UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UFMG/MG CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO A DISTANCIA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA, REPÚBLICA E MOVIMENTOS SOCIAIS. “O PERFIL SOCIOAMBIENTAL DOS CATADORES DE LIXO DE BARRA MANSA: ASSOCIADOS E NÃO ASSOCIADOS À COOPERATIVA DE LIXO” Monografia apresentada ao Curso de Especialização à Distância: “Democracia Participativa República e Movimentos Sociais” . Aluna: Vera Lucia Teixeira Orientadora: Miracy B. S. Gustin Barra Mansa, RJ. Janeiro/2010 “O PERFIL SOCIOAMBIENTAL DOS CATADORES DE LIXO DE BARRA MANSA ASSOCIADOS E NÃO ASSOCIADOS A COOPERATIVAS DE LIXO” Curso de especialização a distancia: Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais Projeto Final do Curso a distancia Monografia “O Perfil Socioambiental dos Catadores de Lixo de Barra Mansa Associados e Não Associados a Cooperativas de lixo.” Aprovada por: __________________________________________________________ Professor da UFMG/MG __________________________________________________________ Professor da UFMG/MG __________________________________________________________ Professor da UFMG/MG FICHA CATALOGRÁFICA TEIXEIRA, Vera Lúcia. O PERFIL SOCIOAMBIENTAL DOS CATADORES DE LIXO DE BARRA MANSA ASSOCIADOS E NÃO ASSOCIADOS A COOPERATIVAS DE LIXO/Vera Lucia Teixeira – Barra Mansa – RJ., 2010 Curso a Distância de Especialização Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais Projeto Final do Curso a distância Monografia “O Perfil Socioambiental dos Catadores de Lixo de Barra Mansa Associados e Não Associados a Cooperativas.” . ORIENTADORA: Professora Doutora Miracy Barbosa de Souza Gustin Palavras chave: 1.Catador 2.lixão 3.cooperativa 4.perfil socioambiental 46 f.: AGRADECIMENTOS A Deus pela dádiva da vida, pela capacidade de aprendizagem e discernimento, pela motivação em nos emocionar a acreditar num futuro de paz e prosperidade. Aos meus familiares, por seu amor constante e boa vontade que de diversas formas cooperaram e compreenderam as ausências na busca de tornar este trabalho possível. Gostaria de agradecer aos nossos professores, minha Tutora Áurea Mota. Aos meus amigos; Ângelo Jose Rodrigues Lima, Maria Consolação Magalhães, Nadia de Oliveira Rocha, e Sérgio Antonio Silva. E a todos que colaboraram na realização deste trabalho, quer fornecendo material bibliográfico, informações práticas ou dando-nos o incentivo indispensável para que este projeto se tornasse realidade. “Eu, enquanto homem, não existo somente como criatura individual, mas me descubro membro de uma grande comunidade humana. Ela me dirige, corpo e alma, desde o nascimento até a morte. Meu reconhecê-la. valor Sou consiste em realmente um homem quando meus sentimentos, pensamentos e atos têm uma única finalidade: a comunidade progresso. Minha atitude e seu social, portanto, determinará o juízo que têm sobre mim: bom ou mau”. Albert Einstein RESUMO A reciclagem é um tema que está na ordem do dia. Não por causa de modismo, mas por necessidades. Existem recursos naturais que não são renováveis. Cada ser humano produz cerca de 5 kg de lixo por dia. O aumento excessivo da quantidade de detritos se deve ao perfil de consumo da população. Quanto mais produtos industrializados são comprados, maior é a geração de lixo e, conseqüentemente, a degradação do meio ambiente. Reciclar significa poupar matérias primas e energia necessárias às suas origens de reprodução. Reciclar é uma das formas concretas de preservar o meio ambiente. Quem faz isto na maior parte dos municípios são os catadores. Eles hoje são considerados Agentes Ambientais. Atualmente o Movimento Nacional de Catadores tem buscado o reconhecimento destes cidadões, conscientizando a sociedade a separar o lixo, para que os mesmos não tenham que ficar garimpando os sacos em busca de materiais reciclados. A monografia ‘O Perfil Socioambiental dos Catadores de Lixo de Barra Mansa Associados e não Associados a Cooperativas’, traça este perfil através de entrevistas com dos que trabalham diretamente na separação no lixão e dos que trabalham na separação na cooperativa e nas ruas de Barra Mansa. Verificou-se que a maioria dos catadores possui um mínimo de estudos, possui família; alguns recebem Bolsa Família e outros Bolsa Escola. Mas a maioria não recebe nenhum tipo de benefício e tem na catação de lixo sua forma de subsistência, mora em casa própria e possui TV, DVD, geladeira, etc. Compra a prazo e não se sente discriminada pela sociedade. Alguns conseguem ver a importância do seu trabalho para o meio ambiente e outros trabalham somente pela falta de oportunidade no mercado formal. Palavras-chave: 1. Catador 2. Lixão 3. Cooperativa 4. Perfil socioambiental RESUMEN El reciclaje es un tema que esta en el orden de dia. No debido a la moda, sino por necesidad. Hay recursos naturales que no son renovables. Cada ser humano produce alrededor de 1 kg de residuos por día. El aumento excesivo de la cantidad de residuos se debe al perfil de consumo de la población. Cuanto más industrializados se compran, productos mayor será la generación de residuos y por lo tanto la degradación del medio ambiente Reciclaje significa ahorrar materias primas y fuentes de energía necesarias para su reproducción. El reciclaje es una de las formas concretas de preservación del medio ambiente. ¿Quién hace eso municípios considerados son los ambientales. Recolectores. Que ahora son en la mayoría de los como agentes Actualmente, el Movimiento Nacional de Recolectores ha buscado el reconocimiento de los ciudadanos, conscientizando la empresa a separar la basura para que no se tenga que buscar en las bolsas por materiales recicables. La monografía "El perfil de los Recolectores de basura de Barra Mansa, miembros asociados o no de las Cooperativas. ", separación, esboza el perfil de quienes trabajan directamente en la en el relleno sanitario y los que trabajan en la separación Cooperativa y en La en las calles de Barra Mansa. Se encontró que la mayoría de los trabajadores tienen un mínimo de estudios, tienen famílias ; Algunas familias reciben ‘Bolsa Familia” otras recibem becas para la escuela, pero la mayoría no recibe ningún tipo de beneficio y que la basura recogida es su medio de subsistencia. Tienem su casa própria con TV, DVD, nevera, etc. Ellos compran em prestaciones y no se sienten discriminados por la sociedad. Algunos pueden ver la importancia de su trabajo para el medio ambiente y otros trabajan tan solo por la falta de oportunidades en el mercado formal. Palavras-llave: 1. recolectores ambientale 2. relleno sanitário 3.cooperativa 4. perfil socie SUMÁRIO 1.0 2.0 3.0 4.0 INTRODUÇÃO......................................................................................... FUNDAMENTAÇÃO............................................................................... OBJETIVO ............................................................................................... METODOLOGIA...................................................................................... 13 14 15 15 5.0 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO................................................ Vista da Cidade.......................................................................................... Localização................................................................................................. População................................................................................................... Zoneamento................................................................................................ Aspectos Socioeconômicos........................................................................ 16 16 17 17 18 18 6.0 6.1 6.2 6.3 INSTRUMENTOS REGULAMENTADORES ..................................... Plano Diretor.............................................................................................. Lei Ambiental............................................................................................. Código de Postura...................................................................................... 19 19 19 20 7.0 7.1 7.2 7.2.1 7.2.2 7.2.3 7.2.4 7.2.5 7.2.6 7.2.7 7.2.8 7.2.9 8.0 9.0 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS......................................................... Produção per capita das cidades Brasileira............................................ Disposição Final......................................................................................... Lixão............................................................................................................ Aterro Comum............................................................................................. Aterro Controlado........................................................................................ Aterro Sanitário........................................................................................... Incineração................................................................................................... Compostagem.............................................................................................. Posto de Entrega Voluntaria ( PEV)............................................................ Coleta porta a porta...................................................................................... Centros de Triagens..................................................................................... CATADORES: AGENTES DE LIMPEZA URBANAS........................ COOPERATIVAS..................................................................................... 20 21 21 21 22 22 22 23 23 23 24 24 26 29 10.0 11.0 12.0 11.0 12.0 RESULTADOS.......................................................................................... CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... CONCLUSÃO........................................................................................... REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... ANEXOS.................................................................................................... 30 38 40 41 43 LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Foto 01 - Vista parcial do rio Paraíba do Sul.......................................... Figura 02 - Foto 02 - Centro urbano de Barra Mansa................................................ Figura 03 - Mapa - Município de Barra Mansa ................................................... Figura 04 - Foto 03 - Catadores fazendo separação no Lixão Figura 05 - Foto 04 - Espalhamento e Compactação do Lixo e os Catadores Figura 06 - Foto 05 - Catador da COOPCAT na coleta........................................... Figura 07 - Foto 06 - Centro de Triagem da COOPCAT......................................... Figura 08 - Foto 07 - Material sendo prensado na COOPCAT................................ Figura 09 - Foto 08 - Material pesado na COOPCAT.............................................. Figura 10 - Foto 09 - Material prontos para serem carregados COOPCAT......... Figura 11 - Foto 10 - Catadora no Lixão.................................................................. Figura 12 - Foto 11 - Catadora no Lixão.................................................................. Figura 13 - Foto 12 - Barraco de separação do catador de Rua ............................... Figura 14 - Foto 13 - Separação no comercio local para o catador de Rua.............. Figura 15 - Foto 14 - Reunião dos Catadores Associados Da COOPCAT............. Figura 16 - Gráfico 1 - Relativo ao gênero dos catadores ........................................ Figura 17 - Gráfico 2 - Escolaridade dos catadores................................................... Figura 18 - Gráfico 3 - Faixa Etária dos catadores.................................................... Figura 19 - Gráfico 4 - Idade dos filhos dos catadores.............................................. Figura 20 - Gráfico 5 - Tipos de Benefícios.............................................................. Figura 21 - Gráfico 6 - Água de Abastecimento........................................................ Figura 22 - Gráfico 7 - Filtragem da Água................................................................ Figura 23 - Gráfico 8 - Bens de consumo.................................................................. Figura 24 - Gráfico 9 - Problemas de Saúde.............................................................. Figura 25 - Gráfico 10 - Tipos de vacina................................................................... Figura 26 - Gráfico 11 - Visão do trabalho pelo catador........................................... Figura 27 - Gráfico 12 - Visão da sociedade para o catador...................................... Figura 28 - Gráfico 13 - Importância do trabalho para o catador.............................. 16 16 17 21 22 24 25 25 25 26 27 28 28 28 29 30 31 31 32 33 33 34 34 35 35 36 36 37 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - População de Barra Mansa de 1970 à 2000 ............................................ 17 Tabela 2 - Produção Per Capita das Cidades Brasileira........................................... 21 LISTA DE ANEXOS Anexo 1 – Formulário de autorização para entrevista Anexo 2 – Formulário de Entrevista (questionário) 41 42 13 1.0 - INTRODUÇÃO Reciclar é pensar a questão ambiental como um processo integrado dos sistemas de produção limpa; é desenvolver sem destruir a nossa biodiversidade. Temos que ter uma sociedade consciente que o processo de reciclagem garante a alimentação, moradia e condições mínimas de sobrevivência para uma parcela expressiva da população que vive a mercê dos processos produtivos. É garantir aos catadores dignidade e para que os mesmos possam receber o material reciclado separadamente sem ter que ficar catando de lixo em lixo, de forma insalubre, os restos do que consumimos. Queremos um Meio Ambiente inteiro, onde o homem possa explorar os recursos naturais sem degradá-los ou destruí-lo, isto é, dar valor econômico para a natureza. E a responsabilidade disto deve ser dividida entre a sociedade seja ela publica ou privada. Transformar o catador em recebedor é cumprir nossa Constituição Brasileira, aprovada em 1988, em seu artigo 5º “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...)” ; artigo 7º inciso XXXIV “igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. (...)”; Capítulo VI, Artigo 225 ele é especial sobre o Meio Ambiente “...Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado” . Esta monografia, a partir de uma pesquisa de campo onde foram entrevistados trinta catadores em diferentes locais (lixão, cooperativa e na rua), traçou o perfil socioambiental dos catadores de lixo de Barra Mansa: Dos que trabalham diretamente na separação no lixão e dos que trabalham na separação na cooperativa e nas ruas de Barra Mansa. 14 2.0 – FUNDAMENTAÇÃO Barra Mansa está situada entre as duas maiores cidades do país: Rio de Janeiro e São Paulo, com uma área de 601,9 Km². A população total gira hoje em cerca de 180.000 habitantes. Gera em torno de 90 toneladas por dia de lixo que vão parar num lixão. A cidade ainda não tem aterro sanitário. Apesar de ser uma cidade contida numa região muito industrializada, a quantidade de desempregados ainda é muito grande, o que faz com as pessoas, às vezes sem emprego e trabalho, acabem por achar na catação de lixo reciclável, uma forma de se sustentarem. Com isso, vem crescendo a quantidade de catadores, que ficam espalhados por todos os bairros da cidade. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Barra Mansa, responsável pela coleta dos resíduos sólidos do município, apoio em 2004, a criação de uma cooperativa que começou com 20 catadores que se associaram, isto é, tornaram cooperados da COOPCAT – Cooperativa de Catadores de Barra Mansa e hoje possui 60 cooperados, que coletam em média 48 toneladas/mês de materiais recicláveis, possui parcerias com diversas empresas, escolas e órgãos públicos que fazem doações diretas à cooperativa. Mas o município possui outros catadores que não se associaram que vivem nos lixões e nas ruas da cidade. A Prefeitura Municipal de Barra Mansa estima ter na cidade uns cento e cinqüenta catadores. Esta monografia estudou de forma qualitativa e quantitativa estes três grupos: os associados da cooperativa, os que vivem nos lixões e nas ruas de Barra Mansa. Saber o que os levou a serem catadores, porque se associaram ou por que não se associarão e o que mudou na vida dos que se associaram. Traçou o perfil socioambiental destes três grupos ; comparou as condições de moradia,escolaridade, nível de saúde; qual visão deles sobre o trabalho que eles desenvolvem, se isto traz algum beneficio para sociedade ou para meio ambiente ou para ambos. 15 3.0 – OBJETIVOS • Verificar o nível socioambiental de catadores no lixão, da cooperativa e da rua.; • Compreender os motivos que levam as pessoas a se tornarem catadores; • Compreender a percepção dos catadores sobre o seu trabalho para a sociedade e meio ambiente. 4.0 – METODOLOGIA A pesquisa foi realizada em cinco etapas: a primeira, com leituras especificas, buscando conhecimento através de um referencial bibliográfico do assunto proposto; a segunda etapa com a elaboração dos questionários compostos de trinta e seis perguntas (conforme modelo em anexo); a terceira etapa foi a realização do trabalho de campo, onde foram entrevistados um total de trinta catadores equivalente a vinte por cento do total estimado pelo município. Divididos em três grupos de dez (Lixão. Cooperativa, Rua). A seleção para entrevista era realizada no local as primeiras 10 pessoas encontradas no dia da entrevista desempenhando a função nos referidos locais. As primeiras entrevistas ocorreram dentro do lixão. Foi escolhido um dia com temperatura amena, pois o mau cheiro causado pela liberação do gás metano torna o ambiente insuportável com fezes de cachorro (animal este que é encontrado em grande quantidade, juntamente com os urubus). Eles convivem com este cheiro como se não o percebessem. Realizam a coleta com o mínimo de proteção. Alguns não aceitaram dar entrevistas, mas os que aceitaram, falaram muito bem e com bastante desenvoltura. No local existe uma líder que não quis ser entrevistada e alertou aos catadores que, se dessem entrevista, iriam perder a Bolsa Família. Mas como o propósito era só entrevistar dez no lixão, isto foi feito na metade de um dia sem maiores problemas. O segundo grupo a ser entrevistados foi dentro da Cooperativa de Catadores de Barra Mansa (COOPCAT). Todos deram entrevista sem nenhum problema. Lá o ambiente é mais limpo, os catadores recolhem lixo e o levam para a cooperativa, onde este é pesado separadamente (papelão, lata, plástico, etc.) e após a pesagem, este material é prensado e vendido. O valor da venda é pago ao catador. A COOPCAT recebe doações de escolas, indústrias e do comércio local, e o lucro obtido com as vendas destes materiais é somado e dividido entre cada um dos associados, que hoje somam um total de 60 cooperados. 16 Os últimos a serem entrevistados foram os das ruas do Centro de Barra Mansa. Foi um pouco mais demorado achar estes catadores, pois a pesquisa foi realizada no mês de dezembro de 2009, pela manhã, em função do calor intenso e à tarde o excesso de chuva dificultou o encontro, mas, ao encontrá-los, as entrevistas transcorreram normalmente poucos se negaram a dar entrevista. São pessoas que catam e vendem diretamente o material que recolhem nas ruas e no comércio local. Há uma interação entre eles os comercio local, que separam os materiais recicláveis durante o dia e entrega ao catador no final do dia para que estes possam vendê-los. Os entrevistados, ao serem abordados, recebiam informações sobre a pesquisa. Era lido o termo de consentimento, onde havia esclarecimentos sobre o que se tratava a mesma, os objetivos e responsabilidade das informações prestadas que seriam usadas somente para elaboração da monografia. Após as devidas explicações, os entrevistados assinavam o consentimento (conforme modelo em anexo), as perguntas eram feitas seguindo a ordem proposta no questionário, sendo no formato fechado até a trigésima e a partir daí, por serem perguntas abertas, usava-se um gravador e anotava-se as resposta. O gravador foi usado como um suporte para aqueles que falavam muito rápido, na tentativa de não perder nada da falas deles. A quarta etapa foi fazer a leitura dos questionários e para a análise dos dados foi utilizado o programa Excel. A quinta e última etapa foi elaboração desta monografia. 5 - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BARRA MANSA - RJ 5.1 - Vista da Cidade de Barra Mansa – RJ Figura 1/foto 1 – Vista Parcial do Rio Paraíba do Sul em Barra Mansa Figura 2/Foto 2 - Centro Urbano de Barra Mansa 17 5.2 - Localização Barra Mansa está situada entre as duas maiores cidades do país, Rio de Janeiro e São Paulo, entre a Serra do Mar e da Mantiqueira, bem no centro da Região Sul Fluminense. É uma região industrial do Médio Paraíba, facilitando o acesso ao que existe de melhor nas cidades vizinhas, incluindo o litoral sul do Estado do Rio com as cidades de Angra dos Reis e Parati e o litoral norte de São Paulo com a cidade de Santos. Figura 3 - Mapa do Município 5.3 - População A população total, de acordo com último senso do IBGE/2000, é de 170.593 habitantes, sendo a urbana de 164.963 e a rural de 5.630 habitantes. O número total de domicílios é de 56.258, sendo em área urbana 54.038 e área rural 2.220. Tabela 1 – População de Barra Mansa de 1970 a 2000 População População Urbana Rural 1970 76.753 19.095 95.848 1980 130.422 16.328 146.750 +53,11 1991 159.021 4.397 163.418 +11,36 2000 164.963 5630 170.593 +4,20 Ano Fonte: IBGE/Censo 2000 Totais % 18 5.4 - Zoneamento O Plano Diretor – Lei 006 de Barra Mansa definiu a MACRO ZONEAMENTO Municipal em Zonas Rural e Urbana. A Zona Rural foi dividida em áreas de interesse de produção primária e áreas de interesse de preservação ambiental e a Zona Urbana foi dividida em Zonas de Uso e Setores de Interesse Especial, dispostos na lei de Zoneamento e Uso do Solo Urbano. A lei de Zoneamento e Uso do Solo Urbano e sua ocupação têm por objetivo: • Estabelecer os critérios para racionalizar a ocupação do solo nas Áreas Urbanas do município; • Prever e controlar as densidades do uso e ocupação do solo, como instrumento de administração e gestão da cidade oferecendo bases para o planejamento dos serviços públicos necessários à coletividade; • compatibilizar a implantação das diversas atividades existentes na cidade. http://www.prefeituradebarramansa.com.br/pmbm/web/page/aspectos_geograficos.asp às 15:15 hs 5.5 - Aspectos Socioeconômicos Em 1996, segundo a Contagem da População do IBGE, o município abrigava cerca de 1,2% da população do Estado e cerca de 22% da população da Região do Médio Paraíba. Barra Mansa é o segundo maior município da Região em termos populacionais, depois de Volta Redonda. A densidade demográfica é de 311,3 hab/ por Km². O município apresentou uma taxa média geométrica de crescimento, no período de 1991 a 2000, de 0,48% ao ano. O município tem um número total de 56.258 domicílios, com uma taxa de ocupação de 85%. Originalmente, a economia da cidade tinha por base a agropecuária. Surgiram então investimentos nas áreas de metalurgia e metal-mecânica. Atualmente, o setor de comércio e serviços é um dos mais fortes da região. (HTTP://www.prefeituradebarramansa.com.brpmbm/web/page/aspectos_socio.asp 16:00 hs.) às 19 6.0 INSTRUMENTOS REGULAMENTADORES NO MUNICÍPIO DE BARRA MANSA 6.1 - Plano Diretor O Novo Plano Diretor de Barra Mansa busca promover o desenvolvimento do município através de um processo de planejamento integrado com as políticas e programas regionais, estaduais e federais, bem como elevar o padrão de vida da população no que se refere à qualidade de espaço urbano e rural, condições habitacionais, educação, saúde, cultura, lazer e serviços públicos com isto pretende preservar o equilíbrio necessário às relações entre o meio ambiente natural e o construído, o meio rural e o meio urbano em processo de crescimento. O Plano Diretor é a segunda Lei Municipal em importância. Antes dela somente a Lei Orgânica do Município. Trata de temas da cidade e do meio rural, incluindo suas relações com municípios vizinhos, definido estratégias, ou seja, rumos comuns que guiem as decisões do poder público, do setor privado e da comunidade ao intervirem na cidade e no meio rural. 6.2 - Lei Ambiental Lei nº 3.049 de 23 de dezembro de 1998 Esta Lei dispõe sobre a Política Municipal do Meio Ambiente do Município de Barra Mansa e tem conformidade com a Constituição Federal – Artigo 23 – Incisos VI e VII. Estabelece que todos têm direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum de todos e essencial à sadia qualidade de vida e impõe ao Poder Público Municipal e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. No seu texto, determina a composição de um Sistema Municipal de Meio Ambiente, através de um Conselho (CONDEMA), a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e o FUNCAM (Fundo Municipal de Conservação Ambiental). Tem extrema importância na questão da Gestão de Recursos Hídricos porque tratam também do sistema de autorização e fiscalização ambiental municipal no seu artigo 3º, principalmente no que tange à questão do tratamento do esgoto, atividades de 20 mineração (principalmente extração de areia), resíduos sólidos, implantação de loteamentos, condomínios e outras construções que tragam possíveis interferências nas margens de quaisquer cursos d’água, lagos e lagoas. Dentre vários itens tratados na Lei, a mesma reserva capítulos à parte para a questão de resíduos sólidos em seu Capitulo X , assuntos este de suma importância para Gestão de Resíduos sólidos no Município. Por fim, no seu capítulo XIII, tratam das áreas de preservação permanentes, que são as florestas, rios com faixas laterais de suas margens de 15 metros (área urbana) e 50 metros (área rural), lagos e lagoas (naturais e artificiais) com faixa de preservação de 15 metros, nascentes, encostas, montanhas e serras e proíbe qualquer tipo de desmatamento no Município. 6.3 - Código de Posturas Lei nº 1.415 de 18 de janeiro de 1977 Tem a finalidade de instituir as medidas de polícia administrativa a cargo do Município em matéria de higiene pública, do bem estar público, da localização de funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais e prestadores de serviços, bem como as correspondentes relações jurídicas entre o Poder Público Municipal e os munícipes. A Lei é interessante porque trata também da questão da higiene das vias públicas, proibindo munícipes de atirar lixo nas ruas e varrer lixo para dentro dos ralos e bueiros, o que fatalmente vai parar nos rios. Reserva também um artigo proibindo comprometer, por qualquer forma, a limpeza das águas destinadas ao consumo público ou particular. 7.0 – RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS Os resíduos sólidos urbanos podem ser naturalmente caracterizados através da produção per capita, que é definida como a produção diária media de cada habitante na cidade, e facilmente obtida pela razão do peso total de lixo coletado em um dia e o número de habitantes da cidade em estudo. Fatores importantes que intervêm na produção de resíduos sólidos: densidade populacional, poder aquisitivo e, principalmente, hábitos de consumo. Esse quadro se 21 agrava com a constatação de uma evidente tendência de crescimento da geração de lixo que podem ser medido em termos absolutos (toneladas/dia) ou em termos relativos (quilograma/habitante-dia). 7.1 - Produção “Per Capita” das Cidades Brasileiras Tabela 2 – Produção Per Capita de lixo das cidades brasileiras População (habitantes) Produção Per Capita de lixo (kg/hab.dia) Até 100 mil 0,4 100 mil a 200 mil 0,5 200 mil a 500 mil 0,6 > 500 mil 0,7 Fonte CETESB, A Cidade e o Lixo, 1998 7.2 - Disposição Final: A disposição final relaciona a última fase dos resíduos sólidos efetivamente não recicláveis e compatíveis com o sistema de limpeza urbana de uma cidade. 7.2.1 – Lixão O lixão ou vazadouro é a forma mais inadequada de disposição de resíduos sólidos, e é caracterizada pela simples descarga dos resíduos sobre o solo, associado à incineração a céu aberto. Os problemas causados por este método de disposição final não se limitam às áreas próximas ao depósito, e tem uma repercussão estética, sanitária, ambiental e social negativas. O lixão ainda constitui o método mais comum de disposição final nos municípios brasileiros. FIGURA 4 /FOTO 3- CATADORES FAZENDO SEPARAÇÃO NO LIXÃO DE BARRA MANSA 22 7.2.2 – Aterro Comum São aqueles em que não são respeitados os requisitos mínimos do saneamento ambiental, realizando-se somente a compactação do lixo por meio de camadas que não guardam qualquer uniformidade de espessura, geralmente sobre áreas alagadas e que buscam somente não permitir a penetração do ar e a difusão na atmosfera dos gases que se formam no interior do lixo. FIGURA 5/ FOTO 4 - ESPALHAMENTO E COMPACTAÇÃO DO LIXO E OS CATADORES FAZENDO A COLETA 7.2.3 – Aterro Controlado Nestes aterros evita-se o emprego de fogo para eliminação dos vetores dando lugar ao recobrimento regular, com terra, das camadas de lixo espalhadas e compactadas, mas ainda não se respeitando outros requisitos importantes do saneamento, como execução em terreno seco, implantação do sistema de drenagem, limitação de altura e garantia de fermentação anaeróbia. 7.2.4 – Aterro Sanitário É a técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos a saúde pública. Este método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos 23 menores se for necessário. Possui drenagem e tratamento adequado do chorume (percolado) bem como chaminés para captação dos gases. 7.2.5 - Incineração É processo de redução de peso e volume do lixo através de combustão controlada. Os remanescentes da incineração do lixo são, geralmente, gases como dióxido de carbono e dióxido de enxofre, cinza e escorias que se constituem materiais ferrosos e inertes como vidros, pedras etc. 7.2.6 – Compostagem A compostagem de resíduos orgânicos é um dos métodos mais antigos de reciclagem no qual os materiais normalmente considerados como “lixo” são transformados em compostos para ser utilizados na agricultura possibilitando o retorno da matéria orgânica aos ciclos da natureza. Essa transformação é feita através da decomposição dos materiais orgânicos por microorganismos, em condições adequadas de temperatura, aeração e umidade. 7.2.7 – Posto de Entrega Voluntária (PEV) Os postos de Entrega Voluntárias (PEV’s) ou Locais de Entrega Voluntárias (LEV´s) são apontados como uma alternativa de incrementar a coleta seletiva de materiais recicláveis provenientes dos resíduos sólidos residenciais, comerciais e industriais.. Este meio de obtenção de recicláveis exige um empenho da população que deve fazer a separação dos materiais nas fontes geradoras de resíduos sólidos urbanos e leválos até os contenedores para depósito. Estes deverão ser adotados por pessoas e/ou instituições responsáveis por zelarem pelos mesmos, devendo respeitar as seguintes cores já padronizadas: papéis – azul, plásticos – vermelha, vidros – verdes e metais – amarela. 24 7.2.8 – Coleta Porta a Porta A coleta porta a porta, consiste basicamente na remoção dos resíduos recicláveis, previamente separados pela população, com a utilização de veículos especialmente programados para a coleta. Os próprios moradores de uma rua, bairro, colocam os materiais recicláveis, em um lugar certo, prevendo sua posterior remoção. Isso não se faz a qualquer tempo, mas em dias e horários pré-estabelecidos, geralmente uma vez por semana. FIGURA 6 – FOTO 5 - CATADOR DA COOPCAT NA COLETA 7.2.9 – Centros de Triagens Um centro de triagem destina-se a receber os resíduos sólidos secos decorrentes da coleta seletiva nos diversos circuitos, sejam residenciais, PEV’s, unidades isoladas (hospitais, escolas, parques, etc.), empresas, etc. Nesta unidade os resíduos recolhidos passam por um processo de triagem, classificação e acondicionamento, sendo posteriormente enviados para as indústrias recicladoras ou comerciantes intermediários. As condições de funcionamento de um centro de triagem variam de cidade para cidade. Basicamente, após o recebimento, os resíduos são distribuídos em compartimentos e em pequenas quantidades são colocados nas esteiras. Os encarregados fazem a triagem dos resíduos dispondo cada tipo de material nas baias separadamente. Em seguida este material é prensado, enfardado e comercializado. 25 FIGURA 7 – FOTO 6 - CENTRO DE TRIAGEM - COOPCAT FIGURA 8/FOTO 7 – MATERIAL SENDO PRENSADO NA COOPCAT FIGURA 9/FOTO 8 - MATERIAIS SENDO PESADO NA COOPCAT 26 FIGURA 10/FOTO 9 - MATERIAIS PRENSADOS PRONTOS A SEREM CARREGADOS NA COOPCAT 8.0 – CATADORES: AGENTES DA LIMPEZA URBANA Os catadores de rua, lixão ou da cooperativa, são trabalhadores autônomos que recolhem materiais recicláveis nas ruas, no comércio ou em lixões. Ganham acima da média brasileira e não são mendigos, ao contrário de muitos que pensam desta maneira. Os estudos de várias regiões do país comprovam que a renda mensal dos catadores de rua supera o salário mínimo. A comunidade de catadores pode ser entendida como Márcio Simeone Henriques define em seu texto Comunicação, Comunidades e os Desafios da Comunicação: “...seja qual for o sentido que se dê, refere-se sempre a um ponto em que algo é posto em comum entre as pessoas; ...possui alguns traços que ainda remetem a formas ancestrais de convivência e de arranjos da vida coletiva...” (Programa de Formação de Conselheiros Nacionais Vol. 4, pag.44). São pessoas com problemas comuns que ocupam determinado território de produção ou reprodução. Como define muito bem o autor Enrique Leff em seu livro Saber Ambiental pag. 283 “... O habitat é o lugar em que se constrói e se define a territorialidade de uma cultura, a espacialidade de uma sociedade e de uma civilização, onde se constituem os sujeitos sociais que projetam o espaço geográficos apropriandose dele, habitando-o com suas significações e práticas, com seus sentidos e sensibilidades, com seus gostos e prazeres....” . Os catadores em sua maioria já tiveram outro tipo de emprego, mas devido à crise econômica tiveram que aderir às novas funções. Caminheiros e Carroceiros de rua trazem grandes benefícios para a limpeza urbana, mas geralmente passam despercebidos por nossa sociedade que divide os 27 cidadãos em classes dos que sabem mais, dos que menos sabem, dos que possuem mais dos que possuem menos. Paulo Freire, em seu livro Pedagogia do Oprimido, na pag. 41 diz “...A pedagogia do oprimido, como pedagogia humanista e libertadora, terá dois momentos distintos. O primeiro, em que os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão comprometendo-se, na práxis, com a sua transformação; o segundo, em que, transformada a realidade opressora, esta pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser a pedagogia dos homens em processo de permanente libertação...” . Na pag. 45, 46 “... Daí que tendam a transformar tudo o que os cerca em objetos de seu domínio. A terra, os bens de produção, a criação dos homens, os homens mesmos, o tempo em que estão os homens, tudo se reduz a objeto de seu comando. Nesta ânsia irrefreada de posse, desenvolvem em si a convicção de que lhes é possível transformar tudo a seu poder de compra. Daí a sua concepção estritamente materialista da existência. O dinheiro é a medida de todas as coisas. E o lucro, seu objetivo principal...” A sociedade, imbuída neste consumo desenfreado, tendo o dinheiro como medida, não consegue ainda perceber que os catadores são grandes Agentes Ambientais, por desenvolverem um grande trabalho para a coletividade que é a limpeza urbana. Eles coletam o lixo reciclável antes do caminhão da prefeitura passar e acabam reduzindo, assim, os gastos com a limpeza pública. Os catadores, na sua maioria, também não têm esta consciência e o fazem para sua subsistência. FIGURA 11/ FOTO10 - CATADORA NO LIXÃO 28 FIGURA 12/ FOTO 11 - CATADORA NO LIXÃO FIGURA 13/FOTO 12 BARRACO DE SEPARAÇÃO DO CATADOR DE RUA FIGURA 14/FOTO 13 - SEPARAÇÃO NO COMÉRCIO LOCAL PARA O CATADOR DE RUA 29 9.0 – COOPERATIVAS FIGURA 15 – FOTO 14/ REUNIÃO DOS CATADORES ASSOCIADOS NA COOPCAT São organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas. São controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomadas de decisões. Os membros contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e controlamno de forma democrática. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os cooperados elaboram um estatuto que contêm todas as normas de administração que vão reger a cooperativa. A lei exige um número mínimo de 20 pessoas para se montar uma cooperativa. Também é necessária a inscrição da entidade junto à Prefeitura. Finalmente, as cooperativas também são tributadas, pagando ICMS e IPTU. As cooperativas aumentam o ganho para os catadores cooperados, pois através delas os cooperados encontram melhor valor de mercado para o material reciclado e, conseqüentemente, ganham as indústrias, ganha a economia do país, ganha a população com a maior preservação do meio ambiente. (Catálogo de Treinamento e 30 Desenvolvimento do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Rio de Janeiro (SESCOOP/RJ) pgs. 7 e 8 - 2009 ) 10.0 – RESULTADOS: UM PERFIL SOCIOAMBIENTAL DE CATADORES DE MATERIAL RECICLÁVEL Há uma coerência nos resultados obtidos na pesquisa “O Perfil Socioambiental dos catadores de lixo de Barra Mansa associados e não associados a Cooperativa” realizada em dezembro de 2009 com os dez catadores do lixão, dez da cooperativa (COOPCAT) e dez da rua. Os resultados foram sistematizados com o uso de gráficos, correspondendo os gráficos 1 ao 10 às perguntas fechadas e 11 ao 13 às perguntas abertas que formatei segundo as respostas mais encontradas. Figura 16 – Gráfico 1 - Gênero dos Catadores GRAFICO 1 - GENERO 7 6 6 5 5 4 5 5 5 4 nº Feminino Masculino 3 2 1 0 LIXÃO COOPERATIVA RUA Na questão de gênero, na cooperativa e na rua, o número de mulheres e homens é equivalente, enquanto no lixão há um maior número de homens. Acredito que isto aconteça pela dificuldade de catar no lixão pelas condições insalubres e o mau cheiro do local. 31 Figura 17 – Gráfico 2 – Escolaridade dos catadores Quanto à escolaridade, os catadores de rua possuem, em sua maioria, o ensino fundamental incompleto, enquanto que os do lixão possuem o ensino fundamental completo, diferentemente da cooperativa, cuja metade se encontra na faixa de primeira à quarta e a outra metade na faixa de da 5ª a 8ª série. Figura 18 – Gráfico 3 – Faixa Etária GRAFICO 3 - FAIXA ETARIA 6 5 5 4 5 5 4 4 18-30 31-50 50-70 3 3 2 2 1 1 1 0 LIXÃO COOPERATIVA RUA Em relação à faixa etária, demonstrou-se que no lixão há uma maioria de jovens e adultos na faixa etária de 18 a 30 anos; adultos de 31 a 50 e na rua a faixa etária está acima dos 50 anos; isto se deve, possivelmente, pela dificuldade de catar no lixão que 32 exige maior esforço físico, enquanto na rua os catadores são recebedores, ou seja, eles recebem das casas e do comércio local. Na cooperativa as três faixas se equiparam. Figura 19 – Gráfico 4 - A idade dos filhos dos catadores GRAFICO 4 - IDADE DOS FILHOS 7 6 6 6 5 5 5 4 3 3 2 1 2 3 3 2 1 1 1 3 3 1 0 Menor de 01 ano 2 a 5 anos 3 2 1 0 3 LIXÃO COOPERATIVA RUA 6 a 9 anos 0 De 10 a 13 anos De 14 a 17 anos DE 18 a 21 anos Acima de 21 anos Quanto ao número de filhos e faixa etária, no lixão encontram-se catadores com filhos em todas as idades, destacando-se a faixa que vai de 14 a 21 anos; na cooperativa o mesmo se repete, com destaque para a faixa etária de 14-17 e acima de 21 anos; enquanto na rua, os catadores possuem menor número de filhos, talvez isto possa ser atribuído a uma faixa etária mais alta, acima dos cinqüenta anos. 33 Figura 20 - Gráfico 5 – Tipos de Benefícios GRAFICO 5 - TIPOS DE BENEFICIOS 7 6 6 6 5 4 4 3 3 3 LIXÃO COOPERATIVA RUA 3 2 2 1 1 0 0 Bolsa familia 0 Bolsa Escola 0 1 1 0 0 Auxilio Doença Aposentadoria 0 0 0 Pensionista Nenhum Beneficio Ao se considerar os benefícios, os catadores do lixão recebem de todos os tipos, sendo que a maioria recebe Bolsa Família e Bolsa Escola; enquanto os da cooperativa e da rua, em sua maioria, não recebem qualquer tipo de benefício, e tem na catação de lixo, sua forma de subsistência. Alguns catadores da cooperativa e da rua recebem Bolsa Família. Figura 21 - Gráfico 6 – Água de abastecimento GRAFICO 6 - AGUA DE ABASTECIMENTO 10 9 9 8 7 6 6 5 5 Encanada Poço Mina 5 4 3 3 2 1 1 0 0 LIXÃO 1 0 COOPERATIVA RUA Na área de saneamento todos os catadores do lixão possuem água encanada em seus domicílios, mas utilizam a água de poço. Na cooperativa a maioria utiliza água de 34 poço e de mina e poucos tem água encanada. Todos os catadores da rua utilizam água encanada; só um utiliza água de mina. Figura 22 - Gráfico 7 - Filtragem da Água. GRAFICO 7 - FILTRAGEM DA AGUA 7 6 6 5 5 6 5 4 4 4 Sim Não 3 2 1 0 LIXÃO COOPERATIVA RUA Mas quanto à filtragem a maioria não filtra a água; no lixão, a metade filtra e a outra metade não filtra. Figura 23 Gráfico 8 – Bens de Consumo GRAFICO 8 - BENS DE CONSUMO 12 10 8 10 10 10 10 8 10 10 10 8 7 7 6 6 5 6 7 LIXÃO COOPERTAIVA RUA 6 5 4 4 3 3 3 2 2 1 0 0 TV DVD VIDEO GELADEIRA RADIO FOGÃO BICICLETA CARRO 1 0 0 MOTO Quanto aos bens de Consumo quase todos moram em casa própria e possuem TV, DVD, geladeira, fogão e outros bens. A maioria compra a prazo e isto facilita aquisição de aparelhos eletrônicos. 35 Figura 24 - Gráfico 9 - Problemas de Saúde. GRAFICO 9 - PROBLEMAS DE SAUDE 9 8 8 8 7 6 6 5 SIM NÃO 4 4 3 2 2 2 1 0 LIXÃO COOPERATIVA RUA Com relação a possuírem problemas de saúde, a maioria disse não possuir. Acredito que esta pergunta foi mal formulada. Talvez se tivesse especificado alguns tipos de doença a resposta seria outra. Figura 25 - Gráfico 10 - Tipos de Vacina GRAFICO 10 - TIPOS DE VACINA 7 6 6 5 5 4 4 LIXÃO COOPERATIVA RUA 3 3 2 2 1 1 2 2 1 2 1 1 0 Anti Tetanica Hepatite Outras Nenhuma Quanto ao tipo de vacina, a maioria afirmou tomar antitetânica. Dentre os catadores da cooperativa existe um maior controle, pois, para se tornarem associados, eles tem que tomar a vacina antitetânica e da hepatite. 36 Figura 26 - Gráfico 11 – Visão do trabalho pelo catador A maioria dos catadores não se sente descriminada pela sociedade. Figura 27 - Gráfico 12 – Visão da sociedade para o catador A maioria dos catadores da cooperativa e da rua se sente reconhecida pela sociedade pelo trabalho que desenvolvem. Os do lixão, em sua maioria, acham que a sociedade não reconhece o trabalho que eles desenvolvem. 37 Figura 28 - Gráfico 13 – Importância do trabalho para o catador QUAL A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO 7 para sustentação 6 5 não tem responsabilidade com horario 4 não tem chefia 3 colaboro com a limpeza da cidade 2 1 melhoro o meio ambiente 0 LIXÃO COOPERATIVA RUA Quanto à importância do trabalho que desenvolvem, a maioria aponta para subsistência; em segundo lugar, é por ser um trabalho informal. Os catadores alegam o valor de não terem chefia e horário fixo, ficando em seguida, a limpeza da cidade e a preservação do meio ambiente como pontos importantes do trabalho. Quanto ao fato de se associarem ou não, as respostas encontradas foram divergentes. A maioria dos cooperados defendeu a cooperativa por não ter nenhum vínculo empregatício e se considerarem trabalhadores autônomos, que recebem conforme a quantidade de material que coletam ou recebem de doação, pois tudo que entra na cooperativa é rateado em partes iguais para todos os seus membros. Os catadores do lixão, deixaram bem claro na maioria das entrevistas, que catam no lixão por falta de oportunidade de emprego, mas alguns falaram que preferem catar no lixão por não terem compromisso com horário e não terem chefia. Os catadores da rua, ao serem abordados, disseram preferir não estarem vinculados a qualquer pessoa, pois eles mesmos gerenciam o seu ganho. Observa-se o que respondeu uma catadora de rua ‘‘...Sou analfabeta, mas ninguém me enrola não, eu trabalho e eu mesma vendo meu material; quando chega no final do dia, sei quanto vou ganhar...” Um outro afirmou “... trabalho na hora que quero, posso viajar e passear.... Não tenho ninguém que me manda...”. 38 11.0 – CONSIDERAÇÕES FINAIS: O BICHO Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem Manuel Bandeira http://www.pensador.info/poemas_de_manoel_bandeira/ A minha visão, ao fazer a entrevista, foi um pouco diferente das retratadas no resultado, em relação à casa própria. 90% dos entrevistados disseram possuir, mas quando perguntava onde era o endereço, a maioria dos catadores do lixão mora em áreas de posse, com pouca infraestrutura, onde um barraco é uma casa. Os eletrodomésticos que os catadores do lixão, Cooperativa e Rua possuem, estão muito mais ligados à facilidade de crédito do que às condições econômicas de cada um. Quanto às doenças, apesar de alguns apresentarem distúrbios metais, quando perguntados se tinham problemas de saúde, a maioria respondeu que não. Pude perceber que eles consideram problemas de saúde, aqueles que os afastam do trabalho. Como estes problemas não os afastam, eles consideram não possuir nenhum tipo de doença. Perguntados por que não são cooperados, responderam, na sua maioria, que por falta de oportunidade, mas acho que houve falha na formulação desta pergunta, pois acredito que a maioria continua no lixão por lá ter maior quantidade de lixo, isto é matéria prima em abundância. 39 E quem os mantém, somos nós desta sociedade consumista, que não separamos nossos lixos como deveríamos e encaminhamos para os centros de reciclagens. A maioria não conhece ainda muito bem como funciona uma cooperativa. Falta-lhes informação do que é uma cooperativa e o quanto isto poderia melhorar a vida deles, pois estão à mercê de atravessadores que os exploram. Eles coletam em condições totalmente insalubres, correndo diversos riscos de acidentes e contaminação, já que não usam nenhum material de segurança. São pessoas com muito conteúdo. As do lixão vivem numa sociedade informal, com uma liderança local, que os mantêm e os provêm nas suas mínimas necessidades e, com isto, estão sempre devendo a esta liderança que, na informalidade, exerce o comando. Os catadores da rua também acabam ficando a mercê de atravessadores que supervalorizam um tipo de material diminuindo o preço de outros. Mas como eles fazem o negócio direto e recebem dinheiro todos os dias, sentem que não estão sendo lesados. Os da Cooperativa ainda estão meio perdidos: uns acham que a cooperativa está gastando muito, mas acreditam que ela vai crescer e terão sua aposentadoria, diferentemente dos da rua, que na sua maioria, são aposentados. 40 12.0 – CONCLUSÃO No setor de Limpeza Urbana, a destinação final representa um paradoxo: aterros com alta sofisticação técnica de engenharia coexistem com uma grande maioria de lixões sem controle algum. No município de Barra Mansa, a disposição final dos resíduos sólidos é em lixão; o local já se encontra em estado avançado de degradação ambiental, com influência local e regional. A disposição dos materiais, sem os devidos cuidados, lança na atmosfera o gás metano e polui os cursos d’ água que margeiam a massa de lixo e carreiam o chorume, atingindo a principal calha de drenagem do Estado do Rio de Janeiro: o Rio Paraíba do Sul. Os catadores são grandes agentes ambientais, por trabalharem na rua, lixão ou cooperativa, conseguindo estimular as pessoas a separarem os seus lixos e, mesmo se isto não ocorresse, eles continuariam como agentes de preservação ambiental. Esta atividade tem trazido benefícios à natureza e está influenciando positivamente a atitude das pessoas, quanto à cultura de separar o que é reciclável do que é rejeito. Os catadores constituem um grupo social de grande importância, pois reciclar é também uma questão de inteligência e de sensibilidade São eles, que na busca da sobrevivência, ajudam a cuidar deste nosso planeta, que está à beira de um colapso pelo consumo desenfreado de toda população. Só reciclando poderemos garantir o futuro da humanidade. E nesse sentido devemos a eles grande respeito. Com o passar do tempo, certamente, teremos este hábito inserido no cotidiano das pessoas. E estes catadores poderão trabalhar com maior dignidade, poderão então, tornar-se recebedores, isto é, passarão a receber o nosso lixo separadamente, sem ter que ficar catando de lixo em lixo, de forma insalubre, os restos do que consumimos. 41 10.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRELPE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESIDUOS ESPECIAIS. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. São Paulo-SP, 2004, 84 p. BRANCO, Samuel Murgel, 1930 - O meio ambiente em debate, São Paulo: Moderna, 1988 - Coleções polêmica BRASIL – MINISTERIO DA SAUDE – FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Manual de Saneamento. 3º Ed., Brasília-DF, 1999 . 374p. CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: promulgada em 05 de outubro de 1988 / organização do texto, notas remissivas e índices por Juarez de Oliveira – São Paulo: Editora Saraiva - Titulo II Capitulo I artigo 5º; Capitulo II artigo 6º; artigo , Titulo VII Capitulo II artigo 182; Titulo VIII - Capitulo VI - artigo 225.. DAJOS, ROGER -Ecologia Geral - Laboratório de Ecologia Geral Museu nacional de Historia Natural tradução de Francisco M Guimarães l – Editora Vozes – 4ª Edição 1983 FIRJAN – FEDERAÇÃO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – REPRESENTAÇÃO REGIONAL NO SUL FLUMINENSE. Caderno Perfil de Barra Mansa, 2003, 31p. FREIRE, Paulo – Pedagogia dos Oprimidos, 17ª Ed., RJ, Paz e Terra, 1987 –pags 41,45,46 IPT _ CEMPRE. Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado, 2º ED. , Brasília-DF, 2002, 392p. JARDIM, F. Gestão de resíduos Sólidos: Destino Final Problemas ou Solução?. 1ª E d., 2006, 14- 17p. JUNIOR, A. B. C.; ZANTA, V.M.; LANGE, L.C.; GOMES, L. P. & PESSIN, N. Resíduos Sólidos urbanos: Aterro Sustentável para Municípios de Pequeno Porte – Prosab. Florianópolis-SC, 2003, 280p. LEFF, Enrique , Saber Ambiental: Sustentabilidade, Racionalidade, Complexidade, Poder – 2ª Ed. Editora Vozes – pag. 283 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 10ª ed. 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Sistema de Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos Urbanos – Orientações Básicas / Sec Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da Republica – SEDU- Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP),Câmara Bras do Livro, SP – Brasil TEXTO FILHO, Alvino Oliveira Sanches e OLIVEIRA, Fernanda - Experiências de Gestão Publica e Cidadania/ Programa Coleta Seletiva - 1ª edição – 2001 TEXTO Comunicação, Comunidades e os Desafios da Mobilização Social de Marcio Simeone Henriques ( Programa de Formação de Conselheiros Nacionais Vol. 4, pag.44) TEXTO Catalogo de Treinamento e Desenvolvimento do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Rio de Janeiro (SESCOOP/RJ) pgs 7 e 8 - 2009 http://www.prefeituradebarramansa.com.br/pmbm/web/page/aspectos_geograficos.asp acesso 10.12.2009 ás 23:10 http://www.prefeituradebarramansa.com.br/pmbm/web/page/plano_diretor.asp# Acesso 17.12.2009 às 19:11 http://www.prefeituradebarramansa.com.brpmbm/web/page/aspectos_socio.asp 17.12.2009 às 20:00 hs. acesso http://www.mncr.orgbr/box 1/o-que-e-o-movimento - acesso 10.02.2010 às 10:00hs http://www.mma.gov.br - acesso12.02.2010 às 12:00 hs. http:// www.planalto.gov.br/civil -03 - acesso 12.02.2010 às 12:30 hs. http:// www.leonardoboff.com/site - acesso 13.02.2010 ás 12:00 hs. Código de Posturas – Lei nº 1.415 de 18/01/1977 http:// www.prefeituradebarramansa.com.br/pmbm/web/conteudo/sec_governo/ lei_ orgânica.pdf - acesso 13.02.2010 às 13:00 hs Lei Ambiental – nº 3.049 de 23/12/1998 http:// ww.prefeituradebarramansa.com.br/pmbm/web/conteudo/sec_governo/ leiambiental.pdf_ - acesso 13.02.2010 às 13:30 hs Manuel Bandeira http://www.pensador.info/poemas_de_manoel_bandeira/ acesso 30.04.2010 às 16:00 hs. 43 ANEXO 1 AUTORIZAÇÃO PARA ENTREVISTA Ao____________________________________________ Este documento visa a solicitar a autorização dos membros desse conselho para acessar informações que contribuam para a Monografia de Conclusão do Curso de Especialização em Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais, realizado pelo Programa de Formação de Conselheiros, da Universidade Federal de Minas Gerais, sob o título O PERFIL SOCIOAMBIENTAL DOS CATADORES DE LIXO DE BARRA MANSA ASSOCIADOS E NÃO ASSOCIADOS A COOPERATIVA. O objetivo desta pesquisa é traçar “O perfil socioambiental dos catadores de lixo de Barra Mansa, associados e não associados a cooperativa” de forma qualitativa e quantitativa e estudar estes três grupos: os associados da cooperativa e os que vivem nos lixões e nas ruas de Barra Mansa. Saber o que os levou a serem catadores, por que se associaram ou por que não se associaram o que mudou na vida dos que se associaram. Isto será feito através de amostragem na qual serão entrevistados 10 catadores do lixão, 10 catadores da cooperativa e 10 na rua através de questionário onde as perguntas serão respondidas oralmente sendo gravadas e anotadas.. Após a leitura de desta autorização o entrevistado concordando em ser entrevistado, deverá assinar esta autorização de forma escrita ou digitalizada. Destacamos que: • A pesquisa não trará custos financeiros para os grupos, estes serão de responsabilidade da pesquisadora, • Todos os envolvidos poderão pedir, a qualquer momento, esclarecimentos sobre o estudo, bem como recusar a dar informações que julgue prejudiciais a integridade dos mesmos. E também solicitar a não inclusão em documentos oficiais de quaisquer informações que tenham fornecido; • Ao final do trabalho, os dados obtidos serão repassados para a Coordenação, se houver interesse; • Como o próprio código de ética de pesquisas acadêmicas que envolvem seres humanos determina, será garantido total sigilo em relação aos dados fornecidos que facilitem a identificação das pessoas envolvidas (nomes e demais dados pessoais serão ocultados ou substituídos por informações fictícias). Assim, solicitamos a autorização para realizar entrevistas e acessar documentos do Conselho para a coleta de dados. Esta pesquisa está sob a orientação da Profª Doutora Miracy Barbosa de Sousa Gustin, que é vinculada ao referido curso e ao Corpo Permanente do Programa de PósGraduação em Direito da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Disponibilizando-me para quaisquer outros esclarecimentos, agradeço a atenção dispensada. Atenciosamente _____________________________________________________ Vera Lucia Teixeira 44 ANEXO 2 PERFIL SOCIOAMBIENTAL DOS CATADORES DE BARRA MANSA 1 – Identificação do grupo: ( ) Associado ( ) Não associado ( ) Ex associado 2 - Questão de Gênero: ( ) Feminino ( ) Masculino 3 – Escolaridade em anos de estudos: ( ) Analfabeto ( ) 0- 3 ( ) 4–7 ( ) 8 – 11 ( ) 12 ou + ( )não sabe 4 – Naturalidade?_______________________________ (nome da cidade) ( ) Rio de Janeiro ( ) Minas Gerais ( 5 – Você mora em casa ( ) São Paulo ( ) Ou na rua ( ) Outros_______ ) 6 – No lugar onde você mora é você e mais quem? ( ) Só você ( Outros___ ) Companheiro (a) ( ) Filhos ( ) Pais ( ) Parentes ( ) 7 – Idade do Catador: ( ) 5 - 10 ( ( ) 41 – 46 ( ) 47 - 52 ( ) 76 - 81 ( 8 – Possui Filhos: ) 11 – 16 ( ) 17 – 22 ( ) 23 - 28 ( ) 29 – 34 ( ( ) 53 – 58 ) 35 - 40 ( ) 59 – 64 ( ) 65 - 69 ( ) 70 – 75 ) acima 82 ( ) Sim 9 – Números de Filhos: ( ) 1-3 ( ) Não ( )4–7 ( ) 8 -11 ( ) acima 12 10 – Idade dos Filhos: ( ) 0- 1 ( ) 2 – 5 ( ) 6 - 9 ( 17 ( ) 18 - 21 ( ) acima de 21 11 – Seus filhos estão na escola? ( ) 10 - 13 ( ) 14 - ) Sim ( ) Não 12 – Além de ser catador você possui outra profissão? Qual?__________ ( ) Não 13 - O comércio vende a prazo para você? ( ( ) Não ) Sim ( ) Sim 45 Por que___________________________ 14 - Como são tratados pela administração da cidade? ( 15 – Como são tratados pela população? ( ) Bem ) Bem ( ( ) Mal ) Mal 16 – A sua família recebe algum tipo de beneficio: ( ) Bolsa Família ( ) Bolsa Escola ( ) Beneficio da Prestação Continuada /BPC ( ) Cesta Básica ( ) Outro ____________ 17 – Beneficiário do INSS: ( Não ) Sim ( ) Auxilio Doença ( ) Aposentado ( ) 18 – Onde você guarda o Lixo que você coleta: ( ) Dentro de Casa ( ) Fora da Casa ( ) Terreno Abandonado ( ) Rua ( ) Outros__________________ 19 – Bens : ( ) Mora em casa própria ( )Mora em casa alugada ( ) Mora em casa de outra pessoas ( ) Mora em casa cedida ( ) Outro lugar______________ 20 – Quantos cômodos há na casa? ( )1-2 ( ) 3 -4 21 - Possui banheiro ( ( 22- Banheiro é interno ) 5-6 ( ) Sim ( 23 - Possui água encanada: ( 24 - Possui coleta de lixo: ( ) ) acima de seis ( ) Não ou externo ( ) Sim ( ) Sim 25 - Possui rede de esgoto: ( ) Sim 26 – Utensílios: FOGÃO FOGAREIRO GALÃO DE AGUA FILTRO DE BARRO APARELHO DE FILTRAR AGUA TV VIDEO DVD RADIO GELADEIRA BICICLETA CARRO ( ) ) Não ) Não ( ) Não ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ) Sim ( ) Não ( ) Não ( ) Não ( ) Não ( ) Não ( ) Não ( ) Não ( ) Não ( ) Não ( ) Não ( ) Não ( ) Não 46 27 – Possui algum problema de saúde? ( ) Sim ( ) Não Qual______________________________________________ 28 - Vacina regularmente? ( ) Sim ( ) Não Quais vacinas?________________________________________ 29 - Já sofreu algum acidente durante o trabalho de coleta de lixo? ( ) Sim ( ) Não Qual?_____________________________________________ 30 - Já ficou doente por causa do seu trabalho? ( ) Sim ( ) Não Qual?_______________________________________________ 31 - Qual sua visão sobre o seu trabalho para a sociedade e para o meio em que você vive? 32 - Qual o reconhecimento da população da cidade sobre o seu trabalho? 33 – Por que você se associou? 34 – Por que você não se associou? 35 – Fale sobre as vantagens e desvantagens em estar associado? 36 – Fale sobre as vantagens e desvantagens em não se associar?