua
plenitude. Estimulado pela luz, o olho direito enxergará
normalmente, mas o esquerdo não. Ao nascerem, os neurônios
das duas retinas eram idênticos, porém os que permaneceram
no escuro perderam a oportunidade de ser ativados no
momento crucial. Tem sentido, nesse caso, perguntar o que é
mais importante para a visão: os neurônios ou a incidência da luz
na retina?
Em matéria de comportamento, o resultado do impacto
da experiência pessoal sobre os eventos genéticos, embora seja
mais complexo e imprevisível, é regido por interações
semelhantes. No caso da sexualidade, para voltar ao tema, uma
mulher com desejo sexual por outras pode muito bem se casar e
até ser fiel a um homem, mas jamais deixará de se interessar por
mulheres. Quantos homens casados vivem experiências
homossexuais fora do casamento? Teoricamente, cada um tem
discernimento para escolher o comportamento pessoal mais
67
adequado socialmente, mas não há quem consiga esconder de si
próprio suas preferências sexuais.
Até onde a memória alcança, sempre existiram maiorias
de mulheres e homens heterossexuais e uma minoria de
homossexuais. O espectro da sexualidade humana é amplo e de
alta complexidade, no entanto; vai dos heterossexuais
empedernidos aos que não têm o mínimo interesse pelo sexo
oposto. Entre os dois extremos, em gradações variadas entre a
hetero e a homossexualidade, oscilam os menos ortodoxos.
Como o presente não faz crer que essa ordem natural vá
se modificar, por que é tão difícil aceitar a riqueza da
biodiversidade sexual de nossa espécie? Por que insistir no
preconceito contra um fato biológico inerente à condição
humana?
• Comum e/ou natural?
A parte que tantos outros decidem ignorar, é que
ninguém nasce heterossexual também. Afinal, como
brilhantemente apontou Freud, se vai indagar sobre as causas da
homossexualidade, é igualmente pertinente se indagar sobre
quais são as causas da heterossexualidade, já que "o interesse
sexual exclusivo do homem pela mulher é também um problema
que exige esclarecimento, e não uma evidencia indiscutível que
se possa atribuir a uma atração de base química".
O argumento de que a homossexualidade não é natural
porque não leva à reprodução, não apenas ignora um grande
número de comportamentos sexuais que também não levam à
reprodução (sexo com métodos contraceptivos, em períodos
inférteis, com pessoas inférteis, após a menopausa, anal,
masturbação, etc.) como pressupõe que o instinto sexual tem
como objetivo a reprodução. Dizer que o instinto sexual tem um
objetivo já é certamente incorreto (é um pensamento
68
teleológico, incoerente com a seleção natural), mas, mesmo se
tivesse este não seria a reprodução, mas apenas sua satisfação.
Basta lembrar que para Freud a homossexualidade é tão
natural quanto à heterossexualidade e foi militante em sua
época, fazendo frente a seus colegas que se recusavam a dar o
título de psicanalista a homossexuais, assinando uma petição
pela revisão do código penal e a supressão do delito da
homossexualidade entre adultos que consentem, dentre outros.
Não se pode esquecer também que em 1935, ele escreve uma
carta endereçada a uma mãe que havia lhe solicitado ajuda em
relação às condutas e comportamentos que ela considerava
anormais por parte de seu filho. Ao que Freud respondeu:
“Eu creio compreender, após ler sua carta, que seu filho é
homossexual. Fiquei muito surpreso pelo fato que a senhora não
mencionou esse termo nas informações que deu sobre ele.
Posso eu, vos perguntar por que evitou esta palavra? A
homossexualidade não é evidentemente uma vantagem, mas
não há nada do que sentir vergonha. Ela não é nem um vício,
nem uma desonra e não poderíamos qualificá-la de doença.
Muitos indivíduos altamente respeitáveis, nos tempos antigos e
modernos, foram homossexuais, como Platão, Michelangelo e
Leonardo da Vinci. É uma grande injustiça perseguir a
homossexualidade como crime e também uma crueldade”.
• Deixar de ser ou continuar sendo?
A orientação sexual é algo mais complexo do que
características inatas ou uma escolha. Diz-se que alguém tem
determinada orientação sexual numa interseção entre como ele
se comporta e, principalmente, como ele se vê. Se alguém diz
que não é mais homossexual porque não mais tem relações com
pessoas do mesmo sexo e não se considera mais homossexual,
então não há nada que legitime dizer que ele ainda é
homossexual. E existem muitas pessoas que se dizem ex-gays.
69
A principal questão a respeito das terapias de
reorientação sexual não é se conseguem alterar a orientação
sexual ou não, mas sim por que se deveria fazer isso. Estas não
são questões estritamente científicas, mas morais, éticas e, mais
especificamente, teorias morais que orientam nossas escolhas
sobre o que deve ser feito. Há quem acredite que a ciência não
pode arbitrar questões como estas, pois o papel da ciência seria
descrever como as coisas são e não como elas deveriam ser.
A respeito do por que, é relevante ressaltar, por exemplo,
que quase todos proponentes das terapias de reorientação
sexual são religiosos que justificam sua reivindicação com base
em doutrinas religiosas. Estas doutrinas geralmente se referem à
homossexualidade como “abominação”, “não natural” ou
“doença”.
Como já foi esclarecido, a Psicologia não dá respaldo para
essas crenças, pelo contrário, traz evidências do exato oposto e,
em parte por este motivo, há décadas não mais a entende como
uma patologia. Seria um contrassenso uma terapia com objetivo
de tratar algo que, por si só, não tem justificativa para ser
tratado - a não ser a desaprovação moral de um grupo de
pessoas. Seria algo análogo a propor uma terapia que trate o
gosto por música porque um grupo de pessoas (por maior que
seja) acha que gostar de música é errado.
Por isso mesmo, alguns proponentes dessa terapia
tentam convencer com a alegação de que alguém pode sofrer
com sua homossexualidade, como as próprias pessoas com
convicções religiosas que a condenam, e querer, por vontade
própria, se ver livre de seus desejos homossexuais. Este é o
argumento mais forte a favor das terapias de reorientação
sexual. Mesmo assim, não é lá muito bom. Pois:
- Pelas razões já expostas, temos fortes motivos para
acreditar que sempre existirão pessoas homossexuais ou no
mínimo com fortes desejos homossexuais;
70
- Se a homossexualidade por si só não gera sofrimento, a
principal causa do sofrimento com a condição homossexual é
justamente a injustificada condenação da qual é alvo;
- Ao legitimar a terapia de reorientação sexual, mesmo se
conseguir aliviar o sofrimento do paciente, estaria contribuindo
para a manutenção das convicções que condenam
injustificadamente a homossexualidade e, consequente,
produzem grande sofrimento em tantos outros homossexuais
que existem ou ainda existirão. Estar-se-ia optando por consentir
com aquilo que causa tanto sofrimento e suprimindo aquilo que
é natural. Alimentaria o ciclo de sofrimento sendo que se pode
contribuir para seu fim.
Afinal, quais são as consequências desta terapia para o
indivíduo?
A maior pesquisa já feita sobre esta questão foi
conduzida pela Associação Americana de Psicologia e traz dados
assustadores. Há muitos relatos de que indivíduos que passaram
por terapias de reorientação sexual passaram a apresentar
depressão, confusão mental, disfunções sexuais, automutilação,
ansiedade, abulia, pensamentos suicidas, dentre outros. Mesmo
pesquisas conduzidas por adeptos da terapia de reorientação
sexual admitem que em cerca de 50% dos casos há
consequências danosas para o paciente.
Anteriormente,
foi
feita
analogias
entre
a
homossexualidade e o canhotismo, para ilustrar outros pontos;
no entanto, suprimir a homossexualidade tem consequências de
proporções muito maiores do que suprimir o canhotismo. O excanhoto pode ter maior dificuldade para conseguir ter a letra
bonita ou em outras atividades que exijam coordenação motora
fina; em contrapartida, o ex-gay será privado de algo que
compõe boa parte do que ele é – em outras palavras, será
privado de si mesmo. Será que se deve legitimar uma terapia
que, além de tudo, tem boas chances de trazer mais malefícios
ao paciente do que benefícios?
71
Sintetizando o que foi apontado ao longo do texto, podese entender que, para a Psicologia, a sexualidade humana é mais
complexa do que imaginam. Ela tem bases biológicas, mas não
existe orientação sexual sem interação com o ambiente: sem
uma história de vida, o que engloba sua família, amigos,
sociedade e tudo o mais que o cerca. A homossexualidade, por si
só, não produz sofrimento no indivíduo e a maior causa de
sofrimento com relação à própria sexualidade entre
homossexuais é justamente a condenação infundada que sofre
em seu meio. É possível que as terapias de reorientação sexual
consigam alterar a orientação sexual de alguém, mas há boas
chances de que não sejam bem-sucedidas e produzam mais
sofrimento do que alívio, com alta probabilidade de gerarem
graves danos psicológicos.
Psicólogos que praticam ou advogam pela terapia de
reorientação sexual estão ignorando todos estes fatos. Ou então
estão sendo tão coerente quanto médico que, vivendo em uma
cultura racista, concordam em retirar toda a pele de seus
pacientes negros, substituindo-a por uma pele branca, em um
perigoso procedimento que visa aliviá-los das mazelas
decorrentes do preconceito.
• Reino hominal e/ou reino animal?
O comportamento homossexual em animais refere-se à
evidência documentada de comportamento homossexual e
bissexual
em
várias
espécies
não-humanas.
Tais
comportamentos incluem sexo, namoro e afeição entre animais
do mesmo sexo. Embora o comportamento homossexual seja
muito comum no mundo animal, parece ser muito incomum que
os animais tenham uma predisposição de longa duração para se
engajar em tal comportamento à exclusão das atividades
heterossexuais.
72
Uma das espécies em que a orientação homossexual
exclusiva ocorre, entretanto, é a da ovelha domesticada, pois
cerca de 10% dos carneiros (machos) se recusam a acasalar com
fêmeas, mas prontamente se acasalam com outros carneiros do
mesmo sexo. As girafas durante o acasalamento, quando nove
em cada dez pares ocorrem entre machos. Pinguins-de-barbicha,
onde do mesmo sexo são companheiros por toda a vida e
recusam-se a formar um par com as fêmeas quando surge essa
oportunidade.
A observação do comportamento homossexual em
animais tem sido usada especialmente contra a alegação de que
é um "pecado contra a natureza".
Eles também notaram que "nem todo ato sexual tem
uma função reprodutiva. isso é verdade para os seres humanos e
não-humanos." Isso parece ser difundido entre as aves (como os
periquitos, pássaros australianos, machos da espécie “patoreal”) e os mamíferos sociais, particularmente os mamíferos
marinhos (golfinho) e os primatas. Além desses, há registros
bem mais antigos, como os de Aristóteles, que fez menção a
hienas lésbicas.
• Opcional ou impositiva?
Para a Psicologia contemporânea não se nasce com uma
orientação sexual e a homossexualidade é tão natural quanto a
heterossexualidade, a bissexualidade e quaisquer outras
orientações sexuais, e também tão natural quanto ser destro ou
canhoto. Assim como qual mão você tem como sua mão hábil, a
homossexualidade não é apenas inata ou apenas
comportamento – tampouco é só uma escolha. Funciona assim:
1. O organismo nasce com uma carga genética que
determinará como ele responderá a determinados estímulos;
2. Parte dos genes apenas será “ativada” ao longo da vida
deste organismo, alguns podendo até nunca se manifestarem,
73
por precisarem de um contexto – um estímulo, um conjunto de
estímulos – específico para que isso ocorra;
3. A partir do momento em que nasce (e até antes disso,
com acontecimentos intrauterinos) o organismo passa a
modificar o mundo e ser modificado por ele.
Portanto, pensamentos e ações é resultado da
ininterrupta interação entre o organismo e as coisas que lhe
acontecem. Quando se trata de comportamentos, não se é nem
biologicamente
determinados
nem
psicologicamente
determinados, mas frutos desta relação.
Pode-se aprender a distinguir diversos sons (como
aprender as notas musicais) que não distinguiria só por ter
nascido, mas jamais conseguiria ouvir frequências de sons que o
ouvido não é capaz de captar. Pode-se, ao contrário da maioria
das pessoas, ter genes que facilitam que seja mais habilidoso
com a mão esquerda, mas ser destro se for muito repreendido
quando utilizou a mão esquerda para escrever.
Em contraposição ao comportamento adotado em
sociedade, a sexualidade humana não é questão de opção
pessoal, como muitos gostariam que fosse, ela simplesmente se
impõe a cada um. Simplesmente, é!
Um exemplo são os dos nativos americanos que
desempenham um dos muitos papéis de gênero mistos.
Tradicionalmente os papéis incluíam vestir roupas e executar o
trabalho de ambos os sexos masculino e feminino. O termo dado
a isto é “dois espíritos” ou “espíritos duplos” usualmente implica
um espírito masculino e outro feminino vivendo no mesmo
corpo. Por volta de 1991, foram "documentadas em mais de 130
tribos, em todas as regiões da América do Norte, entre cada tipo
de cultura nativa".
74
REFLEXÃO
• Problemas com condenação sofrida pela sociedade?
Aumento de doentes em hospitais e sanatórios.
7 de setembro de 1952, “Divina Providência”, no livro
“Divino Mistério”:
“Hoje em dia, esse é o caminho percorrido pela maioria
das pessoas. Os hospitais e sanatórios estão sempre
abarrotados e com falta de leitos. Esse problema se agravará
cada vez mais, porque a tendência é aumentar cada vez mais
o número de doentes, inclusive mentais, e de homossexuais.
Por isso o mundo está tão estranho, conturbado e doente.”
Tentativa de suicídio.
No “Evangelho do Paraíso” em “O que é o amor”:
“No tempo em que eu era comerciante, havia em meu
escritório uma funcionária de vinte anos mais ou menos,
estudante da Escola de Belas-Artes. Meu trabalho era
relacionado à arte, e ela fazia os desenhos. Seu nome era T.
Certo dia, uma colega sua de escola, moça bonita de dezoito ou
dezenove anos, chamada U., veio visitá-la. Como T. estava
ocupada, pedi-lhe que esperasse na sala. Ao olhar casualmente
para essa moça, percebi que ela se encontrava muito deprimida
e intranquila. Não conseguindo conter-me, dirigi-me à sala onde
T. trabalhava e fiz-lhe perguntas sobre a colega. No começo, ela
não queria dizer a verdade, mas, devido à minha insistência,
acabou contando-me tudo.
Durante longo tempo, T. e U. mantiveram relações
homossexuais, porém, recentemente, a mãe de T. descobrira o
caso e advertira a filha com rigor, dizendo-lhe que teria que
afastar-se de U. ou, então, deixar a escola. As duas haviam
discutido o problema e resolvido se suicidar juntas, naquela
75
noite. Impressionado, levei T. para outra sala e fiz-lhe exame
espiritual, constatando que ela estava com encosto. Era o
espírito de um pato. Ele confessou que encostara em T. há alguns
meses e se apaixonara pelo espírito de rouxinol encostado em U.
Pude, então, compreender que era essa a causa do problema.
Com a repreensão que lhe dei, o espírito acabou se afastando da
moça. Consequentemente, como no despertar de um sonho, o
amor de T. em relação a U. desapareceu, e assim elas
continuaram sendo simples amigas.”
• Causa é encosto?
“Os Japoneses e as Doenças Psíquicas”:
“A verdadeira causa da doença psíquica é física e, ao
mesmo tempo, fenômeno de encosto. Para os homens da
atualidade, que receberam uma educação materialista, talvez
seja um pouco difícil entender isso, o que é plenamente
justificável, pois lhes incutiram na mente que não se deve
acreditar naquilo que não que se vê. Porém, a Verdade é a
Verdade, mesmo que a neguem. Se disserem que o espírito não
existe, por ser invisível, terão de concluir que também não existe
o ar nem os sentimentos.
O espírito existe porque existe; o fenômeno de encosto
também existe porque existe. Se não partirmos desse princípio,
não poderei explanar a minha tese. Assim, é melhor que aqueles
que negam firmemente a existência do espírito não leiam. Há
pessoas que nos julgam supersticiosos, mas para nós elas é que o
são; portanto, consideramo-las dignas de pena.
Mostrarei, a seguir, por que eu afirmo que a doença
psíquica é um fenômeno de encosto.
Muita gente se queixa de ter o pescoço e os ombros
enrijecidos. Creio mesmo que quase todos os japoneses se
queixam disso. Aliás, pela minha longa experiência, posso
afirmar que todas as pessoas apresentam esses sintomas. É raro
76
alguém dizer o contrário, mas, em tais casos, o que acontece é
que o pescoço e os ombros da pessoa se encontram tão rijos, que
se tornam insensíveis à dor. Esse enrijecimento constitui a
verdadeira causa da doença psíquica. Posso imaginar o espanto
e a surpresa dos leitores, mas creio que, com o desenrolar da
explicação, vão acabar compreendendo.
Com o enrijecimento do pescoço e dos ombros, as veias
que levam o sangue ao cérebro ficam comprimidas, causando
anemia na parte frontal da cabeça. Aí está o problema, pois a
anemia cerebral não se resume numa simples anemia. Como o
sangue é espírito materializado, ela não é senão a falta de
células espirituais que alimentam o cérebro, provocando o
enfraquecimento espiritual, causa imediata da doença psíquica.
Os espíritos aguardam essa oportunidade para encostar. A
maioria é de animais como raposa, texugo e, mais raramente,
cães e gatos, e sempre é um espírito desencarnado. Pode haver,
também, encosto simultâneo de espírito humano e animal.
Analisando o pensamento humano, diremos que ele é
constituído de razão, sentimento e vontade, os quais levem o
homem à ação. A função da parte frontal do cérebro é comandar
a razão, e a da parte posterior é comandar os sentimentos.
Como prova disso, o amplo desenvolvimento da parte
frontal da cabeça, nas pessoas de raça branca, indica a riqueza
da razão; ao contrário, as de raça amarela possuem a parte
frontal estreita e a parte posterior desenvolvida, indicando a
riqueza dos sentimentos. Todos sabem que a raça branca é a
mais racional, e a raça amarela a mais emotiva. A razão e o
sentimento estão sempre em luta dentro do homem. Se a razão
vencer, não há falhas, mas a pessoa torna-se fria; se o vencedor
for o sentimento, os instintos ficam em liberdade, o que é
perigoso. O ideal é os dois se harmonizarem e a pessoa não
pender para um só lado, mas geralmente isso não acontece. Para
o sentimento ou a razão se expressam em ação, seja grande ou
pequena, necessita-se da vontade, a qual provém de uma função
77
situada em determinado ponto da zona umbilical. Essa é a
origem de todas as ações, e a união dos três elementos - razão,
sentimento e vontade - constitui a trilogia do pensamento.
O enfraquecimento espiritual na parte frontal da cabeça
provoca insônia. Esta, na maioria das vezes, é causada por
pontos solidificados na zona occiptal direita, que comprimem as
veias. Como a insônia acelera o enfraquecimento espiritual, os
espíritos aproveitam a oportunidade para encostar. A parte
frontal da cabeça é a sede de comando do corpo, e o espírito,
ocupando essa parte, consegue dirigir livremente o indivíduo. Ele
tem interesse em utilizá-lo à sua vontade, pois com isso se torna
influente entre os companheiros. O ser humano nem pode
imaginar como é grande esse interesse. Brevemente, baseandome nas minhas observações, pretendo escrever sobre os espíritos
de raposa.
Conforme eu vinha explicando, a razão controla
constantemente o sentimento - que é o instinto do ser humano cuidando para este não cometer erros. Por isso o homem pode,
mesmo precariamente, levar uma vida normal, pois o instinto
está sendo dominado pela razão que, funcionando como lei,
mantém a ordem na vida. Portanto, se o homem perde a força
dessa lei, o sentimento se desvia, livre e desenfreado. Eis o que é
a doença psíquica.
Sabedor de que a lei está brilhando dentro da parte
frontal da cabeça do homem, o espírito desejoso de dominá-lo
encosta num certo ponto, objetivando aquela região. É claro que,
se a pessoa estiver com a plenitude de sua energia espiritual, não
há possibilidade de encosto.
A força de atuação do espírito é variável. Se na parte
frontal da cabeça a energia espiritual da pessoa for de 100%, o
encosto é impossível; se for 90%, o espírito encostará 10%; no
caso de se tornar 80, 70, 50 ou 40%, o espírito encostado
conseguirá manifestar uma força de 20, 30, 40, 50 ou 60%.
Quando a força da razão é 40%, torna-se impossível controlar a
78
força do sentimento, que é 60%; assim, o espírito encostado
pode governar livremente o homem. Como explanei no início, o
enrijecimento do pescoço e dos ombros comprime as veias e
causa o enfraquecimento espiritual, propiciando ao espírito
encostado atuar na mesma proporção desse enfraquecimento.
Atualmente, todo mundo está nessas condições. Pode-se
dizer, portanto, que não há ninguém com energia espiritual
total; até que são respeitados na sociedade pela sua integridade
moral, têm deficiência de mais ou menos 20 a 30%. Às vezes
acontecem coisas que nos levam a perguntar: Por que uma
pessoa tão maravilhosa cometeu tal erro? Será que não
entendeu aquilo? Por que será que falhou? E outras perguntas
semelhantes. A razão de tais atitudes está nos 20 ou 30% de
deficiência da energia espiritual da pessoa. Entretanto, essa
porcentagem não é fixa; está constantemente oscilando. Mesmo
quando tomam atitudes louváveis, os homens têm cerca de 20%
de deficiência; quando têm maus pensamentos e por algum
motivo cometem um crime, estão com aproximadamente 40% de
deficiência. Isso é o que vemos acontecer com freqüência.
Quando retorna aos 20%, em geral a pessoa se arrepende do que
fez. Segundo um dito popular, ela foi tentada pelo demônio.
O normal é ter-se de 30 a 40 % de enfraquecimento da
energia espiritual, mas, conforme o motivo, a qualquer momento
essa porcentagem pode ultrapassar os 50%. Nesse caso, as
pessoas cometem crimes inesperados. Um exemplo disso é a
histeria, cuja causa, quase sempre, é o encosto de um espírito de
raposa, o qual domina a razão e, levado pelo ciúme ou pela ira,
atua com uma força que excede o limite dos 50%. Assim, as
pessoas fazem escândalos ou falam coisas incoerentes, nas quais
nem estava pensando. Mas isso não continua por muito tempo,
porque aquele limite de 50% novamente se reduz. Sendo assim, o
homem deve fazer o possível para manter o limite de no máximo
30% de enfraquecimento da sua energia espiritual; se chegar a
40% já é perigoso.
79
Creio que, tomando conhecimento do que acabamos de
explicar, poderão compreender perfeitamente por que há tantos
criminosos hoje em dia. Como o espírito encostado é de animal,
se a sua força de atuação ultrapassar o limite dos 50%,
temporariamente o espírito da pessoa ficará nas mesmas
condições daquele, embora a aparência seja de ser humano. A
diferença mais notável entre o homem e o animal é que o
primeiro tem capacidade de reflexão, mas o segundo não tem. A
vontade do animal é apenas matar a fome, mas, como a
ganância do homem é limitada, uma vez que ele manifesta
características animais, revela uma crueldade inimaginável.
Como eu falei, já não existe ninguém cujo espírito seja
100% forte, todas as pessoas - umas mais, outras menos - são
influenciadas pelo encosto de um espírito; assim,
proporcionalmente à força de atuação desse espírito, todas
sofrem de doença psíquica. Falando sem reserva, não é exagero
afirmar que todos os japoneses, sem exceção, são doentes
mentais, mesmo que em pequena proporção.
Vou relatar minha experiência sobre isso.
Diariamente encontro dezenas de pessoas e converso
com elas sobre vários assuntos, mas posso dizer que todas
cometem falhas, que todas fazem coisas esquisitas; até mesmo
as que merecem consideração social, embora nestas,
normalmente, as falhas não sejam percebidas. Sendo assim,
creio que podemos dizer que a doença psíquica em menor grau
está generalizada.
E não é só o que as pessoas dizem, mas também o que
fazem. Pelas atitudes do dia-a-dia percebe-se claramente que
quase ninguém tem bom senso. As criaturas não mostram o
mínimo interesse pela etiqueta e pelas boas maneiras. Em geral,
quando entram na sala e me cumprimentam, olham para lugares
como a parede, o jardim, etc. Há algumas que são cheias de
mesuras, e outras, ao contrário, secas demais, pelo que se pode
concluir que todo mundo é doente psíquico em pequeno grau.”
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• Encosto de animais homossexuais é devido ao destino ou
predestino?
“Destino e Liberalismo”:
“Como sempre me fazem perguntas sobre predestinação
e destino, explicarei a diferença entre ambos.
A predestinação é algo atribuído a uma pessoa em
caráter definitivo, e de maneira alguma pode ser mudada. Já o
destino é livre, dentro dos limites da predestinação, e,
dependendo do esforço de cada um, pode-se atingir o nível mais
alto ou, ao contrário, decair ao nível mais baixo.”
“Nós é que Traçamos o Nosso Destino”
“Ao falar em destino, devo esclarecer primeiramente que
as pessoas confundem predestinação com destino. A diferença,
no entanto, é radical. Devemos entender por predestinação
certas condições a que estamos sujeitos antes mesmo do
nascimento, ao passo que o destino depende inteiramente do
homem.
A não realização de diversos desejos deve-se à
predestinação, da qual estamos impossibilitados de nos livrar. O
importante é conhecer o seu limite, o que é difícil, ou seja, quase
impossível. O desconhecimento desse limite faz o homem traçar
planos superiores à sua capacidade e ter esperanças descabidas,
que o levam ao fracasso. Se, consciente do seu erro, ele voltasse
imediatamente ao ponto de partida, certamente sofreria menos,
mas a ignorância da predestinação o impele a prosseguir,
aumentando sua desgraça.”
Alguns possíveis exemplos de predestino são:
linhagem, filiação, nascimento, naturalidade, nacionalidade,
raça, carmas, missões; já o destino depende do esforço feito
para se atingir nível mais alto ou mais baixo desse plano, para se
receber suas vibrações como, por exemplo, fazer uma visita a
condenado na cadeia ou conviver com seu líder religioso.
81
Dizem-se possíveis exemplos, pois existem tentativas de
mudança como a raça como o despigmentante para a pele. O
mais utilizado é a hidroquinona, que tem seu uso banido em
alguns países, como por exemplo, na França, por suspeitas de
poder causar riscos de câncer.
E o sexo? Mudança de sexo se refere à alteração das
características físicas sexuais de uma pessoa, através de cirurgia
ou de tratamento com hormônios (ou ambas as alternativas). No
entanto, a expressão "mudança de sexo" é totalmente
imprecisa, pois o sexo é geralmente determinado por quatro
fatores: Cromossomos; Gônadas (ovários e/ou testículos);
Hormônios; Características sexuais primárias, e também às
vezes, características sexuais secundárias. E nem todos estes
fatores podem ser mudados: Cromossomos não podem ser
mudados; Gônadas podem ser removidas, mas não substituídas;
Hormônios podem ser facilmente trocados; Características
sexuais existentes podem, até certo ponto, ser alterados; as
existentes, principalmente através de cirurgia, e as não
existentes podem ter seu crescimento induzido através de
hormônios. Por exemplo: mudar a anatomia genital masculina
para uma genitália feminina de aparência e funcionamento bom
ou excelente é algo complicado, mas inteiramente possível.
Porém, o processo de mudança da anatomia genital feminina
numa genitália masculina funcional é algo extremamente
complicado e muito frequentemente mal-sucedido; o
funcionamento, na melhor das hipóteses, é limitado.
E a questão referente ao carma e a missão do sexo? Por
exemplo, uma mulher na última reencarnação que abandonou o
marido com os filhos e veio nesta encarnação com a missão de
serem marido e pai fiel e provedor para resgatar aquele carma.
Em resumo: embora seja algo extremamente
desagradável retomar ao homossexualismo como uma doença,
agora não física, mas sim espiritual, como encosto de animais
homossexuais devido à predestinação, essa é a hipótese.
82
TERCEIRA IDADE
É POÇO DE IGNORÂNCIA
83
84
85
TEMA
Terceira Idade, ou seja, os idosos, é a última fase da vida.
Antes se têm as crianças, adolescentes, jovens e adultos.
A Organização Mundial da Saúde classifica
cronologicamente como idosa as pessoas com mais de 65 anos
de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de
idade em países em desenvolvimento.
No mundo inteiro, o número de pessoas com 65 anos de
idade ou mais está crescendo mais rapidamente que antes. A
maioria desse incremento acontece nos países desenvolvidos.
O estudo a respeito do processo de envelhecimento é
chamado de gerontologia, e o estudo das doenças que afetam as
pessoas idosas é chamado de geriatria.
As pessoas idosas têm habilidades regenerativas
limitadas, mudanças físicas e emocionais que expõem a perigo a
qualidade de vida dos idosos. Podendo levar à síndrome da
fragilidade, conjunto de manifestações físicas e psicológicas de
um idoso onde poderá desenvolver muitas doenças.
E daí: a terceira idade com todos esses problemas está
condenada a ser infeliz?
Alguns acham que não, para isso bastam que os idosos
cumpram os sete mandamentos para uma terceira idade feliz,
quais sejam:
1º Mandamento: Ser solidário Altruísmo, aquele que faz
pelos outros o que gostaria que se fizesse por ele. Essa regra
áurea de amor ao próximo é muito importante para se ter
sucesso na Terceira Idade;
2º Mandamento: Perdoar Não guardar mágoas, cultivar
histórias mal resolvidas, sem fechar essas portas de vez, pode
ser tão prejudicial quanto não controlar o colesterol;
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3º Mandamento: Ser grato. Saber agradecer a tudo: aos
pais, aos filhos, à família, à escola, etc., com certeza lhe fará ser
uma pessoa mais feliz. Logo, a saúde também se constrói com
gratidão. Devemos nos lembrar de que viver é estar sempre à
espera de uma atitude positiva;
4º Mandamento: Não se sentir doente (mesmo que
esteja). É outra revelação da ciência: envelhece bem quem,
mesmo doente, não se sente doente;
5º Mandamento: Reinventar a aposentadoria. Ter uma
ocupação é um dos principais mandamentos do envelhecer
saudável. Procure manter-se em atividade, mesmo que seja em
um trabalho voluntário (creches, asilos, etc.);
6º Mandamento: Ser feliz no casamento. Foi uma das
grandes descobertas da Universidade de Harvard: um casamento
feliz na maturidade quase sempre leva a um bom
envelhecimento;
7º Mandamento: Gostar de Viver. Este é o último
ensinamento da pesquisa: ainda que todos tenham problemas,
por piores que pareçam, envelhecer e ser feliz não é sonho, pois,
para isso, podemos também contar com a ajuda do outro, das
pessoas boas que passam por nós.
A doença, a fragilidade, a inatividade, a dependência e a
solidão, são imagens que devem ser afastadas da Terceira Idade.
A família deve assumir a sua importância e responsabilidade
perante o idoso; compreendendo-o, apoiando-o e protegendo-o,
pois esse comportamento é importante para a construção e
consolidação desta fase feliz da existência, que é a do
envelhecimento com dignidade, com plena transmissão de
experiência e sabedoria.
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da Conferência
Nacional dos Bispos da Brasil (CNBB), e arcebispo de Palmas, no
Tocantins, dom Pedro Brito Guimarães falou aos jornalistas
sobre a importância dos idosos:
87
“Por trás de uma pessoa de mais idade tem um poço de
sabedoria, uma cultura. Um saber que é importante a gente
valorizar”, “A cultura ocidental não valoriza os idosos, como
outras culturas valorizam”.
No entanto, existem outras pessoas que não pensam
assim. Uma delas é a Imaculada Virgínia Pereira Souto, com 54
anos, que se considera honesta ao escrever o artigo “Detonando
a lorota de que os velhos são poços de sabedoria”. Neste ela diz;
“Os velhos em geral são feios, fracos de força e de saúde,
frustrados, ignorantes, com pouca instrução, preconceituosos,
atrasados. E como sabemos bem, os velhos têm alguns
neurônios a menos e muitos têm Mal de Alzheimer. Eles têm
que ter alguma coisa pra não ficarem por baixo. Daí veio aquela
de associar cabelos brancos com sabedoria.
Pra começar, qualquer imbecil vai ter rugas e cabelos
brancos se viver o bastante pra isso.
Dizem alguns que quando morre um idoso perde-se uma
biblioteca. Muitos velhos não têm uma biblioteca pra ensinar,
perderam a humildade e a educação pra ouvir e aprender da
vida e das outras pessoas.
E os velhos sabem tudo sobre qualquer coisa. Só quando
alguém que realmente sabe se manifesta eles são obrigados a
baixar a cabeça. E se eles não sabem sobre alguma coisa, ela não
é tão importante assim.
Hoje uma pessoa com 30 anos tem mais inteligência,
escolaridade, conhecimentos e até experiência de vida que uma
de 60 ou 70. Os idosos nunca foram essa autoridade em vida que
tantos falam, foi só os pais pararem de escolher com quem os
filhos vão se casar com 18 anos pra eles serem desmascarados.
E em lugares onde os idosos não são exaltados só por
serem velhos acontece a bizarrice da tal “melhor idade”, onde o
pé na cova quer juntar o idoso de antigamente com o jovem de
hoje. A idosa que o marido nunca viu sem roupa ficou viúva e
tenta dar uma de piriguete com o namorado novo, e adorando
88
não pagar ônibus. Ou seja, eles mesmos sabem que não estão
com essa bola toda.
Não é por acaso que nenhum país que reverencia os
idosos está no Primeiro Mundo, pelo menos por isso. Das
culturas que veneravam os velhos a maioria desapareceu
ouvindo lendas de velhotes analfabetos e não deixou nada que
preste. Um país onde se cultua os antepassados é o Vietnã. E o
que é o Vietnã?
Como alguém já disse, “o tempo não faz sábios, faz
velhos”.
Mas, o que pensar sobre os idosos? Eles têm sabedoria
ou é apenas uma conversa fiada? Orientado ou desorientado?
Feliz, alegre, próspero e satisfeito ou um infeliz, triste, malaventurado e deprimido?
89
REFLEXÃO
Tendo em vista que a dúvida é o princípio da crença se
deixa uma série de indagações se o idoso tem conhecimento a
respeito destas.
• Sabedoria depende da idade espiritual?
"Existem pessoas sábias e pessoas ignorantes. Por que?
Pela diferença de idade entre suas almas: as primeiras têm alma
velha; as segundas têm alma nova. A alma velha, por ter
reencarnado muitas vezes, possui uma larga experiência do
mundo, ao passo que a nova, por ter sido criada recentemente
no Mundo Espiritual, tem pouca experiência, motivo pelo qual é
mais ignorante. Como vemos, também há um processo de
procriação no Mundo Espiritual."
• E o que fazer com uma idade material?
“Em verdade, o homem tem que utilizar o corpo e a
mente de acordo com sua idade.”
• Qual é o tempo de duração da vida humana?
““Quando o Criador criou o ser humano, determinou
claramente a duração de sua vida. Esta, como me foi mostrado
por Deus, deveria ser de 120 anos no mínimo, com possibilidades
de chegar até aos 600 anos. Se os homens, portanto, não
incorressem em erro, poderiam atingir normalmente a idade de
120 anos e sua existência seria então repleta de esperanças.
Além de uma vida longa, gozariam sempre uma saúde vigorosa,
90
sem jamais se preocuparem com doenças. E a terra se tornaria
realmente um paraíso.”
“Explicarei, agora, em poucas palavras, o que é morte
natural e morte antinatural. Morte natural é aquela que ocorre
naturalmente, quando chega a hora de morrer. A morte
antinatural quando causada por doença ou outros motivos.
Levando em conta a idade dos homens contemporâneos, não
haveria muito erro em dizer que, antes dos noventa anos, a
morte é antinatural, e acima dessa idade, é natural.”
“A respeito da idade dos 'sen'nin", li que o recorde foram
oitocentos anos, atingido por uma só pessoa, sendo que algumas
atingiram de quinhentos a seiscentos anos; para os "sen'nin",
morrer entre duzentos e trezentos anos era morte precoce. Certa
vez eu vi a árvore genealógica da família Takeshiuti-no-sukune,
onde constava que a pessoa de vida mais longa dessa família
viveu trezentos e quarenta e nove anos; alguns viveram mais de
trezentos; na faixa dos duzentos havia mais de dez. Chegando à
época moderna, a idade diminuiu: no final da Era Tokugawa,
mantinha-se na faixa dos cem; na Era Meiji, estava entre
noventa e oitenta anos. Eu acharia interessante pesquisarem o
fenômeno. Nesse registro, consta que os Takeshiuti, durante
várias gerações, sempre tomaram chá de folha de espirradeira.
Daí se pode concluir que essa planta tem relação com a
longevidade das pessoas da referida família ou foi a causa da
gradativa redução do seu tempo de vida.”
• Alimentação
qualidade?
vegetariana
favorece
longevidade
com
“As pessoas de idade avançada, que já não precisam ter
ambições, é melhor ingerirem maior quantidade de verduras e
legumes.”
“Os alimentos que mais contêm os elementos essenciais
para a perfeita nutrição do ser humano são os vegetais. Os
91
monges zenbudistas normalmente chegam a uma idade mais
avançada do que as outras pessoas, porque se alimentam com
simplicidade. O escritor inglês Bernard Shaw, que faleceu aos 94
anos, foi um vegetariano notório.”
“Na minha mocidade, quando estava condenado a
morrer de tuberculose, eu ingeria grande quantidade de
alimentos de origem animal mas, por certo motivo, descobri o
erro acerca disso e então passei a me alimentar com verduras.
Desde então, fui me restabelecendo vigorosamente e descobri
que a medicina era omissa. Parei, então, de tomar remédios e
continuei por três meses consecutivos com a alimentação
vegetariana. Com isso, restabeleci-me completamente dessa
enfermidade e adquiri mais saúde do que antes de adoecer. A
partir dessa ocasião, contraí outras doenças, mas a tuberculose
desapareceu por completo, e hoje, com 68 anos de idade, sou um
velho cheio de vigor, que supera qualquer jovem. Se naquela
ocasião não tivesse despertado para a alimentação vegetariana,
certamente não estaria mais vivo. Cada vez que penso nessas
coisas, sinto arrepios.”
“Não seria também impossível ao homem ultrapassar
facilmente os cem anos de idade, caso respirasse ar puro,
bebesse água límpida e se alimentasse de produtos cultivados
em solo isento de qualquer substância tóxica, e não usasse
componentes químicos estranhos ao organismo como, por
exemplo, os medicamentos.
Se os seres humanos procurassem estabelecer para si
mesmos um padrão existencial de acordo com a Lei da Grande
Natureza, com certeza, teriam uma existência sem doenças nem
infortúnios.”
• Medicina encurta a existência?
“Mas em que consiste o erro? A causa, por incrível que
pareça, é precisamente a medicina. Ilustrarei a tese dos 120 anos
92
com uma alegoria, dividindo a vida humana em quatro estações:
primavera, verão, outono e inverno, janeiro, fevereiro e março
são os três meses da primavera. Considerando como Ano Novo o
dia do nascimento, em janeiro temos o período da infância.
Fevereiro, quando as ameixeiras se cobrem de flores,
corresponde ao período da adolescência. E na época em que
começa a florir as cerejeiras, o homem tornou- se independente,
lançando-se no mundo. Segue-se o mês de abril, quando a
floração das cerejeiras atinge o seu clímax. Nesse período, que se
estendem até os 40 anos, o homem, de coração alegre e
despreocupado, está no auge de suas atividades.
Dizem que aos 42 anos o homem atinge uma idade
crítica. Poderíamos compará-la ao período em que desabam as
tempestades, despetalando as flores da noite para o dia. Nos
meses de maio, junho e julho, que correspondem à estação do
verão, novas e luxuriantes folhagens verdes começam a brotar,
até que os galhos fiquem pesadamente carregados de frutos.
Passada essa estação, a temperatura começa a declinar e chega
finalmente o outono, época de sazonamento e do inicio das
colheitas. Assim também é com o ser humano, que vê
amadurecerem, nessa época, os frutos de seu árduo labor de
longos anos. Concluída uma fase de seu trabalho, ele adquire
respeitabilidade e, enquanto vê os seus netos se multiplicarem,
ingressa no ditoso período final de sua vida. Fazendo uso de suas
diversas experiências e da confiança que granjeou, dedica-se a
ajudar os outros e a beneficiar o mundo, na medida de suas
possibilidades. Ao fim desse decênio, tendo atingido os 90 anos,
começa a estação invernal e o homem pode passar o resto de
seus dias apreciando a Natureza. A menos que prefira prosseguir
com suas atividades, pois tem condições de trabalhar até o fim
de sua existência.
Pelo exemplo citado, vemos que a duração da vida
coincide perfeitamente com as quatro estações. Esse ponto de
vista é o mais apropriado para substanciar a tese dos 120 anos.
93
Quando as terapêuticas medicinais tiverem desaparecido, viver
até os 120 anos não será algo prodigioso.”
“Depois dos três órgãos principais, os rins exercem o
papel mais importante no organismo. Como a
própria medicina revela esse órgão recolhe um
importante hormônio do sangue concentrado
no seu interior e remove para a bexiga a
urina, que é líquido residual a ser expelido;
Se
os
rins
estivessem
funcionando
p e r f e i t a m e n t e , t u d o t r a n s c o r r e r i a d e acordo com
essa explicação. Entretanto, na realidade, conforme o avanço
da idade – de criança para adolescente de adolescente para
jovem e mais tarde, para a senilidade – é muito normal à
debilitação gradativa do seu funcionamento; a causa consiste no
atrofiamento dos rins.
Qual o motivo desse atrofiamento? Conforme foi dito
anteriormente, quando os rins p r o c e d e m à s e p a r a ç ã o
das substâncias úteis e não úteis, há casos em
que a elas se mistura um corpo muito estranho.
Nem e preciso dizer: que esse corpo estranho é a
t o xina dos remédios. Como ela é e liminada? A t oxina n ão
s e t rans f or m a n e m e m hormônio e n e m e m u r i n a . P o r
i s s o , e l a s e i n f i l t r a n a s par e d e s d o s r i n s e , a o
penetrar na parte dorsal, vai se acumulando
aos poucos.
Quando essas toxinas vão se solidificando e
c o m e ç a m a p r e s s i o n a r o s r i n s , e s t e s vão s e
atrofiando gradativamente,
a carretando à
diminuição da produção de hormônios (na
maioria dos casos essa e a causa da frigidez);
a o m e s m o t e m p o , a e l i m i n a ç ã o da u r i n a
também vai se tornando difícil. Como um pouco
da urina extravasa e adiciona -se a toxina do
r e m é d i o , o v o l u m e d o n ó d u l o de t o x i n a
94
aumentará significativamente, passando a se
acumular em cada lado da coluna vertebral.
I s s o v a i s e e s t e n d e n d o p a r a c i m a até a l c a n ç a r
a s p r o x i m i d a d e s d o p e s c o ç o e d o s o m b r o s , é esta a
causa
do
enrijecimento
dos
ombros
e
pescoço.”
• Morte e reencarnação?
“Quando o corpo, devido à doença ou à idade avançada,
torna-se imprestável, o espírito abandona-o e vai para o Mundo
Espiritual. Aí ele deve se preparar para renascer no Mundo
Material, ou seja, reencarnar. Este preparo constitui o processo
de purificação do espírito."
“Desde os tempos antigos, de vez em quando têem
surgido crianças-prodígio. No Ociente, segundo ouvimos dizer,
existiram grandes músicos que, aos seis ou sete anos de idade, já
tocavam muito bem piano ou violino, e, com pouco mais de dez
anos, compunham esplêndidas melodias. Conta-se que o famoso
Schubert, dos dez anos proximadamente até sua morte, ocorrida
quando ele estava com trinta e um anos, fez mais de quinhentas
composições. Por isso, não há dúvidas de que tenha sido um
gênio.
Mas há uma causa especial para o nascimento desses
gênios. Naturalmente, através da ciência materialista é
impossível imaginá-la, mas precisamos conhecê-la. Nós
explicamos o fato pela ciência espiritual. No caso de um músico,
por exemplo, as causas podem ser duas. Uma é a reencarnação
do espírito de um grande músico; a outra, fenômeno de
encosto.”
“Outro ponto interessante a ser considerado é que
diversos recém-nascidos têm feições enrugadas como as de um
ancião. Somente dois ou três meses após a sua chegada à Terra,
95
adquirem a fisionomia de bebê. Esse fato se explica por terem na
vida anterior atingido uma idade bastante avançada.”
• Preocupação ou distração?
“As pessoas de idade, por sua vez, podem a qualquer
momento viver a tragédia de um derrame cerebral que lhes
paralise metade do corpo, prendendo-as ao leito durante anos a
fio.”
“Dependendo da força de seu poder curativo natural, a
capacidade purificadora de cada pessoa será mais forte ou mais
fraca. Há muitos tuberculosos entre os jovens, porque neles é
mais intensa a força purificadora, que diminui na meia idade e
na velhice. Eis porque as doenças contagiosas atingem mais os
jovens e as crianças.”
“Quem dedicava ao lado de Meishu-Sama comumente
recebia pedidos de graça feitos pelos membros através de
telegrama ou telefonemas. Nessas ocasiões, quem recebia o
pedido tinha de ir logo comunicá-lo a Meishu-Sama oralmente,
dando pormenores como a idade, o sexo, o endereço e a
purificação da pessoa. Então, Meishu-Sama dizia: "Está bem", e
ele mesmo fazia o pedido de graça.”
No entanto:
“Naquela época Meishu-Sama dizia frequentemente; "Em
todos os cinemas que vou, não há nenhum espectador de idade
tão avançada como eu". Realmente, isso era verdade, e pude
sentir a sua paixão incomum pela arte cinematográfica.”
“Exemplifiquemos: sempre que caminho pela cidade,
sinto que, se não houvesse lojas, residências e prédios ao redor, e
eu não pudesse ver o verde das árvores da rua ou dos jardins das
casas, mas apenas uma parede semelhante à de um presídio de
uma só cor sombria, prolongada em linha reta, talvez eu não
suportaria andar sequer alguns quarteirões. Assim, a bela visão
proporcionada pelo rico colorido das casas, pelas diferentes
96
feições e expressões das pessoas, com sua maneira característica
de se vestir e de andar - a exuberância dos jovens exibindo a
moda; as pessoas de idade, os recém-chegados do interior enfim, os infinitos aspectos que encontramos, cada um com algo
de interessante, é que nos permitem andar pela rua sem
entediar-nos. (...) O mundo é realmente uma arte criada pela
Natureza e pela mão do homem. É por isso que vale a pena
viver.”
• Ser altruísta
“Depois que Meishu-Sama ascendeu, um homem, veio a
mim e disse com pesar: "Eu pensei que Meishu-Sama vivesse
muito mais tempo, até uma idade bem avançada; mas em vez
disso ele teve uma vida curta". Na verdade ele viveu menos anos
do que a maioria das pessoas esperava, mas mesmo assim
deixou atrás de si, um número imenso de feitos relevantes. Eu
acredito que tudo isso vale por uma vida bastante longa.”
“Na minha medicina a um ponto muito importante, quem
quer que seja pode realizar o tratamento após um curso de
treinamento. Mesmo as pessoas que não possuem
conhecimentos acerca da medicina, sem distinção de idade ou
sexo, podem realizar. Além do mais, após mais ou menos um ano
de treinamentos a pessoa já consegue realizar a cura de doenças
que vários médicos acham estranhas e casos como esse ocorrem
inúmeras vezes no dia-a-dia. Estou expondo a realidade nua e
crua, mas estou preocupado, pois as pessoas podem achar que
sou exagerado.”
“Naturalmente, Meishu-Sama envelheceu mais quando
viveu Seus dias atribulados. Quando atingiu a idade em que a
maioria das pessoas fica mais lenta, Ele parecia nem mesmo
pensar sobre isso, trabalhando, ao contrário, tão arduamente
como nunca, pela felicidade dos outros, em todos os lugares.”
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98
VÍRU DA AIDS
É DE ORIGEM CONHECIDA
99
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TEMA
• AIDS
É a sigla de “acquired immunodeficiency syndrome”, isto
é, “síndrome de imunodeficiência adquirida”, que em português:
SIDA. Esta síndrome é uma reunião de sintomas que destrói o
sistema imunológico, deixando o organismo frágil a doenças
causadas por outros vírus, bactérias, parasitas e células
cancerígenas, levando a uma pandemia, ou seja, a uma doença
infecciosa e transmissível, que atinge grandes proporções,
podendo se espalhar por um ou mais continentes ou por todo o
mundo, causando inúmeras mortes ou destruindo cidades e
regiões inteiras.
Exemplos de pandemia se tem, além da AIDS, a
tuberculose, a gripe espanhola, gripe asiática, peste e tifo. Já o
câncer, responsável por inúmeras mortes, não é considerado
uma pandemia porque não é uma doença contagiosa, ou seja,
não é transmissível. O vírus ebola e outras doenças rapidamente
letais como a febre de hemorragia boliviana são doenças
altamente contagiosas e mortais com o potencial teórico de se
tornar pandemias no futuro.
Em torno do século XXI, o Secretário de Estado dos EUA –
Colin Powell – declarou que “Nenhuma guerra na face da Terra é
tão destrutiva como a pandemia da AIDS.” A primeira notícia
oficial a respeito dessa doença apareceu na década de 80 onde
mais tarde o diretor-executivo do Programa Conjunto das
Nações Unidas sobre AIDS disse: “Nenhum de nós, que
vivenciamos aqueles primeiros tempos da AIDS, poderia
imaginar o tamanho da epidemia em que ela se converteu”.
Estima-se que mais de 36 milhões de pessoas estejam
infectadas e que outros 22 milhões já morreram dos seus
101
efeitos. Isso apesar do uso da terapia de drogas antirretrovirais,
especialmente nas nações mais ricas.
A AIDS invade a África, bem como os índices de infecção
também aumentam rapidamente na Europa Oriental, na Ásia e
no Caribe. No Brasil, em 2014, os casos entre jovens aumentam
mais de 50% em seis anos.
Em 2001 numa reunião de especialistas em AIDS essa
doença foi declarada “a mais devastadora pandemia na história
humana” e os indicativos são de que aumentará ainda mais.
Embora, na atualidade, observando os dados numéricos
médios anuais se pode dizer que existiram outras pandemias
mais devastadoras como: tuberculose com um bilhão de mortos
entre 1850 a 1950, o que resulta na média em 330 milhões por
ano; gripe espanhola com 20 milhões de mortos entre 1918 e
1919 donde 10 milhões; enquanto, a AIDS não chega há um
milhão de falecidos.
Porém, a descoberta da AIDS não foi nada fácil.
Ela foi observada clinicamente pela primeira vez em
1981, nos Estados Unidos. Os casos iniciais ocorreram em um
grupo de usuários de drogas injetáveis e de homens
homossexuais que estavam com a imunidade comprometida
sem motivo aparente. Eles apresentavam sintomas de
pneumonia por um fungo (PCP), uma infecção oportunista
incomum até então, conhecida por ocorrer em pessoas com o
sistema imunológico muito debilitado. Pouco depois, um
número inesperado de homens gays desenvolveu um tipo de
câncer de pele raro chamado sarcoma de Kaposi (SK). Muitos
mais casos de PCP e de SK surgiram, quando um alerta foi dado
ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que
enviou uma força-tarefa para acompanhar o surto.
Nos primeiros dias o CDC não tinha um nome oficial para
a doença e referia-se a ela por meio das condições clínicas
associadas como, por exemplo, a linfadenopatia (se refere à
dilatação de um ou mais gânglios linfáticos), chamando-a de
102
"linfadenopatia generalizada persistente". Eles também usavam
"Sarcoma de Kaposi e infecções oportunistas". Em determinado
momento, o CDC cunhou a frase "a doença dos 4 H's", uma vez
que a síndrome parecia afetar haitianos, homossexuais,
hemofílicos e usuários de heroína.
Na imprensa geral, tinha sido inventado o termo "GRID",
de gay-related immune deficiency (em português: deficiência
imunológica relacionada aos gays). No entanto, depois de
determinar que a AIDS não estivesse restrita à comunidade
homossexual, percebeu-se que o termo GRID estava errado e a
sigla AIDS foi introduzida em uma reunião em julho de 1982. Em
setembro daquele mesmo ano, o CDC começou a se referir à
doença como AIDS.
• Vírus
Em 1983, dois grupos de pesquisa independentes
liderados por Robert Gallo e Luc Montagnier declararam que um
novo retrovírus poderia ter infectado os pacientes com AIDS e
publicaram suas descobertas na mesma edição da revista
Science. O grupo de Gallo chamou o vírus recém-isolado de
HTLV-III. O grupo de Montagnier chamou o vírus que isolaram de
LAV (em português: "vírus associado à linfadenopatia"). Quando,
em 1986, descobriu-se que estes dois vírus eram o mesmo, LAV
e HTLV-III foram renomeados para HIV que é a sigla de “human
immunodeficiency vírus”, ou seja, “vírus da imunodeficiência
humana”, donde, em português: VIH.
Assim, AIDS é o estágio mais avançado da doença que
ataca o sistema imunológico causado pelo HIV. Como esse vírus
ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais
vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a
infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O próprio
tratamento dessas doenças fica prejudicado.
Contudo, o que é vírus?
103
Vírus, do latim, quer dizer "fluído venenoso" ou "toxina".
Eles são os únicos organismos acelulares da Terra atual sendo
pequenos agentes infecciosos submicroscópicos. Eles são
considerados parasitas intracelulares obrigatórios, pois
dependem de células para se multiplicarem. Um único vírus é
capaz de multiplicar, em poucas horas, milhares de novos vírus.
Os vírus são capazes de infectar seres vivos de todos os domínios
Desta maneira, os vírus representam a maior diversidade
biológica do planeta, sendo mais diversos que bactérias, plantas,
fungos e animais juntos.
Nos dias de hoje há um conhecimento a respeito da AIDS:
desde como o vírus age no organismo apontando sua progressão
e sintomas, quais sejam, infecção aguda, latência clínica e
síndrome da imunodeficiência adquirida; passando pela
contaminação orientando que o vírus HIV é transmitido através
do sangue, do sêmen, da secreção vaginal e do leite materno;
isso sem falar na prevenção, diagnóstico e tratamento (este
embora não existindo cura, os soropositivos são tratados com
coquetéis de drogas que inibem a multiplicação do vírus, mas
não o eliminam do organismo); até a cultura e sociedade com
seu estigma, impacto econômico, mídia, religião, negação,
conspirações e equívocos.
Mas, também há um conhecimento em relação à história
da AIDS em termos de descoberta e origem. No que se refere à
descoberta já foi dada uma ideia geral. Agora sobre a origem do
HIV que é o tema deste encontro será abordado a seguir.
• Origem
Acredita-se que o vírus HIV tenha se originado em
primatas no centro-oeste africano e foram transferidos para os
seres humanos no início do século XX. O HIV parece ter se
originado através da evolução do vírus da imunodeficiência símia
(SIV), que infecta os chimpanzés selvagens. Há evidência de que
104
humanos que participavam de atividades com animais selvagens,
como caçadores ou vendedores de animais silvestres, se
infectaram com o SIV. No entanto, o SIV é um vírus fraco que,
normalmente, é suprimido pelo sistema imunológico humano
dentro de poucas semanas após a infecção. Acredita-se que
várias transmissões de pessoa para pessoa desse vírus em rápida
sucessão são necessárias para dar-lhe tempo suficiente para se
transformar no HIV. Além disso, devido a sua taxa de
transmissão pessoa-a-pessoa relativamente baixa, o SIV só pode
se espalhar por toda a população na presença de um ou mais
canais de transmissão de alto risco, que eram ausentes na África
antes do século XX.
Estudos genéticos do vírus sugerem que o ancestral
comum mais recente remonta ao ano de 1910. Os defensores
dessa data ligam a epidemia do HIV ao surgimento do
colonialismo e do crescimento das grandes cidades africanas
coloniais, o que levou a diversas mudanças sociais, como um
maior grau de promiscuidade sexual, disseminação da
prostituição e alta frequência de casos de doenças genitais
(como a sífilis) nas cidades coloniais nascentes. Embora as taxas
de transmissão do HIV durante a relação sexual vaginal sejam
baixas em circunstâncias normais, elas são muitas vezes
aumentadas se um dos parceiros sofre de uma doença
sexualmente transmissível que cause úlceras genitais. No início
dos anos 1900, as cidades coloniais eram notáveis por sua alta
prevalência de prostituição e de casos de úlceras genitais. Em
1928, por exemplo, acredita-se que em torno de 45% das
mulheres residentes no leste de Kinshasa, no Congo, eram
prostitutas, e, em 1933, 15% de todos os moradores da mesma
cidade tinham sífilis.
Uma visão alternativa defende que práticas médicas
inseguras na África após a Segunda Guerra Mundial, como a
reutilização de seringas não esterilizadas durante programas de
vacinação em massa, uso de antibióticos e de campanhas de
105
tratamento anti-malária, foram os vetores iniciais que
permitiram que o vírus se espalhasse e se adaptasse aos seres
humanos.
O caso mais antigo e bem documentado de HIV em
humanos remonta a 1959, na República Democrática do Congo.
O vírus pode ter estado presente nos Estados Unidos desde
1966, mas a grande maioria das infecções que ocorrem fora da
África subsaariana (incluindo nos Estados Unidos) pode ser
rastreada até um único indivíduo desconhecido que se infectou
com o HIV no Haiti e, em seguida, trouxe a infecção para os
Estados Unidos por volta de 1969. A epidemia se espalhou
rapidamente entre os grupos de alto risco (inicialmente em
homens que faziam sexo frequente com outros homens). Em
1978, a prevalência de HIV entre homossexuais masculinos
residentes de Nova Iorque e São Francisco era estimada em 5%,
sugerindo que vários milhares de pessoas no país estavam
infectadas.
No entanto, há também os que consideram a origem do
vírus é ainda desconhecida, sendo a ideia de que teria surgido na
África central, como resultado de uma mutação, e descendendo
por via indireta de outro vírus, não patológico, identificado no
macaco, apenas uma hipótese. Vide o livro de Jacques
Leibowitch intitulado “Um vírus estranho de origem
desconhecida: AIDS”, editora Record, 1984, 202 páginas.
Assim, “Origem do vírus da AIDS é conhecida” é um tema
complexo, fundamental e controvertido entre os cientistas e os
religiosos.
Como os messiânicos têm raciocinado a respeito deste
tema? Esse é o momento de procurar pensá-lo mais
profundamente.
106
REFLEXÃO
Nestes 24 anos como messiânico me atrevo em dizer que
possivelmente parte dos seguidores do Messias Meishu-Sama
tenha escutado falar que o HIV seja a origem da AIDS, e que a
outra parte nunca tenha discorrido ou ouvido falar sobre este
assunto. Agora, quanto à origem do vírus da AIDS
provavelmente a maioria ignora que ela seja conhecida ou
desconhecida. No entanto, tenho certeza que existam os que
compartilhem ser aquela oriunda dos primatas no centro-oeste
africano. Acho que os que tenham opinião dela ser de origem
desconhecida não duvidam de que ela possa ser compreendida e
tenha uma dada existência concreta.
Entretanto, quando se estuda os ensinamentos do
Messias Meishu-Sama, pode-se observar que o tema é abordado
de outra maneira que as acima mencionadas.
“Atualmente, a Medicina acredita que quase todas as
doenças são causadas por bactérias. As bactérias minúsculas,
que não podem ser vistas nem através de microscópios, são
chamadas de vírus.
Baseados na realidade evidenciada por essa pesquisa,
podemos afirmar que quase não há doenças transmitidas por
vírus. Considerando as condições apresentadas por profissionais
que, mais do que quaisquer outros, estão em contato com o
vírus, não podemos deixar de surpreender-nos.
Tudo o que existe neste mundo é necessário ao ser
humano. Caso chegue a época em que alguma coisa se torne
desnecessária, pela evolução da humanidade, tal coisa deverá
ser selecionada e destruída naturalmente. (...) As doenças
contagiosas, como outras doenças, são ações purificadoras. Só
que a purificação é violenta, roubando a vida das pessoas com
107
rapidez, razão pela qual elas são muito temidas. Vou explicar por
que as doenças contagiosas são violentas.
Quando as impurezas existentes no sangue humano
atingem certa densidade, surge uma ação para eliminá-las, cujo
motivo já expliquei anteriormente. A necessidade de se ativar
ainda mais essa eliminação é a razão da existência das bactérias.
Uma vez que são seres vivos, as bactérias, penetrando nos
alimentos ou na pele, necessitam de alimento, caso contrário,
não poderia preservar sua vida nem multiplicar-se. Isso acontece
com todos os seres vivos. Mas qual é o alimento das bactérias?
São as impurezas que existem no sangue. Quanto mais impuro
for o sangue da pessoa, mais propensa ela estará ao
aparecimento de bactérias. Assim, a distinção entre pessoas
doentes e pessoas sadias é que estas têm sangue puro, ao passo
que aquelas têm sangue impuro. Os portadores de vírus têm
pouca quantidade de sangue impuro, de modo que não estão
propensos a adquirir bactérias patogênicas nem a morrer,
ficando numa situação mediana.
Baseados no princípio acima, podemos dizer que as
bactérias são como faxineiras. Sua função é fazer com que os
portadores de sangue impuro se tornem portadores de sangue
puro. Visto que a Medicina promove uma paralisação intensa e
contrária à purificação executada por esses úteis micróbios, o
resultado é a morte. E não é só. Dando a isso o nome de
imunização, ela realiza a vacinação preventiva de diversas
doenças contagiosas, o que vem a se tornar causa do
enfraquecimento da força de purificação do ser humano e
diminuição da resistência física. (...).
A Medicina diz que os glóbulos brancos realizam uma
atividade de defesa em relação às bactérias existentes no
sangue, mas, conhecendo o princípio que acabamos de expor, a
presença dessas bactérias não constitui problema. O pernilongo
e outros insetos que as pessoas abominam, transportam os
limpadores de sangue e por esse motivo também são existências
108
importantes para os seres humanos, pois, atualmente, existe
muita gente de sangue impuro. No futuro, quando houver um
grande número de pessoas de sangue puro, não haverá mais
razão para a existência desses insetos, que desaparecerão
naturalmente. Em minha opinião, a palavra “contágio” deveria
ser substituída por “aparecimento”. (...)”
“A medicina moderna considera a bactéria como a causa
da maioria das doenças. Portanto, o seu princípio é a de que se
interromper o contágio pelas bactérias não ocorrerão as
doenças, mas o que vem a ser as bactérias? Essa questão é que
deve ser investigada profundamente. Isto é, enquanto não
compreender o ponto fundamental “Por que motivo e de onde
surgem as bactérias?” não será estabelecida a verdadeira
medicina. Por mais minúscula que seja a bactéria, ela não surgiu
de forma repentina e acidental, mas sim porque havia motivo
para surgir e deve existir uma origem do seu surgimento
[aparecimento]. No entanto, a medicina investiga apenas o curso
de contágio da bactéria e não procura compreender a parte mais
profunda e fundamental. Isto significa que ela ainda não
alcançou esse estágio e que só conseguiu entender apenas parte.
Dizer apenas que a doença surge por meio do contágio de
bactérias, em outras palavras, não passa de uma espécie de
teoria de efeito. Simplesmente pelo desenvolvimento do
microscópio conseguiram detectar seres microscópicos e
descobrir que eles são as causas das doenças. Assim, ficaram
extasiados e considerando-os como base vieram desenvolvendo
pesquisas. Sendo essa a atual bacteriologia, quando visto por
nós, é algo extremamente superficial. Obviamente, deve chegar
até a origem do surgimento das bactérias e apreender a sua
essência. Entretanto, acho que não é que os cientistas ainda não
perceberam isso, mas não há o que fazer uma vez que ainda não
descobriram um método que é essencial para a sua
compreensão. E, o aperfeiçoamento maior do microscópio será
um trabalho nada fácil e, além disso, na realidade, a observação
109
da parte compreendida daqui para frente será impossível por
meio de aparelhos. Isto porque, trata-se de um mundo próximo
ao nada e ao qual denominei de mundo inorgânico. Todavia,
mesmo os cientistas reconhecem que não se trata do nada
verdadeiro. Eles imaginam que com certeza deve existir algo,
mas não conseguem compreender a sua essência. O que
conseguiram apreender de uma forma vaga foi o vírus. Portanto,
podemos dizer que a bacteriologia ainda não se libertou do
estágio infantil. Existe um motivo profundo para isso. Isto é, o
mundo inorgânico citado acima, como disse anteriormente, não
pertence ao campo científico, ou seja, ela encontra-se na zona
entre a ciência e a religião. Na realidade, é nessa zona
intermediária que se encontra o local do surgimento das
bactérias, trata-se de um mundo de elementos muito mais
rarefeito que o ar.
(...) Porém, com certeza, haverá entre os cientistas
aqueles que vão ficar surpresos e atônitos com a minha teoria e
se simpatizar. Isto porque, há cem anos, acho que não havia
ninguém que acreditava considerando um megalomaníaco
quando se falava no avião que voa o céu, no rádio que se ouve
há milhares de distância e na bomba atômica que ceifa milhares
de vidas num instante.”
“A ciência está convicta de que a causa das doenças é
resultado da existência de bactérias e micróbios no corpo
humano. Então, pela lógica comum, a cura deve se iniciar pela
eliminação desses seres microscópicos. Na verdade, porém, uma
doença tem como causa algo muito menor que uma bactéria,
que nem sequer chega a ser visível através das lentes de um
microscópio. E também o ato de se tentar a eliminação desses
seres infinitamente pequenos está equivocado, tem se mostrado
ineficaz e, de certo modo, a adoção desse ponto de vista chega
até a ser ingênua, pois o homem tem de ser considerado por um
ângulo maior, global e transcendente, ou seja: como a soma de
dois corpos - o material e o espiritual.
110
Esse foi o motivo que me levou a escrever o livro
"Revolução da Medicina", em cujas páginas há um capítulo
específico sobre o assunto, sob o título "A Ciência não Cura as
Doenças", e sobre o qual tecerei alguns comentários. De acordo
com esse Ensinamento, a civilização atual vem se desenvolvendo
ao ritmo de novos inventos tecnológicos, e as ciências médicas
ganharam força com a descoberta e o aprimoramento do
microscópio, capaz de detectar formas de vida até então nunca
vistas a olho nu, o que representou um grande avanço da ciência.
Mas a medicina trata apenas do corpo material das
pessoas. No entanto, o ser humano não é uma simples máquina,
ou um sistema elétrico, ou um dentre tantos outros inventos. A
vida humana é nobre, sutil, e a sua essência não apresenta a
menor possibilidade de ser captada por uma lente de
microscópio. Explicando melhor: o soonen do ser humano, por
exemplo, é formado por uma partícula tão minúscula, que nem
se torna possível expressá-la em massa atômica, porque ela
chega ainda a ser infinitamente menor que uma bactéria.
No entanto, com o auxílio de microscópios, a ciência é
capaz de detectar um corpo centenas ou milhares de vezes
ampliados, mas, mesmo assim, tal corpo ainda será grande, se
for comparado ao infinito. Se invertermos o raciocínio, dirigindo
nossa observação para o macrocosmo, constataremos que o
Universo não apresenta uma linha limite. Não há essa
demarcação, porque estamos diante do infinito: o macrocosmo é
o infinito e o microcosmo também é, e nesse ponto infinitamente
pequeno é que reside a causa das doenças.”
“Os micróbios surgem naturalmente. Esta minha teoria é
fundamentada na ciência de Deus. Quero explicá-la para que
todos a entendam claramente. Não se trata, contudo, de um
propósito fácil porque o objeto desta pesquisa encontra-se no
lado espiritual invisível.
111
Embora o meu pensamento contrarie a ciência
convencional, estou expondo a minha teoria com base em fatos.
Por isso, acho impossível, opiniões contrárias derrubarem esta
minha tese. Vejamos, então, como surgem os micróbios,
partindo de uma instância imaterial que vai se adensando até
chegar a uma forma material. (...)
Evidentemente o ser humano está presente nos três
mundos. O corpo físico é composto de uma parte material visível,
e também de elementos materiais não percebíveis pelos nossos
olhos. A verdadeira essência do homem, entretanto, é o espírito
invisível, onde se encontra a causa original de todas as doenças.
Como a medicina admite que as moléstias atinjam
somente o corpo físico, considera sua origem apenas do ponto de
vista material e, por isso, acredita que as enfermidades são
provocadas pela infiltração de micróbios no organismo. De
acordo com esse conceito, o inimigo vem de fora, mas, pela
minha teoria, ele se origina dentro do corpo humano. É por isso
que a medicina fala em contágios por meio de micróbios; eu,
porém, acredito no surgimento natural deles no interior do corpo
do ser humano. Pela teoria da medicina (baseada no
aparecimento externo), os micróbios podem ser detectados por
máquinas, mas pela minha (do “interno”) é difícil de ser
comprovada.
Para abolir tais dúvidas, eu preciso antes esclarecer sobre
a formação do espírito do ser humano. Na verdade é uma
manifestação de vida altamente densa e infinitamente sutil, da
qual nem mesmo um microscópio dos mais avançados consegue
perceber uma minúscula partícula que seja.”
“O microscópio possui muitas utilidades, mas no que se
refere à vida do ser humano, como no caso das doenças, não
tem utilidade nenhuma. Isso porque o microscópio não
consegue analisar aquilo que é infinito.
O vírus, por exemplo, é uma partícula muito minúscula,
que mesmo aumentando milhões ou bilhões de vezes, não se
112
consegue entendê-lo claramente, comprovando assim que ele
é um tipo de forma infinita. Ou seja, parece algo gasoso,
porém é muito mais rarefeito que o ar, é espírito. E espírito é
infinito. Resumindo, esses micróbios que são infinitos (vírus),
na verdade, são as máculas, material maligno, toxinas
infinitas.”
“Em síntese, a lógica fundamental tanto da causa quanto
do tratamento de doenças consiste no conhecimento da
existência de nuvens ou máculas espirituais. Em outras palavras:
a manifestação exterior é apenas sintoma da doença, já que a
sua causa encontra-se no interior, nas nuvens que envolvem o
espírito.”
“Então, para curar radicalmente as doenças se precisa,
antes de tudo, eliminar as nuvens espirituais, onde se encontra a
causa da origem dos micróbios. Esse princípio, entretanto, está
num nível muito mais elevado do que aquele em que se encontra
a ciência convencional.”
“O ser humano carrega não só as suas próprias máculas,
como as de sua raiz familiar. Além disso, mesmo sem saber, ele
absorve substancias tóxicas, aumentando, inevitavelmente, o
número de suas enfermidades.”
“Normalmente a causa da doença, ou sua origem, não se
encontra no local onde se manifesta o sintoma. Ao contrário, é
semelhante ao que ocorre num teatro. A apresentação, no palco,
é o efeito de tudo o que foi preparado no camarim. No caso das
doenças, o ponto focal está no camarim, nunca na encenação.”
“Dentro desse esquema, a doença equivale ao palco, mas a
causa está no camarim, onde o problema deve ser resolvido para
que haja a cura radical.”
Após esses vários trechos de ensinamentos do Messias se
pode concluir que a doença AIDS tem como causa não o
contágio pelo vírus HIV proveniente ou não dos macacos [ou de
qualquer ser material], mas sim as máculas advindas por herança
113
genética ou por ingestão de remédios e fertilizantes, que faz
surgir o espírito deste vírus purificador destas máculas?
Porém, se as máculas são advindas, então a causa está na
herança e ingestão de remédios e fertilizantes. Ou mais
profundamente, no que causa essa herança e ingestões.
Para responder a esta questão se vai a mais alguns
trechos de ensinamentos de Meishu-Sama:
"Os ancestrais e seus descendentes estão ligados por elos
espirituais. Na medicina, isso é definido como herança genética.
O fato é que, às vezes, a transmissão hereditária não ocorre. A
teoria científica sobre a hereditariedade não é absoluta. No
entanto, digo categoricamente que as nebulosidades
transmitem-se aos descendentes. Quando numa determinada
cadeia genealógica surge uma grande pessoa, que soma
virtudes, isso contribui para a eliminação dos pecados, não se
verificando, então, a hereditariedade. Esta é transmitida sempre
do Mundo Espiritual. Naquele plano, os antepassados são
julgados e purificados, por isso, os resíduos dos pecados, que
foram julgados e lavados, fluem para os habitantes do Mundo
Material."
“O pecado de enganar ou ludibriar os olhos humanos será
redimido, consequentemente, pelos males da vista; aquele que
se comete através da palavra, provocará doença dos ouvidos ou
da língua; torturar a mente do próximo causará dores de cabeça;
o uso dos braços apenas para benefício próprio, será fonte de
padecimentos nos braços. A purificação ocorre de acordo com o
princípio da concordância.”
Então, a causa seria o pecado?
Lendo São João dizendo que “Pecado é a transgressão da
Lei [Divina]”, “O pecado não procede Dele” e “Aquele que é
nascido de Deus não vive em pecado”; escutando que a
ignorância não é defesa, pois, aqueles que pecam, mesmo que
nunca ouçam o evangelho, estão condenados por causa de seu
pecado; lendo São Paulo aos coríntios: “não quero, irmãos, que
114
sejais ignorantes”; Buda: “O conflito não é entre o bem e o mal,
mas entre o conhecimento e a ignorância; e o próprio MeishuSama: “Pesquisando a causa dos sofrimentos da humanidade,
descobri que eles se originam na ignorância.”
A causa seria então a ignorância, mas por quê?
Deus tem as características de Deus Supremo, quais
sejam: Sabedoria, Amor e Força. Enquanto, Satanás tem as
respectivas opostas de Ignorância, Ira e Insaciedade. Portanto, o
pecado originado pela ignorância não procede de Deus, mas sim
de Satanás.
Cada homem possui em sua personalidade três espíritos:
1) Espírito Primordial (alma) que é nascida de Deus não vivendo
em pecado, mas sim na região divina pautada pelos três tipos de
bens que são sabedoria, amor e força; 2) Espírito Secundário no
âmbito animal pautado pelos três tipos de males que são
ignorância, ira e insaciedade; 3) Espírito Guardião, geralmente
um antepassado seu.
Logo, ignorância causa pecado, este dependendo do tipo
gera máculas que sujam o sangue de tal maneira que faz surgir o
necessário HIV para purificar a doença chamada AIDS.
Mas, quais seriam estas ignorâncias causadoras de
pecados que levariam ao HIV a ponto dele transmitir a AIDS?
Para isso se oferece alguns dados.
1º) a transmissão acontece quando uma quantidade
suficiente de vírus HIV entra na corrente sanguínea. No paciente
soropositivo o vírus HIV se encontra em grande quantidade nos
seguintes líquidos orgânicos: sangue, sêmen, secreção vaginal e
leite materno.
2º) Para que o vírus entre na corrente sanguínea, ele
precisa de uma porta de entrada, que pode ser o pênis, a vagina,
o anus, a boca, transfusões de sangue, agulhas e seringas em
usuários de drogas, dentro do útero e amamentação. Se houver
alguma ferida nessas regiões a probabilidade de contágio é
maior. O risco por 10.000 exposições a uma fonte infectada é:
115
Transfusão de sangue = 9.000;
Nascimento = 2.500;
Uso compartilhado de seringa = 67;
Agulha cortante = 30;
Penetração vaginal receptiva = 10;
Penetração vaginal insertiva = 5;
Penetração anal receptiva = 50;
Penetração anal insertiva = 6.5;
Penetração oral receptiva = 1;
Penetração oral insertiva = 0.5.
3º) O sangue é um dos três componentes do sistema
circulatório, os outros dois, são o coração (responsável não só de
bombear o sangue, mas também e principalmente de captar o
elemento fogo com sua luz e calor, isto é, temperatura) e os
vasos sanguíneos. Suas funções são: transporte de substâncias
(nutrientes, oxigênio, gás carbônico e toxinas), regulação
(hormônios para crescimento, desenvolvimento, bem como para
funções de vários tecidos, do sistema reprodutor, etc.) e
proteção de nosso corpo (anticorpos).
Grosso modo, se pode conjecturar que a origem do vírus
da AIDS é conhecida e que esta seja a ignorância de alguém e até
de seus antepassados em desencaminhar, desordenar e
desproteger destacadamente em relação à materialização do
espírito, sexo e alimentação básica da vida humana. Ou seja, é a
ignorância que transgride a lei do espírito precede a matéria, a
lei da ordem e a lei de causa e efeito envolvendo inflexibilidade
e desumanidade.
Exemplos: executantes da pena de morte por injeção
letal; nazista que realizaram experiência sobre esterilização;
militares japoneses estupradores e praticante de vivissecções,
isto é, dissecações de pessoas vivas, em alguns casos, sem
anestesia, retirando órgão por órgão até ao óbito.
116
MUÇULMANO
É INCIVILIZADO
117
118
TEMA
Abordá-lo em poucas páginas exige escolha. A eleição foi
pelo aspecto ideológico, destacadamente o religioso.
Posto de lado os significativos aspectos político,
econômico e social ficando assim de fora indagações e fatos
importantes. Por exemplo, a pergunta “Islamismo é incompatível
com o capitalismo?” e o domínio da profunda divisão dos
muçulmanos em dois grandes grupos, os sunitas e os xiitas, que
tem um conflito político intenso entre eles.
Mas, o que se prestará a atenção é no preconceito e
ignorância como o da afirmação que “o islamismo é uma religião
violenta e seus seguidores são fanáticos, terroristas e assassinos;
como os árabes são muçulmanos, logo, todos os árabes são, no
mínimo, suspeitos de serem terroristas.”.
E é por isso que se aborda o tema “Muçulmano é
incivilizado”.
• Muçulmano
É apenas um sinônimo de islâmico, não havendo
nenhuma diferença entre os termos.
Islâmico se refere aos seguidores do islamismo que é
uma religião que surgiu cerca de seis séculos após o
Cristianismo. Existem 1,57 bilhão de muçulmanos,
compreendendo 23% da população mundial, sendo a segunda
maior religião e a que mais cresce no mundo. Permanecendo
atrás apenas da população cristã estimada em 2,25 bilhões.
Portanto, muçulmano ou islâmico é todo seguidor da
religião Islâmica, assim como os seguidores do Cristianismo são
chamados de cristãos e os adeptos do Judaísmo de judeus.
119
• Incivilizado
Diz-se de quem é asselvajado, bárbaro e principalmente
por ser antidemocrático e contrário à liberdade de expressão,
pois “sem democracia não há civilização digna deste nome” e o
“suporte vital da democracia é o princípio de expressão”.
• Islamismo é uma religião violenta?
Islamismo é a doutrina do Islã que significa "submissão",
derivando de uma raiz que significa "paz".
Assim, os muçulmanos têm como profissão de fé a
submissão a Alá. Proclamar Alá como Deus único e Maomé como
o seu último e mais importante profeta, além de seguir o
Alcorão, são aspectos dessa submissão. Portanto, a liberdade
para muçulmano consiste na aceitação desses pressupostos.
Mas, islamismo também quer dizer viver em paz com o
Criador, consigo mesmo, com outras pessoas e o ambiente. A
doutrina islâmica é baseada no preceito de trilhar o caminho da
generosidade.
Terrorismo tem o sinônimo de terror/violência e o Islã de
paz. Então por definição e significados estas duas palavras são
opostas. Porém, e apesar do Islã significar paz alguns grupos de
terrorista cometem atos violentos e de terror invocando o nome
de Alá ou a religião Islâmica.
• Árabes são muçulmanos?
Árabe é um termo referente a uma etnia, ou seja, à etnia
árabe, que é caracterizada pela língua árabe. Assim, todos os
povos que têm a língua árabe como oficial são chamados árabes.
120
Os árabes têm uma população de 350 milhões
distribuídos por 22 países entre o Oriente Médio e a África:
Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Arábia Saudita, Síria, Iêmen,
Líbia, Sudão, Marrocos, Tunísia, Kuwait, Argélia, Emirados
Árabes Unidos, Bahrein, Qatar, Omã, Mauritânia, Somália,
Palestina, Djibouti e Comores.
No entanto, o fato de a religião islâmica ter sido criada
pelo povo árabe onde o islamismo ganhou muitos adeptos,
gerou uma confusão de achar que todo muçulmano é árabe.
Basta ver que os turcos, os iranianos e os afegãos são povos
muçulmanos, mas não árabes, pois não falam a língua árabe.
Os três países que possuem as maiores populações
muçulmanas do mundo não são árabes, pela ordem, Indonésia
com cerca de 225 milhões (90% de sua população), Paquistão
com 175 (96%) e Índia com 160 (13%). Lembra-se que na Europa,
há diversos povos muçulmanos, como é o caso dos Albaneses,
dos Bósnios, dos Chechenos. Além disso, há muitos imigrantes
muçulmanos em países como França, Alemanha e Inglaterra.
Apesar de a maioria dos povos árabes professarem o
islamismo, não se pode afirmar que todo árabe é muçulmano,
pois há o caso do Líbano e da Síria que possuem uma expressiva
parcela de sua população que é adepta do Cristianismo.
Em suma, uma em cada quatro pessoas no mundo é
muçulmana e a maioria não é árabe. Cerca de dois em cada três
muçulmanos estão na Ásia.
Observar que a Índia, país de maioria hindu, tem o dobro
de muçulmanos que o Egito; a China tem mais muçulmanos do
121
que a Síria; a Alemanha, mais que o Líbano; e a Rússia mais que
a Jordânia e a Líbia juntas.
As repúblicas islâmicas do Irã, Paquistão, Afeganistão e
Mauritânia não são de países árabes.
Um fato curioso é que no Brasil, há o costume de referirse aos imigrantes árabes em geral como turcos, no entanto, isso
é um equívoco, uma vez que os turcos são muçulmanos, mas
não são árabes, já que não falam a língua árabe. Esse equívoco
se deu porque quando os primeiros imigrantes vindos da Síria e
do Líbano, países árabes, chegaram ao Brasil, esses países
estavam sob o domínio do Império Turcomano, e, portanto,
esses imigrantes entravam no Brasil registrado como turcos.
• Contexto das origens do islã
O islamismo nasceu na península arábica (onde estão
atualmente a Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes
Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait e Omã), habitado por
centenas de tribos nômades devido à escassez de água e a aridez
do chão transformando-o em inóspito para a agricultura.
Antes do advento do islã, os árabes não formavam uma
unidade política coerente. Nos inícios do século VII a Arábia
posiciona-se em torno de dois impérios que se defrontam. A
oeste, o Império Bizantino, cristã e herdeiro de Roma,
dominando norte de África, Palestina, Síria, Anatólia, Grécia e sul
da Itália. A leste, o Império Persa ocupando área correspondente
122
aos atuais Iraque e Irã que tinham como religião oficial o
zoroastrismo, mas nele também viviam cristãos e judeus.
• Império Bizantino (476-1453)
O Império Romano foi divido em Império Romano
Ocidental (capital Roma, moderna Istambul, originalmente
Bizâncio) e Império Romano Oriental (capital Constantinopla).
Grosso modo, pode ser visto nas cores rosa e amarelo do mapa
exposto, respectivamente.
Império Bizantino é a continuação do Império Romano
durante a Antiguidade Tardia e Idade Média. Inicialmente parte
oriental do Império Romano (frequentemente chamada de
Império Romano do Oriente) que sobreviveu à fragmentação e
ao colapso do Império Romano do Ocidente no século V e
continuou a prosperar, existindo por mais de mil anos até sua
queda diante da expansão dos turcos otomanos em 1453.
123
Nota-se que a maior parte da península arábica ficou
intocada não só do Império Bizantino, mas também em toda
expansão romana de 750 a.C. a 476 d.C.
• Maomé (570 – 632)
Líder religioso e político árabe. Segundo a religião
islâmica, Maomé é o mais recente e último profeta do Deus de
Abraão. Para os muçulmanos, Maomé, foi precedido em seu
papel de profeta por Jesus, Moisés, Davi, Jacó, Isaac, Ismael e
Abraão. Ele não rejeitou completamente o judaísmo e o
cristianismo duas religiões monoteístas já conhecidas pelos
árabes. Em vez disso, ele declarou que era necessária proteção a
estas religiões e informou que tinha sido enviado por Deus para
restaurar os ensinamentos originais destas duas, que tinham
sido corrompidos e esquecidos.
No século VII, Maomé à frente de um exército de dez mil
homens conquistou Meca e iniciou a expansão do Islamismo ao
proclamá-lo como a única e verdadeira religião dos árabes.
Após sua morte, os califas que o sucederam na liderança
espiritual e política de o Islamismo unificou a Península Arábica e
iniciaram suas lutas contra os impérios vizinhos, principalmente
o bizantino e o persa que se guerreavam entre si.
• Império Árabe (632-1258)
O surgimento do Islamismo foi a principal semente para o
nascimento do Império Árabe que dominaria uma vasta região
que incluía o norte da África, o sul da Europa, o Oriente Médio e
territórios na Ásia que chegavam até a Índia e o Paquistão.
No começo do século VIII, os árabes tinham conquistado
a Península Ibérica e avançavam para tomar o restante da
Europa cristã, mas foram barrados no sul da França.
124
Tendo se tornado uma civilização tolerante (islã como
paz?) e brilhante sob o ponto de vista intelectual e artístico, o
império muçulmano sofreu de gigantismo e viu enfraquecer-se
militar e politicamente. Aos poucos, as zonas mais longínquas
tornaram-se independentes ou então foram recuperadas pelos
seus inimigos, bizantinos, francos e reinos neo-godos, os quais
guardavam na memória a época de conquista.
No século X, os turcos seljúcidas que eram muçulmanos
(não confundir com os turcos otomanos antepassados dos
criadores do atual estado da Turquia), acentuaram a guerra
contra os cristãos e esmagaram as forças bizantinas em 1071
conquistando Palestina e Jerusalém em 1078.
Comparando os dois mapas se podem perceber o quanto
de conflito por conquistas existiu entre os romanos e os árabes,
ou ainda, entre os cristãos e os muçulmanos.
125
• As cruzadas entre os séculos XI e XIII
O domínio dos turcos seljúcidas sobre a Palestina foi
percebido pelos cristãos do Ocidente como uma ameaça e uma
forma de repressão sobre os peregrinos e os cristãos do Oriente.
Em 1095, o papa Urbano II exortou os nobres franceses a libertar
a Terra Santa (nome pelo qual os cristãos denominavam a
Palestina) e a colocar Jerusalém de novo sob soberania cristã,
apresentando a essa expedição militar como uma forma de
penitência. A multidão presente aceitou entusiasticamente o
desafio e logo partiu em direção ao Oriente, sobrepondo uma
cruz vermelha sobre suas roupas (daí terem recebido o nome de
"cruzados"). Assim começavam as cruzadas declaradas pelo Papa
e apoiadas por vários reis Europeus, acontecimento mais
importante nesta época entre o Islã e o mundo Ocidental.
Mas, o que é uma cruzada? Ela é qualquer um dos
movimentos militares de inspiração cristã que partiram da
Europa Ocidental em direção à Terra Santa e à cidade de
Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las
sob o domínio cristão. Era uma “guerra santa”.
As Cruzadas eram também uma peregrinação, uma forma
de promessa, penitência. Por volta do ano 1000, aumentou
muito a peregrinação de cristãos para Jerusalém, pois corria a
crença de que o fim dos tempos estava próximo e, por isso,
valeria a pena qualquer sacrifício para evitar o inferno.
Quando a Primeira Cruzada alcançou o Oriente Médio no
século XI, os reinos muçulmanos não deram importância a ela. A
reação só viria quase um século depois quando um dos líderes
cruzados começou a representar uma ameaça aos lugares
sagrados do Islã, inclusive atacando peregrinos que iam a Meca e
desrespeitando acordos do rei cristão de Jerusalém e do líder
muçulmano Saladino. Naquele momento, Saladino declarou
126
"guerra santa" aos cruzados e eles acabaram definitivamente
expulsos das terras muçulmanas no fim do século XIII.
• Expansão Turcomana (1299 - 1923)
O mundo islâmico atingiu um novo esplendor com o
Império Otomano, cujas origens se encontram nas migrações
dos turcos das estepes da Ásia Central para a Anatólia onde
fundaram um pequeno estado e que haviam se convertido ao
islamismo. Em 1453, depois de um cerco de dois meses, os
otomanos tomaram Constantinopla. O antigo Império Bizantino
foi substituído pelo novo Império Otomano como a grande
potência do mar Mediterrâneo.
• Mundo arábico é conquistado no século passado
Em meados do século XIX a maior parte do mundo
islâmico tinha sido conquistada pelas potências europeias, em
concreto pela França, Inglaterra e Rússia.
Nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial
inicia-se a prospecção de petróleo no Oriente Médio, na qual os
ingleses se revelarão os mais ávidos.
127
Durante a Primeira Guerra Mundial os Aliados
exploraram o descontentamento em relação ao Império
Otomano existente em regiões como a Arábia e a Síria. Apesar
das promessas de apoio ao movimento nacionalista árabe, o fim
da guerra acabou por traduzir-se num aumento da colonização
europeia sobre os países árabes.
Aos franceses seria atribuído, pela Sociedade das Nações,
um mandato sobre a Síria e o Líbano, e aos ingleses sobre a
Palestina. Os filhos de Hussein governam Transjordânia e Iraque
sob patrocínio britânico. Na Arábia forma-se um reino liderado
por Ibn Saud, com o apoio dos Estados Unidos.
Após a adoção de uma resolução pela Assembleia Geral
das Nações Unidas em 1947, recomendando a adesão e
implementação do Plano de Partilha da Palestina para substituir
o Mandato Britânico. Em 1948, o chefe-executivo da
Organização Sionista Mundial declara o estabelecimento de um
Estado Judeu em Israel, a ser conhecido como o Estado de Israel,
uma entidade independente do controle britânico.
As nações árabes vizinhas invadiram o recém-criado país
no dia seguinte, em apoio aos árabes palestinos. Israel, desde
então, travou várias guerras com os Estados árabes
circundantes, no decurso das quais ocupou vários territórios.
Isso não quer dizer que em termos mais gerais que o
mundo islâmico não tenha sofrido conquistas como a do Egito
em 1798 por Napoleão Bonaparte. Por volta de 1818 a Índia já
estava praticamente toda sob influência britânica. Em 1941,
durante a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido e a União
Soviética invadiram o Irã a fim dos recursos petrolíferos.
Como ficou o orgulho e a tolerância dos muçulmanos,
daqueles que sempre conquistaram? Martírio é o caminho?
128
• Respostas terroristas jihadistas a esta conquista
Desde o período de expansão do Império Árabe até hoje,
a jihad também tem sido interpretada como luta armada para
defesa e aumento do poder muçulmano. Na tradição
muçulmana o mundo é dividido em duas "casas". Uma é a do
Islã, onde estão os governos e a lei muçulmana; a outra é a da
Guerra, habitada por todos os nãos muçulmanos, ou seja, pelos
"infiéis". Assim, o conceito de jihad como uma luta externa
permanecerá até que todo o mundo adote o Islã ou se submeta
a ele. Mas, como nasceu esse conceito?
Maomé visitado pelo anjo Gabriel que lhe teria
transmitido às palavras de Deus e elas teriam virado o Alcorão, o
livro sagrado dos muçulmanos. E é lá no Alcorão que está o
conceito de Jihad cujo significado é "lutar, se esforçar".
O Islamismo foi determinante na união do povo árabe e
no desenvolvimento de uma das mais importantes civilizações
que já surgiu no planeta. O conceito de "jihad" foi essencial para
isso. O fato de Maomé não ter sido apenas um profeta e um
líder espiritual, mas também um líder político e militar
contribuiu para a amplitude do significado que a jihad adquiriu.
A "luta" do jihad é primeiramente uma busca pela
melhoria espiritual individualmente, uma luta interna de cada
muçulmano para que se torne uma pessoa melhor. Porém, pode
haver também a necessidade de um jihad externa, que seria
feita através da luta física, dos combates, de uma "guerra santa"
dos seguidores do Islamismo contra os inimigos de Deus.
Maomé usou o Alcorão e o conceito de jihad para unir os
árabes não só espiritualmente como também politicamente.
Os árabes tornaram-se "soldados de Alá (Deus)" e em
nome dele lutavam. Alá era considerado o supremo chefe do
Estado islâmico e consequentemente o comandante dos
exércitos muçulmanos. Suas ordens chegavam até os soldados
através do profeta Maomé e, após sua morte, pelos califas.
129
Na atualidade, os grupos terroristas islâmicos têm usado
o conceito de jihad no sentido de "guerra santa" para atacar
alvos que eles consideram como inimigos do Islã. Os alvos
envolvem tudo que for relacionado à destruição do Estado
Sionista; perseguição a cristãos; assassinato de dissidentes em
países islâmicos; intolerância a críticas como dar a vida em nome
do islã e recebendo como recompensa 72 virgens no paraíso,
bem como a submissão das mulheres; intolerância a algo
considerado insultuoso como a charge que exiba o rosto do
profeta Maomé, o que seria uma idolatria.
• A religião islâmica não justifica o terrorismo
Jihad é uma distorção da interpretação do conceito
original, já que a tradição muçulmana estabeleceu algumas
regras para a "guerra santa", entre elas tratar bem os
prisioneiros e a proibição de matar mulheres e crianças.
Regras que o terrorismo em geral não respeita. Isso pode
ser comprovado não só nos terrorismos islâmicos como AlQuaeda (operando internacionalmente), Estado Islâmico (no
Iraque e Síria), Hamas (território da Palestina), Talibã (Paquistão
e Afeganistão) e Boko Aram (Nigéria) (nome que significa “a
educação não islâmica é pecado”), mas também nos terrorismos
europeus como ETA (Espanha) e IRA (Irlanda). Bem como em
países, vide as bombas nucleares soltadas pelos americanos no
Japão e os foguetes lançados por Israel alvejando civis.
As organizações islâmicas condenaram o ataque
terrorista à revista Charlie Hedbo, na França, como: a Liga Árabe,
que reúne todos os países árabes do mundo; a Al Azhar,
considerada o principal centro de ensino islâmico do planeta, e
todas as mais importantes organizações islâmicas dos EUA e da
Europa. O mesmo vale para Chefes de Estado de todos os países
de maioria muçulmana, que enviaram lamentos para franceses.
130
• Os islâmicos lutam contra os terroristas
Centenas de milhares de muçulmanos lutam diariamente
contra a Al Qaeda e o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Não
há nenhuma força ocidental lutando contra eles em terra – os
EUA participam apenas de operações aéreas e logísticas. São as
Forças Armadas sírias, as Forças Armadas iraquianas, as Forças
Armadas libanesas, os curdos (sim, os curdos são muçulmanos)
que lutam diariamente contra estas organizações terroristas.
O islamismo moderado mostra-se como vertente
desejosa da paz. Mas generalizar muçulmanos é um erro. Um
turco imigrante na Alemanha não tem nada a ver com uma
muçulmana libanesa em Beirute ou um médico no Paquistão.
Seria como dizer que um alemão luterano, um católico italiano,
um evangélico na Guatemala e um cristão ortodoxo na Síria
tivessem as mesmas ideologias. Há correntes em conflito dentro
do islamismo, mencionado na introdução que não se irá tratar.
• Os muçulmanos defendem a liberdade de expressão?
Alguns argumentam que existem muitos regimes
ditatoriais, como a Rússia, Cuba, China e Coreia do Norte que
não são islâmicos; enquanto, há países de maioria muçulmana
como a Indonésia, Líbano, Paquistão, Turquia, Tunísia e
Bangladesh que são democráticos.
Mas, supondo-se entender que numa democracia
nenhum dogma deve ser respeitado e nenhuma ideia deve
crescer sem que não seja colocada em dúvida e testada. O que
os muçulmanos, cristãos, budistas, judeus, hinduístas, ateus e
etc., pensariam a respeito?
É sabido que muçulmanos e cristãos com seus
desenvolvimentos religiosos tiveram um impacto claro na
história política, econômica e militar das áreas dentro e fora do
que se consideram suas principais zonas geográficas de alcance.
131
E com isso têm empreendido suas "guerras santas" em nome de
Deus - o monoteísmo os impede de assimilar a divindade alheia.
Pois bem, numa democracia se têm que escrachar tanto
Alá como Deus, e tanto Maomé como Cristo. Ou seja, se tem de
provocar, questionar e apresentar as contradições e hipocrisias
religiosas para que todos vejam. Todavia, não somente nas
religiosas, mas também as existentes nos ateísmos, governos,
partidos políticos, juízes, messias e filósofos, entre outros.
Nada expõe de forma tão irreparável quanto o humor por
ele revelar o lado ridículo de cada um. Mais ridículos ainda são
aqueles incapazes de rirem de si mesmos.
Não foi à toa que, para democracias existir, foi antes
preciso afastar as religiões do governo. São conceitos
incompatíveis. Religiões partem do princípio de que há ideias
inatacáveis. Em democracias é o contrário.
O argumento de que fazer troça da religião é algo
desrespeitoso, é claro que é desrespeitoso, mas não importa. O
direito de não respeitar ideias é a viga mestra da democracia. Só
as ideias muito testadas devem sobreviver. Se uma única ideia
tiver a chance de crescer sem ser refinada, nasce o totalitarismo.
Se uma única ideia governar a todos sem oposição viva e
presente, já não se tem mais democracia.
Quando alguém se dispõe a matar para que algo não seja
dito, é este totalitarismo que deseja impor. Por vezes, as
discussões em democracia são desagradáveis e se é obrigado a
tolerar, empurrando as instituições para longe dos extremos, as
religiões ficam mais moderadas, os governos tendem ao centro.
Experiências de radicalismo não sobrevivem muito tempo.
Enfim, o que sempre deve ser defendido é a liberdade de
expressão. A pessoa pode ser qualquer coisa, até antissemita e
islamofóbica, desde que não pregue a violência, a difamação, a
calúnia, a subversão ou a obscenidade. O certo é que ninguém
merece morrer por uma piada, mesmo se for racista. Basta não
dar risada ou, melhor ainda, reagir com bom humor.
132
Os protestos servem para testar qualquer democracia.
Em 2006, uma parte da comunidade islâmica em Londres fez
uma manifestação em frente à embaixada dinamarquesa. No
ocidente, os valores democráticos permitem que um grupo que
se sinta ofendido, discriminado, proteste livremente. Imagina-se
um protesto de cristãos em Riad, capital da Arábia Saudita?
Manifestações de grupos radicais de judeus em Teerã, capital do
Irã? Não se imagina não, porque é simplesmente proibido.
A reciprocidade faz parte da democracia. Assim, por
exemplo, se a Arábia Saudita constrói luxuosas mesquitas em
lugares do mundo onde há pouquíssimos muçulmanos, então ela
não deve proibir igrejas ou outros templos não muçulmanos.
Uma francesa católica, onde essa religião predomina a
mais de um milênio neste país, vai viver na Arábia Saudita que é
uma monarquia absoluta teocrática, ela não deverá dirigir
veículo em respeito ao regime autoritário ali instalado que não
permite. Uma saudita muçulmana que vive na França que é uma
república unitária semipresidencialista poderá ou não dirigir em
respeito ao regime democrático ali existente. Posto isto vem as
indagações: vivendo na Arábia Saudita ou na França, faz
diferença de um francês muçulmano que assassina quem fez
uma charge do profeta Maomé? Faz diferença de um saudita
cristão rir? O que prevalece: religião ou regime?
133
REFLEXÃO
Meishu-Sama que é o Messias para os messiânicos ditou
vários ensinamentos há mais de 60 anos. A seguir se oferece
alguns trechos pertinentes a este tema.
• Democracia e liberdade
“Felizmente, alcançamos a liberdade religiosa com o
advento da democracia.”
“Deus concedeu ao homem a liberdade infinita. (...) Aqui
se percebe a superioridade do homem. Falar da sua liberdade é
dizer que ele ocupa o ponto médio entre os dois extremos - o
animal e o Divino.”
“A verdadeira liberdade é aquela que tem limites. Assim,
quando ultrapassamos esses limites, não só invadimos e
prejudicamos a liberdade dos outros, como também nos
tornamos traidores da cultura.”
“Tudo, na vida humana, principalmente a nossa fé, tem
de ser versátil, livre e desimpedido (...) “não criar formas, normas
e mandamentos” e, por extensão, “ser completamente livre de
todas as limitações”. Devo lembrar-lhes que não se trata de
anarquia, e sim, da liberdade que respeita a liberdade alheia. (...)
a Fé Messiânica difere muito da fé cujos preceitos são tão
rigorosos (donde as pessoas) (...) são aparentemente boas, mas
interiormente ruins.”
“Na era subdesenvolvida e selvagem, os fortes
pressionavam os fracos tolhendo-lhes a liberdade, impondo-lhes
a força, cometendo assassinatos e agindo como bem
entendiam.”
“A razão e o sentimento estão sempre em luta dentro do
homem. Se a razão vencer, não há falhas, mas a pessoa torna-se
134
fria; se o vencedor for o sentimento, os instintos ficam em
liberdade, o que é perigoso. O ideal é os dois se harmonizarem e
a pessoa não pender para um só lado, mas geralmente isso não
acontece.”
“Pretendo discorrer sobre a liberdade na própria Fé.
Há inúmeras religiões - grandes, médias e pequenas - no
mundo inteiro. Entretanto, todos pensam que sua religião é a
melhor , logicamente, considerando as demais de nível inferior,
advertem insistentemente os adeptos para não terem nenhum
contacto com elas. Dizem que as outras religiões provém do
demônio, que se deve temer o castigo de Deus e, ainda, que não
se obterá a salvação seguindo a dois senhores. (...)
A propósito, quero fazer mais uma advertência. O motivo
pelo qual uma religião proíbe seus fiéis de terem contato com
outras, talvez seja o receio de que eles possam encontrar uma
religião superior. Isso significa que existe um ponto fraco nessa
religião; portanto, os fiéis devem acautelar-se. Nesse ponto,
nossa Igreja é realmente liberal. Todos os messiânicos sabem
que até achamos muito útil o contato com outras religiões,
porque, através das pesquisas, estamos ampliando nosso campo
de conhecimentos. Por conseguinte, se acharem um religião
melhor que a Igreja Messiânica Mundial, podem converter-se a
ela a qualquer momento. Isso jamais constituirá um pecado.
Para o Verdadeiro deus, o importante é a pessoa ser salva e
tornar-se feliz.”
“Há religiões que despertam verdadeiro pavor. Nelas os
adeptos vivem sob o constante temor das divindades,
aprisionados pelos dogmas, não gozam da menor liberdade. A
esse tipo de Fé, eu denomino “Fé Infernal”.”
“Assim como a política, as religiões também podem ter
características liberais ou despóticas. A maioria das religiões
tradicionais é do segundo tipo. “Os inúmeros mandamentos que
possuem, preconizando o que deve ser feito, comprovam-no.”
135
• Orgulho, tolerância e martírio
“Orgulho, mania de grandeza, pedantismo e vaidade
produzem efeitos negativos. (...) Formar uma sociedade
harmoniosa e agradável foi, em todas as épocas, ideal da
verdadeira Democracia.”
“Com a perda da guerra, o orgulho dos japoneses voou
longe e, ao contrário, até nasceu neles um sentimento de
inferioridade. Nessa ocasião, houve uma declaração do
Imperador que deixou o povo perplexo: “Eu não sou Deus, sou
um homem”. Nasceu, então, a nova Constituição, que dizia estar
o poder político nas mãos do povo. Dessa forma, o Japão se
tornou uma nação democrática.”
“Precisamos ser tolerantes em relação às outras pessoas,
entrando no ritmo de sua conversa, mesmo que elas estejam
falando o que nos parece errado. Seja qual for à situação, nunca
se deve pensar em ganhar, e sim em perder. (...) Quando Cristo,
prestes a ser pregado na cruz, disse: “Venci o mundo”, creio que
estava ensinando essa verdade.”
“A resignação enfraquece o ritmo das atividades, mas a
falta de resignação também gera tragédias.”
“Mas existem religiões que até procuram o martírio. O
maometismo, o taoísmo e o bramanismo caracterizam-se pela
prática de penitências e do ascetismo, considerando-os como
essência da fé. (...) Como vemos, essas religiões são infernais,
pois considera o martírio um meio fundamental para polir a
alma. Assim, o homem torna-se uma espécie de ser anormal, que
transforma o sofrimento em prazer. Em verdade, isso acontece
devido à necessidade que ele tem de suprir, com as próprias
forças, a insuficiência do poder da Religião.”
136
• Civilização.
“Em primeiro lugar eu gostaria de dizer que muita gente,
anda confundindo cultura com civilização (...). Na verdade,
porém, cultura e civilização são coisas diferentes. Civilização é
um mundo ideal, sem nenhuma selvageria; a isso nós chamamos
de mundo civilizado. Já a cultura é o estágio intermediário entre
a selvageria e a civilização. (...)
O que é a verdadeira civilização? Em palavras simples, é
sinônimo de vida. Deve ser a época em que a humanidade possa
viver com segurança. Mas, (...) estamos na fase de transição
entre a selvageria e a civilização. O que vou falar agora não é
sobre a cultura, e sim sobre a civilização.
As doenças e as guerras são o que mais põe em risco a
vida. Se não tivéssemos guerras nem doenças, teríamos garantia
de vida, e este seria o verdadeiro mundo civilizado (...). A causa
das guerras também é a doença. Trata-se da doença mental. (...)
Observando o estado em que se encontra a humanidade
e a cultura, concluo que de maneira alguma isto é civilização.
Pelo contrário, é até um estado extremamente bárbaro. As
guerras de hoje são mais terríveis que as da época selvagem.”
“Para que este mundo se transforme em Paraíso objetivo de Deus - existe uma condição fundamental: eliminar a
maldade que a maioria dos homens traz no mais profundo
recanto de suas almas. (...) devemos lembrar-nos de que existem
vários níveis de mal: os grandes, os médios e os pequenos.
Citemos alguns exemplos: o mal premeditado, praticado
conscientemente; o mal que cometemos inconscientemente, sem
perceber que o estamos cometendo; o mal que praticamos por
não haver outro recurso; o mal que fazemos acreditando ser um
bem. O primeiro não necessita de maiores esclarecimentos; o
segundo é o que mais se vê; o terceiro, em termos de povos, é
praticado pelos selvagens, e, em termos individuais, pelos loucos
e pelos retardados, conseqüentemente não é tão grave; já o
137
quarto, isto é, o mal que se faz pensando ser um bem, é o mais
prejudicial, pelo empenho com que as pessoas o praticam, sem o
esconder. (...) Observando o mundo contemporâneo,
constatamos que o predomínio do mal é tão grande, que
podemos perfeitamente dizer que ele é o mundo do mal. (...) os
bons ficam subjugados, vivendo constantemente sob terror. (...)
A democracia surgiu em contraposição a esse absurdo
estado de coisas e por isso tem uma origem natural.”
“Não é de admirar que, atualmente, as pessoas
civilizadas não deem atenção ao tipo de fé em que se adoram
ídolos, considerando-o como de baixo nível. Entretanto, não
quero dizer que uma religião seja boa pelo simples fato de ser
religião. Isso porque há religiões de nível superior, médio e
inferior.”
“Todos já devem estar fartos dos casos de corrupção. (...)
A causa da corrupção, conforme dissemos, é o ateísmo. É preciso
semear a sólida crença de que, embora consigam enganar o
próximo, não conseguirão enganar a Deus. Dessa forma, tornarse-á impossível acontecerem casos de corrupção e outros
semelhantes.”
“Quando se fala em país selvagem, pensa-se logo nos
países da África e em alguns outros, mas, refletindo bem eles
não devem ser considerados pura e simplesmente selvagens:
seria mais corretos dizer que são selvagens-subdesenvolvidos.
O Japão certamente não é subdesenvovido, mas o fato é
que ele continua selvagem como antes. O que me faz pensar
assim é a observação da conjuntura atual. Vejo serem praticados
inúmeros atos de selvageria.”
“Inegavelmente, nos primórdios da sua história, a
humanidade possuía muitas características animais, mas não há
dúvida de que, após a era selvagem, ela veio progredindo
gradativamente construindo-se, pouco a pouco, a civilização
ideal. Neste sentido, o progresso da civilização consiste na
eliminação do caráter animal do homem. Alcançar esse nível é
138
alcançar a Verdadeira Civilização. Ainda hoje, porém, a maioria
das pessoas está sujeita ao terror da guerra, prova de que
persiste no homem uma grande parcela de características
animais. Assim, cabe ao artista uma grande missão: ele é um dos
encarregados da eliminação de tais características.”
• Conquista para expandir a Fé?
“Dizem que Maomé realizava conquistas para expandir a
Fé. Nesse caso, como fica?”. Meishu-Sama respondeu: “Isso é
crime e mérito ao mesmo tempo. Nesse caso, calcula-se a
diferença, por isso a pena torna-se relativamente leve.”
139
140
CORRUPÇÃO
É DESENVOLVIDA PELA PASSIVIDADE
141
142
TEMA
• Corrupção moral e política.
Corrupção é algo que denigre o passado ao olhar o que
foi a segurança, que impede o presente de uma saúde
verdadeira e que mata a esperança no futuro com o baixo nível
da educação. Bem como é um assunto complicado por existirem
várias interpretações acerca do seu significado, entre elas se
identifica: a corrupção no seu aspecto moral, que tende a vê-la
como um rompimento das virtudes do indivíduo em si mesmo; e
a corrupção política que seria fruto das regras próprias do
mundo político sem maiores relações com a moral individual.
Um dos principais defensores dessa chamada corrupção
moral foi santo Agostinho, que colocava a moralidade religiosa
acima da política, chegando, inclusive, a defender, em sua obra
Cidade de Deus, que a queda do Império se deu pela corrupção
moral dos romanos.
Já um dos defensores da chamada corrupção política foi
Maquiavel ao vê-la como uma ligação com a fraqueza das leis e
instituições políticas e a falta de preocupação e ação dos
cidadãos em relação à coisa pública. Ele mostrando inquietação
com o tema, afirmou que via a corrupção como uma
tuberculose, em que a cada dia cresce a dificuldade de se obter a
cura: “(...) no início, é fácil de curar e difícil de diagnosticar. Com
o passar do tempo, não tendo sido reconhecida nem medicada,
se torna fácil o diagnóstico e difícil sua cura. Nos assuntos de
Estado, acontece a mesma coisa. Prevendo os males que
nascem, o que só é permitido a um sábio, estes são curados
rapidamente. Mas quando se permitem que cresçam, por não
havê-los previsto, todos o reconhecem, porém não há mais
remédio.”
143
• Corrupção no Brasil.
Hoje, apenas em termos econômicos, estima-se que a
corrupção custe cerca de 72 bilhões de reais ao Brasil. É mais do
que se gasta com educação e quase o mesmo montante
destinado à área da saúde. Lisura política é sinônima de
desenvolvimento social. A redução de 10% no nível de corrupção
poderia aumentar em 50% a renda per capita do brasileiro, num
período de 25 anos. Donde se poderia ter um país melhor. Logo,
se pode perceber o quanto é importante tratar da corrupção.
Neste encontro se trata a corrupção limitada ao Brasil.
Esta que afeta diretamente o bem-estar dos cidadãos brasileiros
quando diminui os investimentos públicos na saúde, na
educação, em infraestrutura, segurança, habitação, entre outros
direitos essenciais à vida, e fere criminalmente a Constituição
quando amplia a exclusão social e a desigualdade econômica. Na
prática a corrupção ocorre por meio de desvio de recursos dos
orçamentos públicos da União, dos Estados e dos Municípios
destinados à aplicação na Previdência, programas sociais e tudo
mencionado acima que, entretanto, são desviados para financiar
campanhas eleitorais, corromper funcionários públicos, ou
mesmo para contas bancárias pessoais no exterior.
• Livro “Corrupção?” da Coleção Iniciação Messiânica.
Em agosto de 2013 quando ele foi lançado se apontou
que o Messias Meishu-Sama “não conseguia controlar sua ira ao
ver a corrupção dos políticos e da classe dominante” e que ele
ensinava sobre as causas e soluções a respeito da corrupção.
Sobre as causas: pensamento e educação ateísta,
materialista e egoísta; metade da civilização e partes das
pessoas são selvagens; maioria dos políticos e empresários são
indignos; falta no mundo sinceridade e democracia; sobra
144
medicamentos, encostos, liberalismo e diversões populares para
a grande massa popular de baixíssima categoria.
Sobre as soluções: pensamento e educação teísta,
espiritualista e altruísta levando em conta a religião; políticos e
empresários íntegros e de fibras; sinceridade; julgamento
rigoroso da justiça como condenação a trabalhos forçados; na
Era do Dia os malfeitos virão à tona de imediato; educadores e
religiosos com alma polida.
Meishu-Sama deve ter notado que muitos têm a opinião
de que para a corrupção moral praticamente não há solução,
pois, se a pessoa não vê problema em pequenos gestos ilícitos,
como subornar um guarda de trânsito, não é o Estado que vai
convencê-lo do contrário; assim, atribuem que os meios que
dispomos para combatê-la serem essencialmente políticosinstitucionais. O Messias não está convencido deste ponto de
vista e assinala a saída cultural tratada pela educação familiar e
religiosa:
“Através da História, vê-se que é difícil exterminar os
crimes somente com o poder das leis. Como não se consegue
eliminar todo o mal do homem, os crimes são inevitáveis;
consequentemente, só a Religião poderá trazer a verdadeira
solução para o problema. Contudo, casos que exigem soluções
imediatas não poderão ser resolvidos apenas por meio dela. Por
esse motivo, em primeiro lugar é preciso ensinar ao homem o
Caminho. Refiro-me ao Caminho Perfeito e à lógica.
Mas, também não invalida a política educacional:
“Até mesmo os intelectuais já estão percebendo a
situação, tanto assim que aconselham a volta ao ensino da
Moral nas escolas e a elaboração de algo que preencha as falhas
da Educação.”
Ou até a saída pela atenção dos políticos em praticar
boas ações e o esforço do povo em desenvolver sua inteligência:
“Aos políticos, cabe esquecerem a si próprios, pondo a
felicidade do povo acima de tudo e erigindo-se como exemplos
145
de boa conduta. O povo também deve praticar boas ações e
esforçar-se constantemente para desenvolver sua inteligência.”
No entanto, ao se ler este trecho de ensinamento a
seguir, parece que estas soluções necessitam ao mesmo tempo
de uma participação social:
“Caso contrário, esse tenebroso malefício chamado
corrupção, que impede sobremaneira a prosperidade de uma
nação, jamais será cortado pela raiz. Contudo, não basta ler
sobre o assunto ou ouvir ideias que entrem por um ouvido e
saiam pelo outro. Caso nossa ação se limite só a isso, com
certeza, chegará o dia de se "morder o umbigo", ou melhor, não
haverá mais solução alguma possível.”
Obviamente que não está retirando a criação das
premissas, surgimento e formação da corrupção ao ateísmo,
materialismo e egoísmo, bem como as demais causas apontadas
anteriormente. O que ele estaria querendo dizer com isso senão
que a corrupção é desenvolvida pela passividade.
Antes de se refletir sobre o tema em questão se tece
algumas considerações sobre o que lê e escuta a respeito das
causas e soluções sobre a corrupção.
• Causas.
Na Antiguidade, Aristóteles se dedicou em analisar as
causas da corrupção naquele tempo, notadamente no que tange
à corrupção dos magistrados. Para ele “É evidente que o excesso
e a ambição de bens materiais são a principal origem das
revoltas políticas. Com efeito, muitas vezes, elas nascem devido
à prepotência dos magistrados que abusam dos cargos por ser
demasiado ambiciosos, sublevando-se uns contra os outros, ou
contra o regime que lhes concedeu a autoridade. Na verdade, a
ambição desmedida dos magistrados deriva algumas vezes das
riquezas privadas, outras do erário”.
146
Uma determinada corrente de historiadores credita a
corrupção existente no Brasil, hoje, à formação do Estado
brasileiro, desde o período de colonização. Ela estaria associada
à vinda de determinadas pessoas de Portugal para o Brasil,
principalmente os degredados que foram enviados ao país na
nossa colonização inicial. É que no século XVI, pessoas que
cometiam crimes em Portugal eram condenadas a cumprir suas
penas no Brasil, assim como em outras colônias portuguesas.
Com, Tomé de Souza, primeiro governador geral do Brasil, para
exemplificarmos, vieram cerca de quatrocentos degredados.
O nepotismo e tráfico de influência já teriam
desembarcado no Brasil a bordo da primeira caravela, sendo
apontado como exemplo a Carta a El rei D. Manuel escrita por
Pero Vaz de Caminha, onde solicita ao rei que mandasse "vir
buscar da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro".
A prática da corrupção já no século XVII fez o padre
Antônio Vieira denunciar através do Sermão do Bom Ladrão,
onde expõe corajosamente os desmandos praticados por
colonos e administradores no Brasil: “O ladrão que furta para
comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas
levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de
mais alta esfera. (...) os ladrões que mais própria e dignamente
merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os
exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a
administração das cidades, os quais já com manha, já com força,
roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um
homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo
do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam,
são enforcados: estes furtam e enforcam”.
Ocorre que o fato de serem enviados degredados para o
Brasil não pode ser tido como questão fundamental na
influência da corrupção naquela época. Aliás, não foram apenas
os portugueses de má índole que vieram povoar o Brasil. Além
deles, tivemos os índios e vieram africanos, japoneses, italianos,
147
ou seja, gente de todo o planeta formar o que hoje é o povo
brasileiro, numa miscigenação de raças e culturas.
Para a época, era prática perfeitamente aceitável pelas
normas e costumes então vigentes a distribuição de favores por
parte do Soberano ou a procura desses favores por parte da
população. A ilegalidade dessas práticas só passa a existir
quando a legislação começa a distinguir os domínios público e
privado. Porém, esse modo de gerir o Estado deixou cicatrizes
que até hoje não foram curadas no Brasil, haja vista que
continuamos seguindo as mesmas diretrizes do Estado
Patrimonialista de outrora.
O modo de pensar a colonização do Brasil traduzia-se,
nos seguintes dizeres: “O inglês fundou na América uma pátria, o
português um prolongamento do Estado.” À Portugal não
interessava, pelo menos a princípio, o aperfeiçoamento moral e
cultural da colônia. O interesse em jogo era, como dito,
fundamentalmente econômico. As Capitanias hereditárias são
um claro exemplo de promoção da exploração econômica do
Brasil, associada a uma enorme confusão entre o público e o
privado. E essa confusão derivava do que se chamou de Estado
Patrimonialista.
A escolha dos homens que iriam exercer funções públicas
faz-se de acordo com a confiança pessoal que mereçam os
candidatos, e muito menos de acordo com as suas capacidades
próprias. Trata-se, o patrimonialismo e clientelismo, é bom que
se enfatize, de um padrão moral onde as relações familiares são
privilegiadas em detrimento das relações com os demais
membros da sociedade, numa marcada afronta e desrespeito ao
que é público. Os reis governavam o País como se fosse sua
própria casa, sem que houvesse qualquer distinção entre o
público e o privado.
Além do patrimonialismo e clientelismo, outro fator que
pode ser considerado fundamental na formação da cultura
corrupta vivida pelo Brasil é o chamado coronelismo, que é um
148
exercício de poder monopolizante por um coronel cuja
legitimidade e aceitação se baseiam em seu status, de senhor
absoluto, e nele se fortalecem, como elemento dominante nas
instituições sociais, econômicas e políticas.
Vê-se que o persistente nível de corrupção que hoje
assola o Brasil, deriva, em grande parte, das práticas já
existentes nos séculos passados, principalmente do período de
colonização e império, que tem grande participação na formação
cultural do país. O que hoje se vê, pode ser tida pelo reflexo da
evolução cultural brasileira, evolução baseada em princípios
como o do patrimonialismo, clientelismo e coronelismo, herança
maldita de tempos passados.
A tentativa de encarar a corrupção como algo histórico e
natural é que é amplamente prejudicial à sociedade brasileira e
reduz sobremaneira a possibilidade de se combatê-la.
Entre as inúmeras razões que agravaram a corrupção no
Brasil estão, em destaque, o crescimento da máquina estatal,
trazendo consigo uma excessiva burocratização, ampliando as
oportunidades para o exercício de práticas clientelistas e
patrimonialistas, e aumentando o domínio do executivo sobre o
legislativo; e a construção de Brasília, que libertou os políticos do
controle das ruas, ampliando a sensação de impunidade.
A impunidade assume grande importância na execução
fiscal. Hoje, os débitos inscritos na Dívida Ativa da União
ultrapassam a espantosa soma de R$ 1 trilhão. Evidentemente,
há algo errado nesse processo. Tal fato, combinado com
recorrentes anistias e remissões - instrumentos que só
excepcionalmente deveriam ser utilizados -, constitui generoso
estímulo ao sonegador e desrespeito ao bom contribuinte.
Embora, se possam notar as fontes inesgotáveis de
corrupção no sistema eleitoral e no financiamento de
campanhas, é simplismo atribuir as deficiências do Poder
Legislativo meramente a eles.
149
É necessário perquirir a razão pela qual há um
aviltamento moral no Congresso Nacional. Em boa medida, a
explicação se encontra na degradante subtração de sua missão
constitucional de legislar e fiscalizar, em virtude, sobretudo, do
abuso das medidas provisórias. A atividade congressual passou,
por consequência, a centrar-se nas inúmeras barganhas para
tramitação de medidas provisórias e outras propostas
legislativas oriundas do Poder Executivo, tendo como foco a
aprovação de emendas à proposta orçamentária, classificáveis
em geral como transferências voluntárias a Estados e
municípios, ou demandas por fisiologismo ou aparelhamento.
Essas práticas deságuam, quase sempre, em corrupção.
"Anões do orçamento", "mensalão", "sanguessugas",
"vampiros", “petrolão”, comissões pagas para liberações de
verbas ou licenciamento de atividades, etc., são apenas nomes
distintos para fenômenos decorrentes daquelas práticas.
Mais recentemente, um conhecido parlamentar
pronunciou esta pérola do cinismo impune: "O governo nos
pede milhões para a DRU e nos dá uma merreca. Ninguém é
capacho". O espantoso é que o autor dessa indecorosa frase não
foi submetido a uma apuração por falta de decoro ou nem
sequer foi objeto de uma leve indignação.
Enquanto permanecerem as causas que geram essa
modalidade de corrupção, é somente esperar pelo próximo
escândalo, que será mitigado por uma discreta investigação de
Comissões de Ética ou demissão de alguma autoridade.
Enfim, todos confiam, como proclamou um dos
investigados no escândalo do mensalão, que o tempo se
encarregará de apagar de nossa complacente memória a história
da corrupção e seus personagens.
Outras hipóteses de corrupção poderiam ser exploradas.
De tudo, todavia, resta a conclusão de que se vive uma
perturbante crise axiológica, em que nossos valores estão sendo
jogados ao rés do chão. Quando se aceitam, com naturalidade,
150
pretensas teses como "recursos não contabilizados", "caixa dois
de campanha" ou desvios éticos para assegurar a
governabilidade, é inevitável, também, que a sociedade passe a
aceitar, sem repulsa, o governante que "rouba, mas faz".
A corrupção começa antes de o candidato se eleger.
Campanhas realizadas com dinheiro sonegado – o tal caixa 2 –
alimentam a sujeira. O candidato recebe uma grana preta de um
empresário e, depois de eleito, paga em favores. É o famoso
rabo preso.
Alguns a resumem principalmente em três variáveis: 1ª) a
oportunidade para ocorrer o ato ilegal, entre esta se tem a
burocracia que dificulta o acesso aos serviços públicos e abre
brechas para os “jeitinhos”; 2ª) a chance de a ação corrupta ser
descoberta; 3ª) a probabilidade de o autor ser punido. É certo,
por outro lado, que sempre que uma pessoa, exercendo uma
função pública, detém certos poderes, deterá também a
possibilidade de utilizar-se desses poderes para o abuso de sua
autoridade, agindo de forma arbitrária. E isso poderá, apenas,
ser combatido com a fiscalização dos poderes, que pode ser
hierárquica, de função, ou interpoderes.
• Soluções.
Justiça única que segura, não tarda e nem falha: No
Brasil, crimes eleitorais são julgados por tribunais especiais que
julgam apenas questões eleitorais. A distinção leva à corrupção.
Como resolver? Usar o Código Penal para todos – candidatos ou
não. Políticos corruptos têm seus nomes encaminhados à Justiça
Eleitoral. Em tese, seriam inelegíveis a partir desse momento.
Não à recursos que conseguem arrastar o processo por vários
anos. Quando são condenados, já passaram por vários mandatos
e enriqueceram com nosso dinheiro. Político preso não pode
continuar sendo artigo raríssimo no Brasil. A imunidade
151
parlamentar e as diversas possibilidades de recursos não podem
permitir que mesmo os corruptos escapem das punições.
Fidelidade partidária: As eleições para o Legislativo são
proporcionais, ou seja, o número de cadeiras que um partido
ocupa depende do número total de votos na sigla. No Brasil, se
deve acabar com o cálculo que usa o método que privilegia o
número absoluto de votos que a legenda recebeu e incentiva
que candidatos nanicos se filiem a legendas maiores só para
pegar carona. Pois, o resultado é um Congresso com
representantes sem comprometimento com as propostas
políticas dos partidos, levando ao troca-troca sem fim de siglas.
Deste modo se defende a expressividade de votos do candidato:
O método usado na Noruega considera também o número de
votos individuais dos políticos. Assim, dificulta a eleição de
candidatos com votações pouco expressivas.
Cadeia neles: Funcionários públicos pegos com a boca na
botija – ou, para usar uma metáfora mais atual, com dinheiro na
cueca – são investigados como qualquer outro cidadão, o que
não pode significar processos lentos e punições que nunca
chegam. Uma das soluções seria instituir o rito sumário, que
diminui a possibilidade de recursos, para processos de desvio de
dinheiro público.
Acabar com o toma lá, dá cá: O poder público é obrigado
a abrir licitações para compra de materiais e contratação de
serviços. Elas não podem continuar com focos de corrupção,
onde empresários são favorecidos nos processos de licitação, em
troca de propina. O resultado disso é o superfaturamento e o
povo acaba pagando muito por produtos ou serviços que custam
bem menos. Quando a sociedade toda puder acompanhar as
compras do poder público, o risco de fraude é menor. Um jeito
de garantir essa transparência é instituir licitações eletrônicas,
em que qualquer empresa pode concorrer via internet, tudo às
claras.
152
Sepultar de vez a CPIzza: A lei brasileira já é impecável no
que se refere às CPIs. A Constituição diz que o Congresso pode
instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito desde que um
terço dos parlamentares assine o requerimento. Os regimentos
internos da Câmara e do Senado determinam que todos os
partidos – inclusive os da base de apoio do governo – indiquem
integrantes para a CPI. Os governistas não podem atrasar as
indicações, de propósito. Ou seja, a CPI, que deve ser um
instrumento da minoria, não pode acabar dependente da
vontade da situação. Além disso, acordos internos costumam
sepultar as investigações.
Pressão popular e troca de chefia: Mesmo com todas as
entrelinhas das normas internas do Legislativo, a CPI costuma
sair diante da pressão da sociedade. A mídia tem função decisiva
nesse processo. O Ministério Público investiga suspeitas de
corrupção política. Quando termina um inquérito ele submete
suas conclusões à Polícia Federal e às polícias estaduais para que
os culpados sejam presos. Mas quem manda nas polícias é o
presidente através de seus ministros, e os governadores nos
estados. Para evitar que as polícias descumpram as decisões do
Ministério Público, a solução é radical: transferir o comando
delas para o Ministério Público, invertendo a ordem das
hierarquias. Já que a Polícia Federal é do governo, na atualidade
é algo aparelhado, enquanto o Ministério Público é do Estado.
Para finalizar se registram as dez soluções para melhorar
o Brasil que funcionaram na china sugeridas pelo Primeiro
Ministro da China na visita recente ao Brasil:
1ª) pena de morte para crimes hediondos comprovados.
Criminosos reincidentes já tiveram sua chance de mudar
e não mudaram, portanto, não merecem tanto empenho do
governo, nem a sociedade honesta e trabalhadora merece
conviver com tamanha impunidade e medo. Eliminando os
bandidos mais perigosos, os demais terão mais receio em
praticarem seus crimes, isso refletirá imediatamente na
153
segurança pública do país e na sociedade, principalmente na
redução drástica com os gastos públicos em segurança. Em
longo prazo isso também reflete na cultura e comportamento de
um povo.
2ª) punição severa para políticos corruptos.
Na China, corrupção comprovada é punida com pena de
morte ou prisão perpétua, além é óbvio, da imediata devolução
aos cofres públicos dos valores roubados.
3ª) quintuplicar o investimento em educação.
Um país que quer crescer precisa produzir os melhores
profissionais do mundo e isso só é possível quando o país investe
no mínimo cinco vezes mais do que o Brasil tem investido hoje
em educação, caso contrário, o país fica emperrado, aqueles que
poderiam ser grandes profissionais, acabam perdidos no
mercado de trabalho por falta da base que deveria prepara-los,
com o tempo, é normal a mão de obra especializada passar a ser
importada, o que vem ocorrendo a cada vez mais no Brasil,
principalmente nos últimos cinco anos quando o país passou a
crescer em passos mais largos.
4ª) redução drástica da carga tributária e reforma
tributária imediata.
O estado precisa ser aliado e não inimigo das empresas,
afinal, é do trabalho destas empresas que o país tira seu
sustendo para crescer e devolver em qualidade de vida para seus
cidadãos, a carga tributária do Brasil é injusta e desorganizada e
enquanto não houver uma mudança drástica, as empresas não
conseguirão competir com o mercado externo e o interno ficará
emperrado como já é.
5ª) redução de pelo menos 80% dos salários dos políticos
brasileiros.
O Brasil tem os políticos mais caros do mundo, isso
ocorre pela cultura da malandragem instalada após a
democracia desorganizada que tomou posse a partir dos anos 90
e pela falta de regras no quesito salário do político. O político
154
precisa entender que é um funcionário público como qualquer
outro, com a função de empregar seu trabalho e seus
conhecimentos em prol do seu país e não um "rei" como se
veem atualmente, a constituição precisa definir um teto salarial
compatível com os demais funcionários públicos e a partir dai os
aumentos seguirem o salário mínimo padrão do país, na China
um deputado custa menos de 10% do que um deputado
brasileiro. A revolta da nação com essa balbúrdia com o dinheiro
público, com o abuso de mega-salários, sem a devida
correspondência em soluções para o povo, causa ainda mais
prejuízos ao estado, pois um povo sentindo-se roubado pelos
seus líderes políticos perde a percepção do que é certo, justo,
honesto e honrado.
6ª) desburocratização imediata.
7ª) recuperação do apagão de investimentos dos últimos
50 anos.
8ª) investir fortemente na mudança de cultura do povo.
A grande massa do povo brasileiro não acredita mais no
governo, nem nos seus políticos, não respeita as instituições,
não acredita em suas leis, nem na sua própria cultura,
acostumou-se com a desordem governamental e passou a ver
como normal às notícias trágicas sobre corrupção, violência, etc.,
portanto, o Brasil precisa investir na cultura brasileira, iniciando
pelas escolas, empresas, igrejas, instituições públicas e assim por
diante, começando pela educação patriótica, afinal, um grande
povo precisa amar e honrar seu grande país, senão é inevitável
que à longo prazo, comecem surgir milícias armadas na busca de
espaço e poder paralelo ao governo, ainda mais, sendo o Brasil
um país de proporções continentais como é.
9ª) investir em ciência e tecnologia imediatamente.
Proporcionalmente, o Brasil investe menos de 8% do que
a China em ciência e tecnologia, isso começou a ter forte reflexo
no país nos últimos cinco anos, quando o Brasil passou a crescer
e aparecer no mundo como um país emergente e que vai crescer
155
muito a partir de agora, porém, não tem engenharia de
qualidade, não tem medicina de qualidade, tecnologia de
qualidade, não tem profissionais com formação de qualidade
para concorrer com os países desenvolvidos que se encontram
mais de 20 anos a frente do Brasil, isso é um fato e precisa ser
visto
imediatamente, pois
reflete
diretamente
no
desenvolvimento de toda nação.
10ª) menoridade penal e trabalhista a partir de 16 anos.
O Brasil é um dos poucos países que ainda possuem a
cultura de tratar jovens de 15 a 18 anos como crianças, não
responsáveis pelos seus atos, além de proibi-las de oferecer sua
mão de obra, isso é erro fatal para toda a sociedade, afinal, o
Brasil, assim como a grande maioria dos países, estão
envelhecendo e precisam mais do que nunca de mão de obra
renovada, além do que, essa contradição hipócrita da lei, serve
apenas para criar bandidos perigosos, que ao atingirem 18 anos,
estão formados para o crime, já que não puderam trabalhar e
buscaram apenas no crime sua formação. Na China, jovens tem
permissão do governo para trabalhar normalmente (não apenas
como estagiários como no Brasil) a partir dos 15 anos, desde que
continuem estudando e, sim, respondem pelos seus crimes
normalmente, como qualquer adulto com mais de 18 anos.
Não houve interesse do governo em divulgar esses fatos,
pois, para o PT e demais governantes, do jeito que o Brasil se
encontra é exatamente o jeito que eles sempre sonharam, um
país que reina a impunidade política e o povo não tem vez nem
voz, até porque, essa cultura citada, é exatamente o que poderia
causar problemas na atual política brasileira, portanto, um povo
acomodado e que apenas assiste de camarote o corrupto sacar
dinheiro do seu próprio bolso, é o sonho de qualquer criminoso
do colarinho branco.
156
REFLEXÃO
A corrupção seria estagnada e sofreria retrocesso com a
participação e controle social consciente.
• Atuação e não omissão.
A eliminação do "ovo da serpente" da corrupção não é
tarefa fácil, porque reclama lideranças políticas capazes de
mobilizar a sociedade para esse objetivo, em bases estritamente
democráticas. A reversão dessa crise moral, entretanto, é
condição indispensável para a construção do futuro do País.
As páginas dos jornais estão repletas de manifestações
descontentes diante dos vários casos de corrupção que
constantemente se vê no Brasil. Nas ruas, no cotidiano dos
brasileiros, outro tanto de contrariedade e desgosto é notado
com frequência. A população, em geral, não mede palavras para
desqualificar os corruptos que assolam o país. Contudo, parecenos que esse tal aborrecimento e a revolta da sociedade fica
restritos apenas a xingamentos, ou no máximo, uma
manifestação pública isolada contra a corrupção, o que
aparenta-nos ser muito pouco diante do muito, nesta luta
incessante contra a malversação de dinheiro público.
É preciso um embate mais efetivo, mais constante. É
preciso que os cidadãos não se acomodem diante de tantas
fraudes aos bens públicos. Apesar de várias serem as
alternativas formuladas para a solução da corrupção, podemos
dizer que todas convergem no sentido de que deve haver uma
maior participação do cidadão na vida efetiva do Estado. Um
diagnóstico quase unânime, diz que quando uma população
passa a não mais compartilhar a vida política de sua
157
comunidade, abrem-se as primeiras brechas para o advento da
corrupção.
A sociedade brasileira precisa parar de acreditar que é
impossível controlar a corrupção porque isso faz com que os
brasileiros desenvolvam um sentimento que resulta num
individualismo exacerbado, uma cultura egocêntrica, onde cada
um pensa exclusivamente no seu bem estar singular, a resolução
dos problemas do seu mundo particular é suficiente para a sua
satisfação pessoal. Os cidadãos só se revoltam contra a
corrupção quando esse mal se torna demasiado evidente e o seu
impacto é sentido como sintoma de injustiça social numa
conjuntura econômica difícil.
Hoje, está intrínseco também na cultura existente no
Brasil, o conceito de que tudo pode ser resolvido com a edição
de uma lei regulamentando determinado assunto. Assim
aconteceu, em 1992, quando foi aprovada, então, a Lei de
Improbidade Administrativa. Passados mais de vinte anos da
entrada em vigor da lei, pouca coisa mudou, o que significa dizer
que a legislação por si só não é suficiente para promover o
combate à corrupção. Precisa-se de mais que isso.
A mania de regulamentação foi introduzida e reforçada
pela grande presença de juristas no poder legislativo e na
administração do estado. A aspiração maior desses juristas é
formular a legislação perfeita, que enquadre toda a realidade e
evite qualquer brecha por onde possa escapar o transgressor.
Contudo, o Brasil precisa deixar de lado essa crença de
que a edição de normas e a criação de severas penas vai pôr
termo à questão da constante corrupção no país.
Há na verdade a necessidade de impor efetividade a
essas leis. Fazer com que elas sejam, realmente, cumpridas, e
que os corruptores não possam mais se esconder por trás de
cargos e prestígios sociais e sejam, de fato, penalizados por seus
delitos. Isso influenciará, sobremaneira, outros corruptores a
não mais praticarem tais atos.
158
A corrupção não é uma transgressão exclusiva dos
políticos brasileiros, do contrário, ela é o retrato de toda uma
sociedade que a aceita. Não a aceita com essa terminologia, mas
com a simpática expressão “jeitinho brasileiro”. De acordo com
uma pesquisa, realizada pela PESB, Pesquisa Social Brasileira, em
torno de dois terços dos entrevistados já se utilizou do “jeitinho
brasileiro”, seja para requerer algum favorecimento ou para
favorecer a alguém. É preciso que o corrupto sinta que não mais
é aceito pela sociedade, que se trata de persona non gratta.
As ideias de participação e controle social estão
intimamente relacionadas: por meio da participação na gestão
pública, os cidadãos podem intervir na tomada da decisão
administrativa, orientando a Administração para que adote
medidas que realmente atendam ao interesse público e, ao
mesmo tempo, podem exercer controle sobre a ação do Estado,
exigindo que o gestor público preste contas de sua atuação.
A participação contínua da sociedade na gestão pública é
um direito assegurado pela Constituição Federal, permitindo que
os cidadãos não só participem da formulação das políticas
públicas, mas, também, fiscalizem de forma permanente a
aplicação dos recursos públicos.
Assim, o cidadão tem o direito não só de escolher, de
quatro em quatro anos, seus representantes, mas também de
acompanhar de perto, durante todo o mandato, como esse
poder delegado está sendo exercido, supervisionando e
avaliando a tomada das decisões administrativas.
A origem da corrupção tem ligação direta com o
aparecimento do Estado. Trata-se de um mal global. A ONG
Transparência Internacional, para se ter uma ideia, divulga todos
os anos um relatório que indica a percepção de corrupção nos
setores públicos dos países (um total de 107 países em 2013), de
acordo com avaliações de ONGs, fundações, centro de estudos e
bancos de desenvolvimento. No último relatório apresentado,
em 09 de julho de 2013, o Brasil aparece com um índice de
159
percepção de 4,6, numa escala que varia de 0 a 5, onde 5 indica
o nível máximo de corrupção.
Em regra, os países que ocupam as primeiras colocações
no ranking são países com alto grau de desenvolvimento
humano e distribuição de renda mais equilibrada, tais como
Dinamarca, Finlândia e Suíça, o que indica que esses índices são
deveras importantes na corrupção de um País.
Ocorre que nos países onde estes aspectos não estão
maciçamente presentes, verifica-se um elevado abuso de poder,
tanto político quanto econômico que favorece a prática de
corrupção.
• Exercício da cidadania.
Um dos primeiros exercícios é o da projeção que o voto
efetua em nosso quotidiano como um instrumento que traduz
anseios pelas mudanças. É nesse contexto de transformação por
uma sociedade mais igualitária que o jovem se encaixa como
peça fundamental para o futuro não se mostrando relapso às
discussões rumo: a uma nação mais politizada; a um anular a
esperteza do Estado de ser apenas a continuidade das várias
mazelas, como mudar para continuar do mesmo jeito; e a
conscientizar que quem vende o voto por uma cesta básica ou
outro artifício, vende a sua liberdade, sua cidadania, a sua
dignidade. Sendo assim, a política do “pão-e-circo” exercida na
Roma Antiga ainda possui traços que se evidenciam na política
contemporânea.
Um segundo exercício é o da educação para cidadania
requerendo envolvimento cognitivo e afetivo do indivíduo. O
simples repasse de conhecimento e informação não é o bastante
para despertar o interesse dos jovens na participação social. O
ensino requer a participação no meio escolar, esclarecimento
das dúvidas, envolvimento afetivo, espírito crítico, debates, e a
resolução pacífica de conflitos e oposição ao autoritarismo.
160
A adesão de valores democráticos e a participação
política estão diretamente ligadas ao nível de escolaridade.
Quanto mais educado e culto o povo é, mais alto será o nível do
país, diminuindo as desigualdades e problemas. Para que haja
formação de cidadãos que saibam gozar cocientes de seus
direitos políticos e civis, será necessário um melhoramento na
educação pública do país. Só assim pode-se contar com um
futuro melhor.
Que se tomem cuidado com os aparelhamentos desde as
organizações estudantis como A Política Nacional de
Participação Social (PNPS).
Alguns dizem que são três os fatores que formam a base
de sustentação de uma política honesta: educação (leva tempo,
mas garante resultados duradouros), participação popular e
Estado atuante no sentido positivo.
161
162
ECONOMIA DO FUTURO
É A DO IZUNOMÊ
163
164
TEMA
No mundo contemporâneo o que orienta a organização
de uma sociedade e seu espaço, em termos jurídico-políticos,
econômicos e ideológicos, é predominantemente um dos dois
sistemas: capitalismo ou socialismo.
Registra-se que, segundo a teoria marxista, o socialismo é
uma etapa para se chegar ao comunismo que substituiria o
capitalismo, mas que nunca foi implantado em nenhum país.
Mas, também se pode entender o socialismo, como as correntes
de pensamento que se opõem a Estados fortes nos quais uma
burocracia ligada a um partido único exerce o poder em nome
dos trabalhadores formando ditaduras que promovem
perseguições contra dissidentes e nomenclaturas que usufruem
de privilégios do Estado.
Deste modo, os termos socialismo e comunismo também
não serão muitos precisos aqui, inclusive por empregarmos
textos de outros autores.
• Capitalismo
Este sistema tem como objetivo principal a acumulação
de capital através do lucro, estabelecendo: o domínio total ou
parcial de todos os meios de produção; o controle do mercado
desempenhado pela livre concorrência e a competição; os altos
investimentos designados ao desenvolvimento dos setores
produtivos são provenientes de capitais privados; a existência de
sociedade dividida em classes sendo uma composta por uma
elite dona dos meios de produção e a outra formada por
trabalhadores.
165
Hoje em dia quase todos os países adotam o capitalismo,
sendo os mais significativos: Estados Unidos, Japão e Europa
desenvolvida.
• Socialismo
Este sistema tem como base a socialização dos meios de
produção, o bem comum a todos e a extinção da sociedade
dividida em classes porque todos são donos dos meios de
produção, bem como o controle e monopólio executado pelo
Estado sendo que o direcionamento do investimento é
proveniente de órgãos estatais.
Atualmente apenas alguns países adotam o socialismo,
como China, Vietnã, Coréia e Cuba.
• Capitalismo x Socialismo
As principais características de comparação apontadas a
seguir são baseadas nas experiências econômicas e sociais dos
países que aplicaram na prática o capitalismo e o socialismo.
Capitalismo: existência de pobreza e miséria em grande
parte dos países x Socialismo: o governo garante o necessário
(educação, saúde, alimentação) para a sobrevivência das
famílias. Baixíssimo índice de pobreza.
Capitalismo: sistemas de educação e saúde público e
privado. X Socialismo: sistema de educação e saúde público.
Capitalismo: existência de classes sociais, definidas,
principalmente, pela condição econômica das pessoas. X
Socialismo: inexistência de classes sociais.
Capitalismo: liberdade econômica (livre concorrência)
com pouca intervenção do governo na economia. X Socialismo:
falta de liberdade econômica com grande intervenção do
governo na economia.
166
Capitalismo: salários dos trabalhadores definidos pelo
mercado. X Socialismo: salários controlados e definidos pelo
governo.
Capitalismo: preços dos produtos são definidos pela lei
da oferta e procura. X Socialismo: preços controlados pelo
governo.
Capitalismo: investimentos nos setores da economia
feitos pelo Estado e também pela iniciativa privada. X
Socialismo: investimentos feitos apenas pelo Estado.
Capitalismo: existência de desigualdades sociais,
principalmente nos países em desenvolvimento. X Socialismo:
baixa desigualdade social.
Capitalismo: meios de produção (fábricas, fazendas) e
bancos nas mãos de particulares (propriedade privada). X
Socialismo: fábricas, fazendas, bancos controlados pelo governo.
Capitalismo: valorização e existência do lucro nos
negócios, que ficam para o(s) proprietário(s). x Socialismo: a
renda derivada da produção é socializada entre os
trabalhadores.
Tendo em vista o tempo desse encontro, este será
limitado ao aspecto econômico, qual seja: economia de mercado
e economia planificada.
Uma das principais diferenças entre economia de
mercado e economia planificada se resume em como está
regulada a atividade econômica e produtiva por parte do Estado.
Se o Estado toma uma posição intervencionista pode se tratar de
uma economia planificada em quanto se o Estado só controla e
coleta impostos à atividade econômica, estaria se referindo a
uma economia de mercado, onde o mercado se auto regula.
• Economia de Mercado
Inicialmente se recorda que a palavra mercado dizia
respeito a um lugar determinado onde os agentes econômicos
167
realizavam suas transações. Na historia geral da economia se
descreve como os senhores feudais da idade média
estabeleciam mercados em seus territórios, concedendo o
privilegio de sua exploração, como forma de atender ás
necessidades de suprimentos em seus domínios e de facilitar,
pela centralização das transações, a cobrança de tributos.
Este conceito chegou aos dias atuais, o mercado
permanece, por tradição como um lugar definido, especialmente
edificado, para o encontro de produtores e consumidores.
Nesses mercados locais, geralmente o que mais se vende são
produtos, destinados a suprimentos básicos. Exemplo: COBAL,
CADEG e CEASA.
Mas o conceito de mercado, em sua acepção econômica
mais ampla, está bem distante dessa tradição. Mercado, agora é
uma abstração. Já não existe a conotação geográfica e nem física
como os mercados virtuais.
O Capitalismo econômico teve início no fim da idade
média. As características básicas que acabam de ser descritas só
foram superadas a partir da segunda metade do século XVIII,
com a formulação do pensamento liberal clássico. Uma rebelião
de novas ideias, fundamentada em novos princípios, coincidiu
com a Revolução Francesa. Os princípios da autoridade, da
proteção e da tradição foram postos em cheque pelos
pensadores liberais.
Os homens não aceitavam mais cegamente o ponto de
vista de que era natural e conveniente que o governo regulasse
todos os aspectos da vida econômica e social. Pelo contrário,
florescia a ideia de que era natural e conveniente que não
houvesse qualquer intervenção.
A própria revolução americana lutou em defesa dos
princípios da economia de mercado em que a ordem econômica
deveria resultar da ordem natural. Assim, a experiência
americana e as teorias da ordem e do direito natural
desenvolvidas na Europa ocidental, continham, em sua essência,
168
as ideias que serviriam para fazer submergir a filosofia e a
prática do regulamentarismo. Primeiramente, elas se baseavam
na doutrina do individualismo, segundo a qual o individuo e não
o governo era objeto principal do interesse social.
A racionalidade do homem econômico, as virtudes do
individualismo e o automatismo das forças do mercado, tudo
isto sob ajustamento que a concorrência se encarregaria de
fazer, substituiriam, segundo as novas correntes de
pensamentos, as ordens emanadas do governo. Cada qual seria
compelido por seu próprio interesse, a propriedade dos meios
de produção haveria de ser privada e a iniciativa de empreender
seria liberada. Sob esta nova ordem, os empreendedores seriam
atraídos pelos setores que apresentassem melhores perspectivas
de ganho.
Por outro lado as unidades familiares também se
guiariam por seus próprios interesses, quer no emprego dos
recursos de sua propriedade, quer em suas satisfações de
consumo. E como os interesses conflitantes seriam solucionados
pelas forças da concorrência, não haveria soluções em que
eficiência, a eficácia e a equidistribuição não estivesse, de
alguma forma satisfeita.
Aspectos de uma economia de mercado com suas
vantagens e desvantagens.
1) Os produtores oferecem bens e serviços rentáveis e
pelos quais há demanda. Vantagem: as pessoas podem escolher
consumir e produzir segundo suas preferências e
disponibilidades. Desvantagem: não oferecer produtos em
situações onde o preço (valor de troca) é inferior aos custos de
produção.
2) Pessoas podem comprar ou alugar e os fatores de
produção desta forma se converte em produtores a oferecer
bens e serviços pelo mercado. Vantagem: o sistema de preços
decide sobre a produção, não necessita de intervenção do
169
Estado. Desvantagem: imperfeições na concorrência devido a
estruturas de mercado monopolizadas ou oligopolizadas.
3) As variações na demanda ou da oferta de bens
provocam variações no preço dos bens, deste modo os preços
fazem o equilíbrio da oferta e da demanda. Vantagem: os
indivíduos têm incentivos financeiros para atuar de forma
produtiva, se os produtores lançam no mercado o que os
consumidores desejam, podem obter grandes lucros, e assim
demanda de bens e serviços determina sua oferta.
Desvantagem: incapacidade do mercado de promover uma
perfeita alocação de recursos e em promover sozinha uma justa
distribuição de renda.
Há controvérsias sobre quais atividades são de
competência do Estado e quais cabem à iniciativa privada. O
direito à liberdade e à segurança, constituindo direitos
fundamentais, não pode estar sob o controle do mercado, pois
não pode depender do poder aquisitivo do indivíduo.
Da mesma maneira, os direitos humanos — por exemplo,
o direito à vida e, portanto, a uma saúde pública mínima —
requerem a intervenção do Estado na prestação de serviços
médicos privados.
Quando atividades econômicas são desempenhadas por
empresas do setor privado, torna-se necessária uma
regulamentação pública para impedir, por exemplo, a
apropriação indébita de propriedade.
• Economia Planificada
O Socialismo econômico surgiu primeiro na Alemanha
com as ideias de Karl Marx e Engels em (1848). Ele foi instaurado
após a Revolução de Outubro (1917), na União Soviética, por
Lenine, chefe da facção bolchevique dos partidos socialistas
russos.
170
Economia planificada também é chamada de "economia
centralizada" ou "economia centralmente planejada", no qual a
produção é previa e racionalmente planejada por especialistas,
na qual os meios de produção são propriedade do Estado e a
atividade econômica é controlada por uma autoridade central
que estabelece metas de produção e distribui as matérias primas
para as unidades de produção. Nesse sistema a escolha da
proporção entre quanto do PIB deve ser investido, e quanto
deve ser consumido, torna-se uma decisão política centralizada.
Em tal economia não há desordem na produção. O
Planejamento é feito de forma que, teoricamente, não haja
escassez ou abundância de determinado produto, portanto os
preços raramente são modificados. Sua forma mais conhecida é
o tipo de economia que foi adotada, durante cerca de 70 anos,
pelo regime comunista-bolchevista da União Soviética, e por
seus países satélites, bem como pela China no período do
Grande Salto Adiante (1958-1963).
Os socialistas defendem a planificação da economia, em
maior ou menor grau. Hoje em dia muito poucos economistas,
mesmo socialistas, ainda defendem uma economia totalmente
centralizada e planificada, como foi a soviética. Em 2013 só
existiam duas economias totalmente planificadas no mundo:
Cuba e Coreia do Norte.
Nas mais modernas economias planificadas, um poder
central fica encarregado de decidir a respeito dos investimentos
a serem realizados pela sociedade, a distribuição dos recursos
necessários à produção, consumo e as metas a serem atingidas
pelas empresas.
Exemplo dessa chamada economia planificada se pode
identificar como o processo desenvolvido durante o período de
1964 a 1985, vinte anos em que tivemos no Brasil, "Quatro
chamados Planos Nacionais de Desenvolvimento, denominados
PND I, II, III e IV”; cada um desses com duração de cinco anos, e
que indicavam os rumos que a economia deveria seguir para o
171
crescimento harmônico nos períodos. Em um programa de
"dirigismo, ao nível definido e orientado por Keynes, a fim de
evitar as conhecidas crises cíclicas da economia capitalista".
As empresas, cujo objetivo principal seria não seu lucro,
mas o progresso do país não tem tanta preocupação com sua
eficiência e o risco de falência ou concordata, como nas
economias capitalistas. Têm apenas que cumprir as metas
traçadas e realizar a produção e distribuição da melhor forma
possível, atendendo as necessidades da população.
Muitas das economias totalmente planificadas que
existiram, sobretudo no século XX acabaram perdendo
credibilidade ao longo dos anos 1980 e 1990, devido ao aumento
da burocratização, e da ausência de incentivos a ganhos de
produtividade e inovações, havendo no Brasil, apesar de não ser
totalmente planificado na época, um "Ministério da
Desburocratização", para tornar o processo mais rápido e menos
burocratizado, com vistas ao custo e qualidade do produto e sua
competitividade, a nível internacional, entre o III e o IV Plano
Nacional de Desenvolvimento; e também a criação de órgãos
como o "Ministério da Ciência e Tecnologia", ligando as
instituições escolares às empresariais, com o fito de modernizar
o aparelho produtivo na figura do operário e do estudante, em
nível do chamado então "Primeiro Mundo".
A planificação econômica refere-se à centralização, por
parte do Estado, dos poderes de planejamento e execução das
políticas econômicas, suprimindo o Mercado e a livre
concorrência.
A URSS foi a pioneira na aplicação da planificação
econômica, quando dirigida por Stalin, elaborando um sistema
de metas com duração estipulada em cinco anos, os chamados
planos quinquenais, e dando ênfase ao setor energético e de
indústrias pesadas, de bens de capital.
Através dos planos quinquenais a URSS obteve
progressos significativos na produção de aço, de bens de capital
172
e produção de maquinaria para a indústria. Este modelo foi
seguido por todas as repúblicas da União, como também pelos
satélites da URSS. Ainda hoje existem países que executam a
planificação econômica, como Cuba e Coreia do Norte.
Porém, a planificação econômica, da forma que foi
implementada, não produzia uma quantidade de riquezas
suficiente para melhorar o padrão de vida dos cidadãos
soviéticos, deixando em segundo plano a produção de bens de
consumo, que além da pouca oferta, tinham qualidade inferior à
dos produtos produzidos em economias de mercado,
concentrando os recursos apenas onde o Estado considerava
importante, negligenciando o que alguns considerariam
necessidades populares.
Entre os pontos negativos do socialismo real se tem:
excessivo controle do estado não direcionando corretamente os
rumos do mercado e do processo de industrialização e
comercialização, além de focalizar as atividades industriais na
produção bélica, deixando de lado a produção de bens de
consumo, isso deixou sem competitividade.
Uma crítica que é feita a esta economia é impossibilidade
do cálculo de preço, que é necessário para a implantação de um
sistema econômico planificado. Para ser determinada uma meta
de produção, o que seria a primeira etapa para a economia
planificada, é necessário conhecer a demanda, que por sua vez,
para ser conhecida, necessita de um preço determinado pelo
mercado. Como não há mercado na economia planificada, não é
possível conhecer o preço, logo não é possível conhecer a
demanda, tornando a edificação de uma economia planificada
teoricamente impossível.
• Economia Mista.
No século XX se tornou mais presente a força dos
sindicatos e dos monopólios e oligopólios, associado a outros
173
fatores, a economia se tornou mais complexa. A depressão dos
anos 30 mostrou que o mercado sozinho, não garante que a
economia opere sempre com pleno emprego de seus recursos.
Assim o governo atua na eliminação das distorções alocativas e
distributivas e melhoria no padrão de vida da coletividade.
A partir da queda do regime comunista no Leste Europeu
e na antiga União Soviética e do apoio à empresa privada em
países comunistas como China e Vietnã, é possível afirmar que
não existe nenhum país que não pratique um regime de
economia mista. Nesta o Estado, além de orientar a economia,
detém a propriedade de importantes empresas em setores
considerados estratégicos como bancos, indústrias de base,
transporte, saúde e educação.
Na atualidade se observa mescla na economia a ponto de
se falar em Capitalismo Planificado e Socialismo de Mercado que
existe em países capitalistas como nos de regime
socialdemocrata, bem como em países socialistas como a China,
respectivamente. Mas, também se começa a mencionar
alternativas não muito claras inclusive no seu alcance como
economia participante, compartilhada, etc. que levem aspectos
como não crescimento em prol da natureza.
O que se oferece como reflexão é algo semelhante a uma
economia alternativa que não tenda aos extremos.
174
REFLEXÃO
Extraindo-se de trechos dos ensinamentos de MeishuSama se arriscam a delinear algumas possíveis considerações do
Messias em relação a este tema, quais sejam:
• A economia do mercado é um materialismo apegado à
exploração desmesurada.
“Como resultado da exploração dos capitalistas, dos
fazendeiros e de outras pessoas que fazem o que bem entendem
em nome de seus próprios interesses, os trabalhadores, sem
alternativa, para se autodefenderem, acabam enfrentando-os
em movimentos de grupo. Nesse sentido, não será exagero dizer
que os próprios capitalistas e fazendeiros é que geram o
comunismo; ou seja, eles lutam contra um fantasma criado pôr
eles mesmos. Imaginemos, porém uma sociedade onde
predominem pessoas saudáveis de corpo e espírito. Até os
capitalistas teriam consciência de que deveriam ser moderados
na obtenção de lucros, distribuindo-os com os trabalhadores
quando ultrapassarem certo limite. Obviamente, os
trabalhadores ficariam satisfeitos e alegres com esse
procedimento e procurariam colaborar com os patrões, visando o
progresso de seus empreendimentos. Assim, estaria firmando o
pacto entre patrões e empregados no seu verdadeiro sentido, de
modo que não é nenhuma utopia o fim dos conflitos entre as
duas partes.”
• Com o liberalismo após a 2ª Guerra Mundial passou dos
limites caminhando para a anarquia.
“É impossível existir a liberdade infinita; a verdadeira
175
liberdade é aquela que tem limites. Assim, quando
ultrapassamos esses limites, não só invadimos e prejudicamos a
liberdade dos outros, como também nos tornamos traidores da
cultura.” “Após a guerra, estabeleceu-se a democracia no Japão,
e assim nos libertamos do despotismo. Isso foi muito, bom; pena
é que [o pensamento liberal passou dos limites] e chegado à
situação presente, ou seja, a uma sociedade predisposta à
anarquia.”
• No entanto, seu espírito desbravador incentiva o espírito de
independência.
“Nos Estados Unidos, a situação é muito diferente.
Entende-se isto analisando a história de sua formação. No
começo do século XVII, centenas de puritanos da Inglaterra
emigraram para a América sem levar quase nada. Desbravaram
as montanhas e os campos desabitados e, com sacrifício e
esforço, conseguiram construir, em pouco mais de duzentos
anos, a nação civilizada que vemos atualmente. Por isso, é
natural que haja uma diferença tão grande entre o pensamento
dos americanos e o pensamento dos japoneses. Os americanos
não tinham em quem se apoiar, mesmo que quisessem; não
havia quem os ajudasse, além deles próprios. Por maiores que
fossem as dificuldades, só dependiam de si mesmos. O único
recurso era produzir algo a partir do nada com a própria força. É
por esse motivo que sinto realmente uma grande admiração
pelos americanos.
Se o povo japonês, pelas críticas que tem sofrido,
pretende reconstruir este país, precisa, antes de tudo, seguir o
espírito desbravador do povo americano. Estou certo de que a
introdução desse pensamento é muito mais eficaz que a
introdução de capital. É o método fundamental, pois está
baseado na Verdade de que o espírito domina a matéria.”
176
• Todavia, quase não existem verdadeiros empresários e
trabalhadores.
“Quase sempre fazem-se greves como único meio de
resolver os problemas existentes entre empregados e
empregadores. Talvez seja algo inevitável, mas, pensando bem,
o que pode acontecer é o seguinte: quanto mais se faz greve,
mais a empresa regride, e o resultado é a diminuição da receita
e, logicamente, do salário dos empregados. (...) Mas qual é a
situação atual? Poderíamos afirmar que quase já não existem
verdadeiros empresários e capitalistas.”
• Contudo, seu grande defeito é não garantir que os eleitos
sejam esclarecidos.
“Esclarecido é quem possui vasto saber. Por aí vemos
quão grande é o número de homens imaturos que não possuem
esse saber das coisas, inclusive entre os homens públicos. Eles
procuram exagerar e fazer alarde de questões insignificantes,
sem se dar conta de que estão atraindo o desprezo dos
esclarecidos. Seu comportamento nada mais é que a
demonstração de sua própria inferioridade. Tais indivíduos são,
infalivelmente, umas nulidades, homens de conceitos restritos.
(...) Certamente é por causa de tantos elementos sem
maturidade que não se consegue chegar a conclusões e
resoluções mais rápidas nos debates políticos de hoje. Se a
maioria fosse esclarecida, seria fácil um acordo. O problema é
que os esclarecidos se retraem no silêncio, por destestarem
discutir com gente teimosa. Os imaturos aproveitam essa
oportunidade para se exibir, desejando tornar-se famoso, e a
fama aumenta sua probabilidade de serem eleitos, por ocasião
das eleições. Sendo assim, os menos esclarecidos representam a
maioria, e os esclarecidos, a minoria.”
177
• Na conjuntura atual se necessita de médios capitalistas.
“Quando se leva em conta essa situação, apesar de os
grandes capitalistas serem um tanto indesejáveis na conjuntura
atual, chega-se à conclusão de que, se não surgir um grande
número de médios capitalistas, será quase impossível pensar-se
no êxito dos empreendimentos. Esta é a necessidade imediata
para os dias atuais. Talvez seja por esse motivo que, no ano
passado, os Estados Unidos, incentivaram o Japão a adotar a
política de capitalização dos recursos. E isto se torna ainda mais
evidente quando verificamos que, mesmo na União Soviética,
devido ao exagerado empenho inicial para derrubar os
capitalistas, os empreendimentos sofreram percalços e Stalin
utilizou-se da política da abertura de meios para a formação de
médios capitalistas.
Por esses exemplos, vemos que, no momento, é preciso
haver um sólido aperto de mão entre os trabalhadores e os
capitalistas japoneses, e não simples acordos. Somente assim
poderemos aspirar ao aumento da felicidade e do bem-estar dos
trabalhadores. Entretanto, é um terrível engano pensar que nada
pode ser resolvido a não ser através de lutas. Caso isto não seja
percebido, fatalmente haverá a auto-extinção não só dos
empregados como dos empregadores.”
• O cotidiano é decepcionante por ser antidemocrático.
“Os membros dos partidos políticos pensam em primeiro
lugar no seu próprio beneficio, em segundo lugar no beneficio do
partido, e em terceiro lugar é que vão pensar no beneficio dos
cidadãos. É um assunto problemático, pois essas pessoas se
vangloriam, dizendo-se representantes do povo no Congresso.
No caso das eleições é a mesma coisa.”
178
• A economia planificada é um movimento místico egoísta que
impõe idéias.
“Tudo que vem de pensamento impuro é muito esquisito.
Deste ponto de vista, pode-se observar como procedem os
integrantes do Partido Comunista. Quando se referem ao país, à
sociedade ou à felicidade do povo, parecem estar se dedicando
de corpo e alma a uma causa nobre, pois emitem inúmeras
opiniões que mexem com o sentimento humano. Suas palavras,
entretanto, não contêm sinceridade; visam apenas aos próprios
interesses; por isso, não convencem quem os está ouvindo.”
“No outro dia conversei, por uma hora, com um
americano chamado Braden, que veio fazer pesquisas religiosas,
no Hotel Gora. Perguntou-me sobre o que eu pensava a respeito
do comunismo e, quando respondi que, como este se extinguirá
num futuro próximo, não me preocupava com o assunto, ele se
espantou. Provavelmente ninguém diria algo semelhante.”
“Gostaria de escrever “Salvar a União Soviética”,
contudo, mesmo que escreva, pela cabeça que eles têm não
compreenderão. Portanto, salvar a União Soviética é uma tarefa
que fica por último. Talvez seja impossível salvá-la. Não há outro
meio além de sua extinção. Isto é, esse país desaparecerá e,
assim, o seu povo será salvo.”
“Lembro ter, certa vez, em Quioto me referido ao
comunismo dizendo que não ia conseguir sucesso porque só se
preocupava com o bem-estar de seus “camaradas” e com a
classe dos trabalhadores.”
• O princípio marxista da revolução parte de um grande erro.
“O maior erro que existe no pensamento dos homens
civilizados da atualidade é a mania de atribuir ou transferir todas
as culpas para terceiros. Creio que a influência do marxismo
constitui o centro desse modo de pensar, pois, segundo sua
179
teoria socialista, a infelicidade do homem é causada unicamente
pelo péssimo mecanismo da organização social. De fato, torna-se
necessário melhorar cada vez mais esse mecanismo, mas é um
grande equívoco determinar que esta seja a causa única da
infelicidade do homem. Mesmo que se chegue a uma
organização ideal, se o modo de pensar e agir de cada indivíduo
estiver errado, essa organização não poderá ser administrada
com eficiência, e o resultado, infalivelmente, será a bancarrota.
Portanto, a única forma de solucionar o problema é melhorar a
natureza espiritual de cada indivíduo. Ou seja, deve-se
considerar que o homem é o ponto principal, e a organização
social, um ponto secundário.
É evidente que esse pensamento errado surgiu das teorias
materialista, que não reconhecem a natureza espiritual do
homem. Tenta-se solucionar todos os problemas através dessas
teorias e nisso está o grande erro. Como resultado, os homens da
época atual julgam que suas próprias palavras e ações são
corretas e procuram atribuir a culpa dos males sociais a
terceiros. Na realidade, porém, a causa de quase todos esses
males está no próprio indivíduo (...).
O pensamento de que a culpa dos males sociais está em
terceiros - princípio da revolução socialista - baseado no qual se
pretende destruir a organização social, faz com que o povo se
rebele, transferindo a culpa à organização, ao invés de assumi-la.
Gostaríamos, portanto, que os homens da atualidade,
plenamente conscientizados do que estamos dizendo,
reconsiderem os erros cometidos até o presente e começassem
tudo de novo.”
“Entretanto, como olham só materialmente, sem
conhecer espírito, os trabalhadores se vangloriam, e dizem que
eles são importantes, e isso é o comunismo. Por isso, se por
ventura, não reconhecêssemos a existência do espírito, o
princípio do comunismo seria verdadeiro, Realmente, ele está
180
bem constituído; mas uma vez que reconhecemos o espírito, o
comunismo não nos causa nenhum pavor.”
• Tangendo a uma possível dependência.
“Nos japoneses da atualidade, nota-se uma característica
muito forte: sua dependência. (...) existe subsídio do governo
para diversos artigos de consumo e ajuda financeira do Banco do
Japão. Médios e pequenos empresários afirmam que irão à
falência se não obtiverem empréstimos bancários; algumas
pessoas dizem não lhes ser possíveis viver sem pedir dinheiro
emprestado a parentes e conhecidos; crianças não conseguem
estudar se não tiverem ajuda dos pais. Além disso, existem os
desempregados, viúvas, etc., que vivem na dependência da ajuda
do governo, dos serviços sociais e da assistência de instituições.
Onde quer que se observe, parece que nada é possível sem a
ajuda de terceiros; consequentemente, não podemos deixar de
ficar espantados com o caráter dependente dos japoneses.
Somos forçados a admitir que a causa fundamental dessa
dependência seja o fato de o Japão ainda não se ter libertado
dos fortes laços do feudalismo.”
• Os sistemas e as classes privilegiadas não são eternos, eles
são obras do Tempo.
“Tudo que existe, inclusive o que se relaciona ao homem,
é regido pelo tempo. A delimitação do apogeu e da decadência
subseqüente, das mudanças históricas, das definições do bem e
do mal, da justiça e da injustiça, tudo está subordinado a ele. Por
esse motivo, o que agora é um bem daqui a alguns anos poderá
ser desprezado amanhã, por tornar-se falso. O passado nos
mostra que as coisas que atualmente estão no apogeu um dia
infalivelmente entrarão em mentira absolutas.”
181
• As classes quando abolidas advém desonestidade.
“(...) em decorrência da abolição das classes sociais,
muita gente acha tolice levar uma vida séria e honesta.”
• Ideal é o caminho do meio que salva indivíduo e sociedade.
“Numa vida social tão complicada (...) devemos tomar
muito cuidado, pois, levados por um conceito errado de
democracia, muitos jovens não levam em consideração a
diferença existente entre superior, médio e inferior, e isso é um
problema. Realmente, o antigo princípio de discriminação das
classes militar, agrícola, industrial e comercial estava errado,
mas ações igualitárias como as da atualidade também estão
erradas. Principalmente a forma pela qual é efetuada a
educação escolar é realmente lamentável. Vejo, freqüentemente,
os jovens caírem na libertinagem pelo excesso de liberalismo e
pela ausência da distinção entre professores e alunos. Nesse
sentido, os professores também têm muitos pontos que devem
ser objeto de reflexão. Evidentemente, a forma militar dos
tempos antigos não é boa, mas o relaxamento atual também
não é bom. Em suma, o essencial é não cair nos extremos,
obedecer aos limites, mantendo-se no centro.”
“Com a política e as ideias contemporâneas ocorre o
mesmo. Os erros nascem das posições definidas – esquerda ou
direita, capitalismo ou comunismo. Com essa definição, está se
estabelecendo um limite e, decorrências disso, os choques serão
inevitáveis. Algo que hoje parece insignificante, um dia poderá
dar origem a desentendimentos. É esta, portanto, a razão da
existência de conflitos em toda parte. Mesmo nas relações
internacionais, os desentendimentos não têm fim. Esses choques
foram inevitáveis até hoje porque graças a eles é que a cultura
material progrediu. Contudo, uma vez que daqui em diante a
182
situação será diametralmente oposta, é necessário haver uma
mudança de pensamento.”
“A solução dos sérios problemas que estão afetando a
vivência no Planeta deveria ser a preocupação mais urgente do
ser humano nos dias de hoje. É preciso reconhecer os erros do
passado, a fim de que seja iniciada a cultura do “Meio”,
constituída por uma nova forma de desenvolvimento no qual
matéria e espírito formarão um todo sem inclinar-se para
nenhuma das partes. Somente através de uma civilização
diferente, apoiada tanto no progresso material quanto no
espiritual, é que poderá ser estabelecido o Reino do Céu na
Terra.”
• A convicção é que o “Izunomêísmo” é a visão de mundo
perfeito.
A ideologia Izunome é uma ideologia baseada na
existência de Deus, onde o vertical e o horizontal se unem,
fundamentada na Ciência Espiritualista.
“É necessário adotar uma justa medida: dedicar-se tanto
ao seu trabalho quanto a Deus. Essa justa medida ou
temperança é o Izunomê, o ponto intermediário entre Daijo e
Shojo, entre o horizontal e o vertical. Isto significa não inclinar-se
excessivamente para nenhum dos dois lados, mas seguir o
caminho do meio.”
“Então, qual será essa nova ideologia? Não se trata de
comunismo, nem tampouco de socialismo, capitalismo ou
democracia. Nascerá uma ideologia cultural elevada que não
tende nem para a direita, nem para a esquerda e nem para o
centro, a qual chamamos de Ideologia Izunomê. Esta ideologia,
doravante, liderará o mundo e é a manifestação de uma
profunda Administração de Deus. E, sendo ela algo decisivo, por
mais que queiramos ou deixemos de querer, certamente, se
concretizará. Isto é, será concretizado o Paraíso Terrestre, um
183
mundo eternamente isento de doença, miséria e conflito, que é o
lema da nossa Igreja.”
“Depois que o Comunismo terminar, depois que o
Capitalismo terminar, qual será a ideologia ou doutrina que o
Mundo vai seguir? Não será nem do tipo do Comunismo nem
do Capitalismo, será, portanto, a Ideologia do Equilíbrio. Tanto
o Capitalismo como o Comunismo são princípios materialistas.
Ou seja, é o pensamento de que, através do materialismo, se
consegue fazer as pessoas da época seguir a sua própria
ideologia ou doutrina. Por outro lado, as pessoas vão tomando
consciência de que tanto uma como a outra ideologia, que são
bases do materialismo, estão totalmente erradas. Isso é a
representação da chegada da ideologia espiritual.
A ideologia espiritual tem como princípio a crença na
existência de Deus, ou seja, é a própria fé, que vem sendo
transmitida desde os tempos remotos, mas que tem sentido de
uma coisa nova. Assim, com o nascimento desta nova
ideologia (Equilíbrio, Izunomê), teremos a harmonização e
controle entre a Cultura Espiritual e Material, que é uma coisa
que venho dizendo há muito tempo. E essa ideologia vai entrar
num desenvolvimento muito rápido, tendo a direção e
orientação da Igreja Messiânica. Se falarmos em outras
palavras, essa é a Ideologia Messiânica, ou seja, como sempre
digo, é a doutrina do Izunomê. Não tende nem para a direita
nem para a esquerda: tem a forma da cruz (+). Esse é o
nascimento da Cultura que une o vertical com o horizontal.”
“O ser humano que realmente realiza grandes feitos, deve
se preocupar com as pequeninas coisas. Quem se preocupa com
as coisas grandes e não percebe as pequenas, torna-se um
fracassado. Mesmo possuindo grandes ideias, a pessoa deve
também cultivar os pensamentos pequenos. Concluindo: se ela
não perceber as coisas pequenas, não poderá realizar grandes
feitos. Logo, não devemos ser "Daijo" nem "Shojo", isto é, não
184
podemos pender para um dos lados. O fato de se dizer que
devemos ser "Daijo", já significa tender para um dos extremos.”
“As primeiras civilizações orientais surgiram na China e
na Índia e prosperaram durante muitos séculos. Também
surgiram as civilizações egípcia, grega, etc. e a civilização
ocidental desenvolveu-se através da civilização romana. O fato
de primeiro ter surgido à civilização oriental e depois a civilização
ocidental tem um profundo significado dentro da preparação do
plano de Deus.
A civilização oriental é uma civilização vertical e
espiritual. A civilização ocidental é material e horizontal. Assim
foi estabelecido o modelo de duas grandes civilizações, a vertical
e a horizontal. Ambas as civilizações desenvolveram-se o
suficiente para entrar na fase de seu amadurecimento e agora se
encontram num impasse.”
• Estes dois sistemas ao desaparecerem possibilitarão a nação
e a presidência mundial, bem como Estados Unidos e União
Soviética se transformarão e nova ideologia mundial nascerá.
“Em minha opinião, a Nação Mundial provavelmente se
concretizará mais rápido do que se imagina. Digo isso porque no
dia em que, pacificamente ou por meio da guerra, for resolvido o
grande problema do mundo atual, isto é, a ameaça representada
pelas relações entre os Estados Unidos e a União Soviética,
concretizar-se-á, obviamente, a Era de Paz eterna, e então
nascerá a Nação Mundial.”
“Através da Revelação Divina visualizei esse país (Estados
Unidos) e, num futuro próximo ele se encontrará frente a
grandes problemas, podendo ser considerados sem precedentes.
Contudo, como não tenho a permissão de Deus, não
posso falar claramente sobre o assunto. Mas, pode-se imaginar
que tais problemas serão a origem de grandes transformações
mundiais, que se estenderão também a vários campos culturais
185
da ordem de: Religião, Política, Economia, Educação, Medicina,
etc. Na União Soviética, também, ocorrerá uma grande
transformação e, como resultado, nascerá uma nova ideologia
no mundo.”
• Empresa-Alma destaca economia e atitudes progressistas
almejando a perfeição.
Em respeito ao tempo desses encontros se convida ao
espectador que acessem o nosso livro “Economia” da Coleção
“Bíblia do Século XX” onde se aborda: Empresa do Passado
(Empresa-Corpo), Empresa do Presente (Empresa-Cobiçante,
Empresa-Intelectual e Empresa-Emocional) e Empresa do Futuro
(Empresa-Alma).
Apenas para se dar uma pequena ideia de como é a
empresa do futuro - a empresa-alma – se explicita o seu
planejamento. Este considera, em última instância, o plano de
fazer da Terra um mundo ideal. As pessoas, com seus lares,
firmas e governos tem diferentes missões e características para
fazer evoluir na construção do Paraíso Terrestre.
Empresa do futuro se orienta predestinada pela Alma do
Criador do Universo, do Dono da Empresa Construtora do Novo
Mundo, que é a de operar no sentido de construir o Paraíso na
Terra. Ou seja, edificar um mundo de saúde-prosperidade-paz e
verdade-bem-belo, onde haja equilíbrio entre a família, fé e
trabalho e reine o espiritualismo e o altruísmo.
Nesta se considera mais a permissão do que a
performance, porque: a primeira é do Mundo Espiritual, é
permissão de Deus; enquanto a segunda é do mundo material, é
performance do homem. Ou seja, pede-se permissão para se ter
performance, porque sabe da lei do espírito precede a matéria.
186
CASAMENTO GAY
É VONTADE HUMANA
187
188
TEMA
• Casamento
A palavra casamento é derivada de "casa", enquanto que
matrimonio tem origem no radical mater ("mãe") seguindo o
mesmo modelo lexical de "patrimônio". Também pode ser do
latim medieval casamentu” (“ato solene de união entre duas
pessoas, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou
civil”).
Deste modo se pode dizer que casamento é um vínculo
estabelecido entre duas pessoas, mediante o reconhecimento
religioso, governamental ou apenas social que pressupõe uma
relação interpessoal de intimidade como a afetiva, cuja
representação arquetípica é a coabitação, embora possa ser
visto por muitos como um contrato que também compreende o
patrimônio.
As pessoas se casam por várias razões, mas normalmente
fazem-no para dar visibilidade à sua relação afetiva, para buscar
estabilidade econômica e social, para formar família, procriar e
educar seus filhos, legitimar o relacionamento sexual ou para
obter direitos como nacionalidade.
Frequentemente um casamento é iniciado pela
celebração de uma boda, que pode ser oficiada por um ministro
religioso (padre, rabino, pastor), por um oficial do registro civil
(normalmente juiz de casamentos) ou por um indivíduo que goza
da confiança das duas pessoas que pretendem unir-se.
Em direito, é chamado "cônjuge" às pessoas que fazem
parte de um casamento. O termo é neutro e pode se referir a
homens e mulheres, sem distinção entre os sexos.
189
• Tipos
Há uma grande variedade, dependendo de fatores
culturais, nas regras sociais que regem a seleção de um parceiro
para o casamento. Há uma variação no quanto a seleção de
parceiros é uma decisão individual pelos próprios parceiros ou
de uma decisão coletiva por parte de seus parentes, existindo
uma variedade das regras que regulam quais parceiros são
opções válidas.
Em muitas sociedades, a escolha do parceiro é limitada às
pessoas de grupos sociais específicos. Em algumas sociedades, a
regra é que um parceiro é selecionado do próprio grupo de um
indivíduo social (endogamia). Este é o caso de muitas sociedades
baseadas em classes e castas. No entanto, em outras sociedades
um parceiro deve ser escolhido de um grupo diferente do que o
dele (exogamia). Este é o caso de muitas sociedades que
praticam religiões totêmicas, na qual a sociedade é dividida em
vários clãs totêmicos exogâmicos, como a maioria das
sociedades aborígenes australianas.
Em outras sociedades, uma pessoa deve se casar com seu
primo, uma mulher deve se casar com o filho da irmã de seu pai
e um homem deve se casar com a filha do irmão de sua mãe este é normalmente o caso de uma sociedade que tem uma
regra de “rastreamento” de parentesco exclusivamente através
de grupos de descendência patrilinear ou matrilinear, como
entre o povo Akan, da África. Outro tipo de seleção de
casamento é o levirato, em que as viúvas são obrigadas a casar
com o irmão do seu marido. Este tipo de casamento é
encontrado principalmente em sociedades onde o parentesco é
baseado em grupos de clãs endogâmicos.
Em outras culturas com regras menos rígidas que regem
os grupos dos quais um parceiro pode ser escolhido, a seleção
de um parceiro de casamento pode exigir um processo em que o
casal deve passar por uma corte ou o casamento pode ser
190
arranjado pelos pais do casal ou por uma pessoa de fora, uma
casamenteira.
Um casamento pragmático (ou 'arranjado') é facilitado
por procedimentos formais da família ou de grupos políticos.
Uma autoridade responsável organiza ou incentiva o casamento;
eles podem, ainda, contratar uma casamenteira profissional para
encontrar um parceiro adequado para uma pessoa solteira. O
papel de autoridade pode ser exercido por pais, família, um
oficial religioso ou um consenso do grupo.
Em algumas sociedades, desde a Ásia Central até o
Cáucaso e a África, ainda existe o costume de sequestro da
noiva, em que uma mulher é capturado por um homem e seus
amigos. O exemplo mais famoso é o Rapto das Sabinas, que
forneceu às primeiras esposas aos cidadãos de Roma.
Assim se pode ter desde casamento religioso (celebrado
perante uma autoridade religiosa) e casamento civil (celebrado
sob os princípios da legislação vigente em determinado Estado),
como casamento arranjado (celebrado antes do envolvimento
afetivo dos contraentes e normalmente combinado por terceiros
(pais, irmãos, chefe do clã etc.) e casamento de conveniência
(que é realizado primariamente por motivos econômicos ou
sociais). Bem como: casamento aberto (em que é permitido aos
cônjuges ter outros parceiros sexuais por consentimento
mútuo), casamento celibatário (sem relações sexuais),
casamento misto (entre pessoas de distinta origem racial,
religiosa, étnica etc.), casamento morganático (entre duas
pessoas de estratos sociais diferentes no qual o cônjuge de
posição considerada inferior não recebe os direitos
normalmente atribuídos por lei, como por exemplo: entre um
membro de uma casa real e uma mulher da baixa nobreza),
casamento poligâmico (realizado entre um homem e várias
mulheres) e casamento poliândrico (realizado entre uma mulher
e vários homens, ocorre em certas partes do Himalaia).
191
• Casamento gay
O casamento entre pessoas do mesmo sexo (comumente
referido como casamento gay, casamento homossexual ou
casamento homoafetivo) é a união oficial entre duas pessoas do
mesmo sexo biológico (masculino com masculino, ou feminino
com feminino, ou ainda macho como macho, ou fêmea com
fêmea) ou da mesma identidade de gênero (homem com
homem, ou mulher com mulher).
No decorrer da história vários tipos de casamentos do
mesmo sexo têm existido e vão desde relações informais não
sancionadas a uniões altamente ritualizadas.
Na Antiguidade se teve no sul da província chinesa de
Fujian, durante o período da dinastia Ming, as mulheres
comprometiam-se em contratos com outras mulheres mais
jovens em elaboradas cerimônias. Os homens também entravam
em acordos semelhantes.
A primeira menção histórica da realização de casamentos
do mesmo sexo ocorreu durante o início do Império Romano.
Por exemplo, relata-se que o imperador Nero envolveu-se em
uma cerimônia de casamento com um de seus escravos e com
um jovem chamado Sporus. Note-se, no entanto, que um
casamento entre dois homens romanos (ou com um escravo)
não tinha legitimidade jurídica no direito romano (com exceção,
provavelmente, a partir da vontade arbitrária do imperador).
Em 342, no entanto, os imperadores cristãos Constâncio
II e Constante I emitiram uma lei no Código de Teodósio que
proibia o casamento homossexual em Roma e ordenava a
execução daqueles que assim o fizessem.
Na Idade Média ocorreu um casamento homossexual
entre dois homens, Pedro Díaz e Muño Vandilaz, no município
galego de Rairiz de Veiga, na atual Espanha, em 16 de abril de
1061. Eles foram casados por um padre de uma pequena capela.
No Período contemporâneo. Em 2001, os Países Baixos
192
tornaram-se o primeiro país do mundo a conceder o direito ao
casamento aos casais do mesmo sexo. Em 2013, cerca de um
bilhão de pessoas (ou 15% da população mundial) vivem em
áreas que reconhecem o casamento homossexual.
Os argumentos contrários de casamento de pessoas do
mesmo sexo se baseam na não aceitação da homossexualidade a
ponto de em determinados países o considerarem ilegal com
restrições à liberdade de expressão, prisão, prisão perpétua,
punição sem encarceramento, pena de morte. Há os que
argumentam que diante da teoria da seleção natural de Darwin
a homossexualidade não faz sentido porque a atração pelo
mesmo sexo não serve a propósito evolutivo nenhum. Nos
últimos anos, embora as diferentes confissões religiosas tenham
discutido a aceitação da homossexualidade, incluindo nesse
debate a celebração de casamentos religiosos entre pessoas do
mesmo sexo, as religiões organizadas, na sua maioria, se
restringem a celebrar casamentos entre pessoas de sexos
diferentes. E apresentam seus argumentos como em Levítico
20:13 que diz: “Quando também um homem se deitar com outro
homem, como com mulher, ambos fizeram abominação;
certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles.”
Mas, também são considerados argumentos a favor de
casamento homossexual. Por exemplo, o de se negar aos casais
do mesmo sexo o acesso ao matrimônio e a todos os seus
benefícios legais conexos representa uma discriminação baseada
na orientação sexual. Outro exemplo é a afirmação de que o
bem-estar financeiro, psicológico e físico é reforçado pelo
casamento e que filhos de casais do mesmo sexo podem se
beneficiar de serem criados por dois pais dentro de uma união
legalmente reconhecida e apoiada por instituições da sociedade.
Mais outro exemplo são os documentos judiciais movidos por
associações científicas americanas (psicologia, sociologia e
antropologia) afirmando que manter homens e mulheres
homossexuais como inelegíveis para o casamento tanto os
193
estigmatiza quanto impulsiona a discriminação pública contra
eles.
As bases biológicas do homossexualismo seguem sob
debate. Uns acham que existe o “gene gay masculino” que pode
ser determinante na sexualidade tanto de homens quanto de
mulheres e assim se poderia acabar com alguns dogmas
pregados por homofóbicos, como por exemplo, a ideia de que
ser gay é uma escolha e de que é possível transformar gays em
heterossexuais. Outros acham que o fato de homens serem
homossexuais são por fatores e influências à que são expostos
na infância e adolescência.
Há também a chamada Teoria da Seleção de Parentesco
apregoando que em épocas de grande crise não vale a pena para
o indivíduo gastar energia tentando se reproduzir – é mais fácil
ajudar a criar os filhos de irmãos ou primos, que possuem uma
porção significativa dos próprios genes dele. Fazendo a conta, é
como se o organismo gay estivesse se reproduzindo da mesma
forma, o que talvez explique por que a seleção natural não
elimina essa característica aparentemente prejudicial do ponto
de vista genético. De fato, em muitas espécies existe a categoria
dos que apenas ajudam a cuidar da prole de seus parentes. O
fato é que, apesar da seleção de parentesco, a
homossexualidade ainda continua com aura de mistério.
• Acasalamento de animais
A observação do comportamento homossexual em
animais pode ser visto como um argumento contra e a favor da
aceitação do casamento gay e tem sido usada como "pecado
contra a natureza" ou “algo natural”.
Contra se pode observar a geneticista Simon Levay
dizendo em 1996 que "embora o comportamento homossexual
seja muito comum no mundo animal, parece ser muito incomum
que os animais tenham uma predisposição de longa duração
194
para se engajar em tal comportamento à exclusão das atividades
heterossexuais. Assim, uma orientação homossexual, se é que se
pode falar de tal coisa nos animais, parece ser uma raridade."
Bem como, o pesquisador John Gagnon referendando a ideia de
que o fator anatômico por si só já é um forte indício de que
nunca foi intenção do Criador (ou da evolução, se preferir) que
houvessem relações homossexuais ou homoafetivas.
A favor se tem alguns exemplos.
As girafas durante o acasalamento, quando nove em cada
dez pares ocorrem entre machos. Nos pássaros australianos
Galahs 44% dos pares são formados por indivíduos do mesmo
sexo. Cerca de 10% dos carneiros (machos) se recusam a
acasalar com fêmeas, mas prontamente se acasalam com outros
carneiros do mesmo sexo. Espécies de pinguins, onde indivíduos
do mesmo sexo são companheiros por toda a vida e se recusam
a formar um par com as fêmeas quando surge essa
oportunidade.
Registra-se haver acasalamento de animais de diferentes
espécies.
Pesquisadores descobriram que a desativação do gene
fucose mutarotase em ratos de laboratório - o que influencia os
níveis de estrogênio a que o cérebro é exposto - fez com que os
camundongos fêmeas se comportassem como se tivessem
crescido com o sexo masculino. Em março de 2011, uma
pesquisa mostrou que a serotonina está envolvida no
mecanismo de orientação sexual de ratos.
Um estudo publicado pelo periódico "Trends in Ecology
and Evolution" concluiu a importância do comportamento
homossexual para a evolução de muitas espécies animais, como
entre as fêmeas do albatroz-de-laysan do Havaí, que se unem a
outras fêmeas para criar os filhotes, especialmente na escassez
de machos, tendo mais sucesso que as fêmeas solteiras. O
estudo conclui que a homossexualidade ajudou as espécies de
diferentes maneiras ao longo da evolução.
195
REFLEXÃO
• Casamento gay para diminuir a população
Meishu-Sama ensina em “Tolice do Controle da
Natalidade” em 20 de agosto de 1949:
“Atualmente, o Japão está incentivando o controle da
natalidade, devido à insuficiência de alimentos em relação ao
elevado número de seus habitantes. (...) Por conseguinte, ainda
que entre em vigor neste momento o método para diminuir a
população do país através do controle da natalidade, é
impossível saber se daqui a alguns anos ainda será necessária
essa preocupação. Isso não significa que devamos pensar em
expandir nosso território, cometendo os mesmos erros do
passado; nem em sonho deve-se pensar nisso. Mas quem pode
dizer que não virá a época em que o problema da população será
resolvido pacificamente?
Vejamos. Caso fosse concretizada a Nação Mundial de
que falam certos intelectuais dos Estados Unidos, talvez fosse
possível a política de contrabalançar a população dos países, isto
é, fazer com que parte da população de um país superpovoado
emigrasse para lugares onde a densidade demográfica seja
baixa. (...) Sendo assim, os que são a favor do controle da
natalidade talvez precisem levar em conta esses pontos.”
Deste modo, segundo esse ensinamento não haveria
necessidade de diminuir a população, logo não haveria
necessidade de casamento gay.
Alguns raciocinam em termos religiosos dizendo:
“(...) O mandamento dado por Ele para que nos
multiplicássemos e enchêssemos a Terra continua em vigor.
Homossexuais não podem desfrutar desse privilégio.”
196
• Matrimônio tem limite
No ensinamento “Destino e Liberalismo” em 25 de
janeiro de 1949, Meishu-Sama apregoa que:
“A predestinação é algo atribuído a uma pessoa em
caráter definitivo, e de maneira alguma pode ser mudada. Já o
destino é livre, dentro dos limites da predestinação, e,
dependendo do esforço de cada um, pode-se atingir o nível mais
alto ou, ao contrário, decair ao nível mais baixo.
O liberalismo, que hoje se tornou alvo da atenção de
tantas pessoas, é muito semelhante ao destino. O verdadeiro
liberalismo está restrito a certos limites. É impossível existir a
liberdade infinita; a verdadeira liberdade é aquela que tem
limites. Assim, quando ultrapassamos esses limites, não só
invadimos e prejudicamos a liberdade dos outros, como também
nos tornamos traidores da cultura. Pela mesma razão, quando
ultrapassamos os limites do destino, invariavelmente
fracassamos.”
Que critérios a sociedade usa para decidir qual violação
deve se tornar legal só porque um grupo minoritário assim o
quer? [diz-se minoritário devido a pesquisa do IBOPE em 12 de
abril de 2013 mostrando que a maioria da população continua
contra o casamento gay]. Apenas dois entre muitos exemplos:
(1) Casal de irmãos que teve quatro filhos luta para
legalizar o incesto (isso sem mencionar, ainda falando em
incesto, o caso da menina de 18 anos que se prepara para casar
com o próprio pai após dois anos de namoro);
(2) Partido político na Holanda pretende legalizar a
pedofilia e a pornografia infantil, sob o jargão gay de que
“qualquer forma de amor é válida”, alguns holandeses acham
que sexo com crianças é só mais uma forma de expressão de
amor, por isso defendem a tese de que as crianças também
“amam” e a sexualidade delas foi reprimida pelos padrões e
regras da sociedade, dos quais pretendem libertar as crianças.
197
• Para haver casamento não basta haver amor
Meishu-Sama em “Filosofia do Amor” em 21 de janeiro
de 1950:
“Na vida humana, não existe problema tão complicado e
de difícil solução quanto o amor. Em suma, o amor é a flor da
vida e também o espinho. Existem aqueles que dizem que o amor
é soberano e também quem o considere como a causa da
imoralidade. Do nosso ponto de vista, ele realmente se posiciona
acima de tudo e também é verdade que há casos em que ele
pode se tornar imoralidade. Apresentarei, a seguir, a nossa
opinião sobre o amor.
O amor é a maior bênção que Deus atribuiu ao homem; é
algo tão atraente que por mais que apreciemos a sua beleza, não
é suficiente. E quando o amor atinge o auge, ele se torna algo
tão perigoso, a ponto de uma pessoa não se importar em
abandonar a vida. Por isso, podemos até dizer que os romances e
as peças teatrais não existiriam sem o amor. Caso ele não
existisse neste mundo, com certeza, a vida seria como um campo
seco de um gélido inverno.
Entretanto, quando observamos a realidade, notamos
que são mais numerosos os exemplos de infelicidade do que de
felicidade no amor. Brigas entre os homens, sofrimentos sem
solução, destruição do destino, suicídio por amor; homicídios e
outros fatos desagradáveis, quase sem exceção, têm a causa no
amor. Podemos dizer que se trata de algo realmente terrível.”
Visto isso se pode concluir que do ponto de vista laico o
amor nem só não é soberano, como também pode ser causa de
imoralidade e infelicidade.
Continuando:
“Sendo assim, escreverei pelo ponto de vista religioso, a
maneira correta de se lidar com o amor.
Esse problema não é tão difícil assim. É muito fácil. Podem
achar isso estranho, mas em suma, o amor, na realidade, deve
ser inteligente, corajoso e verdadeiro. Primeiramente, vamos
supor que se estabeleça o amor entre um homem e uma mulher.
198
Neste caso, não se deve deixar levar pela opinião pessoal. Devese, sim, encarar objetivamente até o fim.
Para tanto, é preciso observar, em primeiro lugar, o
resultado: pensar na futura felicidade e infelicidade dos dois. Por
exemplo, se o objetivo final for o casamento, constitui-se um
bem e obter-se-á felicidade. Mas se for sem pretensão de
casamento, mas por diversão pura e simplesmente, causada por
um ímpeto momentâneo, no mínimo, a mulher ficará infeliz e por
isso constitui-se um mal.”
Assim, o amor de um casal deve ter como objetivo final o
casamento.
Continuando:
“Entretanto, a pessoa interessada poderá afirmar: "Para se
amar não se pode ficar pensando em bem ou mal, ou qual será o
resultado; é só amar. É só ter o ímpeto do amor irrefreável." Mas
isto constitui um amor cego, ou seja, significa que a pessoa foi
tragada pelo amor. No caso de um homem, significa que fora
engolido por uma frágil mulher, ou seja, fora vencido por ela.
consequentemente, um fraco desse tipo não merece qualificação
de homem. Será uma pessoa que dificilmente terá chance de
subir na vida. O que queremos dizer é que devemos, a todo
custo, tragar o amor. Assim fazendo, jamais haverá motivos para
se cometerem erros. A mulher, por sua vez, deve ter como alvo
de respeito um homem assim e, então, o amor será mais
profundo e haverá satisfação. Consequentemente, o nosso ponto
de vista sobre o amor jamais é negativo. Ele é realmente a flor
da vida. Só que não se deve deixar dominar pelo amor; se
conseguir dominá-lo, jamais haverá erro.
Em termos gerais, é essa a filosofia do amor.”
A filosofia do amor, segundo Meishu-Sama, considera
que para se amar tem que se levar em conta o bem e o mal, não
bastando o ímpeto do amor irrefreável.
Os homossexuais que se amam podem achar que eles
devem se casar, inclusive para obterem a felicidade, ao
interpretarem erroneamente este ensinamento como “para
haver amor basta se casarem”. Isso sem citar que nele não se
mencione o amor entre homem e homem, ou mulher e mulher.
199
Há os que veem nessa interpretação a possibilidade de se
constituir um amor cego:
“Repudio veementemente o conceito geralmente aceito
pela sociedade para justificar o casamento gay de que “o que
vale é o amor”. Tenta-se até usar Deus nessa justificativa com o
fragilíssimo argumento de que “Deus é amor”. É verdade que Ele
é amor, mas também é verdade que Ele não é contra Seus
próprios princípios. Sua misericórdia não pode roubar Sua
justiça. Ele ama o pecador, sim, mas, nas palavras Dele próprio,
“Eu, o Senhor, não posso encarar o pecado com o mínimo grau
de tolerância”. Portanto que ninguém se engane: o fato de Ele
amar o pecador de forma alguma significa que será conivente
com seus pecados, assim como qualquer pai amoroso e
responsável não pode deixar de repreender, corrigir e até
castigar seus filhos ao vê-los cometendo erros capazes de
prejudicá-los.
Em resumo: o amor, por si só, está bem longe de ser
suficiente como justificativa para o casamento entre iguais pelo
ponto de vista de Deus. [Se assim não fosse, que problema
haveria em legalizar o incesto e a pedofilia dos exemplos acima?]
Até quando a sociedade vai achar que pode ignorar o que
Deus realmente pensa a respeito (e não o que ela quer ou
espera que Ele pense) sem sofrer as consequências?”
Continuando:
“Se pararmos para pensar, fora do Evangelho de Jesus
Cristo realmente não há motivos convincentes para nos opormos
ao casamento gay. Não fosse pelo Evangelho, muito
provavelmente eu também estaria levantando uma bandeira a
favor da causa gay. É justamente isso o que faz quem
desconhece o Evangelho (se conhece, não o entende; se
entende, não o vive). Por isso, todo o barulho feito pela
comunidade gay acaba ocupando dentro das pessoas o espaço
que deveria estar preenchido pelo Evangelho. Eis por que a
ideologia gay conquista mais e mais a simpatia da sociedade.”
200
• Liberdade e diversidade não é base para haver matrimônio
Não foi sob o mesmíssimo argumento de “liberdade e
diversidade” que começou a história do casamento gay? Por que
gays podem e incestuosos e pedófilos não? Se a moda pega,
daqui a pouco outros grupos minoritários — adúlteros,
homicidas, traficantes, contrabandistas, sonegadores, fanáticos
religiosos… — também vão querer mudar a lei em favor de
qualquer coisa que julguem ser direito deles.
“Instinto e Abstinência” em 24 de dezembro de 1952,
Meishu-Sama apregoa:
“Nietzsche, o ser humano possui, desde o nascimento,
vários instintos que lhe é quase impossível dominar, parecendo
uma predestinação à qual ele está sujeito. À primeira vista, a
teoria nos satisfaz [genética ao invés da ética]; entretanto,
explicada apenas nesses termos, ela seria uma forma de admitir
a imoralidade, o que é um pensamento um tanto perigoso. Os
intelectuais poderão admiti-la como tese digna de estudos, mas
nós, religiosos, de forma alguma poderemos aceitá-la.”
Alguns chegam a explicitar que as pessoas nascem com o
potencial de saber controlar seus instintos e retornar ao Pai,
sejam elas heterossexuais ou homossexuais. Agora, se cada um
vai optar por controlar seus instintos ou se deixar controlar por
eles, é questão de escolha pessoal.
• Casamento é vontade divina
Meishu-Sama em “O Caminho do Casal”, 25 de fevereiro
de 1949, diz que:
“Ultimamente, tem-se discutido bastante a conveniência
do casamento arranjado e do casamento por amor. Vou explicar
esse assunto do ponto de vista espiritual.
Em nosso país, principalmente nas cidades e até nos
lugares mais afastados, sempre existem santuários onde está
201
assentado Ubussuna (senhor protetor, padroeiro), ou seja, o
deus Ubussuna ou Ujigami-sama (deus da linhagem familiar).
Eles correspondem exatamente aos cartórios do Mundo
Material. O deus Ubussuna é quem se encarrega dos
matrimônios, funerais e até dos nascimentos. Desde os tempos
antigos, quando nasce uma criança, as pessoas costumam ir ao
templo para agradecer a Deus por lhes ter concedido a criança.
Da mesma forma, quem une o homem e a mulher em
casamento, é o deus Ubussuna e esse casamento pode ser por
amor ou arranjado. Mas ambos são pela vontade do deus
Ubussuna. Entretanto, quem desconhece isso, acredita que o
casamento é realizado pelas mãos do homem e, por isso, no final
de uma briga de casal, tão frequente na sociedade, um dos
cônjuges diz: "Vá embora de casa"', mas isso é um grande erro.
Sendo marido e mulher, unidos pela Vontade Divina, e o fato do
ser humano dizer isso ou aquilo não seria um desrespeito enorme
para com Deus? Por mais que seja um marido ou uma mulher
que não agrada, foi Deus que definiu por existir a afinidade,
portanto, é falta de consideração pensar de forma desprezível.
Deve-se, com gratidão, agradecer. Consequentemente, sabendo
disso e reconsiderando o assunto com sentimento de gratidão, é
claro que as partes envolvidas conseguirão pensar que é uma
boa esposa ou um bom marido.”
E termina enumerando ensinamentos que se referem ao
assunto, constantes na Bíblia, como:
“Deixará o homem o pai e a mãe para unir-se à mulher e
os dois serão uma só carne (Mt 19-5)”.
Há os que argumentam dizendo:
“Se fosse verdade que o grande ato da Criação é uma mera
casualidade, não seria preciso haver uma formalidade chamada
casamento, bastaria fazer como os animais na Natureza: macho
e fêmea simplesmente se juntam e procriam. Tão mais simples,
não? Mas o homem faz dessa junção um evento social, assina
papéis para validá-la na sociedade, festeja-a com parentes e
202
amigos, sai em lua de mel, etc.
Mesmo entre os céticos, esses eventos sociais geralmente
começam com uma cerimônia religiosa ou que inspire algum
tipo de espiritualidade ou conexão com uma ordem superior.
Creio que dificilmente alguém pensa no por que disso. Mera
convenção social? Se ninguém está interessado na opinião de
Deus ou dessa ordem superior, invocar espiritualidade para quê?
Ah, então há interesse na opinião Dele? Muito bem, neste caso
vamos compreender algumas coisas.
Antes de tudo, casamento é mandamento de Deus, tanto
quanto honrar pai e mãe, não matar, não roubar, não adulterar,
etc. Todos os mandamentos de Deus são espirituais e têm um
propósito espiritual bem definido. Com o casamento não é
diferente.
Mais que a mera junção de dois indivíduos, o casamento
é um convênio ou contrato legítimo que torna o par unido
perante Deus, além de perante a sociedade. Vem da primitiva
obediência a esse mandamento o que mais tarde se tornaria
uma convenção social, vindo a ser regulamentada também pela
lei dos homens. O casamento foi instituído por Deus e surgiu
bem antes do casamento civil. Portanto, não é uma mera
convenção social inventada pelo homem.
(...) Em lugar algum das escrituras lemos que em alguma
época Ele tenha dado dois homens ou duas mulheres em
casamento. Não há evidência escriturística alguma de que Ele
aprova esse tipo de união (mas há várias evidências em
contrário: Lev. 18:22; 20:13; Deut. 23:17; Isa. 3:9; Rom. 1:27; I
Cor. 6:9–10; I Tim. 1:9–10; Jud. 1:7).”
Meishu-Sama em “A Verdadeira Salvação” parece
confirmar o que acaba de ser dito, pois ele não escreveu nada a
respeito de casamento gay até 2150:
“Sei das coisas que irão acontecer até daqui a um
século.” “No entanto, a minha tese é muito mais revolucionária
203
e adiantada para o nosso tempo, em dois séculos [até 2150, pois
este foi escrito em 1950].”
O que ele escreveu foi sobre o homossexualismo.
Aumento de doentes em hospitais e sanatórios.
7 de setembro de 1952, “Divina Providência”, no livro
“Divino Mistério”:
“Hoje em dia, esse é o caminho percorrido pela maioria
das pessoas. Os hospitais e sanatórios estão sempre
abarrotados e com falta de leitos. Esse problema se agravará
cada vez mais, porque a tendência é aumentar cada vez mais
o número de doentes, inclusive mentais, e de homossexuais.
Por isso o mundo está tão estranho, conturbado e doente.”
Tentativa de suicídio.
No “Evangelho do Paraíso” em “O que é o amor”:
“No tempo em que eu era comerciante, havia em meu
escritório uma funcionária de vinte anos mais ou menos,
estudante da Escola de Belas-Artes. Meu trabalho era
relacionado à arte, e ela fazia os desenhos. Seu nome era T.
Certo dia, uma colega sua de escola, moça bonita de dezoito ou
dezenove anos, chamada U., veio visitá-la. Como T. estava
ocupada, pedi-lhe que esperasse na sala. Ao olhar casualmente
para essa moça, percebi que ela se encontrava muito deprimida
e intranquila. Não conseguindo conter-me, dirigi-me à sala onde
T. trabalhava e fiz-lhe perguntas sobre a colega. No começo, ela
não queria dizer a verdade, mas, devido à minha insistência,
acabou contando-me tudo.
Durante longo tempo, T. e U. mantiveram relações
homossexuais, porém, recentemente, a mãe de T. descobrira o
caso e advertira a filha com rigor, dizendo-lhe que teria que
afastar-se de U. ou, então, deixar a escola. As duas haviam
discutido o problema e resolvido se suicidar juntas, naquela
noite. Impressionado, levei T. para outra sala e fiz-lhe exame
espiritual, constatando que ela estava com encosto. Era o
espírito de um pato. Ele confessou que encostara em T. há alguns
204
meses e se apaixonara pelo espírito de rouxinol encostado em U.
Pude, então, compreender que era essa a causa do problema.
Com a repreensão que lhe dei, o espírito acabou se afastando da
moça. Consequentemente, como no despertar de um sonho, o
amor de T. em relação a U. desapareceu, e assim elas
continuaram sendo simples amigas.”
Embora os problemas da homossexualidade nestes dois
últimos trechos de ensinamentos de Meihu-Sama parecem se
dever apenas a condenação sofrida pela sociedade, talvez se
possa conjecturar a causa do homossexualismo ao encosto de
acasalamento de animais de diferentes espécies, ou quem sabe
da mesma espécie, ou ainda a questões de outras vidas como
reencontros só que agora ambos têm o mesmo sexo.
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