Governo dos Açores Secretaria Regional da Economia Gabinete do Secretário Regional INTERVENÇÃO DO SECRETÁRIO REGIONAL DA ECONOMIA NA CERIMÓNIA DE ASSINATURA DOS PROTOCOLOS “ Linha de Crédito AÇORES INVESTE” e “Linha de Crédito de Apoio à Reestruturação de Dívida Bancária” Senhor Presidente do Governo, Senhor Vice-Presidente, Senhoras e Senhores, Neste acto que confere particular visibilidade a mais uma medida do Governo dos Açores destinada a habilitar as empresas açorianas com melhores instrumentos para se afirmarem e fazerem face à actual conjuntura nacional e internacional, não será, por certo, despropositado um contributo, necessariamente breve, para a reflexão sobre os desafios que têm essas empresas no actual momento que vive a economia açoriana. Interessa, sobretudo, que, com realismo e objectividade, tenhamos uma ideia muito clara daquelas que são as tarefas que sobre nós impendem, bem como daquelas que são as responsabilidades de cada um, para que seja possível ultrapassá-los com sucesso e com benefício para todos os envolvidos. Em primeiro lugar, parece-nos claro estarmos em presença de uma situação que exige da parte de todos uma resposta rápida e, em especial, uma resposta pronta, a qual possa constituir uma intervenção para precaver ou -1- Governo dos Açores Secretaria Regional da Economia Gabinete do Secretário Regional minorar na economia açoriana os efeitos da turbulência financeira e económica que se vive a nível nacional e internacional. Exige-se, por isso, e desde logo, a ambição de querer abraçar o desafio de sair vencedor desta conjuntura menos favorável e a confiança para acreditar que, com o empenho de todos, tal desiderato, embora não sendo fácil, é perfeitamente possível alcançar. E a chamada de atenção para este aspecto da postura com que nos apresentamos perante os tempos actuais, não pode ser menorizada nem, muito menos, ignorada, pois há aqueles, incluindo responsáveis políticos, que, quer por omissão de apresentação de propostas de medidas, quer por declaração expressa, acreditam, e querem fazer com que outros também acreditem, que, nos tempos que correm, o melhor é esperar para ver, é adiar projectos, é aproveitar para pedir licenças e alvarás, esperando, sentado e com a cabeça enterrada na areia, que a crise passe e o clima melhore. Pela postura, exactamente contrária a esta, que o Governo dos Açores prontamente assumiu e diligentemente tem prosseguido, os empresários açorianos contam agora com mais um instrumento que é posto à sua disposição, dependendo, , também, a partir deste momento, - convém nunca esquecê-lo -, do dinamismo, da ambição e da competência do empresariado regional o seu aproveitamento e a sua potenciação. Importa, por isso, aqui, e mais uma vez, salientar que, da parte do Governo dos Açores, aqui estamos e aqui estaremos. Não à frente das empresas açorianas, exercitando um qualquer dirigismo económico extemporâneo e injustificado, mas ao seu lado, enfrentando em conjunto os desafios que o -2- Governo dos Açores Secretaria Regional da Economia Gabinete do Secretário Regional Futuro nos apresenta e partilhando do trabalho que é necessário para vencêlos. Mas, mesmo aqui, o Governo respeitará sempre, o Governo respeitará escrupulosamente, aquele espaço único e exclusivo, no qual a diferença entre o sucesso e insucesso se mede pela capacidade, pela ambição e pelo espírito empreendedor que cada um tem e na medida em que o tem. A criação destas medidas não pode, por isso, ser entendida como um pretexto ou sequer como um sinal de compreensão para o adiar ou aligeirar da resposta a desafios que a actual conjuntura, mais do que colocar em segundo plano, vem colocar como necessidade de primeira ordem, como medidas de carácter urgente. É certo que, numa economia global, os agentes económicos estão, necessariamente, sujeitos a um ambiente externo difícil de controlar. Mas tal circunstância, ao invés de constituir motivo para desculpabilizações ou inacção, deve conduzir a que nos centremos, exactamente, naqueles elementos que estão ao nosso alcance alterar, potenciando os factores externos que nos podem ser favoráveis e mitigando aqueles que nos causam constrangimentos. O Governo não ignora, bem pelo contrário, tem perfeita consciência,de que, também na sua acção, deve ambicionar a melhorar a sua relação com o empresariado, nomeadamente, desburocratizando processos, fomentando a celeridade de procedimentos, trabalhando no aumento da clareza dos fundamentos das decisões. Temos a consciência muito clara de que há, ainda, caminho por fazer nesse domínio. -3- Governo dos Açores Secretaria Regional da Economia Gabinete do Secretário Regional Mas, a mensagem que gostaria de deixar hoje aqui, é que vencer o desafio maior entre os maiores, vencer o desafio do aumento da competitividade das empresas açorianas é um trabalho partilhado que só pode resultar, se tiver na sua base uma conjugação de esforços no mesmo sentido, com o mesmo empenho e com a mesma determinação. Sei que alguns contraporão a esta mensagem, por exemplo, a reduzida dimensão, a dispersão e o isolamento do nosso mercado regional, invocando, até, a inevitabilidade da geografia para justificar o que entendem ser a impossibilidade de fazer mais. Creio, por isso, que compreenderão que ouse aqui falar na necessidade imperiosa de uma aposta sistemática na valorização das qualificações dos recursos humanos, na necessidade urgente dessa aposta ser integrada na cultura de cada empresa, independemente da sua dimensão ou do seu ramo de negócio. Outros contraporão, por certo, com as contingências atinentes a um modelo de transporte aéreo ou marítimo que pode ser melhorado para facilitar o tráfego de mercadorias e que é ao Governo que compete intervir nessa área. Estou certo, por isso, que, sem prejuízo de aceitar o desafio, compreenderão se tiver a ousadia de aqui também falar da necessidade de qualquer empresa e qualquer empresário ter sempre presente a inovação ao nível do produto, da qualidade da prestação do serviço, do fomento das boas práticas de gestão ou da racionalidade da estrutura organizacional. -4- Governo dos Açores Secretaria Regional da Economia Gabinete do Secretário Regional Outros, ainda, argumentarão com a burocracia, com a frieza e com a complexidade do discurso no relacionamento quotidiano com os entes públicos. O facto de nesse âmbito haver um caminho de melhoria que é imperioso que façamos, não pode impedir que também se reflicta sobre a necessidade das empresas se focalizarem em maior grau no cliente, que é cada vez mais esclarecido e exigente, de modo a garantir um elevado nível de satisfação. Por último, haverá ainda aqueles que, apesar de praticamente todas as questões até aqui focadas poderem ser enquadradas no, commumente reconhecido, generoso sistema de incentivos em vigor na nossa Região, alardearão a necessidade de uma maior diferenciação fiscal, invocando a carga fiscal como o obstáculo derradeiro. Pois também aqui há que relembrar, alavancado na realidade de um sistema fiscal regional diferente para melhor do nacional, a inalienável responsabilidade social que impende sobre as empresas e sobre os empresários e que, cada vez mais, se concretiza em vertentes tão díspares como o emprego com uma remuneração justa e adequada, com a protecção na maternidade e na paternidade ou, até, na responsabilidade ambiental. Senhor Presidente do Governo, Senhor Vice-Presidente, Senhoras e Senhores, Servem estas considerações para, referindo alguns dos desafios com que somos confrontados, salientar, igualmente, que só com um esforço conjunto -5- Governo dos Açores Secretaria Regional da Economia Gabinete do Secretário Regional e com o compromisso, - compromisso, não apenas contributo -, de todos, podemos ultrapassar o momento presente e, nunca baixando os braços, cumprirmos mais uma etapa do nosso desenvolvimento. Hoje, aqui, foi dado mais um passo. É, pois, altura de renovar este espírito tão Açoriano de, em especial, na adversidade, arregaçar as mangar e ir à luta! Disse! Angra, 4 de Fevereiro de 2009 -6-