OS LIVROS DIDÁTICOS E A
FORMAÇÃO DO ALUNO E DO
PROFESSOR
Francisca Izabel Pereira Maciel
FAE/UFMG - Quarta na Pós
23/09/2015
OS LIVROS DIDÁTICOS DE LEITURA
•prescrições do currículo de formação básica;
•a leitura é constitutiva para outras matérias;
•eixo vertebrado da prática pedagógica;
•leitura: possibilidade acesso cultura escrita;
•livros de leitura lugar destaque na escola primária séc
XIX-XXI.
OS LIVROS DIDÁTICOS DE
LEITURA FORMAM O ALUNO?
OS LIVROS DIDÁTICOS DE
LEITURA FORMAM O
PROFESSOR?
•Pareceres de 1885 e 2016
Sala de Sessões do Conselho Director, 15 de abril de 1885.
O Conselho Director depois de ter acuradamente lido a
nova serie de livros de Hilário Ribeiro para uso das
escolas primarias, folga de reconhecer que forão
corregidos os defeitos da primeira serie.
(...) O Conselho affirma que estes livros são úteis e
necessários não só ao discípulo como ao professor. E
para que se possa obter todo o resultado que elles
prometem, aconselharia que fossem os únicos adoptados
nas nossas escolas. Com a sua adopção conseguir-se-ha
reformar naturalmente até a educação do magistério,
enquanto elles representarem as ultimas conquistas da
pedagogia moderna.
• 1º livro denomina-se Cartilha Nacional – ensino simultâneo de
leitura e calligraphia, e é modellado pelo methodo de João de
Deus -, único racional e que deveria ser adoptado nas nossas
escolas, e é dividido em três partes, contendo, a 3ª Noções
ellementares de Historia Natural illustrada. Este primeiro livro é
muito recommendavel porque ensina aos professores. -Modo de
ensino.
O 2º livro denomina-se – Scenario Infantil -. È perfeito, observa
todos os preceitos pedagógicos, contem as mais sãos noções
sobre a moral, patriotismo, hygiene, polidez, physiologia e as
elementares sobre a geographia. Fecha com musica e letra de um
hynno infantil e índice.
O 3º livro denomina-se – Na terra, no mar e no espaço – É
uma viagem geographica e histórica, em que se explicão
os phenomenos naturaes, indicão-se factos históricos,
obrigando o professor a explical-os, dão-se noções
elementares de physica, explica-se o uso do diccionario,
argumentão-se as noções de historia natural e de
physiologia, dão-se noções sobre o governo.
Este terceiro livro tem entretanto dous
defeitos que cumpre externar:
1º) A parte que trata da mythologia: a
pedagogia não admitte esse ensino na escola
primaria, e com razão, porque com diz o
próprio autor “... há cousas que não são para
idade da criança, do mesmo modo que há
comidas que não são para o seu estomago.”
2º) È a falta absoluta de noções geographicas
e históricas sobre a América e o Brazil,
quando o autor deveria começar por ellas
antes de tratar dos outros paizes, como o fez;
elle o mesmo reconhece, pois no ultimo
capítulo – Antes da partida – toma o
compromisso de tratar dos diversos paizes da
América: esse livro é necessário para
completar-se a serie.
O Conselho Director em vista do exposto
opina para que seja adoptado nas escolas
primarias a nova série de livros de Hilário
Ribeiro, composta da – Cartilha Nacional,
Scenario Infantil e Na terra, no mar e no
espaço.
Relator. Affonso Luiz Maria de Britto
Randolpho Bretas, Augusto Pereira da
Rocha [...]. Foi unanimamente approvado
em sessão de 15 de abril de 1885. Eduardo
Machado de Castro.
Coleção LÍNGUA PORTUGUESA
ANOS INCIAIS
Aprovada no PNLD2016.
http://www.fnde.gov.br/pnld-2016/
Visão Geral da Coleção
A coleção é composta por três volumes com o mesmo projeto
gráfico. O primeiro volume apresenta 15 capítulos que
priorizam a exploração de textos da tradição oral. O segundo e
terceiro volumes estão organizados em 8 capítulos cada um,
identificados por diferentes gêneros textuais. Os textos são o
fio condutor do trabalho desenvolvido nas diversas seções e a
obra também incentiva a leitura de livros de literatura com
temáticas semelhantes às abordadas nos capítulos.
As atividades de leitura colaboram para a formação do
leitor, pois exploram diferentes estratégias cognitivas, como
a ativação de conhecimentos prévios, a localização de
informações, a expressão de opinião, entre outras.
•eixo produção de texto escrito oferece atividades
contextualizadas, interativas, com finalidades significativas
e orientações para o planejamento da escrita.
•O eixo oralidade é menos contemplado na coleção,
oferecendo poucos recursos para a construção do plano
textual dos gêneros orais.
A proposta de alfabetização favorece a apropriação do
sistema da escrita alfabética dentro de um contexto de
letramento, ao propor, de forma contextualizada, atividades
específicas que visam ao conhecimento do alfabeto, bem
como ao desenvolvimento da noção de palavra e ao
reconhecimento dos sons que as letras representam na
escrita.
EM SALA DE AULA
Nesta coleção, as atividades que objetivam levar o aluno ao
domínio do sistema de escrita alfabética, presentes
principalmente no volume 1, precisam ser ampliadas de modo
a levar os alunos a refletirem mais sobre as relações somgrafia apontadas. É necessário, também, que o professor faça
uma retomada dessas relações no segundo volume, de modo a
consolidar o trabalho do primeiro volume.
EM SALA DE AULA
O trabalho com a oralidade também necessita ser
ampliado para orientar o aluno na construção do plano
textual dos gêneros orais, com critérios de seleção e
hierarquização de informações, padrões de organização,
recursos de coesão, seleção vocabular e outros.
Embora os volumes 2 e 3 apresentem boas
propostas de produção textual, com condições
de produção bem claras e até sugestões de
publicação, a coleção deixa de orientar os alunos
na construção da textualidade, de acordo com o
contexto de produção e o gênero proposto.
Também deixa de propor o uso do registro de
linguagem adequado ao gênero e à situação
(formal/informal). Assim, é necessário propor
atividades de produção de textos que considere o
contexto de produção e o gênero proposto,
atentando para as formas adequadas de registro.
O Manual do Professor oferece orientações detalhadas e
claras para que as propostas se concretizem em sala de aula.
Neste sentido, uma leitura atenta por parte da professora e a
valorização das sugestões apresentadas na coleção podem
enriquecer o trabalho.
O livro didático forma o
aluno.
O livro didático forma o
professor.
O livro didático (de)forma o
aluno?
O livro didático (de)forma o
professor?
O livro didático precisa de
(re)forma?
“... livros escolares não podem
supportar uma longa existência;
elles tem uma duração limitada
pela sciencia pedagógica, que
todos
os
apodera-se
dias
progride
de
processos.”
Hilário Ribeiro,1885
e
novos
Muito Obrigada!