UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO EGRESSOS NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE UM CURSO: O CASO DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UFRN (Dissertação defendida em 27 de Julho de 2012) por Natália Veloso Caldas de Vasconcelos Graduada em Engenharia de Produção, UFRN, 2010 Dissertação submetida ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO JULHO, 2012 ii NATÁLIA VELOSO CALDAS DE VASCONCELOS EGRESSOS NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE UM CURSO: O CASO DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UFRN (Dissertação defendida em 27 de Julho de 2012) Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, na área de Estratégia e Qualidade. Orientadora: Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz, Dra. Co-Orientador: Hélio Roberto Hékis, Dr. Co-Orientador: Jamerson Viegas Queiroz, Dr. Natal/RN 2012 iii NATÁLIA VELOSO CALDAS DE VASCONCELOS Dissertação submetida ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO JULHO, 2012 APROVADO POR: ______________________________________________________________ Prof.ª Fernanda Cristina Barbosa Pereira Queiroz, Dra. (PEP/UFRN) – Orientadora, Presidente ______________________________________________________________ Prof. Hélio Roberto Hékis, Dr. (PEP/UFRN) – Co- orientador ______________________________________________________________ Prof. Jamerson Viegas Queiroz, Dr. (PEP/UFRN) – Co- orientador Examinador Interno ______________________________________________________________ Prof. José Alfredo Ferreira Costa, Dr. (PEP/UFRN) Examinador Interno ______________________________________________________________ Prof.ª Hilka Pelizza Vier Machado, Dra. (PPA/ UEM) Examinador Externo iv RESUMO A presente Dissertação tem como objetivo geral analisar, sob a ótica do egresso, a percepção da qualidade de um curso de graduação a fim de contribuir com a melhoria contínua. Visando atingir os objetivos propostos, foi feita uma pesquisa bibliográfica, buscando reunir os trabalhos que rodeiam esta temática, com a intenção de atualizar os conceitos abordados atualmente sobre o assunto estudado. São eles: Gestão da qualidade, qualidades nas Instituições de Ensino Superior e o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior - Sinaes. A metodologia é caracterizada como estudo de caso, de natureza quantitativa; o objeto de estudo é composto pelos egressos do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que engloba os alunos que se formaram no período de 2002 a 2010; a coleta de dados foi feita através do instrumento de pesquisa, o questionário, disponibilizado on-line através da interface do SurveyMonkey; a análise dos dados foi feita por meio das técnicas de estatística descritiva e análise multivariada, entre elas a análise fatorial. O instrumento de pesquisa proposto é formado por dezenove perguntas e vinte afirmativas que abordam a temática central desta dissertação. Os resultados mostram a identificação de quatro fatores latentes (obtidos através da análise fatorial exploratória), por meio de duas perspectivas. Na análise da percepção e da importância, os resultados obtidos foram semelhantes no tocante as variáveis dos fatores. O fator 1 foi relacionado aos apoios dados aos alunos, fator 2 denominado como suporte extra classe, o fator 3 relacionou aspectos da biblioteca, e, finalizando, o fator 4 abordou avaliação e instalações físicas. Com a pesquisa conclui-se que este estudo apresenta diversos pontos a serem melhorados pela equipe de gestores, e recomenda-se continuar a avaliar a percepção dos egressos, visando uma melhoria contínua na prestação do serviço por parte da universidade. Palavras-chaves: Gestão da Qualidade; Instituições de Ensino Superior; Avaliação da Qualidade; Egresso; Engenharia de Produção. v ABSTRACT This thesis aims at analyzing the perspective of graduates perceived quality of an undergraduate course in order to contribute to continuous improvement. In order to achieve the proposed objectives, we performed a literature search, seeking together the work surrounding this issue, with the intent to update the concepts discussed today on the subject studied, they are: quality management, quality in higher education institutions and the system national assessment of higher education - Sinaes. The methodology is characterized as a case study, quantitative, and the object of study is composed of students who graduated from Production Engineering, Federal University of Rio Grande do Norte, which includes students who graduated from 2002 to 2010; data collection was done through the survey instrument, questionnaire, available online through SurveyMonkey interface, data analysis was done by means of descriptive statistics and multivariate analysis, including factor analysis. The proposed survey instrument consists of questions nineteen and twenty statements that address the central theme of this dissertation. The results show the identification of four latent factors (obtained by exploratory factor analysis), through two perspectives, the analysis of perception and importance, the results were similar in terms of the variable factors. The first factor was related to the support given to students, a factor known to support two extra class, the third factor related aspects of the library, and finalizing the evaluation and approached a factor of 4 facilities. Through research it was concluded that this study presents several points to be improved by the management team, and recommended to continue to evaluate the perceptions of graduates, seeking continuous improvement in service delivery by the university. Keywords: Quality Management; Institutions of Higher Education; Quality Evaluation; Egress; Production Engineering. vi LISTA DE FIGURAS Figura 1: Evolução do número de instituições de educação superior por categoria administrativa – Brasil – 2001-2010. ................................................................................ 17 Figura 2 : Estruturação da pesquisa .................................................................................. 20 Figura 3: Elementos da gestão da qualidade total (tqm) .................................................... 24 Figura 4: Análise da evolução da qualidade...................................................................... 26 Figura 5: Posição dos indicadores .................................................................................... 29 Figura 6: Evolução dos indicadores de qualidade ............................................................. 62 Figura 7: Ponderações adotadas nos componentes do conceito preliminar de curso nas edições do Enade 2007 e 2008 ......................................................................................... 69 Figura 8: Caracterização da pesquisa ................................................................................ 83 Figura 9: Contribuição do curso ..................................................................................... 101 Figura 10: Gráfico de autovalores .................................................................................. 103 Figura 11: Gráfico de autovalores – importância ............................................................ 125 Figura 12: Diagrama dos fatores e relação com as variáveis (v.) estimados pela Análise Fatorial – Percepção ....................................................................................................... 145 Figura 13: Diagrama dos fatores e relação com as variáveis (v.) estimados pela Análise Fatorial – Importância .................................................................................................... 146 vii LISTA DE TABELAS Tabela 1: Número de matrículas em cursos de graduação ................................................ 17 Tabela 2: Adaptada de dimensões da qualidade segundo Garvin (1988). ......................... 27 Tabela 3: Evolução do Número de Instituições de Educação Superior por Organização Acadêmica – Brasil – 2001-2010 ..................................................................................... 38 Tabela 4: Componentes do Sinaes .................................................................................... 60 Tabela 5: Tipos de avaliação de cursos ............................................................................. 66 Tabela 6: Distribuição do CPC´s de acordo com a organização acadêmica ....................... 70 Tabela 7: Distribuição dos conceitos do CPC ................................................................... 78 Tabela 8: Distribuição da população e amostra da pesquisa .............................................. 90 Tabela 9: Tabela de Frequência, por faixa etária............................................................... 91 Tabela 10: Tabela de Frequência, por sexo ....................................................................... 91 Tabela 11: Tabela de Frequência, considerando outra graduação ...................................... 92 Tabela 12: Tabela de Frequência, considerando situação no mercado de trabalho ............. 92 Tabela 13: Tabela de Frequência, por estado de residência ............................................... 93 Tabela 14: Tabela de Frequência, considerando pós-graduação em curso ou concluída .... 94 Tabela 15: Tabela de Frequência, área de atuação no mercado de trabalho ....................... 94 Tabela 16: Tabela de Frequência, por natureza do emprego.............................................. 95 Tabela 17: Tabela de Frequência, por cargo ..................................................................... 96 Tabela 18: Tabela de Frequência, por faixa salarial .......................................................... 97 Tabela 19: Tabela de Frequência, considerando o registro no Crea ................................... 97 Tabela 20: Tabela de Frequência, considerando a contribuição do curso para a atuação profissional ...................................................................................................................... 98 Tabela 21: Qual área da engenharia de produção você mais se identificou na gradução .... 99 Tabela 22: Entre as alternativas a seguir, assinale as condições que melhor expressam a sua carreira profissional (atual e futura)............................................................................ 99 Tabela 23: Quais disciplinas ou áreas não contribuíram para o seu emprego? ................. 100 Tabela 24: Resultado Alfa de Cronbach – importância ................................................... 102 Tabela 25: Variância total e quantidade de fatores retidos .............................................. 103 Tabela 26: Média e desvio padrão das variáveis ............................................................. 104 Tabela 27: Cargas fatoriais (não rotacionada; cargas são marcadas>, 600000). ............... 105 Tabela 28: Cargas fatoriais (após rotação ortogonal varimax; cargas são marcadas>, 600000) ......................................................................................................................... 106 viii Tabela 29: Variáveis(afirmativas) e estatística básica fator 1:apoio e suporte aos alunos 108 Tabela 30: Frequência da afirmativa: a coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes. ............................................................................................ 109 Tabela 31: Frequência da afirmativa: a coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva............................. 109 Tabela 32: Frequência da afirmativa: as disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos. ...................................................................................................................... 110 Tabela 33: Frequência da afirmativa: o nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. ................................................................................................. 110 Tabela 34: Frequência da afirmativa: o currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho........................................................... 111 Tabela 35: Frequência da afirmativa: os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido............................................ 111 Tabela 36: Frequência da afirmativa: os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensino-aprendizagem. ................................. 112 Tabela 37: Frequência da afirmativa: os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina ...................................................................................................... 112 Tabela 38: Frequência da afirmativa: os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos. ............................................................................................................... 113 Tabela 39: Variáveis (afirmativas) e estatística básica fator 2: suporte extra classe ......... 114 Tabela 40: Frequência da afirmativa: os alunos tinha orientação quanto aos estágios...... 114 Tabela 41: Frequência da afirmativa: as disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes ......................................................................................................................... 115 Tabela 42: Frequência da afirmativa: o curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias ........................................................................ 115 Tabela 43: Frequência da afirmativa: os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos ................................................................................. 116 Tabela 44: Variáveis (afirmativas) e estatística básica fator 3: biblioteca ........................ 117 Tabela 45: Frequência da afirmativa: com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado .............................. 117 Tabela 46: Frequência da afirmativa: a oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos ...................................................................................................................... 118 Tabela 47: Frequência da afirmativa: quanto às instalações da biblioteca era satisfatória para leitura e estudo ....................................................................................................... 118 ix Tabela 48: Variáveis (afirmativas) e estatística básica fator 4: avaliação e instalações .... 119 Tabela 49: Frequência da afirmativa: as avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido............................................ 120 Tabela 50: Frequência da afirmativa: as instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias. ..................... 120 Tabela 51: Frequência da afirmativa: os alunos eram motivados a participarem de eventos (workshop, congresso, seminário) ligados ao curso............................................ 121 Tabela 52: Indique a sua PERCEPÇÃO sobre a qualidade quanto .................................. 121 Tabela 53: Resultado Alfa de Cronbach ......................................................................... 123 Tabela 54: KMO and Bartlett's Test ............................................................................... 124 Tabela 55: Variância total e quantidade de fatores retidos .............................................. 124 Tabela 56: Média e desvio padrão das variáveis ............................................................. 126 Tabela 57: Cargas fatoriais (não rotacionada; cargas são marcadas>, 600000) ................ 127 Tabela 58: Cargas fatoriais (após rotação ortogonal varimax; cargas são marcadas>, 600000) ......................................................................................................................... 128 Tabela 59:Variáveis (afirmativas) e estatística básica fator 1:apoio e suporte aos alunos 130 Tabela 60: Frequência da afirmativa: a coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos egressos .............................................................................................. 131 Tabela 61: Frequência da afirmativa: a coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva............................. 132 Tabela 62: Frequência da afirmativa: as disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos. ...................................................................................................................... 132 Tabela 63: Frequência da afirmativa: o nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. ................................................................................................. 133 Tabela 64: Frequência da afirmativa: os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina ...................................................................................................... 133 Tabela 65: Variáveis (afirmativas) e estatística básica fator 2: apoio extra classe ............ 134 Tabela 66: Frequência da afirmativa: os alunos tinha orientação quanto aos estágios...... 135 Tabela 67: Frequência da afirmativa: as disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes ......................................................................................................................... 135 Tabela 68: Frequência da afirmativa: o curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias ........................................................................ 136 Tabela 69: Frequência da afirmativa: os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos ................................................................................. 136 x Tabela 70: Variáveis(afirmativas) e estatística básica fator 3:apoio e suporte aos alunos 137 Tabela 71: Frequência da afirmativa: com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado .............................. 138 Tabela 72: Frequência da afirmativa: a oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos ...................................................................................................................... 138 Tabela 73: Frequência da afirmativa: quanto às instalações da biblioteca era satisfatória para leitura e estudo ....................................................................................................... 139 Tabela 74: Variáveis(afirmativas) e estatística básica fator 1:apoio e suporte aos alunos 139 Tabela 75: Frequência da afirmativa: as avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido............................................ 140 Tabela 76: Frequência da afirmativa: as instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias ...................... 140 Tabela 77: Resumo da avaliação – percepção e importância ........................................... 143 Tabela 78: Resultado do Enade 2008 – Engenharia de Produção da UFRN .................... 147 xi SUMÁRIO RESUMO ...................................................................................................................... IV ABSTRACT .................................................................................................................... V LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... VI LISTA DE TABELAS.................................................................................................. VII SUMÁRIO ..................................................................................................................... XI 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13 1.1 APRESENTAÇÃO DO ASSUNTO ........................................................................... 13 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................. 15 1.3 OBJETIVOS DO TRABALHO .................................................................................. 16 1.4 JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 16 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................... 19 2. GESTÃO DA QUALIDADE ..................................................................................... 21 2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE .......................................................... 23 2.2 EVOLUÇÃO DA QUALIDADE ............................................................................... 25 2.3 INDICADORES DE QUALIDADE E GESTÃO ESTRATÉGICA ............................ 28 2.4 O CLIENTE NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE .................................................. 30 3. QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ............................. 32 3.1 EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRAS ...... 35 3.2 HISTÓRICO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR DO BRASIL........................................................................................................................... 39 3.3 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR AMERICANO ................... 42 3.3.1 AGÊNCIAS ACREDITADORAS E PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO ........................................................................................... 45 3.4 AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR EUROPEU – O PROCESSO DE BOLONHA...................................................................................................................... 50 3.4.1 PRINCIPAIS METAS DO PROCESSO DE BOLONHA ........................................... 53 3.4.2 ALGUNS INSTRUMENTOS DO PROCESSO DE BOLONHA .................................55 3.4.3 O PROCESSO DE TRANSIÇÃO.............................................................................. 57 3.5 CONSIDERAÇÕES............................................................................................ 58 4. SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR – SINAES .......................................................................................................................... 59 xii 4.1 AVALIAÇÃO DA INSTITUIÇÃO (AUTO-AVALIAÇÃO E AVALIAÇÃO EXTERNA) ..................................................................................................................... 63 4.2 EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DOS ESTUDANTES - ENADE ............ 64 4.3 AVALIAÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO ................................................... 66 4.4 CONCEITO PRELIMINAR DO CURSO – CPC ....................................................... 68 4.5 ÍNDICE GERAL DE CURSO - IGC .......................................................................... 78 4.6 CONSIDERAÇÕES .................................................................................................. 79 5. METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 80 5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA............................................................... 80 5.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................. 83 5.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ................................................... 85 5.4 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................... 88 5.5 LIMITAÇÕES .......................................................................................................... 89 6. ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS .......................................................... 90 6.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E PERFIL DOS RESPONDENTES ............... 91 6.2 FATORES RELEVANTES NA QUALIDADE DO CURSO – ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA E PERCEPÇÃO ................................................................................... 98 6.3 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA ....................................................................... 102 6.3.1 ANÁLISE FATORIAL ............................................................................................ 102 6.3.2 FATORES LATENTES – FATOR 1: APOIO E SUPROTE AOS ALUNOS .............. 107 6.3.3 FATORES LATENTES – FATOR 2: SUPORTE EXTRA CLASSE .......................... 113 6.3.4 FATORES LATENTES – FATOR 3: BIBLIOTECA ................................................ 116 6.3.5 FATORES LATENTES – FATOR 4: AVALIAÇÕES E INSTALAÇÕES FÍSICAS .... 119 6.4 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO ........................................................................... 121 6.4.1 ANÁLISE FATORIAL ............................................................................................ 123 6.4.2 FATORES LATENTES – FATOR 1: APOIO E SUPORTE AOS ALUNOS .............. 130 6.4.3 FATORES LATENTES – FATOR 2: SUPORTE EXTRA CLASSE .......................... 134 6.4.4 FATORES LATENTES – FATOR 3: BIBLIOTECA ................................................ 137 6.4.5 FATORES LATENTES – FATOR 4: AVALIAÇÕES E INSTALAÇÕES FÍSICAS .... 139 6.5.DISSCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS .................................................. 142 7. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 149 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 154 ANEXO I – QUESTIONÁRIO .................................................................................... 166 13 1. INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO DO ASSUNTO Para Meira (2009) o egresso da graduação enfrenta, no seu cotidiano, situações complexas que levam a confrontar as competências desenvolvidas durante o curso com as requeridas no exercício profissional. Paralelo ao crescimento da competitividade no mercado, no qual exigia aos egressos plena competência no seu exercício profissional, as instituições de ensino superior expandiram-se, e esses dois âmbitos foram se tornando cada vez mais dependentes. Segundo Peixoto (2011) a expansão de matrículas nos sistemas de educação superior, que ocorreu em vários países a partir da década de 1960, teve entre suas consequências a disseminação de instituições de ensino que atuam com condições de infraestrutura e recursos humanos considerados inadequados, e cujos projetos curriculares nem sempre atendem às demandas da sociedade no que concerne a produção e difusão do conhecimento. O ensino superior no país ainda está em expansão, consequentemente o crescimento acelerado demanda uma gestão com qualidade. Percebemos um crescimento muito grande de IES pelo país, conforme apontam os relatórios do MEC, mas até o momento isso ainda não resultou em qualidade do ensino superior e em impacto social do egresso. (STADTLOBER, 2010). Para esta corrente, Embiruçu (2010) defende que a avaliação do desempenho docente em (IES), de forma similar à avaliação do desempenho de qualquer profissional nos diversos campos de atuação e nos diversos sistemas e processos produtivos, é de fundamental importância para o desenvolvimento profissional dos docentes e para o crescimento institucional, ajudando a garantir que as metas qualitativas e quantitativas esperadas pela sociedade possam ser alcançadas. Conforme dados do INEP (2011), o número de instituições de ensino superior (IES) está crescendo. Em pesquisa divulgada em 2012, com dados referentes a 2010, o Brasil tem 2.378 instituições de ensino superior. Esses números, quando confrontados com os dados de 2009, percebe-se um evolução de 2,7%, que representava 2.314. 14 Este cenário de aumento de IES, e crescimento de competitividade e exigência dos egressos, nos remete a uma preocupação no tocante a qualidade de formação desses alunos: este crescimento de oferta está contribuindo para uma formação exemplar desses alunos? Esta questão nos coloca em debate o critério de qualidade do ensino e qual a percepção do aluno, que, num primeiro momento, se torna cliente na instituição, e qual a avaliação dele, quanto ao serviço prestado. Desta forma, é necessário que a universidade tenha uma estratégia organizacional bem estruturada, levando em consideração alunos, professores, colaboradores, infraestrutura e todos os aspectos relevantes para sua avaliação, com o objetivo de oferecer melhores condições de ensino e formar profissionais qualificados, para que eles possam sair da universidade aptos a exercer sua profissão de maneira plena. Para que isso ocorra é necessário um serviço de qualidade e que, quando avaliado, seja correspondente a um nível de qualidade satisfatório. O processo de avaliação da qualidade das instituições de ensino superior (IES) brasileiras é realizado por meio do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, Sinaes. O Sinaes visa, neste sentido, garantir o processo de avaliação da IES, de cursos de graduação e acompanhar o desempenho acadêmico dos estudantes, analisando os ingressos e concluintes, buscando a melhoria da qualidade do ensino superior no brasileiro. É possível observar que o Sinaes é um sistema de avaliação que leva em consideração diversos aspectos, relacionados à infraestrutura, aspectos sociais, econômicos e pedagógicos. Não aborda, porém, nenhum aspecto quanto ao desempenho dos alunos após o término do curso, ou seja, sua atuação no mercado de trabalho. Além disso, não aborda o ponto de vista do aluno, seja ele ingresso ou egresso. Isso deveria ser considerado um aspecto relevante, pois ele que é o “cliente” das universidades, ele deveria ser escutado, a fim de se avaliar qual nível de serviço está recebendo, e quais aspectos podem melhorar. Então as universidades deveriam ter esse objetivo também: “satisfazer seus clientes”. Outrossim, o presente trabalho visa abordar os conceitos de avaliação da qualidade do ensino superior brasileiro, fazer um paralelo com o sistema de avaliação da qualidade do ensino superior de outros países, identificar e analisar de que maneira o egresso classifica o serviço que lhe foi prestado na instituição de ensino. Assim, o egresso vai fornecer um feedback para melhoria dos cursos e da instituição, ou seja, identificando todos os aspectos relevantes para o aluno, para que este ajude as instituições de ensino 15 superior a melhorar seus serviços e tornar seus clientes cada vez mais satisfeitos, pelos serviços prestados durante o curso de graduação, contribuindo, desta forma, para com a satisfação dos clientes, e com uma formação condizente com as exigências do mercado de trabalho, favorecendo a empregabilidade destes egressos. 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Conforme Canterle (2008), nas últimas décadas o mundo se tem movido em direção a uma sociedade de serviços. No que diz respeito à sua qualidade, as especificações de padrões exigem maior esforço mental para entendimento, devido às dimensões abstratas dos serviços. Algumas técnicas e metodologias usadas na indústria manufatureira se mostram difíceis ou inadequadas quando transpostas aos serviços. Parte desta dificuldade reside na falta de entendimento das características específicas dos serviços, imprescindíveis a definição e avaliação da qualidade destes. Neste âmbito, as IES são consideradas instituições de serviços, onde proporcionam e oferecem geração e disseminação de conhecimento para a sociedade, isso pode ser através de pesquisa, ensino ou extensão. Para Dias Sobrinho (2010), com relação ao ensino superior, a pluralidade e a diferenciação das demandas e expectativas têm como consequência a emergência de uma enorme diversificação de instituições de educação superior (IES) e de acirramento de competição e de conflitos no sistema. De acordo com Venturini (2010) a universidade pública, em nosso país, tem experimentado profundos questionamentos sobre a qualidade de suas atividades e a maneira como tem empregado os recursos que a sociedade coloca à sua disposição. A avaliação das universidades vem sendo defendida como instrumento necessário para elevar a qualificação institucional, promovendo a melhoria do ensino, da pesquisa, da extensão e de sua gestão. A partir do que já foi explanado sobre sistema de avaliação do ensino superior, e diante das questões, como hipótese e pergunta de pesquisa, que seguem abaixo é importante ressaltar que o escopo do trabalho, é o curso de graduação em Engenharia de Produção da UFRN, onde será realizado o estudo de caso. 16 O presente trabalho tem como hipótese: O acompanhamento dos egressos proporciona informações gerenciais para melhoria contínua dos cursos de graduação. Tomando-se por base as considerações desenvolvidas, até então, para facilitar a compreensão do tema e do problema, busca-se resposta para o seguinte problema de pesquisa: QUAL A PERCEPÇÃO QUE OS EGRESSOS DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE TÊM SOBRE A QUALIDADE NO CURSO DE GRADUAÇÃO? 1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO OBJETIVO GERAL Analisar sob a ótica do egresso, os fatores que influenciam na percepção da qualidade de um curso de graduação a fim de contribuir com a melhoria contínua. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 1. Comparar o sistema de avaliação da educação superior no Brasil com a avaliação realizada em outros países; 2. Realizar pesquisas com os egressos para identificar sua atuação no mercado de trabalho; 3. Identificar os setores e regiões onde estão inseridos os egressos no mercado de trabalho. 1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO Como justificativa do estudo, têm-se os seguintes aspectos: a expansão do ensino superior ocorrendo de forma exacerbada, conforme podemos ver na tabela 1, e na figura 1 a seguir, pondo a qualidade do ensino em questão. Outro aspecto ligado à expansão dos 17 cursos e qualidade oferecida nos mesmos é a respeito da percepção do egresso desses cursos: como o cliente considera a prestação deste serviço; se o mesmo, ao concluir a graduação, sai da instituição satisfeito com o curso no qual foi formado; qual a recepção deste egresso no mercado de trabalho; ele é inserido no mercado na área na qual foi formado. Tabela 1: Número de matrículas em cursos de graduação Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total 3.036.113 3.520.627 3.936.933 4.223.344 4.567.798 4.883.852 5.250.147 5.808.017 5.954.021 6.379.299 Total 944.584 1.085.977 1.176.174 1.214.317 1.246.704 1.251.365 1.335.177 1.552.953 1.523.864 1.643.298 % 31,1 30,8 29,9 28,8 27,3 25,6 25,4 26,7 25,6 25,8 Federal 504.797 543.598 583.633 592.705 595.327 607.180 641.094 698.319 839.397 938.656 Públicas % Estadual 16,6 360.537 15,4 437.927 14,8 465.978 14 489.529 13 514.726 12,4 502.826 12,2 550.089 12 710.175 14,1 566.204 14,7 601.112 Privadas % % Municipal % 11,9 79.250 2,6 2.091.529 68,9 12,4 104.452 3 2.434.650 69,2 11,8 126.563 3,2 2.760.759 70,1 11,6 132.083 3,1 3.009.027 71,2 11,3 136.651 3 3.321.094 72,7 10,3 141.359 2,9 3.632.487 74,4 10,5 143.994 2,7 3.914.970 74,6 12,2 144.459 2,5 4.255.064 73,3 9,5 118.263 2 4.430.157 74,4 9,4 103.530 1,6 4.736.001 74,2 Fonte: Censo da Educação Superior 2010/MEC. Figura 1: Evolução do Número de Instituições de Educação Superior por Categoria Administrativa – Brasil – 2001-2010. Fonte: Censo da Educação Superior 2010/MEC. 18 Todos esses aspectos a serem identificados e analisados, são justificativas para este estudo. As interligações desses aspectos tornam o trabalho relevante, exatamente a visão holística destes conceitos. O presente trabalho analisa e propõe que a situação do egresso no mercado de trabalho seja fator relevante, no momento em que a instituição de ensino superior que lhe deu formação seja avaliada quanto a sua qualidade de ensino. Os egressos são os resultados do trabalho da instituição e isto deveria ser considerado no momento da avaliação da IES. Como justificativa tem-se a rápida expansão do ensino superior nas últimas décadas e, portanto, a necessidade crescente de discussão e implantação de ferramentas e processos que contribuam com a gestão da qualidade das IES. Justifica-se ainda pelo fato de na literatura especializada não existir muitas referências que incorporem a percepção do egresso no processo de definição da qualidade das IES, e como o egresso classifica o serviço prestado a ele na IES na qual foi formado. Conforme Dias Sobrinho (2010) todas as transformações que ocorrem na educação superior e em sua avaliação fazem parte, de modo particular, porém, com enorme relevância, das complexas e profundas mudanças na sociedade, na economia e no mundo do conhecimento em âmbito global. De acordo com este princípio, pode-se considerar que este aspecto de qualidade em serviços do ponto de vista do cliente, torna-se uma justificativa para a execução deste estudo. Além das contribuições do presente estudo para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, este se justifica também pela possibilidade de proporcionar para o programa de pós-graduação em Engenharia de Produção da UFRN, uma aplicação de conhecimentos adquiridos durante o curso, em prol do crescimento da universidade, fazendo com que os resultados obtidos aqui contribuam para o melhor desempenho da instituição, em geral, e do curso de graduação, em especial, em busca de uma melhoria contínua perante a sociedade, seu principal cliente, oferecendo um melhor serviço, formando profissionais cada vez mais competitivos perante um mercado cada vez mais acirrado. Quanto aos aspectos relevantes para a sociedade e para a ciência, fica evidente com este estudo a importância da opinião dos egressos e sua situação no mercado de trabalho como forma de avaliar as instituições de ensino superior, de modo que o dever da mesma é 19 formar o aluno para o mercado de trabalho, e tomando como princípio que o aluno é cliente, e também é seu dever formar um bom profissional, visando satisfazê-lo. Fazendo assim com que as IES busquem por estratégias que satisfaçam seus clientes, gerando para a ciência e para a sociedade bons resultados. Assim, os egressos como principais clientes do serviço prestado pela instituição, podem ser a referência para atestar essa qualidade e por consequência contribuir para a continuidade desse serviço, de forma a tornar o serviço cada vez melhor. 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO Este trabalho está estruturado em seis capítulos, distribuídos da seguinte forma: o capítulo em questão apresenta o assunto abordado assim como, o problema de pesquisa, a justificativa para a realização desse estudo e a presente estrutura. A seguir, realiza-se uma fundamentação teórica sobre o assunto, de modo a aprofundar e conhecer os trabalhos realizados sobre o tema em questão. Assim, no capítulo II segue uma revisão dos conceitos qualidade, englobando os conceitos sobre gestão estratégica da qualidade, evolução da qualidade, mostrando um breve histórico sobre os conceitos de qualidade, indicadores de qualidade e gestão estratégica, e uma abordagem sobre a avaliação do cliente a respeito da qualidade. No capítulo III é abordada a evolução das instituições de ensino superior brasileiras, um breve histórico do sistema de avaliação da educação superior do Brasil. Em seguida é apresentado o sistema de avaliação do ensino superior Americano, e em seguida é mostrado o processo de Bolonha, desenvolvido na Europa. No capítulo IV é apresentado o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Sinaes, como funciona a avaliação da instituição (autoavaliação e avaliação externa), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – Enade, a avaliação dos cursos de graduação, e o que representam os indicadores do conceito preliminar do curso – CPC, e do índice geral de curso – IGC. No capítulo V é apresentada a metodologia, com os seguintes pontos: caracterização da pesquisa, população e amostra , instrumentos de coleta de dados, análise dos dados, instrumento de coleta de dados, o estudo de caso. A figura 2 retrata a primeira etapa da pesquisa. 20 INTRODUÇÃO Analisar sob a ótica do egresso a percepção da qualidade de um curso de graduação a fim de contribuir com a melhoria contínua GESTÃO DA QUALIDADE QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR SINAES QUAL QUAL AA PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO QUE QUE OS OS EGRESSOS EGRESSOS DO DO CURSO CURSO DE DE ENGENHARIA ENGENHARIA DE DE PRODUÇÃO PRODUÇÃO DA DA UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE FEDERAL FEDERAL DO DO RIO RIO GRANDE GRANDE DO DO NORTE NORTE TÊM TÊM SOBRE SOBRE AA QUALIDADE QUALIDADE NO NO CURSO CURSO DE DE GRADUAÇÃO GRADUAÇÃO METODOLOGIA METODOLOGIA Figura 2 : Estruturação da pesquisa. Fonte: Elaboração da autora (2011). No capítulo VI apresentam-se os dados, e explana a análise fatorial no escopo da percepção e da importância. Nesta seção são apresentados todos os dados obtidos na pesquisa, através da aplicação do questionário. Os dados são organizados e tratados, de maneira, que sejam possíveis as interpretações acerca da qualidade do curso. Para finalizar são apresentadas as considerações finais, seguida das referências e anexo. A seguir será apresentada a fundamentação teórica no tocante aos conceitos de Gestão da Qualidade, com o objetivo de embasar a pesquisa. 21 2. GESTÃO DA QUALIDADE As instituições de ensino estão inseridas em um mercado cada vez mais competitivo. Neste âmbito diversos fatores convergem para uma mesma solução: visando permanecer no mercado, quando são IES privadas, e formar melhores profissionais e satisfazer a sociedade, se tratando se IES pública. A melhoria contínua da qualidade de ensino, ou seja, melhoria na prestação do serviço, começar a identificar o aluno, como cliente da organização. Os fatores a seguir que podem ser relacionados à qualidade da (seja a presença ou a falta dela) são: A alta taxa de evasão do ensino superior: a média da evasão no país em 2009 foi de 20,9%, segundo censo do MEC (2010), além disso, apenas 47,2% dos estudantes se titularam após quatro anos de curso. Isso mostra que os alunos estão entrando nas instituições e, por algum motivo, não estão concluindo o curso. Demanda crescente por vagas, conforme dados no INEP (2009), o número de matrículas em 2009, foi de 5.115.896, quando comparado com o ano de 2008 5.080.056. Para Oliveira (2011), nos últimos anos as Instituições de Ensino Superior (IES) intensificaram o processo de introdução de cursos de graduação e pós-graduação para regiões mais remotas, o que ampliou o escopo do que essas instituições e permitiu a formação da população destas regiões. Esta questão amplia os horizontes da educação superior, pondo em questão, a qualidade das instituições mais remotas das grandes cidades. Concorrência entre as IES, pois o número está crescendo de forma rápida, conforme dos dados do INEP (2009) em 2008 estavam disponível aos alunos, 2.252 instituições, e em 2009 o número de instituições cresceu para 2.314. Esses números contemplam em relação à organização acadêmica: centros universitários, faculdades (faculdades, escolas, institutos, faculdades integradas, centros federais de educação tecnológica e faculdades de tecnologia – Decreto 5773/2006), e universidades e centros universitários. Preocupação com a questão monetária, quando se trata de instituições privadas, 22 visto que a sobrevivência da IES vai depender do número de alunos matriculados e em dia com suas obrigações, perante a instituição. Aumento no número de cursos disponível aos alunos, à distância ou presencial, o número está em ascendência. Segundo INEP (2012) o número de cursos presenciais oferecidos cresceu 3%, de 2009 (27.827) para 2010 (28.577). De acordo com Dias Sobrinho (2010) foi notável a recente expansão do sistema de educação superior brasileiro. Alguns poucos números o demonstram. Em 1996, havia 922 IES; em 2004, eram 2013 e, em 2007, somavam 2.281. De modo proporcional, cresceu o número de matrículas: 1.868.529, em 1996; 4.163.733, em 2004, e 4.880.381, em 2007. Uma citação que resume todos os motivos, no qual as IES necessitam aprimorar sua qualidade no serviço é: Observa-se uma demanda crescente por vagas, sobretudo na graduação e na pósgraduação, do outro lado o acirramento da concorrência com a abertura de novas instituições, oferta de novos cursos presenciais e a distância e a fragmentação de carreiras sinalizam a necessidade de mudanças para as instituições que desejam permanecer no mercado, sobretudo as privadas que têm o faturamento atrelado principalmente à cobrança de taxas de matrículas e de mensalidades dos alunos matriculados e para as públicas preocupadas em planejar suas atividades e otimizar os seus recursos de modo a cumprir a missão de melhor atender a sociedade. (QUEIROZ, 2011). Essas questões fazem com que as instituições se enquadrem em um ambiente mais estratégico, no que concerne a qualidade, em todos os aspectos que envolvem a prestação do serviço, a forma como atender o cliente, além da infraestrutura oferecida, objetivando conquistar o cliente, e com isso se manter no mercado, além de contribuir para o crescimento intelectual da sociedade. Visando um melhor entendimento quanto aos conceitos que rodeiam a importância da qualidade nas organizações universitárias, este capítulo está estruturado em 6 seções. Esta primeira parte introdutória, busca contextualizar o assunto de qualidade, a seção 1 apresenta conceitos quanto à gestão estratégica da qualidade; na seção 2 são apresentados os conceitos de qualidade e sua evolução; de forma concisa, os indicadores de qualidade e gestão estratégica podem ser vistos na seção 3. Posteriormente, nas seções 4 e 5 são tecidas considerações a respeito do cliente na avaliação da qualidade e as discussões sobre gestão 23 da informação, respectivamente. Na seção 6 são apresentadas considerações sobre a contribuição do presente capítulo para responder os objetivos deste trabalho. 2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE Paladini (2010) conceitua gestão estratégica como o conjunto de processos gerenciais que visa garantir a sobrevivência da indústria. De acordo com Oliveira (2011) as inovações organizacionais são resultados do desenvolvimento e investimento em novas tecnologias, em consequência desse acontecimento, as organizações buscam cada vez mais, se superarem perante a concorrência. Conforme Vianna (2009) as organizações líderes não se limitam a considerar, apenas, a faixa de mercado que atendem, e o alcance de suas decisões se torna mais amplo e de longo prazo, ou seja, estratégicas. A gestão da qualidade é definida como uma abordagem para alcançar e manter alta qualidade de saída, portanto, nós empregamos uma definição do processo, enfatizando entradas (práticas de gestão) em vez de saídas (desempenho de qualidade). (FLYNN, 1994). A Gestão Estratégica da Qualidade ou Gestão da Qualidade Total, do inglês Total Quality Management (TQM), em geral, é considerada pelos estudiosos e pesquisadores, como uma das filosofias de gestão (CORDEIRO, 2004; SRDOC et al., 2005; SHARMA, KODALI; 2008). De acordo com Fernandes (2010) o objetivo dos programas de TQM é criar uma organização que produza serviços que sejam considerados de primeira linha por seus clientes, que devem envolver a empresa como um todo para a aplicação de novos métodos e para o sucesso da organização Para Carpinetti et. al. (2008) a TQM se baseia nos seguintes itens: Foco no cliente e na qualidade em primeiro lugar na melhoria contínua de produtos e processos; envolvimento, comprometimento e desenvolvimento dos recursos humanos. A figura 3, ilustra através do esquema a forma sistêmica como a TQM é interpretada. 24 Figura 3: Elementos da gestão da qualidade total (TQM). Fonte: CARPINETTI, MIGUEL E GEROLAMO (2008 p.9). Segundo Fernandes (2010) a TQM de modo geral é uma estratégia de fazer negócios que objetiva maximizar a competitividade de uma empresa por meio de um conjunto de princípios de gestão, métodos e ferramentas de gestão da qualidade. Conforme Carneiro (2009) oito princípios de gestão da qualidade são destacados e podem ser utilizados pela alta administração para conduzir a organização ao processo de melhoria contínua. Esses oito princípios conforme O´Hanlon (2006, p.30) são: 1. Foco no cliente. A importância do cliente para organização e a atenção que lhe deve ser dispensada: entender e atender às suas necessidades e expectativas. 2. Liderança. Os verdadeiros líderes de organismos produtivos fazem a diferença na hora das tomadas de decisões com o estabelecimento da unidade, direção e um ambiente interno para atingir os objetivos do negócio. 3. Envolvimento de pessoas. Fazer uso das habilidades e competências das pessoas da organização com os objetivos do negócio. 4. Abordagem de processos. Em todos os níveis as atividades e os recursos devem ser gerenciados como um processo. 5. Abordagem sistemática para a gestão. Inter-relacionar todas as atividades dos processos que formam o todo da organização possibilitando a operação eficiente e 25 eficaz. 6. Melhoria contínua. Fazer da melhoria contínua um dos objetivos permanentes da organização. 7. Abordagem factual para tomada de decisões. Assegurar que a organização use a sua base de dados gerados e informações nas suas análises assegurando tomadas de decisões eficazes. 8. Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores. Destaca-se a importância da interdependência que deve existir entre o ambiente interno da organização e o ambiente externo que envolve não só fornecedores, mas também clientes. A qualidade, quando considerada de maneira completa, em todos os aspectos da cadeia, sendo considerada como gestão estratégica da qualidade é primordial, quando se busca a melhoria contínua. No tópico a seguir é apresentado um breve histórico sobre o conceito de qualidade. 2.2 EVOLUÇÃO DA QUALIDADE Conforme Dambrós et. al. (2011) qualidade dentre outras definições pode ser dita com um conjunto de valores percebido pelos clientes que atendem as expectativas e necessidades por um bem ou serviço. Para Paladini (2008) a qualidade evoluiu para avançadas estratégias de produção, ganhando dimensões mais amplas, envolvendo o mercado consumidor. Qualidade, que se origina do termo latim qualitate ou qualitas, talvez seja o tema mais debatido no mundo acadêmico e organizacional; também é reconhecida amplamente como uma das disciplinas mais importantes e estratégicas para as organizações (SHARMA; KODALI, 2008). A figura 4 ilustra a evolução dos conceitos de qualidade, traçando um paralelo com o desenvolvimento das técnicas de qualidade, abrangendo também o desenvolvimento dentro das áreas afins. Pode-se notar que a evolução dos conceitos, juntamente com a das técnicas foi se tornando algo amplo, abrangente dentro de uma organização, e o foco 26 passou a ser o cliente, isso ressalta quanto o mercado está competitivo. Figura 4: Análise da Evolução da Qualidade. Fonte: Adaptado de BARÇANTE, Luiz Cesar. Qualidade Total: Uma Visão Brasileira. 1998, p.20. Após uma breve explanação da evolução da qualidade, tem-se, a seguir, como a definição do termo “qualidade” pode ser abordada de diversas formas, de acordo com os autores deste meio. Segundo Miguel (2001) no início da era industrial o aspecto da qualidade era abordado de forma a somente conferir o trabalho dos artesãos. Devido à grande competitividade do mercado, o quesito qualidade vem se tornando um aspecto primordial para se permanecer no mercado. Para Garvin (1988), a qualidade pode ser dividida em sete dimensões: característica/especificação, desempenho, confiabilidade, conformidade, durabilidade, imagem e atendimento ao cliente, sendo esta última bastante utilizada quando se trata da análise do setor de serviços. Através dessas dimensões, que em muitas vezes se interrelacionam, é possível se avaliar a qualidade de um bem ou serviço. 27 Tabela 2: Adaptada de dimensões da qualidade segundo Garvin (1988). Dimensão Descrição Características Atributos dos produtos Desempenho Características operacionais básicas de um produto Confiabilidade Probabilidade de ocorrência de falhas Conformidade Grau de concordância com as especificações Durabilidade Medida de vida útil do produto Imagem Reação inicial positiva ou negativa Atendimento ao Cliente Apoio ao cliente; continuidade do uso do produto Fonte: Livro: Qualidade: Enfoques e Ferramentas. Miguel, 2001. Com essas dimensões podemos considerar que um produto/serviço com qualidade, é a junção de todas essas dimensões, e para cada tipo de produto, uma dimensão deste influencia de forma mais intensa, porém um produto/serviço de qualidade tem que ter desempenhos mínimos aceitáveis pelos clientes, para que o mesmo sinta-se satisfeito. Para Miguel (2001, p. 65) “Um produto pode ser avaliado usando, no mínimo, duas dessas dimensões pelas empresas pode não ser estrategicamente viável, mas deve existir um compromisso entre todas elas”. De acordo com Juran (1993, p. 47) “Qualidade é adequação ao uso”, definição rápida e breve. Já a definição de Deming (1990) aborda os aspectos da qualidade relacionando com o preço, onde diz que “Qualidade é atender continuamente às necessidades dos clientes a um preço que eles estejam dispostos a pagar”. Uma definição um pouco mais extensa retrata aspectos como necessidades dos clientes aliado ao preço, ou seja, a qualidade também tem que ser analisada com o olhar financeiro, para não tornar este critério um aspecto crítico na produção de um bem ou prestação de um serviço, mesmo que o oferecido (bens ou serviços) seja de qualidade, se tiver um preço elevado, ao 28 ponto de não se tornar competitivo ao mercado, isso irá gerar problemas para a organização. Para Ishikawa (1982, p. 34) “Qualidade justa a preço justo”, retratando exatamente a relação do nível de qualidade, com o aspecto preço, enfatizando que o preço e a qualidade andam juntos. Paladini (1990, p. 13) afirma que “não há forma de definir qualidade sem atentar para o atendimento integral ao cliente”. Analisando as definições dos grandes “Gurus da Qualidade” e outros autores, o termo qualidade pode ser resumido como sendo ‘atender as necessidades dos clientes, buscando deixá-los satisfeitos’, pois este é o objetivo da qualidade, dar satisfação aos clientes. Após definir o conceito de qualidade que será considerado nesta pesquisa, na seção seguinte, serão apresentados os conceitos sobre indicadores de qualidade na gestão estratégica. 2.3 INDICADORES DE QUALIDADE E GESTÃO ESTRATÉGICA Conforme Goulart (2010) o resultado de uma tomada de decisão irá depender de variáveis controláveis e as não controláveis, desta forma a utilização de indicadores se torna uma ferramenta de grande valor para a organização diante deste contexto. Para Elg (2007) indica que, para poder monitorar e controlar as ações e estratégias de qualquer organização, faz-se necessário que haja indicadores de desempenho. Segundo Rolt (2009) o indicador é uma forma de mensuração numérica para comparar as metas e medidas. Vale ressaltar, que quando tratamos de indicadores, é importante se levar em consideração na hora de formular um indicador, é saber que não somente as metas a serem alcançadas é o principal, mas também se elas são alcançáveis, pois caso sejam inatingíveis pode-se estar criando não um indicador, mas sim um quadro de desmotivação pessoal ou até mesmo de toda a organização. (GOULART, 2010) Os indicadores sendo utilizados desta maneira se tornam essenciais para o controle e também para o planejamento das organizações em seus processos (TAKASHIMA, 1996). Os usos de indicadores auxiliam os gestores nas tomadas de decisão, assim como 29 controlam os resultados de ações executadas. Desta forma, essa ferramenta é de extrema importância para uma gestão satisfatória, permitindo a revisão de processos internos, satisfação do consumidor, medição de produtividade, capacidade do processo. Sendo assim, os indicadores de desempenho são um dos elementos integrantes dos sistemas de medição de desempenho (MAIA et al., 2008), visando a melhoria contínua de todo o processo, executando a gestão estratégica da qualidade. Com o uso dos indicadores é possível que o ciclo PDCA seja revisto na organização, sendo assim, a busca para a melhoria contínua. Para Campos (1992) como meta é a qualidade, então deve medir para saber e atingir os resultados desejados. Este mesmo autor ilustra o uso dos indicadores, incorporando o conceito de melhoria contínua, conforme figura 5. Figura 5: Posição dos Indicadores. Fonte: CAMPOS, 1992. Para Kluck (2008) no tocante ao conceito de indicador, devem-se atender as seguintes características para ser cientificamente aceito: Validade: deve ser expressão da verdade de um fenômeno que está sendo medido; Objetividade: deve ser apto a fornecer o mesmo resultado se medido por diferentes pessoas em diferentes meios, sob as circunstâncias similares; Sensibilidade: deve ser capaz de refletir mudanças no fenômeno de interesse; Especificidade: deve refletir mudança apenas nos fenômenos específicos de interesse. Concluindo esta seção a respeito de indicadores, e consolidando o conceito de 30 indicadores, assim como sua devida importância e contribuição para a busca pela melhoria contínua, outra percepção com relação ao assunto, Schröeder (2005) diz que para gerenciar corretamente a qualidade e a produtividade de uma organização comercial, é preciso, antes de tudo, que exista um sistema de medida que seja conhecido e padronizado, para que todos os envolvidos compreendam o que ele está representando. Na seção seguinte serão apresentados conceitos e teorias sobre a avaliação do cliente, quanto à qualidade. 2.4 O CLIENTE NA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE De acordo com Dias Sobrinho (2010) o segmento mercantil da educação superior passou a tratar o estudante como cliente e a intensificar no sistema as lógicas de mercado: competitividade, custo-benefício, lucro, venda de serviços, oferta transnacional e virtual etc. Conforme autor anteriormente citado, o estudante dessas instituições, agora transformado em consumidor, passou a ter ampla gama de opções de ofertas de serviços educativos e a poder escolher o curso que se coaduna com seus interesses e recursos, objetivando obter o título ou o diploma que lhe dê melhores condições para competir na faixa do mercado que corresponde às suas expectativas e possibilidades. Akao, Shigeru e Kaji (1984) citam quatro maneiras de obter a visão do cliente sobre a qualidade do serviço prestado pela empresa: observação do comportamento do cliente quando está recebendo o serviço; análise de histórico das reclamações e sugestões dadas pelos clientes em relação à qualidade do serviço prestado; interpretação do papel de cliente, e contato com os clientes que simulam através de técnicas de brainstorming as características mais valorizadas pelos clientes e consulta ao cliente através de questionários e entrevistas. De acordo com essas maneiras definidas por Akao, Shigeru e Kaji, nesta pesquisa, será aplicada uma dessas maneiras, que é a consultado ao cliente, através do questionário. Na educação superior, o cliente da IES, é o discente. Desta forma, conhecer a opinião do egresso é algo semelhante a conhecer a satisfação do cliente pós-serviço, podendo, assim, buscar uma melhoria contínua. 31 Para Las Casas (2006), a observação do comportamento do cliente e consulta ao cliente através de questionários e entrevistas são os métodos mais comuns que podem ser utilizados para obtenção das informações. Diante desta realidade, a seguir serão tecidas algumas considerações a respeito da qualidade para as Instituições de Ensino Superior. 32 3. QUALIDADE NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR Segundo Dias Sobrinho (2010) a sociedade brasileira vem experimentando significativas e rápidas transformações, as quais impõem à Educação Superior um leque amplo e contraditório de demandas que dificilmente podem ser adequadamente atendidas. De acordo com Durham (2009), no Brasil, a assimilação de uma população mais heterogênea no ensino superior se deu por intermédio de algo que parece ser próprio do “jeitinho” brasileiro: todas as instituições públicas e privadas oferecem os mesmos cursos e os mesmos diplomas profissionais. O que varia é o grau de exigência das instituições quanto às condições de ingresso e permanência. O aluno pode escolher o quanto quer se dedicar aos estudos. Desta forma, democratizamos o diploma e não a qualidade do ensino. Mas, como na nossa sociedade o diploma é mais valorizado do que a qualidade da formação, democratizou-se o que, para muitos, é o essencial. A UNESCO, conforme o documento elaborado para a Conferência Mundial sobre o Ensino Superior no Século XXI: visão e ação (1998, p. 105), assim define as instituições de ensino superior, dentre as quais o estabelecimento universitário: [...] são sistemas complexos que interagem com as instituições de seu ambiente, isto é, com os sistemas políticos, econômicos, culturais e sociais. São influenciadas pelo ambiente local e nacional (ou meso-ambiente) e, cada vez mais, pelo ambiente regional e internacional (macro-ambiente). Mas por sua vez, podem e mesmo devem influenciar esses diversos tipos de ambientes. Assim, entende-se a universidade como uma instituição complexa que desenvolve “indissociavelmente” ensino, pesquisa e extensão em múltiplas áreas de conhecimento e nos diversos campos das atividades humanas. É fundamental para a compreensão da administração em universidades, apreciar a origem de sua complexidade e singularidade de suas atividades, haja vista ser a administração um meio quando se consideram os seus fins. Conforme a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei nº. 9.394 (BRASIL, 1996), em seu Artigo 52: “As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano”. De acordo com Canterle (2008) a universidade é vista como uma instituição de 33 serviços e como espaço de geração e disseminação de conhecimento para a sociedade, isso através da pesquisa, do ensino ou da extensão de atividades para o desenvolvimento comunitário. Em virtude de seu caráter interdisciplinar, a universidade interage com um maior número de segmentos da sociedade do que qualquer outra organização isoladamente, e sua gestão tem sido parte da agenda de discussão em instâncias políticas como acadêmicas. Brovetto (2005, p. 22) considera que “a instituição universitária está sujeita, por sua própria essência, a um conflito de valores”. Os desafios que lhe são impostos são de gestão e, ao mesmo tempo, construção da qualidade dentro de cenários altamente dinâmicos. Conforme Vasconcelos (2010) neste sentido é necessário que a universidade tenha uma estratégia organizacional bem estruturada, perante seus clientes, que são os estudantes, com o objetivo de oferecer melhores condições de ensino e formar profissionais qualificados para atender à demanda do mercado. O conceito de qualidade no ensino superior proposto pela UNESCO (1998) é: Um conceito multidimensional que deve envolver todas suas funções e atividades: ensino e programas acadêmicos, pesquisa e fomento da ciência, provisão de pessoal, estudantes, edifícios, instalações, equipamentos, serviços de extensão à comunidade e o ambiente acadêmico em geral. Uma autoavaliação interna transparente e uma revisão externa com especialistas independentes, se possível com reconhecimento internacional, são vitais para assegurar a qualidade. Devem ser criadas instâncias nacionais independentes e definidas normas comparativas de qualidade, reconhecidas no plano internacional. Visando a levar em conta a diversidade e evitar a uniformidade, deve-se dar a devida atenção aos contextos institucionais, nacionais e regionais específicos. Os protagonistas devem ser parte integrante do processo de avaliação institucional. Segundo Pereira (2002) trata-se de um conceito abrangente ao incluir a avaliação de todas as atividades inerentes a uma universidade e, ainda, por incluir no conceito, além da avaliação interna, a comparação de padrões de qualidade. O grande desafio, conforme Finger (1997) é encontrar o caminho para bem satisfazer os clientes da universidade, oferecendo-lhes um serviço de melhor qualidade, com professores bem preparados, funcionários treinados e atividades desenhadas para o futuro. Juliatto (2005) afirma que a qualidade universitária deve derivar para ação concreta e para resultados. Destaca que a qualidade, aferida por quaisquer critérios, em dada 34 situação, ou está ausente ou está presente. Assim, o problema da sua aferição torna-se um problema de avaliação empírica e prática. Qualidade requer visibilidade e precisa ser demonstrada, pois não existe qualidade invisível. Cunha (2009) atribui a qualidade o conceito polissêmico, de compreensão sempre subjetiva, porque depende fundamentalmente das concepções de mundo e de educação superior de quem dele faz uso, qualidade pode ser entendida com o significado de propriedade, atributo ou condição das coisas ou pessoas que é capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza Trigueiro (1994) acrescenta que um trabalho de tamanha envergadura no interior de uma universidade e que afeta todo um conjunto de concepções, estrutura, currículos, cursos, disciplinas e processos organizacionais não pode ser restrito a uma área de conhecimento, mas envolve diversos campos de investigação. Ou seja, a qualidade é, necessariamente, um tema inter e transdisciplinar. Tubino (1997), Ristoff (1999) e Dias Sobrinho (1999) juntamente com essas definições de Trigueiro (1994) reforçam que os estudos sobre qualidade nas IES dependem de um programa de avaliação teoricamente consistente e democraticamente construído, isto é, a avaliação institucional é a chave para o processo de investigação da qualidade em universidades. Conforme visto acima, os autores abordam qualidade no ensino superior de diversas formas distintas. Assim Tam (2001, p. 49), observa que “como resultado das diferentes visões sobre qualidade no ensino superior, uma variedade de sistemas e abordagens tem sido desenvolvida para monitorar qualidade de diferentes tipos e em diferentes níveis, indicando ênfases e prioridades variadas.” Esses sistemas incluem: Controle de qualidade: é um sistema para verificar se os produtos produzidos ou os serviços fornecidos alcancem os padrões do pré-definidos; Garantia da qualidade: é baseada na premissa que cada um na organização tem a responsabilidade de manter e elevar a qualidade do produto ou do serviço; Auditoria da qualidade: são os meios de certificar-se de que os sistemas e as estruturas relevantes dentro de uma instituição apoiam sua missão de ensinar, e para assegurar-se de que a prevenção é ou está além de um nível satisfatório da qualidade. 35 Para Dias Sobrinho (2010) a avaliação, de modo consequente, é levada a cumprir papel central na funcionalização econômica da Educação Superior, nos conceitos e metodologias mais apropriados ao mercado, especialmente nas funções operacionais e pragmáticas de capacitação técnica para os empregos que aos propósitos amplamente educativos de formação humana integral. O entendimento e conhecimento de como se encontram os aspectos relacionados à área de educação, qualidade de educação, sistema de avaliação do ensino superior é de extrema importância para o desenvolvimento da pesquisa, visto que é preciso conhecer o escopo do assunto, para que se possa analisar, e saber de que forma pode-se melhorar. Então esta seção de revisão bibliográfica é bastante relevante, no tocante ao conhecimento do estado atual, para que seja possível fazer contribuições relevantes e viáveis, de acordo com os objetivos da pesquisa. Na seção seguinte serão abordados conceitos sobre a evolução do ensino superior, e como o requisito de qualidade neste setor foi evoluindo, de acordo com os estudiosos da área. 3.1 EVOLUÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRAS A literatura mostra que a chegada da Família Real Portuguesa em 1808, fugindo das forças napoleônicas, foi a razão inicial para a criação das primeiras escolas superiores brasileiras, devido principalmente a pressões exercidas pelas elites da sociedade de forma geral. De acordo com dados históricos, revelam o aparecimento das três primeiras instituições de ensino superior no Brasil: Escola de Medicina do Rio de Janeiro, Escola de Medicina da Bahia e Escola de Engenharia e Arte Militar do Rio de Janeiro. Outras importantes datas para o ensino superior brasileiro são: 1827, quando foram criados os Cursos de Ciências Jurídicas em São Paulo e em Olinda em 1889, a República se desenvolve com a criação de 14 Escolas Superiores. A Universidade de Manaus, criada em 1909, mostrou a força do ciclo da borracha e, em 1912, a Universidade do Paraná, no contexto do ciclo do café. Logo em seguida foram criadas a Universidade do Rio de Janeiro, em 1920, de Minas Gerais, em 1927, de São Paulo, em 1937, e, em 1961, a 36 Universidade de Brasília. Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde e, no ano seguinte, já ocorreu uma reforma educacional, que criou o primeiro estatuto da Universidade Brasileira. Segundo Peixoto (2011) a expansão de matrículas nos sistemas de educação superior, que ocorreu em vários países a partir da década de 1960, teve entre suas consequências a disseminação de instituições de ensino que atuam com condições de infraestrutura e recursos humanos considerados inadequados, e cujos projetos curriculares nem sempre atendem às demandas da sociedade no que concerne à produção e difusão do conhecimento. Esta expansão teve reflexos mais sérios na década de 1970, quando o crescimento do ensino superior encontrava-se extremamente desordenado e não havia nenhuma subordinação frente aos órgãos governamentais (SOUZA, 2005, p. 171). Somente em 1975 o Ministério da Educação tomou providências para revisar as normas de abertura de novas instituições privadas. Foi criado em 1980 o Conselho Federal de Educação - CFE para analisar propostas de abertura de novas instituições privadas de ensino superior. Tal medida bloqueou até 1999 a ampliação de novas vagas para o 3º grau nas universidades públicas. Desse modo, o número de matrículas permaneceu constante em relação ao crescimento populacional (SOUZA, 2005, p. 172). Até 1985, cresceu o número de instituições públicas de ensino, com redução posterior pelas restrições impostas pelo CFE. De acordo com Mathias (2004) a década de 1990 foi marcada por uma profunda transformação no ensino superior do Brasil, tendo como principais características a implementação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a política de incentivo à universalização do ensino superior do país iniciada no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), em 1995. A principal consequência das referidas transformações foi um crescimento acentuado no número de cursos superiores (notadamente aqueles relacionados às instituições privadas) e de alunos matriculados. Como decorrência, foram criados mecanismos de avaliação de desempenho das instituições e de seus alunos. Ainda conforme Mathias (2004) do ponto de vista quantitativo houve, sem dúvida, uma grande expansão do número de vagas e de alunos matriculados. Com efeito, em parte 37 o objetivo de “democratizar” o ensino superior foi cumprido, mas à custa de um amplo processo de privatização do ensino superior. Sobre a privatização da educação superior, dizem Pacheco & Ristoff (2004: p. 10): A privatização do sistema brasileiro, apesar de sua anomalia no contexto mundial, é uma realidade que precisa ser considerada (...). É igualmente notório que a educação superior privada tornou-se, no Brasil, um negócio de 12 bilhões de reais ao ano, situando duas IES privadas entre os três maiores anunciantes do Brasil, só superadas em seus gastos com publicidade pela Mc Donald’s. Infelizmente, com a transição de governo FHC para o governo Lula, gerou-se uma incompatibilidade metodológica e uma interrupção na série, o que impede a criação de uma série histórica desde 19989. A série recomeça a partir de 2005, com uma nova metodologia de avaliação, o que não permite comparar, historicamente, determinados indicadores. Para o Sinaes (2004), a importância da continuidade dos processos de avaliação é central é importante entender que os processos de avaliação devem ser contínuos e permanentes, não episódicos, pontuais e fragmentados. Processos contínuos criam a cultura da avaliação educativa internalizada no cotidiano. Procedimentos pontuais, quando não articulados a um programa e a um processo coerentes, produzem uma falsa ideia de avaliação. De acordo com Polidori (2008) um dos elementos considerados absolutamente nocivos ao sistema de educação superior do país é a expansão desordenada, proporcionada pelo governo Paulo Renato. Durante os anos de 1996 a 2003, ocorreu um grande crescimento no que se refere à criação de novas Instituições de Educação Superior. Como por exemplo, de 894 IES que existiam em 1995, em 2003 este número passou a ser de 1.859; de 1.759.703 matrículas no ano de 1995, em 2003 o número alcançou 3.887.022. (INEP, 2004). Esse processo possibilitou a instalação de várias IES e cursos com baixa qualidade no país. Segue tabela 3, o histórico de crescimento das IES no Brasil, desde 2002 até 2008, valorando o crescimento acima já explicado. 38 Tabela 3: Evolução do Número de Instituições de Educação Superior por Organização Acadêmica – Brasil – 2001-2010 Ano Total Universidade s % Centros Universitários % Faculdade s % Ifs e CEFETs % 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 1.391 1.637 1.859 2.013 2.165 2.270 2.281 2.252 2.314 2.378 156 162 163 169 176 178 183 183 186 190 11,2 9,9 8,8 8,4 8,1 7,8 8 8,1 8 8 66 77 81 107 114 119 120 124 127 126 4,7 4,7 4,4 5,3 5,3 5,2 5,3 5,5 5,5 5,3 1.143 1.367 1.576 1.703 1.842 1.940 1.945 1.911 1.966 2.025 82,2 83,5 84,8 84,6 85,1 85,5 85,3 84,9 85 85,2 26 31 39 34 33 33 33 34 35 37 1,9 1,9 2,1 1,7 1,5 1,5 1,4 1,5 1,5 1,6 Fonte: Censo da Educação Superior 2010/MEC Conforme Dias (2006) a expansão do sistema, mormente no que diz respeito ao aumento do número de cursos oferecidos, que se concentrou em grande parte nas instituições privadas, potencializou a necessidade de avaliação e definiu a estrutura dos instrumentos concebidos para isso. Para concluir este tópico é pertinente ressaltar que conforme a literatura explana o crescimento do ensino superior, assim como os números na tabela 1, as IES estão recebendo mais alunos, e os autores reconhecem a importância do quesito qualidade para a formação de um profissional. Isso reflete a importância do presente estudo, visando identificar de que forma o egresso avalia o curso que lhe formou profissional e como esse egresso foi recebido pelo mercado, fazendo com que os objetivos do presente trabalho sejam atingidos. Para se avaliar a qualidade é necessário que se tenha um parâmetro para isso, e na seção seguinte, será apresentado o sistema de avaliação do ensino superior do Brasil, de que maneira se chegou ao mesmo e quais os passos até o sistema de avaliação atual. 39 3.2 HISTÓRICO DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR DO BRASIL O sistema de avaliação da educação superior no Brasil, levando em consideração sua evolução, apresenta um crescimento considerado relevante e desafiador, partindo do princípio que busca considerar o processo na sua totalidade. Segundo Polidori (2009) a evolução do sistema de avaliação do ensino superior brasileiro pode ser dividida em quatro ciclos. O primeiro ciclo compreende dos anos 1986 a 1992, onde várias iniciativas de organização de um processo de avaliação, e a existência de avaliações isoladas no país, não constituíram em uma avaliação de caráter nacional. O segundo ciclo compreende o intervalo de 1993 a 1995, onde foi denominado por formulação de políticas a instalação do Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB). O terceiro ciclo foi dos anos de 1996 a 2003, período que foi denominado pela consolidação ou implementação da proposta governamental. Em 1996, a Lei 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB) introduziu o processo regular de avaliação dos cursos de graduação e das próprias instituições de ensino superior, condicionando seus respectivos credenciamentos e recredenciamentos ao desempenho mensurado nesta avaliação. Além disso, a LDB estabeleceu os níveis escolares e as modalidades de educação e ensino, bem como suas respectivas finalidades. Em 1996, através do Decreto 2026, um mecanismo de avaliação denominado de Exame Nacional de Cursos (ENC), conhecido, mais tarde, como Provão, o qual existiu de 1996 a 2003. O Provão foi considerado um instrumento indicador de eficácia da IES, utilizando os resultados do desempenho dos alunos. Isto é, por meio de uma prova de conhecimentos realizada pelos discentes, a Instituição de Ensino Superior recebia um conceito que variava de “A” a “E”, sendo o conceito “A” considerado o melhor e o . conceito “E” o pior Esse Exame, realizado anualmente, tinha caráter obrigatório para todos os estudantes concluintes dos cursos de graduação, condicionando sua realização ao recebimento do diploma pelos alunos. Em 2001, foi aprovado o Plano Nacional de 40 Educação (PNE), através da Lei 10.172/2001, e, neste mesmo ano, entrou em vigor o Decreto 3860 que mudou as regras de organização e avaliação de cursos e de IES no Brasil. Na sequência, a antiga Avaliação de Condições de Oferta (ACO) passou a ser denominada de Avaliação das Condições de Ensino (ACE). Por fim, houve, ainda, algumas portarias para regulamentarem e organizarem a avaliação das IES. Na última edição, realizada em 2003, participaram do Exame mais de 470 mil formandos de 6,5 mil cursos de 26 áreas: Administração, Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Biologia, Ciências Contábeis, Direito, Economia, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Farmácia, Física, Fonoaudiologia, Geografia, História, Jornalismo, Letras, Matemática, Medicina, Medicina Veterinária, Odontologia, Pedagogia, Psicologia e Química. As principais críticas recebidas pela metodologia do provão eram: 1) o fato de se utilizar o resultado do desempenho dos alunos para conceituar as Instituições de Educação Superior (IES) e, b) esse resultado ser apresentado em forma de rankings. Por fim o quarto e atual ciclo, do ano de 2003 aos dias atuais, onde foi feita a construção da avaliação emancipatória, com a implantação do Sinaes, numa proposta de se desenvolver uma avaliação formativa e que considerasse as especificidades das IES do país. (FELIX, 2008; FONSECA, 2007) De acordo com Canterle (2008), o Sinaes foi criado com vista a institucionalizar um amplo, diversificado e articulado sistema de avaliação interna e externa que englobe os setores públicos e privados, e promova a melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa, da extensão e da gestão acadêmica. Segundo Polidori (2009) a criação do Sinaes, em 2003, propôs uma mudança na metodologia da avaliação das IES brasileiras, mudando de uma avaliação totalitária e que utilizava a metodologia do ranqueamento, para um processo que respeita as diversidades e as especificidades das IES, além de aperfeiçoar os procedimentos e os instrumentos de avaliação até então utilizados. Conforme Peixoto (2011) a proposição desse sistema teve por objetivo construir um sistema nacional de avaliação que articulasse a regulação e a avaliação educativa, esta última numa perspectiva mais formativa e voltada para a atribuição de juízos de valor e mérito, tendo em vista o incremento da qualidade e as capacidades de emancipação. 41 De forma detalhada os objetivos fundamentais do Sinaes, de acordo com (CONAES, 2004) são: Responsabilidade social com a qualidade da educação superior; Reconhecimento da diversidade do sistema; Respeito à identidade, à missão e a história das instituições; Globalidade, ou seja, compreensão de que a instituição deve ser avaliada a partir de um conjunto significativo de indicadores de qualidade, vistos em sua relação orgânica e não de forma isolada; Continuidade do processo avaliativo Conforme Sinaes (2009) a importância da Educação Superior no conjunto das políticas públicas tem sido crescentemente reconhecida, não apenas em função do seu valor instrumental para a formação acadêmico-profissional, para as atividades de pesquisa científica e tecnológica, para o desenvolvimento econômico e social ou pela sua contribuição para a formação ética e cultural mais ampla, mas igualmente em função do lugar estratégico que ocupa nas políticas públicas orientadas para a cidadania democrática, a justiça social e o desenvolvimento sustentável. O Sinaes apresenta dez dimensões. Avaliação Interna das Instituições de Educação Superior (AVALIES) - Composto pela Autoavaliação realizada pelas instituições de ensino-pesquisa e pela avaliação externa formada por membros externos e por membros da sociedade civil. A Autoavaliação será realizada pelas Comissões Próprias de Avaliação (CPA`s). Avaliação dos Cursos de Graduação (ACG) – Avaliação dos cursos através de instrumentos e procedimentos que incluem participação de comissões externas por meio de visitas in loco. Avaliação do Desempenho dos Estudantes (Enade) – Avaliação dos estudantes no final do primeiro e no último ano do curso, através da aplicação de questionário, para coleta de dados amostrais. Segundo Polidori (2009), o Sinaes foi implantado como um processo completamente diferenciado daquele que vinha sendo realizado nos últimos oito anos no Brasil. O primeiro embate que o sistema sofreu foi, justamente, a reação dos docentes da educação superior, principalmente devido ao elemento novo que estava sendo apresentado pelo governo. 42 Para Dias Sobrinho (2010) conjunto articulado de instrumentos de avaliação (institucional interna e externa, as condições de ensino e os indicadores referentes ao desempenho dos estudantes, além dos dados cadastrais e do Censo) deve produzir informações e pareceres para constituírem as bases dos atos regulatórios a serem praticados pelo Conselho Nacional de Educação e pelas instâncias respectivas do MEC. Conforme Peixoto (2011) a busca por programas e/ou sistemas avaliativos para mensurar o trabalho e a eficácia das instituições de ensino superior, a pertinência de suas ações ou a promoção de maior equidade nos sistemas de ensino, como forma de legitimar os recursos nelas aplicados e de redirecionar os investimentos, passaram a ocupar, então, as agendas de muitos países. Considerando esta afirmação, viu-se a necessidade de se explanar como é aplicado o processo avaliativo das IES na educação americana e europeia, e isto será visto nas duas próximas seções. 3.3 AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR AMERICANO Em um país onde a cultura do vestibular não existe, os currículos dos alunos da High-School (ou ensino médio) tendem a ser cada vez mais competitivos. Os estudantes americanos sabem que cada ano da High-School é um passo muito importante na disputa por uma veja em uma boa IES do país. Nesse contexto, os jovens estrangeiros que pretendem fazer uma graduação nos Estados Unidos devem estar cientes das dificuldades que o sistema impõe, da competitividade existente entre os candidatos e, principalmente, das inúmeras diferenças em relação ao modelo brasileiro de ensino superior. Com exceção dos cursos de Medicina, Veterinária, Direito e Odontologia (que têm uma formação diferenciada), todas as outras áreas de habilitação do ensino superior americano contam com três diferentes etapas: Graduação, Mestrado e Doutorado. O termo undergraduated refere-se à educação que os americanos recebem depois que terminam o segundo grau. De modo geral, os cursos estão distribuídos em três grandes áreas acadêmicas: humanidades, ciências sociais e ciência da saúde, e as disciplinas podem ser obrigatórias ou opcionais. Elas estão divididas em dois grandes grupos, dependendo de sua duração: Curso superior de curta duração (Associated Degrees) e Licenciatura (Bachelors Degrees). 43 Cursos superiores de curta duração (Associated Degrees): Os cursos superiores de curta duração, ou grau de associado, são programas acadêmicos que foram elaborados para serem concluídos em dois anos. Os créditos obtidos nos programas desses cursos em geral são reconhecidos pelas instituições como parte das licenciaturas de quatro anos. As pessoas que entram nos cursos superiores de curta duração com frequência pretendem mudar para um programa de licenciatura e algumas vezes podem fazê-lo antes de terminar os dois anos. Os cursos superiores de curta duração são constituídos por uma base teórica geral, complementada por disciplinas específicas em função da especialidade que se deseja cursar. Nesses dois anos, é possível adquirir um título em áreas tão variadas quanto à enfermagem, profissões relacionadas com a saúde, especializações de negócios ou temas tecnológicos. Licenciaturas (Bachelors Degrees): Licenciaturas ou bacharelados são cursos universitários com duração total de quatro anos, nos quais o aluno deve cumprir uma série de créditos em função da especialidade escolhida. Em cada ano de estudo o aluno recebe uma denominação diferente. As especialidades de humanidades, ciências sociais, filosofia, estudos religiosos, estudos interdisciplinares ou da área cultural em geral recebem uma licenciatura em Artes (B.A. ou A.B.). Os programas de matemática, física, engenharia e outros campos profissionais podem receber um B.A., uma licenciatura em Ciências (B.S. ou S.B.) ou um título com o nome específico da matéria estudada. Os anos de graduação são divididos em quatro etapas: 1. Freshman e Sophomore: Equivalem, respectivamente, ao primeiro e segundo anos de graduação de uma IES americana. Nestas etapas, o curso aplica disciplinas de conhecimento geral. Essa iniciativa permite que o aluno tenha mais tempo para se decidir sobre a carreira a seguir, além de não precisar ingressar em uma instituição e, logo no primeiro ano, estudar matérias específicas de uma determinada habilitação. 2. Junior: Corresponde ao terceiro ano do curso de graduação, em que o aluno poderá escolher qual a habilitação deseja se especializar. Essa opção chama-se Major (habilitação em que o estudante deseja concluir seu bacharelado). Após a escolha de seu Major, o aluno poderá optar, caso tenha interesse, por cursar o Minor, ou seja, matérias eletivas secundárias relacionadas à habilitação em que deseja se especializar. 44 3. Senior: Corresponde ao quarto e, com exceção dos cursos de Medicina, Veterinária, Direito e Odontologia, o último ano de graduação de uma IES americana. Os cursos de Medicina, Odontologia, Veterinária e Direito, têm um processo um pouco diferente dos demais. No terceiro ano, ou Junior, o estudante não escolherá a habilitação específica como medicina e direito, por exemplo. Nesses casos, ele irá optar por uma habilitação em: Pre-Med, Pre-Dental, Pre-Vet ou Pre-Law, que correspondem a um preparo inicial do curso em que desejam se formar. Após a conclusão do Senior, o aluno é submetido a um exame onde serão testados seus conhecimentos. Caso seja aprovado, o mesmo é encaminhado para uma Professional School onde poderá concluir o restante de seu curso e, por fim, exercer sua profissão. A duração desses cursos pode variar entre quatro e oito anos. Nos Estados Unidos são considerados cursos de pós-graduação apenas o mestrado e doutorado. Outros cursos oferecidos após a graduação, ou mesmo durante esta última, são considerados apenas de extensão ou especialização. Os cursos de especializações são chamados de Certificate Programs, Short Courses ou Continuing Education. Para que o candidato a mestre nos Estados Unidos conclua o curso é necessário a elaboração de defesa de um trabalho de pesquisa conhecido com dissertação de mestrado. Os mestrados acadêmicos podem ser enquadrados em três diferentes categorias: MA ou Master of Arts: Engloba diferentes áreas do conhecimento como: Economia, Folclore, Antropologia e Inglês. MS ou Master of Science: Engloba áreas do conhecimento como: Arquitetura, Ciência da Computação e Engenharia Química. MFA ou Master of Fine Arts: Engloba áreas do conhecimento como: Fotografia e Teatro. Todos os outros certificados são enquadrados na categoria profissional. Muitas escolas de graduação consideram o mestrado como um primeiro passo para a obtenção de um doutorado. Porém existem instituições em que o estudante pode se preparar diretamente para o doutorado, sem a necessidade de obter um título de mestre. O grau de doutorado certifica que um estudante adquiriu o conhecimento necessário para trabalhar como professor universitário no campo em que se especializou. Esses programas podem ser divididos em duas partes. Na primeira parte, com duração de três a cinco anos, o 45 estudante deve assistir aulas junto com outros alunos, prestando um exame no final para demonstrar os conhecimentos que adquiriu durante os anos de estudo. Superado esse exame, o estudante entra na segunda fase, de dois ou três anos de duração, quando concentra seus esforços no desenvolvimento de uma pesquisa sobre algum aspecto relevante de seu tema de estudo, escrevendo uma tese sobre o mesmo e defendendo-a perante uma banca composta por especialistas no tema. 3.3.1 AGÊNCIAS ACREDITADORAS E PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO O sistema educacional americano é descentralizado, cada um dos 50 Estados Americanos tem sua autonomia, independentemente do Governo Federal, são respeitadas as legislações diferentes de cada Estado. Nos 50 Estados americanos, soma-se mais de 3.200 universidades e faculdades, essas com ensino superior presencial e a distância, havendo mais de 27.000 cursos superiores desenvolvidos. Não há Ministério da Educação nos Estados Unidos. O Departamento de Educação (Governo Federal) tem o controle da educação como um todo (verbas, aspectos constitucionais, bolsas de estudos...). As Secretarias de Estado têm plena autonomia legal para autorizar o funcionamento das instituições de ensino superior em seus próprios Estados. As faculdades e Universidades gozam, nos Estados Unidos, verdadeiramente, de plena autonomia, na acepção da palavra. O diploma americano não tem validade em todo país. O diploma americano tem somente validade no Estado em que foi emitido e nos Estados conveniados com o Estado emitente do diploma. Para a legalização do diploma em outros Estados americanos é necessário convalidá-lo no outro Estado, em que desejar o diplomado trabalhar. As Faculdades e Universidades americanas não têm obrigatoriedade, regida em lei, de estarem registradas no DETC (Distance Education and Training Council), com vistas ao seu funcionamento legal. O DETC é uma instituição privada, conceituada, mas não governamental. A maioria das instituições americanas não é associada ao DETC e não perdeu, por esta razão, sua legalidade e legitimidade nos Estados Unidos, nem em qualquer 46 outro país no mundo, para oferecer Ensino Superior e a distância, além de emitir os seus diplomas de conclusão nos Estados Unidos. Muitas outras Faculdades e Universidades têm o registro quase automático no DETC ou Associações Regionais, porque já o tinham como instituição presencial e não necessitam, novamente, associar-se, quando decidiram ministrar a educação a distância, em suas instalações, tomadas por decisões de sua autonomia universitária. Muitos Estados Americanos exigem o registro de suas Faculdades e Universidades presenciais em Associações Regionais de Acreditação, privadas, quando credenciadas pelo Departamento de Educação/EUA. Nos casos, cabe a decisão à Reitoria da Universidade, considerados, portanto, opcionais às instituições que desenvolvem, isoladamente, a Educação a Distância. O sistema de avaliação do ensino superior americano é feito através da acreditação das universidades e faculdades através de associações de acreditação previamente reconhecidas. Existem duas organizações que reconhecem essas agências de acreditação nos Estados Unidos: o departamento de educação nos Estados Unidos, U.S Department of Education (USDE), ou Council for Higher Education Acreditation (CHEA), conselho de reconhecimento do ensino superior. Muitos estados americanos exigem o registro de suas faculdades e universidades presenciais em associações regionais de acreditação. O reconhecimento das instituições de ensino superior nos Estados Unidos é opcional por parte das instituições. É um processo não-governamental, um processo independente. Existem dois tipos de reconhecimento: o Reconhecimento Institucional: A instituição é reconhecida como um todo. o Reconhecimento Regional: São seis associações regionais de reconhecimento com o objetivo de avaliar a instituição como um todo. O reconhecimento é concedido para a instituição em sua totalidade. Praticamente a maioria das instituições regionalmente reconhecidas automaticamente reconhece os diplomas e os cursos feitos em outra instituição também reconhecida. o Reconhecimento Nacional: Existem grupos que avaliam e reconhecem instituições com especializações ou interesses diversos nos Estados Unidos. 47 Algumas vezes essas instituições também são reconhecidas regionalmente. A maioria das instituições reconhecidas não aceita diplomas ou cursos feitos em instituições sem reconhecimento, a não ser que as mesmas sejam também regionalmente reconhecidas. o Reconhecimento por organizações profissionais: reconhecimento de programas específicos de estudos dentro de uma instituição, ou a instituição como um todo, se oferecer apenas um programa de estudo. Uma instituição que é “regionalmente reconhecida” pode oferecer vários “programas reconhecidos”. Em algumas áreas de estudo, os alunos formados devem ter seu diploma reconhecido, para que sejam autorizados a exercer sua profissão. O objetivo do credenciamento é garantir que o ensino ministrado por instituições de ensino superior atenda aos níveis aceitáveis de qualidade. As agências de acreditação, que são associações privadas de ensino de âmbito regional ou nacional, desenvolvem critérios de avaliação e realizam avaliações de pares para avaliar se esses critérios são cumpridos ou não nas instituições. As instituições e/ou programas em que ocorre pedido de avaliação de uma agência, e que a avaliação satisfaz os critérios da agência são, então, “credenciados” por essa agência. O Departamento de Educação dos Estados Unidos não credencia instituições de ensino e/ou programas. No entanto, o secretário de Educação é obrigado por lei a publicar uma lista de agências de acreditação reconhecida a nível nacional que a Secretaria determina a autoridades confiáveis sobre a qualidade da educação ou da formação ministrada pelas instituições de ensino superior e a programas de educação superior que são credenciadas. As agências devem satisfazer os procedimentos, determinados pelo secretário e os critérios para o reconhecimento, conforme publicação em documento federal. Nos EUA, os acreditadores podem ser privados ou organizações nãogovernamentais criadas com a finalidade específica de analisar as instituições de ensino superior e programas com relação à qualidade. Além da apresentação de um pedido para o Departamento de Educação dos EUA, o processo de reconhecimento envolve também a fiscalização do comitê consultivo Nacional sobre Qualidade e Integridade Institucional, fazendo recomendações ao secretário em 48 matéria de reconhecimento. Após o secretário considerar a recomendação da Comissão, é feita a determinação final sobre o reconhecimento. Com isso a agência é então reconhecida para avaliar as instituições de ensino superior, podendo acreditá-las ou não, dependendo do cumprimento das normas. Conforme o CHEA, as normas de reconhecimento das agências de acreditação de instituições de ensino superior americana estão relacionadas ao avanço da qualidade acadêmica (os acreditadores têm uma descrição clara da qualidade acadêmica, em que as instituições ou programas que eles acreditam devem ter processos, para determinar se os padrões de qualidade estão sendo cumpridos) e a demonstração de qualidade (acreditadores têm normas que exigem das instituições e programas que forneçam informações verdadeiras e confiáveis sobre a qualidade acadêmica e o desempenho acadêmico dos alunos para promover a contínua confiança do público e do investimento). Segundo o Conselho de Acreditação do Ensino Superior, as instituições de acreditação devem: Incentivar, autoanalisar e planejar mudanças e melhorias necessárias, através de autoexame nas instituições e programas. Empregar procedimentos justos e adequados na tomada de decisões, onde os acreditadores mantêm políticas justas nos procedimentos organizacionais, incluindo controles eficazes e saldos. Demonstrar a revisão em curso das práticas de acreditação. São realizados autoexame das suas atividades acreditadas. Possuir recursos suficientes, ou seja, as acreditadoras devem ter e manter recursos previsíveis e estáveis. O principal objetivo do reconhecimento feito pelo CHEA é assegurar e reforçar a qualidade acadêmica e a melhoria contínua da qualidade dos cursos, programas e graus. Nessas políticas e procedimentos, eles exigem que acreditadores busquem aprimorar a qualidade acadêmica, demonstrando responsabilidade, incentivando a mudança intencional e melhorias necessárias, utilizando procedimentos justos e adequados na tomada de decisões, e reavaliando constantemente as práticas de acreditação e buscando sustentar a estabilidade fiscal. 49 Os acreditadores do CHEA são geralmente revistos em um ciclo de 10 anos com dois relatórios intercalares. A revisão é realizada pela comissão do CHEA, um grupo de representantes institucionais, credenciadores e membros externos, que verificam acreditadores para eleger ao CHEA e o reconhecimento de acreditadores revisando com base no acreditador através de uma autoavaliação. A revisão também pode incluir uma visita ao local. A acreditação é o principal meio pelo qual a qualidade das instituições de ensino superior e dos programas está assegurada nos Estados Unidos. A acreditação é uma forma de autorregulação em que faculdades, universidades e programas se uniram para desenvolver normas, políticas e procedimentos para a autoavaliação e julgamento por pares. Existem quatro tipos de organizações de acreditação: 1. Regional – Credenciam as instituições públicas e privadas, sem fins lucrativos e, principalmente grau de concessão, de dois e quatro anos. 2. Nacional fé-relacionada – Credenciam filiação religiosa e baseado na doutrina das instituições, principalmente sem fins lucrativos e de concessão de grau. 3. Nacional relacionada à carreira - Credenciar, principalmente com fins lucrativos, a carreira baseada instituições, com um único propósito, tanto de graduação e pósgraduação. 4. Programáticas. Credenciar os programas específicos, profissões liberais e autônomos escolas, por exemplo, direito, medicina, engenharia e profissões da saúde. As organizações acreditadoras devem periodicamente disponibilizar informações sobre instituições e programas que estão acreditados; tempo de credenciamento de uma instituição ou um programa; informações se uma instituição credenciada ou programa está sob sanções e uma descrição dessas sanções; manter um resumo das ações recentes tomadas por organizações acreditadas, geralmente fornecidas após as reuniões de órgãos de decisão e, para algumas organizações, oferecer dados agregados ou perfis das instituições ou programas que sejam credenciados. Uma instituição ou um programa de busca de acreditação deve passar por uma série de medidas estipuladas por uma organização de acreditação. Essas etapas envolvem uma 50 combinação de várias tarefas: elaboração de provas de realização, pela instituição ou programa, a análise dessa prova e uma visita ao local por professores e colegas administrativos e de ação pela organização de acreditação para determinar o estatuto de acreditação. Acreditação não prevê a aceitação automática de uma instituição que se credenciou em outra instituição, nem dá garantias de aceitação de diplomados por parte dos empregadores. Aceitação de crédito ou licenciados é sempre uma prerrogativa da instituição de acolhimento ou empregador. Por estas razões, além de verificar o status de acreditado de uma escola ou curso, o aluno deve tomar medidas adicionais para determinar, antes da matrícula, se os seus objetivos educacionais serão alcançados através da participação em uma instituição particular. Alguns motivos levam as instituições a buscarem a acreditação, entre eles: Acesso a recursos federais e estaduais - A acreditação é necessária para o acesso a verbas federais, como a ajuda de estudantes e outros programas federais. Os fundos de ajuda federal para o estudante estão disponíveis para os alunos somente se a instituição ou programa que estão frequentando é credenciado por um organismo de acreditação reconhecido. Gerar confiança do setor privado - Estatuto de acreditação de uma instituição ou programa é importante para os empregadores quando se avalia as credenciais dos candidatos a emprego e quando decidir se a prestar apoio de matrícula para os funcionários atuais em busca de formação adicional. Facilitar a transferência - O credenciamento é importante aos estudantes, para que o processo de transferência de cursos e programas entre as faculdades e universidades, se necessário, seja feito de forma mais fácil. 3.4 AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR EUROPEU – O PROCESSO DE BOLONHA Embora a Declaração de Bolonha não seja um tratado, os governos dos países signatários comprometem-se a reorganizar os sistemas de ensino superior dos seus países 51 de acordo com os princípios nela constantes. A declaração visa a tomada de ações conjuntas para com o ensino superior dos países pertencentes à União Europeia, com o objetivo principal de elevar a competitividade internacional do sistema europeu do ensino superior. Para assegurar que o sistema europeu do ensino superior consiga adquirir um grau de atração mundial semelhante ao das suas extraordinárias tradições cultural e científica, delinearam-se os seguintes objetivos: Promover entre os cidadãos europeus a empregabilidade e a competitividade internacional do sistema europeu do Ensino Superior. Adotar um sistema baseado em três ciclos de estudos: 1.º ciclo, com duração mínima de três anos – grau de licença; 2.º ciclo, com a duração de um ano e meio a dois (excepcionalmente um ano) – grau de mestre; 3.º ciclo – grau de doutor. Implementar o suplemento ao diploma. São automaticamente reconhecidos em todos os estados aderentes, facilitando dessa forma, o reconhecimento das qualificações e a mobilidade das pessoas. Estabelecer um sistema de créditos transferíveis e acumuláveis (ECTS), comum aos países europeus, para promover a mobilidade mais alargada dos estudantes. (Os créditos podem também ser adquiridos em contextos de ensino não superior, incluindo a aprendizagem ao longo da vida, desde que sejam reconhecidos pelos estabelecimentos de ensino superior de acolhimento) Promover a cooperação europeia na avaliação da qualidade, com vista a desenvolver critérios e metodologias comparáveis. Promover as dimensões europeias do ensino superior, em partes: 1. Desenvolvimento curricular; 2. Cooperação interinstitucional; 3. Mobilidade de estudantes, docentes e investigadores; 4. Programas integrados de estudo, de formação e de investigação. O Processo de Bolonha significa reorganizar o processo formativo em torno de novos valores: as competências e não só os conteúdos, as aprendizagens e não simplesmente o ensino, a participação e o envolvimento de todos os agentes implicados e não apenas a participação de professores nas aulas e de estudantes no estudo e nos exames. A Declaração de Bolonha foi reforçada pelas declarações do Conselho Europeu 52 (instância decisória máxima da UE), que afirmou a necessidade de fortalecer e renovar a educação superior e a pesquisa na UE. Vejamos os comunicados: Comunicado de Praga (2001) – Tem as seguintes questões em debate: Aprendizagem ao longo da vida; Envolvimento dos estudantes na gestão; Promoção de atividades do espaço europeu da educação Superior. Comunicado de Berlim (2003) – Reafirma objetivos de Bolonha e Praga, dando conta da decisão de colocar em funcionamento pleno o sistema europeu de créditos (ECTS – European Credit Transfer and Accumulation System). Passa a fornecer aos estudantes o Suplemento ao Diploma (documento escrito numa língua estrangeira de grande circulação onde se descreve o programa de estudos, as “competências transversais” de cada aluno). Comunicado de Bergen (2005) – Tal como proposto pelo relatório da ENQA (Rede Europeia para a Garantia da Qualidade no Ensino Superior), onde deverão obedecer as avaliações promovidas pelas agências nacionais e internacionais, as quais virão a integrar um registro europeu de agências de garantia da qualidade, que exigirá, por sua vez, a metaavaliação e a meta-acreditação das próprias agências. Comunicado de Londres (2007) – Esforços de avanço na questão de mobilidade e comparabilidade da certificação são reportados e reiterados. Afirmando a necessidade de responder eficazmente aos desafios da globalização e construir um espaço europeu de educação superior baseado em autonomia institucional, igualdade de oportunidades e princípios democráticos que facilitarão a mobilidade, aumentarão a empregabilidade e fortalecerão a atratividade e competitividade da Europa. Comunicado de Lovaina (2009) – Reiterados os fundamentos do Processo de Bolonha como base para a pauta até 2020. Relata as consequências que a sociedade enfrenta nesse período devido à crise econômica global, e a fim de trazer a recuperação econômica sustentável, o ensino superior europeu vai se esforçar para inovar com base na integração entre os ensinos. Considera o investimento público no ensino superior de prioridade máxima. Comunicado de Budapeste e Viena (2010) – Relembra o surgimento do Processo de Bolonha, todos os objetivos, os progressos significativos a cada comunicado e propõem medidas para facilitar a adequação e a integração dos princípios do Processo de Bolonha e as linhas de ação em todo o ensino superior da Europa. Através do contínuo desenvolvimento, melhoria e reforço do Espaço Europeu do Ensino Superior, afirmam que 53 a Europa será capaz de enfrentar com êxito os desafios da próxima década. É importante destacar que a Declaração de Bolonha (e suas atividades posteriores – Processo de Bolonha) não está no âmbito estrito da UE, pois foi elaborada por um conjunto de ministros da Educação Europeia, e não tem valor legal em nível europeu. Portanto, não se caracteriza como um mandato da UE que obriga os países-membros ao seu cumprimento; é um acordo que só tem validade se os governos signatários o implementarem em seus respectivos países. Na realidade, a legislação da UE impede o estabelecimento de normas uniformes na área da educação, já que esta está sob tutela exclusiva dos Estados-membros. Em contrapartida, nem todos os ministros da Educação signatários são membros da UE. Sem dúvida que, desde o primeiro momento, a UE desempenhou um papel de liderança no Processo de Bolonha, já que um grande número de atividades e de projetos desenvolvidos no marco desse processo foi financiado e liderado por instituições da UE. Pode-se dizer que o Processo de Bolonha é um processo de todas e de cada uma das nações europeias em que a UE atua como dinamizadora 3.4.1. Principais metas do Processo de Bolonha As principais metas do Processo de Bolonha são: 1. Aumentar a competitividade: No Processo de Bolonha, competitividade é sinônimo de atratividade. A meta é melhorar a posição estratégica da educação superior europeia em nível mundial, de forma que ela seja mais atrativa para os próprios europeus e para a comunidade internacional. Pode ser alcançada por meio de uma política de melhora como também com o aumento da visibilidade do que é oferecido nas instituições de educação superior europeias. É evidente que a melhora da qualidade é a primeira condição para aumentar essa atratividade. Esta deve ser resultado de múltiplas ações: melhoras dos serviços oferecidos aos estudantes nas instituições, cursos mais estimulantes e adaptados às demandas sociais, ajuste nos planos de ensino para terem um tempo de duração real, diversidade da oferta para satisfazer as múltiplas demandas sociais e melhora de todos aqueles aspectos da educação superior. O Processo de Bolonha propõe concretamente algumas medidas para aumentar a atratividade. A primeira, que os diplomas sejam compreensíveis quer para empregadores como para estudantes de qualquer lugar do mundo. A 54 segunda, apresentarem de forma explicita os conteúdos aprendidos durante a permanência do estudante na universidade, entendendo que estes são devem ser somente os conhecimentos adquiridos como também as competências gerais (habilidades e atitudes) necessárias ao mercado de trabalho e a vida pessoal. 2. Adaptação às demandas do mercado de trabalho: Um dos problemas da educação superior europeia é seu distanciamento do novo mercado de trabalho da sociedade do conhecimento. Neste contexto essa proposta vem a ser entendida como uma exigência de ensinar e aprender o que é relevante para o mercado de trabalho; e que as instituições de educação superior devem dar respostas às novas demandas sociais. É também uma proposta que, além de qualificar para as necessidades da nova sociedade, reconhece mediante um claro sistema de avaliação que os resultados pretendidos foram alcançados. Os fatores decisivos para melhorar a adaptação às demandas do mercado de trabalho são: definir claramente os objetivos de aprendizagem da cada curso, elaborar as competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) necessárias para realizar uma determinada atividade profissional e para o desenvolvimento pessoal, e estabelecer um claro sistema de garantia de qualidade dos programas de ensino que assegurem que aquelas competências são as verdadeiramente adquiridas pelos graduados daqueles cursos. O que o Processo de Bolonha propõe para isso é um novo modelo educativo, formando as chamadas competências transversais, dentre as quais destacamos o aprendizado, conseguido não apenas por meio das fontes tradicionais, mas também da própria experiência, da de outras pessoas e das inovações científicas e tecnológicas. 3. Mobilidade: A terceira grande meta do Processo de Bolonha é o desenvolvimento da mobilidade interna e externa para estudantes, docentes e pessoas administrativas. Essa proposta parte de dois pressupostos. O primeiro, que um amplo mercado competitivo para a educação superior servirá para melhorar a qualidade das instituições europeias; e o segundo, que é necessário desenvolver a cidadania europeia por meio do profundo conhecimento de outros países e culturas. Para sua viabilidade, faz-se necessário que as estruturas educativas nos diferentes países sejam passiveis de comparação a fim de tornar possível o reconhecimento de cursos concluídos em outro país. E respeitar a diversidade significa que a comparação deva ser baseada em um modelo flexível que reconheça, quer os conhecimentos 55 básicos transmitidos por outros sistemas educativos, quer a qualidade de outras instituições. Para a implementação dessa proposta, foi criado em 1988 o programa ERASMUS, que mobilizou até hoje mais de um milhão de estudantes europeus. Por meio desse programa, a UE concede apoio econômico aos estudantes que desejam estudar um semestre letivo em outro país da UE. Esse apoio não cobre todos os gastos, porém o que torna o programa atrativo é o fato de as instituições que recebem os estudantes terem a obrigação de tratá-los como seus próprios estudantes e facilitar-lhes a integração na instituição. Em contrapartida, a instituição de origem tem a obrigação de reconhecer os créditos de disciplinas/cursos concluídos naquele semestre na universidade estrangeira. O sucesso do programa e a necessidade de ampliar essa mobilidade criaram as condições para elaboração de um novo programa de intercâmbio, não restrito aos cidadãos da UE. Trata-se do programa ERASMUS Mundus (2004), cujo objetivo é realizar intercâmbio de estudantes de todo o mundo, mediante apoio financeiro para fazer cursos de segundo ciclo nas universidades europeias ou em universidades associadas de outros países. 3.4.2 Alguns instrumentos do Processo de Bolonha Alguns dos mais importantes instrumentos no Processo de Bolonha e que despertaram grande interesse dentro e fora da Europa são: O suplemento do diploma, os créditos europeus (ECTS) e a estrutura dos graus em ciclos. O suplemento ao diploma é um documento obrigatório, gratuito e bilíngue. Complementa os dois documentos que habitualmente certificam uma formação: o diploma e o certificado de habilitações. A sua função principal é a de explicar a formação que foi adquirida em termo de: Nível de qualificação (grau acadêmico e/ou profissional); Conteúdo (módulos, unidades curriculares, estágios, etc.) e resultados obtidos (classificações, créditos, sistema de classificações, etc.); Função da qualificação (acesso a outros estudos, acesso a profissão, etc.) Outro instrumento generalizado no Processo de Bolonha é o dos créditos europeus, que se chama European Credit Trandfer System, reconhecido pela sigla ECTS. O ECTS é um sistema de medida do trabalho necessário para que um estudante 56 complete com êxito uma determinada unidade curricular. A definição dos créditos do curso não é baseada nas horas de docência do professor, como é tradicional, mas nas horas de trabalho-padrão de que um estudante necessita para adquirir as competências que lhe foram definidas previamente em cada disciplina. Entende-se aqui “a globalização do trabalho de formação do aluno, incluindo as horas de contato, de projeto, de trabalho de campo, o estudo individual e as atividades relacionadas com avaliação, abrindo-se também a atividades complementares com comprovado valor formativo artístico, sociocultural ou desportivo.” (DL nº 42/2005 de 22 de Fevereiro) O sistema estabelece que um crédito é equivalente a 25-30 horas de trabalho do estudante (permite-se uma certa flexibilidade na definição exata dos créditos), e que um ano acadêmico deve representar um total de 60 créditos. Assim, se o curso estiver adequadamente concebido, um estudante “normal” não deverá se atrasar para concluí-lo. Os créditos podem ainda ser acumuláveis e transferíveis para outras formações, outras escolas, outros países além de ser utilizados para o reconhecimento acadêmico de determinado tipo de competências (de natureza profissional, por exemplo). Talvez o mais conhecido instrumento elaborado no Processo de Bolonha para facilitar a comparabilidade dos graus nas estruturas educativas europeias seja o da estrutura de três ciclos. Tradicionalmente, a maioria dos cursos europeus é de longa duração (em torno de cinco anos), e, na prática, é maior o tempo que os estudantes levam para concluir satisfatoriamente o curso. A proposta do novo sistema é estabelecer três ciclos: o primeiro (grau de licença) com carga de 180 a 240 créditos (entre três e quatro anos de duração), o segundo ciclo (grau de mestre) entre 60 e 120 créditos (um ou dois anos de duração) e o terceiro (grau de doutor) sem duração definida. Cada instituição, cada país ou cada curso poderá definir essa estrutura de forma distinta, porém dentro dos limites propostos. Uma condição requerida é que o diploma do primeiro ciclo deva ter relevância para o mercado de trabalho, ou seja, não deva ser a simples divisão de um curso de longa duração em dois períodos mais curtos, e sim realizar uma verdadeira transformação curricular que permita a entrada no mercado de trabalho daqueles que concluíram o primeiro ciclo. Alguns cursos como medicina, arquitetura ou veterinária são excluídos dessa estrutura, já que serão sempre organizados como cursos de longa duração. 57 3.4.3 O processo de transição O processo de transição da organização tradicional das formações para a organização das mesmas de acordo com a Declaração de Bolonha não é, no essencial, diferente da transição que se faz quando se alteram os planos curriculares de um curso. Existe um plano de estudo de um curso, com um conjunto de unidades curriculares, as quais vão ter, ou não, equivalência a outro conjunto de unidades curriculares num plano de estudo novo. A diferença mais importante é que nas anteriores transições curriculares, quando uma unidade curricular não tinha equivalência, podia considerar-se mais ou menos perdida – ficava o conhecimento adquirido, mas não certificado. Agora, mesmo que uma determinada unidade curricular deixe de constar de um plano de estudo, ela é sempre certificada através do Suplemento ao Diploma, e os créditos que lhe forem atribuídos constituem um valor por si mesmo. O IPL (Instituto Politécnico de Leiria), citando como exemplo, foi umas das instituições de ensino superior que se adequou ao Processo de Bolonha, aprovando o regulamento: Regulamento nº. 87/2006. – Tendo sido aprovado, por unanimidade, por deliberação do conselho geral do Instituto Politécnico de Leiria de 18 de Maio de 2006, em anexo se publica o regulamento do regime de transição dos cursos de bacharelato e licenciatura ministrados no Instituto Politécnico de Leiria para a nova organização decorrente da adequação ao Processo de Bolonha. Fundamentalmente o Regulamento aprovado, o IPL tratou de forma diferenciada os estudantes, consoante o ano do curso em que se encontrem, de modo a garantir que nenhum aluno conclua o seu curso sem que tenha tido oportunidade de adquirir todas as competências indispensáveis para o exercício das profissões para que o curso habilite. Assim, os estudantes que não tinham concluído os seus bacharelatos e que se encontravam matriculados no 1º e 2º anos dos cursos na anterior organização curricular transitaram diretamente para a nova organização. Os estudantes matriculados no 3º ano transitaram para o novo plano de estudo, podendo as unidades curriculares que lhe foram exigidas para concluir o seu curso, além das previstas, exceder os 15 créditos. 58 3.5 CONSIDERAÇÕES Após a apresentação do sistema de avaliação brasileiro, americano e europeu, é possível observar que somente no brasileiro, e de forma extremamente sutil, o egresso é levado em consideração quando se fala em avaliação da qualidade do ensino. Na realidade americana e europeia, o egresso em momento algum é questionado quanto ao serviço prestado a ele na instituição. No sistema de avaliação brasileiro, o momento em que o aluno é questionado quanto à qualidade e satisfação com relação ao serviço, é no momento de preencher o questionário aplicado após o aluno responder a prova do Enade, momento este que torna o resultado do questionário questionável, pois os alunos muitas vezes vão fazer a prova do Enade contra sua vontade, tornando o resultado do questionário duvidoso. Diante do exposto, é notório que nos sistemas de avaliação estudados anteriormente não se leva em conta a opinião do egresso para avaliar a qualidade do curso, deixando um vítreo entre o serviço prestado e a satisfação do cliente. Esta situação torna a pesquisa em questão importante, visando à interligação dos resultados apresentados pelo Sinaes, para o curso de Engenharia de Produção da UFRN, e a percepção dos egressos deste curso, fazendo assim um comparativo de resultados, objetivando interpretá-los de forma a contribuir para com a melhoria contínua do curso. 59 4. SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR – SINAES Para Embiruçu (2010) a avaliação é entendida como um “processo global de controle” e contribui para a aplicação planejada de ações preditivas, antecipativas e corretivas, inclusive por realimentação. Segundo Stadtlober (2010) o Ministério da Educação (MEC) avalia as universidades, através do Sinaes – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior no Brasil, lançado em 2004, em que há integração desde as provas realizadas com acadêmicos, até a avaliação institucional e do curso, por parte dos alunos, professores e colaboradores. Conforme Lei 1086/04 de 14 de Abril de 2004, artigo 2º estabelece ao Sinaes, promover a avaliação de instituições, de cursos e de desempenho dos estudantes, deverá ser assegurado o caráter público de todos os processos avaliativos, o respeito à identidade e à diversidade, e a garantia de participação de todos os segmentos envolvidos: corpo docente, discente e técnico-administrativo e também representantes da sociedade civil. De acordo com Sinaes (2009), a criação de um sistema, combinando regulação e avaliação educativa, em suas dimensões interna e externa, deve ser de responsabilidade compartilhada do Estado e das instituições, mas interessa também, sobretudo, à população, que tem os direitos de contar com um sistema educativo que cumpra com os principais anseios e necessidades mais gerais da sociedade, e de saber como as instituições estão realizando seus mandatos sociais relativos ao avanço do conhecimento e à formação de cidadãos que também sejam bons profissionais. Princípios e critérios do Sinaes são: educação é um direito social e dever do estado, Valores sociais historicamente determinados, Regulação e controle, Prática social com objetivos educativos, Respeito à identidade e à diversidade institucional em um sistema diversificado, globalidade, legitimidade, continuidade. O Sinaes fundamenta-se em princípios e objetivos francamente vinculados aos interesses sociais da Educação Superior. É importante evidenciar que o Sinaes busca reconhecer a diversidade do sistema de educação superior do país, respeitar a identidade, a missão e a história das IES, entender que essas devem ser avaliadas globalmente e ainda buscar a continuidade do processo 60 avaliativo. O Sinaes compreende os seguintes componentes: Tabela 4: Componentes do Sinaes. Autoavaliação (pelas CPAs e avaliação externa Avaliação Institucional in loco, desenvolvida pelos avaliadores institucionais capacitados pelo INEP nos moldes do Sinaes). Pelos pares na avaliação in loco, pelos estudantes, através do Ades (questionário de Avaliação Discente da Educação Superior que é Avaliação de Curso enviado aos estudantes da amostra do Enade), pelos coordenadores de curso, mediante questionário dos coordenadores e avaliações realizadas pelos professores dos cursos e a CPA. Através de um exame em larga escala aplicado aos estudantes que preenchem os critérios estabelecidos pela legislação vigente. O Exame Avaliação do Desempenho dos estudantes ingressantes e concluintes Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) é composto pela prova, o questionário de Avaliação Discente da Educação Superior (Ades) (antigo questionário socioeconômico), o questionário dos coordenadores de curso e a percepção do aluno sobre a prova. Fonte: Adaptado de Brito (2008) Conforme o Sinaes (2009) esse sistema deve articular duas dimensões importantes: a) avaliação educativa propriamente dita, de natureza formativa, mais voltada à atribuição de juízos de valor e mérito em vista de aumentar a qualidade e as capacidades de 61 emancipação e b) regulação, em suas funções de supervisão, fiscalização, decisões concretas de autorização, credenciamento, recredenciamento, descredenciamento, transformação institucional, etc., funções próprias do Estado. Essa concepção procura articular a avaliação interna à avaliação externa, a comunidade acadêmica com membros da sociedade, as instâncias institucionais com as nacionais e internacionais. Igualmente importante é ressaltar que um sistema de avaliação como o aqui proposto opera com as ideias da solidariedade e da cooperação intra e interinstitucional, e não com a ideologia da competitividade, da concorrência e do sucesso individual. Desde a implantação do Sinaes, até os dias de hoje, algumas modificações foram feitas, de acordo com a necessidade de ajustes de objetivos, perante a avaliação. Visando exemplificar as mudanças ocorridas no tocante aos indicadores de qualidade, a figura a seguir irá abordar estes aspectos. 62 Figura 6: Evolução dos indicadores de qualidade. Fonte: Maurício Garcia, 2011. Sequenciando a explicação do formato do Sinaes, nas subseções seguintes serão apresentadas as formas de avaliação que compõem o Sinaes, bem como os indicadores que são utilizados para avaliar as IES. 63 De acordo com Dias Sobrinho (2010) o foco central da avaliação da Educação Superior deveria jogar luz sobre o trabalho de formação de sujeitos e a produção e a socialização de conhecimentos de cada IES, tendo em vista o avanço da ciência, o aprofundamento da democracia e o desenvolvimento sustentável da sociedade. Ainda segundo o autor, na concepção original do Sinaes, a educação transcende o desempenho estudantil em provas estáticas, como era o caso do Provão, buscando significados amplos da formação humana integral e pondo em questão a responsabilidade social das IES. 4.1 AVALIAÇÃO DA INSTITUIÇÃO (AUTO-AVALIAÇÃO E AVALIAÇÃO EXTERNA) Segundo o Inep (2011), a Avaliação Institucional é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e está relacionada com a melhoria da qualidade da educação superior; a orientação da expansão de sua oferta; ao aumento permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e social, o aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições de educação superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promoção dos valores democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e da identidade institucional. Conforme o Sinaes (2009), a avaliação aqui priorizada é a institucional, sob três aspectos: a) o objeto de análise é o conjunto de dimensões, estruturas, relações, atividades, funções e finalidades de uma IES; dentre outros aspectos, ensino, pesquisa e extensão, administração, responsabilidade e compromissos sociais, formação, etc.; b) os sujeitos da avaliação são os conjuntos de professores, estudantes, funcionários e membros da comunidade externa especialmente convidada ou designada; e c) os processos avaliativos seguem os procedimentos institucionais e se utilizam da infraestrutura da própria instituição. Segundo Inep, a Avaliação Institucional divide-se em duas modalidades: autoavaliação - coordenada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) de cada instituição e orientada pelas diretrizes e pelo roteiro da autoavaliação institucional da Conaes e a 64 avaliação externa – realizada por comissões designadas pelo Inep. A avaliação externa tem como referência os padrões de qualidade para a educação superior expressos nos instrumentos de avaliação e os relatórios das autoavaliações. O processo de avaliação externa, independente de sua abordagem, se orienta por uma visão multidimensional que busque integrar suas naturezas formativas e de regulação numa perspectiva de globalidade. Conforme o Sinaes (2009) entre os objetivos da avaliação contam-se o de conhecer as fortalezas e os problemas da instituição, tratar da adequação de seu trabalho com respeito às demandas sociais, as clássicas e as novas, identificar os graus de envolvimento e os compromissos de seus professores, estudantes e servidores tendo em vista as prioridades institucionais básicas. Não basta levantar as deficiências. É também muito importante identificar as qualidades e aspectos fortes da IES. Quanto aos problemas e carências, além da verificação e da constatação, é importante identificar as suas causalidades, explicitar as possibilidades reais para a superação e estabelecer as ações adequadas e os meios para a transformação desejada. Segundo o Inep, a avaliação institucional em seu conjunto, os processos avaliativos devem constituir um sistema que permita a integração das diversas dimensões da realidade avaliada, assegurando as coerências conceitual, epistemológica e prática, bem como o alcance dos objetivos dos diversos instrumentos e modalidades. 4.2. EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DOS ESTUDANTES - ENADE O Enade integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) no que tange a Avaliação de Desempenhos dos Estudantes. É uma forma de avaliar o curso indiretamente pelo desempenho dos alunos na prova. O exame é aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e tem como objetivo aferir o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas Diretrizes Curriculares dos cursos de graduação, suas habilidades e competências. Isso possibilita aos cursos o acompanhamento dos resultados de suas ações pedagógicas, além de avaliar comparativamente a formação oferecida pelas Instituições de Ensino Superior (IES) aos estudantes das respectivas áreas avaliadas. O exame para os alunos convocados constitui-se como componente curricular obrigatório. Isso significa que o aluno que não 65 estiver em situação regular em relação ao Enade não estará apto a receber seu diploma. O exame é resultado de uma combinação de variáveis, entre elas o perfil socioeconômico e as habilidades inerentes aos alunos que ingressam em determinado curso, assim como a contribuição do próprio curso para a formação específica. Essa informação dada pelo desempenho dos alunos no Enade pode ser complementada pelo IDD, que é uma estimativa de “valor adicionado”, ou seja, de quanto o curso contribuiu para o desenvolvimento das habilidades acadêmicas, das competências profissionais e do conhecimento específico do aluno, levando-se em consideração o perfil do estudante que ingressa no curso. O Enade é formatado da seguinte maneira: Prova contendo dez questões de formação geral, sendo oito questões de múltipla escolha, duas questões discursivas e trinta questões do Componente Específico da Área Avaliada, dividida em vinte e sete questões de múltipla escolha e três questões discursivas. O Enade avalia também, através de um questionário de percepção sobre a prova, denominado questionário Socioeconômico (Estudante), onde o mesmo busca levantar, junto aos estudantes, informações socioeconômicas e acadêmicas. Este questionário é preenchido pelos estudantes em meio eletrônico. Para Dias Sobrinho (2010) o Enade não tem pretensão de avaliar a aprendizagem, e sim de ser um instrumento que contribua para o processo de aprendizagem. Além das competências profissionais, adquirem relevância a formação geral e a abordagem dos temas transversais. O Enade aplicado, a cada três anos, a uma amostra de alunos ingressantes e concluintes de cada curso, sinaliza claramente que o seu objetivo é observar, prioritariamente, o processo dinâmico da formação. Esse exame resulta em conceito, numa escala de 5 (cinco) níveis, atribuído ao conjunto dos alunos examinados do respectivo curso (Lei nº 10.861, Art. 5º). Os resultados do Enade e as respostas ao questionário socioeconômico, instrumento de coleta de informações que acompanha o exame, são elementos importantes para que a comunidade acadêmica avalie o projeto pedagógico do curso e as práticas institucionais e docentes, mas a incidência desses resultados na definição dos conceitos dos cursos deve ser necessariamente modesta, pois a qualidade destes se expressa apenas em parte no resultado de um exame aplicado a cada três anos. 66 Participam do Enade alunos ingressantes e concluintes dos cursos avaliados, que fazem uma prova de formação geral e formação específica. As avaliações feitas pelas comissões de avaliadores designadas pelo Inep caracterizam-se pela visita in loco aos cursos e instituições públicas e privadas e se destinam a verificar as condições de ensino, em especial aquelas relativas ao perfil do corpo docente, as instalações físicas e a organização didático-pedagógica. 4.3 AVALIAÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO Conforme Dias Sobrinho (2010) a avaliação dos cursos de graduação considera principalmente a organização didático-pedagógica, corpo docente e infraestrutura física, a articulação entre o Projeto de Desenvolvimento Institucional e o Projeto Pedagógico do Curso, inserção social e correspondência com as Diretrizes Curriculares Nacionais. De acordo com Giolo (2008), as avaliações dos cursos de graduação e das instituições de educação superior, de acordo com a Lei º 10.861, devem ser realizadas por comissões de especialistas formadas, designadas e coordenadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As comissões de especialistas farão, necessariamente, visitas in loco. Essa exigência das visitas in loco, posta pela Lei, não tem apenas a finalidade de garantir a fidelidade das informações prestadas pela instituição, mas, principalmente, a de estabelecer um diálogo construtivo entre o Ministério da Educação e a respectiva comunidade acadêmica. Conforme site do Inep, no âmbito do Sinaes e da regulação dos cursos de graduação no País, prevê-se que os cursos sejam avaliados periodicamente. Assim, os cursos de educação superior passam por três tipos de avaliação: para autorização, para reconhecimento e para renovação de reconhecimento. Tabela 5: Tipos de Avaliação de Cursos. Essa avaliação é feita quando uma Autorização instituição pede autorização ao MEC para abrir um curso. Ela é feita por dois avaliadores, sorteados entre os cadastrados 67 no Banco (BASis). Nacional Os de Avaliadores avaliadores seguem parâmetros de um documento próprio que orienta as visitas, os instrumentos para avaliação in loco. São avaliadas as três dimensões do curso quanto à adequação ao projeto proposto: a organização didáticopedagógica; o corpo docente e técnicoadministrativo e as instalações físicas. Quando a primeira turma do curso novo entra na segunda metade do curso, a instituição deve reconhecimento. É solicitar feita, seu então, uma segunda avaliação para verificar se foi cumprido o projeto apresentado para Reconhecimento autorização. Essa avaliação também é feita segundo instrumento próprio, por comissão de dois avaliadores do BASis, por dois dias. São avaliados a organização didático-pedagógica, o corpo docente, discente, técnico-administrativo e as instalações físicas. Essa avaliação é feita de acordo com o Ciclo do Sinaes, ou seja, a cada três anos. É calculado o Conceito Preliminar do Renovação Curso (CPC) e aqueles cursos que tiverem conceito preliminar 1 ou 2 serão avaliados in loco por dois avaliadores ao longo de dois dias. Os cursos com conceito 3 e 4 receberão visitas apenas se solicitarem. Fonte: Elaboração da autora. 68 4.4 CONCEITO PRELIMINAR DO CURSO – CPC Esse indicador combina o desempenho obtido pelos estudantes no Enade com os resultados do Indicador de Diferença de Desempenho (IDD) e com as informações de infraestrutura e instalações físicas, recursos didático-pedagógicos e corpo docente oferecidas pelo curso de uma determinada Instituição de Ensino Superior. Além do Enade e do IDD, entende-se que é também necessário que o indicador considere as condições de ensino dos cursos em termos de seus recursos didáticopedagógicos, de suas condições de infraestrutura e instalações físicas, além de informações sobre o seu corpo docente. O ‘Conceito Preliminar de Curso’ sintetiza, então, todos esses aspectos – insumos, condições de ensino, os resultados dos cursos no Enade e o IDD numa medida única que indica a situação dos cursos das distintas IES. Em agosto de 2008 foi divulgado o Conceito Preliminar de Curso (CPC), que é o terceiro derivado dos resultados do Enade, com duas novidades em relação aos seus antecessores. A primeira é que as informações oriundas do Enade e do questionário socioeconômico deixaram de ser a única fonte de informação, visto que também passaram a ser considerados os dados de titulação e o regime de trabalho dos professores nas IES. A segunda novidade é que o CPC passou a incorporar informações previstas no artigo 20 da portaria nº 2.051 de 2004, que regulamenta os procedimentos de avaliação do Sinaes. Para agregar ao processo de avaliação da educação superior critérios objetivos de qualidade e excelência dos cursos, o Inep criou o CPC que vai de 1 ao 5 e, como o próprio nome diz, é um indicador prévio da situação dos cursos de graduação no país. Para que os valores se consolidem, e representem efetivamente o que se espera de um curso em termos de qualidade e excelência, comissões de avaliadores farão visitas in loco para colaborar ou alterar o conceito obtido preliminarmente. O CPC é composto de: Desempenho dos Concluintes no Enade; Desempenho dos ingressantes no Enade; Diferença entre os Desempenhos Esperados e Observados; Qualidade de corpo docente; Infraestrutura escolar e organização didático-pedagógica. Conforme Brasil (2008): 69 Regulamenta a aplicação do Conceito Preliminar de Cursos Superiores, para fins dos processos de renovação de relacionamento respectivos, no âmbito do ciclo avaliativo do Sinaes instaurado pelo Portaria Normativa nº 1, de 2007. O Conceito Preliminar de Curso será divulgado anualmente, junto com os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o Enade. Inicialmente, a ideia é que cada curso de graduação receberia uma visita de especialistas de três em três anos com vistas à renovação de reconhecimento. Com o tempo percebeu-se ser esta uma tarefa de fato impraticável, tendo em vista a grande quantidade de cursos. É neste contexto que aparece o CPC para orientar e tornar mais eficientes estas visitas. Operacionalmente, cursos que obtiverem CPC 1 e 2 serão automaticamente incluídos no cronograma de visitas dos avaliadores do Inep. Os demais casos, ou seja, cursos com conceito igual ou maior que 3, podem optar por não receber a visita dos avaliadores e, assim, transformar o CPC em conceito permanente. O CPC é calculado de três em três anos tendo por base o Ciclo Avaliativo do Ensino Superior. Consolidado o processo de avaliação conduzido pelo Inep, cursos com conceito 3 serão aqueles que atendem plenamente aos critérios de qualidade para funcionarem. Da mesma forma, cursos com conceito 5 serão cursos de excelência, devendo ser vistos como referência pelos demais. O conceito permanente servirá como referência para subsidiar o processo de regulação dos cursos de graduação no país. O conceito Enade reflete a média obtida pelos estudantes concluintes dos cursos avaliados. O CPC tem como base o desempenho dos estudantes no Enade e o próprio IDD, que aponta o quanto o curso agrega de conhecimento ao aluno, além de variáveis de insumo como corpo docente, infraestrutura e organização didático-pedagógica do curso. Figura 7: Ponderações adotadas nos componentes do Conceito Preliminar de Curso nas edições do Enade 2007 e 2008. Fonte: Notas técnicas sobre o CPC (INEP, 2011). 70 À primeira vista chama atenção o aumento na ponderação destinada ao percentual de professores com titulação de mestre (de 0 para 5%) ou doutor ( de 12 para 20%). Essa modificação aumentou de 12% para 25% o peso atribuído à titulação do corpo docente. A ponderação do conceito Enade cômputo do CPC também sofreu uma modificação significativa, com uma redução de 10%, além de mudanças na forma de cálculo. Os outros componentes do CPC sofreram modificações menos impactantes e o IDD permaneceu inalterado. Além das modificações nas ponderações apresentadas na Tabela 1, O Inep inovou na divulgação do CPC ao apresentar as notas de cada componente de maneira separada. Esse fato possibilitou uma análise mais detalhada e aprofundada dos resultados, suscitando a discussão que deu origem ao presente artigo cujo objetivo é analisar o efeito das ponderações utilizadas no CPC e, principalmente, examinar o impacto que eventuais mudanças na ponderação teriam sobre o CPC dos cursos oferecidos por universidades brasileiras. A distribuição dos CPC’s varia de acordo com a área dos respectivos cursos de graduação, mas, de uma forma geral, há predominância do conceito 3 em quase todas as áreas, com exceção de Ciências Sociais e Engenharia, e uma assimetria na direção dos conceitos 4 e 5. Comparando as universidades privadas e públicas federais, a Tabela 6, a seguir, mostra que há diferenças entre os dois tipos de instituições de ensino. Dentre os 758 cursos oferecidos por universidades federais, pouco mais da metade deles (51,2%) receberam conceitos 4 ou 5 e menos de 10% obtiveram conceitos baixos (1 ou 2). Por outro lado, nos 1.193 cursos oferecidos por universidades privadas a realidade é bem diferente: pouco menos de 20% receberam conceitos 4 ou 5 e 22,8% ficaram com CPC's baixos (1 ou 2). Tabela 6: Distribuição do CPC´s de acordo com a organização acadêmica. Organização Acadêmica CPC faixa 1 % 2 % 3 % 4 % 5 % SC Total geral PRIVADA 38 81 1509 92 2237 87 412 62 22 33 1570 5788 PÚBLICA 9 19 140 1016 8 333 13 249 38 44 67 241 Fonte: Planilha Enade/CPC decomposto, divulgada em Dezembro de 2009 (INEP, 2009b). 71 Cálculo O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é calculado para cada curso avaliado dentro das áreas contempladas na avaliação anual do Enade. Ou seja, a unidade de observação de interesse é o curso definido por uma instituição de ensino superior, por um município e por uma área de avaliação. Componentes Em 2008 houve duas mudanças metodológicas no cálculo dos conceitos. O Conceito Enade passa a considerar apenas o desempenho dos alunos concluintes, enquanto o CPC – indicador que continua a usar a nota dos ingressantes – alterou os pesos dos componentes considerados em seu cálculo. Neste ano, o IDD contribui com 30% na composição do CPC, a média dos ingressantes contribui com 15%, assim como a dos concluintes, a proporção de professores com doutorado compõe 20% do conceito, e as demais variáveis entram com 5% cada: proporção de professores com mestrado, professores com regime de trabalho parcial ou integral, avaliação positiva dos alunos quanto a infraestrutura do curso e avaliação positiva dos alunos quanto à organização didático-pedagógica. Todas as medidas originais referentes a esses componentes são padronizados e transformadas em notas entre 0 e 5. O procedimento é o seguinte: toma-se a medida original para cada curso (por exemplo, a proporção de professores doutores desse curso), e subtrai-se dela a média dessa medida obtida para a área a qual este curso pertence, e divide-se o resultado da subtração pelo desvio padrão dessa medida obtido para a área a qual este curso pertence, como se segue: = (1) Em que APx é o afastamento padronizado referente a uma das medidas de interesse ‘X’ de um curso; X é o valor observado da medida para o curso; é a média desta medida na área; e DPx é o desvio padrão da medida na área. Após a padronização, para que todas as instituições tenham notas variando de 0 a 5, é feito o seguinte ajuste: soma-se ao afastamento padronizado de cada curso o valor absoluto do menor afastamento padronizado entre todos os cursos da área; em seguida, 72 divide-se este resultado pela soma do maior afastamento padronizado com o módulo do menor. Para os cursos que obtiveram valores de afastamento inferiores a -3,0 e superiores a 3,0 (conhecidos como outliers), substituímos tais valores por -3,0 e 3,0, respectivamente, para o cálculo do ponto inferior ou superior da fórmula. Então, multiplica-se o resultado desse quociente por 5. O cálculo acima descrito pode ser expresso pela fórmula a seguir, que é chamada de Nota Padronizada da medida de interesse ‘X’ do curso. NX = 5x (2) Esse cálculo fará com que a Nota Padronizada do curso i, referente à determinada medida, como a organização didático-pedagógica do curso, varie de 0 a 5. Os cursos com Afastamento Padronizado menor que -3,0 recebem Nota Padronizada igual a 0 (zero) e aqueles com Afastamento Padronizado maior que 3,0 recebem Nota Padronizada igual a 5 (cinco). Professores A média original para a criação da Nota de Professores Doutores (NPD) de um curso corresponde a proporção de professores vinculados ao curso cuja titulação é maior ou igual ao doutorado (PD). Para calcular essa proporção PD, divide-se o número de professores vinculados ao curso cuja titulação seja maior ou igual ao doutorado, pelo número total de professores vinculados a esse curso. Essa medida original PD é padronizada e transformada, conforme procedimento descrito anteriormente, para dar origem a Nota Padronizada referente aos Professores Doutores (NPD), um valor entre 0 e 5. A informação referente à titulação dos professores de cada curso de cada IES é extraída do Cadastro Docente, onde as instituições cadastram cada um de seus professores, vinculando-os a cada curso em que eles lecionam. O curso que não tiver nenhum professor cadastrado terá a Nota de Professores Doutores (NPD) computada como 0 (zero) para o cálculo do CPC. O mesmo procedimento é realizado com os professores Mestres e professores com regime de dedicação integral ou parcial. 73 Infraestrutura A medida original para a criação da Nota de infraestrutura (NF) de um curso corresponde à proporção de alunos do curso que avaliaram positivamente um aspecto da infraestrutura do curso no questionário do Enade. A pergunta do questionário do Enade sobre infraestrutura utilizada é a seguinte: “Aulas práticas: os equipamentos disponíveis são suficientes para todos os alunos?”. As alternativas de resposta são: (A) = Sim, em todas elas. / (B) = Sim, na maior parte delas. / (C) = Sim, mas apenas na metade delas. / (D) = Sim, mas em menos da metade delas. / (E) = Não, em nenhuma. A partir desta pergunta, considerou-se como tendo avaliado positivamente a infraestrutura os alunos que responderam (A) ou (B). Para calcular a proporção de alunos, divide-se o número de alunos do curso que avaliaram positivamente o aspecto de infraestrutura extraído do questionário do Enade, pelo número total de alunos do curso que responderam ao questionário. Essa medida original é padronizada e transformada, conforme procedimento descrito anteriormente, para dar origem à Nota Padronizada referente à infraestrutura (NF), um valor entre 0 e 5. Caso nenhum aluno tenha respondido ao questionário socioeconômico, o curso terá a nota referente à infraestrutura (NF) computada como 0 (zero) para o cálculo do CPC. Organização didático-pedagógica A criação da Nota de Organização Didático-Pedagógica segue o mesmo procedimento adotado na criação da Nota de infraestrutura. A pergunta do questionário do Enade sobre a organização didático-pedagógica utilizada é a seguinte: “Os planos de ensino contêm todos os seguintes aspectos: objetivos; procedimentos de ensino e avaliação; conteúdos e bibliografia da disciplina?”. As alternativas de respostas são: (A) = Sim, em todas elas. / (B) = Sim, na maior parte delas. / (C) = Sim, mas apenas na metade delas. / (D) = Sim, mas em menos da metade delas. / (E) = Não, em nenhuma. 74 Nota dos concluintes e ingressantes no Enade A Nota dos Concluintes no Enade corresponde à nota final que dá origem ao Conceito Enade. Portanto, para cada curso, é composta por: 75% da nota dos alunos concluintes no componente específico do Enade e 25% da nota dos mesmos alunos no componente de formação geral do Enade. É importante dizer que as notas que entram na contagem são as notas padronizadas e já transformadas na escala de 0 a 5. A Nota dos Ingressantes do Enade é calculada conforme a mesma metodologia que a Nota dos Concluintes no Enade, com a única diferença que os valores utilizados correspondem às notas no exame dos alunos ingressantes, e não dos concluintes. Para cada curso, a Nota dos Ingressantes é composta por 75% da nota dos alunos ingressantes no componente específico do Enade e por 25% da nota dos mesmos alunos no componente de formação geral do Enade. IDD Sabe-se que a diferença entre os desempenhos no Enade de alunos egressos de dois cursos de graduação de duas instituições distintas não depende somente das diferenças de qualidade entre esses cursos. As diferenças em relação ao perfil dos alunos de ambos os cursos ao ingressar no ensino superior também influenciam as diferenças nos resultados. O Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) tem o propósito de trazer às instituições informações comparativas dos desempenhos de seus estudantes concluintes em relação aos resultados médios obtidos pelos concluintes das demais instituições que possuem estudantes ingressantes de perfil semelhante ao seu. Para tanto, o IDD, como o próprio nome já diz, é resultante da diferença entre o desempenho médio obtido no Enade pelos alunos concluintes de um curso e o desempenho médio que era esperado para esses mesmos alunos, dadas as informações existentes sobre o perfil dos ingressantes desse curso. Os fatores que determinam o desempenho médio dos estudantes concluintes de um determinado curso podem ser separados, por hipótese, em três parcelas: a primeira determinada pelas características de ingresso destes alunos concluintes em termos de aprendizagem; outra determinada pela qualidade da formação oferecida pelo curso; e, por fim, um termo de erro que capta os outros elementos que afetam o desempenho do aluno. 75 (3) As letras minúsculas indicam que as variáveis estão expressas em termos de desvios da média, ou seja, é a ‘variável original observada para cada curso’ menos ‘a média da respectiva variável observada para a área a qual o curso pertence’. Assim, c é o desempenho dos alunos concluintes do curso medido em desvios da nota média de concluintes da área; c1 é o desempenho dos alunos concluintes do curso no momento de ingresso medido em desvios da medida da área; q é a qualidade do curso medida em desvios da média da área. Não é possível observar exatamente o desempenho dos concluintes no momento do ingresso (c1). Isto porque não dá para garantir que todos aqueles que tenham participado da prova como ingressantes, participem como concluintes três anos depois, já que há cursos com mais ou menos de quatro anos de duração, os alunos podem se atrasar, trancar o curso e voltar, entre outras razões. Porém, podemos ter uma estimativa desta variável – o desempenho dos concluintes no ingresso (c1), visto que o Enade aplica provas para alunos ingressantes e concluintes do mesmo curso. A ideia é, para cada curso, utilizar o desempenho dos alunos ingressantes como Proxy para o desempenho dos alunos concluintes no momento de ingresso. Assim, temos que, Onde é o desempenho previsto dos estudantes concluintes no seu momento de ingresso. A especificação que subsidia o cálculo o IDD está representada a seguir: λ ƞ. (4) Como colocado anteriormente, as letras minúsculas indicam que todas as variáveis estão expressas em termos de desvios da média, isto é, subtraímos da variável original observada para cada curso a média da respectiva variável observada para a área a qual o curso pertence. Na equação acima: c: média ponderada das notas de conteúdo específico (0,75) e de formação geral (0,25) no Enade dos concluintes do curso; i: média ponderada das notas de conteúdo especifico (0,75) e de formação geral (0,25) no Enade dos ingressantes do curso; 76 w: proporção de estudantes ingressantes do curso cujo pai e/ou a mãe tem nível superior de escolaridade (as informações sobre a escolaridade dos pais dos estudantes ingressantes foram extraídas do questionário socioeconômico respondido pelos alunos no Enade. Considerou-se a maior escolaridade entre a do pai e da mãe do ingressante. No caso em que apenas uma das informações estava disponível, utilizou-se esta informação. Para agregar a informação para o curso, computou-se a proporção de estudantes do curso cujos pais tinham pelo menos ensino superior); z: razão entre o número de concluintes e o número de ingressantes no curso; pd: proporção de docentes no curso com título mínimo de doutor; pm: proporção de docentes no curso com título mínimo de mestre; pr: proporção de docentes no curso com regime de trabalho integral ou parcial; f: proporção de alunos do curso i que avaliaram positivamente um aspecto da organização didático-pedagógica do curso; β,γ,δ,φ,λ,η,ρ,υ: parâmetros a serem estimados. Para a estimativa de - desempenho dos concluintes de um curso no momento de ingresso – são utilizadas as seguintes variáveis: a nota dos ingressantes do curso, o nível de escolaridade dos pais dos estudantes ingressantes e razão entre o número de ingressantes e o de concluintes. Esta última variável é incluída como forma de contornar possível viés de estimação devido à evasão dos estudantes ao longo do curso. Isto porque, para cursos com elevada taxa de evasão, considerando que a evasão seja um fenômeno não-aleatório, o perfil médio dos ingressantes pode não representar bem o dos concluintes. As variáveis relativas à qualidade do curso presentes na equação (4) – especificamente, qualidade do corpo docente e características da infraestrutura e organização pedagógica do curso – foram inseridas para diminuir o viés de estimativa dos coeficientes associados às variáveis características dos ingressantes. Provavelmente, o desempenho dos ingressantes é positivamente correlacionado com a qualidade dos cursos, já que alunos com boa formação prévia têm maiores chances de ingressar em cursos de melhor qualidade. Assim, parte da qualidade do curso seria captada por estes coeficientes associados às características dos ingressantes, o que nos faria subestimar o idd para os cursos que recebem os melhores alunos. Procurando diminuir este viés, foram incluídas estas variáveis de qualidade do curso. Note que para a estimativa de características dos ingressantes e a razão concluinte. apenas as 77 A equação (4) é estimada para cada uma das áreas. De fato para cada área, a equação (4) é estimada duas vezes. Numa primeira, estima-se a regressão, computa-se o resíduo e, então, calcula-se o resíduo padronizado, conforme procedimento descrito anteriormente (eq. 1). A partir do resíduo padronizado foi menor que -3 ou maior que 3. Na segunda estimativa definitiva, de onde se obtém o idd, estes cursos outliers não são considerados. Vale ressaltar, ainda, que se considerou para computar a nota média do curso, tanto no desempenho do ingressante quanto no desempenho do concluinte, apenas os estudantes com notas maiores que zero – tanto na parte de formação geral da prova quanto na de conhecimento específico. Além disso, excluiu-se das estimações cursos com menos de 10 participantes ou com taxa de participação inferior a 20% dos selecionadas, seja para o caso dos ingressantes ou concluintes. Entretanto, o desempenho esperado e, portanto, o idd foi computado para todos os cursos com mais de 10 participantes (selecionados e com nota não nula) entre ingressantes e entre concluintes, ainda que a taxa de participação seja inferior a 20%. Obtido o idd, o passo seguinte, como para demais variáveis, foi padronizá-lo e transformá-lo, conforme procedimento descrito anteriormente, para dar origem à Nota Padronizada do IDD (NIDD), um valor entre 0 e 5. Quando não for possível atribuir um idd para um curso, a Nota Padronizada do IDD (NIDD) recebe o mesmo valor da Nota Padronizada de Concluintes (NC) para este curso, para o cálculo do CPC. Forma de cálculo O propósito do CPC é agrupar diferentes medidas da qualidade do curso, entendidas como medidas imperfeitas da contribuição do curso para a formação dos alunos, em uma única medida com menor erro. Para determinar como essas diferentes medidas seriam ponderadas na formação do CPC, foram desenvolvidos estudos pela equipe técnica do Inep. Posteriormente, o assunto foi discutido na Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), que acabou por referendar a seguinte ponderação para compor o CPC: 78 (5) Deste cálculo obtém-se o valor do CPC para cada curso em uma escala de 0 a 5, conforme a equação. Esses valores contínuos são truncados na segunda casa decimal e transformados em faixas de 1 a 5, conforme a correspondência abaixo: Tabela 7: Distribuição dos conceitos do CPC. Valor discreto do CPC Valor contínuo do CPC 1 0,0 a 0,94 2 0,95 a 1,94 3 1,95 a 2,94 4 2,95 a 3,94 5 3,95 a 5,0 Fonte: Elaboração Própria. Também em discussão na Conaes, definiu-se que nenhum curso pode ser considerado de excelência – ou seja, com Conceito Preliminar de Curso igual a 5 – caso em algum dos termos que compõem o Conceito Preliminar o curso tenha obtido nota menor ou igual a 0,9 (correspondente a nota discreta igual a 1). Assim, qualquer curso com nota em infraestrutura – e/ou em qualquer um dos outros termos – menor que ou igual a 0,9 atinge, no máximo, o conceito 4. 4.5 ÍNDICE GERAL DE CURSO – IGC De acordo com INEP (2009), O IGC é uma média ponderada dos conceitos dos cursos de graduação e pós-graduação da instituição. Para ponderar os conceitos, utiliza-se a distribuição dos alunos da IES entre os diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado e doutorado). O IGC será utilizado, entre outros elementos e instrumentos, como referencial orientador das comissões de avaliação institucional. Conforme Bittencourt (2009) o IGC é um indicador que busca expressar a 79 qualidade de todos os cursos de graduação, mestrado e doutorado de uma IES, distribuídos na totalidade de campi e municípios onde atua. Na primeira edição de uso desse indicador, o Inep emitiu conceitos para 173 universidades, 131 centros universitários e 1.144 faculdades isoladas e integradas. (INEP, 2008) O índice IGC depende fortemente da média do CPC e, em menor grau, da média dos conceitos dos programas de pós-graduação de cada IES. O CPC, por sua vez, apresenta a seguinte composição e ponderações: Enade (40%), IDD (30%), Instalações e infraestrutura (3%), Recursos didáticos (8%), Percentual de doutores (12%), Percentual de professores com tempo integral (7%). O IGC de uma IES é calculado ponderando-se a média dos conceitos CPC dos cursos de graduação (esta também ponderada pela quantidade de alunos matriculados em cada curso) pelo “peso” da graduação na instituição. O mesmo cálculo é feito com os cursos de pós-graduação stricto sensu, em nível de mestrado e doutorado. De acordo com Bittencourt (2009) o monitoramento do IGC e o pleno entendimento de sua composição permitem transcender a simplificação de um rótulo gerado pela divulgação de um conceito ou posição em um ranking. Ainda que a formulação do IGC seja, à primeira vista, um pouco complexa, é possível compreendê-la e monitorá-la por meio de uma planilha eletrônica, permitindo à IES vislumbrar cenários futuros a partir de prováveis alterações de conceito. 4.6 CONSIDERAÇÕES Vale ressaltar que esses indicadores foram mostrados com o objetivo de se conhecer de que maneira o ensino superior é avaliado e quais indicadores são utilizados para mensurar a qualidade do ensino superior. Considerando que o egresso não é levado em consideração, deixando a desejar no que diz respeito aos conceitos abordados na seção que foi apontado o cliente como avaliador da qualidade do serviço prestado. 80 5. METODOLOGIA DA PESQUISA Neste capítulo, são apresentados os elementos do processo científico, a delimitação da pesquisa, os instrumentos que foram utilizados, a população e amostra, assim como o método de análise dos dados que será aplicado após a coleta dos dados. Esta parte do trabalho apresenta os seguintes quesitos: o tipo de pesquisa, a justificativa da escolha de tal método, a abrangência do estudo, os instrumentos de coleta de dados, a análise dos dados. 5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Segundo Silva (2001) pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas. Para Mynaio (1993) o termo metodologia refere-se à maneira de abordar os problemas e procurar respostas para os mesmos, incluindo as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas que possibilitam a construção da realidade e o potencial criativo do investigador. Entende-se por pesquisa o ato dinâmico de questionamento, indagação e aprofundamento consciente, na tentativa de desvelamento de determinados objetos. É a busca de uma resposta significativa a uma dúvida ou a um problema. Logo, a pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de processos científicos (CERVO E BERVIAN, 1983; BARROS E LEHFELD,1989). A pesquisa que será realizada terá uma abordagem do tipo quantitativa, que tem como características principais: ter uma hipótese, que pode estar certa ou errada; assim buscar descobrir um fato, não testar, sempre evita a influência do pesquisador, testar através da pesquisa de campo. Godoy (1995a, p.62) apresenta um conjunto de características que pode identificar uma pesquisa do tipo qualitativa. São elas: Ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento 81 fundamental; Caráter descritivo; Significado que as pessoas dão e as coisas e à sua vida como preocupação do investigador; Foco indutivo. Para Maanen (1979a, p.520) a pesquisa quantitativa tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social: trata-se de reduzir a distância entre o indicador e o indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação. A pesquisa quantitativa torna-se diferente da qualitativa, pois um erro no questionário observado após a aplicação pode inviabilizar o resultado. Segundo Castilho (2003) a primeira razão para se conduzir uma pesquisa quantitativa é descobrir quantas pessoas de uma determinada população compartilham uma característica ou um grupo de características. Ela é especialmente projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise estatística. Uma análise quantitativa apresenta os dados em percentuais. Através da análise quantitativa é possível buscar resultados concretos sobre a relação de egressos do curso de engenharia de produção da UFRN que está empregado, e qual o seu índice de satisfação com relação ao seu curso de graduação. O presente estudo se caracteriza como quantitativo por se enquadrar nas nuances abordadas pelos autores citados. O primeiro fator seria a questão do estudo, ter uma hipótese, que durante a pesquisa, será considerada verdadeira ou não. Outra questão que torna a pesquisa qualitativa é a confiabilidade que o questionário oferece ao estudo. Esses são algumas características que tornam o estudo em questão qualitativo. A classificação da pesquisa levando em consideração os objetivos tem caráter exploratório, devido ao fato da pesquisa, cujos objetivos se concentram em conhecer melhor o objeto a ser investigado, ou seja, analisar a percepção do egresso no tocante ao curso de graduação no qual foi formado. Quanto ao planejamento da pesquisa, optou-se pela pesquisa bibliográfica e pelo estudo de caso. A pesquisa bibliográfica foi escolhida visando o embasamento teórico sobre o assunto, buscando analisar da melhor maneira possível, e conhecer os trabalhos publicados na área, no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. 82 Yin (2001) conceitua o estudo de caso como o método que examina o fenômeno de interesse em seu ambiente natural, pela aplicação de diversas metodologias de coleta de dados, visando obter informações de múltiplas entidades. O estudo de caso é identificado por ser aplicada uma metodologia de coleta de dados a um grupo específico, no caso, aplicação do questionário com os egressos, com o objetivo de investigar uma situação, e conhecer a percepção de um grupo específico, sobre determinado assunto. O estudo de caso representa uma maneira de se investigar ou aplicar um assunto em uma organização individual. Conforme Yin (2001), o estudo de caso investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. Para Vergara (2009), a pesquisa bibliográfica objetiva prover o levantamento e seleção de toda bibliografia publicada sobre o assunto a ser pesquisado em livros, revistas, jornais, folhetins, monografias, teses e dissertações, colocando o pesquisador em contato direto com todo o material já escrito sobre o mesmo. A fim de fundamentar os procedimentos da pesquisa, foi utilizada então a pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica realizada inicialmente auxiliou nos procedimentos de coleta e análise dos dados do caso específico, com o intuito de recolher informações já publicadas acerca do problema investigado neste trabalho. Visando tornar a caracterização da pesquisa mais objetiva, foi feito um esquema, classificando-a quanto à natureza, abordagem, objetivos e procedimentos técnicos, conforme mostra a figura 8. 83 Figura 8: Caracterização da Pesquisa. Fonte: Elaboração Própria. Para Oliveira (2011) quanto ao estudo de caso, este se configura como interpretativo, pois conta com rica descrição do fenômeno estudado, tornando-se possível estabelecer padrões e desenvolver categorias conceituais que possibilitam a ilustração, confirmação ou oposição a situações teóricas. Para Godoy (2006) caracteriza como avaliativo, pois se busca apreciar e julgar os resultados e a percepção que o público alvo do estudo tem em relação a qualidade nos cursos. Considerando os autores acima, é possível concluir que o estudo de caso é caracterizado como exploratório-interpretativo, pois busca examinar um fenômeno dentro do contexto no qual está inserido. (ROESCH, 2007). Concluída a caracterização do estudo, no tópico a seguir será apresentada a população que será englobada no estudo, assim como a amostra a ser estudada. 5.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA A unidade escolhida para estudo é a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 84 por se tratar da única universidade federal que oferece o curso que será analisado e para os resultados serem utilizados de maneira a colaborar com a qualidade do curso assim como dos profissionais formados neste. A seguir um breve histórico a respeito da instutuição e o curso, que será aplicada a pesquisa. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte origina-se da Universidade do Rio Grande do Norte, criada em 25 de junho de 1958, através de lei estadual, e federalizada em 18 de dezembro de 1960. A Universidade do Rio Grande do Norte, instalada em sessão solene realizada no Teatro Alberto Maranhão, em 21 de março de 1959, foi formada a partir de faculdades e escolas de nível superior já existentes em Natal, como a Faculdade de Farmácia e Odontologia; a Faculdade de Direito; a Faculdade de Medicina; a Escola de Engenharia; entre outras. Atualmente, a UFRN oferece 75 cursos de graduação presencial e 73 cursos de pós-graduação. Sua comunidade acadêmica é formada por mais de 33.000 estudantes (graduação e pós-graduação), 3.108 servidores técnico-administrativos e 1.760 docentes. Com relação ao curso de Engenharia de Produção da UFRN: a primeira turma do curso foi selecionada no processo seletivo de vestibular de 1998 e iniciou suas atividades no primeiro semestre. A conclusão de curso da primeira turma ocorreu no segundo semestre de 2002 com a formação de 15 Engenheiros de Produção que obtiveram seu registro junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA. Atualmente já são mais de 200 engenheiros de produção formados pela UFRN contribuindo com o desenvolvimento do Rio Grande do Norte e do Brasil. Há de se destacar que alguns optaram por trabalhar no exterior. Foi criado e aprovado pela CAPES em 1998, o curso de pós-graduação em Engenharia de Produção, tendo iniciado suas atividades em 1999. O Programa, atualmente, possui o curso de Engenharia de Produção na modalidade stricto sensu, em nível de mestrado acadêmico. Visando responder aos objetivos propostos no início da pesquisa, foram coletados dados referentes à percepção dos egressos quanto à qualidade no curso de graduação de Engenharia de Produção da UFRN. Estão no escopo do estudo alunos concluintes de 2002 a 2010, totalizando 263 egressos, no qual a pesquisa contou com 94 respondentes. Neste estudo a população e a amostra são, portanto, os egressos do curso de Engenharia de Produção, visto que o questionário foi enviado a todos estes. 85 5.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS O presente estudo foi feito inicialmente buscando na literatura, informações visando o embasamento teórico do trabalho. Foram pesquisados autores nacionais e internacionais, para investigar o escopo dos estudos que estão sendo realizados nesta área, no Brasil e também em outros países. O trabalho conta com dados obtidos a partir de pesquisas bibliográficas e documentais, pois o referencial teórico foi desenvolvido com base em material publicado em livros, meios eletrônicos, revistas, artigos e trabalhos científicos disponibilizados em sites de periódicos e bases de dados como Scielo, Periódicos Capes, Emerald Insight, Isi Web of Knowledge, SciVerse Scopus, como em outros meios eletrônicos da Internet (LAKATOS E MARCONI, 1991). A coleta de dados, segundo Lakatos e Marconi (1991), é a etapa da pesquisa em que os instrumentos definidos são aplicados, objetivando a coleta dos dados previstos. Como técnica de coleta de dados será utilizada a aplicação de questionários. O questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador (MARCONI E LAKATOS, 2002). A coleta de dados será mediante contato virtual, através de aplicação de questionário por meio eletrônico, caso necessário reuniões com egressos e professores e contato telefônico com os egressos, de acordo com disponibilidade, no tocante ao cronograma. A coleta de dados será de Dezembro/2011 a Março/2012. Após a coleta de dados, será feita a análise, para que possa se interpretar a opinião dos egressos sobre a situação do engenheiro de produção no mercado de trabalho, e assim fazer suas correlações com os resultados do Enade. Os passos que serão seguidos, no tocante a metodologia, para cumprir os objetivos da pesquisa serão os seguintes: Definir os aspectos introdutórios da pesquisa; Levantar junto à literatura especializada os fundamentos básicos, relativos à gestão 86 da qualidade, qualidade de ensino superior, sistema de avaliação da educação superior no Brasil, sistema de avaliação da educação superior realizada em outros países, ou seja, buscar material teórico que possa contribuir para o enriquecimento do estudo, discutido pelos estudiosos da área; Desenvolver a metodologia, de maneira a atingir os objetivos propostos pela pesquisa; Coletar os dados dos egressos, através de sistemas de informações disponibilizados pela UFRN e buscar outras forma de contato com eles; Verificar em estudos similares quais foram os métodos de coleta de dados e de que maneira foram aplicados os questionários; Encontrar a melhor forma de executar a pesquisa; Analisar se o conjunto de informações será pertinente à pesquisa e qual a estrutura do questionário a ser aplicado; Elaborar o questionário, para aplicar junto aos egressos; Pré-aprovar o questionário; Testar o questionário e fazer os ajustes necessários; Enviar o questionário aos egressos; Monitorar as respostas; Entrar em contato via telefone com os egressos não respondentes; Interpretar os resultados da aplicação do questionário, visando relacionar os indicadores do MEC a respeito de qualidade do curso. Concluir qual a percepção dos egressos sobre o curso de Engenharia de Produção da UFRN; Propor soluções visando à melhoria contínua da prestação do serviço por parte da UFRN, visando à satisfação do cliente (aluno). Para efeito desta dissertação foram utilizadas apenas perguntas fechadas, sendo o questionário aplicado junto aos egressos dos cursos de graduação em Engenharia de Produção da UFRN. O questionário foi elaborado pelo autor baseado em Oliveira (2011) e nos questionários aplicados pelo Inep (2009), e foi estruturado da seguinte 87 forma: Primeira parte: contém quatorze perguntas fechadas, que objetivam identificar o perfil dos egressos, bem como sua situação no mercado de trabalho; Segunda parte: composta por vinte afirmativas, que serão julgadas quanto à importância e satisfação dos discentes. A escala de valor utilizada foi a Likert de 5 pontos (GIL, 1999); O valor 1, na escala relacionada à Satisfação, significa Discordo Totalmente; o Valor 5 significa Concordo Totalmente. O mesmo valor é válido para as opções Pouco Importante, para valor 1, e Muito Importante, para valor 5. Terceira parte: composta por cinco perguntas cujo objetivo é verificar quais fatores são mais importantes para a qualidade no curso e identificar qual a percepção do cliente sobre a qualidade no curso de graduação em Engenharia de Produção. A construção do questionário será baseada em um questionário aplicado em uma pesquisa acadêmica, uma dissertação de mestrado OLIVEIRA (2011), juntamente com a inserção de questões que foram aplicados pelo INEP (2008) no questionário aplicado pelo INEP, no ENADE (Questionário Socioeconômico). Quando criado, o objetivo do questionário, foi avaliar qual a percepção que os alunos tinham do curso da graduação em Engenharia de Produção da UFRN, para isso o questionário foi concebido de maneira, que pudesse ser extraído das respostas a percepção dos alunos, e buscar avaliar qual o “peso”que os egressos dão a cada critério avaliado, para isso os egressos foram perguntados a respeito de dois aspectos percepção e importância. Os questionários foram aplicados pessoalmente durante o encontro de egressos, assim como por meio on-line, através do site Survey Monkey, cadastrado no sítio http://www.surveymonkey.com/s/EGRESSOENGPRO. Antes de serem aplicados, os instrumentos foram submetidos a um estudo piloto com público idêntico ao que foi entrevistado, ou seja, egressos do curso de graduação em engenharia de produção da UFRN. É importante ressaltar que na coleta de informações dos egressos, tais como email e telefone, a presente pesquisa teve o apoio de alunos do projeto de iniciação científica que tem como título ˜Egressos como fonte de informaçãoo para melhoria dos cursos de graduação: uma aplicação no curso de Engenharia de Produção da UFRN˜. Além disso, 88 houve uma colaboração do Programa de Educação Tutorial – PET de Engrnharia de Produção, que promoveu o 1 Encontro de Egressos de Engenharia de Produção da UFRN, no qual foi possível entrar em contato com boa parte dos egressos do curso, podendo aplicar o teste do questionário. No ANEXO I, é apresentado o instrumento de coleta de dados, que foi disponibilizado no SurveyMonkey, através de um questionário virtual, que foi enviado através de e-mail para os egressos e aplicado pessoalmente. Foram utilizados grupos de email, redes sociais e participação em eventos dos egressos para divulgação da pesquisa. 5.4 ANÁLISE DOS DADOS Yin (1984) a análise dos dados consistiu na tabulação, exame ou recombinação das evidências coletadas, buscando compreender, esclarecer, validar ou refutar os objetivos iniciais do estudo. Todos os instrumentos utilizados para coletas de dados ofereceram uma vasta gama de dados, que é característico da pesquisa quantitativa. As análises qualitativas, referentes às entrevistas, dar-se-ão observando as técnicas de Análise de Conteúdo, Construção de Teorias e Análise de Discurso (ROESCH, 2007). Referente aos dados provenientes dos questionários, estes serão analisados com auxilio de programas estatísticos como Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e Statistica 10. No tocante ao método estatístico utilizado, serão utilizadas técnicas como: estatística descritiva e análise multivariada, em específico a análise fatorial. Para Green (1976) quando empregamos a análise fatorial estamos frequentemente interessados no comportamento de uma variável ou grupos de variáveis em covariação com outras. Conforme Reis (1997) análise fatorial inclui um conjunto de técnicas estatísticas cujo objetivo é representar ou descrever um número de variáveis iniciais a partir de um menor número de variáveis hipotéticas. Para esta corrente, Favato e Silva (2009) definem que as técnicas de análise multivariada são úteis para descobrir regularidades no comportamento de duas ou mais variáveis e para testar modelos alternativos de associação entre tais variáveis, incluindo a 89 determinação de quando e como dois ou mais grupos diferem em seu perfil multivariado. De forma direta, a análise fatorial é expressa pela interpretação das correlações entre as variáveis apresentadas no estudo, agrupando essas variáveis em conjuntos chamadas fatores. Dessa maneira, possibilita identificar esses conjuntos de forma a explicar o quão cada variável é justificada pelas dimensões observadas. De acordo com Favato e Silva (2009) a Análise Fatorial busca a criação de fatores que explicam melhor simultaneamente todos os indicadores. Por este motivo, foi a metodologia de análise de dados escolhida para esta pesquisa, pois ao final da mesma, vai ser possível agrupar quais os fatores mais relevantes para os egressos, quanto à qualidade do ensino prestado pela instituição. Os dados serão interpretados com o auxílio e critérios apoiados no referencial teórico apresentado nesse trabalho, buscando responder as hipóteses e objetivos apresentados no começo da pesquisa. 5.5 LIMITAÇÕES O caso a ser analisado será na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e a sua abrangência envolverá o curso de Engenharia de Produção, no escopo dos seus egressos. O estudo de caso apresenta como limitações a impossibilidade de se generalizar a respeito do assunto e possibilita o surgimento de visões tendenciosas do pesquisador. 90 6 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Com a definição do problema de pesquisa e a metodologia utilizada, e o respaldo teórico necessário para a continuidade da pesquisa, parte-se para o ponto em que se atingem os objetivos propostos pela pesquisa. Este capítulo busca abordar e interpretar a realidade estudada, ou seja, com os dados coletados, este é o momento de interpretar os mesmos, e compreender a percepção dos egressos e qual a sua situação no mercado de trabalho. A população da pesquisa foi composta por 235 egressos, e a amostra (os respondentes), foi de 94 egressos, subdivididos da seguinte maneira, conforme ano de conclusão na UFRN: Tabela 8: Distribuição da população e amostra da pesquisa. Ano Amostra Frequência 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total 3 4 5 14 9 8 8 17 26 94 12 18 35 42 32 34 21 43 26 263 Frequência (%) 25,00% 22,22% 14,29% 33,33% 28,13% 23,53% 38,10% 39,53% 100,00% 35,74% Fonte: Elaboração Própria. Inicialmente foram feitas análises descritivas dos resultados, com auxílio do programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), com o objetivo de diagnosticar alguns aspectos relevantes com relação à amostra. Esses resultados que serão apresentados a seguir seguirão a sequência no qual o questionário foi aplicado, ou seja, os primeiros dados a serem analisados correspondem aos resultados da primeira parte dos questionários, onde foram analisados os aspectos relacionais ao perfil e caracterização dos egressos, onde constam 14 questões de cunho 91 pessoal. Os resultados serão apresentados na sequência. 6.1 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E PERFIL DOS RESPONDENTES O primeiro aspecto a ser questionado aos egressos foi a respeito da faixa etária. A faixa etária que mais aparece na pesquisa é entre 25 a 28 anos. A mesma está distribuída conforme tabela a seguir: Tabela 9: Tabela de Frequência, por faixa etária. FAIXA ETÁRIA Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) 21 a 24 anos 24 25,5 25,5 25 a 28 anos 41 43,6 69,1 29 a 32 anos 19 20,2 89,4 Acima de 33 anos 10 10,6 100,0 Total 94 100,0 Fonte: Elaboração Própria. Definindo o perfil e as características da amostra, foram identificados os percentuais desta: com relação ao sexo, resultando em sua maioria num total de 63,8% da amostra, o sexo masculino, sendo, em contrapartida, 36,2%, mulheres. Tabela 10: Tabela de Frequência, por sexo. SEXO Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Feminino 34 36,2 36,2 Masculino 60 63,8 100,0 Total 94 100,0 Fonte: Elaboração Própria. 92 A terceira questão se refere aos egressos serem graduados em outros cursos. Neste caso, o percentual de egressos que tem outra graduação representa 13,8% do total dos respondentes. Tabela 11: Tabela de Frequência, considerando outra graduação. POSSUI OUTRA GRADUAÇÃO Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Não 81 86,2 86,2 Sim 13 13,8 100,0 Total 94 100,0 Fonte: Elaboração Própria. Considerando o vínculo empregatício, foi observado que de modo geral, os egressos estão inseridos no mercado de trabalho, e o percentual de egressos desempregados é 19% da amostra. Tabela 12: Tabela de Frequência, considerando situação no mercado de trabalho. VÍNCULO EMPREGATÍCIO Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) EMPREGADO 76 80,9 80,9 DESEMPREGADO 18 19,1 100,0 Total 94 100,0 Fonte: Elaboração Própria. Na sequência da análise, o próximo requisito analisado foi com relação ao estado em que os egressos estão residindo/trabalhando. O estado com maior representatividade, totalizando 61,7%, foi o Rio Grande do Norte. 93 Tabela 13: Tabela de Frequência, por estado de residência. ESTADO Frequência Acumulada Frequência Frequência (%) Rio Grande do Norte 58 61,70 61,70 Rio de Janeiro 10 10,64 72,34 Pernambuco 6 6,38 78,72 São Paulo 5 5,32 84,04 Maranhão 4 4,26 88,30 Distrito Federal 3 3,19 91,49 Outro 3 3,19 94,68 Paraíba 2 2,13 96,81 Rio Grande do Sul 1 1,06 97,87 Roraima 1 1,06 98,94 Sergipe 1 1,06 100,00 Total 94 (%) Fonte: Elaboração Própria. Continuando a análise do perfil dos egressos, a próxima etapa é considerar se os egressos cursaram ou cursam uma pós-graduação. Os resultados foram os seguintes: 76,6% dos engenheiros de produção cursam ou concluíram uma pós-graduação, conforme mostra a tabela 14. 94 Tabela 14: Tabela de Frequência, considerando pós-graduação em curso ou concluída. Pós-graduação Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Não 22 23,4 23,4 Sim 72 76,6 100,0 Total 94 100,0 Fonte: Elaboração Própria. A respeito da área da engenharia de produção que os egressos estão atuando, a resposta que apareceu com mais frequência foi engenharia de operações e processos da produção, que engloba aspectos como: projetos, operações e melhorias dos sistemas que criam e entregam os produtos (bens ou serviços) primários da empresa; gestão de sistemas de produção e operações; planejamento, programação e controle da produção; gestão da manutenção; projeto de fábrica e de instalações industriais: organização industrial, layout/arranjo físico; processos produtivos discretos e contínuos: procedimentos, métodos e sequências; engenharia de métodos. Esta área corresponde a 28,7% da atuação dos egressos no mercado de trabalho. Vale ressaltar, que no campo “Outros”, as áreas mais frequentes foram áreas ligadas ao petróleo e ao gás, e software. Vide abaixo, a distribuição das demais áreas de atuação. Tabela 15: Tabela de Frequência, área de atuação no mercado de trabalho. Frequência Atuação no mercado de trabalho Frequência Frequência (%) Acumulada (%) Engenharia de operações e processos da produção 26 34,21 34,21 Logística 12 15,79 50,00 Pesquisa operacional 3 3,95 53,95 Engenharia da qualidade 6 7,89 61,84 Engenharia do produto 4 5,26 67,11 Engenharia organizacional 13 17,11 84,21 95 Engenharia econômica 3 3,95 88,16 Engenharia do trabalho 4 5,26 93,42 Engenharia da sustentabilidade 2 2,63 96,05 Educação em engenharia de produção 3 3,95 100,00 Total 76 Fonte: Elaboração Própria. Um ponto que foi perguntado aos egressos, foi a respeito da natureza do emprego, visto que esta questão é relevante, pois é possível analisar em qual natureza do mercado os egressos de engenharia de produção estão inseridos. Os resultados mais comuns entre os egressos foi origem de emprego na iniciativa privada, representando 46,8% dos egressos. A segunda alternativa com mais resposta foi a Instituição Pública Federal, os resultados detalhados podem ser vistos a seguir. Tabela 16: Tabela de Frequência, por natureza do emprego. NATUREZA DO EMPREGO Frequência Frequência Frequência (%) Acumulada (%) Empresa privada 44 46,81 46,81 Instituição Pública Federal 22 23,40 70,21 Desempregado 18 19,15 89,36 Proprietário de empresa ou firma individual 5 5,32 94,68 Instituição Pública Estadual 2 2,13 96,81 Militar, bombeiro ou Policial 1 1,06 97,87 Organismo internacional ou não governamental 1 1,06 98,94 Profissional liberal ou autônomo 1 1,06 100,00 96 Total 94 Fonte: Elaboração Própria. Vale ressaltar que referente aos dados da tabela 16, no tocante ao campo “Desempregados”, 9 são bolsistas. Prosseguindo na análise, o próximo índice considera qual o cargo que os egressos estão ocupando no mercado de trabalho. Os cargos mais ocupados pelos egressos são: Supervisor, Coordenador, Gerente, Oficial, Engenheiro, representando 48,9% dos participantes da pesquisa. Vale ressaltar que os alunos que são bolsistas desenvolvem atividade de professor no ensino superior. Tabela 17: Tabela de Frequência, por cargo. CARGO Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Desempregado 11 11,70 11,70 Presidente, Dirigente, Diretor, alta patente 6 6,38 18,09 Supervisor, Coordenador, Gerente, Oficial, Engenheiro 46 48,94 67,02 Analista, técnico, soldado 20 21,28 88,30 Professor do Ensino Superior (Bolsistas) 9 9,57 97,87 Professor do Ensino Profissional 2 2,13 100,00 94 Fonte: Elaboração Própria. Analisando agora, a faixa salarial dos egressos, se concentra nos valores salariais entre R$ 6.501 e R$ 9.500, estando acima da faixa do piso salarial do engenheiro exigido por lei. 97 Tabela 18: Tabela de Frequência, por faixa salarial. FAIXA SALARIAL Frequência Acumulada Frequência Frequência (%) Até 500 2 2,13 2,13 de 501 até 730 2 2,13 4,26 de 731 até 1.200 9 9,57 13,83 de 1.201 até 2.000 9 9,57 23,40 de 2.001 até 3.500 15 15,96 39,36 de 3.501 até 6.500 21 22,34 61,70 de 6.501 até 9.500 23 24,47 86,17 Acima de 9.500 13 13,83 100,00 Total 94 100,0 (%) Fonte: Elaboração Própria. Para finalizar a primeira parte de análise de dados, correspondente a aplicação dos questionários, a última questão desta parte inicial diz respeito aos egressos registrados no CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Neste aspecto, as respostas ficaram equilibradas, entre os amostrados, porém a maioria 57,4% dos egressos possui registro no CREA. Tabela 19: Tabela de Frequência, considerando o registro no CREA. REGISTRO NO CREA Frequência Acumulada Frequência Frequência (%) Não 40 42,6 42,6 Sim 54 57,4 100,0 Total 94 100,0 Fonte: Elaboração Própria. (%) 98 6.2 FATORES RELEVANTES NA QUALIDADE DO CURSO – ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA E PERCEPÇÃO Nesta seção serão apresentados os resultados referentes à parte 3 do questionário, que busca verificar quais elementos são mais importantes para a qualidade no curso, bem como qual a avaliação e qual a contribuição que o curso de graduação de Engenharia de Produção ofereceu ao egresso, e se o mesmo se considerava apto ao mercado de trabalho, no momento em que concluiu o curso. Optou-se por apresentar estes resultados, da parte 3 do questionário, antes da análise fatorial, visto que a interpretação será feita através de outro escopo de análise, sendo assim, mais proveitoso no tocante ao entendimento, deixar a parte 2 do questionário para ser analisada de maneira mais aprofundada. Considerando a contribuição do curso de graduação, com relação a atuação profissional, o julgamento dos egressos, apresentou as seguintes evidências: de maneira geral, os egressos buscavam a formação profissional como prioridade, conforme a tabela 20. Tabela 20: Tabela de Frequência, considerando a contribuição do curso para a atuação profissional. Alternativas A aquisição de formação profissional. A aquisição de formação teórica. Obtenção de diploma de nível superior. Melhores perspectivas de ganhos materiais A aquisição de cultura geral. Frequência Frequência Frequência (%) 49 52,13 52,13 18 19,15 71,28 16 17,02 88,3 8 8,51 96,81 3 3,19 100 Acumulada (%) Fonte: Elaboração Própria. Neste segundo momento, foi questionado aos egressos, qual área da engenharia de produção que o egresso (na fase de aluno) mais se identificou. A alternativa que mais obteve a lembrança dos egressos foi engenharia de operações e processos da produção, 99 conforme pode ser visto na tabela 21. Tabela 21: Qual área da Engenharia de Produção você mais se identificou na graduação? Frequência Frequência (%) Acumulada (%) 30 31,9 31,9 Logística 16 17,1 49 Engenharia econômica 14 14,9 63,9 Engenharia da qualidade 9 9,6 73,5 Engenharia organizacional 7 7,4 80,9 Pesquisa operacional 7 7,4 88,3 Engenharia da sustentabilidade 5 5,3 93,6 Engenharia do produto 4 4,3 97,9 Engenharia do trabalho 2 2,1 100 Alternativas Frequência Engenharia de operações e processos da produção Fonte: Elaboração Própria. Quando indagados sobre a carreira profissional, os egressos em sua maioria relataram que demonstram disponibilidade para aprender e tem criatividade nas ações exercidas na atividade profissional, características estas que demonstram a proatividade dos egressos no ambiente de trabalho. Os dados da questão podem ser visto na tabela 22. Tabela 22: Entre as alternativas a seguir, assinale as condições que melhor expressam a sua carreira profissional (atual e futura) Alternativas Demonstro disponibilidade para aprender e tenho criatividade nas ações exercidas na atividade profissional Faço investimento na atualização de meus conhecimentos Demonstro responsabilidade e comprometimento com a empresa, Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) 40 42,5 42,5 26 27,7 70,2 18 19,1 89,3 100 sendo leal com as pessoas que integram a equipe de trabalho. Pesquiso a respeito de novas profissões e estou motivado para enfrentar novos desafios. Desenvolvo minhas habilidades e conhecimentos por meio de estudos sobre liderança e domínio de outro idioma Fonte: Elaboração Própria. 6 6,4 95,7 4 4,3 100 Outro questionamento feito aos egressos foi a respeito das disciplinas cursadas na graduação que menos contribuíram para a atuação no mercado de trabalho. Nesta questão os respondentes poderiam marcar mais de uma alternativa, sendo assim, a disciplina que menos contribuiu segundo os egressos, foi química experimental, seguida da disciplina de química. Outra com percentual próxima das anteriormente citadas foi Filosofia. Este tipo de questão serve para analisar qual o impacto dessas disciplinas na formação do engenheiro de produção e se realmente é válido ter essas disciplinas na grade curricular do curso. As respostas podem ser vistas em detalhe na tabela 23. Tabela 23: Quais disciplinas ou áreas não contribuíram para o seu emprego? Alternativas Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Química Experimental 45 11,1% 11,1% Química 44 10,8% 21,9% Filosofia 42 10,3% 32,3% Desenho e Expressão Gráfica 34 8,4% 40,6% Dinâmica 32 7,9% 48,5% Física Experimental 31 7,6% 56,2% Resistência dos Materiais 29 7,1% 63,3% Sociologia 26 6,4% 69,7% Estática 26 6,4% 76,1% Física e Mecânica 24 5,9% 82,0% 101 Cálculo e Álgebra 23 5,7% 87,7% Organização do Trabalho 9 2,2% 89,9% Engenharia de Produto 9 2,2% 92,1% Processos Industriais 9 2,2% 94,3% Estatística Básica 8 2,0% 96,3% Outra 8 2,0% 98,3% Higiene e Segurança do Trabalho 7 1,7% 100,0% Fonte: Elaboração Própria. Concluindo esta etapa do questionário, a última pergunta foi relacionada a contribuição, de maneira geral, do curso de graduação, para a formação profissional do engenheiro de produção, 76% das respostas foram entre “muito boa” e “boa”, ou seja, os egressos de maneira geral, consideram-se satisfeitos com o curso, assim como com todos os serviços prestados a ele, durante a graduação. Na figura 9 são explícitas as respostas dos egressos. Figura 9: Contribuição do curso. Fonte: Elaboração Própria. A seguir será feita a análise fatorial da percepção e da importância, com os dados coletados através do questionário. 102 6.3 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA A identificação da importância, com relação aos aspectos questionados a respeito da qualidade do curso, foi feita por meio da análise das respostas atribuídas a questão 15, parte 2 do questionário; esta questão única era composta por 20 variáveis (afirmativas) com respostas variando de 1 (Sem importância) a 5 (Muito importante), observando, assim, a Escala Likert de 5 pontos (Anexo). Vale a pena comentar que no questionário o egresso tinha, a cada afirmativa, duas colunas para responder, uma a respeito da percepção, no qual foi analisado anteriormente, e a segunda na qual questionava a importância do aspecto. Destaca-se que cada variável (afirmativa) das referidas questões foram apresentadas no questionário de maneira aleatória, ou seja, sem se relacionar com o tema. As questões foram apresentadas aos alunos, fora desta sequência de assuntos. 6.3.1 Análise Fatorial Conforme a análise da percepção, para a importância também foi feita a análise estatística, visando medir a confiabilidade do método de coleta de dados, através do coeficiente Alfa de Cronbach (tabela 24). O resultado encontrado apresentou evidências de que a análise de dados foi considerada satisfatória para a execução da pesquisa. É importante ressaltar que o coeficiente Alfa de Cronbach para a Importância deu maior do que o da percepção. Vale lembrar que o mínimo aceito para essa pesquisa, visando proteger a confiabilidade da análise, é de 0,7. Tabela 24: Resultado Alfa de Cronbach - Importância Alfa de Cronbach N° de itens 0,8803 20 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Sabendo das fases de análise de dados para se chegar ao número de fatores que se deseja ter na análise, os passos foram feitos, definindo-se o número máximo de fatores (para esta análise, assim como para a análise da percepção, o Maximum no. of factors escolhido foi 20), os valores de valor próprio (minimum eingevalue), também foi igual 103 (0,001). Na tabela 25 estão listados os fatores que obtiveram “valores próprios” (eigenalues) maiores que 1. Tabela 25: Variância total e quantidade de fatores retidos Número de Autovalores % da variância Autovalores % da variância explicada acumulados explicada acumulada componentes 1 6,543620 32,71810 6,54362 32,7181 2 2,048164 10,24082 8,59178 42,9589 3 1,591030 7,95515 10,18281 50,9141 4 1,264012 6,32006 11,44683 57,2341 5 1,153849 5,76925 12,60067 63,0034 6 1,053656 5,26828 13,65433 68,2717 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Seguindo as mesmas referências, destaca-se o número de fatores, que explica em 50% a variabilidade dos dados. Sendo assim, o número de fatores desta análise será 4, os quatro primeiros fatores que explicam 57% a análise dos fatores. De maneira complementar a tabela, segue o gráfico de autovalores. Gráfico de Autovalores - Importância 7 6 Autovalores 5 4 3 2 1 0 Número de Autovalores Figura 10: Gráfico de Autovalores – Importância. Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 104 De maneira complementar aos dados apresentados na tabela anterior, seguem as informações de média e desvio padrão das variáveis em análise. Tabela 26: Média e desvio padrão das variáveis Desvio Variáveis Média Padrão Var 1 4,436170 0,741381 Var 2 4,393617 0,721678 Var 3 4,361702 0,619592 Var 4 4,159574 0,752104 Var 5 4,106383 0,740068 Var 6 3,691489 0,994897 Var 7 4,776596 0,489772 Var 8 4,553191 0,756577 Var 9 4,489362 0,813127 Var 10 4,170213 0,697743 Var 11 3,404255 1,008770 Var 12 4,287234 0,697497 Var 13 4,202128 0,770139 Var 14 4,138298 0,862617 Var 15 4,680851 0,608414 Var 16 4,117021 0,787761 Var 17 4,765957 0,646338 Var 18 3,882979 0,948756 Var 19 4,595745 0,610291 Var 20 4,138298 0,784268 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Dando sequência da análise fatorial, os passos seguidos foram os mesmos da análise da percepção, desta maneira, não sendo necessária a explanação de como foram encontrados os valores, pois foram explicados anteriormente. 105 O próximo passo relevante para a análise fatorial foi encontrar as cargas fatoriais. O número de fatores é quatro, conforme tabela 26. As cargas fatoriais, não rotacionadas, estão representadas na tabela 27. Tabela 27: Cargas fatoriais (não rotacionada; cargas são marcadas>, 600000). Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Var 1 -0,169316 0,501191 -0,563480 0,073270 Var 2 -0,076860 0,524265 -0,673142 0,098370 Var 3 -0,457381 0,339211 0,364503 -0,204953 Var 4 -0,641502 -0,407701 -0,076026 0,064870 Var 5 -0,724588 -0,304910 -0,082112 -0,023466 Var 6 -0,401685 Var 7 -0,556005 -0,277231 -0,177645 -0,121494 Var 8 -0,604228 -0,086844 -0,098234 -0,231126 Var 9 -0,542376 -0,222984 -0,014040 -0,157137 Var 10 -0,539849 0,001340 0,053461 0,648555 Var 11 -0,324749 0,493988 0,253797 -0,191999 Var 12 -0,614840 -0,068430 -0,237960 0,293592 Var 13 -0,369116 0,349733 0,243936 0,420595 Var 14 -0,277728 0,367705 -0,505495 -0,205877 Var 15 -0,593150 -0,113467 0,270952 -0,273694 Var 16 -0,310345 0,275351 0,333352 Var 17 -0,627172 -0,197549 -0,331413 -0,108654 Var 18 -0,681494 -0,048378 0,080052 -0,041743 Var 19 -0,401533 -0,098749 0,058764 0,238299 Var 20 -0,395827 0,095035 -0,392559 0,435934 0,311520 0,433208 0,462375 -0,023842 Método de extração: Análise dos componentes principais Fonte: Dados da pesquisa, 2012 Da mesma maneira com que foi feito para analisar a percepção, para auxiliar a 106 interpretação e análise de relação entre os fatores e as variáveis e possibilitar uma melhor visualização da disposição dos pontos, optou-se por aplicar a derivação de fatores, que se dá por várias rotações de eixos que melhor expressem a dispersão dos dados. No modelo fatorial final, após a rotação, as variações das medidas estão maximizadas, e as relações entre dimensões, suavizadas, desta maneira possibilitando uma melhor interpretação dos dados. As cargas fatoriais que serão analisadas para interpretação dos dados da pesquisa estão na tabela 28. Tabela 28: Cargas fatoriais (após rotação ortogonal varimax; cargas são marcadas>, 600000) Var 1 Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 0,000011 0,056970 0,766879 0,106723 Var 2 -0,069234 -0,032453 0,855690 0,074205 Var 3 0,174022 0,668487 -0,034461 0,144164 Var 4 0,732430 -0,067218 -0,085422 0,198659 Var 5 0,768825 0,065577 -0,010108 0,172617 Var 6 0,026008 0,675733 -0,063596 0,323128 Var 7 0,654754 0,011056 0,058601 0,007642 Var 8 0,605625 0,237569 0,110934 -0,013273 Var 9 0,589297 0,138790 -0,043595 0,018658 Var 10 0,311342 -0,047805 0,037222 0,783783 Var 11 0,009835 0,649727 0,125765 0,112711 Var 12 0,535729 -0,052123 0,238955 0,422741 Var 13 0,003260 0,299705 0,060569 0,633611 Var 14 0,195185 0,171088 0,656142 -0,111174 Var 15 0,539756 0,424309 -0,202951 0,021471 Var 16 -0,016754 0,307753 0,004449 0,534124 Var 17 0,704583 0,004258 0,238244 0,028193 Var 18 0,577330 0,298600 0,001977 0,229017 107 Var 19 0,322354 0,021124 -0,047003 0,353061 Var 20 0,169503 0,648394 0,226632 -0,083519 Fonte: Dados da pesquisa, 2012 Observa-se que os valores que possuem uma significância igual, ou superior, a 0,6 estão em destaque em cada fator. Vamos analisar detalhadamente os quatro fatores que possuem as variáveis explicativas e os fatores que explicam a maior variância do estudo. O fator 1 é o mais importante para o estudo, pois é derivado do maior autovalor e possui uma explicação de 32,71%, sendo que as variáveis, que mais contribuem neste, são representadas pelas seguintes afirmações: As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos; A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva; A Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes; O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado; O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho; Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido; Os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensinoaprendizagem; Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina; Os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos. Por meio da análise fatorial foi possível identificar os fatores latentes, em que 4 fatores foram selecionados, os quais apresentam e avaliam o padrão de respostas dos egressos em relação aos fatores que os mesmos consideram importantes no curso de graduação da engenharia de produção da UFRN. A seguir os fatores serão analisados separadamente. 6.3.2 Fatores Latentes – Fator 1: Apoio e suporte aos alunos Assim como na análise da percepção, as variáveis que foram identificadas no fator 1 são relacionadas com o apoio aos alunos. Este fator está considerando aspectos como coordenação, disciplinas, currículos, trabalhos de disciplinas e principalmente com relação aos professores, se os mesmos atendiam às exigências dos alunos, se mantinha bom relacionamento com os alunos. 108 As respostas tiveram medianas entre 4 e 5. Podemos interpretar da seguinte maneira: os egressos consideram esses aspectos importantes, e consideram relevantes para definir a qualidade do curso. Os resultados detalhados do fator, mediana e desvio padrão do fator 1, denominado Apoio aos alunos, pode ser visto na tabela 29. Tabela 29: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 1: Apoio e suporte aos alunos Variáveis (Afirmativas) CF1 Mediana Desvio Padrão A Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes. 0,7324 4 0,7521 A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva. 0,7688 4 0,7401 As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos 0,6548 5 0,4898 O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. 0,6056 5 0,7566 O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho. 0,5893 5 0,8131 Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido. 0,5357 4 0,6975 Os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensino-aprendizagem 0,5398 5 0,6084 Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina 0,7046 5 0,6463 Os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos 0,5773 4 0,9488 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. As variáveis serão analisadas separadamente, visando uma interpretação mais completa de todas as afirmativas. A primeira afirmativa a ser analisada é a que questiona o egresso a respeito da coordenação do curso (tabela 30), se a mesma atendia os alunos de maneira eficiente e supria as necessidades dos mesmos. Nesta afirmativa as respostas foram centralizadas na 109 alternativa “Importante”. Sendo assim, os egressos consideram relevantes este apoio dado aos alunos durante a graduação. Tabela 30: Frequência da afirmativa: A Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 1 1,06383 1,06383 Indiferente 9 9,574468 10,6383 Importante 52 55,31915 65,95745 Muito importante 32 34,04255 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Com relação a comunicação rápida e aberta com os alunos (tabela 31), as respostas evidenciaram que esta variável assim como a anterior é julgada como “Importante”, representando 52% da opinião dos egressos. Tabela 31: Frequência da afirmativa: A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 3 3,191489 3,191489 Indiferente 12 12,76596 15,95745 Importante 49 52,12766 68,08511 Muito importante 30 31,91489 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 110 Quando perguntados sobre as disciplinas atingirem os objetivos propostos, 80% dos egressos responderam que esta afirmativa é “Muito importante” para a avaliação da qualidade de um curso. O detalhe da questão segue na tabela 32. Tabela 32: Frequência da afirmativa: As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 0 0 0 Indiferente 2 2,12766 2,12766 Importante 16 17,02128 19,14894 Muito importante 76 80,85106 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Quando o assunto foi nível de exigência do curso em coerência com o mercado de trabalho (tabela 33), os egressos foram maioria na alternativa “Muito importante”, representando 63% das escolhas. Esta análise evidencia a preocupação dos egressos com relação a preparação da graduação, prevendo a competitividade no mercado de trabalho. Tabela 33: Frequência da afirmativa: O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 1 1,06383 1,06383 De pouco importância 2 2,12766 3,191489 Indiferente 3 3,191489 6,382979 Importante 28 29,78723 36,17021 Muito importante 60 63,82979 100 Total 94 100 111 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Ao analisar as respostas a respeito do currículo, se o mesmo deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho (tabela 35), as respostas foram centralizadas na opção “Muito importante”. Até o dado momento é possível interpretar que, dos aspectos questionados, os alunos consideraram os mesmos importantes para definir a qualidade de um curso. Isto mostra a coerência das perguntas e relevância desses dados, para futuras melhorias a serem propostas ao curso. Tabela 34: Frequência da afirmativa: O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 1 1,06383 1,06383 De pouco importância 2 2,12766 3,191489 Indiferente 7 7,446809 10,6383 Importante 25 26,59574 37,23404 Muito importante 59 62,76596 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Na variável que trata da coerência dos trabalhos das disciplinas, se mantinha coerência com o referencial bibliográfico sugerido (tabela 35), os egressos apontaram como “Importante”, sendo esta alternativa representando 48% das escolhas. Tabela 35: Frequência da afirmativa: Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 1 1,06383 1,06383 Indiferente 9 9,574468 10,6383 112 Importante 46 48,93617 59,57447 Muito importante 38 40,42553 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. As duas afirmativas a seguir dizem respeito aos professores, se os mesmo deram suporte e orientação aos alunos (tabela 36) e se os professores dominavam o assunto da disciplina ministrada (tabela 37). As respostas se concentraram na alternativa “Muito importante”. Tabela 36: Frequência da afirmativa: Os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensino-aprendizagem. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 2 2,12766 2,12766 De pouco importância 0 0 2,12766 Indiferente 1 1,06383 3,191489 Importante 24 25,53191 28,7234 Muito importante 67 71,2766 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Tabela 37: Frequência da afirmativa: Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 3 3,191489 3,191489 Indiferente 2 2,12766 5,319149 Importante 8 8,510638 13,82979 113 Muito importante 81 86,17021 Total 94 100 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. No tocante ao relacionamento dos professores com os alunos, a alternativa mais escolhida foi a “Importante”, representando 42% das respostas, conforme tabela 38. Tabela 38: Frequência da afirmativa: Os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%) Sem importância 2 2,12766 2,12766 De pouco importância 5 5,319149 7,446809 Indiferente 22 23,40426 30,85106 Importante 40 42,55319 73,40426 Muito importante 25 26,59574 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Concluindo a análise deste fator 1, pode-se destacar que os egressos, consideram os aspectos de atendimento ao cliente, ou seja, suporte ao aluno, extremamente importantes para a avaliação do curso. Ao julgar as variáveis, quatro foram consideradas “Importante” e cinco “Muito importante”. Estas afirmativas servem para possíveis programas de melhoria contínua nos cursos de graduação de engenharia de produção da UFRN. Esta pesquisa pode auxiliar, no que diz respeito à satisfação do cliente. Sabendo os fatores considerados relevantes para a qualidade do curso, é possível trabalhá-los para atingir uma qualidade satisfatória no serviço prestado. No tópico a seguir será analisado o fator 2, seguindo o mesmo raciocínio. 6.3.3 Fatores Latentes – Fator 2: Suporte extra classe O fator 2, teve as mesmas variáveis relacionadas na análise da percepção e da 114 importância. Por isso optou-se por nomear da mesma maneira, suporte extraclasse. A mediana foi centralizada no 4, que representa “Importante”. A partir desta análise já podemos concluir que as variáveis contidas no primeiro fator são mais relevantes para o cliente, ao avaliar a qualidade do curso. Na tabela 39 pode-se ver a carga fatorial, mediana e desvio padrão das afirmativas. Tabela 39: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 2: Suporte extra classe Variáveis (Afirmativas) Os alunos tinha orientação quanto aos estágios CF2 Mediana Desvio Padrão 0,668487 4 0,619592 As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes 0,675733 4 0,994897 O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias. 0,649727 4 1,00877 Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos 0,648394 4 0,784268 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. No fator 2, todas as variáveis obtiveram a concentração das respostas na mesma alternativa “Importante”. No tocante a orientação para os estágios (tabela 40), o percentual de respondentes nesta alternativa foi de 50%. Tabela 40: Frequência da afirmativa: Os alunos tinham orientação quanto aos estágios. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 1 1,06383 1,06383 Indiferente 4 4,255319 5,319149 Importante 47 50 55,31915 Muito importante 42 44,68085 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 115 Questionados sobre o suporte que os monitores davam aos alunos, o percentual de respondentes na alternativa “Importante” foi de 42%, o segundo maior percentual foi na alternativa “Indiferente”, correspondendo a 23% das escolhas. Tabela 41: Frequência da afirmativa: As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 1 1,06383 1,06383 De pouco importância 12 12,76596 13,82979 Indiferente 22 23,40426 37,23404 Importante 40 42,55319 79,78723 Muito importante 19 20,21277 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Na afirmativa que engloba aspectos de ações sociais e comunitárias, os egressos responderam que consideram “Importante”, mostrando o interesse e relevância que os alunos (hoje egressos) dão para o envolvimento e motivação em ações sociais e comunitárias. Isto mostra que os alunos não estão interessados só no crescimento intelectual, mas também no desenvolvimento social e comunitário como ser humano e cidadão. Tabela 42: Frequência da afirmativa: O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 5 5,319149 5,319149 De pouco importância 13 13,82979 19,14894 Indiferente 30 31,91489 51,06383 Importante 34 36,17021 87,23404 116 Muito importante 12 12,76596 Total 94 100 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Na análise da última afirmativa que compõe o fator 2, temos o questionamento a respeito de apresentação, por parte dos professores, de projetos de iniciação científica e/ou extensão (tabela 43), 50% dos respondentes consideram este aspecto importante para a avaliação da qualidade de um curso. Os egressos consideram aspecto relevante para a formação do profissional de engenharia de produção, a participação em projetos acadêmicos (iniciação científica e/ou extensão) Tabela 43: Frequência da afirmativa: Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 4 4,255319 4,255319 Indiferente 11 11,70213 15,95745 Importante 47 50 65,95745 Muito importante 32 34,04255 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Finalizando as análises do fator 2, é possível identificar que os alunos também prezam por suporte extraclasse, e consideram esses aspectos importantes para a formação profissional. No tópico seguinte serão analisadas as variáveis correspondentes ao fator 3. 6.3.4 Fatores Latentes – Fator 3: Biblioteca Iniciando a análise das variáveis do fator 3 (tabela 44), temos as seguintes afirmativas para serem analisadas: Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado; A oferta de livros na 117 biblioteca atendia a demanda dos alunos e Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo. Este fator foi nomeado como Biblioteca, visto que todas as afirmativas englobam aspectos relacionados à biblioteca, com relação ao acervo, com relação aos aspectos quantitativos ou qualitativos, e com a respeito das instalações. Tabela 44: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 3: Biblioteca Variáveis (Afirmativas) Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado. CF3 Mediana Desvio Padrão 0,766879 5 0,741381 A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos. 0,85569 5 0,721678 Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo 0,656142 4 0,862617 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. A primeira afirmativa a ser analisada é com relação a quantidade de livros disponíveis na biblioteca (tabela 45), se era o suficiente para atender a demanda dos alunos (egressos na pesquisa). Este aspecto foi considerado “Muito importante” (54%), o que nos permite inferir que a disponibilidade de material bibliográfico para todos é critério relevante na avaliação da qualidade do curso. Tabela 45: Frequência da afirmativa: Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 1 1,06383 1,06383 De pouco importância 0 0 1,06383 Indiferente 7 7,446809 8,510638 Importante 35 37,23404 45,74468 Muito importante 51 54,25532 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 118 Levando em consideração aspectos gerais do acervo da universidade, os respondentes consideraram “Muito importante” a oferta de livros da biblioteca (tabela 46). Tabela 46: Frequência da afirmativa: A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 2 2,12766 2,12766 Indiferente 7 7,446809 9,574468 Importante 37 39,3617 48,93617 Muito importante 48 51,06383 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Com relação aos aspectos de infraestrutura da biblioteca (tabela 47), a variável foi considerada “Importante” (47%) pela maioria dos respondentes. Tabela 47: Frequência da afirmativa: Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%) Sem importância 1 1,06383 1,06383 De pouco importância 4 4,255319 5,319149 Indiferente 10 10,6383 15,95745 Importante 45 47,87234 63,82979 Muito importante 34 36,17021 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 119 No tocante às afirmativas que englobam os aspectos da biblioteca, obsevamos que os egressos consideram mais importante a disponibilidade de acervo (quantidade e qualidade) do que aspectos infraestruturais da biblioteca. A seguir será exposto o último fator desta análise, o fator 4. 6.3.5 Fatores Latentes – Fator 4: Avaliação e Instalações Físicas O último fator desta análise foi nomeado como Avaliação e Instalações Físicas, visto que ele corresponde às seguintes afirmativas: As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido; As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias; Os alunos eram motivados a participarem de eventos (workshop, congresso, seminário) ligados ao curso. As cargas fatoriais, bem como mediana e desvio padrão, podem ser vistos na tabela 48. Tabela 48: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 4: Avaliação e Instalações Variáveis (Afirmativas) CF4 Mediana Desvio Padrão As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido. 0,783783 4 0,697743 As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias 0,633611 4 0,770139 Os alunos eram motivados a participarem de eventos (workshop, congresso, seminário) ligados ao curso 0,534124 4 0,787761 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. As tabelas 49, 50 e 51 apresentam os resultados detalhados deste fator. Podemos, porém, centralizar a informação uniforme para todas as variáveis, que as mesmas obtiveram as respostas consideradas como “Importante” para a avaliação da qualidade do curso. 120 Tabela 49: Frequência da afirmativa: As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 3 3,191489 3,191489 Indiferente 7 7,446809 10,6383 Importante 54 57,44681 68,08511 Muito importante 30 31,91489 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Tabela 50: Frequência da afirmativa: As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 5 5,319149 5,319149 Indiferente 7 7,446809 12,76596 Importante 48 51,06383 63,82979 Muito importante 34 36,17021 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 121 Tabela 51: Frequência da afirmativa: Os alunos eram motivados a participarem de eventos (workshop, congresso, seminário) ligados ao curso. Importância Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Sem importância 0 0 0 De pouco importância 6 6,382979 6,382979 Indiferente 6 6,382979 12,76596 Importante 55 58,51064 71,2766 Muito importante 27 28,7234 100 Total 94 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Concluindo a análise fatorial, sabemos agora quais aspectos são mais importantes para a avaliação da qualidade do curso de engenharia de produção, podendo assim classificar quais aspectos serão trabalhados primeiro, buscando melhorar a qualidade e cada vez mais a satisfação do cliente, de maneira a buscar uma melhora contínua. 6.4 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO A identificação da percepção sobre a qualidade nos cursos foi feita por meio da análise das respostas atribuídas a questão 15, parte 2 do questionário. Esta questão única era composta por 20 variáveis (afirmativas) com respostas variando de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente), observando, assim, a Escala Likert de 5 pontos (vide ANEXO). Destaca-se que cada variável (afirmativa) das referidas questões foi apresentada no questionário de maneira aleatória, ou seja, sem se relacionar com o tema, as questões foram apresentadas aos alunos fora desta sequência de assuntos. Tabela 52: Indique a sua PERCEPÇÃO sobre a qualidade quanto BIBLIOTECA 1. Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado. 122 2. A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos. COORDENAÇÃO 3. Os alunos tinha orientação quanto aos estágios 4. A Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes. 5. A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva. ESTRUTURA DO CURSO 6. As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes 7. As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos 8. O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. 9. O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho. 10. As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido. 11. O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias. 12. Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido. INFRAESTRUTURA 13. As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias 14. Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo PROFESSORES 15. Os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensino-aprendizagem 16. Os alunos eram motivados a participarem de eventos (workshop, congresso, seminário) ligados ao curso. 17. Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina 18. Os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos 19. O quadro de professores era satisfatório para ministrar as disciplinas ofertadas durante os semestres 20. Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos 123 alunos Fonte: Autora, 2012. Os resultados descritos nesta seção contemplaram os resultados obtidos por meio da Análise Fatorial, bem como os testes associados à técnica (conforme descrito na metodologia). Destaca-se que o peso amostral, nesta etapa da pesquisa, foi considerado nas análises com o objetivo de levar em conta o plano amostral usado, sendo imputado tal dado no programa Statistica 10. 6.4.1 Análise Fatorial O ponto de partida de qualquer análise estatística é medir a confiabilidade do método de coleta de dados, ou seja, questionário, neste estudo. Foi escolhido medir a confiabilidade do questionário através do coeficiente Alfa de Cronbach (tabela 53). O resultado encontrado apresentou evidências de que a análise de dados foi considerada satisfatória para a execução da pesquisa, uma vez que o valor mínimo aceito para essa pesquisa, visando proteger a confiabilidade da análise, é de 0,7. Tabela 53: Resultado Alfa de Cronbach Alfa de Cronbach N° de itens 0,8132 20 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Após o resultado satisfatório do Alfa de Cronbach, foi aplicado o teste KaiserMeyer-Olkin (KMO) e o teste de esfericidade de Barlett para verificar o alinhamento dos dados, com a análise fatorial, ou seja, se o tratamento da amostra por meio da Análise Fatorial é relevante e válido (Tabela 54). Ressalta-se que o valor do Teste KMO considerado para esta é pesquisa, é 0,5. 124 Tabela 54: KMO and Bartlett's Test Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy. Bartlett's Test of Sphericity ,738 Approx. Chi-Square 570,901 df 190 Sig. ,000 *000 indica que o valor de p<0,0001 Fonte: Dados da pesquisa, 2012 Assim, conforme tabela 54, o resultado do Teste KMO indica que a análise dos fatores é apropriada para os dados apresentados, sendo considerados ótimos. O teste de esfericidade de Bartlett indica nível menor que 0,0001, sendo o mesmo adequado e indicando, também, que a análise fatorial é adequada. Partindo das evidências da validação dos dados do questionário e da adaptabilidade da análise fatorial para a pesquisa, inicia-se então a análise fatorial. O primeiro momento da análise fatorial é determinar o número de fatores que se deseja ter na análise, da seguinte forma: define-se o número máximo de fatores (para esta análise o Maximum no. of factors escolhido foi 20), ou seja, o número de variáveis, pois não poderá haver número de fatores superior ao número de variáveis. Outra definição para a análise fatorial é determinar o valor próprio (minimum eingevalue), no qual o valor escolhido foi 0,001, pois, assim, obtém-se o maior número possível de autovalores, o que possibilita fazer uma investigação melhor do estudo. Na tabela 55, estão listados os fatores que obtiveram “valores próprios” (eigenalues) maiores que 1, conforme orienta Pestana e Gagueiro (2003). Tabela 55: Variância total e quantidade de Fatores retidos % da Número de variância Autovalores % da variância componentes Autovalores explicada acumulados explicada acumulada 1 4,922215 24,61107 4,92221 24,6111 2 2,079396 10,39698 7,00161 35,0081 125 3 1,888096 9,44048 8,88971 44,4485 4 1,328689 6,64345 10,21840 51,0920 5 1,208194 6,04097 11,42659 57,1330 6 1,113533 5,56766 12,54012 62,7006 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Hair et al. (2005) indicam que pelo fato de ser usada a análise fatorial exploratória, um número de fatores que explique acima de 50% (51,09%) da variabilidade original dos dados, é tido como aceitável. Este foi o conceito utilizado nesta pesquisa, para seguir na análise fatorial optou-se por reter os 4 primeiros fatores, conforme destaque na tabela 55. A retenção com fatores inferior a 4 não atenderam nem explicaram a análise dos fatores de maneira completa. Figura 11: Gráfico de Autovalores. Fonte: Dados da pesquisa, 2012. De maneira complementar aos dados apresentados na tabela anterior, seguem as informações de média e desvio padrão das variáveis em análise. 126 Tabela 56: Média e desvio padrão das variáveis Variáveis Média Desvio Padrão Var 1 2,755319 1,317265 Var 2 2,425532 1,257146 Var 3 2,680851 1,321556 Var 4 3,361702 1,334820 Var 5 3,446809 1,283619 Var 6 2,468085 1,275932 Var 7 3,308511 1,057758 Var 8 3,148936 1,311303 Var 9 3,670213 1,148990 Var 10 3,808511 1,039816 Var 11 2,563830 1,426014 Var 12 3,914894 1,001714 Var 13 3,414894 1,315005 Var 14 3,244681 1,341530 Var 15 3,638298 1,014424 Var 16 3,595745 1,138941 Var 17 3,659574 1,000572 Var 18 3,978723 0,983506 Var 19 2,340426 1,299737 Var 20 2,223404 1,312916 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Na sequência da análise, extraiu-se a matriz de correlação entre as variáveis. Seguindo com a análise foi encontrada a caída de resultado com os autovetores, que definem a direção dos eixos, para Análise Fatorial assim como da Análise dos Componentes Principais. A etapa seguinte foi encontrar os componentes principais, e para isto foi utilizado o 127 software, para realizar o cálculo. Vale ressaltar que, pelo fato de existirem 20 variáveis, foram encontrados 20 componentes, mas pela análise fatorial, seguindo o critério sugerido por KAISER (1960) apud MARDIA (1979), devemos considerar apenas as primeiras quatro componentes principais. Após obter as componentes principais, buscou-se encontrar a contribuição de cada variável, em relação aos fatores formados. Para isso se formou uma matriz de correlação entre as variáveis originais e as componentes principais, para verificar a correlação existente entre as variáveis originais e as componentes principais e a contribuição de cada variável em relação a cada fator. Nesta pesquisa, o número de fatores a serem utilizados na análise é quatro, pois foram apenas esses os autovalores superiores a 1, encontrados na análise. Seguem na tabela 57 os resultados obtidos. Vale ressaltar que nesta primeira análise, não foi feita rotação nos eixos. Tabela 57: Cargas fatoriais (não rotacionada; cargas são marcadas>, 600000). Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Var 1 -0,169316 0,501191 -0,563480 0,073270 Var 2 -0,076860 0,524265 -0,673142 0,098370 Var 3 -0,457381 0,339211 0,364503 -0,204953 Var 4 -0,641502 -0,407701 -0,076026 0,064870 Var 5 -0,724588 -0,304910 -0,082112 -0,023466 Var 6 -0,401685 0,435934 0,462375 -0,023842 Var 7 -0,556005 -0,277231 -0,177645 -0,121494 Var 8 -0,604228 -0,086844 -0,098234 -0,231126 Var 9 -0,542376 -0,222984 -0,014040 -0,157137 Var 10 -0,539849 0,001340 0,053461 0,648555 Var 11 -0,324749 0,493988 0,253797 -0,191999 Var 12 -0,614840 -0,068430 -0,237960 0,293592 Var 13 -0,369116 0,349733 0,243936 0,420595 128 Var 14 -0,277728 0,367705 -0,505495 -0,205877 Var 15 -0,593150 -0,113467 0,270952 -0,273694 Var 16 -0,310345 0,311520 0,275351 0,333352 Var 17 -0,627172 -0,197549 -0,331413 -0,108654 Var 18 -0,681494 -0,048378 0,080052 -0,041743 Var 19 -0,401533 -0,098749 0,058764 0,238299 Var 20 -0,395827 0,433208 0,095035 -0,392559 Método de extração: Análise dos componentes principais Fonte: Dados da pesquisa, 2012 Conforme Pereira (2001), “o passo final da Análise Fatorial é verificar se os fatores, que são dimensões abstratas, podem ser interpretados de forma coerente com a natureza dos fenômenos estudados”. Desta maneira, objetiva-se verificar quais as variáveis que melhor se relacionam com cada fator, e isto é representado na tabela 58, através dos destaques em vermelho, onde o valor considerado para destaque foi 0,6, porém este valor pode ser modificado de acordo com a necessidade do pesquisador. Para facilitar a análise de relação entre os fatores e as variáveis e possibilitar uma melhor visualização da disposição dos pontos, optou-se por aplicar a derivação de fatores, que se dá por várias rotações de eixos que melhor expressem a dispersão dos dados. No modelo fatorial final, as variações das medidas estão maximizadas, e as relações entre dimensões, suavizadas. Devido a isso, o pesquisador deverá buscar relação entre os fatores e as variáveis originais numa matriz fatorial rodada (PEREIRA, 2001). Existem diversos tipos de rotações, as quais devem ser estudadas para maior entendimento, e deve-se verificar em quais situações elas são utilizadas, para se fazer a rotação nos eixos, possibilitando uma melhor visualização das variáveis mais representativas em cada componente. Com isso, após essas análises inicias, apresenta-se na tabela 59 a matriz dos componentes após rotação ortogonal varimax. 129 Tabela 58: Cargas fatoriais (após rotação ortogonal varimax; cargas são marcadas>, 600000) Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Var 1 0,000011 0,056970 0,766879 0,106723 Var 2 -0,069234 -0,032453 0,855690 0,074205 Var 3 0,174022 0,668487 -0,034461 0,144164 Var 4 0,732430 -0,067218 -0,085422 0,198659 Var 5 0,768825 0,065577 -0,010108 0,172617 Var 6 0,026008 0,675733 -0,063596 0,323128 Var 7 0,654754 0,011056 0,058601 0,007642 Var 8 0,605625 0,237569 0,110934 -0,013273 Var 9 0,589297 0,138790 -0,043595 0,018658 Var 10 0,311342 -0,047805 0,037222 0,783783 Var 11 0,009835 0,649727 0,125765 0,112711 Var 12 0,535729 -0,052123 0,238955 0,422741 Var 13 0,003260 0,299705 0,060569 0,633611 Var 14 0,195185 0,171088 0,656142 -0,111174 Var 15 0,539756 0,424309 -0,202951 0,021471 Var 16 -0,016754 0,307753 0,004449 0,534124 Var 17 0,704583 0,004258 0,238244 0,028193 Var 18 0,577330 0,298600 0,001977 0,229017 Var 19 0,322354 0,021124 -0,047003 0,353061 Var 20 0,169503 0,648394 0,226632 -0,083519 Fonte: Dados da pesquisa, 2012 Observa-se, na tabela 58, que a rotação varimax ortogonal possibilitou uma melhor visualização dos fatores, nos quais a proporção de variação das variáveis está melhor representada. Observa-se que os valores que possuem uma significância igual, ou superior, a 0,6 estão em destaque em cada fator. Vamos analisar detalhadamente os quatro fatores que possuem as variáveis explicativas e os fatores que explicam a maior variância do estudo. Pode-se concluir, ainda, que o fator 1 é o mais importante para o estudo, pois é 130 derivado do maior autovalor e possui uma explicação de 24,61%, sendo que as variáveis, que mais contribuem neste, são representadas pelas seguintes afirmações: A Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes; A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva; As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos; O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado; e Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina. Assim, por meio da análise fatorial foi possível identificar os fatores latentes, sendo que 4 fatores foram selecionados, os quais apresentam e avaliam o padrão de respostas dos egressos em relação à qualidade no curso de graduação da engenharia de produção da UFRN. 6.4.2 Fatores Latentes – Fator 1: Apoio e suporte aos alunos O fator 1 está correlacionado com as variáveis (afirmativas): A coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes; A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva; As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos; O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado e os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina. Tabela 59: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 1: Apoio e suporte aos alunos Variáveis (Afirmativas) A Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes. A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva. As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina Fonte: Dados da pesquisa, 2012. CF1 Mediana Desvio Padrão 0,732430 4 1,334819579 0,768825 4 1,283619054 0,654754 4 1,05775778 0,605625 4 1,311302782 0,704583 4 1,000571788 131 As afirmativas convergem para um ponto: suporte aos alunos, seja pela parte da coordenação do curso (abordado nas duas primeiras afirmativas), ou com relação ao suporte que as disciplinas ou os professores ofereceram para os alunos (egressos na pesquisa) absorverem, para, hoje, atuarem no mercado de trabalho. Na análise do fator 1, que é o mais relevante na percepção de qualidade dos egressos com relação ao curso de graduação, os egressos concordam com a afirmação, ou seja, este suporte era dado aos alunos, a mediana 4, enfatiza a opinião dos egressos, e as afirmações nos permite interpretar, que no fator mais importante, avaliado pelos egressos, o curso dava o apoio e o suporte com relação as afirmações analisadas. Analisando a primeira afirmativa a coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes, a alternativa que aparece com mais frequência é “Concordo pouco”, enfatizando que a coordenação atendia de modo parcial as necessidades dos egressos. Os resultados estão expressos na tabela 60. Tabela 60: Frequência da afirmativa: a coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos egressos. Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 10 10,6383 10,6383 Discordo pouco 17 18,08511 28,7234 Indiferente 10 10,6383 39,3617 Concordo pouco 37 39,3617 78,7234 Concordo totalmente 20 21,2766 100 Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Dando sequência a análise das afirmativas, a segunda também relacionada à coordenação do curso, relacionando se a mesma mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes, seja de forma individual ou coletiva, a alternativa mais frequente foi “Concordo pouco”, enfatizando que a coordenação se comunicava de modo satisfatório, perante a opinião dos egressos, visto que o somatório dos egressos que concordam com a afimativa são maioria, ou seja, 57 dos egressos concordam de maneira total ou parcial com 132 a afirmativa. Os resultados estão expressos na tabela 61. Tabela 61: Frequência da afirmativa: A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva. Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 10 10,6383 10,6383 Discordo pouco 15 15,95745 26,59574 Indiferente 12 12,76596 39,3617 Concordo pouco 37 39,3617 78,7234 Concordo totalmente 20 21,2766 100 Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. A terceira afirmativa tem relação às disciplinas do curso, e se as mesmas atingiram os objetivos propostos. Diferentemente das afirmações anteriores, esta os egressos discordaram pouco, em sua maioria, o que significa que, de maneira geral, os egressos consideraram que os objetivos propostos eram atingidos nas disciplinas cursadas durante a graduação, conforme resultado da tabela 62. Tabela 62: Frequência da afirmativa: as disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos. Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%) 4 4,26 4,26 22 23,40 27,66 10 10,64 38,30 53 56,38 94,68 5 5,32 100,00 4 4,26 4,26 Discordo totalmente Discordo pouco Indiferente Concordo pouco Concordo totalmente Total Fonte: Dados da pesquisa, 2012. 133 A próxima afirmativa a ser analisada, diz respeito ao nível de exigência do curso e o mercado de trabalho, se o suporte teórico oferecido ao aluno é suficiente para o mesmo atuar no mercado de trabalho, e a resposta mais frequente foi “Concordo pouco”, e dos egressos que concordam com a afirmação somam 51 alunos, evidenciando que os egressos se consideram preparados para o mercado de trabalho ao concluírem a graduação. Tabela 63: Frequência da afirmativa: o nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 11 11,70213 11,70213 Discordo pouco 24 25,53191 37,23404 Indiferente 8 8,510638 45,74468 Concordo pouco 40 42,55319 88,29787 Concordo totalmente 11 11,70213 100 Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. A última afirmativa enquadrada no fator 1, aborda aspectos relacionados ao domínio do professor ao assunto dado em sala de aula. A resposta mais frequente foi “Concordo pouco”, dentre todas as respostas, 68 egressos responderam concordando com a afirmativa, evidenciando a opinião dos egressos que os professores demonstravam ter domínio dos assuntos abordados em classe, conforme mostra tabela 64. Tabela 64: Frequência da afirmativa: Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 2 2,12766 2,12766 Discordo pouco 13 13,82979 15,95745 Indiferente 11 11,70213 27,65957 Concordo pouco 54 57,44681 85,10638 Concordo totalmente 14 14,89362 100 134 Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. No tópico seguinte, será apresentado o fator 2, assim como a análise de suas afirmativas. 6.4.3 Fatores Latentes – Fator 2: Suporte extra classe O fator 2 está correlacionado com as variáveis (afirmativas): Os alunos tinham orientação quanto aos estágios; As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes; O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias; Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos. Os resultados relacionados as fator 2 estão destacados na tabela 65. É possível homogeneizar as afirmativas, partindo do princípio que todas as afirmativas abordam um aspecto de suporte extraclasse perante os alunos, hoje egressos participantes da pesquisa. Esses aspectos são relacionados com orientações em relação a estágios, apoio de monitores, oportunidade que o curso ofereceu a participar de atividades comunitárias além de incentivo a atividades de pesquisa e extensão. Tabela 65: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 2: Apoio extraclasse Afirmativas Os alunos tinham orientação quanto aos estágios As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias. Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos Fonte: Dados da pesquisa, 2012. CF2 Mediana Desvio Padrão 0,668487 2 1,32155632 0,675733 2 1,27593211 0,649727 2 1,42601415 0,648394 2 1,31291562 Com relação a orientação para os estágios, a maioria dos egressos opinaram como “Discordo pouco”, e o somatório das respostas que discordam com a afirmação somam 50, representando aproximadamente 50%, que nos leva a interpretação que no curso, de 135 maneira geral, que os alunos não eram orientados quantos às atividades de estágio. Os resultados estão detalhados na tabela 66. Tabela 66: Frequência da afirmativa: Os alunos tinham orientação quanto aos estágios Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 23 24,46809 24,46809 Discordo pouco 27 28,7234 53,19149 Indiferente 12 12,76596 65,95745 Concordo pouco 23 24,46809 90,42553 Concordo totalmente 9 9,574468 100 Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. A segunda afirmativa do fator classificado como Extraclasse questiona os egressos quanto ao suporte de monitores para as disciplinas da graduação (tabela 67). Os egressos consideraram que havia suporte de monitores, os respondentes centralizaram a resposta na alternativa “Discordo pouco”, considerando a existência do suporte de monitoria. Tabela 67: Frequência da afirmativa: As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes. Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 28 29,47368 29,47368 Discordo pouco 29 30,52632 60 Indiferente 10 10,52632 70,52632 Concordo pouco 23 24,21053 94,73684 Concordo totalmente 5 5,263158 100 Total 95 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. No tocante a oportunidades em conhecimento de atividades comunitárias, a avaliação foi centralizada na alternativa “Discordo totalmente”, evidenciado que o curso não oferecia aos alunos oportunidades para se envolverem em atividades comunitárias, 136 ações de ajuda a sociedade, como movimentos voluntários. O somatório dos egressos que discordam da afirmação resulta em 52, representando 55% dos respondentes. Os resultados estão detalhadas na tabela 68. Tabela 68: Frequência da afirmativa: O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias. Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 35 37,23404 37,23404 Discordo pouco 17 18,08511 55,31915 Indiferente 10 10,6383 65,95745 Concordo pouco 25 26,59574 92,55319 Concordo totalmente 7 7,446809 100 Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Quando o assunto é projeto de iniciação científica e extensão (tabela 69), o curso foi mal avaliado, a maioria dos respondentes julgaram como “Discordo” parcialemente ou totalmente, ou seja, aproximadamente 67% dos respondentes apontaram que os professores não apresentavam oportunidade de os alunos participarem de projetos de extensão ou de iniciação científica. Isto evidencia que os alunos não eram envolvidos nesses tipos de atividades acadêmicas, perdendo a oportunidade de aliar a sua graduação a atividades extracurriculares, que iriam enriquecer ainda mais suas experiências acadêmicas, podendo ajudar na carreira profissional. Tabela 69: Frequência da afirmativa: Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos. Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%) Discordo totalmente 37 39,3617 39,3617 Discordo pouco 26 27,65957 67,02128 Indiferente 9 9,574468 76,59574 Concordo pouco 16 17,02128 93,61702 137 Concordo totalmente 6 6,382979 Total 94 100,0 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. No tópico a seguir, serão apresentados as variáveis que se encaixaram no fator 3. 6.4.4 Fatores Latentes – Fator 3: Biblioteca O fator 3 está correlacionado com as variáveis (afirmativas): Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado; A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos; Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo. Os resultados relacionados as fator 3 estão destacados na tabela 70. É possível homogeneizar as afirmativas, partindo do princípio que todas as afirmativas abordam um aspecto relacionados a biblioteca. Esses aspectos são relacionados, seja ligados a disponibilidade de material referente ao curso, material de maneira geral, de diversos assuntos que não só ligados a graduação, e com relação a sua infraestrutura mesmo, as próprias instalações da biblioteca. Tabela 70: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 3: Apoio e suporte aos alunos Variáveis (Afirmativas) Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado. A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos. Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo Fonte: Dados da pesquisa, 2012. CF3 Mediana Desvio Padrão 0,766879 3 1,3172648 0,85569 2 1,2571461 0,656142 4 1,3415299 Iniciando as análises separadas das variáveis, a primeira foi relacionada com o número de livros relacionados com o curso, e os egressos em sua maioria responderam que discordam de maneira parcial ou total, ou seja, 47% dos respondentes discordam sobre a disponibilidade de livros, em termos de quantidade, não satisfaziam as necessidades dos egressos, quando alunos. 138 Tabela 71: Frequência da afirmativa: Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado. Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 20 21,2766 21,2766 Discordo pouco 25 26,59574 47,87234 Indiferente 10 10,6383 58,51064 Concordo pouco 30 31,91489 90,42553 Concordo totalmente 9 9,574468 100 Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Quando questionados sobre a oferta de livros e se esta oferta atendia a demanda dos alunos, os hoje egressos centralizaram suas respostas na alternativa “Discordo”, sendo 59% das respostas, mostrando que de maneira geral, não só relacionado aos livros do curso, o acervo da biblioteca não atende aos alunos, em relação a variedade de títulos. Tabela 72: Frequência da afirmativa: A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 26 27,65957 27,65957 Discordo pouco 30 31,91489 59,57447 Indiferente 12 12,76596 72,34043 Concordo pouco 20 21,2766 93,61702 Concordo totalmente 6 6,382979 100 Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Quando questionados sobre as instalações de biblioteca, os egressos consideraram que “Concordam”, ou seja, podemos interpretar que os egressos consideram as instalações 139 satisfatórias para atividades de leitura e estudo, resultando em 45% das respostas dadas pelos egressos. Os resultados podem ser vistos na tabela 73. Tabela 73: Frequência da afirmativa: Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%) Discordo totalmente 9 9,574468 9,574468 Discordo pouco 25 26,59574 36,17021 Indiferente 8 8,510638 44,68085 Concordo pouco 34 36,17021 80,85106 Concordo totalmente 18 19,14894 100 Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. O próximo quesito a ser analisado será o ultimo fator da análise fatorial, que será denominado como Avaliações e Instalações Físicas. 6.4.5 Fatores Latentes – Fator 4: Avaliações e Instalações Físicas O fator 4 está correlacionado com as variáveis (afirmativas): As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido e As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias. Os resultados relacionados as fator 3 estão destacados na tabela 74. Tabela 74: Variáveis (afirmativas) e Estatística básica Fator 1: Apoio e suporte aos alunos Variáveis (Afirmativas) As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido. As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias Fonte: Dados da pesquisa, 2012. CF4 Mediana Desvio Padrão 0,783783 4 1,039815903 0,633611 4 1,315005004 140 Na afirmativa com relação às avaliações das disciplinas serem coerente com o material bibliográfico sugerido, os egressos centralizaram suas respostas na alternativa “Concordo”, o que enfatiza a satisfação dos egressos com relação a maneira como eram cobrados pelos professores, 78% dos respondentes concordaram com a afirmativa. As respostas podem ser vistas na tabela 75. Tabela 75: Frequência da afirmativa: As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada (%) Discordo totalmente 2 2,12766 2,12766 Discordo pouco 15 15,95745 18,08511 Indiferente 4 4,255319 22,34043 Concordo pouco 49 52,12766 74,46809 Concordo totalmente 24 25,53191 100 Total 94 100,0 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Na ultima variável deste fator e do estudo, a afirmativa relacionada às instalações físicas disponibilizadas pela universidade para os alunos, hoje egressos, as respostas convergiram para “Concordo”, representando 60% das respostas, o que mostra que os egressos consideram as instalações suficientes para as atividades a serem desenvolvidas durante a graduação. Tabela 76: Frequência da afirmativa: As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias Percepção Frequência Frequência (%) Frequência Acumulada(%) Discordo totalmente 7 7,446809 7,446809 Discordo pouco 25 26,59574 34,04255 Indiferente 5 5,319149 39,3617 Concordo pouco 34 36,17021 75,53191 141 Concordo totalmente 23 24,46809 Total 94 100,0 100 Fonte: Dados da pesquisa, 2012. No tópico a seguir, será analisada a questão da importância que os egressos dão às variáveis já analisadas no tocante a percepção. 142 6.5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS O perfil dos egressos respondentes da pesquisa: faixa etária entre 25 e 28 anos, em sua maioria (60%) homens, não possuem outra graduação, 80% estão empregados, no Rio Grande do Norte (61%). Em sua maioria possuem ou estão cursando pós-graduação. Para responder um dos objetivos específicos propostos da pesquisa, os setores/empresas onde os egressos estão inseridos no mercado de trabalho: 46% em empresas privadas, seguido das instituições públicas federais (23%), e 9,6% dos egressos são bolsistas. Estas opções caracterizam 78,9% do ambiente de trabalho dos egressos. Com relação a área em que estão inseridos, as quatro áreas da engenharia de produção que representam 67% de inserção no mercado de trabalho, sendo elas: Engenharia de operações e processos da produção, Engenharia organizacional, Logística e Engenharia da qualidade. Os egressos, ao julgar quais os elementos mais importantes para a avaliação da qualidade do curso de engenharia de produção, foram: As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos; O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado; O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho; Os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensino-aprendizagem; Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina. Essas afirmações se encontraram no fator 1, e foram considerados “Muito importante”, na avaliação dos egressos. Na tabela 77, é possível identificar as afirmativas, e sua avaliação por parte dos egressos, com relação a sua percepção e importância. Desta tabela podem-se extrair diversas informações a respeito da qualidade do curso, tanto a percepção dos egressos para o serviço prestado a eles, quando graduandos, assim como para identificar as oportunidades de melhoria no curso. E ainda mais, identificar quais pontos são mais críticos (destacados como “Discordo totalmente”) e que são considerados como “Muito importante” pelos egressos, esses pontos são os mais críticos, e que merecem atenção, por parte da equipe que faz a gestão do curso. 143 Tabela 77: Resumo da avaliação – Percepção e Importância Afirmativas Os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensinoaprendizagem Os alunos eram motivados a participarem de eventos (workshop, congresso, seminário) ligados ao curso As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina As disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias Os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos O quadro de professores era satisfatório para ministrar as disciplinas ofertadas durante os semestres O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho. Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos Os alunos tinha orientação quanto aos estágios A Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes. A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva. As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido. O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias. Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado. Quanto às instalações da biblioteca, eram satisfatórias para leitura e estudo Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico Percepção Importância Concordo pouco Muito importante Concordo pouco Importante Discordo totalmente Importante Concordo pouco Muito importante Concordo pouco Muito importante Concordo pouco Importante Concordo pouco Importante Discordo totalmente Muito importante Concordo pouco Muito importante Concordo pouco Muito importante Discordo totalmente Importante Discordo pouco Importante Concordo pouco Importante Concordo pouco Importante Concordo pouco Importante Discordo totalmente Importante Concordo pouco Muito importante Concordo pouco Importante Concordo pouco Importante 144 sugerido. A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos. Fonte: Dados da pesquisa, 2012. Discordo pouco Muito importante A variável que se destacou como o mais relevante, ou seja, a que teve “pior” avaliação por parte dos egressos, e foi considerada como “Muito importante” foi: O quadro de professores era satisfatório para ministrar as disciplinas ofertadas durante os semestres. Esta afirmativa evidencia que este item merece atenção. Não houve variável que foi considerada “Muito importante” e avaliada como “Concordo totalmente”, ou seja, não houve um aspecto que foi considerado muito relevante, e que o curso atendia perfeitamente as necessidade dos egressos. Esse poderia ser um objetivo ao ser alcançado pelo curso, ou seja, após executar melhoria no curso, levando em consideração os pontos extraídos desta pesquisa, e em seguida fazer novamente esta coleta de dados, com novos egressos e assim poder avaliar o desempenho do curso, buscando uma melhora na prestação do serviço ao cliente. Neste tópico estamos apresentando de maneira resumida o resultado da pesquisa, então a análise fatorial foi organizada de maneira compacta e pode ser vista através dos diagramas, das figuras 13 e 14. 145 Figura 12: Diagrama dos Fatores e relação com as variáveis (v.) estimados pela Análise Fatorial – Percepção Fonte: Dados da pesquisa, 2012 146 Figura 13: Diagrama dos Fatores e relação com as variáveis (v.) estimados pela Análise Fatorial – Importância Fonte: Dados da pesquisa, 2012 Nos diagramas é possível observar a semelhança dos fatores encontrados nas duas análises, mostrando a consistência dos resultados. 147 Visando responder um dos objetivos propostos que é: confrontar os indicadores do MEC a respeito de qualidade dos cursos com os dados obtidos junto aos egressos, buscamos, na tabela 78, apresentar os dados do ultimo Enade em 2008. As notas dos ingressantes (2,87) e dos concluintes (2,55) foram em torno de 2,5, sendo ao conceito do Enade 3, conceito este que não é considerado satisfatório para o curso. Além destas notas, são disponíveis outros dados, que podem ser utilizados em paralelo com os dados encontrados na pesquisa, a respeito de infraestrutura. Tabela 78: Resultado do Enade 2008 – Engenharia de Produção da UFRN Ano Enade 2008 N° de alunos presentes Enade 81 Participantes Ingressantes 50 Participantes Concluintes 31 Média FG_Ing 54,18 Média FG_Conc 54,29 Média CE_Ing 33,29 Média CE_Conc 41,39 Média Geral Ing 38,51 Média Geral Conc 44,61 Conceito_Enade 3 Conceito_IDD 3 Conceito Preliminar Curso 3 CPC Contínuo 2,45 % equipamentos disponíveis são suficientes (resp. A/B) % avaliam bem o plano de ensino (resp. A) 47,69% 27,69% Número de Docentes 112 Docentes Mestres 80 Docentes Doutores 58 Docentes Regime Parcial/Integral 112 % Docentes Mestres 0,71 148 % Docentes Doutores 0,52 % Docentes Regime Parcial/Integral 1 IDD Índice Auxiliar -1,8633 IDD Índice -2,3221 Nota infraestrutura 1,91 Nota pedagógica 0,66 Nota_mestre 2,95 Nota_doutor 2,59 Nota_regime 5 Nota Enade Ingressantes 2,87 Nota Enade Concluintes 2,55 Nota IDD 2 Fonte: Inep, 2011. A avaliação dada pelos egressos, de maneira geral, considera o curso como satisfatório para a formação profissional, 76% das resposta, foram entre “muito boa” e “boa”, porém quando fizemos a análise fatorial, não foi isto que foi identificado, visto que há diversos fatores que o curso pode melhorar. Sendo assim, visando melhorar o conceito do curso perante as avaliações do Sinaes, uma proposta do presente trabalho, é que a gestão do curso de engenharia de produção implemente ações de melhoria nos primeiros fatores da análise fatorial e acompanhem a evolução do desempenho do curso, através das avaliações do MEC, assim como através de avaliações feitas pela própria coordenação do curso, visando uma melhoria contínua na prestação de serviço do curso, fazendo com que os profissionais formados pela instituição sejam cada vez mais competitivos para o mercado de trabalho. 149 7. CONCLUSÃO Os resultados desta pesquisa ajudam e contribuem para que as universidades possam tornar seu cliente mais satisfeito com o serviço que lhe é prestado. Para isso, foi necessário conhecer o sistema de avaliação atual, e saber quais aspectos são abordados, bem como se a opinião do egresso é levada em consideração, de que forma é avaliada, se o sistema de avaliação permite um retorno à IES, mostrando qual a opinião do seu cliente, ou seja, se ocorre feedback para a prestadora de serviço. Assim, neste tópico serão apresentadas as considerações finais, onde será feita uma revisão dos principais resultados obtidos, relacionando-os com o escopo teórico apresentado no estudo. A Gestão da qualidade está evoluindo e os seus conceitos estão sendo aplicados de maneira crescente. As ferramentas da qualidade, assim como as estratégias que visam a melhoria contínua nos processos, estão em profundo crescimento nas organizações. A preocupação com a qualidade e com a satisfação do cliente é requisito que está em evidência nas grandes empresas, e nas IES isto não acontece diferente. Acompanhar o nível de serviço, assim como a qualidade do produto final (fazendo alusão aos egressos, neste caso) são práticas diárias nas empresas, e as IES estão buscando aprimorar seu nível de serviço, objetivando a satisfação do cliente e, consequentemente, formar profissionais cada vez mais competitivos. No Brasil, a maneira de avaliar a qualidade dos cursos e das instituições é através do Sinaes. Assim, o presente estudo trouxe à tona a maneira como o sistema de educação superior é avaliado no Brasil, assim como em outras partes do mundo, buscando fazer um paralelo entre eles, e observar em quais sistemas o egresso (cliente) é consultado a respeito do serviço a ele prestado. Neste contexto, a presente dissertação foi desenvolvida buscando responder o seguinte problema de pesquisa: Qual a percepção que os egressos do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte têm sobre a qualidade no curso de graduação? Desta maneira, o objetivo geral deste estudo foi “Analisar sob a ótica do egresso a percepção da qualidade de um curso de graduação a fim de contribuir com a melhoria contínua”. É importante frisar, que a presente pesquisa, trata-se de uma fotografia da percepção que os egressos tem do curso de graduaçãoo da UFRN, que este processo de avaliação é importante que seja continuo, buscando assim a melhoria contínuo do curso. 150 Para atingir os objetivos propostos e responder a pergunta da pesquisa, primeiro foi feita uma pesquisa bibliográfica, buscando conhecer os estudos atuais a respeito do assunto, assim como encontrar alicerces teóricos através de autores consagrados na área de gestão da qualidade e na área de ensino superior. Levando em consideração os aspectos que são avaliados pelo Sinaes, foi possível elaborar um questionário, visando conhecer a percepção dos egressos, além de poder ranquear a importância dos diversos aspectos que englobam um curso de graduação, no tocante a sua qualidade. Os aspectos que foram considerados para elaborar o questionário podem ser classificados como: biblioteca, coordenação, estrutura do curso, infraestrutura e professores. Os aspectos relacionados acima foram utilizados visando identificar oportunidade de melhoria nos seguintes pontos: a UFRN ainda é muito distante do mercado, ou seja, integração mercado-universidade; incentivo da universidade aos alunos conseguirem estágios (como uma forma de se inserirem no mercado de trabalho); qual o apoio que a universidade oferece ao aluno (orientação com relação a assuntos acadêmicos); qual a proximidade entre professores e alunos (visando uma maior produtividade e dando melhores resultados); alunos e professores estão trabalhando de forma conjunta; como os alunos se relacionam com os professores; como o aluno julga a infraestrutura oferecida pela universidade; qual o grau de acesso que os alunos têm aos professores; qual a disponibilidade da biblioteca com relação aos livros utilizados durante a graduação, essa disponibilidade ocorre de maneira quantitativa e qualitativa. As respostas coletadas por meio do questionário retrataram a percepção que os egressos têm em relação a qualidade do curso, assim como quais os principais pontos que são levados em consideração ao se avaliar a qualidade do curso. Foram identificados os fatores 4 latentes de cada análise: da importância e da percepção. Os resultados da análise fatorial da importância apresentaram no fator 1, nomeado como Apoio e Suporte aos Alunos, a avaliação “Importante” e “Muito Importante”, e as variáveis analisadas foram: a Coordenação do curso atendia com eficiência as necessidades dos discentes; a Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva; as disciplinas ministradas atingiram os objetivos propostos; o nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no 151 mercado; o currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a competitividade no mercado de trabalho; os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido; os professores das disciplinas deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensino-aprendizagem; os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina; os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos. No fator 2, suporte extraclasse, as variáveis (v.3, v.6, v.11 e v.20) foram avaliadas como “Importante” para a qualidade do curso. A respeito do fator 3, relacionando aspectos da biblioteca, as variáveis v.1 e v.2 foram consideradas “Muito Importante”, e v.14 foi avaliada como “Importante”. Concluindo a apresentação dos resultados da análise fatorial, o fator 4, com relação às avaliações e instalações físicas, as variáveis v.10, v.13 e v.16, foram consideradas “Importantes”. Agora a análise fatorial da percepção: fator 1 neomeado como apoio e suporte aos alunos, a avaliação dos egressos indicou que os egressos concordam com as afirmativas, onde as alternativas mais escolhidas foram centralizadas pelo concordam, sendo assim, o curso atendeu as necessidades dos alunos neste primeiro fator. As variáveis deste fator são v.4, v.5, v.7, v.8 e v.17. O fator 2, relacionado com o suporte extraclasse, teve uma avaliação em que os egressos discordavam, que em sua maioria optaram pela alternativa que predominava a discordância das afirmativas, mostrando que nestas variáveis: os alunos tinham orientação quanto aos estágios; as disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes; o curso de graduação lhe ofereceu oportunidades em conhecimento de ações comunitárias e os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos, os egressos obtiveram um serviço que não satisfez suas necessidades no momento que foi preciso. A respeito do fator 3, que abordou aspectos sobre a biblioteca, as variáveis apresentaram comportamentos divergentes. Com relação aos livros mais usados no curso, se o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado, assim como com relação à oferta de livros na biblioteca, se atendia a demanda dos alunos, os alunos discordaram com as variáveis, já no tocante às instalações da biblioteca, se eram satisfatórias para leitura e estudo. 152 Finalizando a análise dos fatores da percepção, o fator 4, as variáveis em questão foram v.10 e v.13.m os egressos concordaram com as afirmativas, sendo assim considerando satisfatório o serviço prestado, com relação a estes aspectos. Em posse dessas informações é possível priorizar algumas áreas que merecem medidas imediatas para melhorar a percepção da qualidade do curso, perante seus alunos. Assim como foi possível identificar quais pontos são bem avaliados, neste caso, o suporte extraclasse, no qual o curso obteve péssimas avaliações por parte dos egressos, o com relação a importância, foi considerado relevante. Os primeiros pontos a serem melhorados no curso, são os que aparecem no fator 2, da importância e da percepção, visto que esses são relevantes, com relação a percepção do egresso, ou seja, que possui um desempenho abaixo do esperado, e são julgados como importantes para a avaliação do curso. Interpretando os resultados que foram obtidos através da análise fatorial é possível identificar a percepção dos egressos, atingindo o objetivo geral da pesquisa, assim como conhecer qual a importância que é dada a cada variável analisada, podendo assim, melhorar nesses pontos e buscar a melhoria contínua no curso. Os objetivos específicos foram atingidos no decorrer do trabalho, visto que foi apresentado no escopo teórico, as diversas metodologias de avaliação do ensino superior utilizada em diferentes países. Na análise descritiva do questionário foi apresentada em qual área os egressos estão inseridos no mercado de trabalho, além de diversas informações com relação ao assunto (faixa salarial, natureza do emprego), e por fim, os dados do MEC do curso de engenharia de produção, foram confrontados com o resultado da pesquisa. Antes de fazer o comparativo do resultado da pesquisa, com o resultado obtivo pelo curso na avaliaçãoo do ENADE, vale ressaltar aspectos relavantes e instríseco ao curso de Engenharia de Produção da UFRN. Os alunos quando convocados em fazer o ENADE, não tinha a consiciencia da importância de tal prova, e foram para a prova, sem considerar que aquela avaliação iria definir o conceito do curso para o MEC, ou seja, no período em que ocorreu o ENADE (2008), os alunos não levavam a serio a avaliação, e fizeram um ˜boicote” e isto veio a prejudicar o desempenho do curso, nesta avaliação. No Enade-2008 (último feito por estudantes do curso de engenharia de produçãoUFRN) o curso obteve conceito 3, e na avaliação feita pelos egressos, com exceção do 153 fator suporte extraclasse, os demais obtiveram avaliação satisfatória, visto que os alunos concordaram com 65% das afirmações, quando analisada através da análise fatorial. Quando os egressos foram perguntados (ANEXO - Parte 3, Questão 5) qual a contribuição do curso para a formação profissional, o curso foi bem avaliado, tendo em torno de 75% das respostas positivas. Este resultado pode ser interpretado da seguinte maneira: de modo geral os egressos estão satisfeitos, visto que grande maioria está inserida no mercado de trabalho, porém o curso tem pontos a melhorar, e esta melhora pode ser iniciada pelos aspectos abordados no fator 2 da percepção do curso, já que as afirmações do fator 1, estão satisfazendo as necessidades dos egressos. O ponto de partida para melhorar a qualidade do serviço prestado pelo curso é analisar a percepção dos egressos e identificar quais aspectos são relevantes, e isto foi feito nesta pesquisa, para dar continuidade ao estudo é necessário que medidas sejam tomadas, visando melhorar os aspectos que são necessários, e se fazer uma nova avaliação, para se medir a melhora na qualidade e poder identificar novas necessidades e desejos dos clientes (alunos) do curso de engenharia de produção da UFRN. Como recomendação para trabalhos futuros: tomada de ação para melhoria de qualidade do curso trabalhando a percepção encontrada neste estudo, e nova avaliação da qualidade, visando acompanhar o desempenho, conhecer novas necessidade e desejos dos clientes, acompanhar a melhora no ambiente acadêmico e ver o resultado refletindo no mercado de trabalho (% de alunos inseridos no mercado de trabalho) assim como na competitividade desses alunos (faixa salarial). Além de novas pesquisas acerca de sistemas de avaliação do ensino superior, que incorporem a percepção do aluno e/ou egressos, ou seja, do cliente. 154 REFERÊNCIAS AKAO, Y.; SHIGERU, I.; KAJI, O. QC deployment of passanger service the airline business. Quality, Tókio, v. 14, n. 3, p. 68-74. 1984 BARROS A. J.; LEHFELD, N. A. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: McGrawHill, 1986 BITTENCOURT, Hélio Radke; CASARTELLI, Alam de Oliveira and RODRIGUES, Alziro César de Morais. Sobre o índice geral de cursos (IGC). Avaliação (Campinas) [online]. 2009, vol.14, n.3, pp. 667-682. ISSN 14144077. BRASIL. Instrumento de avaliação dos cursos de graduação. Brasília: MEC/INEP/DAES, set 2008. BRASIL. Instrumento de avaliação institucional externa. Brasília: MEC/ INEP/DAES, out 2008. BRASIL. Lei 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Brasília, DF BRASIL. Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. 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Tal estudo tem como objetivo identificar sob a ótica do egresso, qual a percepção com relação à qualidade no curso de graduação em Engenharia de Produção, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Sua participação é de extrema importância, já que você faz parte de um grupo seleto. Além disso, os resultados da pesquisa irão contribuir para o aprimoramento contínuo do curso, bem como da qualidade. Diferente das avaliações oficiais, realizadas pelo Ministério da Educação e suas Secretarias, nessa pesquisa o foco principal é você: egresso. Logo, um diferencial e um complemento aos outros instrumentos de pesquisa do Governo Federal. Suas respostas são sigilosas. O questionário está configurado para não identificar o respondente sob nenhuma hipótese. Ninguém terá acesso as suas respostas individualmente. Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões podem ser enviadas para o seguinte e-mail: [email protected] --- Apresentação do instrumento de coleta de dados Caro(a) egresso(a), O questionário está dividido em 3 partes, com questões totalmente objetivas (de marcar). 167 Na primeira, constam questões para identificação do seu perfil (em 2 minutos você responderá, sem dificuldades). A segunda é composta por questões objetivas ligadas a qualidade na graduação. Você poderá dar sua resposta em uma escala de 1 a 5. Distribuído da seguinte maneira: Discordo Totalmente 1 Discordo 2 Pouco Importante 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Na terceira parte, constam apenas 5 perguntas que podem ser respondidas rapidamente. Trata-se de um questionário simples, prático e direto. O preenchimento do mesmo dura, em média, 11 minutos. Parte 1 - Perfil e caracterização dos egressos 1. Faixa etária ( ) 21 a 24 anos ( ) 25 a 28 anos ( ) 29 a 32 anos ( ) Acima de 33 anos 2. Sexo ( ) Masculino 3. Possui outra graduação ( ) Sim 4. ( ) Feminino Qual? ___________________________ ( ) Não Qual o ano de seu ingresso no curso de Engenharia de Produção? ( ) 1998 ( ) 2002 ( ) 2006 ( ) 1999 ( ) 2003 ( ) 2000 ( ) 2004 168 ( ) 2001 ( ) 2005 5. Qual o ano de conclusão da sua graduação? ( ) 2002 ( ) 2006 ( ) 2010 ( ) 2003 ( ) 2007 ( ) 2004 ( ) 2008 ( ) 2005 ( ) 2009 6. Está empregado (a)? ( ) Não ( ) Sim 7. Em qual Estado está localizada a empresa que você trabalh/reside? Lista de opções de todos os estados. 8. Está cursando ou cursou pós-graduação ( ) Não ( ) Sim 9. Desde que concluiu a graduação quanto tempo passou desempregado? ( ) Ao concluir a graduação já estava empregado ( ) Menos de 1 ano ( ) Entre 1 e menos de 2 anos ( ) Entre 2 e menos de 3 anos ( ) Mais de 4 anos 10. Qual área da Engenharia de Produção você trabalha? ( ) Engenharia de operações e processos da produção ( ) Logística ( ) Pesquisa operacional 169 ( ) Engenharia da qualidade ( ) Engenharia do produto ( ) Engenharia organizacional ( ) Engenharia econômica ( ) Engenharia do trabalho 11. Qual a natureza do atual emprego? (em caso de mais de um, indique o principal)? ( ) Empresa privada ( ) Organismo internacional ou não governamental ( ) Profissional liberal ou autônomo ( ) Proprietário de empresa ou firma individual ( ) Microempreendedor individual ( ) Instituição Pública Federal ( ) Instituição Pública Estadual ( ) Instituição Pública Municipal ( ) Militar, bombeiro ou Policial ( ) Bolsista ( ) Desempregado 12. Qual o cargo? ( ) Não estou trabalhando no momento ( ) Presidente, Dirigente, Diretor, alta patente ( ) Supervisor, Coordenador, Gerente, Oficial, Engenheiro ( ) Analista, técnico, soldado ( ) Professor do Ensino Superior ( ) Professor do Ensino Profissional 13. Qual a renda média bruta mensal em reais? ( ) até 500 ( ) de 501 até 730 170 ( ) de 731 até 1.200 ( ) de 1.201 até 2.000 ( ) de 2.001 até 3.500 ( ) de 3.501 até 6.500 ( ) de 6.501 até 9.500 ( ) acima de 9.500 14. Está registrado no CREA? ( ) Não ( ) Sim Parte 2 - Percepção da Qualidade no Curso. Classifique suas respostas de acordo com os valores da Escala abaixo. Esta parte do questionário avalia qual a importância e qual a percepção que o egresso tem do curso de Engenharia de Produção da UFRN, nos aspectos das sentenças abaixo. Na primeira coluna, percepção, o egresso vai indicar qual a percepção sobre a sentença, e na segunda coluna, qual o grau de importância que o egresso julga para determinada situaçaõ. Escala Discordo totalmente Discordo pouco Sem De pouco importância importância 1 2 IMPORTÂNCIA e qual a sua sobre Os professores das disciplinas Concordo pouco totalmente Indiferente Importante 3 4 Sem a importância qualidade quanto: Concordo 1 2 3 Muito importante 5 Importância Indique a sua opinião sobre a PERCEPÇÃO Indiferente Sua percepção Muito Discordo Concordo importante totalmente totalmente 4 5 1 2 3 4 5 171 deram suporte e orientação adequada facilitando o processo ensino-aprendizagem Os alunos eram motivados a participarem de (workshop, eventos congresso, seminário) ligados ao curso As disciplinas tinham monitores para auxiliar os docentes Os professores demonstravam ter domínio do assunto da disciplina As disciplinas atingiram os ministradas objetivos propostos As instalações físicas (salas de aula, laboratórios, ambientes de trabalho / estudo) utilizadas no seu curso eram satisfatórias Os professores mantinham um bom relacionamento com os alunos O quadro de professores era satisfatório para ministrar as disciplinas ofertadas durante os semestres O nível de exigência do seu curso era coerente com a exigência no mercado. O currículo do seu curso lhe deu suporte para vencer a 172 competitividade no mercado de trabalho. Os professores apresentavam projetos de iniciação científica e/ou extensão aos alunos Os alunos tinha orientação quanto aos estágios A Coordenação atendia com do curso eficiência as necessidades dos discentes. A Coordenação do curso mantinha comunicação rápida e aberta com os discentes seja de forma individual ou coletiva. As avaliações das disciplinas são coerentes com o assunto ministrado e com o material bibliográfico sugerido. O curso de graduação lhe ofereceu oportunidades conhecimento de em ações comunitárias. Com relação aos livros mais usados no curso, o número de exemplares disponíveis na biblioteca atendia ao alunado. Quanto às instalações da biblioteca era satisfatória para leitura e estudo Os trabalhos das disciplinas eram coerentes com o assunto 173 ministrado e com o material bibliográfico sugerido. A oferta de livros na biblioteca atendia a demanda dos alunos. Parte 3 1. Qual a principal contribuição do curso em que você graduou para a sua atuação profissional? ( ) Obtenção de diploma de nível superior. ( ) A aquisição de cultura geral. ( ) A aquisição de formação profissional. ( ) A aquisição de formação teórica. ( ) Melhores perspectivas de ganhos materiais 2. Entre as alternativas a seguir, assinale as condições que melhor expressam a sua carreira profissional (atual e futura): ( ) Faço investimento na atualização de meus conhecimentos, participando de eventos, palestras, viagens e cursos na minha área de formação. ( ) Desenvolvo minhas habilidades e conhecimentos por meio de estudos sobre liderança e domínio de outro idioma ( ) Pesquiso a respeito de novas profissões e estou motivado para enfrentar novos desafios. ( ) Demonstro responsabilidade e comprometimento com a empresa, sendo leal com as pessoas que integram a equipe de trabalho. ( ) Demonstro disponibilidade para aprender e tenho criatividade nas ações exercidas na atividade profissional. 174 3. Qual área da Engenharia de Produção você mais se identificou na graduação? ( ) Engenharia de operações e processos da produção ( ) Logística ( ) Pesquisa operacional ( ) Engenharia da qualidade ( ) Engenharia do produto ( ) Engenharia organizacional ( ) Engenharia econômica ( ) Engenharia do trabalho ( ) Engenharia da sustentabilidade 4. Quais disciplinas ou áreas não contribuíram para o emprego ( ) Cálculo e Álgebra ( ) Física e Mecânica ( ) Química ( ) Desenho e Expressão Gráfica ( ) Sociologia ( ) Filosofia ( ) Física Experimental ( )Resistência dos Materiais ( )Dinâmica ( )Estática ( )Estatísitica Básica ( )Organização do Trabalho ( )Higiene e Segurança do Trabalho ( )Engenharia do Produto ( )Processos Industriais Outros. Especifique. 175 5. Como você julga a contribuição do seu curso de graduação para sua formação? ( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Fraca ( ) Muito Fraca --- Fim do questionário --- Mensagem de agradecimento Caro(a) egresso(a), Agradecemos sua participação. Caso deseje manter-se informado sobre os resultados da pesquisa, envie um e-mail para [email protected] Questionário baseado nos questionários aplicados pelo INEP (2008) disponível em <http://download.inep.gov.br/download//superior/enade/2008/R2_QSE.pdf>, no questionário aplicado pelo INEP a egressos, e na seguinte referência, OLIVEIRA, Lucas Ambrósio Bezerra de. A gestão da qualidade nas Instituições de Ensino Superior a distância: o caso dos cursos de graduação da UFRN/SEDIS. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/Rio Grande do Norte, 2011.